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APOSTILA II

NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA


IMPLEMENTAÇÃO DE UM

PROGRAMA DE
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS QUÍMICOS
Coordenação: Prof. Dr. José Albertino Bendassolli

Piracicaba - SP
APOSTILA II – NORMAS E PROCEDIMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO
DE UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS QUÍMICOS

INTRODUÇÃO

O homem depende inteiramente do sistema natural da terra e de seus


recursos para garantir nossa sobrevivência e há apenas 40 anos o ser humano
começou a demonstrar preocupação com o ambiente “Você sabia que a
declaração de Estocolmo, 1972, é um dos primeiros documentos
internacionais relacionados com a preservação do meio ambiente?”
De um modo geral, desprezando-se os graus de periculosidade, a
atividade humana sempre gerou alguma forma de resíduo, alguns deles nocivos
ao meio ambiente e, por conseguinte, ao próprio homem. Entretanto, alguns
fatores, dentre os quais pode-se destacar aqueles relacionados ao crescimento
populacional e desenvolvimento industrial, acentuaram notavelmente a produção
de resíduos ao redor do mundo.
Embora a exposição constante a produtos químicos seja comum na
natureza, uma vez que plantas, animais e mesmo rochas e solos emitem gases e
substâncias orgânicas para o meio ambiente, a atividade antropogênica aumentou
consideravelmente a liberação desses materiais. Isso fez com que organismos
vivos, que em outros tempos estavam em equilíbrio com as exudações naturais,
estejam no presente expostos a um estresse químico (Aquino Neto, 1995).
Nas últimas décadas, tornou-se evidente a necessidade de se tomar
providências para o controle da emissão de resíduos a fim de se evitar que os
recursos naturais como água, solo e ar tornem-se ainda mais degradados. Os
efeitos dessa geração indiscriminada, que conseqüentemente atingem também o
homem, têm levado a sociedade a uma maior conscientização do real perigo para
a sua subsistência. Eventos como o ocorrido em 1956 na cidade costeira japonesa
de Minamata, onde o efluente industrial da Chisso Co, contendo mercúrio,
provocou acentuada mortandade de peixes nessa baía, os quais acabaram sendo
ingeridos pela população local, ocasionando um total de 887 mortes e 2209 casos
registrados de doenças relacionadas ao sistema nervoso central (Lacerda, 1997),
entre outros, serviram de alerta para que a preocupação com as questões
ambiental passe do discurso para a prática nos dias atuais.
Sabe-se que as indústrias, principalmente aquelas que utilizam produtos
químicos em seus processos produtivos, são as maiores responsáveis pela
geração de resíduos perigosos e o grande alvo de cobrança e fiscalização pela
sociedade e pelos órgãos competentes.
Segundo Ashbrook & Reinhardt (1985) os centros de formação de
recursos humanos (universidades e escolas) geram cerca de 1% dos resíduos
perigosos de um país desenvolvido como os Estados Unidos. Ao contrário das
unidades industriais, estes resíduos caracterizam-se por apresentarem volume
baixo e elevada diversidade, o que dificulta a padronização das formas de
tratamento e disposição.
Ainda que esse volume seja reduzido, as universidades não podem nem
devem ignorar sua posição de geradora de resíduos (Ashbrook & Reinhardt, 1985;
Kaufman, 1990; Schneider & Wiskamp, 1994 e Jardim 1998). Um dos mot0ivos
dessa necessidade é que as universidades exercem papel fundamental quando
avaliam os impactos ambientais provocados por outras unidades geradoras de
resíduos fora de seus limites físicos. Dessa forma, o não tratamento de seus
próprios rejeitos, mitigaria a credibilidade das universidades perante a sociedade e
os órgãos públicos competentes (Jardim 1998). Outro motivo, e talvez o principal,
é que o maior benefício proporcionado por um programa de gerenciamento de
resíduos nessas unidades está relacionado ao treinamento dos estudantes,
capacitando-os a trabalharem dentro de normas apropriadas de gerenciamento de
produtos químicos (Ashbrook & Reinhardt (1985)).
A normatização para a emissão de efluentes industriais no Brasil é
estabelecida pelo CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), na condição
de órgão ambiental federal. Este fixou os parâmetros para emissão de águas
residuárias pela resolução nº 357, datada de 17 de março de 2005, delegando aos
órgãos estaduais de controle ambiental a responsabilidade pelo apoio técnico e
fiscalização quanto ao cumprimento da legislação disponível e aplicável ao local.
Assim, um programa de gerenciamento de resíduos a ser realizado no
CENA/USP, situado no Município de Piracicaba - SP, mesmo sendo um Instituto
de Pesquisa (ensino, pesquisa e extensão) deve respeitar a Legislação Estadual
sobre controle de poluição ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 1987),
estabelecida pelo decreto nº 10755, datado de 22 de dezembro de 1977, ou
Federal (CONAMA 357 – Conselho Nacional do Meio Ambiente), sendo
empregada a mais restritiva. A resolução do CONAMA 357 (efluentes industriais)
estabelece as concentrações máximas de uma série de elementos e compostos
permitidos no efluente , dependendo da classe na qual o corpo receptor foi
enquadrado. Supondo que o efluente foi lançado em um corpo receptor classe 3
(pela resolução CONAMA os corpos aquáticos são divididos em 9 classes, sendo
5 de águas doce, 2 de águas salinas e 2 de água salobra). Os corpos de água
doce podem ser classificados em classe especial e classes de 1 a 4, sendo que
quanto menor o número, mais restritivo se torna o lançamento de efluentes no
mesmo. Um corpo receptor de classe 3 destina-se ao abastecimento doméstico
após tratamento convencional, à irrigação e à dessedentação de animais), a
concentração máxima de fenol neste efluente é de 0,5 mg L-1, enquanto que para
mercúrio este valor é de 0,01 mg L-1. Os resíduos sólidos industriais são
classificados de acordo com a norma NBR 10004 (ABNT) após ensaios realizados
de acordo com as normas NBR 10005 (lixiviação) e 10006 (solubilização). Uma
abordagem ampla e bastante detalhada a respeito da classificação,
armazenagem, tecnologias de tratamento e disposição final de resíduos sólidos
pode ser encontrada na literatura (Rocca et al., 1993).
Quando da sua implantação, um programa de gerenciamento de resíduos
deve abranger dois tipos de resíduos: o ATIVO, que é fruto das atividades
rotineiras da unidade geradora e principal alvo de um programa de gerenciamento,
e o PASSIVO, que compreende àquele resíduo estocado, via-de-regra, não
caracterizado, aguardando a destinação final. Os passivos químicos podem ser
divididos em três classes: Identificados; Não identificados e
misturados/contaminados. Ressalta-se, no entanto, que a grande maioria das
unidades geradoras no Brasil não dispõe do passivo, o que facilita o
estabelecimento de um programa de gerenciamento, mas, por outro lado, mostra o
descaso com que o assunto vem sendo tratado até os dias atuais.
A principal regra a ser adotada para o gerenciamento dos resíduos é a da
responsabilidade objetiva, isto é, quem gera o resíduo torna-se o responsável pelo
mesmo, sendo estabelecidas regras para segregação, identificação e
armazenagem do mesmo. As etapas a serem observadas para a realização dessa
atividade são, por ordem: (a) levantamento, classificação e quantificação de todos
os resíduos gerados nas atividades de ensino e/ou pesquisa da instituição; b)
implantação de um local apropriado para o armazenamento de resíduos com
instalações adequadas e laboratório de análise de resíduos e reaproveitamento de
solventes; c) montagem de um sistema de coleta, armazenamento e transporte de
resíduos; d) definição e implantação de uma estratégia de descarte ou combustão
dos resíduos; e) definição de um cronograma de redução de resíduos nos
laboratórios de ensino e pesquisa. Atividades facilitadoras devem ser
disponibilizadas para os laboratórios em geral (informatização, pagina na intranet
ou internet; equipe capacitada para execução dos procedimentos mais
problemáticos). É importante destacar que um Laboratório de Tratamento de
resíduos não pode ser utilizado como depósito de resíduos.
Os resíduos gerados nas atividades devem ser encaminhados logo que
possível para descarte apropriado (reaproveitar, tratamento, incineração, aterro
...). Aconselha-se que o armazenamento (entre posto) não ultrapasse um período
de 90 a 120 dias. No caso de incineração ou envio para aterro industrial é
importante adotar critérios de qualidade no transporte e do destinador final
(terceirizado).
A preocupação do CENA/USP em realizar o gerenciamento de seus
resíduos e contribuir para a sociedade como um todo, estabelecendo inclusive
novas metodologias mais “limpas” em processos analíticos, pode ser melhor
caracterizada pela observação dos trabalhos relacionados ao tema desenvolvidos
nos últimos anos nessa instituição.
A implementação de atividades de gerenciamento de resíduos em
instituições de ensino e pesquisa do Estado de São Paulo, com apoio fundamental
da FAPESP, que poderão ser criadas ferramentas que auxiliem no
estabelecimento de mecanismos de gestão de resíduos adequadamente, bem
como promovam a dissimulação de conhecimento.
No CENA foi constituída uma comissão permanente de avaliação e
gerenciamento dos resíduos químicos gerados nos laboratórios de pesquisa. Em
1997 foi constatado que era necessário estabelecer padrões para descarte e
reciclagem, na medida do possível, dos produtos químicos utilizados para
experimentos. Este foi o ponto de partida para a implementação de um programa
de gerenciamento de resíduos químicos e águas servidas na Instituição.
A preocupação do CENA/USP em realizar o gerenciamento de seus resíduos
e contribuir para a sociedade como um todo, estabelecendo inclusive novas
metodologias mais “limpas” em processos analíticos, pode ser melhor
caracterizada pela observação dos trabalhos relacionados ao tema desenvolvidos
nos últimos anos nessa instituição (Bendassolli, 1988; Bastos, 1995; Reis et al.,
1997; Sartini et al., 1997; Bendassolli et al, 2002; Bendassolli et al 2003a,b).
Tuono (1999) desenvolveu importante trabalho de caracterização da emissão de
resíduos no CENA/USP e estabeleceu procedimentos para o tratamento de alguns
dos principais resíduos gerados na instituição na época do desenvolvimento da
pesquisa. É a partir de experiências como esta desenvolvida no CENA/USP,
contando com apoio financeiro da FAPESP (Processo 01/01202-9), e em outras
unidades que já despertaram para a importância do gerenciamento de resíduos,
como é o caso da Universidade de Campinas (Jardim, 1998), da Universidade
Federal do Paraná (Cunha, 2001), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(Amaral et al., 2001), Instituto de Química de São Carlos - IQSC (Alberguini et al.,
2003), Universidade Regional do Alto Uruguai e das Missões, Campus Erechim
(Demaman et al., 2004), Universidade Federal do Rio de Janeiro (Afonso et al.,
2003), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP (Abreu &
Iamamota, 2003), Universidade de Brasília (Imbroisi et al., 2006), Escola Técnica
da UFRGS (Felisberto et al., 2008), entre outras, que poderão serem criadas
ferramentas que auxiliem no estabelecimento de mecanismos de gestão de
resíduos, bem como promovam a dissimulação de conhecimento e a formação
adequada de profissionais voltados ao trabalho na área de química.

Subsídios para implementação de um PGRQ

Um Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos (PGRQ) deve ser muito


bem definido constando de: fase preparatória; ações preliminares e ações
permanentes.

Fase Preparatória

Analisar e discutir o interesse da Instituição e a forma com que este interesse esta
manifestado, procurando quando possível elaborar um documento oficial. Procurar
estabelecer as necessidades do programa, entre os quais: Pessoal técnico e
científico; recursos financeiros necessários e infra-estrutura.

Recursos Financeiros (PGRQ/CENA): R$ 1.000.000,00 (1997 a 2006)

Fontes: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)


Programa de Apoio A Núcleos de Excelência (PRONEX)
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP)
Universidade de São Paulo (USP)
CENA/USP e Laboratório de Isótopos Estáveis

Recursos humanos: Dr. José Albertino Bendassolli (Docente) – coordenador


Dr. Glauco A. Tavares – gestor
Química Juliana Grasiela Giovannini de Oliveira - gestora
Nádia V. Possignolo e Tatiana M. R. Xavier (Alunas
Mestrado)
Felipe Rufini Nolasco (Ms)
Técnicos dos laboratórios de pesquisa, informática e
manutenção

Fase Preliminar:
Quando da sua implantação, um programa de gerenciamento de resíduos
deve abranger dois tipos de resíduos: o ativo, que é fruto das atividades rotineiras
da unidade geradora e principal alvo de um programa de gerenciamento, e o
passivo, que compreende todo aquele resíduo estocado, geralmente não
caracterizado, aguardando a destinação final (Ashbrook & Reinhardt, 1985;
Schneider & Wiskamp, 1994; Jardim, 1998). Ressalta-se, no entanto, que a
grande maioria das unidades geradoras no Brasil não dispõe do passivo, o que
facilita o estabelecimento de um programa de gerenciamento, mas, por outro lado,
mostra o descaso com que o assunto vem sendo tratado até os dias atuais.
As ações preliminares devem contemplar estes dois tipos de resíduos. O
primeiro procedimento é a caracterização (qualitativa e quantitativa) do passivo
existente (inventário do passivo). A Figura 1 apresenta detalhes do depósito de
resíduos químicos do CENA, antes da implementação do programa de
gerenciamento de resíduos químicos da Instituição. No referido depósito cerca de
85 % dos resíduos não apresentavam rótulos de identificação, sendo
considerados como resíduos com composição desconhecida. Mesmo os frascos
com reagentes que não foram nem mesmo utilizados, mas encontram-se sem
rótulos devem ser considerados como resíduos. Na Figura 2 pode-se observar as
condições atuais de armazenagem dos resíduos gerados nos laboratórios do
CENA/USP.
Para os passivos identificados os seguintes procedimentos podem ser
adotados: a) Procurar esgotar as possibilidades de aplicação dos 3 Rs (Reciclar,
Reutilizar ou Recuperar); b) Colocar a disposição para outros laboratórios, dentro
e fora da Instituição; c) colocar a disposição em bolsas de resíduos para doação,
troca, entre outros; d) submeter a tratamento químico para eliminação da
periculosidade, se existir, ou encaminhar para descarte (incineração, aterro
industrial, etc). Para os passivos não identificados, tentar identificá-los de acordo
com sugestões apresentadas nesta apostila e na literatura citada. Após
identificação, seguir as recomendações fornecidas aos passivos identificados.
Para os passivos misturados/contaminados, separar em dois grupos e aplicar
ações adequadas: 1) misturas passíveis de separação e reaproveitamento –
ácidos e bases inorgânicos (neutralização); solventes que podem ser separados
por destilação; 2) misturas inviáveis para separação ou aplicação dos 3 Rs –
Material pode ser considerado como rejeito químico e deverá ser encaminhado
para incineração (resíduos diversos) ou para disposição final num aterro químico
industrial.
Procurar sempre identificar os resíduos gerados, rotulando-os corretamente,
fazendo inspeções periódicas do estoque e seguindo as boas práticas de Higiene
Química para evitar os “RESÍDUOS DESCONHECIDOS”.

Figura 1. Depósito de Resíduos Químicos do CENA antes da implementação do


programa de Gerenciamento (5000 kg de produtos químicos – líquidos e sólidos).
Caracterização de resíduos passivos gerados no CENA/USP

Material

Os ensaios de identificação não requerem grande disponibilidade de


equipamentos, sendo empregado apenas um pHmetro digital marca ORION
modelo 4260-C15. As vidrarias são as convencionais, compostas de pipetas,
provetas, bastões de vidro, vidros de relógio, entre outras. Os reagentes químicos
(p.a.) a serem utilizados nos procedimentos de identificação são: cloroamina-T;
ácido barbitúrico; indicador 2,6-dicloro-indofenol; sulfato de manganês. São
também utilizados palitos de cerâmica, fios de cobre, papel de filtro Whatman no 3
e equipamentos de proteção individual (EPI’s) e coletiva (EPC’s).

Figura 2. Depósito de resíduos químicos do CENA/USP após implementado o


programa de gerenciamento.

Métodos

No depósito de resíduos químicos do CENA/USP existiam aproximadamente


500 frascos (1L) de procedência desconhecida, sem rotulagem adequada (Figura
3). Numa primeira etapa, foi realizada limpeza adequada desses frascos,
respeitando as condições necessárias de segurança operacional. Essa
necessidade se justifica pelo simples fato de que não se sabia a procedência e,
por conseguinte, os perigos envolvidos com a manipulação dessas soluções.
Esses volumes foram em seguida numerados e encaminhados ao
Laboratório de Tratamento de Resíduos (LTR-CENA/USP), onde foram realizados
testes de identificação, em pequenas alíquotas (< 1 mL) representativas da
solução, seguindo alguns dos procedimentos preconizados por Jardim (1998) e
descritos na Tabela 1.

Figura 3. Frascos contendo resíduos químicos de procedência desconhecida


armazenados no depósito de resíduos do CENA/USP.
Tabela 1. Protocolo para caracterização preliminar de resíduos químicos não
identificados (Jardim, 1998).

Verificação Procedimento

Reatividade com água Adicionar 3 gota de água em igual volume de resíduo (vidro de
relógio) e observar se forma chama, geração de gás, ou qualquer
outra reação violenta.

Presença de cianetos Adicionar 1 gota de cloroamina-T e 1 gota de ácido


barbitúrco/piridina em 3 gotas de resíduo (coloração avermelhada
indica positivo).

pH Emprega-se papel indicador ou medidor de pH.

Resíduo oxidante A oxidação de sal de Mn2+ (rosa claro) para coloração escura
indica resíduo oxidante. Adicionar 1 gota da amostra à 3 gotas de
uma solução 0,5 mol L-1 de MnCl2.

Resíduo redutor Testar a descoloração de um pedaço de papel umedecido em


2,6-dicloro-indofenol ou azul de metileno.

Inflamabilidade Dispor um palito de cerâmica em contato com o resíduo, deixar


escorrer o excesso e levar à chama.

Presença de Colocar um fio de cobre limpo e aquecido em contato com o


halogênios resíduo. Levar à chama e observar coloração verde (teste
positivo)
Detalhes da Caracterização do passivo

Reatividade em ar

Colocar cinco gotas de resíduo não identificado em um vidro de relógio e deixar


exposto ao ar (em sistema de exaustão), verificando se ocorre alguma evidência
de reação química.

Solubilidade em água

Colocar 2 mL de água em uma proveta de 5 mL e adicionar 2 mL de resíduo e


agitar. Observar se há presença de 2 fases ou apenas uma. Resíduos solúveis em
água apresenta apenas uma fase (substâncias inorgânicas ou orgânicas polares).
Nos resíduos insolúveis em água observar-se-á duas fases. Em alguns casos
pode ocorrer do resíduo apresentar substâncias solúveis em água e outras não
solúveis, observar e anotar.

Presença de sulfetos

Acidificar uma pequena fração da amostra com ácido clorídrico. Papel embebido
em solução de acetato de chumbo e exposto aos vapores dessa solução
acidificada deverá ficar enegrecido.

Presença de Cianetos

Caso o pH da amostra seja menor ou igual a sete, pode-se assumir que a


concentração de cianetos é insignificante. Em resíduos com pH maior que 7,
devem ser feitos testes específicos para os íons cianeto (CN-). Para 1 mL de
resíduo: adicionar 0,5 mL de solução tampão pH 5,2 (cerca de 10 gotas) e 0,05
mL de cloroamina (1 gota), agitando a solução. Após 2 minutos, acrescentar 0,6
mL de uma solução de γ-picolina – ácido barbitúrico (cerca de 12 gotas). O
aparecimento de coloração roxo-azulada indica teste positivo para cianeto.
Maiores detalhes podem ser encontrados na Tabela 1.

Solução tampão pH 5,2: Dissolver 0,136 g de dihidrogenofosfato de potássio


(KH2PO4) e 0,0028 g de Na2HPO4 (Fosfato monoácido de sódio) em 10 mL de
água.

Reagente γ-picolina – ácido barbitúrico: Colocar 0,6 g de ácido barbitúrico em um


balão volumétrico de 10 mL e acrescentar um pouco de água para dissolver.
Adicionar 3 mL de γ-picolina (4 metil-piridina) e 0,6 mL de ácido clorídrico
concentrado e promover a agitação da mistura e completar o volume do balão
após a mistura atigir a temperatura ambiente.
Presença de halogênios

Colocar 2 mL de água em uma proveta e adicionar 2 mL do resíduo a ser testado.


Os compostos orgânicos halogenados geralmente são mais densos que a água e
deve-se observar duas fases. Desta forma, se o resíduo contiver compostos
halogenados, a água ficara contida na parte de cima da fase do resíduo. Outro
teste que pode ser realizado para compostos halogenados (clorados) pode ser
observado na Tabela 1.

Estudo de Caso – Passivo do CENA/USP

A realização dos ensaios permitiu ilustrar o quanto é diversificada a


composição dos resíduos estocados, frutos de cerca de 30 anos de pesquisa do
Cena/USP, contabilizam-se 584 volumes de soluções residuais.
Quanto ao caráter ácido/base das soluções, 71 % desses volumes eram
ácidos, enquanto apenas 29 % eram compostos alcalinos. Sobre essa
característica, deve-se destacar que, em muitos dos frascos analisados, a
concentração hidrogeniônica foi superior a 1 mol L-1.
Destaca-se nesse levantamento os percentuais de frascos identificados
contendo substâncias redutoras, substâncias contendo halogênios e líquidos
inflamáveis. Enquanto resíduos contendo halogênios não podem ser incinerados,
soluções inflamáveis são ideais para tratamento através deste processo.
Para alguns poucos volumes, a semelhança entre a coloração da solução
residual e a cor a ser observada no teste qualitativo impossibilitou a confiabilidade
no resultado. O teste para verificação de propriedade oxidante, por exemplo,
baseia-se na mudança da coloração de MnSO4 de rosa para tonalidade escura.
Porém, alguns líquidos eram escuros, o que dificultou a visualização de possível
propriedade oxidante.
Em cerca de 20 % dos frascos os resultados não apresentaram valores
positivos para nenhum dos itens analisados. Algumas dessas soluções tinham
ainda pH próximo da neutralidade, o que indica a possibilidade de se tratarem de
amostras de água ou outra substância inócua. A Tabela 2 apresenta informações
mais detalhadas do passivo da instituição e forma de descarta para os mesmos.
Essa caracterização preliminar serviu para nortear as próximas etapas do
PGRQ-CENA/USP, sendo alguns dos volumes separados (reagentes p.a
identificados ou caracterizados) e enviados ao Laboratório de Tratamento de
Resíduos Químicos do CENA/USP (LTR-CENA/USP), e grande parte
encaminhadas para incineração na Basf de Guaratinguetá. O tratamento térmico
(incineração) foi necessário em 40% do passivo, pois o processo de segregação
de resíduos, anteriormente a implementação do programa, não foi realizado
adequadamente, inviabilizando o processo de reaproveitamento ou tratamento no
LTR-CENA.
A incineração de resíduos deverá ser realizada por empresas com licença de
funcionamento emitida pela CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental). Para tanto, é necessária a obtenção do CADRI (Certificado de
Aprovação para destino de Resíduos industriais) junto a CETESB. O CADRI deve
ser obtido com o envio ao órgão ambiental (CETESB) as seguintes
documentações: a) Ficha para solicitação do CADRI (se o resíduo for originário do
Estado de São Paulo, o formulário será fornecido pela Empresa Incineradora, mas
preenchido pelo cliente); b) Relatório padrão (com as informações sobre o resíduo
a ser incinerado – classificação NBR 10004; quantidade estocada; quantidade
gerada; acondicionamento, estado físico; umidade; constituintes principais, entre
outros); c) MCE (folha adicional); d) carta de anuência (empresa); e) Cópia da
licença da empresa incineração. A solicitação do CADRI (item a) preenchida e
anexada aos itens b, c, d, e, deverá ser entregue e protocolada na regional
CETESB mais próxima.
Ativo da Instituição de acordo com as classes

Levantamento preliminar realizado nos laboratórios de ensino e pesquisa do


CENA/USP objetivou identificar os principais resíduos gerados na instituição e a
quantificação e classificação dos mesmos podem ser observadas nas Tabelas 3.
Na Tabela pode-se verificar uma lista de compostos gerados rotineiramente,
constituindo parte do ativo da instituição. Com procedimentos que são adotados
para a disposição final e mais adequados para uma série de resíduos.
Com relação a classificação dos resíduos químicos de laboratórios de
pesquisa, não temos uma legislação específica para os mesmos. No programa de
gerenciamento de resíduos para o CENA/USP, classificamos os resíduos em 11
classes ou correntes, procurando estabelecer critérios que facilitem o tratamento
ou disposição final dos mesmos. Desta forma podemos classificar os resíduos da
seguinte maneira: Classe A. Mercúrio e resíduos de seus sais inorgânicos;
Classe B. Solventes orgânicos e soluções de substâncias orgânicas que não
contenham halogênios; Classe C. Resíduos de sais metálicos regeneráveis,
sendo que cada metal deve ser recolhido separadamente (Ag, Au, Pt, Cu entre
outros); Classe D. Solventes orgânicos e soluções orgânicas que contenham
halogênios; Classe E. Resíduos inorgânicos tóxicos contendo metais pesados
(Cd, Pb, Ni, Tl, As, Se, Sn, Zn, Cr, entre outros); Classe F. Resíduos sólidos de
produtos químicos orgânicos que são acondicionados em sacos plásticos ou
barricas originais do fabricante; Classe G. Soluções salinas (pH 6 – 8); Classe H.
Soluções que contenham cianetos/nitrilas ou geradoras de CN; Classe I.
Compostos explosivos ou combustíveis tóxicos; Classe J. Resíduos inorgânicos
tóxicos não contendo metais pesados (ex. NH3aq; SO2aq; H2S, entre outros);
Classe K. Outros compostos (tintas, resinas diversas, óleo de bomba de vácuo;
herbicidas, pesticidas).
A lista completa de todos os resíduos gerados nos laboratórios de pesquisa
do CENA/USP foram tabelados e inseridos no banco de dados do Programa de
Gerenciamento e podem ser acessados na pagina da internet da instituição
(http://www.cena.usp.br). A Tabela 3 apresenta alguns dos principais resíduos
gerados, nos laboratórios do CENA, nas atividades de ensino e pesquisa.

Ações Permanentes

a) Segregar os resíduos em correntes


b) Prevenir a geração de resíduos perigosos
c) Minimizar a geração de resíduos
d) Metodologias para reaproveitamento (reciclagem; reutilização; recuperação)
de resíduos
e) Metodologias para tratamento de resíduos
f) Programa de recolhimento e estocagem
g) Divulgar o programa na Instituição: Procedimentos, resultados, dificuldades.
h) Banco de dados (informatização)
i) Fomentar o uso de fichas de segurança (MSDS)

Um programa de gerenciamento de resíduos deverá seguir as escalas de


prioridades indicadas na Figura 4, onde deve-se estabelecer uma seqüência lógica
no seguinte sentido: A) Prevenir a geração; B) Minimizar a geração; C)
reaproveitar; D) tratar e como última opção (E) dispor. Nesse processo temos uma
redução da complexidade no sentido dos aterros, entretanto ocorre um aumento
do custo no mesmo sentido. A segregação de resíduos, na fonte geradora, é o
fator mais relevante que devemos considerar, procurando priorizar as correntes de
resíduos.
Tabela 2. Quantificação e classificação do resíduo passivo, armazenado no
depósito de resíduos químico do CENA.

Resíduo Quantidade Concentração* Processo a ser Classificação**


(GRUPO)
desenvolvido
Analise de 800 litros 0,2 g L-1 de Hg Precipitação com A
Cl- H2S/Na2S.9H2O
Análise de 250 Litros 1,08 g L-1 de Ag Separação seletiva
DQO 1,6 g L-1 de Hg com NaCl e A
16 g Cr. L-1 Na2S/H2S
Sol. de fenol 400 litros 15 g L-1 de fenol Trat. B
H2O2/Fe+2/comb.
Solução de 600 litros 18 g L-1 de fenol Separação do Hg e
Fenol/Hg 200 mg L-1 de Hg processo oxidativo A/B
avançado
Metanol / 50 litros 85 % (v/v) Linha de destilação a
H2O/ pressão reduzida B
amostras
Acetonitrila 50 litros - Hidrólise básica H
Mistura:
acetonitrila/ac 150 litros - Combustão D/B/H
etona
metanol/hexa
no/
dicloromet./ét
er p.
Solução de 100 litros 1,5 g L-1 de As Tratamento com E
As tioacetamida meio
HCl
Solução de 50 litros 1,0 g L-1 de Se Precipitação com E
Se H2S/Na2S
Solução de 120 litros 10 % (m/v) Destilação ácida e
Bromo recuperação do Br2 E
(LiOBr/LiB (reutilização)
r)
Solução 100 litros 5 – 15 mg L-1 Tratamento químico D
brometo
etídio
2 kg Fios/ forno Redução em linha de
CuO redução CF- vácuo C
IRMS
Cr2O3 1,5 kg granular Separação mecânica E
(sólido)
Continuação da Tabela 2.

AcZn/AcNa/eta 100 litros 20 % etanol Destilação E


nol (m/v)
Sulfocrômica 50 litros 21,2 g L-1 de Tratamento com E
Cr Na2S2O3
Metanol/tolueno 20 litros 20 % metanol Destilação B
80 % tolueno fracionada/combustão
Benzeno e 80 litros 50% tolueno Destilação B
tolueno 50% benzeno fracionada/combustão
Solução de 40 litros 9,2 g L-1 Precipitação como
SnCl2 Sn(OH)2 ou na forma E
de sulfeto p/ reciclar
gel de
brometo de 200 kg - Estocagem inicial F
etídio, luvas e Tratamento químico
ponteiras
Solução de 30 litros 0,8 g L-1 de Separação com NaCl C
nitrato de Ag e produção de Ag2O
prata
Solução de 10 Litros 2 % (m/v) Tratamento Ca(OCl)2
KCN ou Na2(OCl)2 H
Solução H2SO4 20 litros 1 mol L-1
de Destilação
e álcool H2SO4 reutilização do ácido B
e álcool et.
Azidas 5 litros C6H5N3 Tratamento com Sn I
orgânicas em meio de HCl
Óleo de 15 kg - - J
bomba de
vácuo
Lâmpadas 3000 20 mg Reciclagem Hg A
fluorescentes unid. Hg/unid.
Inseticidas 100 kg 50 tipos de Combustão J
E fungicidas produto
Produtos não 500 litros - Caracterização de
identificados acordo com K
metodologia
* concentração estimada do composto ou elemento; ** de acordo com o programa
de gerenciamento de produtos químicos do CENA/USP.
Tabela 3. Quantificação e classificação dos resíduos ativo gerados nos laboratórios
do CENA/USP (base de um ano de atividades).

Resíduo Quantidade Concentração* Processo a ser Classificação**


(GRUPO)
ou geração desenvolvido
Analise de Cl- 40 litros 0,2 g L-1 de Hg Precipitação com A
H2S/Na2S.9H2O/NaOH
Solução de 50 litros 10 % de Br Destilação ácida e
LiOBr (m/v) recuperação do Br2 com E
LiOH
Solução de 15 5 g L-1 de fenol Oxidação do fenol B
fenol/NaOH
Solução de 10 10 g L-1 de Separação do
Fenol/clorofórmi fenol clorofórmio e oxidação B
o
do fenol (H2O2/Fe+2)
Metanol / 40 litros 85 % (v/v) Linha de destilação a
H2O/ pressão reduzida B
amostras
Acetonitrila 25 litros Extração Hidrólise básica H
pesticida
Metanol 15 litros Extração Re-processamento B
pesticida
Éter de petróleo 25 litros Extração Combustão/re- B
pesticida processamento
Álcool 35 litros Extração Combustão/re- B
Isopropílico pesticida processamento
Acetato de 10 litros - Estocagem/comb. C
Etila
hexano 35 litros Extração Estocagem/combustão B
pesticida Ou re-processamento
Éter(A) 5 litros Extração Estocagem/combustão B
(A) peróxido pesticida
diclorometano 34 litros Extração Estocagem/combustão D
pesticida

*concentração estimada do composto ou elemento ou fonte de geração; ** de


acordo com o programa de gerenciamento de produtos químicos do CENA/USP.
Continuação da Tabela 3

35 litros Extração Estocagem/comb.


Acetona pesticida e ou re-processamento B
lavagem vidr.
Benzeno e 6 litros Datação 14C Estocagem/comb. B
Tolueno
CuO 10 kg Fios/forno red. Redução em linha de
CF-IRMS vácuo C
Cr2O3 (sólido) 3 kg granular Separação mecânica C
Acetonitrila/éter 15 litros Ext. pesticida Estocagem/comb. H
petróleo
Hexano/diclo 45 litros Extração Estocagem/comb. D
ro-metano pesticida
Solução de As 10 litros 1,5 g L-1 de As Tratamento com E
tioacetamida meio HCl
óleo bomba vác. 5 litros - Combustão K
Solução de 40 litros 0,8 g L-1 de Ag Separação com NaCl e C
nitrato de produção de Ag2O
prata
Solução de 2 Litros 2 % (m/v) Tratamento Ca(OCl)2
KCN ou Na2(OCl)2 H
Solução H2SO4 10 litros 1 mol de L-1 Destilação reutilização
e álcool H2SO4 do ácido e álcool et. B
Ácidos 1500 5 % (m/v) Sistema recuperação G
residuais litros água lavagem
SO2aq 5000 0,3 mol L-1 Reação com NaOH J
litros
Na2SO4 50.000 70 g L-1 Segregação em fluxo, e G
litros enviar industria papel
(NH4)2SO4 12.000 lts 50 g L-1 Água residuária - G
reuso
NH3 aq 150000 lts 13,3 g L-1 Reação em reator de J
fiberglass com H2SO4
Solução I2 5 litros 5 % (m/v) Tratamento Na2S2O3 e E
Na2CO3
Bases 50000 2 % (m/v) Sistema de
residuais litros recuperação em água G
de lavagem
Continuação da Tabela 3
Precipitação de Hg e
1,2 kg gás outros metais J
H 2S pesados ou
tratamento com H2O2
Lâmpadas 200 20 mg Reciclagem do Hg A
fluorescentes unidades Hg/unid.
mensal
Metanol/ácid 25 litros Destilação fracionada B
o acético
Brometo de 50 kg Gel/líquido Tratamento químico F/E
etídio H2PO3/NaNO2;
NaHCO3
*concentração estimada do composto ou elemento; ** de acordo com o programa de
gerenciamento de produtos químicos do CENA/USP

Assim, a estratégia de descarte ou combustão de resíduos deve ser


conduzida procurando segregar os mesmos de acordo com as classes e
priorizando a seqüência lógica de gerenciamento (sentido de A para E). Essa
seqüência ou hierarquia, pode ser alcançada com mudanças de várias atitudes e
metodologias de trabalho que venham a resultar numa redução do impacto
ambiental proveniente das atividades rotineiras dos laboratórios de pesquisa.
Alguns detalhes e procedimentos para cada item, objetivando a implantação de
estratégia de descarte, são descrito a seguir:

A) SEGREGAR OS RESÍDUOS EM CORRENTES

A etapa de segregação dos resíduos, na fonte geradora, é de extrema


importância para o programa de gerenciamento de resíduos químicos. A mistura
de compostos na geração pode inviabilizar o processo de reaproveitamento ou
tratamento adequado dos resíduos e deve-se também levar em consideração a
incompatibilidade dos compostos. Em um determinado laboratório que gera
metanol e acetonitrila (solventes) deve-se, dentro das possibilidades, separar os
solventes para viabilizar o tratamento da acetonitrila (decomposição básica) e
destilação do metanol para reciclagem. A destilação do metanol seria inviável na
presença da acetonitrila (decomposição). A segregação deve priorizar as
correntes de resíduos estabelecidas em cada programa.

B) PREVENIR A GERAÇÃO

No decorrer do programa de gerenciamento, depois de concluídas as


primeiras etapas quando é possível obter um diagnóstico mais detalhado dos
principais problemas da Instituição, com relação aos resíduos ativo e passivo,
deve-se implementar ações no sentido de prevenir a geração, com alterações de
ensaios, matérias primas e insumos. Como exemplo podemos mencionar a
substituição de metodologia analítica (modificar processos, objetivando
tecnologias mais limpas) como nas determinações de cloreto em águas
(substituição do tiocianato de mercúrio – resíduo classe A, até então utilizado
(Bergamim Fo; 1978), pelo método gravimétrico de análise em fluxo do cloreto de
prata (Santini et al, 1997). A determinação de cloreto pode ainda ser realizada por
espectrometria de massas com fonte de plasma acoplada indutivamente ICP-MS,
onde a espécie Cl-1 é retida em resina de troca aniônica colocada em linha com o
ICP-MS para determinação dos metais de forma livre de interferências e em uma
segunda etapa são eluidos os ânions para determinação de sulfato e cloreto
(Menegário & Giné, 1998). A determinação de amônio em águas, na qual se
utilizava o fenol como reagente, obtendo o mesmo composto orgânico como
solução residual (Stewart et al, 1976), pode ser substituída por outra que emprega
solução de hidróxido de sódio em método condutimétrico (Reis et al, 1997). As
15
determinações isotópicas de N pelo método tradicional de Kjeldahl-Rittenberg,
com digestão da amostra e preparo (converter NH4+ à N2) (Rittenberg, 1946) para
análise isotópica por Espectrometria de Massas (EM), foram substituídas, nos
laboratórios de Ecologia Isotópica e Isótopos Estáveis, pelo sistema
automatizado– CF-IRMS (Barrie & Prosei, 1996). O preparo de amostras
34
orgânicas para determinações isotópicas de S por EM, utilizando-se da
metodologia de oxidação via úmida (Johnson & Nishita, 1952), gerando
considerável volume de resíduos tóxicos), foi substituída pela via seca com
reduzida geração de resíduos (Carneiro Jr, 1998). Nesses processos foram
propostas metodologias mais limpas com grande redução na geração de resíduos.
A substituição de solução sulfocrômica (resíduo classe E), utilizada na limpeza de
vidrarias, por solução etanólica ou sulfonítrica (1:1 ácido sulfúrico e nítrico) deve
ser implementada em todos os laboratórios de pesquisa do CENA. Deve-se
salientar que o tratamento de um litro de solução sulfocrômica (eliminação do
Cr(VI), por redução à Cr(III), com tiossulfato de sódio e precipitação com NaOH)
gera aproximadamente 12 litros de resíduo. A utilização de material de descarte
(líquido ou gasoso), gerado em determinada linha de pesquisa ou produção, como
matéria prima é outro exemplo importante objetivando a minimização de geração
de rejeitos. Como exemplo podemos substituir a tioacetamida utilizada como fonte
de sulfeto na precipitação de metais pesado (As por exemplo) por sulfeto de
hidrogênio gerado na linha de síntese de uréia (2NH3 + CO + S ⇔ H 2S +
CO(NH2)2 ) no laboratório de isótopos estáveis (Bendassolli, 1998).
Em trabalho desenvolvido recentemente no CENA/USP (Magalhães et al.,
1997), foi proposto um sistema de queima direta de amostras de solos e
sedimentos (até 60 mg) para determinação de Hg, empregando três lâmpadas
infravermelho da OSRAM (15 V e 150 watts), dispostas em ângulos de 120o,
envolvendo compartimento construído em quartzo. Quando aquecido, o sistema
atinge no ponto focal temperatura próxima a 1000 oC, que é suficiente para
liberar, na forma elementar, todo o Hg presente na amostra, o qual é arrastado por
fluxo de O2 e quantificado através da técnica de espectrofotometria de absorção
atômica (AAS). Esse sistema substitui com sucesso a digestão de amostras em
meio ácido e a clássica metodologia do vapor frio (reação de Hg c/ SnCl2), que
consome reagentes e gera resíduo.
Nos ensaios de Química Analítica Quantitativa envolvendo determinação
gravimétrica de chumbo por precipitação em solução homogenia com cromato,
gera-se resíduo de composição tóxica (sais de cromo e chumbo). O resíduo deste
ensaio tem ainda o problema de envolver várias etapas de tratamento (redução de
Cr(VI) a Cr (III) com Na2S2O3; Precipitação do Cr(III) com NaOH; Filtração;
Precipitação do Pb com Na2SiO3; Filtração) para que a disposição final possa ser
feita de maneira adequada. Este tipo de ensaio pode ser substituído, envolvendo o
mesmo principio, ou seja, a precipitação em solução homogenia, mas com
emprego de reagentes inócuos. Uma das alternativas é a precipitação do cálcio
como oxalato, não envolvendo metais pesados. No entanto, a precipitação do
CaC2O4 apresenta algumas desvantagens com relação à precipitação do PbCrO4,
entre as quais pode-se destacar: o ensaio é mais longo e trabalhoso, necessita-se
de um repouso mínimo de 3 horas para a precipitação quantitativa e o precipitado
filtrado necessita de calcinação a 500oC por 2 horas para conversão a CaCO3 (não
higroscópico) antes da pesagem.
A precipitação de CaC2O4 (solução homogênea) baseia-se na reação:

Ca2+ + C2O4 ' CaC2O4 (s)

Sendo o CaC2O4 solúvel em meio ácido e insolúvel em meio básico, o agente


precipitante utilizado é o íons hidróxido, gerado lentamente pelo aquecimento a 90
–95oC de uréia, pela reação:

(NH2)2CO + 3 H2O t CO2 (g) + 2 NH4+ + 2 OH-

Como o oxalato de cálcio é higroscópico, não sendo recomendado como forma de


pesagem e deve ser convertido a carbonato de cálcio por calcinação:

CaC2O4(s) t CaCO3 (s) + CO (g)

O método convencional de transformação de N-combinado (N-orgânico,


amostras de solo, planta, sedimentos, entre outras) a N-NH4, para as análises de
Ntotal e abundância isotópica, é realizado de acordo com método de Kjeldahl
(Buresh et al., 1982 e Trivelin et al., 1973) e a conversão de N-NH4+ a N2 (análise
isotópica por espectrometria de massas) é realizado pelo método de Rittenberg
(1948).
Existem muitas variações deste método incluindo o uso de misturas
digestoras com ácido sulfúrico concentrado com adição de sais (Li2SO4, CuSO4)
para aumentar a temperatura de ebulição do ácido, catalisadores (HgO; Se) e
agentes oxidantes outros que não o permanganato de potássio que foi sugerido
originalmente por Kjeldahl. Para amostras em que o N está na forma oxidada,
como os nitratos e nitritos, é necessário efetuar um pré-tratamento antes da
digestão da amostra p. d. Os nitratos são reduzidos à amônia; a adição de ferro
reduzido em meio ácido libera H+ e reduz o NO3- à amônia; os nitritos são
primeiramente oxidados com permanganato à nitrato e este é posteriormente
reduzido à amônia com adição do ferro reduzido em meio ácido. A conversão de
N-NH4 a N2 emprega-se o método de Rittenberg com utilização de LiOBr.
Desta maneira o método convencional produz uma quantidade significativa
de resíduos contendo metais pesados (Se, Hg, Cu, Mn), solução ácida (ácido
sulfúrico) e solução contendo brometo de lítio.
No laboratório de Isótopos Estáveis utiliza-se o método automatizado por
via seca. O modo mais simples de automação na análise dos isótopos de N
envolve um analisador automático de CN interfaceado com um espectrômetro de
massas (IRMS). A técnica teve seu início no princípio da década dos anos 80 com
um analisador elemental de N interfaceado diretamente à fonte de íons de um
IRMS. Os inventores da técnica foram Preston e Owens (BARRIE & PROSSER,
1996) que fizeram melhorias na técnica e em 1986, em trabalho de cooperação
com a indústria, produziram um instrumento dedicado, controlado por softwere que
integrava a preparação de amostra com análise de razão isotópica por
espectrometria de massas (ANCA, Europa Scientific, Crewe, UK). Com o método
gera-se resíduos de óxido de cobre e de cromo que são reciclados em linhas
especiais.
B) MINIMIZAR A GERAÇÃO

Dentro de um programa de gerenciamento de resíduos de laboratório o


estabelecimento de procedimentos que reduzam a geração de rejeitos é de
fundamental importância. O reaproveitamento dos resíduos em processos
diversos e/ou a sua recuperação sob forma de insumos, a substituição de insumos
e/ou matéria prima, a substituição metodológica, a microescala, são
procedimentos que objetivam a minimização na geração de rejeito a ser estocado
ou enviado para tratamento térmico ou outro processo qualquer. O rejeito pode ser
classificado como resíduo sem reaproveitamento e que, exige um
acondicionamento adequado. Vários procedimentos discutidos no item anterior,
são exemplos que objetivam de uma forma geral a minimização na geração de
rejeitos químicos.
Em vários laboratórios é determinado rotineiramente amônio, cloreto,
nitrato, nitrito, ortofosfato, sulfato, utilizando espectrofotometria de absorção
molecular. Os métodos empregados quando processados manualmente geram
grande volume de efluentes.
Pesquisadores do laboratório de química analítica "Henrique Bergamin
Filho" do CENA, tem como uma de suas linhas de pesquisa o desenvolvimento de
procedimentos analíticos baseados no conceito de análise química em fluxo. Os
procedimentos analíticos baseados neste conceito apresentam um menor
consumo de reagentes em relação aos procedimentos manuais e em
conseqüência gerando também menor volume de efluente.
Na implementação de um procedimento analítico baseado no conceito de
análise química em fluxo (FIA) é necessário dispor dos seguintes equipamentos:
bomba peristáltica, injetor, espectrofotômetros, e registrador potenciométrico. O
injetor pode ser manual ou automático. Quando empregamos injetor automático
controlado por computador, podemos também implementar um sistema de
aquisição de dados e assim dispensar o emprego do registrador potenciométrico.
A evolução do processo de análise química em fluxo (FIA) levou a
proposição do conceito de multicomutação e amostragem binária em fluxo, o qual
tem como característica principal a inserção das soluções de amostra de
reagentes de forma intermitente. Nos sistemas de análises baseados no processo
FIA todas as soluções são bombeadas continuamente. A inserção intermitente dos
reagentes resulta na diminuição de consumo de reagentes e também no
decréscimo do volume de efluente gerado.
Como mencionado no início deste item, vários laboratórios do CENA
utilizam procedimentos manuais para efetuar a determinação de várias espécies
químicas por espectrofotometria de absorção molecular. Então, tem-se como
objetivo implantar nestes laboratórios procedimentos analíticos automáticos
baseados no processo de análise química em fluxo, visando à diminuição do
volume de efluentes gerados.
O amônio é determinado baseado na reação com fenol ou ácido salicílico e
hipoclorito de sódio seguido da detecção por espectrofotometria. Este método
deve ser trocado por procedimento baseado em detecção condutométrica. Neste
caso, o reagente utilizado é hidróxido de sódio e o produto da reação é água,
portanto trata-se de substituir um método limpo.
No caso da terminação de nitrato e nitrito os reagentes empregados
sulfanilamida e alfanaftil, sendo que o último é considerado cancerígeno.
Entretanto, este método é mais recomendado para a determinação destas
espécies químicas. Estes reagentes sofrem decomposição quando exposto à
radiação ultravioleta. Pode-se acoplar à saída do módulo de análise em fluxo, uma
unidade de tratamento do efluente utilizado radiação ultravioleta para decompor os
reagentes. Empregando um módulo de análise baseado no conceito de
multicomutação e amostragem binária em fluxo, o volume de efluente gerado em
um dia de trabalho pode ser inferior 1000 ml, o que facilitas o tratamento em linha.
O método para a determinação de sulfato é baseado na reação com bário.
As principais alternativas para a determinação desta espécie são cromatografia de
troca iônica, espectrometria de emissão atômica com plasma induzido (ICP-AES)
e espectrometria atômica com plasma induzido acoplado á massa.
A determinação de cloreto é baseada na reação com tiocianato de
mercúrio. O íon cloreto desloca o tiocianato e esse reage com íons férrico para
forma o composto a ser detectado. Este método hoje recebe críticas por utilizar
um reagente à base de mercúrio. Entretanto, as opções alternativas seriam a
potenciometria com eletrodo íon seletivo e cromatografia de troca iônica. A
potenciometria é uma técnica de fácil implementação, entretanto, a sensibilidade
não alcança os níveis de concentrações de cloreto em águas de rios e lagos. A
cromatografia de troca iônica . é técnica robusta, mas sua implantação requer a
disponibilidade de equipamento dispendioso, em geral não disponível laboratórios
de pequeno porte dedicados a determinação destas espécies para atender a
demanda de pesquisas nas áreas de nutrição mineral de plantas e ciências
ambientais.. O mesmo ocorre para a determinação de sulfato por cromatografia de
troca iônica, espectrometria de emissão atômica com plasma induzido (ICP-AES)
e espectrometria atômica com plasma induzido acoplado á massa.
As espécies NH4+, Cl-, NO3-, NO2-, SO42- e PO43- são rotineiramente
determinadas em vários laboratórios do CENA para atender pesquisas envolvendo
fertilidade de solos, nutrição mineral de plantas, saúde e nutrição animal e
ambiente. Então, propõe-se a implantar nestes laboratórios procedimentos
analíticos automáticos baseados no conceito de multicomutação para minimizar o
consumo de reagentes e a geração de efluentes. Desta maneira, o volume de
efluentes químicos a serem tratados será muito menor. Convém lembrar que no
caso da determinação de NH4+ o método usual baseado em fenol será substituído
por um método limpo método; e no caso da determinação de NO3-e NO2- o
efluente será tratado em linha durante a execução da análise.
A microescala é outra alternativa extremamente importante, pois reduz-se o
emprego de reagentes a um nível mínimo no qual os ensaios possam ser
efetivamente realizados sem grandes prejuízos em exatidão/precisão. O uso de
ensaios em microescala revolucionou o ensino de química nos laboratórios de
graduação nos Estados Unidos no inicio da década de 80. Os ensaios em
microescala (50 a 150 mg ou 500 a 2000 mL de reagentes) possibilita a redução
de volume gerado da ordem de 100 a 1000 vezes, considerando que na
macroescala (convencional) utiliza-se de 5 a 15 g ou 100 a 2000 µL de reagente.
A química da microescala é uma técnica laboratorial segura e
ambientalmente correta na qual emprega-se microvidrarias e quantidades mínimas
de reagentes que permite a realização de experimentos (química inorgânica;
química analítica qualitativa; química orgânica) sem o comprometimento da
qualidade educacional e com muito maior confiança e segurança para o aluno e
profissionais envolvidos. A implementação da microescala pode proporcionar
redução de 75 a 99 % na geração de rejeitos químicos, favorecendo e
simplificando a sua eliminação além de redução nos custos.
Aliado à microescala é adequado buscar-se experimentos alternativos cujos
materiais de partida e produtos apresentem potencial tóxico reduzido.
No entanto, é importante salientar que a adequação de um ensaio de macro
para a microescala irá exigir todo um protocolo de validação analítica,
especialmente nos laboratórios que trabalham dentro de programas de qualidade
tais como a ISSO 17025 ou BPL (Boas práticas de Laboratório).

C) REAPROVEITAR

A reciclagem é uma das formas mais atraentes de solução dos problemas


de gerenciamento de resíduos, tanto do ponto de vista empresarial e científico,
como dos órgãos de proteção ambiental. Reciclagem é o ato de coletar,
reprocessar, comercializar, e utilizar materiais anteriormente considerados como
lixo. Entretanto as dificuldades de reciclagem nas universidades é muito
grande, principalmente devido a heterogeneidade e diversidade dos resíduos
gerados em diferentes linhas de produção. Porém a segregação, quando possível,
na fonte de geração pode facilitar a reciclagem, reuso ou tratamento dos resíduos
gerados em um determinado laboratório de ensino e pesquisa. Desta forma é
possível a reciclagem de algumas resíduos líquidos ou sólidos gerados nas
atividades de rotina do CENA, entre eles pode-se mencionar: Solução de amônia
aquosa (0,8 mol l-1 e fluxo de 15 l h-1); óxido de cobre produzido nos
espectrômetros de massas e analisadores elementares; alguns solventes pela
técnica de recuperação; soluções contendo bromo; entre outros.
A reciclagem permite: a redução considerável do volume de resíduos que
precisam receber tratamento ou destinação final; recuperar valores contidos em
tais resíduos, que de outro modo seriam perdidos; diminuir ou até eliminar custos
referentes a transporte, tratamento e disposição final dos resíduos; pode
representar uma fonte de recursos adicionais para a instituição. Como exemplo
podemos citar o trabalho de reciclagem de cobre (Bendassolli et al., 2002) que se
estima economizar de US$ 8,000.00 a US$ 10,000.00 por ano; material reciclado
pode substituir material virgem com certa eficiência, e a custos bem inferiores;
promove a conservação de recursos naturais, minimizando a utilização de
recursos naturais não renováveis; possibilidade de criação de bolsas de resíduos,
nos quais o laboratório pode doar seus resíduos a outros laboratórios ou
instituições.
A recuperação de substâncias também pode ser considerada dentro
desse item em discussão. A recuperação consiste no reaproveitamento de frações
ou substâncias de certos resíduos, mediante processos de tratamento, com a
finalidade de reintegra-las ao processo produtivo, em condições econômicas
relativamente vantajosas. Como exemplo podemos mencionar a recuperação de
prata (Bendassolli, et al., 2003) do resíduo de DQO (1,08 g L-1 de resíduo), AVS
(2,9 g L-1) e Análise de Proteína (1,25 g L-1 de Ag). Desta maneira os resíduos que
contenham metais e substâncias valiosas (resíduos relacionados na classe C do
presente programa de gerenciamento – resíduos de sais metálicos regeneráveis)
que ofereçam a possibilidade de serem comercializados ou reaproveitados pela
própria instituição são passíveis de recuperação.
A reutilização de resíduos é um procedimento onde a substância pode ser
empregada novamente sem nenhum procedimento ou tratamento prévio. Desta
maneira podemos mencionar os ácidos e bases recuperados dos sistemas de
lavagem de colunas de cromatografia de troca iônica, reutilizados no próprio
processo de produção de isótopos.
D) TRATAR

O tratamento de resíduos envolve diversas alternativas que objetivam


processa-los tendo como finalidades principais: a) redução ou eliminação da
periculosidade; b) inertizar os componentes que conferem periculosidade,
agregando-os a materiais insolúveis e c) redução do volume dos resíduos
perigosos remanescentes do tratamento.
Prover a transformação do resíduo de modo a depois reutiliza-lo, ou,
permitir sua disposição em condições mais seguras e aceitáveis para o meio
ambiente. Nesses procedimentos pode-se mencionar os processos:

FÍSICOS: Causa redução do volume dos resíduos ou imobiliza componentes


dos resíduos
Processos: secagem, centrifugação, evaporação, sedimentação, floculação,
flotação, filtração, filtragem em filtro prensas de placa e esteiras, absorção,
destilação, (entre outros). Como exemplos podemos destacar: destilação de
solventes para reaproveitamento (acetona, metanol, éter de petróleo; etanol –
resíduos classe B). O metanol residual gerado no CLAE (determinações de
fosfatos e anabolizantes) e no processo de síntese de glicina, é reaproveitado,
após destilação, no processo de síntese de uréia e da própria glicina; trióxido de
cromo (separação mecânica – resíduo classe E); Prensagem de hidróxido de
cromo após tratamento químico de oxi-redução e precipitação. Vapores orgânicos
dos sistemas de exaustão (absorção em carvão ativado – resíduos classe B e D),
entre outros.

QUÍMICOS: Causam alterações na constituição do resíduo


São utilizados para: Eliminar componentes tóxicos; substituição de substâncias do
resíduo por substâncias mais estáveis quimicamente; produção de compostos
com valor comercial e transformação do resíduo em materiais insolúveis.
Exemplos: Neutralização (ácido/base – resíduos classe G); oxidação (tratamento
de H2S; sulfetos; Cianetos, amônia, fenol, entre outros – resíduos classe J e H);
redução (cobre; cromo, entre outros – resíduos classe E) e precipitação com
hidróxido de sódio, sulfeto ou metasilicato de sódio (metais pesados tóxicos –
Hg, Se, As, Sn, Cd, Zn, Pb, entre outros – classe A e E). O método mais
recomendado para o tratamento de metais pesados é a formação de hidróxido ou
sulfetos; dependendo do elemento (Pb; Cd; Sb), pode-se fazer uso de silicatos. O
pH é um dos parâmetros mais importantes para a precipitação de alguns óxidos e
hidróxidos metálicos. Podem ser usados como pré-tratamentos e no
condicionamento dos resíduos, antes de se proceder à disposição final em aterros,
ou incinerá-los.

BIOLÓGICO: Visam acelerar o processo de degradação biológica natural de


resíduos com elevada carga orgânica, por intermédio de microorganismos
existentes no meio ambiente ou desenvolvidos e cultivados artificialmente, em
meio industrial e que se reproduzem ao serem agregados ao resíduo. Os
tratamentos baseados nos processos biológicos são os mais freqüentemente
utilizados, uma vez que permitem o tratamento de grandes volumes de efluentes
transformando compostos orgânicos tóxicos em CO2 e H2O ou CH4 e CO2, com
custos relativamente baixos. Dependendo da natureza do aceptor de elétrons, os
processos biológicos se dividem em aeróbicos ou anaeróbicos. Aeróbicos que
levam a formação de CO2 e H2O, o aceptor de elétrons é o próprio oxigênio
molecular e nos anaeróbicos o aceptor pode ser algumas formas de carbono,
enxofre e nitrogênio (NO3-, SO42-, CO2), gerando CO2 e CH4.

Exemplo no CENA: Bastos, A. E. Biodegradação do fenol por microorganismos do


solo: Seleção e identificação dos isolados, cinética de incorporação, determinação
e regulação da via metabólica. Dissertação de mestrado – Departamento de
química da Faculdade de filosofia, Ciências e Letras da USP/Ribeirão Preto
(ensaios no Laboratório de Ecotoxicologia do CENA).
2 Isolados (136 avaliados) do solo de pastagem e floresta da região de
Ariquemes-RO (Levedura – “Cândida Tropicalis”e Bactéria – “Alcaligenes faecalis)
– Estudos de degradação de Fenol: variação de parâmetros importantes ao
crescimento microbiano: salinidade, pH e níveis de fenol presente no meio de
cultivo. Estudos da fissão na cadeia aromática que levam aos produtos da
degradação é importante (HPLC, GCMS, outros) – Determinação dos metabólitos.
O controle utilizado para os testes foi composto por bactérias (R. erythoropolis; R.
Ruber e A. calcoaceticas) comprovadamente microorganismos degradadoras de
fenol.

Levedura – Rápida diminuição da concentração de fenol (meio de cultivo líquido


com 700 mg L-1 de fenol), chegando a 96 % de degradação com apenas 20 hs de
incubação. Concentrações de 800, 900, 1000, 1100 e 1200 mg L-1 de fenol a
degradação ocorreu em 50 hs. Nas concentrações de 1300 e 1500 mg L-1 foram
necessários respectivamente, 72 e 144 hs. Nas doses de 1700 e 2000 mg L-1 de
fenol, não ocorreram alterações na concentração de fenol. A levedura apresentou
comportamento semelhante para pH 6, 7, 8 e 9 e maiores dificuldades na
degradação em pH abaixo de 5, mas degradou fenol em todos os pH testados. A
levedura apresentou tolerância a salinidade em até 15 %, embora apresentando
alterações no tempo necessário de cultivo para degradar o fenol, com aumento de
sais acima de 5,6 %.

Bactéria: Mostrou a mesma curva de degradação para as concentrações de 700 e


800 mg L-1 de fenol, com tempo de 96 e 120 h. Para 900, 1000 e 1100 mg L-1
foram necessáirias, respectivamente, 144, 168 e 192 h, para atingir níveis
consideráveis (96%) de degradação do fenol. Em 1200 mg L-1 houve tendência de
diminuição a partir de 144 h, mas não atingida em 192 h e também não
monitorada mais tempo. As concentrações de 1300, 1500, 1700 e 2000 mg L-1,
não apresentaram alteração, no período de 192 h. A bactéria apresentou o mesmo
comportamento nos pH 7, 8 e 9, nos demais níveis 6, 5, 4 e 3 não foi observado
qualquer alteração no fenol. Não foi tolerante a condições de salinidade superior a
5,6 % (m/v), com melhor desempenho em condições de salinidade de 1 % (m/v).

Térmico (ou combustão dos resíduos): A incineração é considerado por alguns


como forma de disposição final, é um método de tratamento que se utiliza à
decomposição térmica via oxidação. Para outros a utilização é muito duvidosa,
porque além de ser muito cara, pode levar à formação de compostos mais tóxicos
que o próprio resíduo, tipicamente dioxinas e furanos. No entanto, os avanços nos
sistemas de oxidação e controle nas emissões, bem como o devido licenciamento,
de empresas pela CETESB, faz com que alguns resíduos (orgânicos) gerados nos
laboratórios possam ter na incineração o processo mais prático para tratamento.
Dentre os tipos de resíduos que apresentam maior potencial, no que diz respeito à
adequabilidade ao processo de incineração, incluem-se: resíduos orgânicos
constituídos basicamente de carbono, hidrogênio e/ou oxigênio (classe B);
resíduos que contêm carbono, hidrogênio, cloro com teor inferior a 30% em peso
e/ou oxigênio e resíduos que apresentem seu poder calorífico inferior (PCI) maior
que 4700 kcal/kg (não necessitando de combustível auxiliar para queima). Com
relação aos solventes gerados nas atividades rotineiras atuais (ativo segregado –
tabela 3) e aqueles estocados anteriormente (passivo não segregado – Tabela 2)
deve-se estudar a viabilidade de reprocessamento ou incineração quando
possível.

E) DISPOR

A última etapa de um processo de gerenciamento de resíduos de


laboratório de ensino e pesquisa está relacionada com a disposição dos mesmos
em aterros, minas, poços ou armazéns. Esse procedimento é talvez o mais
simples do ponto de vista operacional, mas pode ser considerado aquele com
maior custo final. O resíduo sólido gerado nos processos de tratamento dos
resíduos do CENA deverá ser estocado em um depósito medindo 2.5 x 5m por
2,5 m de altura que esta localizado ao lado do depósito de resíduos químicos
(líquidos em geral).

PROGRAMA DE RECOLHIMENTO E ESTOCAGEM DE RESÍDUOS

No Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos do CENA (PGRQ-


CENA/USP), a equipe e a coordenação teve a preocupação de fornecer a todos
os laboratórios de pesquisa os materiais adequados (frascos em polietileno de
baixa densidade; frascos de segurança para solventes com corta fogo, frascos
para transporte em borracha de 3 cores, entre outros) para a armazenagem
provisório de resíduos gerados nas atividades de pesquisa e ensino, bem como
para transporte de produtos químicos e resíduos para os locais desejados.
Armários especiais (produtos corrosivos e inflamáveis) também foram fornecidos
para os laboratórios (Figura 5 e 6).
- Modificar Processo – Tecnologias limpas
PREVENIR A
- Substituir Matérias-Primas
GERAÇÃO - Substituir Insumos

MINIMIZAR - Otimizar processo


A GERAÇÃO - Otimizar Operação

- Reciclar – Matérias-Primas
REAPROVEITAR
- Recuperar – Substâncias
- Reutilizar – Materiais, Produtos

- Processos Físicos
- Processos Químicos
TRATAR - Processos Físico-Químicos
- Processos Biológicos
- Processos Térmicos

- Aterros
- Minas
DISPOR - Poços
- Armazéns

FIGURA 4. Escala de prioridades no gerenciamento de resíduos


Os frascos de polietileno de baixa densidade (volumes de 2,5 e 4 litros)
foram distribuídos para os laboratórios (em quantidades necessárias de acordo
com resíduos e volumes gerados) juntamente com os frascos de vidro (interior do
frasco de proteção). Esses frascos de polietileno de baixa densidade para
armazenar com segurança os resíduos possuem tampas em carbonato e alça
revestida em epoxi (detalhes na Figura 7). Frascos para 6 volumes pequenos (500
mL cada, frascos de reagentes ou amostras) em polipropileno de alta densidade
(cor amarela) foram distribuídos para todos os laboratórios (Figura 7).
Reservatórios não metálicos (polipropileno de alta densidade de 9 litros) para
soluções ácidas ou básicas também foram adquiridos, bem como os reservatórios
de aço carbono VWR-56609-765 para transporte de solventes (detalhes na Figura
8). Reservatórios de segurança para estocagem, transporte e descarte de
resíduos foram também adquiridos (Figura 9).
Com os materiais adequados fornecidos aos laboratórios, os responsáveis
coletam os resíduos gerados e introduzem no interior do frasco de vidro (2,5 ou 4
litros) que encontra-se dentro do frasco de segurança (polietileno de baixa
densidade) devidamente identificado (ficha de identificação de resíduos para
coleta em laboratório – Figura 10). Após o frasco estar com cerca de 90% de sua
capacidade, o responsável transmite a informação para o Laboratório de
tratamento de resíduos, via intranet (ordem de serviço) e a equipe providencia a
retirada do mesmo. Para o transporte, adquiriu-se um carrinho (Figura 11)
adequado para levar os frascos com segurança até o depósito provisório de
resíduos, sendo o resíduo transferido para bombona apropriada devidamente
rotulada (ficha de identificação do produto contido nas bombonas – Figura 12) e
numerada.
A data em que um determinado resíduo foi estocado no depósito provisório
é muito importante e deve nortear as etapas de transferência do mesmo para o
destino final (incineração, tratamento, entre outros).
Figura 5. Armário para estocagem de produtos inflamáveis.

Figura 6. Armário para estocagem de produtos corrosivos.


Figura 7. Reservatórios de segurança em PE de baixa densidade (branco) e
reservatório (PP) de alta densidade – amarelo, para transporte de pequenos
frascos.

Figura 8. Reservatório em pp de alta densidade para armazenagem de líquidos


corrosivos (branco) e reservatório para armazenagem de inflamáveis (vermelho).
Figura 9. Reservatórios de segurança para transporte de produtos químicos e
resíduos no laboratório.

Figura 10. Ficha de identificação de resíduos para coleta em laboratório.


Figura 11. Carrinho empregado no transporte de resíduos entre o local de coleta
e/ou laboratório e o depósito provisório de resíduos.

Figura 12. Ficha de identificação de resíduos para coleta em laboratório.


Divulgar o programa na Instituição: Procedimentos, resultados, dificuldades.

Com base nas recomendações de caráter geral proposto pelo comitê


externo da FAPESP, a equipe de trabalho do CENA/USP promove seminários (um
a cada trimestre) no âmbito da Instituição, visando a divulgação e
acompanhamento das ações institucionais no setor.
Os seminários são promovidos com a presença de técnicos, alunos,
estagiários e docentes dos laboratórios participantes do programa. Os laboratórios
participantes do programa são: Biogeoquímica Ambiental; Biologia Celular e
Molecular; Biotecnologia Vegetal; Carbono 14; Ciclagem de Nutrientes; Ecologia
Isotópica; Ecotoxicologia; Fertilidade do Solo; Física do Solo; Histopatologia
Vegetal; Irradiação de Alimento e Radioentomologia; Isótopos Estáveis;
Melhoramento de Plantas I e II; Nutrição Animal; Nutrição Mineral de Plantas;
Química Analítica; Radiobiologia e Ambiente e Radioisótopos.
Com relação à divulgação externa, além dos trabalhos publicados
em revistas especializadas, participação em encontros científicos, palestras, a
equipe vêm recebendo alunos de ensino médio da rede pública e privada de
Piracicaba e região. Nas visitas foi realizada uma abordagem prática sobre as
principais ações na destinação adequada de resíduos químicos gerados nos
laboratórios de ensino e pesquisa. Os alunos tomaram conhecimento sobre
técnicas de minimização, tratamento e reutilização dos resíduos anteriormente
gerados nos laboratórios do CENA/USP. As técnicas de reciclagem ou tratamento
de alguns resíduos, tais como: cromo, cobre e prata foram apresentadas. Na visita
ainda tomaram conhecimento sobre produção de água desmineralizada em
substituição à água destilada sendo apresentada a vantagem econômica e a
eficiência da primeira.
Os alunos, cidadãos responsáveis enquanto atores do processo, nas relações
natureza-sociedade, podem criar uma consciência ambiental através de uma visão
interdisciplinar da realidade que os cercam. O estudo do meio, através do trabalho
de campo sistemático, é cada vez menos difundido nos estabelecimentos de
ensino, sobretudo o público. Neste trabalho, o estudo do meio aparece como uma
oportunidade para o aluno entrar em contato com a realidade através da
aprendizagem de várias técnicas de tratamento de resíduos e minimização do
impacto ambiental antropológico. Com a incorporação e integração dos conteúdos
apresentados na sala de aula, numa visão interdisciplinar, estas atividades
poderão ser melhor exploradas num futuro próximo para que o aluno possa
trabalhar e formar sua consciência ambiental a partir dos mais diversos ângulos.

BANCO DE DADOS (informatização)

Sistema de informatização (incluindo resíduos ativos) elaborado para


divulgação da implantação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos
no CENA/USP
Com a intenção de facilitar a implantação do Programa de Gerenciamento de
Resíduos Químicos no CENA/USP (PGRQ-CENA/USP), foi elaborada no
Laboratório de Tratamento de Resíduos (LTR-CENA/USP) uma página de rede
(INTRANET), qual tem sido uma importante ferramenta de gestão. Na página está
incluído um levantamento mais detalhado dos principais resíduos ativos gerados,
em rotina, nos laboratórios de pesquisa do CENA.
Fazendo uso dessa ferramenta, acessando a página inicial (Figura 13), o
usuário tem as opções de se direcionar aos seguintes links:

a) Histórico - é apresentado um breve histórico referente aos primeiros trabalhos


envolvendo a questão dos resíduos químicos na instituição, realçando a
importância da implantação de um programa de gerenciamento, de modo a
equacionar a problemática da geração e descarte de resíduos (Figura 14).

b) Laboratórios - São listados os laboratórios da instituição participantes do


PGRQ-CENA/USP (Figura 15).

c) Resíduos Gerados - é apresentada uma tabela discriminando os principais


resíduos ativos gerados em cada laboratório da instituição, onde incluímos o
complemento do trabalho de levantamento, classificação e quantificação dos
resíduos ativos gerados nos laboratórios do CENA/USP (faltando ainda alguns
detalhamentos) (figura 16).

d) Banco de Resíduos - item de extrema importância, o banco de resíduos,


elaborado no programa do CENA, permite o controle completo do volume dos
resíduos temporariamente armazenados (localização por número de bombonas,
quantidade, concentração estimada, tempo de permanência no depósito,
quantidade transferida para tratamento, entre outros), bem como informará o
destino de cada volume após armazenamento (incineração, tratamento, descarte,
entre outros). Detalhes das informações obtidas neste banco de dados pode ser
verificado na Figura 17, 18 e 19.

e) Gerenciamento - clicando nesse ícone, são listadas práticas de gerenciamento


adotadas no cotidiano. O usuário é encaminhado a uma página onde constam
atalhos para adentrar nas seguintes ferramentas: caracterização de substâncias
desconhecidas; classes de resíduos, incompatibilidade de produto; segurança e
tratamento químico (Figura 20).

- caracterização de substâncias desconhecidas - apresenta-se um protocolo


padrão para identificação de resíduos e/ou reagentes de procedência
desconhecida, frascos sem rótulo ou erroneamente rotulados (Figura 21)

- classes de resíduos - considerando que a segregação é etapa de grande


relevância na implantação de um PGRQ, os resíduos gerados no CENA/USP
foram divididos em 11 classes de compatibilidade (Figura 22).

- incompatibilidade de produto - para evitar que um resíduo ou reagente


químico qualquer entre em contato com outra substância cujas propriedades são
incompatíveis, como é o caso de ácidos e álcalis fortes, oxidantes e redutores,
oxidantes e inflamáveis, entre outros, informações a esse respeito foram
disponibilizadas na rede (Figura 23).
- segurança - a questão da segurança em química não pode ser esquecida
quando se fala na implantação de um PGRQ. Assim sendo, esse link destina-se a
uma abordagem sobre EPI’s e EPC’s, tipos e usos de capelas, entre outros (Fig.
24).

- tratamento químico - procedimentos de tratamento de algumas soluções


residuais são apresentados de forma bastante resumida, de forma que possam
ser adotados por cada laboratório em particular, quando possível, evitando que os
volumes de resíduos gerados sejam de elevado monte, facilitando o
desenvolvimento do programa (Figura 25).

f) ordem de serviço - cada usuário pode, com essa ordem de serviço, solicitar ao
LTR a retirada de um ou mais volumes de resíduos de seus laboratórios, ou ainda
obter qualquer outra informação pertinente ao PGRQ, tais como: envio de material
em geral, informação adicional de algum produto químico; MSDS não constante
da lista inicial, sugestões, entre outros (Figura 26). A equipe de trabalho do LTR
tem a possibilidade de verificar (Figura 27) ou mesmo gerenciar (Figura 28) as
ordens de serviço enviadas via rede.

g) produtos químicos - o manuseio de cada produto químico nos laboratórios da


instituição requer maiores ou menores cuidados. Essa premissa fez com que
fossem resumidas nesse link fichas MSDS atualmente constando de mais de 120
produtos químicos de interesse (lista que deverá atingir 300 a 400 produtos),
possibilitando à comunidade científica do CENA acesso prévio a informações que
vêm em auxílio às necessidades de cada usuário. Em um campo de busca, o
usuário pode digitar o produto sobre o qual deseja obter tais informações (Figura
29) e, em seguida, aparecerá as informações pertinentes (Figura 30).

h) equipe - a implantação de um PGRQ depende de inúmeros fatores, dentre os


quais, a disseminação de conhecimentos ocupa posição de destaque. Desse
modo, além do grupo de trabalho do LTR, a participação de funcionários dos
demais laboratórios do CENA faz-se essencial. A esses agentes, cabe o papel de
participarem ativamente das discussões referentes ao PGRQ, em seminários
realizados trimestralmente, bem como no dia-a-dia, à medida que novas idéias ou
necessidades aflorem. São ainda os responsáveis diretos para transmitir aos seus
colegas de laboratório as necessidades e obrigatoriedades do programa (Figura
31).
i) contato - apresentam-se os e-mails e telefone de contato dos integrantes do
grupo de trabalho do LTR, aos quais podem ser solicitadas maiores informações
sobre o PGRQ (Figura 32).

j) referências - são listadas algumas das principais referências disponíveis sobre


a questão do Gerenciamento e Tratamento de Resíduos Químicos, bem como são
sugeridas algumas páginas na internet onde informações de interesse podem ser
obtidas (Figura 33).

Figura 13. Página principal (inicial) do Laboratório de Tratamento de Resíduos


Figura 14. Histórico referente aos primeiros trabalhos envolvendo a questão dos
resíduos químicos na instituição

Figura 15. Laboratórios da instituição participantes do PGRQ-CENA/USP


Figura 16. Principais resíduos ativos gerados em cada laboratório da instituição

Figura 17. Página Principal do Sistema de controle de Entrada e Saída de Resíduos


Figura 18. Banco de dados para movimentação de produtos químicos (Entrada e Saída)

Figura 19. Relatório de recipientes cadastrados no PGRQ


Figura 20. Práticas de gerenciamento adotadas no cotidiano

Figura 21. Protocolo para a caracterização de substâncias desconhecidas


Figura 22. Segregação de resíduos em classes de compatibilidade

Figura 23. Incompatibilidade de produtos.


Figura 24. Procedimentos de segurança em química, uso de EPI’s, EPC’s,
capelas.

Figura 25. Procedimentos de tratamento de algumas soluções residuais


Figura 26. Solicitação de ordem de serviço

Figura 27. Verificação de ordem de serviço


Figura 28. Gerenciamento de ordem de serviço

Figura 29. Campo de busca de informações sobre produtos químicos (fichas


MSDS)
Figura 30. Informações localizadas sobre produto químico de interesse

Figura 31. Lista de Integrantes dos colaboradores dos laboratórios participantes


da implantação do PGRQ
Figura 32. Nomes, e-mails e números de telefone dos integrantes do LT

Figura 33. Listagem de algumas referências bibliográficas e páginas da internet


de interesse.
Fomentar o uso de fichas de segurança (MSDS – Material Safety Data Sheet)

Os produtos químicos podem ser perigosos, mas conhecendo-se com o que


se está trabalhando, e tomando-se as devidas precauções, podem ser
manuseados com segurança. Antes de iniciar os trabalhos com um produto
químico que jamais manipulou no laboratório procure obter todas as informações
sobre o mesmo: Como pode prejudicá-lo?; Trata-se de um veneno?; Qual a sua
toxidade?; É inflamável?; É corrosivo?; É explosivo?; Irrita os pulmões?; Causa
queimaduras na pele?; É cancerígeno?; É mutagênico?; Qual as suas
propriedades físicas e químicas?; É reativo?, entre outras. Todas estas e outras
informações você pode obter nas fichas de informações de segurança do produto
químico. Esta fichas devem ser fornecidas aos laboratórios e também estão
disponíveis em inúmeros site na internet. É importante destacar que para obter
estas informações deve-se recorrer a fontes de absoluta confiança na literatura
científica ou entidades que atuem em Higiene do Trabalho. Uma ficha de
informações de segurança de um determinado produto químico contem as
seguintes informações:

1) Identificação do produto (nomes comerciais, fórmula molecular, família


química; caracterização de acordo com grau de risco de 0 a 4 (toxidez,
inflamabilidade, reatividade, risco específico)
2) Componentes ou contaminantes do produto
3) Propriedades físicas (forma, ponto de ebulição, fusão, pressão de vapor,
peso específico, densidade, solubilidade em água);
4) Dados de inflamabilidade e explosividade (ponto de fulgor; Limite de
explosividade no ar)
5) Dados sobre a toxicidade e efeito a saúde: Limites de tolerância no ar;
efeito ao organismo (anestésico; alucinógeno; cancerígenos; teratogênico;
irritante dos tecidos vivos; corrosivo; mutagênico; entre outros). Efeitos para
saúde – inalação; contato com a pele; contato com os olhos; ingestão);
6) Reatividade (estável, produz reação violenta com água; produz mistura
explosiva com o ar; incompatível com...; explosivo se aquecido; forma
peróxidos se armazenado por longo tempo; sofre decomposição térmica
com geração de gases tóxicos);
7) Dados para armazenagem (material para armazenagem; temperatura;
incompatibilidade; luz; entre outros);
8) Condições a serem evitadas;
9) Providências a serem tomadas no caso de derramamento;
10) Equipamentos de proteção individual (EPI’s) e coletiva (EPC’s)

Os laboratórios participantes do Programa de Gerenciamento de Resíduos


Químicos do CENA/USP receberam uma pasta com as fichas de Segurança de
aproximadamente 150 produtos químicos perigosos.

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