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1.

Introdução

O presente relatório refere-se ao estágio supervisionado II na área clínica,


supervisionado pelo professor Adriano Nicolau, realizado no primeiro semestre de 2004
e possui um caráter formativo, pois faz parte do currículo para a formação de psicólogo
da Universidade de Uberaba.
Tal estágio é necessário, pois se fundamenta no objetivo de proporcionar ao
aluno de psicologia conhecimentos acerca do trabalho clinico na área Cognitiva
Comportamental.
O estágio tem por finalidade especifica estimular no aluno um desenvolvimento
de suas aptidões e habilidades particulares em tal área de atuação, bem como possibilita
a aprendizagem de métodos e técnicas através da prática e ajuda na formação de atitudes
e hábitos profissionais dentro da ética.
Foram realizados quatorze encontros entre os meses de Abril até Junho, sempre
as terças feiras das 17:00 horas às 18:00 horas.

● Histórico da Psicologia Cognitivo Comportamental


As origens históricas da terapia cognitiva, datando de 1956, podem ser
resumidas como segue. Aaron Beck, na tentativa de fornecer apoio empírico para certas
formulações psicodinâmicas de depressão (que Beck achava serem corretas na época),
encontrou algumas anomalias - fenômenos inconsistentes com o modelo psicanalítico.
Especificamente, a conceitualização psicanalítica (Freud, 1917/1950) afirma que os
pacientes deprimidos manifestam hostilidade retrofletida, expressada como
'masoquismo' ou uma 'necessidade de sofrer'. Contudo, em resposta a experiência de
sucesso (atribuições de tarefa graduada em um ambiente de laboratório), os pacientes
deprimidos pareciam melhorar em vez de resistir a tais experiências (Beck, 1964; Loeb,
Beck & Diggory, 1971). Isto levou Beck e seus colegas a novos estudos empíricos e
observações clínicas, na tentativa de entender as anormalidades. O eventual resultado
foi a reformulação da depressão como um transtorno caracterizado por uma profunda
tendência negativa. O conteúdo fenomenal desta tendência incluía expectativas de
resultados negativos (conseqüências do comportamento) na esfera pessoal, e uma visão
negativa de self, contexto e objetivos. Concomitantemente, foram feitas tentativas de
modificar o conteúdo e as distorções cognitivas negativas, resultando em
desenvolvimento e avaliação de estratégias terapêuticas. Subseqüentemente, o modelo
foi aplicado a outros transtornos para testar os limites da nova formulação.
A partir desse resumo capsular, pode-se ver que a teoria cognitiva originou-se de
tentativas de testar os princípios teóricos específicos da psicanálise. Quando tal
evidência não surgia, outras explicações eram consideradas. Portanto, a terapia
cognitiva desde o começo foi impulsionada por interesses teóricos.

● O que é psicologia cognitiva?


É o estudo do modo como as pessoas percebem, aprendem, recordam e pensam
sobre a informação. Uma noção básica da terapia cognitiva é a de que nosso processo de
percepção sobre determinado acontecimento ou experiência afeta fortemente nossas
respostas emocionais, comportamentais e fisiológicas.

● O que é Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)?


TCC é uma das poucas formas de psicoterapia que foi cientificamente testada e
vista como efetiva em mais de 300 ensaios clínicos para muitos transtornos diferentes.
Em contraste com outras formas de psicoterapia, TCC é normalmente mais focada no
presente, mais limitada no tempo, e mais orientada para a resolução de problemas. De
fato, o que o paciente mais faz é resolver problemas atuais. Além disso, os pacientes
aprendem habilidades específicas que eles podem usar para o resto de suas vidas. Estas
habilidades envolvem identificar pensamentos distorcidos, modificar crenças,
relacionadas a outros, ou a nós mesmo, de diferentes maneiras, e mudar
comportamentos.

● Que teoria está por trás da TCC?


A TCC está baseada no modelo cognitivo, que é, simplesmente, que o modo
como percebemos as situações influencia como nos sentimos emocionalmente. Por
exemplo, uma pessoa que leia este texto poderia pensar: "Uau, isto parece bom, é
justamente o que eu sempre procurei!", e sentir-se feliz. Uma outra pessoa lendo o
mesmo texto poderia pensar: "Bem, isto parece bom, mas não sinto que possa fazê-lo!".
Esta pessoa sente-se triste e desencorajada. Então, não é a situação que diretamente
afeta como uma pessoa se sente emocionalmente, mas seus pensamentos naquela
situação. Quando as pessoas estão em estresse, elas freqüentemente não pensam
claramente e seus pensamentos ficam distorcidos de uma certa maneira. TCC ajuda as
pessoas a identificar seus pensamentos distorcidos e avaliarem quão realísticos seus
pensamentos são. Então, elas aprendem a mudar seus pensamentos distorcidos. Quando
elas pensam mais realisticamente, elas se sentem melhor. A ênfase
É, também, consistentemente em resolução de problemas e promover mudança
comportamental.

● Como estar pronto para fazer a TCC?


Um importante primeiro passo é estabelecer metas. O terapeuta deve estimular
seu cliente a se perguntar sobre como ele gostaria de estar ao término da terapia, pensar
especificamente sobre mudanças que ele gostaria de fazer no trabalho, em casa, no seu
relacionamento com a família, amigos, colegas de trabalho, e outros. Quais sintomas
vem incomodando o cliente e quais ele gostaria de aliviar ou eliminar. Pensar sobre
outras áreas que gostaria de melhorar em sua vida: possuir interesses
espirituais/intelectuais/culturais, fazer exercícios, diminuir maus hábitos, aprender
novas habilidades interpessoais, melhorar manejo de habilidades no trabalho e em casa.
O terapeuta ajudará a avaliar e refinar estas metas e a determinar quais metas o
individuo poderia trabalhar sozinho e quais ele poderia querer trabalhar em terapia.

● O que acontece durante uma sessão típica?


Mesmo antes de iniciar sua sessão de terapia, o terapeuta poderá pedir que o
cliente preencha certos testes para averiguar seu humor. Inventários para Depressão,
Ansiedade e Desesperança ajudam a dar um meio objetivo de acessar seu progresso.
Uma das primeiras coisas a fazer na sessão é determinar como o individuo se sentiu
nesta semana, comparado a outras semanas. Isto é o que chamamos de checagem de
humor. O terapeuta irá perguntar que problema o sujeito gostaria de colocar na agenda
para a sessão e o que aconteceu durante a semana anterior que foi importante. Então, o
terapeuta fará uma ponte entre a sessão anterior e a atual, perguntando ao cliente o que
lhe pareceu importante do discutido na sessão anterior, quais possíveis assinalamentos
de auto-ajuda foi capaz de fazer durante a semana, e se há algo sobre a terapia que
gostaria que mudasse. Depois, o terapeuta e o cliente irão discutir o problema ou os
problemas e fazer uma combinação de resolução de problemas e checar a acurácia de
seus pensamentos e crenças naquela situação problemática. O terapeuta e o cliente
devem discutir como fazer melhor uso do que aprendeu durante a sessão Como se pode
ver ambos, terapeuta e paciente, são ativos nesta forma de tratamento.
● Quanto tempo dura a terapia?
A não ser por restrições práticas, a decisão a respeito de duração do tratamento é
feita cooperativamente entre terapeuta e paciente. Freqüentemente, o terapeuta terá uma
idéia grosseira após uma sessão ou duas de quanto tempo levará para você alcançar as
metas que você estabeleceu na primeira sessão. Alguns pacientes permanecem em
terapia por um período breve de tempo, de 6 a 8 sessões. Outros pacientes que tem
problemas de mais longa data podem escolher ficar em terapia por muitos meses.
Inicialmente, os pacientes são vistos uma vez por semana, a não ser que estejam em
crise. Tão logo estejam melhor e pareçam aptos a reduzir a terapia, paciente e terapeuta
poderiam concordar em tentar a terapia a cada 02 semanas, e depois a cada 03 semanas.
Esta mais gradual redução das sessões permite a você praticar as habilidades aprendidas
por você enquanto permanece em terapia. Sessões de revisão são recomendadas 3, 6 e
12 meses após a terapia ter terminado.

● Como fazer o melhor uso da terapia?


Uma maneira é suplementar a psicoterapia com leituras, livros de trabalho ou
panfletos de TCC. Um segundo modo é pedir ao cliente para preparar-se
cuidadosamente a cada sessão, pensando sobre o que ele aprendeu na sessão passada e
registrando o que quer discutir na próxima sessão. Um terceiro modo de maximizar a
terapia é certificar-se que o cliente tenta trazer a terapia para o seu cotidiano. Uma boa
maneira de fazê-lo é pedir para o sujeito ir tomando notas no fim de cada sessão ou
gravando a sessão ou resumindo-a numa fita cassete. Certifique-se de que o cliente e
você, terapeuta, deixaram tempo suficiente na sessão para discutir o que seria proveitoso
para fazer durante a semana seguinte à sessão e tentar predizer quais dificuldades você
poderia ter ao executar estas tarefas de modo que o terapeuta possa ajudá-lo antes de
deixar a sessão.
2. Desenvolvimento

● Identificação do Paciente

Paciente:
Nascimento:
Idade:
Cor:
Sexo:
Naturalidade:
Escola:
Série:
Filiação:
Queixa Principal:

● Relato dos Principais Encontros


Primeiro encontro: Neste primeiro encontro F chega exatamente no horário
marcado (17:00 hs). Ao entrar, o recebo cumprimentando. F se mostra bastante ansioso,
tímido e desconfiado. Na descida, em direção a sala, pergunto como ele estava. F me
responde, olhando para o chão e com uma voz bem baixa, que estava bem. Dentro da
sala proponho que ele sente onde fosse mais agradável. Ele, meio que hesitante, se senta
em minha frente. Em seguida comento sobre o calor e tiro meu jaleco.
Concomitantemente F fala que estava com calor também. Após a seqüência desses
fatos, inicio o contrato. Explico a F sobre o sigilo, sobre os horários (duração do
encontro, hora de inicio, quantos encontros). Falo, também, com bastante ênfase, que
trabalharíamos serio e com bastante empenho. F, com o corpo e com a fala, aceita o
contrato. E importante ressaltar que F se mostra inquieto, mexendo-se e não fixando seu
olhar em nada. Pergunto o porquê de estar comigo. Ele responde, com um sorriso, que
sim. Refaço a pergunta. Então ele me responde: “porque me sinto extremamente
ansioso”. Comenta, em seguida, que esteve no psiquiatra e que o mesmo havia indicado
a psicoterapia. F me coloca que se sente ansioso a maior parte do tempo e que no
almoço se sente muito mal. Relata que nesta hora seus pensamentos são catastróficos e
causam um imenso desconforto. Pergunto a ele se estava realmente empenhado para
começar os nossos encontros e se ele acreditava que poderia haver alguma melhora com
eles. F me fala que ele não acreditava muito que a psicologia, de modo geral, poderia
ajudá-lo. Afirmei para ele que não era questão de crença mais sim de empenho já que a
psicoterapia não é religião e sim uma ciência. Pergunto como estava sua ansiedade neste
momento, em uma escala de zero a dez, e ele me responde que sua ansiedade estava no
patamar dez. È importante ressaltar que F possui muitos conhecimentos e se mostra
bastante politizado e critico em relação a sociedade.

Quinto encontro: F chega pontualmente. Neste dia ele me sobre um


acontecimento. Ele me conta que ao chegar à sala atrasado ele se sentiu o alvo das
atenções. Em conseqüência me relata que começou a suar muito. Enquanto isto
acontecia ele ficava mais nervos pelo fato de estar suando e pensando que os outros
estariam o observando mais por tal fato. Aproveitando tal gancho pergunto se ele
conseguiu averiguar se o que estava pensando era realmente verdadeiro. F para por um
momento e me sorri. Expliquei para ele sobre os possíveis erros de cognição. Comentei
que para ele modificar tais comportamentos e pensamentos, que o desagradavam, era
necessário fazer uma avaliação realística da situação. Falei que ele estava se
comportando segundo suposições. Nós, então, positivamente iniciamos um dialogo
sobre tal assunto. F se mostra bastante atento e se coloca muito. Convido ele a
desenvolver a auto monitoria. F se mostra bastante interessado.

Décimo Segundo Encontro: Neste encontro F chega repletos de perguntas. Me


conta que não acredita nas pessoas e de como é difícil se ter amigos. Pergunto para ele o
que ele espera da amizade. Ele me fala que acredita que amigo era aceitar, compreender,
sorrir e querer bem. Pergunto, então, se tudo o que havia me falado era como ele se
comportava frente as pessoas as quais gostaria de ter um relacionamento assim. Ele não
me responde. Pergunto então o que ele fazia para cativar e construir novas amizades.
Ele me relata, cabisbaixo, que não fazia muitas coisas. Aproveitando este tema
começamos a dialogar sobre comportamentos assertivos. Propus então que ele
começasse a se questionar como amigo e pessoa. Afirmo que o ponto de partida para
qualquer conhecimento somos nos mesmos e que só nos conhecendo bem era possível
aproveitar o que a vida nos oferecia. F concorda e comenta que ele realmente poderia
mudar tal quadro.
3. Discussão Teórica

● Axiomas da Teoria Cognitiva


1. O principal caminho do funcionamento ou da adaptação psicológica consiste
de estruturas de cognição com significado, denominadas esquemas. "Significado"
refere-se à interpretação da pessoa sobre um determinado contexto e da relação daquele
contexto com o self.
2. A função da atribuição de significado (tanto a nível automático como
deliberativo) é controlar os vários sistemas psicológicos (p.ex., comportamental,
emocional, atenção e memória). Portanto, o significado ativa estratégias para adaptação.
3. As influências entre sistemas cognitivos e outros sistemas são interativas.
4. Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões
específicos de emoção, atenção, memória e comportamento. Isto é denominado
especificidade do conteúdo cognitivo.
5. Embora os significados sejam construídos pela pessoa, em vez de serem
componentes preexistentes da realidade, eles são corretos ou incorretos em relação a um
determinado contexto ou objetivo. Quando ocorre distorção cognitiva ou preconcepção,
os significados são disfuncionais ou mal adaptativos (em termos de ativação de
sistemas). As distorções cognitivas incluem erros no conteúdo cognitivo (significado),
no processamento cognitivo (elaboração de significado), ou ambos.
6. Os indivíduos são predispostos a fazer construções cognitivas falhas
específicas (distorções cognitivas). Estas predisposições a distorções específicas são
denominadas vulnerabilidades cognitivas. As vulnerabilidades cognitivas específicas
predispõem as pessoas a síndromes específicas; especificidade cognitiva e
vulnerabilidade cognitiva estão inter-relacionadas.
7. A psicopatologia resulta de significados mal adaptativos construídos em
relação ao self, ao contexto ambiental (experiência), e ao futuro (objetivos), que juntos
são denominados de tríade cognitiva. Cada síndrome clínica tem significados mal
adaptativos característicos associados com os componentes da tríade cognitiva. Todos os
três componentes são interpretados negativamente na depressão. Na ansiedade, o self é
visto como inadequado (devido a recursos deficientes), o contexto é considerado
perigoso, e o futuro parece incerto. Na raiva e nos transtornos paranóides, o self é visto
como sendo maltratado ou abusado pelos outros, e o mundo é visto como injusto e em
oposição aos interesses da pessoa. A especificidade do conteúdo cognitivo está
relacionada desta maneira á tríade cognitiva.
8. Há dois níveis de significado: (a) o significado público ou objetivo de um
evento, que pode ter poucas implicações significativas para um indivíduo; e (b) o
significado pessoal ou privado. O significado pessoal, ao contrário do significado
público, inclui implicações, significação, ou generalizações extraídas da ocorrência do
evento. O nível de significado pessoal corresponde ao conceito de "domínio pessoal".
9. Há três níveis de cognição: (a) o pré-consciente, o não-intencional, o
automático (pensamentos automáticos); (b) o nível consciente; e (c) o nível
metacognitivo, que inclui respostas "realísticas" ou "racionais" (adaptativas). Estas têm
funções úteis, mas os níveis conscientes são de interesse primordial para a melhora
clínica em psicoterapia.
10. Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente, e são
neste sentido estruturas telenômicas. Portanto, um determinado estado psicológico
(constituído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo nem mal adaptativo em si,
apenas em relação a ou no contexto do ambiente social e físico mais amplo no qual a
pessoa está.

● Cognições
TIPOS DE COGNIÇÕES:
Interpretações, significados, idéias, normas, regras, julgamentos, previsões,
rótulos, memórias (seletivas), imagens, percepções, atribuições (porque as coisas
acontecem), suposições, crenças, conclusões, focos (seletivos) de atenção.
NÍVEIS DE COGNIÇÕES:
1. Pensamentos (ou imagens) automáticos
A maioria é situação específica.
Ex.: Eu sou uma péssima mãe, porque gritei com os meus filhos.
2. Suposições (condicionais, na forma "se..., então...") e regras subjacentes (= Crenças
Intermediárias).
Idéias mais gerais transituacionais de como as coisas e as pessoas deveriam ser.
Ex.: Pessoas/ mães boas nunca gritam com seus filhos.
3. Crenças/ Esquemas Nucleares
Incondicionais
Ex.: Eu sou mau. Eu sou um fracasso.
DISTORÇÕES COGNITIVAS: embora alguns pensamentos automáticos sejam
verdadeiros, muitos são falsos ou apenas possuem algumas parcelas de verdade. Erros
típicos de pensamento incluem:
1. CATASTROFIZAÇÃO OU ADIVINHAÇÃO: predizer o futuro negativamente, sem
levar em consideração outros resultados mais prováveis. Ex.: Estou tão ansioso que não
vou conseguir trabalhar. Vai dar tudo errado.
2. DESQUALIFICAR OU DESCONSIDERAR O POSITIVO: falar para si mesmo,
sem razão, que experiências positivas, conquistas e qualidades não contam. Ex.: Eu
trabalhei bem aquele projeto, mas isso não significa que sou competente; eu tive sorte.
3. EMOCIONALIZAÇÃO OU ARGUMENTAÇÃO EMOCIONAL: pensar que algo
deve ser verdadeiro porque você "sente" (na verdade acredita) tão forte, ignorando ou
descontando evidências contrárias. "Sinto, logo existe". Ex.: Eu sei que trabalho bem,
mas eu sinto que sou um fracasso. Sinto que ela não gosta de mim.
4. FILTRO MENTAL OU ABSTRAÇÃO SELETIVA: prestar atenção num pequeno
detalhe, ao invés de ver o quadro por inteiro. Ex.: Porque eu tirei uma nota baixa na
minha avaliação (que também continha várias notas altas) estou fazendo um péssimo
trabalho.
5. HIPERGENERALIZAÇÃO OU SUPERGENERALIZAÇÃO: chegar a uma
conclusão negativa abrangente que extrapola a situação em questão. Ex.: (Porque não
me sentir confortável na reunião) eu não tenho o necessário para fazer amigos.
6. LEITURA MENTAL: acreditar que sabe o que os outros estão pensando, falhando
em considerar outras possibilidades prováveis. Ex.: Ele está pensando que não sei a
primeira parte desse projeto.
7. MAGNIFICAÇÃO/ MINIMIZAÇÃO: ao fazer uma avaliação de si mesmo, de outra
pessoa, ou de uma situação, sem razão magnifica o negativo e/ou minimiza o positivo.
Ex.: Tirar notas medianas significa que eu sou um burro ou tirar notas altas não quer
dizer que sou inteligente.
8. PENSAMENTO POLARIZADO, TUDO-OU-NADA, PRETO-E-BRANCO OU
DICOTÔMICO: perceber uma situação de forma dicotômica, em apenas duas
categorias, ao invés de um continuum. Ex.: Se eu não sou sucesso total, sou um
fracasso. Ou gostam de mim ou me odeiam.
9. PERSONALIZAÇÃO: acreditar que os outros estão se comportando de determinada
forma por sua causa, sem considerar outras explanações mais plausíveis para o
comportamento. Ex.: Ela foi indiferente comigo porque eu fiz alguma coisa errada.
10. OBRIGATORIEDADE (DECLARAÇÕES DO TIPO: EU DEVERIA): ter uma
idéia precisa e fixa de como você e os outros devem comportar-se, superestimando os
efeitos negativos de quando as expectativas não são satisfeitas. Ex.: É terrível eu ter
errado. Eu sempre devo fazer o melhor.
11. ROTULAÇÃO: fixar um rótulo em si mesmo ou nos outros ou em determinadas
situações, sem considerar que as evidências podem levar a conclusões menos
desastrosas. Ex.: Ele é mau. Eu sou uma farsa.
12. VISÃO EM TÚNEL: enxergar apenas determinados aspectos negativos em uma
situação. Ex.: Meu filho não faz nada certo, está sempre perdendo suas coisas. Minha
mulher está sempre reclamando de mim.
PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS (características):
1. Coexistem com um fluxo de pensamentos mais manifestos;
2. Aparecem espontaneamente, e não como resultado de reflexão ou pensamento
voluntário;
3. Freqüentemente, passam completamente desapercebidos;
4. A emoção associada é mais freqüentemente reconhecida;
5. Estão associadas com emoções específicas, dependendo do seu conteúdo ou
significado;
6. São, freqüentemente, breves, rápidos e fugazes, de forma telegráfica;
7. São em forma VERBAL ou em IMAGENS;
8. São usualmente aceitos como verdadeiros, sem reflexão ou avaliação.
Pode-se aprender a identificar pensamentos automáticos e avaliá-los em relação à sua
validade e/ou utilidade. Responder racionalmente a pensamentos automáticos,
usualmente, produz uma mudança positiva no afeto.
4. Hipótese Diagnostica

Foram levantados em supervisão as hipóteses diagnosticas de insegurança, falta


de habilidades sociais e ansiedade.
● A Formulação Cognitivo Comportamental dos Sentimentos de Insegurança:
Inúmeras são as razões pelas quais uma pessoa busca psicoterapia. Os vários
tipos de queixas podem ser genericamente, identificados como dificuldades sexuais,
problemas de relacionamento, dificuldades no trabalho, timidez excessiva e outros. A
preocupação com o enquadre dessas queixas inespecíficas em uma nosografia anterior a
elas é mais acentuada em algumas linhas psicoterápicas, que procuram uma
caracterização precisa do comportamento dito neurótico, ou esquizofrênico, ou
paranóico, por exemplo. Para cada um desses grupos uma descrição, uma explicação,
um diagnóstico e uma descrição do tratamento. Já em outras abordagens, a ênfase recai
menos sobre o diagnóstico do que sobre fatores específicos que provocam e,
principalmente, mantêm os comportamentos considerados inadequados ou
desadaptativos. No entanto, por menos que o psicólogo esteja voltado para o
estabelecimento de unidades nosográficas e diagnósticas, fatalmente ele começa a
perceber a recorrência de certos padrões comuns às histórias individuais de seus
clientes. Estamos pensando, especificamente, na classe de queixas onde o cliente diz
sentir-se incapaz de fazer algo para o que está plenamente capacitado, em termos de
habilidades e outras condições. O cliente reclama que não consegue iniciar a atividade
que gostaria ou necessitaria fazer ou, se a custo de grande esforço, inicia tal atividade,
não consegue manter-se nela. Esse tipo de queixa é bastante comum e eu o tenho
encontrado em minha prática clínica, inserido em muitas histórias individuais. É o caso
de clientes que reclamam de não conseguirem se aproximar de estranhos, ou até mesmo
conhecidos, com medo de serem rejeitados; de como não respondem como desejariam
às atitudes desrespeitosas ou agressivas dos outros; que não conseguem emitir ou
afirmar suas opiniões em conversas com amigos; que postergam o máximo possível
decisões necessárias, chegando a prejudicar suas relações pessoais e seu trabalho.
Muitas vezes esses clientes referem-se a si mesmos como inseguros, medrosos e até os
mais extremados, covardes. Esses sentimentos de insegurança, incapacidade e
inferioridade, vêm sendo tratados na literatura psicológica já há algum tempo (Adler, in
Fadiman e Frager, 1979; Laing, 1979; Kohut, 1988; Bruch e Meyer, 1988). Segundo
esses autores, seu achados validam a presunção da universalidade dos sentimentos de
insegurança (para a população clínica), os quais estariam positivamente relacionados
com depressão, ansiedade sócio-avaliativa e crenças irracionais, o que parece corroborar
a nossa observação inicial acerca da grande freqüência desse tipo de queixa na clínica
psicoterápica.
O indivíduo humano, em sua primeira infância, é indefeso e dependente de
outros para o suprimento de abrigo, alimento e afeto. Essa situação de dependência é
universalmente experimentada e, mais que isso, mantida e estimulada pelos processos
comuns de educação e socialização das crianças na maioria das culturas. A partir de um
certo momento, a independência (de desempenho) começa a ser possível e é, então,
exigida e estimulada pelos adultos. A maioria das crianças ingressa nessa fase sem
grandes dificuldades e até com prazer. Alguns indivíduos, seja por uma suscetibilidade
emocional excessiva herdada, seja por uma história repleta de eventos incapacitantes, ou
mais comumente, por ambos, não o fazem tão facilmente. Neles permanece uma
necessidade exagerada de apoio e aceitação por parte de outras pessoas, a qual acaba
por manter ou reproduzir relações dependentes que tiveram, na infância, com adultos
significativos (pais, principalmente). A visão que têm de si mesmos inclui elementos
como dúvidas quanto às suas capacidades, descrença em seu poder pessoal de influir
nos eventos da própria vida, desmotivação para se engajar em atividades novas e
exigentes e outros do mesmo quilate. Deles é razoável esperar que relatem sentimentos
de insegurança, incapacidade e inferioridade frente a situações da vida comum, onde
outros experimentariam pouca ou nenhuma dificuldade. Espera-se também que evitem
ou fujam de tais situações com freqüência acentuada, culpando-se por sua fraqueza e
sentindo-se desesperançados de algum dia terem forças suficientes para deixar de fazê-
lo. As pessoas buscam organizar suas experiências em um todo compreensivo e
coerente. E o fazem através de processos cognitivos, que são processos de assimilação
de experiências, de atribuição de sentido e valor a elas e de sua ordenação em padrões
organizados de conhecimento e sentimento. Essa organização de experiências não se dá
de modo automático, como se o indivíduo fosse um receptor passivo. Ao contrário, as
novas experiências são incorporadas às experiências anteriores seletivamente, de modo
a atenderem a dois critérios básicos: terem utilidade funcional e estarem em harmonia
com experiências passadas. Em suma, ao assimilar novas experiências, o indivíduo
incorpora o que lhe é útil e que está de acordo com seu passado, preferencialmente ao
oposto. Isto se aplica às percepções individuais em qualquer nível, seja de um objeto,
seja de outra pessoa, seja de si mesmo. O último nível, o da percepção de si mesmo,
interessa-me particularmente. Através dele a pessoa chega a formar seu autoconceito. O
autoconceito é um sistema cognitivo coerente e estável que, à semelhança de todos os
sistemas cognitivos, seleciona a aceitação de novas experiências de acordo com uma
estrutura de referência, formada a partir das experiências passadas e dos padrões
externos. Está, portanto, sujeito a todo tipo de percepções falhas e distorções na
compreensão de experiências, como qualquer sistema cognitivo. Se considerarmos que
o autoconceito inclui a percepção da forma física da pessoa, da consciência do próprio
comportamento e da interação com outros e com o ambiente podemos compreender sua
complexidade. Um último ponto a considerar sobre o autoconceito é o seu aspecto
avaliativo. Gostamos ou não do que somos (ou de uma parte do que somos), e o grau em
que isso se dá é medida de nossa auto-estima. Um alto nível de auto-estima corresponde
a um sentimento de aprovação geral do que percebemos em nós, e o oposto corresponde
a um baixo nível de auto-estima. O conjunto de tudo o que alguém desejaria e gostaria
de ser é chamado de eu ideal e é comparando-nos com ele que experimentamos
sentimentos de insatisfação pessoal.
Como alguém chega a desenvolver baixos níveis de auto-estima?
Comparando suas experiências com os padrões culturais de seu grupo de referência e
rotulando-as como fracassos, mais que sucessos, pode ser uma resposta. Através de
experiências particularmente frustrantes ou traumáticas uma pessoa poderia aprender
que seus comportamentos são insuficientes ou inúteis para mudar ou controlar os
fenômenos a que se vê exposto. Tal estado de desamparo levaria a pessoa à
desmotivação, passividade, falta de agressividade, deficiências sociais e sexuais e apatia
geral. É óbvio que se poderia esperar de um quadro desses que também originasse auto-
estima rebaixada. Podemos dizer, então, que um baixo nível de auto-estima decorre da
percepção de discrepâncias acentuadas entre o que a pessoa desejaria fazer (atendendo
ao eu ideal) e o que realmente consegue realizar (eu real).
Poderíamos acrescentar, ainda, a forma distorcida como o indivíduo estabelece padrões
causais entre seus comportamentos e os fenômenos, por um lado, e as origens dos
mesmos, por outro lado. Tal atribuição de causalidade, no caso de pessoas com
profundos sentimentos de insegurança, se dirigiria, preferencialmente, para os dois
pólos: forças ambientais e características pessoais. Nesse caso, a pessoa enfatizaria
determinadas causas para o seu comportamento e subestima outras, podendo chegar até
mesmo a distorcer a informação recebida de modo que ela concordasse com seu padrão
de atribuição de causalidade. Finalmente, um outro conceito que poderíamos considerar
como integrador desses vários fatores cognitivos é acerca das expectativas de auto-
eficácia. Este determina quanto esforço a pessoa despenderá em uma determinada
atividade e por quanto tempo ela persistirá em um determinado comportamento. A
persistência é um fator fundamental, uma vez que é ela que permite à pessoa corrigir
suas crenças em relação às suas capacidades e habilidades. Assim parece que as
expectativas de auto-eficácia não operam independentemente dos fatores contextuais.
Ao contrário, eles parecem estar envolvidos num complexo sistema de retroalimentação
onde comportamento, sentimento e cognição interagem continuamente.
É razoável pensar que o tratamento dos sentimentos de segurança deveria
centrar-se nas mudanças das cognições da pessoa, com ênfase explícita na correção de
distorções de lócus de controle, atribuição de causalidade e expectativas de auto-
eficácia. Além disso, buscar desenvolver, junto à pessoa, o desenvolvimento de
habilidades específicas pessoais que a auxiliem a alcançar seus objetivos, enfrentamento
de situações consideradas difíceis e persistência frente aos obstáculos que,
eventualmente, ocorram. Com esse procedimento geral, obtem-se mudanças
comportamentais e cognitivas (em direção a um maior senso de poder pessoal) que
levam a pessoa a se sentir mais segura e confiante em suas habilidades e capacidades.

● Habilidades Sociais
O que é habilidade social? É a habilidade para lidar satisfatoriamente com as
mais variadas situações sociais: trabalhos em grupo, contatos telefônicos ou virtuais,
falar com o chefe, convidar alguém para sair, ser convidado para sair, iniciar um
namoro, ajudar um amigo em necessidade, pedir ajuda e mil outras situações. Significa
também poder expressar o que se pensa e sente de forma coerente e respeitando os
outros. Essa habilidade é adquirida ao longo de nossa vida, dependendo de nossa
disposição para lidarmos com as situações sociais. Por outro lado, quando essa
habilidade está muito pouco desenvolvida, tendemos a nos comportar de forma passiva,
aceitando o que nos é imposto, não estabelecendo limites e deixando que os outros
decidam por nós. Muitas vezes, as pessoas que têm pouca habilidade social, podem
também ter problemas psicológicos como timidez excessiva, depressão, síndrome do
pânico, dificuldades sexuais e outros. Aprender a ser socialmente hábil significa, muitas
vezes, aprender a se prevenir contra transtornos psicológicos.
5. Conclusão

O contexto das Psicoterapias Cognitivas vem apresentando um trânsito de


mudanças extremamente interessante; neste a ênfase desloca-se da antiga disputa de
paradigmas técnicos e passa a percorrer um processo maturacional pela essência de cada
aporte teórico, buscando assim, um entendimento mais consistente do processo
psicoterápico proposto por cada vertente clínica. Estudos recentes neste campo,
apresentam questionamentos progressivos em relação a praxes terapêutica, enfatizando
principalmente a importância de um maior empenho no que tange a inter-relação entre
manejo técnico e vinculação teórica consistente. Neste estudos, pesquisadores e
psicoterapeutas cognitivistas tem ressaltado que em prol de uma maior consistência
cientifica, não podemos mais conceber uma praxes clínica alicerçada somente em
intervenções e estratégias técnicas. Sabemos que a problemática não está na intervenção
ou na técnica em si , mas sim na utilização da mesma, como eixo único de um processo
terapêutico. Cabe aqui lembrar uma frase de Mahoney (1998) que diz "não sou contra a
técnica, mas sim contra a tecnocracia". A tecnocracia aprisiona o setting terapêutico e
não oportuniza flexibilidade na díade terapeuta-cliente. Muitas vezes com a
preocupação excessiva de estar aplicando bem a técnica, o terapeuta fica preso a
comportamentos automatizados e repetitivos, reduzindo significativamente suas
possibilidades interativas (Machado, 1999). Esse fato torna tênue os fundamentos que
estruturam uma técnica, dificultando alterações que podem ser feitas na mesma, bem
como, criando pouco espaço para profissionais gestores de novas idéias. De acordo com
Castro (1977), técnica é a ação metodológica de uma teoria, uma teoria por sua vez não
existe sem uma base ontológica e epistemológica que a fundamente. É preciso estamos
cientes que durante o processo terapêutico, a técnica é apenas um meio intervencional
de um aporte teórico, importante sim, mas não o principal alicerce de um contexto
clínico. Portanto, ao falarmos sobre técnicas psicoterápicas estamos necessariamente
falando da metodologia utilizada no processo terapêutico de uma pessoa, que está
vivendo um determinado momento em sua vida e que experiência neste contexto a inter-
relação com a praxes de uma teoria psicológica, juntamente com as diversas
singularidades existentes na díade terapeuta-cliente. Esta parceria, terapeuta - cliente,
poderá transitar por diversas intervenções técnicas, porém, sempre estará implícito neste
contexto a identidade da rede de significados interativos e particulares2 a qual estão
vinculados. Surge então uma pergunta : como podemos utilizar os benefícios das
técnicas mantendo nossa capacidade de escolha, argumentação e respeitando essa rede
de significados interativos e particulares? Talvez um possível caminho seja ampliar o
conhecimento do terapeuta em relação a sua escolha teórica e técnica. Um
conhecimento consistente e detalhado da teoria e do manejo técnico escolhido,
seguramente irá auxiliar o terapeuta em sua formação profissional. É necessário
entretanto, que esta formação seja aqui entendida como um fenômeno mais amplo do
que apenas reproduzir uma ação. Formar uma ação é ter a capacidade de realizar uma
interlocução criativa e crítica com o conhecimento e não apenas reproduzi-lo.
Dentro deste prisma a ênfase recai na questão da escolha, pois, compreender como
escolhemos é o primeiro passo para conseguirmos fazer escolhas consistentes.
Metaforicamente poderíamos dizer que um viajante primeiro decide se quer ou não
viajar e depois decide para onde viajará. De acordo com o Guidano (1991), o
observador não é imparcial em sua observação, pois, existe um processo de auto-
referência na relação que se mantém com a realidade. Sendo assim, no intuito de
ampliar seu conhecimento em relação a sua escolha teórica e técnica, o terapeuta deverá
estar ciente de que em seu caminho os locais visitados deverão disponibilizar a
possibilidade de interagir com os fundamentos de uma teoria psicológica, com os
aportes técnicos da mesma e com os intercâmbio entre os profissionais da área em
questão. Simultaneamente a esse processo, deverá estar atento aos aspectos tácitos de
suas escolhas e da própria escolha de ser um terapeuta.(Abreu,2000;, Fernandez-
Alvares,1992; Lamberto,1998; Machado,1999;Mahoney,1997). Corroborando esse
posicionamento, pesquisas na área de psicoterapia demonstraram que a escolha por um
determinado viés teórico, está vinculada diretamente a elementos tácitos da
personalidade de cada terapeuta (Mahoney,1997; Baringoltz,1997). Escolhemos um
aporte teórico não porque nossa concepção de ser humano se encaixa nos fundamentos
centrais de uma teoria, mas sim, porque os fundamentos desta teoria vem ao encontro de
nosso entendimento de ser humano, ou seja, de nossa ontologia. Portanto, o centro desta
escolha é a própria pessoa; é o conhecimento de quem somos que nos alicerça para fazer
essas escolhas. O terapeuta é uma pessoa e como tal deve estar ciente de sua escolha
epistemológica e dos intercâmbios provenientes desta em sua praxes clínica, isso
ocorrendo, a utilização de uma técnica estará bem fundamentada.
Ao revisar a literatura referente as Psicoterapias Cognitivistas encontramos atualmente
autores que integram de forma consistente estes intercâmbios, aliando criatividade e
organizando sua praxes clínica através de uma abordagem direcionada ao processo de
desenvolvimento e conhecimento da cognição humana. Neste terapeuta e cliente irão
entender a linguagem como um processo comunicacional que vai além do ato de falar e
é resgatado em toda e qualquer forma de expressão, seja ela, verbal, gestual ou tácita.
Esse entendimento é alicerçado na perspectiva de um ser humano essencialmente
conhecedor, pois, é na interação com seu meio fenomenológico que a pessoa significa e
re-significa constantemente seus valores e saberes. De acordo com Kelly citado por
Feixas (1998) o ser humano é como um cientista que cria hipóteses sobre seu cotidiano,
validando e invalidando as mesma durante toda a sua vida.
Sendo assim, enquanto estagiário e estudante cognitivista verifico que durante o
setting terapêutico, cada díade terapeuta-cliente organiza implícita (aspectos tácitos,
rede de significados interativos e particulares) e explicitamente (foco de tratamento,
técnicas utilizadas, tempo, etc.) sua forma de experienciar o processo psicoterápico.
Esse complexo contexto está repleto de possibilidades de estudos e descobertas e cabe a
nós, professores / pesquisadores, psicoterapeutas e estudiosos das inúmeras vertentes
das Psicoterapias Cognitivas, bem como, das Ciências da Cognição continuarmos
empenhando nossos esforços conjuntos nesta trajetória de estudos.
Finalizando, acredito que nossa constante reflexão sobre esse cenário não nos levará a
um patamar de saber único, mas sim a um processo flexível, interativo e permanente de
conhecimento, pois, o saber não está e nem deve estar aprisionado em verdades
absolutas. Saber é talvez a possibilidade e a capacidade de termos inúmeras
possibilidades de continuar a perguntar.
6. Referencias Bibliográficas

BECK, Aaron; ALFORD, Brad. O Poder Integrador da Terapia Cognitiva. Porto


Alegre: Artes Médicas, 2000.

Abreu, C.N& Ferreira, R.F. Psicoterapias e Construtivismo: considerações teóricas e


práticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Baringoltz, S. Terapeuta: pessoa e papel. In Abreu, C.N e Ferreira, R.F (Org).


Psicoterapia e Construtivismo: considerações teóricas e práticas.Porto Alegre: Artes
Médicas, 1998.

Brunner, J . Atos de significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997

Castro,C.M. A prática da pesquisa.São Paulo: McGraw-Hill, 1978.

Fernandes-Alvarez, H. Fundamentos de um modelo integrativo de psicoterapia. Buenos


Aires: Paidós, 1992.

Ferreira,R.F. Aspectos epistemológicos do enfoque construtivista nas terapias


cognitivas. In Abreu, C.N e Ferreira, R.F (Org). Psicoterapia e Construtivismo:
considerações teóricas e práticas.Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

Feixas, G & Villegas,M. Construtivismo y psicoterapia.Barcelona: Promociones y


Publicaciones Universitária, 1998.

Gonçalves: O.Narrativa psicológica e psicologia da saúde. Análise psicológica, 12:


253- 262, 1994

Guidano, V. El si mismo en proceso: hacia una terapia cognitiva pós- racionalista.


Barcelona: Paidós,1991.

Machado, S.S Relação terapêutica, um enfoque mais que necessário: medos e tensores
dos jovens terapeutas. Trabalho apresentado no Simpósio Aspectos Inespecíficos em
Psicoterapia .II Congresso Brasileiro de Psicoterapias Cognitivas. Rio Janeiro .1999

Mahoney,M Processos Humanos de Mudanças: as bases científicas da


Psicoterapia.Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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