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CONSIDERACOES SOBRE A ELABORACAO DE ROTEIRO PARA ENTREVISTA SEML-ESTRUTURADA Eduardo José Manzini UNESP — Campus de Marilia MANZINI, Eduardo José. Consideragdes sobre a elaboraedo de roteiro para entrevista semi-estruturada (In) Maria Cristina Marquezine, Masia Amétia Almeida, Sadao Omote {orgs}. Coldquios sobre pesquisa em educagZo especial. Londrina: Eduel, 2003. p 11-25. entrevista tem se configurado como um instrumento ou como método de coleta de informagdes amplamente utilizado em pesquisas em Educagio, Psicologia « Sociologia. Varios estudiosos da area tém apontado uma ampla gama de questées no que se refere a0 uso da entrevistas, que podem ser divididas, didaticamente, em trés grupos: (a) questées relacionadas ao planejamento da coleta de informagSes; (b) questdes sobre variaveis que afetam os dados de coleta e futura andlise; e, (c) questées que se referer ao tratamento e andlise de informagGes advindas de entrevistas. Dentre as questées que se referem ao planejamento da coleta de informagées, podemos citar algumas, tais como, a necessidade de planejamento de questées que atinjam os objetivos pretendidos, a adequagio da seqiiéncia de perguntas, a elaboracio de roteiros, a necessidade de adequagio de roteiros por meio de juizes, a realizagio de projeto Hatt, 1979; Manzini, 1990, 1991; Rea e Parker, 2000) Dentre as questdes que enfocam variaveis que afetam a coleta de informagies e 0s futuros dados, podemos citar a influéncia da intervengdo do entrevistador na produgio do discurso do entrevistado (Gilbert, 1980; Brenner, 1985; Blanchet, 1988; Dias, 1997), a influéncia da intervengdo do entrevistador nos processos de raciocinio do entrevistado (Manzini, 1995; Manzini e Simo, 2001) e a influéncia da intervengio do entrevistador nos processos de meméria do entrevistado (Discovery Channel, 2001) Dentre as questdes que se referem ao tratamento e andlise das informacbes advindas de entrevistas, podemos observar a metodologia de andlise empregada, tais, como, anilise de conteiido (Bardin, 1977), analise de selato verbal (Engelmann, 1983, 1985; Tunes, 1984; Tunes e Simao, 1998), andlise estatistica, andlise jornalistica eandlise interpretativa, esta Gltima, geralmente baseada em uma teoria espeeifiea como, por exemplo, a Psicandlise. oto para, dentre outros aspectos, adequar o roteiro e a linguagem (Goode e CotSquias sobre pesquisa em Edueagio Especial A preocupagio com aspectos metodolégicos da entrevista parece ter levado os programas de pés-graduagao a manterem, em sua grade curricular, disciplinas especificas que tratam desse assunto, como é o caso do Programa de Pés-Graduagdo em Edueagao da Unesp ~ Campus de Mar Apesar dos cuidados com a formagio de novos pesquisadores é possivel verificar, principalmente pelas participagdes em bancas de Exame Geral de Qualificagdo, varios deslizes metodolégicos no que se refered elaboragdo de roteiros, elaboragio de perguntas 4 serem feitas no momento da entrevista, condugdo do processo de entrevista e, specialmente, dificuldades advindas do processo de andlise e sintese de dados de natureza verbal Essas dificuldades, sobre o uso da entrevista como proceso para coleta e andlise de informagies, tém sido discutidas nas disciplinas Coleta de dados por meio de ‘entreuistas e didlogos e Andlise de dados em entrevistas e didlogos, que fazem parte da grade curricular do Programa de Pés-Graduagio em Educaglo, da Unesp ~ Campus de Marilia, Ambas as disciplinas tém se constituido em um espaco para verificar as dificuldades de novos pesquisadores, bem como dos mais experientes (doutorandos), e para promover discussio ¢ implementar diversas formas de coleta e de andlise de dados advindos de entrevistas, Esse espago acaba configurando-se em um laboratério para pesquisa sobre o proceso de elaboragao e utilizagdo de roteiros e para anilise de dados de natureza verbal provenientes de entrevistas e didlogos. Nesse espago, os pesquisadores colocam suas dividas e angistias que podem ser traduzides, por exemplo, em questies como: (a) quantas entrevistas eu devo realizar para minha pesquisa? (b) quantas perguntas so necessérias num roteiro? (c) qual a ‘melhor forma de se fazer perguntas? (d) o gravador nfo inibe o entrevistado? ¢, e) qual 4 melhor forma para organizar e apresentar os dados advindos de entrevistas? Algumas das questdes apontadas nos levam ao presente texto, cujo objetivo é apresentar algumas consideragdes sobre a coleta de dados por meio de entrevistas, mais especificamente, alguns cuidados que poderdo ser tomados para a elaboragao de roteiros para entrevistas, ou seja, apresentaremos e discutiremos questdes relacionadas ao planejamento para a coleta de informagoes por meio de entrevista semni-estruturada. As consideracSes aqui apresenttadas serdo ilustradas com exemplos a nossa pratica em Educagao e Educago Especial. Para que Serve um Roteiro de Entrevista? Antes de entrarmos diretamente na questi apresentada, cabe salientar que a entrevista é, essencialmente, uma forma de interagio social. A titulo de definicio, a Considerapées sobre 2 elaboragdo de rotero para entevitta sembestruturadn entrevista seria uma forma de buscar informagGes, face a face, com um entrevistado. Pode ser entendida como uma conversa orientada para um objetivo, sendo esse objetiva estabelecido pelo pesquisador. Dentre as vérias formas de entrevista, nos remetemos & entrevista semi-estruturada, que traz.como uma de suas caracteristicas a elaboracio prévie de um rot O roteiro teré como fungio prineipal auxiliar o pesquisador a conduzir a entrevista para o objetivo pretendido. Segundo nossa concepeio, oroteiro poderd ter outrasfungSes: 1. ser um elemento que auxilia o pesquisador a se organizar antes e no momento da, entrevista; 2. serum elemento que auxilia, indiretamente, o entrevistado a fornecer a informagio de forma mais precisa e com maior faclidade. Um bom roteio deveria garantir ao pesquisador, pelo menos parcialmente € intencionalmente, coletar todas as informagées desejadas. Sabemos que numa pesquisa certos conceitos sero investigados e que as perguntas corresponderio a itens que integram esses conceitos (Gunther, 1999), ou seja, os conceitos poderdo ser investigados por uma questdo tinica ou por um conjunto de questdes que se relacionam. Dessa forma, © roteiro deveria garantir, por mefo das perguntas a serem feitas na entrevista, a abrangéneia total dos conceitos a serem estudados. Assim, se por um lado @ organizagio dos conceitos poder ser analisada previamente no roteiro, por outro, o roteiro poder garantir o néo esquecimento de algum item ou pergunta no momento em que a entrevista transcorre. Baseado nessa forma de conceber um roteiro para entrevista, podemos interpretar que o roteiro pode auxiliar, parcialmente, na organizagao da interagio social no momento da entrevista Cuidados com a Linguagem Os pesquisadores que trabalham com entrevista constantemente alertam que no processo de coleta de informagGes, 0 pesquisador deve estar atento para questdes que envolvem a linguagem. Intimidade com a populaglo a ser entrevistada 6um fator importante para adequar a linguagem, que deve estar presente nas perguntas exibidas no roteiro (Rea e Parker, 2000). A intimidade com a populagao a ser entrevistada auxilia a escolha do vocabulério a ser utilizado, além de auxiliar na compreensio das palavras faladas. Ovocabulério pode mudar significativamente dentro de uma mesma comunidade. Gm exemplo claro se refere ao meio escolar- O vocabulario para uma entrevista com um Coliquios sobre pesquisa em Educagéo Especiat professor de uma escola poderd ser totalmente diferente do vocabuldrio para entrevistar alunos dessa mesma escola, Apesar de alunos e professores conviverem, interagirem e se entenderem dentro de um mesmo ambiente, 0 vocabulério para os mesmos itens a sserem pesquisados pode modificar substancialmente. O professor pode dizer que oaluno “foi reprovado” e o aluno pode informar esse mesmo fato dizendo que “tomou pau", Nossa interpretagao é que a adequagao do vocabulétio para populagdo a ser entrevistada possibilita um melhor enquadramento psicologico da entrevista (Bleger, 1980) ao criar condigdes para que o entrevistado perceba que esta sendo compreendido. Uin dos problemas fregilentemente constatado em rotelzos para entrevista é que ‘em algumas perguntas 0 pesquisador ou entrevistador faz uso de palavras que The s30 proprias, jargio téenico dele. O jargio téenico pode ser utilizado desde que a populagdo a ser entrevistada conhega e utilize os termos téenicos, Dentro de uma escola os professores utilizam varias palavras ou termos téenicos como: progressdo continuada, plano gestor, avaliagdo processual, hordrio de HTPC. Fora do meio escolar esses termos podem ser desconhecidos, Assim, devemos evitar palavras e frases que indicam uma conceituagio técnica quando a populagdo a ser entrevistada néo faz uso dessas palavras. Uma outra confusio que geralmente pode ser verificada em roteiros de entrevista serreferea fazer urna pergunta tinica para investigar um conceito complexo. Um exemplo isso ccorreu por parte de um pesquisador que investigava 0 processo de inclusio de alunos especiais nas classes do ensino comum. Ao elaborar seu roteiro, a ser utilizado ‘com professores, apresentava a seguinte indagagio: Qual a sua concepgdo de inelusdo? Esse tipo de pergunta traz, pelo menos, quatro tipos de problemas. O primeiro é que o termo concepedo eleva a pergunta para um nivel de intelectualizagio que esta na esfera do jargio técnico do entrevistador ou pesquisador. O segundo ¢ que a resposta pode ser dificil de ser elaborada. O terceiro é que esse conceito é dificil de ser investigado por ‘uma nica pergunta. O quarto é que com essa pergunta o pesquisador estard investigando o entendimento acerca da percepedo que o entrevistado tein de sua concep¢do de incluso isso, talvez, ndo seja 0 que o pesquisador realmente deseja. Na realidade 60 pesquisador ‘que deverd, a partir de um conjunto de perguntas, investigar e buscar compreender qual a coneepgio que o entrevistado tem sobre a inclustio. Nao se trata de passar a responsabilidade para 0 entrevistado, mas de o pesquisador elaborar perguntas que investiguem 0 conceito desejado Investigar 0 conceito desejado pode ser uma tarefa difiil se o roteito nao estiver claro e preciso. O nosso entendimento é de que um roteiro deve ter perguntas redigidas "FTP signi Horio de Trabalho Pedagigico Complementa, propre de estos Estaduais de Siu Pal aun havin destinade aus professes gerabmente 8 segundafelas, para estado pa planelament pedigcico Consideragies sobre a elavoragio de coteito para entrevista semiestruturad de forma simples e direta. A redaglo da pergunta deve contemplar 0 contexto no qual a entrevista ird se desenvolver, quer dizer, a redacdo da pergunta, feta previamente, deve vislumbrar a possivel pergunta a ser feita na interagdo com o entrevistado no momento da entrevista, Nesse sentido, temos observado que varios pesquisadores, ao elaborar roteiros, acabam listando itens a serem pesquisados. De posse desses itens, realizam as entrevistas. Porém, esses itens nao garantem que as perguntas feitas no momento da entrevista sejam semelhantes para todos os entrevistados, ou seja, a forma de perguntar pode variar de entrevista para entrevista, nao garantindo a preciso do conceito a ser investigado. A nossa avaliagio é de que somente um entrevistador muito bem treinado © com larga experiéncia poderia dar conta do procedimento de entrevista por meio de itens, mesmo utilizando o que designamos de entrevista semi-estruturada Cuidados com a Forma das Perguntas Afirmamos anteriormente que uma boa maneira de perguntar é ser direto ¢ simples. A clareza do roteiro dependerd da forma como as perguntas estio redigidas. Mas o que isso significa? Um cuidado nesse sentido é nao utilizar, na redagio das perguntas, palavras e frases no especificas ou vagas. Rea ¢ Parker (2000), ao falar sobre elahoragio de perguntas em questionérios, trazem interessantes exemplos que ilustram esse cuidado Vejamos algumas indagagées relatadas por esses autores: Quantas pessoas viver em sua casa? Com qual grupo étnico woed se identifica? Por favor, indique 0 nimero de organizagdes com as quais voeé esté envotido? ‘Uma methor tedagdo da primeira pergunta poderia ser: Incluindo voeé, quantas pessoas vivem em sua casa? Essa redagdo datia maior precisdo sobre a informagio qu esti sendo investigada, pois 0 entrevistado pode ndo saber se deve ou nfo incluir a si proprio na soma (Rea e Parker, 2000) A segunda pergunta poderia ser diferentemente interpretada como: “Com que grupo me dou melhor?” ao invés de: “De que grupo étnico sou membro?” Para evitar dvida, a pergunta paderia ser refeita da seguinte forma: Vocé é membro de qual grupo étnico? Por favor, indique sua raga ou etnia (Rea e Parker, 2000, p. 59) Na terceira pergunta falta clareza em dois conceitos: organizagdes e envolvido, ‘ou seja, de que tipo de organizagao esta se falando e de que tipo de envatvimento esta se falando? (Rea e Parker, 2000) Colequios sobre pesquisa em Eaucacao Especial Outro cuidado a ser tomado se refere ao tamanho da pergunta. Perguntas muito longas também podem gerar problemas para quem responde. Um conceito usualmente utilizado em Psicologia se refere 4 meméria de trabalho. A meméria de trabalho pode ser entendida como a quantidade de informagio que podemos reter no momento em ‘que estamos executando uma determinada tarefa. Responder a uma pergunta pode ser encarada como uma tarefa de natureza verbal a ser realizada. Numa entrevista, quando temos uma pergunta muito longa, pode-se criar um impasse no momento da resposta, ou seja, a pergunta é tao longa que ao terminarmos de fazé-la o entrevistado se esquece de parte dela e acabard respondendo a determinados tragos da pergunta que ele conseguiu memorizar ou entender. Elaborar perguntas simples e diretas pode dar conta de investigar o conceito desejado. Além do tamanho da pergunta, o pesquisador deve ter 0 cuidado de analisar o quéo dificil é, para o entrevistado, responder a uma dada pergunta. O entrevistador, ao fazer as perguntas e ao redigir o roteiro, deve fazer uma anilise das dificuldades de elaboragao mental a que o entrevistado esta sujeito. A indagagao: qual é 0 seu nome? exige uma claboragao mental diferente do que perguntar: o que vocé acha do seu nome? Na primeira indagagao 0 acesso & meméria é mais imediato; na segunda indagacZo, o entrevistador estard solicitando, de certa forma, uma avaliagao, Essas questdes so importantes porque numa entrevista o entrevistador sempre estaré perguntando sobre algum conceito ¢ a forma de perguntar pode influenciar a elaboragdo mental daquele que responde (Manzini, 1995; Manzini e Simo, 2001). Vejamos alguns exemplos para ilustrar a questao sobre as formas de se perguntar ¢ o tipo de tarefa mental que elas exigem: Defina o termo progressao continuada, Descreva o que vocé faz no seu trabalho. Gostaria que vocé aualiasse se a inelusao tem dado resultado. Como vocé avatia esse seu novo serviga? Essas mesmas solicitagdes poderiam, mudando a forma de se indagar, pesquisar 0s mesos ftens. Vejamos uma nova redagio: No seu entender, o que é a pragressdo continuada? Voc’ poderia me falar um pouco sobre o que voeé faz no seu trabalho? ‘Na sua opinido, a inelusdo tem dado resultado? Por qué? 0 que voed esté achando do seu novo servigo? Analisando as perguntas anteriores, percebemos que o entrevistado estaré: (a) conceituado ou definindo 0 termo progressio continuada (b) deserevendo agbes no Consiceragaes sobre a elaboragso de rotsiro para entrevista semiestuturada trabalho (c) avaliando se a inclusdo esta ocorrendo e, (d) avaliando o seu novo servigo, ‘Termos como avatiagdo, concepedo, definicdo e descrigdo podem ser substituidos na redagao das perguntas no roteito por: 0 que vocé acha, na sua opinido, o que é, como, Essas simples mudancas na forma de se perguntar pode deixar o entrevistado mais & vontade para responder a indagacdo, sem demonstrar que estamos interessados em altas elucubragGes conceituais, ‘O cuidado em selecionar as palavras e frases para indagar & também importante porque o entrevistador pode inibir a resposta do entrevistado on indicar uma dirego tendenciosa para a resposta.Um exemplo disso foi apresentado por um pesquisador que desejava informagées sobre um novo método de ensino da medicina (PBL - aprendizagem baseada em problema). Uma das perguntas do roteiro, a ser realizada como os médicos administradores de uma escola-hospital, era: A comunidade académica foi consultada a respeito da mudanga? Por que? Esse tipo de indagagio poderia trazer duas dificuldades para resposta. Para se abster de qualquer questionamento ou julgamento, o entrevistado podria responder que sim, que a comunidade foi consultada. A palavra consultada traz um impacto emocional forte para quem responde. Se a resposta fosse ndo, o entrevistado ainda teria que se explicar se justificar para o entrevistador. Assim, uma forma de chegar mais perto do conceito a ser informado podetia ser a mudanga da redagio da questio: Ao se realizar as mudangas, quais segmentos académicos se fizeram presentes? Nessa nova redagdo a indagacao ficaria no impessoal e o entrevistador retiraria a carga de responsabilidade do médico administrador, ou seja, o sujeito psicologico ficaria no impessoal ou sobre 0s segmentos académicos presentes. Um outro pesquisador, que desejava verificar a participagio de alunos com deficiéncia em aulas de educagao fisica, havia redigido a seguinte pergunta em seu roteiro: Como 0 aluno fot introduzido na aula de Educagdo Fisica? Analisando a pergunta podemos perceber que ela traz. embutida em si a idéia de que o aluno com deficiéneia jé fazia parte da aula de Educagio Fisica, ou sefa, poderia trazer um vigs aa resposta. Uma forma diferente de buscar a informagio seria fazer uma perguntaanterior: Como ocorreu 0 primeira contato com esse aluno? Assim, apesar de a palavra contato ter uma conotagio vaga (como diseutido anteriormente), aqui, era exatamente isso que © pesquisador buscava saber, ou seja, a partir dessa primeita indagagdo poderia fazer perguntas complementares, também uma das caracteristicas da entrevista semi- estruturada: Esse aluno chegou a participar das aulas de Edueagaa Fisica? Na primeira articipagdo houve necessidade de algun procedimento diferenciado? Os exemplos mencionados nos dois tiltimos pardgrafos tém sido identificados designados por outros pesquisadores da érea como palavras emocionais e frases Coldquios sobre pesquisa em Edueagio Especial manipulativas. A manipulagdo, no nosso entender, nfo se refere a uma deliberagao proposital, mas um enviesamento inconsciente do pesquisador no anseio de buscar respostas para 0 seu probleria de pesquisa. Deliberadamente ou néo, esse tipo de viés, na pergunta é apontado por Rea e Parker (2000), que apresentam o seguinte exemplo: “Um dos déz mandamentos diz ‘nao matards*. Voo8 acredita que o estado tem o direito de exercer a pena capital?” Um diltimo ponto abordado nesse tépico se refere a perguntas que buscam identificar diferentes conceitos em uma mesma pergunta. Esse tipo de indagagdo é designado como perguntas com miiltiplas finalidades (Rea e Parker, 2000). Um exemplo para ilustrar esse problema pode ser apresentado por uma pesquisadora que iria entrevistar professores da educagdo infantil. Em seu roteire apresentava a seguinte indagagio: Descreva o seu conceito de crianga e de infancia, Como discutido anteriormente, a palavra descrever ¢ a palavra conceito intelectualizam a pergunta, porém o que fica evidente que ¢ o conceito de erianga pode ser definido independente do conceito de infancia e vice-versa. Fica claro que, se a pesquisadora buscava saber 0 conecito de crianga, deveria organizar um conjunto de perguntas para verificar qual 0 coneeito de crianga que os professores vislumbravam Cuidados com a Seqiiéncia de Perguntas Apés a construglo e redagio das perguntas do roteiro, deveremos proceder a uma andlise que indicara a seqiiéncia mais coerente e légica para que as perguntas sejam apresentadas ao entrevistado. ‘A primeira pergunta é importante porque ela iniciard a coleta de informagies Devers criar uma situagio em que o entrevistado sinta-se & vontade para responder; no devera ser uma pergunta de dificil elaboragdo mental por parte do entrevistado, ou seja, deveremos ter certeza de que o entrevistado possa e saiba nos informar sobre 0 que perguntamos. Em geral, a seqtiéncia das perguntas deve obedecer a uma ordem de de respostas: das mais faceis para as mais dificeis de serem respondidas. ‘Ao segiienciar as perguntas também é conveniente fazer blocos teméticos de perguntas de objetivam o mesmo assunto. Os blocos teméticos podem auxiliar 0 entrevistador na finalizagao da coleta para aquele conceito a ser pesquisado. Ao término 4a cada bloco o entrevistador pode inserir na entrevista frases como: “Agora nés vamos falar sobre um outro assunto.” ou “Gostaria de falar, agora, sobre outro assunto.” Essas frases, podem, entao, servir como marcadores que indicamn que aquele assunto se esgotou e que novo assunto entrar na pauta da conversa, Esses marcadores podem servir para iculdades Consideragées sobre a elaboragio de rotero para entrevista semiestuturada

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