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RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Uma vez lançados no ambiente, os cátions de alguns metais pesados podem
ser acumulados através da cadeia alimentar, apesar de presentes em baixas
concentrações nos efluentes, tornando-se fatores de concentração perigosos
em peixes e animais que, posteriormente, são consumidos pelo homem.
Dentre os diversos agentes contaminantes de ambientes terrestres e
aquáticos, podemos mencionar o mercúrio. Este elemento apresenta elevada
toxicidade em qualquer de suas formas de ocorrência na natureza. O
mercúrio atinge principalmente os sistemas nervoso, respiratório e digestivo.
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Dentre os segmentos industriais que contribuem para a contaminação de rios
e solos no Brasil e em outras nações por mercúrio, podemos citar a indústria
soda-cloro, que produz cloro, hidrogênio, hidróxido de sódio e hipoclorito de
sódio. Existem plantas industriais que utilizam as chamadas células de
mercúrio, nas quais este metal é utilizado como catodo móvel formando,
durante o processo produtivo, amálgama de sódio. Como fontes de emissão
de mercúrio para o ambiente, podemos citar os efluentes líquidos, ricos no
íon mercúrico (Hg2+) (1).
2. OBJETIVO
O objetivo principal deste trabalho é avaliar a eficiência da macroalga
Sargassum sp. in natura na captação de mercúrio iônico encontrado em
efluentes da indústria soda-cloro, através de experimentos em batelada.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
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proporcionou melhor captação de Cu (II) e Zn (II) em experimentos de
biossorção com Sargassum sp.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da determinação das constantes dos modelos matemáticos citados e
dos respectivos parâmetros estatísticos, tais como o coeficiente de
correlação, o p-level e os desvios-padrão, é possível avaliar qual o modelo
mais apropriado para descrever a captação de Hg (II). Através do módulo
Non-linear Estimation do software Statistica 6.0 é possível estimar as
constantes das isotermas, bem como obter os parâmetros estatísticos
mencionados, sem necessidade de linearização dos modelos matemáticos
de Langmuir e Freundlich.
qmbCeq [1]
q=
(1 + bCeq )
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Figura 1 - Perfil da isoterma de Langmuir a partir de Sargassum sp. em efluente
concentrado (Concentrações residuais de mercúrio: C1 = 3,6 mg/L; C2 = 28,6
mg/L; C3 = 118,0 mg/L; C4 = 191,0 mg/L; C5 = 234,0 mg/L; C6 = 283,0 mg/L; pH 6,0)
q = kCeq
1/ n
[2]
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Figura 2 - Perfil da isoterma de Freundlich a partir de Sargassum sp. em efluente
concentrado (Concentrações residuais de mercúrio: C1 = 3,6 mg/L; C2 = 28,6
mg/L; C3 = 118,0 mg/L; C4 = 191,0 mg/L; C5 = 234,0 mg/L; C6 = 283,0 mg/L; pH 6,0)
Langmuir Freundlich
6,0 82,60 ± 3,73 0,096 ± 0,032 0,97438 22,85 ± 4,95 0,234 ± 0,042 0,96273
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Pelos resultados apresentados fica fácil constatar que ambos os modelos de
Freundlich e Langmuir são apropriados para descrever a captação de
mercúrio, dentro das condições experimentais utilizadas. A captação máxima
de mercúrio alcançada foi de 93%, em função da concentração inicial deste
metal no efluente.
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equipado com um aparelho de microanálise por dispersão de energia (EDS)
da marca OXFORD modelo ISIS L300. As imagens foram geradas por um
detector secundário de elétrons. Desta forma, ficou caracterizada a captação
de mercúrio por Sargassum sp., como mostra a Figura 4.
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4.3 Experimentos de dessorção de Hg (II)
A Figura 5 mostra a dessorção de mercúrio iônico com o tempo.
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Quadro 1 - Comparação entre porcentagens de dessorção de espécies Hg (II)
por uso de diferentes biossorventes
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5. CONCLUSÕES
Os resultados indicam que a macroalga Sargassum sp. in natura mostrou-se
um eficiente biossorvente na captação de mercúrio iônico em efluentes da
indústria soda-cloro, tendo-se alcançado 93% de remoção de mercúrio iônico
(concentração inicial de 50 ppm). Os modelos matemáticos de Langmuir e
Freundlich descrevem de forma eficiente a captação de mercúrio iônico
dentro das condições experimentais escolhidas, o que pôde ser comprovado
pelos valores das constantes de ambos os modelos e pelos parâmetros
estatísticos avaliados.
BIBLIOGRAFIA
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Químicos e Bioquímicos) - Escola de Química / UFRJ, 148p.
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