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da Paraíba – UEPB
Assistente Técnico
Língua Portuguesa
1) Interpretação de textos. ................................................................................................................................................1
2) Morfologia: a) Ortografia. b) acentuação gráfica. .....................................................................................................3
3) Denotação e conotação. .............................................................................................................................................. 30
4) Variação linguística; .................................................................................................................................................... 31
5) Tipologias e gêneros textuais. ................................................................................................................................... 34
6) Fatores de textualidade. ............................................................................................................................................. 43
7) Elementos morfossintáticos do texto: a) termos essenciais da oração (sujeito e predicado). ...................... 44
b) Regências verbal e nominal. ...................................................................................................................................... 51
8) Funções da linguagem. ............................................................................................................................................... 54
Direito Constitucional
1. Constituição. 1.1. Conceito e classificação. .................................................................................................................1
1.2. Dos Princípios fundamentais da Constituição Federal de 1988. .........................................................................3
2. Direitos e garantias fundamentais. 2.1 Direitos e deveres individuais e coletivos. ............................................6
2.2. Direitos fundamentais dos trabalhadores na Constituição Federal de 1988. ................................................ 10
3. Organização político-administrativa. 3.1. União, estados, Distrito Federal, municípios e territórios. ......... 13
4. Administração pública. 4.1 Disposições gerais. ...................................................................................................... 20
5. Da Organização dos Poderes da República. 5.1. Poder Legislativo. 5.1.1. Congresso Nacional, Câmara dos
Deputados, Senado Federal, deputados e senadores. ................................................................................................ 25
5.2. Poder Executivo. 5.2.2. Atribuições do Presidente da República e dos ministros de Estado. ..................... 33
6. Poder Judiciário. 6.1. Organização do Poder Judiciário no Brasil. 6.2. Competências. .................................... 38
7. Da Organização dos Poderes do Estado da Paraíba. 7.1. Poder Legislativo. 7.1.1. Assembleia Legislativa. 7.1.2.
Dos deputados Estaduais. 7.2. Poder Executivo. 7.2.2. Do Governador e Vicegovernador do Estado: Eleição,
Posse, Mandato. Atribuições do Governador do Estado. 7.3. Poder Judiciário Estadual. 7.3.1. Tribunal de Justiça
da Paraíba: Organização, Composição e Competência. .............................................................................................. 53
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Direito Administrativo
1. Servidor Público: conceito, espécies, regimes jurídicos funcionais, atribuições no serviço público. ..............1
2. Servidores Públicos na Constituição Federal de 1988 (artigos 39 a 41). .............................................................2
3. Organização funcional: definições de cargo, função, emprego público, classe, carreira e lotação. ..................5
4. Criação, Extinção, Transformação e Vacância de cargos públicos. .........................................................................6
5. Regime Jurídico dos Servidores Públicos do Estado da Paraíba (Lei Complementar n. 58, de 30 de Dezembro
de 2003 e suas alterações). 5.1. Provimento e investidura do servidor: nomeação, seleção, posse, exercício,
estabilidade e estágio probatório. 5.2. Do regime disciplinar: deveres e proibições do servidor. 5.3.
Responsabilidades do Servidor Público: Penal, Civil e Administrativa. 5.4. Das penas aplicadas ao Servidor
Público: Advertência, Suspensão, Demissão, Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade, Destituição da
função e em cargo de comissão. 5.5. Processo Administrativo Disciplinar. ..............................................................8
Ética
1. Ética e moral. ....................................................................................................................................................................1
2. Ética, princípios e valores. .............................................................................................................................................2
3. Ética e democracia: exercício da cidadania. ...............................................................................................................3
4. Ética e função pública. ....................................................................................................................................................6
Produção Textual
Produção de 01 (um) dos gêneros da Redação Oficial, a partir de uma situação-problema hipotética, e com
base na estrutura e finalidade do gênero solicitado, preconizadas pelo Manual de Redação da Presidência da
República. 1. Redação Oficial: a) Conceito. b) Contexto de produção. c) finalidades. 2. As comunicações Oficiais:
a) conceito, estrutura, finalidades e especificidades de uso nas mais diferentes circunstâncias
sociocomunicativas. c. Classificação dos Documentos da Redação Oficial a partir do Padrão-Ofício. .................1
Conhecimentos Específicos
1. Redação Oficial: a) Conceito. b) Contexto de produção. c) finalidades. 2. As comunicações Oficiais: a)
conceito, estrutura, finalidades e especificidades de uso nas mais diferentes circunstâncias
sociocomunicativas. c. Classificação a partir do Padrão-Ofício. ..................................................................................1
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LÍNGUA PORTUGUESA
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APOSTILAS OPÇÃO
Compreender significa
- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está
escrito.
- o texto diz que...
- é sugerido pelo autor que...
- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
- o narrador afirma...
1) Interpretação de textos. Erros de interpretação
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de
erros de interpretação. Os mais frequentes são:
Interpretação de texto
a) Extrapolação (viagem)
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público,
não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer
a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece
pela imaginação.
porque lhes faltam informações específicas a respeito desta
tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.
b) Redução
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um
momento de responder às questões relacionadas a textos.
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas
que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
desenvolvido.
interação comunicativa (capacidade de codificar e decodificar).
Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em
c) Contradição
cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato,
com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a
fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente,
estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação
errando a questão.
dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as
frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto
Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
original e analisada separadamente, poderá ter um significado
e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de
diferente daquele inicial.
concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências
diz e nada mais.
diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse
tipo de recurso denomina-se intertexto.
Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou
pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome
fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem
oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer
ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.
e o que já foi dito.
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a:
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
1. Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais
e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem
antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
o tempo).
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
de adequação ao antecedente.
diferenças entre as situações do texto.
Os pronomes relativos são muito importantes na
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de
realidade, opinando a respeito.
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias
um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
em um só parágrafo.
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras.
depende das condições da frase.
qual (neutro) idem ao anterior.
Condições básicas para interpretar
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o
Fazem-se necessários:
objeto possuído.
a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
como (modo)
literários, estrutura do texto), leitura e prática;
onde (lugar)
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
quando (tempo)
texto) e semântico;
quanto (montante)
Observação – na semântica (significado das palavras)
incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação,
Exemplo:
sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre
Falou tudo QUANTO queria (correto)
outros.
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria
c) Capacidade de observação e de síntese e
aparecer o demonstrativo O ).
d) Capacidade de raciocínio.
Dicas para melhorar a interpretação de textos
Interpretar X compreender
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a
Interpretar significa
leitura;
- explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
- Através do texto, infere-se que...
menos duas vezes;
- É possível deduzir que...
- Inferir;
- O autor permite concluir que...
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
Língua Portuguesa 1
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APOSTILAS OPÇÃO
compreensão; maioria dos moradores.
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada (D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os
questão; demais meios de transporte.
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; (E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade
arriscada e pouco salutar.
Questões
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos
O uso da bicicleta no Brasil objetivos centrais do texto é
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil ciclista.
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países (B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta mais seguro do que dirigir um carro.
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez (C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa no Brasil.
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que (D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de
oferecem mais vantagens. locomoção se consolidou no Brasil.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas (E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve
e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais dar prioridade ao pedestre.
na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e 03. Considere o cartum de Evandro Alves.
prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta Afogado no Trânsito
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo
e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha;
a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
claro, nos impostos.
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em
parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um
ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a
esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br)
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é
semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários
devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
espalhadas em pontos estratégicos. (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte,
ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de 04. Considere o cartum de Douglas Vieira.
um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, Televisão
discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso
é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos
e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro,
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com (http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br.
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos Adaptado)
pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo.
É correto concluir que, de acordo com o cartum,
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
(A) os tipos de entretenimento disponibilizados pelo livro ou
pela TV são equivalentes.
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de (B) o livro, em comparação com a TV, leva a uma imaginação
locomoção nas metrópoles brasileiras mais ativa.
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra (C) o indivíduo que prefere ler a assistir televisão é alguém
devido à falta de regulamentação. que não sabe se distrair.
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido (D) a leitura de um bom livro é tão instrutiva quanto assistir
incentivado em várias cidades. a um programa de televisão.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela
Língua Portuguesa 2
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APOSTILAS OPÇÃO
(E) a televisão e o livro estimulam a imaginação de modo Respostas
idêntico, embora ler seja mais prazeroso. 1. (B) / 2. (A) / 3. (D) / 4. (B) / 5. (D)
Língua Portuguesa 3
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APOSTILAS OPÇÃO
Desinências verbais: em nossa língua, as desinências Derivação por acréscimo de afixos
verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode
indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número- ser: prefixal, sufixal e parassintética.
pessoais): 1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por
cant-á-va-mos acréscimo de prefixo.
cant-á-sse-is In------ --feliz des----------leal
cant: radical Prefixo radical prefixo radical
cant: radical
-á-: vogal temática 2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por
-á-: vogal temática acréscimo de sufixo.
Feliz---- mente leal------dade
-va-: desinência modo-temporal(caracteriza o pretérito Radical sufixo radical sufixo
imperfeito do indicativo)
-sse-: desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
imperfeito do subjuntivo) simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o
-mos: desinência número-pessoal (caracteriza a primeira sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”).
pessoa do plural) Por parassíntese formam-se principalmente verbos.
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda En-- -----trist- ----ecer
pessoa do plural) Prefixo radical sufixo
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, redução da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação
combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas de substantivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está
terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, proibida. (pescar). Proibida a caça. (caçar)
escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas
vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: 2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada)
mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais é obtida pela mudança de categoria gramatical da palavra
tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam primitiva. Não ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente
vogal temática. na classe gramatical.
Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam da conjunção porque)
três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui,
Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira substantivo)
conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à
segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à Outros processos de formação de palavras:
terceira conjugação.
- Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos
primeira conjug. segunda conjug. terceira conjug. de línguas diferentes.
govern-a-va estabelec-e-sse defin-i-ra automóvel (auto: grego; móvel: latim)
atac-a-va cr-e-ra imped-i-sse sociologia (socio: latim; logia: grego)
realiz-a-sse mex-e-rá g-i-mos sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
Fonte: http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-
Vogal ou consoante de ligação formacao-de-palavras-i.htm
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que - Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-
surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo se por meio da eliminação de um segmento de uma palavra
possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um no intuito de se obter uma forma mais reduzida, geralmente
exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre aquelas mais longas. Vejamos alguns exemplos:
os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros
exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, metropolitano – metrô
chaleira, tricota. extraordinário – extra
otorrinolaringologista – otorrino
Processos de formação de palavras: telefone – fone
1-) Composição pneumático – pneu
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais
radicais para formar nova palavra. Há dois tipos de composição; - Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando
justaposição e aglutinação. imitar sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que zum, cri-cri, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
formam o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos: - Siglas: As siglas são formadas pela combinação das
Corre-corre, guarda-roupa, segunda-feira, girassol. letras iniciais de uma sequência de palavras que constitui um
1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que nome. Por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
formam o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde Estatística); IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).
sua integridade sonora: Aguardente (água + ardente), planalto As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não
(plano + alto), pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre) ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras.
Língua Portuguesa 4
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APOSTILAS OPÇÃO
Questões à, às - -
01. Assinale a opção em que todas as palavras se formam da, das dum, duns duma, dumas
pelo mesmo processo:
na, nas num, nuns numa, numas
A) ajoelhar / antebraço / assinatura
B) atraso / embarque / pesca pela, pelas - -
C) o jota / o sim / o tropeço
D) entrega / estupidez / sobreviver - As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
E) antepor / exportação / sanguessuga artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida
por crase.
02. A palavra “aguardente” formou-se por:
A) hibridismo Constatemos as circunstâncias em que os artigos se
B) aglutinação manifestam:
C) justaposição
D) parassíntese - Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
E) derivação regressiva “ambos”:
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
03. Que item contém somente palavras formadas por
justaposição? - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do
A) desagradável - complemente artigo, outros não:
B) vaga-lume - pé-de-cabra São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
C) encruzilhada - estremeceu
D) supersticiosa - valiosas - Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
E) desatarraxou - estremeceu toda uma espécie:
O trabalho dignifica o homem.
04. “Sarampo” é:
A) forma primitiva - No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
B) formado por derivação parassintética de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo:
C) formado por derivação regressiva O Pedro é o xodó da família.
D) formado por derivação imprópria
E) formado por onomatopeia - No caso de os nomes próprios personativos estarem no
plural, são determinados pelo uso do artigo:
05.As palavras são formadas através de derivação Os Maias, os Incas, Os Astecas...
parassintética em
A)infelizmente, desleal, boteco, barraco. - Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer. conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o
C)caça, pesca, choro, combate. pronome assume a noção de qualquer.
D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer. Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
Respostas (qualquer classe)
01. (B) / 2. (B) / 3. (B) / 4. (C) / 5. (B)
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
Classes de Palavras Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
Artigo aproximação numérica:
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. - O artigo também é usado para substantivar palavras
Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o oriundas de outras classes gramaticais:
número dos substantivos. Não sei o porquê de tudo isso.
Classificação dos Artigos - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo
cujo (e flexões).
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira Este é o homem cujo amigo desapareceu.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. Este é o autor cuja obra conheço.
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido
de maneira vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
matei um animal. venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Combinação dos Artigos Eles estavam na casa dos amigos.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Os marinheiros permaneceram em terra.
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
assumida por essas combinações:
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
Preposições Artigos
com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
- o, os Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
a ao, aos - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de do, dos de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
em no, nos
por (per) pelo, pelos Morfossintaxe
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
a, as um, uns uma, umas com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
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APOSTILAS OPÇÃO
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie
a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é
substantivo: aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma
particular.
A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia. Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo: LÂMPADA MALA
A) Estes são os candidatos que lhe falei.
B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera. Os substantivos lâmpada e mala designam seres com
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. existência própria, que são independentes de outros seres. São
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado. assim, substantivos concretos.
E) Muito é a procura; pouca é a oferta. Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres.
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
A) O Amazonas é um rio imenso.
B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo
C) O Antônio comunicou-se com o João. real e do mundo imaginário.
D) O professor João Ribeiro está doente.
E) Os Lusíadas são um poema épico Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília,
etc.
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
substantivando uma palavra.
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves. Observe agora:
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
C) A navalha ia e vinha no couro esticado. Beleza exposta
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana. Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
O substantivo beleza designa uma qualidade.
Respostas Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que
1-B / 2-C / 3-D dependem de outros para se manifestar ou existir.
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser
Substantivo observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar.
Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato.
a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam Os substantivos abstratos designam estados, qualidades,
os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos,
também nomeiam: e sem os quais não podem existir.
-lugares: Alemanha, Porto Alegre... vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade
-sentimentos: raiva, amor... (sentimento).
-estados: alegria, tristeza...
-qualidades: honestidade, sinceridade... 3 - Substantivos Coletivos
-ações: corrida, pescaria... Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra
abelha, mais outra abelha.
Morfossintaxe do substantivo Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra
direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar abelha...
como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas (abelhas).
funções são desempenhadas por grupos de palavras. O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
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APOSTILAS OPÇÃO
Outros exemplos: beija-flor, passatempo. freguês - freguesa
Substantivos Primitivos e Derivados c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
Meu limão meu limoeiro, formas:
meu pé de jacarandá... - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de - troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana
outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir d) Substantivos terminados em -or:
da palavra limão. - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
palavra.
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
Flexão dos substantivos cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar: f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final
Plural: meninos por -a:
Feminino: menina elefante - elefanta
Aumentativo: meninão
Diminutivo: menininho g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e
no feminino:
Flexão de Gênero bode – cabra boi - vaca
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial,
há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos czar – czarina réu - ré
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O velho e o mar Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes
Um Natal inesquecível
Os reis da praia - Epicenos:
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre
vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar
A história sem fim o masculino e o feminino.
Uma cidade sem passado Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para
As tartarugas ninjas designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade
Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea.
A cobra macho picou o marinheiro.
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado
ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o Sobrecomuns:
masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem
– mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita Entregue as crianças à natureza.
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que
feminino. Classificam-se em: se refere a palavra. Veja:
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. A criança chorona chamava-se João.
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré A criança chorona chamava-se Maria.
fêmea. Outros substantivos sobrecomuns:
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, criatura.
o indivíduo. o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O
cônjuge de Marcela faleceu
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
meio do artigo. Comuns de Dois Gêneros:
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Saiba que: Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
são masculinos. É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
variam em seu significado. A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.
capital (dinheiro) e a capital (cidade) o colega - a colega
um jovem - uma jovem
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes artista famoso - artista famosa
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a.
aluno - aluna - A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao gêneros.
masculino.
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APOSTILAS OPÇÃO
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada Gênero e Significação:
preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de Muitos substantivos têm uma significação no masculino e
carochinha. outra no feminino.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: Observe:
O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
a personagem. o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os
Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente
personagem. de um bloco carnavalesco, manejando um bastão)
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou
fotográfico Ana Belmonte. proibição de trânsito)
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n”
A histórica Ouro Preto. fazem o plural pelo acréscimo de “s”.
A dinâmica São Paulo. pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no
A acolhedora Porto Alegre. plural).
Uma Londres imensa e triste. Exceção: cânon - cânones.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
“ns”.
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APOSTILAS OPÇÃO
homem - homens. verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
pelo acréscimo de “es”. e) Casos Especiais
revólver – revólveres raiz - raízes o louva-a-deus e os louva-a-deus
Atenção: O plural de caráter é caracteres. o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se o joão-ninguém e os joões-ninguém.
no plural, trocando o “l” por “is”.
quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis Plural das Palavras Substantivadas
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
maneiras: flexões próprias dos substantivos.
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis Pese bem os prós e os contras.
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. O aluno errou na prova dos noves.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
variam no plural.
f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo Plural dos Diminutivos
de “es”: ás – ases / retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. acrescenta-se o sufixo diminutivo.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três animai(s) + zinhos = animaizinhos
maneiras. botõe(s) + zinhos = botõezinhos
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães farói(s) + zinhos = faroizinhos
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos tren(s) + zinhos = trenzinhos
h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o colhere(s) + zinhas = colherezinhas
látex - os látex. flore(s) + zinhas = florezinhas
mão(s) + zinhas = mãozinhas
Plural dos Substantivos Compostos papéi(s) + zinhos = papeizinhos
A formação do plural dos substantivos compostos depende nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam funi(s) + zinhos = funizinhos
o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que pé(s) + zitos = pezitos
são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos
simples: Plural dos Nomes Próprios Personativos
aguardente e aguardentes girassol e girassóis Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
pontapé e pontapés malmequer e malmequeres que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são As Raquéis e Esteres.
ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
Algumas orientações são dadas a seguir: Plural dos Substantivos Estrangeiros
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores terminam em “s” ou “z”).
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos os shows os shorts os jazz
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras as regras de nossa língua:
os clubes os chopes
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando os jipes os esportes
formados de: as toaletes os bibelôs
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas os garçons os réquiens
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
falantes Observe o exemplo:
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
formados de: Plural com Mudança de Timbre
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- Certos substantivos formam o plural com mudança de
colônia e águas-de-colônia timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- chamado metafonia (plural metafônico).
vapor e cavalos-vapor
substantivo + substantivo que funciona como determinante Singular Plural Singular Plural
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó)
anterior. esforço esforços ovo ovos
palavra-chave - palavras-chave fogo fogos poço poços
bomba-relógio - bombas-relógio forno fornos porto portos
notícia-bomba - notícias-bomba fosso fossos posto postos
homem-rã - homens-rã imposto impostos rogo rogos
olho olhos tijolo tijolos
d) Permanecem invariáveis, quando formados de:
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APOSTILAS OPÇÃO
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, Adjetivo
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou
molho (ó) = feixe (molho de lenha). característica do ser e se relaciona com o substantivo.
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos
Particularidades sobre o Número dos Substantivos que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa
a) Há substantivos que só se usam no singular: bondosa.
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc. Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade,
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
b) Outros só no plural: moça bondade, pessoa bondade.
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo.
(naipes de baralho), as fezes.
Morfossintaxe do Adjetivo:
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular: O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
bem (virtude) e bens (riquezas) de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem, adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
títulos)
Adjetivo Pátrio
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe
sentido de plural: alguns deles:
Aqui morreu muito negro. Estados e cidades brasileiros:
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
improvisadas.
Alagoas alagoano
Flexão de Grau do Substantivo Amapá amapaense
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
variações de tamanho dos seres. Classifica-se em: Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
normal. Por exemplo: casa Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
Classifica-se em: Cabo Frio cabo-friense
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que Campinas campineiro ou campinense
indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de Adjetivo Pátrio Composto
aumento. Por exemplo: casarão. Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. Observe alguns exemplos:
Pode ser:
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
indica pequenez. Por exemplo: casa pequena. África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo:
diminuição. Por exemplo: casinha. Competições teuto-inglesas
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APOSTILAS OPÇÃO
Gênero dos Adjetivos Comparativo
Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem Nesse grau, comparam-se a mesma característica
(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos, atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
classificam-se em: atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade,
Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos
outra para o feminino. abaixo:
Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia. 1) Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
somente o último elemento.
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte- 2) Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de
americana. Superioridade Analítico
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois
Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é
para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz. analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença 3) O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de
político-social. Superioridade Sintético
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função Observe que:
de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade,
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas
um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar
Logo: camisas cinza, ternos cinza. as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais
Veja outros exemplos: pequeno.
Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de
Motos vinho (mas: motos verdes) dois elementos.
Paredes musgo (mas: paredes brancas). Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). qualidades de um mesmo elemento.
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APOSTILAS OPÇÃO
mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões
doce dulcíssimo
mais sólidas com o mundo do crime.
fácil facílimo Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda.
Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
fiel fidelíssimo
aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão
superlotadas.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a
é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
criminalidade e tratar os que ingressaram nela.
pode ser:
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo.
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os
De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e
Note bem:
construir cadeias novas para substituir as velhas.
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas
dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc.,
preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão
antepostos ao adjetivo.
capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los
2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das
formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
artístico.
latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
A forma popular é constituída do radical do adjetivo
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas
3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
corresponde a – características de epidemias.
necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas
Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável
em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
hiato i-í.
A) água fluvial – água da chuva.
B) produção aurífera – produção de ouro.
Questões
C) vida rupestre – vida do campo.
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
01. Leia o texto a seguir.
E) costela bovina – costela de porco.
Violência epidêmica
02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto:
A) azul-celeste
A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora
B) azul-pavão
possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes
C) surda-muda
sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características
D) branco-gelo
epidêmicas.
A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades
03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não
de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes
estão no grau superlativo absoluto sintético:
centros urbanos e se dissemina pelo interior.
A) Arquimilionário/ ultraconservador;
As estratégias que as sociedades adotam para combater a
B) Supremo/ ínfimo;
violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito
C) Superamigo/ paupérrimo;
pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços
D) Muito amigo/ Bastante pobre
ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras
enfermidades.
Respostas
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações
1-B / 2-C / 3-D
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas
Pronome
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de
seus desejos.
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que
se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao
alguma forma.
desenvolvimento psicológico pleno.
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
A revisão de estudos científicos permite identificar três
[substituição do nome]
fatores principais na formação das personalidades com maior
inclinação ao comportamento violento:
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos,
[referência ao nome]
humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida.
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes
Essa moça morava nos meus sonhos!
transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não
[qualificação do nome]
lhes impuseram limites de disciplina.
Grande parte dos pronomes não possuem significados
3) Associação com grupos de jovens portadores de
fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de
comportamento antissocial.
um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças
daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no
que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à
ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos
falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social,
e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal
esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a
apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar,
violência crescente nas cidades.
indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
dessa característica, os pronomes apresentam uma forma
resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o
específica para cada pessoa do discurso.
criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver
preso.
Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao
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Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada? do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala] diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca
o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da
A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada. oração.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala] Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em número Pronome Oblíquo Átono
(singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através
do pronome seja coerente em termos de gênero e número São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são
(fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca.
este se apresenta ausente no enunciado. Ele me deu um presente.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
da nossa escola neste ano. - 1ª pessoa do singular (eu): me
[nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância - 2ª pessoa do singular (tu): te
adequada] - 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
[neste: pronome que determina “ano” = concordância - 1ª pessoa do plural (nós): nos
adequada] - 2ª pessoa do plural (vós): vos
[ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância - 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
inadequada]
Observações:
Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se
demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar
Pronomes Pessoais diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a
função de objeto indireto na oração.
São aqueles que substituem os substantivos, indicando
diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos
assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, diretos como objetos indiretos.
“você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
“eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de objetos diretos.
quem fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções Saiba que:
que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se
oblíquo. com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo,
mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-
Pronome Reto la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas
nos exemplos que seguem:
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,
exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Nós lhe ofertamos flores. - Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a
vocês?
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero - Sim, entreguei-to ainda há - Não, no-la contaram.
(apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal pouco.
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o
quadro dos pronomes retos é assim configurado: No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
- 1ª pessoa do singular: eu até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
- 2ª pessoa do singular: tu
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Atenção:
- 1ª pessoa do plural: nós Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois
- 2ª pessoa do plural: vós de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
- 3ª pessoa do plural: eles, elas -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
tempo que a terminação verbal é suprimida.
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como Por exemplo: fiz + o = fi-lo
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi fazei + o = fazei-os
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, dizer + a = dizê-la
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. viram + o: viram-no
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome repõe + os = repõe-nos
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas retém + a: retém-na
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do tem + as = tem-nas
verbo indicadas pelo pronome reto.
Fizemos boa viagem. (Nós) Pronome Oblíquo Tônico
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- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo A Segunda Pessoa Indireta
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico que podem ser observados no quadro seguinte:
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
repetem a forma do pronome pessoal do caso reto. Pronomes de Tratamento
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos Vossa Alteza V. A. príncipes, duques
contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
pronomes costumam ser usados desta forma: Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos
Não há mais nada entre mim e ti. Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. oficiais-generais
Não há nenhuma acusação contra mim. Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de
Não vá sem mim. universidades
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
Atenção: Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores
Há construções em que a preposição, apesar de surgir Vossa Santidade V. S. Papa
anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito cerimonioso
expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso Vossa Onipotência V. O. Deus
reto.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
Não vá sem eu mandar. no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português
- A combinação da preposição “com” e alguns pronomes do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente;
originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à
conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos linguagem litúrgica, ultraformal ou literária.
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
companhia. Observações:
Ele carregava o documento consigo. a) Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de
tratamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com relação à pessoa com quem falamos.
nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este
por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou encontro.
algum numeral. Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Você terá de viajar com nós todos. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
Ele disse que iria com nós três. - Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao
Pronome Reflexivo tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo b) 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-
verbo. se à 2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. na 3ª pessoa.
Eu não me vanglorio disso. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Eles se conheceram. (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Elas deram a si um dia de folga. possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
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Observe o quadro: No tempo:
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
Número Pessoa Pronome ao ano presente.
singular primeira meu(s), minha(s) Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a
um passado próximo.
singular segunda teu(s), tua(s) Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
singular terceira seu(s), sua(s) referindo a um passado distante.
plural primeira nosso(s), nossa(s) - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou
plural segunda vosso(s), vossa(s) invariáveis, observe:
plural terceira seu(s), sua(s) Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
o objeto possuído. - o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
difícil. Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
Observações: te indiquei.)
- mesmo(s), mesma(s):
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem.
alteração fonética da palavra senhor. - próprio(s), própria(s):
- Muito obrigado, seu José. Os próprios alunos resolveram o problema.
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. - semelhante(s):
Podem ter outros empregos, como: Não compre semelhante livro.
a) indicar afetividade. - tal, tais:
- Não faça isso, minha filha. Tal era a solução para o problema.
b) indicar cálculo aproximado.
Ele já deve ter seus 40 anos. Note que:
c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela. a) Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o salientar algum termo anterior. Por exemplo:
pronome possessivo fica na 3ª pessoa. Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso.
Vossa Excelência trouxe sua mensagem? Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte!
b) O pronome demonstrativo neutro ou pode representar
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que
concorda com o mais próximo. aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
Trouxe-me seus livros e anotações. O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam.
c) Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer,
átonos assumem valor de possessivo. chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes
Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.) de).
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse.
Pronomes Demonstrativos d) Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a lugar.
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
discurso. e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
A menina foi a tal que ameaçou o professor?
No espaço: f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso,
está perto da pessoa que fala. nisso, no, etc.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que
fala. Pronomes Indefinidos
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto indeterminada.
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro plantadas.
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa
ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade não se quer revelar.
destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar Classificam-se em:
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que
envia a mensagem). - Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar
do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São
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eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
outrem, quem, tudo. expresso.
Algo o incomoda? Quem casa, quer casa.
Quem avisa amigo é.
Observe:
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s). Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões. Note que:
a) O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego,
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído
pronomes indefinidos adjetivos: por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), um substantivo.
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
Menos palavras e mais ações.
Alguns se contentam pouco. b) O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para
Os pronomes indefinidos podem ser divididos verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter
em variáveis e invariáveis. Observe: várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, ou depois de determinadas preposições:
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria
nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. ambiguidade.)
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
cada. Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
São locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um,
qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for, c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou refere a uma oração.
qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
Cada um escolheu o vinho desejado. Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a
sua vocação natural.
Indefinidos Sistemáticos
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente,
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais,
percebemos que existem alguns grupos que criam oposição das quais.
de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/ (antecedente) (consequente)
nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém,
que se referem à pessoa, e algo/nada, que se referem à coisa; e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza. um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo:
Essas oposições de sentido são muito importantes na
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas Emprestei tantos quantos foram necessários.
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos (antecedente)
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes
indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem Ele fez tudo quanto havia falado.
parte: (antecedente)
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado
prático. f) O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são precedido de preposição.
pessoas quaisquer.
É um professor a quem muito devemos.
Pronomes Relativos (preposição)
São aqueles que representam nomes já mencionados g) “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
orações subordinadas adjetivas. A casa onde morava foi assaltada.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
grupo racial sobre outros. h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = que.
oração subordinada adjetiva). Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e exterior.
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema”
é antecedente do pronome relativo que. i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome - como (= pelo qual)
demonstrativo o, a, os, as. Não me parece correto o modo como você agiu semana
Não sei o que você está querendo dizer. passada.
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APOSTILAS OPÇÃO
- quando (= em que) 02. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou
Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame. que o que mais se faz no Facebook, depois de interagir com
amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer.
j) Os pronomes relativos permitem reunir duas orações Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará
numa só frase. formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo
O futebol é um esporte. mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de
O povo gosta muito deste esporte. transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos
fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais
que existam exceções _______qualquer regra, todos os estudos
k) Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são
ocorrer a elipse do relativo “que”. mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem
A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria, fora dela.
(que) fumava. Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito
geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo
Pronomes Interrogativos mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles
São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe
ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando
se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos,
inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das
interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às
informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba
preferes. adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos do conceito de amizade.
passageiros desembarcaram. É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou
diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente
Sobre os pronomes: assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e
“seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito
mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo
O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu
sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si
desempenha função de complemento. Vamos entender, independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto
primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas.
função exerce. Observe as orações: No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. começar a te seguir. Nós não nos conhecemos.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá- Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
lo. nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também
podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você.
Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. si.
Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em:
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo. <http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet-
Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, estamudando-amizade-619645.shtml>.
o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a
segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que
se referem.
Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo amizades.
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma
entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) superficial de amizade.
estiver no infinitivo ou gerúndio. III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
Eu desejo lhe perguntar algo. se aos pronomes eu e você.
Eu estou perguntando-lhe algo.
Quais estão corretas?
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: (A) Apenas I.
(B) Apenas II.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente (C) Apenas III.
dos segundos que são sempre precedidos de preposição. (D) Apenas I e II.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu (E) I, II e III.
estava fazendo.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que 03. Observe a charge a seguir.
eu estava fazendo.
Questões
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APOSTILAS OPÇÃO
Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada. a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências
(A) A fala do personagem é uma modificação intencional de normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações
uma fala de Cristo. no radical.
(B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a
pessoas distintas. Por exemplo: canto cantei cantarei cantava cantasse
(C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações
poder. no radical ou nas desinências.
(D) A posição dos braços do personagem na charge repete a Por exemplo: faço fiz farei fizesse
de Cristo na cruz. c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
(E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais.
forma equilibrada.
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito.
Respostas Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os
01. A\02. E\03. B principais verbos impessoais são:
a) haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se
ou fazer (em orações temporais).
Verbo Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)
processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
ocorrência (nascer); desejo (querer). b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
possíveis significados. Observe que palavras como corrida, Era primavera quando a conheci.
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns Estava frio naquele dia.
verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem. c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
Estrutura das Formas Verbais escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal-
humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado.
Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
apresentar os seguintes elementos: deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
a) Radical: é a parte invariável, que expressa o significado Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
essencial do verbo. Por exemplo: Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
d) São impessoais, ainda:
b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a 1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo.
conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r Ex.: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de,
São três as conjugações: indicando suficiência. Ex.:
1ª - Vogal Temática - A - (falar) Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
2ª - Vogal Temática - E - (vender) 3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem,
3ª - Vogal Temática - I - (partir) Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos,
tempo e o modo do verbo. então, pessoais.
Por exemplo: 4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.) possível”. Por exemplo:
falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.) Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?
d) Desinência número-pessoal: é o elemento que designa
a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou - Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se
plural). apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) A fruta amadureceu.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) As frutas amadureceram.
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a pessoais na linguagem figurada:
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver Teu irmão amadureceu bastante.
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
verbo: põe, pões, põem, etc. animais; eis alguns:
bramar: tigre
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos coaxar: sapo
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com cricrilar: grilo
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no
radical do verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas Os principais verbos unipessoais são:
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. ser (preciso, necessário, etc.).
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos
Classificação dos Verbos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
Classificam-se em: É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
Língua Portuguesa 18
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APOSTILAS OPÇÃO
2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da Conjugação dos Verbos Auxiliares
conjunção que.
SER - Modo Indicativo
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de
fumar.) Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são.
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos,
(Sujeito: que não vejo Cláudia) vós éreis, eles eram.
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais. Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
fomos, vós fostes, eles foram.
- Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos Pretérito Perfeito Composto: tenho sido.
morfológicos ou eufônicos. Por exemplo: Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós
verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do fôramos, vós fôreis, eles foram.
indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido.
provavelmente causaria problemas de interpretação em certos Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria,
contextos. nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do Futuro do Pretérito Composto: terei sido.
indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos,
considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas vós sereis, eles serão.
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas Futuro do Pretérito Composto: Teria sido.
verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é
o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a SER - Modo Subjuntivo
popularização da informática, tem sido conjugado em todos os
tempos, modos e pessoas. Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós
sejamos, que vós sejais, que eles sejam.
d) Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse,
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem.
ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido.
terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
curtas (particípio irregular). Observe: for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem.
Futuro Composto: tiver sido.
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular SER - Modo Imperativo
Anexar Anexado Anexo Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede
vós, sejam eles.
Dispersar Dispersado Disperso Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos
Eleger Elegido Eleito nós, não sejais vós, não sejam eles.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por
Envolver Envolvido Envolto sermos nós, por serdes vós, por serem eles.
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SER - Formas Nominais
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto Formas Nominais
Infinitivo: ser
Pegar Pegado Pego Gerúndio: sendo
Soltar Soltado Solto Particípio: sido
e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
em sua conjugação. nós, serdes vós, serem eles.
Por exemplo:
ESTAR - Modo Indicativo
Ir Pôr Ser Saber Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais,
vou ponho sou sei eles estão.
vais pus és sabes Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós
ides pôs fui soube estávamos, vós estáveis, eles estavam.
fui punha foste saiba Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele
esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram.
foste seja
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado.
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu
f) Auxiliares estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles
São aqueles que entram na formação dos tempos estiveram.
compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
Futuro do Presente Composto: terei estado.
Vou espantar as moscas. Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele
(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo) estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam.
Futuro do Pretérito Composto: teria estado.
Está chegando a hora do debate.
(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio) ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que
haver. nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se
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APOSTILAS OPÇÃO
ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles Gerúndio: havendo
estivessem. Particípio: havido
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres, TER - Modo Indicativo
quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós
estiverdes, quando eles estiverem. Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes,
Futuro Composto: Tiver estado. eles têm.
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós
Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós, tínhamos, vós tínheis, eles tinham.
estai vós, estejam eles. Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós
Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não tivemos, vós tivestes, eles tiveram.
estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles. Pretérito Perfeito Composto: tenho tido.
Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele, Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras,
por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles. ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido.
Formas Nominais Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós
Infinitivo: estar teremos, vós tereis, eles terão.
Gerúndio: estando Futuro do Presente: terei tido.
Particípio: estado Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria,
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
ESTAR - Formas Nominais Futuro do Pretérito composto: teria tido.
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APOSTILAS OPÇÃO
chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava. Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo: Maria Tempos Verbais
penteou-me.
Tomando-se como referência o momento em que se fala,
Observações: a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes Veja:
oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
sintática. 1. Tempos do Indicativo
2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes
oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, - Presente - Expressa um fato atual. Por exemplo:
são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, Eu estudo neste colégio.
apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num
exercem funções sintáticas. momento anterior ao atual, mas que não foi completamente
Por exemplo: terminado. Por exemplo: Ele estudava as lições quando foi
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto interrompido.
direto) - 1ª pessoa do singular - Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Modos Verbais Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo início no passado e que pode se prolongar até o momento atual.
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
modos: - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já tinha
Eu sempre estudo. estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram.
exemplo: Talvez eu estude amanhã. (forma simples)
Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por - Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
exemplo: Estuda agora, menino. ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual.
Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã.
Formas Nominais - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal,
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, os alunos já terão terminado o teste.
advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. - Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode
Observe: ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por
- a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de - Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que
substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta) poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) passado. Por exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente viajado nas férias.
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro. 2. Tempos do Subjuntivo
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame.
apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas
nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira: posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que
ele vencesse o jogo.
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós) em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles) Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente
Por exemplo: terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha
Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação. estudado bastante, não passou no teste.
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode
- c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo:
advérbio. Por exemplo: Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que
advérbio) indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) levará as encomendas.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: ao momento atual mas já terminado antes de outro fato
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. visitaremos.
Língua Portuguesa 21
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APOSTILAS OPÇÃO
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantaIS vendeIS partIS IS cantEM vendAM partAM E A M
cantaM vendeM parteM M
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Pretérito Perfeito do Indicativo
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a
1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação/Desinência desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
pessoal obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse
CANTAR VENDER PARTIR tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número
canteI vendI partI I e pessoa correspondente.
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U 1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS 1ª /2ª e 3ª conj.
cantaSTES vendeSTES partISTES STES CANTAR VENDER PARTIR
cantaRAM vendeRAM partiRAM AM cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
Pretérito mais-que-perfeito cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess. cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
1ª/2ª e 3ª conj. cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M
CANTAR VENDER PARTIR - -
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø Futuro do Subjuntivo
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa
correspondente.
Pretérito Imperfeito do Indicativo
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess.
1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação 1ª /2ª e 3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA cantaR vendeR partiR Ø
cantAVAS vendIAS partAS cantaRES vendeRES partiRES R ES
CantAVA vendIA partIA cantaR vendeR partiR R Ø
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantAVAM vendIAM partIAM cantaREM vendeREM PartiREM R EM
Língua Portuguesa 22
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APOSTILAS OPÇÃO
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
sede (vós). alheio, representando uma qualidade, característica.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
CANTAR VENDER PARTIR advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos
verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando
Infinitivo Pessoal como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por
mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação tal função. Temos aí o que chamamos de locução adverbial,
CANTAR VENDER PARTIR representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem
cantar vender partir dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras.
cantarES venderES partirES
cantar vender partir Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
cantarMOS venderMOS partirMOS circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
cantarDES venderDES partirDES distintas categorias, uma vez expressas por:
cantarEM venderEM partirEM de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
Questões jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente,
___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada bondosamente, generosamente
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
do texto. tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
(A) sejam … mantesse muito, por completo.
(B) sejam … mantivessem de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
(C) sejam … mantém amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
(D) seja … mantivessem doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
(E) seja … mantêm afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
verbal em destaque expressa ação em breve, hoje em dia
(A) concluída. de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
(B) atemporal. além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
(C) contínua. longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
(D) hipotética. alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
(E) futura. à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
ao lado, em volta
03. (Escrevente TJ SP Vunesp) Sem querer estereotipar, de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
mas já estereotipando: trata--se de um ser cujas interações sociais forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”. de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente,
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela. efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
(C) adotar como referência de qualidade. indubitavelmente
(D) julgar de acordo com normas legais. de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. simplesmente, só, unicamente
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
Respostas de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
de designação: Eis
1-B / 2-C / 3-E de interrogação: onde?(lugar), como?(modo),
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade),
Advérbio para quê?(finalidade)
Língua Portuguesa 23
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APOSTILAS OPÇÃO
Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe Curiosamente, também é possível achar um blog que diz
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se
inconstitucionalissimamente, etc; quebrou ao cair no chão.
Diminutivo: diminui a intensidade. Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar - felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
devagarinho, ajudar a polícia na investigação.
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
Questões quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que
01. Leia os quadrinhos para responder a questão. eles sejam julgados e condenados.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar.
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns
dos caminhos.
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado)
Cultura matemática
(Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume Hélio Schwartsman
Único) SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito
advérbios: AÍ e ainda. tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito
Considerando que advérbio é a palavra que modifica com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas
um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando quais os números não encontravam muito espaço, como direito,
a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente.
a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios
circunstâncias expressas por eles. universitários, é considerado aceitável que um intelectual se
A) Lugar e negação. vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá
B) Lugar e tempo. da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou
C) Modo e afirmação. dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão
D) Tempo e tempo. recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na
E) Intensidade e dúvida. manga da camisa.
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a
02. Leia o texto a seguir. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
Impunidade é motor de nova onda de agressões ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo
para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas técnicas.
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
repercussões. até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da assimilar toda a numeralha que idealmente as informa.
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação para compreender as novas pesquisas que trazem informações
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher. relevantes para nossa saúde e bem-estar.
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna mecânica quântica indicam que existem universos paralelos,
fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene
sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não eficaz para exprimir as leis da física.
passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao Releia os trechos apresentados a seguir.
cair no chão. - Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras
podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números
não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo)
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APOSTILAS OPÇÃO
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma Por + o = pelo(s)
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º Por + a = pela(s)
parágrafo)
Preposição + Pronomes
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e De + ele(s) = dele(s)
respectivamente, circunstâncias de De + ela(s) = dela(s)
A) afirmação e de intensidade. De + este(s) = deste(s)
B) modo e de tempo. De + esta(s) = desta(s)
C) modo e de lugar. De + esse(s) = desse(s)
D) lugar e de tempo. De + essa(s) = dessa(s)
E) intensidade e de negação. De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
Respostas De + isto = disto
1-B / 2-C / 3-B De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
Preposição De + aqui = daqui
De + aí = daí
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar De + ali = dali
termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente De + outro = doutro(s)
há uma subordinação do segundo termo em relação ao De + outra = doutra(s)
primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura Em + este(s) = neste(s)
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores Em + esta(s) = nesta(s)
semânticos indispensáveis para a compreensão do texto. Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Tipos de Preposição Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente Em + isso = nisso
como preposições. Em + aquilo = naquilo
A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, A + aquele(s) = àquele(s)
para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com. A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes
gramaticais que podem atuar como preposições. Dicas sobre preposição
Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto. 1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal
oblíquo e artigo. Como distingui-los?
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas. - Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular
acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, e feminino.
graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por A dona da casa não quis nos atender.
trás de. Como posso fazer a Joana concordar comigo?
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode - Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois
unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela Cheguei a sua casa ontem pela manhã.
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da um tratamento adequado.
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/
Esse processo de junção de uma preposição com outra ou a função de um substantivo.
palavra pode se dar a partir de dois processos: Temos Maria como parte da família. / A temos como parte
da família
1. Combinação: A preposição não sofre alteração. Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. /
preposição a + artigos definidos o, os Creio que a conhecemos melhor que ninguém.
a + o = ao
preposição a + advérbio onde 2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das
a + onde = aonde preposições:
Destino = Irei para casa.
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração. Modo = Chegou em casa aos gritos.
Lugar = Vou ficar em casa;
Preposição + Artigos Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência.
De + o(s) = do(s) Tempo = A prova vai começar em dois minutos.
De + a(s) = da(s) Causa = Ela faleceu de derrame cerebral.
De + um = dum Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o
De + uns = duns tratamento.
De + uma = duma Instrumento = Escreveu a lápis.
De + umas = dumas Posse = Não posso doar as roupas da mamãe.
Em + o(s) = no(s) Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom.
Em + a(s) = na(s) Companhia = Estarei com ele amanhã.
Em + um = num Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
Em + uma = numa Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Em + uns = nuns Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
Em + umas = numas Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
A + à(s) = à(s) Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
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APOSTILAS OPÇÃO
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista. 02. Considere o trecho a seguir.
O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio,
Questões garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham,
01. Leia o texto a seguir. é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na
instituição.
“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação
As preposições que preenchem o trecho, correta,
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos A) a ...com
preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, B) de ...com
grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos C) de ...a
em comum: tabuleiros e peças de xadrez. D) com ...a
O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula E) para ...de
de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
que pretendem fazer quando estiverem em liberdade. 03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque
“Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar expressa ideia de finalidade.
duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada, A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$
pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate, 957,70 para R$ 1.915,40.
instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que
errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para
vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema comprovar o crime.
maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos. C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos o exame clínico”...
em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz
que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas
a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”.
Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade
o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi policial de dizer quem está embriagado...
implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória Respostas
não é o mais importante. 1-B / 2-B / 3-B
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas Conjunção
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como
estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou
ao bom comportamento”. dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo:
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido
Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as
no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo amiguinhas.
por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade, Deste exemplo podem ser retiradas três informações:
já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e
pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma 1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as
atitude”. amiguinhas
Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a
liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos Cada informação está estruturada em torno de um verbo:
já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações:
minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a 1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou
minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo 3ª oração: quando viu as amiguinhas.
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”. A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
“Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As
egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações.
não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair Observe: Gosto de natação e de futebol.
sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes
Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo. ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que- ligando termos de uma mesma oração.
liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado)
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações
No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o
termo em destaque expressa relação de Morfossintaxe da Conjunção
A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem
do projeto “Xadrez que liberta”. propriamente uma função sintática: são conectivos.
B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
de falar. Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções
C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para Subordinativas
termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou Conjunções coordenativas
muito feliz, porque eu não esperava. Dividem-se em:
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir
a revisão da minha pena. - ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.
Ex. Gosto de cantar e de dançar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
não só...como também.
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APOSTILAS OPÇÃO
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição, com a dúvida de como distinguir uma oração causal de uma
de compensação. explicativa. Veja os exemplos:
Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
todavia, no entanto, entretanto. atropelado”:
a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. uma explicação do fato expresso na oração anterior.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer... uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que
quer, já...já. vêm marcadas por vírgula.
Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Ex. b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
Estudei muito, por isso mereço passar. Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois explicativa.
(depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo)
- EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É 2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade
melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora. porque não havia cemitério no local.”
Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada
do verbo), porquanto. (parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê-
Conjunções subordinativas la é colocá-la no início do período, introduzida pela
- CAUSAIS conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos
vez que, como (= porque). em outra cidade.
Ele não fez o trabalho porque não tem livro. b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente
dependentes uma da outra.
- COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, Questões
mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio. 01. Leia o texto a seguir.
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
- CONCESSIVAS mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos
mesmo que, apesar de, se bem que. de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou
inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”. até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem
Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos
cansada) ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços
Apesar de ter chovido fui ao cinema. de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô,
o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de
- CONFORMATIVAS Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
Principais conjunções conformativas: como, segundo, um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no
conforme, consoante passado.
Cada um colhe conforme semeia. Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877,
Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade. existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para
- CONSECUTIVAS os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a
Expressam uma ideia de consequência. tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”, que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando
“tão”, “tamanho”). a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos,
Falou tanto que ficou rouco. as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de
concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem
- FINAIS de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão
Expressam ideia de finalidade, objetivo. saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
Todos trabalham para que possam sobreviver. depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
(=para que), eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical.
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia
- PROPORCIONAIS Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77)
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
mais, ao passo que, à proporção que. No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos,
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha. ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós.
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APOSTILAS OPÇÃO
ameaçador… – é correto afirmar que se trata de conjunção locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
(A) comparativa nas duas ocorrências. sentença.
(B) conformativa nas duas ocorrências. Veja os exemplos:
(C) comparativa na primeira ocorrência. Bravo! Bis!
(D) causal na segunda ocorrência. bravo e bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
(E) causal na primeira ocorrência. bom! Repitam!»
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
03. Leia o texto a seguir. ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou
“Estou com dor!”
Participação
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que
Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro,
nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação um estado da alma decorrente de uma situação particular, um
junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é momento ou um contexto específico. Exemplos:
simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes” Ah, como eu queria voltar a ser criança!
de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição
e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela
expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um O significado das interjeições está vinculado à maneira
convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita
é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis. o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
enunciação. Exemplos:
Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta Psiu!
estrofe: contexto: alguém pronunciando essa expressão na rua;
“Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei,
vida ou morte − será arte?” espere!”
Psiu!
O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte contexto: alguém pronunciando essa expressão em um
na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça
espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse silêncio!”
verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão puxa: interjeição; tom da fala: euforia
particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se puxa: interjeição; tom da fala: decepção
mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa
identidade social. As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria,
vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação, tristeza, dor, etc.
de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa Você faz o que no Brasil?
hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção. Eu? Eu negocio com madeiras.
(Belarmino Tavares, inédito) Ah, deve ser muito interessante.
b) Sintetizar uma frase apelativa
Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma Cuidado! Saia da minha frente.
relação de causa e efeito: As interjeições podem ser formadas por:
A) ser poeta e militante político / confronto entre a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
subjetividade e atuação social b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
B) ser poeta e militante político / divisão permanente em c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
cada um de nós bolas!
C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que
E) participar ativamente da política / formular hipóteses uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
com ar de convicção Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Respostas Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
1-E / 2-E / 3-A
Classificação das Interjeições
Interjeição
Comumente, as interjeições expressam sentido de:
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções,
Atenção!, Olha!, Alerta!
sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
mais elaboradas. Observe o exemplo:
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
raiva se traduz numa palavra: Droga!
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
- Desculpa: Perdão!
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
Eh!
ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
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APOSTILAS OPÇÃO
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Ora! conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz! - como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos -
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas.
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que
Deus! racional fazem das interjeições presença constante nos textos
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! publicitários.
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf89.php
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes,
Numeral
nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa
não se trata de um processo natural dessa classe de palavra,
em determinada sequência.
mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”]
Locução Interjetiva Eu quero café duplo, e você?
[duplo: numeral = atributo numérico de “café”]
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor!
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo [primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de
Ora bolas! “fila”]
Quem me dera!
Virgem Maria! Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que
Meu Deus! os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a
Ai de mim! expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata
Valha-me Deus! de numerais, mas sim de algarismos.
Graças a Deus! Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a
Alto lá! ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras
Muito bem! consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção
ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
Observações: ambos(as), novena.
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por Classificação dos Numerais
exemplo:
Ué! = Eu não esperava por essa! Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico:
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe. um, dois, cem mil, etc.
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada:
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu primeiro, segundo, centésimo, etc.
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
podem aparecer como interjeições. dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
Viva! Basta! (Verbos) Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
Fora! Francamente! (Advérbios) seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada:
dobro, triplo, quíntuplo, etc.
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
porque sozinha pode constituir uma mensagem. Leitura dos Numerais
Socorro!
Ajudem-me! Separando os números em centenas, de trás para frente,
Silêncio! obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no
Fique quieto! início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos
usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
que exprimem ruídos e vozes. e seis.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof! 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
Flexão dos numerais
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
depois do “ó” vocativo. diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc.
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número:
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac) milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas primeiro segundo milésimo
de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no primeira segunda milésima
diminutivo ou no superlativo. primeiros segundos milésimos
Calminha! Adeusinho! Obrigadinho! primeiras segundas milésimas
Interjeições, leitura e produção de textos
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam
Usadas com muita frequência na língua falada informal, em funções substantivas:
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APOSTILAS OPÇÃO
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. duzentos ducentésimo - ducentésimo
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais trezentos trecentésimo - trecentésimo
flexionam-se em gênero e número: quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
Teve de tomar doses triplas do medicamento. quinhentos quingentésimo - quingentésimo
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças setecentos septingentésimo - septingentésimo
partes oitocentos octingentésimo - octingentésimo
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma novecentos nongentésimo
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. ou noningentésimo - nongentésimo
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos mil milésimo - milésimo
numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. milhão milionésimo - milionésimo
É o que ocorre em frases como: bilhão bilionésimo - bilionésimo
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade! Questões
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
divisão de futebol) 01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais”
temos exemplos de numerais:
Emprego dos Numerais A) ordinais;
B) cardinais;
*Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em C) fracionários;
que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a D) romanos;
partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do E) Nenhuma das alternativas.
substantivo:
Ordinais Cardinais 02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze) empregados.
D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis) A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro.
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte) B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo.
Século VIII (oitavo) Século XX (vinte) C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro.
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três) D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado.
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal
até nono e o cardinal de dez em diante: 03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez) são, respectivamente
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um) A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno,
nongentésimo
*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo
empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância Respostas
da solidariedade. Ambos agora participam das atividades 1-B / 2-D / 3-B
comunitárias de seu bairro.
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APOSTILAS OPÇÃO
Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que
Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto,
podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como 4) Variação linguística;
“Marcos não se deu bem”, tentou realizar alguma coisa e não
conseguiu.
Variação Linguística
Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma
palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, “Há uma grande diferença se fala um deus ou um herói; se
basicamente, duas possibilidades: um velho amadurecido ou um jovem impetuoso na flor da idade;
a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido se uma matrona autoritária ou uma dedicada; se um mercador
original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece errante ou um lavrador de pequeno campo fértil (...)”
no dicionário. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou
denotação - do signo linguístico. Todas as pessoas que falam uma determinada língua
b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro conhecem as estruturas gerais, básicas, de funcionamento
significado, passível de interpretações diferentes, dependendo podem sofrer variações devido à influência de inúmeros fatores.
do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o Tais variações, que às vezes são pouco perceptíveis e outras vezes
sentido conotativo - ou conotação do signo linguístico. bastante evidentes, recebem o nome genérico de variedades ou
Obs.: a linguagem poética faz bastante uso do sentido variações linguísticas.
conotativo das palavras, num trabalho contínuo de criar ou Nenhuma língua é usada de maneira uniforme por todos os
modificar o significado. Na linguagem cotidiana também é seus falantes em todos os lugares e em qualquer situação. Sabe-
comum a exploração do sentido conotativo, como consequência se que, numa mesma língua, há formas distintas para traduzir o
da nossa forte carga de afetividade e expressividade. mesmo significado dentro de um mesmo contexto. Suponham-
se, por exemplo, os dois enunciados a seguir:
Exemplos de variação no significado das palavras:
Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido próprio Veio me visitar um amigo que eu morei na casa dele faz
ou literal) tempo.
Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido Veio visitar-me um amigo em cuja casa eu morei há anos.
figurado) Qualquer falante do português reconhecerá que os dois
Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado) enunciados pertencem ao seu idioma e têm o mesmo sentido,
As variações nos significados das palavras ocasionam mas também que há diferenças. Pode dizer, por exemplo, que o
o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo segundo é de uma pessoa mais “estudada”.
(conotação) das palavras. O sentido denotativo é também Isso é prova de que, ainda que intuitivamente e sem saber
conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo dar grandes explicações, as pessoas têm noção de que existem
é também conhecido como sentido figurado. muitas maneiras de falar a mesma língua. É o que os teóricos
chamam de variações linguísticas.
Denotação As variações que distinguem uma variante de outra se
Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) manifestam em quatro planos distintos, a saber: fônico,
quando apresenta seu significado original, independentemente morfológico, sintático e lexical.
do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu
significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente Variações Fônicas
reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado
que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons
palavra. constituintes da palavra. Os exemplos de variação fônica são
A denotação tem como finalidade informar o receptor abundantes e, ao lado do vocabulário, constituem os domínios
da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um em que se percebe com mais nitidez a diferença entre uma
caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, variante e outra. Entre esses casos, podemos citar:
como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de - a queda do “r” final dos verbos, muito comum na linguagem
medicamentos, textos científicos, entre outros. oral no português: falá, vendê, curti (em vez de curtir), compô.
Exemplos: - o acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me
O elefante é um mamífero. alembro, o pássaro avoa, formas comuns na linguagem clássica,
Já li esta página do livro. hoje frequentes na fala caipira.
A empregada limpou a casa. - a queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava,
marelo (amarelo), margoso (amargoso), características na
Conotação linguagem oral coloquial.
Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) - a redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis
quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes (Petrópolis), fórfi (fósforo), porva (pólvora), todas elas formas
interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. típicas de pessoas de baixa condição social.
Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além - A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das
do sentido original da palavra, ampliando sua significação regiões do Brasil) ou como “l” (em certas regiões do Rio Grande
mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na linguagem
um sentido figurado e simbólico. caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu,
A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no farór, farol.
receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade - deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar,
que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem estrupo, cardeneta, típicos de pessoas de baixa condição social.
poética e na literatura, mas também ocorre em conversas
cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre Variações Morfológicas
outros.
São as que ocorrem nas formas constituintes da palavra.
Exemplos: Nesse domínio, as diferenças entre as variantes não são
Você é o meu sol! tão numerosas quanto as de natureza fônica, mas não são
Minha vida é um mar de tristezas. desprezíveis. Como exemplos, podemos citar:
Você tem um coração de pedra! - o uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar
o superlativo de adjetivos, recurso muito característico da
Fontes: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil1.php linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em vez de
http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denotacao/ humaníssimo), uma prova hiperdifícil (em vez de dificílima), um
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APOSTILAS OPÇÃO
carro hiperpossante (em vez de possantíssimo). usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era
- a conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos supimpa.
regulares: ele interviu (interveio), se ele manter (mantiver), se
ele ver (vir) o recado, quando ele repor (repuser). - Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras
- a conjugação de verbos regulares pelo modelo de recém-criadas, muitas das quais mal ou nem entraram para os
irregulares: vareia (varia), negoceia (negocia). dicionários. A moderna linguagem da computação tem vários
- uso de substantivos masculinos como femininos ou vice- exemplos, como escanear, deletar, printar; outros exemplos
versa: duzentas gramas de presunto (duzentos), a champanha extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a combinação
(o champanha), tive muita dó dela (muito dó), mistura do cal de sons), robotizar, robotização.
(da cal).
- a omissão do “s” como marca de plural de substantivos e - Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras
adjetivos (típicos do falar paulistano): os amigo e as amiga, os emprestadas de outra língua, que ainda não foram
livro indicado, as noite fria, os caso mais comum. aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso,
- o enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero há muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica,
que o Brasil reflete (reflita) sobre o que aconteceu nas últimas tais como: habeas-corpus (literalmente, “tenhas o corpo” ou,
eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava acontecer; Não mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso facto (“pelo
é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu. próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente,
“com as mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”,
Variações Sintáticas “impreciso”), sic (“assim, como está escrito”), data venia (“com
sua permissão”).
Dizem respeito às correlações entre as palavras da frase. No As palavras de origem inglesas são inúmeras: insight
domínio da sintaxe, como no da morfologia, não são tantas as (compreensão repentina de algo, uma percepção súbita), feeling
diferenças entre uma variante e outra. Como exemplo, podemos (“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto
citar: de informações básicas), jingle (mensagem publicitária em
- o uso de pronomes do caso reto com outra função que não forma de música).
a de sujeito: encontrei ele (em vez de encontrei-o) na rua; não Do francês, hoje são poucos os estrangeirismos que ainda não
irão sem você e eu (em vez de mim); nada houve entre tu (em se aportuguesaram, mas há ocorrências: hors-concours (“fora
vez de ti) e ele. de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra
- o uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez particular entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de
de “o”) convidei; eu lhe (em vez de “o”) vi ontem. corpo”, corporativismo), menu (cardápio), à la carte (cardápio
- a ausência da preposição adequada antes do pronome “à escolha do freguês”), physique du rôle (aparência adequada à
relativo em função de complemento verbal: são pessoas que (em caracterização de um personagem).
vez de: de que) eu gosto muito; este é o melhor filme que (em vez
de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que) eu - Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional
mais confio. como a medicina, a engenharia, a publicidade, o jornalismo.
- a substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome No jargão médico temos uso tópico (para remédios que não
“que” no início da frase mais a combinação da preposição “de” devem ser ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC
com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que eu já conhecia a ou acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No jargão
família dele (em vez de cuja família eu já conhecia). jornalístico chama-se de gralha, pastel ou caco o erro tipográfico
- a mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando como a troca ou inversão de uma letra. A palavra lide é o nome
se trata de verbos no imperativo: Entra, que eu quero falar com que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se
você (em vez de contigo); Fala baixo que a sua (em vez de tua) apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial.
voz me irrita. Quando o lide é muito prolixo, é chamado de nariz-de-cera. Furo
- ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles é notícia dada em primeira mão. Quando o furo se revela falso,
chegou tarde (em grupos de baixa extração social); Faltou foi uma barriga. Entre os jornalistas é comum o uso do verbo
naquela semana muitos alunos; Comentou-se os episódios. repercutir como transitivo direto: __ Vá lá repercutir a notícia
de renúncia! (esse uso é considerado errado pela gramática
Variações Léxicas normativa).
É o conjunto de palavras de uma língua. As variantes - Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não
do plano do léxico, como as do plano fônico, são muito deseja ser entendido por outros grupos ou que pretende marcar
numerosas e caracterizam com nitidez uma variante em sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria de grupos
confronto com outra. Eis alguns, entre múltiplos exemplos marginalizados, de grupos jovens e de segmentos sociais de
possíveis de citar: contestação, sobretudo quando falam de atividades proibidas. A
- a escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito lista de gírias é numerosíssima em qualquer língua: ralado (no
para formar o grau superlativo dos adjetivos, características da sentido de afetado por algum prejuízo ou má-sorte), ir pro brejo
linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior legal; maior (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente),
difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado. cara ou cabra (indivíduo, pessoa), bicha (homossexual
- as diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às masculino), levar um lero (conversar).
vezes, tão surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado
a lado do Oceano. Em Portugal chamam de cueca aquilo que no - Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico
Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila no Brasil, excessivamente erudito, muito raro, afetado: Escoimar (em vez
em Portugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em vez
diz pequeno almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em
chamamos de suéter, malha, camiseta. vez de obscurecer ou embaçar); conúbio (em vez de casamento);
chufa (em vez de caçoada, troça).
Designações das Variantes Lexicais:
- Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de
- Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por um léxico vulgar, rasteiro, obsceno, grosseiro. É o caso de quem
isso, denunciam uma linguagem já ultrapassada e envelhecida. diz, por exemplo, de saco cheio (em vez de aborrecido), se ferrou
É o caso de reclame, em vez de anúncio publicitário; na década (em vez de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar
de 60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz gatinha mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz).
ou forma semelhante), e um homem bonito era um pão; na
linguagem antiga, médico era designado pelo nome físico; um
bobalhão era chamado de coió ou bocó; em vez de refrigerante
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APOSTILAS OPÇÃO
Tipos de Variação Essas alterações recebem o nome de variações históricas.
Os dois textos a seguir são de Carlos Drummond de Andrade.
Não tem sido fácil para os estudiosos encontrar para as Neles, o escritor, meio em tom de brincadeira, mostra como a
variantes linguísticas um sistema de classificação que seja língua vai mudando com o tempo. No texto I, ele fala das palavras
simples e, ao mesmo tempo, capaz de dar conta de todas as de antigamente e, no texto II, fala das palavras de hoje.
diferenças que caracterizam os múltiplos modos de falar dentro
de uma comunidade linguística. O principal problema é que Texto I
os critérios adotados, muitas vezes, se superpõem, em vez de
atuarem isoladamente. Antigamente
As variações mais importantes, para o interesse do concurso
público, são os seguintes: Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram
todas mimosas e prendadas. Não fazia anos; completavam
- Sócio-Cultural: Esse tipo de variação pode ser percebido primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo
com certa facilidade. Por exemplo, alguém diz a seguinte frase: rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam
longos meses debaixo do balaio. E se levantam tábua, o remédio
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.” (frase era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. (...) Os
1) mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a
fresca; e também tomava cautela de não apanhar sereno. Os mais
Que tipo de pessoa comumente fala dessa maneira? Vamos jovens, esses iam ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo,
caracterizá-la, por exemplo, pela sua profissão: um advogado? chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano;
Um trabalhador braçal de construção civil? Um médico? Um os quais, de pouco siso, se metiam em camisas de onze varas, e até
garimpeiro? Um repórter de televisão? em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’agua.
E quem usaria a frase abaixo? (...) Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos
queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão
“Obviamente faltou-lhe coragem para enfrentar os ladrões.” em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana.
(frase 2) A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe
Sem dúvida, associamos à frase 1 os falantes pertencentes faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso.
a grupos sociais economicamente mais pobres. Pessoas que, Verdade seja que às vezes os meninos eram mesmo encapetados;
muitas vezes, não frequentaram nem a escola primária, ou, chegavam a pitar escondido, atrás da igreja. As meninas, não:
quando muito, fizeram-no em condições não adequadas. verdadeiros cromos, umas teteias.
Por outro lado, a frase 2 é mais comum aos falantes que (...) Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os
tiveram possibilidades sócio-econômicas melhores e puderam, meninos, lombrigas; asthma os gatos, os homens portavam
por isso, ter um contato mais duradouro com a escola, com a ceroulas, bortinas a capa de goma (...). Não havia fotógrafos, mas
leitura, com pessoas de um nível cultural mais elevado e, dessa retratistas, e os cristãos não morriam: descansavam.
forma, “aperfeiçoaram” o seu modo de utilização da língua. Mas tudo isso era antigamente, isto é, doutora.
Convém ficar claro, no entanto, que a diferenciação feita
acima está bastante simplificada, uma vez que há diversos Texto II
outros fatores que interferem na maneira como o falante escolhe
as palavras e constrói as frases. Por exemplo, a situação de uso Entre Palavras
da língua: um advogado, num tribunal de júri, jamais usaria a
expressão “tá na cara”, mas isso não significa que ele não possa Entre coisas e palavras – principalmente entre palavras –
usá-la numa situação informal (conversando com alguns amigos, circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta
por exemplo). anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se
Da comparação entre as frases 1 e 2, podemos concluir que tornar conhecimento de novas palavras e combinações.
as condições sociais influem no modo de falar dos indivíduos, Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma
gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la.
língua. A elas damos o nome de variações sócio-culturais. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô;
talvez ele não entenda o que você diz.
- Geográfica: é, no Brasil, bastante grande e pode ser O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a
facilmente notada. Ela se caracteriza pelo acento linguístico, que chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a
é o conjunto das qualidades fisiológicas do som (altura, timbre, dublagem, o sinteco, o telex... Existiam em 1940?
intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a
principalmente na pronúncia. Ao conjunto das características motoneta, a Velo-Solex, o biquíni, o módulo lunar, o antibiótico, o
da pronúncia de uma determinada região dá-se o nome de enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o ta legal, a apartheid,
sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque gaúcho o som pop, as estruturas e a infraestrutura.
etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo,
também ser percebida no vocabulário, em certas estruturas de a descapitalização, o desenvolvimento, o unissex, o bandeirinha, o
frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras podem mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.
assumir em diferentes regiões do país. Só? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o
Leia, como exemplo de variação geográfica, o trecho abaixo, servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia,
em que Guimarães Rosa, no conto “São Marcos”, recria a fala de a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica, a Sudene, o Incra, a
um típico sertanejo do centro-norte de Minas: Unesco, o Isop, a Oea, e a ONU.
Estão reclamando, porque não citei a conotação, o
“__ Mas você tem medo dele... [de um feiticeiro chamado conglomerado, a diagramação, o ideologema, o idioleto, o ICM,
Mangolô!]. a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom, e a guitarra
__ Há-de-o!... Agora, abusar e arrastar mala, não faço. Não elétrica.
faço, porque não paga a pena... De primeiro, quando eu era moço, Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora,
isso sim!... Já fui gente. Para ganhar aposta, já fui, de noite, foras vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, filhotes de
d’hora, em cemitério... (...). Quando a gente é novo, gosta de fazer bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa,
bonito, gosta de se comparecer. Hoje, não, estou percurando é poluição.
sossego...” Fundos de investimento, e daí? Também os de incentivos
fiscais. Knon-how. Barbeador elétrico de noventa microrranhuras.
- Histórica: as línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Fenolite, Baquelite, LP e compacto. Alimentos super congelados.
Elas se alteram com o passar do tempo e com o uso. Muda a Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh!
forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Pow! Click!
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APOSTILAS OPÇÃO
Não havia nada disso no Jornal do tempo de Venceslau Brás, ou Nota-se que, por tratar-se de exposição oral, não há o grau
mesmo, de Washington Luís. Algumas coisas começam a aparecer de formalidade e planejamento típico do texto escrito, mas trata-
sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. se de um estilo bem mais formal e vigiado que o da menina ao
A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. telefone.
Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos,
vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que
significado? 5) Tipologias e gêneros textuais.
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa,
Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
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APOSTILAS OPÇÃO
É necessário que se utilize uma linguagem adequada com - A descrição pode ser considerada um dos elementos
o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a constitutivos da dissertação e da argumentação;
visão daquele para quem o texto está sendo escrito. - é impossível separar narração de descrição;
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a
capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza;
Descrição
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
“(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação
desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea
ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares
e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja
parecem conformados expressamente para esposas da multidão
apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em
(...)” (Raul Pompéia – O Ateneu);
imagens.
- Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa
existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não
enunciados;
é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do
- Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que
observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa
se usem então as formas nominais, o presente e o pretério
forma, o que será importante ser analisado para um, não será
imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos
para outro.
verbos que indiquem estado ou fenômeno.
A vivência de quem descreve também influencia na hora de
- Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto,
adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.
pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento.
A característica fundamental de um texto descritivo é essa
Exemplos:
inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa
(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas
descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam
a penumbra dos ramos cobria o atalho.
sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores,
anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas
pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado
linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente
pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o
ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa
meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de
concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em
abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.”
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto.
Para transformar uma descrição numa narração, bastaria
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector)
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um
estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial,
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole,
para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso
aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em
grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo...
reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta
minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o
Características Linguísticas:
cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina,
O enunciado narrativo, por ter a representação de
pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola
um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela
depois do pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com
temporalidade, na relação situação inicial e situação final,
ele do que conosco.
enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação,
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São
é atemporal.
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.)
Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão:
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da
- Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores
escola que o escritor frequentava.
de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente
Deve-se notar:
no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver,
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao
situar-se, existir, ficar).
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os
- Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha
descrito;
grande medo ao pai);
- Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações,
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser
sinestesias).
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de
- Uso de advérbios de localização espacial.
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é
cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato,
Recursos:
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o
- Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas.
escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não
Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do
traçar a cronologia de suas ações);
sol.
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas
- Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas,
elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em
concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu
relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano
sereno, uma pureza de cristal.
de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa)
- As sensações de movimento e cor embelezam o poder da
e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado;
natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não
que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica
- A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do
poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar
texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal,
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com
muito crente.
ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se
antes...
A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem
Características:
são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex: “Sua
- Ao fazer a descrição enumeramos características,
altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos,
comparações e inúmeros elementos sensoriais;
pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos”.
- As personagens podem ser caracterizadas física e
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo:
psicologicamente, ou pelas ações;
“ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central
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APOSTILAS OPÇÃO
que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de Descrição de objetos constituídos por várias partes:
guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado, - Introdução: observações de caráter geral referentes à
dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. procedência ou localização do objeto descrito.
Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das
velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda partes que compõem o objeto, associados à explicação de como
que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da as partes se agrupam para formar o todo.
variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha (externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor
e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú e brilho.
de Ossos) - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em
emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são sua totalidade.
transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar
ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é Descrição de ambientes:
que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações - Introdução: comentário de caráter geral.
gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do
Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e
calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia) aroma (se houver).
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par- lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando quaisquer outros objetos.
por lei, de sobregoverno.” - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas) ambiente.
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APOSTILAS OPÇÃO
Exemplo: Elementos Estruturais (I):
Folheto de propaganda de carro - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens
Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais
elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o
ambiente. medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis,
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui protagonistas ou antagonistas.
capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 - Narrador: é quem conta a história.
litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo
evitar a deformação em caso de colisão. interior, subjetivo.
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APOSTILAS OPÇÃO
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
eu estava lá e vi. pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
- Em 3ª pessoa: romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
quando o narrador começa contando sua morte para em
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas
acima (transformação de situações, figuratividade e relações
Tipos de Discurso: de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados)
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só
para o personagem, sem a sua interferência. uma ou duas dessas características não é uma narração.
Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem
diz, sem lhe passar diretamente a palavra. Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do narrativo:
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. aconteceu, quando e onde.
- Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
Sequência Narrativa: personagens.
- Desenvolvimento: detalhes do fato.
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: - Conclusão: consequências do fato.
uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase
a outra. Caracterização Formal:
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade,
dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do
competência para fazer algo); enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou é de grande importância saber se o relato é feito em primeira
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação
- uma em que se constata que uma transformação se deu e do narrador; segundo, há uma inferência do último através da
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens onipresença e onisciência.
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos
maus). acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo
o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”.
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se O narrador que usa essa técnica (característica comum no
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade,
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no
efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. espaço.
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento:
quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para Exemplo - Personagens
isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever
comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou “Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.
ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo). Amâncio não viu a mulher chegar.
Algumas mudanças são necessárias para que outras se Não quer que se carpa o quintal, moço?
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face
bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do
é preciso antes conseguir o dinheiro. passado, os olhos).”
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado
Narrativa e Narração Aberto, p. 5O)
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APOSTILAS OPÇÃO
- Anedota - Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É
- Poema Épico importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a
solução no combate à insegurança.”
Tipologia da Narrativa NãoFiccional: - Características: caracterização de espaços ou aspectos.
- Memorialismo - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
- Notícias “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
- Relatos televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
- História da Civilização aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e
Apresentação da Narrativa: 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos).
- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em (...)”
quadrinhos) e desenhos. - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos. - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas. texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no
fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras
Dissertação que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder,
escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.”
de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que
Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, compõem o texto.
clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento - Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a
de trabalho e uma habilidade de expressão. pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo
É em função da capacidade crítica que se questionam futebol não é uma prova de alienação?”
pontos da realidade social, histórica e psicológica do mundo - Suspense: alguma informação que faça aumentar a
e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu curiosidade do leitor.
significado diz respeito a um tipo de texto em que a exposição - Comparação: social e geográfica.
de uma ideia, através de argumentos, é feita com a finalidade - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico. distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo
Observe-se que: das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira
com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem doença do século...”
particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas - Narração: narrar um fato.
do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder);
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
no momento em que se tornam primeirosministros); importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância, - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a este tipo de abordagem.
corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia
para primeiroministro). principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
Características: distintas.
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
temático; favoráveis e desfavoráveis.
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de descrever uma cena.
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
importância o que importa são suas relações lógicas: analogia, - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, prováveis resultados.
implicação, etc. - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de apresentar questionamento e reflexão.
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
características próprias a cada tipo de texto. valores, juízos.
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento porquês de uma determinada situação.
/ Conclusão. - Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a - Exemplificação: dar exemplos.
ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.
Tipos: Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas
Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que as ideias anteriormente desenvolvidas.
olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que quem lê.
a década colecionou, agravou vários dos históricos problemas
sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana, 1º Parágrafo – Introdução
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população
brasileira.” A. Tema: Desemprego no Brasil.
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. Contextualização: decorrência de um processo histórico
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma problemático.
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano! 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que
momento! remetem a uma análise do tema em questão.
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APOSTILAS OPÇÃO
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se
realidade. enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de classificação ou aleatoriamente.
quem propõe soluções. Exemplo:
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição.
1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias
7º Parágrafo: Conclusão causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
F. Uma possível solução é apresentada. e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com de Televisão.
modernidade.
2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o
É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar número de emissoras que dedicam parte da sua programação à
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos veiculação de programas religiosos de crenças variadas.
recursos que permite uma segurança maior no momento de
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes 3-
que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de - A Santa Missa em seu lar.
um texto dissertativo. - Terço Bizantino.
- Despertar da Fé.
Ainda temos: - Palavra de Vida.
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o - Igreja da Graça no Lar.
assunto que vai ser abordado.
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo 4-
discutido. - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo
Argumentação: é um conjunto de procedimentos brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas sociológicos e poluição.
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer - Existem várias razões que levam um homem a enveredar
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada pelos caminhos do crime.
tese. - A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente. - O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua
sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de várias categorias.
pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação;
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema; Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer Exemplo:
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, “A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente
(evitar-se o uso da primeira pessoa). sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a
felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: (Arthur Schopenhauer)
uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou
mais frases que explicitem tal ideia. Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente motivador) e, em outras situações, um segmento indicando
graves. (ideia secundária)”. consequências (fatos decorrentes).
Vejamos:
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
urgentemente. temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais
tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo compreensíveis.
daquelas que sofrem de problemas respiratórios: Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do
coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na
- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém
muita gente ao vício. sangue vermelho-vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar,
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o
criados pelo homem. coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar
- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades gás carbônico”.
e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido
apenas pela polícia. Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser
atualmente. enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das
sociedade brasileira. seguintes ideias:
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: - A violência contra os povos indígenas é uma constante na
história do Brasil.
Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de - O surgimento de várias entidades de defesa das populações
coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características, indígenas.
funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
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APOSTILAS OPÇÃO
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma,
brasileiro. podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc.
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena.
Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta,
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve podendo ser classificado como narrativo, argumentativo,
fazer a estruturação do texto. dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma
dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta
A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: e com a finalidade para o qual foi escrito.
Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida Tipos de Gêneros Textuais
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura; note que
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias
itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. tipológicas de texto. Em outras palavras, gênero textual são
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos:
hipótese ou a tese a ser defendida. narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão injuntivo.
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos,
da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses
parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas
acima.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já
foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação
(um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o
objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese Texto Narrativo
ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no Os textos narrativos apresentam ações de personagens no
desenvolvimento. tempo e no espaço. Sua estrutura é dividida em: apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos de
Gêneros Textuais gêneros textuais narrativos:
Romance
Os gêneros textuais são classificações de textos de acordo Novela
com o objetivo e o contexto em que são empregados. Dessa Crônica
maneira, os gêneros textuais são definidos pelas características Contos de Fada
dos diversos tipos de textos, os quais apresentam características Fábula
comuns em relação à linguagem e ao conteúdo. Lendas
Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa
forma, são textos repletos de adjetivos os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Lembre-se que existem muitos gêneros textuais, os quais
promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e Texto Dissertativo-Argumentativo
receptor) de determinado discurso, seja uma resenha crítica Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor
jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados
bilhete ou lista de supermercado; porém, faz-se necessário pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta
considerar seu contexto, função e finalidade. persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três
O gênero textual pode conter mais de um tipo textual, ou partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova
seja, uma receita de bolo, apresenta a lista de ingredientes tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto Editorial Jornalístico
injuntivo). Carta de opinião
Resenha
Distinguindo Artigo
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero Ensaio
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma Veja também: Texto Dissertativo.
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação,
literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de informação, descrição e comparação. Assim, alguns exemplos de
gêneros textuais expositivos:
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Seminários e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto
Palestras publicitário, seu objetivo básico é
Conferências a) definir regras de comportamento social pautadas no
Entrevistas combate ao consumismo exagerado.
Trabalhos acadêmicos b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos
Enciclopédia que visam à adesão ao consumo.
Verbetes de dicionários c) defender a importância do conhecimento de informática
pela população de baixo poder aquisitivo.
Texto Injuntivo d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é classes sociais economicamente desfavorecidas.
aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor); por isso, máquina, mesmo a mais moderna.
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns
exemplos de gêneros textuais injuntivos: 02. Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se
Propaganda a partir de características gerais de um determinado gênero,
Receita culinária identifique os gêneros descritos a seguir:
Bula de remédio I. Tem como principal característica transmitir a opinião de
Manual de instruções pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas
Regulamento revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
Textos prescritivos II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado
para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular,
Exemplos de gêneros textuais refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta possibilitam a criação de imagens;
a data e não há um destinatário específico, geralmente, é III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à
para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal
acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar característica é a brevidade;
as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens,
exemplo: que geralmente se movimentam em torno de uma única ação,
“Domingo, 14 de junho de 1942 dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, encaminham-se diretamente para um desfecho;
quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de
isso eu não contava.) produtos, entre outros.
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que São, respectivamente:
não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta
deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha argumentativa.
curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta
argumentativa.
Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal,
quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem 03.
intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto Câncer 21/06 a 21/07
ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da
carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua
dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você
a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O
finalizar a despedida. que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma
“desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará
Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma de energia para se recompor. Há preocupação com a família,
oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra
características são a linguagem argumentativa e expositiva, preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida
pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter
se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança
virá da intimidade com os assuntos da alma.
Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.
identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo
desse texto é informar algo que aconteceu. O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu
contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo
Fontes: http://www.todamateria.com.br/generos-textuais/ e seu formato mais comum relacionam-se com os conhecimentos
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/ construídos socioculturalmente. A análise dos elementos
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/genero-textual. constitutivos desse texto demonstra que sua função é:
htm a) vender um produto anunciado.
b) informar sobre astronomia.
Questões c) ensinar os cuidados com a saúde.
d) expor a opinião de leitores em um jornal.
01. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.
04. Leia o texto a seguir para responder à questão:
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.
A outra noite
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de
práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de
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táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a conotativa e da função poética. Os romances, contos, poesias,
ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua novelas e textos sagrados, são exemplos de textos literários.
cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de
cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Os textos não-literários, por sua vez, apresentam atividade
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou utilitária ao explicar e informar o leitor de maneira objetiva e
o sinal fechado para voltar-se para mim: clara. São modelos de textos informativos que não se preocupam
- O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. com a estética. Existe um domínio da linguagem denotativa
Mas, tem mesmo luar lá em cima? e da função referencial, diferentemente do estilo literário.
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e Alguns exemplos de textos não literários são, textos científicos,
torpe havia uma outra – pura, perfeita e linda. didáticos, reportagens jornalísticas e notícias.
- Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu Existem ainda os textos narrativos que contam uma certa
fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. história. A história é descrita por um narrador, que pode ou não
Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. participar de forma direta da história. Esse tipo de texto utiliza
- Ora, sim senhor... uma estrutura específica e predeterminada.
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa
noite” e um “muito obrigado ao senhor” tão sinceros, tão Além desses, há ainda outro tipo de texto conhecido como
veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei. texto crítico. Esse modelo é uma exibição textual que começa
a partir de um método analítico e reflexivo originando um
Rubem Braga conteúdo junto com uma crítica construtiva e bem demonstrado.
Analisando as principais características do texto lido, De maneira geral, todos os textos precisam possuir
podemos dizer que seu gênero predominante é: determinadas particularidades formais, isto é, tem que
a) Conto. apresentam estrutura e elementos que construam uma relação
b) Poesia. entre eles. Entre essas particularidades formais tem a coerência
c) Prosa. e a coesão, que oferecem forma e sentido ao texto. A coerência
d) Crônica. está ligada com a compreensão, ou seja, a interpretação daquilo
e) Diário. que está escrito ou que se fala. Já a coesão é a ligação entre as
Respostas palavras ou frases do texto.
01 (B) \02. (C)\03.(E)\04. (D)
Um texto para ter sentido precisa possuir coerência. Apesar
da coesão não ser requisito suficiente para que as afirmações
6) Fatores de textualidade. formem um texto, são os recursos coesivos que oferecem
maios legitimidade e realçam as relações entre os seus vários
componentes. A partir disso, pode-se concluir que a coerência
depende da coesão.
Texto e Textualidade
Textualidade
Texto
É o grupamento de frases e palavras interligadas que Textualidade é o grupo de particularidades que faz com que
possibilitam uma interpretação e emitem uma mensagem. É toda o texto seja reconhecido como tal, e não como um aglomerado
obra original escrita e que pode formar um documento escrito de frases e palavras. Uma interpretação possível indicaria
ou um livro. O texto é um elemento linguístico de dimensões como textualidade um argumento usado pelo interlocutor,
maiores do que a frase1. fundamentada em seus antecipados conhecimentos funcionais
Em processos gráficos, o texto é o conteúdo escrito, por e estruturais de texto, que possibilita por meio da apreciação de
divergência a todos os outros conteúdos iconográficos, como diversos fatores exercer a textualização de uma mensagem em
as ilustrações. É o componente central do livro, periódico uma situação já estabelecida.
ou revista, formado por produções concretas, sem títulos,
subtítulos, fórmulas, epígrafes e tabelas. De acordo com Dressler e Beaugrande, existem dois
Um texto pode ser cifrado, sendo criado conforme um código conjuntos de sete elementos, que são encarregados pela
definitivamente suspenso após uma leitura direta. Ele possui textualidade de todos os discursos:
tamanhos diferentes e precisa ser redigido com coerência e
coesão. Pode ser considerado como não-literário e literário. 1) Elementos semânticos (coesão e coerência);
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– Situacionalidade: o texto se adapta ao cenário da b) na alusão à caótica crise brasileira
comunicação. Conduz a direção do discurso. c) na citação da revista “The Economist”.
d) na menção à sua prima e à sua irmã.
– Informatividade: discurso mais informativo e menos
previsível. 2. (Pref. De Teresina – PI – Professor – Português –
NUCEPE/2016)
– Intertextualidade: combina contextos e textos.
Festejando no precipício
Gregório Duvivier
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Com licença! Exemplo:
Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso. A padaria está fechada hoje.
está fechada hoje: predicado nominal
Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos a padaria: sujeito
ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois
grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição
predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo: de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma
A menina banhou-se na cachoeira. sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
A menina – sujeito Exemplo:
banhou-se na cachoeira – predicado
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado) As formigas invadiram minha casa.
as formigas: sujeito = termo determinante
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em invadiram minha casa: predicado = termo determinado
número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara Há formigas na minha casa.
algo», «o tema do que se vai comunicar». há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
O predicado é a parte da oração que contém “a informação sujeito: inexistente
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito,
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito. O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu,
seja, o predicado, é «é eterno». tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
sua representação pode ser feita através de um substantivo, de
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
que identificamos por ser o termo que concorda em número e cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. Exemplos:
Eu acompanho você até o guichê.
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de Vocês disseram alguma coisa?
sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para Marcos: sujeito = substantivo próprio
desembarcar.” (Aníbal Machado) Ninguém entra na sala agora.
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. ninguém: sujeito = pronome substantivo
O andar deve ser uma atividade diária.
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
em três grandes níveis:
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado. Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e oração substantiva subjetiva:
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente
da Passiva). É difícil optar por esse ou aquele doce...
É difícil: oração principal
- Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal, optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva
Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos:
(ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos:
O sino era grande.
Sujeito Predicado Ela tem uma educação fina.
Pobreza não é vileza. Vossa Excelência agiu com imparcialidade.
Isto não me agrada.
Os sertanistas capturavam os índios.
Um vento áspero sacudia as árvores. O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer
Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar)
do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico
(o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma O sujeito pode ser:
análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu
papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos;
com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal, “Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.”
o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o
núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas: cavalo nadavam ao lado da canoa.”
- estabelecer concordância com o núcleo do predicado; Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei
- apresentar-se como elemento determinante em relação ao amanhã.
predicado; Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando
- constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã.
ou, ainda, qualquer palavra substantivada. (sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado
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saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está Exemplo:
expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele)
aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: Carolina conhece os índios da Amazônia.
vocês) sujeito: Carolina = termo determinante
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo predicado: conhece os índios da Amazônia = termo
fertiliza o Egito. determinado
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa
pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso; Nesse exemplo podemos observar que a concordância é
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos
açudes. (= Açudes foram construídos.) essenciais. No exemplo, entre “Carolina” e “conhece”. Isso se dá
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa porque a concordância é centrada nas palavras que são núcleos,
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos isto é, que são responsáveis pela principal informação naquele
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um
trancou-se no quarto. nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso,
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por
bem naquele restaurante. um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu
núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou
Observações: termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
- Sujeito formado por pronome indefinido não é predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
Ninguém lhe telefonou.
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o Minha empregada é desastrada.
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente predicado: é desastrada
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De tipo de predicado: nominal
qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
Pode ser omitido junto de infinitivos. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe. A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz. predicado: demoliu nosso antigo prédio
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o
sujeito
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o tipo de predicado: verbal
verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles
fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas. Os manifestantes desciam a rua desesperados.
predicado: desciam a rua desesperados
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa sujeito; desesperados = atributo do sujeito
língua. tipo de predicado: verbo-nominal
Exemplos:
É fácil este problema! Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é
Vão-se os anéis, fiquem os dedos. responsável também por definir os tipos de elementos que
“Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.” aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta
(José de Alencar) para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos
é necessário um complemento que, juntamente com o verbo,
Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer
fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia
nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª do predicado.
pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo. Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo,
Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por
de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos:
e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear,
relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem “A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
fenômenos meteorológicos. inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é
depois de algozes)
Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um “Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da
segmento extraído da estrutura interna das orações ou das Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe)
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse “A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina
sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente)
que estabelece concordância com outro termo essencial
da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo
subordinado) e o predicado o termo determinado (ou principal). forma o predicado.
Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo Há verbos que, por natureza, tem sentido completo,
que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos
portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo:
da concordância entre esses dois termos essenciais da oração.
Então têm por características básicas: apresentar-se como As flores murcharam.
elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um Os animais correm.
atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito. As folhas caem.
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Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar,
predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos: receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.
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APOSTILAS OPÇÃO
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de
objeto. plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do
livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos
Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, meus escritos?”
um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-
A bandeira é o símbolo da Pátria. se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma
A mesa era de mármore. esfera semântica:
“Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na (Vivaldo Coaraci)
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava Machado)
atrasado.) “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
O menino abriu a porta ansioso. de Assis)
Todos partiram alegres. Em tais construções é de rigor que o objeto venha
acompanhado de um adjunto.
Observações: O predicativo subjetivo às vezes está
preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem
estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre
verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, principalmente:
os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
coisas.; Onde está a criança que fui? Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
um verbo transitivo. Exemplos: hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o
O juiz declarou o réu inocente. seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
O povo elegeu-o deputado. - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com
certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente aquele homem a quem na realidade também temia, como todos
se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se ali”.
ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.;
inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a
vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a
choque com o mundo me causara.” eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de
Termos Integrantes da Oração duas criaturas que só tinham uma à outra”.
- Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram, eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
compreensão do enunciado. São os seguintes: estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto); - Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto
- Complemento Nominal; direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao
- Agente da Passiva. médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade
conheço desde os seus mais tenros anos”.
Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação - Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos: caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a
As plantas purificaram o ar. ambos...”.
“Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro) - Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a
Procurei o livro, mas não o encontrei. pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a
Ninguém me visitou. outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos
outros.; A quantos a vida ilude!.
O objeto direto tem as seguintes características: - Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar)
- Completa a significação dos verbos transitivos diretos; da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os
- Normalmente, não vem regido de preposição; livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”;
- Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um “Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou
verbo ativo: Caim matou Abel. da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se
- Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.”
por Caim.
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a
O objeto direto pode ser constituído: preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição
- Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono,
cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável. quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe,
- Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos: lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-
Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões
tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.; ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado:
“Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.” expressão.
- Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
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APOSTILAS OPÇÃO
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a
chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo;
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa. perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais,
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem. obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos
“Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
significação dos verbos: conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. pelos pronomes:
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): As flores são umedecidas pelo orvalho.
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a
verdade ao moço.) O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
ativa:
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável. Observações:
Frase de forma passiva analítica sem complemento agente
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto (Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara
com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos
frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele
impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas
adjuntos adverbiais. ruas. (certo)
Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos, por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição. o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do
Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo
mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”; de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor
“Ah, não fosse ele surdo à minha voz!” de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O
adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa
Observações: O complemento nominal representa o o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém
recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do
assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das
de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
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APOSTILAS OPÇÃO
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas coisas.” (Raquel Jardim)
numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.;
Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título,
Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou
esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às a coisa personificada a que nos dirigimos:
vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu
pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
de repente. de Lourdes Teixeira)
“A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes Assis)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio, prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,
assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade
adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de
complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj. apelo (ó, olá, eh!):
adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.).
“Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: (Graciliano Ramos)
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” Castelo Branco)
(Carlos Drummond de Andrade) O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
substantivo: Questões
Foram os dois, ele e ela.
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. 01. O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade
em:
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases (A) pode aprender e assimilar MUITA coisa
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do (B) enfrentamos MUITAS novidades
sujeito: (C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de (E) assumimos MUITO conflito e confusão
cores.
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo respectivamente:
pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: (A) sujeito – objeto direto;
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; (B) sujeito – aposto;
o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc. (C) objeto direto – aposto;
“Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?” (D) objeto direto – objeto direto;
(Graciliano Ramos) (E) objeto direto – complemento nominal.
O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às 03. Assinale a alternativa em que o termo destacado é objeto
vezes, está elíptico. Exemplos: indireto.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. (A) “Quem faz um poema abre uma janela.” (Mário Quintana)
Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da (B) “Toda gente que eu conheço e que fala comigo / Nunca
alma humana. teve um ato ridículo / Nunca sofreu enxovalho (...)” (Fernando
Pessoa)
O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos: (C) “Quando Ismália enlouqueceu / Pôs-se na torre a sonhar
Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de / Viu uma lua no céu, / Viu uma lua no mar.” (Alphonsus de
tempestade iminente. Guimarães)
O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito. (D) “Mas, quando responderam a Nhô Augusto: ‘– É a
jagunçada de seu Joãozinho Bem-Bem, que está descendo para
Um aposto pode referir-se a outro aposto: a Bahia.’ – ele, de alegre, não se pôde conter.” (Guimarães Rosa)
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo) 04. “Recebeu o prêmio o jogador que fez o gol”. Nessa frase
o sujeito de “fez”?
O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto (A) o prêmio;
é, a saber, ou da preposição acidental como: (B) o jogador;
(C) que;
Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai, (D) o gol;
não são banhados pelo mar. (E) recebeu.
Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
05. Assinale a alternativa correspondente ao período onde
O aposto que se refere a objeto indireto, complemento há predicativo do sujeito:
nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição: (A) como o povo anda tristonho!
(B) agradou ao chefe o novo funcionário;
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APOSTILAS OPÇÃO
(C) ele nos garantiu que viria; Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
(D) no Rio não faltam diversões; jogo.
(E) o aluno ficou sabendo hoje cedo de sua aprovação.
Verbos Transitivos Diretos
Respostas Os verbos transitivos diretos são complementados por
01. D\02. C\03. D\04. C\05. A objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição para
o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses
verbos, devemos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os,
b) Regências verbal e nominal. as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir
as formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r,
-s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas verbais terminadas em
sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos
Regência Verbal e Nominal verbais, objetos indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar,
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar,
Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,
frases não ambíguas, que expressem efetivamente o sentido humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,
desejado, que sejam corretas e claras. socorrer, suportar, ver, visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
Regência Verbal verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Termo Regente: VERBO Amo aquela moça. / Amo-a.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre Amam aquele rapaz. / Amam-no.
os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
conhecermos as diversas significações que um verbo pode Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
assumir com a simples mudança ou retirada de uma preposição. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Observe: Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou Verbos Transitivos Indiretos
prazer”, satisfazer. Os verbos transitivos indiretos são complementados por
objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de preposição para o estabelecimento da relação de regência.
“agradar a alguém”. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que
podem atuar como objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para
Saiba que: substituir pessoas. Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como
O conhecimento do uso adequado das preposições é um complementos de verbos transitivos indiretos. Com os objetos
dos aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes
também nominal). As preposições são capazes de modificar oblíquos tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos
completamente o sentido do que se está sendo dito. Veja os pronomes átonos lhe, lhes.
exemplos:
Cheguei ao metrô. Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Cheguei no metrô. a) Consistir - Tem complemento introduzido pela
preposição “em”.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para
caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei todos.
no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se b) Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos
vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é introduzidos pela preposição “a”.
muito comum existirem divergências entre a regência coloquial, Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
cotidiana de alguns verbos, e a regência culta. Eles desobedeceram às leis do trânsito.
c) Responder - Tem complemento introduzido pela
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a
acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é quem” ou “ao que” se responde.
um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes Respondi ao meu patrão.
formas em frases distintas. Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
Verbos Intransitivos Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É quando exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos analítica. Veja:
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los. O questionário foi respondido corretamente.
a) Chegar, Ir Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais d) Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos
de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para introduzidos pela preposição “com”.
indicar destino ou direção são: a, para. Antipatizo com aquela apresentadora.
Fui ao teatro. Simpatizo com os que condenam os políticos que governam
Adjunto Adverbial de Lugar para uma minoria privilegiada.
Língua Portuguesa 51
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APOSTILAS OPÇÃO
Agradecer, Perdoar e Pagar Mudança de Transitividade versus Mudança de
São verbos que apresentam objeto direto Significado
relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas.
Veja os exemplos: Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
Agradeço aos ouvintes a audiência. apresentam mudança de significado. O conhecimento das
Objeto Indireto Objeto Direto diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. muito importante, pois além de permitir a correta interpretação
Obj. Direto Objeto Indireto de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a
Paguei o débito ao cobrador. quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão:
Objeto Direto Objeto Indireto
AGRADAR
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com 1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos,
particular cuidado. Observe: acariciar.
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. quando o revê.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. não perde oportunidade de agradá-lo.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. 2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado
a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido
Informar pela preposição “a”.
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto O cantor não agradou aos presentes.
indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. O cantor não lhes agradou.
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos ASPIRAR
preços) 1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar
(o ar), inalar.
- Na utilização de pronomes como complementos, veja as Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços. 2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre como ambição.
eles) Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os elas)
seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir. Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa,
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe”
Comparar e “lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as exemplo:
preposições “a” ou “com” para introduzir o complemento Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
indireto.
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança. ASSISTIR
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar
Pedir assistência a, auxiliar. Por Exemplo:
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
de oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa. As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto 2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar,
estar presente, caber, pertencer.
Pedi-lhe que mantivesse em silêncio.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva Exemplos:
Objetiva Direta Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Saiba que: Essa lei assiste ao inquilino.
1) A construção “pedir para”, muito comum na linguagem Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é
cotidiana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No intransitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar
entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver introduzido pela preposição “em”.
subentendida. Assistimos numa conturbada cidade.
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma CHAMAR
oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para 1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar,
ir entregar-lhe os catálogos em casa). solicitar a atenção ou a presença de.
2) A construção “dizer para”, também muito usada Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.
popularmente, é igualmente considerada incorreta. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
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APOSTILAS OPÇÃO
2) No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou Questões
transitivo indireto.
Muito custa viver tão longe da família. 01. Todas as alternativas estão corretas quanto ao emprego
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva correto da regência do verbo, EXCETO:
Intransitivo Reduzida de Infinitivo (A) Faço entrega em domicílio.
(B) Eles assistem o espetáculo.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude. (C) João gosta de frutas.
Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva (D) Ana reside em São Paulo.
Indireto Reduzida de Infinitivo (E) Pedro aspira ao cargo de chefe.
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que 02. Assinale a opção em que o verbo
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa. chamar é empregado com o mesmo sentido que
Observe o exemplo abaixo: apresenta em __ “No dia em que o chamaram de Ubirajara,
Custei para entender o problema. Quaresma ficou reservado, taciturno e mudo”:
Forma correta: Custou-me entender o problema. (A) pelos seus feitos, chamaram-lhe o salvador da pátria;
(B) bateram à porta, chamando Rodrigo;
IMPLICAR (C) naquele momento difícil, chamou por Deus e pelo Diabo;
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos: (D) o chefe chamou-os para um diálogo franco;
(E) mandou chamar o médico com urgência.
a) dar a entender, fazer supor, pressupor
Suas atitudes implicavam um firme propósito. 03. A regência verbal está correta na alternativa:
(A) Ela quer namorar com o meu irmão.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, (B) Perdi a hora da entrevista porque fui à pé.
acarretar, provocar (C) Não pude fazer a prova do concurso porque era de menor.
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um (D) É preferível ir a pé a ir de carro.
povo.
04. Em todas as alternativas, o verbo grifado foi empregado
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, com regência certa, exceto em:
envolver (A) a vista de José Dias lembrou-me o que ele me dissera.
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas. (B) estou deserto e noite, e aspiro sociedade e luz.
(C) custa-me dizer isto, mas antes peque por excesso;
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo (D) redobrou de intensidade, como se obedecesse a voz do
indireto e rege com preposição “com”. mágico;
Implicava com quem não trabalhasse arduamente. (E) quando ela morresse, eu lhe perdoaria os defeitos.
Língua Portuguesa 53
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APOSTILAS OPÇÃO
Ojeriza a, por 03. Assinale a opção em que todos adjetivos podem ser
Bacharel em seguidos pela mesma preposição:
Horror a (A) ávido, bom, inconsequente
Proeminência sobre (B) indigno, odioso, perito
Capacidade de, para (C) leal, limpo, oneroso
Impaciência com (D) orgulhoso, rico, sedento
Respeito a, com, para com, por (E) oposto, pálido, sábio
Língua Portuguesa 54
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APOSTILAS OPÇÃO
A linguagem serve para influenciar e ser influenciado: Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num
Função Conativa. elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes
em que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o
“Vem pra Caixa você também.” silêncio poderia ser constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Federal. ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se
Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todos
comportamento, formulou-se um convite com uma linguagem conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso,
bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais.
segunda pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de Quando encontramos alguém e lhe perguntamos “Tudo bem?”,
terceira pessoa prescrita pela norma culta quando se usa você. em geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer bem, se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma
determinadas coisas, a crer em determinadas ideias, a sentir maneira de estabelecer um vínculo social.
determinadas emoções, a ter determinados estados de alma Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre
(amor, desprezo, desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol
ela modela atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas
Quem ouve desavisada e reiteradamente a palavra “negro”, não entendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois
pronunciada em tom desdenhoso, aprende a ter sentimentos ele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo,
racistas; se a todo momento nos dizem, num tom pejorativo, sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.
“Isso é coisa de mulher”, aprendemos os preconceitos contra a Na nomenclatura da linguística, usa-se a expressão função
mulher. fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.
com a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam
de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem:
os anúncios publicitários que nos dizem como seremos bem Função Metalinguística.
sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas
marcas, se consumirmos certos produtos. Quando dizemos frases como “A palavra ‘cão’ é um
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, substantivo”; “É errado dizer ‘a gente viemos’”; “Estou usando
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto o termo ‘direção’ em dois sentidos”; “Não é muito elegante usar
espertalhões, que só pensam em levar vantagem, e indivíduos palavrões”, não estamos falando de acontecimentos do mundo,
atemorizados, que se deixam conduzir sem questionar. mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem o que chama função metalinguística. A atividade metalinguística
quando esta é usada para interferir no comportamento das é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o
pessoas por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A mundo interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre
palavra conativo é proveniente de um verbo latino (conari) que a nossa fala e a dos outros. Quando afirmamos como diz o
significa “esforçar-se” (para obter algo). outro, estamos comentando o que declaramos: é um modo de
esclarecer que não temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial
A linguagem serve para expressar a subjetividade: Função como a que estamos enunciando; inversamente, podemos usar
Emotiva. a metalinguagem como recurso para valorizar nosso modo de
dizer. É o que se dá quando dizemos, por exemplo, Parodiando o
“Eu fico possesso com isso!” padre Vieira ou Para usar uma expressão clássica, vou dizer que
“peixes se pescam, homens é que se não podem pescar”.
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos A linguagem serve para criar outros universos.
e expressamos nossos sentimentos e nossas emoções.
Exprimimos a revolta e a alegria, sussurramos palavras de A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também
amor e explodimos de raiva, manifestamos desespero, desdém, do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos,
desprezo, admiração, dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para outras realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que
exprimir poder ou para afirmarmo-nos socialmente. Durante o outros modos de ser são possíveis, que outros universos podem
governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos existir. O filme de Woody Allen “A rosa púrpura do Cairo” (1985)
certos políticos dizerem “A intenção do Fernando é levar o mostra isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história
país à prosperidade” ou “O Fernando tem mudado o país”. Essa de uma mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e
maneira informal de se referirem ao presidente era, na verdade, dos maus-tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema,
uma maneira de insinuarem intimidade com ele e, portanto, assistindo inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida
de exprimirem a importância que lhes seria atribuída pela é glamorosa, e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai
proximidade com o poder. Inúmeras vezes, contamos coisas da tela e ambos vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa
que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, para mostrar outra realidade, os homens são gentis, a vida não é monótona, o
nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade intelectual amor nunca diminui e assim por diante.
ou nossa competência na conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz A linguagem serve como fonte de prazer: Função Poética.
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não
raro inconscientemente. Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a são formas de tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo-
utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrairmos
é, daquele que fala. satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz
A linguagem serve para criar e manter laços sociais: Função “Tupi or not tupi”; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana
Fática. “To be or not to be”. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes,
quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco
__Que calorão, hein? de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: “É a
__Também, tem chovido tão pouco. primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos”.
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros. A palavra banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor. para sentar-se” e “casa bancária”. Também está empregado em
dois sentidos o termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Língua Portuguesa 55
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APOSTILAS OPÇÃO
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, - Função apelativa (imperativa): com este tipo de
com significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio mensagem, o emissor atua sobre o receptor, afim de que
Guimarães: este assuma determinado comportamento; há frequente
uso do vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é
“ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu frequentemente usada por oradores e agentes de publicidade.
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer - Função metalinguística: função usada quando a língua
bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de explica a própria linguagem (exemplo: quando, na análise de
consciência e bata em retirada.” um texto, investigamos os seus aspectos morfo-sintáticos e/ou
(Folha de S. Paulo) semânticos).
- Função informativa (ou referencial): função usada
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente quando o emissor informa objetivamente o receptor de uma
ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar, realidade, ou acontecimento.
para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, - Função fática: pretende conseguir e manter a atenção
para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. dos interlocutores, muito usada em discursos políticos e textos
Em função estética, o mais importante é como se diz, pois o publicitários (centra-se no canal de comunicação).
sentido também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela - Função poética: embeleza, enriquecendo a mensagem com
disposição das palavras, etc. figuras de estilo, palavras belas, expressivas, ritmos agradáveis,
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A Cavalgada”, de etc.
Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/,
/b/, /d/, /g/ sugere o patear dos cavalos: Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes
da raça humana ocorreu quando os sons emitidos evoluiram
E o bosque estala, move-se, estremece... para o que podemos reconhecer como “interjeições”. As
Da cavalgada o estrépito que aumenta primeiras ferramentas da fala humana.
Perde-se após no centro da montanha...
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª ed. profundamente distingue o homem dos outros animais.
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos. Podemos considerar que o desenvolvimento desta função
cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos da mão, que permitiram o aumento do volume do cérebro, a par
ocorre no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos do desenvolvimento de órgãos fonadores e da mímica facial.
cavalos aumenta. Devido a estas capacidades, para além da linguagem falada
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar e escrita, o homem, aprendendo pela observação de animais,
sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos desenvolveu a língua de sinais adaptada pelos surdos em
usando a linguagem em sua função poética. diferentes países, não só para melhorar a comunicação entre
surdos, mas também para utilizar em situações especiais,
Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna- como no teatro e entre navios ou pessoas e não animais que
se necessário o estudo dos elementos da comunicação. se encontram fora do alcance do ouvido, mas que se podem
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido observar entre si.
de maneira “sistematizada” (alguém pergunta - alguém espera
ouvir a pergunta, daí responde, enquanto outro escuta em Questões
silêncio, etc). Exemplo:
01.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Alô, alô, Marciano
Emissor emite, codifica a mensagem Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Receptor recebe, decodifica a mensagem Você não imagina a loucura
Mensagem conteúdo transmitido pelo emissor O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down o high society [...]
conjunto de signos usado na transmissão e
Código
recepção da mensagem LEE, Rita. CARVALHO, Roberto de. Disponível em: http://www.
vagalume.com.br/ Acesso em: 30 mar. 2014.
Referente contexto relacionado a emissor e receptor
Canal meio pelo qual circula a mensagem Os dois primeiros versos do texto fazem referência à função
Porém, com recentes estudos linguísticos, tal teoria sofreu da linguagem cujo objetivo dos emissores é apenas estabelecer
certa modificação, pois, chegou-se a conclusão de que ao se ou manter contato de comunicação com seus receptores. Nesses
tratar da parole (sentido individual da língua), entende-se que versos, a linguagem está empregada em função
é um veículo democrático (observe a função fática), assim, (A) expressiva.
admite-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo (B) apelativa.
interativo): (C) referencial.
(D) poética.
(E) fática.
Locutor quem fala (e responde)
Locutário quem ouve e responde 02.
SONETO DE MAIO
Interlocução diálogo (Vinícius de Moraes)
As respostas, dos “interlocutores” podem ser gestuais, faciais Suavemente Maio se insinua
etc. por isso a mudança (aprimoração) na teoria. Por entre os véus de Abril, o mês cruel
As atitudes e reações dos comunicantes são também E lava o ar de anil, alegra a rua
referentes e exercem influência sobre a comunicação Alumbra os astros e aproxima o céu.
Até a lua, a casta e branca lua
Lembramo-nos: Esquecido o pudor, baixa o dossel
- Emotiva (ou expressiva): a mensagem centra-se no “eu” E em seu leito de plumas fica nua
do emissor, é carregada de subjetividade. Ligada a esta função A destilar seu luminoso mel.
está, por norma, a poesia lírica. Raia a aurora tão tímida e tão frágil
Língua Portuguesa 56
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APOSTILAS OPÇÃO
Que através do seu corpo transparente
Dir-se-ia poder-se ver o rosto
Carregado de inveja e de presságio
Dos irmãos Junho e Julho, friamente
Preparando as catástrofes de Agosto...
Disponível em: http://www.viniciusdemoraes.com.br
Respostas
01. (E) / 02. (B) / 03. (E) / 04. (D)
Anotações
Língua Portuguesa 57
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APOSTILAS OPÇÃO
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BASES LEGAIS DO ENSINO
SUPERIOR/UEPB
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APOSTILAS OPÇÃO
Questões
1http://www.al.pb.leg.br/wp-
content/uploads/2017/02/Constitui%C3%A7%C3%A3o-Estadual-Atualizada-
at%C3%A9-a-Emenda-40-de-2015.pdf
V - promoção da educação paraescolar sob forma de burocratizado e ineficiente no seu compromisso federativo de
programas, cursos e estágios de educação e de formação com promover mecanismos de descentralização.
objetivos específicos, tendo em vista o caráter permanente da Esses fatores demonstram que não se pode desvincular o
educação. tema da autonomia universitária da concepção de Estado que
§ 1º Os Municípios alocarão recursos, prioritariamente, prevalece em cada momento da nossa história e que afeta
para ensino pré-escolar e fundamental. sobremodo as possibilidades de realização desse atributo
§ 2º O Estado, em articulação com os Municípios, inerente à idéia de Universidade.
promoverá o mapeamento escolar, estabelecendo critérios Essa vinculação entre concepção de Estado e autonomia
para a ampliação e a interiorização da rede escolar pública. cumpre duas funções importantes. A primeira refere-se à
possibilidade de mapeamento das heranças históricas como
Art. 212. O Conselho Estadual de Educação é órgão fatores que contribuem para a compreensão das dificuldades
normativo e deliberativo superior em matéria educacional, no de concretização da autonomia nas universidades brasileiras.
âmbito do sistema estadual de educação, devendo ser A segunda é que a determinação de um conceito jurídico de
composto, paritariamente, por profissionais da educação, autonomia universitária passa, necessariamente, pela forma
obedecendo ao seguinte: como o Estado realiza sua função de promoção dos serviços
I - representantes do Poder Público, indicados pelo Poder públicos, já que essa autonomia é atributo de instituições que
Executivo Estadual; prestam o serviço público educacional.
II - representantes de instituições educativas em todos os Nesse sentido, conceber juridicamente a autonomia das
níveis de ensino, indicados através das suas entidades de universidades a partir do perfil de um Estado Liberal é
representação; diferente de concebê-la sob uma ótica de um Estado
III - representantes de sindicatos e associações de Intervencionista ou ainda de um Estado desregulamentador.
profissionais de educação, indicados por seus órgãos de Não há, portanto, um sentido jurídico possível sem a
representação; identificação da concepção de Estado vigente.
IV - representantes de entidades da sociedade civil e Para cumprir o objetivo de delimitar o alcance da
comunitária que desenvolvam atividades educativas; concepção de autonomia universitária, a partir dos marcos
V - representantes do corpo discente, maiores de dezoito jurídicos implementados em nosso país com o advento da
anos, indicados através das suas entidades de representação. Constituição Federal de 1988, a segunda perspectiva é que
§ 1º A composição do Conselho Estadual de Educação será será desenvolvida com maior cuidado.
regulamentada pela lei de diretrizes e bases da educação A Constituição Federal de 1988 inaugura no Brasil, após
estadual. quase duas décadas de regime autoritário, o Estado
§ 2º Compete ao Conselho Estadual de Educação: Democrático de Direito, caracterizado pelo perfil dirigente-
I - elaborar, em primeira instância, o plano estadual de compromissário de nossa carta constitucional que, de acordo
educação a ser aprovado pelo Poder Legislativo, assim como com J. J. Canotilho, significa que a Constituição comanda a ação
realizar o acompanhamento e a avaliação da sua execução; do Estado e impõe aos órgãos competentes a realização de
II - fixar normas complementares à legislação do ensino metas programáticas, estabelecendo compromissos
estadual; constitucionais que possibilitem a efetivação dos direitos
III - elaborar, evitando multiplicidade e pulverização de fundamentais e a resolução de problemas “suscitados pelo
matérias, as diretrizes curriculares adequadas às pluralismo político, pela complexidade social e pela
especificidades regionais; democracia conflitual” .
IV - estabelecer as diretrizes de participação da O perfil de Estado Democrático de Direito requer, portanto,
comunidade escolar e da sociedade na elaboração das a alteração das condições sociais de desigualdade, enraizadas
propostas pedagógicas das escolas. pelas experiências estatais anteriores, a partir de uma
concepção de Direito como instrumento de transformação
Art. 213. O Poder Legislativo, obedecendo às disposições social. E é, nesse sentido, que José Luís Bolzan de Morais,
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, desta e da caracteriza o Estado Democrático de Direito, como aquele que
Constituição Federal, fixará as diretrizes e bases da educação
estadual, em lei complementar, que regulamentará: [...] carrega consigo um caráter transgressor que implica
I - o sistema estadual de educação; agregar o feitio incerto da democracia ao Direito, impondo um
II - a administração do sistema de ensino do Estado; caráter reestruturador à sociedade e, revelando uma
III - as bases da política de valorização dos profissionais da contradição fundamental com a juridicidade liberal a partir da
educação; reconstrução de seus primados básicos de certeza e segurança
IV - a criação e o funcionamento do Conselho de Educação jurídicas, para adaptá-los a uma ordenação jurídica voltada
em âmbito estadual; para a garantia/ implementação do futuro, e não para a
V - as diretrizes do plano estadual de educação. conservação do passado.
brasileiro ainda constituem-se como fatores impeditivos a realização do trinômio ensino, pesquisa e extensão, deduzindo
essa realização, afetando diretamente a construção de uma que
concepção de autonomia universitária coerente com um
Estado democrático. De todo modo, a partir desse momento, Do ponto de vista jurídico, é apenas e tão-somente em
esmiuçaremos um sentido jurídico de autonomia universitária razão desse objetivo que a Universidade é autônoma e que, em
pressuposto em um Estado Democrático de Direito, que adota função do mesmo, a autonomia deve ser exercida de forma
uma Constituição dirigente-compromissária. responsável, eficiente e adequada aos objetivos nacionais e às
Caracterizando inicialmente a norma de previsão da referências socioculturais, econômicas e políticas da sociedade
Constituição brasileira sobre a autonomia universitária, no na qual se insere.
contexto da teoria das normas constitucionais, é possível Nessa perspectiva, a autonomia das universidades não é,
afirmar que o artigo 207 se enquadra na categoria de norma definitivamente, ausência de limites do Estado central em
garantidora de direito, o que significa que não necessita de relação às universidades. Ao contrário, o papel de um Estado
nenhum outro elemento futuro para concretizar seus efeitos. que se pretende democrático é o de garantir que os conteúdos
Assim sendo, as relações normativas que se estabelecerão, constitucionais que fundamentam nossa República Federativa,
a partir dessa garantia constitucional, são aquelas derivadas tais como: cidadania; dignidade da pessoa humana; a
da organização federativa de nosso Estado. A competência construção de uma sociedade livre, justa e solidária; a
para legislar em matéria educacional é concorrente para os erradicação da pobreza e da marginalização; a redução das
três âmbitos da federação. Sendo que o alcance do poder desigualdades sociais e regionais; a promoção do bem de todos
legislativo de cada ente federativo vincula-se aos interesses sem discriminações, estejam presentes como diretrizes
prioritários exercidos por cada um. Assim, a União legisla essenciais ao exercício da autonomia nas universidades.
dentro dos interesses nacionais, os Estados-membros e Centrando o debate na autonomia didático-pedagógica,
Distrito Federal dentro dos interesses regionais e os portanto, coloca-se como legítimo, por parte do poder central,
Municípios dentro de seus interesses locais. a regulamentação da matéria no sentido de garantir os
conteúdos constitucionais que fundamentam nosso Estado
O capítulo constitucional da educação contribui para o Democrático. Eunice Durham, ao alertar para o perigo da
entendimento dessa lógica federativa no âmbito da educação. prevalência de uma concepção de autonomia universitária que
Em seu artigo 211, a Constituição determina que os entes se pretenda ilimitada como um fator determinante para a
federativos se organizarão sob o regime de colaboração, ou mediocrização geral do ensino superior do país, propõe uma
seja, reforça a lógica do federalismo cooperativo adotado nos reflexão, no âmbito da autonomia didático-pedagógica, que é a
artigos 23 e 24, que justamente se rege pela ótica do princípio conciliação entre “o necessário controle de qualidade que a
da subsidiariedade e da divisão de competências legislativas a sociedade não pode dispensar com a igualmente necessária
partir dos interesses prioritários de cada ente. Ao estabelecer, autonomia”.
portanto, o âmbito das competências materiais de educação, A prática curricular existente hoje em nosso país, em
afirma a atuação prioritária dos municípios no ensino termos normativos, é o do currículo mínimo, que até poderia
fundamental (§ 2º, art. 211 da CF), dos Estados-membros e do ser encarado como a forma de garantir aqueles conteúdos
Distrito Federal, prioritariamente, no ensino médio (§ 3º, art. constitucionais anteriormente mencionados. De acordo com
211 da CF) e, da União, como a responsável pela organização Eunice Durham, esse tipo de controle seria meramente
do sistema federal de ensino, com dever de financiamento das burocrático acarretando dois tipos de problemas:
instituições de ensino públicas federais. A subsidiariedade é
contemplada na forma supletiva da União em contribuir com De um lado, embora obrigue os cursos a incluírem certos
Estados-membros e Municípios para a garantia da qualidade conjuntos de disciplina, não avalia a qualidade do ensino que é
do ensino no país (§ 1º, art. 211 da CF). ministrado nem a formação recebida pelos alunos. Do outro,
Em termos de universidade, fica claro que as Federais, dificulta enormemente inovações curriculares e a oferta de
objeto principal desse trabalho, estão ao encargo da União. novos cursos, o que se torna hoje sério problema porque há
Quanto às Universidades Estaduais, essas se regem pela necessidade de grande flexibilidade por parte das instituições
normatização de competência de seus Estados e suas para fazerem face ao rápido desenvolvimento científico,
existências configuram-se como legítimas, na medida em que inclusive com a criação de novas áreas, assim como às
o âmbito de atuação dos Estados é prioritariamente o ensino aceleradas transformações do mercado de trabalho.
médio, não sendo vedada a atuação em nível superior. A lógica da rigidez curricular engessa a estrutura didático-
A autonomia universitária, consagrada na Constituição pedagógica das universidades não permitindo a
brasileira, prevê três dimensões de autonomia: a didático- implementação de iniciativas inovadoras que podem surgir do
pedagógica, a administrativa e a de gestão financeira. É preciso amadurecimento e da percepção de realidades sociais,
perceber que essas dimensões apontam para a concretização políticas, culturais e regionais distintas. Essa postura impede a
da finalidade maior das universidades que é a liberdade de execução satisfatória das metas constitucionais para a
ação e pensamento na consecução de seu princípio maior, educação superior no Brasil.
também consagrado nos mesmo artigo da Constituição, qual
seja: o da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Será, portanto, que de fato, a instituição de currículos
Assim sendo, as duas últimas dimensões configuram-se mínimos ou seu baixo grau de flexibilidade é instrumento
como complementares à dimensão didático-pedagógica. São eficaz e coaduna com o objetivo constitucional de
dimensões instrumentais que precisam ser asseguradas com a concretização de um Estado Democrático de Direito? A
finalidade exclusiva de garantir a prerrogativa das prerrogativa constitucionalmente garantida da autonomia
universidades em sua organização didático-pedagógica. Essas universitária, em sua dimensão didáticopedagógica, não
dimensões, inclusive, só passam a fazer parte do debate da poderia e deveria voltar-se à construção do futuro, como
autonomia quando as universidades consolidam-se como projeto de Estado Democrático, rompendo com as amarras de
parte do Estado e, então, surge a necessidade de garantia de uma tradição curricular rígida?
financiamento, bem como de autonomia de administração com A partir dessas reflexões pretende-se traçar o cenário
independência. E, é por isso que Nina Ranieri, ao tratar das normativo atual, identificando quais são os instrumentos
dimensões da autonomia no artigo 207 da Constituição normativos disponíveis à consecução da finalidade
Federal, as concebe como absolutamente vinculadas à constitucional, analisando seus limites e possíveis
perspectivas de inovação.
Neste sentido, delega à União a função normatizadora dos Ainda neste sentido, demarca a importância da adequação
cursos de graduação e pós-graduação — função esta a ser da atuação da Universidade enquanto implementadora, no
executada pelo Conselho Nacional de Educação, criado pela Lei âmbito da educação superior, dos objetivos do Estado
nº 9.131/95, que extinguiu o Conselho Federal de Educação e Democrático de Direito:
ampliou as competências do Ministério da Educação e do
Desporto. Com o intuito de superar o currículo mínimo como No mundo contemporâneo, as rápidas transformações
controle de qualidade do ensino superior — perspectiva esta destinam às universidades o desafio de reunir em suas
que denota o viés estritamente profissional dos cursos de atividades de ensino, pesquisa e extensão, os requisitos de
graduação —, procurou-se, com a LDB, ampliar o exercício da relevância, incluindo a superação das desigualdades sociais e
autonomia das universidades. Para Eunice Durham, no regionais, qualidade e cooperação internacional. As
entanto, “tentou-se, no projeto da LDB, mas não se conseguiu, universidades constituem, a partir da reflexão e da pesquisa, o
separar o diploma do exercício profissional”. Ainda com principal instrumento de transmissão da experiência cultural
relação às limitações da LDB em regular a matéria, Nina e científica acumulada pela humanidade. Nessas instituições
Ranieri afirma que, apropria-se o patrimônio do saber humano que deve ser
No que se refere à autonomia universitária, a atual Lei de aplicado ao conhecimento e desenvolvimento do País e da
Diretrizes e Bases da Educação (...) oscila da simples sociedade brasileira. A universidade é, simultaneamente,
exemplificação de processos autônomos que já se deduziam da depositária e criadora de conhecimentos.
previsão constitucional (como faz nos artigos 53 e 54, §1º), ao
Para “promover a renovação do ensino universitário importantes subsídios para a compreensão da necessidade de
brasileiro”, o mesmo documento, a que foi atribuído status flexibilização das diretrizes com vistas à implementação dos
legal pela Lei nº 10.172/2001, afirma que é necessário, dentre objetivos postos à universidade, tais como previstos na
outras medidas, Constituição e especificados na LDB e no Plano Nacional de
Educação.
[...] reformular o rígido sistema atual de controles A atuação do CNE, neste sentido, denota a implementação,
burocráticos. A efetiva autonomia das universidades, a por parte do órgão competente (o Ministério da Educação), de
ampliação da margem de liberdade das instituições não- uma política educacional na perspectiva de viabilização, no
universitárias e a permanente avaliação dos currículos âmbito da educação superior, dos pressupostos do Estado
constituem medidas tão necessárias quanto urgentes, para que Democrático de Direito. As medidas adotadas pelo Conselho,
a educação superior possa enfrentar as rápidas transformações como buscaremos demonstrar, vêm no sentido de flexibilizar
por que passa a sociedade brasileira e constituir um polo a estrutura curricular, à luz das diretrizes da LDB e do PNE,
formulador de caminhos para o desenvolvimento humano em enquanto política do Estado para a educação superior.
nosso país. Destaca-se, assim, o conteúdo do Parecer nº 67/2003 do
CNE, que propõe comparação entre o engessamento dos
Assim como a LDB, o Plano Nacional de Educação currículos mínimos e as Diretrizes Curriculares Nacionais,
estabelece diretrizes amplas para a atuação da Universidade. estabelecidas a partir do Plano Nacional de Educação:
Também no sentido de adequar a função exercida pelo ensino
superior às demandas sociais contemporâneas, tal como [...] rigidamente concebidos na norma, os currículos
previsto na Constituição, o PNE fornece fundamentos à mínimos profissionalizantes não mais permitiam o alcance da
flexibilização da estrutura das instituições — o que se nota, qualidade desejada segundo a sua contextualização no espaço
por exemplo, na necessidade, evidenciada no documento, de e tempo. Ao contrário, inibiam a inovação e a diversificação na
renovação e reformulação da estrutura universitária. preparação ou formação do profissional apto para a
Estabelece, além disso, objetivos e metas a serem cumpridos adaptabilidade! (...) enquanto os Currículos Mínimos
no âmbito da educação superior, dos quais destacam-se, com encerravam a concepção do exercício do profissional, cujo
relação à autonomia didáticocientífica e a flexibilização dos desempenho resultaria especialmente das disciplinas ou
planos de ensino: matérias profissionalizantes, enfeixadas em uma grade
curricular, com os mínimos obrigatórios fixados em uma
[...] Assegurar efetiva autonomia didática, científica, resolução por curso, as Diretrizes Curriculares Nacionais
administrativa e de gestão financeira para as universidades concebem a formação de nível superior como um processo
públicas. [...]. Estabelecer, em nível nacional, diretrizes contínuo, autônomo e permanente, com uma sólida formação
curriculares que assegurem a necessária flexibilidade e básica e uma formação profissional fundamentada na
diversidade nos programas de estudos oferecidos pelas competência teórico-prática, de acordo com o perfil de um
diferentes instituições de educação superior, de forma a formando adaptável às novas e emergentes demandas; (...)
melhor atender às necessidades diferenciais de suas clientelas enquanto os Currículos Mínimos muitas vezes atuaram como
e às peculiaridades das regiões nas quais se inserem. Incluir instrumento de transmissão de conhecimentos e de
nas diretrizes curriculares dos cursos de formação de docentes informações, inclusive prevalecendo interesses corporativos
temas relacionados às problemáticas tratadas nos temas responsáveis por obstáculos no ingresso no mercado de
transversais, especialmente no que se refere à abordagem tais trabalho e por desnecessária ampliação ou prorrogação na
como: gênero, educação sexual, ética (justiça, diálogo, respeito duração do curso, as Diretrizes Curriculares Nacionais
mútuo, solidariedade e tolerância), pluralidade cultural, meio orientam-se na direção de uma sólida formação básica,
ambiente, saúde e temas locais. 13. Diversificar a oferta de preparando o futuro graduado para enfrentar os desafios das
ensino, incentivando a criação de cursos noturnos com rápidas transformações da sociedade, do mercado de trabalho
propostas inovadoras, de cursos sequenciais e de cursos e das condições de exercício profissional.
modulares, com a certificação, permitindo maior flexibilidade
na formação e ampliação da oferta de ensino. No tocante à autonomia didático-pedagógica das
Os referidos objetivos e metas colocados pelo Plano universidades, a posição do Conselho Nacional de Educação
Nacional de Educação, assim como o todo o conteúdo da Lei sobre a superação do paradigma dos currículos mínimos é no
10.172/2001, devem servir de base à implementação das sentido de que isto proporcionou maior autonomia às
políticas educacionais que, no caso do ensino superior, são universidades:
centralizadas pelo Ministério da Educação. O MEC, por sua vez,
como já referido, através do Conselho Nacional de Educação, [...] enquanto os Currículos Mínimos inibiam a inovação e a
executa a sua função normatizadora dos cursos de graduação criatividade das instituições, que não detinham liberdade para
e pós-graduação. reformulações naquilo que estava, por Resolução do CFE,
estabelecido nacionalmente como componente curricular, até
O Conselho Nacional de Educação tem atribuições de com detalhamento de conteúdos obrigatórios, as Diretrizes
caráter normativo, deliberativo e de assessoramento ao Curriculares Nacionais ensejam a flexibilização curricular e a
Ministério da Educação. Com relação à estrutura curricular das liberdade de as instituições elaborarem seus projetos
universidades, compete ao CNE, conforme artigo 9º, §2º, letra pedagógicos para cada curso segundo uma adequação às
c, da Lei 9.131/95, “deliberar sobre as diretrizes curriculares demandas sociais e do meio e os avanços científicos e
propostas pelo Ministério da Educação e do Desporto, para os tecnológicos, conferindo-lhes uma maior autonomia na
cursos de graduação”. Neste sentido, é função do CNE definição de currículo plenos dos seus cursos;
posicionar-se, através de pareceres, sobre as diretrizes
curriculares a ele submetidas — diretrizes estas, como já Interessante notar, no ponto grifado, que a flexibilização
referido, difusas, ou seja, não unificadas por uma política curricular e a consequente liberdade das instituições em
curricular comum, uma vez que elaboradas para definirem seus projetos pedagógicos são compreendidas, pelo
regulamentar, de maneira independente, cada curso de Conselho Nacional de Educação, como vinculadas ao papel da
graduação. universidade na concretização dos objetivos previstos na
Os pareceres do Conselho Nacional de Educação, apesar de Constituição. Para tanto, a flexibilização curricular deve ser
não atribuírem unidade às diretrizes curriculares, fornecem
entendida, como se depreende do posicionamento do CNE, nas reorganização dos cursos de graduação e metodologias de
seguintes medidas: ensino, bem como a superação do paradigma exclusivamente
profissionalizante dos cursos. Desta forma, fornece subsídios
[...] ensejar variados tipos de formação e habilitações à compreensão das alterações necessárias à reestruturação
diferenciadas em um mesmo programa [...] e [...] que não se das universidades federais, com vistas à efetivação das
vinculam a diploma e a exercício profissional, pois os diplomas, diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação.
de acordo com o art. 48 da Lei 9.394/96, se constituem prova, O Projeto de Lei nº 7.200/2006, que propõe a
válida nacionalmente, da formação recebida por seus titulares. implementação da Reforma Universitária, apresenta, no seu
artigo 52, alteração para o § 4º do artigo 44 da LDB, que
O Parecer nº 776/97, anterior ao analisado até este ponto, passaria a vigorar nos seguintes termos:
já dava indícios da preocupação do Estado em superar o As instituições de ensino superior, na forma de seus
modelo tradicional de estrutura curricular das universidades, estatutos ou regimentos e respeitadas as diretrizes
colocando como princípio às diretrizes curriculares a tarefa de curriculares nacionais, poderão organizar seus cursos de
[...] incentivar uma sólida formação geral, necessária para que o graduação, exceto os de educação profissional tecnológica,
futuro graduado possa vir a superar os desafios de renovadas incluindo um período de formação geral, em quaisquer
condições de exercício profissional e de produção do campos do saber e com duração mínima de quatro semestres,
conhecimento, permitindo variados tipos deformação e com vistas a desenvolver: I- formação humanística, científica,
habilitações diferenciadas em um mesmo programa; tecnológica e interdisciplinar; II- estudos preparatórios para
Por fim, cabe ressaltar a importância do Parecer nº 329/04 os níveis superiores de formação; e III - orientação para a
na ilustração de mudança de paradigma ocorrida na política escolha profissional.
educacional brasileira. Neste sentido, o referido Parecer faz A proposta de alteração na estrutura didático-pedagógica
uma crítica à Lei de Diretrizes e Bases da Educação: das universidades, feita no do PL 7.200/06, através do referido
dispositivo, vem no sentido de incentivar, nos moldes do
Esta, ao contrário da Lei nº 4.024/61, não traz inequívoca Decreto 6.096/07, as inovações curriculares nas
associação entre diploma e inscrição profissional, o que universidades. Este dispositivo, no entanto, apenas faculta às
permitiria quebrar a natureza corporativa e profissionalizante universidades a implementação da estrutura curricular, tal
da educação superior brasileira, dando-lhe mais como proposta nos seus incisos.
discernimento acadêmico do que profissional.
O papel desempenhado pelo Conselho Nacional de Autonomia universitária no ordenamento jurídico
Educação, a despeito de avaliar-se que não há efetivo sucesso brasileiro: delimitação do conceito jurídico e possibilidades de
na implementação do conteúdo dos pareceres aqui regulamentação
exemplificados nas diretrizes curriculares dos cursos de
graduação , é de grande relevância ao debate sobre a A autonomia universitária, enquanto uma garantia
flexibilização dos currículos e a autonomia didático- constitucional, não poderia ter outra referência de atribuição
pedagógica das universidades, já que evidencia não apenas de sentido que a própria Constituição brasileira. Assim sendo,
uma tendência da política do Ministério da Educação para o o sentido do artigo 207, jamais poderá ser considerado na
ensino superior, mas uma necessidade de câmbio estrutural literalidade de seu texto, mas apenas na completude do
nos planos pedagógicos — a incorporação de uma formação contexto que o cerca.
generalista, marcada pela flexibilidade, interdisciplinaridade e A autonomia das universidades brasileiras, inseridas em
superação da perspectiva profissionalizante — tendo em vista um cenário de concretização de um Estado Democrático de
um modelo de Universidade preocupado com o desempenho Direito, não poderá ser concebida como liberdade total de
de suas atribuições constitucionais. É neste sentido que surge, auto-regulação. Afinal, toda e qualquer tipo de liberdade que
também, o Decreto Presidencial nº 6.069 de 24 de abril de ferir ou ameaçar direito garantido constitucionalmente, não é
2007, instituindo o Programa de Apoio a Planos de liberdade legítima. Como vimos anteriormente, o exercício de
Reestruturação e Expansão das Universidades Federais — uma autonomia com liberdade ampla e irrestrita poderia
REUNI. acabar incorrendo em iniciativas contrárias aos próprios
Com o objetivo “de criar condições para a ampliação do fundamentos do Estado brasileiro.
acesso e permanência na educação superior, no nível de Nesse sentido, é dever do Estado o estabelecimento de
graduação”, o REUNI é instituído tendo como diretrizes, nos limites ao exercício da autonomia das universidades que as
aspectos relevantes à autonomia universitária: coloquem como instituições promotoras dos valores e
fundamentos que balizam a construção democrática de nosso
[...] II - ampliação da mobilidade estudantil, com a país. Como instituições de ensino, devem ser as primeiras a
implantação de regimes curriculares e sistemas de títulos que fomentar a inclusão social, a cidadania, a elaboração de
possibilitem a construção de itinerários formativos, mediante o pesquisas que contribuam para a erradicação da pobreza,
aproveitamento de créditos e a circulação de estudantes entre valorização e efetivação dos direitos fundamentais e tantos
instituições, cursos e programas de educação superior; III - outros objetivos que se colocam como os desafios presentes
revisão da estrutura acadêmica, com reorganização dos cursos para a construção futura de uma nação livre, justa, solidária e
de graduação e atualização de metodologias de democrática.
ensinoaprendizagem, buscando a constante elevação da Esse dever do Estado é, assim, representado, em um
qualidade; IV - diversificação das modalidades de graduação, primeiro momento, pelas dimensões instrumentais da
preferencialmente não voltadas à profissionalização precoce e autonomia universitária: a financeira e a administrativa. Essa
especializada; última se concretiza na estrutura da Administração Pública
com a figura das autarquias, que no caso das universidades
O texto do Decreto explicita a vinculação da reestruturação federais, recebem um tratamento diferenciado de autarquias
das universidades federais a medidas que dizem respeito, por de regime especial, exatamente pela consideração da
sua vez, à estrutura curricular e pedagógica destas. Neste relevância da manutenção de sua independência na condução
sentido, a regulamentação do Poder Executivo, estabelecida das atividades didáticopedagógicas, que também necessitam
com o fim de dar cumprimento à meta de expansão prevista no de fomento financeiro para se concretizar, destacando com
Plano Nacional de Educação, pressupõe, para tanto, alterações isso, a segunda dimensão instrumental de dever do Estado
nos regimes curriculares: mobilidade estudantil, para com a garantia constitucional da autonomia.
A terceira dimensão da autonomia, a didático-pedagógica, tradição e a razão devem estar em sintonia. A segunda como
não é uma dimensão instrumental, pois se caracteriza como a filtro da primeira.
justificativa principal da existência das universidades e, por
isso mesmo, foco central das outras duas dimensões. E é nessa Com a implementação do REUNI, inspirado na proposta da
dimensão que a universidade se constitui como instituição Universidade Nova, surge mais um instrumento jurídico
promotora e concretizadora do Estado Democrático de voltado ao exercício da autonomia universitária. O poder
Direito. O dever do Estado, nessa dimensão, não se limita ao central, dentro de seu papel de fomentador e
caráter de fomentador, mas de balizador no sentido de instrumentalizador, já criou mecanismos de investimento com
garantir a relevância social das atividades a devida exigência de responsabilidade por parte das
didáticopedagógicas prestadas pelas universidades. Cumpre universidades com o objetivo de incentivar exatamente aquilo
esse papel pelas normatizações legais e infralegais. que estamos chamando de exigências constitucionais para as
universidades:
O principal óbice que se coloca às universidades, no O alargamento da amplitude da base dos estudos
cumprimento de sua missão constitucional, é o enraizamento superiores, permitindo uma ampliação de conhecimentos e
de uma tradição histórica burocratizada constituída em meio competências cognitivas; a flexibilização curricular através do
a cenários de centralização e regime autoritário, que não aumento de componentes optativos que proporcionarão aos
proporcionou o desenvolvimento de uma trajetória acadêmica estudantes a escolha de seus próprios percursos de
voltada à liberdade de pensamento ou à realização de aprendizagem; a introdução de dispositivos curriculares que
demandas da sociedade. No contexto da perspectiva didático- promovam a integração entre conteúdos disciplinares; o
pedagógica essa dificuldade é nítida quando travamos o adiamento de escolhas profissionais precoces que têm como
debate do conteúdo curricular. Se considerarmos o contexto consequência prejuízos individuais e institucionais.
constitucional da consagração da autonomia e a velocidade de Estamos, novamente, diante de uma possibilidade real não
transformações em sociedade que impõem um novo ritmo de só de alteração do perfil curricular da universidade, mas de
demandas sociais e científicas às universidades, jamais efetivar uma verdadeira inclusão social no ensino superior
poderíamos pensar na manutenção de uma estrutura com os avanços das propostas da Universidade Nova. Se, de
curricular fechada e tradicional como a que ainda temos hoje. fato vamos conseguir, só o exercício de nossa razão crítica é
Entretanto, como vimos no item anterior, o conteúdo que poderá garantir tamanha inovação em nossas tradições.
regulatório dos textos legais e infralegais — talvez não em sua
plenitude, mas em sua maioria — vêm ao encontro da
perspectiva constitucional, uma vez que permite a superação
do paradigma de currículo mínimo — encarado, hoje, como o
Lei nº 9.394/1996, de 20 de
parâmetro a ser observado no exercício da autonomia dezembro de 1996 (LDB).
didático-científica —, e abre espaço à flexibilização da
arquitetura curricular com a finalidade de dar cumprimento às
metas atribuídas pela Constituição às universidades. Contudo, 3LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
na prática, as universidades não têm conseguido implementar DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL
tais inovações.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Uma das leituras possíveis para explicar essa dificuldade é Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
que se soma ao peso da herança histórica das universidades de
uma tradição desacostumada ao exercício da democracia e TÍTULO I
adversa às inovações didáticopedagógicas, o fenômeno da Da Educação
baixa constitucionalidade, ou seja, a inefetividade
constitucional também consagrada historicamente em nossa Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se
trajetória política-jurídica. desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no
Ao reunirmos esses fatores fica mais clara a percepção de trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
que a construção normativa de um ambiente apropriado para movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
transformações não garante, por si só, que essas aconteçam, já manifestações culturais.
que dependem muito mais da alteração histórica de uma § 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se
cultura conservacionista muito enraizada no Brasil. Hans desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
George Gadamer explica esse fenômeno demonstrando a instituições próprias.
dubiedade que a idéia de tradição carrega. Se, ao mesmo § 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do
tempo, é a tradição que nos fornece elementos para a trabalho e à prática social.
compreensão do que somos, também é responsável pela
formação de juízos inautênticos, ou seja, aqueles que são Comentário: A educação escolar de que se trata essa lei,
adquiridos e enraizados pela ação outorgante de uma considera a educação em instituições próprias à esse fim de
autoridade reconhecida como certa. Esses juízos só se alteram modo porém que essa educação tome sentido não só na vida
pela ação da razão crítica que, quando não praticada, pode escolar da criança mas, também, no meio profissional e na
levar a uma conservação do juízo inautêntico, que acaba prática social.
descontextualizando o próprio sentido do que se vive no
presente em prol da mera reprodução de um contexto TÍTULO II
passado. Para o autor, Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
[...] a tradição deve ser vista essencialmente como sendo Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada
conservação e como tal nunca deixa de estar presente nas trocas nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
históricas. A conservação é um ato de razão, ainda que humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
caracterizado pelo fato de não atrair a atenção sobre si. A
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua § 1o O poder público, na esfera de sua competência
qualificação para o trabalho. federativa, deverá:
I - recensear anualmente as crianças e adolescentes em
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes idade escolar, bem como os jovens e adultos que não
princípios: concluíram a educação básica;
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na II - fazer-lhes a chamada pública;
escola; III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a escola.
cultura, o pensamento, a arte e o saber; § 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório,
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais
V - coexistência de instituições públicas e privadas de níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades
ensino; constitucionais e legais.
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos § 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste
oficiais; artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na
VII - valorização do profissional da educação escolar; hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.
Lei e da legislação dos sistemas de ensino; § 4º Comprovada a negligência da autoridade competente
IX - garantia de padrão de qualidade; para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela
X - valorização da experiência extraescolar; ser imputada por crime de responsabilidade.
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as § 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de
práticas sociais. ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. aos diferentes níveis de ensino, independentemente da
escolarização anterior.
TÍTULO III
Do Direito à Educação e do Dever de Educar Art. 6° É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula
das crianças na educação básica a partir dos 4 (quatro) anos
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública de idade.
será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as
aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte seguintes condições:
forma: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e
a) pré-escola; do respectivo sistema de ensino;
b) ensino fundamental; II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade
c) ensino médio; pelo Poder Público;
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o
anos de idade; previsto no art. 213 da Constituição Federal.
III - atendimento educacional especializado gratuito aos
educandos com deficiência, transtornos globais do Comentário: É dever do Estado garantir escola pública na
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, (dezessete) anos de idade de modo que o acesso à essa
preferencialmente na rede regular de ensino; educação é direito público subjetivo, ou seja, todo e qualquer
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e cidadão tem direito à ela e caso não consiga tem, também, o
médio para todos os que não os concluíram na idade própria; direito de acionar o poder público para exigi-la. Por outro lado,
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa a matrícula nas escolas é dever dos pais ou responsáveis a
e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; partir dos 4 anos.
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
condições do educando; TÍTULO IV
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e Da Organização da Educação Nacional
adultos, com características e modalidades adequadas às suas
necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
trabalhadores as condições de acesso e permanência na Municípios organizarão, em regime de colaboração, os
escola; respectivos sistemas de ensino.
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da § 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de
educação básica, por meio de programas suplementares de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e
material didático-escolar, transporte, alimentação e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em
assistência à saúde; relação às demais instâncias educacionais.
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos § 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização
como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de nos termos desta Lei.
insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de
ensino-aprendizagem. Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração
fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e
instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos
Art. 5° O acesso à educação básica obrigatória é direito Territórios;
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao
cidadãos, associação comunitária, organização sindical, Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de
entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à
Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo.
escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva III - baixar normas complementares para o seu sistema de
e supletiva; ensino;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito IV - autorizar, credenciar e supervisionar os
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a estabelecimentos do seu sistema de ensino;
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e,
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em
assegurar formação básica comum; outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas
IV-A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o plenamente as necessidades de sua área de competência e com
Distrito Federal e os Municípios, diretrizes e procedimentos recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela
para identificação, cadastramento e atendimento, na educação Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do
básica e na educação superior, de alunos com altas habilidades ensino.
ou superdotação; (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015) VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a municipal.
educação; Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por
VI - assegurar processo nacional de avaliação do se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele
rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, um sistema único de educação básica.
em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a
definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino; Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
pós-graduação; incumbência de:
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
instituições de educação superior, com a cooperação dos II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de financeiros;
ensino; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e estabelecidas;
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de docente;
ensino. V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho rendimento;
Nacional de Educação, com funções normativas e de VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando
supervisão e atividade permanente, criado por lei. processos de integração da sociedade com a escola;
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus
União terá acesso a todos os dados e informações necessários filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a
de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais. frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser execução da proposta pedagógica da escola;
delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz
mantenham instituições de educação superior. competente da Comarca e ao respectivo representante do
Ministério Público a relação dos alunos que apresentem
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de: quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições percentual permitido em lei.
oficiais dos seus sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a I - participar da elaboração da proposta pedagógica do
distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo estabelecimento de ensino;
com a população a ser atendida e os recursos financeiros II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a
disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público; proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos
integrando e coordenando as suas ações e as dos seus de menor rendimento;
Municípios; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos,
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e além de participar integralmente dos períodos dedicados ao
avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de VI - colaborar com as atividades de articulação da escola
ensino; com as famílias e a comunidade.
V - baixar normas complementares para o seu sistema de
ensino; Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com gestão democrática do ensino público na educação básica, de
prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes
respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; princípios:
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede I - participação dos profissionais da educação na
estadual. elaboração do projeto pedagógico da escola;
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as II - participação das comunidades escolar e local em
competências referentes aos Estados e aos Municípios. conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições escolares públicas de educação básica que os integram
oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa
e planos educacionais da União e dos Estados; e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; financeiro público.
Art. 16. O sistema federal de ensino Outra etapa da educação é o ensino superior, em que o
compreende:(Regulamento) estudante opta pela “área” em que quer estudar e que só é
I - as instituições de ensino mantidas pela União; possível após a conclusão da educação básica.
II - as instituições de educação superior criadas e mantidas
pela iniciativa privada; CAPÍTULO II
III - os órgãos federais de educação. DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seção I
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Das Disposições Gerais
Federal compreendem:
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver
pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal; o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
II - as instituições de educação superior mantidas pelo para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
Poder Público municipal; progredir no trabalho e em estudos posteriores.
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas
e mantidas pela iniciativa privada; Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de
respectivamente. períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade,
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de
educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, organização, sempre que o interesse do processo de
integram seu sistema de ensino. aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem: quando se tratar de transferências entre estabelecimentos
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de situados no País e no exterior, tendo como base as normas
educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal; curriculares gerais.
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas § 2º O calendário escolar deverá adequar-se às
pela iniciativa privada; peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a
III – os órgãos municipais de educação. critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir
o número de horas letivas previsto nesta Lei.
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis
classificam-se nas seguintes categorias administrativas: Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio,
(Regulamento) será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas
mantidas e administradas pelo Poder Público; para o ensino fundamental e para o ensino médio, distribuídas
II - privadas, assim entendidas as mantidas e por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar,
administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
privado. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017)
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a
Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão primeira do ensino fundamental, pode ser feita:
nas seguintes categorias: (Regulamento) a) por promoção, para alunos que cursaram, com
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;
são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou b) por transferência, para candidatos procedentes de
jurídicas de direito privado que não apresentem as outras escolas;
características dos incisos abaixo; c) independentemente de escolarização anterior, mediante
II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas avaliação feita pela escola, que defina o grau de
por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua
jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins inscrição na série ou etapa adequada, conforme
lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora regulamentação do respectivo sistema de ensino;
representantes da comunidade; III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por série, o regimento escolar pode admitir formas de
por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas progressão parcial, desde que preservada a sequência do
jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia currículo, observadas as normas do respectivo sistema de
específicas e ao disposto no inciso anterior; ensino;
IV - filantrópicas, na forma da lei. IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos
de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento
TÍTULO V na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino outros componentes curriculares;
CAPÍTULO I V - a verificação do rendimento escolar observará os
Da Composição dos Níveis Escolares seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do
Art. 21. A educação escolar compõe-se de: aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de
fundamental e ensino médio; eventuais provas finais;
II - educação superior. b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com
atraso escolar;
Comentário: A educação básica vai dos 4 (quatro) aos 17 c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries
(dezessete) anos e é dividida em três etapas a educação infantil mediante verificação do aprendizado;
(creche e pré-escola), a educação fundamental (até a oitava d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
série, 9° ano) e o ensino médio. e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições temas transversais de que trata o caput. (Redação dada pela
de ensino em seus regimentos; Lei nº 13.415, de 2017)
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, § 8º A exibição de filmes de produção nacional constituirá
conforme o disposto no seu regimento e nas normas do componente curricular complementar integrado à proposta
respectivo sistema de ensino, exigida a frequência mínima de pedagógica da escola, sendo a sua exibição obrigatória por, no
setenta e cinco por cento do total de horas letivas para mínimo, 2 (duas) horas mensais. (Incluído pela Lei nº 13.006,
aprovação; de 2014)
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos § 9o Conteúdos relativos aos direitos humanos e à
escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou prevenção de todas as formas de violência contra a criança e
certificados de conclusão de cursos, com as especificações ao adolescente serão incluídos, como temas transversais, nos
cabíveis. currículos escolares de que trata o caput deste artigo, tendo
§ 1º A carga horária mínima anual de que trata o inciso I do como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto
caput deverá ser ampliada de forma progressiva, no ensino da Criança e do Adolescente), observada a produção e
médio, para mil e quatrocentas horas, devendo os sistemas de distribuição de material didático adequado. (Incluído pela Lei
ensino oferecer, no prazo máximo de cinco anos, pelo menos nº 13.010, de 2014)
mil horas anuais de carga horária, a partir de 2 de março de § 10. A inclusão de novos componentes curriculares de
2017. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) caráter obrigatório na Base Nacional Comum Curricular
§ 2º Os sistemas de ensino disporão sobre a oferta de dependerá de aprovação do Conselho Nacional de Educação e
educação de jovens e adultos e de ensino noturno regular, de homologação pelo Ministro de Estado da Educação.
adequado às condições do educando, conforme o inciso VI do (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
art. 4º. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Art. 26.A- Nos estabelecimentos de ensino fundamental e
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o
responsáveis alcançar relação adequada entre o número de estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo
do estabelecimento. incluirá diversos aspectos da história e da cultura que
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à caracterizam a formação da população brasileira, a partir
vista das condições disponíveis e das características regionais desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da
e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas
neste artigo. no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o
índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas
Art. 26. Os currículos da educação infantil, do ensino contribuições nas áreas social, econômica e política,
fundamental e do ensino médio devem ter base nacional pertinentes à história do Brasil.
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-
cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados
exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
cultura, da economia e dos educandos. educação artística e de literatura e história brasileiras.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger,
obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica
matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
realidade social e política, especialmente do Brasil. I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social,
§ 2º O ensino da arte, especialmente em suas expressões aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
regionais, constituirá componente curricular obrigatório da comum e à ordem democrática;
educação básica. (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) II - consideração das condições de escolaridade dos alunos
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da em cada estabelecimento;
escola, é componente curricular obrigatório da educação III - orientação para o trabalho;
básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas
pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003) desportivas não-formais.
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis
horas; Art. 28. Na oferta de educação básica para a população
II – maior de trinta anos de idade; rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e
situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; de cada região, especialmente:
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às
de 1969; reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
V – (Vetado) II - organização escolar própria, incluindo adequação do
VI – que tenha prole. calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as climáticas;
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, Parágrafo único. O fechamento de escolas do campo,
africana e europeia. indígenas e quilombolas será precedido de manifestação do
§ 5º No currículo do ensino fundamental, a partir do sexto órgão normativo do respectivo sistema de ensino, que
ano, será ofertada a língua inglesa. (Redação dada pela Lei nº considerará a justificativa apresentada pela Secretaria de
13.415, de 2017) Educação, a análise do diagnóstico do impacto da ação e a
§ 6o As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as manifestação da comunidade escolar. (Incluído pela Lei nº
linguagens que constituirão o componente curricular de que 12.960, de 2014)
trata o § 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.278, de
2016). Comentário: Quando se fala em educação, mais
§ 7º A integralização curricular poderá incluir, a critério especificamente em educação básica deve-se considerar não
dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os apenas os conteúdos administrados em sala de aula, mas
também, o desenvolvimento integral do aluno de modo a § 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino
possibilitar seu desenvolvimento enquanto cidadão inserido a distância utilizado como complementação da aprendizagem
em um contexto social favorecendo seu desenvolvimento para ou em situações emergenciais.
o trabalho e também para seus estudos posteriores servindo, § 5o O currículo do ensino fundamental incluirá,
assim, como base para o seu desenvolvimento enquanto obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças
sujeito e autor do seu futuro. e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13
de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do
Seção II Adolescente, observada a produção e distribuição de material
Da Educação Infantil didático adequado.
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.
básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina
família e da comunidade. dos horários normais das escolas públicas de ensino
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural
Art. 30. A educação infantil será oferecida em: religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os
três anos de idade; procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e
anos de idade. admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil,
Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a
as seguintes regras comuns: definição dos conteúdos do ensino religioso.
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do
desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá
mesmo para o acesso ao ensino fundamental; pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula,
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, sendo progressivamente ampliado o período de permanência
distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho na escola.
educacional; § 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada § 2º O ensino fundamental será ministrado
integral; progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas
IV - controle de frequência pela instituição de educação de ensino.
pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por
cento) do total de horas; Seção IV
V - expedição de documentação que permita atestar os Do Ensino Médio
processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica,
Seção III com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
Do Ensino Fundamental I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de prosseguimento de estudos;
9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
(seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de
cidadão, mediante: se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo aperfeiçoamento posteriores;
como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do III - o aprimoramento do educando como pessoa humana,
cálculo; incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema intelectual e do pensamento crítico;
político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se IV - a compreensão dos fundamentos científico-
fundamenta a sociedade; tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, com a prática, no ensino de cada disciplina.
tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a
formação de atitudes e valores; Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio,
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas
assenta a vida social. seguintes áreas do conhecimento: (Incluído pela Lei nº 13.415,
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino de 2017)
fundamental em ciclos. I - linguagens e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular 13.415, de 2017)
por série podem adotar no ensino fundamental o regime de II - matemática e suas tecnologias; (Incluído pela Lei nº
progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo 13.415, de 2017)
de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Incluído pela
sistema de ensino. Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em IV - ciências humanas e sociais aplicadas. (Incluído pela Lei
língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a nº 13.415, de 2017)
utilização de suas línguas maternas e processos próprios de § 1º A parte diversificada dos currículos de que trata o
aprendizagem. caput do art. 26, definida em cada sistema de ensino, deverá
estar harmonizada à Base Nacional Comum Curricular e ser
articulada a partir do contexto histórico, econômico, social, considerando os incisos I a V do caput. (Redação dada pela Lei
ambiental e cultural. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) nº 13.415, de 2017)
§ 2º A Base Nacional Comum Curricular referente ao § 4º (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
ensino médio incluirá obrigatoriamente estudos e práticas de § 5º Os sistemas de ensino, mediante disponibilidade de
educação física, arte, sociologia e filosofia. (Incluído pela Lei nº vagas na rede, possibilitarão ao aluno concluinte do ensino
13.415, de 2017) médio cursar mais um itinerário formativo de que trata o
§ 3º O ensino da língua portuguesa e da matemática será caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
obrigatório nos três anos do ensino médio, assegurada às § 6º A critério dos sistemas de ensino, a oferta de formação
comunidades indígenas, também, a utilização das respectivas com ênfase técnica e profissional considerará: (Incluído pela
línguas maternas. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Lei nº 13.415, de 2017)
§ 4º Os currículos do ensino médio incluirão, I - a inclusão de vivências práticas de trabalho no setor
obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa e poderão ofertar produtivo ou em ambientes de simulação, estabelecendo
outras línguas estrangeiras, em caráter optativo, parcerias e fazendo uso, quando aplicável, de instrumentos
preferencialmente o espanhol, de acordo com a estabelecidos pela legislação sobre aprendizagem
disponibilidade de oferta, locais e horários definidos pelos profissional; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) II - a possibilidade de concessão de certificados
§ 5º A carga horária destinada ao cumprimento da Base intermediários de qualificação para o trabalho, quando a
Nacional Comum Curricular não poderá ser superior a mil e formação for estruturada e organizada em etapas com
oitocentas horas do total da carga horária do ensino médio, de terminalidade. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
acordo com a definição dos sistemas de ensino. (Incluído pela § 7º A oferta de formações experimentais relacionadas ao
Lei nº 13.415, de 2017) inciso V do caput, em áreas que não constem do Catálogo
§ 6º A União estabelecerá os padrões de desempenho Nacional dos Cursos Técnicos, dependerá, para sua
esperados para o ensino médio, que serão referência nos continuidade, do reconhecimento pelo respectivo Conselho
processos nacionais de avaliação, a partir da Base Nacional Estadual de Educação, no prazo de três anos, e da inserção no
Comum Curricular. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos, no prazo de cinco anos,
§ 7º Os currículos do ensino médio deverão considerar a contados da data de oferta inicial da formação. (Incluído pela
formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho Lei nº 13.415, de 2017)
voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua § 8º A oferta de formação técnica e profissional a que se
formação nos aspectos físicos, cognitivos e sócioemocionais. refere o inciso V do caput, realizada na própria instituição ou
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) em parceria com outras instituições, deverá ser aprovada
§ 8º Os conteúdos, as metodologias e as formas de previamente pelo Conselho Estadual de Educação,
avaliação processual e formativa serão organizados nas redes homologada pelo Secretário Estadual de Educação e
de ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas certificada pelos sistemas de ensino. (Incluído pela Lei nº
orais e escritas, seminários, projetos e atividades on-line, de 13.415, de 2017)
tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: § 9º As instituições de ensino emitirão certificado com
(Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) validade nacional, que habilitará o concluinte do ensino médio
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que ao prosseguimento dos estudos em nível superior ou em
presidem a produção moderna; (Incluído pela Lei nº 13.415, outros cursos ou formações para os quais a conclusão do
de 2017) ensino médio seja etapa obrigatória. (Incluído pela Lei nº
II - conhecimento das formas contemporâneas de 13.415, de 2017)
linguagem. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017) § 10. Além das formas de organização previstas no art. 23,
o ensino médio poderá ser organizado em módulos e adotar o
Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela sistema de créditos com terminalidade específica. (Incluído
Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, pela Lei nº 13.415, de 2017)
que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes § 11. Para efeito de cumprimento das exigências
arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto curriculares do ensino médio, os sistemas de ensino poderão
local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: reconhecer competências e firmar convênios com instituições
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) de educação a distância com notório reconhecimento,
I - linguagens e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei nº mediante as seguintes formas de comprovação: (Incluído pela
13.415, de 2017) Lei nº 13.415, de 2017)
II - matemática e suas tecnologias; (Redação dada pela Lei I - demonstração prática; (Incluído pela Lei nº 13.415, de
nº 13.415, de 2017) 2017)
III - ciências da natureza e suas tecnologias; (Redação dada II - experiência de trabalho supervisionado ou outra
pela Lei nº 13.415, de 2017) experiência adquirida fora do ambiente escolar; (Incluído pela
IV - ciências humanas e sociais aplicadas; (Redação dada Lei nº 13.415, de 2017)
pela Lei nº 13.415, de 2017) III - atividades de educação técnica oferecidas em outras
V - formação técnica e profissional. (Incluído pela Lei nº instituições de ensino credenciadas; (Incluído pela Lei nº
13.415, de 2017) 13.415, de 2017)
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das IV - cursos oferecidos por centros ou programas
respectivas competências e habilidades será feita de acordo ocupacionais; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino. V - estudos realizados em instituições de ensino nacionais
(Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) ou estrangeiras; (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) VI - cursos realizados por meio de educação a distância ou
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.415, de 2017) educação presencial mediada por tecnologias. (Incluído pela
§ 2º Revogado pela Lei nº 11.741/08 Lei nº 13.415, de 2017)
§ 3º A critério dos sistemas de ensino, poderá ser § 12. As escolas deverão orientar os alunos no processo de
composto itinerário formativo integrado, que se traduz na escolha das áreas de conhecimento ou de atuação profissional
composição de componentes curriculares da Base Nacional previstas no caput. (Incluído pela Lei nº 13.415, de 2017)
Comum Curricular - BNCC e dos itinerários formativos,
I - em página específica na internet no sítio eletrônico área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais
oficial da instituição de ensino superior, obedecido o seguinte: de reciprocidade ou equiparação.
(Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) § 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos
a) toda publicação a que se refere esta Lei deve ter como por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos
título “Grade e Corpo Docente”; (Incluída pela lei nº 13.168, de por universidades que possuam cursos de pós-graduação
2015) reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e
b) a página principal da instituição de ensino superior, bem em nível equivalente ou superior.
como a página da oferta de seus cursos aos ingressantes sob a
forma de vestibulares, processo seletivo e outras com a mesma Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a
finalidade, deve conter a ligação desta com a página específica transferência de alunos regulares, para cursos afins, na
prevista neste inciso; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo.
c) caso a instituição de ensino superior não possua sítio Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na
eletrônico, deve criar página específica para divulgação das forma da lei. (Regulamento)
informações de que trata esta Lei; (Incluída pela lei nº 13.168,
de 2015) Art. 50. As instituições de educação superior, quando da
d) a página específica deve conter a data completa de sua ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus
última atualização; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade
II - em toda propaganda eletrônica da instituição de ensino de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio.
superior, por meio de ligação para a página referida no inciso
I; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas
III - em local visível da instituição de ensino superior e de como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de
fácil acesso ao público; (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos
IV - deve ser atualizada semestralmente ou anualmente, de desses critérios sobre a orientação do ensino médio,
acordo com a duração das disciplinas de cada curso oferecido, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de
observando o seguinte: (Incluído pela lei nº 13.168, de 2015) ensino.
a) caso o curso mantenha disciplinas com duração
diferenciada, a publicação deve ser semestral; (Incluída pela Art. 52. As universidades são instituições
lei nº 13.168, de 2015) pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês antes do início nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo
das aulas; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento)
c) caso haja mudança na grade do curso ou no corpo I - produção intelectual institucionalizada mediante o
docente até o início das aulas, os alunos devem ser estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes,
comunicados sobre as alterações; (Incluída pela lei nº 13.168, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e
de 2015) nacional;
V - deve conter as seguintes informações: (Incluído pela lei II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação
nº 13.168, de 2015) acadêmica de mestrado ou doutorado;
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela instituição de III - um terço do corpo docente em regime de tempo
ensino superior; (Incluída pela lei nº 13.168, de 2015) integral.
b) a lista das disciplinas que compõem a grade curricular Parágrafo único. É facultada a criação de universidades
de cada curso e as respectivas cargas horárias; (Incluída pela especializadas por campo do saber. (Regulamento)
lei nº 13.168, de 2015)
c) a identificação dos docentes que ministrarão as aulas em Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às
cada curso, as disciplinas que efetivamente ministrará naquele universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes
curso ou cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação atribuições:
profissional do docente e o tempo de casa do docente, de forma I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e
total, contínua ou intermitente. (Incluída pela lei nº 13.168, programas de educação superior previstos nesta Lei,
de 2015) obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento respectivo sistema de ensino; (Regulamento)
nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros II - fixar os currículos dos seus cursos e programas,
instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca observadas as diretrizes gerais pertinentes;
examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa
seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino. científica, produção artística e atividades de extensão;
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade
salvo nos programas de educação a distância. institucional e as exigências do seu meio;
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em
período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de consonância com as normas gerais atinentes;
qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
oferta noturna nas instituições públicas, garantida a VII - firmar contratos, acordos e convênios;
necessária previsão orçamentária. VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, geral, bem como administrar rendimentos conforme
quando registrados, terão validade nacional como prova da dispositivos institucionais;
formação recebida por seu titular. IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos
elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições estatutos;
não-universitárias serão registrados em universidades X - receber subvenções, doações, heranças, legados e
indicadas pelo Conselho Nacional de Educação. cooperação financeira resultante de convênios com entidades
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por públicas e privadas.
universidades estrangeiras serão revalidados por Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-
universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e científica das universidades, caberá aos seus colegiados de
ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
disponíveis, sobre: especializado, na escola regular, para atender às
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos; peculiaridades da clientela de educação especial.
II - ampliação e diminuição de vagas; § 2º O atendimento educacional será feito em classes,
III - elaboração da programação dos cursos; escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das
IV - programação das pesquisas e das atividades de condições específicas dos alunos, não for possível a sua
extensão; integração nas classes comuns de ensino regular.
V - contratação e dispensa de professores; § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do
VI - planos de carreira docente. Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público
gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos
atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos altas habilidades ou superdotação:
de carreira e do regime jurídico do seu pessoal. I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições organização específicos, para atender às suas necessidades;
asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas II - terminalidade específica para aqueles que não puderem
poderão: atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental,
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em
administrativo, assim como um plano de cargos e salários, menor tempo o programa escolar para os superdotados;
atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos III - professores com especialização adequada em nível
disponíveis; médio ou superior, para atendimento especializado, bem como
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em professores do ensino regular capacitados para a integração
conformidade com as normas gerais concernentes; desses educandos nas classes comuns;
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de IV - educação especial para o trabalho, visando a sua
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições
geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção
Poder mantenedor; no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais; oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou
peculiaridades de organização e funcionamento; psicomotora;
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
aprovação do Poder competente, para aquisição de bens suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
imóveis, instalações e equipamentos; regular.
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras
providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro
necessárias ao seu bom desempenho. nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser matriculados na educação básica e na educação superior, a fim
estendidas a instituições que comprovem alta qualificação de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao
para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado.
realizada pelo Poder Público. (Incluído pela Lei nº 13.234, de 2015)
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e estabelecerão critérios de caracterização das instituições
desenvolvimento das instituições de educação superior por ela privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação
mantidas. exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e
financeiro pelo Poder Público.
Art. 56. As instituições públicas de educação superior Parágrafo único. O poder público adotará, como
obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos
existência de órgãos colegiados deliberativos, de que educandos com deficiência, transtornos globais do
participarão os segmentos da comunidade institucional, local desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na
e regional. própria rede pública regular de ensino, independentemente
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão do apoio às instituições previstas neste artigo.
setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e
comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e Comentário: A Educação especial diz respeito ao direito à
modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha Educação, preferencialmente na rede regular aos educandos
de dirigentes. com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação, que possuem necessidades
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o especiais e que requerem, em alguns casos, atenção especial. À
professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de essas crianças o direito à educação deve ser garantido visando
aulas. (Regulamento) o maior desenvolvimento possível desse educando.
CAPÍTULO V TÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL Dos Profissionais da Educação
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar
desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos formados em cursos reconhecidos, são:
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação.
I – professores habilitados em nível médio ou superior Curricular. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017) (Vide Lei nº
para a docência na educação infantil e nos ensinos 13.415, de 2017)
fundamental e médio;
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de Art. 62. A- A formação dos profissionais a que se refere o
pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, inciso III do art. 61 far-se-á por meio de cursos de conteúdo
supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com técnico-pedagógico, em nível médio ou superior, incluindo
títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; habilitações tecnológicas.
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para
curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. os profissionais a que se refere o caput, no local de trabalho ou
(Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009) em instituições de educação básica e superior, incluindo
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos cursos de educação profissional, cursos superiores de
respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação.
áreas afins à sua formação ou experiência profissional,
atestados por titulação específica ou prática de ensino em Art. 62-B. O acesso de professores das redes públicas de
unidades educacionais da rede pública ou privada ou das educação básica a cursos superiores de pedagogia e
corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente licenciatura será efetivado por meio de processo seletivo
para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei diferenciado. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
nº 13.415, de 2017) § 1º Terão direito de pleitear o acesso previsto no caput
V - profissionais graduados que tenham feito deste artigo os professores das redes públicas municipais,
complementação pedagógica, conforme disposto pelo estaduais e federal que ingressaram por concurso público,
Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415, tenham pelo menos três anos de exercício da profissão e não
de 2017) sejam portadores de diploma de graduação. (Incluído pela Lei
Parágrafo único. A formação dos profissionais da nº 13.478, de 2017)
educação, de modo a atender às especificidades do exercício § 2º As instituições de ensino responsáveis pela oferta de
de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes cursos de pedagogia e outras licenciaturas definirão critérios
etapas e modalidades da educação básica, terá como adicionais de seleção sempre que acorrerem aos certames
fundamentos: interessados em número superior ao de vagas disponíveis
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o para os respectivos cursos. (Incluído pela Lei nº 13.478, de
conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas 2017)
competências de trabalho; § 3º Sem prejuízo dos concursos seletivos a serem
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios definidos em regulamento pelas universidades, terão
supervisionados e capacitação em serviço; prioridade de ingresso os professores que optarem por cursos
III – o aproveitamento da formação e experiências de licenciatura em matemática, física, química, biologia e
anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. língua portuguesa. (Incluído pela Lei nº 13.478, de 2017)
Art. 62 A formação de docentes para atuar na educação Art. 63. Os institutos superiores de educação manterão:
básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura I - cursos formadores de profissionais para a educação
plena, admitida, como formação mínima para o exercício do básica, inclusive o curso normal superior, destinado à
magistério na educação infantil e nos cinco primeiros anos do formação de docentes para a educação infantil e para as
ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na primeiras séries do ensino fundamental;
modalidade normal. (Redação dada pela lei nº 13.415, de II - programas de formação pedagógica para portadores de
2017) diplomas de educação superior que queiram se dedicar à
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, educação básica;
em regime de colaboração, deverão promover a formação III - programas de educação continuada para os
inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de profissionais de educação dos diversos níveis.
magistério.
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos Art. 64. A formação de profissionais de educação para
profissionais de magistério poderão utilizar recursos e administração, planejamento, inspeção, supervisão e
tecnologias de educação a distância. orientação educacional para a educação básica, será feita em
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
preferência ao ensino presencial, subsidiariamente fazendo graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
uso de recursos e tecnologias de educação a distância. formação, a base comum nacional.
§ 4o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
adotarão mecanismos facilitadores de acesso e permanência Art. 65. A formação docente, exceto para a educação
em cursos de formação de docentes em nível superior para superior, incluirá prática de ensino de, no mínimo, trezentas
atuar na educação básica pública. horas.
§ 5o A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
incentivarão a formação de profissionais do magistério para Art. 66. A preparação para o exercício do magistério
atuar na educação básica pública mediante programa superior far-se-á em nível de pós-graduação, prioritariamente
institucional de bolsa de iniciação à docência a estudantes em programas de mestrado e doutorado.
matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, Parágrafo único. O notório saber, reconhecido por
nas instituições de educação superior. universidade com curso de doutorado em área afim, poderá
§ 6o O Ministério da Educação poderá estabelecer nota suprir a exigência de título acadêmico.
mínima em exame nacional aplicado aos concluintes do ensino
médio como pré-requisito para o ingresso em cursos de Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização
graduação para formação de docentes, ouvido o Conselho dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos
Nacional de Educação - CNE. termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
§ 7o (Vetado). público:
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas
terão por referência a Base Nacional Comum e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive III - recursos arrecadados do vigésimo primeiro dia ao final
com licenciamento periódico remunerado para esse fim; de cada mês, até o décimo dia do mês subsequente.
III - piso salarial profissional; § 6º O atraso da liberação sujeitará os recursos a correção
IV - progressão funcional baseada na titulação ou monetária e à responsabilização civil e criminal das
habilitação, e na avaliação do desempenho; autoridades competentes.
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação,
incluído na carga de trabalho; Art. 70. Considerar-se-ão como de manutenção e
VI - condições adequadas de trabalho. desenvolvimento do ensino as despesas realizadas com vistas
§ 1o A experiência docente é pré-requisito para o exercício à consecução dos objetivos básicos das instituições
profissional de quaisquer outras funções de magistério, nos educacionais de todos os níveis, compreendendo as que se
termos das normas de cada sistema de ensino. destinam a:
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5º do art. 40 e no § I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e
8o do art. 201 da Constituição Federal, são consideradas demais profissionais da educação;
funções de magistério as exercidas por professores e II - aquisição, manutenção, construção e conservação de
especialistas em educação no desempenho de atividades instalações e equipamentos necessários ao ensino;
educativas, quando exercidas em estabelecimento de III – uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao
educação básica em seus diversos níveis e modalidades, ensino;
incluídas, além do exercício da docência, as de direção de IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas
unidade escolar e as de coordenação e assessoramento visando precipuamente ao aprimoramento da qualidade e à
pedagógico. expansão do ensino;
§ 3o A União prestará assistência técnica aos Estados, ao V - realização de atividades-meio necessárias ao
Distrito Federal e aos Municípios na elaboração de concursos funcionamento dos sistemas de ensino;
públicos para provimento de cargos dos profissionais da VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas
educação. públicas e privadas;
VII - amortização e custeio de operações de crédito
TÍTULO VII destinadas a atender ao disposto nos incisos deste artigo;
Dos Recursos financeiros VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção
de programas de transporte escolar.
Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os
originários de: Art. 71. Não constituirão despesas de manutenção e
I - receita de impostos próprios da União, dos Estados, do desenvolvimento do ensino aquelas realizadas com:
Distrito Federal e dos Municípios; I - pesquisa, quando não vinculada às instituições de
II - receita de transferências constitucionais e outras ensino, ou, quando efetivada fora dos sistemas de ensino, que
transferências; não vise, precipuamente, ao aprimoramento de sua qualidade
III - receita do salário-educação e de outras contribuições ou à sua expansão;
sociais; II - subvenção a instituições públicas ou privadas de
IV - receita de incentivos fiscais; caráter assistencial, desportivo ou cultural;
V - outros recursos previstos em lei. III - formação de quadros especiais para a administração
pública, sejam militares ou civis, inclusive diplomáticos;
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de IV - programas suplementares de alimentação, assistência
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte médico-odontológica, farmacêutica e psicológica, e outras
e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas formas de assistência social;
Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante de V - obras de infraestrutura, ainda que realizadas para
impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na beneficiar direta ou indiretamente a rede escolar;
manutenção e desenvolvimento do ensino público. VI - pessoal docente e demais trabalhadores da educação,
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela quando em desvio de função ou em atividade alheia à
União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou manutenção e desenvolvimento do ensino.
pelos Estados aos respectivos Municípios, não será
considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, Art. 72. As receitas e despesas com manutenção e
receita do governo que a transferir. desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos
§ 2º Serão consideradas excluídas das receitas de impostos balanços do Poder Público, assim como nos relatórios a que se
mencionadas neste artigo as operações de crédito por refere o § 3º do art. 165 da Constituição Federal.
antecipação de receita orçamentária de impostos. Art. 73. Os órgãos fiscalizadores examinarão,
§ 3º Para fixação inicial dos valores correspondentes aos prioritariamente, na prestação de contas de recursos públicos,
mínimos estatuídos neste artigo, será considerada a receita o cumprimento do disposto no art. 212 da Constituição
estimada na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o Federal, no art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, Transitórias e na legislação concernente.
com base no eventual excesso de arrecadação.
§ 4º As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as Art. 74. A União, em colaboração com os Estados, o Distrito
efetivamente realizadas, que resultem no não atendimento dos Federal e os Municípios, estabelecerá padrão mínimo de
percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas e corrigidas oportunidades educacionais para o ensino fundamental,
a cada trimestre do exercício financeiro. baseado no cálculo do custo mínimo por aluno, capaz de
§ 5º O repasse dos valores referidos neste artigo do caixa assegurar ensino de qualidade.
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Parágrafo único. O custo mínimo de que trata este artigo
ocorrerá imediatamente ao órgão responsável pela educação, será calculado pela União ao final de cada ano, com validade
observados os seguintes prazos: para o ano subsequente, considerando variações regionais no
I - recursos arrecadados do primeiro ao décimo dia de cada custo dos insumos e as diversas modalidades de ensino.
mês, até o vigésimo dia;
II - recursos arrecadados do décimo primeiro ao vigésimo Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da União e dos
dia de cada mês, até o trigésimo dia; Estados será exercida de modo a corrigir, progressivamente,
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino, preservada a
própria poderá exigir a abertura de concurso público de autonomia universitária.
provas e títulos para cargo de docente de instituição pública
de ensino que estiver sendo ocupado por professor não Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos
assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis nºs 4.024, de
das Disposições Constitucionais Transitórias. 20 de dezembro de 1961, e 5.540, de 28 de novembro de 1968,
não alteradas pelas Leis nºs 9.131, de 24 de novembro de
Art. 86. As instituições de educação superior constituídas 1995 e 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as Leis nºs
como universidades integrar-se-ão, também, na sua condição 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044, de 18 de outubro de
de instituições de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e 1982, e as demais leis e decretos-lei que as modificaram e
Tecnologia, nos termos da legislação específica. quaisquer outras disposições em contrário.
TÍTULO IX Questões
Das Disposições Transitórias
01. (SEDUC-AM-Pedagogo-FGV) As opções a seguir
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a iniciar-se um apresentam destaques da Lei nº 9394/96, à exceção de uma.
ano a partir da publicação desta Lei. Assinale-a.
§ 1º A União, no prazo de um ano a partir da publicação (A) Flexibilidade do currículo – permite a incorporação de
desta Lei, encaminhará, ao Congresso Nacional, o Plano disciplinas considerando o contexto e a clientela.
Nacional de Educação, com diretrizes e metas para os dez anos (B) Educação Artística e Ensino Religioso – disciplinas
seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre obrigatórias no Ensino Básico.
Educação para Todos. (C) Jornada escolar no Ensino Fundamental – pelo menos
§ 2º (Revogado) quatro horas em sala de aula.
§ 3o O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, (D) Educação Profissional – constitui um curso
supletivamente, a União, devem: independente do Ensino Médio.
I - (Revogado) (E) Educação organizada em dois níveis – Educação Básica
a) (Revogado) e Educação Superior.
b) (Revogado)
c) (Revogado) 02. (IF-SP-Professor-Biologia-IF-SP/2015) Segundo a
II - prover cursos presenciais ou a distância aos jovens e Lei nº 9394, de 1996, a respeito do tema “diplomas", é
adultos insuficientemente escolarizados; incorreto afirmar que:
III - realizar programas de capacitação para todos os (A) Os diplomas de cursos de educação profissional técnica
professores em exercício, utilizando também, para isto, os de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e
recursos da educação a distância; habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação
IV - integrar todos os estabelecimentos de ensino superior.
fundamental do seu território ao sistema nacional de avaliação (B) Os diplomas de cursos superiores reconhecidos,
do rendimento escolar. quando registrados, terão validade nacional como prova da
§ 4º (Revogado) formação recebida por seu titular.
§ 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a (C) Os diplomas de graduação expedidos por
progressão das redes escolares públicas urbanas de ensino universidades estrangeiras serão revalidados por
fundamental para o regime de escolas de tempo integral. universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e
§ 6º A assistência financeira da União aos Estados, ao área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a dos Estados aos de reciprocidade ou equiparação.
seus Municípios, ficam condicionadas ao cumprimento do art. (D) Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos
212 da Constituição Federal e dispositivos legais pertinentes por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos
pelos governos beneficiados. por universidades que possuam cursos de pós-graduação
reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e
Art. 87.A- (Vetado). em nível equivalente ou superior.
(E) Os diplomas expedidos pelas universidades e aqueles
Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os conferidos por instituições não-universitárias serão
Municípios adaptarão sua legislação educacional e de ensino registrados pelo Conselho Nacional de Educação.
às disposições desta Lei no prazo máximo de um ano, a partir
da data de sua publicação. 03. (INSS-Analista Pedagogia-FUNRIO/2014) Segundo
§ 1º As instituições educacionais adaptarão seus estatutos o artigo 24 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
e regimentos aos dispositivos desta Lei e às normas dos 9394 de 1996, em seu inciso VI, o controle de frequência dos
respectivos sistemas de ensino, nos prazos por estes alunos ficará a cargo da
estabelecidos. (A) secretaria de ensino municipal, conforme o disposto no
§ 2º O prazo para que as universidades cumpram o seu regimento, e exigida a frequência mínima de setenta e
disposto nos incisos II e III do art. 52 é de oito anos. cinco por cento do total de horas letivas para aprovação.
(B) secretaria de ensino estadual, conforme o disposto no
Art. 89. As creches e pré-escolas existentes ou que venham seu regulamento, e exigida a frequência mínima de setenta e
a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da cinco por cento do total de horas letivas para aprovação.
publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de (C) escola, conforme o disposto no seu regimento e nas
ensino. normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência
mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas
Art. 90. As questões suscitadas na transição entre o regime para aprovação.
anterior e o que se institui nesta Lei serão resolvidas pelo (D) escola, conforme o disposto no seu regimento, e exigida
Conselho Nacional de Educação ou, mediante delegação deste, a frequência mínima de oitenta e cinco por cento do total de
horas letivas para aprovação.
(E) secretaria de educação básica do MEC, conforme o Ao ser sancionada, sem vetos, a Lei nº 13.005, de 25 de
disposto em regimento federal, e exigida a frequência mínima junho de 2014, fez entrar em vigor o Plano Nacional de
de oitenta e cinco por cento do total de horas letivas para Educação (PNE) 2014-2024 – o segundo PNE aprovado por lei.
aprovação. Neste contexto, vamos acompanhar em seguida a integra
da Lei nº13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de
04. (UFT-Assistente em Administração-COPESE- Educação (PNE) 2014-2024:
UFT/2017) Quanto às normas da educação superior,
previstas na Lei 9.394/1996 (LDB), assinale a alternativa LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014
INCORRETA.
(A) A educação superior será ministrada em instituições de Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras
ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de providências.
abrangência ou especialização.
(B) A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como Art. 1º É aprovado o Plano Nacional de Educação - PNE,
o credenciamento de instituições de educação de nível médio com vigência por 10 (dez) anos, a contar da publicação desta
e superior terão prazos ilimitados. Lei, na forma do Anexo, com vistas ao cumprimento do
(C) Na educação superior, o ano letivo regular, disposto no art. 214 da Constituição Federal.
independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de
trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos Art. 2º São diretrizes do PNE:
exames finais, quando houver. I - erradicação do analfabetismo;
(D) As instituições informarão aos interessados, antes de II - universalização do atendimento escolar;
cada período letivo, os programas dos cursos e demais III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase
componentes curriculares, sua duração, requisitos, na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas
qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de discriminação;
de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições, IV - melhoria da qualidade da educação;
assim como publicar as respectivas informações nos termos da V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase
lei. nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade;
VI - promoção do princípio da gestão democrática da
05. (IFB-Professor-Português-IFB/2017) No que educação pública;
concerne aos níveis e modalidades de educação e ensino, VII - promoção humanística, científica, cultural e
previstos na Lei nº 9394/96, pode-se afirmar que: tecnológica do País;
(A) A educação básica é formada pela educação infantil e VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos
pelo ensino fundamental. públicos em educação como proporção do Produto Interno
(B) A educação escolar compõe-se de educação básica, Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de
média e superior. expansão, com padrão de qualidade e equidade;
(C) A escola poderá reclassificar os alunos tendo como IX - valorização dos (as) profissionais da educação;
base as normas curriculares gerais. X - promoção dos princípios do respeito aos direitos
(D) A educação básica tem a finalidade de desenvolver o humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
educando para o exercício da cidadania, sendo a educação
média e média técnica meios para progressão no trabalho e em Art. 3º As metas previstas no Anexo desta Lei serão
estudos posteriores. cumpridas no prazo de vigência deste PNE, desde que não haja
(E) O calendário escolar do ensino básico deve ser prazo inferior definido para metas e estratégias específicas.
obedecido em todo o território nacional, com a previsão de
dois ciclos de férias escolares, em julho e em janeiro. Art. 4º As metas previstas no Anexo desta Lei deverão ter
como referência a Pesquisa Nacional por Amostra de
Respostas Domicílios - PNAD, o censo demográfico e os censos nacionais
01. B / 02. E / 03. C / 04. B / 05. C da educação básica e superior mais atualizados, disponíveis na
data da publicação desta Lei.
Parágrafo único. O poder público buscará ampliar o escopo
Lei nº 13.005, de 25 de das pesquisas com fins estatísticos de forma a incluir
junho de 2014 (Plano informação detalhada sobre o perfil das populações de 4
(quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência.
Nacional de Educação - PNE).
Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas metas
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (LEI 13.005/2014) serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações
periódicas, realizados pelas seguintes instâncias:
O Plano Nacional de Educação (PNE) determina I - Ministério da Educação - MEC;
diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos II - Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e
próximos dez anos. O primeiro grupo são metas estruturantes Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal;
para a garantia do direito a educação básica com qualidade, e III - Conselho Nacional de Educação - CNE;
que assim promovam a garantia do acesso, à universalização IV - Fórum Nacional de Educação.
do ensino obrigatório, e à ampliação das oportunidades § 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput:
educacionais. Um segundo grupo de metas diz respeito I - divulgar os resultados do monitoramento e das
especificamente à redução das desigualdades e à valorização avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet;
da diversidade, caminhos imprescindíveis para a equidade. O II - analisar e propor políticas públicas para assegurar a
terceiro bloco de metas trata da valorização dos profissionais implementação das estratégias e o cumprimento das metas;
da educação, considerada estratégica para que as metas III - analisar e propor a revisão do percentual de
anteriores sejam atingidas, e o quarto grupo de metas refere- investimento público em educação.
se ao ensino superior. § 2º A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigência
deste PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira - INEP publicará estudos para
aferir a evolução no cumprimento das metas estabelecidas no comunidade envolvida, assegurada a consulta prévia e
Anexo desta Lei, com informações organizadas por ente informada a essa comunidade.
federado e consolidadas em âmbito nacional, tendo como § 5º Será criada uma instância permanente de negociação
referência os estudos e as pesquisas de que trata o art. 4º, sem e cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
prejuízo de outras fontes e informações relevantes. Municípios.
§ 3º A meta progressiva do investimento público em § 6º O fortalecimento do regime de colaboração entre os
educação será avaliada no quarto ano de vigência do PNE e Estados e respectivos Municípios incluirá a instituição de
poderá ser ampliada por meio de lei para atender às instâncias permanentes de negociação, cooperação e
necessidades financeiras do cumprimento das demais metas. pactuação em cada Estado.
§ 4º O investimento público em educação a que se referem § 7º O fortalecimento do regime de colaboração entre os
o inciso VI do art. 214 da Constituição Federal e a meta 20 do Municípios dar-se-á, inclusive, mediante a adoção de arranjos
Anexo desta Lei engloba os recursos aplicados na forma do art. de desenvolvimento da educação.
212 da Constituição Federal e do art. 60 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, bem como os recursos aplicados Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
nos programas de expansão da educação profissional e deverão elaborar seus correspondentes planos de educação,
superior, inclusive na forma de incentivo e isenção fiscal, as ou adequar os planos já aprovados em lei, em consonância com
bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior, os as diretrizes, metas e estratégias previstas neste PNE, no prazo
subsídios concedidos em programas de financiamento de 1 (um) ano contado da publicação desta Lei.
estudantil e o financiamento de creches, pré-escolas e de § 1º Os entes federados estabelecerão nos respectivos
educação especial na forma do art. 213 da Constituição planos de educação estratégias que:
Federal. I - assegurem a articulação das políticas educacionais com
§ 5º Será destinada à manutenção e ao desenvolvimento do as demais políticas sociais, particularmente as culturais;
ensino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do II - considerem as necessidades específicas das populações
art. 212 da Constituição Federal, além de outros recursos do campo e das comunidades indígenas e quilombolas,
previstos em lei, a parcela da participação no resultado ou da asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural;
compensação financeira pela exploração de petróleo e de gás III - garantam o atendimento das necessidades específicas
natural, na forma de lei específica, com a finalidade de na educação especial, assegurado o sistema educacional
assegurar o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art. inclusivo em todos os níveis, etapas e modalidades;
214 da Constituição Federal. IV - promovam a articulação Inter federativa na
implementação das políticas educacionais.
Art. 6º A União promoverá a realização de pelo menos 2 § 2º Os processos de elaboração e adequação dos planos de
(duas) conferências nacionais de educação até o final do educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de
decênio, precedidas de conferências distrital, municipais e que trata o caput deste artigo, serão realizados com ampla
estaduais, articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional de participação de representantes da comunidade educacional e
Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do Ministério da da sociedade civil.
Educação.
§ 1º O Fórum Nacional de Educação, além da atribuição Art. 9º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
referida no caput: deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas de
I - acompanhará a execução do PNE e o cumprimento de ensino, disciplinando a gestão democrática da educação
suas metas; pública nos respectivos âmbitos de atuação, no prazo de 2
II - promoverá a articulação das conferências nacionais de (dois) anos contado da publicação desta Lei, adequando,
educação com as conferências regionais, estaduais e quando for o caso, a legislação local já adotada com essa
municipais que as precederem. finalidade.
§ 2º As conferências nacionais de educação realizar-se-ão
com intervalo de até 4 (quatro) anos entre elas, com o objetivo Art. 10. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e
de avaliar a execução deste PNE e subsidiar a elaboração do os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito
plano nacional de educação para o decênio subsequente. Federal e dos Municípios serão formulados de maneira a
assegurar a consignação de dotações orçamentárias
Art. 7º A União, os Estados, o Distrito Federal e os compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias deste PNE e
Municípios atuarão em regime de colaboração, visando ao com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua
alcance das metas e à implementação das estratégias objeto plena execução.
deste Plano.
§ 1º Caberá aos gestores federais, estaduais, municipais e Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação
do Distrito Federal a adoção das medidas governamentais Básica, coordenado pela União, em colaboração com os
necessárias ao alcance das metas previstas neste PNE. Estados, o Distrito Federal e os Municípios, constituirá fonte
§ 2º As estratégias definidas no Anexo desta Lei não elidem de informação para a avaliação da qualidade da educação
a adoção de medidas adicionais em âmbito local ou de básica e para a orientação das políticas públicas desse nível de
instrumentos jurídicos que formalizem a cooperação entre os ensino.
entes federados, podendo ser complementadas por § 1º O sistema de avaliação a que se refere o caput
mecanismos nacionais e locais de coordenação e colaboração produzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos:
recíproca. I - indicadores de rendimento escolar, referentes ao
§ 3º Os sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal desempenho dos (as) estudantes apurado em exames
e dos Municípios criarão mecanismos para o nacionais de avaliação, com participação de pelo menos 80%
acompanhamento local da consecução das metas deste PNE e (oitenta por cento) dos (as) alunos (as) de cada ano escolar
dos planos previstos no art. 8º. periodicamente avaliado em cada escola, e aos dados
§ 4º Haverá regime de colaboração específico para a pertinentes apurados pelo censo escolar da educação básica;
implementação de modalidades de educação escolar que II - indicadores de avaliação institucional, relativos a
necessitem considerar territórios étnico-educacionais e a características como o perfil do alunado e do corpo dos (as)
utilização de estratégias que levem em conta as identidades e profissionais da educação, as relações entre dimensão do
especificidades socioculturais e linguísticas de cada corpo docente, do corpo técnico e do corpo discente, a
infraestrutura das escolas, os recursos pedagógicos mecanismos de consulta pública da demanda das famílias por
disponíveis e os processos da gestão, entre outras relevantes. creches;
§ 2º A elaboração e a divulgação de índices para avaliação 1.5) manter e ampliar, em regime de colaboração e
da qualidade, como o Índice de Desenvolvimento da Educação respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional
Básica - IDEB, que agreguem os indicadores mencionados no de construção e reestruturação de escolas, bem como de
inciso I do § 1º não elidem a obrigatoriedade de divulgação, em aquisição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria
separado, de cada um deles. da rede física de escolas públicas de educação infantil;
§ 3º Os indicadores mencionados no § 1º serão estimados 1.6) implantar, até o segundo ano de vigência deste PNE,
por etapa, estabelecimento de ensino, rede escolar, unidade da avaliação da educação infantil, a ser realizada a cada 2 (dois)
Federação e em nível agregado nacional, sendo amplamente anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim
divulgados, ressalvada a publicação de resultados individuais de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as
e indicadores por turma, que fica admitida exclusivamente condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de
para a comunidade do respectivo estabelecimento e para o acessibilidade, entre outros indicadores relevantes;
órgão gestor da respectiva rede. 1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em creches
§ 4º Cabem ao Inep a elaboração e o cálculo do Ideb e dos certificadas como entidades beneficentes de assistência social
indicadores referidos no § 1º. na área de educação com a expansão da oferta na rede escolar
§ 5º A avaliação de desempenho dos (as) estudantes em pública;
exames, referida no inciso I do § 1º, poderá ser diretamente 1.8) promover a formação inicial e continuada dos (as)
realizada pela União ou, mediante acordo de cooperação, pelos profissionais da educação infantil, garantindo,
Estados e pelo Distrito Federal, nos respectivos sistemas de progressivamente, o atendimento por profissionais com
ensino e de seus Municípios, caso mantenham sistemas formação superior;
próprios de avaliação do rendimento escolar, assegurada a 1.9) estimular a articulação entre pós-graduação, núcleos
compatibilidade metodológica entre esses sistemas e o de pesquisa e cursos de formação para profissionais da
nacional, especialmente no que se refere às escalas de educação, de modo a garantir a elaboração de currículos e
proficiência e ao calendário de aplicação. propostas pedagógicas que incorporem os avanços de
pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e às
Art. 12. Até o final do primeiro semestre do nono ano de teorias educacionais no atendimento da população de 0 (zero)
vigência deste PNE, o Poder Executivo encaminhará ao a 5 (cinco) anos;
Congresso Nacional, sem prejuízo das prerrogativas deste 1.10) fomentar o atendimento das populações do campo e
Poder, o projeto de lei referente ao Plano Nacional de das comunidades indígenas e quilombolas na educação infantil
Educação a vigorar no período subsequente, que incluirá nas respectivas comunidades, por meio do
diagnóstico, diretrizes, metas e estratégias para o próximo redimensionamento da distribuição territorial da oferta,
decênio. limitando a nucleação de escolas e o deslocamento de crianças,
de forma a atender às especificidades dessas comunidades,
Art. 13. O poder público deverá instituir, em lei específica, garantido consulta prévia e informada;
contados 2 (dois) anos da publicação desta Lei, o Sistema 1.11) priorizar o acesso à educação infantil e fomentar a
Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os oferta do atendimento educacional especializado
sistemas de ensino, em regime de colaboração, para efetivação complementar e suplementar aos (às) alunos (as) com
das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
Educação. habilidades ou superdotação, assegurando a educação
bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação
Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. especial nessa etapa da educação básica;
1.12) implementar, em caráter complementar, programas
ANEXO de orientação e apoio às famílias, por meio da articulação das
METAS E ESTRATÉGIAS áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no
desenvolvimento integral das crianças de até 3 (três) anos de
Meta 1: universalizar, até 2016, a educação infantil na pré- idade;
escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade 1.13) preservar as especificidades da educação infantil na
e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a organização das redes escolares, garantindo o atendimento da
atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos em estabelecimentos que
de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação
com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do (a)
Estratégias: aluno(a) de 6 (seis) anos de idade no ensino fundamental;
1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, os 1.14) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, metas de expansão acesso e da permanência das crianças na educação infantil, em
das respectivas redes públicas de educação infantil segundo especial dos beneficiários de programas de transferência de
padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos
locais; públicos de assistência social, saúde e proteção à infância;
1.2) garantir que, ao final da vigência deste PNE, seja 1.15) promover a busca ativa de crianças em idade
inferior a 10% (dez por cento) a diferença entre as taxas de correspondente à educação infantil, em parceria com órgãos
frequência à educação infantil das crianças de até 3 (três) anos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância,
oriundas do quinto de renda familiar per capita mais elevado preservando o direito de opção da família em relação às
e as do quinto de renda familiar per capita mais baixo; crianças de até 3 (três) anos;
1.3) realizar, periodicamente, em regime de colaboração, 1.16) o Distrito Federal e os Municípios, com a colaboração
levantamento da demanda por creche para a população de até da União e dos Estados, realizarão e publicarão, a cada ano,
3 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o levantamento da demanda manifesta por educação infantil em
atendimento da demanda manifesta; creches e pré-escolas, como forma de planejar e verificar o
1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PNE, atendimento;
normas, procedimentos e prazos para definição de 1.17) estimular o acesso à educação infantil em tempo
integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco) anos,
conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e
para a Educação Infantil. cinco por cento).
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove)
anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e Estratégias:
garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos 3.1) institucionalizar programa nacional de renovação do
alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógicas com
último ano de vigência deste PNE. abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação entre
teoria e prática, por meio de currículos escolares que
Estratégias: organizem, de maneira flexível e diversificada, conteúdos
2.1) o Ministério da Educação, em articulação e obrigatórios e eletivos articulados em dimensões como
colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os ciência, trabalho, linguagens, tecnologia, cultura e esporte,
Municípios, deverá, até o final do 2o (segundo) ano de vigência garantindo-se a aquisição de equipamentos e laboratórios, a
deste PNE, elaborar e encaminhar ao Conselho Nacional de produção de material didático específico, a formação
Educação, precedida de consulta pública nacional, proposta de continuada de professores e a articulação com instituições
direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para acadêmicas, esportivas e culturais;
os (as) alunos (as) do ensino fundamental; 3.2) o Ministério da Educação, em articulação e
2.2) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e colaboração com os entes federados e ouvida a sociedade
Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata mediante consulta pública nacional, elaborará e encaminhará
o § 5º do art. 7º desta Lei, a implantação dos direitos e ao Conselho Nacional de Educação - CNE, até o 2o(segundo)
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que ano de vigência deste PNE, proposta de direitos e objetivos de
configurarão a base nacional comum curricular do ensino aprendizagem e desenvolvimento para os (as) alunos (as) de
fundamental; ensino médio, a serem atingidos nos tempos e etapas de
2.3) criar mecanismos para o acompanhamento organização deste nível de ensino, com vistas a garantir
individualizado dos (as) alunos (as) do ensino fundamental; formação básica comum;
2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do 3.3) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e
acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos Municípios, no âmbito da instância permanente de que trata
beneficiários de programas de transferência de renda, bem o § 5o do art. 7o desta Lei, a implantação dos direitos e objetivos
como das situações de discriminação, preconceitos e de aprendizagem e desenvolvimento que configurarão a base
violências na escola, visando ao estabelecimento de condições nacional comum curricular do ensino médio;
adequadas para o sucesso escolar dos (as) alunos (as), em 3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de
colaboração com as famílias e com órgãos públicos de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva,
assistência social, saúde e proteção à infância, adolescência e integrada ao currículo escolar;
juventude; 3.5) manter e ampliar programas e ações de correção de
2.5) promover a busca ativa de crianças e adolescentes fluxo do ensino fundamental, por meio do acompanhamento
fora da escola, em parceria com órgãos públicos de assistência individualizado do (a) aluno (a) com rendimento escolar
social, saúde e proteção à infância, adolescência e juventude; defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforço no
2.6) desenvolver tecnologias pedagógicas que combinem, turno complementar, estudos de recuperação e progressão
de maneira articulada, a organização do tempo e das parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira
atividades didáticas entre a escola e o ambiente comunitário, compatível com sua idade;
considerando as especificidades da educação especial, das 3.6) universalizar o Exame Nacional do Ensino Médio -
escolas do campo e das comunidades indígenas e quilombolas; ENEM, fundamentado em matriz de referência do conteúdo
2.7) disciplinar, no âmbito dos sistemas de ensino, a curricular do ensino médio e em técnicas estatísticas e
organização flexível do trabalho pedagógico, incluindo psicométricas que permitam comparabilidade de resultados,
adequação do calendário escolar de acordo com a realidade articulando-o com o Sistema Nacional de Avaliação da
local, a identidade cultural e as condições climáticas da região; Educação Básica - SAEB, e promover sua utilização como
2.8) promover a relação das escolas com instituições e instrumento de avaliação sistêmica, para subsidiar políticas
movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regular de públicas para a educação básica, de avaliação certificadora,
atividades culturais para a livre fruição dos (as) alunos (as) possibilitando aferição de conhecimentos e habilidades
dentro e fora dos espaços escolares, assegurando ainda que as adquiridos dentro e fora da escola, e de avaliação
escolas se tornem polos de criação e difusão cultural; classificatória, como critério de acesso à educação superior;
2.9) incentivar a participação dos pais ou responsáveis no 3.7) fomentar a expansão das matrículas gratuitas de
acompanhamento das atividades escolares dos filhos por meio ensino médio integrado à educação profissional, observando-
do estreitamento das relações entre as escolas e as famílias; se as peculiaridades das populações do campo, das
2.10) estimular a oferta do ensino fundamental, em comunidades indígenas e quilombolas e das pessoas com
especial dos anos iniciais, para as populações do campo, deficiência;
indígenas e quilombolas, nas próprias comunidades; 3.8) estruturar e fortalecer o acompanhamento e o
2.11) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens
fundamental, garantida a qualidade, para atender aos filhos e beneficiários (as) de programas de transferência de renda, no
filhas de profissionais que se dedicam a atividades de caráter ensino médio, quanto à frequência, ao aproveitamento escolar
itinerante; e à interação com o coletivo, bem como das situações de
2.12) oferecer atividades extracurriculares de incentivo discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares
aos (às) estudantes e de estímulo a habilidades, inclusive de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez
mediante certames e concursos nacionais; precoce, em colaboração com as famílias e com órgãos
2.13) promover atividades de desenvolvimento e estímulo públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência
a habilidades esportivas nas escolas, interligadas a um plano e juventude;
de disseminação do desporto educacional e de 3.9) promover a busca ativa da população de 15 (quinze) a
desenvolvimento esportivo nacional. 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com os
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar serviços de assistência social, saúde e proteção à adolescência
para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e e à juventude;
elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa
3.10) fomentar programas de educação e de cultura para a 4.6) manter e ampliar programas suplementares que
população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 promovam a acessibilidade nas instituições públicas, para
(quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação garantir o acesso e a permanência dos (as) alunos (as) com
social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e deficiência por meio da adequação arquitetônica, da oferta de
com defasagem no fluxo escolar; transporte acessível e da disponibilização de material didático
3.11) redimensionar a oferta de ensino médio nos turnos próprio e de recursos de tecnologia assistiva, assegurando,
diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das ainda, no contexto escolar, em todas as etapas, níveis e
escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (as)
de acordo com as necessidades específicas dos (as) alunos com altas habilidades ou superdotação;
(as); 4.7) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua
3.12) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira língua e na
médio, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda
de profissionais que se dedicam a atividades de caráter língua, aos (às) alunos (as) surdos e com deficiência auditiva
itinerante; de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas e classes
3.13) implementar políticas de prevenção à evasão bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos do art. 22 do
motivada por preconceito ou quaisquer formas de Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005, e dos arts. 24 e
discriminação, criando rede de proteção contra formas 30 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
associadas de exclusão; Deficiência, bem como a adoção do Sistema Braille de leitura
3.14) estimular a participação dos adolescentes nos cursos para cegos e surdos-cegos;
das áreas tecnológicas e científicas. 4.8) garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a
Meta 4: universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e
(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o atendimento educacional especializado;
acesso à educação básica e ao atendimento educacional 4.9) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, acesso à escola e ao atendimento educacional especializado,
com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de bem como da permanência e do desenvolvimento escolar dos
recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços (as) alunos (as) com deficiência, transtornos globais do
especializados, públicos ou conveniados. desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
beneficiários (as) de programas de transferência de renda,
Estratégias: juntamente com o combate às situações de discriminação,
4.1) contabilizar, para fins do repasse do Fundo de preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de condições adequadas para o sucesso educacional, em
Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB, as colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de
matrículas dos (as) estudantes da educação regular da rede assistência social, saúde e proteção à infância, à adolescência e
pública que recebam atendimento educacional especializado à juventude;
complementar e suplementar, sem prejuízo do cômputo 4.10) fomentar pesquisas voltadas para o
dessas matrículas na educação básica regular, e as matrículas desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos,
efetivadas, conforme o censo escolar mais atualizado, na equipamentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas à
educação especial oferecida em instituições comunitárias, promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas condições de acessibilidade dos (as) estudantes com
com o poder público e com atuação exclusiva na modalidade, deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
nos termos da Lei no11.494, de 20 de junho de 2007; habilidades ou superdotação;
4.2) promover, no prazo de vigência deste PNE, a 4.11) promover o desenvolvimento de pesquisas
universalização do atendimento escolar à demanda manifesta interdisciplinares para subsidiar a formulação de políticas
pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três) anos com públicas intersetoriais que atendam as especificidades
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas educacionais de estudantes com deficiência, transtornos
habilidades ou superdotação, observado o que dispõe a Lei globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as superdotação que requeiram medidas de atendimento
diretrizes e bases da educação nacional; especializado;
4.3) implantar, ao longo deste PNE, salas de recursos 4.12) promover a articulação intersetorial entre órgãos e
multifuncionais e fomentar a formação continuada de políticas públicas de saúde, assistência social e direitos
professores e professoras para o atendimento educacional humanos, em parceria com as famílias, com o fim de
especializado nas escolas urbanas, do campo, indígenas e de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade
comunidades quilombolas; do atendimento escolar, na educação de jovens e adultos, das
4.4) garantir atendimento educacional especializado em pessoas com deficiência e transtornos globais do
salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços desenvolvimento com idade superior à faixa etária de
especializados, públicos ou conveniados, nas formas escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção
complementar e suplementar, a todos (as) alunos (as) com integral ao longo da vida;
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 4.13) apoiar a ampliação das equipes de profissionais da
habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação para atender à demanda do processo de
educação básica, conforme necessidade identificada por meio escolarização dos (das) estudantes com deficiência,
de avaliação, ouvidos a família e o aluno; transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
4.5) estimular a criação de centros multidisciplinares de superdotação, garantindo a oferta de professores (as) do
apoio, pesquisa e assessoria, articulados com instituições atendimento educacional especializado, profissionais de apoio
acadêmicas e integrados por profissionais das áreas de saúde, ou auxiliares, tradutores (as) e intérpretes de Libras, guias-
assistência social, pedagogia e psicologia, para apoiar o intérpretes para surdos-cegos, professores de Libras,
trabalho dos (as) professores da educação básica com os (as) prioritariamente surdos, e professores bilíngues;
alunos (as) com deficiência, transtornos globais do 4.14) definir, no segundo ano de vigência deste PNE,
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; indicadores de qualidade e política de avaliação e supervisão
para o funcionamento de instituições públicas e privadas que
prestam atendimento a alunos com deficiência, transtornos língua materna pelas comunidades indígenas e a identidade
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou cultural das comunidades quilombolas;
superdotação; 5.6) promover e estimular a formação inicial e continuada
4.15) promover, por iniciativa do Ministério da Educação, de professores (as) para a alfabetização de crianças, com o
nos órgãos de pesquisa, demografia e estatística competentes, conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas
a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das pessoas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e programas de pós-graduação stricto sensu e ações de
altas habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17 (dezessete) formação continuada de professores (as) para a alfabetização;
anos; 5.7) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência,
4.16) incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura e nos considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização
demais cursos de formação para profissionais da educação, bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de
inclusive em nível de pós-graduação, observado o disposto terminalidade temporal.
no caput do art. 207 da Constituição Federal, dos referenciais Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no
teóricos, das teorias de aprendizagem e dos processos de mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de
ensino-aprendizagem relacionados ao atendimento forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos
educacional de alunos com deficiência, transtornos globais do (as) alunos (as) da educação básica.
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação;
4.17) promover parcerias com instituições comunitárias, Estratégias:
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas 6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação
com o poder público, visando a ampliar as condições de apoio básica pública em tempo integral, por meio de atividades de
ao atendimento escolar integral das pessoas com deficiência, acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência
superdotação matriculadas nas redes públicas de ensino; dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade,
4.18) promover parcerias com instituições comunitárias, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de
com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação professores em uma única escola;
continuada e a produção de material didático acessível, assim 6.2) instituir, em regime de colaboração, programa de
como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno construção de escolas com padrão arquitetônico e de
acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com mobiliário adequado para atendimento em tempo integral,
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em
habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de situação de vulnerabilidade social;
ensino; 6.3) institucionalizar e manter, em regime de colaboração,
4.19) promover parcerias com instituições comunitárias, programa nacional de ampliação e reestruturação das escolas
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas públicas, por meio da instalação de quadras poliesportivas,
com o poder público, a fim de favorecer a participação das laboratórios, inclusive de informática, espaços para atividades
famílias e da sociedade na construção do sistema educacional culturais, bibliotecas, auditórios, cozinhas, refeitórios,
inclusivo. banheiros e outros equipamentos, bem como da produção de
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final material didático e da formação de recursos humanos para a
do 3o (terceiro) ano do ensino fundamental. educação em tempo integral;
6.4) fomentar a articulação da escola com os diferentes
Estratégias: espaços educativos, culturais e esportivos e com
5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, equipamentos públicos, como centros comunitários,
nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e
as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e planetários;
valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com 6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à ampliação
apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização da jornada escolar de alunos (as) matriculados nas escolas da
plena de todas as crianças; rede pública de educação básica por parte das entidades
5.2) instituir instrumentos de avaliação nacional privadas de serviço social vinculadas ao sistema sindical, de
periódicos e específicos para aferir a alfabetização das forma concomitante e em articulação com a rede pública de
crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular os ensino;
sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos 6.6) orientar a aplicação da gratuidade de que trata o art.
instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando 13 da Lei no 12.101, de 27 de novembro de 2009, em atividades
medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas de ampliação da jornada escolar de alunos (as) das escolas da
até o final do terceiro ano do ensino fundamental; rede pública de educação básica, de forma concomitante e em
5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias articulação com a rede pública de ensino;
educacionais para a alfabetização de crianças, assegurada a 6.7) atender às escolas do campo e de comunidades
diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o indígenas e quilombolas na oferta de educação em tempo
acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em integral, com base em consulta prévia e informada,
que forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, considerando-se as peculiaridades locais;
preferencialmente, como recursos educacionais abertos; 6.8) garantir a educação em tempo integral para pessoas
5.4) fomentar o desenvolvimento de tecnologias com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro)
assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional
escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as especializado complementar e suplementar ofertado em salas
diversas abordagens metodológicas e sua efetividade; de recursos multifuncionais da própria escola ou em
5.5) apoiar a alfabetização de crianças do campo, instituições especializadas;
indígenas, quilombolas e de populações itinerantes, com a 6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de
produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão
instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com
atividades recreativas, esportivas e culturais.
Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas 7.8) desenvolver indicadores específicos de avaliação da
as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da qualidade da educação especial, bem como da qualidade da
aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais educação bilíngue para surdos;
para o Ideb: 7.9) orientar as políticas das redes e sistemas de ensino, de
forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a
IDEB 2015 2017 2019 2021 diferença entre as escolas com os menores índices e a média
nacional, garantindo equidade da aprendizagem e reduzindo
Anos iniciais do ensino 5,2 5,5 5,7 6,0
pela metade, até o último ano de vigência deste PNE, as
fundamental
diferenças entre as médias dos índices dos Estados, inclusive
Anos finais do ensino 4,7 5,0 5,2 5,5
do Distrito Federal, e dos Municípios;
fundamental
7.10) fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os
Ensino médio 4,3 4,7 5,0 5,2 resultados pedagógicos dos indicadores do sistema nacional
de avaliação da educação básica e do Ideb, relativos às escolas,
Estratégias: às redes públicas de educação básica e aos sistemas de ensino
7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
interfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica assegurando a contextualização desses resultados, com
e a base nacional comum dos currículos, com direitos e relação a indicadores sociais relevantes, como os de nível
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos socioeconômico das famílias dos (as) alunos (as), e a
(as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada transparência e o acesso público às informações técnicas de
a diversidade regional, estadual e local; concepção e operação do sistema de avaliação;
7.2) assegurar que: 7.11) melhorar o desempenho dos alunos da educação
a) no quinto ano de vigência deste PNE, pelo menos 70% básica nas avaliações da aprendizagem no Programa
(setenta por cento) dos (as) alunos (as) do ensino fundamental Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, tomado como
e do ensino médio tenham alcançado nível suficiente de instrumento externo de referência, internacionalmente
aprendizado em relação aos direitos e objetivos de reconhecido, de acordo com as seguintes projeções:
aprendizagem e desenvolvimento de seu ano de estudo, e 50%
(cinquenta por cento), pelo menos, o nível desejável;
PISA 2015 2018 2021
b) no último ano de vigência deste PNE, todos os (as)
Média dos resultados em 438 455 473
estudantes do ensino fundamental e do ensino médio tenham
matemática, leitura e ciências
alcançado nível suficiente de aprendizado em relação aos
direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de
seu ano de estudo, e 80% (oitenta por cento), pelo menos, o 7.12) incentivar o desenvolvimento, selecionar, certificar e
nível desejável; divulgar tecnologias educacionais para a educação infantil, o
7.3) constituir, em colaboração entre a União, os Estados, o ensino fundamental e o ensino médio e incentivar práticas
Distrito Federal e os Municípios, um conjunto nacional de pedagógicas inovadoras que assegurem a melhoria do fluxo
indicadores de avaliação institucional com base no perfil do escolar e a aprendizagem, assegurada a diversidade de
alunado e do corpo de profissionais da educação, nas métodos e propostas pedagógicas, com preferência
condições de infraestrutura das escolas, nos recursos para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem
pedagógicos disponíveis, nas características da gestão e em como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de
outras dimensões relevantes, considerando as especificidades ensino em que forem aplicadas;
das modalidades de ensino; 7.13) garantir transporte gratuito para todos (as) os (as)
7.4) induzir processo contínuo de autoavaliação das estudantes da educação do campo na faixa etária da educação
escolas de educação básica, por meio da constituição de escolar obrigatória, mediante renovação e padronização
instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem integral da frota de veículos, de acordo com especificações
fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a Tecnologia - INMETRO, e financiamento compartilhado, com
formação continuada dos (as) profissionais da educação e o participação da União proporcional às necessidades dos entes
aprimoramento da gestão democrática; federados, visando a reduzir a evasão escolar e o tempo médio
7.5) formalizar e executar os planos de ações articuladas de deslocamento a partir de cada situação local;
dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para 7.14) desenvolver pesquisas de modelos alternativos de
a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e atendimento escolar para a população do campo que
financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à considerem as especificidades locais e as boas práticas
formação de professores e professoras e profissionais de nacionais e internacionais;
serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento 7.15) universalizar, até o quinto ano de vigência deste PNE,
de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da o acesso à rede mundial de computadores em banda larga de
infraestrutura física da rede escolar; alta velocidade e triplicar, até o final da década, a relação
7.6) associar a prestação de assistência técnica financeira computador/aluno (a) nas escolas da rede pública de
à fixação de metas intermediárias, nos termos estabelecidos educação básica, promovendo a utilização pedagógica das
conforme pactuação voluntária entre os entes, priorizando tecnologias da informação e da comunicação;
sistemas e redes de ensino com Ideb abaixo da média nacional; 7.16) apoiar técnica e financeiramente a gestão escolar
7.7) aprimorar continuamente os instrumentos de mediante transferência direta de recursos financeiros à escola,
avaliação da qualidade do ensino fundamental e médio, de garantindo a participação da comunidade escolar no
forma a englobar o ensino de ciências nos exames aplicados planejamento e na aplicação dos recursos, visando à ampliação
nos anos finais do ensino fundamental, e incorporar o Exame da transparência e ao efetivo desenvolvimento da gestão
Nacional do Ensino Médio, assegurada a sua universalização, democrática;
ao sistema de avaliação da educação básica, bem como apoiar 7.17) ampliar programas e aprofundar ações de
o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas e atendimento ao (à) aluno (a), em todas as etapas da educação
redes de ensino para a melhoria de seus processos e práticas básica, por meio de programas suplementares de material
pedagógicas; didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde;
7.18) assegurar a todas as escolas públicas de educação comunidades e considerando o fortalecimento das práticas
básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água socioculturais e da língua materna de cada comunidade
tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, indígena, produzindo e disponibilizando materiais didáticos
garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, específicos, inclusive para os (as) alunos (as) com deficiência;
a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de 7.28) mobilizar as famílias e setores da sociedade civil,
ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às articulando a educação formal com experiências de educação
pessoas com deficiência; popular e cidadã, com os propósitos de que a educação seja
7.19) institucionalizar e manter, em regime de assumida como responsabilidade de todos e de ampliar o
colaboração, programa nacional de reestruturação e aquisição controle social sobre o cumprimento das políticas públicas
de equipamentos para escolas públicas, visando à equalização educacionais;
regional das oportunidades educacionais; 7.29) promover a articulação dos programas da área da
7.20) prover equipamentos e recursos tecnológicos educação, de âmbito local e nacional, com os de outras áreas,
digitais para a utilização pedagógica no ambiente escolar a como saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e
todas as escolas públicas da educação básica, criando, cultura, possibilitando a criação de rede de apoio integral às
inclusive, mecanismos para implementação das condições famílias, como condição para a melhoria da qualidade
necessárias para a universalização das bibliotecas nas educacional;
instituições educacionais, com acesso a redes digitais de 7.30) universalizar, mediante articulação entre os órgãos
computadores, inclusive a internet; responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o
7.21) a União, em regime de colaboração com os entes atendimento aos (às) estudantes da rede escolar pública de
federados subnacionais, estabelecerá, no prazo de 2 (dois) educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e
anos contados da publicação desta Lei, parâmetros mínimos atenção à saúde;
de qualidade dos serviços da educação básica, a serem 7.31) estabelecer ações efetivas especificamente voltadas
utilizados como referência para infraestrutura das escolas, para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e
recursos pedagógicos, entre outros insumos relevantes, bem à integridade física, mental e emocional dos (das) profissionais
como instrumento para adoção de medidas para a melhoria da da educação, como condição para a melhoria da qualidade
qualidade do ensino; educacional;
7.22) informatizar integralmente a gestão das escolas 7.32) fortalecer, com a colaboração técnica e financeira da
públicas e das secretarias de educação dos Estados, do Distrito União, em articulação com o sistema nacional de avaliação, os
Federal e dos Municípios, bem como manter programa sistemas estaduais de avaliação da educação básica, com
nacional de formação inicial e continuada para o pessoal participação, por adesão, das redes municipais de ensino, para
técnico das secretarias de educação; orientar as políticas públicas e as práticas pedagógicas, com o
7.23) garantir políticas de combate à violência na escola, fornecimento das informações às escolas e à sociedade;
inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à 7.33) promover, com especial ênfase, em consonância com
capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a
causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a formação de leitores e leitoras e a capacitação de professores
adoção das providências adequadas para promover a e professoras, bibliotecários e bibliotecárias e agentes da
construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de comunidade para atuar como mediadores e mediadoras da
segurança para a comunidade; leitura, de acordo com a especificidade das diferentes etapas
7.24) implementar políticas de inclusão e permanência na do desenvolvimento e da aprendizagem;
escola para adolescentes e jovens que se encontram em regime 7.34) instituir, em articulação com os Estados, os
de liberdade assistida e em situação de rua, assegurando os Municípios e o Distrito Federal, programa nacional de
princípios da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da formação de professores e professoras e de alunos e alunas
Criança e do Adolescente; para promover e consolidar política de preservação da
7.25) garantir nos currículos escolares conteúdos sobre a memória nacional;
história e as culturas afro-brasileira e indígenas e implementar 7.35) promover a regulação da oferta da educação básica
ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de pela iniciativa privada, de forma a garantir a qualidade e o
janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, cumprimento da função social da educação;
assegurando-se a implementação das respectivas diretrizes 7.36) estabelecer políticas de estímulo às escolas que
curriculares nacionais, por meio de ações colaborativas com melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o
fóruns de educação para a diversidade etnicorracial, conselhos mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.
escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil; Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18
7.26) consolidar a educação escolar no campo de (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no
populações tradicionais, de populações itinerantes e de mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência
comunidades indígenas e quilombolas, respeitando a deste Plano, para as populações do campo, da região de menor
articulação entre os ambientes escolares e comunitários e escolaridade no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais
garantindo: o desenvolvimento sustentável e preservação da pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não
identidade cultural; a participação da comunidade na negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de
definição do modelo de organização pedagógica e de gestão Geografia e Estatística - IBGE.
das instituições, consideradas as práticas socioculturais e as
formas particulares de organização do tempo; a oferta bilíngue Estratégias:
na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, 8.1) institucionalizar programas e desenvolver tecnologias
em língua materna das comunidades indígenas e em língua para correção de fluxo, para acompanhamento pedagógico
portuguesa; a reestruturação e a aquisição de equipamentos; a individualizado e para recuperação e progressão parcial, bem
oferta de programa para a formação inicial e continuada de como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado,
profissionais da educação; e o atendimento em educação considerando as especificidades dos segmentos populacionais
especial; considerados;
7.27) desenvolver currículos e propostas pedagógicas 8.2) implementar programas de educação de jovens e
específicas para educação escolar para as escolas do campo e adultos para os segmentos populacionais considerados, que
para as comunidades indígenas e quilombolas, incluindo os estejam fora da escola e com defasagem idade-série,
conteúdos culturais correspondentes às respectivas
associados a outras estratégias que garantam a continuidade (as) com deficiência, articulando os sistemas de ensino, a Rede
da escolarização, após a alfabetização inicial; Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, as
8.3) garantir acesso gratuito a exames de certificação da universidades, as cooperativas e as associações, por meio de
conclusão dos ensinos fundamental e médio; ações de extensão desenvolvidas em centros vocacionais
8.4) expandir a oferta gratuita de educação profissional tecnológicos, com tecnologias assistivas que favoreçam a
técnica por parte das entidades privadas de serviço social e de efetiva inclusão social e produtiva dessa população;
formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de forma 9.12) considerar, nas políticas públicas de jovens e adultos,
concomitante ao ensino ofertado na rede escolar pública, para as necessidades dos idosos, com vistas à promoção de políticas
os segmentos populacionais considerados; de erradicação do analfabetismo, ao acesso a tecnologias
8.5) promover, em parceria com as áreas de saúde e educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas, à
assistência social, o acompanhamento e o monitoramento do implementação de programas de valorização e
acesso à escola específicos para os segmentos populacionais compartilhamento dos conhecimentos e experiência dos
considerados, identificar motivos de absenteísmo e colaborar idosos e à inclusão dos temas do envelhecimento e da velhice
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a nas escolas.
garantia de frequência e apoio à aprendizagem, de maneira a Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
estimular a ampliação do atendimento desses (as) estudantes cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos
na rede pública regular de ensino; ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação
8.6) promover busca ativa de jovens fora da escola profissional.
pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em
parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à Estratégias:
juventude. 10.1) manter programa nacional de educação de jovens e
Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e à
(quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão
cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência da educação básica;
deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 10.2) expandir as matrículas na educação de jovens e
50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. adultos, de modo a articular a formação inicial e continuada de
trabalhadores com a educação profissional, objetivando a
Estratégias: elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da
9.1) assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e trabalhadora;
adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica 10.3) fomentar a integração da educação de jovens e
na idade própria; adultos com a educação profissional, em cursos planejados, de
9.2) realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino acordo com as características do público da educação de
fundamental e médio incompletos, para identificar a demanda jovens e adultos e considerando as especificidades das
ativa por vagas na educação de jovens e adultos; populações itinerantes e do campo e das comunidades
9.3) implementar ações de alfabetização de jovens e indígenas e quilombolas, inclusive na modalidade de educação
adultos com garantia de continuidade da escolarização básica; a distância;
9.4) criar benefício adicional no programa nacional de 10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e
transferência de renda para jovens e adultos que adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio
frequentarem cursos de alfabetização; do acesso à educação de jovens e adultos articulada à educação
9.5) realizar chamadas públicas regulares para educação profissional;
de jovens e adultos, promovendo-se busca ativa em regime de 10.5) implantar programa nacional de reestruturação e
colaboração entre entes federados e em parceria com aquisição de equipamentos voltados à expansão e à melhoria
organizações da sociedade civil; da rede física de escolas públicas que atuam na educação de
9.6) realizar avaliação, por meio de exames específicos, jovens e adultos integrada à educação profissional, garantindo
que permita aferir o grau de alfabetização de jovens e adultos acessibilidade à pessoa com deficiência;
com mais de 15 (quinze) anos de idade; 10.6) estimular a diversificação curricular da educação de
9.7) executar ações de atendimento ao (à) estudante da jovens e adultos, articulando a formação básica e a preparação
educação de jovens e adultos por meio de programas para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações
suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da
atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o
em articulação com a área da saúde; tempo e o espaço pedagógicos adequados às características
9.8) assegurar a oferta de educação de jovens e adultos, nas desses alunos e alunas;
etapas de ensino fundamental e médio, às pessoas privadas de 10.7) fomentar a produção de material didático, o
liberdade em todos os estabelecimentos penais, assegurando- desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os
se formação específica dos professores e das professoras e instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e
implementação de diretrizes nacionais em regime de laboratórios e a formação continuada de docentes das redes
colaboração; públicas que atuam na educação de jovens e adultos articulada
9.9) apoiar técnica e financeiramente projetos inovadores à educação profissional;
na educação de jovens e adultos que visem ao 10.8) fomentar a oferta pública de formação inicial e
desenvolvimento de modelos adequados às necessidades continuada para trabalhadores e trabalhadoras articulada à
específicas desses (as) alunos (as); educação de jovens e adultos, em regime de colaboração e com
9.10) estabelecer mecanismos e incentivos que integrem apoio de entidades privadas de formação profissional
os segmentos empregadores, públicos e privados, e os vinculadas ao sistema sindical e de entidades sem fins
sistemas de ensino, para promover a compatibilização da lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com
jornada de trabalho dos empregados e das empregadas com a atuação exclusiva na modalidade;
oferta das ações de alfabetização e de educação de jovens e 10.9) institucionalizar programa nacional de assistência ao
adultos; estudante, compreendendo ações de assistência social,
9.11) implementar programas de capacitação tecnológica financeira e de apoio psicopedagógico que contribuam para
da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos garantir o acesso, a permanência, a aprendizagem e a
com baixos níveis de escolarização formal e para os (as) alunos
conclusão com êxito da educação de jovens e adultos 11.13) reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais
articulada à educação profissional; no acesso e permanência na educação profissional técnica de
10.10) orientar a expansão da oferta de educação de jovens nível médio, inclusive mediante a adoção de políticas
e adultos articulada à educação profissional, de modo a afirmativas, na forma da lei;
atender às pessoas privadas de liberdade nos 11.14) estruturar sistema nacional de informação
estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica profissional, articulando a oferta de formação das instituições
dos professores e das professoras e implementação de especializadas em educação profissional aos dados do
diretrizes nacionais em regime de colaboração; mercado de trabalho e a consultas promovidas em entidades
10.11) implementar mecanismos de reconhecimento de empresariais e de trabalhadores
saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação
considerados na articulação curricular dos cursos de formação superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para
inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio. 33% (trinta e três por cento) da população de 18 (dezoito) a
Meta 11: triplicar as matrículas da educação profissional 24 (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade da oferta e
técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) das
pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no novas matrículas, no segmento público.
segmento público.
Estratégias:
Estratégias: 12.1) otimizar a capacidade instalada da estrutura física e
11.1) expandir as matrículas de educação profissional de recursos humanos das instituições públicas de educação
técnica de nível médio na Rede Federal de Educação superior, mediante ações planejadas e coordenadas, de forma
Profissional, Científica e Tecnológica, levando em a ampliar e interiorizar o acesso à graduação;
consideração a responsabilidade dos Institutos na ordenação 12.2) ampliar a oferta de vagas, por meio da expansão e
territorial, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e interiorização da rede federal de educação superior, da Rede
culturais locais e regionais, bem como a interiorização da Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e do
educação profissional; sistema Universidade Aberta do Brasil, considerando a
11.2) fomentar a expansão da oferta de educação densidade populacional, a oferta de vagas públicas em relação
profissional técnica de nível médio nas redes públicas à população na idade de referência e observadas as
estaduais de ensino; características regionais das micro e mesorregiões definidas
11.3) fomentar a expansão da oferta de educação pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
profissional técnica de nível médio na modalidade de educação IBGE, uniformizando a expansão no território nacional;
a distância, com a finalidade de ampliar a oferta e 12.3) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
democratizar o acesso à educação profissional pública e cursos de graduação presenciais nas universidades públicas
gratuita, assegurado padrão de qualidade; para 90% (noventa por cento), ofertar, no mínimo, um terço
11.4) estimular a expansão do estágio na educação das vagas em cursos noturnos e elevar a relação de estudantes
profissional técnica de nível médio e do ensino médio regular, por professor (a) para 18 (dezoito), mediante estratégias de
preservando-se seu caráter pedagógico integrado ao itinerário aproveitamento de créditos e inovações acadêmicas que
formativo do aluno, visando à formação de qualificações valorizem a aquisição de competências de nível superior;
próprias da atividade profissional, à contextualização 12.4) fomentar a oferta de educação superior pública e
curricular e ao desenvolvimento da juventude; gratuita prioritariamente para a formação de professores e
11.5) ampliar a oferta de programas de reconhecimento de professoras para a educação básica, sobretudo nas áreas de
saberes para fins de certificação profissional em nível técnico; ciências e matemática, bem como para atender ao défice de
11.6) ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissionais em áreas específicas;
profissional técnica de nível médio pelas entidades privadas 12.5) ampliar as políticas de inclusão e de assistência
de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e estudantil dirigidas aos (às) estudantes de instituições
entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com públicas, bolsistas de instituições privadas de educação
deficiência, com atuação exclusiva na modalidade; superior e beneficiários do Fundo de Financiamento
11.7) expandir a oferta de financiamento estudantil à Estudantil - FIES, de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho
educação profissional técnica de nível médio oferecida em de 2001, na educação superior, de modo a reduzir as
instituições privadas de educação superior; desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas de acesso e
11.8) institucionalizar sistema de avaliação da qualidade permanência na educação superior de estudantes egressos da
da educação profissional técnica de nível médio das redes escola pública, afrodescendentes e indígenas e de estudantes
escolares públicas e privadas; com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
11.9) expandir o atendimento do ensino médio gratuito altas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar seu
integrado à formação profissional para as populações do sucesso acadêmico;
campo e para as comunidades indígenas e quilombolas, de 12.6) expandir o financiamento estudantil por meio do
acordo com os seus interesses e necessidades; Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei
11.10) expandir a oferta de educação profissional técnica no 10.260, de 12 de julho de 2001, com a constituição de fundo
de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos garantidor do financiamento, de forma a dispensar
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou progressivamente a exigência de fiador;
superdotação; 12.7) assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do total
11.11) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos de créditos curriculares exigidos para a graduação em
cursos técnicos de nível médio na Rede Federal de Educação programas e projetos de extensão universitária, orientando
Profissional, Científica e Tecnológica para 90% (noventa por sua ação, prioritariamente, para áreas de grande pertinência
cento) e elevar, nos cursos presenciais, a relação de alunos (as) social;
por professor para 20 (vinte); 12.8) ampliar a oferta de estágio como parte da formação
11.12) elevar gradualmente o investimento em programas na educação superior;
de assistência estudantil e mecanismos de mobilidade 12.9) ampliar a participação proporcional de grupos
acadêmica, visando a garantir as condições necessárias à historicamente desfavorecidos na educação superior,
permanência dos (as) estudantes e à conclusão dos cursos inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma
técnicos de nível médio; da lei;
12.10) assegurar condições de acessibilidade nas quantitativo de estudantes e de áreas avaliadas no que diz
instituições de educação superior, na forma da legislação; respeito à aprendizagem resultante da graduação;
12.11) fomentar estudos e pesquisas que analisem a 13.3) induzir processo contínuo de autoavaliação das
necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa instituições de educação superior, fortalecendo a participação
e mundo do trabalho, considerando as necessidades das comissões próprias de avaliação, bem como a aplicação de
econômicas, sociais e culturais do País; instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem
12.12) consolidar e ampliar programas e ações de fortalecidas, destacando-se a qualificação e a dedicação do
incentivo à mobilidade estudantil e docente em cursos de corpo docente;
graduação e pós-graduação, em âmbito nacional e 13.4) promover a melhoria da qualidade dos cursos de
internacional, tendo em vista o enriquecimento da formação pedagogia e licenciaturas, por meio da aplicação de
de nível superior; instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão
12.13) expandir atendimento específico a populações do Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES,
campo e comunidades indígenas e quilombolas, em relação a integrando-os às demandas e necessidades das redes de
acesso, permanência, conclusão e formação de profissionais educação básica, de modo a permitir aos graduandos a
para atuação nessas populações; aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo
12.14) mapear a demanda e fomentar a oferta de formação pedagógico de seus futuros alunos (as), combinando formação
de pessoal de nível superior, destacadamente a que se refere à geral e específica com a prática didática, além da educação
formação nas áreas de ciências e matemática, considerando as para as relações étnico-raciais, a diversidade e as necessidades
necessidades do desenvolvimento do País, a inovação das pessoas com deficiência;
tecnológica e a melhoria da qualidade da educação básica; 13.5) elevar o padrão de qualidade das universidades,
12.15) institucionalizar programa de composição de direcionando sua atividade, de modo que realizem,
acervo digital de referências bibliográficas e audiovisuais para efetivamente, pesquisa institucionalizada, articulada a
os cursos de graduação, assegurada a acessibilidade às programas de pós-graduação stricto sensu;
pessoas com deficiência; 13.6) substituir o Exame Nacional de Desempenho de
12.16) consolidar processos seletivos nacionais e regionais Estudantes - ENADE aplicado ao final do primeiro ano do curso
para acesso à educação superior como forma de superar de graduação pelo Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, a
exames vestibulares isolados; fim de apurar o valor agregado dos cursos de graduação;
12.17) estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas 13.7) fomentar a formação de consórcios entre instituições
em cada período letivo na educação superior pública; públicas de educação superior, com vistas a potencializar a
12.18) estimular a expansão e reestruturação das atuação regional, inclusive por meio de plano de
instituições de educação superior estaduais e municipais cujo desenvolvimento institucional integrado, assegurando maior
ensino seja gratuito, por meio de apoio técnico e financeiro do visibilidade nacional e internacional às atividades de ensino,
Governo Federal, mediante termo de adesão a programa de pesquisa e extensão;
reestruturação, na forma de regulamento, que considere a sua 13.8) elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos
contribuição para a ampliação de vagas, a capacidade fiscal e cursos de graduação presenciais nas universidades públicas,
as necessidades dos sistemas de ensino dos entes de modo a atingir 90% (noventa por cento) e, nas instituições
mantenedores na oferta e qualidade da educação básica; privadas, 75% (setenta e cinco por cento), em 2020, e
12.19) reestruturar com ênfase na melhoria de prazos e fomentar a melhoria dos resultados de aprendizagem, de
qualidade da decisão, no prazo de 2 (dois) anos, os modo que, em 5 (cinco) anos, pelo menos 60% (sessenta por
procedimentos adotados na área de avaliação, regulação e cento) dos estudantes apresentem desempenho positivo igual
supervisão, em relação aos processos de autorização de cursos ou superior a 60% (sessenta por cento) no Exame Nacional de
e instituições, de reconhecimento ou renovação de Desempenho de Estudantes - ENADE e, no último ano de
reconhecimento de cursos superiores e de credenciamento ou vigência, pelo menos 75% (setenta e cinco por cento) dos
recredenciamento de instituições, no âmbito do sistema estudantes obtenham desempenho positivo igual ou superior
federal de ensino; a 75% (setenta e cinco por cento) nesse exame, em cada área
12.20) ampliar, no âmbito do Fundo de Financiamento ao de formação profissional;
Estudante do Ensino Superior - FIES, de que trata a Lei nº 13.9) promover a formação inicial e continuada dos (as)
10.260, de 12 de julho de 2001, e do Programa Universidade profissionais técnico-administrativos da educação superior.
para Todos - PROUNI, de que trata a Lei no11.096, de 13 de Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na
janeiro de 2005, os benefícios destinados à concessão de pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação
financiamento a estudantes regularmente matriculados em anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco
cursos superiores presenciais ou a distância, com avaliação mil) doutores.
positiva, de acordo com regulamentação própria, nos Estratégias:
processos conduzidos pelo Ministério da Educação; 14.1) expandir o financiamento da pós-graduação stricto
12.21) fortalecer as redes físicas de laboratórios sensu por meio das agências oficiais de fomento;
multifuncionais das IES e ICTs nas áreas estratégicas definidas 14.2) estimular a integração e a atuação articulada entre a
pela política e estratégias nacionais de ciência, tecnologia e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
inovação. Superior - CAPES e as agências estaduais de fomento à
Meta 13: elevar a qualidade da educação superior e pesquisa;
ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente 14.3) expandir o financiamento estudantil por meio do
em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação Fies à pós-graduação stricto sensu;
superior para 75% (setenta e cinco por cento), sendo, do total, 14.4) expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto
no mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. sensu, utilizando inclusive metodologias, recursos e
Estratégias: tecnologias de educação a distância;
13.1) aperfeiçoar o Sistema Nacional de Avaliação da 14.5) implementar ações para reduzir as desigualdades
Educação Superior - SINAES, de que trata a Lei no 10.861, de étnico-raciais e regionais e para favorecer o acesso das
14 de abril de 2004, fortalecendo as ações de avaliação, populações do campo e das comunidades indígenas e
regulação e supervisão; quilombolas a programas de mestrado e doutorado;
13.2) ampliar a cobertura do Exame Nacional de 14.6) ampliar a oferta de programas de pós-
Desempenho de Estudantes - ENADE, de modo a ampliar o graduação stricto sensu, especialmente os de doutorado,
nos campi novos abertos em decorrência dos programas de 15.5) implementar programas específicos para formação
expansão e interiorização das instituições superiores públicas; de profissionais da educação para as escolas do campo e de
14.7) manter e expandir programa de acervo digital de comunidades indígenas e quilombolas e para a educação
referências bibliográficas para os cursos de pós-graduação, especial;
assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência; 15.6) promover a reforma curricular dos cursos de
14.8) estimular a participação das mulheres nos cursos de licenciatura e estimular a renovação pedagógica, de forma a
pós-graduação stricto sensu, em particular aqueles ligados às assegurar o foco no aprendizado do (a) aluno (a), dividindo a
áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Informática carga horária em formação geral, formação na área do saber e
e outros no campo das ciências; didática específica e incorporando as modernas tecnologias de
14.9) consolidar programas, projetos e ações que informação e comunicação, em articulação com a base nacional
objetivem a internacionalização da pesquisa e da pós- comum dos currículos da educação básica, de que tratam as
graduação brasileiras, incentivando a atuação em rede e o estratégias 2.1, 2.2, 3.2 e 3.3 deste PNE;
fortalecimento de grupos de pesquisa; 15.7) garantir, por meio das funções de avaliação,
14.10) promover o intercâmbio científico e tecnológico, regulação e supervisão da educação superior, a plena
nacional e internacional, entre as instituições de ensino, implementação das respectivas diretrizes curriculares;
pesquisa e extensão; 15.8) valorizar as práticas de ensino e os estágios nos
14.11) ampliar o investimento em pesquisas com foco em cursos de formação de nível médio e superior dos profissionais
desenvolvimento e estímulo à inovação, bem como da educação, visando ao trabalho sistemático de articulação
incrementar a formação de recursos humanos para a inovação, entre a formação acadêmica e as demandas da educação
de modo a buscar o aumento da competitividade das empresas básica;
de base tecnológica; 15.9) implementar cursos e programas especiais para
14.12) ampliar o investimento na formação de doutores de assegurar formação específica na educação superior, nas
modo a atingir a proporção de 4 (quatro) doutores por 1.000 respectivas áreas de atuação, aos docentes com formação de
(mil) habitantes; nível médio na modalidade normal, não licenciados ou
14.13) aumentar qualitativa e quantitativamente o licenciados em área diversa da de atuação docente, em efetivo
desempenho científico e tecnológico do País e a exercício;
competitividade internacional da pesquisa brasileira, 15.10) fomentar a oferta de cursos técnicos de nível médio
ampliando a cooperação científica com empresas, Instituições e tecnológicos de nível superior destinados à formação, nas
de Educação Superior - IES e demais Instituições Científicas e respectivas áreas de atuação, dos (as) profissionais da
Tecnológicas - ICTs; educação de outros segmentos que não os do magistério;
14.14) estimular a pesquisa científica e de inovação e 15.11) implantar, no prazo de 1 (um) ano de vigência desta
promover a formação de recursos humanos que valorize a Lei, política nacional de formação continuada para os (as)
diversidade regional e a biodiversidade da região amazônica e profissionais da educação de outros segmentos que não os do
do cerrado, bem como a gestão de recursos hídricos no magistério, construída em regime de colaboração entre os
semiárido para mitigação dos efeitos da seca e geração de entes federados;
emprego e renda na região; 15.12) instituir programa de concessão de bolsas de
14.15) estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das IES e estudos para que os professores de idiomas das escolas
das ICTs, de modo a incrementar a inovação e a produção e públicas de educação básica realizem estudos de imersão e
registro de patentes. aperfeiçoamento nos países que tenham como idioma nativo
Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, as línguas que lecionem;
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no prazo de 1 15.13) desenvolver modelos de formação docente para a
(um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação educação profissional que valorizem a experiência prática, por
dos profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III meio da oferta, nas redes federal e estaduais de educação
do caput do art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, profissional, de cursos voltados à complementação e
assegurado que todos os professores e as professoras da certificação didático-pedagógica de profissionais experientes.
educação básica possuam formação específica de nível Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, 50%
superior, obtida em curso de licenciatura na área de (cinquenta por cento) dos professores da educação básica, até
conhecimento em que atuam. o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos (as) os
(as) profissionais da educação básica formação continuada em
Estratégias: sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas
15.1) atuar, conjuntamente, com base em plano estratégico e contextualizações dos sistemas de ensino.
que apresente diagnóstico das necessidades de formação de
profissionais da educação e da capacidade de atendimento, por Estratégias:
parte de instituições públicas e comunitárias de educação 16.1) realizar, em regime de colaboração, o planejamento
superior existentes nos Estados, Distrito Federal e Municípios, estratégico para dimensionamento da demanda por formação
e defina obrigações recíprocas entre os partícipes; continuada e fomentar a respectiva oferta por parte das
15.2) consolidar o financiamento estudantil a estudantes instituições públicas de educação superior, de forma orgânica
matriculados em cursos de licenciatura com avaliação positiva e articulada às políticas de formação dos Estados, do Distrito
pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - Federal e dos Municípios;
SINAES, na forma da Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, 16.2) consolidar política nacional de formação de
inclusive a amortização do saldo devedor pela docência efetiva professores e professoras da educação básica, definindo
na rede pública de educação básica; diretrizes nacionais, áreas prioritárias, instituições
15.3) ampliar programa permanente de iniciação à formadoras e processos de certificação das atividades
docência a estudantes matriculados em cursos de licenciatura, formativas;
a fim de aprimorar a formação de profissionais para atuar no 16.3) expandir programa de composição de acervo de
magistério da educação básica; obras didáticas, paradidáticas e de literatura e de dicionários,
15.4) consolidar e ampliar plataforma eletrônica para e programa específico de acesso a bens culturais, incluindo
organizar a oferta e as matrículas em cursos de formação obras e materiais produzidos em Libras e em Braille, sem
inicial e continuada de profissionais da educação, bem como prejuízo de outros, a serem disponibilizados para os
para divulgar e atualizar seus currículos eletrônicos; professores e as professoras da rede pública de educação
educacional, inclusive por meio de programas de formação de educacionais com investimentos em qualificação e
conselheiros, assegurando-se condições de funcionamento remuneração do pessoal docente e dos demais profissionais da
autônomo; educação pública, em aquisição, manutenção, construção e
19.6) estimular a participação e a consulta de profissionais conservação de instalações e equipamentos necessários ao
da educação, alunos (as) e seus familiares na formulação dos ensino e em aquisição de material didático-escolar,
projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de alimentação e transporte escolar;
gestão escolar e regimentos escolares, assegurando a 20.8) o CAQ será definido no prazo de 3 (três) anos e será
participação dos pais na avaliação de docentes e gestores continuamente ajustado, com base em metodologia formulada
escolares; pelo Ministério da Educação - MEC, e acompanhado pelo
19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, Fórum Nacional de Educação - FNE, pelo Conselho Nacional de
administrativa e de gestão financeira nos estabelecimentos de Educação - CNE e pelas Comissões de Educação da Câmara dos
ensino; Deputados e de Educação, Cultura e Esportes do Senado
19.8) desenvolver programas de formação de diretores e Federal;
gestores escolares, bem como aplicar prova nacional 20.9) regulamentar o parágrafo único do art. 23 e o art. 211
específica, a fim de subsidiar a definição de critérios objetivos da Constituição Federal, no prazo de 2 (dois) anos, por lei
para o provimento dos cargos, cujos resultados possam ser complementar, de forma a estabelecer as normas de
utilizados por adesão. cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Meta 20: ampliar o investimento público em educação Municípios, em matéria educacional, e a articulação do sistema
pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete nacional de educação em regime de colaboração, com
por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País no equilíbrio na repartição das responsabilidades e dos recursos
5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o e efetivo cumprimento das funções redistributiva e supletiva
equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio. da União no combate às desigualdades educacionais regionais,
com especial atenção às regiões Norte e Nordeste
Estratégias: 20.10) caberá à União, na forma da lei, a complementação
20.1) garantir fontes de financiamento permanentes e de recursos financeiros a todos os Estados, ao Distrito Federal
sustentáveis para todos os níveis, etapas e modalidades da e aos Municípios que não conseguirem atingir o valor do CAQi
educação básica, observando-se as políticas de colaboração e, posteriormente, do CAQ;
entre os entes federados, em especial as decorrentes do art. 60 20.11) aprovar, no prazo de 1 (um) ano, Lei de
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e do § Responsabilidade Educacional, assegurando padrão de
1o do art. 75 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que qualidade na educação básica, em cada sistema e rede de
tratam da capacidade de atendimento e do esforço fiscal de ensino, aferida pelo processo de metas de qualidade aferidas
cada ente federado, com vistas a atender suas demandas por institutos oficiais de avaliação educacionais;
educacionais à luz do padrão de qualidade nacional; 20.12) definir critérios para distribuição dos recursos
20.2) aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio, que
acompanhamento da arrecadação da contribuição social do considerem a equalização das oportunidades educacionais, a
salário-educação; vulnerabilidade socioeconômica e o compromisso técnico e de
20.3) destinar à manutenção e desenvolvimento do ensino, gestão do sistema de ensino, a serem pactuados na instância
em acréscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 prevista no § 5o do art. 7o desta Lei.
da Constituição Federal, na forma da lei específica, a parcela da
participação no resultado ou da compensação financeira pela Questões
exploração de petróleo e gás natural e outros recursos, com a
finalidade de cumprimento da meta prevista no inciso VI 01. (Prefeitura de Itajaí/SC – Professor de Ens.
do caput do art. 214 da Constituição Federal; Fundamental Geografia – IESES) Leia as assertivas e assinale
20.4) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que a alternativa correspondente:
assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei I. O direito à educação e o dever do Estado com a educação
Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, a transparência escolar pública está efetivado em lei, por exemplo, mediante a
e o controle social na utilização dos recursos públicos garantia de ensino fundamental obrigatório e gratuito,
aplicados em educação, especialmente a realização de inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade
audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de própria.
transparência e a capacitação dos membros de conselhos de II. A União incumbir-se-á de elaborar o Plano Nacional de
acompanhamento e controle social do Fundeb, com a Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
colaboração entre o Ministério da Educação, as Secretarias de os Municípios.
Educação dos Estados e dos Municípios e os Tribunais de III. Os Municípios incumbir-se-ão de organizar, manter e
Contas da União, dos Estados e dos Municípios; desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas
20.5) desenvolver, por meio do Instituto Nacional de de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, União e dos Estados.
estudos e acompanhamento regular dos investimentos e (A) Duas assertivas estão corretas.
custos por aluno da educação básica e superior pública, em (B) As três assertivas estão corretas.
todas as suas etapas e modalidades; (C) Apenas duas assertivas estão corretas.
20.6) no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste PNE, será (D) Nenhuma das assertivas está correta.
implantado o Custo Aluno-Qualidade inicial - CAQi,
referenciado no conjunto de padrões mínimos estabelecidos 02. (Prefeitura da Estância Climática de Caconde/SP –
na legislação educacional e cujo financiamento será calculado Professor Assistente – INTEGRI BRASIL) Segundo o Artigo
com base nos respectivos insumos indispensáveis ao processo 1º da Lei Federal 10.172/01, fica aprovado o Plano Nacional
de ensino-aprendizagem e será progressivamente reajustado de Educação, constante do documento anexo, com duração de:
até a implementação plena do Custo Aluno Qualidade - CAQ; (A) dois anos.
20.7) implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ como (B) cinco anos.
parâmetro para o financiamento da educação de todas etapas (C) oito anos.
e modalidades da educação básica, a partir do cálculo e do (D) dez anos.
acompanhamento regular dos indicadores de gastos
4http://www.uepb.edu.br/a-uepb/historico/
governador Cássio Cunha Lima, a UEPB inaugurou uma nova VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos
fase em sua história. (Ver Diário Oficial) públicos em educação como proporção do Produto Interno
Para todas as lideranças envolvidas na luta por esta Bruto - PIB, que assegure atendimento às necessidades de
conquista, a Autonomia Financeira representou uma vitória do expansão, com padrão de qualidade e equidade;
ensino público e gratuito. Com a Autonomia, a Universidade IX – valorização dos profissionais da educação; e
Estadual da Paraíba, por direcionar sua ação a quase todos os X – promoção dos princípios do respeito aos direitos
municípios, passou a poder fazer muito mais pelo Estado. humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental
Com os devidos recursos financeiros para desenvolver as
suas ações nas áreas de ensino, pesquisa e extensão, a UEPB Art. 3º As metas e as estratégias previstas no Anexo Único
pode contribuir de forma decisiva para as soluções dos graves desta Lei deverão ser cumpridas no prazo de vigência do PEE,
problemas que assolam a Paraíba, entre eles, os setores desde que não haja prazo inferior definido para metas e
educacional e saúde. A Instituição empreendeu esforços para estratégias específicas.
a unificação do pensamento de todos os segmentos da
comunidade universitária para uma maior compreensão da Art. 4º As metas e as estratégias previstas no Anexo Único
Autonomia Financeira e maior consciência do papel da integrante desta Lei deverão ter como referência o último
Universidade Pública. censo demográfico, a Pesquisa Nacional por Amostra de
Com sua Autonomia, a UEPB passou a ter condições de Domicílios –PNAD e os censos mais atualizados da educação
expandir-se e melhorar a qualidade do ensino de graduação, básica e superior, disponíveis na data da publicação desta Lei.
investir na pós-graduação e nas atividades de pesquisa e
extensão. Mas, apesar da Lei concedendo a Autonomia da Art. 5º A execução e o cumprimento das metas e
UEPB só ter sido, de fato, sancionada em 2006, a luta pela estratégias do PEE serão objeto de monitoramento contínuo e
Autonomia não é recente. Nove anos antes, o então governador de avaliações periódicas, a cada 2(dois) anos, realizados pelas
Ronaldo Cunha Lima assinava o decreto que concedia a seguintes instâncias:
autonomia didático-científica, administrativa e de gestão I - Secretaria de Estado da Educação;
financeira da Universidade Estadual da Paraíba, sonho II - Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do
acalentado por muitas universidades públicas do país. Estado da Paraíba;
III – Conselho Estadual de Educação; e,
IV - Fórum Estadual de Educação.
A UEPB na Constituição § 1º A execução e o cumprimento das metas e estratégias
previstas no PEE que forem de competência dos Municípios,
Estadual. Lei nº 10.488, de serão objeto do monitoramento contínuo e da avaliação
23 de junho de 2015 (Plano periódica, por meio das instâncias próprias.
Estadual de Educação). § 2º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput e no
§ 1º deste artigo:
I – divulgar os resultados do monitoramento e das
avaliações, com vistas ao acompanhamento da evolução no
LEI Nº 10.488 DE 23 DE JUNHO DE 20155
cumprimento das metas estabelecidas no Anexo Único desta
Aprova o Plano Estadual de Educação – PEE e dá outras
Lei, nos respectivos sítios institucionais da internet e mídias
providências.
locais;
II – analisar e propor políticas públicas para assegurar a
O GOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA:
implementação das estratégias e o cumprimento das metas;
III – analisar e propor a ampliação progressiva do
Faço saber que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a
percentual de investimento público em educação.
seguinte Lei:
§ 3º A meta progressiva do investimento público em
educação será avaliada no quarto ano de vigência do PEE e
Art. 1º Fica aprovado o Plano Estadual de Educação – PEE,
poderá ser ampliada por meio de lei para atender às
com vigência de 10 (dez) anos, a contar da publicação desta
necessidades financeiras do cumprimento das demais metas.
Lei, na forma do Anexo Único, com vistas ao cumprimento do
§ 4º Os Sistemas de Ensino deverão prever mecanismos de
disposto no art. 214 da Constituição Federal, no art. 211 da
acompanhamento para a consecução das metas do PEE.
Constituição Estadual, no inciso I do art. 11 da Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases
Art. 6º O Estado promoverá, em parceria com a União e os
da Educação Nacional, e no artigo 8º da Lei Federal nº 13.005,
Municípios, a realização de, pelo menos, 2 (duas) conferências
de 25 de junho de 2014.
estaduais de educação, precedidas de conferências municipais
e intermunicipais, até o final da década, com intervalo de até 4
Art. 2º São diretrizes do PEE:
(quatro) anos entre elas, com o objetivo de avaliar e monitorar
I – erradicação do analfabetismo;
a execução do PEE e subsidiar a elaboração do próximo Plano
II – universalização do atendimento escolar;
Estadual de Educação.
III – superação das desigualdades educacionais, com
Parágrafo único. As conferências de educação e o processo
ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as
de elaboração do próximo Plano Estadual de Educação serão
formas de discriminação;
realizados com ampla participação de representantes do
IV – melhoria da qualidade da educação;
poder público, da comunidade educacional e da sociedade
V – formação para o trabalho e para a cidadania, com
civil.
ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a
sociedade;
Art. 7º Para a consecução das metas do PEE e a
VI – promoção do princípio da gestão democrática da
implementação de suas estratégias, fica reforçado o regime de
educação pública;
colaboração entre o Estado, a União e os Municípios
VII – promoção humanística, científica, cultural e
estabelecido pela Constituição Federal e a LDB.
tecnológica do País;
5http://static.paraiba.pb.gov.br/2016/07/Lei-n%C2%BA-10.488-Plano-
Estadual-de-Educa%C3%A7%C3%A3o-2-1.pdf
§ 1º As estratégias definidas no Anexo Único desta Lei não estadual e privada, assim como de programas de formação
excluem a adoção de medidas adicionais em âmbito local ou de docente.
instrumentos jurídicos que formalizem a cooperação entre os Neste cenário, destaca-se a expansão das instituições de
entes federados, podendo ser complementadas por ensino superior da Paraíba, mantidas pelo governo federal, as
mecanismos nacionais e locais de colaboração recíproca. quais, na última década, ampliaram significativamente suas
§ 2º A Educação Escolar Indígena deverá ser estruturas físicas, assim como o número de novos cursos, por
implementada por meio de regime de colaboração específico, meio do programa de Apoio aos Planos de Reestruturação e
considerando os territórios étnico-educacionais, e de Expansão das Universidades Federais (REUNI), instituído por
estratégias que levem em conta as especificidades meio do Decreto nº 6.096, de 24 de abril de 2007, dando um
socioculturais e linguísticas de cada comunidade, promovendo importante contributo ao processo de interiorização da
a consulta prévia e devolutiva a essas comunidades. educação superior.
§ 3º Os Sistemas de Ensino deverão considerar as Em relação à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB),
necessidades específicas das populações do campo e das também se constata igual processo de expansão e de
comunidades indígenas, quilombolas e ciganas, asseguradas a interiorização na última década, com a criação de novos Campi
equidade educacional e a diversidade cultural. e de novos cursos, inclusive de pós-graduação, notadamente
após a vigência da Lei nº 7.643, de 06 de agosto de 2004, que
Art. 8º Para garantia da equidade educacional, o Estado regulamentou a autonomia financeira desta Instituição.
deverá considerar o atendimento às necessidades específicas
da educação especial, assegurando um sistema inclusivo em Meta 20
todos os níveis, etapas e modalidades da educação. Elevar a Taxa Bruta de matrícula na educação superior
para 50% e a Taxa Líquida para 33% da população de 18 a 24
Art. 9º Os planos plurianuais, as diretrizes orçamentárias anos, assegurada a qualidade da oferta e expansão para, pelo
e os orçamentos anuais do Estado e dos municípios, deverão menos, 40% das novas matrículas, no segmento público.
ser formulados, de modo a assegurar a consignação de
dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas Estratégias:
e estratégias do PEE, a fim de viabilizar a sua plena execução. 20.1. Otimizar, em cooperação com a União, a capacidade
instalada da estrutura física e de recursos humanos das
Art. 10. Até o final do primeiro semestre do nono ano de instituições públicas das redes federal e estadual de educação
vigência deste PEE, o Poder Executivo encaminhará à superior, mediante ações planejadas e coordenadas, de forma
Assembleia Legislativa, sem prejuízo das prerrogativas deste a ampliar e interiorizar o acesso à graduação e à pós-
Poder, o projeto de lei referente ao Plano Estadual de graduação, respeitada a devida autonomia administrativa e
Educação, a vigorar no período subsequente, que incluirá o financeira;
diagnóstico, as diretrizes, as metas e as estratégias para o 20.2. Colaborar com a União na ampliação da oferta de
próximo decênio. vagas da rede federal de educação superior, da rede federal de
educação profissional, científica e tecnológica e do sistema
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Universidade Aberta do Brasil – UAB, por meio da expansão e
interiorização da rede federal de educação superior, proposta
PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA, em no PNE;
João Pessoa, 23 de junho de 2015; 20.3. Ampliar a oferta de vagas na rede estadual de
127º da Proclamação da República. educação superior, considerando a densidade populacional
em relação à idade de referência, a articulação com as ofertas
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DA PARAÍBA (2015- das instituições federais e o uso de educação a distância,
2025)6 observando as características regionais das micro e
mesorregiões da Paraíba;
Prezado(a) candidato(a), tendo em vista a extensão do 20.4. Elevar, gradualmente, a taxa de conclusão média dos
arquivo e sendo reproduzido aqui será meramente uma cópia, cursos de graduação presenciais na universidade pública da
segue a parte principal relacionada ao Ensino Superior do rede estadual, mediante estratégias de aproveitamento de
Plano de Estatual de Educação. créditos e de inovações acadêmicas que valorizem a aquisição
Segue o link para acessar o documento na íntegra, e caso de competências de nível superior;
queira realizar o download do mesmo: 20.5. Contribuir com a União no fomento à oferta de
<https://goo.gl/jtKfGZ>. educação superior pública e gratuita e ampliar a oferta de
vagas na universidade pública da rede estadual,
EDUCAÇÃO SUPERIOR prioritariamente para atender a formação de professores (as)
para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências,
Desde a aprovação do Plano Estadual de Educação (2006) biologia, química, física e matemática para atender ao déficit
em vigor que se observa na Paraíba, por meio das instituições de profissionais em áreas específicas, na educação básica;
de educação superior, o empenho no sentido de avançar na 20.6. Colaborar com a União na ampliação das políticas de
ampliação, no acesso e na qualidade da educação básica e inclusão e de assistência estudantil dirigidas aos (as)
superior, considerando aspectos como equidade, valorização estudantes de instituições públicas, bolsistas de instituições
da diversidade e a democratização, assegurando-se a privadas de educação superior e beneficiárias do Fundo de
participação das instituições educacionais, assim como das Financiamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei no 10.260,
instâncias populares da sociedade. de 12 de julho de 2001, na educação superior, de modo a
A Paraíba, seguindo uma tendência nacional do último reduzir as desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas de
decênio, apresenta positivos resultados na ampliação do acesso e permanência na educação superior de estudantes
número de instituições e da expansão de vagas, sobretudo na egressos da escola pública, afrodescendentes, indígenas e
esfera privada, da criação de novos cursos, nas esferas federal, ciganos e de estudantes com deficiência, transtornos globais
6http://static.paraiba.pb.gov.br/2016/07/Lei-n%C2%BA-10.488-Plano-
Estadual-de-Educa%C3%A7%C3%A3o-ANEXO-DO-PLANO-ESTADUAL-1-3-1.pdf
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de geral e específica com a prática didática, além da educação
forma a apoiar seu sucesso acadêmico; para as relações étnico-raciais, a diversidade e as necessidades
20.7. Estimular para que, no mínimo, 10% (dez por cento) das pessoas com deficiência;
do total de créditos curriculares exigidos para a graduação seja 21.5. Fomentar a elevação do padrão de qualidade da
exercido em programas, projetos de extensão universitária ou universidade mantida pelo poder público estadual, a fim de
de pesquisa, orientando estas ações, prioritariamente, para que direcionem estas atividades, por meio de pesquisas
áreas de grande pertinência social; institucionalizadas, articuladas à graduação e aos programas
20.8. Fortalecer a oferta de estágio como parte da de pós-graduação stricto sensu, considerando, inclusive, a
formação na educação superior; política de desenvolvimento econômico e a diversidade social
20.9. Ampliar a participação proporcional de grupos e cultural do Estado;
historicamente desfavorecidos na educação superior, 21.6. Fomentar a formação de consórcios entre instituições
inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma públicas de educação superior da Paraíba, com vistas a
da lei; potencializar a atuação regional e estadual, inclusive por meio
20.10. Assegurar, em colaboração com a União, condições de plano de desenvolvimento institucional integrado,
de acessibilidade nas instituições de educação superior, na assegurando maior visibilidade às atividades de ensino,
forma da legislação; pesquisa e extensão.
20.11. Fomentar estudos e pesquisas que analisem a
necessidade de articulação entre formação, currículo, pesquisa Meta 22
e mundo do trabalho, considerando as necessidades Ampliar o número de mestres e doutores na Paraíba, a fim
econômicas, sociais e culturais da Paraíba; de contribuir com a União na elevação gradual do número de
20.12. Contribuir com a União na consolidação e ampliação matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a
dos programas e ações de incentivo à mobilidade estudantil e titulação anual de 60.000 mestres e 25.000 doutores.
docente em cursos de graduação e pós-graduação, em âmbito
nacional e internacional, tendo em vista o enriquecimento da Estratégias:
formação de nível superior; 22.1. Induzir, nas universidades públicas do Estado da
20.13. Apoiar a União na institucionalização de programa Paraíba, notadamente na mantida pelo Poder Público Estadual,
de composição de acervo digital de referências bibliográficas e a oferta de pós-graduação stricto sensu direcionada aos
audiovisuais para os cursos de graduação, assegurada a profissionais que atuam no setor público em áreas estratégicas
acessibilidade às pessoas com deficiência; para o desenvolvimento do Estado;
20.14. Estimular mecanismos para ocupar as vagas ociosas 22.2. Estimular a integração e a atuação articulada entre a
em cada período letivo na educação superior pública; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
20.15. Reestruturar, no prazo de 2 anos, os procedimentos Superior - CAPES e as agências estaduais de fomento à
adotados pelo CEE/PB, em relação aos processos de pesquisa;
reconhecimento ou de renovação de reconhecimento de 22.3. Expandir a oferta de cursos de pós-graduação stricto
cursos superiores, no âmbito do sistema estadual de ensino. sensu, utilizando inclusive metodologias, recursos e
tecnologias de educação a distância;
Meta 21 22.4. Ampliar a oferta de programas de pós-graduação
Elevar, no Estado da Paraíba, a qualidade da educação stricto sensu, especialmente os de doutorado, com incentivo
superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do da CAPES, nos campi novos abertos em decorrência dos
corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de programas de expansão e interiorização das instituições
educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% superiores públicas;
doutores. 22.5. Manter e expandir programa de acervo digital de
referências bibliográficas para os cursos de pós-graduação,
Estratégias: assegurada a acessibilidade às pessoas com deficiência;
21.1. Contribuir com a União no aperfeiçoamento do 22.6. Consolidar programas, projetos e ações que
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES, objetivem a difusão da pesquisa e da pós-graduação paraibana,
de que trata a Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004, incentivando a atuação em rede e o fortalecimento dos grupos
fortalecendo as ações de avaliação, regulação e supervisão nas de pesquisa;
instituições de educação superior da Paraíba; 22.7. Promover o intercâmbio científico e tecnológico,
21.2. Colaborar com a União na ampliação da cobertura do regional, nacional e internacional, entre as instituições de
Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - ENADE, de ensino, pesquisa e extensão;
modo a ampliar o quantitativo de estudantes e de áreas 22.8. Ampliar o investimento em pesquisas e na formação
avaliadas no que diz respeito à aprendizagem resultante da de recursos humanos, com foco em desenvolvimento e
graduação; estímulo à inovação, de modo a buscar o aumento da
21.3. Incentivar o processo contínuo de autoavaliação das competitividade das empresas de base tecnológica;
instituições de educação superior da Paraíba, fortalecendo a 22.9. Estimular a formação de mestres e doutores nos
participação das comissões próprias de avaliação, bem como a sistemas de ensino da Paraíba; 2
aplicação de instrumentos de avaliação que orientem as 2.10. Estimular a pesquisa científica e de inovação e
dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a colaboração promover a formação de recursos humanos que valorize a
entre todas as instituições de ensino superior, assim como a diversidade regional e a biodiversidade do semiárido,
qualificação e a dedicação do corpo docente; especialmente as zonas fisiográficas paraibanas, bem como a
21.4. Contribuir com a melhoria da qualidade dos cursos gestão de recursos hídricos, especialmente no semiárido para
de pedagogia e demais licenciaturas, por meio da aplicação de mitigação dos efeitos da seca e proporcionando geração de
instrumento próprio de avaliação aprovado pela Comissão emprego e renda na região;
Nacional de Avaliação da Educação Superior - CONAES, 22.11. Estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das IES e
integrando-os às demandas e necessidades da rede de das ICTs, de modo a incrementar a inovação e a produção e
educação superior do estado da Paraíba, assim como das redes registro de patentes.
de educação básica, de modo a permitir aos graduandos a
aquisição das qualificações necessárias a conduzir o processo
pedagógico de seus futuros alunos (as), combinando formação
Anotações
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APOSTILAS OPÇÃO
2- Classificação.
1- Conceito. a) Quanto ao conteúdo:
Os doutrinadores assim a conceitua “conjunto de normas - Materiais ou substanciais: são as normas constitucionais
fundamentais e supremas, que podem ser escritas ou não, escritas ou costumeiras, estejam ou não codificadas em um
responsáveis pela criação, estruturação e organização político- único documento, regulando a estrutura e organização do
jurídica de um Estado”1. Estado e os direitos fundamentais. Elas têm conteúdo
essencialmente constitucional. Todas as normas que cuidam
Em resumo, Constituição nada mais é do que documento da organização do Estado e dos Direitos Fundamentais, mesmo
que estabelece e disciplina o conjunto de elementos essenciais que não estejam na Constituição Formal, formarão a
do Estado. Constituição material do Brasil.
- Formais: documento escrito, estabelecido de modo solene
Várias são as concepções acerca do conceito de pelo poder constituinte originário e somente modificável por
constituição, vejamos as mais cobradas em provas de processos e formalidades especiais nela própria estabelecidos.
concursos: A CF/88 é formal, todas as suas normas têm caráter
constitucional independentemente de seu conteúdo.
a) Concepção sociológica (Ferdinand Lassale): segundo
essa concepção as constituições devem ser vistas como um b) Quanto à forma:
fato social, como a soma dos fatores reais de poder de um - Escritas ou dogmáticas: fruto de um trabalho racional ou
país, resultado concreto do relacionamento entre as forças sistemático. Pode ser codificada num único texto, ou não
sociais. codificada, esparsa por textos diversos, como tem o ocorrido
b) Concepção política (Carl Schimitt): a constituição com nossa Constituição, que já não é mais codificada em
seria uma decisão política fundamental, a qual não se apoia decorrência da quantidade de normas constitucionais que se
na justiça de suas normas, mas sim no que nela foi encontram apenas nas emendas.
politicamente incluído. - Não escritas, costumeiras, consuetudinárias ou históricas:
c) Concepção jurídica (Hans Kelsen): Constituição é o é o exemplo da Constituição Inglesa, que se baseia nos
paradigma de validade de todo o ordenamento jurídico de um costumes e na jurisprudência. Porém, pode ter textos escritos,
Estado e instituidor de sua estrutura. Sua concepção é os quais se incorporam à Constituição.
estritamente formal. Kelsen dá dois sentidos à palavra
Constituição: c) Quanto à origem:
i. Jurídico-positivo: direito positivo é norma escrita ou - Democráticas, populares ou promulgadas: são elaboradas
posta pelo homem (pirâmide das leis – princípio da por representantes do povo, ou seja, são fruto de uma
compatibilidade vertical entre as normas superiores e assembleia constituinte que foi criada para isso. No Brasil,
inferiores). Logo, Constituição seria norma escrita; foram desse tipo as constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.
ii. Lógico-jurídico: a norma inferior encontra seu - Outorgadas ou impostas: impostas verticalmente, sem
fundamento de validade na norma que lhe for superior. A participação popular, pelos detentores do poder. No Brasil,
Constituição encontra o seu fundamento de validade não no temos as constituições de 1824, 1937, 1967 e 1969.
direito posto, mas no plano pressuposto lógico, ou seja, em - Pactuadas: quando o poder constituinte não está na mão
valores metajurídicos, já que seu fundamento não seria de de seu titular, o povo, mas há uma divisão de poderes entre
cunho constitucional. ambos, sendo parte da constituição decidida pelos detentores
do poder e outra parte pelo povo.
As concepções acima estudadas são as clássicas, se assim - Cesaristas ou plebiscitárias: na verdade, deveria
podemos dizer. Ocorre que com o tempo surgiu novas classificar-se como referendada, já que a Constituição é
concepções. Vamos a elas: submetida a um referendo após elaborada pelos constituintes.
a) Teoria da Força Normativa da Constituição (Konrad
Hesse): A Constituição escrita não necessariamente será d) Quanto à estabilidade:
resultado da vontade da parte mais forte no embate, pode ser - Imutáveis: não passíveis de modificações.
que a Constituição escrita seja capaz de redesenhar a soma dos - Rígidas: exige quórum mais rígido do que as demais
fatores reais de poder. Logo, ela não seria somente um normas infraconstitucionais para ser modificada. Trata-se de
resultado sociológico da sociedade, mas também, e um dos pilares do controle de constitucionalidade, já que para
principalmente, teria o poder de modificar o conjunto de se fazer o controle há de se ter a supremacia da constituição, e
forças, moldar a sociedade como ela é. para se ter a supremacia, essa deve ser rígida.
b) Constituição simbólica (Marcelo Neves): a utilização - Semirrígidas: precisa de um processo mais difícil para
da norma constitucional como símbolo advém da intenção do alteração de parte de seus dispositivos e permite a mudança
legislador. Este ou queria realmente concretizar o que escrevia de outros dispositivos por um procedimento mais simples.
ou tinha a intenção somente de entregar um símbolo à Assim, parte é rígida e parte flexível, como ocorreu com a
sociedade. Seria, para ele, o que acontece em constituições Constituição de 1824 no Brasil.
outorgadas em regimes ditatoriais. - Flexíveis: a lei ordinária tem a mesma natureza jurídica de
emenda constitucional, não havendo divergência no processo
Direito Constitucional 1
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legislativo de uma e de outra. Nas constituições flexíveis A igualdade num Estado Socialista é uma igualdade
mostra-se inviável o controle de constitucionalidade. material, de resultado.
e) Quanto à extensão:
- Concisas, breves, curtas ou sintéticas: preveem somente h) Quanto ao modo de elaboração
princípios e normas gerais, não se preocupam em definir todos - Dogmática: será sempre uma Constituição escrita, é a
os aspectos da sociedade, sendo típica dos estados liberais. elaborada por um órgão constituinte, e sistematiza os dogmas
Geralmente tem caráter eminentemente negativo. Exemplo: ou ideias fundamentais da teoria política e do Direito
Constituição norte-americana. dominantes no momento.
- Longas, analíticas ou prolixas: típicas de estado de bem- - Histórica ou costumeira: sempre uma Constituição não
estar social, visam a garantir uma série de direitos e deveres escrita, resulta de lenta transformação histórica, do lento
aos indivíduos e os limites da atuação estatal, de forma bem evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos.
definida.
i) Quanto à dogmática:
f) Quanto à finalidade: - Ortodoxa ou comprometida: é aquela comprometida com
- Negativas, garantias, liberais ou de texto reduzido: é uma determinada ideologia, que não pode ser alterada pelos
aquela que na relação entre o Estado e o Indivíduo, se governos que se alternarem no Poder.
preocupa apenas em garantir o indivíduo contra o Estado. Ela - Heterodoxa, eclética ou compromissória: aquela que
recebe esse nome porque no tema de relacionamento do permite o convívio ideológico, sem promover exclusão prévia
indivíduo, cidadão e o Estado, se preocupa apenas em garantir de formas de pensamento e de ideias sociais e políticas. A
o indivíduo contra o Estado. Constituição brasileira é uma Constituição Social, mas ela é
- Dirigentes, plásticas ou programáticas: estabelecem compromissória, aberta. Isso fica claro, quando no artigo 3º,
programas e definem os limites e a extensão de seus direitos; além daquela previsão da redução de desigualdades sociais e
são sempre analíticas. Seu principal teórico foi Canotilho. regionais, garante a autonomia privada, livre iniciativa, que é
- Constituições balanço: é a denominação que se dá à um valor do liberalismo.
Constituição que meramente descreve e sistematiza a
organização política do Estado. Destina-se a espelhar certo j) Quanto à correspondência com a realidade ou
período político, um dado estágio das relações de poder no classificação ontológica: trata-se de importante classificação,
Estado. que despenca em concursos públicos, desenvolvida por Karl
Lowenstein.
g) Quanto à ideologia ou objeto ideológico:
- Liberais: consolidam o pensamento liberal político e - Normativas: são aquelas constituições que conseguem
econômico. São, portanto, constituições que não pregam a regular a vida política de um Estado, por estarem em
intervenção do Estado na ordem econômico e social. consonância com a realidade social.
Geralmente as Constituições liberais são negativas e concisas. - Nominativas: são aquelas constituições que não
- Sociais: preveem a intervenção do Estado na ordem conseguem regular a vida política de um Estado, pelo
econômico-social ao regular o mercado, quer dizer, isso faz descompasso com a realidade.
com que o mercado seja menos livre na regulação do mercado - Semânticas: é a constituição elaborada como mera
e na redução da desigualdade. formalização do Poder Político dominante. É exemplo a
Uma característica das constituições sociais, portanto, é constituição nazista. Constitucionalmente, todas as medidas
valorizar mecanismos de intervenção na ordem econômica, adotadas durante o Reich foram legítimas.
por exemplo, empresas públicas, regulação da ordem
econômica também através do sistema tributário, por meio da A Constituição de 1988 é rígida, dogmática,
criação de impostos com natureza extrafiscal, que são aqueles programática, normativa, social, promulgada, escrita,
impostos que não são imaginados para arrecadar, até heterodoxa e analítica.
arrecadam, mas não é o objetivo deles, e sim, regular o
mercado, como acontece no Brasil com os impostos de Questões
importação e exportação.
Na ordem social, tende a valorizar no âmbito dos Direitos 01. (TJ/MG - Juiz - FUNDEP) Sobre o conceito de
Fundamentais também os Direitos Sociais, o que não é muito Constituição, assinale a alternativa CORRETA.
valorizado em constituições liberais, pois nessas, no âmbito (A) É o estatuto que regula as relações entre Estados
dos Direitos Fundamentais, acabam valorizando o direito de soberanos.
liberdade (física, religiosa, de imprensa etc.). (B) É o conjunto de normas que regula os direitos e deveres
Os Direitos Fundamentais numa Constituição Liberal de um povo.
basicamente se resumem aos Direitos Individuais. Já numa (C) É a lei fundamental e suprema de um Estado, que
Constituição Social, passam a ser integrados também por contém normas referentes à estruturação, à formação dos
Direitos Sociais (educação, saúde, previdência, assistência). poderes públicos, direitos, garantias e deveres dos cidadãos.
- Socialistas: mais do que intervir na ordem econômica e (D) É a norma maior de um Estado, que regula os direitos
social, pretende planificar a sociedade. Então, ela acaba e deveres de um povo nas suas relações.
retirando da sociedade a sua liberdade de buscar o sucesso
individual. O Estado não apenas planifica as suas ações no 02. (CRAISA de Santo André/SP – Advogado - CAIP-
interesse público, mas se apropria dos meios de produção. Fica IMES/2016) A Constituição Federal brasileira de 1988, no que
muito clara a diferença de abordagem dessas três diferenças diz respeito à estabilidade ou alterabilidade pode ser
de ideologia na Constituição, quando nós trabalhamos com um classificada como:
valor constitucional determinado, como o valor da igualdade. (A) semiflexível.
A igualdade numa Constituição Liberal é uma igualdade (B) rígida.
formal. O Estado não pode discriminar as pessoas, têm que (C) plástica.
tratar a todos como iguais. (D) imutável.
A visão da igualdade no Estado Social, além impedir que
Estado crie situações de discriminação, o obriga a intervir na
sociedade para reduzir a desigualdade.
Direito Constitucional 2
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03. (Câmara Municipal de Poá/SP - Procurador disposições nela inscritas relativamente a direitos e garantias
Jurídico - VUNESP/2016) A Constituição Federal Brasileira fundamentais e à administração pública, julgue o item a seguir.
de 1988 pode ser classificada como
(A) dogmática, outorgada e rígida. A Constituição Federal de 1988 é classificada, quanto à
(B) histórica, promulgada e flexível. estabilidade, como uma Constituição flexível, o que pode ser
(C) dogmática, promulgada e rígida. comprovado pelo fato de seu texto já ter sofrido quase uma
(D) histórica, promulgada e rígida. centena de emendas constitucionais.
(E) histórica, outorgada e flexível. ( ) Certo
( ) Errado
04. (Prefeitura de Cuiabá/MT - Auditor Fiscal
Tributário da Receita Municipal - FGV/2016) Edilberto, 09. (FUNPRESP-JUD - Analista – Direito – CESPE/2016)
advogado constitucionalista, idealizou um modelo Julgue o item subsequente, referente ao conceito e
constitucional com as seguintes características: a primeira classificação da Constituição e à aplicabilidade das normas
parte não poderia sofrer qualquer tipo de alteração, devendo dispostas na Constituição Federal de 1988 (CF).
permanecer imutável; a segunda parte poderia ser alterada a
partir de um processo legislativo qualificado, mais complexo Quanto à forma e à origem, a CF é classificada em escrita e
que aquele inerente à legislação infraconstitucional; e a promulgada; quanto ao modo de elaboração, é classificada
terceira parte poderia ser alterada com observância do mesmo como histórica.
processo legislativo afeto à legislação infraconstitucional. ( ) Certo
( ) Errado
À luz da classificação predominante das Constituições, é
correto afirmar que uma Constituição dessa natureza seria 10. (AL-MS - Agente de Apoio Legislativo – FCC/2016)
classificada como É possível classificar a Constituição Federal Brasileira de 1988
(A) rígida. como
(B) flexível. (A) promulgada, escrita, formal e rígida.
(C) semirrígida. (B) outorgada, histórica, formal e rígida.
(D) fortalecida. (C) promulgada, material, não escrita e flexível.
(E) plástica. (D) outorgada, analítica, imutável e histórica.
(E) cesarista, semirrígida, sintética e escrita.
05. (TRE/PI - Técnico Judiciário – Administrativa -
CESPE/2016) As constituições classificam-se, quanto Respostas
(A) à estabilidade, em imutáveis, rígidas, flexíveis ou 01. C. / 02. B. / 03. C. / 04. C. / 05. A.
semirrígidas. 06. A / 07. Certo / 08. Errado / 09. Errado / 10. A
(B) à origem, em escritas ou não escritas.
(C) à forma, em materiais ou formais.
(D) ao conteúdo, em dogmáticas ou históricas. 1.2. Dos Princípios
(E) ao modo de elaboração, em analíticas ou sintéticas. fundamentais da
06. (UECE - Advogado – FUNECE/2017) Atente ao Constituição Federal de
seguinte excerto: “...resultam numa maior estabilidade do 1988.
arcabouço constitucional, bem como numa flexibilidade que
permite adaptar a Constituição a situações novas e imprevistas
do desenvolvimento institucional de um povo, a suas variações DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
mais sentidas de ordem política, econômica e financeira, a
necessidades, sobretudo, de improvisar soluções que Os princípios fundamentais da Constituição Federal de
poderiam, contudo, esbarrar na rigidez dos obstáculos 1988 estão localizados no Título I, artigos 1º a 4º.
constitucionais”. Inicialmente, temos que a República Federativa do Brasil é
(Paulo Bonavides, Curso de Direito Constitucional) formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
O trecho acima remete à espécie de constituição Distrito Federal, constituindo-se em Estado Democrático de
denominada de Direito e tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a
(A) constituição concisa. dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e
(B) constituição analítica. da livre iniciativa e o pluralismo político.
(C) constituição formal. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de
(D) constituição material. representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
07. (FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 20 – Dispõe ainda sobre a divisão dos Poderes da União, sendo
CESPE/2016) Com referência à Constituição Federal de 1988 esta constituída em três: o Poder Executivo, o Poder
e às disposições nela inscritas relativamente a direitos sociais Legislativo e o Poder Judiciário. São eles independentes e
e políticos, administração pública e servidores públicos, julgue harmônicos entre si.
o item subsequente. Com relação aos objetivos fundamentais do Estado
brasileiro, tem-se que a República Federativa do Brasil
A Constituição Federal de 1988 é considerada, quanto à buscará a construção de uma sociedade livre, justa e solidária,
origem, uma Constituição promulgada, pois surgiu do trabalho trabalhará para garantir o desenvolvimento nacional,
de representantes do povo eleitos com a finalidade específica erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
de sua elaboração: a assembleia nacional constituinte. desigualdades sociais e regionais além de promover o bem de
( ) Certo todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
( ) Errado quaisquer outras formas de discriminação.
E, por fim, disciplina o artigo 4º os princípios que regem o
08. (FUB - Conhecimentos Básicos - Cargo 20 – Brasil em suas relações internacionais.
CESPE/2016) Acerca da Constituição Federal de 1988 e das
Direito Constitucional 3
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Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 01. (TRE-PI - Técnico Judiciário – Administrativo –
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. CESPE/2016) A respeito dos princípios fundamentais da
Constituição Federal de 1988 (CF), assinale a opção correta.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República (A) A soberania nacional pressupõe a soberania das
Federativa do Brasil: normas internas fixadas pela CF sobre os atos normativos das
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; organizações internacionais nas situações em que houver
II - garantir o desenvolvimento nacional; conflito entre ambos.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as (B) A dignidade da pessoa humana não representa,
desigualdades sociais e regionais; formalmente, um fundamento da República Federativa do
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, Brasil.
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
Direito Constitucional 4
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(C) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa visam 05. (DPU - Conhecimentos Básicos - Cargos 3 e 8 –
proteger o trabalho exercido por qualquer pessoa, desde que CESPE/2016) Acerca dos princípios fundamentais expressos
com finalidade lucrativa. na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir.
(D) Em decorrência do pluralismo político, é dever de todo
cidadão tolerar as diferentes ideologias político-partidárias, A prevalência dos direitos humanos, a concessão de asilo
ainda que, na manifestação dessas ideologias, haja conteúdo político e a solução pacífica de conflitos são princípios
de discriminação racial. fundamentais que regem as relações internacionais do Brasil.
(E) A forma federativa do Estado pressupõe a repartição ( ) Certo ( ) Errado
de competências entre os entes federados, que são dotados de
capacidade de auto-organização e de autolegislação. 06. (TJ-MT - Analista Judiciário - Ciências Contábeis –
UFMT/2016) No que diz respeito aos princípios
02. (TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - fundamentais da Constituição Federal da República Federativa
Tecnologia da Informação – CESPE/2016) Assinale a opção do Brasil, de 1988, assinale a afirmativa correta.
correta a respeito dos princípios fundamentais na Constituição (A) A República Federativa do Brasil tem como princípio a
Federal de 1988 (CF). autodeterminação dos povos.
(A) A valorização social do trabalho e da livre-iniciativa (B) A República Federativa do Brasil tem como
não alcança, indiscriminadamente, quaisquer manifestações, fundamento a igualdade entre os Estados.
mas apenas atividades econômicas capazes de impulsionar o (C) A concessão de asilo político e o pluralismo político são
desenvolvimento nacional. princípios da República Federativa do Brasil.
(B) O conceito atual de soberania exprime o (D) A erradicação da pobreza e a redução das
autorreconhecimento do Estado como sujeito de direito desigualdades sociais são fundamentos da República
internacional, mas não engloba os conceitos de abertura, Federativa do Brasil.
cooperação e integração.
(C) A cidadania envolve não só prerrogativas que 07. (Prefeitura de Quixadá – CE - Assistente Jurídico –
viabilizem o poder do cidadão de influenciar as decisões SERCAM/2016) Constituem objetivos fundamentais da
políticas, mas também a obrigação de respeitar tais decisões, República Federativa do Brasil, SALVO:
ainda que delas discorde. (A) construir uma sociedade livre, justa e solidária.
(D) A dignidade da pessoa humana é conceito (B) garantir o desenvolvimento nacional.
eminentemente ético-filosófico, insuscetível de detalhada (C) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
qualificação normativa, de modo que de sua previsão na desigualdades sociais e regionais.
Constituição não resulta grande eficácia jurídica, em razão de (D) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
seu conteúdo abstrato. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
(E) O valor social do trabalho possui como traço discriminação.
caracterizador primordial e principal a liberdade de escolha (E) promover a defesa da paz.
profissional, correspondendo à opção pelo modelo capitalista
de produção. 08. (SAAE de Barra Bonita – SP - Almoxarife - Instituto
Excelência/2017) Com referência na Constituição da
03. (UNESP - Assistente Administrativo I – República Federativa do Brasil TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS
VUNESP/2016) Conforme dispõe a Constituição Federal em FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil,
relação aos Princípios Fundamentais, assinale a alternativa formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
correta. Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
(A) A cidadania e a soberania são princípios que regem as Direito e tem como fundamentos:
relações internacionais do Brasil.
(B) Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de Assinale a alternativa CORRETA que apresenta os
seus representantes eleitos indiretamente, nos termos da fundamentos:
Constituição. (A) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa
(C) São Poderes da União, dependentes e interligados entre humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o
si, o Legislativo e o Judiciário. pluralismo político.
(D) Os valores sociais do trabalho e o repúdio ao (B) prevalência dos direitos humanos; a soberania; a
terrorismo constituem objetivos da República Federativa do cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais
Brasil. do trabalho e da livre iniciativa.
(E) A República Federativa do Brasil buscará a integração (C) prevalência dos direitos humanos; a soberania; a
econômica, política, social e cultural entre os povos da América cidadania; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao
Latina, visando à formação de uma comunidade latino- terrorismo e ao racismo.
americana de nações. (D) Nenhuma das alternativas.
04. (IFFP - Assistente de Administração – FCM/2016) 09. (SAAE de Barra Bonita – SP - Almoxarife - Instituto
NÃO é um dos objetivos fundamentais da República Federativa Excelência/2017) Sobre a Constituição da República
do Brasil Federativa do Brasil TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS
(A) garantir o desenvolvimento nacional. FUNDAMENTAIS Art. 3º Constituem objetivos fundamentais
(B) construir uma sociedade livre, justa e solidária. da República Federativa do Brasil:
(C) constituir uma supremacia perante os países da I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
América Latina. II - garantir o desenvolvimento nacional;
(D) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais. desigualdades sociais e regionais;
(E) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação. discriminação.
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
Direito Constitucional 5
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10. (IFF - Operador de Máquinas Agrícolas – 14. (MPE-RN - Técnico do Ministério Público Estadual -
FCM/2016) NÃO é um dos fundamentos da República Área Administrativa – COMPERVE/2017) Os objetivos
Federativa do Brasil fundamentais da república brasileira são metas que o Estado
(A) a soberania. deve promover com força vinculante e imediata, servindo
(B) a cidadania. como norte a ser seguido em toda e qualquer atividade estatal.
(C) o singularismo político. Nessa acepção, a Constituição Federal aponta, expressamente,
(D) a dignidade da pessoa humana. como objetivo fundamental a promoção
(A) do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
11. (SAAE de Barra Bonita – SP - Almoxarife – sexo e cor.
INSTITUTO EXCELÊNCIA/2017) Com referência na (B) de uma sociedade livre, justa e solidária com repúdio
Constituição da República Federativa do Brasil TÍTULO I DOS ao racismo e ao terrorismo.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa (C) da erradicação da miséria e da marginalização e da
do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e redução da desigualdade nacional.
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado (D) da autodeterminação dos povos e dos direitos
Democrático de Direito e tem como fundamentos: humanos.
Assinale a alternativa CORRETA que apresenta os 15. (TJ-MG - Titular de Serviços de Notas e de Registros
fundamentos: – Remoção – CONSUPLAN/2017) Constituem objetivos
(A) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa fundamentais da República do Brasil, EXCETO:
humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o (A) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
pluralismo político. (B) A garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação
(B) prevalência dos direitos humanos; a soberania; a da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades
cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais sociais e regionais.
do trabalho e da livre iniciativa. (C) a promoção do bem de todos, sem preconceito de
(C) prevalência dos direitos humanos; a soberania; a origem, raça, sexo, cor idade e quaisquer outras formas de
cidadania; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao discriminação.
terrorismo e ao racismo. (D) A defesa da paz, o repúdio ao terrorismo e a
(D) Nenhuma das alternativas. independência nacional.
12. (SAAE de Barra Bonita – SP - Almoxarife – 16. (TJ-MG - Outorga de Delegações de Notas e de
INSTITUTO EXCELÊNCIA/2017) Sobre a Constituição da Registro – Provimento – CONSUPLAN/2017) São
República Federativa do Brasil TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS fundamentos da República Federativa do Brasil, EXCETO:
FUNDAMENTAIS Art. 3º Constituem objetivos fundamentais (A) O pluralismo político.
da República Federativa do Brasil: (B) A soberania.
(C) A cidadania.
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; (D) A erradicação da pobreza e da marginalização e a
II - garantir o desenvolvimento nacional; redução das desigualdades sociais e regionais.
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; 17. (Prefeitura de Rio Branco – AC - Nutricionista –
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, IBADE/2017) O fundamento da República Federativa do
raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de Brasil decorrente do princípio do Estado Democrático de
discriminação. Direito, que consiste na participação política do indivíduo nos
V - igualdade entre os Estados; negócios do Estado e até mesmo em outras áreas de interesse
VI - defesa da paz; público é:
(A) cidadania.
Estão CORRETOS: (B) soberania.
(A) Os incisos I- II- IV e V. (C) dignidade da pessoa humana.
(B) Os incisos I- II- III e IV. (D) pluralismo político.
(C) Os incisos II- IV- V e VI. (E) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
(D) Nenhuma das alternativas.
Respostas
13. (SAAE de Barra Bonita – SP - Procurador Jurídico – 01. E. / 02. C. / 03. E. / 04. C. / 05. Certo.
INSTITUTO EXCELÊNCIA/2017) De acordo com a 06. A. / 07. E. / 08. A / 09. B / 10. C
Constituição da República Federativa do Brasil. Art. 4º A 11. A / 12. B / 13. C / 14. A. / 15. D.
República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 16. D. / 17. A.
internacionais pelos seguintes princípios: Analise os itens
abaixo:
I - independência nacional; 2. Direitos e garantias
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos; fundamentais. 2.1 Direitos e
IV - o pluralismo político. deveres individuais e coletivos.
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
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APOSTILAS OPÇÃO
É necessária maior atenção na leitura do artigo 5º, Desastre ou prestar Desastre ou prestar
tendo em vista que este é um dos mais exigidos em socorro socorro
concurso público! Determinação judicial --
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
A Constituição de 1988 foi a primeira a estabelecer direitos telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
não só de indivíduos, mas também de grupos sociais, os hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
denominados direitos coletivos. As pessoas passaram a ser investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei
coletivamente consideradas. Por outro lado, pela primeira vez, nº 9.296, de 1996).
junto com direitos foram estabelecidos expressamente
deveres fundamentais. Tanto os agentes públicos como os
indivíduos têm obrigações específicas, inclusive a de respeitar A interceptação só pode ocorrer com ordem judicial,
os direitos das demais pessoas que vivem na ordem social. para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal, sob pena de constituir prova ilícita.
TÍTULO II
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou
CAPÍTULO I profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS estabelecer;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de Um exemplo muito utilizado pela doutrina para explicar
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos esse inciso é o do Exame aplicado pela Ordem dos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à Advogados do Brasil aos bacharéis em Direito, para que
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos estes obtenham habilitação para exercer a profissão de
termos seguintes: advogados. Como é notório, a lei garante a liberdade de
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, trabalho, sendo, no entanto, que a lei posterior, ou seja, o
nos termos desta Constituição; Estatuto da OAB, prevê a realização do exame para que seja
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer possível o exercício da profissão de advogado.
alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e
desumano ou degradante; resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o profissional;
anonimato; XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
imagem; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas,
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, em locais abertos ao público, independentemente de
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e autorização, desde que não frustrem outra reunião
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
suas liturgias; exigido prévio aviso à autoridade competente;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
assistência religiosa nas entidades civis e militares de vedada a de caráter paramilitar;
internação coletiva; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se interferência estatal em seu funcionamento;
as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
científica e de comunicação, independentemente de censura XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
ou licença; permanecer associado;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a XXI - as entidades associativas, quando expressamente
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados
dano material ou moral decorrente de sua violação; judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
Súmula 403 do STJ: “Independe de prova do prejuízo a XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
indenização pela publicação não autorizada da imagem de XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
pessoa com fins econômicos ou comerciais”. desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial;
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APOSTILAS OPÇÃO
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APOSTILAS OPÇÃO
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e (B) a reunião pacífica, sem armas, em local aberto ao
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; público, independentemente de autorização, mediante aviso
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro prévio à autoridade competente.
judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado (C) a suspensão das atividades de associação por decisão
na sentença; judicial não transitada em julgado.
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na (D) a interceptação de comunicações telefônicas, para fins
forma da lei: de investigação criminal, por determinação da autoridade
a) o registro civil de nascimento; policial competente.
b) a certidão de óbito; (E) a entrada na casa, sem consentimento do morador, em
LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e caso de flagrante delito, durante a noite.
"habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania. (Regulamento). 03. (EBSERH - Advogado (HUGG-UNIRIO) – IBFC/2017)
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são Considere as normas da Constituição Federal sobre direitos e
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantias fundamentais e assinale a alternativa INCORRETA.
garantam a celeridade de sua tramitação. (A) São assegurados, nos termos da lei, o direito de
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
fundamentais têm aplicação imediata. criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição e às respectivas representações associativas
não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios (B) São assegurados, nos termos da lei, a proteção às
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a participações individuais em obras coletivas e à reprodução da
República Federativa do Brasil seja parte. imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos (D) São assegurados, nos termos da lei, o direito de
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes
respectivos membros, serão equivalentes às emendas e às respectivas representações sindicais e associativas
constitucionais. (D) São assegurados, nos termos da lei, a proteção às
participações individuais em obras coletivas, excluídas as
Cabe ressaltar que este parágrafo somente abrange os atividades desportivas
tratados e convenções internacionais sobre direitos (E) São assegurados, nos termos da lei, o direito de
humanos. Assim, os demais tratados serão recepcionados fiscalização do aproveitamento econômico das obras que
pelo ordenamento jurídico brasileiro com o caráter de lei criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes
ordinária. e às respectivas representações sindicais
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APOSTILAS OPÇÃO
sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
de igualdade”. domingos;
Os direitos sociais exigem a intermediação dos entes XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no
estatais para sua concretização; consideram o homem para mínimo, em cinquenta por cento à do normal; (Vide Del
além de sua condição individualista, e guardam íntima relação 5.452, art. 59 § 1º).
com o cidadão e a sociedade, porquanto abrangem a pessoa XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos,
humana na perspectiva de que ela necessita de condições um terço a mais do que o salário normal;
mínimas de subsistência. XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do
salário, com a duração de cento e vinte dias;
O trabalho como direito social em espécie, significa que, ter XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
um trabalho ou de trabalhar, é o meio mais expressivo de se
obter uma existência digna2, e está previsto na CF/88 como um Observação: A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa
direito social, e não mais como uma obrigação social, tal como empresa Cidadã, que permite que seja prorrogada a licença
previa a Constituição de 1946. à gestante por mais 60 (sessenta) dias, ampliando, com isso
Constitui um dos fundamentos do Estado democrático de o prazo de 120 (cento e vinte) para 180 (cento e oitenta)
Direito os valores sociais do trabalho (CF, artigo 1º, inciso IV), dias. Contudo, não é obrigatória a adesão a este programa.
ademais, o artigo 170 da CF/88 funda a ordem econômica na Assim, a prorrogação é uma faculdade para as empresas
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tudo a privadas (que ao aderirem o programa recebem incentivos
assegurar uma existência digna a todos, em atenção à justiça fiscais) e para a Administração Pública direita, indireta e
social. fundacional.
Nos termos do art. 22, I, da CF, compete privativamente à Cabe destacar, ainda, que esta lei foi recentemente
União legislar sobre direito do trabalho, não estando ela alterada pela lei nº 13.257/2016, sendo instituída a
obrigada a utilizar-se de lei complementar para disciplinar a possibilidade de prorrogação da licença-paternidade por
matéria, que somente é exigida, nos termos do art. 7º, I, da mais 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) já assegurados
mesma Carta, para regrar a dispensa imotivada. constitucionalmente as empresas que fazem parte do
programa. Porém, para isso, o empregado tem que requerer
Segue abaixo o artigo constitucional correspondente: o benefício no prazo de 2 (dois) dias úteis após o parto e
comprovar a participação em programa ou atividade de
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, orientação sobre paternidade responsável.
além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
que preverá indenização compensatória, dentre outros incentivos específicos, nos termos da lei;
direitos; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
involuntário; XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio
III - fundo de garantia do tempo de serviço; de normas de saúde, higiene e segurança;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, XXIII - adicional de remuneração para as atividades
capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, XXIV - aposentadoria;
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; escolas;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos
do trabalho; de trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
convenção ou acordo coletivo; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os empregador, sem excluir a indenização a que este está
que percebem remuneração variável; obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações
integral ou no valor da aposentadoria; de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após
diurno; a extinção do contrato de trabalho;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de
sua retenção dolosa; funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade,
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da cor ou estado civil;
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a
empresa, conforme definido em lei; salário e critérios de admissão do trabalhador portador de
XII - salário-família pago em razão do dependente do deficiência;
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual,
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos;
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
compensação de horários e a redução da jornada, mediante insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
acordo ou convenção coletiva de trabalho; menores de dezesseis anos, salvo na condição de
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em aprendiz, a partir de quatorze anos;
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com
coletiva; vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso
2
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 8ª ed., atual. Até
a Emenda Constitucional 70, de 22.12.2011. – São Paulo: Malheiros Editores,
2012, p. 189.
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APOSTILAS OPÇÃO
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos (A) A lei poderá exigir autorização do Estado para a
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, fundação de sindicato, bem como o registro no órgão
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições intervenção na organização sindical
estabelecidas em lei e observada a simplificação do (B) É vedada a criação de mais de uma organização
cumprimento das obrigações tributárias, principais e sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será
peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados,
XXVIII, bem como a sua integração à previdência não podendo ser inferior à área de um Município
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 72, de (C) Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
2013). coletivos ou individuais da categoria, inclusive apenas em
questões judiciais
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, (D) A assembleia geral fixará a contribuição que, em se
observado o seguinte: tratando de categoria profissional, será descontada em folha,
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a para custeio do sistema confederativo da representação
fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão sindical respectiva, limitada até o máximo independentemente
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a da contribuição prevista em lei
intervenção na organização sindical; (E) É facultativa a participação dos sindicatos nas
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, negociações coletivas de trabalho
em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou
econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos 02. (TRE-SP - Técnico Judiciário – Área Administrativa
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo – FCC/2017) Os direitos ao décimo terceiro salário com base
ser inferior à área de um Município; na remuneração integral ou no valor da aposentadoria, à
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões em cinquenta por cento à do normal e à redução dos riscos
judiciais ou administrativas; inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
IV - a Assembleia geral fixará a contribuição que, em se segurança, são todos assegurados, na Constituição Federal, aos
tratando de categoria profissional, será descontada em folha, (A) trabalhadores urbanos e rurais, mas não aos
para custeio do sistema confederativo da representação domésticos, nem aos servidores ocupantes de cargo público.
sindical respectiva, independentemente da contribuição (B) trabalhadores urbanos e rurais, bem como aos
prevista em lei; domésticos e aos servidores ocupantes de cargo público.
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado (C) trabalhadores urbanos e rurais, bem como aos
a sindicato; domésticos, mas não aos servidores ocupantes de cargo
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas público.
negociações coletivas de trabalho; (D) trabalhadores domésticos, mas não aos urbanos e
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado rurais, nem aos servidores ocupantes de cargo público.
nas organizações sindicais; (E) servidores ocupantes de cargo público, mas não aos
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a trabalhadores urbanos e rurais, nem aos domésticos.
partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um 03. (TRT - 24ª REGIÃO (MS) - Técnico Judiciário - Área
ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos Administrativa – FCC/2017) A Constituição Federal prevê,
termos da lei. expressamente, dentre os direitos sociais, que é direito dos
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à trabalhadores urbanos e rurais, a
organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, (A) redução do salário proporcional a diminuição do
atendidas as condições que a lei estabelecer. trabalho limitada em 10%.
(B) redução do salário proporcional a diminuição do
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalho limitada em 30%.
trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e (C) redução do salário proporcional a diminuição do
sobre os interesses que devam por meio dele defender. trabalho limitada em 15%.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e (D) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em acordo
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da coletivo, sendo vedada a convenção coletiva estipular
comunidade. qualquer tipo de redução salarial.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às (E) irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
penas da lei. convenção ou acordo coletivo.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e 04. (UNESP - Assistente Administrativo –
empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus VUNESP/2017) Nos termos do que dispõe a Constituição
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de Federal a respeito dos direitos dos trabalhadores urbanos e
discussão e deliberação. rurais, é correto afirmar que o menor de idade
(A) pode trabalhar legalmente em qualquer tipo de serviço,
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é a partir de dezesseis anos, incluído o trabalho noturno.
assegurada a eleição de um representante destes com a (B) está proibido de exercer qualquer trabalho antes de
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de doze
com os empregadores. anos.
(C) está proibido de exercer qualquer trabalho antes de
Questões dezoito anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
01. (EBSERH - Advogado (HUGG-UNIRIO) – IBFC/2017) dezesseis anos.
Considere as normas da Constituição Federal sobre a (D) não pode exercer trabalho noturno, perigoso ou
liberdade de associação profissional ou sindical e assinale a insalubre antes de completar dezoito anos de idade.
alternativa correta.
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APOSTILAS OPÇÃO
(E) é livre para exercer qualquer tipo de trabalho, diurno Legislativo. A Constituição da República disciplina, com
ou noturno, exceto insalubre ou perigoso, a partir de dezesseis alguma minúcia, tanto as eleições para ambos os poderes, o
anos de idade. seu funcionamento, bem como aspectos de remuneração dos
seus titulares (arts. 27 e 28 da CF/88).
Respostas De acordo com o disposto no art. 25 da CF/88 os Estados-
01. B / 02. B / 03. E. /04. D membros organizam-se e se regem pelas Constituições e leis
que adotarem, além dos princípios estabelecidos na CF/88. Os
Estados-membros possuem competência residual, vez que as
3. Organização político- competências e atribuições da União encontram-se expressas
na Constituição e a dos Municípios encontram-se associadas
administrativa. 3.1. União, aos interesses locais. Assim, a “residualidade” indica que não
estados, Distrito Federal, havendo atribuição expressa da União ou não se tratando de
municípios e territórios. interesse local, a competência será dos Estados-membros. Os
Estados-membros são reconhecidos como entes federativos
autônomos.
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO (ARTS. 18 A 43).
Dos Municípios
O Município pode ser definido como pessoa jurídica de
A nossa Constituição Federal, em seu Título III
direito público interno e autônoma nos termos e de acordo
regulamenta a organização do Estado Brasileiro. Falar em
com as regras estabelecidas na CF/88.
organização de um estado é falar de como ele está composto,
Muito se questionou a respeito de serrem os Municípios
como está dividido, quais os poderes, as atribuições e
parte integrante ou não de nossa Federação, bem como sobre
competências de cada entidade que o compõe, é falar o que é
a sua autonomia. A análise dos arts. 1º e 18, bem como de todo
proibido a cada poder e os relacionamentos que devem ter um
o capítulo reservado aos Municípios, leva-nos ao único
para com os outros.
entendimento de que eles são entes federativos, dotados de
Nossa organização político-administrativa compreende a
autonomia própria, materializada por sua capacidade de auto-
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A
organização (art. 29, caput, da CF), autogoverno (elege,
Constituição admite a criação de Territórios Federais, que, se
diretamente, o Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, conforme
criados, integrarão a União, podendo ser transformados em
incisos do art. 29 da CF), autoadministração e auto legislação
Estados ou reintegrados ao Estado de origem.
(art. 30 da CF). Ainda mais diante do art. 34, VII, “c”, que
estabelece a intervenção federal na hipótese de o Estado não
Da União
respeitar a autonomia municipal.
A União é autônoma em relação aos Estados, Distrito
Federal e Municípios, não se confundindo com a República
Distrito Federal
Federativa do Brasil (Estado Federal), uma vez que a integra.
Nos termos do que dispõe a Constituição Federal de 1988,
Ademais, é a União pessoa jurídica de direito público
o Distrito Federal não é mais Capital Federal, pois, de acordo
interno, possuindo competências administrativas e
com o art. 18, §1º, a Capital Federal é Brasília, que se situa
legislativas determinadas constitucionalmente.
dentro do território do Distrito Federal. Aliás, nos termos do
art. 6º da Lei Orgânica do DF, Brasília, além de Capital da
Na repartição das competências materiais (matéria
República Federativa do Brasil, é a sede do governo do Distrito
administrativa) e legislativas (edição de leis), a Constituição
Federal.
brasileira optou por enumerar as atribuições da União (arts.
Após a promulgação da Constituição de 1988, o Distrito
21 e 22 da CF) e dos Municípios (art. 30) e reservar o restante,
Federal passou a gozar da mais ampla autonomia,
as remanescentes, aos Estados (art. 25, §1º).
autogovernando-se através de leis e autoridades próprias;
Assim, as competências dividem-se em dois grandes
possui capacidade de auto-organização, autogoverno,
grupos: material e legislativa. Podem ser:
autoadministração e auto legislação.
- Exclusiva: atribuída a uma entidade, com exclusão das
demais.
Dos Territórios
- Privativa: própria de uma entidade, com a possibilidade
O Território não é ente da federação, mas sim integrante
de delegação ou suplementação.
da União. Trata-se de mera descentralização administrativo-
- Comum, cumulativa ou paralela: comum a várias
territorial da União. Embora tenha personalidade jurídica não
entidades, em pé de igualdade.
tem autonomia política.
- Concorrente: possibilidade de disposição sobre o
A partir de 1988, não existem mais territórios no Brasil.
mesmo assunto ou matéria por mais de uma entidade, porém,
Antigamente, eram territórios: Roraima, Amapá e Fernando de
com a primazia da União no que tange as normas gerais.
Noronha (art. 15 dos ADCT).
- Suplementar: decorre da competência concorrente,
A Formação de Territórios Federais dar-se-á por meio de
consubstanciando o poder de formular normas que
lei complementar, sendo esta responsável em regulamentar
desdobrem o conteúdo de princípios ou normas gerais ou que
sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
supram a ausência ou omissão destas.
Estado de origem (art. 18, §2º da CF).
- Residual ou remanescente: É a competência
remanescente, não abrangida por aquelas expressamente
Veja os dispositivos acerca do assunto:
atribuídas pela Constituição Federal.
TÍTULO III
Dos Estados Federados
Da Organização do Estado
Os Estados têm governo próprio, desempenhando as
CAPÍTULO I
funções dos três poderes estatais — Executivo, Legislativo e
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Judiciário. A Constituição da República também lhes adjudica
bens próprios (art. 26). No âmbito da competência legislativa
Art. 18. A organização político-administrativa da República
dos Estados, eles editam as normas e as executam com
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito
autonomia. Os governadores são as autoridades executivas
máximas e a Assembleia Legislativa é a sede do Poder
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APOSTILAS OPÇÃO
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Art. 21. Compete à União:
Constituição. I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
§ 1º Brasília é a Capital Federal. organizações internacionais;
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, II - declarar a guerra e celebrar a paz;
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem III - assegurar a defesa nacional;
serão reguladas em lei complementar. IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem permaneçam temporariamente;
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a
população diretamente interessada, através de plebiscito, e do intervenção federal;
Congresso Nacional, por lei complementar. VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento material bélico;
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período VII - emitir moeda;
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos operações de natureza financeira, especialmente as de crédito,
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da previdência privada;
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996) IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de
ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e social;
aos Municípios: X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a
na forma da lei, a colaboração de interesse público; criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
II - recusar fé aos documentos públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
si. concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
CAPÍTULO II (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
DA UNIÃO b) os serviços e instalações de energia elétrica e o
aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação
Art. 20. São bens da União: com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura
atribuídos; aeroportuária;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre
das fortificações e construções militares, das vias federais de portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; limites de Estado ou Território;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de internacional de passageiros;
limites com outros países, ou se estendam a território f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
marginais e as praias fluviais; Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda
outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as Constitucional nº 69, de 2012)
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como
unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
econômica exclusiva; XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística,
VI - o mar territorial; geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
VIII - os potenciais de energia hidráulica; diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; XVII - conceder anistia;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
arqueológicos e pré-históricos; calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração uso;
direta da União, participação no resultado da exploração de XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano,
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema
respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou nacional de viação;
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa XXII - executar os serviços de polícia marítima,
exploração. aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, Constitucional nº 19, de 1998)
ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
fronteira, é considerada fundamental para defesa do território qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa,
nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização
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e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional
os seguintes princípios e condições: nº 19, de 1998)
a) toda atividade nuclear em território nacional somente XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do marítima, defesa civil e mobilização nacional;
Congresso Nacional; XXIX - propaganda comercial.
b) sob regime de permissão, são autorizadas a Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os
comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa Estados a legislar sobre questões específicas das matérias
e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela relacionadas neste artigo.
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do
comercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida Distrito Federal e dos Municípios:
igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
Constitucional nº 49, de 2006) instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
existência de culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional garantia das pessoas portadoras de deficiência;
nº 49, de 2006) III - proteger os documentos, as obras e outros bens de
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
atividade de garimpagem, em forma associativa. IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: cultural;
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; (Redação dada
II - desapropriação; pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
e em tempo de guerra; qualquer de suas formas;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
radiodifusão; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
V - serviço postal; abastecimento alimentar;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos IX - promover programas de construção de moradias e a
metais; melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de X - combater as causas da pobreza e os fatores de
valores; marginalização, promovendo a integração social dos setores
VIII - comércio exterior e interestadual; desfavorecidos;
IX - diretrizes da política nacional de transportes; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais
aérea e aeroespacial; em seus territórios;
XI - trânsito e transporte; XII - estabelecer e implantar política de educação para a
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; segurança do trânsito.
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para
XIV - populações indígenas; a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do
de estrangeiros; bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda
XVI - organização do sistema nacional de emprego e Constitucional nº 53, de 2006)
condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos legislar concorrentemente sobre:
Territórios, bem como organização administrativa destes; I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) urbanístico;
(Produção de efeito) II - orçamento;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia III - juntas comerciais;
nacionais; IV - custas dos serviços forenses;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da V - produção e consumo;
poupança popular; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
XX - sistemas de consórcios e sorteios; defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, ambiente e controle da poluição;
garantias, convocação e mobilização das polícias militares e VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,
corpos de bombeiros militares; turístico e paisagístico;
XXII - competência da polícia federal e das polícias VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
rodoviária e ferroviária federais; consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
XXIII - seguridade social; histórico, turístico e paisagístico;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
XXV - registros públicos; pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas X - criação, funcionamento e processo do juizado de
as modalidades, para as administrações públicas diretas, pequenas causas;
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e XI - procedimentos em matéria processual;
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
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XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do
deficiência; término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em
XV - proteção à infância e à juventude; primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda
civis. Constitucional nº 16, de1997)
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. cargo ou função na administração pública direta ou indireta,
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado
gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único,
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos
peculiaridades. Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI,
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS CAPÍTULO IV
Dos Municípios
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em
desta Constituição. dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
lhes sejam vedadas por esta Constituição. promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, preceitos:
vedada a edição de medida provisória para a sua I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores,
regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
5, de 1995) simultâneo realizado em todo o País;
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no
instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77,
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;
execução de funções públicas de interesse comum. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: do ano subsequente ao da eleição;
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, IV - para a composição das Câmaras Municipais, será
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da observado o limite máximo de: (Redação dada pela Emenda
lei, as decorrentes de obras da União; Constitucional nº 58, de 2009)
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Municípios ou terceiros; 58, de 2009)
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil)
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58,
dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será de 2009)
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
de doze. (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil)
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre 2009)
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte
Forças Armadas. mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei 2009)
de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento
os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela nº 58, de 2009)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
secretaria, e prover os respectivos cargos. Constitucional nº 58, de 2009)
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de
legislativo estadual. 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Emenda Constitucional nº 58, de 2009)
Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até
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600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda limites máximos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
Constitucional nº 58, de 2009) 25, de 2000)
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do
cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 25, de 2000)
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes,
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por
900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
Constitucional nº 58, de 2009) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes,
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída pela por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; (Incluída cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; (Incluída receita do Município; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1,
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) de 1992)
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões,
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 1, de 1992)
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da
de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela Constituição para os membros do Congresso Nacional e na
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) Constituição do respectivo Estado para os membros da
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais Assembleia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 Constitucional nº 1, de 1992)
(quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
Constitucional nº 58, de 2009) (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional nº 1, de
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais 1992)
de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da
(cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Câmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009) Constitucional nº 1, de 1992)
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais XII - cooperação das associações representativas no
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela
(seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Constitucional nº 58, de 2009) XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
(sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de
Constitucional nº 58, de 2009) 1992)
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28,
de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 parágrafo único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda
(oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)
Constitucional nº 58, de 2009)
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo
de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluída pela Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os
Emenda Constitucional nº 58, de 2009) gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159,
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído pela
e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, Emenda Constitucional nº 25, de 2000)
de 1998) I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, Constituição Constitucional nº 58, de 2009)
observado o que dispõe esta Constituição, observados os II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
Direito Constitucional 17
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APOSTILAS OPÇÃO
(Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
de 2009) as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) Municipal.
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
Constitucional nº 58, de 2009) anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) termos da lei.
e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada pela § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos
Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009) de Contas Municipais.
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população
entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) CAPÍTULO V
de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Constitucional nº 58, de 2009) Seção I
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para DO DISTRITO FEDERAL
Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e
um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em
Constitucional nº 58, de 2009) Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos
§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços
cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os
com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda princípios estabelecidos nesta Constituição.
Constitucional nº 25, de 2000) § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências
§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
Municipal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
artigo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou mandato de igual duração.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei se o disposto no art. 27.
Orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
2000) Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de
§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da bombeiros militar.
Câmara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000) Seção II
DOS TERRITÓRIOS
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local; Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que judiciária dos Territórios.
couber; § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste
bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade Título.
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
lei; Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a da União.
legislação estadual; § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de habitantes, além do Governador nomeado na forma desta
concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda
incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; instância, membros do Ministério Público e defensores públicos
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara
e do Estado, programas de educação infantil e de ensino Territorial e sua competência deliberativa.
fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006) Questões
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; 01. (PC-GO - Delegado de Polícia Substituto –
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento CESPE/2017) A respeito dos estados-membros da Federação
territorial, mediante planejamento e controle do uso, do brasileira, assinale a opção correta.
parcelamento e da ocupação do solo urbano; (A) Denomina-se cisão o processo em que dois ou mais
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural estados se unem geograficamente, formando um terceiro e
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e novo estado, distinto dos estados anteriores, que perdem a
estadual. personalidade originária.
(B) Para o STF, a consulta a ser feita em caso de
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder desmembramento de estado-membro deve envolver a
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos população de todo o estado-membro e não só a do território a
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na ser desmembrado.
forma da lei. (C) A CF dá ao estado-membro competência para instituir
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido regiões metropolitanas e microrregiões, mas não
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do aglomerações urbanas: a competência de instituição destas é
Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos dos municípios.
Municípios, onde houver. (D) Conforme a CF, a incorporação, a subdivisão, o
desmembramento ou a formação de novos estados dependerá
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APOSTILAS OPÇÃO
de referendo. Assim, o referendo é condição prévia, essencial observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
ou prejudicial à fase seguinte: a propositura de lei Orgânica.
complementar. (C) A fiscalização do Município será exercida pelo Poder
(E) Segundo o STF, os mecanismos de freios e contrapesos Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos
previstos em constituição estadual não precisam guardar sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal.
estreita similaridade com aqueles previstos na CF. (D) O controle externo da Câmara Municipal será exercido
com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do
02. (Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP - Procurador Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Jurídico - VUNESP/2016) Para a criação, incorporação, fusão Municípios, onde houver.
e desmembramento de Municípios, a Constituição Federal (E) As contas dos Municípios poderão ficar, durante
exige a presença dos seguintes requisitos: noventa dias, semestralmente, à disposição de qualquer
(A) lei ordinária federal, estudo de viabilidade municipal, contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
plebiscito e lei complementar estadual. questionar-lhes a legitimidade.
(B) lei complementar federal, estudo de viabilidade
estadual, plebiscito e lei estadual. 06. (Câmara de Bandeirantes - SC - Auxiliar Legislativo
(C) lei complementar federal, estudo de viabilidade – ALTERNATIVE CONCURSOS/2016) De acordo com a
municipal, plebiscito e lei estadual. Constituição Federal compete privativamente à União legislar
(D) lei federal nacional, estudo de viabilidade municipal, lei sobre, EXCETO:
estadual e referendo. (A) Águas, energia, informática, telecomunicações e
(E) lei complementar federal, estudo de viabilidade radiodifusão.
municipal, referendo e lei estadual. (B) Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos
metais.
03. (Prefeitura de Mogi das Cruzes – SP - Procurador (C) Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de
Jurídico _ VUNESP/2016) Considerando a repartição de valores.
competências estabelecida pela Constituição Federal, (D) Direito civil, comercial, penal, processual, exceto o
devidamente ratificada pelo entendimento do Supremo eleitoral, o agrário, o marítimo, o aeronáutico, que são regidos
Tribunal Federal, assinale a alternativa que consagra uma pelo Exército e o do trabalho que é de competência do Estado.
hipótese de legislação que decorre da competência (E) Sistemas de poupança, captação e garantia da
constitucional legislativa pertencente ao Município. poupança popular.
(A) Confere gratuidade de estacionamento em
estabelecimento privado (shopping centers, hipermercados, 07. (PGE-MT - Analista – Bacharel em Direito –
instituições de ensino, rodoviárias e aeroportos). FCC/2016) Considere as matérias:
(B) Fixa um limite máximo de 20% do valor do automóvel
em relação às multas impostas pelo Detran Estadual dentro do I. Legislação sobre trânsito.
território do Município. II. Preservação das florestas.
(C) Autoriza o uso, pela Guarda Municipal, de armas de III. Fomento da produção agropecuária.
fogo apreendidas dentro do território do Município. IV. Legislação sobre juntas comerciais.
(D) Proíbe revista íntima em empregados de V. Legislação sobre direito urbanístico.
estabelecimentos situados no respectivo território do
Município. Segundo a Constituição Federal, a competência da União,
(E) Determina a instalação de cadeiras de espera, Estados e Municípios relativa a essas matérias é
bebedouros e equipamentos de segurança em agências de (A) privativa nos itens II e III e concorrente nos itens I e IV.
Bancos dentro do território municipal. (B) comum nos itens IV e V e concorrente nos itens I e III.
(C) concorrente nos itens I e III e privativa nos itens II e V.
04. (EBSERH - Advogado (HUPEST-UFSC) – IBFC/2016) (D) concorrente nos itens I e V e comum nos itens II e III
A Constituição Federal especifica a competência legislativa de (E) comum nos itens II e III e concorrente nos itens IV e V.
cada ente da Federação. Analise as alternativas abaixo e
selecione a que NÃO apresenta uma das competências 08. (SEJUS-PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017)
privativas da União. Assinale a alternativa que indica matéria estranha ao elenco
(A) Diretrizes da política nacional de transportes constitucional de competência legislativa privativa da União:
(B) Normas gerais de organização, efetivos, material (A) Desapropriação.
bélico, garantias, convocação e mobilização das polícias (B) Serviço postal.
militares e corpos de bombeiros militares (C) Populações indígenas.
(C) Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, (D) Proteção à infância e à juventude.
pesquisa, desenvolvimento e inovação (E) Comércio exterior e interestadual.
(D) Águas, energia, informática, telecomunicações e
radiodifusão 09. (SEJUS-PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2017)
(E) Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de Assinale a alternativa CORRETA sobre a disciplina
valores constitucional da União.
(A) Cabe à União explorar, desde que diretamente, os
05. (Câmara de Bandeirantes - SC - Auxiliar Legislativo serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, admitida a
– ALTERNATIVE CONCURSOS/2016) Sobre a Organização edição de medida provisória para a sua regulamentação.
Político-Administrativa dos Municípios, analise as alternativas (B) Cabe à União, mediante lei ordinária, instituir regiões
e indique a INCORRETA: metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
(A) A eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para
Vereadores, terá mandato de quatro anos, mediante pleito integrar a organização, o planejamento e a execução de
direto e simultâneo realizado em todo o País. funções públicas de interesse comum.
(B) O subsídio dos Vereadores será fixado pelas (C) Entre os bens de propriedade da União estão as ilhas
respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a lacustres, as ilhas fluviais, as terras devolutas e os potenciais
subsequente, observado o que dispõe esta Constituição, de energia hidráulica.
Direito Constitucional 19
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APOSTILAS OPÇÃO
(D) A previsão de competência legislativa privativa para a responsabilidade técnica e legal; busca a perfeição técnica de
União exclui, naturalmente, a possibilidade de criação de lei seus atos, que devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os
para autorizar os Estados a legislar sobre questões atinentes a preceitos legais; caráter instrumental – a Administração
tais matérias. Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus
(E) Compete à União explorar, diretamente, ou mediante objetivos. A Administração serve ao Estado; competência
autorização, concessão ou permissão, os serviços de limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da
transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e Administração Pública é delimitada pela área de atuação de
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado cada órgão.
ou Território.
Disposições gerais
10. (TRE-PE - Analista Judiciário - CESPE/2017) A
respeito das competências dos entes federados, assinale a Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e
opção correta. agentes do Estado que procuram satisfazer as necessidades da
(A) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc.
exercerão a competência legislativa residual para atender às Em outras palavras, administração pública é a gestão dos
suas peculiaridades. interesses públicos por meio da prestação de serviços
(B) A eficácia de lei estadual vigente não será suspensa na públicos, sendo dividida em administração direta e indireta.
hipótese de superveniência de lei federal sobre normas gerais, A Administração Pública direta se constitui dos serviços
mesmo que a lei federal traga disposições contrárias à lei prestados da estrutura administrativa da União, Estados,
estadual. Distrito Federal e Municípios. Já a Administração Pública
(C) Compete privativamente à União zelar pela guarda da indireta compreende os serviços prestados pelas autarquias,
CF, das leis e das instituições democráticas. fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas
(D) A competência da União para legislar sobre normas públicas. A Administração Pública direta e indireta de
gerais afasta a competência suplementar dos estados. qualquer dos poderes obedecerá aos princípios
(E) No âmbito da legislação concorrente, a competência da constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da
União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. moralidade, da publicidade e da eficiência.
Podemos definir a Administração Pública como a atividade
11. (CRBio - 1º Região - Analista – Advogado – mediante a qual as autoridades públicas tomam providências
VUNESP/2017) Conforme as regras de repartição de para a satisfação das necessidades de interesse público,
competências legislativas constitucionais, matéria sobre utilizando, quando necessário, as prerrogativas do Poder
direito econômico e urbanístico é competência Público, para alcançar os fins que não sejam os próprios à
(A) privativa da União. legislação ou à distribuição da justiça.
(B) em que a União deve limitar-se a estabelecer normas Sobre Administração Pública, o professor José Afonso da
gerais. Silva assim explica: “...É o conjunto de meios institucionais,
(C) comum entre União, Estados e Distrito Federal. material, financeiro e humano preordenado à execução das
(D) comum entre União, Estados, Distrito Federal e decisões políticas. Essa é uma noção simples de Administração
Municípios. Pública que destaca, em primeiro lugar, que é subordinada ao
(E) concorrente entre Estados, Distrito Federal e Poder político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo
Municípios. de que se serve para atingir fins definidos e, em terceiro lugar,
denota os dois aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do
Respostas Poder político e as operações, as atividades administrativas”
01. B. / 02. C. / 03. E. / 04. C. / 05. E. (in Curso de Direito Constitucional Positivo).
06. D. / 07. E. / 08. D. / 09. E. / 10. E. Por sua vez, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo
11. B. administrativo no âmbito federal, mas irradia sua força
normativa para os demais entes da federação, traz uma série
de princípios administrativos no seu art. 2º, senão vejamos:
Art. 2º “A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
4. Administração pública. aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
4.1 Disposições gerais. razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência”.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Princípio da supremacia do interesse público
Podemos considerar administração pública como a
atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o Este princípio consiste na sobreposição do interesse
regime de direito público, com fim de atendimento de modo público em face do interesse particular. Havendo conflito entre
direto e imediato as necessidades concretas da coletividade. o interesse público e o interesse particular, aquele
Conforme previsão constitucional, a administração pública prevalecerá.
direta e indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da Podemos conceituar interesse público como o somatório
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos interesses individuais desde que represente o interesse
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade.
moralidade, publicidade e eficiência. O interesse público primário é o interesse direto do povo,
Podem ser listadas como características: a pratica de atos é o interesse da coletividade como um todo. Já o interesse
tão somente de execução – estes atos são denominados atos público secundário é o interesse direto do estado como pessoa
administrativos; quem pratica estes atos são os órgãos e seus jurídica, titular de direitos e obrigações, em suma, é vontade
agentes, que são sempre públicos; o exercício de atividade do estado. Assim, a vontade do povo (interesse público
politicamente neutra; sua atividade é vinculada à Lei e não à primário) e a vontade do estado (interesse público
Política; conduta hierarquizada; dever de obediência - secundário) não se confundem.
escalona os poderes administrativos do mais alto escalão até a O interesse público secundário só será legítimo se não
mais humilde das funções; prática de atos com contrariar nenhum interesse público primário. E, ao menos
Direito Constitucional 20
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APOSTILAS OPÇÃO
indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público. Exemplos da utilização deste princípio na
interesse público primário. Daremos um exemplo para que prática:
você compreenda perfeitamente esta distinção. - os bens públicos não são alienados como os particulares,
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime havendo uma série de restrições a sua venda.
jurídico-administrativo, fundamentando a existência das - em regra, a Administração não pode contratar sem prévia
prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à licitação, por estar em jogo o interesse público.
administração pública para que esta esteja apta a atingir os - necessidade de realização de concurso público para
fins que lhe são impostos pela constituição e pelas leis. admissão de cargo permanente.
O ordenamento jurídico determina que o estado- É importante frisar a Administração Pública deverá se
administração atinja uma gama de objetivos e fins e lhe pautar nos cinco princípios estabelecidos pelo “caput” do
confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de
encaixa o princípio da supremacia do interesse público, 1988. Os princípios são os seguintes: legalidade,
fornecendo à administração as prerrogativas e os poderes impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
especiais para obtenção dos fins estabelecidos na lei.
O princípio comentado não está expresso em nosso Princípio da legalidade
ordenamento jurídico. Nenhum artigo de lei fala, dele, porém
tal princípio encontra-se em diversos institutos do direito O princípio da legalidade, um dos mais importantes
Administrativo. Vejamos alguns exemplos práticos: princípios consagrados no ordenamento jurídico brasileiro,
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer
5º, XXII), mas com base no princípio da Supremacia do o que a lei permite. É importante demonstrar a diferenciação
Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e
desapropriar uma propriedade, requisitá-la ou promover o ao administrador. Como já explicitado para o administrador, o
seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à princípio da legalidade estabelece que ele somente poderá agir
propriedade. dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames
- a Administração e o particular podem celebrar contratos estabelecidos pela lei. Já, o princípio da legalidade visto sob a
administrativos, mas esses contratos preveem uma série de ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a
cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei.
exemplo, modificar ou rescindir unilateralmente tal contrato. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 5º, II, da
- o poder de polícia administrativa que confere à Constituição Federal de 1988.
Administração Pública a possibilidade, por exemplo, de
determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir Princípio da impessoalidade
de determinada hora da noite com o objetivo de diminuir a
violência. Posteriormente, o artigo 37 da CF/88 estabelece que
Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. Este
cometidas em nome do aludido princípio, já existem vozes na princípio estabelece que a Administração Pública, através de
doutrina proclamando a necessidade de se por fim a este, seus órgãos, não poderá, na execução das atividades,
através da Teoria da Desconstrução do Princípio da estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve
Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá imperar o interesse social e não o interesse particular. De
o problema da falta de probidade de nossos homens públicos. acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di
Como afirma a maioria da doutrina, o princípio da Supremacia Pietro, o princípio da impessoalidade estaria intimamente
do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora
Administração, devendo ser aplicado de forma correta e “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou
efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário deve beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o
ser provocado para corrigi-lo. interesse público que deve nortear o seu comportamento”.3
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a
Princípio da indisponibilidade do interesse público lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão perante a
Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou
Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico- perseguição, tratando a todos de modo igual, ou quando
administrativo, funcionando como contrapeso ao princípio da necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar
Supremacia do Interesse Público. à igualdade real e material.
Ao mesmo tempo em que a Administração tem Nesse sentido podemos destacar como um exemplo
prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus fins decorrente deste princípio a regra do concurso público, onde
determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não a investidura em cargo ou emprego público depende de
existe para o particular. Essas limitações decorrem do fato de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas
que a Administração Pública não é proprietária da coisa e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo
pública, não é proprietária do interesse público, mas sim, mera ou emprego.
gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao povo.
Em decorrência deste princípio, a Administração somente Princípio da moralidade administrativa
pode atuar pautada em lei. A Administração somente poderá
agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua A Administração Pública, de acordo com o princípio da
atuação. A atuação da Administração deve, então, atender o moralidade administrativa, deve agir com boa-fé,
estabelecido em lei, único instrumento capaz de retratar o que sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta
seja interesse público. Assim, o princípio da Indisponibilidade a obrigação ao administrador público de observar não
do Interesse Público tem estreita relação com o princípio da somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras
Legalidade, sendo que alguns autores utilizam essas éticas extraídas dos padrões de comportamento designados
expressões como sinônimas. como moralidade administrativa (obediência à lei).
Este princípio também se encontra implícito em nosso Não basta ao administrador ser apenas legal, deve
ordenamento, surgindo sempre que estiver em jogo o também, ser honesto tendo como finalidade o bem comum.
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.
Direito Constitucional 21
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APOSTILAS OPÇÃO
Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade Atenção! no ano de 2017 o Supremo Tribunal Federal
administrativa significa um conjunto de regras de conduta decidiu que é inconstitucional a greve dos agentes da Polícia
tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de Federal, Civil, Militar, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal,
probidade administrativa, que é a forma de moralidade. Tal Corpo de Bombeiros Militares e demais funcionários que
preceito mereceu especial atenção no texto vigente atuem na Segurança Pública.
constitucional (§ 4º do artigo 37 CF), que pune o ímprobo
(pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos CAPÍTULO VII
políticos. Por fim, devemos entender que a moralidade como DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
também a probidade administrativa consiste exclusivamente Seção I
no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus DISPOSIÇÕES GERAIS
serviços) suas funções com honestidade. Não devem
aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito Art. 37. A administração pública direta e indireta de
pessoal ou para favorecimento de outrem. qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
Princípio da publicidade impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte:
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
de atos praticados pela Administração Pública, obedecendo, brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
eminente doutrinador Hely Lopes Meirelles, “o princípio da II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
publicidade dos atos e contratos administrativos, além de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
geral, através dos meios constitucionais...”.4 para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, exoneração;
XXXIII, garante a todos o direito a receber dos órgãos públicos III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
informações de seu interesse particular, ou de interesse anos, prorrogável uma vez, por igual período;
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
essa regulamentada pela Lei nº 12.527/2011 (Regula o concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o, no V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão,
Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências). apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
segurança cumprem importante papel enquanto garantias de associação sindical;
concretização da transparência. VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica;
Princípio da eficiência VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo critérios de sua admissão;
artigo 37, da Constituição da República Federativa do Brasil de IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
1988 é o da eficiência. determinado para atender a necessidade temporária de
Considerando que na iniciativa privada se busca a excepcional interesse público;
excelência e a efetividade, na administração outro não poderia X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que
ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
eficiência também para a Administração Pública. por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
princípio da eficiência “impõe a todo agente público realizar as distinção de índices;
atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É
o mais moderno princípio da função administrativa, que já não Súmula vinculante 42-STF: É inconstitucional a
se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, vinculação do reajuste de vencimentos de servidores
exigindo resultados positivos para o serviço público e estaduais ou municipais a índices federais de correção
satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e monetária.
de seus membros”.5
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da
eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode ser XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
considerado em relação ao modo de atuação do agente público, funções e empregos públicos da administração direta,
do qual se espera o melhor desempenho possível de suas autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes
atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e
Administração Pública, também com o mesmo objetivo de os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
alcançar os melhores resultados na prestação do serviço percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
público”.6 pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal
4MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: 5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo:
Malheiros, 2005. Malheiros, 2005.
6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.
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Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário
Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal na administração pública direta e indireta, regulando
do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos especialmente:
Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo interna, da qualidade dos serviços;
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e informações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
aos Defensores Públicos; 5º, X e XXXIII;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do III - a disciplina da representação contra o exercício
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na
Poder Executivo; administração pública.
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
pessoal do serviço público; indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
público não serão computados nem acumulados para fins de § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
concessão de acréscimos ulteriores; praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos ressarcimento.
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
153, § 2º, I; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: de dolo ou culpa.
a) a de dois cargos de professor; § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou ocupante de cargo ou emprego da administração direta e
científico; indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
de saúde, com profissões regulamentadas; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, administradores e o poder público, que tenha por objeto a
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; cabendo à lei dispor sobre:
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais I - o prazo de duração do contrato;
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
precedência sobre os demais setores administrativos, na forma direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
da lei; III - a remuneração do pessoal."
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a custeio em geral.
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de
anterior, assim como a participação de qualquer delas em aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com
empresa privada; a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição,
obras, serviços, compras e alienações serão contratados os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade livre nomeação e exoneração.
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste
à garantia do cumprimento das obrigações. artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos
forma da lei ou convênio. Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo,
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção aplicam-se as seguintes disposições:
pessoal de autoridades ou servidores públicos. I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade
responsável, nos termos da lei.
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II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua nomeação e exoneração.
remuneração; (C) O prazo de validade do concurso público será de até
III - investido no mandato de Vereador, havendo três anos, prorrogável uma vez, por igual período.
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu (D) Durante o prazo improrrogável previsto no edital de
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do convocação, aquele aprovado em concurso público de provas
cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
norma do inciso anterior; novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o carreira.
exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado (E) As funções de confiança, exercidas exclusivamente por
para todos os efeitos legais, exceto para promoção por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
merecimento; comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
afastamento, os valores serão determinados como se no destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
exercício estivesse. assessoramento.
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I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração República e o Advogado-Geral da União nos crimes de
de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República responsabilidade;
e os Ministros de Estado;
Nos casos dos incisos I e II, será o presidente do Supremo
A necessidade de autorização da Câmara para processar Tribunal Federal que presidirá a sessão; a condenação se dará
Ministro de Estado só cabe se o crime for comum ou de pelo voto de 2/3 dos membros do Senado, sendo a condenação
responsabilidade, conexo com delito da mesma natureza limitada à perda do mandato e inabilitação para exercício de
praticado pelo Presidente ou Vice. Caso contrário, serão função pública por 8 anos, sem prejuízo das demais sanções
normalmente julgados no STF, pelo seu foro privilegiado, judiciais cabíveis.
independentemente de autorização.
Já os crimes praticados por Presidente e Vice III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição
Presidente da República sempre precisarão de pública, a escolha de:
autorização da Câmara, sejam eles comuns ou de
responsabilidade. A autorização pela Câmara para julgar Essas aprovações revelam atos administrativos
o Presidente por crime de responsabilidade obriga o compostos, no qual o ato principal é praticado pelo Presidente
Senado a julgá-lo. Já a autorização ao STF para processá-lo da República e o ato homologatório (aprovação) é praticado
por crime comum não obriga o STF a instaurar o processo. pelo Senado Federal.
II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo
sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; Presidente da República;
III - elaborar seu regimento interno; c) Governador de Território;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, d) Presidente e diretores do banco central;
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e e) Procurador-Geral da República;
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; Essa disposição é importante, pois a Constituição confere à
lei a possibilidade de determinar a submissão da escolha dos
Essa iniciativa de lei para fixar o subsídio se refere titulares de determinados cargos à aprovação do Senado,
somente aos cargos de sua estrutura, e não aos subsídios dos como ocorre com algumas agências reguladoras.
deputados, os quais serão fixados por decreto legislativo,
conforme previsão do art. 49, VIII. IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição
em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de
V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do caráter permanente;
art. 89, VII. V - autorizar operações externas de natureza financeira, de
interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Senado Federal Territórios e dos Municípios;
O Senado Federal é composto por três representantes de VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites
cada Estado e do Distrito Federal, eleitos pelo sistema globais para o montante da dívida consolidada da União, dos
majoritário simples (ou seja, sem segundo turno), já que há Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
somente um único turno de votação. O mandato dos senadores VII - dispor sobre limites globais e condições para as
é de oito anos (logo, por duas legislaturas), permitidas operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do
reeleições sucessivas. Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais
Cada Senador terá dois suplentes, sendo a composição do entidades controladas pelo Poder Público federal;
Senado Federal renovada de quatro em quatro anos, por um e VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de
dois terços de seus membros. garantia da União em operações de crédito externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante
Atribuições do Senado Federal da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos
Essas matérias serão reguladas por Resolução, a qual será Municípios;
promulgada pelo Presidente da Mesa, salvo a iniciativa de lei X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei
para a fixação da remuneração de seus servidores, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo
evidentemente. Tribunal Federal;
Essa suspensão ocorre quando o Supremo declara
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: inconstitucional determinada lei no controle difuso, por recurso
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da extraordinário.
República nos crimes de responsabilidade, bem como os XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes
e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com do término de seu mandato;
aqueles; XII - elaborar seu regimento interno;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia,
Assim, vê-se que os Ministros de Estado e os Comandantes criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
das Forças Armadas somente serão julgados pelo Senado funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
Federal se praticarem crime conexo com os do Presidente ou respectiva remuneração, observados os parâmetros
Vice. Caso contrário, serão julgados pelo STF, sem necessidade estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
de autorização. XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
do art. 89, VII.
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema
Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da desempenho das administrações tributárias da União, dos
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
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Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, Congresso, haverá a necessidade de se perquirir o seu vínculo
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, com a atividade de representação política.
limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com Essa imunidade também abrange os vereadores, mas
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, somente dentro da circunscrição municipal, sendo absoluta se
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. dentro da Câmara dos Vereadores.
O STJ entende que a imunidade material pode ser suscitada
Deputados e Senadores de ofício pela justiça, mesmo que o parlamentar processado
Aos deputados e senadores são concedidas prerrogativas e não a tenha apresentado como matéria de defesa.
vedações para proporcionar independência e liberdade em
suas atuações. Imunidade Formal
Essas prerrogativas são de ordem pública, não se Essa imunidade protege o parlamentar contra a prisão e,
admitindo renúncia, já que ligadas ao cargo e não à pessoa que nos crimes praticados após a diplomação, torna possível a
o ocupa. Vejamos: sustação do processo penal instaurado pelo STF. Assim, ela
possui dois objetos diferentes:
Art. 53. (...)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a a) Imunidade formal quanto à prisão;
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em b) Imunidade formal quanto ao processo.
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações. A imunidade formal não afasta a ilicitude da conduta
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e criminosa do parlamentar. Antes, o STF somente podia
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, receber denúncia contra Congressista mediante autorização
dependerá de prévia licença da Casa respectiva. da Casa em que atua. Com a EC nº 35/01, o processo passou a
poder ser iniciado independentemente de autorização; porém,
Deve ser lembrado que há outra prerrogativa, constante no por iniciativa de partido político representado na Casa, após
CPP, que é de escolher o dia, hora e local para ser ouvido como recebida a denúncia pelo STF por crime ocorrido após a
testemunha. Caso o parlamentar for réu, essa prerrogativa não diplomação e dada ciência a esta, poderão os membros da
vale (apesar de que ele não será conduzido coercitivamente). Casa, até a decisão final, votar para sustar o andamento do
O STF já suprimiu esse direito do congressista em algumas processo, mediante maioria absoluta de votos (art. 53, § 3º).
oportunidades, uma quando ele abusivamente se valeu dele O pedido de sustação feito por partido político deverá ser
com sucessivas marcações de datas para ser ouvido, sem apreciado no prazo improrrogável de 45 dias, contados do
comparecer. recebimento pela Mesa Diretora. Logo, são requisitos para a
imunidade processual:
Imunidades
A imunidade a que os congressistas estão suscetíveis pode a) Crime deve ser praticado após a diplomação;
ser material (evita que o parlamentar seja punido por certos b) STF deve dar ciência à Casa em que atua o congressista;
fatos) e formal (parlamentar fica livre de constrangimentos de c) Partido político deve pedir a sustação do processo;
ordem processual penal). d) Votação na Casa pela sustação, que será efetivada pelo
voto da maioria absoluta, em escrutínio secreto.
Imunidade Material ou Objetiva
Tem previsão no caput do art. 53 da CF, que dispõe que Art. 53
Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por (...)
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. A inviolabilidade § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por
abrange as matérias de ordem civil e penal, referente a crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal
quaisquer de suas opiniões, palavras ou votos. dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido
A imunidade material exclui a própria natureza delituosa político nela representado e pelo voto da maioria de seus
do fato, afastando a tipicidade da conduta. De acordo com o membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
STF, a imunidade parlamentar é causa de atipicidade da ação.
conduta. § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
Essa imunidade é absoluta, permanente. Por causa delas, o respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do
deputado nunca será processado, mesmo após o término do seu recebimento pela Mesa Diretora.
mandato. Isso significa que, durante o mandato, ele não tem o § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto
que temer por consequências futuras acerca do que vier a durar o mandato.
dizer. Originariamente, o artigo não tinha o termo “quaisquer”,
sendo acrescentado posteriormente por Emenda Não é possível a sustação por crimes ocorridos
Constitucional. anteriormente à diplomação, os quais serão julgados pelo STF
Deve ser frisado que opiniões, palavras e votos proferidas ante a prerrogativa de foro. Caso seja sustado o andamento, a
sem nenhuma relação com o desempenho do mandato prescrição não corre enquanto suspenso o processo, voltando
representativo não são alcançados pela imunidade a ter curso quando o mandato se encerra.
(entendimento do STF), somente as manifestações conexas No caso de existir corréu não congressista, havendo a
ao cargo. suspensão, o processo continuará correndo contra este,
remetendo-se os autos à justiça comum competente.
É importante ressaltar que o ato, para ser tido como imune Desde a expedição do diploma (logo, antes da posse), os
à censura penal e cível, tenha sido praticado pelo congressista deputados somente poderão ser presos se em flagrante por
em conexão com o exercício do seu mandato. Apurado que o crime inafiançável; não poderão ser presos com prisão civil.
acontecimento se inclui no âmbito da imunidade material, não
cabe sequer indagar se o fato, objetivamente, poderia ser tido Art. 53
como crime. Se a manifestação oral ocorre no recinto (...)
parlamentar, a jurisprudência atual dá como assentada a § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
existência da imunidade. Se as palavras são proferidas fora do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante
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de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos Afastamento do Poder Legislativo
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo Caso os Congressistas assumam cargo de Ministro de
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do DF,
de Prefeitura de Capital ou de chefe de missão diplomática
Após a prisão, a Casa Legislativa receberá os autos em 24 temporária, não perderá ele o mandato; será, pois, afastado.
horas; a prisão somente será mantida se a maioria de seus
membros com ela anuir (art. 53, § 1º). Logo, se os autos do Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
inquérito forem remetidos à casa e não houver votação I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de
em 24 horas, o congressista deve ser solto. Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
O fundamento político é evitar que o parlamentar seja Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
retirado da atividade para a qual foi democraticamente eleito diplomática temporária;
pelo povo, já que ele exerce atividade política extremamente II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou
relevante para o Estado pelo cometimento de um crime de para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde
pouca envergadura. que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias
Importante salientar que, agora, com as novas medidas por sessão legislativa.
cautelares (Lei nº 12.403/11), quase todos os crimes são
afiançáveis, com exceção dos previstos na Constituição. Se em Incompatibilidades
data anterior à diplomação o indivíduo havia cometido Trata-se de determinadas proibições atribuídas pela
certo crime e estava para ser preso, com a expedição do CF/88 aos Congressistas. Elas podem ocorrer de acordo com
diploma a prisão não mais será possível. dois momentos:
O STF firmou entendimento de que a imunidade formal
não proíbe a prisão do Congressista quando determinada por a- Desde a expedição do diploma:
sentença judicial transitada em julgado. Assim, mesmo que a - Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
Casa decida por não cassar o cargo dele, o Congressista público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
cumprirá a pena, sendo reconduzido, se houver tempo, a seu mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
cargo após a soltura. É situação esdrúxula, já que decisão quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
judicial transitada em julgado suspende os direitos políticos. - Aceitar ou EXERCER cargo, função ou emprego
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum,
As imunidades dos Congressistas subsistirão durante o nas entidades constantes da alínea anterior;
estado de sítio, somente podendo ser suspensas mediante o
voto de 2/3 dos membros da Casa respectiva. b- Desde a posse:
Porém, impossível suspender as imunidades - Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
relativamente aos atos praticados dentro dos recintos do que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica
Congresso. de direito público, ou nela exercer função remunerada;
- Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad
Art. 53 (...) nutum, nas entidades referidas no inciso I, "a";
(...) - Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão entidades a que se refere o inciso I, "a";
durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o - Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos eletivo.
de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que
sejam incompatíveis com a execução da medida. Perda do Mandato
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VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito
garantia da União em operações de crédito externo e interno; público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
Municípios; b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado,
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo constantes da alínea anterior;
Tribunal Federal; II - desde a posse:
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa
exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de
do término de seu mandato; direito público, ou nela exercer função remunerada;
XII - elaborar seu regimento interno; b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da entidades a que se refere o inciso I, "a";
respectiva remuneração, observados os parâmetros d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; eletivo.
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos
do art. 89, VII. Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no
Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o artigo anterior;
desempenho das administrações tributárias da União, dos II - cujo procedimento for declarado incompatível com o
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. decoro parlamentar;
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à
funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo
limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois licença ou missão por esta autorizada;
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. nesta Constituição;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada
SEÇÃO V em julgado.
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES § 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos
casos definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção
penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. de vantagens indevidas.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será
diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal,
Tribunal Federal. por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do ou de partido político representado no Congresso Nacional,
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos Constitucional nº 76, de 2013)
dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo § 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político
crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido § 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que
político nela representado e pelo voto da maioria de seus vise ou possa levar à perda do mandato, nos termos deste artigo,
membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que
ação. tratam os §§ 2º e 3º.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa
respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
seu recebimento pela Mesa Diretora. I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de
durar o mandato. Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a diplomática temporária;
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde
confiaram ou deles receberam informações. que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e por sessão legislativa.
Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra, § 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de
dependerá de prévia licença da Casa respectiva. investidura em funções previstas neste artigo ou de licença
§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão superior a cento e vinte dias.
durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o § 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á
voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para
de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que o término do mandato.
sejam incompatíveis com a execução da medida. § 3º - Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá
optar pela remuneração do mandato.
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
Direito Constitucional 32
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APOSTILAS OPÇÃO
Nos termos do artigo 57 da Constituição Federal, o período 01. (Prefeitura de Chapecó/SC - Procurador Municipal
em que os parlamentares deliberam e aprovam as normas - IOBV/2016) Em relação à organização dos Poderes da União,
legais que vão reger a República Federativa do Brasil é o mais precisamente do Poder Legislativo, assinale a alternativa
compreendido entre 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1 de que está incorreta:
agosto a 22 de dezembro. Durante o resto do ano os deputados (A) O Congresso Nacional é formado pela Câmara dos
e senadores estão de férias. Deputados e o Senado Federal.
Contudo, por causa da relevância dos cargos que ocupam, (B) Cada senador será eleito com três suplentes.
as férias, ou seja, os recessos dos parlamentares podem ser (C) Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três
interrompidos. São as hipóteses de convocação extraordinária Senadores, com mandato de oito anos.
do Congresso Nacional. (D) Autorizar referendo e convocar plebiscito é da
A convocação extraordinária é uma situação excepcional competência exclusiva do Congresso Nacional.
(que foge à normalidade), em que as deliberações das Casas
Legislativas ocorrem durante os recessos legislativos. 02. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário -
FUNCAB/2016) Sobre o Poder Legislativo, é correto afirmar
Texto Constitucional pertinente ao tema: que:
(A) a Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
SEÇÃO VI Presidente da Câmara dos Deputados, ocupados os demais
DAS REUNIÕES cargos, sucessivamente, pelos titulares de cargos equivalentes
na Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na (B) a Câmara dos Deputados é formada por representantes
Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto de entidades da federação, eleitos pelo sistema eleitoral
a 22 de dezembro. proporcional, ao passo que o Senado Federal é formado por
§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão representantes do povo, eleitos pelo sistema eleitoral
transferidas para o primeiro dia útil subsequente, quando majoritário.
recaírem em sábados, domingos ou feriados. (C) a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a do povo, eleitos segundo o princípio majoritário.
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias. (D) o Senado Federal compõe-se de representantes dos
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em majoritário.
sessão conjunta para: (E) as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão
I - inaugurar a sessão legislativa; tomadas por maioria absoluta dos votos, presente a minoria de
II - elaborar o regimento comum e regular a criação de seus membros, salvo disposição constitucional em contrário.
serviços comuns às duas Casas;
III - receber o compromisso do Presidente e do Vice- 03. (SEGEP/MA - Agente Penitenciário -
Presidente da República; FUNCAB/2016) Segundo a Constituição da República
IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar. Federativa Brasileira de 1988, a legislatura compreende o
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões período de:
preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da (A) 4 anos.
legislatura, para a posse de seus membros e eleição das (B) 5 anos.
respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a (C) 1 ano.
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente (D) 3 anos.
subsequente. (E) 2 anos.
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo
Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão 04. (TRE/PI - Técnico Judiciário – Administrativa -
exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos CESPE/2016) A respeito do Poder Legislativo, assinale a
equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. opção correta.
§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional (A) O mandato dos senadores é de quatro anos.
far-se-á: (B) O quórum de votação de proposta em cada casa do
I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação Congresso Nacional e em suas comissões é de maioria simples
de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de de votos, ao passo que o quórum de instalação das sessões é de
autorização para a decretação de estado de sítio e para o maioria absoluta de seus membros.
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- (C) Compete ao Senado autorizar, por dois terços de seus
Presidente da República; membros, a instauração de processo contra o presidente e o
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da vice-presidente da República.
Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento (D) Compete privativamente à Câmara dos Deputados
da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de processar e julgar o presidente e o vice-presidente da
urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses República em casos de crimes de responsabilidade.
deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma (E) É vedado ao Poder Legislativo exercer as funções de
das Casas do Congresso Nacional. administrar e de julgar, sob pena de violação da separação dos
§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso poderes.
Nacional somente deliberará sobre a matéria para a qual foi
convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o 05. (Prefeitura de Recife/PE - Procurador- FCC) Ao
pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. analisar o funcionamento do bicameralismo brasileiro no
§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de âmbito do processo legislativo, Manoel Gonçalves Ferreira
convocação extraordinária do Congresso Nacional, serão elas Filho apresenta a seguinte lição: “as Câmaras no processo
automaticamente incluídas na pauta da convocação. legislativo brasileiro não estão em pé de igualdade” (cf. Curso
de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 39. ed., 2013).
Alude, assim, o autor ao caráter assimétrico, imperfeito ou
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APOSTILAS OPÇÃO
desigual que informa a atuação das Casas do Congresso – República: o regime político é comando por uma pessoa
Nacional nos processos de que é eleita pelo povo. Principais características, a eletividade,
(A) apreciação dos vetos presidenciais e de elaboração das a temporariedade e a responsabilidade do Chefe de Estado.
leis ordinárias e complementares.
(B) conversão de medida provisória em lei e de elaboração Atenção! não podemos confundir forma de governo com
das leis ordinárias e complementares. forma de Estado.
(C) revisão constitucional e de elaboração das leis Por forma de Estado entende-se a unidade dos
ordinárias e complementares. ordenamentos estatais; a sociedade de Estados (o Estado
(D) conversão de medida provisória em lei e de elaboração Federal, a Confederação, etc) e o Estado simples ou Estado
das emendas constitucionais. unitário.
(E) elaboração das emendas constitucionais e de
aprovação de tratados e convenções internacionais sobre Já sistema de governo é o modo pelo qual os poderes se
direitos humanos com estatura equivalente às emendas relacionam, especialmente o executivo e o legislativo. O
constitucionais. sistema de governo variará de acordo com o grau de separação
dos poderes, indo desde a separação estrita entre os poderes
Respostas legislativo e executivo (presidencialismo), de que é exemplo
01. B / 02. D / 03. A / 04. B / 05. B. o sistema de governo dos Estados Unidos, onde o chefe de
governo também é chefe de Estado; até a dependência
completa do governo junto ao legislativo (parlamentarismo),
onde o chefe de governo e o chefe de Estado não se confundem,
5.2. Poder Executivo. 5.2.2. caso do sistema de governo do Reino Unido.
Atribuições do Presidente
da República e dos ministros Em resumo, o sistema de governo se divide em:
- parlamentarismo: o poder legislativo sustenta a política
de Estado. para o poder executivo. Sendo assim, o poder executivo
necessita do poder do parlamento para ser constituído e
também para governar. No parlamentarismo, o poder
PODER EXECUTIVO executivo é, na maioria das vezes, exercido por um primeiro-
ministro (chanceler).
1- Introdução. - presidencialismo: o presidente é o Chefe de Estado e de
Regulado pela Constituição Federal em seus artigos 76 a Governo. Este presidente é o responsável pela escolha dos
91, o Poder Executivo tem a função de administrar e ministros que o auxiliam no governo. No presidencialismo o
implementar políticas públicas em diversas de atuação do presidente exerce o poder executivo, enquanto os outros dois
Estado. poderes, legislativo e judiciário, possuem autonomia.
No âmbito federal é exercido pelo Presidente da República, No sistema de governo, as doutrinas trazem ainda o
eleito por sufrágio popular e direto, em eleição de dois turnos, semipresidencialismo, que nada mais é do que um sistema
e substituído em seus impedimentos pelo Vice-Presidente. de governo no qual o chefe de governo (geralmente com o
Colaboram com o chefe do executivo os Ministros de Estado, título de primeiro-ministro) e o chefe de Estado (geralmente
por ele nomeados. com o título de presidente) compartilham em alguma medida
o poder executivo, participando, ambos, do cotidiano da
O Presidente acumula as funções de Chefe de Estado administração pública de um Estado.
(representação externa e interna do Estado) e Chefe de
Governo (liderança política e administrativa dos órgãos do Sistema diretorial
Estado). É eleito com mandato fixo, não dependendo de Também denominado república diretorial é um sistema de
maioria política no Congresso Nacional para investir-se no governo em que várias pessoas exercem, em conjunto, o cargo
cargo ou nele permanecer. de chefe de governo e/ou chefe de Estado. Este sistema de
governo contrasta com o Parlamentarismo e o
No plano estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Presidencialismo.
Governador, substituído em seus impedimentos pelo Vice-
Governador, e auxiliado pelos Secretários de Estado. No Brasil, temos a seguinte estrutura:
Enquanto que no plano municipal, é exercido pelo Prefeito, - Regime de Governo: Democracia
substituído em seus impedimentos pelo Vice-Prefeito e - Forma de Estado: Federação
auxiliado pelos Secretários Municipais. A sede de cada - Forma de Governo: República
município toma seu nome e tem oficialmente a categoria de - Sistema de Governo: Presidencialismo
cidade.
3- O Poder Executivo no Brasil.
2- Formas e Sistemas de Governo. O Presidente.
O Brasil adota o presidencialismo desde a Constituição de
Vamos começar conceituando formas de governo, é 1.891.
conjunto de instituições políticas por meio das quais um Estado O Poder Executivo Federal é exercido pelo Presidente da
se organiza a fim de exercer o seu poder sobre a sociedade. República, auxiliado pelos Ministros de Estado. A estrutura do
Poder Executivo a nível federal, além da Presidência da
As formas de governo mais vistas são a república e a República e dos ministérios, compreende os gabinetes, Pessoal
monarquia. e de Segurança Institucional, a Casa Civil e vários órgãos de
assessoramento.
– Monarquia: o regime político é comandado por um
monarca. Suas principais características são: a São requisitos para a candidatura ao cargo de Presidente e
hereditariedade, a vitaliciedade e a irresponsabilidade. Vice:
• Ser brasileiro nato;
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• Idade mínima 35 anos; (art. 14, § 2º, CF). Não existe idade implícitos, dentro da órbita por ele circunscrita, isto é, às
máxima para o exercício de cargo eletivo. diretrizes por ela determinada.
• Filiação partidária. V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
• Plenitude do exercício dos direitos políticos. Não incorrer VI - dispor, mediante decreto, sobre: (trata-se, aqui, de
em nenhuma causa de suspensão ou perda dos direitos decreto autônomo, com força de lei. Atribuição delegável).
políticos (art. 15, CF). a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
Se antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, extinção de órgãos públicos;
desistência ou impedimento legal de candidato a Presidente, b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
será convocado o terceiro colocado nas eleições. Se essas VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar
situações recaírem sobre o Vice, outro deve ser escolhido. seus representantes diplomáticos;
Porém, se a morte ou desistência ocorrer após a eleição, mas VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
antes da diplomação, considerar-se-á eleito o vice-presidente. sujeitos a referendo do Congresso Nacional; o referendo se dá
A posse de Presidente e Vice deverá ocorrer no dia 1º de por decreto legislativo
janeiro do ano subsequente às eleições, em sessão conjunta do IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; o
Congresso Nacional. Se após decorridos 10 dias da data fixada Estado de sítio somente é decretado após autorização do
para a posse, um dos dois candidatos não tiver assumido, o Congresso Nacional por Decreto Legislativo
cargo será considerado automaticamente vago, salvo motivo X - decretar e executar a intervenção federal;
de força maior. XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa,
Linha sucessória do Presidente da República: expondo a situação do País e solicitando as providências que
Sucedem o Presidente da República: julgar necessárias;
• Vice-presidente; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se
• Presidente da Câmara; necessário, dos órgãos instituídos em lei; Atribuição
• Presidente do Senado; delegável.
• Presidente do STF. XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas,
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da
O Vice-Presidente da República. Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los
Eleito como companheiro de chapa do presidente, cabe ao para os cargos que lhes são privativos;
Vice-Presidente da República substituir o titular nos seus XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
impedimentos ou suceder-lhe na vacância do cargo. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais
requisitos para o cargo são os mesmos do cargo de presidente. Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-
Geral da República, o presidente e os diretores do banco
O Presidente da República e seu vice só poderão ausentar- central e outros servidores, quando determinado em lei;
se do País com licença do Congresso, sob pena de perda do aprovação mediante resolução
cargo, salvo se a ausência não for superior a 15 dias. XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros
do Tribunal de Contas da União;
O Presidente e o Vice Presidente são eleitos pelo sistema XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta
eleitoral majoritário de dois turnos. Será considerado eleito o Constituição, e o Advogado-Geral da União;
candidato que obtiver a maioria dos votos válidos. Entretanto, XVII - nomear membros do Conselho da República, nos
se no primeiro turno essa maioria não for alcançada, termos do art. 89, VII;
necessariamente deverá haver um segundo turno. XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o
Votos válidos são os votos que não são em branco ou nulos Conselho de Defesa Nacional;
(art. 77, § § 2º e 3º). XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
O Presidente é eleito simultaneamente ao Vice, por meio autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele,
de sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, em eleição quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
realizada no primeiro e no último domingo de outubro do ano mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a
eletivo, para o primeiro e segundo turno, respectivamente. mobilização nacional;
O mandato do Presidente da República é de quatro anos e XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do
terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua Congresso Nacional; autorização ou referendo feito por
eleição. decreto legislativo
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
Compete privativamente ao Presidente da República: XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar,
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a nele permaneçam temporariamente;
direção superior da administração federal; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
previstos nesta Constituição; orçamento previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as
Sobre os decretos regulamentares, tem-se: contas referentes ao exercício anterior;
A diferença entre lei e regulamento, no Direito brasileiro, XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este. A forma da lei; Atribuição delegável somente quanto ao
distinção substancial reside no fato de que a lei pode inovar provimento.
originariamente no ordenamento jurídico, enquanto o XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
regulamento não o altera, mas tão-somente fixa as regras termos do art. 62;
orgânicas e processuais destinadas a colocar em execução os XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
princípios institucionais estabelecidos por lei, ou para Constituição.
desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar
as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira
Direito Constitucional 35
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parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Nos crimes de responsabilidade conexos com os do
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os Presidente da República, serão processados pelo Senado
limites traçados nas respectivas delegações. Federal (CF, art. 52, I).
Todas essas atribuições, ressalvadas as que ficaram Os mandados de segurança e os habeas data impetrados
consignadas, são indelegáveis. Além disso, elas não são contra atos de Ministro de Estado serão julgados pelo STJ (CF,
exaustivas, apenas exemplificativas. art. 105, b). Também os habeas corpus nos quais Ministro de
Todas as atribuições privativas são extensíveis, no que Estado for apontado como autoridade coatora serão julgados
couber, e por força do federalismo e do princípio da simetria, pelo STJ (CF, art. 105, I, c).
aos demais Chefes dos Poderes Executivos de outros entes Porém, se o MS for impetrado em face de órgão colegiado
federados. presidido por Ministro de Estado, a competência não será do
STJ, e sim do juízo competente para julgar demandas em face
Responsabilidade do Presidente da República de tal órgão.
O Presidente está suscetível ao cometimento dos
chamados crimes de responsabilidade, que nada mais são que Veja os dispositivos constitucionais acerca do tema:
infrações político-administrativas cujas sanções consistem na
perda da investidura dos cargos ocupados pelo agente e sua CAPÍTULO II
inabilitação para o exercício de funções públicas por um DO PODER EXECUTIVO
período de oito anos – é o chamado impeachment. Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Os atos de responsabilidade do Presidente da República
estão elencados no art. 85 da Constituição Federal. Veja quais Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
são: República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da
do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo
da Federação; de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro,
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do
IV - a segurança interna do País; mandato presidencial vigente.
V - a probidade na administração; § 1º - A eleição do Presidente da República importará a do
VI - a lei orçamentária; Vice-Presidente com ele registrado.
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. § 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que,
Esses crimes serão definidos em lei especial, que registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de
estabelecerá as normas de processo e julgamento. votos, não computados os em branco e os nulos.
Qualquer cidadão é parte legítima para apresentar a § 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
acusação por crime de responsabilidade perante a Câmara dos primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a
Deputados. Com a admissão da acusação por 2/3 dos membros proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais
daquela casa, será o Presidente submetido a julgamento votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria
perante Senado. dos votos válidos.
Em caso de acusação pelas infrações penais comuns, cabe § 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
ao Procurador-Geral da República sua iniciativa, havendo juízo desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á,
de admissibilidade pela Câmara dos Deputados, caso em que, dentre os remanescentes, o de maior votação.
sendo admitida por 2/3 dos membros, o Presidente será § 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação,
qualificar-se-á o mais idoso.
Os Ministros de Estado.
São considerados auxiliares do Presidente da República na Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República
direção superior da Administração Federal. Os Ministros são tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o
de livre nomeação pelo Presidente da República, podendo ser compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
por ele exonerados a qualquer tempo, sendo desnecessária a observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro,
sabatina do Senado Federal, salvo para o presidente do sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
BACEN, que é equiparado. Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
Poderão ser Ministros quaisquer brasileiros, natos ou a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força
naturalizados, maior de 21 anos e no pleno exercício de seus maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
direitos políticos; porém, somente poderá ser ministro da
defesa brasileiro nato. Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e
São atribuições do Ministro de Estado, além de outras que suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.
lhe sejam delegadas pelo Presidente da República, exercer a Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de
orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
da Administração Federal na área de sua competência e complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele
referendar atos e decretos assinados pelo Presidente da convocado para missões especiais.
República, expedir instruções para execução de leis, decretos
e regulamentos (CF, art. 87, parágrafo único). Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
Como visto anteriormente, os Ministros poderão até Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão
mesmo editar decretos autônomos, caso lhes seja delegada sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
essa prerrogativa pelo Presidente. Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o
Os Ministros de Estado serão processados e julgados, nas do Supremo Tribunal Federal.
infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade, pelo STF (CF, art. 102,1, c). Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente
da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a
última vaga.
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§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
da lei. permaneçam temporariamente;
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o
período de seus antecessores. projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição;
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro
anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
sua eleição. referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não forma da lei;
poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos
País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do termos do art. 62;
cargo. XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta
Constituição.
Seção II Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar
Das Atribuições do Presidente da República as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os
República: limites traçados nas respectivas delegações.
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção Seção III
superior da administração federal; Da Responsabilidade do Presidente da República
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição; Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como da República que atentem contra a Constituição Federal e,
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; especialmente, contra:
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; I - a existência da União;
VI – dispor, mediante decreto, sobre: II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário,
a) organização e funcionamento da administração federal, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou da Federação;
extinção de órgãos públicos; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; IV - a segurança interna do País;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar V - a probidade na administração;
seus representantes diplomáticos; VI - a lei orçamentária;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele
a situação do País e solicitando as providências que julgar submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,
necessárias; nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se crimes de responsabilidade.
necessário, dos órgãos instituídos em lei; § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
os cargos que lhes são privativos; processo pelo Senado Federal.
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
da República, o presidente e os diretores do banco central e processo.
outros servidores, quando determinado em lei; § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito
Tribunal de Contas da União; a prisão.
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
Constituição, e o Advogado-Geral da União; não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos de suas funções.
termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Seção IV
Conselho de Defesa Nacional; DOS MINISTROS DE ESTADO
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira,
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a políticos.
mobilização nacional; Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
Congresso Nacional;
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c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em previstas neste artigo, caberá à escolha ao Supremo Tribunal
face desta Constituição. Federal.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) As demais atribuições do CNJ estão elencadas no §4º do art.
§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito 103-B da CF:
fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe,
17/03/93) além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de Constitucional nº 45, de 2004)
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, recomendar providências; (Incluído pela Emenda
estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Constitucional nº 45, de 2004) II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem
manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou
4.2- O Conselho Nacional de Justiça – CNJ. órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
Foi criado com a EC 45/04. auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
É órgão de natureza administrativa em exercício de e de registro que atuem por delegação do poder público ou
qualquer atribuição jurisdicional, com a competência de oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
realizar o controle da atuação administrativa e financeira do correicional dos tribunais, podendo avocar processos
Poder Judiciário e de zelar pelo cumprimento dos deveres disciplinares em curso e determinar a remoção, a
funcionais dos juízes. disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
Atenção! O CNJ realiza o controle externo sobre o Poder proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
Judiciário. administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
É composto por 15 membros com mandato de 02 anos, IV representar ao Ministério Público, no caso de crime
admitida 01 recondução, sendo: contra a administração pública ou de abuso de autoridade;
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
pelo respectivo tribunal; disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
indicado pelo respectivo tribunal; de 2004)
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
pelo Supremo Tribunal Federal; processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela
Federal; Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo VII elaborar relatório anual, propondo as providências que
Superior Tribunal de Justiça; julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do
Justiça; Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
pelo Tribunal Superior do Trabalho; legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior 2004)
do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
pelo Procurador-Geral da República; função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da
XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além
pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da
indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; Magistratura, as seguintes:
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da I- receber as reclamações e denúncias, de qualquer
Ordem dos Advogados do Brasil; interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação judiciários;
ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo II- exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e
Senado Federal. de correição geral;
III- requisitar e designar magistrados, delegando-lhes
A presidência do CNJ é feita pelo Presidente do Supremo atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais,
Tribunal Federal, e no caso de ausência ou impedimento será inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios.
feita pelo Vice-Presidente do STF. Os demais membros do Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da
Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Advogados do Brasil. A União, inclusive no Distrito Federal e
Senado Federal. Não efetuadas, no prazo legal, as indicações nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
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receber reclamações e denúncias de qualquer interessado Compõe-se de, no mínimo, 33 ministros. Seus ministros
contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serão nomeados pelo Presidente da República, dentre
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos de
Nacional de Justiça. idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
4.3- O Conselho Nacional do Ministério Público – Federal.
CNMP. A composição do STJ deve observar a seguinte proporção:
Inserido no texto constitucional com a EC 45/04 é um 1/3 dos ministros do STJ são escolhidos dentre os
órgão de controle interno da instituição, com atuação em todo desembargadores federais.
território nacional. Sua sede é em Brasília. 1/3 são escolhidos dentro dos desembargadores
É composto por 14 membros, nomeados pelo Presidente estaduais.
da República depois de aprovada a escolha pela maioria 1/3 são escolhidos entre advogados e membros do
absoluta do Senado Federal, sendo 4 membros do Ministério Ministério Público Federal e Estadual.
Público da União, assegurada a representação de cada uma de
suas carreiras; 3 membros do Ministério Público dos Estados; A competência do STJ está disposta no art. 105, CF:
2 juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
pelo Superior Tribunal de Justiça; 2 advogados, indicados pelo I - processar e julgar, originariamente:
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e 2 a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do
cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do
Federal. Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
O mandato desses membros tem duração de 02 anos, Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
permitida uma recondução. membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios
O Procurador-Geral da República é o Presidente do e os do Ministério Público da União que oficiem perante
Conselho e seu membro nato. tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
As atribuições do CNMP estão elencadas no §2º do art. 130- Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e
A da CF: da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
controle da atuação administrativa e financeira do Ministério c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for
Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o
membros, cabendo lhe: coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
Ministério Público, podendo expedir atos regulamentares, no ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais,
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal
praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar diversos;
prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais julgados;
de Contas; f) a reclamação para a preservação de sua competência e
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou garantia da autoridade de suas decisões;
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive g) os conflitos de atribuições entre autoridades
contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
administrativas, assegurada ampla defesa; autoridade federal, da administração direta ou indireta,
IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
Estados julgados há menos de um ano; Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
V elaborar relatório anual, propondo as providências que i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda
e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem Constitucional nº 45, de 2004)
prevista no art. 84, XI. II - julgar, em recurso ordinário:
a) os habeas corpus decididos em única ou última instância
Atenção! O CNMP não tem a função de fiscalizar os pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
Ministérios Públicos que atuam juntamente aos Tribunais de Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for
Contas, pois não integram a organização estrutura do art. 128, denegatória;
CF. b) os mandados de segurança decididos em única instância
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
4.4- O Superior Tribunal de Justiça – STJ. Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a
É órgão de convergência e superposição do Poder decisão;
Judiciário, e assim como o Supremo Tribunal Federal também c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
julga questões constitucionais. Tem sede na Capital Federal e organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou
atribuição em todo território nacional. pessoa residente ou domiciliada no País;
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III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em Já os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) são
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou compostos por no mínimo 07 juízes. Na escolha desses juízes
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, também se observa o quinto constitucional.
quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; A respeito da competência da Justiça do Trabalho, o
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de Supremo editou as Súmulas Vinculantes nº 22 e nº 23:
lei federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de Súmula Vinculante nº 22: “a Justiça do Trabalho é
2004) competente para processar e julgar as ações de indenização por
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de
atribuído outro tribunal. trabalho propostas por empregado contra empregador,
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito
Justiça: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de em primeiro grau quando da promulgação da Emenda
2004) Constitucional nº 45/04”;
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar Súmula Vinculante nº 23: “A Justiça do Trabalho é
os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; competente para processar e julgar ação possessória ajuizada
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) em decorrência do exercício do direito de greve pelos
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na trabalhadores da iniciativa privada”.
forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central 4.7- Os tribunais e juízes eleitorais.
do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão A competência e a organização da Justiça Eleitoral serão
caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, estabelecidas por lei complementar. Sua finalidade é cuidar da
de 2004) lisura de todo o processo eleitoral. Do texto constitucional
resultam algumas atribuições, como as relativas ao
4.5- Os Tribunais Regionais Federais e os juízes alistamento de mandato eletivo e à expedição e anulação de
federais. diploma (arts. 14, 17 e 121 da CF). As competências estão
Os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais são estabelecidas no Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65).
órgãos da justiça federal. No Brasil não temos um quadro próprio de juízes eleitoral,
Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no assim cabe à justiça estadual, federal e Tribunais Superiores
mínimo, 07 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva emprestar seus membros para compor a Justiça Eleitoral.
região e nomeados pelo Presidente da República dentre Aqueles que exercem cargo de juiz eleitoral, o exercem
brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65 anos de pelo período de 02 anos, permitindo uma única recondução
idade, sendo: 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de por igual prazo.
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público
Federal com mais de 10 anos de carreira; os demais, mediante 4.8- Os tribunais e juízes militares.
promoção de juízes federais com mais de 05 anos de exercício, A Constituição Federal estabelece a possibilidade de ser
por antiguidade e merecimento, alternadamente. criada mediante lei estadual proposta pelo Tribunal de Justiça,
uma justiça Militar Estadual para julgar os crimes militares
Atenção! Serão processadas e julgadas na justiça estadual, cometidos por policiais militares e ações judiciais contra atos
no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas disciplinares militares, ressalvada a competência do Tribunal
em que forem parte instituição de previdência social e do Júri para os crimes dolosos contra a vida quando a vítima
segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo for civil.
federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que Crimes militares são os tipificados no Código Penal Militar.
outras causas sejam também processadas e julgadas pela Militares e civis podem ser julgados pela prática de infrações
justiça estadual. Nesse caso, contudo, o recurso cabível será previstas na legislação penal de competência da Justiça Militar
sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição da União, pois esta não estabelece qualquer restrição, ao
do juiz de primeiro grau. contrário do que ocorre em relação à Justiça Militar dos
Estados, que julga somente policiais militares (art. 125, §4º da
4.6- Os tribunais e juízes do Trabalho. CF).
A Justiça do Trabalho tem competência para julgar todas as
ações envolvendo as relações de trabalho, abrangidos todos 4.9- Os tribunais e juízes dos Estados.
entes de direito público externo e da administração pública Os Estados organizarão sua Justiça, observados os
direta e indireta de todas as entidades federativas. Ações que princípios estabelecidos nesta Constituição. A competência
envolvam o exercício do direito de greve; ações sobre dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a
representação sindical; ações de indenização por dano moral lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de
ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho, bem como Justiça. Cabe aos Estados a instituição de representação de
outras controvérsias decorrentes da mesma relação, sã inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou
julgadas pelas Varas do Trabalho, com a jurisdição exercida municipais em face da Constituição Estadual, vedada a
por um juiz do trabalho, com a possibilidade de recurso para atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
as instâncias superiores. A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal
de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) é composto por no grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em
mínimo 27 ministros, que serão escolhidos pelo Presidente segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por
da República, após indicados e aprovados pelo Senado Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar
Federal por maioria absoluta de votos. Dos 27 ministros, seja superior a vinte mil integrantes.
1/5 são escolhidos pelo quinto constitucional. Os demais Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os
ministros são juízes de carreira oriundos dos Tribunais militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e
Regionais do Trabalho. as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil,
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7BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do 8 José de Albuquerque Rocha apud Marcus Vinícius Amorim de Oliveira.
Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
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podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou
cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e função, salvo uma de magistério;
cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto participação em processo;
nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; III - dedicar-se à atividade político-partidária.
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
dependentes observarão o disposto no art. 40; contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
autorização do tribunal; V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo
magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por por aposentadoria ou exoneração.
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; Art. 96. Compete privativamente:
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de I - aos tribunais:
comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos
disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II; internos, com observância das normas de processo e das
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário garantias processuais das partes, dispondo sobre a
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em jurisdicionais e administrativos;
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse atividade correicional respectiva;
público à informação; c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos
X as decisões administrativas dos tribunais serão de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas d) propor a criação de novas varas judiciárias;
pelo voto da maioria absoluta de seus membros; e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o confiança assim definidos em lei;
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se membros e aos juízes e servidores que lhes forem
metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição imediatamente vinculados;
pelo tribunal pleno; II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, respectivo, observado o disposto no art. 169:
funcionando, nos dias em que não houver expediente forense a) a alteração do número de membros dos tribunais
normal, juízes em plantão permanente; inferiores;
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos
proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,
população; bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes,
XIV os servidores receberão delegação para a prática de inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
atos de administração e atos de mero expediente sem caráter c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
decisório; d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
graus de jurisdição. Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do
Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório membros ou dos membros do respectivo órgão especial
saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou
efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla ato normativo do Poder Público.
pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos Estados criarão:
vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou
para nomeação. togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento
e a execução de causas cíveis de menor complexidade e
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses
após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver turmas de juízes de primeiro grau;
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos
em julgado; eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
na forma do art. 93, VIII; casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições
arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
Parágrafo único. Aos juízes é vedado: previstas na legislação.
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§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de
especiais no âmbito da Justiça Federal. previdência social. (Teto INSS em 2017 – R$ 5.531,31)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus
específicas da Justiça. débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,
administrativa e financeira. quando terão seus valores atualizados monetariamente.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento
tribunais interessados, compete: do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da
dos respectivos tribunais; quantia respectiva.
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação
aprovação dos respectivos tribunais. regular de precatórios incorrerá em crime de
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo Nacional de Justiça.
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento,
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária repartição ou quebra do valor da execução para fins de
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste
forma do § 1º deste artigo. artigo.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo § 9º No momento da expedição dos precatórios,
forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados independentemente de regulamentação, deles deverá ser
na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes abatido, a título de compensação, valor correspondente aos
necessários para fins de consolidação da proposta débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e
orçamentária anual. constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos,
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de de contestação administrativa ou judicial.
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30
(trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento,
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas informação sobre os débitos que preencham as condições
Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em
créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais ente federado.
abertos para este fim. § 12. A partir da promulgação desta Emenda
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após
aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente
pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação
responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a
todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § incidência de juros compensatórios.
2º deste artigo. § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, créditos em precatórios a terceiros, independentemente da
originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou disposto nos §§ 2º e 3º.
pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos
pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao
valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do tribunal de origem e à entidade devedora.
disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei
essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer
cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada regime especial para pagamento de crédito de precatórios de
pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de
expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de liquidação.
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados,
judicial transitada em julgado. Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente.”
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
por leis próprias, valores distintos às entidades de direito aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de
público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento
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de precatórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República,
Emenda Constitucional nº 94, de 2016) o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus
§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, c) nas infrações penais comuns e nos crimes de
patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da
serviços, de transferências correntes e outras receitas Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto
correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do
Constituição Federal, verificado no período compreendido Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática
pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e de caráter permanente;
os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas
deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o
2016) "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das
I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do
Federal e aos Municípios por determinação constitucional; Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo
determinação constitucional; (Incluído pela Emenda internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Constitucional nº 94, de 2016) Território;
III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a
Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as
sistema de previdência e assistência social e as receitas respectivas entidades da administração indireta;
provenientes da compensação financeira referida no § 9º do g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior
Constitucional nº 94, de 2016) ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou
§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
condenações judiciais em precatórios e obrigações de pequeno jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime
valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
comprometimento percentual da receita corrente líquida nos j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que l) a reclamação para a preservação de sua competência e
exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos garantia da autoridade de suas decisões;
limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do m) a execução de sentença nas causas de sua competência
art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites originária, facultada a delegação de atribuições para a prática
de endividamento previstos, não se aplicando a esse de atos processuais;
financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da
Emenda Constitucional nº 94, de 2016) metade dos membros do tribunal de origem estejam
§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
(quinze por cento) do montante dos precatórios apresentados o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal
nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores,
valor deste precatório serão pagos até o final do exercício ou entre estes e qualquer outro tribunal;
seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de
subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção inconstitucionalidade;
monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima regulamentadora for atribuição do Presidente da República,
de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do
judicial e que sejam observados os requisitos definidos na Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,
regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
Emenda Constitucional nº 94, de 2016) r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra
o Conselho Nacional do Ministério Público;
SEÇÃO II II - julgar, em recurso ordinário:
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-
data" e o mandado de injunção decididos em única instância
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e b) o crime político;
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
saber jurídico e reputação ilibada. decididas em única ou última instância, quando a decisão
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal recorrida:
Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois a) contrariar dispositivo desta Constituição;
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei
Federal. federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, face desta Constituição.
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
I - processar e julgar, originariamente: § 1.º A arguição de descumprimento de preceito
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de
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constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas pelo respectivo tribunal;
esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho,
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) indicado pelo respectivo tribunal;
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado
demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal;
discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo Federal;
pela manifestação de dois terços de seus membros. VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo
Superior Tribunal de Justiça;
Art. 103. Podem propor a ação direta de VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de
inconstitucionalidade e a ação declaratória de Justiça;
constitucionalidade: VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado
I - o Presidente da República; pelo Tribunal Superior do Trabalho;
II - a Mesa do Senado Federal; IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior
III - a Mesa da Câmara dos Deputados; do Trabalho;
IV - a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara X - um membro do Ministério Público da União, indicado
Legislativa do Distrito Federal; pelo Procurador-Geral da República;
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido
VI - o Procurador-Geral da República; pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
Brasil; XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
VIII - partido político com representação no Congresso Ordem dos Advogados do Brasil;
Nacional; XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo
nacional. Senado Federal.
§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do
previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
todos os processos de competência do Supremo Tribunal impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal
Federal. Federal.
§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados
medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha
ciência ao Poder competente para a adoção das providências pela maioria absoluta do Senado Federal.
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
fazê-lo em trinta dias. neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.
§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe,
que defenderá o ato ou texto impugnado. além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura:
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo
ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir
membros, após reiteradas decisões sobre matéria atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação recomendar providências;
na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se
estabelecida em lei. adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da
e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja União;
controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a III - receber e conhecer das reclamações contra membros
administração pública que acarrete grave insegurança jurídica ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços
e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a notariais e de registro que atuem por delegação do poder
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser público ou oficializados, sem prejuízo da competência
provocada por aqueles que podem propor a ação direta de disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
inconstitucionalidade. processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras
caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime
cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra contra a administração pública ou de abuso de autoridade;
seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos
caso. disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há
menos de um ano;
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre
15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação,
1 (uma) recondução, sendo: nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
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VII - elaborar relatório anual, propondo as providências e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus
que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no julgados;
País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar f) a reclamação para a preservação de sua competência e
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser garantia da autoridade de suas decisões;
remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da g) os conflitos de atribuições entre autoridades
sessão legislativa. administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
Magistratura, as seguintes: autoridade federal, da administração direta ou indireta,
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
interessado, relativas aos magistrados e aos serviços Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
judiciários; Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão
correição geral; de exequatur às cartas rogatórias;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes II - julgar, em recurso ordinário:
atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última
inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos quando a decisão for denegatória;
Advogados do Brasil. b) os mandados de segurança decididos em única instância
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos
criará ouvidorias de justiça, competentes para receber Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra a decisão;
membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou
serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou
Nacional de Justiça. pessoa residente ou domiciliada no País;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
SEÇÃO III única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e
Territórios, quando a decisão recorrida:
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
mínimo, trinta e três Ministros. b) julgar válido ato de governo local contestado em face de
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de lei federal;
Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e atribuído outro tribunal.
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado de Justiça:
Federal, sendo: I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,
e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; carreira;
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na
membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da
Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
art. 94. central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: terão caráter vinculante.
I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do SEÇÃO IV
Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do FEDERAIS
Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os I - os Tribunais Regionais Federais;
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos II - os Juízes Federais.
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem
perante tribunais; Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de,
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na
de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do respectiva região e nomeados pelo Presidente da República
Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for cinco anos, sendo:
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, Federal com mais de dez anos de carreira;
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; II - os demais, mediante promoção de juízes federais com
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e
ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre merecimento, alternadamente.
tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados
a tribunais diversos;
Direito Constitucional 48
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§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos XI - a disputa sobre direitos indígenas.
Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e § 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas
sede. na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça § 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser
itinerante, com a realização de audiências e demais funções da aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito
comunitários. Federal.
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no
descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em
de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em que forem parte instituição de previdência social e segurado,
todas as fases do processo. sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal,
e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: causas sejam também processadas e julgadas pela justiça
I - processar e julgar, originariamente: estadual.
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os § 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível
da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de
e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da jurisdição do juiz de primeiro grau.
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos,
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados o Procurador-Geral da República, com a finalidade de
seus ou dos juízes federais da região; assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil
do próprio Tribunal ou de juiz federal; seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente
juiz federal; de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
e) os conflitos de competência entre juízes federais
vinculados ao Tribunal; Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva
juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
competência federal da área de sua jurisdição. Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: justiça local, na forma da lei.
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou
empresa pública federal forem interessadas na condição de SEÇÃO V
autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as (REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à 92, DE 2016)
Justiça do Trabalho; DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, DOS
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO E DOS JUÍZES DO
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente TRABALHO
no País;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:
com Estado estrangeiro ou organismo internacional; I - o Tribunal Superior do Trabalho;
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas III - Juízes do Trabalho.
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as §§ 1º a 3º (Revogados)
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e
da Justiça Eleitoral; Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á
V - os crimes previstos em tratado ou convenção de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com
internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos,
tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo
reciprocamente; Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda
o § 5º deste artigo; Constitucional nº 92, de 2016)
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público
econômico-financeira; do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício,
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua observado o disposto no art. 94;
competência ou quando o constrangimento provier de II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo
jurisdição; próprio Tribunal Superior.
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra § 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal
ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência Superior do Trabalho.
dos tribunais federais; § 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
ressalvada a competência da Justiça Militar; Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções,
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", carreira;
e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa,
naturalização; orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho
Direito Constitucional 49
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APOSTILAS OPÇÃO
de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão
cujas decisões terão efeito vinculante. funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras
§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado
e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de à justiça em todas as fases do processo.
sua competência e garantia da autoridade de suas decisões.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016) Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida
por um juiz singular.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, Parágrafo único. (Revogado)
nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos
juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Art. 117. (Revogado).
Regional do Trabalho.
SEÇÃO VI
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos
órgãos da Justiça do Trabalho. Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I - o Tribunal Superior Eleitoral;
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: II - os Tribunais Regionais Eleitorais;
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os III - os Juízes Eleitorais;
entes de direito público externo e da administração pública IV - as Juntas Eleitorais.
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios; Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no
II as ações que envolvam exercício do direito de greve; mínimo, de sete membros, escolhidos:
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, I - mediante eleição, pelo voto secreto:
entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal
empregadores; Federal;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de
data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua Justiça;
jurisdição; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade
trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu
decorrentes da relação de trabalho; Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do
VII as ações relativas às penalidades administrativas Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das Ministros do Superior Tribunal de Justiça.
relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital
previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, de cada Estado e no Distrito Federal.
decorrentes das sentenças que proferir; § 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
IX outras controvérsias decorrentes da relação de I - mediante eleição, pelo voto secreto:
trabalho, na forma da lei. a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão de Justiça;
eleger árbitros. b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação Tribunal de Justiça;
coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na
acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de
podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal
as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem Regional Federal respectivo;
como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério § 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, e o Vice-Presidente- dentre os desembargadores.
competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas
de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na eleitorais.
respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República § 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os
dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e integrantes das juntas eleitorais, no exercício de suas funções,
cinco anos, sendo: e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de inamovíveis.
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público § 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo
do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por
observado o disposto no art. 94; mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos
II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em
antiguidade e merecimento, alternadamente. número igual para cada categoria.
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a § 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior
justiça itinerante, com a realização de audiências e demais Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as
funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e § 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais
comunitários. somente caberá recurso quando:
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I - forem proferidas contra disposição expressa desta § 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar
Constituição ou de lei; descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em
ou mais tribunais eleitorais; todas as fases do processo.
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de § 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com
diplomas nas eleições federais ou estaduais; a realização de audiências e demais funções da atividade
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
mandatos eletivos federais ou estaduais; servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança,
"habeas-data" ou mandado de injunção. Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de
Justiça proporá a criação de varas especializadas, com
SEÇÃO VII competência exclusiva para questões agrárias.
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente
prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar: litígio.
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. Questões
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de 01. (AL-MS - Assistente Social – FCC/2016) Bernardo é
quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da ministro do Supremo Tribunal Federal; Fátima é ministra do
República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Tribunal Superior do Trabalho e Cícero é membro do Conselho
Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, Nacional de Justiça. É correto afirmar que
quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre (A) Bernardo e Fátima trabalham em órgãos do Poder
oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto Judiciário e Cícero em órgão do Poder Legislativo.
mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. (B) Bernardo, Fátima e Cícero trabalham em órgãos do
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Poder Judiciário.
Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e (C) Fátima e Bernardo trabalham em órgãos do Poder
cinco anos, sendo: Judiciário e Cícero em órgão do Poder Executivo.
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e (D) Bernardo trabalha em órgão do Poder Judiciário e
conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade Fátima e Cícero em órgãos do Poder Executivo.
profissional; (E) Bernardo trabalha em órgão do Poder Executivo e
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e Fátima e Cícero em órgãos do Poder Legislativo.
membros do Ministério Público da Justiça Militar.
02. (EBSERH - Advogado (CH-UFPA) – INSTITUO
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os AOCP/2016) Acerca da organização do Poder Judiciário,
crimes militares definidos em lei. assinale a alternativa correta.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o (A) Compete privativamente aos Tribunais propor a
funcionamento e a competência da Justiça Militar. criação de novas varas judiciárias.
(B) Ao poder judiciário, é assegurada apenas autonomia
SEÇÃO VIII administrativa.
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS (C) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou
tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 2 (dois) anos
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os do afastamento do cargo, aposentadoria ou exoneração.
princípios estabelecidos nesta Constituição. (D) O Conselho Nacional de Justiça compõem-se de 10
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na (dez) membros com mandato de 3 (três) anos, não se
Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária admitindo a recondução.
de iniciativa do Tribunal de Justiça. (E) Para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal
§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de de Justiça, é exigida a idade mínima de 30 (trinta) anos.
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou
municipais em face da Constituição Estadual, vedada a 03. (PC-PE - Escrivão de Polícia – CESPE/2016) Acerca
atribuição da legitimação para agir a um único órgão. do Poder Judiciário e das competências de seus órgãos,
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do assinale a opção correta.
Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em (A) Compete aos juízes de direito do juízo militar processar
primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de e julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra
Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou civis.
por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo (B) A disputa sobre direitos indígenas será processada e
militar seja superior a vinte mil integrantes. julgada perante a justiça estadual.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar (C) Os crimes contra a organização do trabalho serão
os militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei processados e julgados perante a justiça do trabalho.
e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, (D) Não é necessário que decisões administrativas dos
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, tribunais do Poder Judiciário sejam motivadas.
cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do (E) Compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar, de
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. ofício, a legalidade dos atos administrativos praticados por
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar servidores do Poder Judiciário.
processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos 04. (Câmara de Suzano – SP - Assistente Jurídico –
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a INTEGRI/2016) A norma constitucional estabelece garantias
presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais e vedações relacionadas ao Poder Judiciário. Entre elas
crimes militares. encontram-se as seguintes disposições, exceto:
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(A) Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário (E) compõe-se de treze membros com mandato de dois
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sem anos.
exceção, sob pena de nulidade, afim de garantir e preservar o
interesse público à informação. 09. (PC-PA - Delegado de Polícia Civil – FUNCAB/2016)
(B) Os juízes gozam da garantia de vitaliciedade, que, no Acerca do Conselho Nacional de Justiça, é correto afirmar que:
primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, (A) todos os seus membros serão nomeados pelo
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, maioria absoluta do Senado Federal.
de sentença judicial transitada em julgado. (B) compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 4
(C) Aos juízes é vedado exercer, ainda que em (quatro) anos, admitida uma recondução.
disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de (C) é órgão do Poder Judiciário, competindo-lhe o controle
magistério, receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou da atuação administrativa e financeira dos órgãos essenciais à
participação em processo e dedicar-se à atividade político- justiça e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
partidária. (D) o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado
(D) Compete privativamente aos tribunais eleger seus pelo respectivo Tribunal e nomeado pelo Presidente da
órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com República, exercerá a função de Ministro-Corregedor.
observância das normas de processo e das garantias (E) dentre os seus integrantes, há dois cidadãos de notável
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o saber jurídico e reputação ilibada, indicados pelo Congresso
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e Nacional.
administrativos.
10. (SEJUS-PI - Agente Penitenciário – NUCEPE/2016)
05. (PC-PA - Delegado de Polícia Civil – FUNCAB/2016) Assinale a alternativa que NÃO indica competência do
A competência para a criação de novas varas judiciárias é de Supremo Tribunal Federal.
iniciativa: (A) Julgar, mediante recurso extraordinário, as causas
(A) comum entre o Congresso Nacional ou Assembleia decididas em única ou última instância, quando a decisão
Legislativa e o respectivo Tribunal de Contas da União ou do recorrida julgar válida lei ou ato de governo local contestado
Estado. em face da Constituição Federal.
(B) privativa do Tribunal ao qual pertencerá o órgão a ser (B) Processar e julgar, originariamente, a extradição
criado solicitada por Estado estrangeiro.
(C) privativa do Ministério Público. (C) Processar e julgar, originariamente, nas infrações
(D) comum entre o Chefe do Executivo e o Presidente do penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente,
Supremo Tribunal Federal. os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e
(E) comum entre o Presidente do Supremo Tribunal o Procurador-Geral da República.
Federal e qualquer membro do Congresso Nacional. (D) Processar e julgar, originariamente os conflitos de
competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer
06. (TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e
Administrativa – FCC/2016) Prevê a Constituição Federal qualquer outro tribunal.
que, nas ausências e impedimentos do Presidente do Conselho (E) Julgar, em recurso ordinário, os habeas corpus
Nacional de Justiça, o referido Conselho será presidido pelo decididos em única ou última instância pelos Tribunais
(A) Presidente do Superior Tribunal de Justiça. Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
(B) Vice-Presidente da República. Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória.
(C) Presidente do Congresso Nacional.
(D) Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. 11. (TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa
(E) Presidente do Tribunal Superior do Trabalho. – FCC/2017) A respeito de magistrados e membros do
Ministério Público, à luz da Constituição da República,
07. (TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – considere:
Administrativa – FCC/2016) No tocante aos Tribunais I. É vedado a magistrados receber, a qualquer título e sob
Regionais do Trabalho, a Constituição Federal de 1988 prevê qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas
que são compostos processuais, diferentemente do que ocorre em relação a
(A) de, no máximo, onze juízes, recrutados, membros do Ministério Público, para os quais se admitem
obrigatoriamente na respectiva região. exceções previstas em lei.
(B) de, no mínimo, nove juízes, recrutados, II. É assegurada, tanto a magistrados quanto a membros do
obrigatoriamente na respectiva região. Ministério Público, inamovibilidade, salvo por motivo de
(C) de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível interesse público, hipótese em que a remoção poderá ser
na respectiva região. determinada, desde que mediante decisão do órgão colegiado
(D) por brasileiros com mais de trinta e cinco anos de competente, pelo voto de dois terços de seus membros.
idade. III. É vedado, tanto a magistrados quanto a membros do
(E) por juízes nomeados pelo Presidente do Tribunal Ministério Público, exercer a advocacia no juízo ou tribunal do
Superior do Trabalho. qual se afastaram, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
08. (TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário – IV. Juízes estaduais e membros do Ministério Público dos
Administrativa – FCC/2016) O Conselho Nacional de Justiça Estados serão julgados perante os Tribunais de Justiça, nos
(A) não possui em sua composição Desembargador de crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a
Tribunal de Justiça. competência da Justiça Eleitoral.
(B) é composto, dentre outros membros, por dois Está correto o que consta APENAS em
ministros do Tribunal Superior do Trabalho. (A) I e II.
(C) não possui em sua composição juiz de Tribunal (B) III e IV.
Regional Federal. (C) I, II e III.
(D) é composto, dentre outros membros, por dois (D) II, III e IV.
advogados. (E) I e IV.
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12. (TRT - 11ª Região (AM e RR) - Analista Judiciário - Art. 50. A Assembleia Legislativa compõe-se de
Área Administrativa – FCC/2017) Augusto exerce o cargo de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em
juiz substituto há mais de cinco anos na mesma entrância e, em escrutínio secreto e direto.
razão de cumprir os requisitos necessários, teve seu nome
mencionado em lista de merecimento para a ocorrência de sua Art. 51. Salvo disposição constitucional em contrário, as
promoção para outra entrância por três vezes consecutivas. A deliberações da Casa e de suas comissões serão tomadas por
promoção por merecimento de Augusto maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
(A) poderá ser recusada pelo voto fundamentado de dois membros.
terços dos membros do Senado Federal.
(B) é facultativa, desde que integre a primeira quinta parte Seção II
da lista de antiguidade, salvo se não houver, com tais Das Atribuições do Poder Legislativo
requisitos, quem aceite o lugar vago.
(C) somente poderá ocorrer quando figurar por cinco Art. 52. Cabe à Assembleia Legislativa, com a sanção do
vezes consecutivas na lista de merecimento. Governador do Estado, dispor sobre todas as matérias de
(D) é obrigatória, desde que integre a primeira quinta competência do Estado, especialmente sobre:
parte da lista de antiguidade, salvo se não houver, com tais I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de
requisitos, quem aceite o lugar vago. rendas;
(E) apenas poderá ocorrer se tiver mais de dez anos de II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
exercício da magistratura, salvo se não houver, com tais orçamento anual, operações de crédito e dívida pública;
requisitos, quem aceite o lugar vago. III - fixação e modificação do efetivo da Polícia Militar;
IV - planos e programas estaduais e setoriais de
Respostas desenvolvimento;
01. B. / 02. A. / 03. A. / 04. A. / 05. B. V - limites territoriais do Estado, divisão
06. D. / 07. C. / 08. D. / 09. D. / 10. E. administrativa e criação de Municípios;
11. B / 12. D VI - alienação, permuta, cessão, arrendamento de bens
do domínio do Estado e recebimento de doação com encargo;
VII - transferência temporária da sede do Governo
Estadual;
7. Da Organização dos Poderes VIII - organização administrativa, judiciária, do
do Estado da Paraíba. 7.1. Poder Ministério Público, da Advocacia do Estado e da Defensoria
Pública;
Legislativo. 7.1.1. Assembleia IX - criação, transformação e extinção de cargos,
Legislativa. 7.1.2. Dos deputados empregos e funções públicas;
Estaduais. 7.2. Poder Executivo. X - criação, estruturação e atribuições das Secretarias
de Estado e órgãos da administração pública estadual;
7.2.2. Do Governador e Vice- XI - matéria financeira, instituições financeiras e suas
governador do Estado: Eleição, atribuições;
Posse, Mandato. Atribuições do XII - normas gerais sobre pensões e subvenções;
XIII - bandeira, hino e brasão estaduais;
Governador do Estado. 7.3. XIV - concessão de serviço.
Poder Judiciário Estadual. 7.3.1.
Tribunal de Justiça da Paraíba: Art. 53. A Assembleia Legislativa bem como qualquer de
suas comissões poderá convocar Secretário de Estado para
Organização, Composição e prestar, pessoalmente, informações sobre assunto
Competência. previamente determinado, importando em crime de
responsabilidade a ausência injustificada.
§ 1º O Secretário de Estado poderá comparecer à
Assembleia Legislativa ou a qualquer de suas comissões, por
(*) Considerando as exigências contidas no Edital do iniciativa própria, mediante entendimento com a Mesa, para
presente concurso, vamos estudar a seguir alguns dispositivos expor assunto de relevância de sua Secretaria.
da Constituição do Estado da Paraíba que disciplinam a § 2º A Mesa da Assembleia Legislativa poderá encaminhar,
Organização dos Poderes do Estado. independentemente de votação, pedido escrito de informação
às autoridades públicas estaduais de qualquer nível,
7.1. Poder Legislativo. 7.1.1. Assembleia Legislativa. importando em crime de responsabilidade, com pena de
destituição de função, a recusa ou o não-atendimento no prazo
(...) de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas.
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO Art. 54. Compete privativamente à Assembleia
Seção I Legislativa:
Da Assembleia Legislativa I - autorizar, por maioria absoluta, a instauração de
processo contra o Governador, o Vice-Governador e os
Art. 49. O Poder Legislativo do Estado da Paraíba é Secretários de Estado;
exercido pela Assembleia Legislativa, composta de até o triplo II - proceder à tomada de contas do Governador do
da representação do Estado na Câmara dos Deputados que, Estado, quando não apresentadas à Assembleia Legislativa
atingindo o número de trinta e seis, será acrescido de tantos dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
quantos forem os Deputados Federais acima de doze. III - elaborar seu regimento interno;
Parágrafo único. Cada mandato terá a duração de quatro IV - dispor sobre sua organização, funcionamento,
anos. polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços e fixação e alteração da
respectiva remuneração, observados os parâmetros
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estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
V - julgar, por dois terços dos seus membros, o § 2º Por denúncia de fraude, ilegalidade ou irregularidade
Governador e o Vice-Governador do Estado, nos crimes de administrativa comprovada, a Assembleia Legislativa, pela
responsabilidade, e os Secretários de Estado, nos crimes da maioria absoluta de seus membros, em votação única, poderá
mesma natureza conexos com aqueles; determinar a sustação da obra, do contrato ou do pagamento
VI - processar e julgar os Secretários de Estado, o que envolva interesse público.
Procurador-Geral de Justiça e o Procurador-Geral do Estado, § 3º Cessada a investidura no cargo de Governador do
nos crimes de responsabilidade; Estado, quem o tiver exercido em caráter permanente fará jus
VII - autorizar o Governador e o Vice-Governador a se a um subsídio mensal vitalício, a título de pensão especial, paga
ausentarem do País, quando a ausência exceder de trinta dias com recursos do Tesouro Estadual, igual ao do Chefe do Poder
e, do Estado, por mais de quinze dias; Executivo.
VIII - aprovar, previamente, por voto secreto, após 7.1.2. Dos deputados Estaduais.
arguição pública, a escolha de:
a) conselheiros do Tribunal de Contas e do Tribunal de Seção III
Contas dos Municípios, indicados pelo Governador do Estado; Dos Deputados
b) titulares de outros cargos que a lei determinar;
c) presidente e diretores de estabelecimentos de Art. 55. Os Deputados Estaduais são invioláveis, civil e
crédito, cujo controle acionário pertença ao Estado. penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
IX - dispor sobre limites e condições para a concessão § 1º Os Deputados Estaduais, desde a expedição do
de garantia do Estado em operações de crédito externo e diploma, serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de
interno; Justiça.
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei § 2º Desde a expedição do diploma, os membros da
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Poder Assembleia Legislativa não poderão ser presos, salvo em
Judiciário; flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
XI - conhecer do veto e sobre ele deliberar, por maioria remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa, para que, pelo
absoluta e escrutínio secreto; voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
XII - aprovar, por maioria absoluta, intervenção estadual § 3º Recebida a denúncia contra o Deputado Estadual, por
no Município e o nome do interventor, ou suspendê-la, em crime ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça dará
escrutínio secreto; ciência à Assembleia Legislativa, que, por iniciativa de partido
XIII - sustar os atos normativos do Poder Executivo que político nela representado e pelo voto da maioria de seus
exorbitem do poder regulamentar ou de limites da delegação membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
legislativa; ação.
XIV – fixar o subsídio dos Deputados Estaduais por lei de § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa no
iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, recebimento pela Mesa.
para os Deputados Federais, nos termos do § 2º do art. 27 da § 5º A sustação do processo suspende a prescrição,
Constituição Federal; enquanto durar o mandato.
XV - fixar, para cada exercício financeiro, a remuneração § 6º Os Deputados Estaduais não serão obrigados a
do Governador, do Vice- Governador e dos Secretários de testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
Estado, observado o que dispõem os arts. 150, II e 153, III, § 2º, razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
I, da Constituição Federal; confiaram ou deles receberam informações.
XVI - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo § 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados,
Governador do Estado e apreciar os relatórios sobre a embora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá
execução de planos de governo; de prévia licença da Assembleia Legislativa.
XVII - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por § 8º As imunidades de Deputados Estaduais subsistirão
qualquer de suas comissões, os atos do Poder Executivo, durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante
incluídos os da administração indireta; o voto de dois terços dos membros da Casa, nos casos de atos
XVIII - zelar pela preservação de sua competência praticados fora do recinto da Assembleia Legislativa, que
legislativa em face da atribuição normativa dos outros sejam incompatíveis com a execução da medida.
Poderes;
XIX - escolher quatro Conselheiros do Tribunal de Contas Art. 56. Os Deputados Estaduais não poderão:
do Estado e quatro do Tribunal de Contas dos Municípios; I - desde a expedição do diploma:
XX - convocar plebiscito e autorizar referendo; a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
XXI - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
bens públicos urbanos e rurais; economia mista ou empresa concessionária de serviço público,
XXII - autorizar e resolver definitivamente sobre salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
empréstimos, acordos e convênios que acarretem encargos ou b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
compromissos gravosos ao patrimônio estadual; remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad nutum,
XXIII - deliberar sobre intervenção nos Municípios, na nas entidades constantes da alínea anterior.
forma prevista nesta Constituição; II - desde a posse:
XXIV - elaborar o seu plano plurianual, os dispositivos de a) ser proprietários, controladores ou diretores de
suas diretrizes orçamentárias, para inclusão no projeto de lei empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa
de diretrizes dos três Poderes, e sua proposta de orçamento jurídica de direito público, ou nela exercer função
anual. remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad
§ 1º Nos casos previstos nos incisos V e VI, funcionará nutum, nas entidades referidas no inciso I, a;
como Presidente o do Tribunal de Justiça, limitando-se a c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
condenação, que somente será proferida por dois terços dos das entidades a que se refere o inciso I, a;
votos da Assembleia Legislativa, à perda do cargo, com d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, eletivo.
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APOSTILAS OPÇÃO
Art. 57. Perderá o mandato o Deputado Estadual: § 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas primeira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após
no artigo anterior; a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos
II - cujo procedimento for declarado incompatível com mais votados, considerando-se eleito aquele que obtiver a
o decoro parlamentar; maioria dos votos válidos.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão § 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte,
legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa, salvo desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á,
licença ou missão por esta autorizada; dentre os remanescentes, o de maior votação.
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; § 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer,
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma
previstos nesta Constituição e na Constituição Federal; votação, qualificar-se-á o mais idoso.
VI - que sofrer condenação criminal em sentença
transitada em julgado. Art. 80. O Governador e o Vice - Governador do Estado
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos tomarão posse em sessão da Assembleia Legislativa,
casos definidos no regimento interno, o abuso das prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a
prerrogativas asseguradas a membro da Assembleia Constituição, observar as leis e promover o bem geral do povo
Legislativa ou a percepção de vantagens indevidas. paraibano.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para
decidida pela Assembleia Legislativa, por voto secreto e a posse, o Governador ou o Vice-Governador, salvo motivo de
maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de partido força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
político representado na Assembleia Legislativa, assegurada vago.
ampla defesa.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será Art. 81. Substituirá o Governador, no caso de
declarada pela Mesa da Casa, de ofício ou mediante provocação impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice - Governador.
de qualquer de seus membros ou de partido político Parágrafo único. O Vice - Governador do Estado, além de
representado na Assembleia Legislativa, assegurada ampla outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
defesa. complementar, auxiliará o Governador, sempre que por ele
convocado para missões especiais.
Art. 58. Não perderá o mandato o Deputado:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Art. 82. Em caso de impedimento do Governador e do Vice
Secretário de Estado ou Secretário de Prefeitura com - Governador, ou vacância dos respectivos cargos, serão
população superior a duzentos mil habitantes; sucessivamente chamados ao exercício da chefia do Poder
II - licenciado pela Mesa da Assembleia Legislativa por Executivo, o Presidente da Assembleia Legislativa e o do
motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de Tribunal de Justiça.
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não
ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa. Art. 83. Vagando os cargos de Governador e Vice -
§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de Governador do Estado, far-se-á eleição noventa dias depois de
investidura em funções previstas neste artigo ou de licença aberta a última vaga.
superior a cento e vinte dias. § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á período governamental, a eleição para ambos os cargos será
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses feita trinta dias depois da última vaga, pela Assembleia
para o término do mandato. Legislativa, na forma da lei.
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado poderá optar pela § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar
remuneração do mandato. o período de seus antecessores.
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decretos e regulamentos para sua fiel execução; complexidade e de pequena relevância, de infrações penais de
V - vetar projeto de lei, total ou parcialmente; menor potencial ofensivo e juizados de instrução criminal;
VI - dispor sobre a organização e o funcionamento da II - justiça de paz.
administração estadual, na forma da lei;
VII - celebrar convênios, empréstimos, acordos e atos Art. 94. O ingresso na magistratura de carreira dar-se-á no
congêneres, sujeitos a referendo da Assembleia Legislativa; cargo de juiz substituto, após aprovação em concurso público
VIII - decretar e executar intervenção no Município, ouvida de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
a Assembleia Legislativa; Advogados do Brasil, em todas as suas fases, obedecendo-se,
IX - remeter mensagem e plano de governo à Assembleia nas nomeações, à ordem de classificação.
Legislativa por ocasião da abertura da sessão legislativa, § 1º São requisitos para inscrição no concurso a inscrição
expondo a situação do Estado e solicitando as providências na Ordem dos Advogados do Brasil, a idade mínima de vinte e
que julgar necessárias; cinco e máxima de sessenta anos, além de outros que forem
X – criar e extinguir os cargos públicos estaduais, na forma estabelecidos em lei.
da lei; § 2º O cargo de juiz auditor militar será provido na forma
XI - realizar operações de crédito, autorizado pela do que dispuser o código de organização judiciária do Estado.
Assembleia Legislativa; § 3º A promoção por antiguidade e merecimento e o acesso
XII - nomear, após aprovação pela Assembleia Legislativa, ao Tribunal dar-se-ão de acordo com o estabelecido na
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e do Tribunal de Constituição Federal e no Estatuto da Magistratura.
Contas dos Municípios, interventor em Município e outros
servidores, quando determinado em lei; Art. 95. As funções disciplinares e correcionais
XIII - enviar à Assembleia Legislativa o plano plurianual, o administrativas serão exercidas pelo Conselho da
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de Magistratura, com a composição e as atribuições constantes
orçamento previstas nesta Constituição, com base nos textos das normas da organização judiciária.
específicos de cada Poder, não podendo um alterar as do outro,
assegurado o direito de emenda do Poder Legislativo, na Art. 96. Os magistrados gozam das seguintes garantias:
votação da matéria; I - vitaliciedade que, no primeiro grau, será
XIV - prestar, anualmente, à Assembleia Legislativa, as adquirida após dois anos de exercício, não podendo o juiz,
contas referentes ao exercício anterior; nesse período, perder o cargo, senão por proposta do Tribunal
XV - exercer outras atribuições previstas nesta de Justiça e, nos demais casos, por sentença judicial transitada
Constituição; em julgado;
XVI - contrair empréstimos, contratar operações ou
celebrar acordos externos, observadas a Constituição Federal
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse
público, na forma do § 2º deste artigo;
e as leis federais;
XVII - exercer o Poder regulamentar; III - irredutibilidade de vencimentos, sujeitos aos
XVIII – exercer o comando supremo de todos os órgãos impostos gerais, incluídos os de renda e os extraordinários.
integrantes do sistema organizacional da segurança e da § 1º A aposentadoria com vencimentos integrais é
defesa social; compulsória, por invalidez ou aos setenta anos de idade, e
XIX - propor ação de inconstitucionalidade. facultativa, aos trinta anos de serviço, após cinco anos de
XX - prover, de forma definitiva ou temporária, as funções efetivo exercício na judicatura, assegurando-se à mulher
gratificadas e os cargos públicos criados por lei e integrados à magistrada que houver cumprido este período de exercício na
estrutura organizacional do Poder Executivo Estadual. função o disposto na alínea c do item III do art. 34 desta
Parágrafo único. O Chefe do Poder Executivo poderá Constituição.
delegar as atribuições constantes nos incisos deste artigo, § 2º O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do
exceto as dos incisos I, III, IV, V, VIII, X, XII, XIII, XVII e XVIII, magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão, por
por decreto governamental, aos Secretários de Estado a ao voto de dois terços do Tribunal de Justiça, assegurada ampla
Procurador-Geral do Estado, que observarão os limites defesa. Igual procedimento será observado na perda de cargo
traçados nas respectivas delegações. do juiz não vitalício.
§ 3º Os vencimentos dos magistrados serão fixados com
7.3. Poder Judiciário Estadual. 7.3.1. Tribunal de diferença não superior a dez por cento de uma para outra das
Justiça da Paraíba: Organização, Composição e categorias da carreira, não podendo, a título nenhum, exceder
Competência. os dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.
(...)
CAPÍTULO III Art. 97. Aos Magistrados é vedado:
DO PODER JUDICIÁRIO I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro
Seção I cargo ou função, salvo a de magistério;
Disposições Gerais II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou
participação em processo;
Art. 91. São órgãos do Poder Judiciário do Estado:
I - o Tribunal de Justiça;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
II - o Tribunal do Júri;
Art. 98. O juiz titular residirá na respectiva comarca e o
III - os Juízes de Direito;
juiz substituto, na comarca em que estiver servindo.
IV - os Juízes Substitutos;
V - o Juiz Auditor Militar Estadual;
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
VI - outros juízes instituídos por lei.
administrativa e financeira.
Art. 92. A lei de organização judiciária é de iniciativa do
Art. 100. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Tribunal de Justiça.
Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões,
Art. 93. Serão criados, conforme dispuser o código de
sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o
organização judiciária:
exigir, limitar a presença em determinados atos, às próprias
I - juizados especiais de causas cíveis de menor
partes e a seus advogados, ou somente a estes.
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Art. 104. Compete ao Tribunal de Justiça: c) os habeas corpus quando o coator ou o paciente for
I - eleger o seu Presidente e demais órgãos diretivos; juiz de primeiro grau, Deputado Estadual, Vice-Governador,
II - elaborar seu regimento interno, dispondo sobre a membro das Procuradorias-Geral de Justiça, do Estado ou da
competência e o funcionamento dos respectivos órgãos Defensoria Pública, Prefeito Municipal, Auditor e Juiz do
jurisdicionais e administrativos; Conselho Especial ou Permanente da Justiça Militar;
III - organizar sua secretaria e serviços auxiliares, d) os mandados de segurança e habeas data contra atos
provendo-lhes os cargos, na forma da lei; e omissões do Governador do Estado, dos Secretários de
IV - conceder licenças, férias e outros afastamentos aos Estado, da Assembleia Legislativa e de seus órgãos, do
seus membros, juízes e servidores da secretaria e da Justiça Tribunal de Contas e de seus órgãos, e do Tribunal de Contas
Comum; dos Municípios e de seus órgãos;
V - prover, por concurso público de provas ou de provas e e) o mandado de injunção, quando a elaboração da
títulos, os cargos necessários à administração da justiça, norma regulamentadora for atribuição do Governador do
exceto os de confiança, assim definidos em lei; Estado, da Mesa ou da própria Assembleia Legislativa, do
VI - indicar, pelo voto secreto, dois juízes dentre os Tribunal de Contas do Estado, do Tribunal de Contas dos
desembargadores, dois, dentre os juízes de direito e dois juízes Municípios, dos Prefeitos, da Mesa da Câmara de Vereadores,
dentre seis advogados de notável saber jurídico e de de órgãos, entidades ou autoridades das administrações direta
idoneidade moral, para comporem o Tribunal Regional ou indireta estaduais ou municipais ou do próprio Tribunal de
Eleitoral; Justiça do Estado;
VII - designar juiz de entrância final para dirimir conflito f) a revisão criminal e a ação rescisória.
de natureza fundiária; XIV - elaborar o seu plano plurianual, os dispositivos de
VIII - prover, na forma estabelecida na Constituição suas diretrizes orçamentárias, para inclusão no projeto de lei
Federal e nesta, os cargos de carreira de desembargador, juiz de diretrizes dos três Poderes, e sua proposta de orçamento
de direito e auditor militar; anual, a serem votados pela Assembleia Legislativa.
IX - indicar, pelo voto secreto, a lista tríplice do quinto
constitucional reservado aos membros do Ministério Público e Art. 105. Compete ainda ao Tribunal de Justiça:
da Advocacia; I - processar e julgar:
X - propor ao Poder Legislativo: a) a representação e a ação direta de
a) alteração do número de seus membros; inconstitucionalidade de leis ou de atos normativos estaduais
b) criação e extinção de cargos e a fixação dos ou municipais em face desta Constituição, em que
vencimentos de seus membros, dos juízes do primeiro grau de obrigatoriamente intervirá a Procuradoria-Geral de Justiça,
jurisdição e dos serviços auxiliares da justiça; estando legitimados para agir:
c) criação e extinção de cargos de sua secretaria, fixação 1. o Governador do Estado;
e alteração dos respectivos vencimentos; 2. a Mesa da Assembleia Legislativa;
d) alteração da organização judiciária; 3. o Procurador - Geral de Justiça e o Procurador - Geral
e) a criação e extinção de novas comarcas ou varas; do Estado;
f) o orçamento do Poder Judiciário. 4. o Conselho Secional da Ordem dos Advogados do
XI - intervenção no Estado por intermédio do Supremo Brasil;
Tribunal Federal; 5. os partidos políticos com representação na
XII - nomear, na forma da lei, promover, remover, Assembleia Legislativa;
aposentar e colocar em disponibilidade os juízes de sua 6. o Prefeito e a Mesa da Câmara de Vereadores do
jurisdição; respectivo Município, quando se tratar de lei ou ato normativo
XIII - processar e julgar: local;
a) os Secretários de Estado, o Procurador-Geral do 7. federação sindical, sindicato ou entidade de classe de
Estado, o Defensor Público-Geral do Estado, bem como seus âmbito estadual.
substitutos legais, nos crimes comuns e de responsabilidade, b) a execução de acórdão nas causas de sua
competência originária, facultada a delegação de atribuições a
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juízo inferior para a prática de atos processuais; Art. 113. A lei de organização e divisão judiciária disporá
c) os conflitos de competência entre os juízes a ele sobre a distribuição dos juizados especiais e de instrução
vinculados; criminal no território do Estado, atendidas as normas da
d) os conflitos de atribuições entre autoridades legislação federal.
administrativas e judiciárias do Estado ou entre autoridades
administrativas do Município, da Capital e do interior e Seção VI
judiciárias do Estado; Da Justiça de Paz
e) a representação para assegurar a observância de
princípios indicados nesta Constituição; Art. 114. A lei de organização e divisão judiciária disporá
f) a representação para prover a execução de lei, no sobre a justiça de paz, observado o disposto na Constituição
caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária emanada Federal.
do próprio Tribunal, de juiz de direito ou de auditor militar
estadual; Seção VII
g) a representação da Presidência do Tribunal de Da Justiça Militar
Justiça para garantia do livre exercício do Poder Judiciário do
Estado, quando este se achar impedido ou coacto, Art. 115. A Justiça Militar do Estado reger-se-á pela
encaminhando a requisição ao Supremo Tribunal Federal para legislação vigente, respeitado, no que couber, o disposto na lei
fins de intervenção da União. penal orgânica e processual militar da União.
II - julgar os recursos previstos nas leis processuais. Parágrafo único. Qualquer modificação na constituição e
organização da Justiça Militar dependerá de proposta do
Art. 106. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus Tribunal de Justiça.
membros, poderá o Tribunal declarar a inconstitucionalidade
de lei ou de ato normativo do Poder Público. Seção VIII
Das Finanças
Art. 107. Declarada a inconstitucionalidade, por omissão
de medida para tornar efetiva norma desta Constituição ou da Art. 116. O Tribunal de Justiça elaborará sua proposta
Constituição Federal, a decisão será comunicada ao Poder orçamentária dentro dos limites estipulados conjuntamente
competente para a adoção das providências necessárias, com os demais Poderes, observando a lei de diretrizes
prática do ato que lhe compete ou início do processo orçamentárias.
legislativo e, em se tratando de órgão administrativo, para
fazê-lo em trinta dias. Art. 117. Os recursos correspondentes às dotações
orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e
Art. 108. Na hipótese de inconstitucionalidade, a decisão especiais destinados aos órgãos do Poder Judiciário, serão
será participada à Casa legislativa competente para promover colocados à sua disposição, em parcelas duodecimais, até o dia
a imediata suspensão de execução da lei ou do ato afrontado vinte de cada mês, na forma da legislação complementar
em parte ou no seu todo. específica.
Art. 109. O Ministério Público intervirá em todos os Art. 118. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública
processos de competência do Tribunal Pleno e de seus órgãos. estadual e municipal, em virtude de condenação judicial, far-
se-ão, exclusivamente, na ordem cronológica dos precatórios e
Seção III à conta dos respectivos créditos, proibida a designação de
Do Tribunal do Júri casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para esse fim, à exceção dos casos de
Art. 110. Na sede de cada comarca haverá um ou mais créditos de natureza alimentar.
Tribunais do Júri, com a organização e as atribuições
estabelecidas em lei. Art. 119. É obrigatória a inclusão, no orçamento das
entidades de direito público, de verba necessária ao
Seção IV pagamento de seus débitos constantes de precatórios judiciais
Dos Juízes de Direito Substitutos apresentados até 1° de julho, data em que terão atualizados
seus valores, fazendo-se o pagamento até o final do exercício.
Art. 111. A lei de organização judiciária discriminará a
competência territorial e material dos juízes de direito e dos Art. 120. As dotações orçamentárias e os créditos abertos
juízes substitutos, segundo sistema de comarcas e varas que serão consignados ao Poder Judiciário, recolhendo-se as
assegure a eficiência da prestação jurisdicional. importâncias respectivas à repartição competente. Caberá ao
Parágrafo único. Nas comarcas com população superior a Presidente do Tribunal determinar o pagamento, segundo as
trinta mil habitantes, para cada quinze mil, haverá um juiz de possibilidades de depósito, e autorizar, a requerimento do
direito. credor e exclusivamente para o caso de preterição do seu
direito de precedência, o sequestro da quantia necessária à
Seção V satisfação do débito.
Dos Juizados Especiais
Art. 121. Será instituído, no âmbito do Poder Judiciário,
Art. 112. A competência e a composição dos juizados um sistema de programação orçamentária e financeira, de
especiais de causas cíveis de menor complexidade e de modo a permitir o melhor gerenciamento dos recursos,
pequena relevância, de infrações penais de menor potencial inclusive, quando for o caso, de sua aplicação em letras do
ofensivo e dos juizados de instrução criminal, inclusive dos Tesouro do Estado, com a geração de novas receitas a serem
órgãos competentes para julgamento de seus recursos, serão integradas no orçamento do próprio Poder.
determinadas na lei de organização e divisão judiciária,
observado o que dispõe a Constituição Federal.
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Direito Constitucional 60
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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APOSTILAS OPÇÃO
A doutrina reconhece três tipos de servidores públicos: Regime Especial: O Regime Especial visa disciplinar uma
1. Funcionário público. Titulariza cargo e, portanto, estão categoria específica de servidores: Os servidores temporários.
submetidos ao regime estatutário. A Carta Política remeteu para a lei a disposição dos casos de
2. Empregado público. Titulariza emprego, sujeitos ao contratação desses servidores.
regime celetista. Ambos exigem concurso. Os pressupostos do Regime Especial são:
3. Contratados em caráter temporário. Para determinado - Determinabilidade temporal da contratação (prazo
tempo, dispensa concurso público e cabe nas hipóteses de determinado);
excepcional interesse (art. 37, IX, da CF/88). - Temporariedade da função;
- Excepcionalidade do interesse público que obriga o
2- Regimes Jurídicos Funcionais. recrutamento.
Com a Emenda Constitucional n° 19 eliminou-se a
exigência de regime jurídico único para a administração direta, 3- Atribuições no serviço público.
autárquica e fundacional. O servidor público é o agente público que está investido em
cargo público, que é um conjunto de atribuições e
O Regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de responsabilidades conferidas pela lei.
princípios e regras referentes a direitos, deveres e demais
normas que regem a sua vida funcional. A lei que reúne estas As atribuições no serviço público relacionam-se à função
regas é denominada de Estatuto e o regime jurídico passa a ser pública, que significa o conjunto de atividades atribuídas a um
chamado de regime jurídico Estatutário. cargo ou emprego público, seja este cargo isolado ou de
No âmbito de cada pessoa política - União, os Estados, o carreira, para provimento efetivo, vitalício ou em comissão.
Distrito Federal e os Municípios - há um Estatuto. A Lei nº Com efeito, pode-se definir que todo cargo ou emprego
8.112 de 11/12/1990, com suas alterações, estabeleceu que o público deve ter função estipulada por lei, que corresponde às
regime jurídico Estatutário é o aplicável aos Servidores tarefas a serem executadas pelo servidor público que, de forma
Públicos Civis da União, das autarquias e fundações públicas lícita, o ocupar.
federais, ocupantes de cargos públicos. Trata-se da atividade pública, propriamente dita e, cada
uma destas funções, deve ser criada e extinta mediante a
O Regime Jurídico Único existiu até o advento da Emenda edição de lei, haja vista integrar a estrutura organizacional da
Constitucional nº 19, de 04/06/98. A partir de então é possível Administração Pública, para cumprimento de suas finalidades.
a admissão de pessoal ocupante de emprego público, regido
pela CLT, na Administração federal direta, nas autarquias e nas Espécies de função pública:
fundações públicas; por isto é que o regime não é mais um só, a) Funções de confiança,
ou seja, não é mais único. b) Funções exercidas por contratados por tempo
determinado.
Direito Administrativo 1
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APOSTILAS OPÇÃO
As funções de confiança somente serão preenchidas por administração pública direta, das autarquias e das fundações
servidores de carreira e se limitam ás atribuições que exigem públicas. 1
a confiança direta da autoridade pública nomeante. A
nomeação para exercício destas funções não depende de Com base nesse parâmetro foi promulgada a Lei nº
qualquer critério de seleção e não há qualquer garantia de 8.112/90, que demarcou a opção da União pelo regime
manutenção do agente no exercício destas atividades. estatutário, no qual os servidores são admitidos sob regime de
Direito Público, podem alcançar estabilidade e possuem
Contratados em caráter temporário são servidores direitos e deveres estabelecidos por lei (e que podem,
contratados por um período certo e determinado, por força de portanto, ser alterados unilateralmente pelo Estado-
uma situação de excepcional interesse público. Não são Legislador).
nomeados em caráter efetivo, que tem como qualidade a
definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição Federal. § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
componentes do sistema remuneratório observará:
Em resumo, as funções são plexos de atribuições definidas I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
para um determinado cargo ou emprego público, criadas por dos cargos componentes de cada carreira;
lei, com a intenção de permitir que a Administração Pública II - os requisitos para a investidura;
atinja sua finalidade essencial, qual seja a prestação dos III - as peculiaridades dos cargos.
serviços públicos e execução de atividades para alcançar o
interesse da coletividade. Sendo assim, a todo cargo ou Significa dizer que quanto maior o grau de dificuldade,
emprego público definido dentro da estrutura organizacional tanto para ingressar no cargo, quanto para desenvolver as
do Estado deverá estar definida uma prévia função, funções inerentes a ele, melhor deverá ser a remuneração
estipulando as tarefas e atividades do ocupante deste cargo. correspondente.
No entanto, a Carta Magna prevê a possibilidade de criação
mediante legislação, de funções não atribuídas a qualquer § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão
cargo ou emprego, com a intenção de garantir o exercício das escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos
atividades de direção, chefia ou assessoramento. São as servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos
chamadas funções de confiança, atribuídas a servidor efetivo um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para
que goze da credibilidade da autoridade pública responsável isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes
pela nomeação, a qual não depende de qualquer espécie de federados.
processo seletivo ou concurso.
Essas escolas possuem como objetivo a atualização e a
formação dos servidores públicos, melhorando os níveis de
2. Servidores Públicos na desempenho e eficiência dos ocupantes de cargos e funções do
serviço público, estimulando e promovendo a especialização
Constituição Federal de profissional, preparando servidores para o exercício de
1988 (artigos 39 a 41). funções superiores e para a intervenção ativa nos projetos
voltados para a elevação constante dos padrões de eficácia e
eficiência do setor público.
Servidores públicos
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o
Podemos conceituar agentes públicos como todos aqueles disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII,
que têm uma vinculação profissional com o Estado, mesmo XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos
que em caráter temporário ou sem remuneração, comportado diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
diversas espécies, a saber:
a) agentes políticos; Vamos conferir o que diz os referidos incisos, do artigo 7º da
b) ocupantes de cargos em comissão; Constituição Federal:
c) contratados temporários; - Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
d) agentes militares; capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua
e) servidores públicos estatutários; família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer,
f) empregados públicos; vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
g) particulares em colaboração com a Administração reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
(agentes honoríficos). sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
A Constituição Federal de 1988 tem duas seções - Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
especificamente dedicadas ao tema dos agentes públicos: percebem remuneração variável;
Seções I e II do Capítulo VII do Título III, tratando - Décimo terceiro salário com base na remuneração
respectivamente dos “servidores públicos civis” (arts. 37 e 38) integral ou no valor da aposentadoria;
e dos “militares dos Estados, do Distrito Federal e dos - Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
Territórios” (art. 42). - Salário-família pago em razão do dependente do
trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
SEÇÃO II - Duração do trabalho normal não superior a oito horas
DOS SERVIDORES PÚBLICOS diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação
de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os convenção coletiva de trabalho;
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos
jurídico único e planos de carreira para os servidores da domingos;
1 O Plenário do STF deferiu medida cautelar na ADI 2.135-MC, em agosto de integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.), sendo mantida a
2007, para suspender a eficácia do caput do art. 39 da CF, na redação dada pela redação anterior até julgamento em definitivo e solução sobre a regularidade
EC 19/1998 (Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios quanto a elaboração da emenda.
instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal,
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- Remuneração do serviço extraordinário superior, no - Teto no âmbito do Poder Executivo: O subsídio dos
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder
- Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um Legislativo;
terço a mais do que o salário normal; - Teto no judiciário: O subsídio dos Desembargadores do
- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
com a duração de cento e vinte dias; centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
- Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Observação: A Lei nº 11.770/2008 instituiu o programa Defensores Públicos.
empresa Cidadã, que permite que seja prorrogada a licença
à gestante por mais 60 (sessenta) dias, ampliando, com isso o § 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
prazo de 120 (cento e vinte) para 180 (cento e oitenta) dias. Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários
Contudo, não é obrigatória a adesão a este programa. provenientes da economia com despesas correntes em cada
Assim, a prorrogação é uma faculdade para as empresas órgão, autarquia e fundação, para aplicação no
privadas (que ao aderirem o programa recebem incentivos desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade,
fiscais) e para a Administração Pública direita, indireta e treinamento e desenvolvimento, modernização,
fundacional. reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive
Cabe destacar, ainda, que esta lei foi recentemente sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
alterada pela lei nº 13.257/2016, sendo instituída a
possibilidade de prorrogação da licença-paternidade por Esses cursos são importantes para obter o envolvimento e
mais 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) já assegurados o comprometimento de todos os agentes públicos com a
constitucionalmente as empresas que fazem parte do qualidade e produtividade, quaisquer que sejam os cargos,
programa. Contudo, para isso, o empregado tem que funções ou empregos ocupados, minimizar os desperdícios e
requerer o benefício no prazo de 2 (dois) dias úteis após o os erros, inovar nas maneiras de atender as necessidades do
parto e comprovar a participação em programa ou atividade cidadão, simplificar procedimentos, inclusive de gestão, e
de orientação sobre paternidade responsável. proceder às transformações essenciais à qualidade com
produtividade.
- Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em
incentivos específicos, nos termos da lei; carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de
normas de saúde, higiene e segurança; Ou seja, por subsídio fixado em parcela única, vedado o
- Proibição de diferença de salários, de exercício de funções acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou verba de representação ou outra espécie remuneratória,
estado civil; obedecido, em qualquer caso, os tetos remuneratórios
dispostos no art. 37, X da Constituição Federal.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União,
serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do
espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
no art. 37, X e XI. pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
Ao falar em parcela única, fica clara a intenção de vedar a
fixação dos subsídios em duas partes, uma fixa e outra variável, Para o regime previdenciário ter equilíbrio financeiro,
tal como ocorria com os agentes políticos na vigência da basta ter no exercício atual um fluxo de caixa de entrada
Constituição de 1967. E, ao vedar expressamente o acréscimo superior ao fluxo de caixa de saída, gerado basicamente
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de quando as receitas previdenciárias superam as despesas com
representação ou outra espécie remuneratória, também fica pagamento de benefícios.
clara a intenção de extinguir, para as mesmas categorias de Já para se ter equilibro atuarial, deve estar assegurado que
agentes públicos, o sistema remuneratório que compreende o o plano de custeio gera receitas não só atuais, como também
padrão fixado em lei mais as vantagens pecuniárias de variada futuras e contínuas por tempo indeterminado, em um
natureza previstas na legislação estatutária. montante suficiente para cobrir as respectivas despesas
previdenciárias.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Para se manter o equilíbrio financeiro e atuarial é
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a imprescindível que o regime mantenha um fundo
menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em previdenciário que capitalize as sobras de caixa atuais que
qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. garantirão o pagamento de benefícios futuros.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de
publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
dos cargos e empregos públicos. proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
I - por invalidez permanente, sendo os proventos
O inciso XI do artigo 37 da Constituição refere-se aos tetos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de
remuneratórios, quais sejam: acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
- Teto máximo: Subsídio dos Ministros do Supremo contagiosa ou incurável, na forma da lei;
Tribunal Federal; II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
- Teto nos municípios: O subsídio do Prefeito; tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75
- Teto nos Estados e no Distrito Federal: O subsídio mensal
do Governador;
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(setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) previsto neste artigo.
Com relação a aposentadoria por idade cabe ainda Os cargos acumuláveis são: Dois de professor; um de
destacar recente alteração no texto Constitucional pela professor com outro técnico ou científico; dois cargos ou
Emenda nº 88/2015, onde os servidores titulares de empregos privativos de profissionais de saúde, com
cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e profissões regulamentadas.
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações,
serão aposentados compulsoriamente, com proventos § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) morte, que será igual
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
forma de lei complementar (art.40, § 1°, II, da CF). até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
A Lei Complementar nº 152/2015 foi instituída para geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
regulamentar o novo dispositivo constitucional, vejamos: setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso
aposentado à data do óbito; ou
Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo
75 (setenta e cinco) anos de idade: estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do
incluídas suas autarquias e fundações; óbito.
II - os membros do Poder Judiciário; § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
III - os membros do Ministério Público; preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme
IV - os membros das Defensorias Públicas; critérios estabelecidos em lei.
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de
Contas. O valor real refere-se ao poder aquisitivo, em outros temos,
se no início do recebimento do benefício, o beneficiário
conseguia suprir suas necessidades com alimentação, saúde,
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de lazer, educação... Após alguns anos, o mesmo benefício deveria,
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no em tese, propiciar o mesmo poder aquisitivo.
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
seguintes condições: § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
contribuição, se mulher; § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos contagem de tempo de contribuição fictício.
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
contribuição. proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de
do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a previdência social, e ao montante resultante da adição de
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da proventos de inatividade com remuneração de cargo
pensão. acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações eletivo.
utilizadas como base para as contribuições do servidor aos § 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no
forma da lei. que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados de previdência social.
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem
leis complementares, os casos de servidores: como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-
I- portadores de deficiência; se o regime geral de previdência social.
II- que exerçam atividades de risco; § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
III- cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais desde que instituam regime de previdência complementar para
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem
reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
exercício das funções de magistério na educação infantil e no social de que trata o art. 201
ensino fundamental e médio. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder
A redução só é permitida nos casos em que o tempo de Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos,
contribuição é exclusivamente no magistério. Ou seja, não é no que couber, por intermédio de entidades fechadas de
possível somar o tempo de magistério com o tempo em outra previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão
atividade e ainda reduzir 5 (cinco) anos. A soma é possível, no aos respectivos participantes planos de benefícios somente na
entanto, sem a redução de 5 (cinco) anos. modalidade de contribuição definida.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver
acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de
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instituição do correspondente regime de previdência exonerado, nem, muito menos, demitido. Será ele posto em
complementar. disponibilidade!
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o Segundo a doutrina majoritária, o instituto da
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente disponibilidade não protege o servidor não estável quanto a
atualizados, na forma da lei. uma possível extinção de seu cargo ou declaração de
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de desnecessidade. Caso o servidor não tenha, ainda, adquirido
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata estabilidade, será ele exonerado ex officio.
este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é
art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão
servidores titulares de cargos efetivos. instituída para essa finalidade.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
completado as exigências para aposentadoria voluntária A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em de Gestão de Pessoas que corresponde a uma análise
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao sistemática do desempenho do profissional em função das
valor da sua contribuição previdenciária até completar as atividades que realiza, das metas estabelecidas, dos resultados
exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. alcançados e do seu potencial de desenvolvimento.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio
de previdência social para os servidores titulares de cargos
efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime 3. Organização funcional:
em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
definições de cargo, função,
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá emprego público, classe,
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de carreira e lotação.
pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que
trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante. Os vocábulos, cargo, emprego e função pública estão
inseridos em vários dispositivos da Constituição Federal. Para
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os que sejam compreendidos os diferentes significados é preciso
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em ter em mente que a Administração Pública possui
virtude de concurso público. competências definidas em lei e distribuídas em alguns níveis
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: diversos: pessoas jurídicas (União, Estados e Municípios),
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; órgãos (Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e
II - mediante processo administrativo em que lhe seja servidores públicos, que ocupam cargos ou empregos, ou
assegurada ampla defesa; ainda que exerçam função pública.
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla a- Cargo público: é aquele ocupado por servidor público.
defesa. A doutrina o define como “é o lugar dentro da organização
funcional da Administração Direta e de suas autarquias e
Referido instituto corresponde à proteção ao ocupante do fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem
cargo, garantindo, não de forma absoluta, a permanência no funções específicas e remuneração fixadas em lei ou diploma a
Serviço Público, o que permite a execução regular de suas ela equivalente”.
atividades, visando exclusivamente o alcance do interesse Os cargos distribuem-se:
coletivo. - classe: É o agrupamento de cargos da mesma profissão, e
com idênticas atribuições, responsabilidades e vencimentos.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor As ‘classes’ constituem os degraus de acesso na carreira.
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se - carreira: em carreira: quando encartados em uma série de
estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a ‘classes’ escalonada em função do grau de responsabilidade e
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em nível de complexidade das atribuições.
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de
serviço. b- Função pública: é a atividade em si mesma, são as
tarefas desenvolvidas pelos servidores. São espécies:
Reintegração é o instituto jurídico que ocorre quando o - Funções de confiança,
servidor retorna a seu cargo após ter sido reconhecida a - Funções exercidas por contratados por tempo
ilegalidade de sua demissão. determinado.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o c- Emprego Público: é aquele ocupado por empregado
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração público que pode atuar em entidade privada ou pública da
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado Administração indireta.
aproveitamento em outro cargo.
d- Lotação: é o local onde o servidor exerce suas funções.
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor O servidor não escolhe o local de lotação, podendo a
estável, que teve o seu cargo extinto ou declarado administração, discricionariamente, direcioná-lo para
desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração qualquer local de trabalho, desde que, obviamente, a função a
proporcional ao tempo de serviço, à espera de um eventual ser exercida seja compatível com as atribuições do cargo.
aproveitamento. Tal sujeição afeta todos os servidores, sejam efetivos,
Desde já, cumpre-nos ressaltar: o servidor estável que teve comissionados, estáveis, não estáveis, professores,
seu cargo extinto ou declarado desnecessário não será nem especialistas de educação, pessoal de apoio, etc., sendo
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consequência da hierarquia, base da organização da Ministério Público e Tribunal de Contas, a extinção se dará por
administração pública. meio de lei (art. 48, X, da CF). A iniciativa da lei reguladora da
extinção também segue a mesma orientação do item anterior.
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da reversão ex officio, que não tem base constitucional, mas o tema, calha destacar as palavras da Professora Cristiana
ainda prevalece (...)”. Fortini, verbis: Ademais, não há como ignorar que a estrutura
da administração pública não é estanque. O aumento de velhas
Portanto, o que se vê pós-promulgação da Constituição de demandas e o surgimento de novas fazem com que o interesse
1988 é uma sólida defesa do concurso público, seja pelas púbico seja volátil. Cabe ao agente público atentar para tais
determinações constitucionais pertinentes, seja pelos circunstâncias, adotando as medidas imperiosas, sob pena de
posicionamentos reiterados dos tribunais pátrios em todas as destruir a baliza sobre a qual se assenta o direito
instâncias. administrativo, qual seja, o princípio da indisponibilidade do
interesse público. Impõe-se ao administrador, com apoio do
Para melhor entendermos a hipótese da transformação, legislador, atentar para as alterações que se fazem imperiosas,
mister é distingui-la das demais elencadas pela Professora ajustando o aparelho estatal de forma a extrair o máximo
Maria Sylvia, aceitas pela própria Carta Republicana. Assim, proveito da mão-de-obra ali situada.
hábil é o instituto do aproveitamento por meio do qual os
servidores estáveis, integrantes da Administração, quando Portanto, não se pode negligenciar o interesse público
extintos os cargos ocupados, são posteriormente aproveitados presente no instituto da transformação, tornando-o legítimo
em cargos com funções compatíveis. Como é sabido, aludido nas hipóteses aqui declinadas.
instituto não fere o art. 37, inc. II da CF, já que não há
provimento de cargo público de forma transversa ou indireta. Entrementes, se a transformação implicar em alteração da
remuneração e das atribuições do cargo, configura novo
Portanto, nossa análise parte da premissa de que o provimento, violando, pois, o instituto do concurso público.
instituto sob análise diverge das hipóteses de reintegração,
aproveitamento, recondução e acesso ou promoção. Enfim, inexiste ilegalidade na transformação de cargo
público, quando observada a correspondência entre as
Como é sabido, o instituto da transformação pressupõe, na funções e vencimentos básicos do cargo extinto.
maioria das vezes, uma reformulação do quadro funcional de
determinado órgão ou entidade, com a especificação das Contudo, não se pode supor legítima a utilização do
funções inerentes ao cargo extinto na nova estrutura referido instituto quando se trata de cargos em outras
organizacional, com outro nome, e consequente alteração nas entidades da administração pública, como por exemplo, a
simbologias determinadoras dos vencimentos. transposição de cargos de uma autarquia ou fundação para
ente da administração direta. De fato, fácil é se chegar a essa
Implica, pois, no deslocamento de um cargo e sua relocação conclusão, posto que ausentes a similaridade de atribuições,
em outro, alçando o servidor beneficiário do ato a um novo assim como na própria seleção a que foram submetidos os
quadro e uma nova carreira. Tanto a doutrina como a servidores.
jurisprudência vêm com ressalvas tal procedimento,
entendendo de modo geral que a medida burla o concurso Além disso, cumpre registrar que a Administração Pública,
público. usando de sua discricionariedade e conveniência, pode
modificar o regime jurídico de seus servidores, inclusive
Nesse sentido, a Súmula nº 685 do STF dispõe ser transformando cargos públicos, pois o servidor público não
“inconstitucional toda modalidade de provimento de que tem direito adquirido a regime jurídico, e, consequentemente,
propicie ao servidor investir-se sem prévia aprovação em à imutabilidade do estatuto.
concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido”. 4- Vacância.
A vacância ocorrerá quando o cargo público se torna vago.
Ainda assim, com o fito de operacionalizar de forma A vacância pode decorrer de exoneração, demissão,
adequada uma reforma administrativa, vem sendo utilizado o promoção, readaptação, aposentadoria, posse em outro cargo
instituto da transformação, mas sem afrontar o texto inacumulável, falecimento ou recondução. Outras formas de
constitucional porque não importa em investidura em novo vacância é a exoneração, demissão, aposentadoria e
cargo público. É exatamente o caso das que tenham por falecimento. Vamos ver cada uma destas últimas.
objetivo cargos vagos ou, ainda, quando o servidor já for a- exoneração ocorre quando o servidor deixa o cargo
efetivado no órgão em que se dará a relocação e quando tenha público, pode ocorrer a pedido ou de ofício. Há rompimento de
se submetido a concurso público similar em dificuldade e vínculo funcional com o serviço público.
exigências ao realizado para o cargo no qual se dará o novo Atenção! ao contrário da demissão a exoneração não
provimento, e quando houver similaridade nas atribuições do possui caráter punitivo.
cargo.
b- demissão é o desligamento forçado do servidor de cargo
Nesses casos, o que a jurisprudência tem apontado é a efetivo. Como já mencionado é uma penalidade disciplinar.
viabilidade de agrupar sob uma mesma denominação os c- aposentadoria desde que cumpridos os requisitos
cargos cujas atribuições, requisitos de qualificação, constitucionais, o servidor será aposentado e no lugar da
escolaridade, remuneração, habilitação profissional ou remuneração passa a receber subsídio.
especialização exigidos para ingresso sejam idênticos ou d- falecimento: com o falecimento do servidor, o cargo
essencialmente similares. passa a estar vago de pleno direito, isto é, a partir da
ocorrência do evento, independentemente de qualquer
Em sendo assim, não há que se falar em preterição à manifestação formal da Administração, que deve apenas
exigência de concurso público porque presente afinidade de declarar tal situação.
atribuições e equivalência de vencimentos, isto é, identidade
substancial entre os cargos.
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APOSTILAS OPÇÃO
2
http://sapl.al.pb.leg.br:8080/sapl/sapl_documentos/norma_juridica/10035_te
xto_integral.
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b) por motivo de doença, comprovada por junta médica II – ser leal às instituições a que servir;
oficial, do servidor, do cônjuge, do companheiro ou de III – observar as normas legais e regulamentares;
dependente legalmente reconhecido, que viva às suas IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando
expensas, segundo registro em seu cadastro funcional. manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
SEÇÃO II a) ao público em geral, prestando as informações
DA REDISTRIBUIÇÃO requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de
Art. 35 – Redistribuição é o deslocamento de cargo de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
provimento efetivo, ocupado ou vago, no âmbito do quadro c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade da VI – levar ao conhecimento da autoridade superior as
Administração Direta e Indireta do Poder Executivo, com irregularidades praticadas contra a Administração de que
prévia apreciação da Secretaria da Administração, observados tiver ciência;
os seguintes preceitos: VII – zelar pela economia do material e a conservação do
I – interesse da Administração; patrimônio público;
II – equivalência de vencimento; VIII – guardar sigilo nos casos previstos em lei;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo; IX – manter conduta compatível com a moralidade,
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e inclusive administrativa;
complexidade das atividades; X – ser assíduo e pontual ao serviço;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou XI – tratar com urbanidade as pessoas;
habilitação profissional; XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as poder.
finalidades institucionais do órgão ou entidade. Parágrafo único – A representação de que trata o inciso XII
1º – A redistribuição ocorrerá “ex officio” para será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela
ajustamento da força de trabalho às necessidades dos serviços, autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de assegurando-se ao representando ampla defesa.
órgão ou entidade.
2º – A redistribuição de cargos efetivos vagos dar-se-á CAPÍTULO II
mediante ato conjunto entre a Secretaria da Administração e DAS PROIBIÇÕES
os órgãos e entidades da Administração Pública Estadual
envolvidos. Art. 107 – Ao servidor é proibido:
3º – Nos casos de reorganização ou de extinção de órgão I – referir-se de modo depreciativo, em informação,
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade parecer ou despacho, às autoridades e aos atos da
no órgão ou entidade, o servidor estável que não for Administração pública, podendo, entretanto, em trabalho
redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou de
aproveitamento na forma dos artigos 28 e 29. organização de serviço;
4º – O servidor que não for redistribuído ou colocado em II – retirar, modificar, substituir documento, sem prévia
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade da anuência da autoridade competente, ou dar causa ao seu
Secretaria da Administração, ou ter exercício provisório, em extravio;
outro órgão ou entidade, até seu adequado aproveitamento. III – expedir documento ou prestar informação, em
desacordo parcial ou total com a verdade;
CAPÍTULO IV IV – obter proveito pessoal ou favorecer outrem, em razão
DA SUBSTITUIÇÃO do cargo ou função pública;
V – coagir ou aliciar servidores ou usuários do serviço com
Art. 36 – Os substitutos de servidores ocupantes de cargo objetivo de natureza político-partidária ou de apoio à greve;
em comissão ou de função de confiança serão indicados pela VI – participar do capital social, da diretoria, da gerência,
autoridade competente. da administração, do conselho técnico ou administrativo de
1º – O substituto assumirá automática e cumulativamente, empresa ou sociedade privada:
sem prejuízo do cargo que ocupe, o exercício do cargo em a) – contratante, convenente, permissionária ou
comissão ou da função de confiança, nos afastamentos, nos concessionária de serviço público;
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na b) – prestadora ou fornecedora de serviço ou bem de
vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela qualquer natureza a qualquer órgão ou entidade estadual;
remuneração de um deles durante o respectivo período. VII – praticar usura sob qualquer de suas formas;
2º – O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do VIII – pleitear, em proveito de terceiro, junto a órgão ou a
cargo ou da função de direção ou de chefia, nos casos de entidade estaduais, como procurador ou intermediário;
afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a IX – pleitear ou receber benefícios indevidos em razão do
trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva cargo ou função;
substituição, que excederem o referido período. X – revelar fato ou informação de que deva guardar sigilo
em razão do cargo ou função, salvo as exceções legalmente
Art. 37 – O disposto no artigo anterior aplica-se aos determinadas ou autorizadas;
titulares de unidades administrativas organizadas em nível de XI – retirar, empregar ou utilizar bem ou serviço do Estado
assessoria. em benefício próprio ou de terceiro;
( ) XII – desatender às regras constitucionais e legais para o
TÍTULO IV exercício do direito de greve no serviço público;
DO REGIME DISCIPLINAR XIII – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
CAPÍTULO I prévia autorização do chefe imediato;
DOS DEVERES XIV – recusar fé a documentos públicos legitimamente
expedidos;
Art. 106 – São deveres do servidor: XV – opor resistência injustificada ao andamento oportuno
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; de processo, procedimento ou serviço;
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XVI – cometer atribuição a pessoa estranha à repartição, circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
fora dos casos previstos em lei; funcionais.
XVII – comprometer a imagem do serviço público mediante Parágrafo único – O ato de imposição da penalidade
conduta ou procedimento inadequado ou desidioso; mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção
XVIII – exercer quaisquer atividades incompatíveis, disciplinar.
inclusive quanto ao horário de trabalho, com o exercício do
cargo ou função; Art. 118 – A advertência será aplicada por escrito, nos
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais, quando casos de violação de proibição constante do artigo 107, incisos
solicitado. XIII, XIV, XV, XVI, XIX, e de inobservância de dever funcional
previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não
CAPÍTULO III justifique imposição de penalidade mais grave.
DA ACUMULAÇÃO
Art. 119 – A suspensão será aplicada em caso de
Art. 108 – Ressalvados os casos previstos na Constituição reincidência nas faltas punidas com advertência e de violação
Federal, é vedada a acumulação de remuneração. das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90
Art. 109 – O servidor que acumular licitamente dois cargos (noventa) dias.
efetivos, quando investido em cargo de provimento em 1º – O servidor será punido com suspensão de até 15
comissão, ficará afastado daqueles, percebendo apenas a (quinze) dias, quando não se submeter, no prazo que lhe for
remuneração do cargo em comissão. assinado, à inspeção médica justificadamente determinada
pela autoridade competente, cessando os efeitos da
CAPÍTULO IV penalidade uma vez cumprida a determinação.
DAS RESPONSABILIDADES 2º – Quando houver conveniência para o serviço, a
penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na
Art. 110 – O servidor responde civil, penal e base de 50% (cinquenta por cento) da remuneração diária por
administrativamente pelo exercício irregular de suas dia de suspensão, ficando o servidor obrigado a permanecer
atribuições. em serviço.
Art. 111 – A responsabilidade civil decorre de ato omissivo Art. 120 – A demissão será aplicada nos seguintes casos:
ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao I – crime contra a administração pública;
erário ou a terceiros. II – abandono de cargo;
1º – Somente na falta de outros bens que assegurem a III – inassiduidade habitual;
execução do débito por via judicial, a indenização de prejuízo IV – improbidade administrativa;
dolosamente causado ao erário poderá ser liquidada na forma V – incontinência pública e conduta escandalosa, na
prevista no artigo 43. repartição;
2º – A Fazenda Pública promoverá ação regressiva quando VI – insubordinação grave em serviço;
for condenada em virtude de dano causado por servidor a VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular,
terceiro. salvo em legítima defesa própria ou de outrem;
3º – A obrigação de reparar o dano estende-se aos VIII – aplicação irregular de dinheiro público;
sucessores, até o limite do valor da herança recebida. IX – revelação de segredo a que teve acesso em razão do
cargo;
Art. 112 – A responsabilidade penal resulta de crimes e X – lesão ou dano ao patrimônio do Estado;
contravenções praticados pelo servidor nessa qualidade. XI – corrupção ativa ou passiva;
XII – acumulação ilegal de remuneração;
Art. 113 – A responsabilidade civil-administrativa resulta XIII – transgressão dos incisos IV, VI, VII, VIII, IX, XI e XVII
de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do do artigo 107.
cargo ou função.
Art. 121 – Detectada, a qualquer tempo, a acumulação
Art. 114 – As sanções civis, penais e administrativas são ilegal de remuneração e/ou de provento, a autoridade a que se
independentes entre si e poderão cumular-se. refere o art. 131 notificará o servidor, para apresentar opção
por uma das remunerações, no prazo improrrogável de cinco
Art. 115 – A responsabilidade administrativa do servidor dias, contados da data da ciência, e, na hipótese de omissão,
só será afastada, no caso de absolvição criminal que negue a adotará procedimento sumário para apuração da
existência do fato ou sua autoria. irregularidade e aplicação das medidas cabíveis, observado o
seguinte:
CAPÍTULO V I – instauração, com a publicação do ato que constituir a
DAS PENALIDADES comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e
simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da
Art. 116 – São penalidades disciplinares: transgressão objeto da apuração;
I – advertência; II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa
II – suspensão; e relatório;
III – demissão; III – julgamento.
IV – cassação de aposentadoria ou de disponibilidade; 1º – A identificação se dará pelo nome e matrícula do
V – destituição de cargo em comissão; servidor, e caracterização da materialidade, pela indicação dos
VI – destituição de função comissionada. cargos, empregos ou funções públicas remunerados
cumulativamente, dos órgãos ou entidades de vinculação, das
Art. 117 – Na aplicação das penalidades serão datas de ingresso, do horário de trabalho, do correspondente
consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, regime jurídico e outros elementos, eventualmente
os danos que dela provierem para o serviço público, as disponíveis.
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2º – A comissão lavrará, até três dias após a publicação do intercaladamente, durante o período de doze meses
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão consecutivos.
transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior,
bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, Art. 128 – Na apuração de abandono de cargo ou de
para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, inassiduidade habitual, também será adotado, no que couber,
assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, o procedimento sumário a que se refere o artigo 121,
observando, no que couber, o disposto nos artigos 151 e 152. observando-se, para indicação da materialidade, o seguinte:
3º – Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório I – na hipótese de abandono de cargo, pela indicação
contendo: precisa do período de ausência intencional do servidor ao
I – resumo das principais peças; serviço, trinta dias ou mais;
II – opinião conclusiva sobre a legalidade ou não da II – no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos
situação objeto do procedimento; dias de falta ao serviço, sem causa justificada, por período igual
III – indicação do dispositivo legal em que se funda a ou superior a sessenta dias intercaladamente, durante o
conclusão; período de doze meses consecutivos.
4º – Com o relatório, os autos do processo serão
encaminhados à autoridade instauradora, para julgamento. Art. 129 – As penalidades disciplinares serão aplicadas:
5º – No prazo de cinco dias, contados do recebimento do I – pela autoridade que nomeou, concedeu a aposentadoria
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, ou pôs em disponibilidade, quando se tratar de demissão,
aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3º do artigo destituição de cargo em comissão, cassação de aposentadoria
155. ou de disponibilidade;
6º – A opção pelo servidor até o último dia de prazo para II – pelos Secretários de Estado e dirigentes máximos dos
defesa configurará sua boa-fé e implica, automaticamente, órgãos da Administração indireta quando se tratar de
pedido de exoneração do outro cargo ou função. advertência ou suspensão;
7º – Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, III – pelo chefe da repartição e outras autoridades, na
aplicar-se-á a pena de demissão ou cassação de aposentadoria, forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos
conforme o caso, em relação aos cargos, empregos ou funções de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias.
públicas em regime de acumulação ilegal de remuneração,
assim considerado o cargo ou os cargos ocupados Art. 130 – A prescrição da ação disciplinar se dará em:
posteriormente à investidura inicial. I – 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com
8º – O prazo para conclusão do processo administrativo demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e
disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, destituição de cargo em comissão;
contados da data de publicação do ato que constituir a II – 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, III – 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
quando as circunstâncias o exigirem, a juízo da autoridade 1º – O prazo de prescrição começa a correr da data em que
instauradora. o fato se tornou conhecido.
9º – O procedimento sumário rege-se pelas disposições 2º – Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-
deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, se às infrações disciplinares capituladas também como crime.
subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. 3º – A abertura de sindicância ou a instauração de processo
Art. 122 – Será cassada a aposentadoria ou a disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, proferida por autoridade competente.
falta punível com a demissão. 4º – Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará
a correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
Art. 123 – A destituição de cargo em comissão exercido por
não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de TÍTULO V
infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão. DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Parágrafo único – Constatada a hipótese de que trata este CAPÍTULO I
artigo, a exoneração efetuada nos termos do artigo 33 será DISPOSIÇÕES GERAIS
convertida em destituição de cargo em comissão.
Art. 124 – A demissão ou a destituição de cargo em Art. 131 – A autoridade que tiver ciência de irregularidade
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do artigo 120, no serviço público é obrigada a promover a sua apuração
implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao imediata, mediante sindicância ou processo administrativo
erário, na forma da lei, sem prejuízo da ação penal cabível. disciplinar, assegurada ampla defesa e o contraditório ao
acusado.
Art. 125 – A demissão ou a destituição de cargo em Parágrafo único – A pedido da autoridade a que se refere o
comissão por infringência do artigo 120, inciso XIII, caput, a apuração poderá ser promovida por comissão de
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo órgão ou entidade diversa daquela em que tenha ocorrido a
público, pelo prazo de 5 (cinco) anos. irregularidade, mediante competência específica para tal
Parágrafo único – Não poderá retornar ao serviço público finalidade, delegada, em caráter permanente ou temporário,
estadual o servidor que for demitido ou destituído do cargo em pelo Governador, preservada a competência para o respectivo
comissão por infringência do artigo 120, incisos I, IV, VIII, X e julgamento.
XI.
Art. 132 – As denúncias sobre irregularidades serão objeto
Art. 126 – Configura abandono de cargo a ausência não de apuração, desde que formuladas por escrito, contendo a
autorizada ou injustificada do servidor ao serviço por trinta identificação e o endereço do denunciante.
dias consecutivos ou mais.
Art. 133 – Da sindicância poderá resultar:
Art. 127 – Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao I – arquivamento do processo correspondente;
serviço, sem causa justificada, por sessenta dias ou mais, II – aplicação de penalidade de advertência ou de
suspensão de até 30 (trinta) dias;
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Art. 139 – O processo disciplinar se desenvolve nas Art. 147 – Concluída a inquirição das testemunhas, a
seguintes fases: comissão promoverá o interrogatório do acusado, observados
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a os procedimentos previstos nos artigos 145 e 146.
comissão; 1º – No caso de mais de um acusado, cada um deles será
II – inquérito administrativo, compreendendo instrução, ouvido separadamente, preservada a incomunicabilidade, e,
ampla defesa e contraditório e relatório; sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou
III – julgamento. circunstâncias, será promovida a acareação entre os
divergentes.
Art. 140 – O prazo para a conclusão do processo disciplinar 2º – O procurador do acusado poderá assistir ao
não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas,
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e nas respostas,
prorrogação por igual período, quando as circunstâncias o facultando-se-lhe, porém, reperguntas e reinquirições, por
exigirem. intermédio do Presidente da comissão.
1º – Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo
integral aos seus trabalhos. Art. 148 – Quando houver dúvida sobre a sanidade mental
2º – As reuniões e as deliberações da comissão serão do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que
registradas em atas. ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual
participe, pelo menos, um médico psiquiatra.
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Parágrafo único – O incidente de sanidade mental será 3º – Se a penalidade prevista for a demissão ou a cassação
processado em autos apartados e apensos aos do processo de aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá à
principal, após a expedição do laudo pericial. autoridade de que trata o inciso I do artigo 129.
Art. 149 – Tipificada a infração disciplinar, será formulada Art. 156 – O julgamento acatará o relatório da comissão,
a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele salvo quando for contrário às provas dos autos.
imputados e das respectivas provas. Parágrafo único – Quando a autoridade julgadora
1º – O indiciado será citado por mandado expedido pelo entender, motivadamente, que o relatório da comissão
Presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no contraria a prova dos autos, poderá:
prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista dos autos do I – se houver sugestão de aplicação de pena, isentar o
processo na repartição. servidor de responsabilidade, atenuar a pena ou agravá-la;
2º – No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na II – se houver conclusão pela inocência do servidor, aplicar
cópia da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data a este a pena considerada compatível com a natureza da
declarada, em termo próprio, lavrado pelo servidor infração cometida.
encarregado de fazê-la e assinado por 2 (duas) testemunhas.
3º – Havendo mais de um indiciado, o prazo estabelecido Art. 157 – Verificada a ocorrência de vício, a autoridade
no parágrafo anterior será comum. que determinou a instauração do processo ou outra de
4º – O prazo de defesa poderá ser suspenso para execução hierarquia superior:
de diligências reputadas indispensáveis, retomando-se sua I – se insanável, declarará a nulidade total e determinará,
contagem no término destas últimas. no mesmo ato, a instauração de novo processo, inclusive, se for
5º – O prazo para realização de diligências não poderá o caso, por outra comissão;
ultrapassar 30(trinta) dias. II – se sanável, devolverá os autos à comissão para as
providências cabíveis, observados os prazos aplicáveis de
Art. 150 – O indiciado que mudar de residência fica acordo com esta Lei.
obrigado a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser 1º – O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade
encontrado. do processo, respondendo, na forma desta Lei, pelo atraso,
quem a este der causa.
Art. 151 – Achando-se o indiciado em lugar incerto e não 2º – A autoridade julgadora que der causa à prescrição de
sabido, será citado por edital, publicado no Diário Oficial do que trata o artigo 130 será responsabilizada na forma do
Estado e em jornal de grande circulação no Estado, para Capítulo IV do Título IV.
apresentar defesa.
Parágrafo único – Na hipótese deste artigo, o prazo para Art. 158 – Extinta a punibilidade pela prescrição, a
defesa será de 10 (dez) dias a partir da última publicação do autoridade julgadora determinará o registro do fato nos
edital. assentamentos individuais do servidor.
Art. 152 – Considerar-se-á revel o indiciado que, Art. 159 – Quando a infração estiver capitulada como
regularmente citado, não apresentar defesa no prazo legal. crime, os autos do processo disciplinar serão remetidos ao
Parágrafo único – A revelia será declarada por termo, nos Ministério Público para instauração da ação penal, ficando
autos do processo, e, em seguida, a autoridade instauradora traslado na repartição.
deste designará defensor público indicado pelo Procurador
Chefe da Defensoria Pública para, no prazo de dez dias, Art. 160 – O servidor que responder a processo disciplinar
apresentar defesa prévia. só poderá ser exonerado a pedido ou aposentado
voluntariamente após a conclusão do processo e o
Art. 153 – Apreciada a defesa, a comissão elaborará cumprimento da penalidade, caso aplicada.
relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos Parágrafo único – Ocorrida a exoneração de que trata o
autos e mencionará as provas em que se baseou para formar parágrafo único, inciso I, do artigo 32, o ato será convertido em
sua convicção. demissão, se for o caso.
1º – O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência
ou à responsabilidade do servidor. Art. 161 – Serão assegurados transporte e diárias:
2º – Reconhecida a responsabilidade do servidor, a I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da
comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar sede de sua repartição, na condição de testemunha,
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou denunciado ou indiciado;
atenuantes. II – aos membros da comissão e ao secretário, quando
obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a
Art. 154. Os autos do processo disciplinar, com o relatório realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
da comissão, serão remetidos à autoridade que determinou a
instauração, para julgamento. SEÇÃO III
DA REVISÃO DO PROCESSO
SEÇÃO II
DO JULGAMENTO Art. 162 – O processo disciplinar poderá ser revisto, até
cinco anos contados da aplicação da penalidade, a pedido ou
Art. 155 – No prazo de 30 (trinta) dias, contados do de ofício, se novos fatos ou circunstâncias puderem ensejar o
recebimento dos autos do processo, a autoridade julgadora reconhecimento da inocência ou a inadequação da penalidade
proferirá a sua decisão. aplicada.
1º – Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da 1º – Em caso de falecimento, de ausência ou de
autoridade instauradora do processo, este será encaminhado desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família
à autoridade competente, que decidirá em igual prazo. poderá requerer a revisão do processo.
2º – Havendo mais de um indiciado e diversidade de 2º – No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a será requerida pelo respectivo curador.
imposição da pena mais grave.
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3º – Observado o prazo previsto no caput, a revisão de estabelecida em leis especiais, e aos ocupantes de cargos em
ofício será iniciada, motivadamente, no prazo de até trinta dias comissão ou função de confiança.
a partir do conhecimento dos fatos ou das circunstâncias (D) o servidor habilitado em concurso público, empossado
referidos no caput. em cargo de provimento e aprovado em estágio probatório,
adquirirá estabilidade após 2 anos de efetivo exercício no
Art. 163 – No processo revisional a pedido, o ônus da prova serviço público.
cabe ao requerente.
03. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou
Art. 164 – A simples alegação de injustiça da penalidade comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao
não constitui fundamento para a revisão, que requer erário, exceto terceiros.
elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.
( ) Certo ( ) Errado
Art. 165 – O requerimento de revisão do processo será
dirigido à autoridade que aplicou a pena ou à imediatamente 04. A suspensão será aplicada em caso de reincidência nas
superior, e, no caso de deferimento, a revisão será processada faltas punidas com advertência e de violação das demais
no órgão onde tramitou o processo disciplinar, observado o proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de
artigo 137. demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Art. 168 – Aplicam-se, no que couber, aos trabalhos da 06. (TRT - 11ª Região (AM e RR) - Técnico Judiciário -
comissão revisora as normas e os procedimentos próprios da Área Administrativa – FCC/2017) Sérgio é servidor público
comissão do processo disciplinar. da Administração direta e candidatar-se-á, nas próximas
eleições municipais, para o cargo de Prefeito. Investido no
Art. 169 – O julgamento caberá à autoridade que aplicou a mandato de Prefeito, Sérgio
penalidade, nos termos do artigo 129. (A) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-
Parágrafo único – O prazo para eventuais diligências lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu tempo de
complementares e julgamento será de 20 (vinte) dias, serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive
contados do recebimento dos autos do processo. para promoção por merecimento.
(B) perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
Art. 170 – Julgada procedente a revisão, será corrigida ou função, havendo compatibilidade de horários, sem prejuízo da
declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se, remuneração do cargo eletivo e, não havendo compatibilidade,
no que couber, os direitos do servidor, exceto em relação à não poderá perceber sua remuneração.
destituição de cargo em comissão, que será convertida em (C) não será afastado do seu cargo, emprego ou função,
exoneração. mas não receberá sua remuneração, sendo que seu tempo de
Parágrafo único – Da revisão do processo não poderá serviço será contado para todos os efeitos legais, inclusive
resultar agravamento de penalidade. para promoção por merecimento.
(...) (D) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-
lhe facultado optar pela sua remuneração, e seu tempo de
Questões serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para
promoção por merecimento.
01. A posse em cargo público dependerá de prévia (E) será afastado do seu cargo, emprego ou função, sendo-
inspeção médica oficial para aferir a aptidão física e mental lhe vedado optar pela sua remuneração, e seu tempo de
exigida. serviço não será contado durante o período do afastamento
para nenhum efeito.
( ) Certo ( ) Errado
07. (TRE-SP - Analista Judiciário - Área Administrativa
02. (TJ/PB - Analista Judiciário – Contabilidade – – FCC/2017) Dois servidores públicos titulares de cargos
FAPERP). A Lei Complementar 58 de 30/12/2003 dispõe efetivos de médico foram eleitos Deputado Federal e Deputado
sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civil do Estadual. Nas eleições municipais, foram eleitos Prefeito e
Estado da Paraíba e em sua Seção IV, Da Posse e Exercício, Vereador servidores públicos titulares de cargos efetivos de
determina que: professor universitário. No exercício dos respectivos
(A) a duração da jornada de trabalho semanal poderá ser mandatos,
diminuída, dependendo da assiduida-de, responsabilidade e (A) todos devem exonerar-se dos respectivos cargos
produtividade do servidor público no desempenho de seu públicos, sob pena de perderem o mandato por decisão
cargo. proferida pelas respectivas Casas Legislativas e, no caso do
(B) ao entrar em exercício, o servidor nomeado para o Prefeito, por decisão proferida pelo Tribunal de Justiça.
cargo de provimento efetivo, iniciará estágio probatório de (B) todos devem ser afastados dos respectivos cargos
cento e oitenta dias, durante os quais será avaliado quanto à públicos, sendo que seu tempo de serviço será contado para
aptidão e a capacidade de desempenho do cargo. todos os efeitos legais, exceto para promoção por
(C) a jornada máxima semanal de trabalho é de quarenta e merecimento, enquanto durar o mandato.
quatro horas, respeitada duração mínima e máxima, de seis a (C) os Deputados devem ser afastados dos cargos de
oito horas diárias, com exceção à duração de trabalho médico, ao passo que o Prefeito e o Vereador, havendo
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Respostas
01. Certo / 02. C / 03. Errado / 04. Certo / 05. Errado
06. D / 07. E
Referências:
Maria Fernanda Pires de Carvalho Pereira e Tatiana Martins da Costa
Camarão.
Matheus de Carvalho. Manual de Direito Administrativo. Juspodivm.
http://www.tdbvia.com.br/arquivos/web/lotacao%20de%20servidor.pdf
Anotações
Direito Administrativo 17
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APOSTILAS OPÇÃO
Direito Administrativo 18
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ÉTICA
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APOSTILAS OPÇÃO
Disponível em:
http://www.revista.vestibular.uerj.br/coluna/coluna.php?seq_coluna=68.
Ética 1
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APOSTILAS OPÇÃO
norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é (A) O objeto principal da ética, como ramo da filosofia, é a
moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. reflexão do comportamento humano através da análise dos
(E) é um conjunto de conhecimentos extraídos da valores e normas sociais vigentes em determinado lugar.
investigação do comportamento humano ao tentar explicar as (B) Ética e moral nem sempre são sinônimos; a moral seria
regras morais de forma racional, fundamentada, científica e um conjunto de normas que podem variar com o momento
teórica. histórico e cultural de cada sociedade, sendo, na verdade, o
objeto de estudo da ética.
02. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – (C) Ética vem da palavra romana ethos, que vem de mos ou
CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública e da ética e mores do grego, que significa moral, caráter ou costumes.
da moral, julgue o item que se segue. (D) Muitos dividem a ética didaticamente em dois campos:
Os termos moral e ética têm sentidos distintos, embora o primeiro cuida dos problemas gerais e fundamentais
sejam frequente e erroneamente empregados como relacionados aos valores e normas da sociedade e o segundo,
sinônimos. de áreas específicas, como a ética profissional etc.
(....) Certo
(....) Errado Respostas
Ética 2
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fundamento do ser, do devir (do vir a ser), do conhecer. Sob a (E) a boa vontade no comportamento do servidor público
perspectiva especificamente ética, princípio é a fonte, o em quaisquer situações e em qualquer tempo de seu cotidiano.
substrato em que se funda a ação.
Deste modo, por princípio, deve-se optar pela prática de Respostas
virtudes, ou seja, inclinar-se para o que tem valor moral, como
forma de implementar o comportamento ético. 01. C/02. C/03. A
Os princípios que pomos, estabelecemos para nós mesmos,
como vetores, guias do nosso comportamento, nos são dados
por nosso senso moral, ou seja, “pela maneira como
avaliamos nossa situação e a de nossos semelhantes segundo
3. Ética e democracia:
ideias como as de justiça e injustiça” e eleitos por nossa exercício da cidadania
consciência moral, ou seja, por nossa faculdade de
estabelecer julgamento morais acerca de nossas próprias
escolhas. Ética e Democracia: Exercício da Cidadania
Assim, o senso moral nos permite distinguir o justo do
injusto, o certo do errado, o bom do mau; mas é nossa Conforme Perla Müller2, cidadão é o indivíduo que, dentro
consciência moral que nos torna responsável, perante nós de um Estado, goza de direitos (civis e políticos) e
mesmos e os outros, por nossas escolhas. Nosso senso e nossa desempenha deveres (civis e políticos).
consciência moral nos auxiliam a definir, para nós mesmos, os Assim, a cidadania, ou seja, a qualidade de que é
valores que iremos salvaguardar através de nosso cidadão, se exerce no campo associativo (da associação civil),
comportamento individual e social. pela cooperação de homens reunidos no Estado. Desta forma,
Finalmente, parece desnecessário destacar que, do a sobrevivência e harmonia da sociedade, como grupo,
servidor público, espera-se a prática de virtudes, a escolha do associação de homens que é, depende da vida cooperativa de
que vale moralmente, a orientação do comportamento seus cidadãos.
segundo princípios que o dirijam ao bem. As atribuições cívico – políticas do cidadão dependem da
conformação do Estado a que pertence, ou seja, da forma de
Questões governo por este adotada.
Sendo a democracia a forma de governo eleita pelo
01. (MME – Nível Médio – CESPE) Quando a distribuição Estado, a cidadania retrata a qualidade dos “sujeitos
de bens por determinado agente público resulta em benefícios politicamente livres, ou seja, cidadãos que participam da
aos desfavorecidos, é correto afirmar que os princípios e criação e concordam com a ordem jurídica vigente”.
valores que regem a conduta desse agente se baseiam em uma Por democracia entende-se de forma geral, o governo do
abordagem povo, como governo de todos os cidadãos. Para que a
(A) com ênfase na garantia de oportunidades a todos. democracia se estabeleça, necessário o respeito à
(B) convencional da ética e do direito público. pluralidade, à transparência e à rotatividade.
(C) utilitária da ética e da justiça social. A democracia caracteriza-se pelo respeito à divergência
(D) moralista dos direitos dos cidadãos. (heterogeneidade), pela publicidade do exercício do poder e
(E) individualista da ética. pela certeza de que ninguém ou grupo nenhum tem lugar
cativo no poder, acessível a todos e exercido precária e
02. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) A ética transitoriamente.
pode ser definida como: Curioso o conceito de democracia dado por Norberto
(A) um conjunto de valores genéticos que são passados de Bobbio, para quem a democracia é o poder em público. E, de
geração em geração. fato, a participação do povo no exercício do poder somente se
(B) um princípio fundamental para que o ser humano viabiliza através da transparência, da publicidade, da abertura,
possa viver em família. quando decisões são tomadas de forma clara e a todos
(C) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, acessíveis. Somente desta forma, o povo, titular de todo poder,
responsável pela investigação dos princípios que motivam, pode eficazmente intervir nas tomadas de decisões
distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento contestando-as, pelos meios legais, quando delas discordarem.
humano em sociedade. Sendo assim, o exercício da cidadania, como gozo de
(D) um comportamento profissional a ser observado direitos e desempenho de deveres, deve pautar-se por
apenas no ambiente de trabalho. contornos éticos: o exercício da cidadania deve materializar-
(E) a boa vontade no comportamento do servidor público se na escolha da melhor conduta tendo em vista o bem
em quaisquer situações e em qualquer tempo de seu cotidiano. comum, resultando em uma ação moral como expressão do
bem.
03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) A ética
pode ser definida como: Inicialmente, é preciso levantar alguns conceitos
(A) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, correlatos:
responsável pela investigação dos princípios que motivam, a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga um
distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a
humano em sociedade. integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos
(B) um comportamento profissional a ser observado e obrigações.
apenas no ambiente de trabalho. b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado,
(C) um princípio fundamental para que o ser humano unidas pelo vínculo da nacionalidade.
possa viver em família. c) População: conjunto de pessoas residentes no Estado,
(D) um conjunto de valores genéticos que são passados de nacionais ou não.
geração em geração. Cidadão, por sua vez, é o nacional, isto é, aquele que
possui o vínculo político-jurídico da nacionalidade com o
Ética 3
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APOSTILAS OPÇÃO
Estado, que goza de direitos políticos, ou seja, que pode Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de
votar e ser votado. Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
Na disciplina constitucional, os direitos políticos anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
garantidos àquele que é cidadão encontram-se disciplinados candidato à reeleição.
nos artigos 14 e 15. Direitos políticos são os instrumentos por § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes
meio dos quais a Constituição Federal permite o exercício da condições:
soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para que I - se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-
eles possam interferir na condução da coisa pública de forma se da atividade;
direta ou indireta3. II - se contar mais de dez anos de serviço será agregado
A respeito da democracia brasileira, expõe Lenza4: pela autoridade superior e, se eleito, passará
“estamos diante da democracia semidireta ou participativa, automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
um ‘sistema híbrido’, uma democracia representativa, com § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
peculiaridades e atributos da democracia direta. Pode-se falar, inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger
então, em participação popular no poder por intermédio de a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
um processo, no caso, o exercício da soberania que se mandato considerada vida pregressa do candidato, e a
instrumentaliza por meio do plebiscito, referendo, iniciativa normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
popular, bem como outras formas, como a ação popular”. poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
Destaca-se o caput do artigo 14: emprego na administração direta ou indireta.
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
BRASIL DE 1988 diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
econômico, corrupção ou fraude.
CAPÍTULO IV § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em
DOS DIREITOS POLÍTICOS segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para Nacionalidade:
todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito; “Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um
II - referendo; indivíduo a um determinado Estado, fazendo com que este
III - iniciativa popular. indivíduo passe a integrar o povo daquele Estado e, por
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: consequência, desfrute de direitos e submeta-se a obrigações”. 5
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para: Art. 14 CF: Democracia Participativa ou Semidireta, ou
a) os analfabetos; seja, participação popular no poder por intermédio de um
b) os maiores de setenta anos; processo.
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. Diz o Art. 14 CF: A soberania popular será exercida pelo
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
e, durante o período do serviço militar obrigatório, os para todos, e, nos termos da lei, mediante:
conscritos. I) Plebiscito;
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: II) Referendo;
I - a nacionalidade brasileira; III) Iniciativa Popular.
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral; Vejamos alguns conceitos básicos e fundamentais para
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; melhor compreensão dos direitos políticos:
V - a filiação partidária; Democracia: É o governo do povo;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Soberania Popular: “É a qualidade máxima do poder
República e Senador; extraída da soma dos atributos de cada membro da sociedade
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de estatal, encarregado de escolher os seus representantes no
Estado e do Distrito Federal; governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado e igualitário”. (BULOS, Uadi Lammêgo).
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador. Em outras palavras, é o exercício do poder político pelo
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. povo.6
§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver Nacionalidade: Como vimos, é o vínculo jurídico-político
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser que liga o indivíduo a um Estado;
reeleitos para um único período subsequente.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Cidadania: “Tem por pressuposto a nacionalidade (que é
República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e mais ampla que a cidadania), caracterizando-se como a
os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até titularidade de direitos políticos de votar e ser votado.” (SILVA,
seis meses antes do pleito. José Afonso da). O cidadão, portanto, nada mais é do que o
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, nacional que exerce os direitos políticos;
o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo Sufrágio: É o direito de votar e ser votado;
grau ou por adoção, do Presidente da República, de
3 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 15. ed. São 5 LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11ª ed. São Paulo:
Ética 4
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APOSTILAS OPÇÃO
Voto: É o instrumento do exercício do direito de sufrágio; No entanto, em que pese a vedação à cassação, o mesmo
artigo autoriza a privação dos direitos políticos, seja por
Escrutínio: É a forma de exteriorização do voto, público ou meio da perda ou da suspensão.
secreto; Com efeito, o cidadão pode ser privado dos seus direitos
políticos por prazo indeterminado (perda), sendo que, neste
Plebiscito: É o instrumento de exercício de democracia caso, o restabelecimento dos direitos políticos dependerá do
direta por meio do qual o povo é consultado previamente exercício de ato de vontade do indivíduo, de um novo
sobre a viabilidade de uma determinada proposta de alteração alistamento eleitoral.
legislativa.7 Noutro giro, a privação dos direitos políticos pode se dar
por prazo determinado (suspensão), em que o
Referendo: É o instrumento de exercício de democracia restabelecimento se dará automaticamente, ou seja,
direta por meio do qual o povo é consultado posteriormente independentemente de manifestação do suspenso, desde que
sobre uma determinada proposta de alteração legislativa.8 ultrapassado as razões da suspensão.
O projeto de iniciativa popular é apresentado à Câmara Privação por prazo Privação por prazo
dos Deputados, não ao Senado Federal ou Congresso indeterminado determinado
Nacional.
Cassação, Perda e Suspensão dos Direitos Políticos: Restabelecimento Restabelecimento
dos direitos políticos dos direitos políticos
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO depende de um novo se dá
BRASIL alistamento eleitoral automaticamente
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS Assim:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de: perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada I - cancelamento da naturalização por sentença transitada
em julgado; em julgado; (perda)
II - incapacidade civil absoluta; II - incapacidade civil absoluta; (suspensão)
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos; durarem seus efeitos; (suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; (perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
(suspensão).
Art. 15 CF: É vedada a cassação de direitos políticos.
Entretanto, admite-se a perda e a suspensão dos mesmos. Questões
Cassação: É a retirada dos direitos políticos de modo 01. (LIQUIGÁS – Profissional Júnior – CESGRANRIO) Na
arbitrário, sem qualquer fundamento constitucional ou legal e, medida em que é editada uma lei, regularmente votada pelo
por isso, é prática vedada no Brasil. Congresso Nacional, a qual protege as pessoas com certo grau
de deficiência física, ofertando oportunidades de inserção no
Perda: É a retirada definitiva dos direitos políticos e que mercado de trabalho, está sendo realizado o princípio da
tem por base as hipóteses previstas na Constituição. (A) cidadania
(B) organização
Suspensão: É a retirada temporária dos direitos políticos, (C) proteção
também com fundamento na Constituição.9 (D) democracia
(E) república
OBSERVE COM ATENÇÃO!
02. (FSC – Advogado – CEPERJ) Dentre os fundamentos
PRIVAÇÃO DE DIREITOS POLÍTICOS: da República Federativa do Brasil está aquele que não está
limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da:
Em concordância com Luciano Dutra10, segundo o Art. 15 (A) democracia
da CF, é vedada a cassação dos direitos políticos, pois a (B) cooperação
mesma seria uma supressão arbitrária, ou seja, sem o devido (C) dignidade
processo legal, notadamente sob a ótica do contraditório e da (D) cidadania
ampla defesa, motivada por perseguições político- ideológicas (E) soberania
praticadas em outros momentos antidemocráticos do Estado
brasileiro.
7 LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 9 LÉPORE Paulo. Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm,
Ética 5
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APOSTILAS OPÇÃO
03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) Sobre físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício
os direitos políticos, é correto afirmar que: de alguma função estatal, a quem chamamos de agentes
(A) são inelegíveis, de acordo com o art. 14, § 4º, da públicos, é que devem, em última análise, pautar-se pela ética,
Constituição Federal, os inalistáveis e os analfabetos. já que expressam, com seus atos, a vontade do Estado.
(B) a idade mínima de vinte e um anos é requisito de A vontade do Estado é, pois, materializada através dos atos
elegibilidade para candidatura a vereador. e procedimentos administrativos executados pelos agentes
(C) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os públicos. Estes atos e procedimentos administrativos que dão
maiores de setenta anos e para os maiores de dezesseis e forma e viabilizam a atuação da Administração Pública devem
menores de dezoito anos, mas não para os analfabetos. ser entendidos como foco de análise da ética, constituindo-se
(D) para concorrer a outro cargo, prefeitos devem seu objeto, quando a questão se refere à ética na
renunciar ao mandato até três meses antes do pleito. Administração Pública.
(E) não podem alistar-se com o eleitores os estrangeiros e Embora emanados por ato de vontade dos agentes
os brasileiros naturalizados. públicos, os atos e procedimentos administrativos não podem
expressar a vontade individual do agente que os exterioriza.
04. (DEPEN – Técnico de Apoio – CESPE) No que se refere Isto porque os atos e procedimentos administrativos estão
à ética e ao exercício da cidadania, julgue o próximo item. submetidos ao princípio da moralidade administrativa, o que
Configura um dos elementos indispensáveis para o equivale dizer que o “interesse público está acima de
exercício da cidadania o efetivo conhecimento a respeito dos quaisquer outros tipos de interesses, sejam interesses
direitos imediatos do governante, sejam interesses imediatos de um
(....) Certo (....) Errado cidadão, sejam interesses pessoais do funcionário.
Respostas Apesar de se reconhecer que a moralidade sempre foi um
traço característico necessário ao ato administrativo, já que
01. A/02. E/03. A/04. Errado. não se pode supor a legitimidade de um Estado que não se
amolde ao que moralmente é aceito pela sociedade que o
constitui, é com a Constituição Federal de 1988, que o
princípio da moralidade é expressamente elevado a categoria
4. Ética e função pública de princípio essencial da administração pública, ao lado dos
princípios da legalidade, da impessoalidade e da publicidade
dos atos administrativos, conforme dispõe seu artigo 37.
De fato, não se pode negar que o desenvolvimento, Os atos e procedimentos administrativos, portanto, além
retificação e refinamento moral da sociedade impõem que de se submeterem a requisitos formais e objetivos para que
“todas as instituições sociais (públicas e privadas), ao lado dos possam gozar de validade e legalidade (competência,
indivíduos, devem se afinar no sentido da conquista da cultura finalidade, fora, motivo, objeto), devem também se apresentar
da moralidade”. Ora, a reverência da moralidade nas relações como moralmente legítimos, sob pena de serem anulados.
entre particulares, no âmbito individual e privado, é forma de Veja-se que neste ponto, aliás, a Constituição Federal
cultivo da futura moralidade na administração da coisa pública também trouxe importante avanço, quando em seu artigo 5º,
(res publica). inciso LXXIII, inclui a moralidade administrativa dentre os
Da mesma forma, a sobrevivência (individual e coletiva) e motivos que ensejam a vida da ação popular a ser proposta por
harmonia social dependem do eficaz e satisfatório qualquer cidadão que constate uma postura imoral praticada
desempenho moral de todas as atividades do homem. É lugar por qualquer entidade da qual o Estado participe.
mais que comum ouvir-se debates a respeito da ética médica, É justamente neste ponto que a ética exerce seu papel,
ética econômica, ética esportiva, e, em especial, ética na gestão permitindo realizar ponderações sobre a moralidade da
da res publica. E, de fato, a relação entre ética e política é tema vontade expressa em determinado ato ou procedimento
dos mais árduos na contemporaneidade. administrativo praticado por uma agente público. Assim, não
Historicamente sustentou-se uma distinção entre a “moral basta quer o agente público seja competente para emanar o ato
comum” e a “moral política”, chegando Maquiavel a afirmar administrativo ou conduzir um procedimento de sua alçada,
que o homem político poderia comportar-se de modo diverso nem que seja respeitada a forma prescrita em lei, devendo,
da moral comum, como se o homem comum e aquele que gere antes de tudo, corresponder a uma conduta eticamente
a coisa pública ou exerce função pública obedecessem a aceitável e, sobretudo, pautar-se pela preponderância do
“códigos” de ética distintos. interesse público sobre qualquer outro.
Todavia, atualmente não se duvida da necessária Desta forma, com a finalidade de amoldar a conduta dos
integração ou “afinamento” entre a moral comum e a moral agentes públicos dentro do que eticamente se espera da
política. Não se pode imaginar a existência de uma absoluta Administração Pública, visando compeli-los a absterem-se de
distinção entre a ética almejada pelos indivíduos que práticas que não sejam moralmente aceitáveis, é que surgem
compõem a sociedade e aquela esperada dos órgãos do Estado, as normas deontológicas, ou seja, as regras que definem
que exercem a função pública. condutas correlatas a serem seguidas, positivadas através dos
Justamente por representarem a coletividade, as Códigos de Ética.
instituições públicas devem se pautar, de forma mais eficaz,
pela ética, posto que devem assumir uma posição de espelho Referências Bibliográficas:
dos anseios da sociedade. Para que o Estado possa gerir a res
BORTOLETO, Leandro; MÜLLER, Perla. Noções de ética no serviço público.
publica, de forma democrática e não autoritária, este deve Editora Jus Podivm, 2014.
gozar de credibilidade, a qual somente pode ser conquistada
com a transparência e a moralidade de seus atos, para que não Questões
seja necessário o uso excessivo da força, o que transformaria
um Estado democrático em uma nefasta tirania. 01. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional –
Cumpre lembrar que, quando se fala em agir ético do FUNIVERSA/2015) Com relação às obrigações éticas do
Estado, ou das instituições públicas que o compõem, na servidor público, assinale a alternativa incorreta.
realidade devemos nos atentar que o agir ético é sempre (A) Os servidores públicos deverão tratar seus
exercido por pessoas físicas, já que o Estado, como uma ficção concidadãos com urbanidade, cordialidade e educação.
jurídica que é, não goza de vontade própria. Estas pessoas
Ética 6
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DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
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APOSTILAS OPÇÃO
1 Mazzuoli, Valerio de Oliveira. Curso de Direitos Humanos. Método. 3 Curso de Direitos Humanos. Valerio de Oliveira Mazzuoli. Método. 2014.
2 André de Carvalho Ramos. Curso de Direitos Humanos. 2014. Saraiva.
4 Idem.
02. (DPE/PI – Defensor– CESPE) A respeito do pós guerra da Segunda Guerra Mundial, tendo seu
desenvolvimento histórico dos direitos humanos e seus desenvolvimento pode ser atribuído a uma resposta às
marcos fundamentais, assinale a opção correta. monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e à
(A) Os direitos fundamentais surgem todos de uma vez, crença de que parte destas violações poderia ser prevenida se
não se originam de processo histórico paulatino. um efetivo sistema de proteção internacional de direitos
(B) Não há uma correlação entre o surgimento do humanos existisse.
cristianismo e o respeito à dignidade da pessoa humana. Neste cenário fortalece-se a ideia de que a proteção dos
(C) As gerações de direitos humanos mais recentes direitos humanos não deve se reduzir ao domínio reservado
substituem as gerações de direitos fundamentais mais antigas. do Estado, em âmbito exclusivo à jurisdição doméstica, dado
(D) A proteção dos direitos fundamentais é objeto também seu relevante interesse internacional.
do direito internacional. Com o surgimento da Organização das Nações Unidas em
(E) A ONU é o órgão responsável pela UDHR e pela 1948, é aprovada a Declaração Universal dos Direitos
Declaração Americana de Direitos. Humanos, como um código de princípios e valores universais
a serem respeitados pelos Estados, considerado como marco
03. (DPE/MS – Defensor– VUNESP) Quando se fala em do desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos
Direitos Humanos, considerando sua historiciedade, é correto Humanos, a partir do qual são adotados inúmeros tratados
dizer que internacionais voltados à proteção de direitos fundamentais.
(A) somente passam a existir com as Declarações de Forma-se o sistema normativo global de proteção dos
Direitos elaboradas a partir da Revolução Gloriosa Inglesa de direitos humanos, no âmbito das Nações Unidas. Este sistema
1688. normativo, por sua vez, é integrado por instrumentos de
(B) foram estabelecidos, pela primeira vez, por meio da alcance geral (como os Pactos Internacionais de Direitos Civis
Carta Magna de 1215, que é a expressão maior da proteção dos e Políticos e de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de
Direitos do Homem em âmbito universal. 1966) e por instrumentos de alcance específico, como as
(C) a concepção contemporânea de Direitos Humanos foi Convenções internacionais que buscam responder a
introduzida, em 1789, pela Declaração dos Direitos do Homem determinadas violações de direitos humanos.
e do Cidadão, fruto da Revolução Francesa. Ao lado do sistema normativo global, surge o sistema
(D) a internacionalização dos Direitos Humanos surge a normativo regional de proteção, que busca internacionalizar
partir do Pós-Guerra, como resposta às atrocidades cometidas os direitos humanos no plano regional, particularmente na
durante o nazismo. Europa, América e África.
Os sistemas global e regional não são dicotômicos, mas
04. (PC/SP - Delegado - PC/SP) Quando, no final do complementares. Inspirados pelos valores e princípios da
século XVIII, foram declarados os direitos fundamentais, eram Declaração Universal, compõem o universo instrumental de
encarados essencialmente como proteção dos direitos humanos, no plano internacional.
(A) interesses coletivos não individualizáveis A crescente participação brasileira frente ao sistema
(B) proliferação dos direitos naturais e objetivos internacional de proteção dos direitos humanos tem como
(C) expressões da liberdade humana em face do Poder marco o processo de democratização do país, deflagrado em
(D) objetivos políticos efetivamente protegidos 1985, a partir do qual o Estado Brasileiro passou a ratificar
(E) vulgarização e trivialização dos direitos naturais relevantes tratados internacionais de direitos humanos.
Tido como marco inicial do processo de incorporação de
05. (VUNESP) Documento histórico relevante na evolução tratados internacionais de direitos humanos pelo Direito
dos direitos humanos, elaborado no século XIII, que regulava Brasileiro, a ratificação, em 1989, da Convenção contra a
várias matérias, de sentido puramente local ou conjuntural, ao Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
lado de outras que constituem as primeiras fundações da Degradantes possibilitou que inúmeros outros importantes
civilização moderna, que considera que o rei se encontra instrumentos internacionais de proteção dos direitos
vinculado pelas próprias leis que edita e que traz a essência do humanos foram também incorporados pelo Direito Brasileiro,
princípio do devido processo legal em seu texto. sob a égide da Constituição Federal de 1988, tais como: a) a
Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura,
Tal descrição se refere à: em 20 de julho de 1989; b) a Convenção sobre os Direitos da
(A) Lei de Habeas Corpus (ou Habeas Corpus Act). Criança, em 24 de setembro de 1990; c) o Pacto Internacional
(B) Declaração de Direitos da Inglaterra (ou Bill of Rights). dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de 1992; d) o
(C) Declaração de Independência dos Estados Unidos da Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e
América. Culturais, em 24 de janeiro de 1992; e) a Convenção
(D) Magna Carta (ou Magna Charta Libertatum). Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992;
(E) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão f) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher, em 27 de novembro de
Respostas 1995.
01. E / 02. D. / 03. D. / 04. C. / 05. D As inovações introduzidas pela Carta de 1988 —
especialmente no que tange ao primado da prevalência dos
direitos humanos, como princípio orientador das relações
3. A Constituição brasileira e internacionais — foram fundamentais para a ratificação destes
importantes instrumentos de proteção dos direitos humanos.
os tratados internacionais Segundo o Art. 5º, § 2º da CF, os direitos e garantias
de direitos humanos. expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E OS TRATADOS
Com efeito, quando um tratado internacional ingressa no
INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS.
ordenamento jurídico acrescenta outros direitos e deveres
para os cidadãos.
Os tratados internacionais de direitos humanos têm como
fonte o Direito Internacional dos Direitos Humanos, surgido do
Para o tratado internacional ingressar no ordenamento alteração constitucional que passou a assim estabelecer data
jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento de 2004:
complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a Ainda, segundo o Art. 5º, § 3º, os tratados e convenções
negociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura internacionais sobre direitos humanos que forem
do Presidente da República), submissão do tratado assinado aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio do turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação da membros, serão equivalentes às emendas
obrigação perante a comunidade internacional) e a constitucionais.
promulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo6. Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/04, que
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária na introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Federal, os
Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia dos tratados internacionais de direitos humanos foram
direitos humanos, desde logo consagrando o princípio da equiparados às emendas constitucionais, desde que
primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela houvesse a aprovação do tratado em cada Casa do Congresso
doutrina e jurisprudência majoritários na época. "O princípio Nacional e obtivesse a votação em dois turnos e com três
da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais quintos dos votos dos respectivos membros.
implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quanto Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de
ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los. direitos humanos que ingressarem no ordenamento jurídico
Implica, também em que as normas voltadas à proteção da brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos, irão
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil passar por um processo de aprovação semelhante ao da
em caráter prioritário em relação a outras normas"7. emenda constitucional. Não há dúvidas de que os tratados
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam internacionais posteriores à emenda, aprovados pelo quórum
com força de lei ordinária no ordenamento jurídico brasileiro de 3/5, em dois turnos, têm status de norma constitucional.
porque somente existe previsão constitucional quanto à Atualmente, está nesta condição a Convenção Internacional de
possibilidade da equiparação às emendas constitucionais se o Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Decreto nº
tratado abranger matéria de direitos humanos. 6949/09).
Antes da Emenda Constitucional nº 45/04 que alterou o Mas e quanto aos demais tratados?
quadro quanto aos tratados de direitos humanos, era o que Há posicionamentos conflituosos quanto à possibilidade
acontecia, ou seja, tratados de direitos humanos possuem de considerar como hierarquicamente constitucional os
caráter de lei ordinária, mas isso não significa que tais direitos tratados internacionais de direitos humanos que ingressaram
eram menos importantes. Na verdade, após a Constituição de no ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento
1988 passou-se a afirmar que os tratados de direitos humanos da referida emenda. A posição predominante foi estabelecida
são mais do que leis ordinárias, mas fontes de direitos pelo Supremo Tribunal Federal na discussão que se deu com
implícitos, o que mostra a primazia dos direitos humanos. relação à prisão civil do depositário infiel, prevista como legal
O precedente histórico da declaração dos tratados na Constituição e ilegal no Pacto de São José da Costa Rica
internacionais como fonte de direito implícitos foi o (tratado de direitos humanos aprovado antes da EC nº 45/04
questionamento pelo Partido MDB com relação à LC nº 5. Tal e depois da CF/88). O Supremo Tribunal Federal firmou o
partido político brasileiro que abrigou os opositores do entendimento pela supra legalidade do tratado de direitos
Regime Militar de 1964 ante o poderio governista da Aliança humanos anterior à Emenda (estaria numa posição que
Renovadora Nacional (ARENA). Organizado em fins de 1965 e paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
fundado no ano seguinte, o partido se caracterizou por sua revogaria a Constituição no ponto controverso). Logo, o
multiplicidade ideológica graças sobretudo aos embates entre tratado de direitos humanos anterior à Emenda Constitucional
os "autênticos" e "moderados" quanto aos rumos a seguir no nº 45/04 é mais do que lei ordinária, e por isso paralisa a lei
enfrentamento ao poder militar. Inicialmente raquítico em seu ordinária que o contrarie, porém menos que o texto
desempenho eleitoral, experimentou grande crescimento no constitucional. Criou-se, então, uma necessidade de dupla
governo de Ernesto Geisel obrigando os militares a compatibilidade das leis ordinárias.
extinguirem o bipartidarismo e assim surgiu o Partido do É possível que um tratado de direitos humanos anterior à
Movimento Democrático Brasileiro em 1980. A LC nº 5 previa Emenda Constitucional nº 45/04 adquira caráter
que eram inelegíveis não só os condenados por certos crimes, constitucional? Sim, basta que este tratado seja submetido a
mas também quem estivesse sendo processado por estes. Foi uma nova votação no Congresso Nacional, desta vez nos
efetuada a arguição incidental de inconstitucionalidade, moldes da Emenda (2 turnos, quórum de 3/5). Feito isto, se
identificando no padrão de confronto o princípio do estado de encerraria qualquer controvérsia e o caráter do tratado
inocência, que na época era implícito (uma vez que previsto na passaria a ser de norma constitucional.
Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948). O TRE
não acolheu a tese, mas o TSE sim (4x3). Contudo, o STF caçou Questões
a decisão (7x4). Ficou impedida, assim, a candidatura do MDB.
Logo, todos os tratados que ingressaram no ordenamento 01. (POLÍCIA CIENTÍFICA/PR – Odontolegista -
jurídico após a Constituição Federal de 1988 são mais que leis IBFC/2017) Considere as normas da Constituição Federal
ordinárias, mas efetivas fontes de direitos implícitos. A sobre tratados e convenções internacionais para assinalar a
exemplo, pode-se mencionar os pactos internacionais dos alternativa correta.
direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e (A) Os tratados e as convenções internacionais sobre
culturais, ambos de 1966, e a Convenção Americana sobre quaisquer temas que forem aprovados, em cada Casa do
Direitos Humanos de 1969, que entraram em vigor no Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos
ordenamento em 1992; e a Convenção sobre a tortura de 1984, votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
que entrou em vigor no Brasil em 1991. A questão é que tais emendas constitucionais
tratados não passaram pelo procedimento similar ao da (B) Os tratados e as convenções internacionais sobre
Emenda Constitucional para aprovação, uma vez que a direito empresarial que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por cinco oitavos dos
6 7
VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Fundamentais e Prisão Civil. PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e
Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008. Privado. Salvador: JusPodivm, 2009.
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às participar direta ou indiretamente do governo, da
emendas constitucionais organização e do funcionamento do Estado.”
(C) Os tratados e as convenções internacionais sobre A Constituição Federal de 1988 dedica o capítulo IV do
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do título II, referente aos direitos e garantias fundamentais, aos
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos direitos políticos.11 O tema direitos políticos compreende os
dos respectivos membros, serão equivalentes às leis institutos do direito de sufrágio, sistemas eleitorais, privação
complementares dos direitos políticos e inelegibilidades.
(D) Os tratados e as convenções internacionais sobre
quaisquer temas que forem aprovados, em cada Casa do Sufrágio
Congresso Nacional, em dois turnos, por dois quintos dos Processo de seleção do corpo eleitoral. Pelo sufrágio
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às leis determina-se quem pode, ou não, votar. No Brasil adota-se o
ordinárias sufrágio universal.
(E) Os tratados e as convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Voto
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos Meio pelo qual se manifesta uma vontade, num julgamento
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas ou deliberação coletiva.
constitucionais.
Eleição
02. (SEGEP/MA - Procurador do Estado - FCC/2016) A É a ação de eleger, escolher ou de ser escolhido por meio
respeito da incorporação dos tratados internacionais de da votação.
direitos humanos, é INCORRETO afirmar:
(A) A aprovação pelo Congresso Nacional de um tratado de Democracia Direta e Indireta
direitos humanos de acordo com o rito estabelecido no § 3º do A democracia direta pode ser vista como um tipo de
art. 5º da Constituição Federal não dispensa a ratificação do sistema onde os cidadãos discutem e votam diretamente as
tratado. principais questões de seu interesse.
(B) Os tratados aprovados pelo Congresso Nacional na A democracia indireta estabelece que a população utilize
forma do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal possuem do voto para a escolha dos representantes políticos mais
hierarquia e força normativa equivalente às emendas adequados aos seus interesses. Desse modo, os cidadãos
constitucionais. teriam os seus direitos assegurados por vereadores e
(C) Os tratados e convenções internacionais sobre direitos deputados que se comprometeriam a atender os anseios de
humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso seus eleitores.
Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às emendas Cidadania: conjunto de direitos e deveres exercidos por
constitucionais. um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu
(D) Os tratados internacionais que não versam sobre poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na
direitos humanos possuem, como regra geral, hierarquia de lei sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.
ordinária.
(E) Os tratados internacionais de direitos humanos Elegibilidade: capacidade jurídica para apresentar-se
dependem de ratificação pelo Brasil, mediante processo de candidato a cargo público pelo sufrágio popular; possibilidade
incorporação de atribuição e participação exclusiva do de eleger-se.
Congresso Nacional.
CAPÍTULO IV
Respostas DOS DIREITOS POLÍTICOS
01. E / 02. E
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para
4. Direitos políticos na todos, e, nos termos da lei, mediante:
Constituição Federal de I - plebiscito;
II - referendo;
1988: cidadania, III - iniciativa popular.
elegibilidade e partidos
políticos. Plebiscito: é convocado com anterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, pelo voto,
aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
Dos Direitos políticos Referendo: é convocado com posterioridade a ato
legislativo ou administrativo, cumprindo ao povo a
Direitos políticos são os direitos do cidadão que permitem respectiva ratificação ou rejeição.
sua participação e influência nas atividades de governo.8 Para Iniciativa popular: consiste na apresentação de
Pimenta Bueno, citado por José Afonso da Silva9, os direitos projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no
políticos são “as prerrogativas, atributos, faculdades ou mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
poder de intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu pelo menos por 5 Estados, com não menos de três décimos
país, intervenção direta ou só indireta, mais ou menos por cento dos eleitores de cada um deles (art. 13, da Lei nº
ampla, segundo a intensidade do gozo desses direitos.” 9.709/98).
Para Gomes10, direitos políticos são “as prerrogativas e
os deveres inerentes à cidadania. Englobam o direito de § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
8 http://www.justicaeleitoral.jus.br/arquivos/direitos-politicos-e- 10 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. – São Paulo: Atlas, 2012. p. 4.
sufragio-roteiros-eje. Acesso em 17/06/2015. 11 Artigos 14 a 16 da CF 88.
9 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 27. ed. São
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
II - facultativos para: emprego na administração direta ou indireta.
a) os analfabetos; § 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
b) os maiores de setenta anos; Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros econômico, corrupção ou fraude.
e, durante o período do serviço militar obrigatório, os § 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em
conscritos. segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
temerária ou de manifesta má-fé.
Conscritos: alistados, recrutados.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de:
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada
I - a nacionalidade brasileira; em julgado;
II - o pleno exercício dos direitos políticos; II - incapacidade civil absoluta;
III - o alistamento eleitoral; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; durarem seus efeitos;
V - a filiação partidária; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
VI - a idade mínima de: prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em
Estado e do Distrito Federal; vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado ocorra até um ano da data de sua vigência.
Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador. Dos Partidos Políticos
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade (A) podem receber recursos financeiros de entidade ou
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no governo estrangeiros.
Tribunal Superior Eleitoral. (B) não são obrigados a registrar seus estatutos no
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo Tribunal Superior Eleitoral, se, antes, eles adquirirem
partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da personalidade jurídica.
lei. (C) podem utilizar organização paramilitar.
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de (D) têm autonomia para definir sua estrutura interna, sua
organização paramilitar. organização e seu funcionamento.
(E) têm, em regra, de pagar pelo acesso ao rádio e à
Questões televisão.
Apostila Digital Licenciada para KELVY FELLIPE GOMES DE LIMA - kelvy2@gmail.com (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br
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APOSTILAS OPÇÃO
princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e
uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais:
elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser
estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo
nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as
comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há
sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso
Produção de 01 (um) dos
de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto
gêneros da Redação Oficial, dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o
a partir de uma situação- público).
problema hipotética, e com
base na estrutura e finalidade Outros procedimentos rotineiros na redação de
comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo,
do gênero solicitado,
como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de
preconizadas pelo Manual de redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por
Redação da Presidência da exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais,
República. 1. Redação Oficial: regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de
a) Conceito. b) Contexto de 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência,
foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste
produção. c) finalidades. 2.
Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou
As comunicações Oficiais: a) fazer das características específicas da forma oficial de redigir
conceito, estrutura, finalidades não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação –
e especificidades de uso nas ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem
mais diferentes circunstâncias administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se
chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser
sociocomunicativas. c.
a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e
Classificação dos Documentos clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção
da Redação Oficial a partir do de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente
Padrão-Ofício. árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica
– comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa
daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência
Redação Oficial da Presidência da República particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
Caro candidato, o Manual de Redação da Presidência uma delas.
possui 6 capítulos.
Em nossa apostila, abordaremos apenas os capítulos 1 1.1. A Impessoalidade
e 2, já que os demais capítulos correspondem a conteúdos
gramaticais que já foram estudados em tópicos anteriores A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
da mesma. escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
CAPÍTULO I a) alguém que comunique,
b) algo a ser comunicado, e
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL c) alguém que receba essa comunicação.
1. O que é Redação Oficial No caso da redação oficial, quem comunica é sempre
o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria,
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que
Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o
redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo
do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o
uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que
Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública constam das comunicações oficiais decorre:
direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos a) da ausência de impressões individuais de quem
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome
princípios fundamentais de toda administração pública, claro do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e uma desejável padronização, que permite que comunicações
comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que entre si certa uniformidade;
dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do
sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea
atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos e impessoal;
obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que
remontam ao período de nossa história imperial, como, por c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o
exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial universo temático das comunicações oficiais se restringe a
de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que
atos, o número de anos transcorridos desde a Independência. não cabe qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há
Essa prática foi mantida no período republicano. Esses mesmos lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que,
Produção Textual 1
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APOSTILAS OPÇÃO
por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Outras
assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais 1.3. Formalidade e Padronização
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
impessoalidade. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem,
é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade
caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à
caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, cuida a comunicação.
o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada
a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes A formalidade de tratamento vincula-se, também,
oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a
objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos administração federal é una, é natural que as comunicações
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse
brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para
linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda,
um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a da apresentação dos textos. A clareza datilográfica, o uso de
gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação
compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte
uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas
extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer específicas para cada tipo de expediente.
alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, 1.4. Concisão e Clareza
a entoação, etc. Para mencionar apenas alguns dos fatores
responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora A concisão é antes uma qualidade do que uma característica
mais lentamente as transformações, tem maior vocação para do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um
a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. máximo de informações com um mínimo de palavras. Para
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha,
de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o
carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa
de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar ou repetições desnecessárias de idéias. O esforço de sermos
a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois concisos atende, basicamente ao princípio de economia
casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo palavras para informar o máximo.
ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles Não se deve de forma alguma entendê-la como economia
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens
padrão culto é aquele em que: substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-
se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias,
a) se observam as regras da gramática formal, e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos perceber certa hierarquia de idéias que existe em todo texto de
usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias.
do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-
ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias
regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm
linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser
pretendida compreensão por todos os cidadãos. dispensadas.
Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial,
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-
expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica se definir como claro aquele texto que possibilita imediata
emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo
sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um características da redação oficial. Para ela concorrem:
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto
nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao
tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, texto;
necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. circulação restrita, como a gíria e o jargão;
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a
que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos imprescindível uniformidade dos textos;
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos
determinada área, são de difícil entendimento por quem não lingüísticos que nada lhe acrescentam.
esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de
explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
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É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto
redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que
torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa
experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite,
desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser
dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes,
há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.
Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em todas as comunicações oficiais,
Transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser feitas
inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas
tem sentido! O quadro tem aqui a função de sublinhar a maneira de como não se deve escrever:
CAPÍTULO II
AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
2. Introdução
A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação
Oficial. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes
de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego dos
pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do signatário.
O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a
um atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu
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rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim Senhor Juiz,
usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na Senhor Ministro,
hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa Senhor Governador,
eminência, vossa santidade.” A partir do final do século XVI, esse
modo de tratamento indireto já estava em voga também para os No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas
ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte
vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com forma:
o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual A Sua Excelência o Senhor
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de Fulano de Tal
dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas. Ministro de Estado da Justiça
70.064-900 – Brasília. DF
2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento
A Sua Excelência o Senhor
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) Senador Fulano de Tal
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância Senado Federal
verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda 70.165-900 – Brasília. DF
pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se
dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira A Sua Excelência o Senhor
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra Fulano de Tal
a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará Juiz de Direito da 10a Vara Cível
o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Da mesma Rua ABC, no 123
forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de 01.010-000 – São Paulo. SP
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria
nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vosso...”). Já quanto aos Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A
coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência para particulares. O vocativo adequado é:
está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. Senhor Fulano de Tal,
(...)
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece Fulano de Tal
a secular tradição. São de uso consagrado: Rua ABC, nº 123
70.123 – Curitiba. PR
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades:
Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o
a) do Poder Executivo; emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que
Presidente da República; recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
Vice-Presidente da República; suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-
Ministros de Estado; se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
Federal; apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
Oficiais-Generais das Forças Armadas; por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume
Embaixadores; designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
de cargos de natureza especial; confere a desejada formalidade às comunicações. Mencionemos,
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da
Prefeitos Municipais. tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
Corresponde-lhe o vocativo:
b) do Poder Legislativo:
Deputados Federais e Senadores; Magnífico Reitor,
Ministro do Tribunal de Contas da União; (...)
Deputados Estaduais e Distritais;
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais. hierarquia eclesiástica, são:
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2.2. Fechos para Comunicações contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser
tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade exposição;
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos
quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e
este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos subtítulos.
diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da a estrutura é a seguinte:
República: – introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
Respeitosamente, solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo
inferior: da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados
Atenciosamente, completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a encaminhado, segundo a seguinte fórmula:
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991,
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990,
das Relações Exteriores. do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição
do servidor Fulano de Tal.” Ou “Encaminho, para exame e
2.3. Identificação do Signatário pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de
fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer agrícolas na região Nordeste.”
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local – desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: algum comentário a respeito do documento que encaminha,
poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso
(espaço para assinatura) contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou
NOME ofício de mero encaminhamento.
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
(espaço para assinatura) g) assinatura do autor da comunicação; e
NOME h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do
Ministro de Estado da Justiça Signatário).
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura 3.2. Forma de diagramação
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao
menos a última frase anterior ao fecho. Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte
forma de apresentação:
3. O Padrão Ofício a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman
finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades da página;
de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
semelhanças. impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens
esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício pares (“margem espelho”);
e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes distância da margem esquerda;
partes: f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do mínimo, 3,0 cm de largura;
órgão que o expede: g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5
Exemplos: O constante neste item aplica-se também à exposição de motivos
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME e à mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem).
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e
alinhamento à direita: de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de
Exemplo: texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em
Brasília, 15 de março de 1991. branco;
c) assunto: resumo do teor do documento i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
Exemplos: letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a
Assunto: Necessidade de aquisição de novos sobriedade do documento;
computadores. j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para
dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído gráficos e ilustrações;
também o endereço. l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, arquivo Rich Text nos documentos de texto;
na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. n) dentro do possível, todos os documentos elaborados
Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior
“Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta; ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem
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ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
do documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por
relatório produtividade ano 2002” todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
de interministerial.
3.3. Aviso e Ofício
4.2. Forma e Estrutura
3.3.1. Definição e Finalidade
Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação
Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que a exposição de motivos que proponha alguma medida ou
o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito
para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício adiante. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade,
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
particulares. No primeiro caso, o da exposição de motivos que
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
3.3.2. Forma e Estrutura Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes
referido para o padrão ofício.
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão Já a exposição de motivos que submeta à consideração do
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser
2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo –
Exemplos: embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de
Excelentíssimo Senhor Presidente da República outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem,
Senhora Ministra obrigatoriamente, apontar:
Senhor Chefe de Gabinete a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as da medida ou do ato normativo proposto;
seguintes informações do remetente: b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
– nome do órgão ou setor; aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e
– endereço postal; eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
– telefone e endereço de correio eletrônico. c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada,
3.4. Memorando ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o
problema.
3.4.1. Definição e Finalidade Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
O memorando é a modalidade de comunicação entre modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar março de 2002.
hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação ou órgão equivalente) nº de 200 .
eminentemente interna. 1. Síntese do problema ou da situação que reclama
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser providências
empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua medida proposta
característica principal é a agilidade.
A tramitação do memorando em qualquer órgã o deve 3. Alternativas existentes às medidas propostas
pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos Mencionar:
burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de - se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de - outras possibilidades de resolução do problema.
continuação.
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo 4. Custos
simplificado, assegurando maior transparência à tomada de Mencionar:
decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria - se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
tratada no memorando. orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
3.4.2. Forma e Estrutura especial ou suplementar;
- valor a ser despendido em moeda corrente;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto de
mencionado pelo cargo que ocupa. lei que deva tramitar em regime de urgência)
Exemplos: Mencionar:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. - se o problema configura calamidade pública;
Subchefe para Assuntos Jurídicos - por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
4. Exposição de Motivos tenham sido previstos;
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação
4.1. Definição e Finalidade já prevista.
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou
da República ou ao Vice-Presidente para: medida proposta possa vir a tê-lo)
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou 7. Alterações propostas
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da Texto atual Texto proposto
República por um Ministro de Estado. 8. Síntese do parecer do órgão jurídico
Produção Textual 6
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· Com base em avaliação do ato normativo ou da medida Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha
proposta à luz das questões levantadas no item 10.4.3. início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). Quanto aos
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode projetos de lei financeira (que compreendem plano plurianual,
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e créditos
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que se adicionais), as mensagens de encaminhamento dirigem-se aos
complete o exame ou se reformule a proposta. O preenchimento Membros do Congresso Nacional, e os respectivos avisos são
obrigatório do anexo para as exposições de motivos que endereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A razão
proponham a adoção de alguma medida ou a edição de ato é que o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congressual
normativo tem como finalidade: sobre as leis financeiras em sessão conjunta, mais precisamente,
a) permitir a adequada reflexão sobre o problema que se “na forma do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso
busca resolver; Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
b) ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas. As mensagens aqui
problema e dos efeitos que pode ter a adoção da medida ou a tratadas coroam o processo desenvolvido no âmbito do Poder
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser Executivo, que abrange minucioso exame técnico, jurídico e
analisadas na elaboração de proposições normativas no âmbito econômico-financeiro das matérias objeto das proposições por
do Poder Executivo (v. 10.4.3.). elas encaminhadas. Tais exames materializam-se em pareceres
c) conferir perfeita transparência aos atos propostos. dos diversos órgãos interessados no assunto das proposições,
entre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas, na origem das
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser analisadas propostas, as análises necessárias constam da exposição de
na elaboração de atos normativos no âmbito do Poder Executivo, motivos do órgão onde se geraram (v. 3.1. Exposição de Motivos)
o texto da exposição de motivos e seu anexo complementam-se – exposição que acompanhará, por cópia, a mensagem de
e formam um todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação encaminhamento ao Congresso.
profunda e direta de toda a situação que está a reclamar a
adoção de certa providência ou a edição de um ato normativo; b) encaminhamento de medida provisória.
o problema a ser enfrentado e suas causas; a solução que se Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição,
propõe, seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. o Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
O texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário
demonstração da necessidade da providência proposta: por que do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória,
deve ser adotada e como resolverá o problema. Nos casos em autenticada pela Coordenação de Documentação da Presidência
que o ato proposto for questão de pessoal (nomeação, promoção, da República.
ascensão, transferência, readaptação, reversão, aproveitamento, c) indicação de autoridades.
reintegração, recondução, remoção, exoneração, demissão, As mensagens que submetem ao Senado Federal a indicação
dispensa, disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o de pessoas para ocuparem determinados cargos (magistrados
encaminhamento do formulário de anexo à exposição de motivos. dos Tribunais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e
Ressalte-se que: Diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República,
– a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico Chefes de Missão Diplomática, etc.) têm em vista que a
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; Constituição, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa
– o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos do Congresso Nacional competência privativa para aprovar
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão dos a indicação. O curriculum vitae do indicado, devidamente
comentários a serem ali incluídos. assinado, acompanha a mensagem. d) pedido de autorização
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que para o Presidente ou o Vice-Presidente da República se
a atenção aos requisitos básicos da redação oficial (clareza, ausentarem do País por mais de 15 dias. Trata-se de exigência
concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do constitucional (Constituição, art. 49, III, e 83), e a autorização é
padrão culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição de da competência privativa do Congresso Nacional. O Presidente
motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao da República, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência
Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, em é por prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa
certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou do Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas.
ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da e) encaminhamento de atos de concessão e renovação de
União, no todo ou em parte. concessão de emissoras de rádio e TV. A obrigação de submeter
tais atos à apreciação do Congresso Nacional consta no inciso
5. Mensagem XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão efeitos
legais a outorga ou renovação da concessão após deliberação do
5.1. Definição e Finalidade Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o). Descabe pedir
na mensagem a urgência prevista no art. 64 da Constituição,
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos porquanto o § 1o do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a mensagem
Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar o correspondente processo administrativo.
sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo f) encaminhamento das contas referentes ao exercício
por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao anterior. O Presidente da República tem o prazo de sessenta
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao
de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer Congresso Nacional as contas referentes ao exercício anterior
comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer da Comissão
públicos e da Nação. Minuta de mensagem pode ser encaminhada Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1o), sob pena
pelos Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas
caberá a redação final. As mensagens mais usuais do Poder (Constituição, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art.
Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades: 215 do seu Regimento Interno.
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, g) mensagem de abertura da sessão legislativa.
complementar ou financeira. Os projetos de lei ordinária ou Ela deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
complementar são enviados em regime normal (Constituição, do País e solicitação de providências que julgar necessárias
art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe (Constituição, art. 84, XI). O portador da mensagem é o Chefe
lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime da Casa Civil da Presidência da República. Esta mensagem difere
normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com das demais porque vai encadernada e é distribuída a todos os
solicitação de urgência. Em ambos os casos, a mensagem se Congressistas em forma de livro.
dirige aos Membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada h) comunicação de sanção (com restituição de autógrafos).
com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao Esta mensagem é dirigida aos Membros do Congresso
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APOSTILAS OPÇÃO
Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro Secretário da Casa deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas situações
onde se originaram os autógrafos. Nela se informa o número que que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que
tomou a lei e se restituem dois exemplares dos três autógrafos a urgência justifique sua utilização e, também em razão de seu
recebidos, nos quais o Presidente da República terá aposto o custo elevado, esta forma de comunicação deve pautar-se pela
despacho de sanção. concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).
i) comunicação de veto.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Constituição, art. 6.2. Forma e Estrutura
66, § 1o), a mensagem informa sobre a decisão de vetar, se o
veto é parcial, quais as disposições vetadas, e as razões do veto. Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a
Seu texto vai publicado na íntegra no Diário Oficial da União (v. estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos Correios
4.2. Forma e Estrutura), ao contrário das demais mensagens, e em seu sítio na Internet.
cuja publicação se restringe à notícia do seu envio ao Poder
Legislativo. (v. 19.6.Veto) 7. Fax
j) outras mensagens.
Também são remetidas ao Legislativo com regular frequência 7.1. Definição e Finalidade
mensagens com:
– encaminhamento de atos internacionais que acarretam O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma
encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis às desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão de
operações e prestações interestaduais e de exportação mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos,
(Constituição, art. 155, § 2o, IV); de cujo conhecimento há premência, quando não há condições
– proposta de fixação de limites globais para o montante da de envio do documento por meio eletrônico. Quando necessário
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.
– pedido de autorização para operações financeiras externas Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox
(Constituição, art. 52, V); e outros. do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
Entre as mensagens menos comuns estão as de: deteriora rapidamente.
– convocação extraordinária do Congresso Nacional
(Constituição, art. 57, § 6o); 7.2. Forma e Estrutura
– pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral
da República (art. 52, XI, e 128, § 2o); Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
– pedido de autorização para declarar guerra e decretar estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio,
mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX); juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i.
– pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz é., de pequeno formulário com os dados de identificação da
(Constituição, art. 84, XX); mensagem a ser enviada.
– justificativa para decretação do estado de defesa ou de sua
prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o); 8. Correio Eletrônico
– pedido de autorização para decretar o estado de sítio
(Constituição, art. 137); 8.1 Definição e finalidade
– relato das medidas praticadas na vigência do estado de
sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único); O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e
– proposta de modificação de projetos de leis financeiras celeridade, transformou-se na principal forma de comunicação
(Constituição, art. 166, § 5o); para transmissão de documentos.
– pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem
sem despesas correspondentes, em decorrência de veto, emenda 8.2. Forma e Estrutura
ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição,
art. 166, § 8o); Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é
– pedido de autorização para alienar ou conceder terras sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma rígida para
públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188, sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de linguagem
§ 1o); etc. incompatível com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem
dos Atos e Comunicações Oficiais). O campo assunto do formulário
5.2. Forma e Estrutura de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de modo a
facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto
As mensagens contêm: do remetente. Para os arquivos anexados à mensagem deve ser
a) a indicação do tipo de expediente e de seu número, utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
horizontalmente, no início da margem esquerda: que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas
Mensagem no sobre seu conteúdo. Sempre que disponível, deve-se utilizar
b) vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o recurso de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem constar na mensagem o pedido de confirmação de recebimento.
esquerda; Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; 8.3 Valor documental
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto,
e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem
direita. de correio eletrônico tenha valor documental, i. é, para que
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente possa ser aceito como documento original, é necessário existir
da República, não traz identificação de seu signatário. certificação digital que ateste a identidade do remetente, na
forma estabelecida em lei.
6. Telegrama
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm
6.1. Definição e Finalidade
Questões
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar
os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de 01. Analise:
telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de 1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima
telegrafia, telex, etc. Por tratar-se de forma de comunicação referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada, andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
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2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas Atenciosamente,
necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas. Pedro Santos
Pedro Santos
A redação do documento acima indica tratar-se Secretário do Conselho
(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento. Respostas
(C) de trecho do corpo de um ofício. 01-C / 02-B / 03-C / 04-E / 05-C (correta)
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.
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Produção Textual 10
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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Conhecimentos Específicos 1
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APOSTILAS OPÇÃO
com o registro linguístico do público-alvo. Mas esse é um tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição retórica de
campo que refoge aos objetivos deste material, para se inserir Rui Barbosa e seus seguidores.
nos domínios e técnicas da propaganda e da persuasão. Outro aspecto das formalidades requeridas na Redação
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao nível de Oficial é a necessidade prática de padronização dos
compreensão de leitores precariamente equipados quanto à expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação,
linguagem, fica evidente o fato de que a alfabetização e a espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos
capacidade de apreensão de enunciados são condições inevitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e
inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeiramente cidadão se outros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o
não consegue ler e compreender o que leu. O domínio do andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.
idioma é equipamento indispensável à vida em sociedade. É também por essa razão que quase todos os órgãos
públicos editam manuais com os modelos dos expedientes que
Impessoalidade e Objetividade integram sua rotina burocrática. A Presidência da República, a
Ainda que possam ser subscritos por um ente público Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribunais Superiores,
(funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão do enfim, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário têm os
poder público e é em nome dele que o emissor se comunica, próprios ritos na elaboração dos textos e documentos que lhes
sempre nos termos da lei e sobre atos nela fundamentados. são pertinentes.
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do “eu”
enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimentos ou Concisão e Clareza
opiniões. Mesmo quando o agente público manifesta-se em Houve um tempo em que escrever bem era escrever
primeira pessoa, em formas verbais comuns como: declaro, "difícil". Períodos longos, subordinações sucessivas, vocábulos
resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos termos da lei raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva,
que ele o faz e é em função do cargo que exerce que se enumerações, gradações, repetições enfáticas já foram
identifica e se manifesta. considerados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade
O que interessa é aquilo que se comunica, é o conteúdo, o que se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao ler,
objeto da informação. A impessoalidade contribui para a tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a
necessária padronização, reduzindo a variabilidade da concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, a
linguagem a certos padrões, sem a presença destes cada texto eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
seria suscetível de inúmeras interpretações. Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O “enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de
adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juízo de Andrade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan,
valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a mestres da linguagem altamente concentrada.
pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou o Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e
emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como “exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos oficiais,
índices do envolvimento emocional do redator com aquilo que como o exemplo risível e caricato que segue:
está escrevendo.
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o estilo “Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se faz
individual é estimulado e serve como diferencial das que nos valhamos do ensejo para congratularmo-nos com Vossa
qualidades autorais, a função pública impõe a Excelência pela oportunidade da medida proposta à apreciação
despersonalização do sujeito, do agente público que emite a de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde servidor
comunicação. São inadmissíveis, portanto, as marcas público, para abordar questões de tamanha complexidade, a
individualizadoras, as ousadias estilísticas, a linguagem respeito das quais divergem os hermeneutas e exegetas.
metafórica ou a elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das
denotação, pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda causas primeiras, que fundamentaram a proposição
que essa regularidade imponha certa "monotonia burocrática" tempestivamente encaminhada por Vossa Excelência,
ao discurso. indispensável se faz uma abordagem preliminar dos
Reafirma-se que a intermediação entre o emissor e o antecedentes imediatos, posto que estes antecedentes
receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, dentro do necessariamente antecedem os consequentes”.
padrão culto do idioma; uma linguagem "neutra", referendada
pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em situações formais, Observe que absolutamente nada foi dito ou informado.
acima das diferenças individuais, regionais, de classes sociais
e de níveis de escolaridade. As Comunicações Oficiais
A redação das comunicações oficiais obedece a preceitos
Formalidade e Padronização de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade,
As comunicações oficiais impõem um tratamento polido e formalidade, padronização e correção gramatical.
respeitoso. Na tradição ibero-americana, afeita a títulos e a Além dessas, há outras características comuns à
tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua comunicação oficial, como o emprego de pronomes de
posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de tratamento, o tipo de fecho (encerramento) de uma
tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”, correspondência e a forma de identificação do signatário,
“Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em conforme define o Manual de Redação da Presidência da
algumas instâncias do poder, tornaram-se inevitáveis. República. Outros órgãos e instituições do poder público
Entenda-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, também possuem manual de redação próprio, como a Câmara
a função pública, e não a pessoa de seu exercente. dos Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações
Vale lembrar que os pronomes de tratamento são Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciário
obrigatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros etc.
muito comuns construções como “Vossa Excelência sois
bondoso(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”. Pronomes de Tratamento
A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com que os A regra diz que toda comunicação oficial deve ser formal e
textos oficiais procuravam revestir-se de um tom solene e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gramaticais,
cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrônica e como também às normas de educação e cortesia. Para isso, é
pedante, salvo em algumas peças oratórias envolvendo fundamental o emprego de pronomes de tratamento, que
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devem ser utilizados de forma correta, de acordo com o Ministro de Estado da Justiça
destinatário e as regras gramaticais. 70064-900 - Brasília. DF
Embora os pronomes de tratamento se refiram a segunda
pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concordância é A Sua Excelência o Senhor
feita em terceira pessoa. Senador Fulano de Tal
Senado Federal
Concordância verbal: 70165-900 - Brasília. DF
Vossa Senhoria falou muito bem.
Vossa Excelência vai esclarecer o tema. A Sua Excelência o Senhor
Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião. Fulano de Tal
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Concordância pronominal: Rua ABC, nº 123
Pronomes de tratamento concordam com pronomes 01010-000 - São Paulo. SP
possessivos na terceira pessoa.
Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vosso...”). Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em
comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
Concordância nominal: digníssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a que é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público,
se refere o pronome de tratamento. sendo desnecessária sua repetida evocação”.
Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher) Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado
Vossa Senhoria está ocupado. (para homem) para as demais autoridades e para particulares. O vocativo
Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher) adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal.
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Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do atual Assunto: Necessidade de aquisição de novos computadores.
Manual de Redação da Presidência da República, havia 15 - Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluído
simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para todas as também o endereço.
modalidades de comunicação oficial. São eles: - Texto. Nos casos em que não for de mero
encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a
Respeitosamente: para autoridades superiores, inclusive seguinte estrutura:
o presidente da República. Introdução: que se confunde com o parágrafo de abertura,
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação.
ou de hierarquia inferior. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer
de”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta;
“Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se o
a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e tradição texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem
próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior
Ministério das Relações Exteriores”, diz o Manual de Redação clareza à exposição;
da Presidência da República. Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente
A utilização dos fechos “Respeitosamente” e reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
“Atenciosamente” é recomendada para os mesmos casos pelo
Manual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos
manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e
informais ficam a critério do remetente, com preferência para subtítulos.
a expressão “Cordialmente”, para encerrar a correspondência
de forma polida e sucinta. Quando se tratar de mero encaminhamento de
documentos, a estrutura deve ser a seguinte:
Identificação do Signatário
Conforme o Manual de Redação da Presidência do Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
República, com exceção das comunicações assinadas pelo solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não
presidente da República, em todas as comunicações oficiais tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo
devem constar o nome e o cargo da autoridade que as expede, da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os
abaixo de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a dados completos do documento encaminhado (tipo, data,
seguinte: origem ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela
qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte fórmula:
(espaço para assinatura)
Nome “Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de 2011,
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2010,
do Departamento Geral de Administração, que trata da
(espaço para assinatura) requisição do servidor Fulano de Tal.”
Nome
Ministro de Estado da Justiça ou
“Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia
assinatura em página isolada do expediente. Transfira para do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do Presidente
essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”, alerta da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de projeto
o Manual. de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.”
Conhecimentos Específicos 4
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esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas de processo simplificado, assegurando maior transparência a
pares (“margem espelho”); tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento
- o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de da matéria tratada no memorando.
distância da margem esquerda; Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do
- o campo destinado à margem lateral esquerda terá no padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário deve ser
mínimo 3,0 cm de largura; mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos:
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;
- deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de texto Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em branco;
- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, Exposição de Motivos
sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, É o expediente dirigido ao presidente da República ou ao
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete a vice-presidente para:
elegância e a sobriedade do documento; - informá-lo de determinado assunto;
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em - propor alguma medida; ou
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas - submeter a sua consideração projeto de ato normativo.
para gráficos e ilustrações;
- todos os tipos de documento do padrão ofício devem ser Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente
impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm; da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que o
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de assunto tratado envolva mais de um Ministério, a exposição de
arquivo Rich Text nos documentos de texto; motivos deverá ser assinada por todos os Ministros
- dentro do possível, todos os documentos elaborados envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
devem ter o arquivo de texto preservado para consulta interministerial.
posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos; Formalmente a exposição de motivos tem a apresentação
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apresenta duas
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + formas básicas de estrutura: uma para aquela que tenha
número do documento + palavras-chave do conteúdo. caráter exclusivamente informativo e outra para a que
Exemplo: proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
normativo.
“Of. 123 - relatório produtividade ano 2010” No primeiro caso, o da exposição de motivos que
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Aviso e Ofício (Comunicação Externa) Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes
São modalidades de comunicação oficial praticamente referido para o padrão ofício.
idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido Já a exposição de motivos que submeta à consideração do
exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é expedido para e adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo,
pelas demais autoridades. Ambos têm como finalidade o embora sigam também a estrutura do padrão ofício, além de
tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem,
Pública entre si e, no caso do ofício, também com particulares. obrigatoriamente, apontar:
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo do - na introdução: o problema que está a reclamar a adoção
padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o da medida ou do ato normativo proposto;
destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: - no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
Senhora Ministra, - na conclusão, novamente, qual medida deve ser
Senhor Chefe de Gabinete, tomada, ou qual ato normativo deve ser editado para
solucionar o problema.
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as
seguintes informações do remetente: Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à
exposição de motivos, devidamente preenchido, de acordo
- nome do órgão ou setor; com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº
- endereço postal; 4.1760, de 28 de março de 2010.
- telefone e endereço de correio eletrônico. Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do
Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de
Memorando ou Comunicação Interna ______________ de 201_.
O Memorando é a modalidade de comunicação entre
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem - Síntese do problema ou da situação que reclama
estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. providências;
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação - Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
eminentemente interna. medida proposta;
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser - Alternativas existentes às medidas propostas. Mencionar:
empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes etc. - se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
a serem adotados por determinado setor do serviço público. - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do - outras possibilidades de resolução do problema.
memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela rapidez e - Custos. Mencionar:
pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para evitar - se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
desnecessário aumento do número de comunicações, os orçamentária anual; se não, quais as alternativas para
despachos ao memorando devem ser dados no próprio custeá-la;
documento e, no caso de falta de espaço, em folha de - valor a ser despendido em moeda corrente;
continuação. Esse procedimento permite formar uma espécie
Conhecimentos Específicos 5
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APOSTILAS OPÇÃO
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido sobre fato da Administração Pública; expor o plano de governo
somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto de por ocasião da abertura de sessão legislativa; submeter ao
lei que deva tramitar em regime de urgência). Mencionar: Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de
- se o problema configura calamidade pública; suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agradecer
- por que é indispensável a vigência imediata; comunicações de tudo quanto seja de interesse dos poderes
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não públicos e da Nação.
tenham sido previstos; Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
situação já prevista. caberá a redação final.
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato ou As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao
medida proposta possa vir a tê-lo) Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto;
- Síntese do parecer do órgão jurídico. - Encaminhamento de projeto de lei ordinária,
complementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou
Com base em avaliação do ato normativo ou da medida complementar são enviados em regime normal (Constituição,
proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a 4º). Cabe
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, com
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para que solicitação de urgência.
se complete o exame ou se reformule a proposta. Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Membros do
O preenchimento obrigatório do anexo para as exposições Congresso Nacional, mas é encaminhada com aviso do Chefe
de motivos que proponham a adoção de alguma medida ou a da Casa Civil da Presidência da República ao Primeiro
edição de ato normativo tem como finalidade: Secretário da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que se tramitação (Constituição, art. 64, caput).
busca resolver; Quanto aos projetos de lei financeira (que compreendem
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas do plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais
problema e dos defeitos que pode ter a adoção da medida ou a e créditos adicionais), as mensagens de encaminhamento
edição do ato, em consonância com as questões que devem ser dirigem-se aos membros do Congresso Nacional, e os
analisadas na elaboração de proposições normativas no respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretário do
âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.) Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Constituição impõe
- conferir perfeita transparência aos atos propostos. a deliberação congressual sobre as leis financeiras em sessão
conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento comum”.
Dessa forma, ao atender às questões que devem ser E à frente da Mesa do Congresso Nacional está o Presidente do
analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do Senado Federal (Constituição, art. 57, § 5º), que comanda as
Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu anexo sessões conjuntas.
complementam-se e formam um todo coeso: no anexo, As mensagens aqui tratadas coroam o processo
encontramos uma avaliação profunda e direta de toda a desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange
situação que está a reclamar a adoção de certa providência ou minucioso exame técnico, jurídico e econômico-financeiro das
a edição de um ato normativo; o problema a ser enfrentado e matérias objeto das proposições por elas encaminhadas.
suas causas; a solução que se propõe, seus efeitos e seus Tais exames materializam-se em pareceres dos diversos
custos; e as alternativas existentes. O texto da exposição de órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles o
motivos fica, assim, reservado à demonstração da necessidade da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das propostas, as
da providência proposta: por que deve ser adotada e como análises necessárias constam da exposição de motivos do
resolverá o problema. órgão onde se geraram, exposição que acompanhará, por
Nos casos em que o ato proposto for questão de pessoal cópia, a mensagem de encaminhamento ao Congresso.
(nomeação, promoção, ascenção, transferência, readaptação,
reversão, aproveitamento, reintegração, recondução, - Encaminhamento de medida provisória: Para dar
remoção, exoneração, demissão, dispensa, disponibilidade, cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o
aposentadoria), não é necessário o encaminhamento do Presidente da República encaminha mensagem ao Congresso,
formulário de anexo à exposição de motivos. Ressalte-se que: dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secretário
- a síntese do parecer do órgão de assessoramento jurídico do Senado Federal, juntando cópia da medida provisória,
não dispensa o encaminhamento do parecer completo; autenticada pela Coordenação de Documentação da
- o tamanho dos campos do anexo à exposição de motivos Presidência da República.
pode ser alterado de acordo com a maior ou menor extensão
dos comentários a serem alí incluídos. - Indicação de autoridades: As mensagens que submetem
ao Senado Federal a indicação de pessoas para ocuparem
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presente que determinados cargos (magistrados dos Tribunais Superiores,
a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial (clareza, Ministros do TCU, Presidentes e diretores do Banco Central,
concisão, impessoalidade, formalidade, padronização e uso do Procurador-Geral da República, Chefes de Missão Diplomática
padrão culto de linguagem) deve ser redobrada. A exposição etc.) têm em vista que a Constituição, no seu art. 52, incisos III
de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida e IV, atribui àquela Casa do Congresso Nacional competência
ao Presidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, privativa para aprovar a indicação. O currículum vitae do
em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional indicado, devidamente assinado, acompanha a mensagem.
ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial
da União, no todo ou em parte. - Pedido de autorização para o presidente ou o
vice-presidente da República se ausentar do País por mais
Mensagem de 15 dias: Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
É o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência privativa do
Poderes Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo Congresso Nacional.
Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar
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APOSTILAS OPÇÃO
O presidente da República, tradicionalmente, por cortesia, - pedido de autorização para declarar guerra e decretar
quando a ausência é por prazo inferior a 15 dias, faz uma mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
comunicação a cada Casa do Congresso, enviando-lhes - pedido de autorização ou referendo para celebrar a paz
mensagens idênticas. (Constituição, art. 84, XX);
- justificativa para decretação do estado de defesa ou de
- Encaminhamento de atos de concessão e renovação de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º);
concessão de emissoras de rádio e TV: A obrigação de - pedido de autorização para decretar o estado de sítio
submeter tais atos à apreciagão do Congresso Nacional consta (Constituição, art. 137);
no inciso XII do artigo 49 da Constituição. Somente produzirão - relato das medidas praticadas na vigência do estado de
efeitos legais a outorga ou renovação da concessão após sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo único);
deliberação do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § - proposta de modificação de projetos de leis financeiras
3º). Descabe pedir na mensagem a urgência prevista no art. 64 (Constituição, art. 166, § 5º);
da Constituição, porquanto o § 1º do art. 223 já define o prazo - pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem
da tramitação. sem despesas correspondentes, em decorrência de veto,
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual
mensagem o correspondente processo administrativo. (Constituição, art. 166, § 8º);
- pedido de autorização para alienar ou conceder terras
- Encaminhamento das contas referentes ao exercício públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art. 188,
anterior: O Presidente da República tem o prazo de sessenta § 1º); etc.
dias após a abertura da sessão legislativa para enviar ao As mensagens contêm:
Congresso Nacional as contas referentes ao exercício anterior - a indicação do tipo de expediente e de seu número,
(Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer da horizontalmente, no início da margem esquerda:
Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1º), sob
pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de contas Mensagem nº
(Constituição, art. 51, II), em procedimento disciplinado no art.
215 do seu Regimento Interno. - vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e o
cargo do destinatário, horizontalmente, no início da margem
- Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela deve esquerda:
conter o plano de governo, exposição sobre a situação do País
e solicitação de providências que julgar necessárias Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,
(Constituição, art. 84, XI).
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da - o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
Presidência da República. Esta mensagem difere das demais - o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto, e
porque vai encadernada e é distribuída a todos os horizontalmente fazendo coincidir seu final com a margem
congressistas em forma de livro. direita. A mensagem, como os demais atos assinados pelo
Presidente da República, não traz identificação de seu
- Comunicação de sanção (com restituição de signatário.
autógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do
Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro - Telegrama
Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela se Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os
informa o número que tomou a lei e se restituem dois procedimentos burocráticos, passa a receber o título de
exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de
Presidente da República terá aposto o despacho de sanção. telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação
dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada,
- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Senado deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas
Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem informa situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou
sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as fax e que a urgência justifique sua utilização e, também em
disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação deve
publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário pautar-se pela concisão.
das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notícia Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a
do seu envio ao Poder Legislativo. estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos
Correios e em seu sítio na Internet.
- Outras mensagens: Também são remetidas ao
Legislativo com regular frequência mensagens com: Fax
- encaminhamento de atos internacionais que acarretam
encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art. 49, I); O fax (forma abreviada já consagrada de fac-símile) é uma
- pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis às forma de comunicação que está sendo menos usada devido ao
operações e prestações interestaduais e de exportação desenvolvimento da Internet. É utilizado para a transmissão
(Constituição, art. 155, § 2º, IV); de mensagens urgentes e para o envio antecipado de
- proposta de fixação de limites globais para o montante da documentos, de cujo conhecimento há premência, quando não
dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); há condições de envio do documento por meio eletrônico.
- pedido de autorização para operações financeiras Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela
externas (Constituição, art. 52, V); e outros. via e na forma de praxe.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia
Entre as mensagens menos comuns estão as de: xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos
- convocação extraordinária do Congresso Nacional modelos, se deteriora rapidamente.
(Constituição, art. 57, § 6º); Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a
- pedido de autorização para exonerar o Procurador-Geral estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio,
da República (art. 52, XI, e 128, § 2º); juntamente com o documento principal, de folha de rosto, isto
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é, de pequeno formulário com os dados de identificação da tempo” ao final da ATA, com o registro das informações
mensagem a ser enviada. corretas.
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(C) Vossa Eminência … vossa. (E) expressões pessoais características de tal gênero
(D) Vossa Excelência … sua. textual.
(E) Sua Senhoria … vossa.
11. (ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – TÉCNICO EM
06. (CEFET/RJ - REVISOR DE TEXTOS – CESGRANRIO). COMUNICAÇÃO SOCIAL – IDECAN). “Os atos oficiais, aqui
A norma para uso de pronomes de tratamento em redação de entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem
documento oficial exige que os pronomes possessivos e a regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o
concordância de gênero e número (considerando-se as funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se
especificidades do receptor que se encontram entre em sua elaboração for empregada a linguagem adequada.”
parênteses) se deem da forma como se exemplifica em: (Manual de Redação da Presidência da República.)
(A) Vossa senhoria terá vossas reuniões marcadas,
conforme tua vontade. (Referindo-se a chefe de seção, nível Acerca da linguagem utilizada nos atos e comunicações
superior, masculino singular) oficiais, é correto afirmar que se trata do uso de
(B) Sua senhoria está convidado a comparecer à reunião. (A) uma linguagem erudita.
(Referindo-se a diretora de unidade, nível superior, feminino, (B) riqueza de figuras de linguagem.
singular) (C) norma padrão com presença de vocabulário técnico.
(C) Vossa senhoria está sendo esperada para a assembleia (D) uma linguagem específica, restrita a determinado
de seus funcionários. (Referindo-se a diretora geral de grupo.
unidade, feminino, singular) (E) expressões pessoais características de tal gênero
(D) O Senhor Doutor precisa comparecer ao ato oficial. textual.
(Referindo-se a assessor jurídico da presidência de órgão
público, sem pós-graduação, masculino, singular). 12. (UFRN - Assistente em Administração –
(E) Vossas Excelências são esperadas para a reunião das COMPERVE/2015) É utilizada para registar o que aconteceu
suas áreas. (Referindo-se a gerentes de projeto, com e o assunto abordado em determinadas circunstâncias,
doutorado, masculino, plural). devendo apresentar clareza para que o leitor não tenha dúvida
sobre o assunto tratado. Além disso, devem constar também a
07. (POLÍCIA CIVIL/MG – INVESTIGADOR – FUMARC). data e a hora do início, o nome da organização, o objetivo do
Sobre o uso de Correios Eletrônicos em Redação Oficial, é evento, o resumo dos assuntos abordados, o encerramento, a
INCORRETO afirmar: assinatura dos integrantes e a data e hora do encerramento. O
(A) Deve-se solicitar confirmação de recebimento. documento oficial que tem essa descrição é:
(B) Não há formato estrutural rígido, mas deve conter (A) certidão.
linguagem compatível. (B) relatório.
(C) Não possui valor documental. (C) ata.
(D) Trata-se da principal forma para transmissão de (D) declaração.
documentos.
13. (Colégio Pedro IIProva - Assistente em
08. (POLÍCIA CIVIL/MG – INVESTIGADOR – FUMARC) O Administração – IDECAN) “Documento firmado por uma ou
Pronome de Tratamento adequado às comunicações mais pessoas, a favor de outra, declarando a verdade de
encaminhadas a Juiz de Direito é qualquer fato de que tenha conhecimento.” Trata-se do
(A) Ilustríssimo Senhor. instrumento denominado
(B) Meritíssimo Juiz. (A) ata.
(C) Vossa Excelência. (B) carta.
(D) Vossa Senhoria. (C) aviso.
(D) certidão.
09. (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA (E) atestado.
E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO
ADMINISTRATIVO – CESPE). Em “Vossa Excelência deve 14. (CEFET-RJ - Auxiliar em Administração –
estar satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo CESGRANRIO) Aos doze dias do mês de março de dois mil e
estará corretamente empregado se dirigido a ministro de quatorze, às oito horas, no auditório do edifício-sede da
Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve Empresa ABC, reuniram-se os diretores dos departamentos da
concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa referida empresa, com a finalidade de propor novas medidas
Excelência”. de racionalização do uso dos elevadores.
( ) CERTO ( ) ERRADO
O trecho acima é o início de um(a)
10. (ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO – TÉCNICO EM (A) atestado
COMUNICAÇÃO SOCIAL – IDECAN). “Os atos oficiais, aqui (B) comunicado
entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem (C) ata
regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o (D) certidão
funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se (E) circular
em sua elaboração for empregada a linguagem adequada.”
(Manual de Redação da Presidência da República.) 15. (Prefeitura de São José do Rio Preto – SP - Agente
legislativo – CONSESP) O documento em que são registrados,
Acerca da linguagem utilizada nos atos e comunicações de forma resumida e objetiva, os fatos ocorridos durante uma
oficiais, é correto afirmar que se trata do uso de reunião é uma
(A) uma linguagem erudita. (A) Certidão.
(B) riqueza de figuras de linguagem. (B) Declaração.
(C) norma padrão com presença de vocabulário técnico. (C) Ata.
(D) uma linguagem específica, restrita a determinado (D) Circular.
grupo. (E) Procuração.
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