Vous êtes sur la page 1sur 89

Diário da República, 1.ª série — N.

º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(45)

portaria, um sistema inteligente, tendo em conta o cum- da transparência dos preços, do bom funcionamento e da
primento das obrigações europeias e respetivos prazos de efetiva liberalização dos mercados da eletricidade e do
cumprimento. gás natural.
5 — A portaria prevista no número anterior prevê, no- Para tal, são desenvolvidas as regras aplicáveis à gestão
meadamente, os requisitos técnicos e funcionais do sistema técnica global do SEN, correspondente ao conjunto de
inteligente, os respetivos calendários de instalação, bem funções cujo exercício é absolutamente fundamental para
como o modo de financiamento dos custos inerentes e de assegurar o funcionamento integrado e harmonizado das
repercussão desses custos nas tarifas reguladas. infraestruturas que integram esse sistema, ao mesmo tempo
que se densifica o regime de planeamento dessas infraestru-
Artigo 79.º turas, em particular, da rede nacional de transporte (RNT)
Norma revogatória
e da rede nacional de distribuição (RND).
Na sequência dos processos de reprivatização ocorri-
São revogados: dos no setor energético, procura-se, em particular, cla-
rificar e reforçar as obrigações que impendem sobre os
a) O Decreto-Lei n.º 182/95, de 27 de julho, na redação
que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.os 56/97, de 14 de operadores da RNT e da RND, nas aludidas matérias de
março, 24/99, de 28 de janeiro, 198/2000, de 24 de agosto, gestão técnica global do sistema e, de igual modo, no que
69/2002, de 25 de março, e 85/2002, de 6 de abril; toca à permissão de acesso não discriminatória e transpa-
b) O Decreto-Lei n.º 69/2002, de 25 de março; rente às redes e à garantia de confidencialidade de infor-
c) O artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 187/95, na redação que mações comercialmente sensíveis, sendo, para o efeito,
lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 44/97, de 20 de fevereiro, instituídos novos mecanismos de acompanhamento e de
que mantém a sua vigência até 31 de dezembro de 2006. supervisão do cumprimento das obrigações constantes dos
contratos de concessão e adaptadas as respetivas bases.
No que respeita à produção de eletricidade, alteram-se
Artigo 80.º
os conceitos de produção em regime ordinário e produção
Entrada em vigor em regime especial, deixando esta última de se distinguir
O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte da primeira apenas pela sujeição a regimes especiais no
ao da sua publicação. âmbito de políticas de incentivo, na medida em que a
produção em regime especial passa também a contemplar
a produção de eletricidade através de recursos endógenos
Decreto-Lei n.º 215-B/2012 em regime remuneratório de mercado.
Neste contexto, o presente decreto-lei procede a uma
de 8 de outubro
consolidação do regime jurídico aplicável à produção de
A Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do eletricidade em regime especial e, em particular, através
Conselho, de 13 de julho, que estabelece regras comuns de fontes de energias renováveis, até agora dispersa por
para o mercado interno da eletricidade e revoga a Diretiva vários diplomas, completando a transposição da Diretiva
n.º 2003/54/CE, foi objeto de transposição inicial pelo n.º 2009/28/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho,
Decreto-Lei n.º 78/2011, de 20 de junho, que introduziu de 23 de abril, relativa à promoção da utilização e energia
novas regras no quadro organizativo do sistema elétrico proveniente de fontes renováveis.
nacional, procedendo à segunda alteração ao Decreto-Lei Por seu turno, importa clarificar, em articulação com as
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, republicado pelo Decreto- alterações realizadas ao conceito de produção em regime
-Lei n.º 215-A/2012, de 8 de outubro. especial, os contornos da obrigação de o comercializador
Na sequência da celebração, em maio de 2011, do Me- de último recurso adquirir a eletricidade produzida em
morando de Entendimento sobre as Condicionalidades de regime especial, bem como assegurar a aquisição de toda
Política Económica entre o Estado Português, a Comissão a energia produzida ao abrigo do referido regime por via
Europeia e o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário da criação da figura do agregador facilitador de mercado.
Internacional, e em cumprimento dos compromissos aí No que se refere à comercialização em regime de mer-
assumidos no sentido da conclusão do processo de liberali- cado, foram simplificadas as regras de acesso e exercício
zação dos setores da eletricidade e do gás natural, importa, a essa atividade, visando a sua adaptação aos princípios
todavia, proceder a uma transposição adequada, completa e regras constantes do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
e harmonizada das diretivas que integram o designado julho, que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva
«Terceiro Pacote Energético», onde se inclui a referida n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conse-
Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do lho, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no mercado
Conselho, de 13 de julho. interno, e clarificando o estatuto dos diversos comercia-
É neste contexto que se insere o presente decreto- lizadores em regime de mercado e de último recurso.
-lei, o qual, no seguimento da alteração ao Decreto-Lei Por fim, no plano da proteção dos consumidores,
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, visa proceder à revisão do assegura-se, designadamente, o fornecimento de eletrici-
Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, que estabelece dade pelos comercializadores de ultimo recurso não ape-
o regime jurídico aplicável às atividades integrantes do nas aos clientes finais economicamente vulneráveis mas
Sistema Elétrico Nacional (SEN), desenvolvendo as bases também em locais onde não exista oferta dos comerciali-
gerais instituídas por aquele decreto-lei. zadores de eletricidade em regime de mercado, bem como
Subjacentes a esta revisão estão os objetivos, definidos em situações em que o comercializador de mercado tenha
nas Grandes Opções do Plano para 2012-2015, aprovadas ficado impedido de exercer a atividade de comercialização
pela Lei n.º 64-A/2011, de 30 de dezembro, no quadro de eletricidade. Promove-se ainda a realização de campa-
da 5.ª Opção «O desafio do futuro — medidas setoriais nhas de informação e esclarecimento dos consumidores,
prioritárias», no sentido da promoção da competitividade, bem como a publicação de informações relativas aos direi-
5588-(46) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

tos e deveres dos consumidores, aos preços de referência distribuição e comercialização de eletricidade, bem
relativos aos fornecimentos aos clientes em baixa tensão como à operação logística de mudança de comercia-
de todos os comercializadores, à legislação em vigor e à lizador, à organização dos respetivos mercados e aos
identificação dos meios à disposição dos consumidores procedimentos aplicáveis ao acesso àquelas ativida-
para o tratamento de reclamações e resolução extrajudicial des, no desenvolvimento dos princípios constantes do
de litígios. Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, republi-
Assim, o presente decreto-lei assegura a plena transpo- cado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012, de 8 de outubro.
sição da Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu 2— .....................................
e do Conselho, de 13 de julho, e dá simultânea execução
a) A produção de eletricidade em cogeração, a micro-
à disciplina do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho,
produção e miniprodução e a produção de eletricidade
que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva
a partir da energia das ondas na zona-piloto;
n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
b) A produção de eletricidade a partir de energia
12 de dezembro, relativa aos serviços no mercado interno.
nuclear;
Foram ouvidas a Comissão Nacional de Proteção de Da-
c) As redes de distribuição fechadas, tal como defi-
dos e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
nidas no artigo 41.º-A do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
Foram ouvidos, a título facultativo, a Entidade Regu-
15 de fevereiro.
ladora dos Serviços Energéticos e os agentes do setor.
Foi promovida a audição ao Conselho Nacional do
Consumo. 3 — No desenvolvimento dos princípios gerais es-
Assim: tabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de feve-
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Cons- reiro, o presente decreto-lei completa a transposição da
tituição, o Governo decreta o seguinte: Diretiva n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 13 de julho, que estabelece regras comuns
para o mercado da eletricidade.
Artigo 1.º
4 — O presente decreto-lei procede ainda:
Objeto
a) À integração do regime do Decreto-Lei n.º 92/2010,
1 — O presente decreto-lei procede à sexta alteração de 26 de julho, que transpôs para a ordem jurídica in-
ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado terna a Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Eu-
pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezem- ropeu e do Conselho, de 12 de dezembro, relativa aos
bro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, serviços no mercado interno;
23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, b) À transposição para a ordem jurídica interna dos
completando a transposição da Diretiva n.º 2009/72/CE, artigos 13.º e 16.º da Diretiva n.º 2009/28/CE, do Par-
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de julho, lamento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa
que estabelece regras comuns para o mercado interno de à promoção da utilização de energia proveniente de
eletricidade. fontes renováveis.
2 — O presente decreto-lei procede ainda:
a) À integração do regime do Decreto-Lei n.º 92/2010, Artigo 2.º
de 26 de julho, que transpôs para a ordem jurídica interna [...]
a Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do
.........................................
Conselho, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no
mercado interno; a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) À transposição para a ordem jurídica interna dos b) ‘Ato de admissão da comunicação prévia’ o ato da
artigos 13.º e 16.º da Diretiva n.º 2009/28/CE, do Parla- entidade competente que admite a comunicação prévia
mento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa à para efeitos de estabelecimento e exercício da atividade
promoção da utilização de energia proveniente de fontes de produção de eletricidade em regime especial com
renováveis. potência de ligação à rede inferior ou igual a 1 MVA,
com exceção dos centros eletroprodutores sujeitos aos
Artigo 2.º regimes jurídicos de avaliação de impacte ambiental
Alteração ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
ou de avaliação de incidências ambientais, nos termos
da legislação aplicável, cuja instalação esteja projetada
Os artigos 1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 12.º, 15.º, para espaço marítimo sob a soberania ou jurisdição
18.º, 19.º, 20.º, 21.º, 22.º, 23.º, 24.º, 25.º, 26.º, 29.º, 30.º, nacional ou cujo regime remuneratório aplicável seja
31.º, 32.º, 32.º-A, 33.º, 33.º-A, 33.º-B, 34.º, 36.º, 37.º, 38.º, o da remuneração garantida;
40.º, 41.º, 42.º, 45.º a 61.º, 67.º, 68.º e 70.º do Decreto-Lei c) [Anterior alínea b).]
n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos- d) [Anterior alínea c).]
-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezembro, 199/2007, de e) [Anterior alínea d).]
18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de f) [Anterior alínea e).]
janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, passam a ter a g) ‘Certificado de exploração’ o certificado concedido
seguinte redação: para efeitos de entrada em exploração industrial de um
centro eletroprodutor sujeito a comunicação prévia, de
«Artigo 1.º partes do mesmo ou dos grupos geradores que o com-
põem ou concedido para os mesmos efeitos na sequên-
[...]
cia de uma alteração do referido centro eletroprodutor,
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime ju- aqui não se incluindo a autorização para exploração em
rídico aplicável às atividades de produção, transporte, regime experimental;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(47)

h) (Revogada.) gg) [Anterior alínea dd).]


i) [Anterior alínea f).] hh) ‘Grupo gerador’ o conjunto constituído pela cal-
j) [Anterior alínea g).] deira, turbina, gerador e transformador, no caso dos
k) [Anterior alínea i).] centros eletroprodutores térmicos, e o conjunto consti-
l) [Anterior alínea j).] tuído pelo circuito hidráulico, turbina, gerador e trans-
m) [Anterior alínea l).] formador, no caso dos centros eletroprodutores hídricos;
n) [Anterior alínea m).] ii) ‘Início da exploração’ a data de emissão da li-
o) ‘Comercializador’ a entidade registada para a co- cença de exploração ou do certificado de exploração
mercialização de eletricidade cuja atividade consiste do centro eletroprodutor ou de qualquer um dos seus
na compra a grosso e na venda a grosso e a retalho de grupos geradores;
eletricidade; jj) [Anterior alínea ee).]
p) [Anterior alínea o).] kk) [Anterior alínea ff).]
q) [Anterior alínea p).] ll) ‘Licença de exploração’ a licença concedida para
r) ‘Contrato de fornecimento de energia elétrica’ con- efeitos de entrada em exploração industrial de um cen-
trato para a comercialização de eletricidade, excluindo tro eletroprodutor, de partes do mesmo ou dos grupos
derivados de eletricidade; geradores que o compõem ou concedida para os mes-
s) ‘Controlo’ a relação entre empresas, na aceção do mos efeitos na sequência de uma alteração do referido
Regulamento (CE) n.º 139/2004, do Conselho, de 20 centro eletroprodutor, não incluindo a autorização para
de janeiro, relativo ao controlo das concentrações de exploração em regime experimental;
empresas, decorrente de direitos, contratos ou outros mm) ‘Licença de produção’ a licença concedida para
meios que conferem a uma empresa, isoladamente ou efeitos de estabelecimento e exercício da atividade
em conjunto, e tendo em conta as circunstâncias de facto de produção de eletricidade por um centro eletropro-
e de direito, a possibilidade de exercer uma influência dutor;
determinante sobre outra, nomeadamente através de nn) [Anterior alínea gg).]
direitos de propriedade ou de uso ou de fruição sobre oo) [Anterior alínea hh).]
a totalidade ou parte dos ativos de uma empresa ou pp) [Anterior alínea ii).]
de direitos ou contratos que conferem uma influência qq) [Anterior alínea jj).]
determinante na composição, nas deliberações ou nas rr) [Anterior alínea ll).]
decisões dos órgãos de uma empresa; ss) [Anterior alínea mm).]
t) ‘Derivado de eletricidade’ um dos instrumentos tt) [Anterior alínea nn).]
financeiros especificados nos n.os 5, 6 ou 7 da secção C uu) [Anterior alínea oo).]
do anexo I da Diretiva n.º 2004/39/CE, do Parlamento vv) [Anterior alínea pp).]
Europeu e do Conselho, de 21 de abril, relativa aos ww) [Anterior alínea qq).]
mercados de instrumentos financeiros, sempre que esteja xx) [Anterior alínea rr).]
relacionado com a eletricidade; yy) [Anterior alínea ss).]
u) [Anterior alínea q).] zz) [Anterior alínea tt).]
v) [Anterior alínea r).] aaa) [Anterior alínea uu).]
w) [Anterior alínea s).] bbb) [Anterior alínea vv).]
x) [Anterior alínea t).] ccc) [Anterior alínea xx).]
y) [Anterior alínea u).] ddd) [Anterior alínea zz).]
z) [Anterior alínea v).] eee) [Anterior alínea aaa).]
aa) ‘Empresa verticalmente integrada’ uma empresa fff) [Anterior alínea bbb).]
de eletricidade ou um grupo de empresas de eletricidade ggg) [Anterior alínea ccc).]
em que a mesma pessoa ou as mesmas pessoas têm hhh) [Anterior alínea ddd).]
direito, direta ou indiretamente, a exercer controlo e iii) [Anterior alínea eee).]
em que a empresa ou grupo de empresas exerce, pelo jjj) [Anterior alínea fff).]
menos, uma das atividades de transporte ou distribui- kkk) [Anterior alínea ggg).]
ção e, pelo menos, uma das atividades de produção ou lll) [Anterior alínea hhh).]
comercialização de eletricidade; mmm) [Anterior alínea iii).]
bb) [Anterior alínea z).] nnn) [Anterior alínea jjj).]
cc) ‘Entidade licenciadora’ o serviço ou organismo ooo) [Anterior alínea lll).]
do Ministério da Economia e do Emprego com compe- ppp) [Anterior alínea mmm).]
tência para a coordenação e a decisão do procedimento qqq) [Anterior alínea nnn).]
de controlo prévio da produção de eletricidade, ou da
comercialização, conforme o caso; Artigo 3.º
dd) [Anterior alínea bb).]
[...]
ee) ‘Facilitador de mercado’ o comercializador que
estiver sujeito à obrigação de aquisição da energia pro- 1— .....................................
duzida pelos produtores em regime especial com remu- 2 — O exercício das atividades previstas no presente
neração de mercado; decreto-lei processa-se com observância dos princípios
ff) ‘Fontes de energia renováveis’ as fontes de ener- da concorrência, sem prejuízo do cumprimento das obri-
gia não fósseis renováveis, nomeadamente eólica, so- gações de serviço público.
lar, aerotérmica, geotérmica, hidrotérmica, oceânica, 3 — O exercício das atividades abrangidas pela apli-
hídrica, biomassa, gás de aterro, gás proveniente de cação do presente decreto-lei depende da obtenção de
estações de tratamento de águas residuais e biogás; licenças, da atribuição de concessão, da realização do
5588-(48) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

registo ou de comunicação prévia nos termos dos pro- 3 — Para os efeitos da alínea f) do n.º 1, verifica-se
cedimentos estabelecidos para cada uma das atividades. inadequação à gestão da capacidade de receção da rede
4 — Sem prejuízo das competências atribuídas a ou- pública quando a potência a injetar exceda a capacidade
tras entidades administrativas, designadamente à Direção- total no ponto de receção ou possa afetar a segurança
-Geral de Energia e Geologia (DGEG), à Autoridade da e fiabilidade da RESP, de acordo com a indicação do
Concorrência e à Comissão do Mercado de Valores Mo- respetivo operador de rede, tendo em conta os com-
biliários, no domínio específico das suas atribuições, as promissos de ligação já existentes e os instrumentos de
atividades de exploração das concessões de transporte planeamento referidos nos artigos 36.º e 40.º
e de distribuição de eletricidade, do comercializador de
último recurso, do facilitador de mercado, de gestão de Artigo 7.º
mercados organizados e do operador logístico de mudança
[...]
de comercializador são objeto de regulação pela Entidade
Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), nos termos 1 — Para os efeitos da determinação da quota de
previstos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, capacidade de produção de eletricidade no âmbito do
no presente decreto-lei, nos Estatutos da ERSE, aprova- mercado ibérico, a que se refere a alínea e) do n.º 1 do
dos pelo Decreto-Lei n.º 97/2002, de 12 de abril, alterado artigo anterior, deve ser considerada a potência garantida
pelos Decretos-Leis n.os 200/2002, de 25 de setembro, e aparente instalada de:
212/2012, de 25 de setembro, e demais legislação aplicável.
a) Todas as instalações de produção de eletricidade,
5 — (Anterior n.º 4.)
que o requerente explore diretamente ou através de
terceiros, qualquer que seja a forma que revista esta
Artigo 4.º
exploração por terceiros;
[...] b) Todas as instalações de produção de eletricidade
que sejam da titularidade do requerente, da titularidade
1— .....................................
de entidades por ele participadas, direta ou indireta-
2— .....................................
mente, na proporção dessa participação, ou da titulari-
3— .....................................
dade do grupo a que ele pertença;
4 — (Revogado.)
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5 — A exploração em regime industrial de cada um
dos grupos geradores que, nos termos da licença de
produção, compõem o centro eletroprodutor depende 2 — Ao requerente que detenha uma quota de pro-
da prévia obtenção de licença de exploração. dução de eletricidade no âmbito do mercado ibérico
6 — Os termos da licença de exploração de cada de eletricidade superior à estabelecida nos termos do
grupo gerador integram a licença de produção do cor- presente decreto-lei só pode ser atribuída licença de pro-
respondente centro eletroprodutor. dução, desde que até à data da atribuição da licença de
7 — (Anterior n.º 5.) exploração encerre ou aliene explorações ou instalações
de produção de eletricidade de capacidade suficiente
para não exceder a referida quota.
Artigo 6.º
[...] Artigo 8.º
1— ..................................... [...]
a) O impacte do centro eletroprodutor nos custos 1— .....................................
económicos e financeiros do SEN; 2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção
b) [Anterior alínea a).] que contemplem a exploração de centros eletroprodu-
c) [Anterior alínea b).] tores mediante a utilização da rede pública devem ser
d) O contributo do pedido para o desenvolvimento apresentados no período de 1 a 15 dos meses de janeiro,
local e para a captação de riqueza para a área de insta- maio e setembro de cada ano.
lação do centro eletroprodutor; 3— .....................................
e) A quota de capacidade de produção de eletricidade
detida pelo interessado em 31 de dezembro do ano ante- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
rior ao da apresentação do pedido, no âmbito do mercado b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ibérico de eletricidade, a qual não pode ser superior a 40 %; c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f) A existência de condições de ligação à rede pública d) Informação sobre a existência de capacidade de
adequadas à gestão da sua capacidade de receção de receção e as condições de ligação à rede, emitida há
eletricidade; menos de oito meses para os efeitos específicos do pre-
g) [Anterior alínea e).] sente artigo, pelo operador da rede a que o requerente
h) [Anterior alínea f).] se pretenda ligar;
i) [Anterior alínea g).] e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
j) [Anterior alínea h).] f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) Requerimento de emissão de título de emissão
2 — Para os efeitos da aplicação da alínea b) do nú-
de gases com efeito de estufa ou decisão de exclusão
mero anterior, devem ser consideradas, nomeadamente:
temporária do regime de comércio de emissões, quando
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . um deles seja exigível, nos termos do regime jurídico
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . aplicável, e comprovativo de receção do referido reque-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . rimento emitido pela entidade licenciadora competente;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(49)

i) Prova do cumprimento da obrigação de notificação situação de concorrência entre dois ou mais pedidos,
e cópia do relatório de segurança, nos termos do Decreto- em virtude do disposto na alínea c) do n.º 2 ou no n.º 3
-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, quando exigíveis; do artigo 6.º, a entidade licenciadora procede à sele-
j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ção destes, observando o estabelecido nos números
l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . seguintes.
m) Informação detalhada e elucidativa da quota de ca- 2— .....................................
pacidade de produção de eletricidade detida pelo reque- 3— .....................................
rente, nos termos do artigo 6.º, bem como declaração, sob 4— .....................................
compromisso de honra, de que aquando do pedido não se 5— .....................................
encontra abrangido pelo disposto na alínea e) do n.º 1 do
mesmo artigo, ou, estando abrangido, em que medida lhe Artigo 15.º
é o mesmo aplicável, indicando as medidas que se propõe
[...]
tomar para os efeitos do disposto no n.º 2 do artigo anterior.
1— .....................................
4 — (Revogado.)
5— ..................................... a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
6 — O operador da RNT e o operador da RND devem b) Principais características do centro eletroprodutor
fornecer à DGEG informação relativa aos pedidos de e sua localização, a indicação do ponto de interligação,
informação referidos na alínea d) do n.º 3 e no número da potência máxima injetável na rede, da potência ins-
anterior que tenham recebido, nos termos e com a perio- talada bruta e líquida, em MW e MVA, bem como as
dicidade definida no Regulamento de Acesso às Redes obras e os trabalhos de reforço da rede a suportar pelo
e às Interligações. titular da licença, se for o caso;
7 — Para integral cumprimento do disposto nos nú- c) (Revogada.)
meros anteriores, o interessado deve promover atempa- d) Prazo fixado para o início da exploração do centro
damente os procedimentos necessários para a obtenção eletroprodutor;
dos elementos previstos nas alíneas f), g), h), i) e j) do e) Outras obrigações ou condições especiais a que
n.º 3, cabendo à entidade licenciadora prestar a cola- eventualmente fique sujeito o titular da licença.
boração que lhe seja solicitada no âmbito da respetiva
legislação aplicável. 2 — A DIA ou outras licenças, autorizações, parece-
res ou declarações de aceitação de entidades competen-
Artigo 9.º tes que nos termos da legislação aplicável constituam
requisito para o licenciamento da instalação ou explo-
[...] ração do centro eletroprodutor ou condição a que aque-
1— ..................................... les devam ficar sujeitos, bem como os compromissos
2— ..................................... assumidos pelo titular nos requerimentos de emissão
3 — Estando o pedido devidamente instruído, com- da licença ambiental e do título de emissão de gases
pete à DGEG: com efeito de estufa, integram o acervo de obrigações
a cujo cumprimento se vincula o titular da licença de
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . produção de eletricidade.
b) Ordenar ao requerente que promova a publicação
de éditos elaborados pela DGEG, quando o projeto não Artigo 18.º
esteja sujeito a procedimento de avaliação de impacte
ambiental em conformidade com o respetivo regime [...]
jurídico; 1 — A licença de produção de eletricidade em regime
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ordinário não está sujeita a prazo de duração, sem pre-
juízo da extinção prevista no artigo 23.º
4 — Os éditos referidos na alínea b) do número ante- 2 — (Revogado.)
rior tornam público os elementos essenciais do pedido
para que eventuais interessados possam apresentar su- Artigo 19.º
gestões e reclamações, no prazo de 10 dias, devendo ser
publicados no sítio na Internet da DGEG, num jornal de [...]
circulação nacional e remetidos pela DGEG à câmara 1— .....................................
municipal e juntas de freguesia em cuja área o projeto 2 — O exercício do direito de estabelecimento de
é implantado para afixação em lugar público das res- linhas diretas referido na alínea c) do número anterior
petivas sedes. fica condicionado à impossibilidade de abastecimento
5 — Para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 3, de clientes através do acesso às redes do SEN, salvo
após a receção dos éditos, cabe ao requerente promover se for técnica e economicamente mais vantajoso para
a sua publicação num jornal de circulação nacional o SEN, de acordo com a avaliação feita pela DGEG.
e apresentar à entidade licenciadora documentos que
comprovem o cumprimento desta formalidade.
Artigo 20.º
Artigo 12.º [...]
[...] 1— .....................................
1 — Se após a verificação do preenchimento dos a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
critérios definidos no n.º 1 do artigo 6.º resultar uma b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5588-(50) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

c) Comunicar à DGEG e ao operador da rede a que se podendo ainda fazer-se coadjuvar por outros técnicos
liga o centro eletroprodutor a conclusão da construção ou peritos, à sua escolha, tendo em vista a verificação
e montagem do centro eletroprodutor; da conformidade da instalação com as condições de
d) Requerer a emissão da licença de exploração, tendo licenciamento, regulamentação aplicável e, se for o
em vista a entrada em exploração industrial dentro do caso, com as condições impostas em vistoria anterior.
prazo estabelecido na licença de produção; 3 — Para os efeitos do número anterior, a DGEG
e) [Anterior alínea d).] comunica ao titular da licença e, se for o caso, aos re-
f) Manter e explorar o centro eletroprodutor con- presentantes referidos no número anterior, com a an-
forme as melhores práticas industriais, com o objetivo tecedência de oito dias, o dia e a hora agendados para
de otimizar a disponibilidade da capacidade instalada a vistoria.
para produzir eletricidade e abastecer os consumos do 4 — A DGEG pode contratar os serviços de enti-
SEN; dades de reconhecida idoneidade e experiência para
g) [Anterior alínea e).] a prestação de apoio técnico na realização da vistoria.
h) [Anterior alínea f).] 5 — Da vistoria é elaborado relatório, de onde consta,
i) [Anterior alínea g).] nomeadamente, a verificação de que a instalação se
j) [Anterior alínea h).] encontra em condições de ser autorizada a exploração e,
k) [Anterior alínea i).] se for o caso, as medidas a tomar pelo titular da licença
l) Permitir e facilitar o acesso às suas instalações por e respetivo prazo de realização, bem como a posição
parte das entidades competentes para efeitos da verifi- sobre a procedência ou improcedência de reclamações
cação da disponibilidade do centro eletroprodutor, ao apresentadas na vistoria e proposta de decisão final
abrigo do disposto no artigo 33.º-C; sobre pedido de atribuição de licença de exploração.
m) Requerer à DGEG a emissão de uma licença de 6 — Quando o relatório da vistoria concluir pela
produção, ao abrigo dos artigos 8.º e seguintes, para a desconformidade das instalações com condicionamentos
realização de alterações substanciais ao centro eletro- legais e regulamentares ou com as condições fixadas
produtor; na licença de produção, deve indicar detalhadamente
n) Comunicar previamente à DGEG a realização de as normas ou condições cujo cumprimento não foi ob-
quaisquer alterações ao centro eletroprodutor que não servado.
se reconduzam às alterações previstas na alínea anterior. 7 — O relatório da vistoria deve ser assinado pelos
intervenientes na mesma, ou conter em anexo as respe-
2— ..................................... tivas declarações individuais, devidamente assinadas,
3 — A caução referida no número anterior deve ser sendo entregues cópias ao titular da licença no último
acionada pela entidade licenciadora quando o titular dia de realização da vistoria ou nos cinco dias subse-
não inicie a exploração no prazo fixado na licença de quentes.
produção ou no final de uma prorrogação concedida pela 8 — Quando em vistoria anterior tenham sido im-
entidade licenciadora ao abrigo do número seguinte, postas condições e fixado prazo para a sua realização,
caso em que o seu valor é entregue ao operador da RNT a DGEG realiza nova vistoria para verificação do seu
para ser repercutido na tarifa de uso global do sistema, cumprimento, podendo realizar-se mais uma e última
devendo a caução ser liberada na data de início da ex- vistoria, caso persista o incumprimento de medidas
ploração quando esta ocorra dentro do referido prazo anteriormente impostas, aplicando-se o disposto nos
ou da sua prorrogação. números anteriores, com as necessárias adaptações.
4 — O prazo previsto na alínea e) do n.º 1 pode ser
prorrogado pela entidade licenciadora por prazos suces- Artigo 22.º
sivos de um ano até ao máximo de três anos, mediante
[...]
solicitação do titular da licença devidamente fundamen-
tada em motivo que não lhe seja imputável e que não 1— .....................................
esteja relacionado com a evolução das condições dos 2 — O pedido de transmissão deve indicar os motivos
mercados de eletricidade e financeiros. determinantes da mesma e fornecer todos os elementos
5 — Para os efeitos da alínea m) do n.º 1, consideram- relativos à identificação e ao perfil do candidato a trans-
-se alterações substanciais ao centro eletroprodutor todas missário, bem como ser acompanhado de declaração
aquelas que envolvam a alteração das características deste aceitando a transmissão e todas as condições da
principais do referido centro, tais como a potência ins- licença.
talada, a tecnologia, combustível ou fonte de energia 3— .....................................
utilizadas e o número de grupos geradores, bem como 4— .....................................
das respetivas caldeiras, turbinas e geradores. 5— .....................................
6— .....................................
Artigo 21.º 7— .....................................
[...]
Artigo 23.º
1 — A DGEG procede à realização da vistoria, no
[...]
prazo máximo de 30 dias após a receção do pedido de
atribuição de licença de exploração. 1— .....................................
2 — Para a realização da vistoria, a DGEG pode 2— .....................................
fazer-se acompanhar por representantes do operador da 3— .....................................
rede e das demais entidades a quem tenha sido reme- 4— .....................................
tido o processo de licenciamento para se pronunciarem, 5— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(51)

6 — Sem prejuízo do cumprimento do dever de no- o Instituto de Seguros de Portugal, em função da sua
tificação nos termos gerais, a extinção da licença de natureza, da sua dimensão e do grau de risco, atuali-
produção é divulgada no sítio na Internet da entidade zado automaticamente em 31 de março de cada ano, de
licenciadora e comunicada ao operador da rede. acordo com o índice de preços no consumidor do ano
civil anterior, sem habitação, no continente, publicado
Artigo 24.º pelo Instituto Nacional de Estatística.
[...] 4— .....................................
5— .....................................
1— ..................................... 6— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7— .....................................
b) Quando o seu titular não iniciar a exploração do 8 — O Instituto de Seguros de Portugal define, em
centro eletroprodutor dentro do prazo estabelecido na norma regulamentar, o regime aplicável ao seguro de
licença de produção ou de uma prorrogação do refe- responsabilidade civil referido no n.º 1.
rido prazo concedida ao abrigo do disposto no n.º 4 do
artigo 20.º; Artigo 30.º
c) (Revogada.) [...]
d) Em caso de emissão de nova licença de produção
para o centro eletroprodutor, ao abrigo do disposto na 1— .....................................
alínea m) do n.º 1 do artigo 20.º; 2— .....................................
e) [Anterior alínea d).] 3— .....................................
f) [Anterior alínea e).] 4— .....................................
5 — O disposto no presente artigo não isenta o titular
2— ..................................... de licença de produção do cumprimento do disposto
3— ..................................... no Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, e demais
legislação aplicável.
Artigo 25.º
Artigo 31.º
[...]
[...]
1— .....................................
1 — A fiscalização técnica relativa ao exercício da
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . atividade de produção de eletricidade prevista no pre-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sente decreto-lei e na demais regulamentação cabe à
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . DGEG.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — As entidades concessionárias da RNT e da RND
e) Quando o seu titular abandonar as instalações afe-
podem, no âmbito das suas atribuições e competências,
tas à produção de eletricidade ou interromper a atividade
licenciada, em determinado ano, por um período seguido proceder à fiscalização das instalações de produção
ou interpolado igual ou superior a seis meses, por ra- ligadas às respetivas redes, tendo especialmente em
zões não fundamentadas em motivos de ordem técnica; vista a sua adequada compatibilização com as referidas
f) Quando o titular proceda a alterações substanciais redes.
do centro eletroprodutor sem que as mesmas tenham 3— .....................................
sido objeto de licenciamento, nos termos do presente 4— .....................................
decreto-lei.
Artigo 32.º
2— ..................................... [...]
3— .....................................
1 — A DGEG apresenta ao membro do Governo
Artigo 26.º responsável pela área da energia, nos anos pares, até
31 de maio, um relatório de monitorização da segurança
[...] do abastecimento (RMSA).
Das decisões proferidas pelo diretor-geral de energia 2 — O RMSA deve conter as matérias previstas
e geologia ao abrigo do presente decreto-lei cabe recurso no artigo 63.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
hierárquico para o membro do Governo responsável fevereiro, bem como as referidas no artigo seguinte,
pela área da energia. indicando também as medidas adotadas e a adotar com
vista a reforçar a segurança do abastecimento e, nome-
Artigo 29.º adamente, o tipo de fontes primárias e prioridades da
sua utilização, assim como o seu peso na produção de
[...] eletricidade.
1— ..................................... 3— .....................................
2— ..................................... 4 — Nos anos ímpares, a DGEG elabora um relatório
3 — O contrato de seguro tem um capital mínimo de monitorização simplificado, indicando também as
obrigatório, respeitante a cada anuidade, independen- medidas adotadas e a adotar visando reforçar a segu-
temente do número de sinistros ocorridos e do número rança do abastecimento, o qual é dado a conhecer ao
de lesados, de montante a fixar por portaria do membro membro do Governo responsável pela área da energia
do Governo responsável pela área da energia, ouvido até 31 de maio.
5588-(52) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

5 — O RMSA é publicitado no sítio na Internet da ção de eletricidade, a designar pelo membro do Governo
DGEG até 31 de Julho e enviado à Comissão Europeia. responsável pela área da energia.
6 — Os relatórios referidos nos n.os 1 e 4 são igual-
mente enviados à ERSE. Artigo 33.º-A
[...]
Artigo 32.º-A
1 — Com vista a promover a garantia de abasteci-
[...]
mento, um adequado grau de cobertura da procura de
1 — O relatório de monitorização de segurança refe- eletricidade e uma adequada gestão da disponibilidade
rido no artigo anterior deve abranger a adequação global dos centros eletroprodutores é definido, nos termos
do sistema elétrico para resposta à procura de energia constantes em portaria do membro do Governo respon-
elétrica atual e projetada, contemplando: sável pela área da energia, um mecanismo de atribuição
de incentivos à garantia de potência disponibilizada
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pelos centros eletroprodutores ao SEN.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — Os encargos associados ao mecanismo de atri-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . buição de incentivos à garantia de potência devem ser
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . suportados por todos os consumidores de energia elé-
trica, devendo ser repercutidos na tarifa de uso global
2 — O relatório referido no número anterior é ela- de sistema ou noutra tarifa aplicável à globalidade dos
borado em estreita colaboração com o operador da rede consumidores de energia elétrica nos termos a definir
de transporte, devendo este, quando adequado, con- no Regulamento Tarifário.
sultar os operadores da rede de transporte vizinhos.
3— ..................................... Artigo 33.º-B
4— .....................................
[...]
Artigo 33.º 1 — Em caso de crise repentina no mercado da ener-
Procedimentos concursais em situações especiais gia ou de ameaça à segurança e integridade física de
pessoas, equipamentos, instalações e redes, designada-
1 — Para assegurar necessidades de instalação de mente devido a acidente grave ou por outro evento de
novas capacidades de produção de eletricidade iden- força maior, o membro do Governo responsável pela
tificadas no RMSA previsto nos artigos 32.º e 32.º-A área da energia pode tomar, a título transitório e tem-
que não se mostrem possíveis de satisfazer através do porariamente, as medidas de salvaguarda necessárias.
regime geral de acesso a esta atividade previsto no pre- 2 — Em caso de perturbação do abastecimento, o
sente capítulo, o membro do Governo responsável pela membro do Governo responsável pela área da energia
área da energia pode promover procedimento concursal, pode determinar, em particular, a utilização das reser-
nos termos do artigo 64.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, vas de segurança de combustíveis e impor medidas de
de 15 de fevereiro, com vista à atribuição de reserva de restrição da procura, nos termos previstos no presente
capacidade de injeção de eletricidade na RESP para a decreto-lei e na legislação específica de segurança.
instalação de novos centros eletroprodutores, em espe- 3 — Para efeitos do disposto no número anterior,
cial nas seguintes situações: podem ser utilizadas reservas de água nas albufeiras
de águas públicas de serviço público que tenham como
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . fim principal a produção de eletricidade, ouvida a Au-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . toridade Nacional da Água e a Comissão de Gestão
de Albufeiras, mediante autorização dos membros do
2 — O membro do Governo responsável pela área Governo responsáveis pelas áreas do ambiente e da
da energia pode, ainda, sujeitar a procedimento con- energia, nos termos da legislação aplicável.
cursal ou estabelecer, mediante portaria, medidas de 4 — As medidas de emergência são comunicadas à
eficiência e gestão da procura alternativas à constru- Comissão Europeia e devem garantir aos operadores
ção e à exploração de novos centros eletroprodutores. da rede de transporte, sempre que tal seja possível ou
3 — O procedimento concursal é promovido pelo adequado, a oportunidade de darem uma primeira res-
membro do Governo responsável pela área da energia, posta às situações de perturbação no abastecimento.
a quem compete aprovar as peças do procedimento.
4 — O procedimento concursal rege-se pelo re- Artigo 34.º
gime previsto no presente decreto-lei e no Decreto-Lei
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, pelas peças do procedi- [...]
mento e pelos princípios gerais da contratação pública, 1 — A concessão para a exploração da RNT é atri-
nos termos a estabelecer em portaria do membro do buída mediante contrato de concessão, no qual outorga,
Governo responsável pela área da energia, devendo ser em representação do Estado, o membro do Governo
publicitado no Diário da República e no Jornal Oficial responsável pela área da energia, na sequência de rea-
da União Europeia, pelo menos seis meses antes da data lização de concurso público, salvo se, de acordo com
limite para a apresentação da candidatura. os princípios e regras gerais da contratação pública,
5 — A organização, o acompanhamento e a fisca- estiverem reunidas condições para o recurso a outro
lização do procedimento concursal são efetuados por procedimento adjudicatório.
entidade ou organismo público ou privado, independente 2— .....................................
das atividades de produção, distribuição e comercializa- 3— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(53)

4— ..................................... truturas a construir ou modernizar no período de 10 anos


5— ..................................... seguinte, os investimentos que o operador da RNT já
6 — As bases de concessão da RNT constam do decidiu efetuar e, dentro destes, aqueles a realizar nos
anexo III do presente decreto-lei, que dele faz parte três anos seguintes, indicando ainda o calendário dos
integrante. projetos de investimento;
7 — A DGEG define e concretiza, no Regulamento b) Os valores previsionais da capacidade de interli-
da Segurança de Abastecimento e Planeamento, a forma gação a disponibilizar para fins comerciais;
de cumprimento das obrigações do operador da RNT c) As obrigações decorrentes do Mercado Ibérico
em matéria de segurança de abastecimento, planeamento de Eletricidade (MIBEL) e as medidas adequadas ao
energético e planeamento da RNT. cumprimento dos objetivos previstos no Regulamento
8 — Os custos incorridos pela entidade concessio- (CE) n.º 714/2009, do Parlamento Europeu e do Con-
nária em atividades de apoio à supervisão, acompanha- selho, de 13 de julho;
mento e fiscalização das suas obrigações apenas podem d) As medidas de articulação necessárias ao cum-
ser repercutidos na tarifa de uso global do sistema, nos primento das obrigações aplicáveis perante a Agência
termos da legislação e regulamentos em vigor, mediante de Cooperação dos Reguladores de Energia e da Rede
autorização prévia da DGEG e desde que tenham sido Europeia dos Operadores das Redes de Transporte para a
incorridos de forma justificada e eficiente. eletricidade, nomeadamente no âmbito do plano decenal
não vinculativo de desenvolvimento da rede à escala da
Artigo 36.º União Europeia;
[...] e) As intenções de investimento em capacidade de
interligação transfronteiriça e sobre os investimentos
1 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.º 2 do relacionados com a instalação de linhas internas que
artigo 24.º e no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, afetem materialmente as interligações.
de 15 de fevereiro, o planeamento da RNT integra os
seguintes instrumentos: 7 — (Anterior n.º 6.)
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 37.º
[...]
2 — A caracterização da RNT, a realizar em confor-
midade com os objetivos e requisitos de transparência 1— .....................................
previstos no Regulamento (CE) n.º 714/2009, do Par- 2— .....................................
lamento Europeu e do Conselho, de 13 de julho, deve 3 — Sem prejuízo do disposto na alínea i) do n.º 2
conter a informação técnica necessária ao conhecimento do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
da situação da rede, designadamente a capacidade ins- fevereiro, o operador da RNT deve preservar a confi-
talada nas subestações, bem como informação sobre a dencialidade das informações comercialmente sensíveis
efetiva utilização da capacidade de interligação dispo- obtidas no exercício das suas atividades e assegurar que
nível para fins comerciais. a disponibilização de quaisquer informações relativas
3 — O operador da RNT deve elaborar o PDIRT nos às suas próprias atividades que possam representar uma
anos ímpares. vantagem comercial seja feita de forma não discrimi-
4 — No caso de a entidade concessionária da RNT natória.
se certificar como operador de transporte independente
(OTI), nos termos da subsecção II da secção II do capí- Artigo 38.º
tulo II do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, [...]
o PDIRT é elaborado anualmente.
5 — No processo de elaboração do PDIRT, o ope- 1— .....................................
rador da RNT deve ter em consideração, para além 2— .....................................
dos elementos referidos no artigo 30.º do Decreto-Lei 3— .....................................
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, os seguintes elementos: 4— .....................................
5— .....................................
a) A caracterização da RNT, realizada ao abrigo do 6 — As bases da concessão da RND constam do
n.º 2; anexo IV do presente decreto-lei, que dele faz parte
b) O RMSA mais recente; integrante.
c) Os padrões de segurança para planeamento da 7 — Os custos incorridos pela entidade concessio-
RNT e demais exigências técnicas e regulamentares, nária em atividades de apoio à supervisão, acompanha-
nomeadamente as resultantes do Regulamento de Ope- mento e fiscalização das suas obrigações apenas podem
ração das Redes; ser repercutidos na tarifa de uso global do sistema, nos
d) As solicitações de reforço de capacidade de entrega
termos da legislação e regulamentos em vigor, mediante
e de painéis de ligação formulados pelo operador da
autorização prévia da DGEG e desde que tenham sido
RND, o planeamento da rede de distribuição em AT e MT
incorridos de forma justificada e eficiente.
e as licenças de produção atribuídas, bem como outros
pedidos de ligação à rede de centros eletroprodutores.
Artigo 40.º
6 — O operador da RNT deve incluir no PDIRT: [...]
a) A identificação dos principais desenvolvimentos 1 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.º 2 do
futuros de expansão da rede, especificando as infraes- artigo 35.º e no artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 29/2006,
5588-(54) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

de 15 de fevereiro, o planeamento da RND integra os 15 de fevereiro, no presente decreto-lei e demais legis-


seguintes instrumentos: lação e regulamentação aplicáveis.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — A atividade de comercialização de eletricidade
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . é exercida em regime de livre concorrência, estando
sujeita a registo, nos termos da secção II do presente
2 — A caracterização da RND deve conter a infor- capítulo.
mação técnica que permita conhecer a situação da rede, 3 — A atividade de comercialização de último re-
designadamente a capacidade instalada nas subestações. curso é regulada, estando sujeita a licença, nos termos
3 — O operador da RND deve elaborar o PDIRD, previstos na secção III do presente capítulo.
nos anos pares. 4 — A atividade do facilitador de mercado é regu-
4 — No processo de elaboração do PDIRD, o ope- lada, estando sujeita a licença, nos termos previstos na
rador da RND deve ter em consideração, para além secção IV do presente capítulo.
dos elementos referidos no artigo 41.º do Decreto-Lei
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, os seguintes elementos: Artigo 46.º
a) A caracterização da RND, ao abrigo do disposto Conteúdo do registo de comercialização
no n.º 2;
b) O RMSA mais recente; O registo para o exercício da atividade de comercia-
c) Os padrões de segurança para planeamento da lização de eletricidade deve conter, nomeadamente, os
RND e as demais exigências técnicas e regulamentares; seguintes elementos:
d) As solicitações de reforço de capacidade de en- a) A identificação do titular;
trega formuladas pelos concessionários das redes BT e b) A data e número de ordem do registo;
as licenças de produção atribuídas, bem como outros
c) (Revogada.)
pedidos de ligação à rede de centros eletroprodutores.

5 — O PDIRD deve ser compatível com o PDIRT e Artigo 47.º


incluir a identificação dos principais desenvolvimentos Procedimento para o registo de comercialização
futuros da expansão da rede.
1 — O pedido de registo é apresentado no balcão
Artigo 41.º único eletrónico dos serviços referido no artigo 6.º do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, devendo ser
[...] dirigido à DGEG e incluir a identificação completa do
1 — Os documentos relativos aos instrumentos de requerente, com menção do nome ou firma, do número
planeamento referidos no artigo 40.º devem ser dispo- de identificação fiscal, domicílio profissional ou sede,
nibilizados aos intervenientes no SEN e aos interessados do estabelecimento principal no território nacional,
em novos meios de produção, designadamente através quando este exista, bem como o número do telefone,
da sua publicitação no sítio na Internet do operador da fax e endereço eletrónico.
RND. 2 — Os interessados devem instruir o seu pedido de
2— ..................................... registo com os seguintes elementos:
3 — Sem prejuízo do disposto na alínea h) do n.º 2
do artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de a) Cópia de documento de identificação ou, no caso
fevereiro, o operador da RND deve preservar a confi- de o interessado ser uma pessoa coletiva, código de
dencialidade das informações comercialmente sensíveis acesso à certidão permanente de registo comercial ou
obtidas no exercício das suas atividades e assegurar que cópia dos respetivos estatutos quando a sede se localizar
a disponibilização de quaisquer informações relativas fora do território nacional;
às suas próprias atividades que possam representar uma b) Declaração de habilitação e de não impedimento
vantagem comercial seja feita de forma não discrimi- para o exercício da atividade de comercialização de
natória. acordo com o anexo VI do presente decreto-lei, que dele
faz parte integrante;
Artigo 42.º c) Declaração do requerente de que tomou conhe-
[...] cimento das obrigações decorrentes do Decreto-Lei
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, do presente decreto-lei
1— ..................................... e demais legislação e regulamentação aplicáveis, identi-
2— ..................................... ficadas na informação disponibilizada no balcão único
3— .....................................
referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de
4— .....................................
5 — As bases das concessões das redes de distri- 26 de julho, e de que as respeita integralmente;
buição de eletricidade em BT constam do anexo V do d) Autorização de divulgação das informações cons-
presente decreto-lei, que dele faz parte integrante. tantes do pedido de registo;
e) Documento contendo a identificação dos meios
Artigo 45.º utilizados para o cumprimento das obrigações perante
os consumidores, nomeadamente no que respeita à co-
[...]
municação e interface com os clientes e à qualidade de
1 — A comercialização de eletricidade efetua-se nos serviço, bem como para a compensação e liquidação
termos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de das suas responsabilidades.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(55)

3 — As declarações exigidas aos requerentes do re- das ao seu perfil de consumo, para além da informação
gisto devem ser assinadas sob compromisso de honra identificada no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
pelos mesmos ou respetivos representantes legais. de 26 de julho;
4 — Após a receção do pedido de registo, a DGEG g) Emitir faturação discriminada de acordo com as
verifica a conformidade do mesmo com o disposto nos normas aplicáveis;
números anteriores e, se for caso disso, solicita ao re- h) Proporcionar aos seus clientes meios de pagamento
querente a apresentação dos elementos em falta ou com- diversificados;
plementares, fixando um prazo razoável para o efeito, i) Não discriminar entre clientes e atuar com trans-
comunicando que a referida solicitação determina a parência nas suas operações;
suspensão do prazo de decisão e alertando para o facto j) Facultar, a todo o momento e de forma gratuita, o
de que a sua não satisfação, no prazo fixado, determina acesso do cliente aos seus dados de consumo, bem como
a rejeição liminar do pedido. o acesso a esses dados, mediante acordo do cliente, por
5 — Concluída a instrução do procedimento, a DGEG outro comercializador;
profere decisão sobre o pedido de registo apresentado k) Disponibilizar aos clientes, a título gratuito, infor-
pelo requerente, fixando, no caso, de deferimento, as mação periódica sobre o seu consumo e custos efetivos,
condições a que o mesmo fica sujeito. com vista à criação de incentivos para economias de
6 — O pedido de registo considera-se tacitamente energia;
deferido se a DGEG não se pronunciar no prazo de l) Manter a situação de habilitação e de não impedi-
30 dias contados da data da sua apresentação, sem pre- mento, bem como os meios necessários ao cumprimento
juízo da suspensão desse prazo, no caso de solicitação, das obrigações impostas ao exercício da atividade de
nos termos do n.º 4, de elementos em falta ou comple- comercialização, tal como evidenciado nas declara-
mentares, até à data de apresentação desses elementos ções e documentos previstos no n.º 2 do artigo anterior;
pelo requerente. m) Apresentar propostas de fornecimento de ele-
7 — Em caso de deferimento tácito os elementos tricidade para as quais disponha de oferta a todos os
referidos nas alíneas a) e b) do artigo anterior são auto- clientes que o solicitem, dentro da área geográfica da
maticamente inscritos no registo de comercializadores sua atuação, nos termos previstos no Regulamento das
de eletricidade. Relações Comerciais, com respeito pelos princípios
8 — A DGEG deve indeferir o pedido de registo, após estabelecidos na legislação da concorrência.
audiência prévia do requerente nos termos previstos nos
artigos 100.º e seguintes do CPA, caso se verifiquem si- Artigo 49.º
tuações de não habilitação ou de impedimento previstas Extinção e transmissão do registo de comercialização
no anexo VI do presente decreto-lei ou de não disposição
dos meios necessários ao cumprimento das obrigações 1 — O registo da atividade de comercialização de
impostas à atividade de comercialização. eletricidade não está sujeito a prazo de duração, sem pre-
9 — Pelos custos de apreciação do pedido de re- juízo da sua extinção nos termos do presente decreto-lei.
gisto e da efetivação do registo é devida uma taxa que 2 — O registo da atividade de comercialização de
reverte a favor da DGEG, cujo montante é fixado por eletricidade extingue-se por caducidade ou por revo-
portaria do membro do Governo responsável pela área gação.
da energia. 3 — A extinção do registo por caducidade ocorre
em caso de morte, dissolução, cessação da atividade
Artigo 48.º ou aprovação da liquidação da sociedade em processo
de insolvência e recuperação de empresas.
[...]
4 — Para além das situações previstas na lei, o re-
1 — Constitui direito dos comercializadores de eletri- gisto pode ser revogado pela DGEG, na sequência de
cidade o exercício da atividade, nos termos da legislação audiência prévia do requerente nos termos do CPA,
e da regulamentação aplicáveis. quando se verifique a falsidade dos dados e declarações
2 — O titular de registo de comercialização de ele- prestados no respetivo pedido ou o seu titular faltar
tricidade tem os deveres estabelecidos na legislação ao cumprimento dos deveres relativos ao exercício da
e na regulamentação aplicáveis e, nomeadamente, os atividade, nomeadamente quando:
seguintes:
a) Não cumprir as determinações impostas pelas au-
a) Cumprir todas as normas legais e regulamentares toridades administrativas;
aplicáveis ao exercício da atividade; b) Violar reiteradamente o cumprimento das dispo-
b) Garantir níveis elevados de proteção dos consumi- sições legais e regulamentares aplicáveis ao exercício
dores, de acordo com o previsto no anexo VII do presente da atividade;
decreto-lei, que dele faz parte integrante; c) Não cumprir, reiteradamente, com o envio da infor-
c) Enviar às entidades competentes a informação mação estabelecida na legislação e na regulamentação
prevista na legislação e na regulamentação aplicáveis; aplicáveis;
d) Enviar, de dois em dois anos, e igualmente através d) Não iniciar o exercício da atividade no prazo de
do balcão único eletrónico dos serviços, a informação um ano após o seu registo, ou, tendo iniciado o seu
atualizada prevista no n.º 2 do artigo anterior; exercício, o interromper por igual período, sendo esta
e) Assegurar a prestação de informações transpa- inatividade confirmada pelo operador da RNT.
rentes sobre os preços e tarifas aplicáveis e as condi-
ções normais de acesso e utilização dos seus serviços; 5 — O registo pode ainda ser revogado pela DGEG
f) Prestar a demais informação devida aos clientes, na sequência de declaração de renúncia apresentada
nomeadamente sobre as opções tarifárias mais apropria- pelo respetivo titular, através do balcão único referido
5588-(56) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, Tarifário, com os custos de referência da atividade de
e com a antecedência mínima de quatro meses relati- comercialização e com os custos médios de referência
vamente à data pretendida para a produção dos respe- para a aquisição de energia elétrica.
tivos efeitos, devendo a DGEG, nessa data, proceder à 9 — Para os efeitos do número anterior, o custo de
revogação do registo. referência da atividade da comercialização é determi-
6 — O registo da atividade de comercialização é nado com base na informação respeitante aos proveitos
pessoal e intransmissível, com exceção das situações permitidos ao comercializador de último recurso, no
de reestruturação societária. âmbito de uma gestão criteriosa e eficiente.
10 — Para os efeitos do n.º 8, os custos médios de re-
Artigo 50.º ferência para a aquisição de energia elétrica são determi-
nados de acordo com o mecanismo de aprovisionamento
[...]
eficiente de energia elétrica por parte do comercializador
1 — Os comercializadores ficam obrigados a enviar de último recurso previsto no Regulamento Tarifário.
à ERSE, anualmente e sempre que ocorram alterações,
nos termos do Regulamento de Relações Comerciais, Artigo 51.º
uma tabela dos preços de referência que se propõem
[...]
praticar no âmbito da comercialização de eletricidade.
2— ..................................... 1— .....................................
2— .....................................
a) Publicitar os preços de referência relativos aos
3— .....................................
fornecimentos em BT que praticam, designadamente
4 — Sem prejuízo do disposto nos números ante-
nos respetivos sítios na Internet e em conteúdos pro-
riores, o comercializador ou produtor registado nos
mocionais;
termos do presente artigo tem os mesmos deveres do
b) Enviar de seis em seis meses à ERSE os preços
comercializador registado na sequência do pedido re-
efetivamente praticados a todos os clientes no semestre
ferido no artigo 47.º
anterior.
Artigo 52.º
3— .....................................
4 — A ERSE deve publicitar, no seu sítio na Inter- [...]
net, os preços de referência dos comercializadores para 1— .....................................
os fornecimentos em BT, podendo complementar esta 2 — (Revogado.)
publicitação com outros meios adequados, designada- 3— .....................................
mente folhetos, tendo em vista informar os consumi- 4 — A atribuição de novas licenças de comerciali-
dores das diversas opções ao nível de preços existentes zador de último recurso fica dependente da sua prévia
no mercado por forma que estes, em cada momento, sujeição a procedimento concorrencial, cujas peças são
possam optar pelas melhores condições oferecidas pelo aprovadas por despacho do membro do Governo res-
mercado. ponsável pela área da energia.
5 — A informação prevista no presente artigo fica
sujeita a supervisão da ERSE, ficando os comerciali-
Artigo 53.º
zadores obrigados a facultar-lhe toda a documentação
necessária e o acesso direto aos registos que suportam [...]
esta informação. 1— .....................................
6 — Os comercializadores ficam igualmente obri- 2— .....................................
gados a manter, pelo menos durante um período de 3— .....................................
cinco anos, os registos relativos a todas as transações
relevantes de contratos de fornecimento de eletrici- a) Prestar o serviço público universal de fornecimento
dade com clientes grossistas e operadores de redes de de eletricidade, enquanto vigorarem as tarifas reguladas
transporte e distribuição, assim como os respetivos su- ou as tarifas transitórias legalmente estabelecidas e,
portes contratuais, ficando estes auditáveis e sujeitos à após a extinção destas, fornecer eletricidade aos clien-
supervisão da ERSE no âmbito das suas obrigações e tes finais economicamente vulneráveis, nos termos da
competências. legislação aplicável;
7 — A informação referida no número anterior deve b) Adquirir energia nas condições estabelecidas na lei;
especificar as características das transações relevantes, c) Assegurar o fornecimento de eletricidade em locais
tais como as relativas à duração, entrega e regularização, onde não exista oferta dos comercializadores de eletri-
quantidade e hora de execução, preços de transação e cidade em regime de mercado, pelo tempo em que essa
outros meios, sendo os métodos e disposições para a ausência se mantenha;
manutenção dos registos objeto de regulamentação da d) Fornecer eletricidade aos clientes cujo comercia-
ERSE, tendo em consideração as orientações adotadas lizador tenha ficado impedido de exercer a atividade de
pela Comissão Europeia. comercializador de eletricidade, nos termos dos n.os 6 a 8;
8 — Com o objetivo de estabelecer uma referência e) [Anterior alínea c).]
para os consumidores, e de os apoiar na contratação do f) [Anterior alínea d).]
fornecimento de energia elétrica, a ERSE deve elaborar,
todos os anos, um relatório indicando os preços reco- 4 — Nas situações previstas nas alíneas c) e d) do
mendados para o fornecimento em BT, os quais, para número anterior, o comercializador de último recurso
os efeitos aqui previstos, resultam da soma das tarifas aplica as tarifas reguladas ou as tarifas transitórias legal-
de acesso às redes, tal como definidas no Regulamento mente estabelecidas e, após a extinção destas, o preço
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(57)

equivalente à soma das parcelas relevantes da tarifa de energia produzida pelos produtores de eletricidade
que serve de base ao cálculo da tarifa social de forne- em regime especial com remuneração garantida nos ter-
cimento de eletricidade, nos termos do Decreto-Lei mos da lei e o custo real incorrido nas restantes formas
n.º 138-A/2010, de 28 de dezembro. de aquisição previstas no n.º 1 é repercutida na tarifa
5 — Verificando-se a situação prevista na alínea d) do de uso global de sistema, nos termos a estabelecer no
n.º 3, os comercializadores devem notificar a ocorrência Regulamento Tarifário.
ao comercializador de último recurso, o qual, recebida 7 — O comercializador de último recurso que adquira
a notificação, envia uma carta registada aos clientes eletricidade em quantidade excedentária face às suas
abrangidos, dando conhecimento de que é a entidade necessidades deve revendê-la em mercado, em condi-
responsável pelo fornecimento de eletricidade durante ções a definir no âmbito do Regulamento das Relações
um período máximo de dois meses, devendo os clientes Comerciais e no Regulamento Tarifário.
até ao final desse período contratualizar com um co-
mercializador registado o fornecimento de eletricidade. Artigo 56.º
6 — Se se verificar ausência de alternativa de co- [...]
mercializadores registados decorrido o período previsto
no número anterior, é aplicável o disposto na alínea c) 1— .....................................
do n.º 3. 2 — O mercado organizado em que se realizam ope-
7— ..................................... rações a prazo sobre eletricidade ou ativo equivalente
está sujeito a autorização, mediante portaria dos mem-
a) Os administradores e os quadros de gestão do bros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças
comercializador de último recurso não podem integrar e da energia, nos termos do n.º 3 do artigo 207.º do
os órgãos sociais ou participar nas estruturas de empre- Código dos Valores Mobiliários.
sas que exerçam quaisquer outras atividades do SEN, 3— .....................................
sem prejuízo do estabelecido no n.º 8 do artigo 36.º do 4 — Podem ser admitidos como membros do mer-
Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro; cado organizado os intermediários financeiros, produ-
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tores em regime ordinário, comercializadores e outros
agentes que reúnam os requisitos previstos no n.º 2 do
8 — (Anterior n.º 5.) artigo 206.º do Código dos Valores Mobiliários e demais
requisitos fixados pela entidade gestora do mercado,
Artigo 54.º nos termos a regulamentar por portaria dos membros
[...] do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e
da energia desde que em qualquer dos casos tenham
Sem prejuízo da caducidade prevista no n.º 2 do ar- celebrado contrato com um participante do sistema de
tigo 73.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, liquidação das operações realizadas nesse mercado.
à extinção e transmissão da licença de comercialização
de último recurso aplicam-se, com as devidas adapta- Artigo 57.º
ções, as disposições referidas no artigo 49.º, com exce-
ção do disposto no n.º 5 do mesmo artigo. [...]
1 — Os operadores de mercado são as entidades res-
Artigo 55.º ponsáveis pela gestão do mercado organizado e pela
[...] concretização de atividades conexas, nos termos do
número seguinte e da legislação financeira aplicável
1— ..................................... aos mercados em que se realizam operações a prazo.
a) Deve adquirir a eletricidade produzida pelos pro- 2 — São deveres dos operadores de mercado, no-
dutores em regime especial que beneficiem de remu- meadamente:
neração garantida nos termos da lei; a) Gerir mercados organizados de contratação de
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . eletricidade;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) Assegurar que os mercados referidos na alínea
d) Pode adquirir eletricidade através de contratos bi- anterior sejam dotados de adequados serviços de li-
laterais ou através de mecanismos regulados, em ambos quidação;
os casos previamente aprovados pela ERSE, nos termos c) Fixar os critérios para a determinação dos índices
estabelecidos no Regulamento de Relações Comerciais. de preços referentes a cada um dos diferentes tipos de
contratos;
2— ..................................... d) Divulgar informação relativa ao funcionamento
3— ..................................... dos mercados de forma transparente e não discrimina-
4 — A ERSE fixa, no princípio de cada ano, os custos tória, devendo, nomeadamente, publicar informação,
estimados para a aquisição de eletricidade a aplicar na de- agregada por agente, relativa a preços e quantidades
finição das tarifas do comercializador de último recurso. transacionadas;
5 — A diferença entre os custos reais de aquisição de e) Comunicar ao operador da RNT toda a informa-
energia elétrica pelo comercializador de último recurso ção relevante para a gestão técnica global do SEN e
e os custos estimados a que se refere o número anterior para a gestão comercial da capacidade de interligação,
é repercutida nas tarifas, nos termos a estabelecer no nos termos do Regulamento de Operação das Redes.
Regulamento Tarifário.
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a 3 — (Revogado.)
diferença entre os custos reais incorridos na aquisição 4 — (Revogado.)
5588-(58) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Artigo 58.º dessas mesmas instalações, bem como as condições e


[...]
limitações à injeção de potência reativa decorrentes da
necessidade de assegurar a fiabilidade e segurança das
1 — O operador logístico de mudança de comercia- rede e a qualidade de serviço.
lizador é a entidade que tem atribuições no âmbito da 3— .....................................
gestão da mudança de comercializador de eletricidade,
podendo incluir, nomeadamente, a gestão dos equipa- Artigo 67.º
mentos de medida, a recolha de informação local ou
à distância e o fornecimento de informação sobre o [...]
consumo aos agentes de mercado. 1 — O Regulamento de Acesso às Redes e às Inter-
2— ..................................... ligações, o Regulamento de Relações Comerciais, o
3— ..................................... Regulamento Tarifário, o Regulamento de Operação
4— ..................................... das Redes e o Regulamento da Qualidade de Serviço
5 — Os comercializadores em regime de mercado são aprovados pela ERSE.
devem fornecer ao operador logístico de mudança de 2— .....................................
comercializador informação relativa às situações de 3 — O Regulamento da Rede de Transporte, o Regu-
incumprimento das obrigações de pagamento previstas lamento da Rede de Distribuição e o Regulamento do
nos contratos de fornecimento que tenham motivado Procedimento Administrativo de Comunicação Prévia
a interrupção do fornecimento e a resolução dos re- são aprovados por portaria do membro do Governo res-
feridos contratos, nos termos a prever em legislação ponsável pela área da energia, sob proposta da DGEG,
complementar.
precedida de consulta às entidades concessionárias,
6 — O operador logístico de mudança de comercia-
lizador pode ser comum para o SEN e para o SNGN. relativamente aos dois primeiros.
4— .....................................
Artigo 59.º 5 — (Revogado.)
6 — (Revogado.)
[...] 7 — O Regulamento da Segurança de Abastecimento
......................................... e Planeamento é aprovado pelo diretor-geral de energia
e geologia, ouvida a ERSE, sendo a sua aplicação da
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . competência da DGEG.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 68.º
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — Pelos atos previstos no presente decreto-lei re-
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . lativos a licenças, registos, comunicações prévias e a
h) Regulamento da Segurança de Abastecimento e concessões são devidas taxas, a estabelecer por porta-
Planeamento; ria do membro do Governo responsável pela área da
i) Regulamento do Procedimento Administrativo de energia.
Comunicação Prévia para a produção de eletricidade a 2 — (Revogado.)
partir de fontes de energia renováveis. 3 — (Revogado.)
4 — (Revogado.)
Artigo 60.º 5 — (Revogado.)
[...] 6 — (Revogado.)
1— ..................................... 7— .....................................
2 — O Regulamento da Rede de Transporte estabe- 8— .....................................
lece, ainda, as condições técnicas gerais e particulares 9— .....................................
aplicáveis à ligação das instalações ligadas à rede de
transporte, bem como aos sistemas de apoio, medição, Artigo 70.º
proteção e ensaios da referida rede e dessas mesmas [...]
instalações e, bem assim, as condições e limitações
à injeção de potência reativa decorrentes da necessi- 1— .....................................
dade de assegurar a fiabilidade e segurança da rede. 2— .....................................
3— ..................................... 3 — Compete à ERSE estabelecer as regras neces-
4— ..................................... sárias, no âmbito do Regulamento Tarifário, para re-
percutir na tarifa de uso global do sistema, ou noutra
Artigo 61.º aplicável a todos os consumidores de energia elétrica, a
diferença entre os encargos totais a pagar pela entidade
[...] concessionária da RNT, ou a entidade que a substituir
1— ..................................... para o efeito, e as receitas provenientes da venda da
2 — O Regulamento da Rede de Distribuição es- totalidade da energia elétrica adquirida no âmbito dos
tabelece, ainda, as condições técnicas gerais e parti- CAE em vigor e dos leilões de gás natural do contrato
culares aplicáveis à ligação das instalações ligadas à de aprovisionamento de longo prazo, bem como os
rede de distribuição, bem como aos sistemas de apoio, mecanismos de incentivos a aplicar à entidade conces-
medição, proteção e ensaios da rede de distribuição e sionária da RNT, ou à entidade que a substitua, para a
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(59)

eficiente otimização da gestão e dos custos associados se encontra instalado em conformidade com os termos
a estes contratos. da respetiva licença e da regulamentação aplicável e em
4— ..................................... condições técnicas e de segurança para a realização do
5— ..................................... programa referido na alínea a).
6 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .»
3 — O pedido é liminarmente indeferido se não tiver
Artigo 3.º sido instruído com os elementos previstos nos números
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
anteriores.
4 — A DGEG pode determinar a realização de vis-
São aditados ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de toria, mediante notificação escrita remetida ao reque-
agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de rente no prazo máximo de 20 dias após o pedido de
18 de dezembro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de autorização para exploração em regime experimental.
24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de 5 — O disposto no artigo 21.º aplica-se à vistoria
29 de setembro, os artigos 7.º-A, 20.º-A, 20.º-B, 33.º-C, realizada ao abrigo do número anterior, com as devidas
33.º-D, 33.º-E, 33.º-F, 33.º-G, 33.º-H, 33.º-I, 33.º-J, 33.º-K, adaptações.
33.º-L, 33.º-M, 33.º-N, 33.º-O, 33.º-P, 33.º-Q, 33.º-R, 6 — A DGEG profere decisão sobre o pedido de
33.º-S, 33.º-T, 33.º-U, 33.º-V. 33.º-W, 33.º-X, 33.º-Y, autorização para exploração em regime experimental,
33.º-Z, 35.º-A, 36.º-A, 40.º-A, 47.º-A, 50.º-A, 50.º-B, no prazo de 20 dias contados da receção do pedido,
50.º-C, 50.º-D, 51.º-A, 55.º-A, 55.º-B, 55.º-C, 55.º-D, ou quando houver vistoria, no prazo de 10 dias após o
66.º-A, 66.º-B, 68.º-A, 78.º-A, 78.º-B, 78.º-C e 78.º-D, relatório da vistoria, notificando-a ao requerente e ao
com a seguinte redação: operador da rede.
7 — A autorização define o período de tempo autori-
«Artigo 7.º-A zado para a realização de testes, ensaios e a exploração
em regime experimental, sendo nela fixadas as condi-
Competência
ções a que fica sujeita.
1 — A concessão, alteração e revogação da licença de 8 — O pedido considera-se tacitamente deferido se
produção dos centros eletroprodutores com capacidade o mesmo não for objeto de decisão expressa no prazo
máxima instalada superior a 10 MVA é da competência previsto no n.º 6, desde que o operador da rede se te-
do membro do Governo responsável pela área da ener- nha pronunciado favoravelmente sobre a existência de
gia, com faculdade de delegação. condições de ligação à rede para início da exploração
2 — A concessão, alteração e revogação da licença de em regime experimental.
produção dos centros eletroprodutores com capacidade
máxima instalada igual ou inferior a 10 MVA, bem como Artigo 20.º-B
a concessão da autorização para exploração em regime
Licença de exploração
experimental e a atribuição da licença de exploração de
todos os centros eletroprodutores são da competência 1 — O titular da licença de produção só pode iniciar
do diretor-geral de energia e geologia. a exploração industrial de cada um dos grupos geradores
3 — Cabe ainda à DGEG exercer as competências que compõem o centro eletroprodutor após obtenção da
de entidade licenciadora na instrução e condução dos respetiva licença de exploração, a emitir pela entidade
procedimentos de atribuição, alteração, transmissão e licenciadora, na sequência da realização de vistoria, nos
extinção das licenças e autorizações previstas nos nú- termos do artigo 21.º
meros anteriores, submetendo-as a decisão do membro 2 — O pedido para a emissão da licença de explo-
do Governo responsável pela área da energia, no caso ração deve ser instruído com os seguintes elementos:
previsto no n.º 1.
a) Declaração subscrita pelos técnicos responsáveis
pelo projeto e pela fiscalização da construção, que ateste,
Artigo 20.º-A sob compromisso de honra, que a instalação está concluída
Autorização para exploração em regime experimental e o centro eletroprodutor preparado para operar de acordo
com o projeto aprovado e em observância das condições
1 — A realização de testes, ensaios e a exploração em
integradas na decisão final de atribuição da respetiva li-
regime experimental prévios ao início da exploração do
cença de produção, bem como, se for caso disso, que
centro eletroprodutor e sua ligação à rede é precedida
as alterações efetuadas estão em conformidade com as
de autorização da DGEG, na sequência de pedido do
normas legais e regulamentares que lhe são aplicáveis;
titular da licença de produção.
b) Prova da celebração do seguro a que se refere o
2 — O pedido de autorização para exploração em
artigo 29.º;
regime experimental referido no número anterior é
c) Quando exigíveis, declaração de aceitação do
acompanhado:
relatório de segurança, nos termos do Decreto-Lei
a) Do programa de testes a realizar e sua duração, n.º 254/2007, de 12 de julho, e autorização ou licença
subscrito pelo técnico ou peritos responsáveis pela sua de gestão de resíduos nos termos da legislação aplicável.
execução;
b) De parecer do operador da rede a que se liga o 3 — O pedido é liminarmente indeferido se não es-
centro eletroprodutor com indicação de que estão reu- tiver instruído com os elementos previstos no número
nidas as condições de ligação e injeção de energia na anterior.
rede necessárias para tal efeito; 4 — Estando o pedido devidamente instruído, a en-
c) De declaração, sob compromisso de honra do titular tidade licenciadora profere decisão sobre o pedido de
da licença de produção, de que o centro eletroprodutor licença de exploração, no prazo de 20 dias contados da
5588-(60) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

receção do relatório da vistoria, a emitir nos termos dos 2 — Está sujeita a licença de produção a instalação
n.os 5 a 7 do artigo seguinte, notificando-a ao requerente dos centros eletroprodutores sempre que se verifique
e operador da rede. um dos seguintes pressupostos:
5 — O pedido de licença de exploração só pode ser
a) Potência de ligação à rede superior a 1 MVA;
indeferido, após audiência prévia do requerente nos
b) Sujeição da instalação do centro eletroprodutor aos
termos do CPA, com fundamento em algum dos se-
guintes motivos: regimes jurídicos de avaliação de impacte ambiental ou
de avaliação de incidências ambientais, nos termos da
a) Desconformidade das instalações com os condicio- legislação aplicável;
namentos legais e regulamentares ou com as condições c) A instalação do centro eletroprodutor esteja proje-
fixadas na licença de produção; tada para espaço marítimo sob a soberania ou jurisdição
b) Indeferimento do pedido de licença ambiental, nacional;
quando esta seja aplicável; d) O regime remuneratório aplicável seja o da remu-
c) Falta de título de emissão de gases com efeito de neração garantida, nos termos do artigo 33.º-G.
estufa, quando este seja aplicável.
3 — A instalação de centros eletroprodutores não
6 — A licença de exploração define as condições compreendidos no número anterior depende da reali-
a que fica sujeita a exploração industrial e, uma vez zação de comunicação prévia.
concedida, passa a integrar as condições da licença 4 — A exploração em regime industrial do centro
de produção do centro eletroprodutor a que se refere. eletroprodutor ou de cada um dos grupos geradores que,
nos termos da licença de produção ou do ato de admissão
Artigo 33.º-C da comunicação prévia, o compõem depende da prévia
Verificação da disponibilidade
obtenção de licença de exploração ou de certificado
de exploração quando a instalação do referido centro
1 — O membro do Governo responsável pela área eletroprodutor dependa da realização de comunicação
da energia fixa, mediante portaria, os termos e proce- prévia.
dimentos a observar na verificação, pelo operador da 5 — A licença de exploração e o certificado de ex-
RNT, da disponibilidade dos centros eletroprodutores, ploração atestam a conformidade da instalação com os
sempre que esta seja um fator considerado no cálculo termos da licença de produção ou do ato de admissão
da remuneração, subsidiação ou comparticipação de da comunicação prévia, respetivamente, bem como com
custos dos centros eletroprodutores. a regulamentação aplicável.
2 — Para os efeitos do número anterior, a dispo- 6 — A cada centro eletroprodutor corresponde uma
nibilidade é considerada, nomeadamente, no cálculo licença de produção ou um ato de admissão da comu-
dos incentivos à garantia de potência, da compensação nicação prévia.
pecuniária correspondente aos custos para a manutenção
do equilíbrio contratual (CMEC), prevista no Decreto- Artigo 33.º-F
-Lei n.º 240/2004, de 27 de dezembro, alterado pelos
Critérios gerais de atribuição da licença de produção
Decretos-Leis n.os 199/2007, de 18 de maio, e 264/2007, ou de admissão de comunicação prévia
de 24 de julho, e de outros mecanismos com efeito equi-
valente ou que visem compensar, total ou parcialmente, 1 — A atribuição da licença de produção ou a admis-
os custos de produção ou assegurar uma rentabilidade são da comunicação prévia dependem da conformidade
mínima da atividade de produção de eletricidade e que do projeto com os objetivos e prioridades da política
não estejam sujeitas a qualquer regime especial de ve- energética e, designadamente, da observância dos se-
rificação da disponibilidade. guintes requisitos, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do
artigo seguinte:
Artigo 33.º-D a) O impacte do centro eletroprodutor nos custos
Condições de exercício económicos e financeiros do SEN;
b) A existência de condições de ligação à RESP ade-
1 — O exercício da atividade de produção de ele- quadas à capacidade de receção de eletricidade, nos
tricidade em regime especial é livre, ficando sujeito a termos do disposto no n.º 2;
controlo prévio. c) A segurança da RESP e a fiabilidade das instala-
2 — O controlo prévio é exercido mediante a atri- ções e do equipamento associado, nos termos previstos
buição de uma licença de produção, a requerimento do no Regulamento da Rede de Transporte, no Regula-
interessado, ou através da realização, por este, de uma mento da Rede de Distribuição e no Regulamento de
comunicação prévia para a instalação de um centro Operação de Redes;
eletroprodutor, nos termos do artigo seguinte.
d) A contribuição para uma maior eficiência ener-
gética;
Artigo 33.º-E e) O cumprimento da regulamentação aplicável no
Controlo prévio que respeita à ocupação, localização, proteção do am-
biente, proteção da saúde pública e segurança das po-
1 — A instalação de centros eletroprodutores em
pulações;
regime especial está sujeita a um dos seguintes proce-
f) A contribuição das capacidades de produção para
dimentos de controlo prévio:
cumprir as metas nacionais e comunitárias no domínio
a) Licença de produção; das energias provenientes de fontes renováveis no con-
b) Comunicação prévia. sumo bruto de energia;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(61)

g) A contribuição da capacidade de produção para b) O regime de remuneração garantida, em que a


reduzir as emissões de gases com efeito de estufa; eletricidade produzida é entregue ao comercializador
h) O contributo do pedido para o desenvolvimento de último recurso, contra o pagamento da remunera-
local e para a captação de riqueza para a área de insta- ção atribuída ao centro eletroprodutor nos termos dos
lação do centro eletroprodutor; n.os 4 e 5.
i) As características específicas do requerente, no-
meadamente a sua capacidade técnica, económica e 2 — O exercício da atividade ao abrigo do regime
financeira. geral depende apenas da obtenção de licença de produ-
ção ou da admissão da comunicação prévia nos termos
2 — Para os efeitos da alínea b) do número anterior, previstos no presente capítulo, bem como da respetiva
verifica-se inadequação da capacidade de receção da licença ou respetivo certificado de exploração.
rede pública quando a potência a injetar exceda a capa- 3 — O exercício da atividade com o regime de remu-
cidade total no ponto de injeção pretendido, ou afete a neração garantida depende, previamente à obtenção da
segurança e fiabilidade da RESP tal como forem indica- licença de produção e respetiva licença de exploração,
dos pelo respetivo operador da rede, tendo em conta os da atribuição de reserva de capacidade de injeção na
compromissos de ligação já existentes e os instrumentos RESP, nos termos do número seguinte.
de planeamento referidos nos artigos 36.º e 40.º 4 — Os termos, condições e critérios da atribuição de
3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 33.º-K, a reserva de capacidade de injeção na RESP, da licença de
entidade licenciadora indefere o pedido de licença de produção e do regime remuneratório respetivo, bem como
produção ou rejeita a comunicação prévia: do acesso ao mesmo e os respetivos prazo de duração e
condições de manutenção, são definidos por portaria do
a) No caso de o pedido não ser conforme com os
membro do Governo responsável pela área da energia.
critérios previstos no n.º 1;
5 — A portaria prevista no número anterior prevê
b) No caso de o pedido não ser conforme com a lei
que a reserva de capacidade de injeção na RESP é atri-
ou regulamentos aplicáveis;
buída mediante procedimento concursal de iniciativa
c) No caso previsto no n.º 2 do artigo 9.º
pública ou procedimento que a faculte a todos os in-
teressados que preencham os requisitos que venham a
4 — Os pedidos de atribuição de licença de produção
ser estabelecidos, de acordo com critérios de igualdade
que não possam ser considerados por falta de capacidade
e transparência.
na data e local pretendidos pelo promotor podem, me-
6 — O procedimento concursal previsto no número
diante prestação de caução, ficar a aguardar reserva da
anterior rege-se pelo regime previsto no presente decreto-
capacidade até à data estabelecida para a execução das
-lei, no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, e
obras previstas no plano de desenvolvimento e inves-
na portaria prevista no número anterior e pelas peças
timento na rede de transporte (PDIRT) ou no plano de
do procedimento, a aprovar por despacho do membro
desenvolvimento e investimento na rede de distribuição
do Governo responsável pela área da energia, devendo
(PDIRD).
ser publicitado no Diário da República.
5 — No caso previsto no número anterior, a enti-
7 — A organização, o acompanhamento e a fisca-
dade licenciadora pode atribuir a licença de produção
lização do procedimento concursal são efetuados por
mediante acordo entre o interessado e o operador da
entidade ou organismo público ou privado, independente
RESP a que se pretende ligar, para antecipação do re-
das atividades de produção, distribuição e comercializa-
forço da capacidade de receção da RESP, em relação
ção de eletricidade, a designar pelo membro do Governo
ao estabelecido no PDIRT ou no PDIRD, caso em que
responsável pela área da energia.
o interessado comparticipa nos encargos financeiros
8 — Os compromissos assumidos pelo adjudicatá-
resultantes da antecipação do reforço da rede.
rio selecionado no âmbito do procedimento concursal
6 — No caso de comparticipação nos custos do re-
previsto no n.º 6, incluindo prazos de execução, bem
forço da rede, referidos no número anterior, a prestação
como as respetivas garantias, devem ser contratualiza-
da caução prevista no n.º 4 não é obrigatória.
dos e o seu incumprimento pode determinar a perda da
7 — Na falta do acordo previsto no n.º 5, compete
reserva de capacidade de injeção na RESP, do regime
à DGEG, a pedido do interessado e ouvida a ERSE,
remuneratório atribuído e de outros direitos decorrentes
arbitrar os valores da comparticipação.
da adjudicação.
9 — A aplicação do regime remuneratório garantido
Artigo 33.º-G
depende da atribuição da licença de produção e da res-
Regimes remuneratórios petiva licença de exploração.
1 — A atividade de produção de eletricidade em re-
gime especial pode ser exercida ao abrigo de um dos Artigo 33.º-H
seguintes regimes remuneratórios: Competência
a) O regime geral, em que os produtores de eletri- 1 — O disposto no artigo 7.º-A aplica-se à competên-
cidade vendem a eletricidade produzida, nos termos cia para a concessão, alteração e revogação da licença
aplicáveis à produção em regime ordinário, em merca- de produção dos centros eletroprodutores em regime
dos organizados ou através da celebração de contratos especial, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
bilaterais com clientes finais ou com comercializadores 2 — Cabe à DGEG a aceitação da comunicação
de eletricidade, incluindo com o facilitador de mer- prévia e a emissão da licença de exploração ou do cer-
cado ou um qualquer comercializador que agregue a tificado de exploração dos centros eletroprodutores
produção; previstos no presente capítulo.
5588-(62) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Artigo 33.º-I espaço marítimo sob a soberania ou jurisdição nacio-


Procedimentos e regime jurídico
nal, o pedido deve ainda ser instruído com certidão do
título de utilização atribuído pela entidade competente,
1 — O procedimento de atribuição de licença de pro- autorizando a utilização dos recursos para o fim pre-
dução de eletricidade em regime especial e o respetivo tendido, estando dispensada a apresentação do parecer
regime regem-se pelo disposto na presente secção. de localização previsto na alínea i) do número anterior.
2 — O membro do Governo responsável pela área da 5 — À informação referida na alínea c) do n.º 3 aplica-
energia aprova, mediante portaria, o regime jurídico do -se o disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 8.º
procedimento de comunicação prévia previsto no pre- 6 — Para integral cumprimento do disposto nos nú-
sente capítulo, bem como as regras aplicáveis à emissão, meros anteriores, o interessado deve promover atempa-
transmissão, alteração e extinção do ato de admissão da damente os procedimentos necessários para a obtenção
comunicação prévia. dos elementos previstos nas alíneas f), g), h) e i) do
n.º 3, cabendo à entidade licenciadora prestar a colabo-
Artigo 33.º-J ração que lhe seja solicitada nos termos da legislação
Instrução do pedido de atribuição de licença de produção aplicável.
1 — O procedimento para atribuição de licença de Artigo 33.º-K
produção inicia-se com a apresentação, pelo interessado,
de um pedido dirigido à entidade licenciadora, devi- Critérios de seleção de pedidos de atribuição
de licenças de produção
damente instruído nos termos previstos nos números
seguintes. 1 — Quando a capacidade de receção existente ou
2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção previsional da RESP não for suficiente para atender a
devem ser apresentados no período de 1 a 15 dos meses todos os pedidos de atribuição de licença de produção,
de janeiro, maio e setembro de cada ano, sem prejuízo a DGEG procede à seleção dos referidos pedidos, com
da possibilidade de a portaria prevista no n.º 4 do ar- base nos critérios estabelecidos no artigo 33.º-F, nos
tigo 33.º-G prever a possibilidade de apresentação dos termos previstos no número seguinte.
referidos pedidos noutras datas. 2 — A seleção dos pedidos processa-se através da
3 — O pedido referido nos números anteriores deve ponderação conjunta dos critérios estabelecidos no ar-
ser instruído com os seguintes elementos: tigo 33.º-F, os quais, pela ordem por que estão apresen-
a) Identificação completa do requerente, incluindo tados, servem de desempate em caso de coincidência
nome ou firma, morada, número de contribuinte, código na valia global dos projetos em causa.
de acesso à certidão permanente, se for o caso, e nome,
número de telefone, telefax e endereço de correio ele- Artigo 33.º-L
trónico para contacto; Verificação da conformidade da instrução do pedido
b) Projeto do centro eletroprodutor e os demais ele- e decisão de atribuição de licença de produção
mentos estabelecidos no anexo II ao presente decreto-lei,
que dele faz parte integrante; 1 — À verificação da conformidade da instrução do
c) Informação sobre a existência de capacidade de pedido e à decisão de atribuição da licença de produção
receção e as condições de ligação à rede; aplica-se o disposto nos artigos 9.º a 11.º
d) Termo de responsabilidade pelo projeto das ins- 2 — Se a instalação do centro eletroprodutor estiver
talações elétricas; sujeita ao procedimento de avaliação de incidências
e) Comprovativo do direito para utilização do espaço ambientais previsto na secção IV:
de implantação da instalação, exceto para centrais hi- a) O disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 9.º não
droelétricas; é aplicável, procedendo-se à publicação dos avisos e
f) Pareceres das entidades quando as instalações in- subsequente consulta pública previstos no artigo 33.º-S;
terferirem com os seus domínios ou atividades, exceto b) O prazo para a emissão de decisão ou projeto de
para aproveitamentos hidroelétricos, e sem prejuízo do decisão pela entidade licenciadora previsto no artigo 11.º
disposto no n.º 4; tem o seu início na data de notificação, à entidade li-
g) DIA favorável ou condicionalmente favorável e cenciadora, da decisão favorável ou condicionalmente
parecer de conformidade com a DIA, quando exigíveis favorável emitida ao abrigo do artigo 33.º-T ou na data
nos termos do respetivo regime jurídico, ou, se for o indicada no n.º 3 do mesmo artigo.
caso, comprovativo de se ter produzido ato tácito favo-
rável nos termos do mesmo regime jurídico; Artigo 33.º-M
h) Estudo de incidências ambientais, quando exigível
nos termos dos artigos 33.º-R e seguintes, para os efeitos Conteúdo da licença de produção
do disposto no mesmo artigo; 1 — A decisão de atribuição da licença de produ-
i) Parecer favorável sobre a localização do centro ção de eletricidade em regime especial deve conter,
eletroprodutor emitido pela comissão de coordenação e nomeadamente, os seguintes elementos:
desenvolvimento regional territorialmente competente,
quando o projeto não esteja sujeito ao regime jurídico a) Identificação completa do titular;
de avaliação de impacte ambiental ou de avaliação de b) Principais características do centro eletroprodutor
incidências ambientais. e sua localização, indicação da fonte de energia, reno-
vável ou não, e da tecnologia utilizada, a indicação do
4 — Tratando-se de centros hidroelétricos ou cen- ponto de interligação, da potência máxima injetável na
tros eletroprodutores destinados a ser instalados em rede e da potência instalada bruta e líquida, em MW e
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(63)

MVA, bem como as obras e os trabalhos de reforço da hidroelétricos, seis anos, sem prejuízo de a portaria re-
rede a suportar pelo titular da licença, se for o caso; ferida nos n.os 4 e seguintes do artigo 33.º-G estabelecer
c) Regime remuneratório garantido aplicável, se for prazo diferente para os casos nela previstos.
o caso; 2 — Os prazos previstos no número anterior contam-
d) Prazo fixado para o início da exploração do centro -se a partir da data de emissão da licença de produção
eletroprodutor; ou do ato de admissão da comunicação prévia pela
e) Outras obrigações ou condições especiais a que DGEG.
eventualmente fique sujeito o titular da licença. 3 — Para garantia da conclusão das obras, os titula-
res de licença de produção ou de comunicação prévia
2 — A DIA, a decisão referida no n.º 2 do ar- admitida ao abrigo do presente capítulo devem prestar
tigo 33.º-T ou outras licenças, autorizações, pareceres à DGEG uma caução nos termos do n.º 2 do artigo 20.º,
ou declarações de aceitação de entidades competentes a qual é liberada na data de início da exploração quando
que nos termos da legislação aplicável constituem requi- esta ocorra dentro do prazo fixado ao abrigo do n.º 1 ou
sito para o licenciamento da instalação ou exploração do no final de uma prorrogação concedida pela entidade
centro eletroprodutor ou condição a que este está sujeito licenciadora ao abrigo do n.º 5.
integram as obrigações a cujo cumprimento se vincula 4 — A licença de produção ou o ato de comunicação
o titular da licença de produção de eletricidade. prévia caducam quando o seu titular não conclua os tra-
3 — A licença de produção é emitida pela entidade li- balhos de instalação do centro eletroprodutor no prazo
cenciadora, condicionada à verificação da conformidade previsto no n.º 1, salvo se aquele prazo for prorrogado
do projeto de execução com a respetiva DIA, nos termos ao abrigo do número seguinte, caso em que a caducidade
do regime jurídico da avaliação do impacte ambiental opera no final do período da prorrogação concedida.
(RJAIA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 5 — O prazo previsto no n.º 1 pode ser prorrogado
3 de maio, republicado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de pela entidade licenciadora, por um período não superior
8 de novembro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, a metade do prazo inicial, mediante requerimento do
de 14 de março, no caso de a DIA a que se refere a alínea interessado devidamente fundamentado em motivo que
g) do n.º 3 do artigo 33.º-J ter sido emitida ainda em fase não lhe seja imputável e que não esteja relacionado com
de estudo prévio ou anteprojeto. a evolução das condições dos mercados e eletricidade
e financeiros.
Artigo 33.º-N 6 — Se se verificar a caducidade ao abrigo do dis-
posto no n.º 4, a DGEG aciona a caução, caso em que
Regime aplicável
o seu valor é entregue ao operador da RNT para ser
1 — O regime da licença de produção em regime repercutido na tarifa de uso global do sistema.
especial é o resultante das secções IV e V do capítulo II,
com as especificidades previstas na presente secção. Artigo 33.º-Q
2 — O disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 20.º Licença e certificado de exploração
não é aplicável aos centros eletroprodutores previstos
na presente secção. 1 — O titular da licença de produção ou do ato de
3 — O regime do ato de admissão da comunicação admissão da comunicação prévia só pode iniciar a ex-
prévia é definido na portaria referida no artigo 33.º-I, ploração industrial do centro eletroprodutor após ob-
aplicando-se, subsidiariamente, o disposto na presente tenção da licença de exploração ou do certificado de
secção. exploração, consoante o caso, a emitir pela entidade
licenciadora, na sequência da realização de vistoria,
Artigo 33.º-O nos termos do artigo 21.º
2 — Ao requerimento e emissão da licença ou do
Duração da licença de produção
certificado de exploração aplica-se o disposto no ar-
1 — A licença de produção de eletricidade em regime tigo 20.º-B, sem prejuízo do disposto nos números se-
especial não está sujeita a prazo de duração, sem pre- guintes.
juízo da extinção prevista no artigo 23.º e do disposto 3 — A licença de exploração dos centros eletropro-
no número seguinte. dutores referidos no presente artigo depende da prévia
2 — Quando a eletricidade produzida provenha de verificação da conformidade do projeto de execução
fonte hídrica do domínio público, ou o centro eletro- com a respetiva DIA, ao abrigo do RJAIA, no caso de
produtor se destine a ser instalado em espaço marítimo a DIA referida na alínea g) do n.º 3 do artigo 33.º-J ter
sob a soberania ou jurisdição nacional, a licença de sido emitida em fase de estudo prévio ou anteprojeto.
produção fica sujeita ao prazo estabelecido no respetivo 4 — A licença de exploração e o certificado de ex-
título de utilização. ploração definem as condições a que fica sujeita a ex-
ploração e, uma vez concedidos, passam a integrar as
Artigo 33.º-P condições da licença de produção ou do ato de admissão
da comunicação prévia do centro eletroprodutor a que
Prazos de execução das instalações e caducidade
se referem.
1 — Os titulares de licença de produção ou de co-
municação prévia admitida ao abrigo do presente ca- Artigo 33.º-R
pítulo devem concluir os trabalhos de instalação do
Avaliação de incidências ambientais
centro eletroprodutor e iniciar a exploração do mesmo
no prazo fixado na licença de produção, o qual não pode 1 — A emissão de licenças de produção de centros
ultrapassar dois anos ou, no caso de aproveitamentos eletroprodutores que utilizem fontes de energia reno-
5588-(64) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

váveis, que não se encontrem abrangidos pelo RJAIA, do número anterior ou de os juntar de forma deficiente
e cuja localização esteja prevista em áreas da Reserva ou insuficiente, o procedimento de avaliação de inci-
Ecológica Nacional, Sítios da Rede Natura 2000 ou da dências ambientais é encerrado, devendo a CCDR no-
Rede Nacional de Áreas Protegidas, é precedida de um tificar desse facto a entidade licenciadora e o promotor.
procedimento de avaliação de incidências ambientais, 5 — No prazo de 10 dias a contar da receção dos
a realizar pela comissão de coordenação e desenvolvi- elementos mencionados no n.º 2 ou da receção dos ele-
mento regional (CCDR) territorialmente competente, mentos adicionais referidos no n.º 3 do presente artigo,
com base num estudo de incidências ambientais apresen- a CCDR promove a publicação de aviso contendo os
tado pelo interessado tendo em consideração as políticas elementos referidos nas alíneas a), b), j) e m) do n.º 1 do
energéticas e ambientais vigentes. artigo 14.º do RJAIA, a identificação dos documentos
2 — O estudo de incidências ambientais referido no que integram o procedimento, a indicação do local e
número anterior deve enunciar os impactes locais dos data onde estes se encontram disponíveis para con-
projetos e das respetivas instalações acessórias através sulta e o prazo de duração da consulta pública, que é
da identificação das principais condicionantes existen- de 20 dias.
tes e dos descritores ambientais suscetíveis de serem 6 — Em razão das especificidades do projeto ou do
afetados, bem como prever medidas de monitorização estudo de incidências ambientais, a CCDR pode pro-
e medidas de minimização e recuperação das áreas afe- mover a consulta de outras entidades, as quais devem
tadas, a implementar em fase de obra. pronunciar-se no prazo de 20 dias.
3 — No caso de projetos a instalar em Sítios da Rede 7 — No caso de projetos a localizar em Sítios da Rede
Natura 2000, o estudo de incidências ambientais deve Natura 2000 ou da Rede Nacional de Áreas Protegidas,
obrigatoriamente abranger as vertentes definidas nas a CCDR consulta obrigatoriamente o Instituto da Con-
alíneas a) a e) do n.º 6 do artigo 10.º do Decreto-Lei servação da Natureza e das Florestas, I. P. (ICNF, I. P.).
n.º 140/99, de 24 de abril, republicado pelo Decreto-Lei 8 — A não emissão de parecer no prazo de 20 dias
n.º 49/2005, de 24 de fevereiro. contados da data de promoção das consultas previstas
4 — Consoante a fonte de energia renovável a partir nos números anteriores equivale à emissão de parecer
da qual é produzida a eletricidade, podem ser definidos, favorável.
por despacho dos membros do Governo responsáveis 9 — As consultas previstas nos números anteriores
pelas áreas do ambiente e da energia, os descritores são dispensadas se os respetivos pareceres, com uma
específicos que devem ser tratados nos estudos de in- antiguidade não superior a um ano, forem apresentados
cidências ambientais. com o pedido formulado pelo interessado ao abrigo do
5 — Para efeitos do presente artigo, entende-se por artigo 33.º-J.
instalações acessórias todas as instalações e correspon-
dente área de implantação ou localização da unidade Artigo 33.º-T
de produção de energia elétrica, bem como as linhas Decisão do procedimento de avaliação
elétricas de interligação e respetivos corredores e zonas de incidências ambientais
de passagem, acessos e outras infraestruturas indis- 1 — No prazo de 12 dias a contar do termo do prazo
pensáveis ao normal funcionamento da unidade, tais da consulta pública prevista no n.º 5 do artigo anterior, a
como subestações ou acessos e ainda, no que à energia CCDR elabora e remete ao membro do Governo respon-
hídrica diz respeito, a zona de albufeira, do açude e das sável pela área do ambiente uma proposta de decisão.
condutas forçadas. 2 — A decisão do procedimento de avaliação de inci-
dências ambientais (DIncA), que pode ser desfavorável,
Artigo 33.º-S favorável ou condicionalmente favorável, é proferida
Procedimento de avaliação de incidências ambientais pelo membro do Governo responsável pela área do am-
biente no prazo de 12 dias contados da data de receção
1 — Para efeitos do disposto no artigo anterior, o da proposta de decisão da CCDR.
interessado entrega o estudo de incidências ambientais 3 — Considera-se que a decisão do procedimento
à entidade licenciadora, acompanhado do projeto su- de avaliação de incidências ambientais é favorável se
jeito a licenciamento e dos demais elementos exigidos nada for comunicado à entidade licenciadora no prazo
nos termos do artigo 33.º-J e regulamentação aplicável. de 60 dias a contar da data da receção pela CCDR dos
2 — A entidade licenciadora remete o estudo de elementos referidos no n.º 2 do artigo anterior.
incidências ambientais, o plano de acompanhamento 4 — O prazo previsto no número anterior suspende-se
ambiental e um exemplar do projeto à CCDR territorial- durante o período em que o procedimento esteja parado
mente competente em função da localização do projeto, por motivo imputável ao promotor, designadamente na
dispondo esta de 12 dias após a receção dos elementos situação prevista no n.º 3 do artigo anterior.
para verificar da sua conformidade com o estabele- 5 — O disposto nos artigos 20.º e 21.º do RJAIA
cido no artigo anterior e demais legislação aplicável. aplica-se, com as necessárias adaptações, aos centros ele-
3 — Em caso de desconformidade, a CCDR convoca troprodutores sujeitos ao procedimento de avaliação de
o interessado para a realização de uma conferência ins- incidências ambientais previsto no presente decreto-lei.
trutória, na qual são analisados todos os aspetos conside-
rados necessários à decisão favorável do procedimento Artigo 33.º-U
de avaliação de incidências ambientais, podendo ainda
Consequência da avaliação de incidências ambientais
ser solicitada, por uma única vez, a apresentação de
elementos instrutórios adicionais. 1 — Nos casos de projetos a localizar em Sítios da
4 — No caso de o interessado não juntar no prazo de Rede Natura 2000 ou da Rede Nacional de Áreas Pro-
50 dias os elementos solicitados pela CCDR nos termos tegidas e desde que o ICNF, I. P., tenha emitido parecer
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(65)

nos termos previstos nos n.os 7 ou 8 do artigo 33.º-S, Artigo 33.º-X


a emissão da declaração de avaliação de incidências Encargos de ligação às redes
ambientais, quando favorável ou condicionalmente fa-
vorável, determina: 1 — A ligação do centro eletroprodutor à RESP é
feita a expensas da entidade proprietária dessa instalação
a) A não aplicação do n.º 2 do artigo 9.º do Decreto- quando para seu uso exclusivo.
-Lei n.º 140/99, de 24 de abril, republicado pelo Decreto- 2 — Quando um ramal é originariamente de uso
-Lei n.º 49/2005, de 24 de fevereiro; partilhado por mais de um produtor os encargos com
b) A desnecessidade de emissão de parecer ou deli- a construção dos troços de linha comuns são reparti-
beração de aprovação por parte dos órgãos competentes dos nos termos a definir no Regulamento das Relações
das áreas protegidas quando tal se encontre previsto Comerciais.
nos respetivos diplomas de criação ou regulamentos 3 — Sempre que um ramal passar a ser utilizado por
específicos. um novo produtor dentro do período de cinco anos após
a entrada em exploração do referido ramal, os produtores
2 — O disposto no número anterior é aplicável aos que tiverem suportado os encargos com a sua constru-
projetos de centros eletroprodutores que utilizem fontes ção são ressarcidos por aquele, nos termos a definir no
de energia renováveis abrangidos pelo RJAIA, relativa- Regulamento das Relações Comerciais.
mente aos quais tenha sido proferida DIA favorável ou 4 — O operador de rede pode propor o sobredimen-
condicionalmente favorável e desde que o ICNF, I. P., sionamento do ramal de ligação, com o objetivo de obter
tenha emitido parecer no âmbito do respetivo procedi- solução globalmente mais económica para o conjunto
mento de avaliação de impacte ambiental ou caso tenha das utilizações possíveis do ramal, comparticipando
decorrido o prazo aplicável para o efeito sem que a nos respetivos encargos de constituição, nos termos
referida entidade se tenha pronunciado. estabelecidos nos números anteriores.
3 — Nos casos de projetos a localizar em áreas deli- 5 — Os operadores da RESP devem propor à ERSE,
mitadas como REN, a emissão de DIncA ou DIA favo- para inclusão no Regulamento das Relações Comerciais,
rável ou condicionalmente favorável implica a dispensa normas-padrão relativas à assunção e partilha de custos
de comunicação prévia e da autorização previstas nos de adaptações técnicas, tais como ligações às respetivas
artigos 22.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de redes, reforços de rede, melhoria de funcionamento e
agosto. regras para a aplicação não discriminatória de códigos
de rede necessárias para a integração de novos produ-
Artigo 33.º-V tores que alimentem a rede interligada com eletricidade
Taxas proveniente de fontes de energia renovável.
6 — Os operadores da RESP devem fornecer aos
Com o objetivo de custear os encargos administrati-
novos produtores de energia proveniente de fontes re-
vos que lhe são inerentes, é aplicável ao procedimento
nováveis que desejem ser ligados às respetivas redes
de avaliação de incidências ambientais, com as devidas
informações exaustivas e necessárias por eles requeri-
adaptações, o disposto na Portaria n.º 1102/2007, de
das, nomeadamente, as seguintes:
7 de setembro, alterada pela Portaria n.º 1067/2009, de
18 de setembro. a) Uma estimativa completa e pormenorizada dos
custos associados à ligação;
Artigo 33.º-W b) Um calendário razoável e preciso para a receção
e o tratamento do pedido de ligação à rede;
Acesso e funcionamento das redes
c) Um calendário indicativo razoável para a ligação
1 — Os operadores da RESP devem proporcionar à rede proposta.
aos produtores de eletricidade em regime especial, de
forma não discriminatória e transparente, o acesso às Artigo 33.º-Y
respetivas redes, nos termos do Regulamento de Acesso
Exploração e inspeções
às Redes e Interligações e do Regulamento Tarifário.
2 — Os operadores da RESP devem, no âmbito das 1 — As operações de exploração, manutenção e re-
suas funções, dar prioridade à eletricidade proveniente paração no ramal de interligação são efetuadas pelo
de centros eletroprodutores que utilizem fontes de ener- operador da rede que recebe a energia, o qual, se neces-
gia renováveis, com exceção dos aproveitamentos hi- sário e em qualquer momento, tem acesso a esse ramal
droelétricos com potência instalada superior a 30 MW. e ao órgão de manobra que permite desligar o sistema
3 — Os operadores da RESP devem tomar medidas de produção da rede recetora.
operacionais adequadas para prevenir ou minimizar as 2 — No contrato a celebrar entre o produtor e o ope-
limitações ao transporte e distribuição de eletricidade rador da rede que recebe a energia são indicados quais
proveniente de energias renováveis. os interlocutores a que cada uma das partes se deve di-
4 — Quando, por razões relacionadas com a segu- rigir no caso de pretender efetuar qualquer intervenção.
rança e fiabilidade das redes ou com a segurança do 3 — A exploração do sistema de produção é condu-
abastecimento, sejam impostas limitações significati- zida de modo a não perturbar o funcionamento normal
vas ao transporte e distribuição da eletricidade prove- da rede pública que recebe a energia.
niente de energias renováveis, tais limitações devem 4 — O operador da rede que recebe a energia tem
ser reportadas de forma imediata à DGEG e à ERSE o direito de inspecionar periodicamente as regulações
pelo operador da rede com a indicação das medidas e as proteções das instalações de produção ligadas à
corretivas a adotar. sua rede.
5588-(66) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Artigo 33.º-Z ções entre o SEN e o Sistema Nacional de Gás Natural


Equipamentos e regras técnicas de medição
(SNGN) e as linhas de orientação da política energética
nacional, estudos esses que constituem referência para a
1 — A medição da energia e da potência, para efei- função de planeamento da RNT e para a operação futura
tos da faturação da energia fornecida pelo produtor, é do sistema, bem como através da colaboração com a
realizada por contadores que assegurem a leitura dife- DGEG, nos termos da lei, na preparação dos RMSA no
renciada para a medida da energia fornecida ao produtor médio e longo prazo e dos cálculos dos ajustamentos
e injetada por este na RESP. anuais dos CMEC dos contratos de aquisição de energia
2 — Os transformadores de medida podem ser co- (CAE) cessados, dos montantes da correção de hidrau-
muns às medidas da energia fornecida e da energia licidade, da interruptibilidade e dos incentivos a atri-
recebida. buir no âmbito do mecanismo de garantia de potência;
3 — Os equipamentos e as regras técnicas usados d) Planeamento da RNT, designadamente no que
nas medições da energia fornecida pelos produtores são respeita ao planeamento das suas necessidades de re-
análogos aos usados pela rede pública para a medição novação e expansão, tendo em vista o desenvolvimento
da energia fornecida a consumidores. adequado da sua capacidade e a melhoria da qualidade
de serviço em atenção às principais medidas da política
Artigo 35.º-A energética nacional e, em particular, através da prepa-
Gestão técnica global do SEN ração dos PDIRT de eletricidade.
1 — A gestão técnica global do SEN, que compete 3 — Todos os operadores que exerçam qualquer das
ao operador da RNT, processa-se nos termos previstos
atividades que integram o SEN ficam sujeitos à gestão
no presente decreto-lei, na regulamentação aplicável e
técnica global do mesmo.
no contrato de concessão da RNT.
2 — A gestão técnica global do SEN é exercida com 4 — São direitos do operador da RNT no âmbito da
independência, de forma transparente e não discrimi- gestão técnica global do SEN, nomeadamente:
natória, e consiste na coordenação sistémica das in- a) Exigir e receber dos titulares dos direitos de ex-
fraestruturas que o constituem, de modo a assegurar o ploração das infraestruturas, dos operadores de mer-
funcionamento integrado e harmonizado do sistema de cado e de todos os intervenientes no SEN diretamente
eletricidade e a segurança e continuidade do abasteci- interessados a informação necessária para o correto
mento de eletricidade, no curto, médio e longo prazo, funcionamento do SEN;
mediante o exercício das seguintes funções: b) Exigir aos operadores de mercado e demais in-
a) Gestão técnica do sistema, que integra a progra- tervenientes no SEN com direito de acesso às infraes-
mação e monitorização constante do equilíbrio entre truturas e instalações a comunicação dos seus planos
a oferta das unidades de produção e a procura global de entrega e de receção de energia e de qualquer cir-
de energia elétrica, com o apoio de um controlo em cunstância que possa fazer variar substancialmente os
tempo real de instalações e seus componentes por forma planos comunicados;
a corrigir, em tempo, os desequilíbrios, bem como a c) Exigir o estrito cumprimento das instruções que
coordenação do funcionamento da rede de transporte, emita para a correta exploração do sistema, manutenção
incluindo a gestão das interligações em MAT e dos das instalações e adequada cobertura da procura;
pontos de entrega de energia elétrica ao operador da d) Receber adequada retribuição por todos os serviços
rede de distribuição em MT e AT e a clientes ligados prestados de forma eficiente.
diretamente à rede de transporte, observando os níveis
de segurança e de qualidade e serviço estabelecidos 5 — São obrigações do operador da RNT no exer-
na legislação e regulamentação nacionais e no quadro cício da função de gestão técnica global do SEN, no-
de referência da rede interligada da União Europeia; meadamente:
b) Gestão do mercado de serviços de sistema, que
integra a operacionalização de um mercado de servi- a) Informar sobre a viabilidade de acesso solicitado
ços de sistema e a contratação de serviços de sistema por terceiros às infraestruturas da RNT;
com recurso a mecanismos eficientes, transparentes b) Monitorizar e reportar à ERSE a efetiva utilização
e competitivos para reserva operacional do sistema e das infraestruturas da RNT, com o objetivo de identi-
compensação dos desvios de produção e de consumo ficar a constituição abusiva de reservas de capacidade;
de eletricidade, bem como as liquidações financeiras c) Desenvolver protocolos de comunicação com os
associadas às transações efetuadas no âmbito desta fun- diferentes operadores do SEN com vista a criar um
ção, incluindo a liquidação dos desvios, e a receção da sistema de comunicação integrado para controlo e super-
informação dos agentes de mercado que sejam membros visão das operações do SEN e atuar como coordenador
de mercados organizados ou que se tenham constituído do mesmo;
como contraentes em contratos bilaterais, relativamente d) Emitir instruções sobre as operações de trans-
aos factos suscetíveis de influenciar o regular funciona- porte, incluindo o trânsito no território continental, de
mento do mercado ou a formação dos preços, nos termos forma a assegurar a entrega de eletricidade em condições
previstos no Regulamento de Relações Comerciais; adequadas e eficientes nos pontos de saída da rede de
c) Planeamento energético, através do desenvolvi- transporte, em conformidade com protocolos de atuação
mento de estudos de planeamento integrado de recursos e de operação a estabelecer;
energéticos e identificação das condições necessárias e) Informar a DGEG, a ERSE e os operadores do
à segurança do abastecimento futuro dos consumos de SEN, com periodicidade trimestral, sobre a capacidade
eletricidade ao nível da oferta, tendo em conta as intera- disponível da RNT e, em particular, dos pontos de
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(67)

acesso ao sistema e sobre o quantitativo das reservas 7 — No prazo de 30 dias após a receção do parecer
a constituir; da ERSE, o operador da RNT elabora a proposta final
f) Prestar à ERSE a informação técnica e financeira do PDIRT e envia-a à DGEG.
com incidência direta ou indireta nos custos a considerar 8 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta
para efeitos do cálculo das tarifas reguladas, de acordo final do PDIRT, a DGEG envia-a para aprovação do
com as normas de reporte daquela entidade; membro do Governo responsável pela área da energia,
g) Colaborar ativamente na prestação das informa- acompanhada do parecer da ERSE e dos resultados da
ções que sejam solicitadas pela DGEG, podendo estas consulta pública.
corresponder a estudos, testes ou simulações que sejam 9 — O membro do Governo responsável pela área da
necessários, designadamente para efeitos de definição energia decide sobre a aprovação do PDIRT no prazo
da política energética; de 30 dias a contar da data da receção da sua proposta
h) Manter atualizada uma base de dados de acordo final.
com a base de dados de referência, criada em articulação 10 — O membro do Governo responsável pela área da
com a DGEG, integrando informação de natureza esta- energia pode, fundamentadamente, recusar a aprovação
tística e previsional sobre os procedimentos de controlo do PDIRT no caso de a proposta final não contemplar
as alterações determinadas pela DGEG ou no parecer
prévio das atividades e instalações e o funcionamento
da ERSE e de não prever investimentos necessários
do SEN e do SNGN. ao cumprimento dos objetivos de política energética.
11 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a ca-
6 — A gestão técnica global do SEN é efetuada nos lendarização, orçamentação e execução dos projetos
termos previstos no presente decreto-lei, nas bases cons- de investimento na RNT previstos no PDIRT, que fi-
tantes do anexo III, na regulamentação aplicável e no cam sujeitos ao seu parecer vinculativo, no âmbito das
contrato de concessão da RNT. suas atribuições, não podendo este parecer versar so-
bre questões estratégicas de desenvolvimento da rede
Artigo 36.º-A ou relacionadas com a segurança do abastecimento.
Procedimento de elaboração do PDIRT
Artigo 40.º-A
1 — A proposta de PDIRT deve ser apresentada pelo
operador da RNT à DGEG até ao final do primeiro tri- Procedimento de elaboração do PDIRD
mestre de cada ano ímpar ou, no caso previsto no n.º 4 1 — O operador da RND deve apresentar a proposta
do artigo anterior, até ao final do primeiro trimestre de de PDIRD à DGEG até ao final de abril de cada ano par.
cada ano. 2 — Recebida a proposta de PDIRD, a DGEG pro-
2 — Recebida a proposta de PDIRT, a DGEG pro- cede à sua apreciação, tendo em conta as necessidades
cede à sua apreciação, tendo em conta as necessidades de investimento para assegurar níveis adequados de
de investimento para assegurar níveis adequados de segurança do abastecimento energético e o cumprimento
segurança do abastecimento energético e o cumprimento de outras metas de política energética, determinando,
de outras metas de política energética, determinando, se necessário, a introdução de alterações às referidas
se necessário, a introdução de alterações à proposta de propostas.
PDIRT. 3 — No prazo de 30 dias após a receção da pro-
3 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta posta de PDIRD, a DGEG notifica a sua apreciação ao
de PDIRT, a DGEG notifica a sua apreciação ao ope- operador da RND, o qual, no caso de determinação de
rador da RNT, o qual, no caso de serem determinadas eventuais alterações, dispõe do prazo de 30 dias para
alterações, dispõe do prazo de 30 dias para enviar à enviar à DGEG uma proposta de PDIRD que contemple
DGEG uma proposta de PDIRT que contemple as re- as referidas alterações.
feridas alterações. 4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRD ao
4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRT à operador da RNT para emissão de parecer no prazo
ERSE, a qual deve promover a respetiva consulta pú- de 60 dias.
blica pelo prazo de 30 dias. 5 — A DGEG comunica ainda a referida proposta
à ERSE, a qual deve promover a respetiva consulta
5 — Findo o período de consulta pública, a ERSE
pública pelo prazo de 30 dias.
emite parecer sobre a proposta de PDIRT no prazo de 6 — Findo o período de consulta pública, a ERSE
30 dias, enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador emite parecer sobre a proposta de PDIRD no prazo de
da RNT e à DGEG. 30 dias, enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador
6 — No parecer referido no número anterior, a ERSE da RND e à DGEG.
pode determinar alterações à proposta de PDIRT, tendo 7 — No parecer referido no número anterior, a ERSE
em vista, designadamente, assegurar a adequada cober- pode determinar alterações à proposta de PDIRD, tendo
tura das necessidades de investimento identificadas no em vista, designadamente, assegurar a adequada cober-
processo de consulta pública e a promoção da concor- tura das necessidades de investimento identificadas no
rência, bem como a coerência do PDIRT com o plano processo de consulta pública, a promoção da concorrên-
de desenvolvimento da rede à escala da União Europeia, cia e a necessidade de compatibilização com o PDIRT.
conforme previsto na alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do 8 — Com base nos pareceres emitidos pela ERSE e
Regulamento (CE) n.º 714/2009, do Parlamento Euro- pelo operador da RNT, o operador da RND elabora a
peu e do Conselho, de 13 de julho, consultando, a este proposta final do PDIRD, enviando-a à DGEG no prazo
respeito e em caso de dúvidas, a Agência de Cooperação de 30 dias após a emissão dos pareceres da ERSE e do
dos Reguladores da Energia. operador da RNT.
5588-(68) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

9 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta -Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, as seguintes in-
final do PDIRD, a DGEG envia-a para aprovação do formações:
membro do Governo responsável pela área da energia,
a) Direitos e deveres dos consumidores;
acompanhada dos pareceres da ERSE e do operador b) Os preços de referência relativos aos fornecimen-
da RNT, bem como os resultados da consulta pública. tos em BT de todos os comercializadores;
10 — O membro do Governo responsável pela área c) Legislação em vigor;
da energia decide sobre a aprovação do PDIRD no d) A identificação dos meios à disposição dos consu-
prazo de 30 dias a contar da data da receção da sua midores para o tratamento de reclamações e resolução
proposta final. extrajudicial de litígios.
11 — O membro do Governo responsável pela área
da energia pode, fundamentadamente, recusar a apro- 2 — A plataforma referida no número anterior é ge-
vação do PDIRD no caso de a respetiva proposta final rida e disponibilizada pela ERSE diretamente no seu
não contemplar as alterações determinadas pela DGEG sítio na Internet.
ou nos pareceres da ERSE ou do operador da RNT e de
não prever investimentos necessários ao cumprimento Artigo 50.º-C
dos objetivos de política energética.
12 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a ca- Reclamações e pedidos de clientes
lendarização, orçamentação e execução dos projetos 1 — Sem prejuízo dos casos em que haja lugar à apli-
de investimento na RND previstos no PDIRD, que fi- cação do regime previsto no Decreto-Lei n.º 156/2005,
cam sujeitos ao seu parecer vinculativo, no âmbito das de 15 de setembro, alterado pelos Decretos-Leis
suas atribuições, não podendo este parecer versar sobre n.os 371/2007, de 6 de novembro, 118/2009, de 19 de
questões estratégicas de desenvolvimento da rede ou maio, e 317/2009, de 30 de outubro, os comercializa-
relacionadas com a segurança do abastecimento. dores devem implementar procedimentos adequados
ao tratamento célere e harmonizado de reclamações
Artigo 47.º-A e pedidos de informação que lhe sejam apresentados
Listagem de comercializadores de eletricidade registados pelos clientes.
2 — Os procedimentos previstos no número anterior
A DGEG divulga no balcão único eletrónico dos ser- devem permitir que as reclamações e pedidos apresenta-
viços referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, dos sejam decididos, de modo justo e rápido, de prefe-
de 26 de julho, e no seu sítio na Internet a lista atualizada rência no prazo de três meses, prevendo um sistema de
dos comercializadores de eletricidade reconhecidos nos reembolso e de indemnização por eventuais prejuízos.
termos do presente diploma, com indicação do nome 3 — Os requisitos a observar nos procedimentos
ou firma, domicílio profissional ou sede, telefone, fax, referidos no número anterior são definidos na regula-
endereço eletrónico e data do respetivo registo. mentação da ERSE.
4 — Os comercializadores devem apresentar à ERSE,
Artigo 50.º-A anualmente, através do balcão único eletrónico dos ser-
viços, um relatório com a descrição das reclamações
Informação para fins estatísticos
apresentadas bem como o resultado das mesmas, nos ter-
1 — Os comercializadores ficam ainda obrigados a mos previstos no Regulamento da Qualidade de Serviço.
enviar à DGEG a informação seguidamente indicada: 5 — A ERSE publica na plataforma referida no ar-
tigo 50.º-B as conclusões dos relatórios apresentados
a) Até ao final do mês seguinte ao fim de cada se- nos termos do número anterior, com a indicação do
mestre, o preço médio, ponderado com a estrutura de volume de reclamações recebidas pela ERSE e a iden-
consumos, praticado no consumidor final, respetivos tificação do comercializador em causa.
consumos e número de clientes, para os diversos seg-
mentos ou bandas de consumo nos diversos tipos de Artigo 50.º-D
clientes;
b) Até ao final do mês de janeiro, informação relativa Resolução extrajudicial de conflitos
ao nível de tributação, incluindo os encargos não fiscais Sem prejuízo do recurso aos tribunais e às entida-
que cubram os custos do sistema e as obrigações de des responsáveis pela defesa e promoção dos direitos
serviço público, assim como uma discriminação dos dos consumidores, os litígios de consumo podem ser
preços da eletricidade nas suas diversas componentes; sujeitos a arbitragem necessária, nos termos previstos
c) Qualquer outra informação complementar que a no artigo 15.º da Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada
DGEG entenda como necessária para o exercício das pelas Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008,
suas competências em matéria estatística. de 2 de junho, 6/2011, de 10 de março, e 44/2011, de
22 de junho.
2 — A DGEG está obrigada a manter a confiden-
cialidade da informação recebida ao abrigo do número Artigo 51.º-A
anterior.
Comercializador de último recurso
Artigo 50.º-B 1 — A atividade de comercializador de último recurso
Informação centralizada aos consumidores
é exercida nos termos estabelecidos no Decreto-Lei
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, e no presente decreto-lei.
1 — A ERSE publica, na plataforma centralizada a 2 — Considera-se comercializador de último recurso
que se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 6.º do Decreto- aquele que estiver sujeito às obrigações de serviço pú-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(69)

blico universal previstas no Decreto-Lei n.º 29/2006, de Artigo 55.º-D


15 de fevereiro, e demais legislação aplicável. Extinção e transmissão de licença de facilitador de mercado
3 — O comercializador de último recurso assegura
ainda a aquisição da eletricidade produzida pelos pro- À extinção e transmissão da licença de facilitador
dutores em regime especial que beneficiem de remu- de mercado aplicam-se as regras definidas nas peças
neração garantida nos termos da lei. do procedimento concorrencial previsto no n.º 1 do
artigo 55.º-B e, subsidiariamente, com as devidas adap-
Artigo 55.º-A tações, as disposições referidas no artigo 49.º
Facilitador de mercado Artigo 66.º-A
1 — A atividade do facilitador de mercado é exercida Regulamento da Segurança de Abastecimento e Planeamento
nos termos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006,
de 15 de fevereiro, e no presente decreto-lei. 1 — O Regulamento da Segurança de Abastecimento
2 — O facilitador de mercado fica obrigado a adquirir e Planeamento define e concretiza a forma de cumpri-
a energia produzida pelos centros eletroprodutores em mento das obrigações do operador da RNT e do opera-
regime especial abrangidos pelo regime remuneratório dor da RNTGN em matéria de segurança de abasteci-
geral, designadamente o previsto na alínea a) do n.º 1 mento, planeamento energético e planeamento da RNT.
do artigo 33.º-G, que pretendam vender-lhe a referida 2 — O Regulamento previsto no número anterior
energia, ficando ainda obrigado à colocação da mesma define ainda o modo de estabelecimento dos padrões
em mercado. de segurança de abastecimento ao nível da produção e
3 — A atividade do facilitador de mercado deve obe- dos padrões de segurança para planeamento das redes.
decer às condições estabelecidas no presente decreto-
-lei e em legislação complementar, no Regulamento Artigo 66.º-B
Tarifário, no Regulamento de Relações Comerciais e Regulamento do Procedimento Administrativo
no Regulamento da Qualidade de Serviço. de Comunicação Prévia
O Regulamento do Procedimento Administrativo de
Artigo 55.º-B Comunicação Prévia estabelece as regras aplicáveis à
Atribuição de licença de facilitador de mercado apresentação, admissão e rejeição da comunicação pré-
via para a instalação de centros eletroprodutores a partir
1 — A atribuição da licença de facilitador de mercado de fontes de energia renováveis, bem como o regime
fica dependente da sua prévia sujeição a procedimento jurídico da emissão, transmissão, alteração e extinção
concorrencial, cujas peças são aprovadas por despa- do ato de admissão da comunicação prévia.
cho do membro do Governo responsável pela área da
energia. Artigo 68.º-A
2 — A entidade à qual seja atribuída a licença de
Gestão da procura e eficiência no consumo
facilitador de mercado fica obrigada ao cumprimento
das condições e dos deveres estabelecidos no presente 1 — O Regulamento Tarifário pode prever a im-
decreto-lei e na demais legislação aplicável. plementação de planos de promoção da eficiência no
consumo de energia, incluindo medidas de gestão da
Artigo 55.º-C procura.
Direitos e deveres do facilitador de mercado
2 — O processo de valorização e seleção das medidas
de promoção da eficiência no consumo de energia ao
1 — Constitui direito do titular de licença de facilita- abrigo dos planos previstos no número anterior deve ser
dor de mercado o exercício da atividade licenciada, nos objeto de coordenação com os restantes instrumentos
termos da legislação e da regulamentação aplicáveis. de política energética.
2 — Pelo exercício da atividade de facilitador de 3 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
mercado é devida uma remuneração, nos termos do o Governo aprova, mediante portaria do membro do
Regulamento Tarifário, que assegure o equilíbrio econó- Governo responsável pela área da energia, as regras de
mico e financeiro da atividade licenciada, em condições valorização, hierarquização e seleção das medidas de
de uma gestão eficiente. eficiência no consumo de energia, cabendo à ERSE, nos
3 — São, nomeadamente, deveres dos facilitadores termos do n.º 1, a definição e implementação dos pla-
de mercado: nos de promoção da eficiência no consumo de energia.
4 — Os planos de promoção da eficiência no con-
a) Adquirir energia nas condições estabelecidas na lei; sumo de energia referidos no n.º 1 que sejam financiados
b) Enviar às entidades competentes a informação pela tarifa de uso global do sistema ou outra aplicável
prevista na legislação e na regulamentação aplicáveis; a todos os consumidores de energia não podem consi-
c) Cumprir todas as disposições legais e regulamen- derar elegíveis medidas que, direta ou indiretamente,
tares aplicáveis ao exercício da atividade. se destinem a financiar a aquisição de equipamento de
contagem de energia elétrica.
4 — O facilitador de mercado está sujeito à regula-
ção da ERSE, nos termos do Regulamento de Relações Artigo 78.º-A
Comerciais, do Regulamento da Qualidade de Serviço,
Reconhecimento mútuo
do Regulamento Tarifário, do Regulamento de Acesso
às Redes e às Interligações e da demais regulamentação 1 — Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º
aplicável. do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, não pode
5588-(70) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

haver duplicação entre as condições exigíveis para o 18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de
cumprimento dos procedimentos de permissão admi- janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, passam a ter a
nistrativa para as atividades de transporte, distribuição, seguinte redação:
comercialização e operação de mercados de eletricidade
reguladas no presente decreto-lei e os requisitos e os «Base I
controlos equivalentes, ou comparáveis quanto à fina- [...]
lidade, a que o requerente já tenha sido submetido em
Portugal ou noutro Estado membro da União Europeia 1— .....................................
ou do Espaço Económico Europeu. 2 — Incluem-se no objeto da concessão, designa-
2 — O disposto no número anterior não é aplicável damente:
ao cumprimento das condições diretamente referentes
a) O transporte de eletricidade através da RNT para
às instalações físicas localizadas em território nacional,
entrega aos distribuidores em média tensão e alta tensão,
nem aos respetivos controlos por autoridade compe-
aos consumidores ligados à RNT e às redes de muito
tente.
alta tensão às quais a RNT estiver ligada;
b) O planeamento, construção, exploração e manuten-
Artigo 78.º-B ção de todas as infraestruturas que integram a RNT e das
Validade de permissões administrativas interligações às redes a que esteja ligada e, bem assim,
das instalações necessárias para a sua operação;
Os registos de comercializador de eletricidade, a
c) A gestão das interligações da RNT com a rede
licença de comercializador de último recurso e a au-
internacional de transporte;
torização de gestor de mercados organizados de ele-
d) A gestão técnica global da RNT, incluindo os ser-
tricidade têm validade em todo o território de Portugal
viços de sistema;
continental.
e) A elaboração, para o médio e longo prazo, de es-
tudos de planeamento integrado de recursos, de estu-
Artigo 78.º-C dos prospetivos sobre o equilíbrio oferta-procura e o
Desmaterialização de procedimentos funcionamento do Sistema Elétrico Nacional (SEN) e
de relatórios de monitorização da segurança do abaste-
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações,
cimento (RMSA);
ou em geral quaisquer declarações entre os interessa-
f) A elaboração do plano de desenvolvimento e in-
dos e as autoridades competentes nos procedimentos
vestimento da rede de transporte (PDIRT);
previstos no presente decreto-lei e respetiva legislação
g) A preparação dos processos tendentes à informação
regulamentar relativos às atividades de transporte, dis-
preliminar de afetação de sítios para instalação de novos
tribuição, comercialização, operação de mercados de
centros eletroprodutores;
eletricidade e operação logística de mudança de comer-
h) O desenvolvimento dos estudos necessários ao
cializador de eletricidade, excetuados os procedimen-
cumprimento de outras obrigações decorrentes da legis-
tos regulatórios e sancionatórios, devem ser efetuados
lação aplicável, designadamente os mecanismos associa-
através do balcão único eletrónico dos serviços, a que
dos aos custos de manutenção do equilíbrio contratual
se refere o artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26
(CMEC) dos contratos de aquisição de energia (CAE)
de julho, ou da plataforma eletrónica de contratação
cessados, à correção de hidraulicidade e aos serviços
pública, acessível através daquele balcão, se e conforme
de interruptibilidade e de garantia de potência ao SEN.
ao caso aplicáveis.
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das
3 — (Anterior n.º 2.)
plataformas eletrónicas, não for possível o cumprimento
do disposto no número anterior, pode ser utilizado qual-
Base III
quer outro meio legalmente admissível.
[...]
Artigo 78.º-D 1 — No âmbito da gestão global do SEN, a conces-
Cooperação administrativa sionária deve proceder à coordenação sistémica das
infraestruturas que constituem o SEN, de forma a as-
As autoridades competentes nos termos do presente
segurar o seu funcionamento integrado e harmonizado
decreto-lei participam na cooperação administrativa,
e a segurança e continuidade do abastecimento de ele-
no âmbito dos procedimentos relativos a prestadores
tricidade no curto, médio e longo prazo, mediante o
de serviços estabelecidos em outro Estado membro da
exercício das seguintes funções:
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu,
nos termos do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, a) Gestão técnica do sistema, a qual integra a pro-
de 26 de julho, nomeadamente através do Sistema de gramação e monitorização constante do equilíbrio entre
Informação do Mercado Interno (IMI).» a oferta das unidades de produção e a procura global
de energia elétrica, com o apoio de um controlo em
Artigo 4.º tempo real de instalações e seus componentes por forma
a corrigir, em tempo, os desequilíbrios, bem como a
Alteração ao anexo II do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
coordenação do funcionamento da rede de transporte,
As bases I, III, XIII, XIV, XIX, XXII, XXIII, XXIX, XXXI, XXXII, incluindo a gestão das interligações em MAT e dos
XXXIII, XXXVI, XXXIX e XL constantes do anexo III do Decreto- pontos de entrega de energia elétrica ao operador da
-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos- rede de distribuição em MT e AT e a clientes ligados
-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezembro, 199/2007, de diretamente à rede de transporte, observando os níveis
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(71)

de segurança, de qualidade e de serviço estabelecidos g) Gerir os contratos de fornecimento de serviços


na legislação e regulamentação nacionais e no quadro de sistema que tenham sido estabelecidos bilateral-
de referência da rede interligada da União Europeia; mente com agentes de mercado, de acordo com regras
b) Gestão do mercado de serviços de sistema, a qual objetivas, transparentes e não discriminatórias e que
integra a operacionalização de um mercado de servi- promovam a eficiência económica;
ços de sistema e a contratação de serviços de sistema h) Prever a utilização dos equipamentos de produção
com recurso a mecanismos eficientes, transparentes e e o nível das reservas hidroelétricas necessários à ga-
competitivos para a reserva operacional do sistema e a rantia de segurança do abastecimento, no curto e médio
compensação dos desvios de produção e de consumo prazo, assim como os correspondentes níveis de risco
de eletricidade, bem como as liquidações financeiras de rutura de abastecimento;
associadas às transações efetuadas no âmbito desta fun- i) Coordenar as indisponibilidades da rede de trans-
ção, incluindo a liquidação dos desvios, e a receção da porte e dos centros eletroprodutores e monitorizar as
informação dos agentes de mercado que sejam membros cotas das grandes albufeiras, assim como a utilização
de mercados organizados ou que se tenham constituído da bombagem nos empreendimentos hidroelétricos com
como contraentes em contratos bilaterais, relativamente ciclos reversíveis, podendo, nos casos em que a garantia
aos factos suscetíveis de influenciar o regular funciona- de abastecimento esteja em causa, alterar os planos de
mento do mercado ou a formação dos preços, nos termos indisponibilidade dos centros eletroprodutores e propor
previstos no Regulamento de Relações Comerciais; à entidade responsável pela monitorização da segurança
c) Planeamento energético, através do desenvolvi- do abastecimento reservas mínimas para as albufeiras
mento de estudos de planeamento integrado de recursos e verificar o respetivo cumprimento;
energéticos e identificação das condições necessárias j) Determinar a capacidade disponível para fins co-
à segurança do abastecimento futuro dos consumos de merciais das interligações e definir os correspondentes
eletricidade ao nível da oferta, tendo em conta as intera- programas de utilização, em coordenação com os ope-
ções entre o SEN e o Sistema Nacional de Gás Natural radores de sistemas vizinhos, no curto, médio e longo
(SNGN) e as linhas de orientação da política energética prazo;
nacional, estudos esses que constituem referência para a k) Gerir os mecanismos de resolução de congestio-
função de planeamento da RNT e para a operação futura namentos na rede e nas interligações;
do sistema, bem como através da colaboração com a l) Instalar e operar um sistema de recolha e processa-
DGEG, nos termos da lei, na preparação dos RMSA no mento de dados para acerto de contas entre as diferentes
médio e longo prazo e dos cálculos dos ajustamentos entidades com as quais a concessionária se relaciona;
anuais dos CMEC dos CAE cessados, dos montantes m) Criar e manter uma plataforma que assegure a
da correção de hidraulicidade, da interruptibilidade e gestão da certificação de instalações de cogeração e de
dos incentivos a atribuir no âmbito do mecanismo de produção de eletricidade a partir de fontes de energia
garantia de potência; renováveis e a emissão das garantias de origem da res-
d) Planeamento da RNT, designadamente no que petiva produção;
respeita ao planeamento das necessidades de renovação n) Desenvolver, com a regularidade imposta pela
e expansão da RNT, tendo em vista o desenvolvimento legislação aplicável e pela concessão, os estudos ne-
adequado da sua capacidade e a melhoria da qualidade cessários à preparação de elementos prospetivos de
de serviço em atenção às principais medidas da política referência sobre a evolução, no médio e longo prazo,
energética nacional e, em particular, através da prepa- da combinação adequada para a oferta de energia e do
ração dos PDIRT de eletricidade. necessário equilíbrio entre a procura de eletricidade e
as respetivas infraestruturas de oferta;
2 — Sem prejuízo de outras que sejam definidas por o) Colaborar com a DGEG na preparação dos RMSA
lei ou regulamento, o desempenho das funções previstas de eletricidade, no médio e longo prazo;
no número anterior determina a sujeição da concessio- p) Desenvolver os estudos e, sempre que tal lhe for
nária às seguintes obrigações: solicitado pelo concedente ou decorra da lei, efetuar os
a) Receber de todos os produtores em regime ordiná- cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos CAE
rio, dos produtores em regime especial com instalações cessados, dos montantes da correção de hidraulicidade,
que tenham uma potência instalada superior a 10 MVA da interruptibilidade e incentivos a atribuir no âmbito
e do operador da rede nacional de distribuição toda a dos mecanismos de garantia de potência;
informação necessária para gerir os fluxos de eletrici- q) Desenvolver, com a regularidade necessária, os
dade na rede, assegurando a sua interoperacionalidade estudos de suporte ao planeamento das necessidades
com as redes a que esteja ligada; de renovação e expansão da RNT;
b) Receber de todos os operadores de mercado e r) Preparar, de acordo com a legislação aplicável, os
de todos os agentes que participam em sistemas de PDIRT de eletricidade;
contratação bilateral com entrega física de eletricidade s) Desenvolver e manter atualizadas as metodologias
a informação necessária para o estabelecimento dos e os modelos necessários à obtenção da informação
programas de entrada e saída na rede; de base e à realização dos estudos, relatórios e planos
c) Disponibilizar previsões de consumo aos agentes referidos nas alíneas anteriores.
de mercado;
d) Proceder à verificação técnica da operação do 3 — A concessionária deve sempre dispor, na área
SEN, tendo em conta os programas de produção e de da concessão indicada na base II, dos meios e recursos
consumo dos vários agentes de mercado; técnicos e humanos apropriados, incluindo no plano
e) Identificar as necessidades de serviços de sistema; dos sistemas de informação, bem como ter disponíveis
f) Operar um mercado de serviços de sistema; os recursos financeiros necessários em cada momento
5588-(72) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

para aquele efeito, de modo a assegurar, de acordo com Base XXII


elevados padrões de qualidade, a prossecução das fun- [...]
ções e o cumprimento das obrigações a que se referem
os números anteriores e a recolha, tratamento e dispo- 1 — A concessionária tem a obrigação de forne-
nibilização da informação prevista nos n.os 4 e 5. cer ao concedente, através da DGEG, todos os docu-
4 — A concessionária deve proceder à elaboração, mentos e outros elementos de informação relativos
recolha, tratamento e conservação de todas as infor- à concessão que este entenda dever solicitar-lhe, em
mações e documentos relevantes para o exercício da particular no que respeita aos obtidos no âmbito do
atividade de gestão global do SEN. exercício da atividade de gestão global do SEN, nos
5 — As informações e documentos a que se refere termos da base III.
o número anterior dizem respeito, designadamente, à 2 — As informações e documentos solicitados pelo
caracterização técnica e da operação do SEN, às pre- concedente devem ser fornecidos no prazo de 10 dias
visões de curto, médio e longo prazo sobre a evolução úteis, salvo se for por este fixado um prazo diferente,
da oferta de energia e o equilíbrio entre a procura de por decisão fundamentada.
eletricidade e as respetivas infraestruturas de oferta, 3 — A não prestação ou a prestação de informações
aos PDIRT, aos RMSA, aos CMEC, ao mecanismo de falsas, inexatas ou incompletas, em resposta ao pedido
correção de hidraulicidade, à interruptibilidade e aos do concedente, no prazo por este fixado, constitui in-
serviços de garantia de potência. cumprimento do contrato de concessão, designadamente
6 — O exercício da atividade de gestão global do para efeitos da base XXXII.
SEN desenvolve-se nos termos da legislação e da regu- 4 — A concessionária tem igualmente a obrigação de
lamentação aplicáveis, designadamente do Regulamento fornecer à ERSE a informação prevista na lei aplicável.
de Relações Comerciais, do Regulamento de Operações
das Redes, do Regulamento do Acesso às Redes e às Base XXIII
Interligações e do Regulamento da Rede de Transporte, Supervisão, acompanhamento e fiscalização
bem como destas bases e do contrato de concessão.
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas a
Base XIII outras entidades, designadamente à ERSE, cabe à
DGEG o exercício dos poderes de supervisão, acom-
[...] panhamento e fiscalização da concessão, nomeada-
1— ..................................... mente no que se refere ao cumprimento das disposi-
2 — Exclui-se do número anterior a posse dos sí- ções legais e regulamentares aplicáveis e do contrato
tios dos centros eletroprodutores, quando, nos termos de concessão.
da legislação aplicável, tenha sido transmitida para os 2— .....................................
respetivos produtores. 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1 e sempre que
3 — (Anterior n.º 2.) exista motivo atendível, o concedente pode, nomea-
damente:
Base XIV a) Inquirir os representantes legais e quaisquer cola-
[...] boradores da concessionária, bem como solicitar-lhes
os documentos e outros elementos de informação que
1— ..................................... entenda necessários ou convenientes;
2— ..................................... b) Aceder livremente às instalações da concessioná-
3 — A concessionária obriga-se, em particular, a res- ria e proceder à busca, exame, tratamento e recolha de
peitar as disposições legais em matéria de certificação cópias ou extratos dos documentos e outras informações
pela ERSE, nos termos e condições previstos nos arti- na posse da concessionária que julgue necessários ou
gos 25.º-A a 25.º-F do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de convenientes, incluindo através dos respetivos sistemas
fevereiro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012, de informação;
de 8 de outubro, e nas normas que as venham a regula- c) Requerer à concessionária a realização dos estu-
mentar, bem como a substituir, e a assegurar que pratica dos, testes ou simulações, incluindo com recurso aos
todos os atos e diligências necessários, nomeadamente, respetivos sistemas de informação, que se enquadrem
prestando toda a informação e documentação relevante no exercício das funções da concessionária, bem como
ou que lhe seja solicitada pelo concedente ou pela ERSE, acompanhar e participar ativamente na sua preparação
com vista a garantir a obtenção e a manutenção da re- e realização, designadamente no âmbito da definição
ferida certificação. dos princípios de base da política energética;
4 — O não cumprimento das obrigações previstas no d) Emitir ordens, determinações, diretivas ou instru-
número anterior constitui incumprimento do contrato ções, no âmbito dos poderes de supervisão, acompanha-
de concessão, incluindo para efeitos do disposto na mento e fiscalização.
base XXXII.
4 — O concedente pode recorrer a entidades terceiras
Base XIX devidamente qualificadas para a prestação de assistência
[...]
técnica que repute conveniente no âmbito do exercício
das funções de supervisão, acompanhamento e fiscaliza-
1— ..................................... ção da concessão, as quais gozam dos poderes referidos
2— ..................................... no número anterior após comunicação à concessionária
3 — (Revogado.) para o efeito.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(73)

Base XXIX derivados para a segurança da rede ou de terceiros, dos


[...]
prejuízos efetivamente causados e da diligência que a
concessionária tenha empreendido na superação das
1 — Pela exploração da concessão é assegurada à consequências.
concessionária uma remuneração, nos termos do Re- 2 — Sem prejuízo dos demais direitos e prerroga-
gulamento Tarifário, que assegure o seu equilíbrio tivas de que o concedente disponha nos termos da lei
económico-financeiro nas condições de uma gestão e das presentes bases, o não cumprimento do disposto
eficiente. nas bases XXII e XXIII sujeita ainda a concessionária às
2 — A concessionária é responsável, nos termos das seguintes sanções:
presentes bases e do contrato de concessão, por todos os
riscos inerentes à concessão, sem prejuízo do disposto a) Ao pagamento de multa até ao montante de
na legislação aplicável. € 5 000 000, variando o respetivo montante em função
da relevância dos documentos ou informações para o
Base XXXI funcionamento do SEN, do carácter reiterado ou oca-
sional do incumprimento, do grau de culpa, dos riscos
[...]
daí derivados para a segurança da rede ou de terceiros,
1— ..................................... dos prejuízos efetivamente causados e da diligência
2— ..................................... que a concessionária tenha empreendido na superação
3 — Consideram-se unicamente casos de força maior de consequências;
os acontecimentos imprevisíveis cujos efeitos se pro- b) Em alternativa e quando tal se justifique, a uma
duzam independentemente da vontade ou das circuns- sanção pecuniária compulsória, num montante que não
tâncias pessoais da concessionária. exceda 5 % do montante máximo da multa que seria
4 — Constituem, nomeadamente, casos de força aplicável nos termos da alínea anterior, por dia de atraso,
maior atos de guerra, hostilidades ou invasão, terrorismo, a contar da data fixada na decisão do concedente que
epidemias, radiações atómicas, graves inundações, raios, determinou a prestação das informações, até ao mon-
ciclones, tremores de terra e outros cataclismos naturais tante máximo global de € 5 000 000.
que afetem a atividade objeto da concessão.
5 — A ocorrência de um caso de força maior tem por 3 — A aplicação de multas contratuais e sanções
efeito exonerar a concessionária da responsabilidade pecuniárias compulsórias depende de notificação prévia
pelo não cumprimento das obrigações emergentes do da concessionária pelo concedente para reparar o incum-
contrato de concessão que sejam afetadas pela ocor- primento e do não cumprimento, pela concessionária, do
rência do mesmo, na estrita medida em que o respetivo prazo de reparação fixado nessa notificação nos termos
cumprimento pontual e atempado tenha sido efetiva- do número seguinte, ou da não reparação integral da
mente impedido ou, salvo no que respeita à segurança falta no mesmo prazo.
das populações, se torne excessivamente oneroso. 4 — O prazo de reparação do incumprimento é fi-
6 — A concessionária fica obrigada a comunicar ao xado pelo concedente de acordo com critérios de ra-
concedente a ocorrência de qualquer evento qualificável zoabilidade e deve ter sempre em atenção a defesa do
como caso de força maior, bem como a indicar, no mais interesse público e a manutenção em funcionamento
curto prazo possível, quais as obrigações emergentes da concessão.
do contrato de concessão cujo cumprimento, no seu 5 — A concessionária pode, no prazo fixado na no-
entender, se encontra impedido ou dificultado por força tificação a que se refere o n.º 3, e em momento ante-
de tal ocorrência e, bem assim, se for o caso, as medidas
rior ao da aplicação de quaisquer multas contratuais ou
que tomou ou pretende tomar para fazer face à situação
sanções pecuniárias compulsórias, exercer por escrito
ocorrida, a fim de mitigar o impacte do referido evento
e os respetivos custos. o seu direito de defesa.
7 — (Anterior n.º 4.) 6 — É da competência do diretor-geral de energia
8 — Enquanto a retoma normal das obrigações sus- e eologia a aplicação das multas contratuais e sanções
pensas não for possível, subsistem as obrigações da pecuniárias compulsórias.
concessionária na medida em que a sua execução seja 7 — Caso a concessionária não proceda ao paga-
materialmente possível. mento voluntário das multas contratuais ou sanções
9 — A concessionária deve mitigar, por qualquer pecuniárias compulsórias que lhe forem aplicadas no
meio razoável e apropriado ao seu dispor, os efeitos da prazo de 20 dias a contar da sua fixação e notificação
verificação de um caso de força maior. pelo concedente, este pode utilizar a caução para paga-
mento das mesmas.
Base XXXII 8 — O valor máximo das multas estabelecido nas
presentes bases é automaticamente atualizado em janeiro
[...] de cada ano, de acordo com o índice de preços ao con-
1 — Sem prejuízo dos demais direitos e prerrogativas sumidor no continente, excluindo habitação, publicado
de que o concedente disponha nos termos da lei e das pelo Instituto Nacional de Estatística, referente ao ano
presentes bases, o incumprimento pela concessionária anterior.
das obrigações assumidas no âmbito do contrato de 9 — A aplicação de multas ou sanções pecuniárias
concessão pode ser sancionado, por decisão do conce- compulsórias não prejudica a aplicação de outras san-
dente, pela aplicação de multas contratuais, cujo mon- ções contratuais, nem isenta a concessionária de respon-
tante varia até € 10 000 000, em função da gravidade sabilidade civil, criminal e contraordenacional em que
da infração cometida, do grau de culpa, dos riscos daí incorrer perante o concedente ou terceiro.
5588-(74) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Base XXXIII do incumprimento nos termos determinados pelo con-


[...]
cedente, este pode resolver o contrato de concessão
mediante comunicação enviada à concessionária, por
1 — O concedente, mediante despacho do membro carta registada com aviso de receção, sem prejuízo do
do Governo responsável pela área da energia, pode disposto no número seguinte.
tomar conta da concessão quando se verifiquem graves 6 — A comunicação da decisão de resolução referida
deficiências na respetiva organização e funcionamento, no número anterior produz efeitos imediatos, indepen-
no estado geral das instalações e dos equipamentos, ou dentemente de qualquer outra formalidade.
no cumprimento das suas obrigações enquanto gestor 7 — A concessionária pode resolver o contrato de
global do SEN, que sejam suscetíveis de comprometer concessão com fundamento em incumprimento grave
a regularidade ou qualidade do serviço ou a segurança das obrigações do concedente, se daí resultarem pertur-
do abastecimento do SEN. bações que ponham em causa o exercício da atividade
2— ..................................... concedida.
3— ..................................... 8 — A resolução prevista no número anterior im-
4— ..................................... plica a transmissão de todos os bens e meios afetos à
5— ..................................... concessão para o concedente, sem prejuízo do direito
da concessionária de ser ressarcida dos prejuízos que
Base XXXVI lhe foram causados, incluindo o valor dos investimen-
Resolução do contrato por incumprimento tos efetuados e lucros cessantes calculados nos termos
previstos para o resgate na base XXXVI.
1 — O concedente, através do membro do Governo
responsável pela área da energia, pode resolver o con- 9 — A concessionária não pode resolver o contrato
trato de concessão no caso de violação grave, não sanada de concessão com fundamento na alteração do regime
ou não sanável, das obrigações contratuais da conces- de exclusivo que decorra da transposição para o direito
sionária e, nomeadamente, mediante a verificação dos português de legislação da União Europeia.
seguintes factos ou situações: 10 — A resolução do contrato de concessão produz
os seus efeitos desde a data da sua comunicação à outra
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . parte por carta registada com aviso de receção.
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Oposição reiterada ao exercício da supervisão, Base XXXIX
acompanhamento e fiscalização da concessão, repe-
tida desobediência às determinações, ordens, diretivas [...]
ou instruções do concedente nos termos do contrato 1— .....................................
de concessão, nomeadamente no que respeita ao for- 2— .....................................
necimento de informações e documentos solicitados 3 — Em caso de extinção da concessão, transferem-se
pelo concedente, ou sistemática inobservância das leis para o concedente os direitos detidos pela concessionária
e regulamentos aplicáveis à exploração da concessão, sobre terceiros que se revelem necessários para a conti-
quando se mostrem ineficazes as sanções aplicadas; nuidade da prestação do serviço concedido e, em geral,
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . à tomada de medidas tendentes a evitar a interrupção da
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . prestação do serviço público concessionado.
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Base XL
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Transmissão e oneração da concessão e dos respetivos bens
1 — Sob pena de nulidade e ineficácia dos respetivos
2 — Não constituem causas de resolução os factos
atos ou contratos, a concessionária não pode, sem prévia
ocorridos por motivos de força maior.
3 — A resolução do contrato de concessão pelo con- autorização do membro do Governo responsável pela
cedente ao abrigo do disposto no n.º 1 implica a trans- área da energia, transmitir, subconceder ou onerar, por
missão de todos os bens e meios afetos à concessão para qualquer forma, a concessão e, bem assim, os direitos
o concedente sem qualquer indemnização e, bem assim, e os bens, móveis e imóveis, afetos à mesma.
a perda da caução prestada em garantia do pontual e 2 — É equiparada à transmissão da concessão a alie-
integral cumprimento do contrato, sem prejuízo do di- nação de ações que resulte na constituição ou modifica-
reito de o concedente ser indemnizado pelos prejuízos ção de uma relação de domínio sobre a concessionária,
sofridos, nos termos gerais de direito. conforme definido no artigo 21.º do Código dos Valores
4 — Verificando-se um dos casos de incumprimento Mobiliários.
referidos no número anterior ou qualquer outro que, nos 3 — Os atos praticados ou os contratos celebrados em
termos do disposto no n.º 1, possa motivar a resolução violação do disposto nos números anteriores são nulos
da concessão, o concedente, através do membro do e ineficazes, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis.
Governo responsável pela área da energia, deve notifi- 4 — O produto da venda dos bens ou direitos da
car a concessionária para, no prazo que razoavelmente concessão transmitidos reverte a favor da mesma sempre
lhe seja fixado, cumprir integralmente as suas obriga- que tiverem sido adquiridos ou custeados através da
ções e corrigir ou reparar as consequências dos seus atribuição de quaisquer incentivos ou se tiverem sido
atos, exceto tratando-se de uma violação não sanável. remunerados através de tarifas reguladas.
5 — Caso a concessionária não cumpra as suas 5 — (Anterior n.º 3.)
obrigações ou não corrija ou repare as consequências 6 — (Anterior n.º 4.)»
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(75)

Artigo 5.º alterações, devem ser objeto de aprovação prévia pelo


Aditamento ao anexo II do Decreto-Lei
concedente, mediante despacho do membro do Governo
n.º 172/2006, de 23 de agosto responsável pela área da energia.
3 — As autorizações e aprovações previstas na pre-
São aditadas às bases constantes do anexo II do Decreto- sente base não podem ser infundadamente recusadas
-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelos Decretos- e consideram-se tacitamente concedidas se não forem
-Leis n.os 237-B/2006, de 18 de dezembro, 199/2007, de recusadas, por escrito, no prazo de 60 dias a contar a
18 de maio, 264/2007, de 24 de julho, 23/2009, de 20 de
janeiro, e 104/2010, de 29 de setembro, as bases XIII-A, partir da data da respetiva solicitação.
XIII-B e XIII-C, com a seguinte redação:
Base XIII-C
«Base XIII-A Financiamento
Objeto social, sede e ações da sociedade 1 — A concessionária é responsável pela obtenção
1 — A concessionária deve ter como objeto social do financiamento necessário ao desenvolvimento do
principal, ao longo de todo o período de duração da objeto da concessão, por forma a cumprir cabal e atem-
concessão, o exercício das atividades integradas no ob- padamente todas as obrigações que assume no contrato
jeto da concessão, devendo manter ao longo do mesmo de concessão.
período a sua sede em Portugal e a forma de sociedade 2 — Para os efeitos do disposto no número anterior,
anónima, regulada pela lei portuguesa. a concessionária deve manter no final de cada ano um
2 — O objeto social da concessionária pode incluir rácio de autonomia financeira superior a 20 %.»
o exercício de outras atividades para além das que inte-
gram o objeto da concessão e, bem assim, a participação Artigo 6.º
no capital de outras sociedades desde que seja respeitado
Aditamento de anexos ao Decreto-Lei
o disposto nas presentes bases e na legislação aplicável n.º 172/2006, de 23 de agosto
ao setor da eletricidade.
3 — Todas as ações representativas do capital social São aditados ao Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de
da concessionária são obrigatoriamente nominativas. agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de
4 — A oneração e a transmissão de ações represen- 18 de dezembro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de
tativas do capital social da concessionária dependem, 24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de
sob pena de nulidade, de autorização prévia do membro 29 de setembro, os anexos II e VI, com a redação cons-
do Governo responsável pela área da energia, a qual tante do anexo I do presente decreto-lei, do qual faz parte
não pode ser infundadamente recusada e se considera integrante.
tacitamente concedida se não for recusada, por escrito,
no prazo de 60 dias a contar da data da respetiva soli- Artigo 7.º
citação.
5 — Excetua-se do disposto no número anterior a Alterações sistemáticas
oneração de ações efetuada em benefício das entida- 1 — É aditado um capítulo III ao Decreto-Lei
des financiadoras da atividade que integra o objeto da n.º 172/2006, de 23 de agosto, com a designação «Pro-
concessão e no âmbito dos contratos de financiamento dução de eletricidade em regime especial», que inclui os
que venham a ser celebrados pela concessionária para o
artigos 33.º-D a 33.º-Z, sendo os atuais capítulos III, IV, V
efeito, desde que as entidades financiadoras assumam,
nos referidos contratos, a obrigação de obter a autori- e VI renumerados como capítulos IV, V, VI e VII.
zação prévia do concedente em caso de execução das 2 — O capítulo III referido no número anterior é com-
garantias de que resulte a transmissão a terceiros das posto pelas cinco secções seguintes:
ações oneradas. a) Secção I, que inclui os artigos 33.º-D a 33.º-G, com
6 — A oneração de ações referida no número anterior a designação «Disposições gerais»;
é comunicada ao concedente no prazo de 30 dias a contar b) Secção II, que inclui os artigos 33.º-H a 33.º-M, com
da data da constituição da mesma, devendo ser enviada a designação «Procedimentos de controlo prévio»;
ao concedente cópia autenticada do documento que c) Secção III, que inclui os artigos 33.º-N a 33.º-Q, com
formaliza a oneração, bem como informação detalhada a designação «Regime da licença»;
sobre quaisquer outros termos e condições que sejam d) Secção IV, que inclui os artigos 33.º-R a 33.º-U, com
estabelecidos.
a designação «Procedimento de avaliação de incidências
ambientais»;
Base XIII-B
e) Secção V, que inclui os artigos 33.º-V a 33.º-Z, com
Deliberações e acordos entre acionistas a designação «Acesso às redes».
1 — Sem prejuízo de outras limitações previstas nas
presentes bases e no contrato de concessão, ficam su- 3 — A secção II do capítulo IV do Decreto-Lei
jeitas a autorização prévia do concedente, através do n.º 172/2006, de 23 de agosto, passa a designar-se «Ati-
membro do Governo responsável pela área da energia, vidade de comercialização sujeita a registo».
as deliberações relativas à alteração do objeto social e à 4 — É aditada uma secção IV ao capítulo IV do Decreto-
transformação, fusão, cisão ou dissolução da sociedade -Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, com a designação
concessionária. «Facilitador de mercado», que inclui os artigos 55.º-A a
2 — Os acordos parassociais celebrados entre os 55.º-D, sendo as atuais secções IV e V renumeradas como
acionistas da concessionária, bem como as respetivas secções V e VI.
5588-(76) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

5 — São aditados os anexos II e VI ao Decreto-Lei dezembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 199/2007, de
n.º 172/2006, de 23 de agosto, sendo os atuais anexos II, 18 de maio, e 264/2007, de 24 de julho.
III, IV e V renumerados como anexos III, IV, V e VII.
Artigo 11.º
Artigo 8.º
Autorizações e licenças de produção de eletricidade
Alterações terminológicas em regime especial já emitidas
As referências feitas no Decreto-Lei n.º 172/2006, de 1 — As autorizações de instalação ou licenças de esta-
23 de agosto, a «Direção-Geral de Geologia e Energia», a belecimento e as licenças de exploração de centros eletro-
«DGGE», a «diretor-geral de geologia e energia», a «porta- produtores emitidas ao abrigo do disposto no Decreto-Lei
ria conjunta», a «ministro responsável por», a «Ministro da n.º 189/88, de 27 de maio, republicado pelo Decreto-Lei
Economia e da Inovação» e a «rescisão» são substituídas, n.º 168/99, de 18 de maio, e alterado pelos Decretos-Leis
respetivamente, por «Direção-Geral de Energia e Geolo- n.os 312/2001, de 10 de dezembro, 339-C/2001, de 29 de
gia», por «DGEG», por «diretor-geral de energia e eolo- dezembro, 33-A/2005, de 16 de fevereiro, e 225/2007,
gia», por «portaria», por «membro do Governo responsável de 31 de maio, e no Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de
pela área», por «membro do Governo responsável pela área dezembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 22-A/2005, de
da energia» e por «resolução». 16 de fevereiro, 172/2006, de 23 de agosto, 118-A/2010,
de 25 de outubro, e 25/2012, de 6 de fevereiro, passam a
Artigo 9.º
reger-se pelas normas aplicáveis à licença de produção e
Campanhas de informação licença de exploração previstas no capítulo III do Decreto-
1 — Compete à Direção-Geral de Energia e Geologia -Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, com a redação dada
(DGEG) promover a realização das campanhas de informa- pelo presente decreto-lei, sem prejuízo do disposto nos
ção e esclarecimento dos consumidores sobre o processo de n.os 3 a 8 do artigo 15.º
extinção das tarifas reguladas e de transição dos contratos 2 — O sobre-equipamento de parques eólicos continua
de venda de eletricidade a clientes finais para o regime de a reger-se pelo disposto nos artigos 3.º e 3.º-A a 3.º-C do
mercado, bem como os mecanismos de salvaguarda e de Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, alterado pelo
apoio dos clientes finais economicamente vulneráveis. Decreto-Lei n.º 51/2010, de 20 de maio.
2 — As campanhas de informação e esclarecimento
previstas no número anterior são previamente aprovadas Artigo 12.º
por despacho do membro do Governo responsável pela área Conversão de licenças
da energia, tendo em conta princípios de transparência, ra-
cionalidade económica e orientação para os consumidores. 1 — As licenças de comercialização já emitidas à data
3 — As campanhas de informação e esclarecimento pre- da entrada em vigor do presente decreto-lei são automati-
vistas no n.º 1 têm início no prazo máximo de dois meses a camente convertidas em registos e regem-se pelo disposto
contar da data da entrada em vigor do presente decreto-lei no Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação
e podem decorrer até 31 de dezembro de 2015. dada pelo presente diploma.
4 — Os custos incorridos com as campanhas de infor- 2 — As entidades titulares de licenças de comercia-
mação referidas no n.º 1 são suportados pelo operador da lização de último recurso já atribuídas à data da entrada
rede nacional de transporte (RNT), sendo os custos em em vigor do presente decreto-lei mantêm as respetivas
cada ano repercutidos na tarifa de uso global do sistema licenças.
relativa ao ano seguinte, nos termos a definir no Regula- 3 — Aos procedimentos de atribuição de licenças de
mento Tarifário, não podendo ser repercutidos nas tarifas comercialização já iniciados à data da entrada em vigor do
reguladas de comercialização.
presente decreto-lei aplica-se o regime em vigor na data
de apresentação do correspondente pedido, constituindo as
Artigo 10.º
decisões finais de deferimento emitidas nesses procedimen-
Licenças de produção de eletricidade em regime tos registos para os efeitos do Decreto-Lei n.º 172/2006,
ordinário já emitidas de 23 de agosto, na redação dada pelo presente diploma.
1 — O Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na
redação dada pelo presente decreto-lei, aplica-se às licenças Artigo 13.º
de produção de eletricidade em regime ordinário já emi- Regulamentos
tidas à data da entrada em vigor do mesmo, sem prejuízo
do disposto no número seguinte. 1 — Até à publicação da portaria prevista no artigo 68.º
2 — Os aproveitamentos hidroelétricos para os quais do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação
tenha sido emitida licença de produção de eletricidade em dada pelo presente decreto-lei, são aplicáveis as normas
regime ordinário em data anterior à entrada em vigor do relativas às taxas previstas no Regulamento de Taxas de
presente decreto-lei passam a reger-se pelo regime aplicável Instalações Elétricas (RTIE), aprovado pelo Decreto-Lei
à produção de eletricidade em regime especial referido no n.º 4/93, de 8 de janeiro, devendo a sua cobrança ser efe-
capítulo III do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, tuada nos seguintes termos:
na redação dada pelo presente decreto-lei, mantendo-se as
condições remuneratórias existentes até à data da entrada a) As taxas de exploração previstas no RTIE para as
em vigor do presente diploma, designadamente as previstas instalações elétricas do 3.º grupo são cobradas pelo ope-
em resultado da celebração dos acordos de cessação an- rador da Rede Nacional de Distribuição de Eletricidade
tecipada dos contratos de aquisição de energia (CAE), ao (RND) aos respetivos comercializadores, que as refletem
abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 240/2004, de 27 de na faturação aos respetivos clientes;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(77)

b) O operador da RND e os comercializadores têm o 2 — Sem prejuízo do disposto nos números seguintes,
direito de reter 1,5 % e 0,5 %, respetivamente, do montante são revogados:
das taxas referidas no número anterior.
a) O Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de maio, republicado
pelo Decreto-Lei n.º 168/99, de 18 de maio, e alterado
2 — Os regulamentos referidos nas alíneas a) a g) do pelos Decretos-Leis n.os 312/2001, de 10 de dezembro,
artigo 59.º do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, 339-C/2001, de 29 de dezembro, 33-A/2005, de 16 de
com a redação dada pelo presente decreto-lei, mantêm-se fevereiro, e 225/2007, de 31 de maio;
em vigor, até que sejam substituídos nos termos e condi- b) O Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de dezembro,
ções estabelecidos no presente diploma. alterado pelos Decretos-Leis n.os 33-A/2005, de 16 de fe-
3 — Os regulamentos referidos nas alíneas h) e i) do vereiro, 172/2006, de 23 de agosto, 118-A/2010, de 25 de
artigo 59.º do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, outubro, e 25/2012, de 6 de fevereiro;
na redação dada pelo presente decreto-lei, são aprovados e c) O Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro,
publicados no prazo máximo de 120 dias a contar da data alterado pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio;
de entrada em vigor do presente diploma. d) O Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, alterado
4 — Aos centros eletroprodutores aos quais se aplica pelo Decreto-Lei n.º 51/2010, de 20 de maio, com exceção
o procedimento de atribuição de licença de produção ou dos artigos 3.º e 3.º-A a 3.º-C;
o procedimento de comunicação prévia nos termos do e) O Decreto-Lei n.º 25/2012, de 6 de fevereiro.
Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação dada
pelo presente decreto-lei, não é aplicável o Regulamento de 3 — O disposto no número anterior não prejudica os
Licenças para Instalações Elétricas, aprovado pelo Decreto- procedimentos concursais lançados ao abrigo do disposto
-Lei n.º 26 852, de 30 de julho de 1936, alterado pelos no artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 312/2001, de 10 de de-
Decretos-Leis n.os 40 722, de 2 de agosto de 1956, 43 335, zembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 33-A/2005, de
de 19 de novembro de 1960, 229/76, de 1 de abril, 446/76, 16 de fevereiro, 172/2006, de 23 de agosto, 118-A/2010,
de 5 de junho, 517/80, de 31 de outubro, 131/87, de 17 de de 25 de outubro, e 25/2012, de 6 de fevereiro, no Decreto-
março, 272/92, de 3 de dezembro, e 4/93, de 8 de janeiro, -Lei n.º 126/2010, de 23 de novembro, e no Decreto-Lei
pela Lei n.º 30/2006, de 11 de julho, e pelo Decreto-Lei n.º 132-A/2010, de 21 de dezembro, incluindo os direitos
n.º 101/2007, de 2 de abril. dos adjudicatários deles resultantes, devendo a atribuição
das respetivas condições de ligação à rede, pontos de rece-
Artigo 14.º ção, autorizações de instalação ou licenças de estabeleci-
Norma interpretativa
mento, licenças de exploração e condições remuneratórias
continuar a reger-se pela legislação prevista nas alíneas a)
Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 4.º do a d) do número anterior, pelos regulamentos dos proce-
Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, alterado dimentos, bem como pelos contratos celebrados entre os
pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31 de maio, só não são referidos promotores e a DGEG.
aplicáveis às instalações referidas no n.º 1 do artigo 4.º as 4 — O artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de
normas do anexo II do Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 225/2007, de 31
maio, republicado pelo Decreto-Lei n.º 168/99, de 18 de de maio, e as condições remuneratórias da eletricidade
maio, alterado pelos Decretos-Leis n.os 312/2001, de 10 de referidas no anexo II do Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de
dezembro, 339-C/2001, de 29 de dezembro, 33-A/2005, de maio, na redação aplicável à data de entrada em vigor do
16 de fevereiro, e 225/2007, de 31 de maio, na redação re- Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, mantêm-se
sultante do Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, em vigor relativamente aos centros eletroprodutores a que
relativas às condições de remuneração do fornecimento de as referidas condições remuneratórias são aplicáveis, nos
eletricidade entregue à rede pelas instalações licenciadas termos do n.º 1 do referido artigo 4.º
ao abrigo dos Decretos-Leis n.os 189/88, de 27 de maio, e 5 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 relativamente
312/2001, de 10 de dezembro, não estando abrangidas na aos procedimentos concursais lançados e com exceção dos
exclusão de aplicação prevista no n.º 1 do artigo 4.º quais- centros eletroprodutores incluídos no âmbito do número
quer outras modificações às normas do referido anexo II, anterior, mantêm-se em vigor o artigo 3.º do Decreto-Lei
introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de n.º 33-A/2005, de 16 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei
fevereiro, designadamente as relativas à energia reativa n.º 225/2007, de 31 de maio, e o anexo II ao Decreto-Lei
previstas no n.º 23 do mesmo anexo II. n.º 189/88, de 27 de maio, republicado pelo Decreto-Lei
n.º 168/99, de 18 de maio, e alterado pelos Decretos-Leis
Artigo 15.º n.os 312/2001, de 10 de dezembro, 339-C/2001, de 29 de
dezembro, 33-A/2005, de 16 de fevereiro, e 225/2007, de
Norma revogatória 31 de maio, relativamente aos centros eletroprodutores
1 — São revogados a alínea h) do artigo 2.º, o artigo 5.º, cujos titulares ou promotores:
o n.º 4 do artigo 8.º, o n.º 2 do artigo 18.º, a alínea c) do a) Tenham obtido a respetiva licença de exploração até
n.º 1 do artigo 24.º, a alínea c) do artigo 46.º, o n.º 2 do à data da entrada em vigor do presente decreto-lei;
artigo 52.º, os n.os 5 e 6 do artigo 67.º, os n.os 2 a 6 do ar- b) Tenham obtido a respetiva autorização de instalação
tigo 68.º, dos artigos 71.º, 72.º, 74.º, 77.º e 78.º, bem como ou licença de estabelecimento até à data da entrada em
o n.º 3 do anexo V do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de vigor do presente diploma e venham obter a respetiva
agosto, alterado pelos Decretos-Leis n.os 237-B/2006, de licença de exploração no prazo de 12 meses a contar da
18 de dezembro, 199/2007, de 18 de maio, 264/2007, de data da entrada em vigor do presente decreto-lei ou, se
24 de julho, 23/2009, de 20 de janeiro, e 104/2010, de ocorrer mais tarde, no prazo de 24 meses ou, no caso das
29 de setembro. pequenas centrais hídricas, de 36 meses, a contar da data
5588-(78) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

de emissão da referida autorização de instalação ou licença ANEXO I


de estabelecimento; ou
c) Tenham, previamente à data de entrada em vigor do (a que se refere o artigo 6.º)
presente decreto-lei, beneficiado da atribuição de um ponto
de receção e venham a obter a respetiva autorização de ANEXO II
instalação ou licença de estabelecimento no prazo de seis
meses a contar da data da entrada em vigor do presente (a que se refere o artigo 33.º-J)
diploma, bem como a licença de exploração nos prazos
previstos na alínea anterior. Elementos do projeto de centro eletroprodutor a partir
de fontes de energia renováveis
6 — Ficam expressamente excluídos do disposto no 1 — O projeto, em triplicado, acompanhado pelo termo
número anterior e abrangidos pela revogação prevista no de responsabilidade pela sua elaboração, deve compreender:
n.º 2 os titulares de informações prévias favoráveis emi-
tidas pela DGEG em data anterior à entrada em vigor do a) Memória descritiva:
presente decreto-lei que, até essa data, não sejam titulares Memória descritiva e justificativa indicando o local
de ponto de receção. de implantação do centro eletroprodutor [distrito(s),
7 — Mantém-se em vigor o n.º 27 do anexo II do concelho(s) e freguesia(s)], o tipo de produção (eólica,
Decreto-Lei n.º 189/88, de 27 de maio, republicado em hidroelétrica, etc.), a natureza, importância, função e
anexo ao Decreto-Lei n.º 168/99, de 18 de maio, alterado características das instalações e do equipamento, as con-
pelos Decretos-Leis n.os 312/2001, de 10 de dezembro, dições gerais do seu estabelecimento e da sua exploração,
339-C/2001, de 29 de dezembro, 33-A/2005, de 16 de sistemas de ligação à terra, as disposições principais
fevereiro, e 225/2007, de 31 de maio. adotadas para a produção de energia mecânica e elétrica,
8 — Mantêm-se em vigor os diplomas referidos nas sua transformação, transporte e utilização ou a origem
alíneas b) e e) do n.º 2 relativamente ao regime de acesso à e destino da energia a transportar e as proteções con-
rede elétrica de serviço público (RESP) referido na alínea b) tra sobreintensidades e sobretensões e os seus cálculos,
do n.º 1 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 23/2010, de 25 de quando se justifique;
março, alterado pela Lei n.º 19/2010, de 23 de agosto, que Descrição, tipos e características dos geradores de
estabelece a disciplina da atividade de cogeração. energia elétrica, transformadores, aparelhagem de corte
9 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 8, as remis- e proteção, bem como das caldeiras, turbinas e outros
sões, na legislação atualmente em vigor, para os diplo- equipamentos, bem como indicação se a localização da
mas referidos no n.º 2 consideram-se realizadas para as instalação se encontra integrada em área protegida (Re-
disposições sobre as mesmas matérias do Decreto-Lei serva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional,
n.º 172/2006, de 23 de agosto, na redação dada pelo pre- por exemplo);
sente decreto-lei. Potência total instalada e potência máxima a instalar na
rede (quando não indicada, considerar a potência instalada),
Artigo 16.º número, potência e tipo de geradores, local pretendido para
o ponto de receção, data a partir da qual pretende beneficiar
Republicação da ligação e eventuais alternativas;
É republicado, no anexo II do presente decreto-lei, do
qual faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 172/2006, de b) Desenhos:
23 de agosto, com a redação atual. Planta geral de localização da instalação referenciada
por coordenadas e em escala não inferior a 1:25 000, de
Artigo 17.º acordo com a respetiva norma, indicando a situação das
Entrada em vigor obras principais, tais como centrais geradoras, subestações,
postos de corte, postos de transformação, vias públicas
1 — O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após rodoviárias e ferroviárias, cursos de água, construções
a sua publicação, sem prejuízo do número seguinte. urbanas e linhas já existentes;
2 — Os artigos constantes do capítulo III relativos ao Plantas, alçados e cortes, em escala conveniente, esco-
procedimento de comunicação prévia entram em vigor na lhida de acordo com a NP-717, dos locais da instalação,
data de entrada em vigor da portaria referida no n.º 2 do com a disposição do equipamento elétrico e mecânico,
artigo 33.º-I do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, em número e com pormenor suficiente para se poder ve-
na redação dada pelo presente decreto-lei. rificar a observância das disposições regulamentares de
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de segurança;
agosto de 2012. — Pedro Passos Coelho — Vítor Louçã Esquemas elétricos gerais das instalações projetadas,
Rabaça Gaspar — Paulo Sacadura Cabral Portas — Ál- com indicação de todas as máquinas e aparelhos de medida
varo Santos Pereira — Maria de Assunção Oliveira Cristas e proteção e comando, usando os sinais gráficos norma-
Machado da Graça. lizados.
Promulgado em 4 de outubro de 2012. 2 — Todas as peças do projeto são rubricadas pelo téc-
Publique-se. nico responsável, à exceção da última peça escrita, onde
deve constar o seu nome por extenso, a sua assinatura e
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. as referências da inscrição da DGEG.
Referendado em 7 de outubro de 2012. 3 — As peças escritas e desenhadas que constituírem o
projeto devem ter dimensões normalizadas, ser elaboradas
O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho. e dobradas de acordo com as normas em vigor e regras
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(79)

da técnica e ser numeradas ou identificadas por letras e princípios constantes do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
algarismos. fevereiro, republicado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012,
4 — Os documentos referidos nas alíneas a) e b) do de 8 de outubro.
n.º 1 só são exigíveis aos promotores de parques eólicos 2 — Excluem-se do âmbito de aplicação do presente
no que lhes for aplicável. decreto-lei:
a) A produção de eletricidade em cogeração, a micro-
ANEXO VI
produção e miniprodução e a produção de eletricidade a
partir da energia das ondas na zona-piloto;
[a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 47.º]
b) A produção de eletricidade a partir de energia nu-
clear;
Declaração de habilitação e não impedimento ao exercício
da atividade de comercialização de eletricidade c) As redes de distribuição fechadas, tal como definidas
no artigo 41.º-A do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
1 — … (nome, número de documento de identifica- fevereiro.
ção e morada), na qualidade de representante legal de …
(firma, número de identificação de pessoa coletiva, sede ou 3 — No desenvolvimento dos princípios gerais estabe-
estabelecimento principal no território nacional e código lecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, o
de acesso à certidão permanente de registo comercial), presente decreto-lei completa a transposição da Diretiva
requerente do registo para a atividade de comercialização n.º 2009/72/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
de eletricidade, declara, sob compromisso de honra, que 13 de julho, que estabelece regras comuns para o mercado
a sua representada: da eletricidade.
a) Não se encontra em estado de insolvência, em fase 4 — O presente decreto-lei procede ainda:
de liquidação, dissolução ou cessação de atividade, sujeita a) À integração do regime do Decreto-Lei n.º 92/2010,
a qualquer meio preventivo de liquidação de patrimónios de 26 de julho, que transpôs para a ordem jurídica interna
ou em qualquer situação análoga, nem tem o respetivo a Diretiva n.º 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do
processo pendente; Conselho, de 12 de dezembro, relativa aos serviços no
b) Tem a sua situação contributiva e fiscal regularizada mercado interno;
perante a administração nacional; b) À transposição para a ordem jurídica interna dos
c) Não desenvolve ou pretende desenvolver atividades artigos 13.º e 16.º da Diretiva n.º 2009/28/CE, do Parla-
no âmbito dos setores da eletricidade e do gás natural em mento Europeu e do Conselho, de 23 de abril, relativa à
violação das regras aplicáveis de separação de atividades. promoção da utilização de energia proveniente de fontes
renováveis.
2 — O declarante tem pleno conhecimento de que a
prestação de falsas declarações implica a não obtenção do Artigo 2.º
registo, ou a sua revogação se já obtido, sendo o mesmo
responsável pelas indemnizações e sanções pecuniárias Definições
aplicáveis, e pode determinar a aplicação da sanção aces- Para os efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:
sória de privação do exercício do direito de exercer a ati-
vidade de comercialização ou outra no âmbito dos setores a) «Alta tensão (AT)» a tensão entre fases cujo valor
da eletricidade e gás natural, sem prejuízo da participação eficaz é superior a 45 kV e igual ou inferior a 110 kV;
à entidade competente para efeitos de procedimento cri- b) «Ato de admissão da comunicação prévia» o ato da
minal. entidade competente que admite a comunicação prévia
para efeitos de estabelecimento e exercício da atividade de
... (local), ... (data), ... (assinatura). produção de eletricidade em regime especial com potência
(Nome e qualidade.) de ligação à rede inferior ou igual a 1 MVA, com exceção
dos centros eletroprodutores sujeitos aos regimes jurídi-
cos de avaliação de impacte ambiental ou de avaliação de
ANEXO II incidências ambientais, nos termos da legislação aplicá-
vel, cuja instalação esteja projetada para espaço marítimo
(a que se refere o artigo 16.º) sob a soberania ou jurisdição nacional ou cujo regime
remuneratório aplicável seja o da remuneração garantida;
Republicação do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto
c) «Baixa tensão (BT)» a tensão entre fases cujo valor
eficaz é igual ou inferior a 1 kV;
CAPÍTULO I d) «Capacidade de receção» o valor máximo da potência
aparente que pode ser recebida em determinado ponto da
Disposições gerais rede pública;
e) «Capacidade disponível» o valor máximo da potên-
Artigo 1.º cia aparente em determinado ponto da rede pública que é
possível atribuir a centros eletroprodutores;
Objeto e âmbito de aplicação
f) «Centro eletroprodutor» a designação genérica de
1 — O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico central hidroelétrica, central elétrica que utilize fontes
aplicável às atividades de produção, transporte, distribuição renováveis ou o processo de cogeração ou central termo-
e comercialização de eletricidade, bem como à operação elétrica;
logística de mudança de comercializador, à organização g) «Certificado de exploração» o certificado concedido
dos respetivos mercados e aos procedimentos aplicáveis para efeitos de entrada em exploração industrial de um
ao acesso àquelas atividades, no desenvolvimento dos centro eletroprodutor sujeito a comunicação prévia, de
5588-(80) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

partes do mesmo ou dos grupos geradores que o com- de energia e os aspetos de segurança do fornecimento e
põem ou concedido para os mesmos efeitos na sequência dos custos de distribuição associados;
de uma alteração do referido centro eletroprodutor, aqui x) «Empresa coligada» uma empresa filial, na aceção do
não se incluindo a autorização para exploração em regime artigo 41.º da 7.ª Diretiva n.º 83/349/CEE, do Conselho,
experimental; de 13 de junho, baseada a alínea g) do n.º 2 do artigo 44.º
h) (Revogada.) do Tratado da Comunidade Europeia e relativa às contas
i) «Cliente» o comprador grossista e o comprador final consolidadas, ou uma empresa associada na aceção do
de eletricidade; n.º 1 do artigo 33.º da mesma diretiva ou ainda empresas
j) «Cliente doméstico» o consumidor final que compra que pertençam aos mesmos acionistas;
eletricidade para uso doméstico próprio, excluindo ativi- y) «Empresa de eletricidade integrada» uma empresa
dades comerciais ou profissionais; vertical ou horizontalmente integrada;
k) «Cliente final» o consumidor que compra eletricidade z) «Empresa horizontalmente integrada» uma empresa
para consumo próprio; que exerce pelo menos uma das atividades de produção
l) «Cliente grossista» a pessoa singular ou coletiva que para venda, transporte, distribuição ou fornecimento de
compra eletricidade para os efeitos de revenda; eletricidade e ainda uma atividade não diretamente ligada
m) «Cliente não-doméstico» a pessoa singular ou co- ao setor da eletricidade;
letiva que compra eletricidade não destinada a utilização aa) «Empresa verticalmente integrada» uma empresa
no seu agregado familiar, incluindo produtores e clientes de eletricidade ou um grupo de empresas de eletricidade
grossistas; em que a mesma pessoa ou as mesmas pessoas têm direito,
n) «Comercialização» a compra e venda de eletricidade direta ou indiretamente, a exercer controlo e em que a
a clientes, incluindo a revenda; empresa ou grupo de empresas exerce, pelo menos, uma
o) «Comercializador» a entidade registada para a comer- das atividades de transporte ou distribuição e, pelo menos,
cialização de eletricidade cuja atividade consiste na compra uma das atividades de produção ou comercialização de
a grosso e na venda a grosso e a retalho de eletricidade; eletricidade;
p) «Comercializador de último recurso» a entidade titu- bb) «Entrega de eletricidade» a alimentação física de
lar de licença de comercialização de energia elétrica sujeita energia elétrica;
a obrigações de serviço universal; cc) «Entidade licenciadora» o serviço ou organismo do
q) «Consumidor» o cliente final de eletricidade; Ministério da Economia e do Emprego com competência
r) «Contrato de fornecimento de energia elétrica» o para a coordenação e a decisão do procedimento de con-
contrato para a comercialização de eletricidade, excluindo trolo prévio da produção de eletricidade, ou da comercia-
derivados de eletricidade; lização, conforme o caso;
s) «Controlo» a relação entre empresas, na aceção do dd) «Equilíbrio entre a oferta e a procura» a satisfação
Regulamento (CE) n.º 139/2004, do Conselho, de 20 de da procura previsível de eletricidade pelos consumidores
janeiro, relativo ao controlo das concentrações de empre- sem necessidade de impor medidas de contingência para
sas, decorrente de direitos, contratos ou outros meios que diminuir pontualmente o consumo;
conferem a uma empresa, isoladamente ou em conjunto, ee) «Facilitador de mercado» o comercializador que es-
e tendo em conta as circunstâncias de facto e de direito, a tiver sujeito à obrigação de aquisição da energia produzida
possibilidade de exercer uma influência determinante sobre pelos produtores em regime especial com remuneração
outra, nomeadamente através de direitos de propriedade ou de mercado;
de uso ou de fruição sobre a totalidade ou parte dos ativos ff) «Fontes de energia renováveis» as fontes de ener-
de uma empresa ou de direitos ou contratos que conferem gia não fósseis renováveis, nomeadamente eólica, solar,
uma influência determinante na composição, nas delibera- aerotérmica, geotérmica, hidrotérmica, oceânica, hídrica,
ções ou nas decisões dos órgãos de uma empresa; biomassa, gás de aterro, gás proveniente de estações de
t) «Derivado de eletricidade» um dos instrumentos fi- tratamento de águas residuais e biogás;
nanceiros especificados nos n.os 5, 6 ou 7 da secção C do gg) «Fornecimento» a venda de energia elétrica a qual-
anexo I da Diretiva n.º 2004/39/CE, do Parlamento Europeu quer entidade;
e do Conselho, de 21 de abril, relativa aos mercados de hh) «Grupo gerador» o conjunto constituído pela cal-
instrumentos financeiros, sempre que esteja relacionado deira, turbina, gerador e transformador, no caso dos centros
com a eletricidade; eletroprodutores térmicos, e o conjunto constituído pelo
u) «Distribuição» a transmissão de eletricidade em redes circuito hidráulico, turbina, gerador e transformador, no
de distribuição de alta, média e baixa tensão para entrega caso dos centros eletroprodutores hídricos;
ao cliente, mas sem incluir a comercialização; ii) «Início da exploração» a data de emissão da licença
v) «Distribuidor» a entidade titular de uma concessão de exploração ou do certificado de exploração do centro
de distribuição de eletricidade; eletroprodutor ou de qualquer dos seus grupos gerado-
w) «Eficiência energética/gestão da procura» a aborda- res;
gem global ou integrada destinada a influenciar a quanti- jj) «Interligação» o equipamento de transporte que atra-
dade e os períodos horários do consumo de eletricidade por vessa ou transpõe uma fronteira entre Estados membros
forma a reduzir o consumo de energia primária e os picos vizinhos com a única finalidade de interligar as respetivas
de carga, dando prioridade aos investimentos em medidas redes de transporte de eletricidade;
de eficiência energética ou outras — como contratos de kk) «Interruptibilidade» o regime de contratação de
fornecimento interruptível — sobre os investimentos no eletricidade que prevê a possibilidade de interrupção do
aumento da capacidade de produção, caso os primeiros fornecimento com a finalidade de limitar os consumos
constituam a opção mais eficaz e económica, tendo em em determinados períodos considerados críticos para a
conta o impacte ambiental positivo da redução do consumo exploração e a segurança do sistema elétrico;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(81)

ll) «Licença de exploração» a licença concedida para aaa) «Produção distribuída» a produção de eletrici-
efeitos de entrada em exploração industrial de um centro dade oriunda de centros eletroprodutores ligados à rede
eletroprodutor, de partes do mesmo ou dos grupos ge- de distribuição;
radores que o compõem ou concedida para os mesmos bbb) «Produtor» a pessoa singular ou coletiva que pro-
efeitos na sequência de uma alteração do referido centro duz eletricidade;
eletroprodutor, não incluindo a autorização para exploração ccc) «Produção em regime ordinário» a produção de
em regime experimental; eletricidade tal como definida no artigo 17.º do Decreto-
mm) «Licença de produção» a licença concedida para -Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro;
efeitos de estabelecimento e exercício da atividade de ddd) «Receção de eletricidade» a entrada física de ele-
produção de eletricidade por um centro eletroprodutor; tricidade na rede pública;
nn) «Ligação à rede» os elementos da rede que permitem eee) «Rede interligada» a rede constituída por várias
que um determinado produtor ou cliente se ligue fisica- redes de transporte e de distribuição ligadas entre si;
mente às infraestruturas de transporte ou distribuição de fff) «Rede Elétrica de Serviço Público (RESP)» o con-
eletricidade da rede pública; junto das instalações de serviço público destinadas ao
oo) «Linha direta» a linha elétrica que liga um local de transporte e à distribuição de eletricidade que integram a
produção isolado a um cliente isolado ou linha elétrica RNT, a RND e as redes de distribuição em baixa tensão;
que liga um produtor de eletricidade e uma empresa de ggg) «Rede interligada» a rede constituída por várias
comercialização de eletricidade para abastecer diretamente redes de transporte e de distribuição ligadas entre si;
os seus próprios estabelecimentos, filiais e clientes ele- hhh) «Rede Nacional de Distribuição de Eletricidade
gíveis; (RND)» a rede nacional de distribuição de eletricidade
pp) «Média tensão (MT)» a tensão entre fases cujo valor em alta e média tensão;
eficaz é superior a 1 kV e igual ou inferior a 45 kV; iii) «Rede Nacional de Transporte de Eletricidade
qq) «Mercados organizados» os sistemas com diferentes (RNT)» a rede nacional de transporte de eletricidade no
modalidades de contratação que possibilitam o encontro continente;
entre a oferta e a procura de eletricidade e de instrumentos jjj) «Segurança de funcionamento da rede» o funciona-
cujo ativo subjacente seja eletricidade ou ativo equivalente; mento contínuo da rede de transporte e, se for caso disso,
rr) «Muito alta tensão (MAT)» a tensão entre fases cujo de distribuição em circunstâncias previsíveis;
valor eficaz é superior a 110 kV; kkk) «Segurança do fornecimento de eletricidade» a ca-
ss) «Operador da rede» a entidade titular de conces- pacidade de um sistema elétrico para fornecer energia elé-
são ao abrigo da qual é autorizada a exercer a atividade trica aos clientes finais nos termos do presente decreto-lei;
de transporte ou de distribuição de eletricidade, corres- lll) «Sistema elétrico nacional (SEN)» o conjunto de
pondendo a uma das seguintes entidades, cujas funções princípios, organizações, agentes e instalações elétricas
estão previstas no Regulamento de Relações Comerciais: relacionados com as atividades abrangidas pelo presente
a entidade concessionária da RNT, a entidade titular da decreto-lei e pelo Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de feve-
concessão da RND e as entidades titulares da concessão reiro, no território nacional;
de distribuição de eletricidade em BT; mmm) «Serviços de sistema» os meios e contratos ne-
tt) «Operador da rede de distribuição» a pessoa singu- cessários para o acesso e a exploração em condições de
lar ou coletiva que exerce a atividade de distribuição e é segurança de um sistema elétrico, mas excluindo aqueles
responsável, numa área específica, pelo desenvolvimento, que são tecnicamente reservados aos operadores da rede
pela exploração e pela manutenção da rede de distribuição de transporte, no exercício das suas funções;
e, quando aplicável, pelas suas ligações com outras redes, nnn) «Sistema» o conjunto de redes, de instalações de
bem como por assegurar a garantia de capacidade da rede produção e de pontos de receção de eletricidade ligados
a longo prazo; entre si e localizados em Portugal e das interligações a
uu) «Operador da rede de transporte» a pessoa singular sistemas elétricos vizinhos;
ou coletiva que exerce a atividade de transporte e é res- ooo) «Transporte» a transmissão de eletricidade numa
ponsável pelo desenvolvimento, pela exploração e pela rede interligada de muito alta tensão e de alta tensão, para
manutenção da rede de transporte e, quando aplicável, pelas os efeitos de receção dos produtores e de entrega a distri-
suas ligações com outras redes, bem como por assegurar a buidores, comercializadores ou a grandes clientes finais,
garantia de capacidade da rede a longo prazo, para atender mas sem incluir a comercialização;
pedidos razoáveis de transporte de eletricidade; ppp) «Uso das redes» a utilização das redes de transporte
vv) «Ponto de interligação» o ponto da rede existente e distribuição de eletricidade nos termos do Regulamento
ou a criar onde se prevê ligar a linha que serve a instalação de Acesso às Redes e Interligações;
de um produtor, um cliente ou outra rede; qqq) «Utilizador da rede» a pessoa singular ou coletiva
ww) «Ponto de receção» o ponto da rede onde se faz a que entrega eletricidade à rede ou que é abastecida através
entrega ou a receção de eletricidade à instalação do cliente, dela.
produtor ou outra rede, localizado nos terminais, do lado
da rede, do órgão de corte, que separa as instalações; Artigo 3.º
xx) «Potência garantida aparente» a potência nominal
Princípios gerais
instalada, com exceção das fontes de energia eólica e hí-
drica, em que apenas se consideram 10 % e 30 %, respe- 1 — O exercício das atividades previstas no presente
tivamente, da potência aparente instalada; decreto-lei fica subordinado aos princípios estabelecidos
yy) «Produção» a produção de eletricidade; no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, sendo
zz) «Produção em regime especial» a produção de ele- assegurada igualdade de oportunidades e de tratamento.
tricidade tal como definida no artigo 18.º do Decreto-Lei 2 — O exercício das atividades previstas no presente
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro; decreto-lei processa-se com observância dos princípios da
5588-(82) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

concorrência, sem prejuízo do cumprimento das obrigações SECÇÃO II


de serviço público. Critérios de atribuição de licença de produção
3 — O exercício das atividades abrangidas pela aplica-
ção do presente decreto-lei depende da obtenção de licen- Artigo 6.º
ças, da atribuição de concessão, da realização do registo
ou de comunicação prévia nos termos dos procedimentos Critérios gerais de atribuição de licença
estabelecidos para cada uma das atividades. 1 — São critérios gerais da decisão de atribuição de
4 — Sem prejuízo das competências atribuídas a ou- licença de produção:
tras entidades administrativas, designadamente à Direção-
-Geral de Energia e Geologia (DGEG), à Autoridade a) O impacte do centro eletroprodutor nos custos eco-
nómicos e financeiros do SEN;
da Concorrência e à Comissão do Mercado de Valores
b) O contributo do pedido para a concretização dos
Mobiliários, no domínio específico das suas atribuições, objetivos da política energética, em especial no âmbito da
as atividades de exploração das concessões de transporte promoção da segurança do abastecimento, tendo em vista
e de distribuição de eletricidade, do comercializador de a diversificação das fontes primárias de energia;
último recurso, do facilitador de mercado, de gestão de c) O contributo do pedido para a concretização dos
mercados organizados e do operador logístico de mu- objetivos da política ambiental, nomeadamente os decor-
dança de comercializador são objeto de regulação pela rentes do Protocolo de Quioto e o controlo de emissão de
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), substâncias acidificantes;
nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 d) O contributo do pedido para o desenvolvimento local
de fevereiro, no presente decreto-lei, nos Estatutos da e para a captação de riqueza para a área de instalação do
ERSE, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 97/2002, de 12 de centro eletroprodutor;
abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 200/2002, de 25 e) A quota de capacidade de produção de eletricidade de-
de setembro, e 212/2012, de 25 de setembro, e demais tida pelo interessado em 31 de dezembro do ano anterior ao
legislação aplicável. da apresentação do pedido, no âmbito do mercado ibérico
5 — O presente decreto-lei aplica-se em todo o territó- de eletricidade, a qual não pode ser superior a 40 %;
rio nacional, sem prejuízo do disposto no artigo 2.º e no f) A existência de condições de ligação à rede pública
capítulo VII do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro. adequadas à gestão da sua capacidade de receção de ele-
tricidade;
g) As tecnologias de produção, tendo em conta a sua
CAPÍTULO II contribuição para os objetivos da política ambiental e para
a flexibilidade da operação do sistema elétrico;
Produção de eletricidade em regime ordinário h) A fiabilidade e a segurança da rede elétrica, das ins-
talações e do equipamento associado, nos termos previstos
SECÇÃO I no Regulamento da Rede de Transporte e no Regulamento
da Rede de Distribuição;
Disposição geral i) O cumprimento da regulamentação aplicável à ocu-
pação do solo e à localização, à utilização do domínio
Artigo 4.º público e à proteção da saúde pública e da segurança das
Condição de exercício
populações;
j) As características específicas do requerente, designa-
1 — O exercício da atividade de produção de eletrici- damente a sua capacidade técnica, económica e financeira.
dade em regime ordinário é livre, ficando sujeito à obtenção
de licença de produção a atribuir pela entidade licencia- 2 — Para os efeitos da aplicação da alínea b) do número
dora, a solicitação do interessado. anterior, devem ser consideradas, nomeadamente:
2 — A atividade de produção de eletricidade em regime a) As orientações resultantes dos relatórios de monito-
ordinário é exercida em regime de concorrência. rização referidos no artigo 32.º;
3 — A cada centro eletroprodutor corresponde uma b) A quota-parte de cada fonte primária de energia não
licença de produção de eletricidade. renovável, quota esta que não deve ultrapassar 50 % da
4 — (Revogado.) potência garantida aparente instalada para a produção de
5 — A exploração em regime industrial de cada um dos eletricidade no continente, na data prevista para a entrada
grupos geradores que, nos termos da licença de produção, em produção do centro eletroprodutor objeto do pedido,
compõem o centro eletroprodutor depende da prévia ob- salvo nos casos de substituição de um centro eletroprodutor
tenção de licença de exploração. a fuelóleo por outro a gás natural, a instalar pelo mesmo
6 — Os termos da licença de exploração de cada grupo titular, em que aquela percentagem pode ser ultrapassada
gerador integram a licença de produção do correspondente até ao limite da potência desativada;
centro eletroprodutor. c) A reserva, com a finalidade de diversificação das
7 — O disposto no n.º 1 não obsta a que nas situações fontes de abastecimento, de uma capacidade de receção
previstas neste decreto-lei possa ser atribuída licença de de 800 MW no nó de Sines, a qual é utilizada nos termos
produção de eletricidade na sequência de realização de a definir por portaria do membro do Governo responsável
concurso público. pela área da energia.

Artigo 5.º 3 — Para os efeitos da alínea f) do n.º 1, verifica-se


inadequação à gestão da capacidade de receção da rede
(Revogado.) pública quando a potência a injetar exceda a capacidade
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(83)

total no ponto de receção ou possa afetar a segurança e um pedido dirigido à entidade licenciadora, devidamente
fiabilidade da RESP, de acordo com a indicação do respe- instruído nos termos previstos nos números seguintes.
tivo operador de rede, tendo em conta os compromissos 2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção
de ligação já existentes e os instrumentos de planeamento que contemplem a exploração de centros eletroprodutores
referidos nos artigos 36.º e 40.º mediante a utilização da rede pública devem ser apresen-
tados no período de 1 a 15 dos meses de janeiro, maio e
Artigo 7.º setembro de cada ano.
3 — O pedido referido nos números anteriores deve ser
Quota de capacidade de produção de eletricidade
no âmbito do mercado ibérico instruído com os seguintes elementos:
1 — Para os efeitos da determinação da quota de capacidade a) Identificação completa do requerente;
de produção de eletricidade no âmbito do mercado ibérico, b) Declaração, sob compromisso de honra, do reque-
a que se refere a alínea e) do n.º 1 do artigo anterior, deve rente de que tem regularizada a sua situação relativamente
ser considerada a potência garantida aparente instalada de: a contribuições para a segurança social, bem como a sua
situação fiscal;
a) Todas as instalações de produção de eletricidade, que o c) Projeto do centro eletroprodutor e os demais elemen-
requerente explore diretamente ou através de terceiros, qualquer tos estabelecidos no anexo I do presente decreto-lei, que
que seja a forma que revista esta exploração por terceiros; dele faz parte integrante;
b) Todas as instalações de produção de eletricidade d) Informação sobre a existência de capacidade de re-
que sejam da titularidade do requerente, da titularidade de ceção e as condições de ligação à rede, emitida há menos
entidades por ele participadas, direta ou indiretamente, na de oito meses para os efeitos específicos do presente ar-
proporção dessa participação, ou da titularidade do grupo tigo, pelo operador da rede a que o requerente se pretenda
a que ele pertença; ligar;
c) Todas as licenças ou autorizações de produção já e) Cronograma das ações necessárias para a instalação
concedidas ao requerente para instalações abrangidas nas do centro eletroprodutor, incluindo a indicação do prazo
alíneas anteriores mas ainda não operacionais. de entrada em exploração;
f) Declaração de impacte ambiental (DIA) favorável ou
2 — Ao requerente que detenha uma quota de produção condicionalmente favorável e parecer de conformidade
de eletricidade no âmbito do mercado ibérico de eletricidade com a DIA, quando exigíveis nos termos do respetivo
superior à estabelecida nos termos do presente decreto-lei regime jurídico, ou, se for o caso, comprovativo de se ter
só pode ser atribuída licença de produção desde que até à produzido ato tácito favorável conforme o previsto no
data da atribuição da licença de exploração encerre ou aliene mesmo regime jurídico;
explorações ou instalações de produção de eletricidade de g) Licença ambiental, quando exigível, nos termos do
capacidade suficiente para não exceder a referida quota. respetivo regime jurídico;
h) Requerimento de emissão de título de emissão de
Artigo 7.º-A gases com efeito de estufa ou decisão de exclusão tempo-
Competência
rária do regime de comércio de emissões, quando um deles
seja exigível, nos termos do regime jurídico aplicável, e
1 — A concessão, alteração e revogação da licença de comprovativo de receção do referido requerimento emitido
produção dos centros eletroprodutores com capacidade pela entidade licenciadora competente;
máxima instalada superior a 10 MVA é da competência i) Prova do cumprimento da obrigação de notificação e
do membro do Governo responsável pela área da energia, cópia do relatório de segurança, nos termos do Decreto-Lei
com faculdade de delegação. n.º 254/2007, de 12 de julho, quando exigíveis;
2 — A concessão, alteração e revogação da licença de j) Parecer favorável sobre a localização do centro eletro-
produção dos centros eletroprodutores com capacidade produtor emitido pela comissão de coordenação e desen-
máxima instalada igual ou inferior a 10 MVA bem como volvimento regional territorialmente competente quando o
a concessão da autorização para exploração em regime projeto não esteja sujeito ao regime jurídico de avaliação
experimental e a atribuição da licença de exploração de de impacte ambiental;
todos os centros eletroprodutores são da competência do l) Perfil da empresa requerente, dos sócios ou acionistas
diretor-geral de energia e geologia. e das percentagens do capital social detido, quando igual
3 — Cabe ainda à DGEG exercer as competências de ou superior a 5 %, elementos demonstrativos da capaci-
entidade licenciadora na instrução e condução dos proce- dade técnica, económico-financeira e experiência de que
dimentos de atribuição, alteração, transmissão e extinção dispõe para assegurar a realização do projeto, bem como
das licenças e autorizações previstas nos números ante- o cumprimento das obrigações legais e regulamentares e
riores, submetendo-as a decisão do membro do Governo as derivadas da licença;
responsável pela área da energia, no caso previsto no n.º 1. m) Informação detalhada e elucidativa da quota de ca-
pacidade de produção de eletricidade detida pelo reque-
SECÇÃO III
rente, nos termos do artigo 6.º, bem como declaração,
sob compromisso de honra, de que aquando do pedido
Procedimento de atribuição de licença de produção não se encontra abrangido pelo disposto na alínea e) do
n.º 1 do mesmo artigo, ou, estando abrangido, em que
Artigo 8.º medida lhe é o mesmo aplicável, indicando as medidas
que se propõe tomar para os efeitos do disposto no n.º 2
Instrução do pedido de atribuição de licença de produção
do artigo anterior.
1 — O procedimento para atribuição de licença de pro-
dução inicia-se com a apresentação, pelo interessado, de 4 — (Revogado.)
5588-(84) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

5 — A informação referida na alínea d) do n.º 3 é pres- Artigo 10.º


tada pelo operador da RNT, ou pelo operador da RND, Informação do operador da rede pública e de outras entidades
consoante o caso, tendo em conta o disposto no n.º 3 do
artigo 6.º, devendo ser dada no prazo de 40 dias, ou de 1 — Sem prejuízo de outras situações legalmente previs-
90 dias para projetos que impliquem uma consulta a outro tas ou dos casos em que a entidade licenciadora considere
operador de rede com a qual a RNT esteja interligada, ser necessário solicitar informação a outras entidades, o
contados a partir da data da apresentação da solicitação operador da rede pública a que se liga o centro eletropro-
do interessado e mediante o pagamento de um preço pelo dutor a licenciar deve ser solicitado a pronunciar-se sobre
serviço prestado, a estabelecer no Regulamento das Re- o pedido.
lações Comerciais. 2 — O prazo para a emissão de informação ou de pa-
6 — O operador da RNT e o operador da RND de- recer solicitado referida no número anterior é de 30 dias
vem fornecer à DGEG informação relativa aos pedidos contados a partir da data da receção do pedido formulado
de informação referidos na alínea d) do n.º 3 e no número pela entidade licenciadora.
anterior que tenham recebido, nos termos e com a perio- 3 — A entidade consultada dispõe de 10 dias após a
dicidade definida no Regulamento de Acesso às Redes e receção do pedido para pedir esclarecimentos ou infor-
às Interligações. mações complementares, caso em que o prazo referido
7 — Para integral cumprimento do disposto nos nú- no número anterior se suspende até à resposta da entidade
meros anteriores, o interessado deve promover atempa- licenciadora.
damente os procedimentos necessários para a obtenção 4 — As informações ou os pareceres prestados nos ter-
dos elementos previstos nas alíneas f), g), h), i) e j) do mos do presente artigo devem ser objetivos, fundamentados
n.º 3, cabendo à entidade licenciadora prestar a cola- e conclusivos.
boração que lhe seja solicitada no âmbito da respetiva
legislação aplicável. Artigo 11.º
Decisão do pedido de atribuição de licença de produção
Artigo 9.º
1 — Concluída a instrução do procedimento nos termos
Verificação da conformidade da instrução do pedido previstos nos artigos anteriores, a entidade licenciadora
1 — No prazo máximo de 20 dias após a receção do profere decisão ou projeto de decisão do pedido no prazo
pedido ou do termo do período referido no n.º 2 do artigo de 30 dias, tendo em conta os critérios estabelecidos no
anterior, conforme o caso, a entidade licenciadora veri- artigo 6.º e as disposições do Código do Procedimento
fica a conformidade da sua instrução à luz do disposto no Administrativo relativas à audiência prévia, sem prejuízo
artigo anterior e, se for caso disso, solicita ao requerente do disposto nos artigos seguintes.
elementos em falta ou complementares, a juntar no prazo 2 — Em caso de decisão final favorável ou condicio-
de 10 dias. nalmente favorável, considera-se atribuída a licença de
2 — A falta de apresentação no prazo fixado dos ele- produção.
mentos solicitados nos termos do número anterior implica 3 — O disposto na parte inicial do n.º 1 não obsta a
o indeferimento do pedido. que a entidade licenciadora, em fase anterior do proce-
3 — Estando o pedido devidamente instruído, compete dimento, possa indeferir liminarmente o pedido quando
à DGEG: este seja apresentado fora dos períodos referidos no n.º 2
do artigo 8.º, se aplicáveis, ou considere não estar preen-
a) Emitir as guias para pagamento das taxas referidas chido qualquer dos critérios para a atribuição da licença
no artigo 68.º; estabelecidos no artigo 6.º, sem prejuízo da observância
b) Ordenar ao requerente que promova a publicação de das disposições do Código do Procedimento Administra-
éditos elaborados pela DGEG quando o projeto não esteja tivo nos termos previstos na parte final do mesmo n.º 1.
sujeito a procedimento de avaliação de impacte ambiental 4 — Em caso de indeferimento do pedido de atribuição
em conformidade com o respetivo regime jurídico; de licença de produção, o requerente deve ser informado
c) Enviar cópia do processo, ou das suas partes relevan- das razões determinantes da mesma, as quais devem ser
tes, às entidades a consultar, para os efeitos de emissão objetivas e não discriminatórias.
de informação, em conformidade e nos termos do artigo 5 — Sem prejuízo da notificação da decisão nos termos
seguinte. legalmente exigidos, a decisão proferida sobre o pedido de
atribuição da licença deve ser dada a conhecer ao operador
4 — Os éditos referidos na alínea b) do número ante- da rede relevante, bem como publicitada no sítio na Internet
rior tornam público os elementos essenciais do pedido da entidade licenciadora.
para que eventuais interessados possam apresentar su-
gestões e reclamações, no prazo de 10 dias, devendo ser Artigo 12.º
publicados no sítio na Internet da DGEG, num jornal de
Concorrência de pedidos
circulação nacional e remetidos pela DGEG à câmara
municipal e juntas de freguesia em cuja área o projeto 1 — Se após a verificação do preenchimento dos crité-
é implantado para afixação em lugar público das res- rios definidos no n.º 1 do artigo 6.º resultar uma situação
petivas sedes. de concorrência entre dois ou mais pedidos, em virtude do
5 — Para os efeitos do disposto na alínea b) do n.º 3, disposto na alínea c) do n.º 2 ou no n.º 3 do artigo 6.º, a
após a receção dos éditos, cabe ao requerente promover a entidade licenciadora procede à seleção destes, observando
sua publicação num jornal de circulação nacional e apre- o estabelecido nos números seguintes.
sentar à entidade licenciadora documentos que comprovem 2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a
o cumprimento desta formalidade. entidade licenciadora utiliza o critério do nível de harmo-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(85)

nização da localização do centro eletroprodutor com as 10 — A falta de comparência à sessão pública de ofer-
indicações constantes dos instrumentos de planeamento tante devidamente notificado ou seu representante, a apre-
previstos nos artigos 36.º e 40.º sentação de proposta em branco ou a falta de pagamento do
3 — Quando não seja possível distinguir os pedidos com valor adjudicado na mesma sessão implicam a automática
base no critério referido no número anterior, a entidade desistência do pedido.
licenciadora utiliza o critério da quota de capacidade de 11 — Se não for possível hierarquizar dois ou mais
produção do requerente no âmbito do mercado ibérico de ofertantes, a sessão pública prossegue, realizando-se a
eletricidade, determinada nos termos do artigo 7.º, a qual seleção do pedido de atribuição de licença de produção
não deve ser superior a 20 %. por sorteio.
4 — Quando após a aplicação da percentagem referida 12 — As irregularidades relativas à sessão pública, à
no número anterior não seja possível selecionar um ou oferta, à sua apreciação e aceitação e ao sorteio são argui-
mais pedidos concorrentes ou distinguir um ou mais dos das e decididas no próprio ato.
selecionados, a entidade licenciadora procede à escolha,
mediante oferta em carta fechada, a entregar e abrir em Artigo 14.º
sessão pública, nos termos previstos no artigo seguinte. Audição dos requerentes de pedidos concorrentes
5 — A escolha mediante oferta em carta fechada realiza-
-se de entre os pedidos concorrentes não selecionados ou de 1 — Concluído o apuramento dos requerentes, nos ter-
entre os selecionados que não foi possível distinguir, con- mos do disposto nos n.os 2 e 4 do artigo 12.º e do artigo
soante as circunstâncias, na sequência da aplicação do cri- anterior, a entidade licenciadora elabora relatório sobre
tério da quota de capacidade de produção do requerente no a aplicação destes métodos de seleção e apuramento dos
âmbito do mercado ibérico de eletricidade referido no n.º 3. requerentes.
2 — O relatório referido no número anterior é notificado
Artigo 13.º aos requerentes cujos pedidos foram sujeitos aos procedi-
mentos previstos nos artigos 12.º e 13.º para se pronuncia-
Seleção por oferta em carta fechada e por sorteio rem, por escrito, no prazo de cinco dias, disponibilizando-
1 — A oferta em carta fechada a que se refere o n.º 4 -se, ainda, a consulta dos respetivos processos, sendo, ao
do artigo anterior consiste em valor monetário, que é re- mesmo tempo, comunicado aos apurados as condições em
percutido na tarifa de uso global do sistema, devendo a que a entidade licenciadora se propõe atribuir a licença.
entidade licenciadora reter até 1,5 % do montante pago 3 — Apreciadas as respostas dos requerentes, a entidade
para custeio das despesas do processo. licenciadora profere decisão sobre os pedidos, atribuindo
2 — As ofertas são graduadas por ordem decrescente ou indeferindo a atribuição da licença.
do valor oferecido. 4 — Se algum dos requerentes selecionados rejeitar o
3 — A oferta é realizada em sessão pública, convocada projeto de decisão de atribuição da licença ou não se pro-
pela entidade licenciadora mediante aviso publicado na sua nunciar sobre a sua aceitação dentro do prazo fixado nos
sede, e notificação, expedida sob registo postal, dirigida termos do n.º 2, o pedido é indeferido e são recuperados
aos ofertantes, comunicando, com o mínimo de 10 dias os requerentes excluídos, sucessivamente e por ordem da
de antecedência, a data, a hora e o local de realização da classificação obtida, começando-se pelo último método de
sessão pública. seleção utilizado, até completo preenchimento da posição
4 — A notificação aos ofertantes referida no número tornada vaga.
anterior deve ainda indicar o valor de base da oferta fi-
xado pela entidade licenciadora, devendo os mesmos ser Artigo 15.º
portadores das respetivas ofertas, em carta inserida em Conteúdo da licença de produção e publicidade da decisão
envelope fechado.
5 — A sessão pública é dirigida pela entidade licencia- 1 — A decisão de atribuição da licença de produção de
dora ou por outra entidade por esta designada, podendo eletricidade em regime ordinário deve conter, nomeada-
fazer-se coadjuvar por duas personalidades, uma das quais mente, os seguintes elementos:
faz de relator. a) Identificação completa do titular;
6 — A sessão pública inicia-se com a identificação dos b) Principais características do centro eletroprodutor e
membros da mesa, seguindo-se a leitura do aviso e das sua localização, a indicação do ponto de interligação, da
convocatórias e a identificação dos ofertantes ou seus potência máxima injetável na rede, da potência instalada
representantes especificamente credenciados, após o que bruta e líquida, em MW e MVA, bem como as obras e
são anunciadas as regras a observar no sorteio referido os trabalhos de reforço da rede a suportar pelo titular da
no n.º 11. licença, se for o caso;
7 — Concluídas as formalidades referidas no número c) (Revogada.)
anterior, é solicitada a entrega dos envelopes com as ofer- d) Prazo fixado para o início da exploração do centro
tas para serem imediatamente abertos e lido o respetivo eletroprodutor;
conteúdo, interrompendo-se a sessão por alguns minutos. e) Outras obrigações ou condições especiais a que even-
8 — Retomada a sessão, a mesa ordena as ofertas apre- tualmente fique sujeito o titular da licença.
sentadas por ordem decrescente do valor oferecido.
9 — Os requerentes selecionados procedem, de ime- 2 — A DIA ou outras licenças, autorizações, pareceres
diato, ao pagamento do valor adjudicado, mediante cheque ou declarações de aceitação de entidades competentes que
à ordem da entidade licenciadora, contra recibo provisório, nos termos da legislação aplicável constituam requisito
lavrando-se ata e encerrando-se a sessão pública, após o para o licenciamento da instalação ou exploração do cen-
que o procedimento prossegue de acordo com o estabele- tro eletroprodutor ou condição a que aqueles devam ficar
cido no artigo seguinte. sujeitos, bem como os compromissos assumidos pelo titular
5588-(86) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

nos requerimentos de emissão da licença ambiental e do Artigo 19.º


título de emissão de gases com efeito de estufa, integram Direitos do titular da licença de produção
o acervo de obrigações a cujo cumprimento se vincula o
titular da licença de produção de eletricidade. 1 — São direitos do titular da licença de produção em
regime ordinário, nos termos do presente decreto-lei e da
Artigo 16.º respetiva licença:
Encargos com os investimentos a) Estabelecer e explorar o centro eletroprodutor;
b) Vender energia elétrica em mercados organizados ou
Os investimentos para a criação de capacidade de rece-
ção para centros eletroprodutores, os investimentos para através de contratos bilaterais e comprar energia elétrica
ligação dos centros eletroprodutores à rede e os respetivos até ao limite da sua capacidade de produção;
encargos a assumir pelas partes obedecem às seguintes c) Estabelecer e explorar linhas diretas para a comer-
regras gerais: cialização de eletricidade a clientes finais.

a) Os custos de investimento na rede suportados pelas 2 — O exercício do direito de estabelecimento de linhas


concessionárias, deduzidos de eventuais comparticipações diretas referido na alínea c) do número anterior fica con-
de fundos públicos, são considerados para os efeitos da dicionado à impossibilidade de abastecimento de clientes
fixação de tarifas de uso da rede; através do acesso às redes do SEN, salvo se for técnica e
b) O custo e a construção da ligação desde o centro economicamente mais vantajoso para o SEN, de acordo
eletroprodutor até ao ponto de interligação são da respon- com a avaliação feita pela entidade licenciadora da ins-
sabilidade do titular da licença de produção; talação elétrica.
c) Se for possível ao operador da rede, a pedido da en-
tidade interessada, antecipar a criação de condições para Artigo 20.º
ligar um novo centro eletroprodutor, esta paga os encargos
Deveres do titular da licença de produção
decorrentes dessa antecipação junto do operador da rede,
o qual define o seu valor; 1 — São deveres do titular da licença de produção de
d) No caso de antecipação de ligação ou nos casos em eletricidade em regime ordinário, nomeadamente:
que se verifiquem atrasos por razões alheias ao operador
da RNT, na concretização de reforços internos das redes a) Prestar, no prazo de 30 dias contados a partir da atri-
decorrentes da ligação dos centros eletroprodutores, o ges- buição da licença de produção, à ordem da entidade licen-
tor da rede pode definir limitações de volume de produção ciadora, uma caução destinada a garantir o cumprimento
e o recurso a disparos de grupos em caso de contingências de todas as obrigações do titular da licença de produção
de elementos das redes. até à entrada em exploração do centro eletroprodutor, nos
termos previstos no número seguinte;
Artigo 17.º b) Efetuar todas as diligências necessárias à obtenção
das autorizações legalmente previstas para a construção
Princípios aplicáveis à receção de eletricidade pela rede pública do centro eletroprodutor, tendo em vista cumprir o crono-
Na receção de eletricidade pela rede pública, prove- grama de desenvolvimento e a implementação do projeto
niente dos centros eletroprodutores em regime ordinário, de acordo com os termos da respetiva licença;
aplicam-se os seguintes princípios: c) Comunicar à DGEG e ao operador da rede a que se
liga o centro eletroprodutor a conclusão da construção e
a) Consideração dos objetivos da política energética montagem do centro eletroprodutor;
nacional, nomeadamente no que respeita à mobilização dos d) Requerer a emissão da licença de exploração, tendo
recursos endógenos renováveis e de eficiência energética em vista a entrada em exploração industrial dentro do prazo
para a produção de eletricidade; estabelecido na licença de produção;
b) Salvaguarda do interesse público atribuído à rede e) Iniciar a exploração do centro eletroprodutor no prazo
pública nos termos da legislação e dos regulamentos re- fixado na licença de produção, o qual não pode ultrapassar
levantes para a exploração diária do sistema produtor e três anos contados da data da sua atribuição, salvo se este
das redes; prazo for prorrogado nos termos do n.º 4;
c) Igualdade de tratamento e de oportunidades; f) Manter e explorar o centro eletroprodutor conforme as
d) Racionalidade na gestão das capacidades disponíveis; melhores práticas industriais, com o objetivo de otimizar
e) Transparência das decisões, designadamente através a disponibilidade da capacidade instalada para produzir
de mecanismos de informação e de publicitação. eletricidade e abastecer os consumos do SEN;
g) Cumprir todas as disposições legais e regulamentares
SECÇÃO IV em vigor e as derivadas da licença de produção;
h) Cumprir, no que for aplicável, com as disposições do
Regime da licença de produção de eletricidade Regulamento de Relações Comerciais, do Regulamento de
em regime ordinário
Operação das Redes, do Regulamento da Rede de Trans-
porte, do Regulamento da Rede de Distribuição e do Re-
Artigo 18.º gulamento de Acesso às Redes e às Interligações;
Duração da licença de produção i) Enviar à DGEG e à ERSE os dados informativos
referentes ao funcionamento e à exploração do centro
1 — A licença de produção de eletricidade em regime
eletroprodutor:
ordinário não está sujeita a prazo de duração, sem prejuízo
da extinção prevista no artigo 23.º i) Até ao final de cada mês, os dados mensais referentes
2 — (Revogado.) ao penúltimo mês anterior;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(87)

ii) Até ao final do mês de março de cada ano, os dados b) De parecer do operador da rede a que se liga o centro
anuais referentes ao ano civil anterior; eletroprodutor com indicação de que estão reunidas as
condições de ligação e injeção de energia na rede neces-
j) Constituir e manter atualizado o seguro de responsa- sárias para tal efeito;
bilidade civil exigido nos termos do artigo 29.º; c) De declaração, sob compromisso de honra do titular
k) Permitir e facilitar o acesso das entidades fiscaliza- da licença de produção, de que o centro eletroprodutor
doras às suas instalações, facultando-lhes as informações se encontra instalado em conformidade com os termos
e os dados necessários ao exercício da sua atividade de da respetiva licença e da regulamentação aplicável e em
fiscalização; condições técnicas e de segurança para a realização do
l) Permitir e facilitar o acesso às suas instalações por programa referido na alínea a).
parte das entidades competentes para efeitos da verificação
da disponibilidade do centro eletroprodutor, ao abrigo do 3 — O pedido é liminarmente indeferido se não tiver
disposto no artigo 33.º-C; sido instruído com os elementos previstos nos números
m) Requerer à DGEG a emissão de uma licença de anteriores.
produção, ao abrigo dos artigos 8.º e seguintes, para a rea- 4 — A DGEG pode determinar a realização de vistoria,
lização de alterações substanciais ao centro eletroprodutor; mediante notificação escrita remetida ao requerente no
n) Comunicar previamente à DGEG a realização de prazo máximo de 20 dias após o pedido de autorização
quaisquer alterações ao centro eletroprodutor que não se para exploração em regime experimental.
reconduzam às alterações previstas na alínea anterior. 5 — O disposto no artigo 21.º aplica-se à vistoria rea-
lizada ao abrigo do número anterior, com as devidas adap-
2 — A caução a prestar nos termos da alínea a) do nú- tações.
mero anterior deve ser idónea, autónoma, irrevogável e 6 — A DGEG profere decisão sobre o pedido de autori-
pagável à primeira solicitação e pelo valor correspondente zação para exploração em regime experimental, no prazo
a 2 % do montante do investimento previsto para a insta- de 20 dias contados da receção do pedido, ou quando hou-
lação do centro eletroprodutor, não podendo ultrapassar ver vistoria, no prazo de 10 dias após o relatório da vistoria,
10 milhões de euros. notificando-a ao requerente e ao operador da rede.
3 — A caução referida no número anterior deve ser 7 — A autorização define o período de tempo autori-
acionada pela entidade licenciadora quando o titular não zado para a realização de testes, ensaios e a exploração
inicie a exploração no prazo fixado na licença de produção em regime experimental, sendo nela fixadas as condições
ou no final de uma prorrogação concedida pela entidade a que fica sujeita.
licenciadora ao abrigo do número seguinte, caso em que o
8 — O pedido considera-se tacitamente deferido se o
seu valor é entregue ao operador da RNT para ser repercu-
mesmo não for objeto de decisão expressa no prazo pre-
tido na tarifa de uso global do sistema, devendo a caução
visto no n.º 6, desde que o operador da rede se tenha pro-
ser liberada na data de início da exploração quando esta
ocorra dentro do referido prazo ou da sua prorrogação. nunciado favoravelmente sobre a existência de condições
4 — O prazo previsto na alínea e) do n.º 1 pode ser de ligação à rede para início da exploração em regime
prorrogado pela entidade licenciadora por prazos suces- experimental.
sivos de um ano até ao máximo de três anos, mediante
solicitação do titular da licença devidamente fundamentada Artigo 20.º-B
em motivo que não lhe seja imputável e que não esteja Licença de exploração
relacionado com a evolução das condições dos mercados
de eletricidade e financeiros. 1 — O titular da licença de produção só pode iniciar
5 — Para os efeitos da alínea m) do n.º 1, consideram- a exploração industrial de cada um dos grupos geradores
-se alterações substanciais ao centro eletroprodutor todas que compõem o centro eletroprodutor após obtenção da
aquelas que envolvam a alteração das características prin- respetiva licença de exploração, a emitir pela entidade
cipais do referido centro, tais como a potência instalada, licenciadora, na sequência da realização de vistoria, nos
a tecnologia, combustível ou fonte de energia utilizadas e termos do artigo 21.º
o número de grupos geradores, bem como das respetivas 2 — O pedido para a emissão da licença de exploração
caldeiras, turbinas e geradores. deve ser instruído com os seguintes elementos:
a) Declaração subscrita pelos técnicos responsáveis pelo
Artigo 20.º-A projeto e pela fiscalização da construção, que ateste, sob
Autorização para exploração em regime experimental compromisso de honra, que a instalação está concluída e
o centro eletroprodutor preparado para operar de acordo
1 — A realização de testes, ensaios e a exploração em com o projeto aprovado e em observância das condições
regime experimental prévios ao início da exploração do integradas na decisão final de atribuição da respetiva li-
centro eletroprodutor e sua ligação à rede é precedida de cença de produção, bem como, se for caso disso, que as
autorização da DGEG, na sequência de pedido do titular alterações efetuadas estão em conformidade com as normas
da licença de produção. legais e regulamentares que lhe são aplicáveis;
2 — O pedido de autorização para exploração em re- b) Prova da celebração do seguro a que se refere o ar-
gime experimental referido no número anterior é acom- tigo 29.º;
panhado: c) Quando exigíveis, declaração de aceitação do relató-
a) Do programa de testes a realizar e sua duração, rio de segurança, nos termos do Decreto-Lei n.º 254/2007,
subscrito pelo técnico ou peritos responsáveis pela sua de 12 de julho, e autorização ou licença de gestão de resí-
execução; duos nos termos da legislação aplicável.
5588-(88) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

3 — O pedido é liminarmente indeferido se não es- entregues cópias ao titular da licença no último dia de
tiver instruído com os elementos previstos no número realização da vistoria ou nos cinco dias subsequentes.
anterior. 8 — Quando em vistoria anterior tenham sido impostas
4 — Estando o pedido devidamente instruído, a entidade condições e fixado prazo para a sua realização, a DGEG
licenciadora profere decisão sobre o pedido de licença de realiza nova vistoria para verificação do seu cumprimento,
exploração, no prazo de 20 dias contados da receção do podendo realizar-se mais uma e última vistoria, caso per-
relatório da vistoria, a emitir nos termos dos n.os 5 a 7 do sista o incumprimento de medidas anteriormente impostas,
artigo seguinte, notificando-a ao requerente e operador aplicando-se o disposto nos números anteriores, com as
da rede. necessárias adaptações.
5 — O pedido de licença de exploração só pode ser
indeferido, após audiência prévia do requerente nos termos Artigo 22.º
do Código do Procedimento Administrativo (CPA), com Transmissão da licença de produção
fundamento em algum dos seguintes motivos:
1 — A transmissão da licença de produção está sujeita
a) Desconformidade das instalações com os condicio- a autorização da entidade licenciadora na sequência de pe-
namentos legais e regulamentares ou com as condições dido do titular, só podendo ser concedida desde que sejam
fixadas na licença de produção; observados os requisitos legais da sua atribuição.
b) Indeferimento do pedido de licença ambiental, quando 2 — O pedido de transmissão deve indicar os motivos
esta seja aplicável; determinantes da mesma e fornecer todos os elementos
c) Falta de título de emissão de gases com efeito de relativos à identificação e ao perfil do candidato a trans-
estufa, quando este seja aplicável. missário, bem como ser acompanhado de declaração deste
aceitando a transmissão e todas as condições da licença.
6 — A licença de exploração define as condições a que 3 — Autorizada a transmissão da licença, o transmissá-
fica sujeita a exploração industrial e, uma vez concedida, rio deve solicitar à entidade licenciadora, dentro do prazo
passa a integrar as condições da licença de produção do nela fixado, não inferior a 30 dias, o averbamento em seu
centro eletroprodutor a que se refere. nome da licença de produção, juntando certidão do contrato
que titulou a transmissão.
Artigo 21.º 4 — O transmissário fica sujeito aos mesmos deveres,
Vistorias obrigações e encargos do transmitente, bem como a todos
os demais que eventualmente lhe tenham sido impostos na
1 — A DGEG procede à realização da vistoria, no prazo autorização da transmissão.
máximo de 30 dias após a receção do pedido de atribuição 5 — A autorização a que se refere o presente artigo
de licença de exploração. caduca se não for celebrado o negócio jurídico que titula
2 — Para a realização da vistoria, a DGEG pode fazer-se a transmissão no prazo fixado nos termos do n.º 3.
acompanhar por representantes do operador da rede e das 6 — A transmissão da licença de produção operada nos
demais entidades a quem tenha sido remetido o processo termos do presente artigo implica igualmente a transmissão
de licenciamento para se pronunciarem, podendo ainda automática da licença de exploração.
fazer-se coadjuvar por outros técnicos ou peritos, à sua 7 — O disposto no presente artigo aplica-se aos ca-
escolha, tendo em vista a verificação da conformidade da sos de reestruturação de sociedades por fusão ou cisão,
instalação com as condições de licenciamento, regulamen- bem como, com as necessárias adaptações, à cedência,
tação aplicável e, se for o caso, com as condições impostas a qualquer título, da gestão ou da exploração do centro
em vistoria anterior. eletroprodutor.
3 — Para os efeitos do número anterior, a DGEG comu-
nica ao titular da licença e, se for o caso, aos representantes Artigo 23.º
referidos no número anterior, com a antecedência de oito
dias, o dia e a hora agendados para a vistoria. Extinção da licença de produção
4 — A DGEG pode contratar os serviços de entidades 1 — A licença de produção extingue-se por caduci-
de reconhecida idoneidade e experiência para a prestação dade ou por revogação, nos termos dos artigos seguintes.
de apoio técnico na realização da vistoria. 2 — A extinção da licença de produção implica a ex-
5 — Da vistoria é elaborado relatório, de onde consta, tinção automática da licença de exploração.
nomeadamente, a verificação de que a instalação se en- 3 — Com a extinção da licença, o seu titular fica obri-
contra em condições de ser autorizada a exploração e, se gado à remoção das instalações implantadas sobre bens
for o caso, as medidas a tomar pelo titular da licença e do domínio público, nos termos da legislação aplicável.
respetivo prazo de realização, bem como a posição sobre 4 — A reversão das instalações implantadas sobre bens
a procedência ou improcedência de reclamações apresen- do domínio público processa-se nos termos da legislação
tadas na vistoria e proposta de decisão final sobre pedido aplicável.
de atribuição de licença de exploração. 5 — A extinção da licença não exonera o titular do cum-
6 — Quando o relatório da vistoria concluir pela descon- primento de todas as obrigações decorrentes do exercício
formidade das instalações com condicionamentos legais da atividade a que se encontre vinculado até à data em que
e regulamentares ou com as condições fixadas na licença a mesma produza efeitos nem prejudica o cumprimento
de produção, deve indicar detalhadamente as normas ou das respeitantes ao encerramento e à remoção das instala-
condições cujo cumprimento não foi observado. ções, designadamente em matéria de segurança, proteção
7 — O relatório da vistoria deve ser assinado pelos in- e monitorização ambiental.
tervenientes na mesma, ou conter em anexo as respetivas 6 — Sem prejuízo do cumprimento do dever de notifi-
declarações individuais, devidamente assinadas, sendo cação nos termos gerais, a extinção da licença de produção
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(89)

é divulgada no sítio na Internet da entidade licenciadora e 3 — A sanação do incumprimento imputado ao titular


comunicada ao operador da rede. da licença até ao final do prazo fixado nos termos do nú-
mero anterior ou outro aceite pela entidade licenciadora
Artigo 24.º é devidamente ponderada por esta quando da decisão a
Caducidade da licença de produção
proferir.

1 — A licença de produção de eletricidade caduca nas Artigo 26.º


seguintes situações:
Recurso hierárquico
a) Quando o seu titular não apresentar a caução a que
Das decisões proferidas pelo diretor-geral de energia
se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º, nos termos e
e geologia ao abrigo do presente decreto-lei cabe recurso
prazos nele estabelecidos;
hierárquico para o membro do Governo responsável pela
b) Quando o seu titular não iniciar a exploração do cen-
área da energia.
tro eletroprodutor dentro do prazo estabelecido na licença
de produção ou de uma prorrogação do referido prazo
concedida ao abrigo do disposto no n.º 4 do artigo 20.º; Artigo 27.º
c) (Revogada.) Arquivo do processo de licenciamento
d) Em caso de emissão de nova licença de produção para
O titular da licença deve manter na instalação, devi-
o centro eletroprodutor, ao abrigo do disposto na alínea m)
damente organizado e atualizado, um arquivo contendo
do n.º 1 do artigo 20.º;
todos os documentos e registos relevantes respeitantes ao
e) Quando o seu titular renuncie à licença, mediante de-
processo de licenciamento da produção, nomeadamente
claração escrita dirigida à entidade licenciadora, com uma
todas as licenças, todas as autorizações e todos os pareceres
antecedência não inferior a seis meses relativamente à data
emitidos nesse âmbito, o projeto aprovado, os relatórios de
pretendida para a extinção produzir efeitos, salvo se aquela
vistoria e os demais elementos pertinentes, em condições
entidade consentir expressamente um prazo diferente;
f) Em caso de dissolução, cessação da atividade ou de poderem ser disponibilizados para acesso e consulta da
aprovação da liquidação da sociedade em processo de informação por parte das entidades fiscalizadoras e demais
insolvência e recuperação de empresas. entidades intervenientes no processo de licenciamento.

2 — A caducidade da licença nos termos da alínea b) SECÇÃO V


do número anterior implica a perda da caução prevista na
Responsabilidade e fiscalização
alínea a) do n.º 1 do artigo 20.º
3 — A caducidade da licença de produção, ouvido o
Artigo 28.º
titular, é declarada pela entidade licenciadora.
Responsabilidade civil e criminal
Artigo 25.º 1 — As entidades titulares de licença de produção são
Revogação da licença de produção responsáveis, civil e criminalmente, nos termos legais,
pelos danos causados no exercício da atividade licenciada.
1 — A licença pode ser revogada pela entidade licen-
2 — Sem prejuízo do disposto no artigo 509.º do Código
ciadora nas seguintes situações:
Civil, a responsabilidade civil referida no número anterior
a) Quando o seu titular faltar ao cumprimento dos de- é ressalvada nos casos fortuitos ou de força maior e nos
veres relativos ao exercício da atividade, nos termos da lei casos devidamente comprovados de culpa ou de negligên-
e da respetiva licença; cia exclusiva do lesado.
b) Quando o seu titular não cumprir as determinações
impostas pela fiscalização técnica ao abrigo dos regula- Artigo 29.º
mentos em vigor; Seguro
c) Quando o seu titular não constituir ou não mantiver
atualizado o seguro de responsabilidade civil referido no 1 — O titular de licença de produção deve ter a sua
artigo 29.º; responsabilidade civil coberta por um contrato de seguro
d) Quando o seu titular não cumprir reiteradamente o de responsabilidade civil, nos termos dos números se-
envio à DGEG e à ERSE das informações referidas no guintes.
artigo 20.º; 2 — O titular da licença deve fazer prova da existência
e) Quando o seu titular abandonar as instalações afe- da apólice aquando do pedido de vistoria e, subsequen-
tas à produção de eletricidade ou interromper a atividade temente, até 31 de Janeiro de cada ano, iniciando-se a
licenciada, em determinado ano, por um período seguido cobertura efetiva do risco com a atribuição da licença da
ou interpolado igual ou superior a seis meses, por razões exploração ou o início desta.
não fundamentadas em motivos de ordem técnica; 3 — O contrato de seguro tem um capital mínimo obri-
f) Quando o titular proceda a alterações substanciais do gatório, respeitante a cada anuidade, independentemente
centro eletroprodutor sem que as mesmas tenham sido ob- do número de sinistros ocorridos e do número de lesados,
jeto de licenciamento, nos termos do presente decreto-lei. de montante a fixar por portaria do membro do Governo
responsável pela área da energia, ouvido o Instituto de
2 — A decisão de revogação não pode ser proferida sem Seguros de Portugal, em função da sua natureza, da sua
prévia notificação do titular da licença do incumprimento dimensão e do grau de risco, atualizado automaticamente
que a fundamenta e formulado convite para que se pro- em 31 de março de cada ano, de acordo com o índice de
nuncie, por escrito, em prazo fixado não inferior a 10 dias. preços no consumidor do ano civil anterior, sem habita-
5588-(90) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

ção, no continente, publicado pelo Instituto Nacional de b) A prestar ao pessoal técnico todas as informações
Estatística. e o auxílio de que careçam para o desempenho das suas
4 — O contrato de seguro deve cobrir os sinistros ocor- funções de fiscalização.
ridos durante a vigência da apólice, desde que reclamados
até dois anos após a sua ocorrência. 4 — O disposto no presente decreto-lei não prejudica a
5 — O contrato de seguro pode incluir franquia não fiscalização por outras entidades no âmbito das respetivas
oponível a terceiros lesados. atribuições e competências.
6 — Em caso de resolução, a seguradora está obrigada
a informar a entidade licenciadora, no prazo máximo de SECÇÃO VI
30 dias após a data em que esta produziu efeitos, sob pena
de inoponibilidade a terceiros. Garantia do abastecimento e situações especiais
7 — O capital seguro pode ser revisto em função de
alterações que ocorram na natureza, na dimensão e no Artigo 32.º
grau de risco. Segurança do abastecimento
8 — O Instituto de Seguros de Portugal define, em
norma regulamentar, o regime aplicável ao seguro de res- 1 — A DGEG apresenta ao membro do Governo res-
ponsabilidade civil referido no n.º 1. ponsável pela área da energia, nos anos pares, até 31 de
maio, um relatório de monitorização da segurança do abas-
Artigo 30.º tecimento (RMSA).
2 — O RMSA deve conter as matérias previstas no
Participação de desastres e acidentes artigo 63.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
1 — Os titulares de licença de produção são obrigados a bem como as referidas no artigo seguinte, indicando tam-
participar à entidade licenciadora, bem como ao organismo bém as medidas adotadas e a adotar com vista a reforçar
responsável pela inspeção das condições do trabalho, todos a segurança do abastecimento e, nomeadamente, o tipo
os desastres e acidentes ocorridos nas suas instalações de fontes primárias e prioridades da sua utilização, assim
como o seu peso na produção de eletricidade.
no prazo máximo de três dias a contar a partir da data da
3 — Na elaboração deste relatório, a DGEG tem em
ocorrência.
consideração os elementos necessários solicitados por esta
2 — Sempre que dos desastres ou acidentes resultem entidade ao operador da RNT.
mortes, ferimentos graves ou prejuízos materiais impor- 4 — Nos anos ímpares, a DGEG elabora um relatório de
tantes, cumpre à entidade licenciadora promover o exame monitorização simplificado, indicando também as medidas
do estado das instalações elétricas e a análise das circuns- adotadas e a adotar visando reforçar a segurança do abaste-
tâncias da ocorrência, elaborando um relatório técnico. cimento, o qual é dado a conhecer ao membro do Governo
3 — O inquérito promovido por quaisquer outras au- responsável pela área da energia até 31 de maio.
toridades competentes sobre desastres ou acidentes deve 5 — O RMSA é publicitado no sítio na Internet da
ser instruído com o relatório técnico referido no número DGEG até 31 de julho e enviado à Comissão Europeia.
anterior. 6 — Os relatórios referidos nos n.os 1 e 4 são igualmente
4 — O relatório técnico previsto neste artigo só pode enviados à ERSE.
ser disponibilizado às autoridades administrativas compe-
tentes para a realização do inquérito previsto no número Artigo 32.º-A
anterior ou às autoridades judiciais, quando solicitado pelas Relatório
mesmas, bem como aos lesados.
5 — O disposto no presente artigo não isenta o titular 1 — O relatório de monitorização de segurança referido
de licença de produção do cumprimento do disposto no no artigo anterior deve abranger a adequação global do
Decreto-Lei n.º 254/2007, de 12 de julho, e demais legis- sistema elétrico para resposta à procura de energia elétrica
lação aplicável. atual e projetada, contemplando:
a) A segurança do funcionamento das redes;
Artigo 31.º b) O equilíbrio entre a oferta e a procura, para um pe-
Fiscalização técnica ríodo de cinco anos;
c) As perspetivas de segurança do fornecimento de ele-
1 — A fiscalização técnica relativa ao exercício da ati- tricidade, para um período de 5 a 15 anos a partir da data
vidade de produção de eletricidade prevista no presente do relatório;
decreto-lei e na demais regulamentação cabe à DGEG. d) As intenções de investimento em capacidade de in-
2 — As entidades concessionárias da RNT e da RND terligação transfronteiriça, pelo menos para os próximos
podem, no âmbito das suas atribuições e competências, cinco anos.
proceder à fiscalização das instalações de produção li-
gadas às respetivas redes, tendo especialmente em vista 2 — O relatório referido no número anterior é elabo-
a sua adequada compatibilização com as referidas redes. rado em estreita colaboração com o operador da rede de
3 — Para os efeitos do disposto no presente artigo, as transporte, devendo este, quando adequado, consultar os
entidades titulares de licença de produção de eletricidade operadores da rede de transporte vizinhos.
ficam obrigadas, em relação às entidades referidas nos 3 — A secção do relatório relativa às intenções de in-
números anteriores: vestimento em interligações referidas na alínea d) do n.º 1
a) A permitir e facilitar o livre acesso do pessoal técnico deve ter em conta:
às instalações e suas dependências, bem como aos apare- a) Os princípios de gestão de congestionamentos a que
lhos e instrumentos de medição; se refere o Regulamento (CE) n.º 1228/2003, do Parla-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(91)

mento Europeu e do Conselho, de 26 de junho, relativo às Artigo 33.º-A


condições de acesso à rede para o comércio transfronteiriço Garantia de potência
de eletricidade;
b) As linhas de transporte existentes e planeadas; 1 — Com vista a promover a garantia de abastecimento,
c) Os padrões previstos para produção, fornecimento, um adequado grau de cobertura da procura de eletricidade
trocas transfronteiriças e consumo, tendo em consideração e uma adequada gestão da disponibilidade dos centros
as medidas de gestão da procura; eletroprodutores é definido, nos termos constantes em
d) Os objetivos nacionais, regionais e europeus de de- portaria do membro do Governo responsável pela área
senvolvimento sustentável, incluindo os projetos prioritá- da energia, um mecanismo de atribuição de incentivos à
rios constantes do anexo I da Decisão n.º 1364/2006/CE, garantia de potência disponibilizada pelos centros eletro-
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 6 de setembro, produtores ao SEN.
que estabelece orientações para as redes transeuropeias 2 — Os encargos associados ao mecanismo de atri-
de energia. buição de incentivos à garantia de potência devem ser
suportados por todos os consumidores de energia elétrica,
4 — Os agentes do setor elétrico têm o dever de prestar devendo ser repercutidos na tarifa de uso global de sistema
à DGEG e ao operador da rede de transporte a informação ou noutra tarifa aplicável à globalidade dos consumidores
de energia elétrica nos termos a definir no Regulamento
relevante do relatório referido no n.º 1, devendo estas en-
Tarifário.
tidades assegurar a preservação da confidencialidade dos
dados utilizados.
Artigo 33.º-B
Artigo 33.º Medidas de emergência
Procedimentos concursais em situações especiais 1 — Em caso de crise repentina no mercado da energia
ou de ameaça à segurança e integridade física de pessoas,
1 — Para assegurar necessidades de instalação de equipamentos, instalações e redes, designadamente devido
novas capacidades de produção de eletricidade identifi- a acidente grave ou por outro evento de força maior, o
cadas no RMSA previsto nos artigos 32.º e 32.º-A que membro do Governo responsável pela área da energia pode
não se mostrem possíveis de satisfazer através do regime tomar, a título transitório e temporariamente, as medidas
geral de acesso a esta atividade previsto no presente de salvaguarda necessárias.
capítulo, o membro do Governo responsável pela área 2 — Em caso de perturbação do abastecimento, o mem-
da energia pode promover procedimento concursal, nos bro do Governo responsável pela área da energia pode
termos do artigo 64.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de determinar, em particular, a utilização das reservas de
15 de fevereiro, com vista à atribuição de reserva de segurança de combustíveis, e impor medidas de restrição
capacidade de injeção de eletricidade na RESP para a da procura, nos termos previstos no presente decreto-lei e
instalação de novos centros eletroprodutores, em especial na legislação específica de segurança.
nas seguintes situações: 3 — Para efeitos do disposto no número anterior, podem
a) Adoção de medidas de diversificação; ser utilizadas reservas de água nas albufeiras de águas pú-
b) Promoção de tecnologias emergentes destinadas a blicas de serviço público que tenham como fim principal
proteger o ambiente e a melhorar a segurança e a flexibi- a produção de eletricidade, ouvida a Autoridade Nacional
lidade da operação do sistema elétrico. da Água e a Comissão de Gestão de Albufeiras, mediante
autorização dos membros do Governo responsáveis pelas
áreas do ambiente e da energia, nos termos da legislação
2 — O membro do Governo responsável pela área da aplicável.
energia pode, ainda, sujeitar a procedimento concursal ou 4 — As medidas de emergência são comunicadas à Co-
estabelecer, mediante portaria, medidas de eficiência e missão Europeia e devem garantir aos operadores da rede
gestão da procura alternativas à construção e à exploração de transporte, sempre que tal seja possível ou adequado, a
de novos centros eletroprodutores. oportunidade de darem uma primeira resposta às situações
3 — O procedimento concursal é promovido pelo mem- de perturbação no abastecimento.
bro do Governo responsável pela área da energia, a quem
compete aprovar as peças do procedimento. Artigo 33.º-C
4 — O procedimento concursal rege-se pelo regime pre-
visto no presente decreto-lei e no Decreto-Lei n.º 29/2006, Verificação da disponibilidade
de 15 de fevereiro, pelas peças do procedimento e pelos 1 — O membro do Governo responsável pela área da
princípios gerais da contratação pública, nos termos a es- energia fixa, mediante portaria, os termos e procedimen-
tabelecer em portaria do membro do Governo responsável tos a observar na verificação, pelo operador da RNT, da
pela área da energia, devendo ser publicitado no Diário disponibilidade dos centros eletroprodutores, sempre que
da República e no Jornal Oficial da União Europeia, pelo esta seja um fator considerado no cálculo da remuneração,
menos seis meses antes da data limite para a apresentação subsidiação ou comparticipação de custos dos centros
da candidatura. eletroprodutores.
5 — A organização, o acompanhamento e a fiscalização 2 — Para os efeitos do número anterior, a disponi-
do procedimento concursal são efetuados por entidade ou bilidade é considerada, nomeadamente, no cálculo dos
organismo público ou privado, independente das atividades incentivos à garantia de potência, da compensação pecu-
de produção, distribuição e comercialização de eletrici- niária correspondente aos custos para a manutenção do
dade, a designar pelo membro do Governo responsável equilíbrio contratual (CMEC), prevista no Decreto-Lei
pela área da energia. n.º 240/2004, de 27 de dezembro, alterado pelos Decretos-
5588-(92) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

-Leis n.os 199/2007, de 18 de maio, e 264/2007, de 24 de prévia, respetivamente, bem como com a regulamentação
julho, e de outros mecanismos com efeito equivalente ou aplicável.
que visem compensar, total ou parcialmente, os custos 6 — A cada centro eletroprodutor corresponde uma
de produção ou assegurar uma rentabilidade mínima da licença de produção ou um ato de admissão da comuni-
atividade de produção de eletricidade e que não estejam cação prévia.
sujeitas a qualquer regime especial de verificação da dis-
ponibilidade. Artigo 33.º-F
Critérios gerais de atribuição da licença de produção
CAPÍTULO III ou de admissão de comunicação prévia

Produção de eletricidade em regime especial 1 — A atribuição da licença de produção ou a admissão


da comunicação prévia dependem da conformidade do pro-
jeto com os objetivos e prioridades da política energética e,
SECÇÃO I designadamente, da observância dos seguintes requisitos,
Disposições gerais sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo seguinte:
a) O impacte do centro eletroprodutor nos custos eco-
Artigo 33.º-D nómicos e financeiros do SEN;
Condições de exercício b) A existência de condições de ligação à RESP adequa-
das à capacidade de receção de eletricidade, nos termos
1 — O exercício da atividade de produção de eletrici-
do disposto no n.º 2;
dade em regime especial é livre, ficando sujeito a controlo
c) A segurança da RESP e a fiabilidade das instalações e
prévio.
2 — O controlo prévio é exercido mediante a atribuição do equipamento associado, nos termos previstos no Regu-
de uma licença de produção, a requerimento do interessado, lamento da Rede de Transporte, no Regulamento da Rede
ou através da realização, por este, de uma comunicação de Distribuição e no Regulamento de Operação de Redes;
prévia para a instalação de um centro eletroprodutor, nos d) A contribuição para uma maior eficiência energética;
termos do artigo seguinte. e) O cumprimento da regulamentação aplicável no que
respeita à ocupação, à localização, proteção do ambiente,
Artigo 33.º-E proteção da saúde pública e segurança das populações;
f) A contribuição das capacidades de produção para
Controlo prévio cumprir as metas nacionais e comunitárias no domínio das
1 — A instalação de centros eletroprodutores em regime energias provenientes de fontes renováveis no consumo
especial está sujeita a um dos seguintes procedimentos de bruto de energia;
controlo prévio: g) A contribuição da capacidade de produção para re-
duzir as emissões de gases com efeito de estufa;
a) Licença de produção; h) O contributo do pedido para o desenvolvimento local
b) Comunicação prévia. e para a captação de riqueza para a área de instalação do
centro eletroprodutor;
2 — Está sujeita a licença de produção a instalação dos i) As características específicas do requerente, nomea-
centros eletroprodutores sempre que se verifique um dos damente a sua capacidade técnica, económica e financeira.
seguintes pressupostos:
a) Potência de ligação à rede superior a 1 MVA; 2 — Para os efeitos da alínea b) do número anterior,
b) Sujeição da instalação do centro eletroprodutor aos verifica-se inadequação da capacidade de receção da rede
regimes jurídicos de avaliação de impacte ambiental ou pública quando a potência a injetar exceda a capacidade
de avaliação de incidências ambientais, nos termos da total no ponto de injeção pretendido, ou afete a segurança
legislação aplicável; e fiabilidade da RESP tal como forem indicados pelo res-
c) A instalação do centro eletroprodutor esteja proje- petivo operador da rede, tendo em conta os compromissos
tada para espaço marítimo sob a soberania ou jurisdição de ligação já existentes e os instrumentos de planeamento
nacional; referidos nos artigos 36.º e 40.º
d) O regime remuneratório aplicável seja o da remune- 3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 33.º-K, a enti-
ração garantida, nos termos do artigo 33.º-G. dade licenciadora indefere o pedido de licença de produção
ou rejeita a comunicação prévia:
3 — A instalação de centros eletroprodutores não com-
preendidos no número anterior depende da realização de a) No caso de o pedido não ser conforme com os crité-
comunicação prévia. rios previstos no n.º 1;
4 — A exploração em regime industrial do centro ele- b) No caso de o pedido não ser conforme com a lei ou
troprodutor ou de cada um dos grupos geradores que, nos regulamentos aplicáveis;
termos da licença de produção ou do ato de admissão da c) No caso previsto no n.º 2 do artigo 9.º
comunicação prévia, o compõem depende da prévia obten-
ção de licença de exploração ou de certificado de explora- 4 — Os pedidos de atribuição de licença de produção
ção quando a instalação do referido centro eletroprodutor que não possam ser considerados por falta de capacidade
dependa da realização de comunicação prévia. na data e local pretendidos pelo promotor podem, mediante
5 — A licença de exploração e o certificado de explora- prestação de caução, ficar a aguardar reserva da capacidade
ção atestam a conformidade da instalação com os termos da até à data estabelecida para a execução das obras previstas
licença de produção ou do ato de admissão da comunicação no plano de desenvolvimento e investimento na rede de
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(93)

transporte (PDIRT) ou no plano de desenvolvimento e organismo público ou privado, independente das atividades
investimento na rede de distribuição (PDIRD). de produção, distribuição e comercialização de eletrici-
5 — No caso previsto no número anterior, a entidade li- dade, a designar pelo membro do Governo responsável
cenciadora pode atribuir a licença de produção mediante pela área da energia.
acordo entre o interessado e o operador da RESP a que se 8 — Os compromissos assumidos pelo adjudicatário
pretende ligar, para antecipação do reforço da capacidade de selecionado no âmbito do procedimento concursal previsto
receção da RESP, em relação ao estabelecido no PDIRT ou no no n.º 6, incluindo prazos de execução, bem como as respe-
PDIRD, caso em que o interessado comparticipa nos encargos tivas garantias, devem ser contratualizados e o seu incum-
financeiros resultantes da antecipação do reforço da rede. primento pode determinar a perda da reserva de capacidade
6 — No caso de comparticipação nos custos do reforço de injeção na RESP, do regime remuneratório atribuído e
da rede, referidos no número anterior, a prestação da caução de outros direitos decorrentes da adjudicação.
prevista no n.º 4 não é obrigatória. 9 — A aplicação do regime remuneratório garantido
7 — Na falta do acordo previsto no n.º 5, compete à depende da atribuição da licença de produção e da respetiva
DGEG, a pedido do interessado e ouvida a ERSE, arbitrar licença de exploração.
os valores da comparticipação.
SECÇÃO II
Artigo 33.º-G
Regimes remuneratórios Procedimentos de controlo prévio

1 — A atividade de produção de eletricidade em regime Artigo 33.º-H


especial pode ser exercida ao abrigo de um dos seguintes
regimes remuneratórios: Competência

a) O regime geral, em que os produtores de eletricidade 1 — O disposto no artigo 7.º-A aplica-se à competên-
vendem a eletricidade produzida, nos termos aplicáveis à cia para a concessão, alteração e revogação da licença de
produção em regime ordinário, em mercados organiza- produção dos centros eletroprodutores em regime especial,
dos ou através da celebração de contratos bilaterais com sem prejuízo do disposto no número seguinte.
clientes finais ou com comercializadores de eletricidade, 2 — Cabe à DGEG a aceitação da comunicação prévia
incluindo com o facilitador de mercado ou um qualquer e a emissão da licença de exploração ou do certificado
comercializador que agregue a produção; de exploração dos centros eletroprodutores previstos no
b) O regime de remuneração garantida, em que a eletri- presente capítulo.
cidade produzida é entregue ao comercializador de último Artigo 33.º-I
recurso, contra o pagamento da remuneração atribuída ao Procedimentos e regime jurídico
centro eletroprodutor nos termos dos n.os 4 e 5.
1 — O procedimento de atribuição de licença de produ-
2 — O exercício da atividade ao abrigo do regime geral ção de eletricidade em regime especial e o respetivo regime
depende apenas da obtenção de licença de produção ou regem-se pelo disposto na presente secção.
da admissão da comunicação prévia nos termos previstos 2 — O membro do Governo responsável pela área da
no presente capítulo, bem como da respetiva licença ou energia aprova, mediante portaria, o regime jurídico do
respetivo certificado de exploração. procedimento de comunicação prévia previsto no pre-
3 — O exercício da atividade com o regime de remu- sente capítulo, bem como as regras aplicáveis à emissão,
neração garantida depende, previamente à obtenção da transmissão, alteração e extinção do ato de admissão da
licença de produção e respetiva licença de exploração, da comunicação prévia.
atribuição de reserva de capacidade de injeção na RESP, Artigo 33.º-J
nos termos do número seguinte.
4 — Os termos, condições e critérios da atribuição de Instrução do pedido de atribuição de licença de produção
reserva de capacidade de injeção na RESP, da licença de 1 — O procedimento para atribuição de licença de pro-
produção e do regime remuneratório respetivo, bem como dução inicia-se com a apresentação, pelo interessado, de
do acesso ao mesmo e os respetivos prazo de duração e um pedido dirigido à entidade licenciadora, devidamente
condições de manutenção, são definidos por portaria do instruído nos termos previstos nos números seguintes.
membro do Governo responsável pela área da energia. 2 — Os pedidos de atribuição de licença de produção devem
5 — A portaria prevista no número anterior prevê que ser apresentados no período de 1 a 15 dos meses de janeiro,
a reserva de capacidade de injeção na RESP é atribuída maio e setembro de cada ano, sem prejuízo da possibilidade
mediante procedimento concursal de iniciativa pública de a portaria prevista no n.º 4 do artigo 33.º-G prever a possi-
ou procedimento que a faculte a todos os interessados bilidade de apresentação dos referidos pedidos noutras datas.
que preencham os requisitos que venham a ser estabeleci- 3 — O pedido referido nos números anteriores deve ser
dos, de acordo com critérios de igualdade e transparência. instruído com os seguintes elementos:
6 — O procedimento concursal previsto no número
anterior rege-se pelo regime previsto no presente decreto- a) Identificação completa do requerente, incluindo
-lei, no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, na nome ou firma, morada, número de contribuinte, código
portaria prevista no número anterior e pelas peças do pro- de acesso à certidão permanente, se for o caso, e nome,
cedimento, a aprovar por despacho do membro do Governo número de telefone, telefax e endereço de correio eletró-
responsável pela área da energia, devendo ser publicitado nico para contacto;
no Diário da República. b) Projeto do centro eletroprodutor e os demais elemen-
7 — A organização, o acompanhamento e a fiscalização tos estabelecidos no anexo II ao presente decreto-lei, que
do procedimento concursal são efetuados por entidade ou dele faz parte integrante;
5588-(94) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

c) Informação sobre a existência de capacidade de re- 2 — Se a instalação do centro eletroprodutor estiver


ceção e as condições de ligação à rede; sujeita ao procedimento de avaliação de incidências am-
d) Termo de responsabilidade pelo projeto das instala- bientais previsto na secção IV:
ções elétricas;
e) Comprovativo do direito para utilização do espaço a) O disposto na alínea b) do n.º 3 do artigo 9.º não é
de implantação da instalação, exceto para centrais hidro- aplicável, procedendo-se à publicação dos avisos e subse-
elétricas; quente consulta pública previstos no artigo 33.º-S;
f) Pareceres das entidades quando as instalações in- b) O prazo para a emissão de decisão ou projeto de decisão
terferirem com os seus domínios ou atividades, exceto pela entidade licenciadora previsto no artigo 11.º tem o seu iní-
para aproveitamentos hidroelétricos, e sem prejuízo do cio na data de notificação, à entidade licenciadora, da decisão
disposto no n.º 4; favorável ou condicionalmente favorável emitida ao abrigo do
g) DIA favorável ou condicionalmente favorável e pa- artigo 33.º-T ou na data indicada no n.º 3 do mesmo artigo.
recer de conformidade com a DIA, quando exigíveis nos
termos do respetivo regime jurídico, ou, se for o caso, Artigo 33.º-M
comprovativo de se ter produzido ato tácito favorável nos Conteúdo da licença de produção
termos do mesmo regime jurídico;
h) Estudo de incidências ambientais, quando exigível 1 — A decisão de atribuição da licença de produção de
nos termos do artigo 33.º-R e seguintes, para os efeitos do eletricidade em regime especial deve conter, nomeada-
disposto no mesmo artigo; mente, os seguintes elementos:
i) Parecer favorável sobre a localização do centro a) Identificação completa do titular;
eletroprodutor emitido pela comissão de coordenação e b) Principais características do centro eletroprodutor e
desenvolvimento regional territorialmente competente, sua localização, indicação da fonte de energia, renovável
quando o projeto não esteja sujeito ao regime jurídico de ou não, e da tecnologia utilizada, a indicação do ponto de
avaliação de impacte ambiental ou de avaliação de inci- interligação, da potência máxima injetável na rede e da
dências ambientais. potência instalada bruta e líquida, em MW e MVA, bem
como as obras e os trabalhos de reforço da rede a suportar
4 — Tratando-se de centros hidroelétricos ou centros pelo titular da licença, se for o caso;
eletroprodutores destinados a ser instalados em espaço c) Regime remuneratório garantido aplicável, se for o caso;
marítimo sob a soberania ou jurisdição nacional, o pedido d) Prazo fixado para o início da exploração do centro
deve ainda ser instruído com certidão do título de utili- eletroprodutor;
zação atribuído pela entidade competente, autorizando e) Outras obrigações ou condições especiais a que even-
a utilização dos recursos para o fim pretendido, estando tualmente fique sujeito o titular da licença.
dispensada a apresentação do parecer de localização pre-
visto na alínea i) do número anterior. 2 — A DIA, a decisão referida no n.º 2 do artigo 33.º-T
5 — À informação referida na alínea c) do n.º 3 aplica- ou outras licenças, autorizações, pareceres ou declarações
-se o disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 8.º de aceitação de entidades competentes que nos termos da
6 — Para integral cumprimento do disposto nos nú- legislação aplicável constituem requisito para o licencia-
meros anteriores, o interessado deve promover atempa- mento da instalação ou exploração do centro eletroprodutor
damente os procedimentos necessários para a obtenção ou condição a que este está sujeito integram as obrigações
dos elementos previstos nas alíneas f), g), h) e i) do n.º 3, a cujo cumprimento se vincula o titular da licença de pro-
cabendo à entidade licenciadora prestar a colaboração dução de eletricidade.
que lhe seja solicitada nos termos da legislação aplicável. 3 — A licença de produção é emitida pela entidade
licenciadora, condicionada à verificação da conformidade
Artigo 33.º-K do projeto de execução com a respetiva DIA, nos termos
Critérios de seleção de pedidos de atribuição do regime jurídico da avaliação do impacte ambiental
de licenças de produção (RJAIA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de
1 — Quando a capacidade de receção existente ou pre- maio, republicado pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de
visional da RESP não for suficiente para atender a todos novembro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/2012, de
os pedidos de atribuição de licença de produção, a DGEG 14 de março, no caso de a DIA a que se refere a alínea g)
procede à seleção dos referidos pedidos, com base nos cri- do n.º 3 do artigo 33.º-J ter sido emitida ainda em fase de
térios estabelecidos no artigo 33.º-F, nos termos previstos estudo prévio ou anteprojeto.
no número seguinte.
2 — A seleção dos pedidos processa-se através da ponde- SECÇÃO III
ração conjunta dos critérios estabelecidos no artigo 33.º-F,
os quais, pela ordem por que estão apresentados, servem Regime da licença
de desempate em caso de coincidência na valia global dos
projetos em causa. Artigo 33.º-N
Regime aplicável
Artigo 33.º-L
1 — O regime da licença de produção em regime espe-
Verificação da conformidade da instrução do pedido cial é o resultante das secções IV e V do capítulo II, com as
e decisão de atribuição de licença de produção
especificidades previstas na presente secção.
1 — À verificação da conformidade da instrução do 2 — O disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 20.º não
pedido e à decisão de atribuição da licença de produção é aplicável aos centros eletroprodutores previstos na pre-
aplica-se o disposto nos artigos 9.º a 11.º sente secção.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(95)

3 — O regime do ato de admissão da comunicação consoante o caso, a emitir pela entidade licenciadora, na se-
prévia é definido na portaria referida no artigo 33.º-I, quência da realização de vistoria, nos termos do artigo 21.º
aplicando-se, subsidiariamente, o disposto na presente 2 — Ao requerimento e emissão da licença ou do certi-
secção. ficado de exploração aplica-se o disposto no artigo 20.º-B,
sem prejuízo do disposto nos números seguintes.
Artigo 33.º-O 3 — A licença de exploração dos centros eletropro-
dutores referidos no presente artigo depende da prévia
Duração da licença de produção
verificação da conformidade do projeto de execução com
1 — A licença de produção de eletricidade em regime a respetiva DIA, ao abrigo do RJAIA, no caso de a DIA
especial não está sujeita a prazo de duração, sem prejuízo referida na alínea g) do n.º 3 do artigo 33.º-J ter sido emi-
da extinção prevista no artigo 23.º e do disposto no número tida em fase de estudo prévio ou anteprojeto.
seguinte. 4 — A licença de exploração e o certificado de explora-
2 — Quando a eletricidade produzida provenha de fonte ção definem as condições a que fica sujeita a exploração
hídrica do domínio público, ou o centro eletroprodutor se e, uma vez concedidos, passam a integrar as condições da
destine a ser instalado em espaço marítimo sob a soberania licença de produção ou do ato de admissão da comunicação
ou jurisdição nacional, a licença de produção fica sujeita prévia do centro eletroprodutor a que se referem.
ao prazo estabelecido no respetivo título de utilização.
SECÇÃO IV
Artigo 33.º-P
Procedimento de avaliação de incidências ambientais
Prazos de execução das instalações e caducidade
1 — Os titulares de licença de produção ou de comuni- Artigo 33.º-R
cação prévia admitida ao abrigo do presente capítulo devem Avaliação de incidências ambientais
concluir os trabalhos de instalação do centro eletroprodutor
e iniciar a exploração do mesmo no prazo fixado na licença 1 — A emissão de licenças de produção de centros
de produção, o qual não pode ultrapassar dois anos ou, no eletroprodutores que utilizem fontes de energia reno-
caso de aproveitamentos hidroelétricos, seis anos, sem váveis, que não se encontrem abrangidos pelo RJAIA,
prejuízo de a portaria referida nos n.os 4 e seguintes do e cuja localização esteja prevista em áreas da Reserva
artigo 33.º-G estabelecer prazos diferentes para os casos Ecológica Nacional, Sítios da Rede Natura 2000 ou da
nela previstos. Rede Nacional de Áreas Protegidas, é precedida de um
2 — Os prazos previstos no número anterior contam- procedimento de avaliação de incidências ambientais, a
-se a partir da data de emissão da licença de produção ou realizar pela comissão de coordenação e desenvolvimento
do ato de admissão da comunicação prévia pela DGEG. regional (CCDR) territorialmente competente, com base
3 — Para garantia da conclusão das obras, os titulares num estudo de incidências ambientais apresentado pelo
de licença de produção ou de comunicação prévia admitida interessado tendo em consideração as políticas energéticas
ao abrigo do presente capítulo devem prestar à DGEG e ambientais vigentes.
uma caução nos termos do n.º 2 do artigo 20.º, a qual é 2 — O estudo de incidências ambientais referido no
liberada na data de início da exploração quando esta ocorra número anterior deve enunciar os impactes locais dos
dentro do prazo fixado ao abrigo do n.º 1 ou no final de projetos e das respetivas instalações acessórias através da
uma prorrogação concedida pela entidade licenciadora ao identificação das principais condicionantes existentes e
abrigo do n.º 5. dos descritores ambientais suscetíveis de serem afetados,
4 — A licença de produção ou o ato de comunicação pré- bem como prever medidas de monitorização e medidas
via caducam quando o seu titular não conclua os trabalhos de minimização e recuperação das áreas afetadas, a im-
de instalação do centro eletroprodutor no prazo previsto plementar em fase de obra.
no n.º 1, salvo se aquele prazo for prorrogado ao abrigo 3 — No caso de projetos a instalar em Sítios da Rede
do número seguinte, caso em que a caducidade opera no Natura 2000, o estudo de incidências ambientais deve obri-
final do período da prorrogação concedida. gatoriamente abranger as vertentes definidas nas alíneas a)
5 — O prazo previsto no n.º 1 pode ser prorrogado pela a e) do n.º 6 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 140/99, de
entidade licenciadora, por um período não superior a me- 24 de abril, republicado pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de
tade do prazo inicial, mediante requerimento do interessado 24 de fevereiro.
devidamente fundamentado em motivo que não lhe seja 4 — Consoante a fonte de energia renovável a partir da
imputável e que não esteja relacionado com a evolução qual é produzida a eletricidade, podem ser definidos, por
das condições dos mercados e eletricidade e financeiros. despacho dos membros do Governo responsáveis pelas
6 — Se se verificar a caducidade ao abrigo do disposto áreas do ambiente e da energia, os descritores específi-
no n.º 4, a DGEG aciona a caução, caso em que o seu valor cos que devem ser tratados nos estudos de incidências
é entregue ao operador da RNT para ser repercutido na ambientais.
tarifa de uso global do sistema. 5 — Para efeitos do presente artigo, entende-se por ins-
talações acessórias todas as instalações e correspondente
Artigo 33.º-Q área de implantação ou localização da unidade de produ-
ção de energia elétrica, bem como as linhas elétricas de
Licença e certificado de exploração
interligação e respetivos corredores e zonas de passagem,
1 — O titular da licença de produção ou do ato de ad- acessos e outras infraestruturas indispensáveis ao normal
missão da comunicação prévia só pode iniciar a explora- funcionamento da unidade, tais como subestações ou aces-
ção industrial do centro eletroprodutor após obtenção da sos e ainda, no que à energia hídrica diz respeito, a zona
licença de exploração ou do certificado de exploração, de albufeira, do açude e das condutas forçadas.
5588-(96) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Artigo 33.º-S prazo de 12 dias contados da data de receção da proposta


Procedimento de avaliação de incidências ambientais
de decisão da CCDR.
3 — Considera-se que a decisão do procedimento de
1 — Para efeitos do disposto no artigo anterior, o in- avaliação de incidências ambientais é favorável se nada for
teressado entrega o estudo de incidências ambientais à comunicado à entidade licenciadora no prazo de 60 dias
entidade licenciadora, acompanhado do projeto sujeito a a contar da data da receção pela CCDR dos elementos
licenciamento e dos demais elementos exigidos nos termos referidos no n.º 2 do artigo anterior.
do artigo 33.º-J e regulamentação aplicável. 4 — O prazo previsto no número anterior suspende-se
2 — A entidade licenciadora remete o estudo de incidên- durante o período em que o procedimento esteja parado
cias ambientais, o plano de acompanhamento ambiental e por motivo imputável ao promotor, designadamente na
um exemplar do projeto à CCDR territorialmente compe- situação prevista no n.º 3 do artigo anterior.
tente em função da localização do projeto, dispondo esta 5 — O disposto nos artigos 20.º e 21.º do RJAIA aplica-
de 12 dias após a receção dos elementos para verificar da -se, com as necessárias adaptações, aos centros eletropro-
sua conformidade com o estabelecido no artigo anterior e dutores sujeitos ao procedimento de avaliação de incidên-
demais legislação aplicável. cias ambientais previsto no presente decreto-lei.
3 — Em caso de desconformidade, a CCDR convoca o
interessado para a realização de uma conferência instru- Artigo 33.º-U
tória, na qual são analisados todos os aspetos considera- Consequência da avaliação de incidências ambientais
dos necessários à decisão favorável do procedimento de
avaliação de incidências ambientais, podendo ainda ser 1 — Nos casos de projetos a localizar em Sítios da Rede
solicitada, por uma única vez, a apresentação de elementos Natura 2000 ou da Rede Nacional de Áreas Protegidas e
instrutórios adicionais. desde que o ICNF, I. P., tenha emitido parecer nos termos
4 — No caso de o interessado não juntar no prazo de previstos nos n.os 7 ou 8 do artigo 33.º-S, a emissão da
50 dias os elementos solicitados pela CCDR nos termos declaração de avaliação de incidências ambientais, quando
do número anterior ou de os juntar de forma deficiente ou favorável ou condicionalmente favorável, determina:
insuficiente, o procedimento de avaliação de incidências a) A não aplicação do n.º 2 do artigo 9.º do Decreto-Lei
ambientais é encerrado, devendo a CCDR notificar desse n.º 140/99, de 24 de abril, republicado pelo Decreto-Lei
facto a entidade licenciadora e o promotor. n.º 49/2005, de 24 de fevereiro;
5 — No prazo de 10 dias a contar da receção dos ele- b) A desnecessidade de emissão de parecer ou delibe-
mentos mencionados no n.º 2 ou da receção dos elementos ração de aprovação por parte dos órgãos competentes das
adicionais referidos no n.º 3 do presente artigo, a CCDR áreas protegidas quando tal se encontre previsto nos res-
promove a publicação de aviso contendo os elementos petivos diplomas de criação ou regulamentos específicos.
referidos nas alíneas a), b), j) e m) do n.º 1 do artigo 14.º
do RJAIA, a identificação dos documentos que integram 2 — O disposto no número anterior é aplicável aos proje-
o procedimento, a indicação do local e data onde estes se tos de centros eletroprodutores que utilizem fontes de energia
encontram disponíveis para consulta e o prazo de duração renováveis abrangidos pelo RJAIA, relativamente aos quais
da consulta pública, que é de 20 dias. tenha sido proferida DIA favorável ou condicionalmente
6 — Em razão das especificidades do projeto ou do favorável e desde que o ICNF, I. P., tenha emitido parecer no
estudo de incidências ambientais, a CCDR pode promover âmbito do respetivo procedimento de avaliação de impacte
a consulta de outras entidades, as quais devem pronunciar- ambiental ou caso tenha decorrido o prazo aplicável para
-se no prazo de 20 dias. o efeito sem que a referida entidade se tenha pronunciado.
7 — No caso de projetos a localizar em Sítios da Rede 3 — Nos casos de projetos a localizar em áreas deli-
Natura 2000 ou da Rede Nacional de Áreas Protegidas, mitadas como REN, a emissão de DIncA ou DIA favorá-
a CCDR consulta obrigatoriamente o Instituto da Con- vel ou condicionalmente favorável implica a dispensa de
servação da Natureza e das Florestas, I. P. (ICNF, I. P.) comunicação prévia e da autorização previstas nos arti-
8 — A não emissão de parecer no prazo de 20 dias con- gos 22.º e 23.º do Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto.
tados da data de promoção das consultas previstas nos nú-
meros anteriores equivale à emissão de parecer favorável.
9 — As consultas previstas nos números anteriores SECÇÃO V
são dispensadas se os respetivos pareceres, com uma Acesso às redes
antiguidade não superior a um ano, forem apresentados
com o pedido formulado pelo interessado ao abrigo do Artigo 33.º-V
artigo 33.º-J.
Taxas
Artigo 33.º-T Com o objetivo de custear os encargos administrativos
Decisão do procedimento de avaliação de incidências ambientais
que lhe são inerentes, é aplicável ao procedimento de avalia-
ção de incidências ambientais, com as devidas adaptações,
1 — No prazo de 12 dias a contar do termo do prazo o disposto na Portaria n.º 1102/2007, de 7 de setembro,
da consulta pública prevista no n.º 5 do artigo anterior, a alterada pela Portaria n.º 1067/2009, de 18 de setembro.
CCDR elabora e remete ao membro do Governo respon-
sável pela área do ambiente uma proposta de decisão. Artigo 33.º-W
2 — A decisão do procedimento de avaliação de inci-
Acesso e funcionamento das redes
dências ambientais (DIncA), que pode ser desfavorável,
favorável ou condicionalmente favorável, é proferida pelo 1 — Os operadores da RESP devem proporcionar aos
membro do Governo responsável pela área do ambiente no produtores de eletricidade em regime especial, de forma
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(97)

não discriminatória e transparente, o acesso às respetivas Artigo 33.º-Y


redes, nos termos do Regulamento de Acesso às Redes e Exploração e inspeções
Interligações e do Regulamento Tarifário.
2 — Os operadores da RESP devem, no âmbito das 1 — As operações de exploração, manutenção e repara-
suas funções, dar prioridade à eletricidade proveniente de ção no ramal de interligação são efetuadas pelo operador
centros eletroprodutores que utilizem fontes de energia re- da rede que recebe a energia, o qual, se necessário e em
nováveis, com exceção dos aproveitamentos hidroelétricos qualquer momento, tem acesso a esse ramal e ao órgão
com potência instalada superior a 30 MW. de manobra que permite desligar o sistema de produção
3 — Os operadores da RESP devem tomar medidas da rede recetora.
operacionais adequadas para prevenir ou minimizar as 2 — No contrato a celebrar entre o produtor e o ope-
rador da rede que recebe a energia são indicados quais os
limitações ao transporte e distribuição de eletricidade pro-
interlocutores a que cada uma das partes se deve dirigir no
veniente de energias renováveis. caso de pretender efetuar qualquer intervenção.
4 — Quando, por razões relacionadas com a segurança e 3 — A exploração do sistema de produção é conduzida
fiabilidade das redes ou com a segurança do abastecimento, de modo a não perturbar o funcionamento normal da rede
sejam impostas limitações significativas ao transporte e pública que recebe a energia.
distribuição da eletricidade proveniente de energias re- 4 — O operador da rede que recebe a energia tem o di-
nováveis, tais limitações devem ser reportadas de forma reito de inspecionar periodicamente as regulações e as pro-
imediata à DGEG e à ERSE pelo operador da rede com a teções das instalações de produção ligadas à sua rede.
indicação das medidas corretivas a adotar.
Artigo 33.º-Z
Artigo 33.º-X
Equipamentos e regras técnicas de medição
Encargos de ligação às redes
1 — A medição da energia e da potência, para efeitos da
1 — A ligação do centro eletroprodutor à RESP é feita a faturação da energia fornecida pelo produtor, é realizada
expensas da entidade proprietária dessa instalação quando por contadores que assegurem a leitura diferenciada para
para seu uso exclusivo. a medida da energia fornecida ao produtor e injetada por
2 — Quando um ramal é originariamente de uso parti- este na RESP.
lhado por mais de um produtor os encargos com a cons- 2 — Os transformadores de medida podem ser comuns
trução dos troços de linha comuns são repartidos nos ter- às medidas da energia fornecida e da energia recebida.
mos a definir no Regulamento das Relações Comerciais. 3 — Os equipamentos e as regras técnicas usados nas
3 — Sempre que um ramal passar a ser utilizado por medições da energia fornecida pelos produtores são análo-
um novo produtor dentro do período de cinco anos após gos aos usados pela rede pública para a medição da energia
a entrada em exploração do referido ramal, os produtores fornecida a consumidores.
que tiverem suportado os encargos com a sua construção
são ressarcidos por aquele, nos termos a definir no Regu- CAPÍTULO IV
lamento das Relações Comerciais.
4 — O operador de rede pode propor o sobredimen- Exploração da RNT
sionamento do ramal de ligação, com o objetivo de obter
solução globalmente mais económica para o conjunto das SECÇÃO I
utilizações possíveis do ramal, comparticipando nos res-
Regime de exercício
petivos encargos de constituição, nos termos estabelecidos
nos números anteriores. Artigo 34.º
5 — Os operadores da RESP devem propor à ERSE,
para inclusão no Regulamento das Relações Comerciais, Regime de exercício da RNT
normas-padrão relativas à assunção e partilha de custos 1 — A concessão para a exploração da RNT é atribuída
de adaptações técnicas, tais como ligações às respetivas mediante contrato de concessão, no qual outorga, em re-
redes, reforços de rede, melhoria de funcionamento e regras presentação do Estado, o membro do Governo responsá-
para a aplicação não discriminatória de códigos de rede vel pela área da energia, na sequência de realização de
necessárias para a integração de novos produtores que concurso público, salvo se, de acordo com os princípios e
alimentem a rede interligada com eletricidade proveniente regras gerais da contratação pública, estiverem reunidas
de fontes de energia renovável. condições para o recurso a outro procedimento adjudica-
6 — Os operadores da RESP devem fornecer aos novos tório.
produtores de energia proveniente de fontes renováveis 2 — A concessão é exercida em regime de serviço
que desejem ser ligados às respetivas redes informações público, sendo as suas atividades e as instalações que a
exaustivas e necessárias por eles requeridas, nomeada- integram consideradas, para todos os efeitos, de utilidade
mente, as seguintes: pública.
3 — As atividades da concessão são exercidas, nos ter-
a) Uma estimativa completa e pormenorizada dos custos mos do número anterior, em regime de exclusivo, o qual
associados à ligação; não prejudica o exercício por terceiros do direito de acesso
b) Um calendário razoável e preciso para a receção e o à rede, nos termos do Regulamento de Acesso às Redes e
tratamento do pedido de ligação à rede; às Interligações.
c) Um calendário indicativo razoável para a ligação à 4 — A concessão tem a duração de 50 anos contados a
rede proposta. partir da data da celebração do respetivo contrato.
5588-(98) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

5 — As atividades da concessão são exercidas de acordo que sejam membros de mercados organizados ou que se
com os princípios do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de tenham constituído como contraentes em contratos bila-
fevereiro, do presente decreto-lei, da regulamentação apli- terais, relativamente aos factos suscetíveis de influenciar
cável e das bases de concessão. o regular funcionamento do mercado ou a formação dos
6 — As bases de concessão da RNT constam do anexo III preços, nos termos previstos no Regulamento de Relações
do presente decreto-lei, que dele faz parte integrante. Comerciais;
7 — A DGEG define e concretiza, no Regulamento c) Planeamento energético, através do desenvolvimento
da Segurança de Abastecimento e Planeamento, a forma de estudos de planeamento integrado de recursos energéti-
de cumprimento das obrigações do operador da RNT em cos e identificação das condições necessárias à segurança
matéria de segurança de abastecimento, planeamento ener- do abastecimento futuro dos consumos de eletricidade ao
gético e planeamento da RNT. nível da oferta, tendo em conta as interações entre o SEN
8 — Os custos incorridos pela entidade concessionária e o Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN) e as linhas
em atividades de apoio à supervisão, acompanhamento e de orientação da política energética nacional, estudos esses
fiscalização das suas obrigações apenas podem ser reper- que constituem referência para a função de planeamento
cutidos na tarifa de uso global do sistema, nos termos da da RNT e para a operação futura do sistema, bem como
legislação e regulamentos em vigor, mediante autorização através da colaboração com a DGEG, nos termos da lei,
prévia da DGEG e desde que tenham sido incorridos de na preparação dos RMSA no médio e longo prazo e dos
forma justificada e eficiente. cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos contratos
de aquisição de energia (CAE) cessados, dos montantes
Artigo 35.º da correção de hidraulicidade, da interruptibilidade e dos
Concurso incentivos a atribuir no âmbito do mecanismo de garantia
de potência;
O concurso para a atribuição da concessão da RNT
d) Planeamento da RNT, designadamente no que res-
processa-se de acordo com um caderno de encargos e o
respetivo programa, aprovados por portaria do membro do peita ao planeamento das suas necessidades de renovação
Governo responsável pela área da energia, tendo em conta e expansão, tendo em vista o desenvolvimento adequado
os princípios gerais aplicáveis aos concursos públicos. da sua capacidade e a melhoria da qualidade de serviço
em atenção às principais medidas da política energética
Artigo 35.º-A nacional, e, em particular, através da preparação dos PDIRT
de eletricidade.
Gestão técnica global do SEN
1 — A gestão técnica global do SEN, que compete ao 3 — Todos os operadores que exerçam qualquer das
operador da RNT, processa-se nos termos previstos no atividades que integram o SEN ficam sujeitos à gestão
presente decreto-lei, na regulamentação aplicável e no técnica global do mesmo.
contrato de concessão da RNT. 4 — São direitos do operador da RNT no âmbito da
2 — A gestão técnica global do SEN é exercida com in- gestão técnica global do SEN, nomeadamente:
dependência, de forma transparente e não discriminatória, a) Exigir e receber dos titulares dos direitos de explo-
e consiste na coordenação sistémica das infraestruturas ração das infraestruturas, dos operadores de mercado e de
que o constituem, de modo a assegurar o funcionamento todos os intervenientes no SEN diretamente interessados
integrado e harmonizado do sistema de eletricidade e a a informação necessária para o correto funcionamento
segurança e continuidade do abastecimento de eletricidade, do SEN;
no curto, médio e longo prazo, mediante o exercício das b) Exigir aos operadores de mercado e demais interve-
seguintes funções:
nientes no SEN com direito de acesso às infraestruturas e
a) Gestão técnica do sistema, que integra a programação instalações a comunicação dos seus planos de entrega e de
e monitorização constante do equilíbrio entre a oferta das receção de energia e de qualquer circunstância que possa
unidades de produção e a procura global de energia elétrica, fazer variar substancialmente os planos comunicados;
com o apoio de um controlo em tempo real de instalações c) Exigir o estrito cumprimento das instruções que emita
e seus componentes por forma a corrigir, em tempo, os para a correta exploração do sistema, manutenção das
desequilíbrios, bem como a coordenação do funcionamento instalações e adequada cobertura da procura;
da rede de transporte, incluindo a gestão das interligações d) Receber adequada retribuição por todos os serviços
em MAT e dos pontos de entrega de energia elétrica ao prestados de forma eficiente.
operador da rede de distribuição em MT e AT e a clientes
ligados diretamente à rede de transporte, observando os 5 — São obrigações do operador da RNT no exercício
níveis de segurança e de qualidade e serviço estabeleci- da função de gestão técnica global do SEN, nomeada-
dos na legislação e regulamentação nacionais e no qua- mente:
dro de referência da rede interligada da União Europeia;
b) Gestão do mercado de serviços de sistema, que in- a) Informar sobre a viabilidade de acesso solicitado por
tegra a operacionalização de um mercado de serviços de terceiros às infraestruturas da RNT;
sistema e a contratação de serviços de sistema com recurso b) Monitorizar e reportar à ERSE a efetiva utilização
a mecanismos eficientes, transparentes e competitivos para das infraestruturas da RNT, com o objetivo de identificar
reserva operacional do sistema e compensação dos desvios a constituição abusiva de reservas de capacidade;
de produção e de consumo de eletricidade, bem como as c) Desenvolver protocolos de comunicação com os di-
liquidações financeiras associadas às transações efetuadas ferentes operadores do SEN com vista a criar um sistema
no âmbito desta função, incluindo a liquidação dos des- de comunicação integrado para controlo e supervisão das
vios, e a receção da informação dos agentes de mercado operações do SEN e atuar como coordenador do mesmo;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(99)

d) Emitir instruções sobre as operações de transporte, referidos no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
incluindo o trânsito no território continental, de forma a 15 de fevereiro, os seguintes elementos:
assegurar a entrega de eletricidade em condições adequadas
a) A caracterização da RNT, realizada ao abrigo do
e eficientes nos pontos de saída da rede de transporte, em
conformidade com protocolos de atuação e de operação n.º 2;
a estabelecer; b) O RMSA mais recente;
e) Informar a DGEG, a ERSE e os operadores do SEN, c) Os padrões de segurança para planeamento da RNT
com periodicidade trimestral, sobre a capacidade dispo- e demais exigências técnicas e regulamentares, nomea-
nível da RNT e, em particular, dos pontos de acesso ao damente as resultantes do Regulamento de Operação das
sistema e sobre o quantitativo das reservas a constituir; Redes;
f) Prestar à ERSE a informação técnica e financeira com d) As solicitações de reforço de capacidade de entrega e
incidência direta ou indireta nos custos a considerar para de painéis de ligação formulados pelo operador da RND,
efeitos do cálculo das tarifas reguladas, de acordo com as o planeamento da rede de distribuição em AT e MT e as
normas de reporte daquela entidade; licenças de produção atribuídas, bem como outros pedidos
g) Colaborar ativamente na prestação das informações de ligação à rede de centros eletroprodutores.
que sejam solicitadas pela DGEG, podendo estas corres-
ponder a estudos, testes ou simulações que sejam necessá- 6 — O operador da RNT deve incluir no PDIRT:
rios, designadamente para efeitos de definição da política a) A identificação dos principais desenvolvimentos fu-
energética; turos de expansão da rede, especificando as infraestruturas
h) Manter atualizada uma base de dados de acordo com a construir ou modernizar no período de 10 anos seguinte,
a base de dados de referência, criada em articulação com os investimentos que o operador da RNT já decidiu efetuar
a DGEG, integrando informação de natureza estatística e, dentro destes, aqueles a realizar nos três anos seguintes,
e previsional sobre os procedimentos de controlo prévio indicando ainda o calendário dos projetos de investimento;
das atividades e instalações e o funcionamento do SEN e b) Os valores previsionais da capacidade de interligação
do SNGN. a disponibilizar para fins comerciais;
c) As obrigações decorrentes do Mercado Ibérico de
6 — A gestão técnica global do SEN é efetuada nos ter- Eletricidade (MIBEL) e as medidas adequadas ao cum-
mos previstos no presente decreto-lei, nas bases constantes primento dos objetivos previstos no Regulamento (CE)
do anexo III, na regulamentação aplicável e no contrato de n.º 714/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de
concessão da RNT. 13 de julho;
d) As medidas de articulação necessárias ao cumpri-
SECÇÃO II mento das obrigações aplicáveis perante a Agência de
Cooperação dos Reguladores de Energia e da Rede Eu-
Planeamento da RNT ropeia dos Operadores das Redes de Transporte para a
eletricidade, nomeadamente no âmbito do plano decenal
Artigo 36.º não vinculativo de desenvolvimento da rede à escala da
Planeamento da RNT União Europeia;
e) As intenções de investimento em capacidade de in-
1 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.º 2 do terligação transfronteiriça e sobre os investimentos rela-
artigo 24.º e no artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de cionados com a instalação de linhas internas que afetem
15 de fevereiro, o planeamento da RNT integra os seguintes materialmente as interligações.
instrumentos:
a) A caracterização da RNT; 7 — A elaboração do PDIRT, no que diz respeito às
b) O plano de desenvolvimento e investimento da rede interligações internacionais, deverá ser feita em estreita
de transporte (PDIRT). cooperação com os operadores de rede respetivos.

2 — A caracterização da RNT, a realizar em confor- Artigo 36.º-A


midade com os objetivos e requisitos de transparência Procedimento de elaboração do PDIRT
previstos no Regulamento (CE) n.º 714/2009, do Parla-
mento Europeu e do Conselho, de 13 de julho, deve con- 1 — A proposta de PDIRT deve ser apresentada pelo
ter a informação técnica necessária ao conhecimento da operador da RNT à DGEG até ao final do primeiro trimes-
situação da rede, designadamente a capacidade instalada tre de cada ano ímpar ou, no caso previsto no n.º 4 do artigo
nas subestações, bem como informação sobre a efetiva anterior, até ao final do primeiro trimestre de cada ano.
utilização da capacidade de interligação disponível para 2 — Recebida a proposta de PDIRT, a DGEG procede
fins comerciais. à sua apreciação, tendo em conta as necessidades de in-
3 — O operador da RNT deve elaborar o PDIRT nos vestimento para assegurar níveis adequados de segurança
anos ímpares. do abastecimento energético e o cumprimento de outras
4 — No caso de a entidade concessionária da RNT se metas de política energética, determinando, se necessário,
certificar como operador de transporte independente (OTI), a introdução de alterações à proposta de PDIRT.
nos termos da subsecção II da secção II do capítulo II do 3 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta de
Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, o PDIRT é PDIRT, a DGEG notifica a sua apreciação ao operador da
elaborado anualmente. RNT, o qual, no caso de serem determinadas alterações,
5 — No processo de elaboração do PDIRT, o operador dispõe do prazo de 30 dias para enviar à DGEG uma pro-
da RNT deve ter em consideração, para além dos elementos posta de PDIRT que contemple as referidas alterações.
5588-(100) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRT à ERSE, 3 — Sem prejuízo do disposto na alínea i) do n.º 2 do
a qual deve promover a respetiva consulta pública pelo artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
prazo de 30 dias. o operador da RNT deve preservar a confidencialidade das
5 — Findo o período de consulta pública, a ERSE emite informações comercialmente sensíveis obtidas no exercício
parecer sobre a proposta de PDIRT no prazo de 30 dias, das suas atividades e assegurar que a disponibilização de
enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador da RNT e quaisquer informações relativas às suas próprias atividades
à DGEG. que possam representar uma vantagem comercial seja feita
6 — No parecer referido no número anterior, a ERSE de forma não discriminatória.
pode determinar alterações à proposta de PDIRT, tendo em
vista, designadamente, assegurar a adequada cobertura das
SECÇÃO III
necessidades de investimento identificadas no processo de
consulta pública e a promoção da concorrência, bem como Exploração das redes de distribuição
a coerência do PDIRT com o plano de desenvolvimento
da rede à escala da União Europeia, conforme previsto Artigo 38.º
na alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do Regulamento (CE)
n.º 714/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de Regime de exercício da RND
13 de julho, consultando, a este respeito e em caso de dúvi- 1 — A concessão para a exploração da RND, que inte-
das, a Agência de Cooperação dos Reguladores da Energia. gra a rede de AT e MT, é atribuída mediante contrato de
7 — No prazo de 30 dias após a receção do parecer concessão, no qual outorga, em representação do Estado,
da ERSE, o operador da RNT elabora a proposta final do o membro do Governo responsável pela área da energia,
PDIRT e envia-a à DGEG. na sequência de realização de concurso público.
8 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta fi- 2 — A concessão é exercida em regime de serviço
nal do PDIRT, a DGEG envia-a para aprovação do membro público, sendo as suas atividades e as instalações que a
do Governo responsável pela área da energia, acompanhada integram consideradas, para todos os efeitos, de utilidade
do parecer da ERSE e dos resultados da consulta pública. pública.
9 — O membro do Governo responsável pela área da 3 — As atividades da concessão são exercidas em re-
energia decide sobre a aprovação do PDIRT no prazo de gime de exclusivo, o qual não prejudica o exercício por
30 dias a contar da data da receção da sua proposta final. terceiros do direito de acesso à rede, nos termos do Regu-
10 — O membro do Governo responsável pela área da lamento de Acesso às Redes e às Interligações.
energia pode, fundamentadamente, recusar a aprovação do 4 — A concessão tem a duração de 35 anos contados a
PDIRT no caso de a proposta final não contemplar as alte- partir da data da celebração do respetivo contrato.
rações determinadas pela DGEG ou no parecer da ERSE e 5 — A concessão é exercida de acordo com os princí-
de não prever investimentos necessários ao cumprimento pios do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, do
dos objetivos de política energética. presente decreto-lei, da regulamentação aplicável e das
11 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a calenda- bases da concessão.
rização, orçamentação e execução dos projetos de investi- 6 — As bases da concessão da RND constam do anexo IV
mento na RNT previstos no PDIRT, que ficam sujeitos ao do presente decreto-lei, que dele faz parte integrante.
seu parecer vinculativo, no âmbito das suas atribuições, não 7 — Os custos incorridos pela entidade concessionária
podendo este parecer versar sobre questões estratégicas de
em atividades de apoio à supervisão, acompanhamento e
desenvolvimento da rede ou relacionadas com a segurança
fiscalização das suas obrigações apenas podem ser reper-
do abastecimento.
cutidos na tarifa de uso global do sistema, nos termos da
legislação e regulamentos em vigor, mediante autorização
Artigo 37.º
prévia da DGEG e desde que tenham sido incorridos de
Informação a disponibilizar nos PDIRT forma justificada e eficiente.
e na caracterização da RNT
1 — Os documentos relativos aos instrumentos de planea- Artigo 39.º
mento referidos no artigo anterior devem ser disponibilizados Concurso para atribuição da concessão da RND
aos agentes do SEN em geral e, em particular, aos interessados
em novos meios de produção, designadamente através da O concurso para atribuição da concessão da RND
sua publicitação no sítio na Internet do operador da RNT. processa-se de acordo com um caderno de encargos e o
2 — O operador da RNT deve também disponibilizar respetivo programa aprovados pelo membro do Governo
nesses documentos: responsável pela área da energia, tendo em conta os prin-
cípios gerais aplicáveis aos concursos.
a) Informação sobre as condições gerais dessas redes
que possibilitem uma primeira análise das possibilidades Artigo 40.º
de ligação;
b) Informação atualizada relativa às possibilidades de Planeamento da RND
ligação de novos meios de produção tendo presente o 1 — Para os efeitos do disposto na alínea e) do n.º 2 do
mencionado nos relatórios de monitorização da segurança artigo 35.º e no artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
do abastecimento referidos no artigo 32.º; 15 de fevereiro, o planeamento da RND integra os seguin-
c) Eventuais limitações, devidamente justificadas, de tes instrumentos:
valores máximos de injeção de potência decorrentes de
limitações técnicas relacionadas com a segurança, a es- a) A caracterização da RND;
tabilidade e a fiabilidade de funcionamento da rede e do b) O plano de desenvolvimento e investimento da rede
sistema produtor. de distribuição (PDIRD).
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(101)

2 — A caracterização da RND deve conter a informação 10 — O membro do Governo responsável pela área da
técnica que permita conhecer a situação da rede, designa- energia decide sobre a aprovação do PDIRD no prazo de
damente a capacidade instalada nas subestações. 30 dias a contar da data da receção da sua proposta final.
3 — O operador da RND deve elaborar o PDIRD, nos 11 — O membro do Governo responsável pela área da
anos pares. energia pode, fundamentadamente, recusar a aprovação
4 — No processo de elaboração do PDIRD, o operador do PDIRD no caso de a respetiva proposta final não con-
da RND deve ter em consideração, para além dos elemen- templar as alterações determinadas pela DGEG ou nos
tos referidos no artigo 41.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de pareceres da ERSE ou do operador da RNT e de não prever
15 de fevereiro, os seguintes elementos: investimentos necessários ao cumprimento dos objetivos
a) A caracterização da RND, ao abrigo do disposto no de política energética.
n.º 2; 12 — Cabe à ERSE acompanhar e fiscalizar a calenda-
b) O RMSA mais recente; rização, orçamentação e execução dos projetos de investi-
c) Os padrões de segurança para planeamento da RND mento na RND previstos no PDIRD, que ficam sujeitos ao
e as demais exigências técnicas e regulamentares; seu parecer vinculativo, no âmbito das suas atribuições, não
d) As solicitações de reforço de capacidade de entrega podendo este parecer versar sobre questões estratégicas de
formuladas pelos concessionários das redes BT e as licen- desenvolvimento da rede ou relacionadas com a segurança
ças de produção atribuídas, bem como outros pedidos de do abastecimento.
ligação à rede de centros eletroprodutores.
Artigo 41.º
5 — O PDIRD deve ser compatível com o PDIRT e Informação a disponibilizar no PDIRD
incluir a identificação dos principais desenvolvimentos e na caracterização da RND
futuros da expansão da rede.
1 — Os documentos relativos aos instrumentos de pla-
Artigo 40.º-A neamento referidos no artigo 40.º devem ser disponibili-
zados aos intervenientes no SEN e aos interessados em
Procedimento de elaboração do PDIRD novos meios de produção, designadamente através da sua
1 — O operador da RND deve apresentar a proposta publicitação no sítio na Internet do operador da RND.
de PDIRD à DGEG até ao final de abril de cada ano par. 2 — O operador da RND deve também disponibilizar
2 — Recebida a proposta de PDIRD, a DGEG procede nesses documentos:
à sua apreciação, tendo em conta as necessidades de in- a) Informação sobre as condições gerais das redes que
vestimento para assegurar níveis adequados de segurança possibilitem uma primeira análise das possibilidades de
do abastecimento energético e o cumprimento de outras ligação;
metas de política energética, determinando, se necessário, b) Informação atualizada relativa às possibilidades de
a introdução de alterações às referidas propostas. ligação de novos meios de produção.
3 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta
de PDIRD, a DGEG notifica a sua apreciação ao operador 3 — Sem prejuízo do disposto na alínea h) do n.º 2 do
da RND, o qual, no caso de determinação de eventuais
artigo 35.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro,
alterações, dispõe do prazo de 30 dias para enviar à DGEG
o operador da RND deve preservar a confidencialidade das
uma proposta de PDIRD que contemple as referidas al-
terações. informações comercialmente sensíveis obtidas no exercício
4 — A DGEG comunica a proposta de PDIRD ao ope- das suas atividades e assegurar que a disponibilização de
rador da RNT para emissão de parecer no prazo de 60 dias. quaisquer informações relativas às suas próprias atividades
5 — A DGEG comunica ainda a referida proposta à que possam representar uma vantagem comercial seja feita
ERSE, a qual deve promover a respetiva consulta pública de forma não discriminatória.
pelo prazo de 30 dias.
6 — Findo o período de consulta pública, a ERSE emite Artigo 42.º
parecer sobre a proposta de PDIRD no prazo de 30 dias, Regime das concessões de distribuição de eletricidade em BT
enviando-o, nesse mesmo prazo, ao operador da RND e
à DGEG. 1 — As concessões de distribuição de eletricidade em
7 — No parecer referido no número anterior, a ERSE BT correspondem a concessões dos municípios atribuí-
pode determinar alterações à proposta de PDIRD, tendo das pelos órgãos competentes de cada município ou de
em vista, designadamente, assegurar a adequada cobertura associações de municípios na sequência da realização de
das necessidades de investimento identificadas no processo concurso público.
de consulta pública, a promoção da concorrência e a ne- 2 — A concessão é exercida em regime de serviço
cessidade de compatibilização com o PDIRT. público, sendo as suas atividades e as instalações que a
8 — Com base nos pareceres emitidos pela ERSE e pelo integram consideradas, para todos os efeitos, de utilidade
operador da RNT, o operador da RND elabora a proposta pública.
final do PDIRD, enviando-a à DGEG no prazo de 30 dias 3 — As atividades da concessão não prejudicam o exer-
após a emissão dos pareceres da ERSE e do operador da cício por terceiros do direito de acesso à rede, nos termos
RNT. do Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações.
9 — No prazo de 30 dias após a receção da proposta fi- 4 — A concessão tem a duração de 20 anos contados a
nal do PDIRD, a DGEG envia-a para aprovação do membro partir da data da celebração do respetivo contrato.
do Governo responsável pela área da energia, acompanhada 5 — As bases das concessões das redes de distribuição
dos pareceres da ERSE e do operador da RNT, bem como de eletricidade em BT constam do anexo V do presente
os resultados da consulta pública. decreto-lei, que dele faz parte integrante.
5588-(102) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Artigo 43.º Artigo 47.º


Concurso para atribuição das concessões das redes Procedimento para o registo de comercialização
municipais de distribuição em BT
1 — O pedido de registo é apresentado no balcão único
1 — Os concursos para atribuição das concessões das eletrónico dos serviços referido no artigo 6.º do Decreto-
redes municipais de distribuição em BT processam-se de -Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, devendo ser dirigido à
acordo com um caderno de encargos e respetivo programa DGEG e incluir a identificação completa do requerente,
aprovados pelo concedente, ouvida a ERSE, tendo em conta com menção do nome ou firma, do número de identificação
os princípios gerais aplicáveis aos concursos públicos. fiscal, domicílio profissional ou sede, do estabelecimento
2 — No caso de o concurso público ficar deserto, a principal no território nacional, quando este exista, bem
concessão pode ser atribuída mediante ajuste direto, no- como o número do telefone, fax e endereço eletrónico.
meadamente à entidade concessionária da RND. 2 — Os interessados devem instruir o seu pedido de
registo com os seguintes elementos:
Artigo 44.º
a) Cópia de documento de identificação ou, no caso de
Pagamento aos municípios o interessado ser uma pessoa coletiva, código de acesso
1 — Os municípios têm direito a uma renda, devida pela à certidão permanente de registo comercial ou cópia dos
exploração da concessão, nos termos a estabelecer em decreto- respetivos estatutos quando a sede se localizar fora do
-lei, ouvida a Associação Nacional de Municípios Portugueses. território nacional;
2 — A renda prevista no número anterior é incluída nas b) Declaração de habilitação e de não impedimento para
tarifas de uso das redes de distribuição em BT nos termos o exercício da atividade de comercialização de acordo
previstos no Regulamento Tarifário. com o anexo VI do presente decreto-lei, que dele faz parte
3 — A renda referida nos números anteriores pode ser integrante;
substituída por outros mecanismos que não penalizem c) Declaração do requerente de que tomou conhecimento
os direitos dos municípios, após audição da Associação das obrigações decorrentes do Decreto-Lei n.º 29/2006, de
Nacional de Municípios Portugueses e da ERSE. 15 de fevereiro, do presente decreto-lei e demais legislação
e regulamentação aplicáveis, identificadas na informação
disponibilizada no balcão único referido no artigo 6.º do
CAPÍTULO V Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e de que as res-
peita integralmente;
Comercialização de eletricidade d) Autorização de divulgação das informações constan-
tes do pedido de registo;
SECÇÃO I e) Documento contendo a identificação dos meios utili-
zados para o cumprimento das obrigações perante os con-
Disposição geral
sumidores, nomeadamente no que respeita à comunicação
e interface com os clientes e à qualidade de serviço, bem
Artigo 45.º como para a compensação e liquidação das suas respon-
Condição de exercício sabilidades.
1 — A comercialização de eletricidade efetua-se nos
3 — As declarações exigidas aos requerentes do registo
termos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de
devem ser assinadas sob compromisso de honra pelos
fevereiro, no presente decreto-lei e demais legislação e
mesmos ou respetivos representantes legais.
regulamentação aplicáveis.
4 — Após a receção do pedido de registo, a DGEG
2 — A atividade de comercialização de eletricidade é
verifica a conformidade do mesmo com o disposto nos nú-
exercida em regime de livre concorrência, estando sujeita
meros anteriores e, se for caso disso, solicita ao requerente
a registo, nos termos da secção II do presente capítulo.
a apresentação dos elementos em falta ou complementares,
3 — A atividade de comercialização de último recurso
fixando um prazo razoável para o efeito, comunicando que
é regulada, estando sujeita a licença, nos termos previstos
a referida solicitação determina a suspensão do prazo de
na secção III do presente capítulo.
decisão e alertando para o facto de que a sua não satisfação,
4 — A atividade do facilitador de mercado é regulada,
no prazo fixado, determina a rejeição liminar do pedido.
estando sujeita a licença nos termos previstos na secção IV
5 — Concluída a instrução do procedimento, a DGEG
do presente capítulo.
profere decisão sobre o pedido de registo apresentado pelo
requerente, fixando, no caso de deferimento, as condições
SECÇÃO II a que o mesmo fica sujeito.
6 — O pedido de registo considera-se tacitamente de-
Atividade de comercialização sujeita a registo
ferido se a DGEG não se pronunciar no prazo de 30 dias
contados da data da sua apresentação, sem prejuízo da
Artigo 46.º
suspensão desse prazo, no caso de solicitação, nos termos
Conteúdo do registo de comercialização do n.º 4, de elementos em falta ou complementares, até à
data de apresentação desses elementos pelo requerente.
O registo para o exercício da atividade de comercia-
7 — Em caso de deferimento tácito os elementos re-
lização de eletricidade deve conter, nomeadamente, os
feridos nas alíneas a) e b) do artigo anterior são automa-
seguintes elementos:
ticamente inscritos no registo de comercializadores de
a) A identificação do titular; eletricidade.
b) A data e número de ordem do registo; 8 — A DGEG deve indeferir o pedido de registo, após
c) (Revogada.) audiência prévia do requerente nos termos previstos nos
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(103)

artigos 100.º e seguintes do CPA, caso se verifiquem si- mercialização, tal como evidenciado nas declarações e
tuações de não habilitação ou de impedimento previstas documentos previstos no n.º 2 do artigo anterior;
no anexo VI do presente decreto-lei ou de não disposição m) Apresentar propostas de fornecimento de eletricidade
dos meios necessários ao cumprimento das obrigações para as quais disponha de oferta a todos os clientes que o
impostas à atividade de comercialização. solicitem, dentro da área geográfica da sua atuação, nos ter-
9 — Pelos custos de apreciação do pedido de registo e mos previstos no Regulamento das Relações Comerciais,
da efetivação do registo é devida uma taxa que reverte a com respeito pelos princípios estabelecidos na legislação
favor da DGEG, cujo montante é fixado por portaria do da concorrência.
membro do Governo responsável pela área da energia.
Artigo 49.º
Artigo 47.º-A Extinção e transmissão do registo de comercialização
Listagem de comercializadores de eletricidade registados
1 — O registo da atividade de comercialização de
A DGEG divulga no balcão único eletrónico dos servi- eletricidade não está sujeito a prazo de duração, sem
ços referido no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de prejuízo da sua extinção nos termos do presente decreto-lei.
26 de julho, e no seu sítio na Internet, a lista atualizada dos 2 — O registo da atividade de comercialização de ele-
comercializadores de eletricidade reconhecidos nos termos tricidade extingue-se por caducidade ou por revogação.
do presente diploma, com indicação do nome ou firma, 3 — A extinção do registo por caducidade ocorre em
domicílio profissional ou sede, telefone, fax, endereço caso de morte, dissolução, cessação da atividade ou aprova-
eletrónico e data do respetivo registo. ção da liquidação da sociedade em processo de insolvência
e recuperação de empresas.
Artigo 48.º 4 — Para além das situações previstas na lei, o registo
pode ser revogado pela DGEG, na sequência de audiência
Direitos e deveres dos comercializadores de eletricidade prévia do requerente nos termos do CPA, quando se ve-
1 — Constitui direito dos comercializadores de eletri- rifique a falsidade dos dados e declarações prestados no
cidade o exercício da atividade, nos termos da legislação respetivo pedido ou o seu titular faltar ao cumprimento
e da regulamentação aplicáveis. dos deveres relativos ao exercício da atividade, nomea-
2 — O titular de registo de comercialização de eletri- damente quando:
cidade tem os deveres estabelecidos na legislação e na a) Não cumprir as determinações impostas pelas auto-
regulamentação aplicáveis e, nomeadamente, os seguintes: ridades administrativas;
a) Cumprir todas as normas legais e regulamentares b) Violar reiteradamente o cumprimento das disposi-
aplicáveis ao exercício da atividade; ções legais e regulamentares aplicáveis ao exercício da
b) Garantir níveis elevados de proteção dos consumi- atividade;
dores, de acordo com o previsto no anexo VII do presente c) Não cumprir, reiteradamente, com o envio da infor-
decreto-lei, que dele faz parte integrante; mação estabelecida na legislação e na regulamentação
c) Enviar às entidades competentes a informação pre- aplicáveis;
vista na legislação e na regulamentação aplicáveis; d) Não iniciar o exercício da atividade no prazo de um
d) Enviar, de dois em dois anos, e igualmente através ano após o seu registo, ou, tendo iniciado o seu exercício,
do balcão único eletrónico dos serviços, a informação o interromper por igual período, sendo esta inatividade
atualizada prevista no n.º 2 do artigo anterior; confirmada pelo operador da RNT.
e) Assegurar a prestação de informações transparentes
sobre os preços e tarifas aplicáveis e as condições normais 5 — O registo pode ainda ser revogado pela DGEG
de acesso e utilização dos seus serviços; na sequência de declaração de renúncia apresentada pelo
f) Prestar a demais informação devida aos clientes, respetivo titular, através do balcão único referido no ar-
nomeadamente sobre as opções tarifárias mais apropria- tigo 6.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e com a
das ao seu perfil de consumo, para além da informação antecedência mínima de quatro meses relativamente à data
identificada no artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, pretendida para a produção dos respetivos efeitos, devendo
de 26 de julho; a DGEG, nessa data, proceder à revogação do registo.
g) Emitir faturação discriminada de acordo com as nor- 6 — O registo da atividade de comercialização é pessoal
mas aplicáveis; e intransmissível, com exceção das situações de reestru-
h) Proporcionar aos seus clientes meios de pagamento turação societária.
diversificados;
i) Não discriminar entre clientes e atuar com transpa- Artigo 50.º
rência nas suas operações; Informação sobre preços de comercialização de eletricidade
j) Facultar, a todo o momento e de forma gratuita, o
acesso do cliente aos seus dados de consumo, bem como 1 — Os comercializadores ficam obrigados a enviar à
o acesso a esses dados, mediante acordo do cliente, por ERSE, anualmente e sempre que ocorram alterações, nos
outro comercializador; termos do Regulamento de Relações Comerciais, uma
k) Disponibilizar aos clientes, a título gratuito, informa- tabela dos preços de referência que se propõem praticar
no âmbito da comercialização de eletricidade.
ção periódica sobre o seu consumo e custos efetivos, com
2 — Os comercializadores ficam, ainda, obrigados a:
vista à criação de incentivos para economias de energia;
l) Manter a situação de habilitação e de não impedi- a) Publicitar os preços de referência relativos aos for-
mento, bem como os meios necessários ao cumprimento necimentos em BT que praticam, designadamente nos
das obrigações impostas ao exercício da atividade de co- respetivos sítios na Internet e em conteúdos promocionais;
5588-(104) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

b) Enviar de seis em seis meses à ERSE os preços praticado no consumidor final, respetivos consumos e
efetivamente praticados a todos os clientes no semestre número de clientes, para os diversos segmentos ou bandas
anterior. de consumo nos diversos tipos de clientes;
b) Até ao final do mês de janeiro, informação relativa ao
3 — As faturas de eletricidade emitidas pelos comer- nível de tributação, incluindo os encargos não fiscais que
cializadores devem conter os elementos necessários a uma cubram os custos do sistema e as obrigações de serviço
completa, clara e adequada compreensão dos valores fa- público, assim como uma discriminação dos preços da
turados, nos termos fixados no Regulamento de Relações eletricidade nas suas diversas componentes;
Comerciais. c) Qualquer outra informação complementar que a
4 — A ERSE deve publicitar, no seu sítio na Internet, DGEG entenda como necessária para o exercício das suas
os preços de referência dos comercializadores para os competências em matéria estatística.
fornecimentos em BT, podendo complementar esta pu-
blicitação com outros meios adequados, designadamente 2 — A DGEG está obrigada a manter a confidenciali-
folhetos, tendo em vista informar os consumidores das dade da informação recebida ao abrigo do número anterior.
diversas opções ao nível de preços existentes no mer-
cado por forma a que estes, em cada momento, possam
Artigo 50.º-B
optar pelas melhores condições oferecidas pelo mercado.
5 — A informação prevista no presente artigo fica su- Informação centralizada aos consumidores
jeita a supervisão da ERSE, ficando os comercializadores
obrigados a facultar-lhe toda a documentação necessária e o 1 — A ERSE publica, na plataforma centralizada a que
acesso direto aos registos que suportam esta informação. se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 6.º do Decreto-Lei
6 — Os comercializadores ficam igualmente obrigados n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, as seguintes informa-
a manter, pelo menos durante um período de cinco anos, ções:
os registos relativos a todas as transações relevantes de a) Direitos e deveres dos consumidores;
contratos de fornecimento de eletricidade com clientes b) Os preços de referência relativos aos fornecimentos
grossistas e operadores de redes de transporte e distribui- em BT de todos os comercializadores;
ção, assim como os respetivos suportes contratuais, ficando c) Legislação em vigor;
estes auditáveis e sujeitos à supervisão da ERSE no âmbito d) A identificação dos meios à disposição dos consu-
das suas obrigações e competências. midores para o tratamento de reclamações e resolução
7 — A informação referida no número anterior deve extrajudicial de litígios.
especificar as características das transações relevantes,
tais como as relativas à duração, entrega e regularização, 2 — A plataforma referida no número anterior é gerida
quantidade e hora de execução, preços de transação e outros
e disponibilizada pela ERSE diretamente no seu sítio na
meios, sendo os métodos e disposições para a manutenção
dos registos objeto de regulamentação da ERSE, tendo Internet.
em consideração as orientações adotadas pela Comissão
Europeia. Artigo 50.º-C
8 — Com o objetivo de estabelecer uma referência para Reclamações e pedidos de clientes
os consumidores, e de os apoiar na contratação do forne-
cimento de energia elétrica, a ERSE deve elaborar, todos 1 — Sem prejuízo dos casos em que haja lugar à apli-
os anos, um relatório indicando os preços recomendados cação do regime previsto no Decreto-Lei n.º 156/2005, de
para o fornecimento em BT, os quais, para os efeitos aqui 15 de setembro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 371/2007,
previstos, resultam da soma das tarifas de acesso às re- de 6 de novembro, 118/2009, de 19 de maio, e 317/2009,
des, tal como definidas no Regulamento Tarifário, com de 30 de outubro, os comercializadores devem implementar
os custos de referência da atividade de comercialização procedimentos adequados ao tratamento célere e harmo-
e com os custos médios de referência para a aquisição de nizado de reclamações e pedidos de informação que lhe
energia elétrica. sejam apresentados pelos clientes.
9 — Para os efeitos do número anterior, o custo de refe- 2 — Os procedimentos previstos no número anterior
rência da atividade da comercialização é determinado com devem permitir que as reclamações e pedidos apresentados
base na informação respeitante aos proveitos permitidos sejam decididos, de modo justo e rápido, de preferência no
ao comercializador de último recurso, no âmbito de uma prazo de três meses, prevendo um sistema de reembolso e
gestão criteriosa e eficiente. de indemnização por eventuais prejuízos.
10 — Para os efeitos do n.º 8, os custos médios de refe- 3 — Os requisitos a observar nos procedimentos referi-
rência para a aquisição de energia elétrica são determinados dos no número anterior são definidos na regulamentação
de acordo com o mecanismo de aprovisionamento eficiente da ERSE.
de energia elétrica por parte do comercializador de último 4 — Os comercializadores devem apresentar à ERSE,
recurso previsto no Regulamento Tarifário. anualmente, através do balcão único eletrónico dos servi-
ços, um relatório com a descrição das reclamações apre-
Artigo 50.º-A sentadas bem como o resultado das mesmas, nos termos
Informação para fins estatísticos previstos no Regulamento da Qualidade de Serviço.
5 — A ERSE publica na plataforma referida no ar-
1 — Os comercializadores ficam ainda obrigados a en- tigo 50.º-B as conclusões dos relatórios apresentados nos
viar à DGEG a informação seguidamente indicada: termos do número anterior, com a indicação do volume
a) Até ao final do mês seguinte ao fim de cada semestre, de reclamações recebidas pela ERSE e a identificação do
o preço médio, ponderado com a estrutura de consumos, comercializador em causa.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(105)

Artigo 50.º-D cumprimento das condições e dos deveres estabelecidos


Resolução extrajudicial de conflitos
no presente decreto-lei e na demais legislação aplicável.
4 — A atribuição de novas licenças de comercializador
Sem prejuízo do recurso aos tribunais e às entidades de último recurso fica dependente da sua prévia sujeição
responsáveis pela defesa e promoção dos direitos dos a procedimento concorrencial, cujas peças são aprovadas
consumidores, os litígios de consumo podem ser sujei- por despacho do membro do Governo responsável pela
tos a arbitragem necessária, nos termos previstos no ar- área da energia.
tigo 15.º da Lei n.º 23/96, de 26 de julho, alterada pelas
Leis n.os 12/2008, de 26 de fevereiro, 24/2008, de 2 de Artigo 53.º
junho, 6/2011, de 10 de março, e 44/2011, de 22 de junho. Direitos e deveres do comercializador de último recurso

Artigo 51.º 1 — Constitui direito dos titulares de licenças de co-


mercialização de último recurso o exercício da atividade
Reconhecimento de comercializadores licenciada, nos termos da legislação e da regulamentação
1 — No âmbito do funcionamento de mercados cons- aplicáveis.
tituídos ao abrigo de acordos internacionais de que o Es- 2 — Pelo exercício da atividade de comercialização de
tado Português seja parte signatária, o reconhecimento da último recurso é assegurada uma remuneração, nos termos
qualidade de comercializador por uma das partes significa do Regulamento Tarifário, que assegure o equilíbrio eco-
o reconhecimento automático pela outra, nos termos pre- nómico e financeiro da atividade licenciada, em condições
vistos nos respetivos acordos. de uma gestão eficiente.
2 — O reconhecimento da qualidade de produtor de 3 — São, nomeadamente, deveres dos comercializado-
eletricidade no seu território por uma das partes significa, res de último recurso:
de igual forma, o reconhecimento automático pela outra, a) Prestar o serviço público universal de fornecimento de
para os efeitos de venda de eletricidade quer através de eletricidade, enquanto vigorarem as tarifas reguladas ou as
contratos bilaterais quer através da participação em mer- tarifas transitórias legalmente estabelecidas e, após a extinção
cados organizados. destas, fornecer eletricidade aos clientes finais economi-
3 — Compete à DGEG efetuar o registo dos comercia- camente vulneráveis, nos termos da legislação aplicável;
lizadores reconhecidos nos termos dos números anteriores, b) Adquirir energia nas condições estabelecidas na lei;
mediante protocolo a celebrar com as entidades admi- c) Assegurar o fornecimento de eletricidade em locais
nistrativas dos países de origem, nos termos dos acordos onde não exista oferta dos comercializadores de eletri-
realizados. cidade em regime de mercado, pelo tempo em que essa
4 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, ausência se mantenha;
o comercializador ou produtor registado nos termos do d) Fornecer eletricidade aos clientes cujo comercializa-
presente artigo tem os mesmos deveres do comercializador dor tenha ficado impedido de exercer a atividade de comer-
registado na sequência do pedido referido no artigo 47.º cializador de eletricidade, nos termos dos n.os 6 a 8;
e) Enviar às entidades competentes a informação pre-
Artigo 51.º-A vista na legislação e na regulamentação aplicáveis;
f) Cumprir todas as disposições legais e regulamentares
Comercializador de último recurso aplicáveis ao exercício da atividade.
1 — A atividade de comercializador de último recurso
é exercida nos termos estabelecidos no Decreto-Lei 4 — Nas situações previstas nas alíneas c) e d) do nú-
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, e no presente decreto-lei. mero anterior, o comercializador de último recurso aplica
2 — Considera-se comercializador de último recurso as tarifas reguladas ou as tarifas transitórias legalmente
aquele que estiver sujeito às obrigações de serviço público estabelecidas e, após a extinção destas, o preço equiva-
universal previstas no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de lente à soma das parcelas relevantes da tarifa que serve
fevereiro, e demais legislação aplicável. de base ao cálculo da tarifa social de fornecimento de
3 — O comercializador de último recurso assegura ainda eletricidade, nos termos do Decreto-Lei n.º 138-A/2010,
a aquisição da eletricidade produzida pelos produtores em de 28 de dezembro.
regime especial que beneficiem de remuneração garantida 5 — Verificando-se a situação prevista na alínea d) do
nos termos da lei. n.º 3, os comercializadores devem notificar a ocorrência ao
comercializador de último recurso, o qual, recebida a noti-
ficação, envia uma carta registada aos clientes abrangidos,
SECÇÃO III dando conhecimento de que é a entidade responsável pelo
Comercializador de último recurso fornecimento de eletricidade durante um período máximo
de dois meses, devendo os clientes até ao final desse pe-
Artigo 52.º ríodo contratualizar com um comercializador registado o
fornecimento de eletricidade.
Atribuição de licença de comercialização de último recurso 6 — Se se verificar ausência de alternativa de comer-
1 — Considera-se atribuída a licença de comercializa- cializadores registados decorrido o período previsto no
ção de último recurso às entidades referidas no artigo 73.º número anterior, é aplicável o disposto na alínea c) do n.º 3.
do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro. 7 — O comercializador de último recurso deve observar
2 — (Revogado.) os seguintes critérios de independência:
3 — As entidades às quais sejam atribuídas as licenças a) Os administradores e os quadros de gestão do co-
de comercialização de último recurso ficam obrigadas ao mercializador de último recurso não podem integrar os
5588-(106) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

órgãos sociais ou participar nas estruturas de empresas que energia produzida pelos produtores de eletricidade em
exerçam quaisquer outras atividades do SEN, sem prejuízo regime especial com remuneração garantida nos termos
do estabelecido no n.º 8 do artigo 36.º do Decreto-Lei da lei e o custo real incorrido nas restantes formas de
n.º 29/2006, de 15 de fevereiro; aquisição previstas no n.º 1 é repercutida na tarifa de uso
b) Cada comercializador de último recurso deve dispor de global de sistema, nos termos a estabelecer no Regula-
um código de boa conduta que assegure princípios de inde- mento Tarifário.
pendência funcional da gestão e proceder à sua publicitação. 7 — O comercializador de último recurso que adquira
eletricidade em quantidade excedentária face às suas ne-
8 — O comercializador de último recurso está sujeito cessidades deve revendê-la em mercado, em condições a
à regulação da ERSE, nos termos do Regulamento de definir no âmbito do Regulamento das Relações Comer-
Relações Comerciais, do Regulamento da Qualidade de ciais e no Regulamento Tarifário.
Serviço, do Regulamento Tarifário, do Regulamento de
Acesso às Redes e às Interligações e da demais regula- SECÇÃO IV
mentação aplicável.
Facilitador de mercado
Artigo 54.º
Artigo 55.º-A
Extinção e transmissão de licença de comercialização
de último recurso Facilitador de mercado
Sem prejuízo da caducidade prevista no n.º 2 do ar- 1 — A atividade do facilitador de mercado é exercida
tigo 73.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, nos termos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de
à extinção e transmissão da licença de comercialização 15 de fevereiro, e no presente decreto-lei.
de último recurso aplicam-se, com as devidas adaptações, 2 — O facilitador de mercado fica obrigado a adquirir
as disposições referidas no artigo 49.º, com exceção do a energia produzida pelos centros eletroprodutores em
disposto no n.º 5 do mesmo artigo. regime especial abrangidos pelo regime remuneratório
geral, designadamente o previsto na alínea a) do n.º 1 do
Artigo 55.º artigo 33.º-G, que pretendam vender-lhe a referida ener-
Aquisição de eletricidade pelo comercializador de último recurso
gia, ficando ainda obrigado à colocação da mesma em
mercado.
1 — Com vista a garantir o abastecimento a preços ra- 3 — A atividade do facilitador de mercado deve obe-
zoáveis, fácil e claramente comprováveis e transparentes, decer às condições estabelecidas no presente decreto-lei e
o comercializador de último recurso, constituído ao abrigo em legislação complementar, no Regulamento Tarifário, no
do n.º 1 do artigo 52.º: Regulamento de Relações Comerciais e no Regulamento
a) Deve adquirir a eletricidade produzida pelos produ- da Qualidade de Serviço.
tores em regime especial que beneficiem de remuneração
garantida nos termos da lei; Artigo 55.º-B
b) Deve adquirir a eletricidade para abastecer os seus Atribuição de licença de facilitador de mercado
clientes através de mecanismos de mercado, nomeada-
mente através de leilões, em condições a estabelecer por 1 — A atribuição da licença de facilitador de mercado
portaria do membro do Governo responsável pela área fica dependente da sua prévia sujeição a procedimento
da energia; concorrencial, cujas peças são aprovadas por despacho do
c) Pode adquirir eletricidade para abastecer os seus membro do Governo responsável pela área da energia.
clientes em mercados organizados; 2 — A entidade à qual seja atribuída a licença de fa-
d) Pode adquirir eletricidade através de contratos bi- cilitador de mercado fica obrigada ao cumprimento das
laterais ou através de mecanismos regulados, em ambos condições e dos deveres estabelecidos no presente decreto-
os casos previamente aprovados pela ERSE, nos termos -lei e na demais legislação aplicável.
estabelecidos no Regulamento de Relações Comerciais.
Artigo 55.º-C
2 — A obrigação prevista na alínea a) do número ante- Direitos e deveres do facilitador de mercado
rior não se aplica aos distribuidores em BT, na sua quali-
1 — Constitui direito do titular de licença de facilitador
dade de comercializadores de último recurso, nos termos do
de mercado o exercício da atividade licenciada, nos termos
artigo 73.º do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro.
da legislação e da regulamentação aplicáveis.
3 — O comercializador de último recurso deve gerir as
2 — Pelo exercício da atividade de facilitador de mer-
diferentes formas de contratação referidas no n.º 1 e aprova-
cado é devida uma remuneração, nos termos do Regula-
das pela ERSE para adquirir energia ao menor custo possível.
mento Tarifário, que assegure o equilíbrio económico e
4 — A ERSE fixa, no princípio de cada ano, os custos
financeiro da atividade licenciada, em condições de uma
estimados para a aquisição de eletricidade a aplicar na
gestão eficiente.
definição das tarifas do comercializador de último recurso.
3 — São, nomeadamente, deveres dos facilitadores de
5 — A diferença entre os custos reais de aquisição de
mercado:
energia elétrica pelo comercializador de último recurso e
os custos estimados a que se refere o número anterior é a) Adquirir energia nas condições estabelecidas na lei;
repercutida nas tarifas, nos termos a estabelecer no Regu- b) Enviar às entidades competentes a informação pre-
lamento Tarifário. vista na legislação e na regulamentação aplicáveis;
6 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a c) Cumprir todas as disposições legais e regulamentares
diferença entre os custos reais incorridos na aquisição de aplicáveis ao exercício da atividade.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(107)

4 — O facilitador de mercado está sujeito à regula- c) Fixar os critérios para a determinação dos índices
ção da ERSE, nos termos do Regulamento de Relações de preços referentes a cada um dos diferentes tipos de
Comerciais, do Regulamento da Qualidade de Serviço, contratos;
do Regulamento Tarifário, do Regulamento de Acesso d) Divulgar informação relativa ao funcionamento dos
às Redes e às Interligações e da demais regulamentação mercados de forma transparente e não discriminatória,
aplicável. devendo, nomeadamente, publicar informação, agregada
por agente, relativa a preços e quantidades transacionadas;
Artigo 55.º-D e) Comunicar ao operador da RNT toda a informação
relevante para a gestão técnica global do SEN e para a
Extinção e transmissão de licença de facilitador de mercado
gestão comercial da capacidade de interligação, nos termos
À extinção e transmissão da licença de facilitador de do Regulamento de Operação das Redes.
mercado aplicam-se as regras definidas nas peças do pro-
cedimento concorrencial previsto no n.º 1 do artigo 55.º-B 3 — (Revogado.)
e, subsidiariamente, com as devidas adaptações, as dispo- 4 — (Revogado.)
sições referidas no artigo 49.º
SECÇÃO VI
SECÇÃO V Operador logístico de mudança de comercializador
Mercado organizado
Artigo 58.º
Artigo 56.º Definição
Regime 1 — O operador logístico de mudança de comercializa-
1 — O mercado organizado corresponde a um sistema dor é a entidade que tem atribuições no âmbito da gestão
com diferentes modalidades de contratação que possibi- da mudança de comercializador de eletricidade, podendo
litam o encontro entre a oferta e a procura de eletricidade incluir, nomeadamente, a gestão dos equipamentos de
e de instrumentos cujo ativo subjacente seja eletricidade medida, a recolha de informação local ou à distância e o
ou ativo equivalente. fornecimento de informação sobre o consumo aos agentes
2 — O mercado organizado em que se realizam opera- de mercado.
ções a prazo sobre eletricidade ou ativo equivalente está 2 — O operador logístico de mudança de comercializa-
sujeito a autorização, mediante portaria dos membros do dor deve ser independente nos planos jurídico, organizativo
Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da energia, e da tomada de decisões relativamente a entidades que
nos termos do n.º 3 do artigo 207.º do Código dos Valores exerçam atividades no âmbito do SEN e estar dotado dos
Mobiliários. recursos, das competências e da estrutura organizativa
3 — A entidade gestora do mercado deve ser autorizada adequados ao seu funcionamento como fornecedor dos
pelo membro do Governo responsável pela área da ener- serviços associados à gestão da mudança de comercia-
gia e, nos casos em que a legislação assim obrigue, pelo lizador.
membro do Governo responsável pela área das finanças. 3 — As funções, as condições e os procedimentos apli-
4 — Podem ser admitidos como membros do mercado cáveis ao exercício da atividade de operador logístico de
organizado os intermediários financeiros, produtores em mudança de comercializador, bem como a data da sua
regime ordinário, comercializadores e outros agentes que entrada em funcionamento, são estabelecidos em legislação
complementar.
reúnam os requisitos previstos no n.º 2 do artigo 206.º
4 — O operador logístico de mudança de comercializa-
do Código dos Valores Mobiliários e demais requisitos
dor fica sujeito à regulação da ERSE, sendo a sua remu-
fixados pela entidade gestora do mercado, nos termos a
neração fixada nos termos do Regulamento de Relações
regulamentar por portaria dos membros do Governo res-
Comerciais e no Regulamento Tarifário.
ponsáveis pelas áreas das finanças e da energia desde que 5 — Os comercializadores em regime de mercado de-
em qualquer dos casos tenham celebrado contrato com vem fornecer ao operador logístico de mudança de comer-
um participante do sistema de liquidação das operações cializador informação relativa às situações de incumpri-
realizadas nesse mercado. mento das obrigações de pagamento previstas nos contratos
de fornecimento que tenham motivado a interrupção do
Artigo 57.º fornecimento e a resolução dos referidos contratos, nos
Operadores de mercado termos a prever em legislação complementar.
6 — O operador logístico de mudança de comercializa-
1 — Os operadores de mercado são as entidades res- dor pode ser comum para o SEN e para o SNGN.
ponsáveis pela gestão do mercado organizado e pela con-
cretização de atividades conexas, nos termos do número
seguinte e da legislação financeira aplicável aos mercados CAPÍTULO VI
em que se realizam operações a prazo.
2 — São deveres dos operadores de mercado, nome- Regulamentação
adamente:
Artigo 59.º
a) Gerir mercados organizados de contratação de ele-
Regulamentos
tricidade;
b) Assegurar que os mercados referidos na alínea ante- Sem prejuízo de outros regulamentos previstos em le-
rior sejam dotados de adequados serviços de liquidação; gislação sobre o setor da eletricidade, as atividades pre-
5588-(108) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

vistas no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, e Artigo 62.º


no presente decreto-lei estão sujeitas aos seguintes regu- Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações
lamentos:
1 — O Regulamento de Acesso às Redes e às Interliga-
a) Regulamento da Rede de Transporte;
ções estabelece as condições técnicas e comerciais segundo
b) Regulamento da Rede de Distribuição;
as quais se processa o acesso às redes de transporte e de
c) Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações;
distribuição e às interligações.
d) Regulamento de Operação das Redes;
2 — As entidades que tenham acesso às redes e às in-
e) Regulamento de Qualidade de Serviço;
f) Regulamento de Relações Comerciais; terligações, bem como os titulares destas instalações, fi-
g) Regulamento Tarifário; cam obrigadas ao cumprimento das disposições constantes
h) Regulamento da Segurança de Abastecimento e Pla- do Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações.
neamento;
i) Regulamento do Procedimento Administrativo de Artigo 63.º
Comunicação Prévia para a produção de eletricidade a Regulamento de Operação das Redes
partir de fontes de energia renováveis.
1 — O Regulamento de Operação das Redes estabelece
Artigo 60.º as condições que permitam a gestão dos fluxos de eletrici-
dade, assegurando a sua interoperacionalidade com as redes
Regulamento da Rede de Transporte a que esteja ligada, bem como os procedimentos destinados
1 — O Regulamento da Rede de Transporte especifica a garantir as suas concretização e verificação.
a constituição e a caracterização da rede de transporte 2 — O Regulamento de Operação das Redes estabe-
e estabelece as condições da sua exploração, nomeada- lece, também, as condições em que o operador da RNT
mente no que respeita ao controlo e operação, incluindo monitoriza as indisponibilidades dos grandes centros ele-
relacionamento com as entidades a ela ligadas, à realiza- troprodutores e monitoriza as cotas das grandes albufeiras,
ção de manobras e à execução de trabalhos e respetiva podendo, nos casos em que a garantia de abastecimento
manutenção. esteja em causa, alterar os planos de indisponibilidades
2 — O Regulamento da Rede de Transporte estabelece, dos centros eletroprodutores.
ainda, as condições técnicas gerais e particulares aplicáveis 3 — O Regulamento de Operação das Redes deve,
à ligação das instalações ligadas à rede de transporte, bem ainda, garantir o acesso dos operadores da rede à infor-
como aos sistemas de apoio, medição, proteção e ensaios mação das características técnicas das instalações ligadas
da referida rede e dessas mesmas instalações e, bem assim, à RNT ou RND que os habilitem à realização de análises
as condições e limitações à injeção de potência reativa e estudos técnicos necessários para o desempenho das
decorrentes da necessidade de assegurar a fiabilidade e suas funções.
segurança da rede.
3 — Para os efeitos da efetiva ligação à rede de trans- Artigo 64.º
porte, o Regulamento da Rede de Transporte deve prever Regulamento de Qualidade de Serviço
o meio e a forma contratual adequados para a formalização
das condições técnicas e de segurança de ligação à rede, 1 — O Regulamento de Qualidade de Serviço estabelece
assim como, no caso dos produtores em regime especial, os padrões de qualidade de serviço de natureza técnica e
das demais condições necessárias. comercial.
4 — Os utilizadores da RNT ficam obrigados ao cum- 2 — Os padrões de qualidade de serviço referidos no
primento das disposições constantes do Regulamento da número anterior podem ser globais ou específicos das di-
Rede de Transporte. ferentes categorias de clientes ou, ainda, variar de acordo
com circunstâncias locais.
Artigo 61.º 3 — Os intervenientes no SEN ficam obrigados ao cum-
primento das disposições constantes do Regulamento de
Regulamento da Rede de Distribuição Qualidade de Serviço.
1 — O Regulamento da Rede de Distribuição especifica
a constituição e a caracterização da rede de distribuição Artigo 65.º
e estabelece as condições da sua exploração, nomeada- Regulamento de Relações Comerciais
mente no respeitante ao controlo e operação, incluindo
o relacionamento com as entidades a ela ligadas, à rea- 1 — O Regulamento de Relações Comerciais estabelece
lização de manobras e execução de trabalhos e respetiva as regras de funcionamento das relações comerciais entre
manutenção. os vários intervenientes no SEN, bem como as condições
2 — O Regulamento da Rede de Distribuição estabelece, comerciais para ligação às redes públicas.
ainda, as condições técnicas gerais e particulares aplicáveis 2 — Os intervenientes no SEN ficam obrigados ao cum-
à ligação das instalações ligadas à rede de distribuição, bem primento das disposições constantes do Regulamento de
como aos sistemas de apoio, medição, proteção e ensaios Relações Comerciais.
da rede de distribuição e dessas mesmas instalações, bem
como as condições e limitações à injeção de potência rea- Artigo 66.º
tiva decorrentes da necessidade de assegurar a fiabilidade Regulamento Tarifário
e segurança das rede e a qualidade de serviço.
3 — Os utilizadores das redes de distribuição ficam 1 — O Regulamento Tarifário estabelece os critérios e
obrigados ao cumprimento das disposições constantes do os métodos para a formulação de tarifas, designadamente
Regulamento da Rede de Distribuição. as de acesso às redes e às interligações e aos serviços de
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(109)

sistema, bem como as tarifas de venda de eletricidade 7 — O Regulamento da Segurança de Abastecimento


do comercializador de último recurso, segundo os prin- e Planeamento é aprovado pelo diretor-geral de energia e
cípios definidos no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de geologia, ouvida a ERSE, sendo a sua aplicação da com-
fevereiro. petência da DGEG.
2 — O Regulamento Tarifário estabelece, ainda, as dis-
posições específicas aplicáveis à convergência tarifária
dos sistemas elétricos do continente e dos das Regiões CAPÍTULO VII
Autónomas dos Açores e da Madeira. Disposições finais e transitórias
3 — Sempre que os princípios definidos no artigo 61.º
do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, sejam pos- Artigo 68.º
tos em causa por alterações de titulares da concessão de
distribuição em BT, a ERSE pode estabelecer os meca- Taxas administrativas
nismos de regulação necessários à reposição daqueles 1 — Pelos atos previstos no presente decreto-lei rela-
princípios. tivos a licenças, registos, comunicações prévias e a con-
4 — O défice tarifário acumulado é recuperado nas cessões são devidas taxas, a estabelecer por portaria do
tarifas, no prazo de 10 anos a contar de 31 de dezembro membro do Governo responsável pela área da energia.
de 2007, sendo os respetivos montantes repartidos em 2 — (Revogado.)
prestações constantes durante o período de recuperação. 3 — (Revogado.)
4 — (Revogado.)
Artigo 66.º-A 5 — (Revogado.)
Regulamento da Segurança de Abastecimento e Planeamento 6 — (Revogado.)
7 — Os montantes cobrados constituem receita do Es-
1 — O Regulamento da Segurança de Abastecimento tado em 60 % e da entidade licenciadora em 40 %, salvo
e Planeamento define e concretiza a forma de cumpri- nos casos da competência dos municípios, em que a receita
mento das obrigações do operador da RNT e do operador cabe integralmente a estes.
da RNTGN em matéria de segurança de abastecimento, 8 — As receitas do Estado provenientes da cobrança das
planeamento energético e planeamento da RNT. taxas são afetas a um fundo de eficiência energética, nos
2 — O Regulamento previsto no número anterior define termos a definir por portaria dos ministros responsáveis
ainda o modo de estabelecimento dos padrões de segurança pelas áreas das finanças e da energia.
de abastecimento ao nível da produção e dos padrões de 9 — A cobrança coerciva das dívidas provenientes da
segurança para planeamento das redes. falta de pagamento das taxas faz-se através do processo
de execução fiscal, servindo de título executivo a certidão
Artigo 66.º-B passada pela entidade que prestar os serviços.
Regulamento do Procedimento Administrativo
de Comunicação Prévia Artigo 68.º-A
O Regulamento do Procedimento Administrativo de Gestão da procura e eficiência no consumo
Comunicação Prévia estabelece as regras aplicáveis à 1 — O Regulamento Tarifário pode prever a implemen-
apresentação, admissão e rejeição da comunicação prévia tação de planos de promoção da eficiência no consumo de
para a instalação de centros eletroprodutores a partir de energia, incluindo medidas de gestão da procura.
fontes de energia renováveis, bem como o regime jurídico 2 — O processo de valorização e seleção das medidas de
da emissão, transmissão, alteração e extinção do ato de promoção da eficiência no consumo de energia ao abrigo
admissão da comunicação prévia. dos planos previstos no número anterior deve ser objeto
de coordenação com os restantes instrumentos de política
Artigo 67.º energética.
Competência para a aprovação e a aplicação dos regulamentos 3 — Para os efeitos do disposto no número anterior, o
Governo aprova, mediante portaria do membro do Governo
1 — O Regulamento de Acesso às Redes e às Interliga- responsável pela área da energia, as regras de valorização,
ções, o Regulamento de Relações Comerciais, o Regula- hierarquização e seleção das medidas de eficiência no
mento Tarifário, o Regulamento de Operação das Redes consumo de energia, cabendo à ERSE, nos termos do n.º 1,
e o Regulamento da Qualidade de Serviço são aprovados a definição e implementação dos planos de promoção da
pela ERSE. eficiência no consumo de energia.
2 — A aplicação dos regulamentos referidos no número 4 — Os planos de promoção da eficiência no consumo
anterior é da competência da ERSE. de energia referidos no n.º 1 que sejam financiados pela
3 — O Regulamento da Rede de Transporte, o Regu- tarifa de uso global do sistema ou outra aplicável a todos
lamento da Rede de Distribuição e o Regulamento do os consumidores de energia não podem considerar elegí-
Procedimento Administrativo de Comunicação Prévia são veis medidas que, direta ou indiretamente, se destinem
aprovados por portaria do membro do Governo responsável a financiar a aquisição de equipamento de contagem de
pela área da energia, sob proposta da DGEG, precedida energia elétrica.
de consulta às entidades concessionárias, relativamente
aos dois primeiros. Artigo 69.º
4 — A aplicação dos regulamentos referidos no número
Rendas aos municípios
anterior é da competência da DGEG.
5 — (Revogado.) 1 — Enquanto não for publicado o decreto-lei previsto
6 — (Revogado.) no artigo 44.º, aplica-se, com as devidas adaptações,
5588-(110) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

designadamente as que decorrem do atual regime das Artigo 73.º


atividades de distribuição e de comercialização de ele- Atribuição das concessões
tricidade, a Portaria n.º 437/2001, de 28 de abril.
2 — Mediante proposta da ERSE e ouvida a Associação 1 — As concessões previstas no presente decreto-lei
Nacional de Municípios Portugueses, o membro do Go- consideram-se, nos termos estabelecidos no Decreto-Lei
verno responsável pela área da energia define, mediante n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, atribuídas às entidades que
portaria, as adaptações a que se refere o número anterior. à data da entrada em vigor do presente decreto-lei exerçam
as correspondentes atividades.
Artigo 70.º 2 — Os contratos de concessão e as licenças existentes
antes da data da entrada em vigor do presente decreto-lei
Situações transitórias decorrentes dos contratos devem ser modificados em tudo o que contrarie o nele
de aquisição de energia
disposto.
1 — Até que o processo de extinção dos contratos de 3 — A modificação do atual contrato de concessão da
aquisição de energia (CAE) esteja concluído, os centros RNT e a celebração do contrato de concessão da RND
eletroprodutores, relativamente aos quais os contratos vin- devem ocorrer no prazo de seis meses a contar a partir da
culados ainda se mantenham a produzir efeitos, continuam data da entrada em vigor do presente decreto-lei.
a operar de acordo com o estabelecido no respetivo contrato 4 — A modificação dos atuais contratos de concessão
e com o disposto no Decreto-Lei n.º 183/95, de 27 de julho, das redes de BT deve ocorrer no prazo de dois anos a
na redação que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.os 56/97, contar a partir da data da entrada em vigor do presente
de 14 de março, e 198/2000, de 24 de agosto. decreto-lei.
2 — Nos casos previstos no número anterior, a entidade
concessionária da RNT, ou a entidade que a substituir para Artigo 74.º
o efeito, deve efetuar a venda da energia elétrica adquirida (Revogado.)
no âmbito dos CAE que se mantenham em vigor através
de leilões de capacidade virtual de produção de energia Artigo 75.º
elétrica, nos termos e quantidades estabelecidos nos n.os 5
e 6, devendo, para as restantes quantidades, recorrer aos Servidões administrativas de linhas elétricas
mercados organizados ou à celebração de contratos bilate- 1 — O regime das servidões administrativas de linhas
rais, nos termos estabelecidos no Regulamento de Relações elétricas consta de legislação complementar, devendo o
Comerciais, sempre que tal se justifique para a otimização respetivo projeto ser submetido pela DGEG ao membro
da gestão da energia desses contratos. do Governo responsável pela área da energia no prazo de
3 — Compete à ERSE estabelecer as regras necessárias, um ano após a entrada em vigor do presente decreto-lei.
no âmbito do Regulamento Tarifário, para repercutir na 2 — Até à entrada em vigor da legislação referida no
tarifa de uso global do sistema ou noutra aplicável a todos número anterior, mantêm-se em vigor as disposições do
os consumidores de energia elétrica, a diferença entre os Decreto-Lei n.º 43 335, de 19 de novembro de 1960, na
encargos totais a pagar pela entidade concessionária da matéria relativa à implantação de instalações elétricas e à
RNT, ou a entidade que a substituir para o efeito, e as constituição de servidões.
receitas provenientes da venda da totalidade da energia
elétrica adquirida no âmbito dos CAE em vigor e dos Artigo 76.º
leilões de gás natural do contrato de aprovisionamento de
longo prazo, bem como os mecanismos de incentivos a Caracterização das redes e do plano de investimentos da RNT
aplicar à entidade concessionária da RNT, ou à entidade Até à publicação do relatório de monitorização e dos
que a substitua, para a eficiente otimização da gestão e dos instrumentos de planeamento referidos nos artigos 32.º
custos associados a estes contratos. e 36.º, mantêm-se como quadro de referência os atuais
4 — (Revogado.) instrumentos de caracterização das redes e o plano de
5 — Os leilões de capacidade virtual de produção de investimentos da RNT com as atualizações e adaptações
energia elétrica referidos no n.º 2 consistem em processos a introduzir pelo respetivo operador tendo em vista asse-
concorrenciais de licitação de opções de compra de uma gurar a boa gestão da rede e a evolução do SEN entretanto
determinada capacidade de produção de energia elétrica verificadas.
que podem ser exercidas ao longo de um período de en-
trega definido. Artigo 77.º
6 — Compete ao membro do Governo responsável pela
área da energia estabelecer, mediante portaria, as regras (Revogado.)
relativas à licitação das opções de compra e respetivos
preços de exercício, à capacidade objeto de leilão, aos Artigo 78.º
participantes autorizados, bem como as demais regras (Revogado.)
de organização e funcionamento dos leilões referidos no
número anterior. Artigo 78.º-A
Reconhecimento mútuo
Artigo 71.º
(Revogado.) 1 — Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, não pode haver
Artigo 72.º duplicação entre as condições exigíveis para o cumpri-
mento dos procedimentos de permissão administrativa para
(Revogado.) as atividades de transporte, distribuição, comercialização e
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(111)

operação de mercados de eletricidade reguladas no presente lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 33-A/2005, de 16 de
decreto-lei e os requisitos e os controlos equivalentes, ou fevereiro, a produção de eletricidade em regime ordinário.
comparáveis quanto à finalidade, a que o requerente já te-
nha sido submetido em Portugal ou noutro Estado membro Artigo 80.º
da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu. Entrada em vigor
2 — O disposto no número anterior não é aplicável
ao cumprimento das condições diretamente referentes às O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
instalações físicas localizadas em território nacional, nem ao da sua publicação.
aos respetivos controlos por autoridade competente.
ANEXO I
Artigo 78.º-B
[a que se refere a alínea c) do n.º 3 do artigo 8.º]
Validade de permissões administrativas
Os registos de comercializador de eletricidade, a licença Elementos do projeto de centro eletroprodutor em regime
ordinário e outros elementos instrutórios do pedido
de comercializador de último recurso e a autorização de
gestor de mercados organizados de eletricidade têm vali- 1 — O projeto, em triplicado, acompanhado pelo termo
dade em todo o território de Portugal Continental. de responsabilidade pela sua elaboração, deve compreender:
a) Memória descritiva:
Artigo 78.º-C
Desmaterialização de procedimentos
Memória descritiva e justificativa indicando a natureza,
a importância, a função e as características das instalações
1 — Todos os pedidos, comunicações e notificações, ou e do equipamento, as condições gerais do seu estabeleci-
em geral quaisquer declarações entre os interessados e as mento e da sua exploração, os sistemas de ligação à terra,
autoridades competentes nos procedimentos previstos no as disposições principais adotadas para a produção de
presente decreto-lei e respetiva legislação regulamentar re- eletricidade, sua transformação, transporte e utilização ou
lativos às atividades de transporte, distribuição, comercia- a origem e o destino da energia a transportar e as proteções
lização, operação de mercados de eletricidade e operação contra sobreintensidades e sobretensões e os seus cálculos,
logística de mudança de comercializador de eletricidade, quando se justifique;
excetuados os procedimentos regulatórios e sancionatórios, Descrição, tipos e características dos geradores de ener-
devem ser efetuados através do balcão único eletrónico gia elétrica, transformadores e aparelhagem de corte e
dos serviços, a que se refere o artigo 6.º do Decreto-Lei proteção, bem como das caldeiras, das turbinas e de outros
n.º 92/2010, de 26 de julho, ou da plataforma eletrónica equipamentos;
de contratação pública, acessível através daquele balcão, Identificação das coordenadas retangulares planas do
se e conforme ao caso aplicáveis. sistema Hayford-Gauss referidas ao ponto central Melriça
2 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla- (Datum 73) de todos os geradores;
taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
disposto no número anterior, pode ser utilizado qualquer b) Desenhos:
outro meio legalmente admissível. Planta geral de localização da instalação referenciada
por coordenadas e em escala não inferior a 1:25 000, de
Artigo 78.º-D acordo com a respetiva norma, indicando a localização das
Cooperação administrativa obras principais, tais como centrais geradoras, subestações,
postos de corte, postos de transformação, e referenciadas
As autoridades competentes nos termos do presente as vias públicas rodoviárias e ferroviárias, cursos de água,
decreto-lei participam na cooperação administrativa, no construções urbanas e linhas já existentes;
âmbito dos procedimentos relativos a prestadores de ser- Plantas, alçados e cortes, em escala conveniente, escolhida
viços estabelecidos em outro Estado membro da União de acordo com a EN-ISO 5455, dos locais da instalação,
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, nos termos com a disposição do equipamento elétrico e mecânico, em
do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, número e com o pormenor suficiente para poder verificar-se
nomeadamente através do Sistema de Informação do Mer- a observância das disposições regulamentares de segurança
cado Interno (IMI). (para instalação de potência instalada superior a 1 MW, estes
elementos apenas são apresentados com o pedido de vistoria);
Artigo 79.º Esquemas elétricos gerais das instalações projetadas,
Norma revogatória com a indicação de todas as máquinas e de todos os apa-
relhos de medida e proteção e comando, usando os sinais
1 — São revogados o Decreto-Lei n.º 183/95, de 27 de gráficos normalizados.
julho, com exceção das disposições relativas à utilização
do domínio hídrico constantes dos artigos 6.º, 7.º e 53.º, Todas as peças do projeto são rubricadas pelo técnico
bem como os Decretos-Leis n.os 184/95 e 185/95, também responsável, à exceção da última peça escrita, em que
de 27 de julho, 184/2003 e 185/2003, ambos de 20 de devem constar a assinatura, o nome por extenso e as refe-
agosto, 36/2004, de 26 de fevereiro, e 192/2004, de 17 de rências da sua inscrição na entidade competente.
agosto, sem prejuízo da vigência transitória do Decreto-Lei As peças escritas e desenhadas que constituírem o pro-
n.º 183/95 e do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 185/2003, jeto devem ter dimensões normalizadas, ser elaboradas e
para os efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 61.º dobradas de acordo com as normas em vigor e as regras
2 — Fica excluída do âmbito de aplicação do Decreto- da técnica e ser numeradas ou identificadas por letras e
-Lei n.º 312/2001, de 10 de dezembro, com a redação que algarismos.
5588-(112) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

2 — O projeto deve ainda ser acompanhado dos se- 2 — Todas as peças do projeto são rubricadas pelo téc-
guintes elementos: nico responsável, à exceção da última peça escrita, onde
deve constar o seu nome por extenso, a sua assinatura e
a) Comprovativo de se achar constituído no requerente as referências da inscrição da DGEG.
o direito de utilização dos terrenos necessários à implan- 3 — As peças escritas e desenhadas que constituírem o
tação da instalação e dos seus acessórios, exceto no caso projeto devem ter dimensões normalizadas, ser elaboradas
de centros hidroelétricos; e dobradas de acordo com as normas em vigor e regras
b) Descrição sobre a localização precisa da instalação, da técnica e ser numeradas ou identificadas por letras e
indicando-se se ela está integrada em área protegida (Re- algarismos.
serva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional, 4 — Os documentos referidos nas alíneas a) e b) do
reserva ou parque natural, Rede Natura, etc.), acompanhada n.º 1 só são exigíveis aos promotores de parques eólicos
de implantação sobre extrato das cartas de ordenamento e no que lhes for aplicável.
condicionantes do PDM.
ANEXO III
ANEXO II
(a que se refere o n.º 6 do artigo 34.º)
(a que se refere o artigo 33.º-J)
Bases da concessão da Rede Nacional
Elementos do projeto de centro eletroprodutor a partir de Transporte de Eletricidade
de fontes de energia renováveis
1 — O projeto, em triplicado, acompanhado pelo termo
de responsabilidade pela sua elaboração, deve compreender: CAPÍTULO I

a) Memória descritiva: Disposições e princípios gerais


Memória descritiva e justificativa indicando o local Base I
de implantação do centro eletroprodutor [distrito(s),
concelho(s) e freguesia (s)], o tipo de produção (eólica, Objeto da concessão
hidroelétrica, etc.), a natureza, importância, função e carac- 1 — A concessão tem por objeto o estabelecimento e
terísticas das instalações e do equipamento, as condições a exploração da Rede Nacional de Transporte de Eletrici-
gerais do seu estabelecimento e da sua exploração, sistemas dade (RNT) em regime de serviço público e em exclusivo.
de ligação à terra, as disposições principais adotadas para 2 — Incluem-se no objeto da concessão, designadamente:
a produção de energia mecânica e elétrica, sua transforma-
ção, transporte e utilização ou a origem e destino da ener- a) O transporte de eletricidade através da RNT para
gia a transportar e as proteções contra sobreintensidades entrega aos distribuidores em média tensão e alta tensão,
e sobretensões e os seus cálculos, quando se justifique; aos consumidores ligados à RNT e às redes de muito alta
Descrição, tipos e características dos geradores de tensão às quais a RNT estiver ligada;
energia elétrica, transformadores, aparelhagem de corte b) O planeamento, construção, exploração e manuten-
e proteção, bem como das caldeiras, turbinas e outros ção de todas as infraestruturas que integram a RNT e das
equipamentos, bem como indicação se a localização da interligações às redes a que esteja ligada e, bem assim, das
instalação se encontra integrada em área protegida (Re- instalações necessárias para a sua operação;
serva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional, c) A gestão das interligações da RNT com a rede inter-
por exemplo); nacional de transporte;
Potência total instalada e potência máxima a instalar na d) A gestão técnica global da RNT, incluindo os serviços
rede (quando não indicada, considerar a potência instalada), de sistema;
número, potência e tipo de geradores, local pretendido para e) A elaboração, para o médio e longo prazo, de estudos
o ponto de receção, data a partir da qual pretende beneficiar de planeamento integrado de recursos, de estudos prospe-
da ligação e eventuais alternativas; tivos sobre o equilíbrio oferta-procura e o funcionamento
do Sistema Elétrico Nacional (SEN) e de relatórios de
b) Desenhos: monitorização da segurança do abastecimento (RMSA);
f) A elaboração do plano de desenvolvimento e inves-
Planta geral de localização da instalação referenciada timento da rede de transporte (PDIRT);
por coordenadas e em escala não inferior a 1:25 000, de g) A preparação dos processos tendentes à informação
acordo com a respetiva norma, indicando a situação das preliminar de afetação de sítios para instalação de novos
obras principais, tais como centrais geradoras, subestações, centros eletroprodutores;
postos de corte, postos de transformação, vias públicas h) O desenvolvimento dos estudos necessários ao cum-
rodoviárias e ferroviárias, cursos de água, construções primento de outras obrigações decorrentes da legislação
urbanas e linhas já existentes; aplicável, designadamente os mecanismos associados aos
Plantas, alçados e cortes, em escala conveniente, esco- Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)
lhida de acordo com a NP-717, dos locais da instalação, dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) cessados,
com a disposição do equipamento elétrico e mecânico, em à correção de hidraulicidade e aos serviços de interrupti-
número e com pormenor suficiente para se poder verificar bilidade e de garantia de potência ao SEN.
a observância das disposições regulamentares de segurança;
Esquemas elétricos gerais das instalações projetadas, 3 — Mediante autorização do membro do Governo res-
com indicação de todas as máquinas e aparelhos de medida ponsável pela área da energia, solicitada caso a caso, a con-
e proteção e comando, usando os sinais gráficos norma- cessionária pode exercer outras atividades com fundamento
lizados. no proveito daí resultante para o interesse da concessão.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(113)

Base II d) Planeamento da RNT, designadamente no que respeita


Âmbito da concessão
ao planeamento das necessidades de renovação e expansão
da RNT, tendo em vista o desenvolvimento adequado da
A concessão da RNT abrange a exploração das infraes- sua capacidade e a melhoria da qualidade de serviço em
truturas da rede de transporte, compreendendo o exercício atenção às principais medidas da política energética na-
da atividade de transporte de eletricidade, que inclui a cional, e, em particular, através da preparação dos PDIRT
gestão técnica global do sistema. de eletricidade.
A área da concessão abrange todo o território do con-
tinente. 2 — Sem prejuízo de outras que sejam definidas por lei
ou regulamento, o desempenho das funções previstas no
Base III número anterior determina a sujeição da concessionária
Gestão técnica global do SEN
às seguintes obrigações:

1 — No âmbito da gestão global do SEN, a concessio- a) Receber de todos os produtores em regime ordinário,
nária deve proceder à coordenação sistémica das infraes- dos produtores em regime especial com instalações que
truturas que constituem o SEN, de forma a assegurar o seu tenham uma potência instalada superior a 10 MVA e do
funcionamento integrado e harmonizado e a segurança e operador da rede nacional de distribuição toda a informa-
continuidade do abastecimento de eletricidade no curto, ção necessária para gerir os fluxos de eletricidade na rede,
médio e longo prazo, mediante o exercício das seguintes assegurando a sua interoperacionalidade com as redes a
funções: que esteja ligada;
b) Receber de todos os operadores de mercado e de to-
a) Gestão técnica do sistema, a qual integra a programa- dos os agentes que participam em sistemas de contratação
ção e monitorização constante do equilíbrio entre a oferta bilateral com entrega física de eletricidade a informação
das unidades de produção e a procura global de energia necessária para o estabelecimento dos programas de en-
elétrica, com o apoio de um controlo em tempo real de trada e saída na rede;
instalações e seus componentes por forma a corrigir, em c) Disponibilizar previsões de consumo aos agentes
tempo, os desequilíbrios, bem como a coordenação do de mercado;
funcionamento da rede de transporte, incluindo a gestão d) Proceder à verificação técnica da operação do SEN,
das interligações em MAT e dos pontos de entrega de tendo em conta os programas de produção e de consumo
energia elétrica ao operador da rede de distribuição em dos vários agentes de mercado;
MT e AT e a clientes ligados diretamente à rede de trans- e) Identificar as necessidades de serviços de sistema;
porte, observando os níveis de segurança, de qualidade e f) Operar um mercado de serviços de sistema;
de serviço estabelecidos na legislação e regulamentação g) Gerir os contratos de fornecimento de serviços de
nacionais e no quadro de referência da rede interligada da sistema que tenham sido estabelecidos bilateralmente
União Europeia; com agentes de mercado, de acordo com regras objetivas,
b) Gestão do mercado de serviços de sistema, a qual transparentes e não discriminatórias, e que promovam a
integra a operacionalização de um mercado de serviços de eficiência económica;
sistema e a contratação de serviços de sistema com recurso h) Prever a utilização dos equipamentos de produção e
a mecanismos eficientes, transparentes e competitivos para o nível das reservas hidroelétricas necessários à garantia
a reserva operacional do sistema e a compensação dos de segurança do abastecimento, no curto e médio prazo,
desvios de produção e de consumo de eletricidade, bem assim como os correspondentes níveis de risco de rutura
como as liquidações financeiras associadas às transações de abastecimento;
efetuadas no âmbito desta função, incluindo a liquidação i) Coordenar as indisponibilidades da rede de transporte
dos desvios, e a receção da informação dos agentes de e dos centros eletroprodutores e monitorizar as cotas das
mercado que sejam membros de mercados organizados ou grandes albufeiras, assim como a utilização da bombagem
que se tenham constituído como contraentes em contratos nos empreendimentos hidroelétricos com ciclos reversíveis,
bilaterais, relativamente aos factos suscetíveis de influen- podendo, nos casos em que a garantia de abastecimento
ciar o regular funcionamento do mercado ou a formação esteja em causa, alterar os planos de indisponibilidade
dos preços, nos termos previstos no Regulamento de Re- dos centros eletroprodutores e propor à entidade respon-
lações Comerciais; sável pela monitorização da segurança do abastecimento
c) Planeamento energético, através do desenvolvimento reservas mínimas para as albufeiras e verificar o respetivo
de estudos de planeamento integrado de recursos energéti- cumprimento;
cos e identificação das condições necessárias à segurança j) Determinar a capacidade disponível para fins comer-
do abastecimento futuro dos consumos de eletricidade ao ciais das interligações e definir os correspondentes progra-
nível da oferta, tendo em conta as interações entre o SEN mas de utilização, em coordenação com os operadores de
e o Sistema Nacional de Gás Natural (SNGN) e as linhas sistemas vizinhos, no curto, médio e longo prazo;
de orientação da política energética nacional, estudos esses k) Gerir os mecanismos de resolução de congestiona-
que constituem referência para a função de planeamento mentos na rede e nas interligações;
da RNT e para a operação futura do sistema, bem como l) Instalar e operar um sistema de recolha e processa-
através da colaboração com a DGEG, nos termos da lei, mento de dados para acerto de contas entre as diferentes
na preparação dos RMSA no médio e longo prazo e dos entidades com as quais a concessionária se relaciona;
cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos CAE m) Criar e manter uma plataforma que assegure a gestão
cessados, dos montantes da correção de hidraulicidade, da certificação de instalações de cogeração e de produção
da interruptibilidade e dos incentivos a atribuir no âmbito de eletricidade a partir de fontes de energia renováveis e
do mecanismo de garantia de potência; a emissão das garantias de origem da respetiva produção;
5588-(114) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

n) Desenvolver, com a regularidade imposta pela legis- da DGEG, com a antecedência mínima de dois anos rela-
lação aplicável e pela concessão, os estudos necessários à tivamente ao termo do prazo da concessão.
preparação de elementos prospetivos de referência sobre 4 — O disposto no número anterior não impede que o
a evolução, no médio e longo prazo, da combinação ade- concedente e a concessionária acordem, até ao termo do
quada para a oferta de energia e do necessário equilíbrio respetivo prazo, na renovação da concessão.
entre a procura de eletricidade e as respetivas infraestru-
turas de oferta; Base V
o) Colaborar com a DGEG na preparação dos RMSA Serviço público
de eletricidade, no médio e longo prazo;
p) Desenvolver os estudos e, sempre que tal lhe for 1 — A concessão é exercida em regime de serviço pú-
solicitado pelo concedente ou decorra da lei, efetuar os blico, sendo as suas atividades consideradas, para todos
cálculos dos ajustamentos anuais dos CMEC dos CAE os efeitos, de utilidade pública.
cessados, dos montantes da correção de hidraulicidade, 2 — No âmbito da concessão, a concessionária deve
da interruptiblidade e incentivos a atribuir no âmbito dos desempenhar as atividades de acordo com as exigências
mecanismos de garantia de potência; de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do
q) Desenvolver, com a regularidade necessária, os es- serviço, devendo adotar, para o efeito, os melhores meios
tudos de suporte ao planeamento das necessidades de re- e tecnologias geralmente utilizados no setor elétrico.
novação e expansão da RNT; 3 — A concessão é atribuída mediante contrato de con-
r) Preparar, de acordo com a legislação aplicável, os cessão, no qual outorga o membro do Governo responsável
PDIRT de eletricidade; pela área da energia, em representação do Estado.
s) Desenvolver e manter atualizadas as metodologias e
os modelos necessários à obtenção da informação de base Base VI
e à realização dos estudos, relatórios e planos referidos nas Princípios aplicáveis às relações com os produtores,
alíneas anteriores. distribuidores, comercializadores e outros utilizadores das redes
1 — A concessionária não pode estabelecer diferen-
3 — A concessionária deve sempre dispor, na área da ças de tratamento nas suas relações com os produtores,
concessão indicada na base II, dos meios e recursos técnicos distribuidores, comercializadores e outros utilizadores
e humanos apropriados, incluindo no plano dos sistemas de da rede que não resultem de condicionalismos legais ou
informação, bem como ter disponíveis os recursos finan- regulamentares ou da aplicação de critérios decorrentes de
ceiros necessários em cada momento para aquele efeito, uma conveniente e adequada gestão técnica do SEN, bem
de modo a assegurar, de acordo com elevados padrões de como de condicionalismos de natureza contratual, desde
qualidade, a prossecução das funções e o cumprimento que sancionados pela DGEG e pela ERSE, em função das
das obrigações a que se referem os números anteriores e suas competências.
a recolha, tratamento e disponibilização da informação 2 — A concessionária deve manter um registo de quei-
prevista nos n.os 4 e 5. xas que lhe tenham sido apresentadas pelas entidades re-
4 — A concessionária deve proceder à elaboração, re- feridas no número anterior.
colha, tratamento e conservação de todas as informações
e documentos relevantes para o exercício da atividade de
gestão global do SEN. CAPÍTULO II
5 — As informações e documentos a que se refere o Bens e meios afetos à concessão
número anterior dizem respeito, designadamente, à carac-
terização técnica e da operação do SEN, às previsões de Base VII
curto, médio e longo prazo sobre a evolução da oferta de
energia e o equilíbrio entre a procura de eletricidade e as Bens da concessão
respetivas infraestruturas de oferta, aos PDIRT, aos RMSA, 1 — Consideram-se afetos à concessão os bens que
aos CMEC, ao mecanismo de correção de hidraulicidade, constituem a rede de muito alta tensão, as interligações
à interruptibilidade e aos serviços de garantia de potência. e as instalações do despacho nacional, designadamente:
6 — O exercício da atividade de gestão global do SEN
desenvolve-se nos termos da legislação e da regulamenta- a) Linhas, subestações, postos de seccionamento e ins-
ção aplicáveis, designadamente do Regulamento de Rela- talações anexas;
ções Comerciais, do Regulamento de Operações das Redes, b) Os terrenos de que a concessionária é proprietária
do Regulamento do Acesso às Redes e às Interligações e afetos aos sítios dos centros eletroprodutores, identificados
do Regulamento da Rede de Transporte, bem como destas como vinculados nos Decretos-Leis n.os 183/95, de 27 de
bases e do contrato de concessão. julho, e 198/2003, de 2 de setembro;
c) Instalações afetas ao despacho nacional, incluindo
Base IV todo o equipamento indispensável ao seu funcionamento;
d) Instalações de telecomunicações, telecontagem e
Prazo da concessão telecomando afetas ao transporte e à coordenação do sis-
1 — A concessão tem a duração de 50 anos contados a tema eletroprodutor.
partir da data da celebração do respetivo contrato.
2 — A concessão pode ser renovada se o interesse pú- 2 — Consideram-se ainda afetos à concessão:
blico o justificar. a) Os imóveis pertencentes à concessionária em que se
3 — A intenção de renovação da concessão deve ser implantem os bens referidos no número anterior, assim
comunicada à concessionária, pelo concedente, através como as servidões constituídas;
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(115)

b) Outros bens móveis ou imóveis necessários ao de- 3 — Os bens e direitos patrimoniais tornados desnecessá-
sempenho das atividades objeto da concessão; rios às atividades concedidas são abatidos ao inventário da
c) As relações jurídicas diretamente relacionadas com concessão, nos termos previstos no contrato de concessão.
a concessão, nomeadamente laborais, de empreitada, de
locação, de prestação de serviços, de receção e de entrega Base XII
de eletricidade, bem como os direitos de transporte atra-
Manutenção dos bens e meios afetos à concessão
vés de redes situadas no exterior da área da concessão.
A concessionária deve, durante o prazo de vigência
Base VIII da concessão, manter, a expensas suas, em bom estado
Instalações da rede de muito alta tensão
de funcionamento, conservação e segurança os bens e os
meios a ela afetos, efetuando para tanto as reparações,
1 — A rede de muito alta tensão é constituída pelas renovações e adaptações necessárias ao bom desempenho
instalações de: do serviço concedido.
a) Receção da eletricidade produzida por centros eletro-
produtores a ela ligados e através das interligações; Base XIII
b) Transmissão de eletricidade; Propriedade ou posse dos bens
c) Entrega de eletricidade a distribuidores;
d) Entrega de eletricidade a clientes finais abastecidos 1 — A concessionária detém a propriedade ou posse
em muito alta tensão. dos bens que integram a concessão até à extinção desta.
2 — Exclui-se do número anterior a posse dos sítios dos
2 — Podem ser exploradas pela concessionária da RNT centros eletroprodutores, quando, nos termos da legislação
as linhas de alta tensão e as instalações de receção em alta aplicável, tenha sido transmitida para os respetivos produtores.
tensão da eletricidade produzida em centros eletroprodu- 3 — Com a extinção da concessão, os bens a ela afetos
tores a ela ligados. revertem para o Estado nos termos previstos nas presentes
3 — Fazem igualmente parte da rede de muito alta ten- bases.
são os equipamentos de controlo e medição instalados nos
pontos de ligação de centros eletroprodutores que tenham Base XIII-A
uma potência instalada superior a 10 MVA e que estejam Objeto social, sede e ações da sociedade
ligados fisicamente a uma rede de distribuição.
4 — As instalações referidas no n.º 1 integram os bens a 1 — A concessionária deve ter como objeto social prin-
elas afetos, devendo os limites das instalações que se ligam cipal, ao longo de todo o período de duração da conces-
à RNT ser especificados nos documentos que aprovam o são, o exercício das atividades integradas no objeto da
respetivo projeto, nos termos do Regulamento de Licenças concessão, devendo manter ao longo do mesmo período
para Instalações Elétricas. a sua sede em Portugal e a forma de sociedade anónima,
regulada pela lei portuguesa.
Base IX 2 — O objeto social da concessionária pode incluir o
exercício de outras atividades para além das que integram
Interligações da RNT o objeto da concessão e, bem assim, a participação no
As interligações da RNT são constituídas pelas linhas capital de outras sociedades desde que seja respeitado o
de muito alta tensão que estabelecem as ligações na rede disposto nas presentes bases e na legislação aplicável ao
interligada. setor da eletricidade.
3 — Todas as ações representativas do capital social da
Base X concessionária são obrigatoriamente nominativas.
Instalações do despacho nacional 4 — A oneração e a transmissão de ações representa-
tivas do capital social da concessionária dependem, sob
1 — O despacho nacional é constituído pelas instalações pena de nulidade, de autorização prévia do membro do
especificamente destinadas à realização do despacho de: Governo responsável pela área da energia, a qual não pode
a) Centros eletroprodutores; ser infundadamente recusada e se considera tacitamente
b) Instalações da rede de muito alta tensão; concedida se não for recusada, por escrito, no prazo de
c) Interligações; 60 dias a contar da data da respetiva solicitação.
d) Instalações providas de sistemas de interruptibilidade. 5 — Excetua-se do disposto no número anterior a onera-
ção de ações efetuada em benefício das entidades financia-
2 — As instalações do despacho nacional incluem ainda doras da atividade que integra o objeto da concessão e no
os equipamentos e as instalações de telesserviço e de te- âmbito dos contratos de financiamento que venham a ser
lecomunicações. celebrados pela concessionária para o efeito, desde que as
entidades financiadoras assumam, nos referidos contratos,
Base XI a obrigação de obter a autorização prévia do concedente em
caso de execução das garantias de que resulte a transmissão
Inventário do património
a terceiros das ações oneradas.
1 — A concessionária deve elaborar um inventário do 6 — A oneração de ações referida no número anterior
património afeto à concessão, que mantém atualizado e à é comunicada ao concedente no prazo de 30 dias a contar
disposição do concedente. da data da constituição da mesma, devendo ser enviada ao
2 — No inventário a que se refere o número anterior concedente cópia autenticada do documento que formaliza
mencionam-se os ónus ou encargos que recaem sobre os a oneração, bem como informação detalhada sobre quais-
bens afetos à concessão. quer outros termos e condições que sejam estabelecidos.
5588-(116) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Base XIII-B Base XV


Deliberações e acordos entre acionistas Obrigação de receção e de entrega de eletricidade

1 — Sem prejuízo de outras limitações previstas nas 1 — A concessionária é obrigada a receber a eletricidade
presentes bases e no contrato de concessão, ficam sujeitas produzida pelos produtores ligados à RNT e a entregar a
a autorização prévia do concedente, através do membro do eletricidade ao distribuidor em AT e MT e aos clientes
Governo responsável pela área da energia, as deliberações ligados à RNT nas condições estabelecidas no presente
relativas à alteração do objeto social e à transformação, decreto-lei, no contrato de concessão, no Regulamento
fusão, cisão ou dissolução da sociedade concessionária. Tarifário, no Regulamento de Relações Comerciais e no
Regulamento da Qualidade de Serviço.
2 — Os acordos parassociais celebrados entre os acionis- 2 — A receção e a entrega de eletricidade, salvo caso
tas da concessionária, bem como as respetivas alterações, fortuito ou de força maior, só podem ser interrompidas
devem ser objeto de aprovação prévia pelo concedente, por razões de interesse público ou de serviço ou por facto
mediante despacho do membro do Governo responsável imputável ao produtor, ao distribuidor em AT e MT ou ao
pela área da energia. cliente ligado à RNT.
3 — As autorizações e aprovações previstas na pre-
sente base não podem ser infundadamente recusadas e Base XVI
consideram-se tacitamente concedidas se não forem re-
Interrupções por razões de interesse público ou de serviço
cusadas, por escrito, no prazo de 60 dias a contar a partir
da data da respetiva solicitação. 1 — A receção ou a entrega de eletricidade pode ser
interrompida por razões de interesse público, nomeada-
Base XIII-C mente quando se trate da execução de planos nacionais de
emergência energética declarada ao abrigo de legislação
Financiamento específica.
1 — A concessionária é responsável pela obtenção do 2 — A interrupção da receção ou da entrega de eletri-
financiamento necessário ao desenvolvimento do objeto cidade por razões de serviço num determinado ponto de
da concessão, por forma a cumprir cabal e atempadamente entrega tem lugar quando haja necessidade imperiosa de
realizar manobras ou trabalhos de ligação e reparação ou
todas as obrigações que assume no contrato de concessão.
conservação da rede desde que tenham sido esgotadas todas
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a as possibilidades de alimentação alternativa.
concessionária deve manter no final de cada ano um rácio 3 — Na situação prevista nos números anteriores, a
de autonomia financeira superior a 20 %. concessionária deve avisar com a antecedência mínima de
36 horas o distribuidor em AT e MT e os clientes ligados
CAPÍTULO III à RNT que possam vir a ser afetados, salvo no caso da
realização de trabalhos que a segurança de pessoas e bens
Obrigações, responsabilidades e fiscalização torne inadiáveis ou quando haja a necessidade urgente
da concessionária de deslastrar cargas, automática ou manualmente, para
garantir a segurança do sistema elétrico.
Base XIV 4 — A ocorrência das situações referidas nos n.os 1 e 2
dá origem a indemnização por parte da concessionária caso
Obrigações da concessionária esta não tenha tomado as medidas adequadas para evitar
1 — A concessionária está obrigada ao cumprimento tais situações, de acordo com a avaliação das entidades
do estabelecido no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fe- competentes.
vereiro, no corpo deste decreto-lei, nas presentes bases,
Base XVII
na demais legislação e em regulamentação aplicável, bem
como no contrato de concessão. Interrupção por facto imputável ao distribuidor ou ao cliente
2 — A concessionária deve explorar a concessão me- 1 — A concessionária pode interromper a entrega de
diante o exercício das atividades estabelecidas na base II eletricidade ao distribuidor ou a clientes ligados à RNT
e das funções que as integram, nos termos definidos no que causem perturbações que afetem a qualidade de ser-
Regulamento de Relações Comerciais. viço do SEN legalmente estabelecida quando, uma vez
3 — A concessionária obriga-se, em particular, a respei- identificadas as causas perturbadoras, aquelas entidades,
tar as disposições legais em matéria de certificação pela após aviso da concessionária, não corrijam as anomalias
ERSE, nos termos e condições previstos nos artigos 25.º-A em prazo adequado, tendo em consideração os trabalhos
a 25.º-F do Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, a realizar.
republicado pelo Decreto-Lei n.º 215-A/2012, de 8 de 2 — A concessionária pode ainda interromper a entrega
outubro, e nas normas que as venham a regulamentar, bem de eletricidade nos termos da regulamentação aplicável,
como a substituir, e a assegurar que pratica todos os atos e nomeadamente do Regulamento de Relações Comerciais.
diligências necessários, nomeadamente prestando toda a
informação e documentação relevante ou que lhe seja soli- Base XVIII
citada pelo concedente ou pela ERSE, com vista a garantir Interrupção da receção de eletricidade
a obtenção e a manutenção da referida certificação. de centros eletroprodutores
4 — O não cumprimento das obrigações previstas no A concessionária pode interromper a receção da eletri-
número anterior constitui incumprimento do contrato de cidade produzida por produtores que causem perturbações
concessão, incluindo para efeitos do disposto na base XXXII. que afetem a qualidade de serviço do SEN legalmente es-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(117)

tabelecida quando, uma vez identificadas as causas pertur- exercício dos poderes de supervisão, acompanhamento e
badoras, aqueles produtores, após aviso da concessionária, fiscalização da concessão, nomeadamente no que se refere
não corrijam as anomalias em prazo adequado, tendo em ao cumprimento das disposições legais e regulamentares
consideração os trabalhos a realizar. aplicáveis e do contrato de concessão.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a
Base XIX concessionária deve prestar todas as informações e facul-
tar todos os documentos que lhe forem solicitados, bem
Projetos
como permitir o livre acesso das entidades fiscalizadoras
1 — Constituem obrigação da concessionária a conce- a quaisquer instalações.
ção e a elaboração dos projetos relativos a remodelação e 3 — Para efeitos do disposto no n.º 1 e sempre que exista
a expansão da rede de transporte de acordo com o estabe- motivo atendível, o concedente pode, nomeadamente:
lecido nos planos de desenvolvimento da RNT. a) Inquirir os representantes legais e quaisquer cola-
2 — A aprovação de quaisquer projetos pelo concedente boradores da concessionária, bem como solicitar-lhes os
não implica qualquer responsabilidade para este derivada documentos e outros elementos de informação que entenda
de erros de conceção ou da inadequação das instalações e necessários ou convenientes;
do equipamento ao serviço da concessão. b) Aceder livremente às instalações da concessionária
3 — (Revogado.) e proceder à busca, exame, tratamento e recolha de cópias
ou extratos dos documentos e outras informações na posse
Base XX da concessionária que julgue necessários ou convenientes,
Normas gerais relativas ao atravessamento incluindo através dos respetivos sistemas de informação;
de terrenos públicos ou de particulares c) Requerer à concessionária a realização dos estudos,
testes ou simulações, incluindo com recurso aos respetivos
No atravessamento de terrenos do domínio público ou sistemas de informação, que se enquadrem no exercício
de particulares, a concessionária deve adotar os procedi- das funções da concessionária, bem como acompanhar
mentos estabelecidos na legislação aplicável e proceder à e participar ativamente na sua preparação e realização,
reparação de todos os prejuízos que resultem dos trabalhos designadamente no âmbito da definição dos princípios de
executados. base da política energética;
d) Emitir ordens, determinações, diretivas ou instruções,
Base XXI no âmbito dos poderes de supervisão, acompanhamento
Cumprimento dos regulamentos e fiscalização.
No estabelecimento e na exploração da concessão, a 4 — O concedente pode recorrer a entidades terceiras
concessionária deve cumprir as normas e os regulamentos devidamente qualificadas para a prestação de assistência
aplicáveis, designadamente o Regulamento da Rede de técnica que repute conveniente no âmbito do exercício das
Transporte, o Regulamento de Operação das Redes, o Re- funções de supervisão, acompanhamento e fiscalização da
gulamento Tarifário, o Regulamento de Relações Comer- concessão, as quais gozam dos poderes referidos no número
ciais, o Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações anterior após comunicação à concessionária para o efeito.
e o Regulamento da Qualidade de Serviço.
Base XXIV
Base XXII
Auditoria
Informações
O operador da rede de transporte fica sujeito a auditoria
1 — A concessionária tem a obrigação de fornecer ao da DGEG e da ERSE, em função das suas competências.
concedente, através da DGEG, todos os documentos e
outros elementos de informação relativos à concessão Base XXV
que este entenda dever solicitar-lhe, em particular no que
respeita aos obtidos no âmbito do exercício da atividade Responsabilidade civil
de gestão global do SEN, nos termos da base III. 1 — Para os efeitos do disposto no artigo 509.º do Có-
2 — As informações e documentos solicitados pelo digo Civil, entende-se que a utilização das instalações
concedente devem ser fornecidos no prazo de 10 dias integradas na concessão é feita no exclusivo interesse da
úteis, salvo se for por este fixado um prazo diferente, por concessionária.
decisão fundamentada. 2 — A concessionária fica obrigada à contratação de um
3 — A não prestação ou a prestação de informações seguro de responsabilidade civil para cobertura dos danos
falsas, inexatas ou incompletas, em resposta ao pedido materiais e corporais causados a terceiros emergentes de facto
do concedente, no prazo por este fixado, constitui incum- ocorrido ao abrigo do número anterior, sendo o seu montante
primento do contrato de concessão, designadamente para mínimo fixado por portaria do membro do Governo respon-
efeitos da base XXXII. sável pela área da energia, atualizável anualmente de acordo
4 — A concessionária tem igualmente a obrigação de com o índice de preços no consumidor, sem habitação, no
fornecer à ERSE a informação prevista na lei aplicável. continente, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística.
3 — O capital seguro pode ser revisto em função de
Base XXIII alterações que ocorram na natureza, na dimensão e no
Supervisão, acompanhamento e fiscalização
grau de risco.
4 — A concessionária deve apresentar na DGEG os
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas a ou- documentos comprovativos da celebração do seguro, bem
tras entidades, designadamente à ERSE, cabe à DGEG o como da atualização referida no número anterior.
5588-(118) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Base XXVI assim o determinar, prestar uma caução até ao valor de


Medidas de proteção
€ 50 000 000.
2 — Nos casos em que a concessionária não tenha pago
1 — Quando se verifique uma situação de emergência e não tenha contestado as multas aplicadas por incumpri-
que ponha em risco a segurança de pessoas e bens, deve a mento das obrigações contratuais, pode ser determinado o
concessionária promover todas as medidas que entender recurso àquela caução, sem dependência de decisão judi-
necessárias para repor as adequadas condições de segu- cial, mediante despacho do membro do Governo respon-
rança. sável pela área da energia.
2 — Em situações graves, a concessionária deve, de 3 — A eventual diminuição da caução, por força de
imediato, comunicar a situação e as medidas tomadas às levantamentos que dela sejam feitos nos termos do número
entidades competentes, nomeadamente à DGEG, à câmara anterior, implica, para a concessionária, a obrigação de
municipal e à autoridade policial da zona afetada, bem proceder à sua reconstituição no prazo de um mês contado
como, se for caso disso, ao Serviço Nacional de Bombeiros a partir da data de utilização.
e Proteção Civil. 4 — A caução só pode ser levantada um ano após a data
da extinção do contrato de concessão ou, por acordo com
o concedente, após a extinção da concessão, mas antes do
CAPÍTULO IV
decurso daquele prazo.
Direitos da concessionária 5 — A caução pode ser prestada por depósito em di-
nheiro, por garantia bancária autónoma cujo texto deve ser
Base XXVII previamente aprovado pela DGEG ou por qualquer outra
forma prevista na lei.
Utilização do domínio público
6 — A obrigação de prestação da caução não é exigível
1 — No estabelecimento de instalações da rede de trans- à concessionária enquanto esta for detida ou se encontre
porte ou de outras infraestruturas integrantes da concessão, no controlo efetivo do Estado.
a concessionária tem o direito de utilizar os bens do Estado
e das autarquias locais, incluindo os do domínio público, Base XXXI
nos termos da lei. Responsabilidade da concessionária por incumprimento
2 — A faculdade de utilização dos bens referidos no nú-
mero anterior resulta da aprovação dos respetivos projetos 1 — Por violação do contrato de concessão, a concessio-
ou de despacho ministerial, sem prejuízo da formalização nária incorre em responsabilidade perante o concedente.
da respetiva cedência nos termos da lei. 2 — A responsabilidade da concessionária cessa sempre
que ocorra caso fortuito ou de força maior, ficando a seu
Base XXVIII cargo apresentar prova da ocorrência.
3 — Consideram-se unicamente casos de força maior
Expropriações e servidões
os acontecimentos imprevisíveis cujos efeitos se produ-
A concessionária só pode solicitar a expropriação ou zam independentemente da vontade ou das circunstâncias
a constituição de servidões após a aprovação pelo diretor- pessoais da concessionária.
-geral de energia e geologia dos projetos ou anteprojetos 4 — Constituem, nomeadamente, casos de força maior
das infraestruturas ou instalações da rede de transporte, atos de guerra, hostilidades ou invasão, terrorismo, epi-
nos termos da legislação aplicável, cabendo à concessio- demias, radiações atómicas, graves inundações, raios, ci-
nária o pagamento das indemnizações a que derem lugar. clones, tremores de terra e outros cataclismos naturais que
afetem a atividade objeto da concessão.
Base XXIX 5 — A ocorrência de um caso de força maior tem por
Remuneração
efeito exonerar a concessionária da responsabilidade pelo
não cumprimento das obrigações emergentes do contrato de
1 — Pela exploração da concessão é assegurada à concessão que sejam afetadas pela ocorrência do mesmo,
concessionária uma remuneração, nos termos do Regula- na estrita medida em que o respetivo cumprimento pontual
mento Tarifário, que assegure o seu equilíbrio económico- e atempado tenha sido efetivamente impedido ou, salvo
-financeiro nas condições de uma gestão eficiente. no que respeita à segurança das populações, se torne ex-
2 — A concessionária é responsável, nos termos das cessivamente oneroso.
presentes bases e do contrato de concessão, por todos os 6 — A concessionária fica obrigada a comunicar ao
riscos inerentes à concessão, sem prejuízo do disposto na concedente a ocorrência de qualquer evento qualificável
legislação aplicável. como caso de força maior, bem como a indicar, no mais
curto prazo possível, quais as obrigações emergentes do
contrato de concessão cujo cumprimento, no seu enten-
CAPÍTULO V
der, se encontra impedido ou dificultado por força de tal
Garantias do cumprimento do contrato de concessão ocorrência e, bem assim, se for o caso, as medidas que
tomou ou pretende tomar para fazer face à situação ocor-
Base XXX rida, a fim de mitigar o impacte do referido evento e os
respetivos custos.
Caução
7 — Na situação prevista no número anterior, a con-
1 — Para a garantia do cumprimento dos deveres emer- cessionária deve tomar imediatamente as medidas que
gentes do contrato de concessão, a concessionária deve, se sejam necessárias para assegurar a retoma normal das
o membro do Governo responsável pela área da energia obrigações suspensas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(119)

8 — Enquanto a retoma normal das obrigações suspensas 8 — O valor máximo das multas estabelecido nas pre-
não for possível, subsistem as obrigações da concessionária na sentes bases é automaticamente atualizado em janeiro de
medida em que a sua execução seja materialmente possível. cada ano, de acordo com o índice de preços ao consumi-
9 — A concessionária deve mitigar, por qualquer meio dor no continente, excluindo habitação, publicado pelo
razoável e apropriado ao seu dispor, os efeitos da verifi- Instituto Nacional de Estatística, referente ao ano anterior.
cação de um caso de força maior. 9 — A aplicação de multas ou sanções pecuniárias
compulsórias não prejudica a aplicação de outras sanções
Base XXXII contratuais nem isenta a concessionária de responsabili-
Multas contratuais
dade civil, criminal e contraordenacional em que incorrer
perante o concedente ou terceiro.
1 — Sem prejuízo dos demais direitos e prerrogativas de
que o concedente disponha nos termos da lei e das presentes Base XXXIII
bases, o incumprimento pela concessionária das obrigações
Sequestro
assumidas no âmbito do contrato de concessão pode ser
sancionado, por decisão do concedente, pela aplicação de 1 — O concedente, mediante despacho do membro do
multas contratuais, cujo montante varia até € 10 000 000, Governo responsável pela área da energia, pode tomar conta
em função da gravidade da infração cometida, do grau de da concessão quando se verifiquem graves deficiências na
culpa, dos riscos daí derivados para a segurança da rede respetiva organização e funcionamento, no estado geral
ou de terceiros, dos prejuízos efetivamente causados e das instalações e dos equipamentos, ou no cumprimento
da diligência que a concessionária tenha empreendido na das suas obrigações enquanto gestor global do SEN, que
superação das consequências. sejam suscetíveis de comprometer a regularidade ou quali-
2 — Sem prejuízo dos demais direitos e prerrogativas dade do serviço ou a segurança do abastecimento do SEN.
de que o concedente disponha nos termos da lei e das pre- 2 — Verificado o sequestro, a concessionária suporta
sentes bases, o não cumprimento do disposto nas bases XXII os encargos que resultarem para o concedente do exercí-
e XXIII sujeita ainda a concessionária às seguintes sanções: cio da concessão, bem como as despesas extraordinárias
a) Ao pagamento de multa até ao montante de necessárias ao restabelecimento da normalidade.
€ 5 000 000, variando o respetivo montante em função 3 — Logo que cessem as razões do sequestro e o con-
da relevância dos documentos ou informações para o fun- cedente o julgar oportuno, é a concessionária notificada
cionamento do SEN, do carácter reiterado ou ocasional do para retomar, na data que lhe for fixada, o normal exercício
incumprimento, do grau de culpa, dos riscos daí derivados da concessão.
para a segurança da rede ou de terceiros, dos prejuízos 4 — Se a concessionária não quiser ou não puder reto-
efetivamente causados e da diligência que a concessio- mar esse exercício, pode o membro do Governo respon-
nária tenha empreendido na superação de consequências; sável pela área da energia determinar a imediata resolução
b) Em alternativa e quando tal se justifique, a uma san- do contrato de concessão.
ção pecuniária compulsória, num montante que não exceda 5 — No caso de a concessionária ter retomado o exercí-
5 % do montante máximo da multa que seria aplicável cio da concessão e continuarem a verificar-se graves defici-
nos termos da alínea anterior, por dia de atraso, a contar ências no mesmo, pode o membro do Governo responsável
da data fixada na decisão do concedente que determinou pela área da energia ordenar novo sequestro ou determinar
a prestação das informações, até ao montante máximo a imediata resolução do contrato de concessão.
global de € 5 000 000.
CAPÍTULO VI
3 — A aplicação de multas contratuais e sanções pe-
cuniárias compulsórias depende de notificação prévia da Alteração e extinção do contrato de concessão
concessionária pelo concedente para reparar o incumpri-
mento e do não cumprimento, pela concessionária, do Base XXXIV
prazo de reparação fixado nessa notificação nos termos Alteração do contrato de concessão
do número seguinte, ou da não reparação integral da falta
no mesmo prazo. 1 — As cláusulas do contrato de concessão podem ser
4 — O prazo de reparação do incumprimento é fixado alteradas por mútuo acordo desde que a alteração não
pelo concedente de acordo com critérios de razoabilidade envolva a violação do regime jurídico da concessão nem
e deve ter sempre em atenção a defesa do interesse pú- implique a derrogação das presentes bases.
blico e a manutenção em funcionamento da concessão. 2 — Com o objetivo de assegurar a permanente ade-
5 — A concessionária pode, no prazo fixado na notifi- quação da concessão às exigências da regularidade, da
cação a que se refere o n.º 3, e em momento anterior ao continuidade e da qualidade do serviço público ou por
da aplicação de quaisquer multas contratuais ou sanções alteração do regime de exclusivo que decorra da trans-
pecuniárias compulsórias, exercer por escrito o seu direito posição para o direito português de legislação da União
de defesa. Europeia, o concedente reserva-se o direito de alterar as
6 — É da competência do diretor-geral de energia e condições da sua exploração.
geologia a aplicação das multas contratuais e sanções pe- 3 — Quando, por efeito do número anterior, se alterem
cuniárias compulsórias. significativamente as condições de exploração, o conce-
7 — Caso a concessionária não proceda ao pagamento dente compromete-se a promover a reposição do equilíbrio
voluntário das multas contratuais ou sanções pecuniárias contratual desde que a concessionária, neste último caso,
compulsórias que lhe forem aplicadas no prazo de 20 dias faça a prova de não poder prover a tal reposição recorrendo
a contar da sua fixação e notificação pelo concedente, aos meios resultantes de uma correta e prudente gestão
este pode utilizar a caução para pagamento das mesmas. financeira e a prova seja aceite pelo concedente.
5588-(120) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Base XXXV responsável pela área da energia, deve notificar a conces-


Extinção da concessão
sionária para, no prazo que razoavelmente lhe seja fixado,
cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou
1 — A concessão extingue-se por acordo entre o Es- reparar as consequências dos seus atos, exceto tratando-se
tado e a concessionária, por resolução, por resgate e por de uma violação não sanável.
decurso do prazo. 5 — Caso a concessionária não cumpra as suas obriga-
2 — A extinção da concessão opera a transmissão para ções ou não corrija ou repare as consequências do incum-
o Estado dos bens e meios a ela afetos, nos termos das primento nos termos determinados pelo concedente, este
presentes bases. pode resolver o contrato de concessão mediante comunica-
3 — Da transmissão prevista no número anterior ção enviada à concessionária, por carta registada com aviso
excluem-se, além dos bens e meios não afetos à conces- de receção, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
são, os fundos consignados à garantia ou à cobertura de 6 — A comunicação da decisão de resolução referida
obrigações da concessionária de cujo cumprimento lhe no número anterior produz efeitos imediatos, independen-
seja dada quitação pelo concedente, a qual se presume temente de qualquer outra formalidade.
se decorrido um ano sobre a extinção da concessão não 7 — A concessionária pode resolver o contrato de con-
houver declaração em contrário pelo membro do Governo cessão com fundamento em incumprimento grave das
responsável pela área da energia. obrigações do concedente se daí resultarem perturbações
4 — A tomada de posse da concessão pelo Estado é que ponham em causa o exercício da atividade concedida.
precedida de vistoria ad perpetuam rei memoriam, reali- 8 — A resolução prevista no número anterior implica a
zada pela DGEG, a que assistem representantes da con- transmissão de todos os bens e meios afetos à concessão
cessionária. para o concedente, sem prejuízo do direito da conces-
sionária de ser ressarcida dos prejuízos que lhe foram
Base XXXVI causados, incluindo o valor dos investimentos efetuados
Resolução do contrato por incumprimento e lucros cessantes calculados nos termos previstos para o
resgate na base XXXVII.
1 — O concedente, através do membro do Governo respon- 9 — A concessionária não pode resolver o contrato de
sável pela área da energia, pode resolver o contrato de conces- concessão com fundamento na alteração do regime de
são no caso de violação grave, não sanada ou não sanável, das exclusivo que decorra da transposição para o direito por-
obrigações contratuais da concessionária e, nomeadamente, tuguês de legislação da União Europeia.
mediante a verificação dos seguintes factos ou situações: 10 — A resolução do contrato de concessão produz os
a) Desvio do objeto da concessão; seus efeitos desde a data da sua comunicação à outra parte
b) Suspensão da atividade objeto da concessão; por carta registada com aviso de receção.
c) Oposição reiterada ao exercício da supervisão, acompa-
nhamento e fiscalização da concessão, repetida desobediência Base XXXVII
às determinações, ordens, diretivas ou instruções do conce- Resgate da concessão
dente nos termos do contrato de concessão, nomeadamente
no que respeita ao fornecimento de informações e documen- 1 — O Estado pode resgatar a concessão sempre que
tos solicitados pelo concedente, ou sistemática inobservância motivos de interesse público o justifiquem, decorridos que
das leis e regulamentos aplicáveis à exploração da conces- sejam 10 anos sobre a data do início do respetivo prazo.
são, quando se mostrem ineficazes as sanções aplicadas; 2 — O resgate da concessão processa-se mediante carta
d) Recusa em proceder às adequadas conservação e registada com aviso de receção com, pelo menos, um ano
reparação das infraestruturas ou ainda à necessária am- de antecedência em relação à data da efetivação do resgate.
pliação da rede; 3 — Decorrido o período de aviso de resgate, o Es-
e) Cobrança dolosa de preços com valor superior aos tado assume todos os bens e meios que estejam afetos à
fixados; concessão à data desse aviso e ainda aqueles que tenham
f) Falência da concessionária; sido adquiridos pela concessionária durante o período de
g) Transmissão da concessão ou subconcessão não au- aviso, desde que tenham sido autorizados pelo membro do
torizada; Governo responsável pela área da energia.
h) Violação grave das cláusulas do contrato; 4 — A assunção de obrigações por parte do Estado é
i) Recusa da reconstituição atempada da caução. feita sem prejuízo do seu direito de regresso sobre a conces-
sionária pelas obrigações por esta contraídas que tenham
2 — Não constituem causas de resolução os factos ocor- exorbitado da gestão normal da concessão.
ridos por motivos de força maior. 5 — Pelo resgate, a concessionária tem direito a uma
3 — A resolução do contrato de concessão pelo conce- indemnização determinada por uma terceira entidade es-
dente ao abrigo do disposto no n.º 1 implica a transmis- colhida por acordo entre o concedente e a concessionária,
são de todos os bens e meios afetos à concessão para o devendo a fixação do montante da indemnização atender ao
concedente sem qualquer indemnização e, bem assim, a valor contabilístico, à data do resgate, dos bens revertidos
perda da caução prestada em garantia do pontual e integral para o concedente, livres de quaisquer ónus ou encargos e
cumprimento do contrato, sem prejuízo do direito de o ao valor de eventuais lucros cessantes.
concedente ser indemnizado pelos prejuízos sofridos, nos 6 — O valor contabilístico dos bens referidos no número
termos gerais de direito. anterior entende-se líquido de amortizações e de comparti-
4 — Verificando-se um dos casos de incumprimento cipações financeiras e subsídios a fundo perdido, incluindo-
referidos no número anterior ou qualquer outro que, nos -se nestes o valor dos bens cedidos pelo concedente.
termos do disposto no n.º 1, possa motivar a resolução da 7 — Para os efeitos do cálculo da indemnização prevista
concessão, o concedente, através do membro do Governo na presente base, o valor dos bens que se encontrem anor-
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(121)

malmente depreciados ou deteriorados devido a deficiên- 6 — Se à data da extinção da concessão se mantiverem


cias da concessionária na sua manutenção ou reparação é ónus ou encargos respeitantes aos contratos de aquisição de
determinado de acordo com o seu estado de funcionamento bens das respetivas infraestruturas, o Estado assumi-los-á
efetivo. desde que o membro do Governo responsável pela área da
energia haja autorizado a sua contratação pela concessionária
Base XXXVIII e não se trate de obrigações já vencidas e não cumpridas.
Extinção da concessão por decurso do prazo
1 — A concessão extingue-se pelo decurso do respe- CAPÍTULO VII
tivo prazo, transmitindo-se para o Estado nos termos das Composição de litígios
presentes bases.
2 — Cessando a concessão pelo decurso do respetivo Base XLI
prazo, o Estado paga à concessionária uma indemnização
correspondente ao valor contabilístico dos bens afetos à Litígios entre o concedente e a concessionária
concessão por ela adquiridos com referência ao último O concedente e a concessionária podem celebrar conven-
balanço aprovado, nos termos dos n.os 6 e 7 da base anterior. ções de arbitragem destinadas à solução legal ou segundo
a equidade, conforme nelas se determinar, de quaisquer
Base XXXIX questões emergentes do contrato de concessão.
Procedimento para termo da concessão
Base XLII
1 — O Estado reserva-se o direito de tomar nos últimos
dois anos do prazo da concessão as providências que julgar Litígios entre a concessionária e os utilizadores
da rede de transporte
convenientes para assegurar a continuação do serviço no
termo da concessão ou as medidas necessárias para efetuar, 1 — A concessionária, os produtores, os distribuidores e
durante o mesmo prazo, a transferência progressiva das ativi- os comercializadores de eletricidade, bem como outras en-
dades exercidas pela concessionária que cessa o seu contrato tidades que se encontrem ligadas à RNT, podem celebrar
para uma nova entidade encarregada da gestão do serviço. convenções de arbitragem para solução dos litígios emergentes
2 — Se no termo da concessão o Estado não tiver ainda dos respetivos contratos ou aderir a processos de arbitragem.
renovado o respetivo contrato ou não tiver decidido quanto 2 — Os atos da concessionária praticados por via ad-
ao novo modo ou à entidade encarregada da gestão do ministrativa, nos casos em que a lei, os regulamentos ou o
serviço, pode, se assim o desejar, acordar a continuação do contrato de concessão lhe confiram essa prerrogativa, são
contrato de concessão com a concessionária, até ao limite sempre imputáveis, para o efeito de recurso contencioso,
máximo de um ano, mediante arrendamento, prestação de ao respetivo conselho de administração.
serviços ou qualquer outro negócio jurídico. 3 — A responsabilidade contratual ou extracontratual
3 — Em caso de extinção da concessão, transferem-se da concessionária por atos de gestão privada ou de gestão
para o concedente os direitos detidos pela concessionária pública efetiva-se nos termos e pelos meios previstos na lei.
sobre terceiros que se revelem necessários para a conti-
nuidade da prestação do serviço concedido e, em geral, Base XLIII
à tomada de medidas tendentes a evitar a interrupção da Disposição transitória
prestação do serviço público concessionado.
A Rede Elétrica Nacional, S. A., enquanto titular da
Base XL concessão da RNT, fica autorizada a transmitir para os
produtores os terrenos que constituem os sítios dos cen-
Transmissão e oneração da concessão e dos respetivos bens
tros eletroprodutores vinculados, nos termos previstos no
1 — Sob pena de nulidade e ineficácia dos respetivos Decreto-Lei n.º 198/2003, de 2 de setembro, e na Portaria
atos ou contratos, a concessionária não pode, sem prévia n.º 96/2004, de 23 de janeiro, com exceção dos que inte-
autorização do membro do Governo responsável pela área gram o domínio público hídrico.
da energia, transmitir, subconceder ou onerar, por qualquer
forma, a concessão e, bem assim, os direitos e os bens, ANEXO IV
móveis e imóveis, afetos à mesma. (a que se refere o n.º 6 do artigo 38.º)
2 — É equiparada à transmissão da concessão a aliena-
ção de ações que resulte na constituição ou modificação de Bases da concessão da Rede Nacional de Distribuição
uma relação de domínio sobre a concessionária, conforme de Eletricidade em Média e Alta Tensão
definido no artigo 21.º do Código dos Valores Mobiliários.
3 — Os atos praticados ou os contratos celebrados em CAPÍTULO I
violação do disposto nos números anteriores são nulos
e ineficazes, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. Disposições e princípios gerais
4 — O produto da venda dos bens ou direitos da con-
cessão transmitidos reverte a favor da mesma sempre que Base I
tiverem sido adquiridos ou custeados através da atribuição
Objeto da concessão
de quaisquer incentivos ou se tiverem sido remunerados
através de tarifas reguladas. 1 — A concessão tem por objeto o estabelecimento e a
5 — No caso de subconcessão, total ou parcial, quando exploração da Rede Nacional de Distribuição de Eletrici-
autorizada, a concessionária mantém os direitos e continua dade em AT e MT (RND) em regime de serviço público,
sujeita às obrigações decorrentes do contrato de concessão. em exclusivo.
5588-(122) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

2 — Mediante autorização do membro do Governo res- 2 — A concessionária deve manter um registo das quei-
ponsável pela área da energia, solicitada caso a caso, a con- xas que lhe tenham sido apresentadas pelas entidades re-
cessionária pode exercer outras atividades com fundamento feridas no número anterior.
no proveito daí resultante para o interesse da concessão.
CAPÍTULO II
Base II
Âmbito da concessão
Bens e meios afetos à concessão

1 — A concessão da RND abrange a exploração das in- Base VI


fraestruturas das redes de distribuição de eletricidade em AT Bens da concessão
e MT, compreendendo o exercício das seguintes atividades:
1 — Consideram-se afetos à concessão os bens que
a) Distribuição de eletricidade; constituem a rede de média e alta tensão e as interligações,
b) Comercialização das redes. designadamente:
2 — As atividades previstas no número anterior e as a) Linhas, subestações e postos de seccionamento;
funções que as integram são exercidas nos termos estabe- b) Instalações afetas ao despacho e à condução da rede
lecidos no Regulamento de Relações Comerciais. de distribuição, incluindo todo o equipamento indispen-
3 — A área da concessão abrange todo o território do sável ao seu funcionamento;
c) Instalações de telecomunicações, telemedida e tele-
continente.
comando afetas à distribuição.
Base III
Prazo da concessão 2 — Consideram-se ainda afetos à concessão:
1 — A concessão tem a duração de 35 anos contados a a) Os imóveis pertencentes à concessionária em que se
partir da data da celebração do respetivo contrato. implantem os bens referidos no número anterior, assim
2 — A concessão pode ser renovada se o interesse pú- como as servidões constituídas;
blico o justificar. b) Outros bens móveis ou imóveis necessários ao de-
3 — A intenção de renovação da concessão deve ser sempenho das atividades objeto da concessão.
comunicada à concessionária, pelo concedente, através
da DGEG, com a antecedência mínima de dois anos rela- 3 — As relações jurídicas diretamente relacionadas com
a concessão, nomeadamente laborais, de empreitada, de
tivamente ao termo do prazo da concessão.
locação, de prestação de serviços, de receção e de entrega
4 — O disposto no número anterior não impede que o de eletricidade, bem como os direitos de distribuição atra-
concedente e a concessionária acordem, até ao termo do vés de redes situadas no exterior da área da concessão.
respetivo prazo, na renovação da concessão.
Base VII
Base IV
Instalações da rede de média e alta tensão
Serviço público
1 — A rede de média e alta tensão é constituída pelas
1 — A concessão é exercida em regime de serviço pú- instalações de:
blico, sendo as suas atividades consideradas, para todos
os efeitos, de utilidade pública. a) Receção da eletricidade produzida por centros eletro-
2 — No âmbito da concessão, a concessionária deve produtores a ela ligados, da RNT e através das interligações;
desempenhar as atividades de acordo com as exigências b) Transmissão de eletricidade;
de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do c) Entrega de eletricidade a distribuidores em BT, in-
serviço, devendo adotar, para o efeito, os melhores meios cluindo os equipamentos de controlo e medição;
d) Entrega de eletricidade a clientes finais abastecidos
e tecnologias geralmente utilizados no setor elétrico.
em alta e média tensão, incluindo os equipamentos de
3 — A concessão é atribuída mediante contrato de con- controlo e medição.
cessão, no qual outorga o membro do Governo responsável
pela área da energia, em representação do Estado. 2 — Fazem igualmente parte da rede de alta e média
tensão os equipamentos de controlo e medição instalados
Base V nos pontos de ligação de centros eletroprodutores que
Princípios aplicáveis às relações com a concessionária tenham uma potência instalada inferior a 10 MVA e que
da RNT, produtores, distribuidores em BT, comercializadores estejam ligados fisicamente à RND.
e outros utilizadores das redes 3 — As instalações referidas no n.º 1 integram os bens a
1 — A concessionária não pode estabelecer diferenças elas afetos, devendo os limites das instalações que se ligam à
de tratamento nas suas relações com os produtores, distri- RND ser especificados nos documentos que aprovam o res-
buidores em BT, comercializadores e outros utilizadores da petivo projeto, nos termos do Regulamento de Licenças para
Instalações Elétricas.
sua rede que não resultem de condicionalismos legais ou
regulamentares ou da aplicação de critérios decorrentes de Base VIII
uma conveniente e adequada gestão técnica do SEN, bem
Interligações da RND
como de condicionalismos de natureza contratual, desde
que sancionadas pela DGEG, pelas direções regionais de As interligações da RND são constituídas pelas linhas de
economia e pela ERSE em função das suas competências. AT e MT que estabelecem as ligações na rede interligada.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(123)

Base IX putável ao produtor ligado à RND, à RNT, ao distribuidor


Inventário do património
em BT ou ao cliente ligado à RND.

1 — A concessionária deve elaborar um inventário do Base XIV


património afeto à concessão, que mantém atualizado e à
Interrupções por razões de interesse público ou de serviço
disposição do concedente.
2 — No inventário a que se refere o número anterior 1 — A receção ou a entrega de eletricidade pode ser
mencionam-se os ónus ou encargos que recaem sobre os interrompida por razões de interesse público, nomeada-
bens afetos à concessão. mente quando se trate da execução de planos nacionais de
3 — Os bens e direitos patrimoniais tornados desne- emergência energética declarada ao abrigo de legislação
cessários às atividades concedidas são abatidos ao inven- específica.
tário da concessão, nos termos previstos no contrato de 2 — A interrupção da receção ou da entrega de ele-
concessão. tricidade por razões de serviço num determinado ponto
de entrega tem lugar quando haja necessidade imperiosa
Base X de realizar manobras ou trabalhos de ligação, reparação
Manutenção dos bens e meios afetos à concessão
ou conservação da rede desde que tenham sido esgota-
das todas as possibilidades de alimentação alternativa.
A concessionária deve, durante o prazo de vigência da 3 — Na ocorrência do disposto nos números anteriores,
concessão, manter, a expensas suas, em bom estado de a concessionária deve avisar com a antecedência mínima
funcionamento, conservação e segurança os bens e meios de 36 horas o distribuidor em BT e os clientes ligados
a ela afetos, efetuando para tanto as reparações, renovações à RND que possam vir a ser afetados, salvo no caso da
e adaptações necessárias ao bom desempenho do serviço realização de trabalhos que a segurança de pessoas e bens
concedido. torne inadiáveis ou quando haja necessidade urgente de
deslastrar cargas, automática ou manualmente, para ga-
Base XI rantir a segurança do sistema elétrico.
Propriedade ou posse dos bens 4 — A ocorrência das situações referidas nos n.os 1 e 2 dá
origem a indemnização por parte da concessionária, caso
1 — A concessionária detém a propriedade ou posse dos esta não tenha tomado as medidas adequadas para evitar
bens que integram a concessão até à extinção desta. tais situações, de acordo com a avaliação das entidades
2 — Com a extinção da concessão, os bens a ela afetos competentes.
revertem para o Estado nos termos previstos nas presentes
bases. Base XV
Interrupção por facto imputável ao distribuidor ou ao cliente
CAPÍTULO III
1 — A concessionária pode interromper a entrega de
Obrigações, responsabilidades e fiscalização eletricidade ao distribuidor ou a clientes ligados à RND
da concessionária que causem perturbações que afetem a qualidade de ser-
viço do SEN legalmente estabelecida quando, uma vez
Base XII identificadas as causas perturbadoras, aquelas entidades,
após aviso da concessionária, não corrijam as anomalias
Obrigações da concessionária
em prazo adequado, tendo em consideração os trabalhos
1 — A concessionária está obrigada ao cumprimento a realizar.
do estabelecido no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fe- 2 — A concessionária pode ainda interromper a entrega
vereiro, no corpo deste decreto-lei, nas presentes bases, de eletricidade nos termos da regulamentação aplicável,
na demais legislação e em regulamentação aplicável, bem nomeadamente do Regulamento de Relações Comerciais.
como no contrato de concessão.
2 — A concessionária deve explorar a concessão me- Base XVI
diante o exercício das atividades estabelecidas na base II Interrupção da receção de centros eletroprodutores
e das funções que as integram, nos termos definidos no
Regulamento de Relações Comerciais. A concessionária pode interromper a receção da eletri-
cidade produzida por produtores que causem perturbações
Base XIII que afetem a qualidade de serviço do SEN legalmente es-
tabelecida quando, uma vez identificadas as causas pertur-
Obrigação de receção e de entrega de eletricidade
badoras, aqueles produtores, após aviso da concessionária,
1 — A concessionária é obrigada a receber a eletricidade não corrijam as anomalias em prazo adequado, tendo em
produzida pelos produtores ligados à RND e a entregar consideração os trabalhos a realizar.
eletricidade aos distribuidores em BT e aos clientes ligados
à RND nas condições estabelecidas no presente decreto-lei, Base XVII
no contrato de concessão, no Regulamento Tarifário, no
Projetos
Regulamento de Relações Comerciais e no Regulamento
da Qualidade de Serviço. 1 — Constituem obrigação da concessionária a conce-
2 — A receção e a entrega de eletricidade, salvo caso ção e a elaboração dos projetos relativos a remodelação e
fortuito ou de força maior, só podem ser interrompidas por expansão da rede de distribuição de acordo com o estabe-
razões de interesse público ou de serviço ou por facto im- lecido nos planos de desenvolvimento.
5588-(124) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

2 — A aprovação de quaisquer projetos pelo concedente Base XXIII


não implica qualquer responsabilidade para este derivada Responsabilidade civil
de erros de conceção ou da inadequação das instalações e
do equipamento ao serviço da concessão. 1 — Para os efeitos do disposto no artigo 509.º do Có-
3 — A aprovação dos projetos é feita através do pro- digo Civil, entende-se que a utilização das instalações
cesso de licenciamento previsto no Regulamento de Li- integradas na concessão é feita no exclusivo interesse da
cenças para Instalações Elétricas. concessionária.
2 — A concessionária fica obrigada à contratação de
4 — O planeamento das redes de distribuição em AT um seguro de responsabilidade civil para cobertura dos
e MT processa-se nos termos estabelecidos na legisla- danos materiais e corporais causados a terceiros emergentes
ção aplicável e no Regulamento de Operação das Redes. de facto ocorrido ao abrigo do número anterior, sendo o
seu montante mínimo fixado por portaria do membro do
Base XVIII Governo responsável pela área da energia, atualizável anu-
Normas gerais relativas ao atravessamento almente de acordo com o índice de preços no consumidor,
de terrenos públicos ou de particulares sem habitação, no continente, publicado pelo Instituto
Nacional de Estatística.
No atravessamento de terrenos do domínio público ou 3 — O capital seguro pode ser revisto em função de
de particulares, a concessionária deve adotar os procedi- alterações que ocorram na natureza, na dimensão e no
mentos estabelecidos na legislação aplicável e proceder à grau de risco.
reparação de todos os prejuízos que resultem dos trabalhos 4 — A concessionária deve apresentar na DGEG os
executados. documentos comprovativos da celebração do seguro, bem
como da atualização referida no número anterior.
Base XIX
Base XXIV
Cumprimento dos regulamentos
Medidas de proteção
No estabelecimento e na exploração da concessão, a
concessionária deve cumprir as normas e os regulamentos 1 — Quando se verifique uma situação de emergência
aplicáveis, designadamente o Regulamento da Rede de que ponha em risco a segurança de pessoas e bens, deve a
Distribuição, o Regulamento de Operação das Redes, o concessionária promover todas as medidas que entender
necessárias para repor as adequadas condições de segu-
Regulamento Tarifário, o Regulamento de Relações Co-
rança.
merciais, o Regulamento de Acesso às Redes e às Interli- 2 — Em situações graves, a concessionária deve, de
gações e o Regulamento da Qualidade de Serviço. imediato, comunicar a situação e as medidas tomadas às
entidades competentes, nomeadamente à direção regional
Base XX de economia respetiva, à câmara municipal e à autoridade
Informações policial da zona afetada, bem como, se for caso disso,
ao Serviço Nacional de Bombeiros e de Proteção Civil.
1 — A concessionária tem a obrigação de fornecer ao
concedente, através da DGEG, todos os elementos relativos
à concessão que esta entenda dever solicitar-lhe. CAPÍTULO IV
2 — A concessionária tem igualmente a obrigação de Direitos da concessionária
fornecer à ERSE a informação prevista no decreto-lei
que integra as presentes bases e nos regulamentos nelas Base XXV
previstos.
Utilização do domínio público

Base XXI 1 — No estabelecimento de instalações da rede de dis-


tribuição ou de outras infraestruturas integrantes da con-
Fiscalização
cessão, a concessionária tem o direito de utilizar os bens
1 — Sem prejuízo dos poderes cometidos a outras en- do Estado e das autarquias locais, incluindo os do domínio
tidades, nomeadamente à ERSE, cabe à DGEG a fiscali- público, nos termos da lei.
zação da concessão, nomeadamente do cumprimento das 2 — A faculdade de utilização dos bens referidos no nú-
disposições legais e do contrato de concessão. mero anterior resulta da aprovação dos respetivos projetos
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a ou de despacho ministerial, sem prejuízo da formalização
da respetiva cedência nos termos da lei.
concessionária deve prestar todas as informações e facul-
tar todos os documentos que lhe forem solicitados, bem Base XXVI
como permitir o livre acesso das entidades fiscalizadoras
a quaisquer instalações. Expropriações e servidões
A concessionária só pode solicitar a expropriação ou a
Base XXII constituição de servidões após a aprovação pela entidade
Auditoria licenciadora competente dos projetos ou anteprojetos das
infraestruturas ou instalações da rede de distribuição, nos
O operador da rede de distribuição fica sujeito a auditoria termos da legislação aplicável, cabendo à concessioná-
da DGEG e da ERSE, em função das suas competências. ria o pagamento das indemnizações a que derem lugar.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(125)

Base XXVII tivo montante em função do grau de culpa, dos riscos daí
Remuneração
derivados para a segurança da rede ou de terceiros, dos
prejuízos efetivamente causados e da diligência que tenha
Pela exploração da concessão é assegurada à concessio- posto na superação das consequências.
nária uma remuneração, nos termos do Regulamento Tari- 2 — A aplicação das multas previstas no número anterior
fário, que assegure o seu equilíbrio económico-financeiro é da competência do diretor-geral de energia e geologia.
nas condições de uma gestão eficiente. 3 — As multas que não forem pagas voluntariamente
ou cuja reclamação não tenha sido atendida podem, de-
corridos 30 dias sobre a respetiva notificação, ser levan-
CAPÍTULO V tadas da caução a que se refere a base XVIII desde que o
Garantias do cumprimento do contrato de concessão levantamento seja precedido de despacho do membro do
Governo responsável pela área da energia, sob proposta
Base XXVIII do diretor-geral de energia e geologia.
4 — O pagamento das multas não isenta a concessio-
Caução nária da responsabilidade civil, criminal ou contraordena-
1 — Para a garantia do cumprimento dos deveres emer- cional em que incorrer.
gentes do contrato de concessão, a concessionária deve,
se o membro do Governo responsável pela área da ener- Base XXXI
gia assim o determinar, prestar uma caução no valor até Sequestro
€ 25 000 000.
2 — Nos casos em que a concessionária não tenha pago 1 — O concedente, mediante despacho do membro
e não tenha contestado as multas aplicadas por incumpri- do Governo responsável pela área da energia, pode to-
mento das obrigações contratuais, pode ser determinado o mar conta da concessão quando se verificarem graves
recurso àquela caução, sem dependência de decisão judi- deficiências na respetiva organização e no funcionamento
cial, mediante despacho do membro do Governo respon- ou no estado geral das instalações e dos equipamentos
sável pela área da energia. que sejam suscetíveis de comprometer a regularidade ou
3 — A eventual diminuição da caução, por força de qualidade do serviço.
levantamentos que dela sejam feitos nos termos do número 2 — Verificado o sequestro, a concessionária suporta
anterior, implica, para a concessionária, a obrigação de os encargos que resultarem para o concedente do exercí-
proceder à sua reconstituição no prazo de um mês contado cio da concessão, bem como as despesas extraordinárias
a partir da data de utilização. necessárias ao restabelecimento da normalidade.
4 — A caução só pode ser levantada um ano após a data 3 — Logo que cessem as razões do sequestro e o con-
da extinção do contrato de concessão ou, por acordo com cedente o julgar oportuno, é a concessionária notificada
o concedente, após a extinção da concessão, mas antes do para retomar, na data que lhe for fixada, o normal exercício
decurso daquele prazo. da concessão.
5 — A caução pode ser prestada por depósito em di- 4 — Se a concessionária não quiser ou não puder reto-
nheiro, por garantia bancária autónoma cujo texto deve ser mar esse exercício, pode o membro do Governo respon-
previamente aprovado pela DGEG ou por qualquer outra sável pela área da energia determinar a imediata resolução
forma prevista na lei. do contrato de concessão.
5 — No caso de a concessionária ter retomado o exer-
Base XXIX cício da concessão e continuarem a verificar-se graves
deficiências no mesmo, pode o membro do Governo res-
Responsabilidade da concessionária por incumprimento ponsável pela área da energia ordenar novo sequestro ou
1 — Por violação do contrato de concessão, a conces- determinar a imediata resolução do contrato de concessão.
sionária incorre em responsabilidade perante o concedente.
2 — A responsabilidade da concessionária cessa sempre CAPÍTULO VI
que ocorra caso fortuito ou de força maior, ficando a seu
cargo apresentar prova da ocorrência. Alteração e extinção do contrato de concessão
3 — A concessionária deve informar a DGEG o mais
rapidamente possível da ocorrência de qualquer facto pre- Base XXXII
visto no número anterior, por qualquer meio de comunica-
Alteração do contrato de concessão
ção adequado, devendo confirmar por carta na qual indique
as medidas essenciais que tomou ou pretende tomar para 1 — As cláusulas do contrato de concessão podem ser
fazer face à situação ocorrida. alteradas por mútuo acordo desde que a alteração não
4 — Na situação prevista no número anterior, a con- envolva a violação do regime jurídico da concessão nem
cessionária deve tomar imediatamente as medidas que implique a derrogação das presentes bases.
sejam necessárias para assegurar a retoma normal das 2 — Com o objetivo de assegurar a permanente adequação
obrigações suspensas. da concessão às exigências da regularidade, continuidade
e qualidade do serviço público ou por alteração do regime
Base XXX de exclusivo que decorra da transposição para o direito
português de legislação da União Europeia, o concedente
Multas contratuais
reserva-se o direito de alterar as condições da sua exploração.
1 — Pelo incumprimento de obrigações assumidas no 3 — Quando, por efeito do número anterior, se alterem
âmbito do contrato de concessão, pode a concessionária significativamente as condições de exploração, o conce-
ser punida com multa até € 10 000 000, variando o respe- dente compromete-se a promover a reposição do equilí-
5588-(126) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

brio contratual desde que a concessionária, neste último lhes for determinado, nunca superior a três meses, propo-
caso, faça prova de não poder prover a tal reposição re- rem uma solução que possa sobrestar à resolução, desde
correndo aos meios resultantes de uma correta e prudente que o concedente com ela concorde.
gestão financeira e a prova seja aceite pelo concedente. 5 — A concessionária não pode resolver o contrato de
concessão com fundamento na alteração do regime de
Base XXXIII exclusivo que decorra da transposição para o direito por-
Extinção da concessão
tuguês de legislação da União Europeia.
6 — A resolução do contrato de concessão produz os
1 — A concessão extingue-se por acordo entre o Es- seus efeitos desde a data da sua comunicação à outra parte
tado e a concessionária, por resolução, por resgate e por por carta registada com aviso de receção.
decurso do prazo. 7 — As penalidades por resolução do contrato de con-
2 — A extinção da concessão opera a transmissão para o cessão, bem como as eventuais indemnizações, são esta-
Estado, consoante os casos, dos bens e meios a ela afetos, belecidas no contrato de concessão.
nos termos das presentes bases.
3 — Da transmissão prevista no número anterior Base XXXV
excluem-se, além dos bens e meios não afetos à conces-
Resgate da concessão
são, os fundos consignados à garantia ou à cobertura de
obrigações da concessionária de cujo cumprimento lhe 1 — O Estado pode resgatar a concessão sempre que
seja dada quitação pelo concedente, a qual se presume motivos de interesse público o justifiquem, decorridos que
se decorrido um ano sobre a extinção da concessão não sejam 10 anos sobre a data de início do respetivo prazo.
houver declaração em contrário pelo membro do Governo 2 — O resgate da concessão processa-se mediante carta
responsável pela área da energia. registada com aviso de receção, com, pelo menos, um ano
4 — A tomada de posse da concessão pelo Estado é de antecedência em relação à data da efetivação do resgate.
precedida de vistoria ad perpetuam rei memoriam, reali- 3 — Decorrido o período de aviso de resgate, o Es-
zada pela DGEG, a que assistem representantes da con- tado assume todos os bens e meios que estejam afetos à
cessionária. concessão à data desse aviso e ainda aqueles que tenham
sido adquiridos pela concessionária durante o período de
Base XXXIV aviso, desde que tenham sido autorizados pelo membro do
Resolução do contrato por incumprimento Governo responsável pela área da energia.
4 — A assunção de obrigações por parte do Estado é
1 — O concedente, pelo membro do Governo responsá- feita sem prejuízo do seu direito de regresso sobre a conces-
vel pela área da energia, pode resolver o contrato quando sionária pelas obrigações por esta contraídas que tenham
ocorra qualquer dos seguintes factos: exorbitado da gestão normal da concessão.
a) Desvio do objeto da concessão; 5 — Pelo resgate, a concessionária tem direito a uma
b) Suspensão da atividade objeto da concessão; indemnização determinada por uma terceira entidade es-
c) Oposição reiterada ao exercício da fiscalização, colhida por acordo entre o concedente e a concessionária,
repetida desobediência às determinações do concedente devendo a fixação do montante da indemnização atender ao
ou sistemática inobservância das leis e dos regulamentos valor contabilístico, à data do resgate, dos bens revertidos
aplicáveis à exploração, quando se mostrem ineficazes as para o concedente, livres de quaisquer ónus ou encargos,
sanções aplicadas; e ao valor de eventuais lucros cessantes.
d) Recusa em proceder às adequadas conservação e 6 — O valor contabilístico dos bens referidos no número
reparação das infraestruturas ou ainda à necessária am- anterior entende-se líquido de amortizações e de comparti-
pliação da rede; cipações financeiras e subsídios a fundo perdido, incluindo-
e) Cobrança dolosa de preços com valor superior aos -se nestes o valor dos bens cedidos pelo concedente.
fixados; 7 — Na determinação da indemnização apenas devem
f) Falência da concessionária; ser considerados os bens que tenham sido aprovados pela
g) Transmissão da concessão ou subconcessão não au- ERSE para os efeitos de fixação das tarifas de eletricidade.
torizada; 8 — Para os efeitos do cálculo da indemnização pre-
h) Violação grave das cláusulas do contrato; vista na presente base, o valor dos bens que se encon-
i) Recusa da reconstituição atempada da caução. trem anormalmente depreciados ou deteriorados devido
a deficiências da concessionária na sua manutenção ou
2 — Não constituem causas de resolução os factos ocor- reparação é determinado de acordo com o seu estado de
ridos por motivos de força maior, os que o concedente, funcionamento efetivo.
pelo membro do Governo responsável pela área da energia,
aceite como justificados. Base XXXVI
3 — Quando as faltas forem causadas por mera negli- Extinção da concessão por decurso do prazo
gência e suscetíveis de correção, o concedente não rescinde
o contrato de concessão sem previamente avisar a con- 1 — A concessão extingue-se pelo decurso do respe-
cessionária para, num prazo razoável que lhe for fixado, tivo prazo, transmitindo-se para o Estado nos termos das
cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou presentes bases.
reparar as consequências da sua negligência. 2 — Cessando a concessão pelo decurso do respetivo
4 — No caso de pretender resolver o contrato, desig- prazo, o Estado paga à concessionária uma indemnização
nadamente pelo facto referido na alínea f) do n.º 1, o con- correspondente ao valor contabilístico dos bens afetos à
cedente deve ainda notificar os principais credores da concessão por ela adquiridos com referência ao último ba-
concessionária que sejam conhecidos para, no prazo que lanço aprovado, nos termos dos n.os 6, 7 e 8 da base anterior.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(127)

Base XXXVII contrato de concessão lhe confiram essa prerrogativa, são


Procedimento para termo da concessão
sempre imputáveis, para o efeito de recurso contencioso,
ao respetivo conselho de administração.
1 — O Estado reserva-se o direito de tomar, nos últimos 3 — A responsabilidade contratual ou extracontratual
dois anos do prazo da concessão, as providências que julgar da concessionária por atos de gestão privada ou de gestão
convenientes para assegurar a continuação do serviço no pública efetiva-se nos termos e pelos meios previstos
termo da concessão ou as medidas necessárias para efetuar, na lei.
durante o mesmo prazo, a transferência progressiva das
atividades exercidas pela concessionária que cessa o seu ANEXO V
contrato para uma nova entidade encarregada da gestão
do serviço. (a que se refere o n.º 5 do artigo 42.º)
2 — Se no termo da concessão o Estado não tiver ainda
renovado o respetivo contrato ou não tiver decidido quanto Bases das concessões da rede de distribuição
de eletricidade em baixa tensão
ao novo modo ou à entidade encarregada da gestão do
serviço, pode, se assim o desejar, acordar a continuação do
contrato de concessão com a concessionária, até ao limite CAPÍTULO I
máximo de um ano, mediante arrendamento, prestação de
serviços ou qualquer outro título contratual. Disposições e princípios gerais

Base XXXVIII Base I


Transmissão e oneração de concessão Objeto da concessão

1 — Sob pena de nulidade dos respetivos atos ou con- 1 — A concessão tem por objeto o estabelecimento
tratos, a concessionária não pode, sem prévia autorização e a exploração da rede municipal de distribuição de
do membro do Governo responsável pela área da energia, eletricidade em BT em regime de serviço público, em
transmitir, subconceder ou onerar, por qualquer forma, a exclusivo.
concessão. 2 — Mediante autorização da câmara municipal, soli-
2 — É equiparada à transmissão da concessão a alie- citada caso a caso, a concessionária pode exercer outras
nação de ações contra o disposto nos respetivos estatutos. atividades com fundamento no proveito daí resultante para
3 — No caso de subconcessão, total ou parcial, quando o interesse da concessão.
autorizada, a concessionária mantém os direitos e continua
sujeita às obrigações decorrentes do contrato de concessão. Base II
4 — Se à data da extinção da concessão se mantiverem Âmbito da concessão
ónus ou encargos respeitantes aos contratos de aquisição
de bens das respetivas infraestruturas, o Estado assumi- 1 — A concessão da rede municipal de distribuição de
-los-á desde que o membro do Governo responsável pela eletricidade em BT integra a operação da respetiva rede
área da energia haja autorizado a sua contratação pela e compreende:
concessionária e não se trate de obrigações já vencidas e a) A exploração e a manutenção da rede de distribuição;
não cumpridas. b) A gestão dos fluxos de eletricidade na rede;
c) O planeamento, a construção e a gestão técnica da rede.
CAPÍTULO VII
2 — A área da concessão não pode ser superior à área
Composição de litígios de um município ou de um grupo de municípios agrupados
nos termos da legislação em vigor.
Base XXXIX
Base III
Litígios entre o concedente e a concessionária
Prazo da concessão
O concedente e a concessionária podem celebrar conven-
ções de arbitragem destinadas à solução legal ou segundo 1 — A concessão tem a duração de 20 anos contados a
a equidade, conforme nelas se determinar, de quaisquer partir da data da celebração do respetivo contrato.
questões emergentes do contrato de concessão. 2 — O prazo de concessão é estabelecido no caderno
de encargos do concurso para a atribuição da respetiva
Base XL concessão.
Litígios entre a concessionária e os utilizadores
da rede de distribuição Base IV
Serviço público
1 — A concessionária, os produtores, os distribuidores
em BT, os comercializadores de eletricidade e a conces- 1 — A concessão é exercida em regime de serviço pú-
sionária da RNT, bem como outras entidades que se en- blico, sendo as suas atividades consideradas, para todos
contrem ligadas à RND, podem celebrar convenções de os efeitos, de utilidade pública.
arbitragem para solução dos litígios emergentes dos res- 2 — No âmbito da concessão, a concessionária deve
petivos contratos ou aderir a processos de arbitragem, nos desempenhar as atividades de acordo com as exigências
termos previstos no Regulamento de Relações Comerciais. de um regular, contínuo e eficiente funcionamento do
2 — Os atos da concessionária praticados por via ad- serviço, devendo adotar, para o efeito, os melhores meios
ministrativa, nos casos em que a lei, os regulamentos ou o e tecnologias geralmente utilizados no setor elétrico.
5588-(128) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Base V locação, de prestação de serviços, de receção e de entrega


Princípios aplicáveis às relações com os produtores,
de eletricidade, bem como os direitos de distribuição atra-
o distribuidor em AT e MT, os comercializadores vés de redes situadas no exterior da área da concessão.
e outros utilizadores das redes
Base IX
1 — A concessionária não pode estabelecer diferenças de
tratamento nas suas relações com os produtores, os distribui- Instalações da rede de baixa tensão
dores em AT e MT, os comercializadores e outros utilizadores 1 — A rede de baixa tensão é constituída pelas insta-
da sua rede que não resultem de condicionalismos legais ou lações de:
regulamentares ou da aplicação de critérios decorrentes de
uma conveniente e adequada gestão técnica do SEN, bem a) Receção da eletricidade produzida por produtores a
como de condicionalismos de natureza contratual, desde ela ligados e da RND;
que sancionadas pela DGEG, pelas direções regionais de b) Transmissão de eletricidade;
economia e pela ERSE, em função das suas competências. c) Entrega de eletricidade a clientes abastecidos em
2 — A concessionária deve manter um registo de quei- baixa tensão.
xas que lhe tenham sido apresentadas pelas entidades re-
feridas no número anterior. 2 — As instalações referidas no número anterior integram
os bens a elas afetos, devendo os limites das instalações que
Base VI se ligam à rede municipal de distribuição de eletricidade em
BT ser especificados nos documentos que aprovam o respe-
Contrato de concessão tivo projeto, nos termos do Regulamento de Licenças para as
1 — A concessão é atribuída mediante contrato de con- Instalações Elétricas.
cessão celebrado entre o município concedente, outorgado
Base X
pela respetiva câmara municipal, e a entidade adjudicatária
selecionada na sequência da realização de concurso público. Inventário do património
2 — O contrato de concessão tem por base um contrato- 1 — A concessionária deve elaborar um inventário do
-tipo aprovado por portaria dos membros do Governo património afeto à concessão, que mantém atualizado e à
responsáveis pelas áreas da energia, das finanças e da disposição do concedente.
administração interna, ouvida a Associação Nacional dos 2 — No inventário a que se refere o número anterior
Municípios Portugueses e a ERSE. devem ser mencionados os ónus ou encargos que recaem
sobre os bens afetos à concessão.
Base VII 3 — Os bens e direitos patrimoniais tornados desneces-
Remuneração das concessões sários às atividades concedidas são abatidos ao inventário
da concessão nos termos do respetivo contrato.
Os municípios concedentes têm direito, de acordo com
os termos previstos no artigo 44.º do corpo do presente Base XI
decreto-lei, a receber das concessionárias o pagamento de
uma remuneração anual. Manutenção dos bens e meios afetos à concessão
A concessionária deve, durante o prazo de vigência da
CAPÍTULO II concessão, manter, a expensas suas, em bom estado de fun-
cionamento, conservação e segurança os bens e meios a ela
Bens e meios afetos à concessão afetos, efetuando para tanto as reparações, renovações e adap-
tações necessárias ao bom desempenho do serviço concedido.
Base VIII
Bens da concessão
Base XII
Propriedade ou posse dos bens
1 — Consideram-se afetos à concessão os bens que
constituem a rede de baixa tensão e as interligações, de- 1 — Sem prejuízo dos bens do concedente afetos à
signadamente: concessão, a concessionária detém a propriedade ou posse
dos bens que a integram até à extinção da concessão.
a) Linhas, cabos e ramais de BT; 2 — Com a extinção da concessão os bens a ela afetos rever-
b) Postos de transformação e instalações anexas; tem para o município nos termos previstos nas presentes bases.
c) Rede de iluminação pública; 3 — Excluem-se da transmissão referida no número
d) Instalações de telecomunicações, telemedida e tele- anterior os bens que integram o domínio do Estado.
comando afetas à distribuição em BT.

2 — Consideram-se ainda afetos à concessão: CAPÍTULO III


a) Os imóveis pertencentes à concessionária em que se Obrigações, responsabilidades e fiscalização
implantem os bens referidos no número anterior, assim da concessionária
como as servidões constituídas;
b) Outros bens móveis ou imóveis necessários ao de- Base XIII
sempenho das atividades objeto da concessão.
Obrigações da concessionária
3 — As relações jurídicas diretamente relacionadas com A concessionária está obrigada ao cumprimento do estabe-
a concessão, nomeadamente laborais, de empreitada, de lecido no Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro, no corpo
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(129)

do decreto-lei, nas presentes bases, na demais legislação e em que afetem a qualidade de serviço do SEN legalmente es-
regulamentação aplicável, bem como no contrato de concessão. tabelecida quando, uma vez identificadas as causas pertur-
badoras, aqueles produtores, após aviso da concessionária,
Base XIV não corrijam as anomalias em prazo adequado, tendo em
Obrigação de receção e de entrega de eletricidade
consideração os trabalhos a realizar.

1 — A concessionária é obrigada a receber a eletricidade Base XVIII


produzida pelos produtores ligados à RMD e a entregar
eletricidade aos clientes ligados à RMD, nas condições Planos de desenvolvimento
estabelecidas no presente decreto-lei, no contrato de con- 1 — A concessionária deve elaborar o plano de desen-
cessão, no Regulamento da Rede de Distribuição, no Regu- volvimento da rede de distribuição em BT, nos termos
lamento Tarifário, no Regulamento de Relações Comerciais estabelecidos no contrato de concessão.
e no Regulamento da Qualidade de Serviço. 2 — A concessionária deve observar, na remodelação
2 — A receção e a entrega de eletricidade, salvo caso e na expansão da rede, os prazos de execução adequados
fortuito ou de força maior, só podem ser interrompidas à satisfação das necessidades de comercialização de ele-
por razões de interesse público ou de serviço ou por facto tricidade.
imputável ao cliente.
Base XIX
Base XV
Projetos
Interrupções por razões de interesse público ou de serviço
1 — Constitui obrigação da concessionária a conceção
1 — A receção ou a entrega de eletricidade podem ser in- e a elaboração dos projetos relativos a remodelação e ex-
terrompidas por razões de interesse público, nomeadamente pansão da rede de distribuição.
quando se trate da execução de planos nacionais de emergên- 2 — A aprovação de quaisquer projetos pela entidade
cia energética declarada ao abrigo de legislação específica. administrativa competente não implica qualquer respon-
2 — A interrupção da receção ou da entrega de eletri-
sabilidade para esta derivada de erros de conceção ou da
cidade por razões de serviço num determinado ponto de
inadequação das instalações e do equipamento ao serviço
entrega tem lugar quando haja necessidade imperiosa de
da concessão.
realizar manobras ou trabalhos de ligação, reparação ou
conservação da rede desde que tenham sido esgotadas todas 3 — A aprovação dos projetos é feita através do pro-
as possibilidades de alimentação alternativa. cesso de licenciamento previsto no Regulamento de Li-
3 — Na ocorrência do disposto nos números anteriores, cenças para Instalações Elétricas.
a concessionária deve avisar com a antecedência mínima de
36 horas os clientes ligados à rede municipal de distribui- Base XX
ção de eletricidade em BT que possam vir a ser afetados, Normas gerais relativas ao atravessamento
salvo no caso da realização de trabalhos que a segurança de de terrenos públicos ou de particulares
pessoas e bens torne inadiáveis ou quando haja necessidade
No atravessamento de terrenos do domínio público ou
urgente de deslastrar cargas, automática ou manualmente,
de particulares, a concessionária deve adotar os procedi-
para garantir a segurança do sistema elétrico.
mentos estabelecidos na legislação aplicável e proceder à
4 — A ocorrência das situações referidas nos n.os 1 e 2 dá
origem a indemnização por parte da concessionária caso esta reparação de todos os prejuízos que resultem dos trabalhos
não tenha tomado as medidas adequadas para evitar tais situa- executados.
ções, de acordo com a avaliação das entidades competentes.
Base XXI
Base XVI Cumprimento dos regulamentos
Interrupção por facto imputável ao distribuidor ou ao cliente No estabelecimento e na exploração da concessão, a
1 — A concessionária pode interromper a entrega de concessionária deve cumprir as normas e os regulamentos
eletricidade a clientes ligados à rede municipal de distri- aplicáveis, designadamente o Regulamento da Rede de
buição de eletricidade em BT que causem perturbações Distribuição, o Regulamento de Operação das Redes, o
que afetem a qualidade de serviço do SEN legalmente es- Regulamento Tarifário, o Regulamento de Relações Co-
tabelecida quando, uma vez identificadas as causas pertur- merciais, o Regulamento de Acesso às Redes e às Interli-
badoras, aquelas entidades, após aviso da concessionária, gações e o Regulamento da Qualidade de Serviço.
não corrijam as anomalias em prazo adequado, tendo em
consideração os trabalhos a realizar. Base XXII
2 — A concessionária pode ainda interromper a entrega Informações
de eletricidade nos termos da regulamentação aplicável,
nomeadamente do Regulamento de Relações Comerciais, 1 — A concessionária tem a obrigação de fornecer
na observância do disposto na Lei n.º 23/96, de 26 de julho. à câmara municipal do município concedente todos os
elementos relativos à concessão que esta entenda dever
Base XVII solicitar-lhe.
2 — A concessionária tem igualmente a obrigação de
Interrupção da receção de produtores em BT
fornecer à DGEG, às direções regionais de economia e à
A concessionária pode interromper a receção da eletri- ERSE a informação prevista no decreto-lei que integra
cidade produzida por produtores que causem perturbações as presentes bases e nos regulamentos nelas previstos.
5588-(130) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

Base XXIII 2 — A faculdade de utilização dos bens referidos no


Fiscalização
número anterior resulta da aprovação dos respetivos pro-
jetos, sem prejuízo da formalização da respetiva cedência
1 — Sem prejuízo dos poderes cometidos a outras enti- nos termos da lei.
dades, cabe à câmara municipal do município concedente 3 — As condições de utilização dos bens do município
a fiscalização da concessão, nomeadamente do cumpri- concedente constam do respetivo contrato de concessão.
mento das disposições legais e do contrato de concessão.
2 — Para os efeitos do disposto no número anterior, a Base XXVIII
concessionária deve prestar todas as informações e facul-
tar todos os documentos que lhe forem solicitados, bem Expropriações e servidões
como permitir o livre acesso das entidades fiscalizadoras A concessionária só pode solicitar a expropriação ou a
a quaisquer instalações. constituição de servidões após a aprovação pela entidade
licenciadora competente dos projetos ou anteprojetos das
Base XXIV infraestruturas ou das instalações da rede de distribuição,
Auditoria nos termos da legislação aplicável, cabendo à concessio-
nária o pagamento das indemnizações a que derem lugar.
O operador da rede de distribuição fica sujeito a auditoria da
DGEG, da respetiva direção regional de economia e da ERSE, Base XXIX
bem como do concedente, em função das suas competências.
Remuneração
Base XXV Pela exploração da concessão é assegurada à concessio-
Responsabilidade civil nária uma remuneração, nos termos do Regulamento Tari-
fário, que assegure o seu equilíbrio económico-financeiro
1 — Para os efeitos do disposto no artigo 509.º do Código nas condições de uma gestão eficiente.
Civil, entende-se que a utilização das instalações integradas
na concessão é feita no exclusivo interesse da concessionária.
2 — A concessionária fica obrigada à contratação de CAPÍTULO V
um seguro de responsabilidade civil para cobertura dos
danos materiais e corporais causados a terceiros emergentes Garantias do cumprimento do contrato de concessão
de facto ocorrido ao abrigo do número anterior, sendo o
seu montante mínimo fixado por deliberação da câmara Base XXX
municipal, atualizável anualmente de acordo com o índice Caução
de preços no consumidor, sem habitação, no continente,
publicado pelo Instituto Nacional de Estatística. 1 — Para a garantia do cumprimento dos deveres emer-
3 — O capital seguro pode ser revisto em função das altera- gentes do contrato de concessão, a concessionária deve, se
ções que ocorram na natureza, na dimensão e no grau de risco. a respetiva câmara municipal assim o determinar, prestar
4 — A concessionária deve apresentar na câmara muni- uma caução até ao valor máximo de € 250 000, nos ter-
cipal os documentos comprovativos da celebração do se- mos da portaria que aprovar o contrato-tipo de concessão.
guro, bem como da atualização referida no número anterior. 2 — Nos casos em que a concessionária não tenha pago
e não tenha contestado as multas aplicadas por incumpri-
Base XXVI mento das obrigações contratuais, pode ser determinado o
recurso àquela caução, sem dependência de decisão judi-
Medidas de proteção
cial, mediante despacho do presidente da câmara municipal.
1 — Quando se verifique uma situação de emergência 3 — A eventual diminuição da caução, por força de
que ponha em risco a segurança de pessoas e bens, deve a levantamentos que dela sejam feitos nos termos do número
concessionária promover todas as medidas que entender ne- anterior, implica, para a concessionária, a obrigação de
cessárias para repor as adequadas condições de segurança. proceder à sua reconstituição no prazo de um mês contado
2 — Em situações graves, a concessionária deve, de a partir da data de utilização.
imediato, comunicar a situação e as medidas tomadas às 4 — A caução só pode ser levantada um ano após a data
entidades competentes, nomeadamente à direção regional da extinção do contrato de concessão ou, por acordo com
de economia respetiva, à câmara municipal e à autoridade o concedente, após a extinção da concessão, mas antes do
policial da zona afetada, bem como, se for caso disso, decurso daquele prazo.
ao Serviço Nacional de Bombeiros e de Proteção Civil. 5 — A caução pode ser prestada por depósito em di-
nheiro, por garantia bancária autónoma cujo texto deve
ser previamente aprovado pela câmara municipal ou por
CAPÍTULO IV
qualquer outra forma prevista na lei.
Direitos da concessionária 6 — O estabelecido nesta base não se aplica aos con-
tratos de concessão em vigor à data da entrada em vigor
Base XXVII do presente decreto-lei.
Utilização do domínio público
Base XXXI
1 — No estabelecimento de instalações da rede de distri- Responsabilidade da concessionária por incumprimento
buição ou de outras infraestruturas integrantes da concessão,
a concessionária tem o direito de utilizar os bens do domínio 1 — Por violação do contrato de concessão, a concessio-
municipal e do Estado, nos termos da lei. nária incorre em responsabilidade perante o concedente.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(131)

2 — A responsabilidade da concessionária cessa sempre CAPÍTULO VI


que ocorra caso fortuito ou de força maior, ficando a seu
cargo apresentar prova da ocorrência. Alteração e extinção do contrato de concessão
3 — A concessionária deve informar a câmara mu-
nicipal o mais rapidamente possível da ocorrência de Base XXXIV
qualquer facto previsto no número anterior, por qual- Alteração do contrato de concessão
quer meio de comunicação adequado, devendo confir-
mar por carta na qual indique as medidas essenciais 1 — As cláusulas do contrato de concessão podem ser
que tomou ou pretende tomar para fazer face à situação alteradas por mútuo acordo desde que a alteração não
ocorrida. envolva a violação do regime jurídico da concessão nem
4 — Na situação prevista no número anterior, a con- implique a derrogação das presentes bases.
cessionária deve tomar imediatamente as medidas que 2 — Com o objetivo de assegurar a permanente ade-
sejam necessárias para assegurar a retoma normal das quação da concessão às exigências da regularidade, da
obrigações suspensas. continuidade e da qualidade do serviço público ou por
alteração do regime de exclusivo que decorra da trans-
Base XXXII posição para o direito português de legislação da União
Europeia, o concedente reserva-se o direito de alterar as
Multas contratuais condições da sua exploração.
1 — Pelo incumprimento de obrigações assumidas no 3 — Quando, por efeito do número anterior, se alterem
âmbito do contrato de concessão, pode a concessionária significativamente as condições de exploração, o conce-
ser punida com multa até € 50 000, variando o respetivo dente compromete-se a promover a reposição do equilíbrio
montante em função do grau de culpa, dos riscos daí deriva- contratual desde que a concessionária, neste último caso,
dos para a segurança da rede ou de terceiros, dos prejuízos faça prova de não poder prover a tal reposição recorrendo
efetivamente causados e da diligência que tenha posto na aos meios resultantes de uma correta e prudente gestão
superação das consequências. financeira e a prova seja aceite pelo concedente.
2 — A aplicação das multas previstas no número
anterior é da competência do presidente da câmara mu- Base XXXV
nicipal. Extinção da concessão
3 — As multas que não forem pagas voluntariamente
1 — A concessão extingue-se por acordo entre o muni-
ou cuja reclamação não tenha sido atendida podem, de-
cípio e a concessionária, por resolução, por resgate e por
corridos 30 dias sobre a respetiva notificação, ser levan-
decurso do prazo.
tadas da caução a que se refere a base XVIII desde que o
2 — A extinção da concessão opera a transmissão para
levantamento seja precedido de despacho do presidente
o município dos bens e meios a ela afetos nos termos das
da câmara municipal.
presentes bases.
4 — O pagamento das multas não isenta a concessio-
3 — Da transmissão prevista no número anterior
nária da responsabilidade civil, criminal ou contraordena-
excluem-se, além dos bens e meios não afetos à con-
cional em que incorrer.
cessão, os fundos consignados à garantia ou à cobertura
de obrigações da concessionária de cujo cumprimento
Base XXXIII
lhe seja dada quitação pelo concedente, a qual se pre-
Sequestro sume se decorrido um ano sobre a extinção da conces-
1 — O concedente, mediante deliberação dos órgãos são não houver declaração em contrário pela câmara
competentes do município, pode tomar conta da con- municipal.
cessão quando se verificarem graves deficiências na 4 — A tomada de posse da concessão pelo município é
respetiva organização e no funcionamento ou no estado precedida de vistoria ad perpetuam rei memoriam, reali-
geral das instalações e dos equipamentos que sejam zada pela câmara municipal, a que assistem representantes
suscetíveis de comprometer a regularidade ou qualidade da concessionária.
do serviço.
2 — Verificado o sequestro, a concessionária suporta Base XXXVI
os encargos que resultarem para o concedente do exercí- Resolução do contrato por incumprimento
cio da concessão, bem como as despesas extraordinárias
1 — O concedente, na sequência de deliberação dos
necessárias ao restabelecimento da normalidade.
seus órgãos competentes, pode resolver o contrato quando
3 — Logo que cessem as razões do sequestro e o con-
ocorra qualquer dos seguintes factos:
cedente o julgar oportuno, é a concessionária notificada
para retomar, na data que lhe for fixada, o normal exercício a) Desvio do objeto da concessão;
da concessão. b) Suspensão da atividade objeto da concessão;
4 — Se a concessionária não quiser ou não puder reto- c) Oposição reiterada ao exercício da fiscalização,
mar esse exercício, pode a câmara municipal determinar repetida desobediência às determinações do concedente
a imediata resolução do contrato de concessão. ou sistemática inobservância das leis e dos regulamentos
5 — No caso de a concessionária ter retomado o exer- aplicáveis à exploração, quando se mostrem ineficazes as
cício da concessão e continuarem a verificar-se graves sanções aplicadas;
deficiências no mesmo, pode ser ordenado novo seques- d) Recusa em proceder às adequadas conservação e
tro ou determinada a imediata resolução do contrato de reparação das infraestruturas ou ainda à necessária am-
concessão. pliação da rede;
5588-(132) Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012

e) Cobrança dolosa de preços com valor superior aos dido, incluindo-se nestes o valor dos bens cedidos pelo
fixados; concedente.
f) Falência da concessionária; 7 — Na determinação da indemnização apenas devem
g) Transmissão da concessão ou subconcessão não au- ser considerados os bens que tenham sido aprovados
torizada; pela ERSE para os efeitos de fixação das tarifas de ele-
h) Violação grave das cláusulas do contrato; tricidade.
i) Recusa da reconstituição atempada da caução. 8 — Para os efeitos do cálculo da indemnização pre-
vista na presente base, o valor dos bens que se encon-
2 — Não constituem causas de resolução os factos ocor- trem anormalmente depreciados ou deteriorados devido
ridos por motivos de força maior. a deficiências da concessionária na sua manutenção ou
3 — Quando as faltas forem causadas por mera negli- reparação é determinado de acordo com o seu estado de
gência e suscetíveis de correção, o concedente não rescinde funcionamento efetivo.
o contrato de concessão sem previamente avisar a con-
cessionária para, num prazo razoável que lhe for fixado, Base XXXVIII
cumprir integralmente as suas obrigações e corrigir ou Extinção da concessão por decurso do prazo
reparar as consequências da sua negligência.
4 — No caso de pretender resolver o contrato, desig- 1 — A concessão extingue-se pelo decurso do respetivo
nadamente pelo facto referido na alínea f) do n.º 1, o con- prazo, transmitindo-se para o concedente nos termos das
cedente deve ainda notificar os principais credores da presentes bases.
concessionária que sejam conhecidos para, no prazo que 2 — Cessando a concessão pelo decurso do respetivo
lhes for determinado, nunca superior a três meses, propo- prazo, o concedente paga à concessionária uma indem-
rem uma solução que possa sobrestar à resolução, desde nização correspondente ao valor contabilístico dos bens
que o concedente com ela concorde. afetos à concessão por ela adquiridos com referência ao
5 — A concessionária não pode resolver o contrato de último balanço aprovado, nos termos dos n.os 6, 7 e 8 da
concessão com fundamento na alteração do regime de base anterior.
exclusivo que decorra da transposição para o direito por-
tuguês de legislação da União Europeia. Base XXXIX
6 — A resolução do contrato de concessão produz os Procedimento para termo da concessão
seus efeitos desde a data da sua comunicação à outra parte
por carta registada e com aviso de receção. 1 — O concedente reserva-se o direito de tomar nos
7 — As penalidades por resolução do contrato de con- últimos dois anos do prazo da concessão as providências
cessão, bem como as eventuais indemnizações, são esta- que julgar convenientes para assegurar a continuação do
belecidas no contrato de concessão. serviço no termo da concessão ou as medidas necessárias
para efetuar, durante o mesmo prazo, a transferência pro-
Base XXXVII gressiva das atividades exercidas pela concessionária que
cessa o seu contrato para uma nova entidade encarregada
Resgate da concessão
da gestão do serviço.
1 — O concedente pode resgatar a concessão sempre 2 — Se no termo da concessão o concedente não
que motivos de interesse público o justifiquem, decorridos tiver ainda renovado o respetivo contrato ou não tiver
que sejam cinco anos sobre a data de início do respetivo decidido quanto ao novo modo ou entidade encarregada
prazo. da gestão do serviço, pode, se assim o desejar, acordar
2 — O resgate da concessão processa-se mediante carta a continuação do contrato de concessão com a conces-
registada e com aviso de receção com, pelo menos, um sionária, até ao limite máximo de um ano, mediante
ano de antecedência em relação à data da efetivação do arrendamento, prestação de serviços ou qualquer outro
resgate. título contratual.
3 — Decorrido o período de aviso de resgate, o conce-
dente assume todos os bens e meios que estejam afetos à Base XL
concessão à data desse aviso e ainda aqueles que tenham
Transmissão e oneração de concessão
sido adquiridos pela concessionária durante o período
de aviso desde que tenham sido autorizados pela câmara 1 — Sob pena de nulidade dos respetivos atos ou con-
municipal. tratos, a concessionária não pode, sem prévia autorização
4 — A assunção de obrigações por parte do concedente da câmara municipal, transmitir, subconceder ou onerar,
é feita sem prejuízo do seu direito de regresso sobre a por qualquer forma, a concessão.
concessionária pelas obrigações por esta contraídas que 2 — É equiparada à transmissão da concessão a alie-
tenham exorbitado da gestão normal da concessão. nação de ações contra o disposto nos respetivos estatutos.
5 — Pelo resgate, a concessionária tem direito a uma 3 — No caso de subconcessão, total ou parcial, quando
indemnização determinada por uma terceira entidade es- autorizada, a concessionária mantém os direitos e continua
colhida por acordo entre o concedente e a concessionária, sujeita às obrigações decorrentes do contrato de conces-
devendo a fixação do montante da indemnização atender ao são.
valor contabilístico, à data do resgate, dos bens revertidos 4 — Se à data da extinção da concessão se mantiverem
para o concedente, livres de quaisquer ónus ou encargos, ónus ou encargos respeitantes aos contratos de aquisição
e ao valor de eventuais lucros cessantes. de bens das respetivas infraestruturas, o município assumi-
6 — O valor contabilístico dos bens referidos no nú- -los-á desde que tenha autorizado a sua contratação pela
mero anterior entende-se líquido de amortizações e de concessionária e não se trate de obrigações já vencidas e
comparticipações financeiras e subsídios a fundo per- não cumpridas.
Diário da República, 1.ª série — N.º 194 — 8 de outubro de 2012 5588-(133)

CAPÍTULO VII da eletricidade e gás natural, sem prejuízo da participação


à entidade competente para efeitos de procedimento cri-
Composição de litígios minal.
Base XLI ... (local), ... (data), ... (assinatura).
Litígios entre o concedente e a concessionária (Nome e qualidade.)
O concedente e a concessionária podem celebrar conven- ANEXO VII
ções de arbitragem destinadas à solução legal ou segundo
a equidade, conforme nelas se determinar, de quaisquer [a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 48.º]
questões emergentes do contrato de concessão.
Medidas de proteção dos consumidores
Base XLII
1 — Sem prejuízo de outras medidas destinadas a asse-
Litígios entre a concessionária e os utilizadores gurar a proteção dos consumidores decorrentes da legisla-
da rede de distribuição
ção e dos regulamentos aplicáveis, os comercializadores
1 — A concessionária, os produtores, o distribuidor em devem garantir aos clientes domésticos o direito a um
AT e MT, os comercializadores de eletricidade e os con- contrato de fornecimento de energia elétrica que especifi-
sumidores, bem como outras entidades que se encontrem que, designadamente:
ligadas à rede municipal de distribuição de eletricidade
em BT, podem celebrar convenções de arbitragem para a) A identidade e o endereço do fornecedor;
solução dos litígios emergentes dos respetivos contratos b) Os serviços fornecidos e os níveis de qualidade dos
ou aderir a processos de arbitragem, nos termos previstos serviços fornecidos, bem como a data de ligação inicial;
no Regulamento de Relações Comerciais. c) Se forem oferecidos serviços de manutenção, o tipo
2 — Os atos da concessionária praticados por via ad- desses serviços;
ministrativa, nos casos em que a lei, os regulamentos ou o d) Os meios através dos quais podem ser obtidas infor-
contrato de concessão lhe confiram essa prerrogativa, são mações atualizadas sobre as tarifas e as taxas de manu-
sempre imputáveis, para o efeito de recurso contencioso, tenção aplicáveis;
ao respetivo conselho de administração. e) A duração do contrato, as condições de renovação
3 — A responsabilidade contratual ou extracontratual e termo dos serviços e do contrato e a existência de um
da concessionária por atos de gestão privada ou de gestão eventual direito de resolução;
pública efetiva-se nos termos e pelos meios previstos na lei. f) Qualquer compensação e as disposições de reembolso
aplicáveis, se os níveis de qualidade dos serviços contra-
ANEXO VI tados não forem atingidos; e
g) O método a utilizar para a resolução de litígios, que
[a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 47.º] deve ser acessível, simples e eficaz.

Declaração de habilitação e não impedimento ao exercício 2 — As condições contratuais devem ser equitativas
da atividade de comercialização de eletricidade e previamente conhecidas, devendo, em qualquer caso,
ser prestadas antes da celebração ou da confirmação do
1 — ... (nome, número de documento de identificação e contrato. Caso os contratos sejam celebrados através de
morada), na qualidade de representante legal de... (firma, intermediários, as referidas informações são igualmente
número de identificação de pessoa coletiva, sede ou es- prestadas antes da celebração do contrato.
tabelecimento principal no território nacional e código 3 — (Revogado.)
de acesso à certidão permanente de registo comercial),
4 — Os consumidores devem receber informações
requerente do registo para a atividade de comercialização
transparentes sobre os preços e tarifas aplicáveis e as
de eletricidade, declara, sob compromisso de honra, que
condições normais de acesso e utilização dos serviços de
a sua representada:
eletricidade.
a) Não se encontra em estado de insolvência, em fase 5 — Os consumidores devem dispor de uma ampla
de liquidação, dissolução ou cessação de atividade, sujeita escolha quanto aos métodos de pagamento. Qualquer di-
a qualquer meio preventivo de liquidação de patrimónios ferença nos termos e nas condições deve refletir os custos
ou em qualquer situação análoga, nem tem o respetivo dos diferentes sistemas de pagamento para o fornecedor.
processo pendente; As condições gerais devem ser equitativas e transparentes
b) Tem a sua situação contributiva e fiscal regularizada e ser redigidas em linguagem clara e compreensível. Os
perante a administração nacional; comercializadores não podem utilizar métodos de venda
c) Não desenvolve ou pretende desenvolver atividades abusivos ou enganadores.
no âmbito dos setores da eletricidade e do gás natural em 6 — Os consumidores não devem ser obrigados a efe-
violação das regras aplicáveis de separação de atividades. tuar qualquer pagamento por mudarem de fornecedor, sem
prejuízo do respeito pelos compromissos contratualmente
2 — O declarante tem pleno conhecimento de que a assumidos.
prestação de falsas declarações implica a não obtenção do 7 — Os consumidores devem dispor de procedimentos
registo, ou a sua revogação se já obtido, sendo o mesmo transparentes, simples e baratos para o tratamento das suas
responsável pelas indemnizações e sanções pecuniárias queixas. Tais procedimentos devem permitir que os litígios
aplicáveis, e pode determinar a aplicação da sanção aces- sejam resolvidos de modo justo e rápido, prevendo, quando
sória de privação do exercício do direito de exercer a ati- justificado, um sistema de reembolso e de indemnização
vidade de comercialização ou outra no âmbito dos setores por eventual prejuízo.

Vous aimerez peut-être aussi