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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO RIO GRANDE DO NORTE

CARLOS ANDRÉ SILVA DA CRUZ


TEÔNIA CASADO DA SILVA

SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO E DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA


DA ZONA URBANADE TOUROS-RN: DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO EXISTENTE
E PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS

NATAL
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3
2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 3
2.1 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO 4
2.2 CLIMA 4
2.3 GEOLOGIA 4
2.4 RECURSOS HÍDRICOS 5
2.4.1 Águas Superficiais 5
2.4.2 Águas Subterrâneas 6
2.5 FORMAÇÃO VEGETAL 7
2.6 SOLOS E RELEVO 8
3 DIAGNÓSTICO LOCAL – SISTEMA EXISTENTE 8
3.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 8
3.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 10
4 PROJEÇÃO POPULACIONAL 12
5 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES DE PROJETO 15
5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 15
5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 16
6 PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS 17
6.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 17
6.1.1 Proteção Sanitária dos Poços 17
6.1.2 Medição Individualizada com Hidrômetro 17
6.1.3 Setorização do Sistema de Distribuição 18
6.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 19
6.2.1 Tratamento Preliminar 19
6.2.2 Lagoas de Estabilização 19
7 MEMÓRIA DE CÁLCULO 20
7.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 20
7.1.1 Tanque de Contato para Desinfecção 20
7.1.2 Preparo e Dosagem da Solução de Hipoclorito de Cálcio 20
7.1.3 Estações Elevatórias 22
7.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 25
7.2.1 Tratamento Preliminar 25
7.2.2 Tratamento Biológico 27
REFERÊNCIAS 31
3

1 APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar soluções para os sistemas de


abastecimento de água (SAA) e de esgotamento sanitário (SES) da área urbana do
município de Touros. Os sistemas existentes operam em condições precárias,
comprometendo a saúde e a qualidade de vida da população usuária desses serviços.
Apresentamos a caracterização do município, descrição da situação existente,
projeção populacional, cálculo das vazões, sugestão de melhorias e memorial de
cálculo dos itens propostos para melhor funcionamento dos sistemas.

2 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

O distrito de Touros foi desmembrado de Ceará-Mirim tornando-se município


do Rio Grande do Norte, no dia 11 de abril de 1833, pela Resolução do Conselho do
Governo. Está localizado na microrregião Litoral Nordeste, Zona Homogênea do
Planejamento Litoral Norte, abrangendo uma área de 838,87 km2, equivalente a
1,54% da superfície estadual, com densidade demográfica de 37,07 hab/km2.
Touros está situado entre as coordenadas geográficas 5º11’56” de latitude Sul
e35º27’39” de longitude Oeste. Limita-se ao Norte com São Miguel do Gostoso e
Oceano Atlântico, ao Sul com Pureza, João Câmara e Rio do Fogo, a Leste com o
Oceano Atlântico e Rio do Fogo e a Oeste com São Miguel do Gostoso, Parazinho e
João Câmara (IDEMA, 2008).
Figura 01: Localização do município de Touros-RN.

Fonte: IBGE (2017).


4

2.1 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO

No último censo demográfico (IBGE, 2010), a população total era de 31.089


habitantes enquanto a população urbana era de 7.922 habitantes.
O município apresenta Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)
de 0,572, o que situa esse município na faixa de desenvolvimento humano baixo
(IDHM entre 0,500 e 0,599). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município
é longevidade, com índice de 0,716, seguida de renda, com índice de 0,562 e
educação, com índice de 0,466 (ATLAS BRASIL, 2017).
Em 2015, o salário médio mensal era de 1,8 salários mínimos. A proporção de
pessoas ocupadas em relação à população total era de 8,7%. Considerando
domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, havia
52% da população nessas condições.

2.2 CLIMA

Apresenta clima tropical chuvoso com verão seco, com período chuvoso
concentrado nos meses de março a junho. A umidade relativa média anual gira em
torno de 68%, com temperatura média anual máxima de 32,0 °C, média de 26,5 °C e
mínima de 21,0 °C (IDEMA, 2008).

2.3 GEOLOGIA

O município de Touros encontra-se inserido geologicamente na Província


Borborema (Figura 02), sendo constituído pelos sedimentos da formação Jandaíra, do
Grupo Barreiras, dos depósitos Colúvio-eluviais, de Dunas Inativas e dos depósitos
litorâneos e Aluvionares (CPRM, 2005).
5

Figura 02: Aspectos geológicos do município de Touros.

Fonte: CPRM, 2005.

2.4 RECURSOS HÍDRICOS

2.4.1 Águas Superficiais

O município de Touros abrange diversas bacias de rios de pequeno porte, como


as bacias dos rios Maxaranguape, Punaú e Boqueirão, conforme Figura 03. A bacia
do Boqueirão possui uma superfície de 250km2e está restrita ao município de Touros,
sendo a menor das bacias que integram a Zona Homogênea do Litoral Norte (Rio
Grande do Norte, 2011).
O município também possui diversas lagoas como Boqueirão, Sal, do Fogo,
Gravatá, Punaú, Cutias, Baiãozinho, Pacheco, das Bestas Feras, Baião, Mutuca,
Barrenta, Grande, Jaburú, Moita, Vermelha, do Angico, do Barro, Doce, Coqueiros,
Coelhos, Catolé.
Não existem açudes com capacidade de acumulação igual ou superior a
100.000 m³. Parte dos cursos de água tem regime de fluxo intermitente e parte é
6

perenizada em seu trecho final, próximo aos estuários, sendo o padrão de drenagem
do tipo ramificado (CPRM, 2005).

Figura 03: Bacias hidrográficas inseridas no município de Touros-RN.

Fonte: Rio Grande do Norte, 2011.

2.4.2 Águas Subterrâneas

As reservas de água subterrânea presentes em Touros são compreendidas


pelos grupos Barreiras, Aluvião e Jandaíra.
O aquífero Barreiras, que ocupa maior extensão em Touros, é composto por
arenitos finos e grosseiros, conglomerados, arenitos argilosos, caulínicos e
ferruginosos níveis de cascalhos, lateritas e argilas variadas de coloração amarela a
avermelhada. Apresenta-se confinado, semiconfinado e livre em algumas áreas. Os
poços construídos mostram capacidade de vazão variando entre 5 a 100 m³/h com
águas de excelente qualidade química, com baixos teores de sódio, podendo ser
utilizada praticamente para todos os fins (IDEMA, 2008).
O aquífero Jandaíra é composto dominantemente por calcários, apresentando
água geralmente salobra e uma composição química favorável à pequena irrigação.
É também um aquífero livre ou confinado com vazões que variam até 30 m³/h, com
média de 3 m³/h e poços com profundidade média em torno de 8 m (IDEMA, 2008).
7

Figura 04: Aquíferos presentes no município de Touros-RN.

Fonte: Rio Grande do Norte (2011).

2.5 FORMAÇÃO VEGETAL

O município de Touros é historicamente conhecido como sendo o início da


faixado bioma Mata Atlântica ou floresta Pluvial Costeira, que se estende ao longo de
toda a costa brasileira, onde se situa, nas montanhas e planícies costeiras, desde o
Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Essa vegetação foi eliminada, em
grande escala, principalmente devido às plantações de cana-de-açúcar ou para
exploração de madeira. A Mata Atlântica era formada por árvores de grande porte,
cujo estrato superior, localizado entre 30 e 35 m de altura, formava o teto da floresta
e dava um aspecto compacto da mata, quando vista de cima. Hoje, essa vegetação
praticamente inexiste, resumindo-se apenas a manchas e fragmentos de mata.
Touros apresenta formação vegetal bem diversificada, composta também por
Caatinga, Cerrado, Campo de Várzea e formação de Praias e Dunas.
A Caatinga Hipoxerófila é uma vegetação de clima semiárido que apresenta
arbustos e árvores com espinhos e de aspecto menos agressivo do que a Caatinga
Hiperxerófila. Entre outras espécies destacam-se a catingueira, o angico, a braúna, o
juazeiro, o marmeleiro, o mandacaru, o umbuzeiro e a aroeira.
O Cerrado apresenta vegetação aberta com predomínio de gramíneas
intercaladas de árvores e/ou arbustos, que ocorrem em áreas de clima tropical.
8

O Campo de Várzea caracteriza-se por uma vegetação que ocorre nas várzeas
úmidas e periferia de cursos de água, principalmente por espécies como o junco, a
baronesa e o periperi.
A formação de Praias e Dunas é uma vegetação nativa fixadora de areia. As
dunas são estabilizadas ou fixas quando cobertas por vegetação natural e
denominada Reserva Ecológica.

2.6 SOLOS E RELEVO

O tipo de solo predominante em Touros é arenoso quartzoso distrófico


apresentando fertilidade natural baixa, textura arenosa, excessivamente drenada com
relevo plano (IDEMA, 2008).
A principal limitação ao uso agrícola de forma intensiva e racional é a falta de
água e a fertilidade natural baixa. São usados de forma extensiva com pecuária de
grande e pequeno porte (Rio Grande do Norte, 2011).
O relevo é formado por Planície Costeira, Tabuleiros Costeiros e Chapada da
Serra Verde.
A Planície Costeira é formada por praias que têm como limites, de um lado, o
mar, e, de outro, os Tabuleiros Costeiros, estendendo-se por todo o litoral. Esses
terrenos planos são alterados em suas formas pela presença de dunas.
Os Tabuleiros Costeiros apresentam relevos planos de baixa altitude, também
denominados planaltos rebaixados, formados basicamente por argilas (barro), e estão
localizados próximo ao litoral, às vezes alcançando-o.
A Chapada da Serra Verde é formada por terrenos planos, ligeiramente
elevados. Localiza-se entre os Tabuleiros Costeiros de geologia sedimentar e o relevo
residual chamado "sertão de pedras" de geologia cristalina.

3 DIAGNÓSTICO LOCAL – SISTEMA EXISTENTE

3.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O abastecimento de água do município de Touros é operado pelo Serviço


Autônomo de Água e Esgoto – SAAE – e é realizado através de poços tubulares. O
tratamento realizado é apenas a desinfecção através de cloração, com solução de
9

hipoclorito de cálcio a 10%, sendo a água injetada diretamente na rede de distribuição,


com exceção de dois poços (PT-03 e PT-08) que bombeiam a água para o reservatório
RE-01.

Figura 05 – Vista área da área urbana de Touros-RN com a localização dos poços
tubulares.

Fonte: GOOGLE EARTH (2017).

Atualmente o abastecimento da área urbana de Touros é feita através de 10


poços tubulares, conforme Tabela 01, dos quais dois (PT-05 e PT-10) são acionados
apenas nos meses de veraneio (janeiro e fevereiro), período que a demanda aumenta
devido ao incremento de turistas na cidade.

Tabela 01: Listagem dos poços tubulares existentes em Touros-RN operados pelo
SAAE.
POÇO PROFUNDIDADE (m) VAZÃO (m³/h)
PT 03 57,65 23,7
PT 04 51 46,8
PT 05 55 36
PT 07 44 30,5
PT 08 57 40
PT 09 44,5 26,66
PT 10 44 32
PT 11 54 12
10

PT 12 64 10,2
PT 13 58 50
Fonte: Autoria própria (2017).

Existem dois reservatórios elevados (RE-01 e RE-02), mas não recebem


contribuição de todos os poços, visto que em algumas situações a água é lançada
diretamente na rede de distribuição.
Foram vistoriados todos os poços existentes e verificou-se a ausência de
proteção sanitária em alguns, como no poço PT-03 localizado dentro de uma garagem
e oficina de ônibus, podendo receber contaminação por combustível, óleo e graxa, e
o poço PT-08 localizado no fundo de lote residencial.

Figura 06: Poços sem proteção sanitária.

Fonte: Autoria própria (2017).

3.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O sistema de esgotamento sanitário do município é bastante precário,


composto por estação de tratamento de esgoto, estações elevatórias (Figura 07) e
rede coletora. Há apenas duas estações elevatórias de esgoto (EEE) e a rede coletora
não abrange toda a área urbana do município, poucas ruas possuem rede, sendo
necessário projetar uma rede complementar interligando-se à rede já existente ou à
estação elevatória de esgoto, caso esta suporte um incremento na vazão afluente de
esgoto.
11

Figura 07 – Localização das estações elevatórias de esgoto (EEE).

Fonte: Adaptado de GOOGLE EARTH (2017).

O tratamento dos esgotos gerados na área urbana do município é realizado


através de um sistema de lagoas de estabilização (Figura 08), constituído por uma
lagoa facultativa e duas lagoas de maturação. Tal sistema está em operação desde o
ano de 2000 e também é gerenciado pelo SAAE da cidade (SILVA FILHO, 2007).

Figura 08: Localização do sistema de lagoas de estabilização.

Fonte: GOOGLE EARTH (2017).


12

4 PROJEÇÃO POPULACIONAL

Para o estudo demográfico do município de Touros/RN, foram utilizados os


dados oficiais do IBGE contidos nos censos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. A
projeção populacional foi realizada considerando-se somente a fração urbana do
número de habitantes, uma vez que será ela a contemplada nos projetos de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Na Tabela 01 são apresentados
o número de habitantes da área urbana de cada censo demográfico bem como a taxa
de crescimento entre dois censos.

Tabela 02 – População urbana de Touros nos anos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.
Taxa de
População
ANO Crescimento
Urbana
(% a.a.)
1970 1.934 -
1980 2.860 3,99
1991 5.972 6,92
2000 7.594 2,71
2010 7.922 0,424
Fonte: IBGE (2017).

O gráfico 01 ilustra o comportamento do crescimento populacional do município


de Touros conforme censos demográficos realizados pelo IBGE entre os anos de 1970
e 2010.
De acordo com Libânio et al. (2010), podem ser utilizados os seguintes métodos
matemáticos de projeção populacional: projeção aritmética, projeção geométrica, taxa
decrescente de crescimento e crescimento logístico.
Uma vez que o método de projeção aritmética é utilizado para previsão
populacional de 1 a 5 anos (TSUTIYA, 2006) e que o horizonte de projeto adotado
nesse relatório é de 20 anos (27 anos a partir do último censo do IBGE), ele foi
descartado a fim de se evitar erros grosseiros nos cálculos de população futura.
O método da taxa decrescente de crescimento também foi descartado por ficar
claro, na Tabela 01, que a evolução do número de habitantes no município de Touros
não se dá através apenas de taxas decrescentes.
Apesar de o Gráfico 01 apresentar a curva característica do método logístico,
esse modelo matemático também não foi adotado porque, de acordo com os cálculos,
em 27 anos de horizonte (a partir do Censo de 2010) o incremento na população de
13

Touros seria de apenas 46 habitantes, o que é visivelmente inadequado. Isso é devido


à proximidade da população de saturação já no ano de 2010, que é de
aproximadamente 7.967 habitantes. Adotar esse método implicaria possíveis danos
ao funcionamento pleno dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário no final de plano.

Gráfico 1 – Crescimento da população urbana de Touros-RN de 1970 a 2010.


8.000

7.000

6.000
População (hab.)

5.000

4.000

3.000

2.000

1.000
1970 1980 1990 2000 2010
Ano

Fonte: Adaptado de IBGE (2017).

Dessa forma, decidiu-se por adotar o método geométrico para calcular a


população da área urbana do município de Touros até o ano de 2037. Primeiramente,
foi calculada a taxa de crescimento geométrico, kg, entre os dados dos dois últimos
censos através da equação 01 (TSUTIYA; ALÉM SOBRINHO, 2011):

𝑙𝑛𝑃2 −𝑙𝑛𝑃1
𝑘𝑔 = (equação 01)
𝑡2 −𝑡1

de tal forma que P1 = 7.594 hab., P2 = 7.922 hab., t1 = 2000 e t2 = 2010. Desse modo,
tem-se:
ln⁡(7.922) − ln⁡(7.594)
𝑘𝑔 =
2010 − 2000
𝑘𝑔 ≅ 0,00424
14

Isso significa dizer que a população tem crescido ultimamente a uma taxa de
0,424% ao ano. Considerando que essa taxa se mantenha constante ao longo do
horizonte de projeto desse estudo, calcula-se a população final em 2037 com a
equação 02:
𝑃(𝑡) = 𝑃2 𝑒 𝑘𝑔(𝑡−𝑡2 ) (equação 02)
𝑃(2037) = 7.922 ∗ 𝑒 0,00424∗(2037−2010)
𝑃(2037) ≅ 8.881⁡ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠

Aplicando-se essa mesma taxa de crescimento geométrico, kg, de 0,424% a


todos os anos após 2010, chega-se aos dados apresentados no Quadro 02.

Quadro 02 – População estimada para o horizonte de projeto.

Estimativa Populacional
Ano
(0,424% a.a.)

2017 8.160
2037 8.881
Fonte: Os autores (2017).

O Gráfico 02 ilustra o comportamento da população estimado entre os anos


de 2011 e 2037, com base no método de crescimento geométrico.

Gráfico 02 – Estimativa de crescimento populacional entre 2011 e 2037


9.000
População Projetada (hab.)

8.800

8.600

8.400

8.200

8.000

7.800
2010 2015 2020 2025 2030 2035
Ano

Fonte: Autoria própria (2017).


15

5 DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES DE PROJETO

5.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

O consumo per capita médio de água, q, para localidades com população de


até 10.000 habitantes, segundo sugere Von Sperling (1996), é de 160 L/hab.dia,
porém foi adotado um consumo de 180L/hab.dia, considerando o clima quente e a
inexistência de um sistema adequado de medição, fatores estes que influenciam num
maior consumo. Considerando a população futura, P, de 2037, tem-se que a vazão
total média de fim de plano, 𝑄̅ , é igual a:
𝑃∗𝑞
𝑄̅ =
86.400

8.881 ∗ 180
𝑄̅ =
86.400

𝑄̅ ≅ 18,5⁡𝐿/𝑠

Para o dimensionamento da rede de abastecimento de água, a vazão de projeto


considera ainda alguns fatores de correção. O primeiro deles é o coeficiente do dia de
maior consumo, K1, que consiste na razão entre o maior consumo diário verificado em
um ano e o consumo médio diário do mesmo ano. O segundo coeficiente é o da hora
de maior consumo, K2, que é a razão entre a máxima vazão horária e a vazão média
diária do dia de maior consumo. Nesse projeto, foram adotados para K1 e K2 os valores
de 1,2 e 1,5, respectivamente. Desse modo, tem-se que a vazão máxima de projeto
para o final do horizonte de projeto é igual a:

𝑄𝑚á𝑥 = 𝑄̅ ∗ 𝐾1 ∗ 𝐾2
𝑄𝑚á𝑥 = 18,5 ∗ 1,2 ∗ 1,5
𝑄𝑚á𝑥 ≅ 33,3⁡𝐿/𝑠
16

5.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A vazão média para início do projeto, medida em L/s, é obtida através da


fórmula:
𝐶 ∗ 𝑃𝑖 ∗ 𝑞
𝑄̅𝑖 =
86.400

A vazão média para o último ano do projeto, medida em L/s, é calculada pela
fórmula:

𝐶 ∗ 𝑃𝑓 ∗ 𝑞
𝑄̅𝑓 =
86.400

onde C = coeficiente de retorno, Pi = população de início de projeto, Pf = população


de final de projeto e q = consumo per capita de água (L/hab.dia).
No presente estudo, adotou-se para o coeficiente de retorno C o valor de 0,8.
Sendo assim, a vazão média de início de plano, calculada com a população estimada
no ano de 2017, é igual a:

0,8 ∗ 8.160 ∗ 180


𝑄̅𝑖 =
86.400

𝑄̅𝑖 ≅ 13,6⁡𝐿/𝑠

A vazão média de final de plano, calculada com a população projetada para o


ano de 2037, é igual a:

0,8 ∗ 8.881 ∗ 180


𝑄̅𝑓 =
86.400

𝑄̅𝑓 ≅ 14,8⁡𝐿/𝑠

Para o dimensionamento das redes coletoras de esgoto, faz-se necessário


calcular a vazão máxima de final de plano e vazão máxima horária de um dia qualquer
17

do início de plano. Serão utilizados novamente os valores de K1 e K2 como sendo 1,2


e 1,5, respectivamente.
Para o início de plano, tem-se que a vazão de dimensionamento é igual a:
𝑄𝑖 = 𝐾2 ∗ 𝑄̅𝑖
𝑄𝑖 = 1,5 ∗ 13,6
𝑄𝑖 ≅ 20,4⁡𝐿/𝑠

Para o final de plano, a vazão de dimensionamento é dada por:

𝑄𝑓 = 𝐾1 ∗ 𝐾2 ∗ 𝑄̅𝑓
𝑄𝑓 = 1,2 ∗ 1,5 ∗ 14,8
𝑄𝑓 ≅ 26,6⁡𝐿/𝑠

6 PROPOSIÇÃO DE MELHORIAS

6.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

6.1.1 Proteção Sanitária dos Poços

É fundamental a adoção de medidas de proteção sanitária nas captações dos


poços, em especial nos poços PT-03 e PT-08, que não possuem casa de proteção e
estão em áreas onde são desenvolvidas atividades potencialmente poluidoras.
Nesses dois poços é importante que a área ao redor seja preservada e removida
qualquer atividade que possa poluir o solo e alcançar o nível do aquífero. Também é
importante a construção de casa de proteção para preservação da captação.
Indica-se que o entorno de todos poços seja cercado e isolado, para inibir o
acesso de pessoas não autorizadas e animais.

6.1.2 Medição Individualizada com Hidrômetro

É fundamental a implantação de sistema de medição individualizada, através


de hidrômetros em toda a cidade, para se ter um melhor controle do volume de água
consumido e da arrecadação. A medição contribui para diminuir o desperdício pelos
18

usuários, tendo em vista que será cobrado o volume consumido. Através da medição
também é possível calcular o volume de perdas no sistema, através da diferença entre
o volume produzido e o medido.

6.1.3 Setorização do Sistema de Distribuição

Outra medida importante é a setorização do sistema de distribuição de água, com


a criação de três zonas de abastecimento independentes, cada uma com um
reservatório elevado que receberá água dos poços, e seu respectivo tanque de
contato para desinfecção da água.

Figura 09: Delimitação das zonas de abastecimento de água em Touros.

Fonte: Adaptado de GOOGLE EARTH (2017).

A Zona 01 (Z1) será abastecida com água proveniente do reservatório elevado


RE-01 que receberá água dos poços PT-03, PT-04, PT-08, e PT-11 através de
adutoras. As águas serão reunidas num tanque de contato para receber a dosagem
de hipoclorito de cálcio a 10%, e então bombeadas para o RE-01.
A Zona 02 (Z2) será abastecida com água proveniente do reservatório elevado
RE-02 que receberá água dos poços PT-07, PT-09, PT-12, e PT-13 através de
19

adutoras. As águas serão reunidas num tanque de contato para receber a dosagem
de hipoclorito de cálcio a 10%, e então bombeadas para o RE-02.
A terceira zona (Z3) refere-se à área com residências ocupadas somente no
veraneio. Por esse motivo, a Z3 será abastecida apenas nesse período para atender
a população flutuante. A água captada nos poços PT-05 e PT-10 será encaminhada
através de adutoras para o tanque de contato, onde haverá a dosagem de cloro para
desinfecção, e então bombeada para o RE-03.

6.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.2.1 Tratamento Preliminar

A inexistência de um tratamento preliminar pode trazer vários danos ao


sistema, por isso é sugerida a construção do pré-tratamento junto a elevatória EEE-
02, que recebe o efluente da EEE-01 e, no caso de ampliação do sistema, receberá
todo o efluente da cidade. O tratamento preliminar é composto por calha Parshall,
grades finas e caixa de areia.

6.2.2 Lagoas de Estabilização

As lagoas de estabilização, especialmente a facultativa, encontravam-se com


diversos problemas estruturais e operacionais. Dentre tais problemas, podem ser
citados: o assoreamento, devido à ausência de tratamento preliminar e que implica a
perda de volume útil do sistema; a não remoção de lodo periódica, prejudicando o
tempo de vida útil das lagoas e o crescimento de macrófitas, que prejudicam a
penetração da luz solar na massa líquida e, consequentemente, o processo de
degradação da matéria orgânica pelas bactérias heterotróficas.
20

7 MEMÓRIA DE CÁLCULO

7.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

7.1.1 Tanque de Contato para Desinfecção

Para o dimensionamento do tanque de contato serão adotados os parâmetros


da Portaria nº 2.914/2011 - Ministério da Saúde, considerando a temperatura da água
25°C, pH 6,5 e 0,4 mg/L de cloro residual na saída do tanque, é indicado um tempo
de contato (TC) mínimo de 12 minutos, adotaremos 15 minutos por segurança. Outra
exigência da referida portaria é a manutenção de, no mínimo, 0,2 mg/L de cloro
residual livre em toda a extensão do sistema de distribuição.
ZONA

Qtotal Volume (m³) Profundidade Área


POÇO Q (m³/h) Lado
(m³/h) TC=15 min (m) (m²)
3 23,70
4 46,80
1 122,50 30,63 2,50 12,25 3,50
8 40,00
11 12,00
7 30,50
9 26,70
2 117,40 29,35 2,50 11,74 3,43
12 10,20
13 50,00
5 36,00
3 68,00 17,00 2,50 6,80 2,61
10 32,00

7.1.2 Preparo e Dosagem da Solução de Hipoclorito de Cálcio

Volume do tanque de preparo da solução para atender a Zona 01:


V = Q x D x H = 122,5 x 5 x 24 = 147 litros
10 x C 10 x 10
Onde:
Q = vazão do sistema = 122,5 m³/h
D = dosagem do produto = 5,0 mg/l
H = nº de horas trabalhadas por preparo de solução = 24 horas
21

T = concentração da solução em 10%

 Vazão de dosagem
V = Q (m³/h) x D (mg/L) = 122,5 x 5 = 6,13 litros/hora
10 x C 10 x 10

Adotaremos um sistema de dosagem com volume útil de 150 litros, conforme


dados do fornecedor: 02 bombas dosadoras (1 + 1 reserva) tipo diafragma,
58W, monofásica 220V para atender os pontos de trabalho 15 l/h (máx) e
40 mca (máx), e agitador tipo vertical, motor elétrico, trifásico, IP54, 220/380V, 60Hz,
1.750 rpm, equipado com haste e hélice para agitação.

Volume do tanque de preparo da solução para atender a Zona 02:


V = Q x D x H = 117,4 x 5 x 24 = 140,88 litros
10 x C 10 x 10
Onde:
Q = vazão do sistema = 117,4 m³/h
D = dosagem do produto = 5,0 mg/l
H = nº de horas trabalhadas por preparo de solução = 24 horas
T = concentração da solução em 10%

 Vazão de dosagem
V = Q (m³/h) x D (mg/L) = 117,7 x 5 = 5,89 litros/hora
10 x C 10 x 10

Adotaremos um sistema de dosagem com volume útil de 150 litros, conforme


dados do fornecedor: 02 bombas dosadoras (1 + 1 reserva) tipo diafragma,
58W, monofásica 220V para atender os pontos de trabalho 15 l/h (máx) e
40 mca (máx), e agitador tipo vertical, motor elétrico, trifásico, IP54, 220/380V, 60Hz,
1.750 rpm, equipado com haste e hélice para agitação.

Volume do tanque de preparo da solução para atender a Zona 03:


V = Q x D x H = 68,0 x 5 x 24 = 81,6 litros
10 x C 10 x 10
22

Onde:
Q = vazão do sistema = 68,0 m³/h
D = dosagem do produto = 5,0 mg/l
H = nº de horas trabalhadas por preparo de solução = 24 horas
T = concentração da solução em 10%
 Vazão de dosagem
V = Q (m³/h) x D (mg/L) = 68,0 x 5 = 3,4 litros/hora
10 x C 10 x 10
Adotaremos um sistema de dosagem com volume útil de 150 litros, conforme
dados do fornecedor: 02 bombas dosadoras (1 + 1 reserva) tipo diafragma,
58W, monofásica 220V para atender os pontos de trabalho 15 l/h (máx) e
40 mca (máx), e agitador tipo vertical, motor elétrico, trifásico, IP54, 220/380V, 60Hz,
1.750 rpm, equipado com haste e hélice para agitação.

7.1.3 Estações Elevatórias

Zona 01

POÇO VAZÃO (m³/h)


PT-03 23,70
PT-04 46,80
PT-08 40,00
PT-11 12,00
TOTAL 122,50

Para o dimensionamento de adutoras por recalque, faz-se o uso da equação


de Bresse para calcular o diâmetro econômico:

𝐷 = 𝐾√𝑄

onde K é uma constante relacionada à velocidade econômica do fluxo e cujo valor


varia de 0,8 a 1,4 (aqui, o valor adotado foi de 1,2) e Q é a vazão máxima a ser
recalcada em m³/s.

𝐷 = 1,2 ∗ √0,03403⁡𝑚3 /𝑠⁡

𝐷 ≅ 0,2214⁡𝑚⁡ → 200⁡𝑚𝑚
23

Usualmente, para a tubulação de recalque se adota o diâmetro comercial


imediatamente inferior (200 mm) enquanto que para a sucção se adota o
imediatamente superior. Após o cálculo do diâmetro econômico, verifica-se a
velocidade de escoamento, a qual deve estar entre 0,6 m/s (evitar depósito de
material) e 3,0 m/s (evitar abrasão).

4𝑄
𝑉=
𝜋𝐷2

4 ∗ 0,03403
𝑉=
𝜋 ∗ 0,22

𝑉 ≅ 1,08⁡𝑚/𝑠

Em seguida, calcula-se a perda de carga unitária, j:

10,643𝑄1,85
𝑗 = 1,85 4,87
𝐶 𝐷

10,643 ∗ 0,034031,85
𝑗=
1401,85 ∗ 0,24,87

𝑗 ≅ 0,00555⁡𝑚/𝑚

Para as perdas de carga localizadas, foram consideradas apenas, devido ao


objetivo desse trabalho, poucos acessórios na tubulação oriundos de um traçado
simplificado da adutora. Nesse traçado, foram inseridas 6 curvas de 90°. Cada curva
de 90° com diâmetro de 200 mm e material PVC apresenta perda de carga singular
igual a 0,4 (totalizando 6 * 0,4 = 2,4):

𝑉2
ℎ𝑓 = 𝐾
2𝑔

1,082
ℎ𝑓 = 2,4 ∗
2 ∗ 9,81

ℎ𝑓 ≅ 0,14⁡𝑚

Para o cálculo da perda de carga total, somou-se a perda de carga localizada


à perda de carga distribuída:

𝐻𝑗 = 𝐿 ∗ 𝑗 + ℎ𝑓
24

𝐻𝑗 = 600 ∗ 0,00555 + 0,14

𝐻𝑗 ≅ 3,47⁡𝑚

O desnível geométrico é igual à diferença entre a cota máxima do ponto de


recalque e a cota mínima do ponto de sucção:

𝐻𝑔 = 𝐶𝑚á𝑥,𝑟𝑒𝑐𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒 − 𝐶𝑚í𝑛,𝑠𝑢𝑐çã𝑜

𝐻𝑔 = (7,75 + 18,0) − 4,34

𝐻𝑔 = 41,41⁡𝑚

Somando esse desnível geométrico à perda de carga total, obtém-se o valor da


altura manométrica total (AMT):

𝐴𝑀𝑇 = 𝐻𝑔 + 𝐻𝑗

𝐴𝑀𝑇 = 21,41 + 3,47

𝐴𝑀𝑇 = 24,88⁡𝑚

A potência da estação elevatória é calculada levando-se em consideração o


peso específico da água, W, a vazão máxima a ser recalcada, Q máx, a altura
manométrica total, AMT, o rendimento do conjunto motor-bomba, 𝜂, e o fator de
serviço, Fs. Para facilitar os cálculos, considerou-se que o rendimento do conjunto
motor-bomba é de 65% e que o fator de serviço é igual a 15%.

𝑊 ∗ 𝑄𝑚á𝑥 ∗ 𝐴𝑀𝑇
𝑃= ∗ 𝐹𝑠
75𝜂

1.000 ∗ 0,03403 ∗ 24,88


𝑃= ∗ 1,15
75 ∗ 0,65

𝑃 = 19,9726⁡ ≅ 20⁡𝐶𝑉

Zona 02
POÇO VAZÃO (m³/h)
PT-07 30,50
PT-09 26,70
PT-12 10,20
PT-13 50,00
TOTAL 117,40
25

𝐷 = 𝐾√𝑄

𝐷 = 1,2 ∗ √0,0326

𝐷 ≅ 0,2167⁡𝑚⁡ → 200⁡𝑚𝑚

4𝑄
𝑉=
𝜋𝐷2

4 ∗ 0,0326
𝑉=
𝜋 ∗ 0,22

𝑉 ≅ 1,04⁡𝑚/𝑠

10,643𝑄1,85
𝑗=
𝐶 1,85 𝐷4,87

10,643 ∗ 0,03261,85
𝑗=
1401,85 ∗ 0,24,87

𝑗 ≅ 0,00513⁡𝑚/𝑚

7.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

7.2.1 Tratamento Preliminar

Grades finas:
Adotaremos grades finas de limpeza manual, conforme orienta Jordão e
Pessoa (2014) para elevatórias de pequeno porte, e as seguintes medidas para as
barras: espessura (t) de 9,5 mm e espaçamento (a) de 15,0 mm. Consideraremos a
vazão máxima de fim de plano 26,6 L/s e média 13,6 L/s.
Dados:
Qmed=0,0136 m³/s
Qmax=0,0266 m³/s
Profundidade da lâmina d’água h= 0,30m
Condições de escoamento na grade: Vmax=1,2 m/s e Vmed=0,60 m/s
26

Área útil na seção da grade: Au=Qmax/Vmax = 0,0266 /1,2= 0,022 m²


Eficiência da grade: E=a/(a+t) = 15/(15+9,5)=0,61
Seção no local da grade: S=Au/E = 0,022/0,61=0,036 m²
Largura da grade: L=S/h = 0,036/0,30 = 0,12 m
Canal afluente à grade:
Velocidade de aproximação Vo para Qmax:
Vo=Qmax/S = 0,0266/0,036=0,74 m/s

Velocidade de aproximação Vo para Qmed:


Vo=Qmed/S = 0,0136/0,036 = 0,37 m/s

Número de barras (Nb) e de espaçamentos (Ne) da grade:


Ne=Nb+1
(Ne*a) + (Nb*t)=L [(Nb+1)*a]+[Nb*t]=L [(Nb+1)*15 mm] + [Nb*9,5mm]=120mm
Nb=5 e Ne=6
Dessa forma, teremos 5 barras de 9,5 x 38,1 mm com espaçamento de 15,0 mm entre
cada barra.

Caixa de areia:
Para garantir velocidade constante do fluxo na câmara de sedimentação da
caixa de areia deve-se instalar calha Parshall a jusante.
Lâmina d’água no Parshall: H=[Q/(2,2*W)]2/3 , para a faixa de vazão em referência,
adotaremos calha Parshal de 3’’ (W=0,076).

Vazões (m³/s) Lâmina d'água (m)


Qmin 0,0068 Hmin 0,118
Qmed 0,0136 Hmed 0,188
Qmax 0,0266 Hmax 0,294

Rebaixo: z=0,058 m
Largura: b=0,35 m
Comprimento: L=2,91 m, adotaremos L=3,00 m
Verificando as velocidades:
27

Vmax=0,323 m/s
Vmin=0,322 m/s

7.2.2 Tratamento Biológico

A tecnologia indicada para o tratamento dos esgotos gerados na cidade de


Touros foi a de lagoa facultativa. Dessa forma, foi realizado um dimensionamento com
os dados de fim de projeto (2037) para verificar se o atual sistema de tratamento é
capaz de atender à demanda futura.

a) Cálculo da carga afluente de DBO:

Para este cálculo, foi considerada uma concentração de DBO no esgoto bruto
igual a 350 mg/L. Além disso, para o cálculo da vazão média afluente à ETE, foram
os adotados: população futura (2037) de 8881 habitantes, q igual a 180 L/hab.dia e
coeficiente de retorno igual a 0,80.

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = 𝐶 ∗ 𝑄

350⁡𝑚𝑔 1279⁡𝑚3 1000⁡𝐿 𝑘𝑔


𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 = ∗ ∗ ∗
𝐿 𝑑 𝑚3 106 ⁡𝑚𝑔

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 ≅ 447,6⁡𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂/𝑑

b) Adoção da Taxa de Aplicação Superficial (TAS):

De acordo com Von Sperling (1996), a faixa usual para a TAS em regiões com
temperaturas mais elevadas é de aproximadamente 200 – 350 kgDBO/ha.dia. Para
esse projeto, foi o adotada uma TAS igual a:

𝐿𝑠 = 300⁡𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂/ℎ𝑎. 𝑑𝑖𝑎

c) Cálculo da área requerida:

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎
𝐴 =⁡
𝐿𝑠
447,6⁡𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂/𝑑𝑖𝑎
𝐴 =⁡
300⁡𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂/ℎ𝑎. 𝑑𝑖𝑎
28

𝐴 ≅ 1,492⁡ℎ𝑎⁡𝑜𝑢⁡14920⁡𝑚²

d) Adoção de um valor para profundidade:

𝐻 = 1,50⁡𝑚

e) Cálculo do volume resultante:

𝑉 =𝐴∗𝐻
𝑉 = 14920⁡𝑚2 ∗ 1,50⁡𝑚
𝑉 = 22380⁡𝑚³

f) Cálculo do tempo de detenção hidráulica (TDH):


𝑉
𝑇𝐷𝐻 = ⁡
𝑄
22380⁡𝑚3
𝑇𝐷𝐻 = ⁡
1279⁡𝑚3 /𝑑𝑖𝑎
𝑇𝐷𝐻 ≅ 17,5⁡𝑑𝑖𝑎𝑠

g) Adoção de um valor para o coeficiente de remoção de DBO (K) em um regime


de mistura completa a 20°C:

𝐾20 = 0,35⁡𝑑 −1

Corrigindo o valor de K para a temperatura de 23°C, e considerando o valor de


1,085 para o coeficiente de temperatura (θ), tem-se que

𝐾𝑡 = 𝐾20 ∗ 𝜃 (𝑇−20)
𝐾23 = 0,35 ∗ 1,085(23−20)
𝐾23 ≅ 0,447⁡𝑑−1 ⁡

h) Estimativa de DBO solúvel efluente (modelo de mistura completa):

𝑆𝑜
𝑆=
1 + 𝐾 ∗ 𝑇𝐷𝐻
29

350
𝑆=
1 + 0,447 ∗ 17,5
𝑆 ≅ 39,7⁡𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂/𝐿

i) Estimativa da DBO particulada efluente:

Para este cálculo, foi considerado que o efluente possui uma concentração de
sólidos suspensos igual a 80 mg/L e cada mg de SS gera uma DBO de 0,35 mg/L.

0,35⁡𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂 80⁡𝑚𝑔𝑆𝑆
𝐷𝐵𝑂𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 = ∗
𝑚𝑔𝑆𝑆 𝐿
𝐷𝐵𝑂𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 = 28⁡𝑚𝑔/𝐿

j) DBO total do efluente:

𝐷𝐵𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ⁡𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 39,7 + 28

𝐷𝐵𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ⁡𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 = 67,7⁡𝑚𝑔/𝐿

k) Eficiência na remoção da DBO:

𝑆𝑜 − 𝑆
𝐸𝑓 = ∗ 100
𝑆𝑜
350 − 67,7
𝐸𝑓 = ∗ 100
350
𝐸𝑓 ≅ 80,7%

l) Dimensões da lagoa facultativa:

Será adotada uma proporção comprimento/largura (L/B) em torno de 2,5.

𝐴=𝐿∗𝐵
14920 = (2,5 ∗ 𝐵) ∗ 𝐵
14920 = 2,5 ∗ 𝐵²
14920
𝐵2 = = 5968
2,5
𝐵 = √5968 ≅ 77,3⁡𝑚
30

𝐿 = 2,5 ∗ 𝐵 = 2,5 ∗ 77,3


𝐿 ≅ 193,25⁡𝑚

m) Acumulação de lodo:

Para este cálculo, foi considerado que a taxa de acumulação de lodo em uma
lagoa facultativa é igual a 0,05 m³/hab.ano. Dessa forma, tem-se que a acumulação
anual é igual a:

0,05⁡𝑚³
𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜⁡𝑑𝑒⁡𝑙𝑜𝑑𝑜 = ∗ 8881⁡ℎ𝑎𝑏
ℎ𝑎𝑏. 𝑎𝑛𝑜
𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜⁡𝑑𝑒⁡𝑙𝑜𝑑𝑜 ≅ 444⁡𝑚3 /𝑎𝑛𝑜

A espessura de lodo no fundo da lagoa em um ano será:

444⁡𝑚3 /𝑎𝑛𝑜
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 = ⁡
14920⁡𝑚²
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 ≅ ⁡0,0298⁡𝑚/𝑎𝑛𝑜⁡𝑜𝑢⁡2,98⁡𝑐𝑚/𝑎𝑛𝑜
No fim de projeto (20 anos), a espessura total acumulada será de:

2,98⁡𝑐𝑚
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 = ⁡ ∗ 20⁡𝑎𝑛𝑜𝑠
𝑎𝑛𝑜

𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 = ⁡59,6⁡𝑐𝑚

De acordo com os cálculos dessa seção, a área requerida para a lagoa


facultativa que atende as vazões de projeto de final de plano é aproximadamente 2600
m² superior à da lagoa existente. Dessa forma, é necessário realizar uma ampliação
do sistema de forma a obter a eficiência mínima exigida para adequar o efluente aos
padrões de lançamento.
31

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9648: Estudo de


concepção de sistemas de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1986.

______. NBR 9649: Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de


Janeiro, 1986.

______. NBR 12211: Estudos de concepção de sistemas públicos de


abastecimento de água. Rio de Janeiro, 1992.

Atlas Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil: Perfil do Município.


Disponível em: http://atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_m/touros_rn

CPRM. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea:


diagnóstico do município de Touros, estado do Rio Grande do Norte. Recife:
CPRM/PRODEEM, 2005.

Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte-


IDEMA. Perfil do seu município: Touros. 2008.

JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. Rio de


Janeiro: ABES, 2014.

LIBÂNIO, M.; FERNANDES NETO, M. de L.; PRINCE, A. de A.; VON SPERLING,


M.; HELLER, L. Consumo de água. In: HELLER, L.; PÁDUA, V. L. de (Org.).
Abastecimento de água para consumo humano. Belo Horizonte:
Editora UFMG, 2010. p. 107-150.

Rio Grande do Norte. Governo do Estado. Atlas para a promoção do investimento


sustentável no Rio Grande do Norte / Rio Grande do Norte. Governo do Estado.
Natal (RN): Opção Gráfica Editora, 2011.

SILVA FILHO, P. A. Diagnóstico operacional de lagoas de estabilização. 2007.


169 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Sanitária) – Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Natal, 2007.

TSUTIYA, M. T. Abastecimento de água. São Paulo: Departamento de Engenharia


e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2006.

TSUTIYA, M. T.; ALÉM SOBRINHO, P. Coleta e transporte de esgoto sanitário.


Rio de Janeiro: ABES, 2011.

VON SPERLING, M. Lagoas de estabilização. Belo Horizonte: Editora UFMG,


1996.

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