Faça uma discussão acerca dos Modelos de Análise de Políticas Públicas
(com base nos Textos complementares e na Apostila – pág. 23-36) e, em seguida, elabore um texto (no máximo, duas páginas) destacando:
a) A capacidade explicativa do modelo incremental, modelo institucional,
modelo racional, modelo de sistemas e do modelo de Elites na Análise de Políticas Públicas no Brasil.
b) O (s) modelo (s) que mais se aproxima (m) da forma como as políticas públicas são construídas no Brasil.
A Análise de Políticas pode ser considerada como um conjunto de
conhecimentos utilizados para buscar resolver ou analisar problemas concretos em política pública a fim de interpretar as causas e conseqüências da ação do governo, em particular, ao voltar sua atenção ao processo de formulação de política. Assim, a Análise de Política tem como objeto os problemas com que se defrontam os formuladores de política (policy makers) e como objetivo auxiliar o seu equacionamento através do emprego de alternativas para solucionar os problemas. Dependendo do ponto de vista do analista político, é possível utilizar várias metodologias na elaboração das políticas públicas em resposta a um problema público. Vamos analisar as principais metodologias. No modelo incremental, as decisões de políticas públicas são vistas como um processo político de continuação de atividades governamentais de governos anteriores e que recebem apenas algumas modificações incrementais. Nessa perspectiva, os tomadores de decisão preferem dar continuidade às políticas já existentes para não ter mais desperdício de tempo para formular novas políticas e que demandem novos investimentos e recursos financeiros. No modelo institucional a ênfase é dada no papel do Estado na produção das políticas públicas e pouca atenção é dada à ligação entre a estrutura das instituições políticas e o conteúdo da política. Os estudos geralmente descrevem instituições governamentais específicas sem analisar o impacto das características institucionais sobre os resultados da política. Sob essa perspectiva, as políticas públicas resultariam da interação entre as instituições, que definiriam as regras do jogo, e o comportamento dos indivíduos. No modelo racional, a tomada de decisão exige a adequação entre meios e fins. No mundo real, porém, o imediatismo das decisões torna a análise muito voltada para a solução de problemas, sem se levar em consideração a racionalização das relações entre os meios e fins. Os tomadores de decisão, muitas vezes, são obrigados a selecionar políticas públicas em bases políticas, ideológicas ou aleatoriamente, sem referência a padrões de eficiência. No modelo de elites a política é vista como resultado de preferências e valores de elites governamentais. A política não é vista como reflexo de demandas dos governados. Os administradores cumprem as decisões dos que ocupam posições de poder, uma vez que as demandas não surgem das massas, mas das elites. No Brasil, um dos aspectos que primeiro chamam a atenção nas políticas públicas brasileiras é a fragmentação. Percebe-se a existência de linhas rígidas, mas que nem sempre são seguidas e respeitadas. Uma outra característica é a descontinuidade administrativa acarretadas pelas preferências pessoais de escalões do governo mais elevados. Esses cargos são, em grande parte, preenchidos conforme critérios políticos, o que confere uma certa rotatividade aos seus ocupantes. Com isso, cada mudança dos titulares dos cargos provoca alterações nas políticas em andamento. Outro aspecto é que as decisões e ações tendem a ser pensadas a partir da oferta e muito raramente são efetivamente consideradas as demandas. Esses descompassos entre oferta e demanda de políticas acarreta desperdícios, frustração social e perda de credibilidade governamental. Dessa forma, o modelo que mais se aproxima da construção das políticas públicas no Brasil é o modelo de elites em que as políticas públicas são executadas conforme a preferência das elites, não sendo consideradas as demandas da sociedade.