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portaria, um sistema inteligente, tendo em conta o cum- da transparência dos preços, do bom funcionamento e da
primento das obrigações europeias e respetivos prazos de efetiva liberalização dos mercados da eletricidade e do
cumprimento. gás natural.
5 — A portaria prevista no número anterior prevê, no- Para tal, são desenvolvidas as regras aplicáveis à gestão
meadamente, os requisitos técnicos e funcionais do sistema técnica global do SEN, correspondente ao conjunto de
inteligente, os respetivos calendários de instalação, bem funções cujo exercício é absolutamente fundamental para
como o modo de financiamento dos custos inerentes e de assegurar o funcionamento integrado e harmonizado das
repercussão desses custos nas tarifas reguladas. infraestruturas que integram esse sistema, ao mesmo tempo
que se densifica o regime de planeamento dessas infraestru-
Artigo 79.º turas, em particular, da rede nacional de transporte (RNT)
Norma revogatória
e da rede nacional de distribuição (RND).
Na sequência dos processos de reprivatização ocorri-
São revogados: dos no setor energético, procura-se, em particular, cla-
rificar e reforçar as obrigações que impendem sobre os
a) O Decreto-Lei n.º 182/95, de 27 de julho, na redação
que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.os 56/97, de 14 de operadores da RNT e da RND, nas aludidas matérias de
março, 24/99, de 28 de janeiro, 198/2000, de 24 de agosto, gestão técnica global do sistema e, de igual modo, no que
69/2002, de 25 de março, e 85/2002, de 6 de abril; toca à permissão de acesso não discriminatória e transpa-
b) O Decreto-Lei n.º 69/2002, de 25 de março; rente às redes e à garantia de confidencialidade de infor-
c) O artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 187/95, na redação que mações comercialmente sensíveis, sendo, para o efeito,
lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 44/97, de 20 de fevereiro, instituídos novos mecanismos de acompanhamento e de
que mantém a sua vigência até 31 de dezembro de 2006. supervisão do cumprimento das obrigações constantes dos
contratos de concessão e adaptadas as respetivas bases.
No que respeita à produção de eletricidade, alteram-se
Artigo 80.º
os conceitos de produção em regime ordinário e produção
Entrada em vigor em regime especial, deixando esta última de se distinguir
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte da primeira apenas pela sujeição a regimes especiais no
ao da sua publicação. âmbito de políticas de incentivo, na medida em que a
produção em regime especial passa também a contemplar
a produção de eletricidade através de recursos endógenos
Decreto-Lei n.º 215-B/2012 em regime remuneratório de mercado.
Neste contexto, o presente decreto-lei procede a uma
de 8 de outubro
consolidação do regime jurídico aplicável à produção de
A Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do eletricidade em regime especial e, em particular, através
Conselho, de 13 de julho, que estabelece regras comuns de fontes de energias renováveis, até agora dispersa por
para o mercado interno da eletricidade e revoga a Diretiva vários diplomas, completando a transposição da Diretiva
n.º 2003/54/CE, foi objeto de transposição inicial pelo n.º 2009/28/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
Decreto-Lei n.º 78/2011, de 20 de junho, que introduziu de 23 de abril, relativa à promoção da utilização e energia
novas regras no quadro organizativo do sistema elétrico proveniente de fontes renováveis.
nacional, procedendo à segunda alteração ao Decreto-Lei Por seu turno, importa clarificar, em articulação com as
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, republicado pelo Decreto- alterações realizadas ao conceito de produção em regime
-Lei n.º 215-A/2012, de 8 de outubro. especial, os contornos da obrigação de o comercializador
Na sequência da celebração, em maio de 2011, do Me- de último recurso adquirir a eletricidade produzida em
morando de Entendimento sobre as Condicionalidades de regime especial, bem como assegurar a aquisição de toda
Política Económica entre o Estado Português, a Comissão a energia produzida ao abrigo do referido regime por via
Europeia e o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário da criação da figura do agregador facilitador de mercado.
Internacional, e em cumprimento dos compromissos aí No que se refere à comercialização em regime de mer-
assumidos no sentido da conclusão do processo de liberali- cado, foram simplificadas as regras de acesso e exercício
zação dos setores da eletricidade e do gás natural, importa, a essa atividade, visando a sua adaptação aos princípios
todavia, proceder a uma transposição adequada, completa e regras constantes do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
e harmonizada das diretivas que integram o designado julho, que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva
«Terceiro Pacote Energético», onde se inclui a referida n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conse-
Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do lho, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no mercado
Conselho, de 13 de julho. interno, e clarificando o estatuto dos diversos comercia-
É neste contexto que se insere o presente decreto- lizadores em regime de mercado e de último recurso.
-lei, o qual, no seguimento da alteração ao Decreto-Lei Por fim, no plano da proteção dos consumidores,
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, visa proceder à revisão do assegura-se, designadamente, o fornecimento de eletrici-
Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, que estabelece dade pelos comercializadores de ultimo recurso não ape-
o regime jurídico aplicável às atividades integrantes do nas aos clientes finais economicamente vulneráveis mas
Sistema Elétrico Nacional (SEN), desenvolvendo as bases também em locais onde não exista oferta dos comerciali-
gerais instituídas por aquele decreto-lei. zadores de eletricidade em regime de mercado, bem como
Subjacentes a esta revisão estão os objetivos, definidos em situações em que o comercializador de mercado tenha
nas Grandes Opções do Plano para 2012-2015, aprovadas ficado impedido de exercer a atividade de comercialização
pela Lei n.º 64-A/2011, de 30 de dezembro, no quadro de eletricidade. Promove-se ainda a realização de campa-
da 5.ª Opção «O desafio do futuro — medidas setoriais nhas de informação e esclarecimento dos consumidores,
prioritárias», no sentido da promoção da competitividade, bem como a publicação de informações relativas aos direi-
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tos e deveres dos consumidores, aos preços de referência distribuição e comercialização de eletricidade, bem
relativos aos fornecimentos aos clientes em baixa tensão como à operação logística de mudança de comercia-
de todos os comercializadores, à legislação em vigor e à lizador, à organização dos respetivos mercados e aos
identificação dos meios à disposição dos consumidores procedimentos aplicáveis ao acesso àquelas ativida-
para o tratamento de reclamações e resolução extrajudicial des, no desenvolvimento dos princípios constantes do
de litígios. Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, republi-
Assim, o presente decreto-lei assegura a plena transpo- cado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012, de 8 de outubro.
sição da Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu 2— .....................................
e do Conselho, de 13 de julho, e dá simultânea execução
a) A produção de eletricidade em cogeração, a micro-
à disciplina do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho,
produção e miniprodução e a produção de eletricidade
que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva
a partir da energia das ondas na zona-piloto;
n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
b) A produção de eletricidade a partir de energia
12 de dezembro, relativa aos serviços no mercado interno.
nuclear;
Foram ouvidas a Comissão Nacional de Proteção de Da-
c) As redes de distribuição fechadas, tal como defi-
dos e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
nidas no artigo 41.º-A do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
Foram ouvidos, a título facultativo, a Entidade Regu-
15 de fevereiro.
ladora dos Serviços Energéticos e os agentes do setor.
Foi promovida a audição ao Conselho Nacional do
Consumo. 3 — No desenvolvimento dos princípios gerais es-
Assim: tabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de feve-
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- reiro, o presente decreto-lei completa a transposição da
tituição, o Governo decreta o seguinte: Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 13 de julho, que estabelece regras comuns
para o mercado da eletricidade.
Artigo 1.º
4 — O presente decreto-lei procede ainda:
Objeto
a) À integração do regime do Decreto-Lei n.º 92/2010,
1 — O presente decreto-lei procede à sexta alteração de 26 de julho, que transpôs para a ordem jurídica in-
ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado terna a Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Eu-
pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezem- ropeu e do Conselho, de 12 de dezembro, relativa aos
bro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, serviços no mercado interno;
23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, b) À transposição para a ordem jurídica interna dos
completando a transposição da Diretiva n.º 2009/72/CE, artigos 13.º e 16.º da Diretiva n.º 2009/28/CE, do Par-
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de julho, lamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa
que estabelece regras comuns para o mercado interno de à promoção da utilização de energia proveniente de
eletricidade. fontes renováveis.
2 — O presente decreto-lei procede ainda:
a) À integração do regime do Decreto-Lei n.º 92/2010, Artigo 2.º
de 26 de julho, que transpôs para a ordem jurídica interna [...]
a Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do
.........................................
Conselho, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no
mercado interno; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) À transposição para a ordem jurídica interna dos b) ‘Ato de admissão da comunicação prévia’ o ato da
artigos 13.º e 16.º da Diretiva n.º 2009/28/CE, do Parla- entidade competente que admite a comunicação prévia
mento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa à para efeitos de estabelecimento e exercício da atividade
promoção da utilização de energia proveniente de fontes de produção de eletricidade em regime especial com
renováveis. potência de ligação à rede inferior ou igual a 1 MVA,
com exceção dos centros eletroprodutores sujeitos aos
Artigo 2.º regimes jurídicos de avaliação de impacte ambiental
Alteração ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
ou de avaliação de incidências ambientais, nos termos
da legislação aplicável, cuja instalação esteja projetada
Os artigos 1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 12.º, 15.º, para espaço marítimo sob a soberania ou jurisdição
18.º, 19.º, 20.º, 21.º, 22.º, 23.º, 24.º, 25.º, 26.º, 29.º, 30.º, nacional ou cujo regime remuneratório aplicável seja
31.º, 32.º, 32.º-A, 33.º, 33.º-A, 33.º-B, 34.º, 36.º, 37.º, 38.º, o da remuneração garantida;
40.º, 41.º, 42.º, 45.º a 61.º, 67.º, 68.º e 70.º do Decreto-Lei c) [Anterior alínea b).]
n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos- d) [Anterior alínea c).]
-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezembro, 199/2007, de e) [Anterior alínea d).]
18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de f) [Anterior alínea e).]
janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, passam a ter a g) ‘Certificado de exploração’ o certificado concedido
seguinte redação: para efeitos de entrada em exploração industrial de um
centro eletroprodutor sujeito a comunicação prévia, de
«Artigo 1.º partes do mesmo ou dos grupos geradores que o com-
põem ou concedido para os mesmos efeitos na sequên-
[...]
cia de uma alteração do referido centro eletroprodutor,
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime ju- aqui não se incluindo a autorização para exploração em
rídico aplicável às atividades de produção, transporte, regime experimental;
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registo ou de comunicação prévia nos termos dos pro- 3 — Para os efeitos da alínea f) do n.º 1, verifica-se
cedimentos estabelecidos para cada uma das atividades. inadequação à gestão da capacidade de receção da rede
4 — Sem prejuízo das competências atribuídas a ou- pública quando a potência a injetar exceda a capacidade
tras entidades administrativas, designadamente à Direção- total no ponto de receção ou possa afetar a segurança
-Geral de Energia e Geologia (DGEG), à Autoridade da e fiabilidade da RESP, de acordo com a indicação do
Concorrência e à Comissão do Mercado de Valores Mo- respetivo operador de rede, tendo em conta os com-
biliários, no domínio específico das suas atribuições, as promissos de ligação já existentes e os instrumentos de
atividades de exploração das concessões de transporte planeamento referidos nos artigos 36.º e 40.º
e de distribuição de eletricidade, do comercializador de
último recurso, do facilitador de mercado, de gestão de Artigo 7.º
mercados organizados e do operador logístico de mudança
[...]
de comercializador são objeto de regulação pela Entidade
Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), nos termos 1 — Para os efeitos da determinação da quota de
previstos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, capacidade de produção de eletricidade no âmbito do
no presente decreto-lei, nos Estatutos da ERSE, aprova- mercado ibérico, a que se refere a alínea e) do n.º 1 do
dos pelo Decreto-Lei n.º 97/2002, de 12 de abril, alterado artigo anterior, deve ser considerada a potência garantida
pelos Decretos-Leis n.os 200/2002, de 25 de setembro, e aparente instalada de:
212/2012, de 25 de setembro, e demais legislação aplicável.
a) Todas as instalações de produção de eletricidade,
5 — (Anterior n.º 4.)
que o requerente explore diretamente ou através de
terceiros, qualquer que seja a forma que revista esta
Artigo 4.º
exploração por terceiros;
[...] b) Todas as instalações de produção de eletricidade
que sejam da titularidade do requerente, da titularidade
1— .....................................
de entidades por ele participadas, direta ou indireta-
2— .....................................
mente, na proporção dessa participação, ou da titulari-
3— .....................................
dade do grupo a que ele pertença;
4 — (Revogado.)
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5 — A exploração em regime industrial de cada um
dos grupos geradores que, nos termos da licença de
produção, compõem o centro eletroprodutor depende 2 — Ao requerente que detenha uma quota de pro-
da prévia obtenção de licença de exploração. dução de eletricidade no âmbito do mercado ibérico
6 — Os termos da licença de exploração de cada de eletricidade superior à estabelecida nos termos do
grupo gerador integram a licença de produção do cor- presente decreto-lei só pode ser atribuída licença de pro-
respondente centro eletroprodutor. dução, desde que até à data da atribuição da licença de
7 — (Anterior n.º 5.) exploração encerre ou aliene explorações ou instalações
de produção de eletricidade de capacidade suficiente
para não exceder a referida quota.
Artigo 6.º
[...] Artigo 8.º
1— ..................................... [...]
a) O impacte do centro eletroprodutor nos custos 1— .....................................
económicos e financeiros do SEN; 2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção
b) [Anterior alínea a).] que contemplem a exploração de centros eletroprodu-
c) [Anterior alínea b).] tores mediante a utilização da rede pública devem ser
d) O contributo do pedido para o desenvolvimento apresentados no período de 1 a 15 dos meses de janeiro,
local e para a captação de riqueza para a área de insta- maio e setembro de cada ano.
lação do centro eletroprodutor; 3— .....................................
e) A quota de capacidade de produção de eletricidade
detida pelo interessado em 31 de dezembro do ano ante- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
rior ao da apresentação do pedido, no âmbito do mercado b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ibérico de eletricidade, a qual não pode ser superior a 40 %; c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f) A existência de condições de ligação à rede pública d) Informação sobre a existência de capacidade de
adequadas à gestão da sua capacidade de receção de receção e as condições de ligação à rede, emitida há
eletricidade; menos de oito meses para os efeitos específicos do pre-
g) [Anterior alínea e).] sente artigo, pelo operador da rede a que o requerente
h) [Anterior alínea f).] se pretenda ligar;
i) [Anterior alínea g).] e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
j) [Anterior alínea h).] f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) Requerimento de emissão de título de emissão
2 — Para os efeitos da aplicação da alínea b) do nú-
de gases com efeito de estufa ou decisão de exclusão
mero anterior, devem ser consideradas, nomeadamente:
temporária do regime de comércio de emissões, quando
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . um deles seja exigível, nos termos do regime jurídico
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . aplicável, e comprovativo de receção do referido reque-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . rimento emitido pela entidade licenciadora competente;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(49)
i) Prova do cumprimento da obrigação de notificação situação de concorrência entre dois ou mais pedidos,
e cópia do relatório de segurança, nos termos do Decreto- em virtude do disposto na alínea c) do n.º 2 ou no n.º 3
-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, quando exigíveis; do artigo 6.º, a entidade licenciadora procede à sele-
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ção destes, observando o estabelecido nos números
l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . seguintes.
m) Informação detalhada e elucidativa da quota de ca- 2— .....................................
pacidade de produção de eletricidade detida pelo reque- 3— .....................................
rente, nos termos do artigo 6.º, bem como declaração, sob 4— .....................................
compromisso de honra, de que aquando do pedido não se 5— .....................................
encontra abrangido pelo disposto na alínea e) do n.º 1 do
mesmo artigo, ou, estando abrangido, em que medida lhe Artigo 15.º
é o mesmo aplicável, indicando as medidas que se propõe
[...]
tomar para os efeitos do disposto no n.º 2 do artigo anterior.
1— .....................................
4 — (Revogado.)
5— ..................................... a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6 — O operador da RNT e o operador da RND devem b) Principais características do centro eletroprodutor
fornecer à DGEG informação relativa aos pedidos de e sua localização, a indicação do ponto de interligação,
informação referidos na alínea d) do n.º 3 e no número da potência máxima injetável na rede, da potência ins-
anterior que tenham recebido, nos termos e com a perio- talada bruta e líquida, em MW e MVA, bem como as
dicidade definida no Regulamento de Acesso às Redes obras e os trabalhos de reforço da rede a suportar pelo
e às Interligações. titular da licença, se for o caso;
7 — Para integral cumprimento do disposto nos nú- c) (Revogada.)
meros anteriores, o interessado deve promover atempa- d) Prazo fixado para o início da exploração do centro
damente os procedimentos necessários para a obtenção eletroprodutor;
dos elementos previstos nas alíneas f), g), h), i) e j) do e) Outras obrigações ou condições especiais a que
n.º 3, cabendo à entidade licenciadora prestar a cola- eventualmente fique sujeito o titular da licença.
boração que lhe seja solicitada no âmbito da respetiva
legislação aplicável. 2 — A DIA ou outras licenças, autorizações, parece-
res ou declarações de aceitação de entidades competen-
Artigo 9.º tes que nos termos da legislação aplicável constituam
requisito para o licenciamento da instalação ou explo-
[...] ração do centro eletroprodutor ou condição a que aque-
1— ..................................... les devam ficar sujeitos, bem como os compromissos
2— ..................................... assumidos pelo titular nos requerimentos de emissão
3 — Estando o pedido devidamente instruído, com- da licença ambiental e do título de emissão de gases
pete à DGEG: com efeito de estufa, integram o acervo de obrigações
a cujo cumprimento se vincula o titular da licença de
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . produção de eletricidade.
b) Ordenar ao requerente que promova a publicação
de éditos elaborados pela DGEG, quando o projeto não Artigo 18.º
esteja sujeito a procedimento de avaliação de impacte
ambiental em conformidade com o respetivo regime [...]
jurídico; 1 — A licença de produção de eletricidade em regime
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ordinário não está sujeita a prazo de duração, sem pre-
juízo da extinção prevista no artigo 23.º
4 — Os éditos referidos na alínea b) do número ante- 2 — (Revogado.)
rior tornam público os elementos essenciais do pedido
para que eventuais interessados possam apresentar su- Artigo 19.º
gestões e reclamações, no prazo de 10 dias, devendo ser
publicados no sítio na Internet da DGEG, num jornal de [...]
circulação nacional e remetidos pela DGEG à câmara 1— .....................................
municipal e juntas de freguesia em cuja área o projeto 2 — O exercício do direito de estabelecimento de
é implantado para afixação em lugar público das res- linhas diretas referido na alínea c) do número anterior
petivas sedes. fica condicionado à impossibilidade de abastecimento
5 — Para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 3, de clientes através do acesso às redes do SEN, salvo
após a receção dos éditos, cabe ao requerente promover se for técnica e economicamente mais vantajoso para
a sua publicação num jornal de circulação nacional o SEN, de acordo com a avaliação feita pela DGEG.
e apresentar à entidade licenciadora documentos que
comprovem o cumprimento desta formalidade.
Artigo 20.º
Artigo 12.º [...]
[...] 1— .....................................
1 — Se após a verificação do preenchimento dos a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
critérios definidos no n.º 1 do artigo 6.º resultar uma b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5588-(50) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
c) Comunicar à DGEG e ao operador da rede a que se podendo ainda fazer-se coadjuvar por outros técnicos
liga o centro eletroprodutor a conclusão da construção ou peritos, à sua escolha, tendo em vista a verificação
e montagem do centro eletroprodutor; da conformidade da instalação com as condições de
d) Requerer a emissão da licença de exploração, tendo licenciamento, regulamentação aplicável e, se for o
em vista a entrada em exploração industrial dentro do caso, com as condições impostas em vistoria anterior.
prazo estabelecido na licença de produção; 3 — Para os efeitos do número anterior, a DGEG
e) [Anterior alínea d).] comunica ao titular da licença e, se for o caso, aos re-
f) Manter e explorar o centro eletroprodutor con- presentantes referidos no número anterior, com a an-
forme as melhores práticas industriais, com o objetivo tecedência de oito dias, o dia e a hora agendados para
de otimizar a disponibilidade da capacidade instalada a vistoria.
para produzir eletricidade e abastecer os consumos do 4 — A DGEG pode contratar os serviços de enti-
SEN; dades de reconhecida idoneidade e experiência para
g) [Anterior alínea e).] a prestação de apoio técnico na realização da vistoria.
h) [Anterior alínea f).] 5 — Da vistoria é elaborado relatório, de onde consta,
i) [Anterior alínea g).] nomeadamente, a verificação de que a instalação se
j) [Anterior alínea h).] encontra em condições de ser autorizada a exploração e,
k) [Anterior alínea i).] se for o caso, as medidas a tomar pelo titular da licença
l) Permitir e facilitar o acesso às suas instalações por e respetivo prazo de realização, bem como a posição
parte das entidades competentes para efeitos da verifi- sobre a procedência ou improcedência de reclamações
cação da disponibilidade do centro eletroprodutor, ao apresentadas na vistoria e proposta de decisão final
abrigo do disposto no artigo 33.º-C; sobre pedido de atribuição de licença de exploração.
m) Requerer à DGEG a emissão de uma licença de 6 — Quando o relatório da vistoria concluir pela
produção, ao abrigo dos artigos 8.º e seguintes, para a desconformidade das instalações com condicionamentos
realização de alterações substanciais ao centro eletro- legais e regulamentares ou com as condições fixadas
produtor; na licença de produção, deve indicar detalhadamente
n) Comunicar previamente à DGEG a realização de as normas ou condições cujo cumprimento não foi ob-
quaisquer alterações ao centro eletroprodutor que não servado.
se reconduzam às alterações previstas na alínea anterior. 7 — O relatório da vistoria deve ser assinado pelos
intervenientes na mesma, ou conter em anexo as respe-
2— ..................................... tivas declarações individuais, devidamente assinadas,
3 — A caução referida no número anterior deve ser sendo entregues cópias ao titular da licença no último
acionada pela entidade licenciadora quando o titular dia de realização da vistoria ou nos cinco dias subse-
não inicie a exploração no prazo fixado na licença de quentes.
produção ou no final de uma prorrogação concedida pela 8 — Quando em vistoria anterior tenham sido im-
entidade licenciadora ao abrigo do número seguinte, postas condições e fixado prazo para a sua realização,
caso em que o seu valor é entregue ao operador da RNT a DGEG realiza nova vistoria para verificação do seu
para ser repercutido na tarifa de uso global do sistema, cumprimento, podendo realizar-se mais uma e última
devendo a caução ser liberada na data de início da ex- vistoria, caso persista o incumprimento de medidas
ploração quando esta ocorra dentro do referido prazo anteriormente impostas, aplicando-se o disposto nos
ou da sua prorrogação. números anteriores, com as necessárias adaptações.
4 — O prazo previsto na alínea e) do n.º 1 pode ser
prorrogado pela entidade licenciadora por prazos suces- Artigo 22.º
sivos de um ano até ao máximo de três anos, mediante
[...]
solicitação do titular da licença devidamente fundamen-
tada em motivo que não lhe seja imputável e que não 1— .....................................
esteja relacionado com a evolução das condições dos 2 — O pedido de transmissão deve indicar os motivos
mercados de eletricidade e financeiros. determinantes da mesma e fornecer todos os elementos
5 — Para os efeitos da alínea m) do n.º 1, consideram- relativos à identificação e ao perfil do candidato a trans-
-se alterações substanciais ao centro eletroprodutor todas missário, bem como ser acompanhado de declaração
aquelas que envolvam a alteração das características deste aceitando a transmissão e todas as condições da
principais do referido centro, tais como a potência ins- licença.
talada, a tecnologia, combustível ou fonte de energia 3— .....................................
utilizadas e o número de grupos geradores, bem como 4— .....................................
das respetivas caldeiras, turbinas e geradores. 5— .....................................
6— .....................................
Artigo 21.º 7— .....................................
[...]
Artigo 23.º
1 — A DGEG procede à realização da vistoria, no
[...]
prazo máximo de 30 dias após a receção do pedido de
atribuição de licença de exploração. 1— .....................................
2 — Para a realização da vistoria, a DGEG pode 2— .....................................
fazer-se acompanhar por representantes do operador da 3— .....................................
rede e das demais entidades a quem tenha sido reme- 4— .....................................
tido o processo de licenciamento para se pronunciarem, 5— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(51)
6 — Sem prejuízo do cumprimento do dever de no- o Instituto de Seguros de Portugal, em função da sua
tificação nos termos gerais, a extinção da licença de natureza, da sua dimensão e do grau de risco, atuali-
produção é divulgada no sítio na Internet da entidade zado automaticamente em 31 de março de cada ano, de
licenciadora e comunicada ao operador da rede. acordo com o índice de preços no consumidor do ano
civil anterior, sem habitação, no continente, publicado
Artigo 24.º pelo Instituto Nacional de Estatística.
[...] 4— .....................................
5— .....................................
1— ..................................... 6— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7— .....................................
b) Quando o seu titular não iniciar a exploração do 8 — O Instituto de Seguros de Portugal define, em
centro eletroprodutor dentro do prazo estabelecido na norma regulamentar, o regime aplicável ao seguro de
licença de produção ou de uma prorrogação do refe- responsabilidade civil referido no n.º 1.
rido prazo concedida ao abrigo do disposto no n.º 4 do
artigo 20.º; Artigo 30.º
c) (Revogada.) [...]
d) Em caso de emissão de nova licença de produção
para o centro eletroprodutor, ao abrigo do disposto na 1— .....................................
alínea m) do n.º 1 do artigo 20.º; 2— .....................................
e) [Anterior alínea d).] 3— .....................................
f) [Anterior alínea e).] 4— .....................................
5 — O disposto no presente artigo não isenta o titular
2— ..................................... de licença de produção do cumprimento do disposto
3— ..................................... no Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, e demais
legislação aplicável.
Artigo 25.º
Artigo 31.º
[...]
[...]
1— .....................................
1 — A fiscalização técnica relativa ao exercício da
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . atividade de produção de eletricidade prevista no pre-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sente decreto-lei e na demais regulamentação cabe à
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DGEG.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — As entidades concessionárias da RNT e da RND
e) Quando o seu titular abandonar as instalações afe-
podem, no âmbito das suas atribuições e competências,
tas à produção de eletricidade ou interromper a atividade
licenciada, em determinado ano, por um período seguido proceder à fiscalização das instalações de produção
ou interpolado igual ou superior a seis meses, por ra- ligadas às respetivas redes, tendo especialmente em
zões não fundamentadas em motivos de ordem técnica; vista a sua adequada compatibilização com as referidas
f) Quando o titular proceda a alterações substanciais redes.
do centro eletroprodutor sem que as mesmas tenham 3— .....................................
sido objeto de licenciamento, nos termos do presente 4— .....................................
decreto-lei.
Artigo 32.º
2— ..................................... [...]
3— .....................................
1 — A DGEG apresenta ao membro do Governo
Artigo 26.º responsável pela área da energia, nos anos pares, até
31 de maio, um relatório de monitorização da segurança
[...] do abastecimento (RMSA).
Das decisões proferidas pelo diretor-geral de energia 2 — O RMSA deve conter as matérias previstas
e geologia ao abrigo do presente decreto-lei cabe recurso no artigo 63.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
hierárquico para o membro do Governo responsável fevereiro, bem como as referidas no artigo seguinte,
pela área da energia. indicando também as medidas adotadas e a adotar com
vista a reforçar a segurança do abastecimento e, nome-
Artigo 29.º adamente, o tipo de fontes primárias e prioridades da
sua utilização, assim como o seu peso na produção de
[...] eletricidade.
1— ..................................... 3— .....................................
2— ..................................... 4 — Nos anos ímpares, a DGEG elabora um relatório
3 — O contrato de seguro tem um capital mínimo de monitorização simplificado, indicando também as
obrigatório, respeitante a cada anuidade, independen- medidas adotadas e a adotar visando reforçar a segu-
temente do número de sinistros ocorridos e do número rança do abastecimento, o qual é dado a conhecer ao
de lesados, de montante a fixar por portaria do membro membro do Governo responsável pela área da energia
do Governo responsável pela área da energia, ouvido até 31 de maio.
5588-(52) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
5 — O RMSA é publicitado no sítio na Internet da ção de eletricidade, a designar pelo membro do Governo
DGEG até 31 de Julho e enviado à Comissão Europeia. responsável pela área da energia.
6 — Os relatórios referidos nos n.os 1 e 4 são igual-
mente enviados à ERSE. Artigo 33.º-A
[...]
Artigo 32.º-A
1 — Com vista a promover a garantia de abasteci-
[...]
mento, um adequado grau de cobertura da procura de
1 — O relatório de monitorização de segurança refe- eletricidade e uma adequada gestão da disponibilidade
rido no artigo anterior deve abranger a adequação global dos centros eletroprodutores é definido, nos termos
do sistema elétrico para resposta à procura de energia constantes em portaria do membro do Governo respon-
elétrica atual e projetada, contemplando: sável pela área da energia, um mecanismo de atribuição
de incentivos à garantia de potência disponibilizada
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pelos centros eletroprodutores ao SEN.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — Os encargos associados ao mecanismo de atri-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . buição de incentivos à garantia de potência devem ser
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . suportados por todos os consumidores de energia elé-
trica, devendo ser repercutidos na tarifa de uso global
2 — O relatório referido no número anterior é ela- de sistema ou noutra tarifa aplicável à globalidade dos
borado em estreita colaboração com o operador da rede consumidores de energia elétrica nos termos a definir
de transporte, devendo este, quando adequado, con- no Regulamento Tarifário.
sultar os operadores da rede de transporte vizinhos.
3— ..................................... Artigo 33.º-B
4— .....................................
[...]
Artigo 33.º 1 — Em caso de crise repentina no mercado da ener-
Procedimentos concursais em situações especiais gia ou de ameaça à segurança e integridade física de
pessoas, equipamentos, instalações e redes, designada-
1 — Para assegurar necessidades de instalação de mente devido a acidente grave ou por outro evento de
novas capacidades de produção de eletricidade iden- força maior, o membro do Governo responsável pela
tificadas no RMSA previsto nos artigos 32.º e 32.º-A área da energia pode tomar, a título transitório e tem-
que não se mostrem possíveis de satisfazer através do porariamente, as medidas de salvaguarda necessárias.
regime geral de acesso a esta atividade previsto no pre- 2 — Em caso de perturbação do abastecimento, o
sente capítulo, o membro do Governo responsável pela membro do Governo responsável pela área da energia
área da energia pode promover procedimento concursal, pode determinar, em particular, a utilização das reser-
nos termos do artigo 64.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, vas de segurança de combustíveis e impor medidas de
de 15 de fevereiro, com vista à atribuição de reserva de restrição da procura, nos termos previstos no presente
capacidade de injeção de eletricidade na RESP para a decreto-lei e na legislação específica de segurança.
instalação de novos centros eletroprodutores, em espe- 3 — Para efeitos do disposto no número anterior,
cial nas seguintes situações: podem ser utilizadas reservas de água nas albufeiras
de águas públicas de serviço público que tenham como
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . fim principal a produção de eletricidade, ouvida a Au-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . toridade Nacional da Água e a Comissão de Gestão
de Albufeiras, mediante autorização dos membros do
2 — O membro do Governo responsável pela área Governo responsáveis pelas áreas do ambiente e da
da energia pode, ainda, sujeitar a procedimento con- energia, nos termos da legislação aplicável.
cursal ou estabelecer, mediante portaria, medidas de 4 — As medidas de emergência são comunicadas à
eficiência e gestão da procura alternativas à constru- Comissão Europeia e devem garantir aos operadores
ção e à exploração de novos centros eletroprodutores. da rede de transporte, sempre que tal seja possível ou
3 — O procedimento concursal é promovido pelo adequado, a oportunidade de darem uma primeira res-
membro do Governo responsável pela área da energia, posta às situações de perturbação no abastecimento.
a quem compete aprovar as peças do procedimento.
4 — O procedimento concursal rege-se pelo re- Artigo 34.º
gime previsto no presente decreto-lei e no Decreto-Lei
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, pelas peças do procedi- [...]
mento e pelos princípios gerais da contratação pública, 1 — A concessão para a exploração da RNT é atri-
nos termos a estabelecer em portaria do membro do buída mediante contrato de concessão, no qual outorga,
Governo responsável pela área da energia, devendo ser em representação do Estado, o membro do Governo
publicitado no Diário da República e no Jornal Oficial responsável pela área da energia, na sequência de rea-
da União Europeia, pelo menos seis meses antes da data lização de concurso público, salvo se, de acordo com
limite para a apresentação da candidatura. os princípios e regras gerais da contratação pública,
5 — A organização, o acompanhamento e a fisca- estiverem reunidas condições para o recurso a outro
lização do procedimento concursal são efetuados por procedimento adjudicatório.
entidade ou organismo público ou privado, independente 2— .....................................
das atividades de produção, distribuição e comercializa- 3— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(53)
3 — As declarações exigidas aos requerentes do re- das ao seu perfil de consumo, para além da informação
gisto devem ser assinadas sob compromisso de honra identificada no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
pelos mesmos ou respetivos representantes legais. de 26 de julho;
4 — Após a receção do pedido de registo, a DGEG g) Emitir faturação discriminada de acordo com as
verifica a conformidade do mesmo com o disposto nos normas aplicáveis;
números anteriores e, se for caso disso, solicita ao re- h) Proporcionar aos seus clientes meios de pagamento
querente a apresentação dos elementos em falta ou com- diversificados;
plementares, fixando um prazo razoável para o efeito, i) Não discriminar entre clientes e atuar com trans-
comunicando que a referida solicitação determina a parência nas suas operações;
suspensão do prazo de decisão e alertando para o facto j) Facultar, a todo o momento e de forma gratuita, o
de que a sua não satisfação, no prazo fixado, determina acesso do cliente aos seus dados de consumo, bem como
a rejeição liminar do pedido. o acesso a esses dados, mediante acordo do cliente, por
5 — Concluída a instrução do procedimento, a DGEG outro comercializador;
profere decisão sobre o pedido de registo apresentado k) Disponibilizar aos clientes, a título gratuito, infor-
pelo requerente, fixando, no caso, de deferimento, as mação periódica sobre o seu consumo e custos efetivos,
condições a que o mesmo fica sujeito. com vista à criação de incentivos para economias de
6 — O pedido de registo considera-se tacitamente energia;
deferido se a DGEG não se pronunciar no prazo de l) Manter a situação de habilitação e de não impedi-
30 dias contados da data da sua apresentação, sem pre- mento, bem como os meios necessários ao cumprimento
juízo da suspensão desse prazo, no caso de solicitação, das obrigações impostas ao exercício da atividade de
nos termos do n.º 4, de elementos em falta ou comple- comercialização, tal como evidenciado nas declara-
mentares, até à data de apresentação desses elementos ções e documentos previstos no n.º 2 do artigo anterior;
pelo requerente. m) Apresentar propostas de fornecimento de ele-
7 — Em caso de deferimento tácito os elementos tricidade para as quais disponha de oferta a todos os
referidos nas alíneas a) e b) do artigo anterior são auto- clientes que o solicitem, dentro da área geográfica da
maticamente inscritos no registo de comercializadores sua atuação, nos termos previstos no Regulamento das
de eletricidade. Relações Comerciais, com respeito pelos princípios
8 — A DGEG deve indeferir o pedido de registo, após estabelecidos na legislação da concorrência.
audiência prévia do requerente nos termos previstos nos
artigos 100.º e seguintes do CPA, caso se verifiquem si- Artigo 49.º
tuações de não habilitação ou de impedimento previstas Extinção e transmissão do registo de comercialização
no anexo VI do presente decreto-lei ou de não disposição
dos meios necessários ao cumprimento das obrigações 1 — O registo da atividade de comercialização de
impostas à atividade de comercialização. eletricidade não está sujeito a prazo de duração, sem pre-
9 — Pelos custos de apreciação do pedido de re- juízo da sua extinção nos termos do presente decreto-lei.
gisto e da efetivação do registo é devida uma taxa que 2 — O registo da atividade de comercialização de
reverte a favor da DGEG, cujo montante é fixado por eletricidade extingue-se por caducidade ou por revo-
portaria do membro do Governo responsável pela área gação.
da energia. 3 — A extinção do registo por caducidade ocorre
em caso de morte, dissolução, cessação da atividade
Artigo 48.º ou aprovação da liquidação da sociedade em processo
de insolvência e recuperação de empresas.
[...]
4 — Para além das situações previstas na lei, o re-
1 — Constitui direito dos comercializadores de eletri- gisto pode ser revogado pela DGEG, na sequência de
cidade o exercício da atividade, nos termos da legislação audiência prévia do requerente nos termos do CPA,
e da regulamentação aplicáveis. quando se verifique a falsidade dos dados e declarações
2 — O titular de registo de comercialização de ele- prestados no respetivo pedido ou o seu titular faltar
tricidade tem os deveres estabelecidos na legislação ao cumprimento dos deveres relativos ao exercício da
e na regulamentação aplicáveis e, nomeadamente, os atividade, nomeadamente quando:
seguintes:
a) Não cumprir as determinações impostas pelas au-
a) Cumprir todas as normas legais e regulamentares toridades administrativas;
aplicáveis ao exercício da atividade; b) Violar reiteradamente o cumprimento das dispo-
b) Garantir níveis elevados de proteção dos consumi- sições legais e regulamentares aplicáveis ao exercício
dores, de acordo com o previsto no anexo VII do presente da atividade;
decreto-lei, que dele faz parte integrante; c) Não cumprir, reiteradamente, com o envio da infor-
c) Enviar às entidades competentes a informação mação estabelecida na legislação e na regulamentação
prevista na legislação e na regulamentação aplicáveis; aplicáveis;
d) Enviar, de dois em dois anos, e igualmente através d) Não iniciar o exercício da atividade no prazo de
do balcão único eletrónico dos serviços, a informação um ano após o seu registo, ou, tendo iniciado o seu
atualizada prevista no n.º 2 do artigo anterior; exercício, o interromper por igual período, sendo esta
e) Assegurar a prestação de informações transpa- inatividade confirmada pelo operador da RNT.
rentes sobre os preços e tarifas aplicáveis e as condi-
ções normais de acesso e utilização dos seus serviços; 5 — O registo pode ainda ser revogado pela DGEG
f) Prestar a demais informação devida aos clientes, na sequência de declaração de renúncia apresentada
nomeadamente sobre as opções tarifárias mais apropria- pelo respetivo titular, através do balcão único referido
5588-(56) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, Tarifário, com os custos de referência da atividade de
e com a antecedência mínima de quatro meses relati- comercialização e com os custos médios de referência
vamente à data pretendida para a produção dos respe- para a aquisição de energia elétrica.
tivos efeitos, devendo a DGEG, nessa data, proceder à 9 — Para os efeitos do número anterior, o custo de
revogação do registo. referência da atividade da comercialização é determi-
6 — O registo da atividade de comercialização é nado com base na informação respeitante aos proveitos
pessoal e intransmissível, com exceção das situações permitidos ao comercializador de último recurso, no
de reestruturação societária. âmbito de uma gestão criteriosa e eficiente.
10 — Para os efeitos do n.º 8, os custos médios de re-
Artigo 50.º ferência para a aquisição de energia elétrica são determi-
nados de acordo com o mecanismo de aprovisionamento
[...]
eficiente de energia elétrica por parte do comercializador
1 — Os comercializadores ficam obrigados a enviar de último recurso previsto no Regulamento Tarifário.
à ERSE, anualmente e sempre que ocorram alterações,
nos termos do Regulamento de Relações Comerciais, Artigo 51.º
uma tabela dos preços de referência que se propõem
[...]
praticar no âmbito da comercialização de eletricidade.
2— ..................................... 1— .....................................
2— .....................................
a) Publicitar os preços de referência relativos aos
3— .....................................
fornecimentos em BT que praticam, designadamente
4 — Sem prejuízo do disposto nos números ante-
nos respetivos sítios na Internet e em conteúdos pro-
riores, o comercializador ou produtor registado nos
mocionais;
termos do presente artigo tem os mesmos deveres do
b) Enviar de seis em seis meses à ERSE os preços
comercializador registado na sequência do pedido re-
efetivamente praticados a todos os clientes no semestre
ferido no artigo 47.º
anterior.
Artigo 52.º
3— .....................................
4 — A ERSE deve publicitar, no seu sítio na Inter- [...]
net, os preços de referência dos comercializadores para 1— .....................................
os fornecimentos em BT, podendo complementar esta 2 — (Revogado.)
publicitação com outros meios adequados, designada- 3— .....................................
mente folhetos, tendo em vista informar os consumi- 4 — A atribuição de novas licenças de comerciali-
dores das diversas opções ao nível de preços existentes zador de último recurso fica dependente da sua prévia
no mercado por forma que estes, em cada momento, sujeição a procedimento concorrencial, cujas peças são
possam optar pelas melhores condições oferecidas pelo aprovadas por despacho do membro do Governo res-
mercado. ponsável pela área da energia.
5 — A informação prevista no presente artigo fica
sujeita a supervisão da ERSE, ficando os comerciali-
Artigo 53.º
zadores obrigados a facultar-lhe toda a documentação
necessária e o acesso direto aos registos que suportam [...]
esta informação. 1— .....................................
6 — Os comercializadores ficam igualmente obri- 2— .....................................
gados a manter, pelo menos durante um período de 3— .....................................
cinco anos, os registos relativos a todas as transações
relevantes de contratos de fornecimento de eletrici- a) Prestar o serviço público universal de fornecimento
dade com clientes grossistas e operadores de redes de de eletricidade, enquanto vigorarem as tarifas reguladas
transporte e distribuição, assim como os respetivos su- ou as tarifas transitórias legalmente estabelecidas e,
portes contratuais, ficando estes auditáveis e sujeitos à após a extinção destas, fornecer eletricidade aos clien-
supervisão da ERSE no âmbito das suas obrigações e tes finais economicamente vulneráveis, nos termos da
competências. legislação aplicável;
7 — A informação referida no número anterior deve b) Adquirir energia nas condições estabelecidas na lei;
especificar as características das transações relevantes, c) Assegurar o fornecimento de eletricidade em locais
tais como as relativas à duração, entrega e regularização, onde não exista oferta dos comercializadores de eletri-
quantidade e hora de execução, preços de transação e cidade em regime de mercado, pelo tempo em que essa
outros meios, sendo os métodos e disposições para a ausência se mantenha;
manutenção dos registos objeto de regulamentação da d) Fornecer eletricidade aos clientes cujo comercia-
ERSE, tendo em consideração as orientações adotadas lizador tenha ficado impedido de exercer a atividade de
pela Comissão Europeia. comercializador de eletricidade, nos termos dos n.os 6 a 8;
8 — Com o objetivo de estabelecer uma referência e) [Anterior alínea c).]
para os consumidores, e de os apoiar na contratação do f) [Anterior alínea d).]
fornecimento de energia elétrica, a ERSE deve elaborar,
todos os anos, um relatório indicando os preços reco- 4 — Nas situações previstas nas alíneas c) e d) do
mendados para o fornecimento em BT, os quais, para número anterior, o comercializador de último recurso
os efeitos aqui previstos, resultam da soma das tarifas aplica as tarifas reguladas ou as tarifas transitórias legal-
de acesso às redes, tal como definidas no Regulamento mente estabelecidas e, após a extinção destas, o preço
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(57)
equivalente à soma das parcelas relevantes da tarifa de energia produzida pelos produtores de eletricidade
que serve de base ao cálculo da tarifa social de forne- em regime especial com remuneração garantida nos ter-
cimento de eletricidade, nos termos do Decreto-Lei mos da lei e o custo real incorrido nas restantes formas
n.º 138-A/2010, de 28 de dezembro. de aquisição previstas no n.º 1 é repercutida na tarifa
5 — Verificando-se a situação prevista na alínea d) do de uso global de sistema, nos termos a estabelecer no
n.º 3, os comercializadores devem notificar a ocorrência Regulamento Tarifário.
ao comercializador de último recurso, o qual, recebida 7 — O comercializador de último recurso que adquira
a notificação, envia uma carta registada aos clientes eletricidade em quantidade excedentária face às suas
abrangidos, dando conhecimento de que é a entidade necessidades deve revendê-la em mercado, em condi-
responsável pelo fornecimento de eletricidade durante ções a definir no âmbito do Regulamento das Relações
um período máximo de dois meses, devendo os clientes Comerciais e no Regulamento Tarifário.
até ao final desse período contratualizar com um co-
mercializador registado o fornecimento de eletricidade. Artigo 56.º
6 — Se se verificar ausência de alternativa de co- [...]
mercializadores registados decorrido o período previsto
no número anterior, é aplicável o disposto na alínea c) 1— .....................................
do n.º 3. 2 — O mercado organizado em que se realizam ope-
7— ..................................... rações a prazo sobre eletricidade ou ativo equivalente
está sujeito a autorização, mediante portaria dos mem-
a) Os administradores e os quadros de gestão do bros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças
comercializador de último recurso não podem integrar e da energia, nos termos do n.º 3 do artigo 207.º do
os órgãos sociais ou participar nas estruturas de empre- Código dos Valores Mobiliários.
sas que exerçam quaisquer outras atividades do SEN, 3— .....................................
sem prejuízo do estabelecido no n.º 8 do artigo 36.º do 4 — Podem ser admitidos como membros do mer-
Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro; cado organizado os intermediários financeiros, produ-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tores em regime ordinário, comercializadores e outros
agentes que reúnam os requisitos previstos no n.º 2 do
8 — (Anterior n.º 5.) artigo 206.º do Código dos Valores Mobiliários e demais
requisitos fixados pela entidade gestora do mercado,
Artigo 54.º nos termos a regulamentar por portaria dos membros
[...] do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
da energia desde que em qualquer dos casos tenham
Sem prejuízo da caducidade prevista no n.º 2 do ar- celebrado contrato com um participante do sistema de
tigo 73.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, liquidação das operações realizadas nesse mercado.
à extinção e transmissão da licença de comercialização
de último recurso aplicam-se, com as devidas adapta- Artigo 57.º
ções, as disposições referidas no artigo 49.º, com exce-
ção do disposto no n.º 5 do mesmo artigo. [...]
1 — Os operadores de mercado são as entidades res-
Artigo 55.º ponsáveis pela gestão do mercado organizado e pela
[...] concretização de atividades conexas, nos termos do
número seguinte e da legislação financeira aplicável
1— ..................................... aos mercados em que se realizam operações a prazo.
a) Deve adquirir a eletricidade produzida pelos pro- 2 — São deveres dos operadores de mercado, no-
dutores em regime especial que beneficiem de remu- meadamente:
neração garantida nos termos da lei; a) Gerir mercados organizados de contratação de
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . eletricidade;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) Assegurar que os mercados referidos na alínea
d) Pode adquirir eletricidade através de contratos bi- anterior sejam dotados de adequados serviços de li-
laterais ou através de mecanismos regulados, em ambos quidação;
os casos previamente aprovados pela ERSE, nos termos c) Fixar os critérios para a determinação dos índices
estabelecidos no Regulamento de Relações Comerciais. de preços referentes a cada um dos diferentes tipos de
contratos;
2— ..................................... d) Divulgar informação relativa ao funcionamento
3— ..................................... dos mercados de forma transparente e não discrimina-
4 — A ERSE fixa, no princípio de cada ano, os custos tória, devendo, nomeadamente, publicar informação,
estimados para a aquisição de eletricidade a aplicar na de- agregada por agente, relativa a preços e quantidades
finição das tarifas do comercializador de último recurso. transacionadas;
5 — A diferença entre os custos reais de aquisição de e) Comunicar ao operador da RNT toda a informa-
energia elétrica pelo comercializador de último recurso ção relevante para a gestão técnica global do SEN e
e os custos estimados a que se refere o número anterior para a gestão comercial da capacidade de interligação,
é repercutida nas tarifas, nos termos a estabelecer no nos termos do Regulamento de Operação das Redes.
Regulamento Tarifário.
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a 3 — (Revogado.)
diferença entre os custos reais incorridos na aquisição 4 — (Revogado.)
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eficiente otimização da gestão e dos custos associados se encontra instalado em conformidade com os termos
a estes contratos. da respetiva licença e da regulamentação aplicável e em
4— ..................................... condições técnicas e de segurança para a realização do
5— ..................................... programa referido na alínea a).
6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .»
3 — O pedido é liminarmente indeferido se não tiver
Artigo 3.º sido instruído com os elementos previstos nos números
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
anteriores.
4 — A DGEG pode determinar a realização de vis-
São aditados ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de toria, mediante notificação escrita remetida ao reque-
agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de rente no prazo máximo de 20 dias após o pedido de
18 de dezembro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de autorização para exploração em regime experimental.
24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de 5 — O disposto no artigo 21.º aplica-se à vistoria
29 de setembro, os artigos 7.º-A, 20.º-A, 20.º-B, 33.º-C, realizada ao abrigo do número anterior, com as devidas
33.º-D, 33.º-E, 33.º-F, 33.º-G, 33.º-H, 33.º-I, 33.º-J, 33.º-K, adaptações.
33.º-L, 33.º-M, 33.º-N, 33.º-O, 33.º-P, 33.º-Q, 33.º-R, 6 — A DGEG profere decisão sobre o pedido de
33.º-S, 33.º-T, 33.º-U, 33.º-V. 33.º-W, 33.º-X, 33.º-Y, autorização para exploração em regime experimental,
33.º-Z, 35.º-A, 36.º-A, 40.º-A, 47.º-A, 50.º-A, 50.º-B, no prazo de 20 dias contados da receção do pedido,
50.º-C, 50.º-D, 51.º-A, 55.º-A, 55.º-B, 55.º-C, 55.º-D, ou quando houver vistoria, no prazo de 10 dias após o
66.º-A, 66.º-B, 68.º-A, 78.º-A, 78.º-B, 78.º-C e 78.º-D, relatório da vistoria, notificando-a ao requerente e ao
com a seguinte redação: operador da rede.
7 — A autorização define o período de tempo autori-
«Artigo 7.º-A zado para a realização de testes, ensaios e a exploração
em regime experimental, sendo nela fixadas as condi-
Competência
ções a que fica sujeita.
1 — A concessão, alteração e revogação da licença de 8 — O pedido considera-se tacitamente deferido se
produção dos centros eletroprodutores com capacidade o mesmo não for objeto de decisão expressa no prazo
máxima instalada superior a 10 MVA é da competência previsto no n.º 6, desde que o operador da rede se te-
do membro do Governo responsável pela área da ener- nha pronunciado favoravelmente sobre a existência de
gia, com faculdade de delegação. condições de ligação à rede para início da exploração
2 — A concessão, alteração e revogação da licença de em regime experimental.
produção dos centros eletroprodutores com capacidade
máxima instalada igual ou inferior a 10 MVA, bem como Artigo 20.º-B
a concessão da autorização para exploração em regime
Licença de exploração
experimental e a atribuição da licença de exploração de
todos os centros eletroprodutores são da competência 1 — O titular da licença de produção só pode iniciar
do diretor-geral de energia e geologia. a exploração industrial de cada um dos grupos geradores
3 — Cabe ainda à DGEG exercer as competências que compõem o centro eletroprodutor após obtenção da
de entidade licenciadora na instrução e condução dos respetiva licença de exploração, a emitir pela entidade
procedimentos de atribuição, alteração, transmissão e licenciadora, na sequência da realização de vistoria, nos
extinção das licenças e autorizações previstas nos nú- termos do artigo 21.º
meros anteriores, submetendo-as a decisão do membro 2 — O pedido para a emissão da licença de explo-
do Governo responsável pela área da energia, no caso ração deve ser instruído com os seguintes elementos:
previsto no n.º 1.
a) Declaração subscrita pelos técnicos responsáveis
pelo projeto e pela fiscalização da construção, que ateste,
Artigo 20.º-A sob compromisso de honra, que a instalação está concluída
Autorização para exploração em regime experimental e o centro eletroprodutor preparado para operar de acordo
com o projeto aprovado e em observância das condições
1 — A realização de testes, ensaios e a exploração em
integradas na decisão final de atribuição da respetiva li-
regime experimental prévios ao início da exploração do
cença de produção, bem como, se for caso disso, que
centro eletroprodutor e sua ligação à rede é precedida
as alterações efetuadas estão em conformidade com as
de autorização da DGEG, na sequência de pedido do
normas legais e regulamentares que lhe são aplicáveis;
titular da licença de produção.
b) Prova da celebração do seguro a que se refere o
2 — O pedido de autorização para exploração em
artigo 29.º;
regime experimental referido no número anterior é
c) Quando exigíveis, declaração de aceitação do
acompanhado:
relatório de segurança, nos termos do Decreto-Lei
a) Do programa de testes a realizar e sua duração, n.º 254/2007, de 12 de julho, e autorização ou licença
subscrito pelo técnico ou peritos responsáveis pela sua de gestão de resíduos nos termos da legislação aplicável.
execução;
b) De parecer do operador da rede a que se liga o 3 — O pedido é liminarmente indeferido se não es-
centro eletroprodutor com indicação de que estão reu- tiver instruído com os elementos previstos no número
nidas as condições de ligação e injeção de energia na anterior.
rede necessárias para tal efeito; 4 — Estando o pedido devidamente instruído, a en-
c) De declaração, sob compromisso de honra do titular tidade licenciadora profere decisão sobre o pedido de
da licença de produção, de que o centro eletroprodutor licença de exploração, no prazo de 20 dias contados da
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receção do relatório da vistoria, a emitir nos termos dos 2 — Está sujeita a licença de produção a instalação
n.os 5 a 7 do artigo seguinte, notificando-a ao requerente dos centros eletroprodutores sempre que se verifique
e operador da rede. um dos seguintes pressupostos:
5 — O pedido de licença de exploração só pode ser
a) Potência de ligação à rede superior a 1 MVA;
indeferido, após audiência prévia do requerente nos
b) Sujeição da instalação do centro eletroprodutor aos
termos do CPA, com fundamento em algum dos se-
guintes motivos: regimes jurídicos de avaliação de impacte ambiental ou
de avaliação de incidências ambientais, nos termos da
a) Desconformidade das instalações com os condicio- legislação aplicável;
namentos legais e regulamentares ou com as condições c) A instalação do centro eletroprodutor esteja proje-
fixadas na licença de produção; tada para espaço marítimo sob a soberania ou jurisdição
b) Indeferimento do pedido de licença ambiental, nacional;
quando esta seja aplicável; d) O regime remuneratório aplicável seja o da remu-
c) Falta de título de emissão de gases com efeito de neração garantida, nos termos do artigo 33.º-G.
estufa, quando este seja aplicável.
3 — A instalação de centros eletroprodutores não
6 — A licença de exploração define as condições compreendidos no número anterior depende da reali-
a que fica sujeita a exploração industrial e, uma vez zação de comunicação prévia.
concedida, passa a integrar as condições da licença 4 — A exploração em regime industrial do centro
de produção do centro eletroprodutor a que se refere. eletroprodutor ou de cada um dos grupos geradores que,
nos termos da licença de produção ou do ato de admissão
Artigo 33.º-C da comunicação prévia, o compõem depende da prévia
Verificação da disponibilidade
obtenção de licença de exploração ou de certificado
de exploração quando a instalação do referido centro
1 — O membro do Governo responsável pela área eletroprodutor dependa da realização de comunicação
da energia fixa, mediante portaria, os termos e proce- prévia.
dimentos a observar na verificação, pelo operador da 5 — A licença de exploração e o certificado de ex-
RNT, da disponibilidade dos centros eletroprodutores, ploração atestam a conformidade da instalação com os
sempre que esta seja um fator considerado no cálculo termos da licença de produção ou do ato de admissão
da remuneração, subsidiação ou comparticipação de da comunicação prévia, respetivamente, bem como com
custos dos centros eletroprodutores. a regulamentação aplicável.
2 — Para os efeitos do número anterior, a dispo- 6 — A cada centro eletroprodutor corresponde uma
nibilidade é considerada, nomeadamente, no cálculo licença de produção ou um ato de admissão da comu-
dos incentivos à garantia de potência, da compensação nicação prévia.
pecuniária correspondente aos custos para a manutenção
do equilíbrio contratual (CMEC), prevista no Decreto- Artigo 33.º-F
-Lei n.º 240/2004, de 27 de dezembro, alterado pelos
Critérios gerais de atribuição da licença de produção
Decretos-Leis n.os 199/2007, de 18 de maio, e 264/2007, ou de admissão de comunicação prévia
de 24 de julho, e de outros mecanismos com efeito equi-
valente ou que visem compensar, total ou parcialmente, 1 — A atribuição da licença de produção ou a admis-
os custos de produção ou assegurar uma rentabilidade são da comunicação prévia dependem da conformidade
mínima da atividade de produção de eletricidade e que do projeto com os objetivos e prioridades da política
não estejam sujeitas a qualquer regime especial de ve- energética e, designadamente, da observância dos se-
rificação da disponibilidade. guintes requisitos, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do
artigo seguinte:
Artigo 33.º-D a) O impacte do centro eletroprodutor nos custos
Condições de exercício económicos e financeiros do SEN;
b) A existência de condições de ligação à RESP ade-
1 — O exercício da atividade de produção de ele- quadas à capacidade de receção de eletricidade, nos
tricidade em regime especial é livre, ficando sujeito a termos do disposto no n.º 2;
controlo prévio. c) A segurança da RESP e a fiabilidade das instala-
2 — O controlo prévio é exercido mediante a atri- ções e do equipamento associado, nos termos previstos
buição de uma licença de produção, a requerimento do no Regulamento da Rede de Transporte, no Regula-
interessado, ou através da realização, por este, de uma mento da Rede de Distribuição e no Regulamento de
comunicação prévia para a instalação de um centro Operação de Redes;
eletroprodutor, nos termos do artigo seguinte.
d) A contribuição para uma maior eficiência ener-
gética;
Artigo 33.º-E e) O cumprimento da regulamentação aplicável no
Controlo prévio que respeita à ocupação, localização, proteção do am-
biente, proteção da saúde pública e segurança das po-
1 — A instalação de centros eletroprodutores em
pulações;
regime especial está sujeita a um dos seguintes proce-
f) A contribuição das capacidades de produção para
dimentos de controlo prévio:
cumprir as metas nacionais e comunitárias no domínio
a) Licença de produção; das energias provenientes de fontes renováveis no con-
b) Comunicação prévia. sumo bruto de energia;
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MVA, bem como as obras e os trabalhos de reforço da hidroelétricos, seis anos, sem prejuízo de a portaria re-
rede a suportar pelo titular da licença, se for o caso; ferida nos n.os 4 e seguintes do artigo 33.º-G estabelecer
c) Regime remuneratório garantido aplicável, se for prazo diferente para os casos nela previstos.
o caso; 2 — Os prazos previstos no número anterior contam-
d) Prazo fixado para o início da exploração do centro -se a partir da data de emissão da licença de produção
eletroprodutor; ou do ato de admissão da comunicação prévia pela
e) Outras obrigações ou condições especiais a que DGEG.
eventualmente fique sujeito o titular da licença. 3 — Para garantia da conclusão das obras, os titula-
res de licença de produção ou de comunicação prévia
2 — A DIA, a decisão referida no n.º 2 do ar- admitida ao abrigo do presente capítulo devem prestar
tigo 33.º-T ou outras licenças, autorizações, pareceres à DGEG uma caução nos termos do n.º 2 do artigo 20.º,
ou declarações de aceitação de entidades competentes a qual é liberada na data de início da exploração quando
que nos termos da legislação aplicável constituem requi- esta ocorra dentro do prazo fixado ao abrigo do n.º 1 ou
sito para o licenciamento da instalação ou exploração do no final de uma prorrogação concedida pela entidade
centro eletroprodutor ou condição a que este está sujeito licenciadora ao abrigo do n.º 5.
integram as obrigações a cujo cumprimento se vincula 4 — A licença de produção ou o ato de comunicação
o titular da licença de produção de eletricidade. prévia caducam quando o seu titular não conclua os tra-
3 — A licença de produção é emitida pela entidade li- balhos de instalação do centro eletroprodutor no prazo
cenciadora, condicionada à verificação da conformidade previsto no n.º 1, salvo se aquele prazo for prorrogado
do projeto de execução com a respetiva DIA, nos termos ao abrigo do número seguinte, caso em que a caducidade
do regime jurídico da avaliação do impacte ambiental opera no final do período da prorrogação concedida.
(RJAIA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 5 — O prazo previsto no n.º 1 pode ser prorrogado
3 de maio, republicado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de pela entidade licenciadora, por um período não superior
8 de novembro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, a metade do prazo inicial, mediante requerimento do
de 14 de março, no caso de a DIA a que se refere a alínea interessado devidamente fundamentado em motivo que
g) do n.º 3 do artigo 33.º-J ter sido emitida ainda em fase não lhe seja imputável e que não esteja relacionado com
de estudo prévio ou anteprojeto. a evolução das condições dos mercados e eletricidade
e financeiros.
Artigo 33.º-N 6 — Se se verificar a caducidade ao abrigo do dis-
posto no n.º 4, a DGEG aciona a caução, caso em que
Regime aplicável
o seu valor é entregue ao operador da RNT para ser
1 — O regime da licença de produção em regime repercutido na tarifa de uso global do sistema.
especial é o resultante das secções IV e V do capítulo II,
com as especificidades previstas na presente secção. Artigo 33.º-Q
2 — O disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 20.º Licença e certificado de exploração
não é aplicável aos centros eletroprodutores previstos
na presente secção. 1 — O titular da licença de produção ou do ato de
3 — O regime do ato de admissão da comunicação admissão da comunicação prévia só pode iniciar a ex-
prévia é definido na portaria referida no artigo 33.º-I, ploração industrial do centro eletroprodutor após ob-
aplicando-se, subsidiariamente, o disposto na presente tenção da licença de exploração ou do certificado de
secção. exploração, consoante o caso, a emitir pela entidade
licenciadora, na sequência da realização de vistoria,
Artigo 33.º-O nos termos do artigo 21.º
2 — Ao requerimento e emissão da licença ou do
Duração da licença de produção
certificado de exploração aplica-se o disposto no ar-
1 — A licença de produção de eletricidade em regime tigo 20.º-B, sem prejuízo do disposto nos números se-
especial não está sujeita a prazo de duração, sem pre- guintes.
juízo da extinção prevista no artigo 23.º e do disposto 3 — A licença de exploração dos centros eletropro-
no número seguinte. dutores referidos no presente artigo depende da prévia
2 — Quando a eletricidade produzida provenha de verificação da conformidade do projeto de execução
fonte hídrica do domínio público, ou o centro eletro- com a respetiva DIA, ao abrigo do RJAIA, no caso de
produtor se destine a ser instalado em espaço marítimo a DIA referida na alínea g) do n.º 3 do artigo 33.º-J ter
sob a soberania ou jurisdição nacional, a licença de sido emitida em fase de estudo prévio ou anteprojeto.
produção fica sujeita ao prazo estabelecido no respetivo 4 — A licença de exploração e o certificado de ex-
título de utilização. ploração definem as condições a que fica sujeita a ex-
ploração e, uma vez concedidos, passam a integrar as
Artigo 33.º-P condições da licença de produção ou do ato de admissão
da comunicação prévia do centro eletroprodutor a que
Prazos de execução das instalações e caducidade
se referem.
1 — Os titulares de licença de produção ou de co-
municação prévia admitida ao abrigo do presente ca- Artigo 33.º-R
pítulo devem concluir os trabalhos de instalação do
Avaliação de incidências ambientais
centro eletroprodutor e iniciar a exploração do mesmo
no prazo fixado na licença de produção, o qual não pode 1 — A emissão de licenças de produção de centros
ultrapassar dois anos ou, no caso de aproveitamentos eletroprodutores que utilizem fontes de energia reno-
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váveis, que não se encontrem abrangidos pelo RJAIA, do número anterior ou de os juntar de forma deficiente
e cuja localização esteja prevista em áreas da Reserva ou insuficiente, o procedimento de avaliação de inci-
Ecológica Nacional, Sítios da Rede Natura 2000 ou da dências ambientais é encerrado, devendo a CCDR no-
Rede Nacional de Áreas Protegidas, é precedida de um tificar desse facto a entidade licenciadora e o promotor.
procedimento de avaliação de incidências ambientais, 5 — No prazo de 10 dias a contar da receção dos
a realizar pela comissão de coordenação e desenvolvi- elementos mencionados no n.º 2 ou da receção dos ele-
mento regional (CCDR) territorialmente competente, mentos adicionais referidos no n.º 3 do presente artigo,
com base num estudo de incidências ambientais apresen- a CCDR promove a publicação de aviso contendo os
tado pelo interessado tendo em consideração as políticas elementos referidos nas alíneas a), b), j) e m) do n.º 1 do
energéticas e ambientais vigentes. artigo 14.º do RJAIA, a identificação dos documentos
2 — O estudo de incidências ambientais referido no que integram o procedimento, a indicação do local e
número anterior deve enunciar os impactes locais dos data onde estes se encontram disponíveis para con-
projetos e das respetivas instalações acessórias através sulta e o prazo de duração da consulta pública, que é
da identificação das principais condicionantes existen- de 20 dias.
tes e dos descritores ambientais suscetíveis de serem 6 — Em razão das especificidades do projeto ou do
afetados, bem como prever medidas de monitorização estudo de incidências ambientais, a CCDR pode pro-
e medidas de minimização e recuperação das áreas afe- mover a consulta de outras entidades, as quais devem
tadas, a implementar em fase de obra. pronunciar-se no prazo de 20 dias.
3 — No caso de projetos a instalar em Sítios da Rede 7 — No caso de projetos a localizar em Sítios da Rede
Natura 2000, o estudo de incidências ambientais deve Natura 2000 ou da Rede Nacional de Áreas Protegidas,
obrigatoriamente abranger as vertentes definidas nas a CCDR consulta obrigatoriamente o Instituto da Con-
alíneas a) a e) do n.º 6 do artigo 10.º do Decreto-Lei servação da Natureza e das Florestas, I. P. (ICNF, I. P.).
n.º 140/99, de 24 de abril, republicado pelo Decreto-Lei 8 — A não emissão de parecer no prazo de 20 dias
n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. contados da data de promoção das consultas previstas
4 — Consoante a fonte de energia renovável a partir nos números anteriores equivale à emissão de parecer
da qual é produzida a eletricidade, podem ser definidos, favorável.
por despacho dos membros do Governo responsáveis 9 — As consultas previstas nos números anteriores
pelas áreas do ambiente e da energia, os descritores são dispensadas se os respetivos pareceres, com uma
específicos que devem ser tratados nos estudos de in- antiguidade não superior a um ano, forem apresentados
cidências ambientais. com o pedido formulado pelo interessado ao abrigo do
5 — Para efeitos do presente artigo, entende-se por artigo 33.º-J.
instalações acessórias todas as instalações e correspon-
dente área de implantação ou localização da unidade Artigo 33.º-T
de produção de energia elétrica, bem como as linhas Decisão do procedimento de avaliação
elétricas de interligação e respetivos corredores e zonas de incidências ambientais
de passagem, acessos e outras infraestruturas indis- 1 — No prazo de 12 dias a contar do termo do prazo
pensáveis ao normal funcionamento da unidade, tais da consulta pública prevista no n.º 5 do artigo anterior, a
como subestações ou acessos e ainda, no que à energia CCDR elabora e remete ao membro do Governo respon-
hídrica diz respeito, a zona de albufeira, do açude e das sável pela área do ambiente uma proposta de decisão.
condutas forçadas. 2 — A decisão do procedimento de avaliação de inci-
dências ambientais (DIncA), que pode ser desfavorável,
Artigo 33.º-S favorável ou condicionalmente favorável, é proferida
Procedimento de avaliação de incidências ambientais pelo membro do Governo responsável pela área do am-
biente no prazo de 12 dias contados da data de receção
1 — Para efeitos do disposto no artigo anterior, o da proposta de decisão da CCDR.
interessado entrega o estudo de incidências ambientais 3 — Considera-se que a decisão do procedimento
à entidade licenciadora, acompanhado do projeto su- de avaliação de incidências ambientais é favorável se
jeito a licenciamento e dos demais elementos exigidos nada for comunicado à entidade licenciadora no prazo
nos termos do artigo 33.º-J e regulamentação aplicável. de 60 dias a contar da data da receção pela CCDR dos
2 — A entidade licenciadora remete o estudo de elementos referidos no n.º 2 do artigo anterior.
incidências ambientais, o plano de acompanhamento 4 — O prazo previsto no número anterior suspende-se
ambiental e um exemplar do projeto à CCDR territorial- durante o período em que o procedimento esteja parado
mente competente em função da localização do projeto, por motivo imputável ao promotor, designadamente na
dispondo esta de 12 dias após a receção dos elementos situação prevista no n.º 3 do artigo anterior.
para verificar da sua conformidade com o estabele- 5 — O disposto nos artigos 20.º e 21.º do RJAIA
cido no artigo anterior e demais legislação aplicável. aplica-se, com as necessárias adaptações, aos centros ele-
3 — Em caso de desconformidade, a CCDR convoca troprodutores sujeitos ao procedimento de avaliação de
o interessado para a realização de uma conferência ins- incidências ambientais previsto no presente decreto-lei.
trutória, na qual são analisados todos os aspetos conside-
rados necessários à decisão favorável do procedimento Artigo 33.º-U
de avaliação de incidências ambientais, podendo ainda
Consequência da avaliação de incidências ambientais
ser solicitada, por uma única vez, a apresentação de
elementos instrutórios adicionais. 1 — Nos casos de projetos a localizar em Sítios da
4 — No caso de o interessado não juntar no prazo de Rede Natura 2000 ou da Rede Nacional de Áreas Pro-
50 dias os elementos solicitados pela CCDR nos termos tegidas e desde que o ICNF, I. P., tenha emitido parecer
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acesso ao sistema e sobre o quantitativo das reservas 7 — No prazo de 30 dias após a receção do parecer
a constituir; da ERSE, o operador da RNT elabora a proposta final
f) Prestar à ERSE a informação técnica e financeira do PDIRT e envia-a à DGEG.
com incidência direta ou indireta nos custos a considerar 8 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta
para efeitos do cálculo das tarifas reguladas, de acordo final do PDIRT, a DGEG envia-a para aprovação do
com as normas de reporte daquela entidade; membro do Governo responsável pela área da energia,
g) Colaborar ativamente na prestação das informa- acompanhada do parecer da ERSE e dos resultados da
ções que sejam solicitadas pela DGEG, podendo estas consulta pública.
corresponder a estudos, testes ou simulações que sejam 9 — O membro do Governo responsável pela área da
necessários, designadamente para efeitos de definição energia decide sobre a aprovação do PDIRT no prazo
da política energética; de 30 dias a contar da data da receção da sua proposta
h) Manter atualizada uma base de dados de acordo final.
com a base de dados de referência, criada em articulação 10 — O membro do Governo responsável pela área da
com a DGEG, integrando informação de natureza esta- energia pode, fundamentadamente, recusar a aprovação
tística e previsional sobre os procedimentos de controlo do PDIRT no caso de a proposta final não contemplar
as alterações determinadas pela DGEG ou no parecer
prévio das atividades e instalações e o funcionamento
da ERSE e de não prever investimentos necessários
do SEN e do SNGN. ao cumprimento dos objetivos de política energética.
11 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a ca-
6 — A gestão técnica global do SEN é efetuada nos lendarização, orçamentação e execução dos projetos
termos previstos no presente decreto-lei, nas bases cons- de investimento na RNT previstos no PDIRT, que fi-
tantes do anexo III, na regulamentação aplicável e no cam sujeitos ao seu parecer vinculativo, no âmbito das
contrato de concessão da RNT. suas atribuições, não podendo este parecer versar so-
bre questões estratégicas de desenvolvimento da rede
Artigo 36.º-A ou relacionadas com a segurança do abastecimento.
Procedimento de elaboração do PDIRT
Artigo 40.º-A
1 — A proposta de PDIRT deve ser apresentada pelo
operador da RNT à DGEG até ao final do primeiro tri- Procedimento de elaboração do PDIRD
mestre de cada ano ímpar ou, no caso previsto no n.º 4 1 — O operador da RND deve apresentar a proposta
do artigo anterior, até ao final do primeiro trimestre de de PDIRD à DGEG até ao final de abril de cada ano par.
cada ano. 2 — Recebida a proposta de PDIRD, a DGEG pro-
2 — Recebida a proposta de PDIRT, a DGEG pro- cede à sua apreciação, tendo em conta as necessidades
cede à sua apreciação, tendo em conta as necessidades de investimento para assegurar níveis adequados de
de investimento para assegurar níveis adequados de segurança do abastecimento energético e o cumprimento
segurança do abastecimento energético e o cumprimento de outras metas de política energética, determinando,
de outras metas de política energética, determinando, se necessário, a introdução de alterações às referidas
se necessário, a introdução de alterações à proposta de propostas.
PDIRT. 3 — No prazo de 30 dias após a receção da pro-
3 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta posta de PDIRD, a DGEG notifica a sua apreciação ao
de PDIRT, a DGEG notifica a sua apreciação ao ope- operador da RND, o qual, no caso de determinação de
rador da RNT, o qual, no caso de serem determinadas eventuais alterações, dispõe do prazo de 30 dias para
alterações, dispõe do prazo de 30 dias para enviar à enviar à DGEG uma proposta de PDIRD que contemple
DGEG uma proposta de PDIRT que contemple as re- as referidas alterações.
feridas alterações. 4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRD ao
4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRT à operador da RNT para emissão de parecer no prazo
ERSE, a qual deve promover a respetiva consulta pú- de 60 dias.
blica pelo prazo de 30 dias. 5 — A DGEG comunica ainda a referida proposta
à ERSE, a qual deve promover a respetiva consulta
5 — Findo o período de consulta pública, a ERSE
pública pelo prazo de 30 dias.
emite parecer sobre a proposta de PDIRT no prazo de 6 — Findo o período de consulta pública, a ERSE
30 dias, enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador emite parecer sobre a proposta de PDIRD no prazo de
da RNT e à DGEG. 30 dias, enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador
6 — No parecer referido no número anterior, a ERSE da RND e à DGEG.
pode determinar alterações à proposta de PDIRT, tendo 7 — No parecer referido no número anterior, a ERSE
em vista, designadamente, assegurar a adequada cober- pode determinar alterações à proposta de PDIRD, tendo
tura das necessidades de investimento identificadas no em vista, designadamente, assegurar a adequada cober-
processo de consulta pública e a promoção da concor- tura das necessidades de investimento identificadas no
rência, bem como a coerência do PDIRT com o plano processo de consulta pública, a promoção da concorrên-
de desenvolvimento da rede à escala da União Europeia, cia e a necessidade de compatibilização com o PDIRT.
conforme previsto na alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do 8 — Com base nos pareceres emitidos pela ERSE e
Regulamento (CE) n.º 714/2009, do Parlamento Euro- pelo operador da RNT, o operador da RND elabora a
peu e do Conselho, de 13 de julho, consultando, a este proposta final do PDIRD, enviando-a à DGEG no prazo
respeito e em caso de dúvidas, a Agência de Cooperação de 30 dias após a emissão dos pareceres da ERSE e do
dos Reguladores da Energia. operador da RNT.
5588-(68) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
9 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta -Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, as seguintes in-
final do PDIRD, a DGEG envia-a para aprovação do formações:
membro do Governo responsável pela área da energia,
a) Direitos e deveres dos consumidores;
acompanhada dos pareceres da ERSE e do operador b) Os preços de referência relativos aos fornecimen-
da RNT, bem como os resultados da consulta pública. tos em BT de todos os comercializadores;
10 — O membro do Governo responsável pela área c) Legislação em vigor;
da energia decide sobre a aprovação do PDIRD no d) A identificação dos meios à disposição dos consu-
prazo de 30 dias a contar da data da receção da sua midores para o tratamento de reclamações e resolução
proposta final. extrajudicial de litígios.
11 — O membro do Governo responsável pela área
da energia pode, fundamentadamente, recusar a apro- 2 — A plataforma referida no número anterior é ge-
vação do PDIRD no caso de a respetiva proposta final rida e disponibilizada pela ERSE diretamente no seu
não contemplar as alterações determinadas pela DGEG sítio na Internet.
ou nos pareceres da ERSE ou do operador da RNT e de
não prever investimentos necessários ao cumprimento Artigo 50.º-C
dos objetivos de política energética.
12 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a ca- Reclamações e pedidos de clientes
lendarização, orçamentação e execução dos projetos 1 — Sem prejuízo dos casos em que haja lugar à apli-
de investimento na RND previstos no PDIRD, que fi- cação do regime previsto no Decreto-Lei n.º 156/2005,
cam sujeitos ao seu parecer vinculativo, no âmbito das de 15 de setembro, alterado pelos Decretos-Leis
suas atribuições, não podendo este parecer versar sobre n.os 371/2007, de 6 de novembro, 118/2009, de 19 de
questões estratégicas de desenvolvimento da rede ou maio, e 317/2009, de 30 de outubro, os comercializa-
relacionadas com a segurança do abastecimento. dores devem implementar procedimentos adequados
ao tratamento célere e harmonizado de reclamações
Artigo 47.º-A e pedidos de informação que lhe sejam apresentados
Listagem de comercializadores de eletricidade registados pelos clientes.
2 — Os procedimentos previstos no número anterior
A DGEG divulga no balcão único eletrónico dos ser- devem permitir que as reclamações e pedidos apresenta-
viços referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, dos sejam decididos, de modo justo e rápido, de prefe-
de 26 de julho, e no seu sítio na Internet a lista atualizada rência no prazo de três meses, prevendo um sistema de
dos comercializadores de eletricidade reconhecidos nos reembolso e de indemnização por eventuais prejuízos.
termos do presente diploma, com indicação do nome 3 — Os requisitos a observar nos procedimentos
ou firma, domicílio profissional ou sede, telefone, fax, referidos no número anterior são definidos na regula-
endereço eletrónico e data do respetivo registo. mentação da ERSE.
4 — Os comercializadores devem apresentar à ERSE,
Artigo 50.º-A anualmente, através do balcão único eletrónico dos ser-
viços, um relatório com a descrição das reclamações
Informação para fins estatísticos
apresentadas bem como o resultado das mesmas, nos ter-
1 — Os comercializadores ficam ainda obrigados a mos previstos no Regulamento da Qualidade de Serviço.
enviar à DGEG a informação seguidamente indicada: 5 — A ERSE publica na plataforma referida no ar-
tigo 50.º-B as conclusões dos relatórios apresentados
a) Até ao final do mês seguinte ao fim de cada se- nos termos do número anterior, com a indicação do
mestre, o preço médio, ponderado com a estrutura de volume de reclamações recebidas pela ERSE e a iden-
consumos, praticado no consumidor final, respetivos tificação do comercializador em causa.
consumos e número de clientes, para os diversos seg-
mentos ou bandas de consumo nos diversos tipos de Artigo 50.º-D
clientes;
b) Até ao final do mês de janeiro, informação relativa Resolução extrajudicial de conflitos
ao nível de tributação, incluindo os encargos não fiscais Sem prejuízo do recurso aos tribunais e às entida-
que cubram os custos do sistema e as obrigações de des responsáveis pela defesa e promoção dos direitos
serviço público, assim como uma discriminação dos dos consumidores, os litígios de consumo podem ser
preços da eletricidade nas suas diversas componentes; sujeitos a arbitragem necessária, nos termos previstos
c) Qualquer outra informação complementar que a no artigo 15.º da Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada
DGEG entenda como necessária para o exercício das pelas Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008,
suas competências em matéria estatística. de 2 de junho, 6/2011, de 10 de março, e 44/2011, de
22 de junho.
2 — A DGEG está obrigada a manter a confiden-
cialidade da informação recebida ao abrigo do número Artigo 51.º-A
anterior.
Comercializador de último recurso
Artigo 50.º-B 1 — A atividade de comercializador de último recurso
Informação centralizada aos consumidores
é exercida nos termos estabelecidos no Decreto-Lei
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, e no presente decreto-lei.
1 — A ERSE publica, na plataforma centralizada a 2 — Considera-se comercializador de último recurso
que se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 6.º do Decreto- aquele que estiver sujeito às obrigações de serviço pú-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(69)
haver duplicação entre as condições exigíveis para o 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de
cumprimento dos procedimentos de permissão admi- janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, passam a ter a
nistrativa para as atividades de transporte, distribuição, seguinte redação:
comercialização e operação de mercados de eletricidade
reguladas no presente decreto-lei e os requisitos e os «Base I
controlos equivalentes, ou comparáveis quanto à fina- [...]
lidade, a que o requerente já tenha sido submetido em
Portugal ou noutro Estado membro da União Europeia 1— .....................................
ou do Espaço Económico Europeu. 2 — Incluem-se no objeto da concessão, designa-
2 — O disposto no número anterior não é aplicável damente:
ao cumprimento das condições diretamente referentes
a) O transporte de eletricidade através da RNT para
às instalações físicas localizadas em território nacional,
entrega aos distribuidores em média tensão e alta tensão,
nem aos respetivos controlos por autoridade compe-
aos consumidores ligados à RNT e às redes de muito
tente.
alta tensão às quais a RNT estiver ligada;
b) O planeamento, construção, exploração e manuten-
Artigo 78.º-B ção de todas as infraestruturas que integram a RNT e das
Validade de permissões administrativas interligações às redes a que esteja ligada e, bem assim,
das instalações necessárias para a sua operação;
Os registos de comercializador de eletricidade, a
c) A gestão das interligações da RNT com a rede
licença de comercializador de último recurso e a au-
internacional de transporte;
torização de gestor de mercados organizados de ele-
d) A gestão técnica global da RNT, incluindo os ser-
tricidade têm validade em todo o território de Portugal
viços de sistema;
continental.
e) A elaboração, para o médio e longo prazo, de es-
tudos de planeamento integrado de recursos, de estu-
Artigo 78.º-C dos prospetivos sobre o equilíbrio oferta-procura e o
Desmaterialização de procedimentos funcionamento do Sistema Elétrico Nacional (SEN) e
de relatórios de monitorização da segurança do abaste-
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações,
cimento (RMSA);
ou em geral quaisquer declarações entre os interessa-
f) A elaboração do plano de desenvolvimento e in-
dos e as autoridades competentes nos procedimentos
vestimento da rede de transporte (PDIRT);
previstos no presente decreto-lei e respetiva legislação
g) A preparação dos processos tendentes à informação
regulamentar relativos às atividades de transporte, dis-
preliminar de afetação de sítios para instalação de novos
tribuição, comercialização, operação de mercados de
centros eletroprodutores;
eletricidade e operação logística de mudança de comer-
h) O desenvolvimento dos estudos necessários ao
cializador de eletricidade, excetuados os procedimen-
cumprimento de outras obrigações decorrentes da legis-
tos regulatórios e sancionatórios, devem ser efetuados
lação aplicável, designadamente os mecanismos associa-
através do balcão único eletrónico dos serviços, a que
dos aos custos de manutenção do equilíbrio contratual
se refere o artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26
(CMEC) dos contratos de aquisição de energia (CAE)
de julho, ou da plataforma eletrónica de contratação
cessados, à correção de hidraulicidade e aos serviços
pública, acessível através daquele balcão, se e conforme
de interruptibilidade e de garantia de potência ao SEN.
ao caso aplicáveis.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das
3 — (Anterior n.º 2.)
plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento
do disposto no número anterior, pode ser utilizado qual-
Base III
quer outro meio legalmente admissível.
[...]
Artigo 78.º-D 1 — No âmbito da gestão global do SEN, a conces-
Cooperação administrativa sionária deve proceder à coordenação sistémica das
infraestruturas que constituem o SEN, de forma a as-
As autoridades competentes nos termos do presente
segurar o seu funcionamento integrado e harmonizado
decreto-lei participam na cooperação administrativa,
e a segurança e continuidade do abastecimento de ele-
no âmbito dos procedimentos relativos a prestadores
tricidade no curto, médio e longo prazo, mediante o
de serviços estabelecidos em outro Estado membro da
exercício das seguintes funções:
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
nos termos do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, a) Gestão técnica do sistema, a qual integra a pro-
de 26 de julho, nomeadamente através do Sistema de gramação e monitorização constante do equilíbrio entre
Informação do Mercado Interno (IMI).» a oferta das unidades de produção e a procura global
de energia elétrica, com o apoio de um controlo em
Artigo 4.º tempo real de instalações e seus componentes por forma
a corrigir, em tempo, os desequilíbrios, bem como a
Alteração ao anexo II do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
coordenação do funcionamento da rede de transporte,
As bases I, III, XIII, XIV, XIX, XXII, XXIII, XXIX, XXXI, XXXII, incluindo a gestão das interligações em MAT e dos
XXXIII, XXXVI, XXXIX e XL constantes do anexo III do Decreto- pontos de entrega de energia elétrica ao operador da
-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos- rede de distribuição em MT e AT e a clientes ligados
-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezembro, 199/2007, de diretamente à rede de transporte, observando os níveis
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(71)
5 — São aditados os anexos II e VI ao Decreto-Lei dezembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 199/2007, de
n.º 172/2006, de 23 de agosto, sendo os atuais anexos II, 18 de maio, e 264/2007, de 24 de julho.
III, IV e V renumerados como anexos III, IV, V e VII.
Artigo 11.º
Artigo 8.º
Autorizações e licenças de produção de eletricidade
Alterações terminológicas em regime especial já emitidas
As referências feitas no Decreto-Lei n.º 172/2006, de 1 — As autorizações de instalação ou licenças de esta-
23 de agosto, a «Direção-Geral de Geologia e Energia», a belecimento e as licenças de exploração de centros eletro-
«DGGE», a «diretor-geral de geologia e energia», a «porta- produtores emitidas ao abrigo do disposto no Decreto-Lei
ria conjunta», a «ministro responsável por», a «Ministro da n.º 189/88, de 27 de maio, republicado pelo Decreto-Lei
Economia e da Inovação» e a «rescisão» são substituídas, n.º 168/99, de 18 de maio, e alterado pelos Decretos-Leis
respetivamente, por «Direção-Geral de Energia e Geolo- n.os 312/2001, de 10 de dezembro, 339-C/2001, de 29 de
gia», por «DGEG», por «diretor-geral de energia e eolo- dezembro, 33-A/2005, de 16 de fevereiro, e 225/2007,
gia», por «portaria», por «membro do Governo responsável de 31 de maio, e no Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de
pela área», por «membro do Governo responsável pela área dezembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 22-A/2005, de
da energia» e por «resolução». 16 de fevereiro, 172/2006, de 23 de agosto, 118-A/2010,
de 25 de outubro, e 25/2012, de 6 de fevereiro, passam a
Artigo 9.º
reger-se pelas normas aplicáveis à licença de produção e
Campanhas de informação licença de exploração previstas no capítulo III do Decreto-
1 — Compete à Direção-Geral de Energia e Geologia -Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, com a redação dada
(DGEG) promover a realização das campanhas de informa- pelo presente decreto-lei, sem prejuízo do disposto nos
ção e esclarecimento dos consumidores sobre o processo de n.os 3 a 8 do artigo 15.º
extinção das tarifas reguladas e de transição dos contratos 2 — O sobre-equipamento de parques eólicos continua
de venda de eletricidade a clientes finais para o regime de a reger-se pelo disposto nos artigos 3.º e 3.º-A a 3.º-C do
mercado, bem como os mecanismos de salvaguarda e de Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, alterado pelo
apoio dos clientes finais economicamente vulneráveis. Decreto-Lei n.º 51/2010, de 20 de maio.
2 — As campanhas de informação e esclarecimento
previstas no número anterior são previamente aprovadas Artigo 12.º
por despacho do membro do Governo responsável pela área Conversão de licenças
da energia, tendo em conta princípios de transparência, ra-
cionalidade económica e orientação para os consumidores. 1 — As licenças de comercialização já emitidas à data
3 — As campanhas de informação e esclarecimento pre- da entrada em vigor do presente decreto-lei são automati-
vistas no n.º 1 têm início no prazo máximo de dois meses a camente convertidas em registos e regem-se pelo disposto
contar da data da entrada em vigor do presente decreto-lei no Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação
e podem decorrer até 31 de dezembro de 2015. dada pelo presente diploma.
4 — Os custos incorridos com as campanhas de infor- 2 — As entidades titulares de licenças de comercia-
mação referidas no n.º 1 são suportados pelo operador da lização de último recurso já atribuídas à data da entrada
rede nacional de transporte (RNT), sendo os custos em em vigor do presente decreto-lei mantêm as respetivas
cada ano repercutidos na tarifa de uso global do sistema licenças.
relativa ao ano seguinte, nos termos a definir no Regula- 3 — Aos procedimentos de atribuição de licenças de
mento Tarifário, não podendo ser repercutidos nas tarifas comercialização já iniciados à data da entrada em vigor do
reguladas de comercialização.
presente decreto-lei aplica-se o regime em vigor na data
de apresentação do correspondente pedido, constituindo as
Artigo 10.º
decisões finais de deferimento emitidas nesses procedimen-
Licenças de produção de eletricidade em regime tos registos para os efeitos do Decreto-Lei n.º 172/2006,
ordinário já emitidas de 23 de agosto, na redação dada pelo presente diploma.
1 — O Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na
redação dada pelo presente decreto-lei, aplica-se às licenças Artigo 13.º
de produção de eletricidade em regime ordinário já emi- Regulamentos
tidas à data da entrada em vigor do mesmo, sem prejuízo
do disposto no número seguinte. 1 — Até à publicação da portaria prevista no artigo 68.º
2 — Os aproveitamentos hidroelétricos para os quais do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação
tenha sido emitida licença de produção de eletricidade em dada pelo presente decreto-lei, são aplicáveis as normas
regime ordinário em data anterior à entrada em vigor do relativas às taxas previstas no Regulamento de Taxas de
presente decreto-lei passam a reger-se pelo regime aplicável Instalações Elétricas (RTIE), aprovado pelo Decreto-Lei
à produção de eletricidade em regime especial referido no n.º 4/93, de 8 de janeiro, devendo a sua cobrança ser efe-
capítulo III do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, tuada nos seguintes termos:
na redação dada pelo presente decreto-lei, mantendo-se as
condições remuneratórias existentes até à data da entrada a) As taxas de exploração previstas no RTIE para as
em vigor do presente diploma, designadamente as previstas instalações elétricas do 3.º grupo são cobradas pelo ope-
em resultado da celebração dos acordos de cessação an- rador da Rede Nacional de Distribuição de Eletricidade
tecipada dos contratos de aquisição de energia (CAE), ao (RND) aos respetivos comercializadores, que as refletem
abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 240/2004, de 27 de na faturação aos respetivos clientes;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(77)
b) O operador da RND e os comercializadores têm o 2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
direito de reter 1,5 % e 0,5 %, respetivamente, do montante são revogados:
das taxas referidas no número anterior.
a) O Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de maio, republicado
pelo Decreto-Lei n.º 168/99, de 18 de maio, e alterado
2 — Os regulamentos referidos nas alíneas a) a g) do pelos Decretos-Leis n.os 312/2001, de 10 de dezembro,
artigo 59.º do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, 339-C/2001, de 29 de dezembro, 33-A/2005, de 16 de
com a redação dada pelo presente decreto-lei, mantêm-se fevereiro, e 225/2007, de 31 de maio;
em vigor, até que sejam substituídos nos termos e condi- b) O Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de dezembro,
ções estabelecidos no presente diploma. alterado pelos Decretos-Leis n.os 33-A/2005, de 16 de fe-
3 — Os regulamentos referidos nas alíneas h) e i) do vereiro, 172/2006, de 23 de agosto, 118-A/2010, de 25 de
artigo 59.º do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, outubro, e 25/2012, de 6 de fevereiro;
na redação dada pelo presente decreto-lei, são aprovados e c) O Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro,
publicados no prazo máximo de 120 dias a contar da data alterado pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio;
de entrada em vigor do presente diploma. d) O Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, alterado
4 — Aos centros eletroprodutores aos quais se aplica pelo Decreto-Lei n.º 51/2010, de 20 de maio, com exceção
o procedimento de atribuição de licença de produção ou dos artigos 3.º e 3.º-A a 3.º-C;
o procedimento de comunicação prévia nos termos do e) O Decreto-Lei n.º 25/2012, de 6 de fevereiro.
Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação dada
pelo presente decreto-lei, não é aplicável o Regulamento de 3 — O disposto no número anterior não prejudica os
Licenças para Instalações Elétricas, aprovado pelo Decreto- procedimentos concursais lançados ao abrigo do disposto
-Lei n.º 26 852, de 30 de julho de 1936, alterado pelos no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de de-
Decretos-Leis n.os 40 722, de 2 de agosto de 1956, 43 335, zembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 33-A/2005, de
de 19 de novembro de 1960, 229/76, de 1 de abril, 446/76, 16 de fevereiro, 172/2006, de 23 de agosto, 118-A/2010,
de 5 de junho, 517/80, de 31 de outubro, 131/87, de 17 de de 25 de outubro, e 25/2012, de 6 de fevereiro, no Decreto-
março, 272/92, de 3 de dezembro, e 4/93, de 8 de janeiro, -Lei n.º 126/2010, de 23 de novembro, e no Decreto-Lei
pela Lei n.º 30/2006, de 11 de julho, e pelo Decreto-Lei n.º 132-A/2010, de 21 de dezembro, incluindo os direitos
n.º 101/2007, de 2 de abril. dos adjudicatários deles resultantes, devendo a atribuição
das respetivas condições de ligação à rede, pontos de rece-
Artigo 14.º ção, autorizações de instalação ou licenças de estabeleci-
Norma interpretativa
mento, licenças de exploração e condições remuneratórias
continuar a reger-se pela legislação prevista nas alíneas a)
Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 4.º do a d) do número anterior, pelos regulamentos dos proce-
Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, alterado dimentos, bem como pelos contratos celebrados entre os
pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, só não são referidos promotores e a DGEG.
aplicáveis às instalações referidas no n.º 1 do artigo 4.º as 4 — O artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de
normas do anexo II do Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31
maio, republicado pelo Decreto-Lei n.º 168/99, de 18 de de maio, e as condições remuneratórias da eletricidade
maio, alterado pelos Decretos-Leis n.os 312/2001, de 10 de referidas no anexo II do Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de
dezembro, 339-C/2001, de 29 de dezembro, 33-A/2005, de maio, na redação aplicável à data de entrada em vigor do
16 de fevereiro, e 225/2007, de 31 de maio, na redação re- Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, mantêm-se
sultante do Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, em vigor relativamente aos centros eletroprodutores a que
relativas às condições de remuneração do fornecimento de as referidas condições remuneratórias são aplicáveis, nos
eletricidade entregue à rede pelas instalações licenciadas termos do n.º 1 do referido artigo 4.º
ao abrigo dos Decretos-Leis n.os 189/88, de 27 de maio, e 5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 relativamente
312/2001, de 10 de dezembro, não estando abrangidas na aos procedimentos concursais lançados e com exceção dos
exclusão de aplicação prevista no n.º 1 do artigo 4.º quais- centros eletroprodutores incluídos no âmbito do número
quer outras modificações às normas do referido anexo II, anterior, mantêm-se em vigor o artigo 3.º do Decreto-Lei
introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei
fevereiro, designadamente as relativas à energia reativa n.º 225/2007, de 31 de maio, e o anexo II ao Decreto-Lei
previstas no n.º 23 do mesmo anexo II. n.º 189/88, de 27 de maio, republicado pelo Decreto-Lei
n.º 168/99, de 18 de maio, e alterado pelos Decretos-Leis
Artigo 15.º n.os 312/2001, de 10 de dezembro, 339-C/2001, de 29 de
dezembro, 33-A/2005, de 16 de fevereiro, e 225/2007, de
Norma revogatória 31 de maio, relativamente aos centros eletroprodutores
1 — São revogados a alínea h) do artigo 2.º, o artigo 5.º, cujos titulares ou promotores:
o n.º 4 do artigo 8.º, o n.º 2 do artigo 18.º, a alínea c) do a) Tenham obtido a respetiva licença de exploração até
n.º 1 do artigo 24.º, a alínea c) do artigo 46.º, o n.º 2 do à data da entrada em vigor do presente decreto-lei;
artigo 52.º, os n.os 5 e 6 do artigo 67.º, os n.os 2 a 6 do ar- b) Tenham obtido a respetiva autorização de instalação
tigo 68.º, dos artigos 71.º, 72.º, 74.º, 77.º e 78.º, bem como ou licença de estabelecimento até à data da entrada em
o n.º 3 do anexo V do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de vigor do presente diploma e venham obter a respetiva
agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de licença de exploração no prazo de 12 meses a contar da
18 de dezembro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de data da entrada em vigor do presente decreto-lei ou, se
24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de ocorrer mais tarde, no prazo de 24 meses ou, no caso das
29 de setembro. pequenas centrais hídricas, de 36 meses, a contar da data
5588-(78) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
da técnica e ser numeradas ou identificadas por letras e princípios constantes do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
algarismos. fevereiro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012,
4 — Os documentos referidos nas alíneas a) e b) do de 8 de outubro.
n.º 1 só são exigíveis aos promotores de parques eólicos 2 — Excluem-se do âmbito de aplicação do presente
no que lhes for aplicável. decreto-lei:
a) A produção de eletricidade em cogeração, a micro-
ANEXO VI
produção e miniprodução e a produção de eletricidade a
partir da energia das ondas na zona-piloto;
[a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 47.º]
b) A produção de eletricidade a partir de energia nu-
clear;
Declaração de habilitação e não impedimento ao exercício
da atividade de comercialização de eletricidade c) As redes de distribuição fechadas, tal como definidas
no artigo 41.º-A do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
1 — … (nome, número de documento de identifica- fevereiro.
ção e morada), na qualidade de representante legal de …
(firma, número de identificação de pessoa coletiva, sede ou 3 — No desenvolvimento dos princípios gerais estabe-
estabelecimento principal no território nacional e código lecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, o
de acesso à certidão permanente de registo comercial), presente decreto-lei completa a transposição da Diretiva
requerente do registo para a atividade de comercialização n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
de eletricidade, declara, sob compromisso de honra, que 13 de julho, que estabelece regras comuns para o mercado
a sua representada: da eletricidade.
a) Não se encontra em estado de insolvência, em fase 4 — O presente decreto-lei procede ainda:
de liquidação, dissolução ou cessação de atividade, sujeita a) À integração do regime do Decreto-Lei n.º 92/2010,
a qualquer meio preventivo de liquidação de patrimónios de 26 de julho, que transpôs para a ordem jurídica interna
ou em qualquer situação análoga, nem tem o respetivo a Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do
processo pendente; Conselho, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no
b) Tem a sua situação contributiva e fiscal regularizada mercado interno;
perante a administração nacional; b) À transposição para a ordem jurídica interna dos
c) Não desenvolve ou pretende desenvolver atividades artigos 13.º e 16.º da Diretiva n.º 2009/28/CE, do Parla-
no âmbito dos setores da eletricidade e do gás natural em mento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa à
violação das regras aplicáveis de separação de atividades. promoção da utilização de energia proveniente de fontes
renováveis.
2 — O declarante tem pleno conhecimento de que a
prestação de falsas declarações implica a não obtenção do Artigo 2.º
registo, ou a sua revogação se já obtido, sendo o mesmo
responsável pelas indemnizações e sanções pecuniárias Definições
aplicáveis, e pode determinar a aplicação da sanção aces- Para os efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:
sória de privação do exercício do direito de exercer a ati-
vidade de comercialização ou outra no âmbito dos setores a) «Alta tensão (AT)» a tensão entre fases cujo valor
da eletricidade e gás natural, sem prejuízo da participação eficaz é superior a 45 kV e igual ou inferior a 110 kV;
à entidade competente para efeitos de procedimento cri- b) «Ato de admissão da comunicação prévia» o ato da
minal. entidade competente que admite a comunicação prévia
para efeitos de estabelecimento e exercício da atividade de
... (local), ... (data), ... (assinatura). produção de eletricidade em regime especial com potência
(Nome e qualidade.) de ligação à rede inferior ou igual a 1 MVA, com exceção
dos centros eletroprodutores sujeitos aos regimes jurídi-
cos de avaliação de impacte ambiental ou de avaliação de
ANEXO II incidências ambientais, nos termos da legislação aplicá-
vel, cuja instalação esteja projetada para espaço marítimo
(a que se refere o artigo 16.º) sob a soberania ou jurisdição nacional ou cujo regime
remuneratório aplicável seja o da remuneração garantida;
Republicação do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
c) «Baixa tensão (BT)» a tensão entre fases cujo valor
eficaz é igual ou inferior a 1 kV;
CAPÍTULO I d) «Capacidade de receção» o valor máximo da potência
aparente que pode ser recebida em determinado ponto da
Disposições gerais rede pública;
e) «Capacidade disponível» o valor máximo da potên-
Artigo 1.º cia aparente em determinado ponto da rede pública que é
possível atribuir a centros eletroprodutores;
Objeto e âmbito de aplicação
f) «Centro eletroprodutor» a designação genérica de
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico central hidroelétrica, central elétrica que utilize fontes
aplicável às atividades de produção, transporte, distribuição renováveis ou o processo de cogeração ou central termo-
e comercialização de eletricidade, bem como à operação elétrica;
logística de mudança de comercializador, à organização g) «Certificado de exploração» o certificado concedido
dos respetivos mercados e aos procedimentos aplicáveis para efeitos de entrada em exploração industrial de um
ao acesso àquelas atividades, no desenvolvimento dos centro eletroprodutor sujeito a comunicação prévia, de
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partes do mesmo ou dos grupos geradores que o com- de energia e os aspetos de segurança do fornecimento e
põem ou concedido para os mesmos efeitos na sequência dos custos de distribuição associados;
de uma alteração do referido centro eletroprodutor, aqui x) «Empresa coligada» uma empresa filial, na aceção do
não se incluindo a autorização para exploração em regime artigo 41.º da 7.ª Diretiva n.º 83/349/CEE, do Conselho,
experimental; de 13 de junho, baseada a alínea g) do n.º 2 do artigo 44.º
h) (Revogada.) do Tratado da Comunidade Europeia e relativa às contas
i) «Cliente» o comprador grossista e o comprador final consolidadas, ou uma empresa associada na aceção do
de eletricidade; n.º 1 do artigo 33.º da mesma diretiva ou ainda empresas
j) «Cliente doméstico» o consumidor final que compra que pertençam aos mesmos acionistas;
eletricidade para uso doméstico próprio, excluindo ativi- y) «Empresa de eletricidade integrada» uma empresa
dades comerciais ou profissionais; vertical ou horizontalmente integrada;
k) «Cliente final» o consumidor que compra eletricidade z) «Empresa horizontalmente integrada» uma empresa
para consumo próprio; que exerce pelo menos uma das atividades de produção
l) «Cliente grossista» a pessoa singular ou coletiva que para venda, transporte, distribuição ou fornecimento de
compra eletricidade para os efeitos de revenda; eletricidade e ainda uma atividade não diretamente ligada
m) «Cliente não-doméstico» a pessoa singular ou co- ao setor da eletricidade;
letiva que compra eletricidade não destinada a utilização aa) «Empresa verticalmente integrada» uma empresa
no seu agregado familiar, incluindo produtores e clientes de eletricidade ou um grupo de empresas de eletricidade
grossistas; em que a mesma pessoa ou as mesmas pessoas têm direito,
n) «Comercialização» a compra e venda de eletricidade direta ou indiretamente, a exercer controlo e em que a
a clientes, incluindo a revenda; empresa ou grupo de empresas exerce, pelo menos, uma
o) «Comercializador» a entidade registada para a comer- das atividades de transporte ou distribuição e, pelo menos,
cialização de eletricidade cuja atividade consiste na compra uma das atividades de produção ou comercialização de
a grosso e na venda a grosso e a retalho de eletricidade; eletricidade;
p) «Comercializador de último recurso» a entidade titu- bb) «Entrega de eletricidade» a alimentação física de
lar de licença de comercialização de energia elétrica sujeita energia elétrica;
a obrigações de serviço universal; cc) «Entidade licenciadora» o serviço ou organismo do
q) «Consumidor» o cliente final de eletricidade; Ministério da Economia e do Emprego com competência
r) «Contrato de fornecimento de energia elétrica» o para a coordenação e a decisão do procedimento de con-
contrato para a comercialização de eletricidade, excluindo trolo prévio da produção de eletricidade, ou da comercia-
derivados de eletricidade; lização, conforme o caso;
s) «Controlo» a relação entre empresas, na aceção do dd) «Equilíbrio entre a oferta e a procura» a satisfação
Regulamento (CE) n.º 139/2004, do Conselho, de 20 de da procura previsível de eletricidade pelos consumidores
janeiro, relativo ao controlo das concentrações de empre- sem necessidade de impor medidas de contingência para
sas, decorrente de direitos, contratos ou outros meios que diminuir pontualmente o consumo;
conferem a uma empresa, isoladamente ou em conjunto, ee) «Facilitador de mercado» o comercializador que es-
e tendo em conta as circunstâncias de facto e de direito, a tiver sujeito à obrigação de aquisição da energia produzida
possibilidade de exercer uma influência determinante sobre pelos produtores em regime especial com remuneração
outra, nomeadamente através de direitos de propriedade ou de mercado;
de uso ou de fruição sobre a totalidade ou parte dos ativos ff) «Fontes de energia renováveis» as fontes de ener-
de uma empresa ou de direitos ou contratos que conferem gia não fósseis renováveis, nomeadamente eólica, solar,
uma influência determinante na composição, nas delibera- aerotérmica, geotérmica, hidrotérmica, oceânica, hídrica,
ções ou nas decisões dos órgãos de uma empresa; biomassa, gás de aterro, gás proveniente de estações de
t) «Derivado de eletricidade» um dos instrumentos fi- tratamento de águas residuais e biogás;
nanceiros especificados nos n.os 5, 6 ou 7 da secção C do gg) «Fornecimento» a venda de energia elétrica a qual-
anexo I da Diretiva n.º 2004/39/CE, do Parlamento Europeu quer entidade;
e do Conselho, de 21 de abril, relativa aos mercados de hh) «Grupo gerador» o conjunto constituído pela cal-
instrumentos financeiros, sempre que esteja relacionado deira, turbina, gerador e transformador, no caso dos centros
com a eletricidade; eletroprodutores térmicos, e o conjunto constituído pelo
u) «Distribuição» a transmissão de eletricidade em redes circuito hidráulico, turbina, gerador e transformador, no
de distribuição de alta, média e baixa tensão para entrega caso dos centros eletroprodutores hídricos;
ao cliente, mas sem incluir a comercialização; ii) «Início da exploração» a data de emissão da licença
v) «Distribuidor» a entidade titular de uma concessão de exploração ou do certificado de exploração do centro
de distribuição de eletricidade; eletroprodutor ou de qualquer dos seus grupos gerado-
w) «Eficiência energética/gestão da procura» a aborda- res;
gem global ou integrada destinada a influenciar a quanti- jj) «Interligação» o equipamento de transporte que atra-
dade e os períodos horários do consumo de eletricidade por vessa ou transpõe uma fronteira entre Estados membros
forma a reduzir o consumo de energia primária e os picos vizinhos com a única finalidade de interligar as respetivas
de carga, dando prioridade aos investimentos em medidas redes de transporte de eletricidade;
de eficiência energética ou outras — como contratos de kk) «Interruptibilidade» o regime de contratação de
fornecimento interruptível — sobre os investimentos no eletricidade que prevê a possibilidade de interrupção do
aumento da capacidade de produção, caso os primeiros fornecimento com a finalidade de limitar os consumos
constituam a opção mais eficaz e económica, tendo em em determinados períodos considerados críticos para a
conta o impacte ambiental positivo da redução do consumo exploração e a segurança do sistema elétrico;
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ll) «Licença de exploração» a licença concedida para aaa) «Produção distribuída» a produção de eletrici-
efeitos de entrada em exploração industrial de um centro dade oriunda de centros eletroprodutores ligados à rede
eletroprodutor, de partes do mesmo ou dos grupos ge- de distribuição;
radores que o compõem ou concedida para os mesmos bbb) «Produtor» a pessoa singular ou coletiva que pro-
efeitos na sequência de uma alteração do referido centro duz eletricidade;
eletroprodutor, não incluindo a autorização para exploração ccc) «Produção em regime ordinário» a produção de
em regime experimental; eletricidade tal como definida no artigo 17.º do Decreto-
mm) «Licença de produção» a licença concedida para -Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro;
efeitos de estabelecimento e exercício da atividade de ddd) «Receção de eletricidade» a entrada física de ele-
produção de eletricidade por um centro eletroprodutor; tricidade na rede pública;
nn) «Ligação à rede» os elementos da rede que permitem eee) «Rede interligada» a rede constituída por várias
que um determinado produtor ou cliente se ligue fisica- redes de transporte e de distribuição ligadas entre si;
mente às infraestruturas de transporte ou distribuição de fff) «Rede Elétrica de Serviço Público (RESP)» o con-
eletricidade da rede pública; junto das instalações de serviço público destinadas ao
oo) «Linha direta» a linha elétrica que liga um local de transporte e à distribuição de eletricidade que integram a
produção isolado a um cliente isolado ou linha elétrica RNT, a RND e as redes de distribuição em baixa tensão;
que liga um produtor de eletricidade e uma empresa de ggg) «Rede interligada» a rede constituída por várias
comercialização de eletricidade para abastecer diretamente redes de transporte e de distribuição ligadas entre si;
os seus próprios estabelecimentos, filiais e clientes ele- hhh) «Rede Nacional de Distribuição de Eletricidade
gíveis; (RND)» a rede nacional de distribuição de eletricidade
pp) «Média tensão (MT)» a tensão entre fases cujo valor em alta e média tensão;
eficaz é superior a 1 kV e igual ou inferior a 45 kV; iii) «Rede Nacional de Transporte de Eletricidade
qq) «Mercados organizados» os sistemas com diferentes (RNT)» a rede nacional de transporte de eletricidade no
modalidades de contratação que possibilitam o encontro continente;
entre a oferta e a procura de eletricidade e de instrumentos jjj) «Segurança de funcionamento da rede» o funciona-
cujo ativo subjacente seja eletricidade ou ativo equivalente; mento contínuo da rede de transporte e, se for caso disso,
rr) «Muito alta tensão (MAT)» a tensão entre fases cujo de distribuição em circunstâncias previsíveis;
valor eficaz é superior a 110 kV; kkk) «Segurança do fornecimento de eletricidade» a ca-
ss) «Operador da rede» a entidade titular de conces- pacidade de um sistema elétrico para fornecer energia elé-
são ao abrigo da qual é autorizada a exercer a atividade trica aos clientes finais nos termos do presente decreto-lei;
de transporte ou de distribuição de eletricidade, corres- lll) «Sistema elétrico nacional (SEN)» o conjunto de
pondendo a uma das seguintes entidades, cujas funções princípios, organizações, agentes e instalações elétricas
estão previstas no Regulamento de Relações Comerciais: relacionados com as atividades abrangidas pelo presente
a entidade concessionária da RNT, a entidade titular da decreto-lei e pelo Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de feve-
concessão da RND e as entidades titulares da concessão reiro, no território nacional;
de distribuição de eletricidade em BT; mmm) «Serviços de sistema» os meios e contratos ne-
tt) «Operador da rede de distribuição» a pessoa singu- cessários para o acesso e a exploração em condições de
lar ou coletiva que exerce a atividade de distribuição e é segurança de um sistema elétrico, mas excluindo aqueles
responsável, numa área específica, pelo desenvolvimento, que são tecnicamente reservados aos operadores da rede
pela exploração e pela manutenção da rede de distribuição de transporte, no exercício das suas funções;
e, quando aplicável, pelas suas ligações com outras redes, nnn) «Sistema» o conjunto de redes, de instalações de
bem como por assegurar a garantia de capacidade da rede produção e de pontos de receção de eletricidade ligados
a longo prazo; entre si e localizados em Portugal e das interligações a
uu) «Operador da rede de transporte» a pessoa singular sistemas elétricos vizinhos;
ou coletiva que exerce a atividade de transporte e é res- ooo) «Transporte» a transmissão de eletricidade numa
ponsável pelo desenvolvimento, pela exploração e pela rede interligada de muito alta tensão e de alta tensão, para
manutenção da rede de transporte e, quando aplicável, pelas os efeitos de receção dos produtores e de entrega a distri-
suas ligações com outras redes, bem como por assegurar a buidores, comercializadores ou a grandes clientes finais,
garantia de capacidade da rede a longo prazo, para atender mas sem incluir a comercialização;
pedidos razoáveis de transporte de eletricidade; ppp) «Uso das redes» a utilização das redes de transporte
vv) «Ponto de interligação» o ponto da rede existente e distribuição de eletricidade nos termos do Regulamento
ou a criar onde se prevê ligar a linha que serve a instalação de Acesso às Redes e Interligações;
de um produtor, um cliente ou outra rede; qqq) «Utilizador da rede» a pessoa singular ou coletiva
ww) «Ponto de receção» o ponto da rede onde se faz a que entrega eletricidade à rede ou que é abastecida através
entrega ou a receção de eletricidade à instalação do cliente, dela.
produtor ou outra rede, localizado nos terminais, do lado
da rede, do órgão de corte, que separa as instalações; Artigo 3.º
xx) «Potência garantida aparente» a potência nominal
Princípios gerais
instalada, com exceção das fontes de energia eólica e hí-
drica, em que apenas se consideram 10 % e 30 %, respe- 1 — O exercício das atividades previstas no presente
tivamente, da potência aparente instalada; decreto-lei fica subordinado aos princípios estabelecidos
yy) «Produção» a produção de eletricidade; no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, sendo
zz) «Produção em regime especial» a produção de ele- assegurada igualdade de oportunidades e de tratamento.
tricidade tal como definida no artigo 18.º do Decreto-Lei 2 — O exercício das atividades previstas no presente
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro; decreto-lei processa-se com observância dos princípios da
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total no ponto de receção ou possa afetar a segurança e um pedido dirigido à entidade licenciadora, devidamente
fiabilidade da RESP, de acordo com a indicação do respe- instruído nos termos previstos nos números seguintes.
tivo operador de rede, tendo em conta os compromissos 2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção
de ligação já existentes e os instrumentos de planeamento que contemplem a exploração de centros eletroprodutores
referidos nos artigos 36.º e 40.º mediante a utilização da rede pública devem ser apresen-
tados no período de 1 a 15 dos meses de janeiro, maio e
Artigo 7.º setembro de cada ano.
3 — O pedido referido nos números anteriores deve ser
Quota de capacidade de produção de eletricidade
no âmbito do mercado ibérico instruído com os seguintes elementos:
1 — Para os efeitos da determinação da quota de capacidade a) Identificação completa do requerente;
de produção de eletricidade no âmbito do mercado ibérico, b) Declaração, sob compromisso de honra, do reque-
a que se refere a alínea e) do n.º 1 do artigo anterior, deve rente de que tem regularizada a sua situação relativamente
ser considerada a potência garantida aparente instalada de: a contribuições para a segurança social, bem como a sua
situação fiscal;
a) Todas as instalações de produção de eletricidade, que o c) Projeto do centro eletroprodutor e os demais elemen-
requerente explore diretamente ou através de terceiros, qualquer tos estabelecidos no anexo I do presente decreto-lei, que
que seja a forma que revista esta exploração por terceiros; dele faz parte integrante;
b) Todas as instalações de produção de eletricidade d) Informação sobre a existência de capacidade de re-
que sejam da titularidade do requerente, da titularidade de ceção e as condições de ligação à rede, emitida há menos
entidades por ele participadas, direta ou indiretamente, na de oito meses para os efeitos específicos do presente ar-
proporção dessa participação, ou da titularidade do grupo tigo, pelo operador da rede a que o requerente se pretenda
a que ele pertença; ligar;
c) Todas as licenças ou autorizações de produção já e) Cronograma das ações necessárias para a instalação
concedidas ao requerente para instalações abrangidas nas do centro eletroprodutor, incluindo a indicação do prazo
alíneas anteriores mas ainda não operacionais. de entrada em exploração;
f) Declaração de impacte ambiental (DIA) favorável ou
2 — Ao requerente que detenha uma quota de produção condicionalmente favorável e parecer de conformidade
de eletricidade no âmbito do mercado ibérico de eletricidade com a DIA, quando exigíveis nos termos do respetivo
superior à estabelecida nos termos do presente decreto-lei regime jurídico, ou, se for o caso, comprovativo de se ter
só pode ser atribuída licença de produção desde que até à produzido ato tácito favorável conforme o previsto no
data da atribuição da licença de exploração encerre ou aliene mesmo regime jurídico;
explorações ou instalações de produção de eletricidade de g) Licença ambiental, quando exigível, nos termos do
capacidade suficiente para não exceder a referida quota. respetivo regime jurídico;
h) Requerimento de emissão de título de emissão de
Artigo 7.º-A gases com efeito de estufa ou decisão de exclusão tempo-
Competência
rária do regime de comércio de emissões, quando um deles
seja exigível, nos termos do regime jurídico aplicável, e
1 — A concessão, alteração e revogação da licença de comprovativo de receção do referido requerimento emitido
produção dos centros eletroprodutores com capacidade pela entidade licenciadora competente;
máxima instalada superior a 10 MVA é da competência i) Prova do cumprimento da obrigação de notificação e
do membro do Governo responsável pela área da energia, cópia do relatório de segurança, nos termos do Decreto-Lei
com faculdade de delegação. n.º 254/2007, de 12 de julho, quando exigíveis;
2 — A concessão, alteração e revogação da licença de j) Parecer favorável sobre a localização do centro eletro-
produção dos centros eletroprodutores com capacidade produtor emitido pela comissão de coordenação e desen-
máxima instalada igual ou inferior a 10 MVA bem como volvimento regional territorialmente competente quando o
a concessão da autorização para exploração em regime projeto não esteja sujeito ao regime jurídico de avaliação
experimental e a atribuição da licença de exploração de de impacte ambiental;
todos os centros eletroprodutores são da competência do l) Perfil da empresa requerente, dos sócios ou acionistas
diretor-geral de energia e geologia. e das percentagens do capital social detido, quando igual
3 — Cabe ainda à DGEG exercer as competências de ou superior a 5 %, elementos demonstrativos da capaci-
entidade licenciadora na instrução e condução dos proce- dade técnica, económico-financeira e experiência de que
dimentos de atribuição, alteração, transmissão e extinção dispõe para assegurar a realização do projeto, bem como
das licenças e autorizações previstas nos números ante- o cumprimento das obrigações legais e regulamentares e
riores, submetendo-as a decisão do membro do Governo as derivadas da licença;
responsável pela área da energia, no caso previsto no n.º 1. m) Informação detalhada e elucidativa da quota de ca-
pacidade de produção de eletricidade detida pelo reque-
SECÇÃO III
rente, nos termos do artigo 6.º, bem como declaração,
sob compromisso de honra, de que aquando do pedido
Procedimento de atribuição de licença de produção não se encontra abrangido pelo disposto na alínea e) do
n.º 1 do mesmo artigo, ou, estando abrangido, em que
Artigo 8.º medida lhe é o mesmo aplicável, indicando as medidas
que se propõe tomar para os efeitos do disposto no n.º 2
Instrução do pedido de atribuição de licença de produção
do artigo anterior.
1 — O procedimento para atribuição de licença de pro-
dução inicia-se com a apresentação, pelo interessado, de 4 — (Revogado.)
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nização da localização do centro eletroprodutor com as 10 — A falta de comparência à sessão pública de ofer-
indicações constantes dos instrumentos de planeamento tante devidamente notificado ou seu representante, a apre-
previstos nos artigos 36.º e 40.º sentação de proposta em branco ou a falta de pagamento do
3 — Quando não seja possível distinguir os pedidos com valor adjudicado na mesma sessão implicam a automática
base no critério referido no número anterior, a entidade desistência do pedido.
licenciadora utiliza o critério da quota de capacidade de 11 — Se não for possível hierarquizar dois ou mais
produção do requerente no âmbito do mercado ibérico de ofertantes, a sessão pública prossegue, realizando-se a
eletricidade, determinada nos termos do artigo 7.º, a qual seleção do pedido de atribuição de licença de produção
não deve ser superior a 20 %. por sorteio.
4 — Quando após a aplicação da percentagem referida 12 — As irregularidades relativas à sessão pública, à
no número anterior não seja possível selecionar um ou oferta, à sua apreciação e aceitação e ao sorteio são argui-
mais pedidos concorrentes ou distinguir um ou mais dos das e decididas no próprio ato.
selecionados, a entidade licenciadora procede à escolha,
mediante oferta em carta fechada, a entregar e abrir em Artigo 14.º
sessão pública, nos termos previstos no artigo seguinte. Audição dos requerentes de pedidos concorrentes
5 — A escolha mediante oferta em carta fechada realiza-
-se de entre os pedidos concorrentes não selecionados ou de 1 — Concluído o apuramento dos requerentes, nos ter-
entre os selecionados que não foi possível distinguir, con- mos do disposto nos n.os 2 e 4 do artigo 12.º e do artigo
soante as circunstâncias, na sequência da aplicação do cri- anterior, a entidade licenciadora elabora relatório sobre
tério da quota de capacidade de produção do requerente no a aplicação destes métodos de seleção e apuramento dos
âmbito do mercado ibérico de eletricidade referido no n.º 3. requerentes.
2 — O relatório referido no número anterior é notificado
Artigo 13.º aos requerentes cujos pedidos foram sujeitos aos procedi-
mentos previstos nos artigos 12.º e 13.º para se pronuncia-
Seleção por oferta em carta fechada e por sorteio rem, por escrito, no prazo de cinco dias, disponibilizando-
1 — A oferta em carta fechada a que se refere o n.º 4 -se, ainda, a consulta dos respetivos processos, sendo, ao
do artigo anterior consiste em valor monetário, que é re- mesmo tempo, comunicado aos apurados as condições em
percutido na tarifa de uso global do sistema, devendo a que a entidade licenciadora se propõe atribuir a licença.
entidade licenciadora reter até 1,5 % do montante pago 3 — Apreciadas as respostas dos requerentes, a entidade
para custeio das despesas do processo. licenciadora profere decisão sobre os pedidos, atribuindo
2 — As ofertas são graduadas por ordem decrescente ou indeferindo a atribuição da licença.
do valor oferecido. 4 — Se algum dos requerentes selecionados rejeitar o
3 — A oferta é realizada em sessão pública, convocada projeto de decisão de atribuição da licença ou não se pro-
pela entidade licenciadora mediante aviso publicado na sua nunciar sobre a sua aceitação dentro do prazo fixado nos
sede, e notificação, expedida sob registo postal, dirigida termos do n.º 2, o pedido é indeferido e são recuperados
aos ofertantes, comunicando, com o mínimo de 10 dias os requerentes excluídos, sucessivamente e por ordem da
de antecedência, a data, a hora e o local de realização da classificação obtida, começando-se pelo último método de
sessão pública. seleção utilizado, até completo preenchimento da posição
4 — A notificação aos ofertantes referida no número tornada vaga.
anterior deve ainda indicar o valor de base da oferta fi-
xado pela entidade licenciadora, devendo os mesmos ser Artigo 15.º
portadores das respetivas ofertas, em carta inserida em Conteúdo da licença de produção e publicidade da decisão
envelope fechado.
5 — A sessão pública é dirigida pela entidade licencia- 1 — A decisão de atribuição da licença de produção de
dora ou por outra entidade por esta designada, podendo eletricidade em regime ordinário deve conter, nomeada-
fazer-se coadjuvar por duas personalidades, uma das quais mente, os seguintes elementos:
faz de relator. a) Identificação completa do titular;
6 — A sessão pública inicia-se com a identificação dos b) Principais características do centro eletroprodutor e
membros da mesa, seguindo-se a leitura do aviso e das sua localização, a indicação do ponto de interligação, da
convocatórias e a identificação dos ofertantes ou seus potência máxima injetável na rede, da potência instalada
representantes especificamente credenciados, após o que bruta e líquida, em MW e MVA, bem como as obras e
são anunciadas as regras a observar no sorteio referido os trabalhos de reforço da rede a suportar pelo titular da
no n.º 11. licença, se for o caso;
7 — Concluídas as formalidades referidas no número c) (Revogada.)
anterior, é solicitada a entrega dos envelopes com as ofer- d) Prazo fixado para o início da exploração do centro
tas para serem imediatamente abertos e lido o respetivo eletroprodutor;
conteúdo, interrompendo-se a sessão por alguns minutos. e) Outras obrigações ou condições especiais a que even-
8 — Retomada a sessão, a mesa ordena as ofertas apre- tualmente fique sujeito o titular da licença.
sentadas por ordem decrescente do valor oferecido.
9 — Os requerentes selecionados procedem, de ime- 2 — A DIA ou outras licenças, autorizações, pareceres
diato, ao pagamento do valor adjudicado, mediante cheque ou declarações de aceitação de entidades competentes que
à ordem da entidade licenciadora, contra recibo provisório, nos termos da legislação aplicável constituam requisito
lavrando-se ata e encerrando-se a sessão pública, após o para o licenciamento da instalação ou exploração do cen-
que o procedimento prossegue de acordo com o estabele- tro eletroprodutor ou condição a que aqueles devam ficar
cido no artigo seguinte. sujeitos, bem como os compromissos assumidos pelo titular
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ii) Até ao final do mês de março de cada ano, os dados b) De parecer do operador da rede a que se liga o centro
anuais referentes ao ano civil anterior; eletroprodutor com indicação de que estão reunidas as
condições de ligação e injeção de energia na rede neces-
j) Constituir e manter atualizado o seguro de responsa- sárias para tal efeito;
bilidade civil exigido nos termos do artigo 29.º; c) De declaração, sob compromisso de honra do titular
k) Permitir e facilitar o acesso das entidades fiscaliza- da licença de produção, de que o centro eletroprodutor
doras às suas instalações, facultando-lhes as informações se encontra instalado em conformidade com os termos
e os dados necessários ao exercício da sua atividade de da respetiva licença e da regulamentação aplicável e em
fiscalização; condições técnicas e de segurança para a realização do
l) Permitir e facilitar o acesso às suas instalações por programa referido na alínea a).
parte das entidades competentes para efeitos da verificação
da disponibilidade do centro eletroprodutor, ao abrigo do 3 — O pedido é liminarmente indeferido se não tiver
disposto no artigo 33.º-C; sido instruído com os elementos previstos nos números
m) Requerer à DGEG a emissão de uma licença de anteriores.
produção, ao abrigo dos artigos 8.º e seguintes, para a rea- 4 — A DGEG pode determinar a realização de vistoria,
lização de alterações substanciais ao centro eletroprodutor; mediante notificação escrita remetida ao requerente no
n) Comunicar previamente à DGEG a realização de prazo máximo de 20 dias após o pedido de autorização
quaisquer alterações ao centro eletroprodutor que não se para exploração em regime experimental.
reconduzam às alterações previstas na alínea anterior. 5 — O disposto no artigo 21.º aplica-se à vistoria rea-
lizada ao abrigo do número anterior, com as devidas adap-
2 — A caução a prestar nos termos da alínea a) do nú- tações.
mero anterior deve ser idónea, autónoma, irrevogável e 6 — A DGEG profere decisão sobre o pedido de autori-
pagável à primeira solicitação e pelo valor correspondente zação para exploração em regime experimental, no prazo
a 2 % do montante do investimento previsto para a insta- de 20 dias contados da receção do pedido, ou quando hou-
lação do centro eletroprodutor, não podendo ultrapassar ver vistoria, no prazo de 10 dias após o relatório da vistoria,
10 milhões de euros. notificando-a ao requerente e ao operador da rede.
3 — A caução referida no número anterior deve ser 7 — A autorização define o período de tempo autori-
acionada pela entidade licenciadora quando o titular não zado para a realização de testes, ensaios e a exploração
inicie a exploração no prazo fixado na licença de produção em regime experimental, sendo nela fixadas as condições
ou no final de uma prorrogação concedida pela entidade a que fica sujeita.
licenciadora ao abrigo do número seguinte, caso em que o
8 — O pedido considera-se tacitamente deferido se o
seu valor é entregue ao operador da RNT para ser repercu-
mesmo não for objeto de decisão expressa no prazo pre-
tido na tarifa de uso global do sistema, devendo a caução
visto no n.º 6, desde que o operador da rede se tenha pro-
ser liberada na data de início da exploração quando esta
ocorra dentro do referido prazo ou da sua prorrogação. nunciado favoravelmente sobre a existência de condições
4 — O prazo previsto na alínea e) do n.º 1 pode ser de ligação à rede para início da exploração em regime
prorrogado pela entidade licenciadora por prazos suces- experimental.
sivos de um ano até ao máximo de três anos, mediante
solicitação do titular da licença devidamente fundamentada Artigo 20.º-B
em motivo que não lhe seja imputável e que não esteja Licença de exploração
relacionado com a evolução das condições dos mercados
de eletricidade e financeiros. 1 — O titular da licença de produção só pode iniciar
5 — Para os efeitos da alínea m) do n.º 1, consideram- a exploração industrial de cada um dos grupos geradores
-se alterações substanciais ao centro eletroprodutor todas que compõem o centro eletroprodutor após obtenção da
aquelas que envolvam a alteração das características prin- respetiva licença de exploração, a emitir pela entidade
cipais do referido centro, tais como a potência instalada, licenciadora, na sequência da realização de vistoria, nos
a tecnologia, combustível ou fonte de energia utilizadas e termos do artigo 21.º
o número de grupos geradores, bem como das respetivas 2 — O pedido para a emissão da licença de exploração
caldeiras, turbinas e geradores. deve ser instruído com os seguintes elementos:
a) Declaração subscrita pelos técnicos responsáveis pelo
Artigo 20.º-A projeto e pela fiscalização da construção, que ateste, sob
Autorização para exploração em regime experimental compromisso de honra, que a instalação está concluída e
o centro eletroprodutor preparado para operar de acordo
1 — A realização de testes, ensaios e a exploração em com o projeto aprovado e em observância das condições
regime experimental prévios ao início da exploração do integradas na decisão final de atribuição da respetiva li-
centro eletroprodutor e sua ligação à rede é precedida de cença de produção, bem como, se for caso disso, que as
autorização da DGEG, na sequência de pedido do titular alterações efetuadas estão em conformidade com as normas
da licença de produção. legais e regulamentares que lhe são aplicáveis;
2 — O pedido de autorização para exploração em re- b) Prova da celebração do seguro a que se refere o ar-
gime experimental referido no número anterior é acom- tigo 29.º;
panhado: c) Quando exigíveis, declaração de aceitação do relató-
a) Do programa de testes a realizar e sua duração, rio de segurança, nos termos do Decreto-Lei n.º 254/2007,
subscrito pelo técnico ou peritos responsáveis pela sua de 12 de julho, e autorização ou licença de gestão de resí-
execução; duos nos termos da legislação aplicável.
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3 — O pedido é liminarmente indeferido se não es- entregues cópias ao titular da licença no último dia de
tiver instruído com os elementos previstos no número realização da vistoria ou nos cinco dias subsequentes.
anterior. 8 — Quando em vistoria anterior tenham sido impostas
4 — Estando o pedido devidamente instruído, a entidade condições e fixado prazo para a sua realização, a DGEG
licenciadora profere decisão sobre o pedido de licença de realiza nova vistoria para verificação do seu cumprimento,
exploração, no prazo de 20 dias contados da receção do podendo realizar-se mais uma e última vistoria, caso per-
relatório da vistoria, a emitir nos termos dos n.os 5 a 7 do sista o incumprimento de medidas anteriormente impostas,
artigo seguinte, notificando-a ao requerente e operador aplicando-se o disposto nos números anteriores, com as
da rede. necessárias adaptações.
5 — O pedido de licença de exploração só pode ser
indeferido, após audiência prévia do requerente nos termos Artigo 22.º
do Código do Procedimento Administrativo (CPA), com Transmissão da licença de produção
fundamento em algum dos seguintes motivos:
1 — A transmissão da licença de produção está sujeita
a) Desconformidade das instalações com os condicio- a autorização da entidade licenciadora na sequência de pe-
namentos legais e regulamentares ou com as condições dido do titular, só podendo ser concedida desde que sejam
fixadas na licença de produção; observados os requisitos legais da sua atribuição.
b) Indeferimento do pedido de licença ambiental, quando 2 — O pedido de transmissão deve indicar os motivos
esta seja aplicável; determinantes da mesma e fornecer todos os elementos
c) Falta de título de emissão de gases com efeito de relativos à identificação e ao perfil do candidato a trans-
estufa, quando este seja aplicável. missário, bem como ser acompanhado de declaração deste
aceitando a transmissão e todas as condições da licença.
6 — A licença de exploração define as condições a que 3 — Autorizada a transmissão da licença, o transmissá-
fica sujeita a exploração industrial e, uma vez concedida, rio deve solicitar à entidade licenciadora, dentro do prazo
passa a integrar as condições da licença de produção do nela fixado, não inferior a 30 dias, o averbamento em seu
centro eletroprodutor a que se refere. nome da licença de produção, juntando certidão do contrato
que titulou a transmissão.
Artigo 21.º 4 — O transmissário fica sujeito aos mesmos deveres,
Vistorias obrigações e encargos do transmitente, bem como a todos
os demais que eventualmente lhe tenham sido impostos na
1 — A DGEG procede à realização da vistoria, no prazo autorização da transmissão.
máximo de 30 dias após a receção do pedido de atribuição 5 — A autorização a que se refere o presente artigo
de licença de exploração. caduca se não for celebrado o negócio jurídico que titula
2 — Para a realização da vistoria, a DGEG pode fazer-se a transmissão no prazo fixado nos termos do n.º 3.
acompanhar por representantes do operador da rede e das 6 — A transmissão da licença de produção operada nos
demais entidades a quem tenha sido remetido o processo termos do presente artigo implica igualmente a transmissão
de licenciamento para se pronunciarem, podendo ainda automática da licença de exploração.
fazer-se coadjuvar por outros técnicos ou peritos, à sua 7 — O disposto no presente artigo aplica-se aos ca-
escolha, tendo em vista a verificação da conformidade da sos de reestruturação de sociedades por fusão ou cisão,
instalação com as condições de licenciamento, regulamen- bem como, com as necessárias adaptações, à cedência,
tação aplicável e, se for o caso, com as condições impostas a qualquer título, da gestão ou da exploração do centro
em vistoria anterior. eletroprodutor.
3 — Para os efeitos do número anterior, a DGEG comu-
nica ao titular da licença e, se for o caso, aos representantes Artigo 23.º
referidos no número anterior, com a antecedência de oito
dias, o dia e a hora agendados para a vistoria. Extinção da licença de produção
4 — A DGEG pode contratar os serviços de entidades 1 — A licença de produção extingue-se por caduci-
de reconhecida idoneidade e experiência para a prestação dade ou por revogação, nos termos dos artigos seguintes.
de apoio técnico na realização da vistoria. 2 — A extinção da licença de produção implica a ex-
5 — Da vistoria é elaborado relatório, de onde consta, tinção automática da licença de exploração.
nomeadamente, a verificação de que a instalação se en- 3 — Com a extinção da licença, o seu titular fica obri-
contra em condições de ser autorizada a exploração e, se gado à remoção das instalações implantadas sobre bens
for o caso, as medidas a tomar pelo titular da licença e do domínio público, nos termos da legislação aplicável.
respetivo prazo de realização, bem como a posição sobre 4 — A reversão das instalações implantadas sobre bens
a procedência ou improcedência de reclamações apresen- do domínio público processa-se nos termos da legislação
tadas na vistoria e proposta de decisão final sobre pedido aplicável.
de atribuição de licença de exploração. 5 — A extinção da licença não exonera o titular do cum-
6 — Quando o relatório da vistoria concluir pela descon- primento de todas as obrigações decorrentes do exercício
formidade das instalações com condicionamentos legais da atividade a que se encontre vinculado até à data em que
e regulamentares ou com as condições fixadas na licença a mesma produza efeitos nem prejudica o cumprimento
de produção, deve indicar detalhadamente as normas ou das respeitantes ao encerramento e à remoção das instala-
condições cujo cumprimento não foi observado. ções, designadamente em matéria de segurança, proteção
7 — O relatório da vistoria deve ser assinado pelos in- e monitorização ambiental.
tervenientes na mesma, ou conter em anexo as respetivas 6 — Sem prejuízo do cumprimento do dever de notifi-
declarações individuais, devidamente assinadas, sendo cação nos termos gerais, a extinção da licença de produção
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(89)
ção, no continente, publicado pelo Instituto Nacional de b) A prestar ao pessoal técnico todas as informações
Estatística. e o auxílio de que careçam para o desempenho das suas
4 — O contrato de seguro deve cobrir os sinistros ocor- funções de fiscalização.
ridos durante a vigência da apólice, desde que reclamados
até dois anos após a sua ocorrência. 4 — O disposto no presente decreto-lei não prejudica a
5 — O contrato de seguro pode incluir franquia não fiscalização por outras entidades no âmbito das respetivas
oponível a terceiros lesados. atribuições e competências.
6 — Em caso de resolução, a seguradora está obrigada
a informar a entidade licenciadora, no prazo máximo de SECÇÃO VI
30 dias após a data em que esta produziu efeitos, sob pena
de inoponibilidade a terceiros. Garantia do abastecimento e situações especiais
7 — O capital seguro pode ser revisto em função de
alterações que ocorram na natureza, na dimensão e no Artigo 32.º
grau de risco. Segurança do abastecimento
8 — O Instituto de Seguros de Portugal define, em
norma regulamentar, o regime aplicável ao seguro de res- 1 — A DGEG apresenta ao membro do Governo res-
ponsabilidade civil referido no n.º 1. ponsável pela área da energia, nos anos pares, até 31 de
maio, um relatório de monitorização da segurança do abas-
Artigo 30.º tecimento (RMSA).
2 — O RMSA deve conter as matérias previstas no
Participação de desastres e acidentes artigo 63.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
1 — Os titulares de licença de produção são obrigados a bem como as referidas no artigo seguinte, indicando tam-
participar à entidade licenciadora, bem como ao organismo bém as medidas adotadas e a adotar com vista a reforçar
responsável pela inspeção das condições do trabalho, todos a segurança do abastecimento e, nomeadamente, o tipo
os desastres e acidentes ocorridos nas suas instalações de fontes primárias e prioridades da sua utilização, assim
como o seu peso na produção de eletricidade.
no prazo máximo de três dias a contar a partir da data da
3 — Na elaboração deste relatório, a DGEG tem em
ocorrência.
consideração os elementos necessários solicitados por esta
2 — Sempre que dos desastres ou acidentes resultem entidade ao operador da RNT.
mortes, ferimentos graves ou prejuízos materiais impor- 4 — Nos anos ímpares, a DGEG elabora um relatório de
tantes, cumpre à entidade licenciadora promover o exame monitorização simplificado, indicando também as medidas
do estado das instalações elétricas e a análise das circuns- adotadas e a adotar visando reforçar a segurança do abaste-
tâncias da ocorrência, elaborando um relatório técnico. cimento, o qual é dado a conhecer ao membro do Governo
3 — O inquérito promovido por quaisquer outras au- responsável pela área da energia até 31 de maio.
toridades competentes sobre desastres ou acidentes deve 5 — O RMSA é publicitado no sítio na Internet da
ser instruído com o relatório técnico referido no número DGEG até 31 de julho e enviado à Comissão Europeia.
anterior. 6 — Os relatórios referidos nos n.os 1 e 4 são igualmente
4 — O relatório técnico previsto neste artigo só pode enviados à ERSE.
ser disponibilizado às autoridades administrativas compe-
tentes para a realização do inquérito previsto no número Artigo 32.º-A
anterior ou às autoridades judiciais, quando solicitado pelas Relatório
mesmas, bem como aos lesados.
5 — O disposto no presente artigo não isenta o titular 1 — O relatório de monitorização de segurança referido
de licença de produção do cumprimento do disposto no no artigo anterior deve abranger a adequação global do
Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, e demais legis- sistema elétrico para resposta à procura de energia elétrica
lação aplicável. atual e projetada, contemplando:
a) A segurança do funcionamento das redes;
Artigo 31.º b) O equilíbrio entre a oferta e a procura, para um pe-
Fiscalização técnica ríodo de cinco anos;
c) As perspetivas de segurança do fornecimento de ele-
1 — A fiscalização técnica relativa ao exercício da ati- tricidade, para um período de 5 a 15 anos a partir da data
vidade de produção de eletricidade prevista no presente do relatório;
decreto-lei e na demais regulamentação cabe à DGEG. d) As intenções de investimento em capacidade de in-
2 — As entidades concessionárias da RNT e da RND terligação transfronteiriça, pelo menos para os próximos
podem, no âmbito das suas atribuições e competências, cinco anos.
proceder à fiscalização das instalações de produção li-
gadas às respetivas redes, tendo especialmente em vista 2 — O relatório referido no número anterior é elabo-
a sua adequada compatibilização com as referidas redes. rado em estreita colaboração com o operador da rede de
3 — Para os efeitos do disposto no presente artigo, as transporte, devendo este, quando adequado, consultar os
entidades titulares de licença de produção de eletricidade operadores da rede de transporte vizinhos.
ficam obrigadas, em relação às entidades referidas nos 3 — A secção do relatório relativa às intenções de in-
números anteriores: vestimento em interligações referidas na alínea d) do n.º 1
a) A permitir e facilitar o livre acesso do pessoal técnico deve ter em conta:
às instalações e suas dependências, bem como aos apare- a) Os princípios de gestão de congestionamentos a que
lhos e instrumentos de medição; se refere o Regulamento (CE) n.º 1228/2003, do Parla-
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-Leis n.os 199/2007, de 18 de maio, e 264/2007, de 24 de prévia, respetivamente, bem como com a regulamentação
julho, e de outros mecanismos com efeito equivalente ou aplicável.
que visem compensar, total ou parcialmente, os custos 6 — A cada centro eletroprodutor corresponde uma
de produção ou assegurar uma rentabilidade mínima da licença de produção ou um ato de admissão da comuni-
atividade de produção de eletricidade e que não estejam cação prévia.
sujeitas a qualquer regime especial de verificação da dis-
ponibilidade. Artigo 33.º-F
Critérios gerais de atribuição da licença de produção
CAPÍTULO III ou de admissão de comunicação prévia
transporte (PDIRT) ou no plano de desenvolvimento e organismo público ou privado, independente das atividades
investimento na rede de distribuição (PDIRD). de produção, distribuição e comercialização de eletrici-
5 — No caso previsto no número anterior, a entidade li- dade, a designar pelo membro do Governo responsável
cenciadora pode atribuir a licença de produção mediante pela área da energia.
acordo entre o interessado e o operador da RESP a que se 8 — Os compromissos assumidos pelo adjudicatário
pretende ligar, para antecipação do reforço da capacidade de selecionado no âmbito do procedimento concursal previsto
receção da RESP, em relação ao estabelecido no PDIRT ou no no n.º 6, incluindo prazos de execução, bem como as respe-
PDIRD, caso em que o interessado comparticipa nos encargos tivas garantias, devem ser contratualizados e o seu incum-
financeiros resultantes da antecipação do reforço da rede. primento pode determinar a perda da reserva de capacidade
6 — No caso de comparticipação nos custos do reforço de injeção na RESP, do regime remuneratório atribuído e
da rede, referidos no número anterior, a prestação da caução de outros direitos decorrentes da adjudicação.
prevista no n.º 4 não é obrigatória. 9 — A aplicação do regime remuneratório garantido
7 — Na falta do acordo previsto no n.º 5, compete à depende da atribuição da licença de produção e da respetiva
DGEG, a pedido do interessado e ouvida a ERSE, arbitrar licença de exploração.
os valores da comparticipação.
SECÇÃO II
Artigo 33.º-G
Regimes remuneratórios Procedimentos de controlo prévio
a) O regime geral, em que os produtores de eletricidade 1 — O disposto no artigo 7.º-A aplica-se à competên-
vendem a eletricidade produzida, nos termos aplicáveis à cia para a concessão, alteração e revogação da licença de
produção em regime ordinário, em mercados organiza- produção dos centros eletroprodutores em regime especial,
dos ou através da celebração de contratos bilaterais com sem prejuízo do disposto no número seguinte.
clientes finais ou com comercializadores de eletricidade, 2 — Cabe à DGEG a aceitação da comunicação prévia
incluindo com o facilitador de mercado ou um qualquer e a emissão da licença de exploração ou do certificado
comercializador que agregue a produção; de exploração dos centros eletroprodutores previstos no
b) O regime de remuneração garantida, em que a eletri- presente capítulo.
cidade produzida é entregue ao comercializador de último Artigo 33.º-I
recurso, contra o pagamento da remuneração atribuída ao Procedimentos e regime jurídico
centro eletroprodutor nos termos dos n.os 4 e 5.
1 — O procedimento de atribuição de licença de produ-
2 — O exercício da atividade ao abrigo do regime geral ção de eletricidade em regime especial e o respetivo regime
depende apenas da obtenção de licença de produção ou regem-se pelo disposto na presente secção.
da admissão da comunicação prévia nos termos previstos 2 — O membro do Governo responsável pela área da
no presente capítulo, bem como da respetiva licença ou energia aprova, mediante portaria, o regime jurídico do
respetivo certificado de exploração. procedimento de comunicação prévia previsto no pre-
3 — O exercício da atividade com o regime de remu- sente capítulo, bem como as regras aplicáveis à emissão,
neração garantida depende, previamente à obtenção da transmissão, alteração e extinção do ato de admissão da
licença de produção e respetiva licença de exploração, da comunicação prévia.
atribuição de reserva de capacidade de injeção na RESP, Artigo 33.º-J
nos termos do número seguinte.
4 — Os termos, condições e critérios da atribuição de Instrução do pedido de atribuição de licença de produção
reserva de capacidade de injeção na RESP, da licença de 1 — O procedimento para atribuição de licença de pro-
produção e do regime remuneratório respetivo, bem como dução inicia-se com a apresentação, pelo interessado, de
do acesso ao mesmo e os respetivos prazo de duração e um pedido dirigido à entidade licenciadora, devidamente
condições de manutenção, são definidos por portaria do instruído nos termos previstos nos números seguintes.
membro do Governo responsável pela área da energia. 2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção devem
5 — A portaria prevista no número anterior prevê que ser apresentados no período de 1 a 15 dos meses de janeiro,
a reserva de capacidade de injeção na RESP é atribuída maio e setembro de cada ano, sem prejuízo da possibilidade
mediante procedimento concursal de iniciativa pública de a portaria prevista no n.º 4 do artigo 33.º-G prever a possi-
ou procedimento que a faculte a todos os interessados bilidade de apresentação dos referidos pedidos noutras datas.
que preencham os requisitos que venham a ser estabeleci- 3 — O pedido referido nos números anteriores deve ser
dos, de acordo com critérios de igualdade e transparência. instruído com os seguintes elementos:
6 — O procedimento concursal previsto no número
anterior rege-se pelo regime previsto no presente decreto- a) Identificação completa do requerente, incluindo
-lei, no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, na nome ou firma, morada, número de contribuinte, código
portaria prevista no número anterior e pelas peças do pro- de acesso à certidão permanente, se for o caso, e nome,
cedimento, a aprovar por despacho do membro do Governo número de telefone, telefax e endereço de correio eletró-
responsável pela área da energia, devendo ser publicitado nico para contacto;
no Diário da República. b) Projeto do centro eletroprodutor e os demais elemen-
7 — A organização, o acompanhamento e a fiscalização tos estabelecidos no anexo II ao presente decreto-lei, que
do procedimento concursal são efetuados por entidade ou dele faz parte integrante;
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3 — O regime do ato de admissão da comunicação consoante o caso, a emitir pela entidade licenciadora, na se-
prévia é definido na portaria referida no artigo 33.º-I, quência da realização de vistoria, nos termos do artigo 21.º
aplicando-se, subsidiariamente, o disposto na presente 2 — Ao requerimento e emissão da licença ou do certi-
secção. ficado de exploração aplica-se o disposto no artigo 20.º-B,
sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
Artigo 33.º-O 3 — A licença de exploração dos centros eletropro-
dutores referidos no presente artigo depende da prévia
Duração da licença de produção
verificação da conformidade do projeto de execução com
1 — A licença de produção de eletricidade em regime a respetiva DIA, ao abrigo do RJAIA, no caso de a DIA
especial não está sujeita a prazo de duração, sem prejuízo referida na alínea g) do n.º 3 do artigo 33.º-J ter sido emi-
da extinção prevista no artigo 23.º e do disposto no número tida em fase de estudo prévio ou anteprojeto.
seguinte. 4 — A licença de exploração e o certificado de explora-
2 — Quando a eletricidade produzida provenha de fonte ção definem as condições a que fica sujeita a exploração
hídrica do domínio público, ou o centro eletroprodutor se e, uma vez concedidos, passam a integrar as condições da
destine a ser instalado em espaço marítimo sob a soberania licença de produção ou do ato de admissão da comunicação
ou jurisdição nacional, a licença de produção fica sujeita prévia do centro eletroprodutor a que se referem.
ao prazo estabelecido no respetivo título de utilização.
SECÇÃO IV
Artigo 33.º-P
Procedimento de avaliação de incidências ambientais
Prazos de execução das instalações e caducidade
1 — Os titulares de licença de produção ou de comuni- Artigo 33.º-R
cação prévia admitida ao abrigo do presente capítulo devem Avaliação de incidências ambientais
concluir os trabalhos de instalação do centro eletroprodutor
e iniciar a exploração do mesmo no prazo fixado na licença 1 — A emissão de licenças de produção de centros
de produção, o qual não pode ultrapassar dois anos ou, no eletroprodutores que utilizem fontes de energia reno-
caso de aproveitamentos hidroelétricos, seis anos, sem váveis, que não se encontrem abrangidos pelo RJAIA,
prejuízo de a portaria referida nos n.os 4 e seguintes do e cuja localização esteja prevista em áreas da Reserva
artigo 33.º-G estabelecer prazos diferentes para os casos Ecológica Nacional, Sítios da Rede Natura 2000 ou da
nela previstos. Rede Nacional de Áreas Protegidas, é precedida de um
2 — Os prazos previstos no número anterior contam- procedimento de avaliação de incidências ambientais, a
-se a partir da data de emissão da licença de produção ou realizar pela comissão de coordenação e desenvolvimento
do ato de admissão da comunicação prévia pela DGEG. regional (CCDR) territorialmente competente, com base
3 — Para garantia da conclusão das obras, os titulares num estudo de incidências ambientais apresentado pelo
de licença de produção ou de comunicação prévia admitida interessado tendo em consideração as políticas energéticas
ao abrigo do presente capítulo devem prestar à DGEG e ambientais vigentes.
uma caução nos termos do n.º 2 do artigo 20.º, a qual é 2 — O estudo de incidências ambientais referido no
liberada na data de início da exploração quando esta ocorra número anterior deve enunciar os impactes locais dos
dentro do prazo fixado ao abrigo do n.º 1 ou no final de projetos e das respetivas instalações acessórias através da
uma prorrogação concedida pela entidade licenciadora ao identificação das principais condicionantes existentes e
abrigo do n.º 5. dos descritores ambientais suscetíveis de serem afetados,
4 — A licença de produção ou o ato de comunicação pré- bem como prever medidas de monitorização e medidas
via caducam quando o seu titular não conclua os trabalhos de minimização e recuperação das áreas afetadas, a im-
de instalação do centro eletroprodutor no prazo previsto plementar em fase de obra.
no n.º 1, salvo se aquele prazo for prorrogado ao abrigo 3 — No caso de projetos a instalar em Sítios da Rede
do número seguinte, caso em que a caducidade opera no Natura 2000, o estudo de incidências ambientais deve obri-
final do período da prorrogação concedida. gatoriamente abranger as vertentes definidas nas alíneas a)
5 — O prazo previsto no n.º 1 pode ser prorrogado pela a e) do n.º 6 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 140/99, de
entidade licenciadora, por um período não superior a me- 24 de abril, republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de
tade do prazo inicial, mediante requerimento do interessado 24 de fevereiro.
devidamente fundamentado em motivo que não lhe seja 4 — Consoante a fonte de energia renovável a partir da
imputável e que não esteja relacionado com a evolução qual é produzida a eletricidade, podem ser definidos, por
das condições dos mercados e eletricidade e financeiros. despacho dos membros do Governo responsáveis pelas
6 — Se se verificar a caducidade ao abrigo do disposto áreas do ambiente e da energia, os descritores específi-
no n.º 4, a DGEG aciona a caução, caso em que o seu valor cos que devem ser tratados nos estudos de incidências
é entregue ao operador da RNT para ser repercutido na ambientais.
tarifa de uso global do sistema. 5 — Para efeitos do presente artigo, entende-se por ins-
talações acessórias todas as instalações e correspondente
Artigo 33.º-Q área de implantação ou localização da unidade de produ-
ção de energia elétrica, bem como as linhas elétricas de
Licença e certificado de exploração
interligação e respetivos corredores e zonas de passagem,
1 — O titular da licença de produção ou do ato de ad- acessos e outras infraestruturas indispensáveis ao normal
missão da comunicação prévia só pode iniciar a explora- funcionamento da unidade, tais como subestações ou aces-
ção industrial do centro eletroprodutor após obtenção da sos e ainda, no que à energia hídrica diz respeito, a zona
licença de exploração ou do certificado de exploração, de albufeira, do açude e das condutas forçadas.
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5 — As atividades da concessão são exercidas de acordo que sejam membros de mercados organizados ou que se
com os princípios do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de tenham constituído como contraentes em contratos bila-
fevereiro, do presente decreto-lei, da regulamentação apli- terais, relativamente aos factos suscetíveis de influenciar
cável e das bases de concessão. o regular funcionamento do mercado ou a formação dos
6 — As bases de concessão da RNT constam do anexo III preços, nos termos previstos no Regulamento de Relações
do presente decreto-lei, que dele faz parte integrante. Comerciais;
7 — A DGEG define e concretiza, no Regulamento c) Planeamento energético, através do desenvolvimento
da Segurança de Abastecimento e Planeamento, a forma de estudos de planeamento integrado de recursos energéti-
de cumprimento das obrigações do operador da RNT em cos e identificação das condições necessárias à segurança
matéria de segurança de abastecimento, planeamento ener- do abastecimento futuro dos consumos de eletricidade ao
gético e planeamento da RNT. nível da oferta, tendo em conta as interações entre o SEN
8 — Os custos incorridos pela entidade concessionária e o Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN) e as linhas
em atividades de apoio à supervisão, acompanhamento e de orientação da política energética nacional, estudos esses
fiscalização das suas obrigações apenas podem ser reper- que constituem referência para a função de planeamento
cutidos na tarifa de uso global do sistema, nos termos da da RNT e para a operação futura do sistema, bem como
legislação e regulamentos em vigor, mediante autorização através da colaboração com a DGEG, nos termos da lei,
prévia da DGEG e desde que tenham sido incorridos de na preparação dos RMSA no médio e longo prazo e dos
forma justificada e eficiente. cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos contratos
de aquisição de energia (CAE) cessados, dos montantes
Artigo 35.º da correção de hidraulicidade, da interruptibilidade e dos
Concurso incentivos a atribuir no âmbito do mecanismo de garantia
de potência;
O concurso para a atribuição da concessão da RNT
d) Planeamento da RNT, designadamente no que res-
processa-se de acordo com um caderno de encargos e o
respetivo programa, aprovados por portaria do membro do peita ao planeamento das suas necessidades de renovação
Governo responsável pela área da energia, tendo em conta e expansão, tendo em vista o desenvolvimento adequado
os princípios gerais aplicáveis aos concursos públicos. da sua capacidade e a melhoria da qualidade de serviço
em atenção às principais medidas da política energética
Artigo 35.º-A nacional, e, em particular, através da preparação dos PDIRT
de eletricidade.
Gestão técnica global do SEN
1 — A gestão técnica global do SEN, que compete ao 3 — Todos os operadores que exerçam qualquer das
operador da RNT, processa-se nos termos previstos no atividades que integram o SEN ficam sujeitos à gestão
presente decreto-lei, na regulamentação aplicável e no técnica global do mesmo.
contrato de concessão da RNT. 4 — São direitos do operador da RNT no âmbito da
2 — A gestão técnica global do SEN é exercida com in- gestão técnica global do SEN, nomeadamente:
dependência, de forma transparente e não discriminatória, a) Exigir e receber dos titulares dos direitos de explo-
e consiste na coordenação sistémica das infraestruturas ração das infraestruturas, dos operadores de mercado e de
que o constituem, de modo a assegurar o funcionamento todos os intervenientes no SEN diretamente interessados
integrado e harmonizado do sistema de eletricidade e a a informação necessária para o correto funcionamento
segurança e continuidade do abastecimento de eletricidade, do SEN;
no curto, médio e longo prazo, mediante o exercício das b) Exigir aos operadores de mercado e demais interve-
seguintes funções:
nientes no SEN com direito de acesso às infraestruturas e
a) Gestão técnica do sistema, que integra a programação instalações a comunicação dos seus planos de entrega e de
e monitorização constante do equilíbrio entre a oferta das receção de energia e de qualquer circunstância que possa
unidades de produção e a procura global de energia elétrica, fazer variar substancialmente os planos comunicados;
com o apoio de um controlo em tempo real de instalações c) Exigir o estrito cumprimento das instruções que emita
e seus componentes por forma a corrigir, em tempo, os para a correta exploração do sistema, manutenção das
desequilíbrios, bem como a coordenação do funcionamento instalações e adequada cobertura da procura;
da rede de transporte, incluindo a gestão das interligações d) Receber adequada retribuição por todos os serviços
em MAT e dos pontos de entrega de energia elétrica ao prestados de forma eficiente.
operador da rede de distribuição em MT e AT e a clientes
ligados diretamente à rede de transporte, observando os 5 — São obrigações do operador da RNT no exercício
níveis de segurança e de qualidade e serviço estabeleci- da função de gestão técnica global do SEN, nomeada-
dos na legislação e regulamentação nacionais e no qua- mente:
dro de referência da rede interligada da União Europeia;
b) Gestão do mercado de serviços de sistema, que in- a) Informar sobre a viabilidade de acesso solicitado por
tegra a operacionalização de um mercado de serviços de terceiros às infraestruturas da RNT;
sistema e a contratação de serviços de sistema com recurso b) Monitorizar e reportar à ERSE a efetiva utilização
a mecanismos eficientes, transparentes e competitivos para das infraestruturas da RNT, com o objetivo de identificar
reserva operacional do sistema e compensação dos desvios a constituição abusiva de reservas de capacidade;
de produção e de consumo de eletricidade, bem como as c) Desenvolver protocolos de comunicação com os di-
liquidações financeiras associadas às transações efetuadas ferentes operadores do SEN com vista a criar um sistema
no âmbito desta função, incluindo a liquidação dos des- de comunicação integrado para controlo e supervisão das
vios, e a receção da informação dos agentes de mercado operações do SEN e atuar como coordenador do mesmo;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(99)
d) Emitir instruções sobre as operações de transporte, referidos no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
incluindo o trânsito no território continental, de forma a 15 de fevereiro, os seguintes elementos:
assegurar a entrega de eletricidade em condições adequadas
a) A caracterização da RNT, realizada ao abrigo do
e eficientes nos pontos de saída da rede de transporte, em
conformidade com protocolos de atuação e de operação n.º 2;
a estabelecer; b) O RMSA mais recente;
e) Informar a DGEG, a ERSE e os operadores do SEN, c) Os padrões de segurança para planeamento da RNT
com periodicidade trimestral, sobre a capacidade dispo- e demais exigências técnicas e regulamentares, nomea-
nível da RNT e, em particular, dos pontos de acesso ao damente as resultantes do Regulamento de Operação das
sistema e sobre o quantitativo das reservas a constituir; Redes;
f) Prestar à ERSE a informação técnica e financeira com d) As solicitações de reforço de capacidade de entrega e
incidência direta ou indireta nos custos a considerar para de painéis de ligação formulados pelo operador da RND,
efeitos do cálculo das tarifas reguladas, de acordo com as o planeamento da rede de distribuição em AT e MT e as
normas de reporte daquela entidade; licenças de produção atribuídas, bem como outros pedidos
g) Colaborar ativamente na prestação das informações de ligação à rede de centros eletroprodutores.
que sejam solicitadas pela DGEG, podendo estas corres-
ponder a estudos, testes ou simulações que sejam necessá- 6 — O operador da RNT deve incluir no PDIRT:
rios, designadamente para efeitos de definição da política a) A identificação dos principais desenvolvimentos fu-
energética; turos de expansão da rede, especificando as infraestruturas
h) Manter atualizada uma base de dados de acordo com a construir ou modernizar no período de 10 anos seguinte,
a base de dados de referência, criada em articulação com os investimentos que o operador da RNT já decidiu efetuar
a DGEG, integrando informação de natureza estatística e, dentro destes, aqueles a realizar nos três anos seguintes,
e previsional sobre os procedimentos de controlo prévio indicando ainda o calendário dos projetos de investimento;
das atividades e instalações e o funcionamento do SEN e b) Os valores previsionais da capacidade de interligação
do SNGN. a disponibilizar para fins comerciais;
c) As obrigações decorrentes do Mercado Ibérico de
6 — A gestão técnica global do SEN é efetuada nos ter- Eletricidade (MIBEL) e as medidas adequadas ao cum-
mos previstos no presente decreto-lei, nas bases constantes primento dos objetivos previstos no Regulamento (CE)
do anexo III, na regulamentação aplicável e no contrato de n.º 714/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
concessão da RNT. 13 de julho;
d) As medidas de articulação necessárias ao cumpri-
SECÇÃO II mento das obrigações aplicáveis perante a Agência de
Cooperação dos Reguladores de Energia e da Rede Eu-
Planeamento da RNT ropeia dos Operadores das Redes de Transporte para a
eletricidade, nomeadamente no âmbito do plano decenal
Artigo 36.º não vinculativo de desenvolvimento da rede à escala da
Planeamento da RNT União Europeia;
e) As intenções de investimento em capacidade de in-
1 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.º 2 do terligação transfronteiriça e sobre os investimentos rela-
artigo 24.º e no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de cionados com a instalação de linhas internas que afetem
15 de fevereiro, o planeamento da RNT integra os seguintes materialmente as interligações.
instrumentos:
a) A caracterização da RNT; 7 — A elaboração do PDIRT, no que diz respeito às
b) O plano de desenvolvimento e investimento da rede interligações internacionais, deverá ser feita em estreita
de transporte (PDIRT). cooperação com os operadores de rede respetivos.
4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRT à ERSE, 3 — Sem prejuízo do disposto na alínea i) do n.º 2 do
a qual deve promover a respetiva consulta pública pelo artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
prazo de 30 dias. o operador da RNT deve preservar a confidencialidade das
5 — Findo o período de consulta pública, a ERSE emite informações comercialmente sensíveis obtidas no exercício
parecer sobre a proposta de PDIRT no prazo de 30 dias, das suas atividades e assegurar que a disponibilização de
enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador da RNT e quaisquer informações relativas às suas próprias atividades
à DGEG. que possam representar uma vantagem comercial seja feita
6 — No parecer referido no número anterior, a ERSE de forma não discriminatória.
pode determinar alterações à proposta de PDIRT, tendo em
vista, designadamente, assegurar a adequada cobertura das
SECÇÃO III
necessidades de investimento identificadas no processo de
consulta pública e a promoção da concorrência, bem como Exploração das redes de distribuição
a coerência do PDIRT com o plano de desenvolvimento
da rede à escala da União Europeia, conforme previsto Artigo 38.º
na alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do Regulamento (CE)
n.º 714/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de Regime de exercício da RND
13 de julho, consultando, a este respeito e em caso de dúvi- 1 — A concessão para a exploração da RND, que inte-
das, a Agência de Cooperação dos Reguladores da Energia. gra a rede de AT e MT, é atribuída mediante contrato de
7 — No prazo de 30 dias após a receção do parecer concessão, no qual outorga, em representação do Estado,
da ERSE, o operador da RNT elabora a proposta final do o membro do Governo responsável pela área da energia,
PDIRT e envia-a à DGEG. na sequência de realização de concurso público.
8 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta fi- 2 — A concessão é exercida em regime de serviço
nal do PDIRT, a DGEG envia-a para aprovação do membro público, sendo as suas atividades e as instalações que a
do Governo responsável pela área da energia, acompanhada integram consideradas, para todos os efeitos, de utilidade
do parecer da ERSE e dos resultados da consulta pública. pública.
9 — O membro do Governo responsável pela área da 3 — As atividades da concessão são exercidas em re-
energia decide sobre a aprovação do PDIRT no prazo de gime de exclusivo, o qual não prejudica o exercício por
30 dias a contar da data da receção da sua proposta final. terceiros do direito de acesso à rede, nos termos do Regu-
10 — O membro do Governo responsável pela área da lamento de Acesso às Redes e às Interligações.
energia pode, fundamentadamente, recusar a aprovação do 4 — A concessão tem a duração de 35 anos contados a
PDIRT no caso de a proposta final não contemplar as alte- partir da data da celebração do respetivo contrato.
rações determinadas pela DGEG ou no parecer da ERSE e 5 — A concessão é exercida de acordo com os princí-
de não prever investimentos necessários ao cumprimento pios do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, do
dos objetivos de política energética. presente decreto-lei, da regulamentação aplicável e das
11 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a calenda- bases da concessão.
rização, orçamentação e execução dos projetos de investi- 6 — As bases da concessão da RND constam do anexo IV
mento na RNT previstos no PDIRT, que ficam sujeitos ao do presente decreto-lei, que dele faz parte integrante.
seu parecer vinculativo, no âmbito das suas atribuições, não 7 — Os custos incorridos pela entidade concessionária
podendo este parecer versar sobre questões estratégicas de
em atividades de apoio à supervisão, acompanhamento e
desenvolvimento da rede ou relacionadas com a segurança
fiscalização das suas obrigações apenas podem ser reper-
do abastecimento.
cutidos na tarifa de uso global do sistema, nos termos da
legislação e regulamentos em vigor, mediante autorização
Artigo 37.º
prévia da DGEG e desde que tenham sido incorridos de
Informação a disponibilizar nos PDIRT forma justificada e eficiente.
e na caracterização da RNT
1 — Os documentos relativos aos instrumentos de planea- Artigo 39.º
mento referidos no artigo anterior devem ser disponibilizados Concurso para atribuição da concessão da RND
aos agentes do SEN em geral e, em particular, aos interessados
em novos meios de produção, designadamente através da O concurso para atribuição da concessão da RND
sua publicitação no sítio na Internet do operador da RNT. processa-se de acordo com um caderno de encargos e o
2 — O operador da RNT deve também disponibilizar respetivo programa aprovados pelo membro do Governo
nesses documentos: responsável pela área da energia, tendo em conta os prin-
cípios gerais aplicáveis aos concursos.
a) Informação sobre as condições gerais dessas redes
que possibilitem uma primeira análise das possibilidades Artigo 40.º
de ligação;
b) Informação atualizada relativa às possibilidades de Planeamento da RND
ligação de novos meios de produção tendo presente o 1 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.º 2 do
mencionado nos relatórios de monitorização da segurança artigo 35.º e no artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
do abastecimento referidos no artigo 32.º; 15 de fevereiro, o planeamento da RND integra os seguin-
c) Eventuais limitações, devidamente justificadas, de tes instrumentos:
valores máximos de injeção de potência decorrentes de
limitações técnicas relacionadas com a segurança, a es- a) A caracterização da RND;
tabilidade e a fiabilidade de funcionamento da rede e do b) O plano de desenvolvimento e investimento da rede
sistema produtor. de distribuição (PDIRD).
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(101)
2 — A caracterização da RND deve conter a informação 10 — O membro do Governo responsável pela área da
técnica que permita conhecer a situação da rede, designa- energia decide sobre a aprovação do PDIRD no prazo de
damente a capacidade instalada nas subestações. 30 dias a contar da data da receção da sua proposta final.
3 — O operador da RND deve elaborar o PDIRD, nos 11 — O membro do Governo responsável pela área da
anos pares. energia pode, fundamentadamente, recusar a aprovação
4 — No processo de elaboração do PDIRD, o operador do PDIRD no caso de a respetiva proposta final não con-
da RND deve ter em consideração, para além dos elemen- templar as alterações determinadas pela DGEG ou nos
tos referidos no artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de pareceres da ERSE ou do operador da RNT e de não prever
15 de fevereiro, os seguintes elementos: investimentos necessários ao cumprimento dos objetivos
a) A caracterização da RND, ao abrigo do disposto no de política energética.
n.º 2; 12 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a calenda-
b) O RMSA mais recente; rização, orçamentação e execução dos projetos de investi-
c) Os padrões de segurança para planeamento da RND mento na RND previstos no PDIRD, que ficam sujeitos ao
e as demais exigências técnicas e regulamentares; seu parecer vinculativo, no âmbito das suas atribuições, não
d) As solicitações de reforço de capacidade de entrega podendo este parecer versar sobre questões estratégicas de
formuladas pelos concessionários das redes BT e as licen- desenvolvimento da rede ou relacionadas com a segurança
ças de produção atribuídas, bem como outros pedidos de do abastecimento.
ligação à rede de centros eletroprodutores.
Artigo 41.º
5 — O PDIRD deve ser compatível com o PDIRT e Informação a disponibilizar no PDIRD
incluir a identificação dos principais desenvolvimentos e na caracterização da RND
futuros da expansão da rede.
1 — Os documentos relativos aos instrumentos de pla-
Artigo 40.º-A neamento referidos no artigo 40.º devem ser disponibili-
zados aos intervenientes no SEN e aos interessados em
Procedimento de elaboração do PDIRD novos meios de produção, designadamente através da sua
1 — O operador da RND deve apresentar a proposta publicitação no sítio na Internet do operador da RND.
de PDIRD à DGEG até ao final de abril de cada ano par. 2 — O operador da RND deve também disponibilizar
2 — Recebida a proposta de PDIRD, a DGEG procede nesses documentos:
à sua apreciação, tendo em conta as necessidades de in- a) Informação sobre as condições gerais das redes que
vestimento para assegurar níveis adequados de segurança possibilitem uma primeira análise das possibilidades de
do abastecimento energético e o cumprimento de outras ligação;
metas de política energética, determinando, se necessário, b) Informação atualizada relativa às possibilidades de
a introdução de alterações às referidas propostas. ligação de novos meios de produção.
3 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta
de PDIRD, a DGEG notifica a sua apreciação ao operador 3 — Sem prejuízo do disposto na alínea h) do n.º 2 do
da RND, o qual, no caso de determinação de eventuais
artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
alterações, dispõe do prazo de 30 dias para enviar à DGEG
o operador da RND deve preservar a confidencialidade das
uma proposta de PDIRD que contemple as referidas al-
terações. informações comercialmente sensíveis obtidas no exercício
4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRD ao ope- das suas atividades e assegurar que a disponibilização de
rador da RNT para emissão de parecer no prazo de 60 dias. quaisquer informações relativas às suas próprias atividades
5 — A DGEG comunica ainda a referida proposta à que possam representar uma vantagem comercial seja feita
ERSE, a qual deve promover a respetiva consulta pública de forma não discriminatória.
pelo prazo de 30 dias.
6 — Findo o período de consulta pública, a ERSE emite Artigo 42.º
parecer sobre a proposta de PDIRD no prazo de 30 dias, Regime das concessões de distribuição de eletricidade em BT
enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador da RND e
à DGEG. 1 — As concessões de distribuição de eletricidade em
7 — No parecer referido no número anterior, a ERSE BT correspondem a concessões dos municípios atribuí-
pode determinar alterações à proposta de PDIRD, tendo das pelos órgãos competentes de cada município ou de
em vista, designadamente, assegurar a adequada cobertura associações de municípios na sequência da realização de
das necessidades de investimento identificadas no processo concurso público.
de consulta pública, a promoção da concorrência e a ne- 2 — A concessão é exercida em regime de serviço
cessidade de compatibilização com o PDIRT. público, sendo as suas atividades e as instalações que a
8 — Com base nos pareceres emitidos pela ERSE e pelo integram consideradas, para todos os efeitos, de utilidade
operador da RNT, o operador da RND elabora a proposta pública.
final do PDIRD, enviando-a à DGEG no prazo de 30 dias 3 — As atividades da concessão não prejudicam o exer-
após a emissão dos pareceres da ERSE e do operador da cício por terceiros do direito de acesso à rede, nos termos
RNT. do Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações.
9 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta fi- 4 — A concessão tem a duração de 20 anos contados a
nal do PDIRD, a DGEG envia-a para aprovação do membro partir da data da celebração do respetivo contrato.
do Governo responsável pela área da energia, acompanhada 5 — As bases das concessões das redes de distribuição
dos pareceres da ERSE e do operador da RNT, bem como de eletricidade em BT constam do anexo V do presente
os resultados da consulta pública. decreto-lei, que dele faz parte integrante.
5588-(102) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
artigos 100.º e seguintes do CPA, caso se verifiquem si- mercialização, tal como evidenciado nas declarações e
tuações de não habilitação ou de impedimento previstas documentos previstos no n.º 2 do artigo anterior;
no anexo VI do presente decreto-lei ou de não disposição m) Apresentar propostas de fornecimento de eletricidade
dos meios necessários ao cumprimento das obrigações para as quais disponha de oferta a todos os clientes que o
impostas à atividade de comercialização. solicitem, dentro da área geográfica da sua atuação, nos ter-
9 — Pelos custos de apreciação do pedido de registo e mos previstos no Regulamento das Relações Comerciais,
da efetivação do registo é devida uma taxa que reverte a com respeito pelos princípios estabelecidos na legislação
favor da DGEG, cujo montante é fixado por portaria do da concorrência.
membro do Governo responsável pela área da energia.
Artigo 49.º
Artigo 47.º-A Extinção e transmissão do registo de comercialização
Listagem de comercializadores de eletricidade registados
1 — O registo da atividade de comercialização de
A DGEG divulga no balcão único eletrónico dos servi- eletricidade não está sujeito a prazo de duração, sem
ços referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de prejuízo da sua extinção nos termos do presente decreto-lei.
26 de julho, e no seu sítio na Internet, a lista atualizada dos 2 — O registo da atividade de comercialização de ele-
comercializadores de eletricidade reconhecidos nos termos tricidade extingue-se por caducidade ou por revogação.
do presente diploma, com indicação do nome ou firma, 3 — A extinção do registo por caducidade ocorre em
domicílio profissional ou sede, telefone, fax, endereço caso de morte, dissolução, cessação da atividade ou aprova-
eletrónico e data do respetivo registo. ção da liquidação da sociedade em processo de insolvência
e recuperação de empresas.
Artigo 48.º 4 — Para além das situações previstas na lei, o registo
pode ser revogado pela DGEG, na sequência de audiência
Direitos e deveres dos comercializadores de eletricidade prévia do requerente nos termos do CPA, quando se ve-
1 — Constitui direito dos comercializadores de eletri- rifique a falsidade dos dados e declarações prestados no
cidade o exercício da atividade, nos termos da legislação respetivo pedido ou o seu titular faltar ao cumprimento
e da regulamentação aplicáveis. dos deveres relativos ao exercício da atividade, nomea-
2 — O titular de registo de comercialização de eletri- damente quando:
cidade tem os deveres estabelecidos na legislação e na a) Não cumprir as determinações impostas pelas auto-
regulamentação aplicáveis e, nomeadamente, os seguintes: ridades administrativas;
a) Cumprir todas as normas legais e regulamentares b) Violar reiteradamente o cumprimento das disposi-
aplicáveis ao exercício da atividade; ções legais e regulamentares aplicáveis ao exercício da
b) Garantir níveis elevados de proteção dos consumi- atividade;
dores, de acordo com o previsto no anexo VII do presente c) Não cumprir, reiteradamente, com o envio da infor-
decreto-lei, que dele faz parte integrante; mação estabelecida na legislação e na regulamentação
c) Enviar às entidades competentes a informação pre- aplicáveis;
vista na legislação e na regulamentação aplicáveis; d) Não iniciar o exercício da atividade no prazo de um
d) Enviar, de dois em dois anos, e igualmente através ano após o seu registo, ou, tendo iniciado o seu exercício,
do balcão único eletrónico dos serviços, a informação o interromper por igual período, sendo esta inatividade
atualizada prevista no n.º 2 do artigo anterior; confirmada pelo operador da RNT.
e) Assegurar a prestação de informações transparentes
sobre os preços e tarifas aplicáveis e as condições normais 5 — O registo pode ainda ser revogado pela DGEG
de acesso e utilização dos seus serviços; na sequência de declaração de renúncia apresentada pelo
f) Prestar a demais informação devida aos clientes, respetivo titular, através do balcão único referido no ar-
nomeadamente sobre as opções tarifárias mais apropria- tigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e com a
das ao seu perfil de consumo, para além da informação antecedência mínima de quatro meses relativamente à data
identificada no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, pretendida para a produção dos respetivos efeitos, devendo
de 26 de julho; a DGEG, nessa data, proceder à revogação do registo.
g) Emitir faturação discriminada de acordo com as nor- 6 — O registo da atividade de comercialização é pessoal
mas aplicáveis; e intransmissível, com exceção das situações de reestru-
h) Proporcionar aos seus clientes meios de pagamento turação societária.
diversificados;
i) Não discriminar entre clientes e atuar com transpa- Artigo 50.º
rência nas suas operações; Informação sobre preços de comercialização de eletricidade
j) Facultar, a todo o momento e de forma gratuita, o
acesso do cliente aos seus dados de consumo, bem como 1 — Os comercializadores ficam obrigados a enviar à
o acesso a esses dados, mediante acordo do cliente, por ERSE, anualmente e sempre que ocorram alterações, nos
outro comercializador; termos do Regulamento de Relações Comerciais, uma
k) Disponibilizar aos clientes, a título gratuito, informa- tabela dos preços de referência que se propõem praticar
no âmbito da comercialização de eletricidade.
ção periódica sobre o seu consumo e custos efetivos, com
2 — Os comercializadores ficam, ainda, obrigados a:
vista à criação de incentivos para economias de energia;
l) Manter a situação de habilitação e de não impedi- a) Publicitar os preços de referência relativos aos for-
mento, bem como os meios necessários ao cumprimento necimentos em BT que praticam, designadamente nos
das obrigações impostas ao exercício da atividade de co- respetivos sítios na Internet e em conteúdos promocionais;
5588-(104) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
b) Enviar de seis em seis meses à ERSE os preços praticado no consumidor final, respetivos consumos e
efetivamente praticados a todos os clientes no semestre número de clientes, para os diversos segmentos ou bandas
anterior. de consumo nos diversos tipos de clientes;
b) Até ao final do mês de janeiro, informação relativa ao
3 — As faturas de eletricidade emitidas pelos comer- nível de tributação, incluindo os encargos não fiscais que
cializadores devem conter os elementos necessários a uma cubram os custos do sistema e as obrigações de serviço
completa, clara e adequada compreensão dos valores fa- público, assim como uma discriminação dos preços da
turados, nos termos fixados no Regulamento de Relações eletricidade nas suas diversas componentes;
Comerciais. c) Qualquer outra informação complementar que a
4 — A ERSE deve publicitar, no seu sítio na Internet, DGEG entenda como necessária para o exercício das suas
os preços de referência dos comercializadores para os competências em matéria estatística.
fornecimentos em BT, podendo complementar esta pu-
blicitação com outros meios adequados, designadamente 2 — A DGEG está obrigada a manter a confidenciali-
folhetos, tendo em vista informar os consumidores das dade da informação recebida ao abrigo do número anterior.
diversas opções ao nível de preços existentes no mer-
cado por forma a que estes, em cada momento, possam
Artigo 50.º-B
optar pelas melhores condições oferecidas pelo mercado.
5 — A informação prevista no presente artigo fica su- Informação centralizada aos consumidores
jeita a supervisão da ERSE, ficando os comercializadores
obrigados a facultar-lhe toda a documentação necessária e o 1 — A ERSE publica, na plataforma centralizada a que
acesso direto aos registos que suportam esta informação. se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 6.º do Decreto-Lei
6 — Os comercializadores ficam igualmente obrigados n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, as seguintes informa-
a manter, pelo menos durante um período de cinco anos, ções:
os registos relativos a todas as transações relevantes de a) Direitos e deveres dos consumidores;
contratos de fornecimento de eletricidade com clientes b) Os preços de referência relativos aos fornecimentos
grossistas e operadores de redes de transporte e distribui- em BT de todos os comercializadores;
ção, assim como os respetivos suportes contratuais, ficando c) Legislação em vigor;
estes auditáveis e sujeitos à supervisão da ERSE no âmbito d) A identificação dos meios à disposição dos consu-
das suas obrigações e competências. midores para o tratamento de reclamações e resolução
7 — A informação referida no número anterior deve extrajudicial de litígios.
especificar as características das transações relevantes,
tais como as relativas à duração, entrega e regularização, 2 — A plataforma referida no número anterior é gerida
quantidade e hora de execução, preços de transação e outros
e disponibilizada pela ERSE diretamente no seu sítio na
meios, sendo os métodos e disposições para a manutenção
dos registos objeto de regulamentação da ERSE, tendo Internet.
em consideração as orientações adotadas pela Comissão
Europeia. Artigo 50.º-C
8 — Com o objetivo de estabelecer uma referência para Reclamações e pedidos de clientes
os consumidores, e de os apoiar na contratação do forne-
cimento de energia elétrica, a ERSE deve elaborar, todos 1 — Sem prejuízo dos casos em que haja lugar à apli-
os anos, um relatório indicando os preços recomendados cação do regime previsto no Decreto-Lei n.º 156/2005, de
para o fornecimento em BT, os quais, para os efeitos aqui 15 de setembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007,
previstos, resultam da soma das tarifas de acesso às re- de 6 de novembro, 118/2009, de 19 de maio, e 317/2009,
des, tal como definidas no Regulamento Tarifário, com de 30 de outubro, os comercializadores devem implementar
os custos de referência da atividade de comercialização procedimentos adequados ao tratamento célere e harmo-
e com os custos médios de referência para a aquisição de nizado de reclamações e pedidos de informação que lhe
energia elétrica. sejam apresentados pelos clientes.
9 — Para os efeitos do número anterior, o custo de refe- 2 — Os procedimentos previstos no número anterior
rência da atividade da comercialização é determinado com devem permitir que as reclamações e pedidos apresentados
base na informação respeitante aos proveitos permitidos sejam decididos, de modo justo e rápido, de preferência no
ao comercializador de último recurso, no âmbito de uma prazo de três meses, prevendo um sistema de reembolso e
gestão criteriosa e eficiente. de indemnização por eventuais prejuízos.
10 — Para os efeitos do n.º 8, os custos médios de refe- 3 — Os requisitos a observar nos procedimentos referi-
rência para a aquisição de energia elétrica são determinados dos no número anterior são definidos na regulamentação
de acordo com o mecanismo de aprovisionamento eficiente da ERSE.
de energia elétrica por parte do comercializador de último 4 — Os comercializadores devem apresentar à ERSE,
recurso previsto no Regulamento Tarifário. anualmente, através do balcão único eletrónico dos servi-
ços, um relatório com a descrição das reclamações apre-
Artigo 50.º-A sentadas bem como o resultado das mesmas, nos termos
Informação para fins estatísticos previstos no Regulamento da Qualidade de Serviço.
5 — A ERSE publica na plataforma referida no ar-
1 — Os comercializadores ficam ainda obrigados a en- tigo 50.º-B as conclusões dos relatórios apresentados nos
viar à DGEG a informação seguidamente indicada: termos do número anterior, com a indicação do volume
a) Até ao final do mês seguinte ao fim de cada semestre, de reclamações recebidas pela ERSE e a identificação do
o preço médio, ponderado com a estrutura de consumos, comercializador em causa.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(105)
órgãos sociais ou participar nas estruturas de empresas que energia produzida pelos produtores de eletricidade em
exerçam quaisquer outras atividades do SEN, sem prejuízo regime especial com remuneração garantida nos termos
do estabelecido no n.º 8 do artigo 36.º do Decreto-Lei da lei e o custo real incorrido nas restantes formas de
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro; aquisição previstas no n.º 1 é repercutida na tarifa de uso
b) Cada comercializador de último recurso deve dispor de global de sistema, nos termos a estabelecer no Regula-
um código de boa conduta que assegure princípios de inde- mento Tarifário.
pendência funcional da gestão e proceder à sua publicitação. 7 — O comercializador de último recurso que adquira
eletricidade em quantidade excedentária face às suas ne-
8 — O comercializador de último recurso está sujeito cessidades deve revendê-la em mercado, em condições a
à regulação da ERSE, nos termos do Regulamento de definir no âmbito do Regulamento das Relações Comer-
Relações Comerciais, do Regulamento da Qualidade de ciais e no Regulamento Tarifário.
Serviço, do Regulamento Tarifário, do Regulamento de
Acesso às Redes e às Interligações e da demais regula- SECÇÃO IV
mentação aplicável.
Facilitador de mercado
Artigo 54.º
Artigo 55.º-A
Extinção e transmissão de licença de comercialização
de último recurso Facilitador de mercado
Sem prejuízo da caducidade prevista no n.º 2 do ar- 1 — A atividade do facilitador de mercado é exercida
tigo 73.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, nos termos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de
à extinção e transmissão da licença de comercialização 15 de fevereiro, e no presente decreto-lei.
de último recurso aplicam-se, com as devidas adaptações, 2 — O facilitador de mercado fica obrigado a adquirir
as disposições referidas no artigo 49.º, com exceção do a energia produzida pelos centros eletroprodutores em
disposto no n.º 5 do mesmo artigo. regime especial abrangidos pelo regime remuneratório
geral, designadamente o previsto na alínea a) do n.º 1 do
Artigo 55.º artigo 33.º-G, que pretendam vender-lhe a referida ener-
Aquisição de eletricidade pelo comercializador de último recurso
gia, ficando ainda obrigado à colocação da mesma em
mercado.
1 — Com vista a garantir o abastecimento a preços ra- 3 — A atividade do facilitador de mercado deve obe-
zoáveis, fácil e claramente comprováveis e transparentes, decer às condições estabelecidas no presente decreto-lei e
o comercializador de último recurso, constituído ao abrigo em legislação complementar, no Regulamento Tarifário, no
do n.º 1 do artigo 52.º: Regulamento de Relações Comerciais e no Regulamento
a) Deve adquirir a eletricidade produzida pelos produ- da Qualidade de Serviço.
tores em regime especial que beneficiem de remuneração
garantida nos termos da lei; Artigo 55.º-B
b) Deve adquirir a eletricidade para abastecer os seus Atribuição de licença de facilitador de mercado
clientes através de mecanismos de mercado, nomeada-
mente através de leilões, em condições a estabelecer por 1 — A atribuição da licença de facilitador de mercado
portaria do membro do Governo responsável pela área fica dependente da sua prévia sujeição a procedimento
da energia; concorrencial, cujas peças são aprovadas por despacho do
c) Pode adquirir eletricidade para abastecer os seus membro do Governo responsável pela área da energia.
clientes em mercados organizados; 2 — A entidade à qual seja atribuída a licença de fa-
d) Pode adquirir eletricidade através de contratos bi- cilitador de mercado fica obrigada ao cumprimento das
laterais ou através de mecanismos regulados, em ambos condições e dos deveres estabelecidos no presente decreto-
os casos previamente aprovados pela ERSE, nos termos -lei e na demais legislação aplicável.
estabelecidos no Regulamento de Relações Comerciais.
Artigo 55.º-C
2 — A obrigação prevista na alínea a) do número ante- Direitos e deveres do facilitador de mercado
rior não se aplica aos distribuidores em BT, na sua quali-
1 — Constitui direito do titular de licença de facilitador
dade de comercializadores de último recurso, nos termos do
de mercado o exercício da atividade licenciada, nos termos
artigo 73.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro.
da legislação e da regulamentação aplicáveis.
3 — O comercializador de último recurso deve gerir as
2 — Pelo exercício da atividade de facilitador de mer-
diferentes formas de contratação referidas no n.º 1 e aprova-
cado é devida uma remuneração, nos termos do Regula-
das pela ERSE para adquirir energia ao menor custo possível.
mento Tarifário, que assegure o equilíbrio económico e
4 — A ERSE fixa, no princípio de cada ano, os custos
financeiro da atividade licenciada, em condições de uma
estimados para a aquisição de eletricidade a aplicar na
gestão eficiente.
definição das tarifas do comercializador de último recurso.
3 — São, nomeadamente, deveres dos facilitadores de
5 — A diferença entre os custos reais de aquisição de
mercado:
energia elétrica pelo comercializador de último recurso e
os custos estimados a que se refere o número anterior é a) Adquirir energia nas condições estabelecidas na lei;
repercutida nas tarifas, nos termos a estabelecer no Regu- b) Enviar às entidades competentes a informação pre-
lamento Tarifário. vista na legislação e na regulamentação aplicáveis;
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a c) Cumprir todas as disposições legais e regulamentares
diferença entre os custos reais incorridos na aquisição de aplicáveis ao exercício da atividade.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(107)
4 — O facilitador de mercado está sujeito à regula- c) Fixar os critérios para a determinação dos índices
ção da ERSE, nos termos do Regulamento de Relações de preços referentes a cada um dos diferentes tipos de
Comerciais, do Regulamento da Qualidade de Serviço, contratos;
do Regulamento Tarifário, do Regulamento de Acesso d) Divulgar informação relativa ao funcionamento dos
às Redes e às Interligações e da demais regulamentação mercados de forma transparente e não discriminatória,
aplicável. devendo, nomeadamente, publicar informação, agregada
por agente, relativa a preços e quantidades transacionadas;
Artigo 55.º-D e) Comunicar ao operador da RNT toda a informação
relevante para a gestão técnica global do SEN e para a
Extinção e transmissão de licença de facilitador de mercado
gestão comercial da capacidade de interligação, nos termos
À extinção e transmissão da licença de facilitador de do Regulamento de Operação das Redes.
mercado aplicam-se as regras definidas nas peças do pro-
cedimento concorrencial previsto no n.º 1 do artigo 55.º-B 3 — (Revogado.)
e, subsidiariamente, com as devidas adaptações, as dispo- 4 — (Revogado.)
sições referidas no artigo 49.º
SECÇÃO VI
SECÇÃO V Operador logístico de mudança de comercializador
Mercado organizado
Artigo 58.º
Artigo 56.º Definição
Regime 1 — O operador logístico de mudança de comercializa-
1 — O mercado organizado corresponde a um sistema dor é a entidade que tem atribuições no âmbito da gestão
com diferentes modalidades de contratação que possibi- da mudança de comercializador de eletricidade, podendo
litam o encontro entre a oferta e a procura de eletricidade incluir, nomeadamente, a gestão dos equipamentos de
e de instrumentos cujo ativo subjacente seja eletricidade medida, a recolha de informação local ou à distância e o
ou ativo equivalente. fornecimento de informação sobre o consumo aos agentes
2 — O mercado organizado em que se realizam opera- de mercado.
ções a prazo sobre eletricidade ou ativo equivalente está 2 — O operador logístico de mudança de comercializa-
sujeito a autorização, mediante portaria dos membros do dor deve ser independente nos planos jurídico, organizativo
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da energia, e da tomada de decisões relativamente a entidades que
nos termos do n.º 3 do artigo 207.º do Código dos Valores exerçam atividades no âmbito do SEN e estar dotado dos
Mobiliários. recursos, das competências e da estrutura organizativa
3 — A entidade gestora do mercado deve ser autorizada adequados ao seu funcionamento como fornecedor dos
pelo membro do Governo responsável pela área da ener- serviços associados à gestão da mudança de comercia-
gia e, nos casos em que a legislação assim obrigue, pelo lizador.
membro do Governo responsável pela área das finanças. 3 — As funções, as condições e os procedimentos apli-
4 — Podem ser admitidos como membros do mercado cáveis ao exercício da atividade de operador logístico de
organizado os intermediários financeiros, produtores em mudança de comercializador, bem como a data da sua
regime ordinário, comercializadores e outros agentes que entrada em funcionamento, são estabelecidos em legislação
complementar.
reúnam os requisitos previstos no n.º 2 do artigo 206.º
4 — O operador logístico de mudança de comercializa-
do Código dos Valores Mobiliários e demais requisitos
dor fica sujeito à regulação da ERSE, sendo a sua remu-
fixados pela entidade gestora do mercado, nos termos a
neração fixada nos termos do Regulamento de Relações
regulamentar por portaria dos membros do Governo res-
Comerciais e no Regulamento Tarifário.
ponsáveis pelas áreas das finanças e da energia desde que 5 — Os comercializadores em regime de mercado de-
em qualquer dos casos tenham celebrado contrato com vem fornecer ao operador logístico de mudança de comer-
um participante do sistema de liquidação das operações cializador informação relativa às situações de incumpri-
realizadas nesse mercado. mento das obrigações de pagamento previstas nos contratos
de fornecimento que tenham motivado a interrupção do
Artigo 57.º fornecimento e a resolução dos referidos contratos, nos
Operadores de mercado termos a prever em legislação complementar.
6 — O operador logístico de mudança de comercializa-
1 — Os operadores de mercado são as entidades res- dor pode ser comum para o SEN e para o SNGN.
ponsáveis pela gestão do mercado organizado e pela con-
cretização de atividades conexas, nos termos do número
seguinte e da legislação financeira aplicável aos mercados CAPÍTULO VI
em que se realizam operações a prazo.
2 — São deveres dos operadores de mercado, nome- Regulamentação
adamente:
Artigo 59.º
a) Gerir mercados organizados de contratação de ele-
Regulamentos
tricidade;
b) Assegurar que os mercados referidos na alínea ante- Sem prejuízo de outros regulamentos previstos em le-
rior sejam dotados de adequados serviços de liquidação; gislação sobre o setor da eletricidade, as atividades pre-
5588-(108) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
operação de mercados de eletricidade reguladas no presente lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de
decreto-lei e os requisitos e os controlos equivalentes, ou fevereiro, a produção de eletricidade em regime ordinário.
comparáveis quanto à finalidade, a que o requerente já te-
nha sido submetido em Portugal ou noutro Estado membro Artigo 80.º
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu. Entrada em vigor
2 — O disposto no número anterior não é aplicável
ao cumprimento das condições diretamente referentes às O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
instalações físicas localizadas em território nacional, nem ao da sua publicação.
aos respetivos controlos por autoridade competente.
ANEXO I
Artigo 78.º-B
[a que se refere a alínea c) do n.º 3 do artigo 8.º]
Validade de permissões administrativas
Os registos de comercializador de eletricidade, a licença Elementos do projeto de centro eletroprodutor em regime
ordinário e outros elementos instrutórios do pedido
de comercializador de último recurso e a autorização de
gestor de mercados organizados de eletricidade têm vali- 1 — O projeto, em triplicado, acompanhado pelo termo
dade em todo o território de Portugal Continental. de responsabilidade pela sua elaboração, deve compreender:
a) Memória descritiva:
Artigo 78.º-C
Desmaterialização de procedimentos
Memória descritiva e justificativa indicando a natureza,
a importância, a função e as características das instalações
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações, ou e do equipamento, as condições gerais do seu estabeleci-
em geral quaisquer declarações entre os interessados e as mento e da sua exploração, os sistemas de ligação à terra,
autoridades competentes nos procedimentos previstos no as disposições principais adotadas para a produção de
presente decreto-lei e respetiva legislação regulamentar re- eletricidade, sua transformação, transporte e utilização ou
lativos às atividades de transporte, distribuição, comercia- a origem e o destino da energia a transportar e as proteções
lização, operação de mercados de eletricidade e operação contra sobreintensidades e sobretensões e os seus cálculos,
logística de mudança de comercializador de eletricidade, quando se justifique;
excetuados os procedimentos regulatórios e sancionatórios, Descrição, tipos e características dos geradores de ener-
devem ser efetuados através do balcão único eletrónico gia elétrica, transformadores e aparelhagem de corte e
dos serviços, a que se refere o artigo 6.º do Decreto-Lei proteção, bem como das caldeiras, das turbinas e de outros
n.º 92/2010, de 26 de julho, ou da plataforma eletrónica equipamentos;
de contratação pública, acessível através daquele balcão, Identificação das coordenadas retangulares planas do
se e conforme ao caso aplicáveis. sistema Hayford-Gauss referidas ao ponto central Melriça
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- (Datum 73) de todos os geradores;
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
disposto no número anterior, pode ser utilizado qualquer b) Desenhos:
outro meio legalmente admissível. Planta geral de localização da instalação referenciada
por coordenadas e em escala não inferior a 1:25 000, de
Artigo 78.º-D acordo com a respetiva norma, indicando a localização das
Cooperação administrativa obras principais, tais como centrais geradoras, subestações,
postos de corte, postos de transformação, e referenciadas
As autoridades competentes nos termos do presente as vias públicas rodoviárias e ferroviárias, cursos de água,
decreto-lei participam na cooperação administrativa, no construções urbanas e linhas já existentes;
âmbito dos procedimentos relativos a prestadores de ser- Plantas, alçados e cortes, em escala conveniente, escolhida
viços estabelecidos em outro Estado membro da União de acordo com a EN-ISO 5455, dos locais da instalação,
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, nos termos com a disposição do equipamento elétrico e mecânico, em
do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, número e com o pormenor suficiente para poder verificar-se
nomeadamente através do Sistema de Informação do Mer- a observância das disposições regulamentares de segurança
cado Interno (IMI). (para instalação de potência instalada superior a 1 MW, estes
elementos apenas são apresentados com o pedido de vistoria);
Artigo 79.º Esquemas elétricos gerais das instalações projetadas,
Norma revogatória com a indicação de todas as máquinas e de todos os apa-
relhos de medida e proteção e comando, usando os sinais
1 — São revogados o Decreto-Lei n.º 183/95, de 27 de gráficos normalizados.
julho, com exceção das disposições relativas à utilização
do domínio hídrico constantes dos artigos 6.º, 7.º e 53.º, Todas as peças do projeto são rubricadas pelo técnico
bem como os Decretos-Leis n.os 184/95 e 185/95, também responsável, à exceção da última peça escrita, em que
de 27 de julho, 184/2003 e 185/2003, ambos de 20 de devem constar a assinatura, o nome por extenso e as refe-
agosto, 36/2004, de 26 de fevereiro, e 192/2004, de 17 de rências da sua inscrição na entidade competente.
agosto, sem prejuízo da vigência transitória do Decreto-Lei As peças escritas e desenhadas que constituírem o pro-
n.º 183/95 e do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 185/2003, jeto devem ter dimensões normalizadas, ser elaboradas e
para os efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 61.º dobradas de acordo com as normas em vigor e as regras
2 — Fica excluída do âmbito de aplicação do Decreto- da técnica e ser numeradas ou identificadas por letras e
-Lei n.º 312/2001, de 10 de dezembro, com a redação que algarismos.
5588-(112) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
2 — O projeto deve ainda ser acompanhado dos se- 2 — Todas as peças do projeto são rubricadas pelo téc-
guintes elementos: nico responsável, à exceção da última peça escrita, onde
deve constar o seu nome por extenso, a sua assinatura e
a) Comprovativo de se achar constituído no requerente as referências da inscrição da DGEG.
o direito de utilização dos terrenos necessários à implan- 3 — As peças escritas e desenhadas que constituírem o
tação da instalação e dos seus acessórios, exceto no caso projeto devem ter dimensões normalizadas, ser elaboradas
de centros hidroelétricos; e dobradas de acordo com as normas em vigor e regras
b) Descrição sobre a localização precisa da instalação, da técnica e ser numeradas ou identificadas por letras e
indicando-se se ela está integrada em área protegida (Re- algarismos.
serva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional, 4 — Os documentos referidos nas alíneas a) e b) do
reserva ou parque natural, Rede Natura, etc.), acompanhada n.º 1 só são exigíveis aos promotores de parques eólicos
de implantação sobre extrato das cartas de ordenamento e no que lhes for aplicável.
condicionantes do PDM.
ANEXO III
ANEXO II
(a que se refere o n.º 6 do artigo 34.º)
(a que se refere o artigo 33.º-J)
Bases da concessão da Rede Nacional
Elementos do projeto de centro eletroprodutor a partir de Transporte de Eletricidade
de fontes de energia renováveis
1 — O projeto, em triplicado, acompanhado pelo termo
de responsabilidade pela sua elaboração, deve compreender: CAPÍTULO I
1 — No âmbito da gestão global do SEN, a concessio- a) Receber de todos os produtores em regime ordinário,
nária deve proceder à coordenação sistémica das infraes- dos produtores em regime especial com instalações que
truturas que constituem o SEN, de forma a assegurar o seu tenham uma potência instalada superior a 10 MVA e do
funcionamento integrado e harmonizado e a segurança e operador da rede nacional de distribuição toda a informa-
continuidade do abastecimento de eletricidade no curto, ção necessária para gerir os fluxos de eletricidade na rede,
médio e longo prazo, mediante o exercício das seguintes assegurando a sua interoperacionalidade com as redes a
funções: que esteja ligada;
b) Receber de todos os operadores de mercado e de to-
a) Gestão técnica do sistema, a qual integra a programa- dos os agentes que participam em sistemas de contratação
ção e monitorização constante do equilíbrio entre a oferta bilateral com entrega física de eletricidade a informação
das unidades de produção e a procura global de energia necessária para o estabelecimento dos programas de en-
elétrica, com o apoio de um controlo em tempo real de trada e saída na rede;
instalações e seus componentes por forma a corrigir, em c) Disponibilizar previsões de consumo aos agentes
tempo, os desequilíbrios, bem como a coordenação do de mercado;
funcionamento da rede de transporte, incluindo a gestão d) Proceder à verificação técnica da operação do SEN,
das interligações em MAT e dos pontos de entrega de tendo em conta os programas de produção e de consumo
energia elétrica ao operador da rede de distribuição em dos vários agentes de mercado;
MT e AT e a clientes ligados diretamente à rede de trans- e) Identificar as necessidades de serviços de sistema;
porte, observando os níveis de segurança, de qualidade e f) Operar um mercado de serviços de sistema;
de serviço estabelecidos na legislação e regulamentação g) Gerir os contratos de fornecimento de serviços de
nacionais e no quadro de referência da rede interligada da sistema que tenham sido estabelecidos bilateralmente
União Europeia; com agentes de mercado, de acordo com regras objetivas,
b) Gestão do mercado de serviços de sistema, a qual transparentes e não discriminatórias, e que promovam a
integra a operacionalização de um mercado de serviços de eficiência económica;
sistema e a contratação de serviços de sistema com recurso h) Prever a utilização dos equipamentos de produção e
a mecanismos eficientes, transparentes e competitivos para o nível das reservas hidroelétricas necessários à garantia
a reserva operacional do sistema e a compensação dos de segurança do abastecimento, no curto e médio prazo,
desvios de produção e de consumo de eletricidade, bem assim como os correspondentes níveis de risco de rutura
como as liquidações financeiras associadas às transações de abastecimento;
efetuadas no âmbito desta função, incluindo a liquidação i) Coordenar as indisponibilidades da rede de transporte
dos desvios, e a receção da informação dos agentes de e dos centros eletroprodutores e monitorizar as cotas das
mercado que sejam membros de mercados organizados ou grandes albufeiras, assim como a utilização da bombagem
que se tenham constituído como contraentes em contratos nos empreendimentos hidroelétricos com ciclos reversíveis,
bilaterais, relativamente aos factos suscetíveis de influen- podendo, nos casos em que a garantia de abastecimento
ciar o regular funcionamento do mercado ou a formação esteja em causa, alterar os planos de indisponibilidade
dos preços, nos termos previstos no Regulamento de Re- dos centros eletroprodutores e propor à entidade respon-
lações Comerciais; sável pela monitorização da segurança do abastecimento
c) Planeamento energético, através do desenvolvimento reservas mínimas para as albufeiras e verificar o respetivo
de estudos de planeamento integrado de recursos energéti- cumprimento;
cos e identificação das condições necessárias à segurança j) Determinar a capacidade disponível para fins comer-
do abastecimento futuro dos consumos de eletricidade ao ciais das interligações e definir os correspondentes progra-
nível da oferta, tendo em conta as interações entre o SEN mas de utilização, em coordenação com os operadores de
e o Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN) e as linhas sistemas vizinhos, no curto, médio e longo prazo;
de orientação da política energética nacional, estudos esses k) Gerir os mecanismos de resolução de congestiona-
que constituem referência para a função de planeamento mentos na rede e nas interligações;
da RNT e para a operação futura do sistema, bem como l) Instalar e operar um sistema de recolha e processa-
através da colaboração com a DGEG, nos termos da lei, mento de dados para acerto de contas entre as diferentes
na preparação dos RMSA no médio e longo prazo e dos entidades com as quais a concessionária se relaciona;
cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos CAE m) Criar e manter uma plataforma que assegure a gestão
cessados, dos montantes da correção de hidraulicidade, da certificação de instalações de cogeração e de produção
da interruptibilidade e dos incentivos a atribuir no âmbito de eletricidade a partir de fontes de energia renováveis e
do mecanismo de garantia de potência; a emissão das garantias de origem da respetiva produção;
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n) Desenvolver, com a regularidade imposta pela legis- da DGEG, com a antecedência mínima de dois anos rela-
lação aplicável e pela concessão, os estudos necessários à tivamente ao termo do prazo da concessão.
preparação de elementos prospetivos de referência sobre 4 — O disposto no número anterior não impede que o
a evolução, no médio e longo prazo, da combinação ade- concedente e a concessionária acordem, até ao termo do
quada para a oferta de energia e do necessário equilíbrio respetivo prazo, na renovação da concessão.
entre a procura de eletricidade e as respetivas infraestru-
turas de oferta; Base V
o) Colaborar com a DGEG na preparação dos RMSA Serviço público
de eletricidade, no médio e longo prazo;
p) Desenvolver os estudos e, sempre que tal lhe for 1 — A concessão é exercida em regime de serviço pú-
solicitado pelo concedente ou decorra da lei, efetuar os blico, sendo as suas atividades consideradas, para todos
cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos CAE os efeitos, de utilidade pública.
cessados, dos montantes da correção de hidraulicidade, 2 — No âmbito da concessão, a concessionária deve
da interruptiblidade e incentivos a atribuir no âmbito dos desempenhar as atividades de acordo com as exigências
mecanismos de garantia de potência; de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do
q) Desenvolver, com a regularidade necessária, os es- serviço, devendo adotar, para o efeito, os melhores meios
tudos de suporte ao planeamento das necessidades de re- e tecnologias geralmente utilizados no setor elétrico.
novação e expansão da RNT; 3 — A concessão é atribuída mediante contrato de con-
r) Preparar, de acordo com a legislação aplicável, os cessão, no qual outorga o membro do Governo responsável
PDIRT de eletricidade; pela área da energia, em representação do Estado.
s) Desenvolver e manter atualizadas as metodologias e
os modelos necessários à obtenção da informação de base Base VI
e à realização dos estudos, relatórios e planos referidos nas Princípios aplicáveis às relações com os produtores,
alíneas anteriores. distribuidores, comercializadores e outros utilizadores das redes
1 — A concessionária não pode estabelecer diferen-
3 — A concessionária deve sempre dispor, na área da ças de tratamento nas suas relações com os produtores,
concessão indicada na base II, dos meios e recursos técnicos distribuidores, comercializadores e outros utilizadores
e humanos apropriados, incluindo no plano dos sistemas de da rede que não resultem de condicionalismos legais ou
informação, bem como ter disponíveis os recursos finan- regulamentares ou da aplicação de critérios decorrentes de
ceiros necessários em cada momento para aquele efeito, uma conveniente e adequada gestão técnica do SEN, bem
de modo a assegurar, de acordo com elevados padrões de como de condicionalismos de natureza contratual, desde
qualidade, a prossecução das funções e o cumprimento que sancionados pela DGEG e pela ERSE, em função das
das obrigações a que se referem os números anteriores e suas competências.
a recolha, tratamento e disponibilização da informação 2 — A concessionária deve manter um registo de quei-
prevista nos n.os 4 e 5. xas que lhe tenham sido apresentadas pelas entidades re-
4 — A concessionária deve proceder à elaboração, re- feridas no número anterior.
colha, tratamento e conservação de todas as informações
e documentos relevantes para o exercício da atividade de
gestão global do SEN. CAPÍTULO II
5 — As informações e documentos a que se refere o Bens e meios afetos à concessão
número anterior dizem respeito, designadamente, à carac-
terização técnica e da operação do SEN, às previsões de Base VII
curto, médio e longo prazo sobre a evolução da oferta de
energia e o equilíbrio entre a procura de eletricidade e as Bens da concessão
respetivas infraestruturas de oferta, aos PDIRT, aos RMSA, 1 — Consideram-se afetos à concessão os bens que
aos CMEC, ao mecanismo de correção de hidraulicidade, constituem a rede de muito alta tensão, as interligações
à interruptibilidade e aos serviços de garantia de potência. e as instalações do despacho nacional, designadamente:
6 — O exercício da atividade de gestão global do SEN
desenvolve-se nos termos da legislação e da regulamenta- a) Linhas, subestações, postos de seccionamento e ins-
ção aplicáveis, designadamente do Regulamento de Rela- talações anexas;
ções Comerciais, do Regulamento de Operações das Redes, b) Os terrenos de que a concessionária é proprietária
do Regulamento do Acesso às Redes e às Interligações e afetos aos sítios dos centros eletroprodutores, identificados
do Regulamento da Rede de Transporte, bem como destas como vinculados nos Decretos-Leis n.os 183/95, de 27 de
bases e do contrato de concessão. julho, e 198/2003, de 2 de setembro;
c) Instalações afetas ao despacho nacional, incluindo
Base IV todo o equipamento indispensável ao seu funcionamento;
d) Instalações de telecomunicações, telecontagem e
Prazo da concessão telecomando afetas ao transporte e à coordenação do sis-
1 — A concessão tem a duração de 50 anos contados a tema eletroprodutor.
partir da data da celebração do respetivo contrato.
2 — A concessão pode ser renovada se o interesse pú- 2 — Consideram-se ainda afetos à concessão:
blico o justificar. a) Os imóveis pertencentes à concessionária em que se
3 — A intenção de renovação da concessão deve ser implantem os bens referidos no número anterior, assim
comunicada à concessionária, pelo concedente, através como as servidões constituídas;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(115)
b) Outros bens móveis ou imóveis necessários ao de- 3 — Os bens e direitos patrimoniais tornados desnecessá-
sempenho das atividades objeto da concessão; rios às atividades concedidas são abatidos ao inventário da
c) As relações jurídicas diretamente relacionadas com concessão, nos termos previstos no contrato de concessão.
a concessão, nomeadamente laborais, de empreitada, de
locação, de prestação de serviços, de receção e de entrega Base XII
de eletricidade, bem como os direitos de transporte atra-
Manutenção dos bens e meios afetos à concessão
vés de redes situadas no exterior da área da concessão.
A concessionária deve, durante o prazo de vigência
Base VIII da concessão, manter, a expensas suas, em bom estado
Instalações da rede de muito alta tensão
de funcionamento, conservação e segurança os bens e os
meios a ela afetos, efetuando para tanto as reparações,
1 — A rede de muito alta tensão é constituída pelas renovações e adaptações necessárias ao bom desempenho
instalações de: do serviço concedido.
a) Receção da eletricidade produzida por centros eletro-
produtores a ela ligados e através das interligações; Base XIII
b) Transmissão de eletricidade; Propriedade ou posse dos bens
c) Entrega de eletricidade a distribuidores;
d) Entrega de eletricidade a clientes finais abastecidos 1 — A concessionária detém a propriedade ou posse
em muito alta tensão. dos bens que integram a concessão até à extinção desta.
2 — Exclui-se do número anterior a posse dos sítios dos
2 — Podem ser exploradas pela concessionária da RNT centros eletroprodutores, quando, nos termos da legislação
as linhas de alta tensão e as instalações de receção em alta aplicável, tenha sido transmitida para os respetivos produtores.
tensão da eletricidade produzida em centros eletroprodu- 3 — Com a extinção da concessão, os bens a ela afetos
tores a ela ligados. revertem para o Estado nos termos previstos nas presentes
3 — Fazem igualmente parte da rede de muito alta ten- bases.
são os equipamentos de controlo e medição instalados nos
pontos de ligação de centros eletroprodutores que tenham Base XIII-A
uma potência instalada superior a 10 MVA e que estejam Objeto social, sede e ações da sociedade
ligados fisicamente a uma rede de distribuição.
4 — As instalações referidas no n.º 1 integram os bens a 1 — A concessionária deve ter como objeto social prin-
elas afetos, devendo os limites das instalações que se ligam cipal, ao longo de todo o período de duração da conces-
à RNT ser especificados nos documentos que aprovam o são, o exercício das atividades integradas no objeto da
respetivo projeto, nos termos do Regulamento de Licenças concessão, devendo manter ao longo do mesmo período
para Instalações Elétricas. a sua sede em Portugal e a forma de sociedade anónima,
regulada pela lei portuguesa.
Base IX 2 — O objeto social da concessionária pode incluir o
exercício de outras atividades para além das que integram
Interligações da RNT o objeto da concessão e, bem assim, a participação no
As interligações da RNT são constituídas pelas linhas capital de outras sociedades desde que seja respeitado o
de muito alta tensão que estabelecem as ligações na rede disposto nas presentes bases e na legislação aplicável ao
interligada. setor da eletricidade.
3 — Todas as ações representativas do capital social da
Base X concessionária são obrigatoriamente nominativas.
Instalações do despacho nacional 4 — A oneração e a transmissão de ações representa-
tivas do capital social da concessionária dependem, sob
1 — O despacho nacional é constituído pelas instalações pena de nulidade, de autorização prévia do membro do
especificamente destinadas à realização do despacho de: Governo responsável pela área da energia, a qual não pode
a) Centros eletroprodutores; ser infundadamente recusada e se considera tacitamente
b) Instalações da rede de muito alta tensão; concedida se não for recusada, por escrito, no prazo de
c) Interligações; 60 dias a contar da data da respetiva solicitação.
d) Instalações providas de sistemas de interruptibilidade. 5 — Excetua-se do disposto no número anterior a onera-
ção de ações efetuada em benefício das entidades financia-
2 — As instalações do despacho nacional incluem ainda doras da atividade que integra o objeto da concessão e no
os equipamentos e as instalações de telesserviço e de te- âmbito dos contratos de financiamento que venham a ser
lecomunicações. celebrados pela concessionária para o efeito, desde que as
entidades financiadoras assumam, nos referidos contratos,
Base XI a obrigação de obter a autorização prévia do concedente em
caso de execução das garantias de que resulte a transmissão
Inventário do património
a terceiros das ações oneradas.
1 — A concessionária deve elaborar um inventário do 6 — A oneração de ações referida no número anterior
património afeto à concessão, que mantém atualizado e à é comunicada ao concedente no prazo de 30 dias a contar
disposição do concedente. da data da constituição da mesma, devendo ser enviada ao
2 — No inventário a que se refere o número anterior concedente cópia autenticada do documento que formaliza
mencionam-se os ónus ou encargos que recaem sobre os a oneração, bem como informação detalhada sobre quais-
bens afetos à concessão. quer outros termos e condições que sejam estabelecidos.
5588-(116) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
1 — Sem prejuízo de outras limitações previstas nas 1 — A concessionária é obrigada a receber a eletricidade
presentes bases e no contrato de concessão, ficam sujeitas produzida pelos produtores ligados à RNT e a entregar a
a autorização prévia do concedente, através do membro do eletricidade ao distribuidor em AT e MT e aos clientes
Governo responsável pela área da energia, as deliberações ligados à RNT nas condições estabelecidas no presente
relativas à alteração do objeto social e à transformação, decreto-lei, no contrato de concessão, no Regulamento
fusão, cisão ou dissolução da sociedade concessionária. Tarifário, no Regulamento de Relações Comerciais e no
Regulamento da Qualidade de Serviço.
2 — Os acordos parassociais celebrados entre os acionis- 2 — A receção e a entrega de eletricidade, salvo caso
tas da concessionária, bem como as respetivas alterações, fortuito ou de força maior, só podem ser interrompidas
devem ser objeto de aprovação prévia pelo concedente, por razões de interesse público ou de serviço ou por facto
mediante despacho do membro do Governo responsável imputável ao produtor, ao distribuidor em AT e MT ou ao
pela área da energia. cliente ligado à RNT.
3 — As autorizações e aprovações previstas na pre-
sente base não podem ser infundadamente recusadas e Base XVI
consideram-se tacitamente concedidas se não forem re-
Interrupções por razões de interesse público ou de serviço
cusadas, por escrito, no prazo de 60 dias a contar a partir
da data da respetiva solicitação. 1 — A receção ou a entrega de eletricidade pode ser
interrompida por razões de interesse público, nomeada-
Base XIII-C mente quando se trate da execução de planos nacionais de
emergência energética declarada ao abrigo de legislação
Financiamento específica.
1 — A concessionária é responsável pela obtenção do 2 — A interrupção da receção ou da entrega de eletri-
financiamento necessário ao desenvolvimento do objeto cidade por razões de serviço num determinado ponto de
da concessão, por forma a cumprir cabal e atempadamente entrega tem lugar quando haja necessidade imperiosa de
realizar manobras ou trabalhos de ligação e reparação ou
todas as obrigações que assume no contrato de concessão.
conservação da rede desde que tenham sido esgotadas todas
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a as possibilidades de alimentação alternativa.
concessionária deve manter no final de cada ano um rácio 3 — Na situação prevista nos números anteriores, a
de autonomia financeira superior a 20 %. concessionária deve avisar com a antecedência mínima de
36 horas o distribuidor em AT e MT e os clientes ligados
CAPÍTULO III à RNT que possam vir a ser afetados, salvo no caso da
realização de trabalhos que a segurança de pessoas e bens
Obrigações, responsabilidades e fiscalização torne inadiáveis ou quando haja a necessidade urgente
da concessionária de deslastrar cargas, automática ou manualmente, para
garantir a segurança do sistema elétrico.
Base XIV 4 — A ocorrência das situações referidas nos n.os 1 e 2
dá origem a indemnização por parte da concessionária caso
Obrigações da concessionária esta não tenha tomado as medidas adequadas para evitar
1 — A concessionária está obrigada ao cumprimento tais situações, de acordo com a avaliação das entidades
do estabelecido no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fe- competentes.
vereiro, no corpo deste decreto-lei, nas presentes bases,
Base XVII
na demais legislação e em regulamentação aplicável, bem
como no contrato de concessão. Interrupção por facto imputável ao distribuidor ou ao cliente
2 — A concessionária deve explorar a concessão me- 1 — A concessionária pode interromper a entrega de
diante o exercício das atividades estabelecidas na base II eletricidade ao distribuidor ou a clientes ligados à RNT
e das funções que as integram, nos termos definidos no que causem perturbações que afetem a qualidade de ser-
Regulamento de Relações Comerciais. viço do SEN legalmente estabelecida quando, uma vez
3 — A concessionária obriga-se, em particular, a respei- identificadas as causas perturbadoras, aquelas entidades,
tar as disposições legais em matéria de certificação pela após aviso da concessionária, não corrijam as anomalias
ERSE, nos termos e condições previstos nos artigos 25.º-A em prazo adequado, tendo em consideração os trabalhos
a 25.º-F do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, a realizar.
republicado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012, de 8 de 2 — A concessionária pode ainda interromper a entrega
outubro, e nas normas que as venham a regulamentar, bem de eletricidade nos termos da regulamentação aplicável,
como a substituir, e a assegurar que pratica todos os atos e nomeadamente do Regulamento de Relações Comerciais.
diligências necessários, nomeadamente prestando toda a
informação e documentação relevante ou que lhe seja soli- Base XVIII
citada pelo concedente ou pela ERSE, com vista a garantir Interrupção da receção de eletricidade
a obtenção e a manutenção da referida certificação. de centros eletroprodutores
4 — O não cumprimento das obrigações previstas no A concessionária pode interromper a receção da eletri-
número anterior constitui incumprimento do contrato de cidade produzida por produtores que causem perturbações
concessão, incluindo para efeitos do disposto na base XXXII. que afetem a qualidade de serviço do SEN legalmente es-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(117)
tabelecida quando, uma vez identificadas as causas pertur- exercício dos poderes de supervisão, acompanhamento e
badoras, aqueles produtores, após aviso da concessionária, fiscalização da concessão, nomeadamente no que se refere
não corrijam as anomalias em prazo adequado, tendo em ao cumprimento das disposições legais e regulamentares
consideração os trabalhos a realizar. aplicáveis e do contrato de concessão.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a
Base XIX concessionária deve prestar todas as informações e facul-
tar todos os documentos que lhe forem solicitados, bem
Projetos
como permitir o livre acesso das entidades fiscalizadoras
1 — Constituem obrigação da concessionária a conce- a quaisquer instalações.
ção e a elaboração dos projetos relativos a remodelação e 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1 e sempre que exista
a expansão da rede de transporte de acordo com o estabe- motivo atendível, o concedente pode, nomeadamente:
lecido nos planos de desenvolvimento da RNT. a) Inquirir os representantes legais e quaisquer cola-
2 — A aprovação de quaisquer projetos pelo concedente boradores da concessionária, bem como solicitar-lhes os
não implica qualquer responsabilidade para este derivada documentos e outros elementos de informação que entenda
de erros de conceção ou da inadequação das instalações e necessários ou convenientes;
do equipamento ao serviço da concessão. b) Aceder livremente às instalações da concessionária
3 — (Revogado.) e proceder à busca, exame, tratamento e recolha de cópias
ou extratos dos documentos e outras informações na posse
Base XX da concessionária que julgue necessários ou convenientes,
Normas gerais relativas ao atravessamento incluindo através dos respetivos sistemas de informação;
de terrenos públicos ou de particulares c) Requerer à concessionária a realização dos estudos,
testes ou simulações, incluindo com recurso aos respetivos
No atravessamento de terrenos do domínio público ou sistemas de informação, que se enquadrem no exercício
de particulares, a concessionária deve adotar os procedi- das funções da concessionária, bem como acompanhar
mentos estabelecidos na legislação aplicável e proceder à e participar ativamente na sua preparação e realização,
reparação de todos os prejuízos que resultem dos trabalhos designadamente no âmbito da definição dos princípios de
executados. base da política energética;
d) Emitir ordens, determinações, diretivas ou instruções,
Base XXI no âmbito dos poderes de supervisão, acompanhamento
Cumprimento dos regulamentos e fiscalização.
No estabelecimento e na exploração da concessão, a 4 — O concedente pode recorrer a entidades terceiras
concessionária deve cumprir as normas e os regulamentos devidamente qualificadas para a prestação de assistência
aplicáveis, designadamente o Regulamento da Rede de técnica que repute conveniente no âmbito do exercício das
Transporte, o Regulamento de Operação das Redes, o Re- funções de supervisão, acompanhamento e fiscalização da
gulamento Tarifário, o Regulamento de Relações Comer- concessão, as quais gozam dos poderes referidos no número
ciais, o Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações anterior após comunicação à concessionária para o efeito.
e o Regulamento da Qualidade de Serviço.
Base XXIV
Base XXII
Auditoria
Informações
O operador da rede de transporte fica sujeito a auditoria
1 — A concessionária tem a obrigação de fornecer ao da DGEG e da ERSE, em função das suas competências.
concedente, através da DGEG, todos os documentos e
outros elementos de informação relativos à concessão Base XXV
que este entenda dever solicitar-lhe, em particular no que
respeita aos obtidos no âmbito do exercício da atividade Responsabilidade civil
de gestão global do SEN, nos termos da base III. 1 — Para os efeitos do disposto no artigo 509.º do Có-
2 — As informações e documentos solicitados pelo digo Civil, entende-se que a utilização das instalações
concedente devem ser fornecidos no prazo de 10 dias integradas na concessão é feita no exclusivo interesse da
úteis, salvo se for por este fixado um prazo diferente, por concessionária.
decisão fundamentada. 2 — A concessionária fica obrigada à contratação de um
3 — A não prestação ou a prestação de informações seguro de responsabilidade civil para cobertura dos danos
falsas, inexatas ou incompletas, em resposta ao pedido materiais e corporais causados a terceiros emergentes de facto
do concedente, no prazo por este fixado, constitui incum- ocorrido ao abrigo do número anterior, sendo o seu montante
primento do contrato de concessão, designadamente para mínimo fixado por portaria do membro do Governo respon-
efeitos da base XXXII. sável pela área da energia, atualizável anualmente de acordo
4 — A concessionária tem igualmente a obrigação de com o índice de preços no consumidor, sem habitação, no
fornecer à ERSE a informação prevista na lei aplicável. continente, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística.
3 — O capital seguro pode ser revisto em função de
Base XXIII alterações que ocorram na natureza, na dimensão e no
Supervisão, acompanhamento e fiscalização
grau de risco.
4 — A concessionária deve apresentar na DGEG os
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas a ou- documentos comprovativos da celebração do seguro, bem
tras entidades, designadamente à ERSE, cabe à DGEG o como da atualização referida no número anterior.
5588-(118) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
8 — Enquanto a retoma normal das obrigações suspensas 8 — O valor máximo das multas estabelecido nas pre-
não for possível, subsistem as obrigações da concessionária na sentes bases é automaticamente atualizado em janeiro de
medida em que a sua execução seja materialmente possível. cada ano, de acordo com o índice de preços ao consumi-
9 — A concessionária deve mitigar, por qualquer meio dor no continente, excluindo habitação, publicado pelo
razoável e apropriado ao seu dispor, os efeitos da verifi- Instituto Nacional de Estatística, referente ao ano anterior.
cação de um caso de força maior. 9 — A aplicação de multas ou sanções pecuniárias
compulsórias não prejudica a aplicação de outras sanções
Base XXXII contratuais nem isenta a concessionária de responsabili-
Multas contratuais
dade civil, criminal e contraordenacional em que incorrer
perante o concedente ou terceiro.
1 — Sem prejuízo dos demais direitos e prerrogativas de
que o concedente disponha nos termos da lei e das presentes Base XXXIII
bases, o incumprimento pela concessionária das obrigações
Sequestro
assumidas no âmbito do contrato de concessão pode ser
sancionado, por decisão do concedente, pela aplicação de 1 — O concedente, mediante despacho do membro do
multas contratuais, cujo montante varia até € 10 000 000, Governo responsável pela área da energia, pode tomar conta
em função da gravidade da infração cometida, do grau de da concessão quando se verifiquem graves deficiências na
culpa, dos riscos daí derivados para a segurança da rede respetiva organização e funcionamento, no estado geral
ou de terceiros, dos prejuízos efetivamente causados e das instalações e dos equipamentos, ou no cumprimento
da diligência que a concessionária tenha empreendido na das suas obrigações enquanto gestor global do SEN, que
superação das consequências. sejam suscetíveis de comprometer a regularidade ou quali-
2 — Sem prejuízo dos demais direitos e prerrogativas dade do serviço ou a segurança do abastecimento do SEN.
de que o concedente disponha nos termos da lei e das pre- 2 — Verificado o sequestro, a concessionária suporta
sentes bases, o não cumprimento do disposto nas bases XXII os encargos que resultarem para o concedente do exercí-
e XXIII sujeita ainda a concessionária às seguintes sanções: cio da concessão, bem como as despesas extraordinárias
a) Ao pagamento de multa até ao montante de necessárias ao restabelecimento da normalidade.
€ 5 000 000, variando o respetivo montante em função 3 — Logo que cessem as razões do sequestro e o con-
da relevância dos documentos ou informações para o fun- cedente o julgar oportuno, é a concessionária notificada
cionamento do SEN, do carácter reiterado ou ocasional do para retomar, na data que lhe for fixada, o normal exercício
incumprimento, do grau de culpa, dos riscos daí derivados da concessão.
para a segurança da rede ou de terceiros, dos prejuízos 4 — Se a concessionária não quiser ou não puder reto-
efetivamente causados e da diligência que a concessio- mar esse exercício, pode o membro do Governo respon-
nária tenha empreendido na superação de consequências; sável pela área da energia determinar a imediata resolução
b) Em alternativa e quando tal se justifique, a uma san- do contrato de concessão.
ção pecuniária compulsória, num montante que não exceda 5 — No caso de a concessionária ter retomado o exercí-
5 % do montante máximo da multa que seria aplicável cio da concessão e continuarem a verificar-se graves defici-
nos termos da alínea anterior, por dia de atraso, a contar ências no mesmo, pode o membro do Governo responsável
da data fixada na decisão do concedente que determinou pela área da energia ordenar novo sequestro ou determinar
a prestação das informações, até ao montante máximo a imediata resolução do contrato de concessão.
global de € 5 000 000.
CAPÍTULO VI
3 — A aplicação de multas contratuais e sanções pe-
cuniárias compulsórias depende de notificação prévia da Alteração e extinção do contrato de concessão
concessionária pelo concedente para reparar o incumpri-
mento e do não cumprimento, pela concessionária, do Base XXXIV
prazo de reparação fixado nessa notificação nos termos Alteração do contrato de concessão
do número seguinte, ou da não reparação integral da falta
no mesmo prazo. 1 — As cláusulas do contrato de concessão podem ser
4 — O prazo de reparação do incumprimento é fixado alteradas por mútuo acordo desde que a alteração não
pelo concedente de acordo com critérios de razoabilidade envolva a violação do regime jurídico da concessão nem
e deve ter sempre em atenção a defesa do interesse pú- implique a derrogação das presentes bases.
blico e a manutenção em funcionamento da concessão. 2 — Com o objetivo de assegurar a permanente ade-
5 — A concessionária pode, no prazo fixado na notifi- quação da concessão às exigências da regularidade, da
cação a que se refere o n.º 3, e em momento anterior ao continuidade e da qualidade do serviço público ou por
da aplicação de quaisquer multas contratuais ou sanções alteração do regime de exclusivo que decorra da trans-
pecuniárias compulsórias, exercer por escrito o seu direito posição para o direito português de legislação da União
de defesa. Europeia, o concedente reserva-se o direito de alterar as
6 — É da competência do diretor-geral de energia e condições da sua exploração.
geologia a aplicação das multas contratuais e sanções pe- 3 — Quando, por efeito do número anterior, se alterem
cuniárias compulsórias. significativamente as condições de exploração, o conce-
7 — Caso a concessionária não proceda ao pagamento dente compromete-se a promover a reposição do equilíbrio
voluntário das multas contratuais ou sanções pecuniárias contratual desde que a concessionária, neste último caso,
compulsórias que lhe forem aplicadas no prazo de 20 dias faça a prova de não poder prover a tal reposição recorrendo
a contar da sua fixação e notificação pelo concedente, aos meios resultantes de uma correta e prudente gestão
este pode utilizar a caução para pagamento das mesmas. financeira e a prova seja aceite pelo concedente.
5588-(120) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
2 — Mediante autorização do membro do Governo res- 2 — A concessionária deve manter um registo das quei-
ponsável pela área da energia, solicitada caso a caso, a con- xas que lhe tenham sido apresentadas pelas entidades re-
cessionária pode exercer outras atividades com fundamento feridas no número anterior.
no proveito daí resultante para o interesse da concessão.
CAPÍTULO II
Base II
Âmbito da concessão
Bens e meios afetos à concessão
Base XXVII tivo montante em função do grau de culpa, dos riscos daí
Remuneração
derivados para a segurança da rede ou de terceiros, dos
prejuízos efetivamente causados e da diligência que tenha
Pela exploração da concessão é assegurada à concessio- posto na superação das consequências.
nária uma remuneração, nos termos do Regulamento Tari- 2 — A aplicação das multas previstas no número anterior
fário, que assegure o seu equilíbrio económico-financeiro é da competência do diretor-geral de energia e geologia.
nas condições de uma gestão eficiente. 3 — As multas que não forem pagas voluntariamente
ou cuja reclamação não tenha sido atendida podem, de-
corridos 30 dias sobre a respetiva notificação, ser levan-
CAPÍTULO V tadas da caução a que se refere a base XVIII desde que o
Garantias do cumprimento do contrato de concessão levantamento seja precedido de despacho do membro do
Governo responsável pela área da energia, sob proposta
Base XXVIII do diretor-geral de energia e geologia.
4 — O pagamento das multas não isenta a concessio-
Caução nária da responsabilidade civil, criminal ou contraordena-
1 — Para a garantia do cumprimento dos deveres emer- cional em que incorrer.
gentes do contrato de concessão, a concessionária deve,
se o membro do Governo responsável pela área da ener- Base XXXI
gia assim o determinar, prestar uma caução no valor até Sequestro
€ 25 000 000.
2 — Nos casos em que a concessionária não tenha pago 1 — O concedente, mediante despacho do membro
e não tenha contestado as multas aplicadas por incumpri- do Governo responsável pela área da energia, pode to-
mento das obrigações contratuais, pode ser determinado o mar conta da concessão quando se verificarem graves
recurso àquela caução, sem dependência de decisão judi- deficiências na respetiva organização e no funcionamento
cial, mediante despacho do membro do Governo respon- ou no estado geral das instalações e dos equipamentos
sável pela área da energia. que sejam suscetíveis de comprometer a regularidade ou
3 — A eventual diminuição da caução, por força de qualidade do serviço.
levantamentos que dela sejam feitos nos termos do número 2 — Verificado o sequestro, a concessionária suporta
anterior, implica, para a concessionária, a obrigação de os encargos que resultarem para o concedente do exercí-
proceder à sua reconstituição no prazo de um mês contado cio da concessão, bem como as despesas extraordinárias
a partir da data de utilização. necessárias ao restabelecimento da normalidade.
4 — A caução só pode ser levantada um ano após a data 3 — Logo que cessem as razões do sequestro e o con-
da extinção do contrato de concessão ou, por acordo com cedente o julgar oportuno, é a concessionária notificada
o concedente, após a extinção da concessão, mas antes do para retomar, na data que lhe for fixada, o normal exercício
decurso daquele prazo. da concessão.
5 — A caução pode ser prestada por depósito em di- 4 — Se a concessionária não quiser ou não puder reto-
nheiro, por garantia bancária autónoma cujo texto deve ser mar esse exercício, pode o membro do Governo respon-
previamente aprovado pela DGEG ou por qualquer outra sável pela área da energia determinar a imediata resolução
forma prevista na lei. do contrato de concessão.
5 — No caso de a concessionária ter retomado o exer-
Base XXIX cício da concessão e continuarem a verificar-se graves
deficiências no mesmo, pode o membro do Governo res-
Responsabilidade da concessionária por incumprimento ponsável pela área da energia ordenar novo sequestro ou
1 — Por violação do contrato de concessão, a conces- determinar a imediata resolução do contrato de concessão.
sionária incorre em responsabilidade perante o concedente.
2 — A responsabilidade da concessionária cessa sempre CAPÍTULO VI
que ocorra caso fortuito ou de força maior, ficando a seu
cargo apresentar prova da ocorrência. Alteração e extinção do contrato de concessão
3 — A concessionária deve informar a DGEG o mais
rapidamente possível da ocorrência de qualquer facto pre- Base XXXII
visto no número anterior, por qualquer meio de comunica-
Alteração do contrato de concessão
ção adequado, devendo confirmar por carta na qual indique
as medidas essenciais que tomou ou pretende tomar para 1 — As cláusulas do contrato de concessão podem ser
fazer face à situação ocorrida. alteradas por mútuo acordo desde que a alteração não
4 — Na situação prevista no número anterior, a con- envolva a violação do regime jurídico da concessão nem
cessionária deve tomar imediatamente as medidas que implique a derrogação das presentes bases.
sejam necessárias para assegurar a retoma normal das 2 — Com o objetivo de assegurar a permanente adequação
obrigações suspensas. da concessão às exigências da regularidade, continuidade
e qualidade do serviço público ou por alteração do regime
Base XXX de exclusivo que decorra da transposição para o direito
português de legislação da União Europeia, o concedente
Multas contratuais
reserva-se o direito de alterar as condições da sua exploração.
1 — Pelo incumprimento de obrigações assumidas no 3 — Quando, por efeito do número anterior, se alterem
âmbito do contrato de concessão, pode a concessionária significativamente as condições de exploração, o conce-
ser punida com multa até € 10 000 000, variando o respe- dente compromete-se a promover a reposição do equilí-
5588-(126) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012
brio contratual desde que a concessionária, neste último lhes for determinado, nunca superior a três meses, propo-
caso, faça prova de não poder prover a tal reposição re- rem uma solução que possa sobrestar à resolução, desde
correndo aos meios resultantes de uma correta e prudente que o concedente com ela concorde.
gestão financeira e a prova seja aceite pelo concedente. 5 — A concessionária não pode resolver o contrato de
concessão com fundamento na alteração do regime de
Base XXXIII exclusivo que decorra da transposição para o direito por-
Extinção da concessão
tuguês de legislação da União Europeia.
6 — A resolução do contrato de concessão produz os
1 — A concessão extingue-se por acordo entre o Es- seus efeitos desde a data da sua comunicação à outra parte
tado e a concessionária, por resolução, por resgate e por por carta registada com aviso de receção.
decurso do prazo. 7 — As penalidades por resolução do contrato de con-
2 — A extinção da concessão opera a transmissão para o cessão, bem como as eventuais indemnizações, são esta-
Estado, consoante os casos, dos bens e meios a ela afetos, belecidas no contrato de concessão.
nos termos das presentes bases.
3 — Da transmissão prevista no número anterior Base XXXV
excluem-se, além dos bens e meios não afetos à conces-
Resgate da concessão
são, os fundos consignados à garantia ou à cobertura de
obrigações da concessionária de cujo cumprimento lhe 1 — O Estado pode resgatar a concessão sempre que
seja dada quitação pelo concedente, a qual se presume motivos de interesse público o justifiquem, decorridos que
se decorrido um ano sobre a extinção da concessão não sejam 10 anos sobre a data de início do respetivo prazo.
houver declaração em contrário pelo membro do Governo 2 — O resgate da concessão processa-se mediante carta
responsável pela área da energia. registada com aviso de receção, com, pelo menos, um ano
4 — A tomada de posse da concessão pelo Estado é de antecedência em relação à data da efetivação do resgate.
precedida de vistoria ad perpetuam rei memoriam, reali- 3 — Decorrido o período de aviso de resgate, o Es-
zada pela DGEG, a que assistem representantes da con- tado assume todos os bens e meios que estejam afetos à
cessionária. concessão à data desse aviso e ainda aqueles que tenham
sido adquiridos pela concessionária durante o período de
Base XXXIV aviso, desde que tenham sido autorizados pelo membro do
Resolução do contrato por incumprimento Governo responsável pela área da energia.
4 — A assunção de obrigações por parte do Estado é
1 — O concedente, pelo membro do Governo responsá- feita sem prejuízo do seu direito de regresso sobre a conces-
vel pela área da energia, pode resolver o contrato quando sionária pelas obrigações por esta contraídas que tenham
ocorra qualquer dos seguintes factos: exorbitado da gestão normal da concessão.
a) Desvio do objeto da concessão; 5 — Pelo resgate, a concessionária tem direito a uma
b) Suspensão da atividade objeto da concessão; indemnização determinada por uma terceira entidade es-
c) Oposição reiterada ao exercício da fiscalização, colhida por acordo entre o concedente e a concessionária,
repetida desobediência às determinações do concedente devendo a fixação do montante da indemnização atender ao
ou sistemática inobservância das leis e dos regulamentos valor contabilístico, à data do resgate, dos bens revertidos
aplicáveis à exploração, quando se mostrem ineficazes as para o concedente, livres de quaisquer ónus ou encargos,
sanções aplicadas; e ao valor de eventuais lucros cessantes.
d) Recusa em proceder às adequadas conservação e 6 — O valor contabilístico dos bens referidos no número
reparação das infraestruturas ou ainda à necessária am- anterior entende-se líquido de amortizações e de comparti-
pliação da rede; cipações financeiras e subsídios a fundo perdido, incluindo-
e) Cobrança dolosa de preços com valor superior aos -se nestes o valor dos bens cedidos pelo concedente.
fixados; 7 — Na determinação da indemnização apenas devem
f) Falência da concessionária; ser considerados os bens que tenham sido aprovados pela
g) Transmissão da concessão ou subconcessão não au- ERSE para os efeitos de fixação das tarifas de eletricidade.
torizada; 8 — Para os efeitos do cálculo da indemnização pre-
h) Violação grave das cláusulas do contrato; vista na presente base, o valor dos bens que se encon-
i) Recusa da reconstituição atempada da caução. trem anormalmente depreciados ou deteriorados devido
a deficiências da concessionária na sua manutenção ou
2 — Não constituem causas de resolução os factos ocor- reparação é determinado de acordo com o seu estado de
ridos por motivos de força maior, os que o concedente, funcionamento efetivo.
pelo membro do Governo responsável pela área da energia,
aceite como justificados. Base XXXVI
3 — Quando as faltas forem causadas por mera negli- Extinção da concessão por decurso do prazo
gência e suscetíveis de correção, o concedente não rescinde
o contrato de concessão sem previamente avisar a con- 1 — A concessão extingue-se pelo decurso do respe-
cessionária para, num prazo razoável que lhe for fixado, tivo prazo, transmitindo-se para o Estado nos termos das
cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou presentes bases.
reparar as consequências da sua negligência. 2 — Cessando a concessão pelo decurso do respetivo
4 — No caso de pretender resolver o contrato, desig- prazo, o Estado paga à concessionária uma indemnização
nadamente pelo facto referido na alínea f) do n.º 1, o con- correspondente ao valor contabilístico dos bens afetos à
cedente deve ainda notificar os principais credores da concessão por ela adquiridos com referência ao último ba-
concessionária que sejam conhecidos para, no prazo que lanço aprovado, nos termos dos n.os 6, 7 e 8 da base anterior.
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1 — Sob pena de nulidade dos respetivos atos ou con- 1 — A concessão tem por objeto o estabelecimento
tratos, a concessionária não pode, sem prévia autorização e a exploração da rede municipal de distribuição de
do membro do Governo responsável pela área da energia, eletricidade em BT em regime de serviço público, em
transmitir, subconceder ou onerar, por qualquer forma, a exclusivo.
concessão. 2 — Mediante autorização da câmara municipal, soli-
2 — É equiparada à transmissão da concessão a alie- citada caso a caso, a concessionária pode exercer outras
nação de ações contra o disposto nos respetivos estatutos. atividades com fundamento no proveito daí resultante para
3 — No caso de subconcessão, total ou parcial, quando o interesse da concessão.
autorizada, a concessionária mantém os direitos e continua
sujeita às obrigações decorrentes do contrato de concessão. Base II
4 — Se à data da extinção da concessão se mantiverem Âmbito da concessão
ónus ou encargos respeitantes aos contratos de aquisição
de bens das respetivas infraestruturas, o Estado assumi- 1 — A concessão da rede municipal de distribuição de
-los-á desde que o membro do Governo responsável pela eletricidade em BT integra a operação da respetiva rede
área da energia haja autorizado a sua contratação pela e compreende:
concessionária e não se trate de obrigações já vencidas e a) A exploração e a manutenção da rede de distribuição;
não cumpridas. b) A gestão dos fluxos de eletricidade na rede;
c) O planeamento, a construção e a gestão técnica da rede.
CAPÍTULO VII
2 — A área da concessão não pode ser superior à área
Composição de litígios de um município ou de um grupo de municípios agrupados
nos termos da legislação em vigor.
Base XXXIX
Base III
Litígios entre o concedente e a concessionária
Prazo da concessão
O concedente e a concessionária podem celebrar conven-
ções de arbitragem destinadas à solução legal ou segundo 1 — A concessão tem a duração de 20 anos contados a
a equidade, conforme nelas se determinar, de quaisquer partir da data da celebração do respetivo contrato.
questões emergentes do contrato de concessão. 2 — O prazo de concessão é estabelecido no caderno
de encargos do concurso para a atribuição da respetiva
Base XL concessão.
Litígios entre a concessionária e os utilizadores
da rede de distribuição Base IV
Serviço público
1 — A concessionária, os produtores, os distribuidores
em BT, os comercializadores de eletricidade e a conces- 1 — A concessão é exercida em regime de serviço pú-
sionária da RNT, bem como outras entidades que se en- blico, sendo as suas atividades consideradas, para todos
contrem ligadas à RND, podem celebrar convenções de os efeitos, de utilidade pública.
arbitragem para solução dos litígios emergentes dos res- 2 — No âmbito da concessão, a concessionária deve
petivos contratos ou aderir a processos de arbitragem, nos desempenhar as atividades de acordo com as exigências
termos previstos no Regulamento de Relações Comerciais. de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do
2 — Os atos da concessionária praticados por via ad- serviço, devendo adotar, para o efeito, os melhores meios
ministrativa, nos casos em que a lei, os regulamentos ou o e tecnologias geralmente utilizados no setor elétrico.
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do decreto-lei, nas presentes bases, na demais legislação e em que afetem a qualidade de serviço do SEN legalmente es-
regulamentação aplicável, bem como no contrato de concessão. tabelecida quando, uma vez identificadas as causas pertur-
badoras, aqueles produtores, após aviso da concessionária,
Base XIV não corrijam as anomalias em prazo adequado, tendo em
Obrigação de receção e de entrega de eletricidade
consideração os trabalhos a realizar.
e) Cobrança dolosa de preços com valor superior aos dido, incluindo-se nestes o valor dos bens cedidos pelo
fixados; concedente.
f) Falência da concessionária; 7 — Na determinação da indemnização apenas devem
g) Transmissão da concessão ou subconcessão não au- ser considerados os bens que tenham sido aprovados
torizada; pela ERSE para os efeitos de fixação das tarifas de ele-
h) Violação grave das cláusulas do contrato; tricidade.
i) Recusa da reconstituição atempada da caução. 8 — Para os efeitos do cálculo da indemnização pre-
vista na presente base, o valor dos bens que se encon-
2 — Não constituem causas de resolução os factos ocor- trem anormalmente depreciados ou deteriorados devido
ridos por motivos de força maior. a deficiências da concessionária na sua manutenção ou
3 — Quando as faltas forem causadas por mera negli- reparação é determinado de acordo com o seu estado de
gência e suscetíveis de correção, o concedente não rescinde funcionamento efetivo.
o contrato de concessão sem previamente avisar a con-
cessionária para, num prazo razoável que lhe for fixado, Base XXXVIII
cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou Extinção da concessão por decurso do prazo
reparar as consequências da sua negligência.
4 — No caso de pretender resolver o contrato, desig- 1 — A concessão extingue-se pelo decurso do respetivo
nadamente pelo facto referido na alínea f) do n.º 1, o con- prazo, transmitindo-se para o concedente nos termos das
cedente deve ainda notificar os principais credores da presentes bases.
concessionária que sejam conhecidos para, no prazo que 2 — Cessando a concessão pelo decurso do respetivo
lhes for determinado, nunca superior a três meses, propo- prazo, o concedente paga à concessionária uma indem-
rem uma solução que possa sobrestar à resolução, desde nização correspondente ao valor contabilístico dos bens
que o concedente com ela concorde. afetos à concessão por ela adquiridos com referência ao
5 — A concessionária não pode resolver o contrato de último balanço aprovado, nos termos dos n.os 6, 7 e 8 da
concessão com fundamento na alteração do regime de base anterior.
exclusivo que decorra da transposição para o direito por-
tuguês de legislação da União Europeia. Base XXXIX
6 — A resolução do contrato de concessão produz os Procedimento para termo da concessão
seus efeitos desde a data da sua comunicação à outra parte
por carta registada e com aviso de receção. 1 — O concedente reserva-se o direito de tomar nos
7 — As penalidades por resolução do contrato de con- últimos dois anos do prazo da concessão as providências
cessão, bem como as eventuais indemnizações, são esta- que julgar convenientes para assegurar a continuação do
belecidas no contrato de concessão. serviço no termo da concessão ou as medidas necessárias
para efetuar, durante o mesmo prazo, a transferência pro-
Base XXXVII gressiva das atividades exercidas pela concessionária que
cessa o seu contrato para uma nova entidade encarregada
Resgate da concessão
da gestão do serviço.
1 — O concedente pode resgatar a concessão sempre 2 — Se no termo da concessão o concedente não
que motivos de interesse público o justifiquem, decorridos tiver ainda renovado o respetivo contrato ou não tiver
que sejam cinco anos sobre a data de início do respetivo decidido quanto ao novo modo ou entidade encarregada
prazo. da gestão do serviço, pode, se assim o desejar, acordar
2 — O resgate da concessão processa-se mediante carta a continuação do contrato de concessão com a conces-
registada e com aviso de receção com, pelo menos, um sionária, até ao limite máximo de um ano, mediante
ano de antecedência em relação à data da efetivação do arrendamento, prestação de serviços ou qualquer outro
resgate. título contratual.
3 — Decorrido o período de aviso de resgate, o conce-
dente assume todos os bens e meios que estejam afetos à Base XL
concessão à data desse aviso e ainda aqueles que tenham
Transmissão e oneração de concessão
sido adquiridos pela concessionária durante o período
de aviso desde que tenham sido autorizados pela câmara 1 — Sob pena de nulidade dos respetivos atos ou con-
municipal. tratos, a concessionária não pode, sem prévia autorização
4 — A assunção de obrigações por parte do concedente da câmara municipal, transmitir, subconceder ou onerar,
é feita sem prejuízo do seu direito de regresso sobre a por qualquer forma, a concessão.
concessionária pelas obrigações por esta contraídas que 2 — É equiparada à transmissão da concessão a alie-
tenham exorbitado da gestão normal da concessão. nação de ações contra o disposto nos respetivos estatutos.
5 — Pelo resgate, a concessionária tem direito a uma 3 — No caso de subconcessão, total ou parcial, quando
indemnização determinada por uma terceira entidade es- autorizada, a concessionária mantém os direitos e continua
colhida por acordo entre o concedente e a concessionária, sujeita às obrigações decorrentes do contrato de conces-
devendo a fixação do montante da indemnização atender ao são.
valor contabilístico, à data do resgate, dos bens revertidos 4 — Se à data da extinção da concessão se mantiverem
para o concedente, livres de quaisquer ónus ou encargos, ónus ou encargos respeitantes aos contratos de aquisição
e ao valor de eventuais lucros cessantes. de bens das respetivas infraestruturas, o município assumi-
6 — O valor contabilístico dos bens referidos no nú- -los-á desde que tenha autorizado a sua contratação pela
mero anterior entende-se líquido de amortizações e de concessionária e não se trate de obrigações já vencidas e
comparticipações financeiras e subsídios a fundo per- não cumpridas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(133)
Declaração de habilitação e não impedimento ao exercício 2 — As condições contratuais devem ser equitativas
da atividade de comercialização de eletricidade e previamente conhecidas, devendo, em qualquer caso,
ser prestadas antes da celebração ou da confirmação do
1 — ... (nome, número de documento de identificação e contrato. Caso os contratos sejam celebrados através de
morada), na qualidade de representante legal de... (firma, intermediários, as referidas informações são igualmente
número de identificação de pessoa coletiva, sede ou es- prestadas antes da celebração do contrato.
tabelecimento principal no território nacional e código 3 — (Revogado.)
de acesso à certidão permanente de registo comercial),
4 — Os consumidores devem receber informações
requerente do registo para a atividade de comercialização
transparentes sobre os preços e tarifas aplicáveis e as
de eletricidade, declara, sob compromisso de honra, que
condições normais de acesso e utilização dos serviços de
a sua representada:
eletricidade.
a) Não se encontra em estado de insolvência, em fase 5 — Os consumidores devem dispor de uma ampla
de liquidação, dissolução ou cessação de atividade, sujeita escolha quanto aos métodos de pagamento. Qualquer di-
a qualquer meio preventivo de liquidação de patrimónios ferença nos termos e nas condições deve refletir os custos
ou em qualquer situação análoga, nem tem o respetivo dos diferentes sistemas de pagamento para o fornecedor.
processo pendente; As condições gerais devem ser equitativas e transparentes
b) Tem a sua situação contributiva e fiscal regularizada e ser redigidas em linguagem clara e compreensível. Os
perante a administração nacional; comercializadores não podem utilizar métodos de venda
c) Não desenvolve ou pretende desenvolver atividades abusivos ou enganadores.
no âmbito dos setores da eletricidade e do gás natural em 6 — Os consumidores não devem ser obrigados a efe-
violação das regras aplicáveis de separação de atividades. tuar qualquer pagamento por mudarem de fornecedor, sem
prejuízo do respeito pelos compromissos contratualmente
2 — O declarante tem pleno conhecimento de que a assumidos.
prestação de falsas declarações implica a não obtenção do 7 — Os consumidores devem dispor de procedimentos
registo, ou a sua revogação se já obtido, sendo o mesmo transparentes, simples e baratos para o tratamento das suas
responsável pelas indemnizações e sanções pecuniárias queixas. Tais procedimentos devem permitir que os litígios
aplicáveis, e pode determinar a aplicação da sanção aces- sejam resolvidos de modo justo e rápido, prevendo, quando
sória de privação do exercício do direito de exercer a ati- justificado, um sistema de reembolso e de indemnização
vidade de comercialização ou outra no âmbito dos setores por eventual prejuízo.