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MANUAL

PRO´XTUDO
MÉTODOS DE ESTUDO

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INDÍCE

INTRODUÇÃO

ENQUADRAMENTO ....................................................................................................... 9

NOTAS PRÉVIAS .......................................................................................................... 12

AOS TÉCNICOS ............................................................................................................ 12

SOBRE AS COMPETÊNCIAS DE AUTO-REGULAÇÃO ...................................................... 14

SOBRE O PÚBLICO-ALVO ............................................................................................. 15

SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DO PROJECTO ..................................................................... 16

ORGANIZAÇÃO DO PRÓ´XTUDO .................................................................................. 21

UNIDADE 1 - MOTIVAÇÃO

SESSÃO 1 - CONHECE-TE A TI PRÓPRIO........................................................................ 23

SESSÃO 2 - QUE OBJECTIVOS TENHO? ......................................................................... 25

SESSÃO 3 - COMO É QUE EU APRENDO? ..................................................................... 28

MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA / ACTIVIDADES ......................................................... 29

UNIDADE 2 - PLANIFICAÇÃO

SESSÃO 4 - COMO VENCER A PROCRASTINAÇÃO! ....................................................... 43

SESSÃO 5 - UM DIA SÓ TEM 24 HORAS! ...................................................................... 46

MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA / ACTIVIDADES ......................................................... 48

UNIDADE 3 - LEITURA / ESCRITA

SESSÃO 6 - VAMOS CONHECER UM LIVRO .................................................................. 58

SESSÃO 7 - QUEM CONTA UM CONTO… ...................................................................... 60

3
SESSÃO 8 - TEXTO CRIATIVO / TEXTO INFORMATIVO .................................................. 61

MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA / ACTIVIDADES ......................................................... 63

UNIDADE 4 - AVALIAÇÃO

SESSÃO 9 - QUAL DESTAS AFIRMAÇÕES ESTÁ CORRECTA? .......................................... 75

SESSÃO 10 - O QUE MUDOU?...................................................................................... 77

MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA / ACTIVIDADES ......................................................... 78

GLOSSÁRIO ................................................................................................................. 86

AVALIAÇÃO DO RECURSO............................................................................................ 88

CONCLUINDO .............................................................................................................. 92

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 94

4
“ O conhecimento não é

recebido passivamente,
quer pelos sentidos,
quer pela comunicação,
mas é activamente
construído pelo
sujeito.

Embora o ensino obrigatório e outras actividades complementares se


encontrem dirigidos para aquisição de saberes através das áreas curriculares
disciplinares e não disciplinares e da responsabilidade dos estabelecimentos
de ensino entendeu o ―Fazer a Ponte‖ acompanhar e colaborar com os jovens
na área do Estudo Acompanhado. Daí que tenha surgido o ―PRO'XTUDO‖,
elemento facilitador na dinamização de um espaço vocacionado para a
integração de saberes. O PRO'XTUDO aparece com o objectivo de procurar
melhorar o aproveitamento escolar das crianças e jovens acompanhados pelo
projecto ―Fazer a Ponte‖, residentes nos bairros do Vale de Alcântara.

A finalidade, segundo Paulo Abrantes, da área de Estudo Acompanhado é ―a


aquisição de competências que permitam a apropriação pelos jovens de
métodos de estudo e de trabalho e proporcionem o desenvolvimento de
atitudes e capacidades que favoreçam uma cada vez maior autonomia na
realização das aprendizagens‖ (Artigo 5º, ponto 3, alínea b). Daí que entenda o
―Fazer a Ponte‖ que qualquer contribuição para este desiderato só possa ser
compreendido como uma pequena mais-valia para tal fim.

De acordo com Ana Margarida Simão (2002, p. 71), a actividade de Estudo


Acompanhado não pode, ou não deve, ser encarado como apenas mais um
espaço onde se podem aprender ou treinar técnicas de estudo mas antes, um
espaço onde, para além disso, se possam motivar os indivíduos para
aprendizagens que possibilitem melhorar as actividades cognitivas e
motivacionais, direccionadas uma futura utilização estratégica. O Estudo
Acompanhado, pretende ajudar a desenvolver competências genéricas
necessárias às diferentes matérias e disciplinas e, ao mesmo tempo, promover
a integração biopsicossocial dos intervenientes (alunos, pais, etc.).

Para que seja possível optimizar a tarefa de Estudo Acompanhado é


necessário que exista uma forte colaboração entre os todos os responsáveis
pela educação das crianças onde, como é evidente, se destacam os
professores, com o seu papel fundamental de aplicação de conhecimentos

5
adquiridos para o efeito, a família e outros responsáveis e interessados na
matéria.

No caso do PRO'XTUDO, actividade dinamizada pelo Fazer a Ponte, a


apreciação e análise dos resultados referentes às sessões de Estudo
Acompanhado é da responsabilidade da coordenação e dos técnicos após
recolha das respostas dos jovens, obtidas através de questionários e outros os
instrumentos de avaliação e, também, da auscultação dos docentes
responsáveis pelos jovens envolvidos, para verificação da performance escolar
e individual dos mesmos. Logo, para alcançarmos os propósitos desejados
será de utilidade extrema acompanhar e avaliar a cada momento e nas
diversas disciplinas se o jovem está, ou não, a progredir relativamente aos
objectivos colocados.

Assim sendo e perante os pressupostos apresentados, será de realçar que o


que se pretende com este projecto é ajudar as crianças e os jovens a adquirir
ou a melhorar, cada vez mais, as suas competências específicas e necessárias
para fazer face à obrigatoriedade de resposta/mobilização a saberes nas
diferentes disciplinas escolares.

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INTRODUÇÃO

Hoje em dia, a probabilidade dos adolescentes se envolverem em


comportamentos de risco que possam afectar o seu bem-estar individual é
cada vez maior reforçando assim, a necessidade de se intervir no sentido de os
ajudar a ser bem sucedidos durante a adolescência, a juventude e,
posteriormente, na fase adulta.

A intervenção prevê um espaço planeado e programado que procura interferir


no processo de desenvolvimento. Partindo do pressuposto de que o
desenvolvimento social e pessoal é tão importante como o desenvolvimento
académico e que, como tal, mudanças positivas no comportamento pessoal
irão, provavelmente, afectar o desempenho escolar, o projecto Fazer a Ponte,
procura trabalhar algumas competências de vida que permitam, aos indivíduos,
aumentar a auto-percepção de controlo pessoal e confiança no seu futuro.

Uma das áreas cruciais de intervenção do projecto Fazer a Ponte é o combate


a situações de absentismo, insucesso / abandono escolar entre as crianças e
jovens residentes nos bairros do Vale de Alcântara, promovendo a sua plena
integração social, através de soluções de formação e empregabilidade.

Partindo do princípio basilar de que para aprender a aprender é necessário


aprender a pensar, deverá existir nos responsáveis uma preocupação em não
só se procurar transmitir conhecimentos mas, sobretudo, em tentarmos
focalizar a atenção em processos para promoção da autonomia onde o jovem
possa aprender por si próprio. Será pois indispensável, para se desenvolver a
capacidade de pensar, evitando oferecer-lhes directamente as soluções,
procurar educá-los para a necessidade de focalizar a sua atenção nos
problemas, para a forma como são colocadas as questões e, claro, para o
adequado o processo de resolução dos mesmos.

O técnico deverá apresentar-se como facilitador de aprendizagens e de


promotor de ambientes que favoreçam a postura mental activa dos jovens,
permitindo-lhes construir significados acerca dos conteúdos culturais. A
finalidade central da intervenção será a de procurar contribuir para que o jovem
desenvolva, por si próprio, capacidades para realizar auto-aprendizagens
significativas …que lhe permitam aprender a aprender.

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Todo o processo de aprendizagem pressupõe a existência de estratégias e
competências, que assentem em processos controláveis e envolvam skill &
will, ou seja, a aplicação de recursos cognitivos e motivacionais à tarefa
específica de aprendizagem. (Rosário, Trigo e Guimarães, 2003). As várias
competências surgem agrupadas em quatro grandes categorias: a motivação, a
planificação dos hábitos de estudo, o processamento da informação escrita e a
preparação para os momentos de avaliação.

O desenvolvimento do recurso incide sobre estas quatro categorias, de forma a


mobilizar os jovens a pensar sobre as suas próprias estratégias de estudo e de
como as melhorar. Os técnicos têm a responsabilidade de encorajar os jovens
envolvidos a explorar as suas próprias potencialidades, a construir o seu
portfólio individual, a delinear os seus próprios desafios e objectivos
académicos quer a curto quer a longo prazo.

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ENQUADRAMENTO

A aprendizagem, numa perspectiva construtivista, não se resume a uma


ligação estímulo-resposta requer, também, a construção de estruturas através
da utilização de processos de reflexão e de abstracção. Os problemas que os
jovens apresentam na sua aprendizagem diária não devem ser resolvidos
superficialmente através de repetições mecânicas de respostas certas.

O aprendido pelos jovens deve ser fruto de uma construção individual


(portfólio final) realçando o seu protagonismo no processo de aprendizagem. O
jovem é o verdadeiro actor do processo uma vez que as novas aprendizagens
só serão possíveis a partir de conceitos, crenças, representações e
conhecimentos que este construiu e vai construindo no decorrer das suas
experiências prévias. Nesta lógica, assume-se que os alunos aprendem
desenvolvendo-se na medida em que possam construir significados adequados
em torno dos conteúdos do currículo escolar.

O conhecimento não é recebido passivamente quer pelos sentidos, quer pela


comunicação, antes é activamente construído pelo jovem. Nesta linha, a
intervenção está orientada para que o jovem desenvolva a sua capacidade
criativa para, por si próprio, realizar aprendizagens significativas numa ampla
gama de situações e circunstâncias. No fundo, que o jovem aprenda a
aprender.

A opção pela elaboração de um recurso centrado nas abordagens dos jovens


ao estudo, está muito relacionada com os pedidos de ajuda recebidos tendo
como foco, o seu estudo pessoal. Os jovens afirmam amiúde que não sabem
estudar. A utilização inadequada de estratégias de planeamento e organização
da informação (ex: inexistência de um horário de estudo que conviva
equilibradamente com a realização de actividades de lazer ou os
desorganizados apontamentos que apresentam lacunas ou informação mal
estruturada e ilegível), entre outras estratégias possíveis, configuram quadros
de comportamento de estudo que geram desconforto e ansiedade, tendo
habitualmente como consequência resultados escolares abaixo das
expectativas pessoais.

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Da vasta experiência proveniente da actividade de Estudo Acompanhado, foi
emergindo este projecto que, incidindo sobre as principais dificuldades
enunciadas pelos jovens no seu estudo pessoal, procura ajudar a colmatar uma
lacuna ao nível de estratégias / competências eficazes de estudo.

A primeira fase deste projecto foi orientada para a procura de resposta a


algumas questões no âmbito do processo de estudo dos jovens inseridos no
projecto Fazer a Ponte, nomeadamente,

 Como estudam os jovens?


 Quais os motivos que orientam o seu trabalho escolar?
 Que estratégias utilizam quando empreendem as tarefas escolares?
 Que relação existe entre as abordagens dos jovens e o seu rendimento
escolar?

Muitos dos problemas de aprendizagem identificados nos jovens são


explicados pela ausência ou uso inapropriado de estratégias de estudo e pela
não existência de hábitos de trabalho favoráveis à aprendizagem. Além disso,
muitas crianças e jovens, com fraco rendimento escolar apresentam uma
atitude negativa face ao estudo, uma forte desmotivação escolar, um tempo de
estudo insuficiente e uma consciência muito limitada da utilidade de adoptar
estratégias de aprendizagem.

Após o levantamento de necessidades e de algumas das dificuldades


identificadas, verificamos que o objectivo fundamental deste recurso se
encontra claramente relacionado com a necessidade de se promover nos
jovens a utilização de estratégias de auto-regulação da sua aprendizagem.
Estas competências são consideradas fundamentais para que os jovens
possam controlar a sua própria progressão na escada educativa.

Assim sendo, aferimos que os hábitos de estudo podem e devem ser definidos
como um processo contínuo, associado directamente ao desenvolvimento do
jovem no qual o mesmo deve tornar-se consciente de como aprende e das
dificuldades que tem, funcionando o portfólio individual como um importante
recurso de apoio a memória futura.

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FASES DO CICLO DE APRENDIZAGEM AUTO-REGULADA

Controlo Volitivo

Focalização da atenção

Auto-instrução

Imagens mentais

Auto-monitorização

Fase Prévia
Auto-reflexão
Estabelecimento de objectivos

Planeamento estratégico Auto-avaliação

Crenças de auto-eficácia Atribuição causal

Tipo de objectivos Adaptabilidade/defensividade

Interesse intrínseco/valores Auto-satisfação/afecto

A aprendizagem auto-regulada é perspectivada em três fases cíclicas: na fase


prévia, é esperado que o estudante estabeleça objectivos académicos, planeie
uma estratégia de intervenção e avalie as crenças acerca da sua auto-eficácia;
na fase de controlo volitivo destaca-se a focalização da atenção, a auto-
instrução e a auto-monitorização da tarefa; e, na fase de auto-reflexão, o último
momento do ciclo, o estudante tem a possibilidade de verificar se o seu plano
estratégico foi bem sucedido ou se, eventualmente, irá necessitar de algumas
alterações que lhe permitam implementar uma resposta mais adaptativa às
dificuldades sentidas e assim voltar à fase prévia e (re)definir novos objectivos
para uma outra etapa académica.

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NOTAS PRÉVIAS
AOS TÉCNICOS

Ao longo da vida escolar, o jovem aprende a estudar através das experiências


que vai tendo de sucesso e insucesso, por experiências anteriores que foram
recompensadas ou punidas.

Cabe ao técnico do PRO'XTUDO, através do diálogo e de interacção positiva,


aproveitar os momentos de colaboração e apoio à construção de cada portfólio,
levar os jovens a tomar consciência e a avaliar as estratégias que cada um
utiliza.

Fundamentalmente, os técnicos devem ter uma atitude incentivadora e não


directiva, procurando estimular cada participante a dar o máximo de si próprio
face a cada tarefa que lhe é proposta e que promova a aquisição de uma
metodologia sistemática de estudo.

Ao longo das actividades PRO'XTUDO, a intervenção do técnico deve ter em


conta os seguintes aspectos:

 Acentuar a cada participante que existem estratégias e conhecimentos


que já domina;
 Relacionar os conhecimentos adquiridos em cada sessão com os já
anteriormente apreendidos;
 Tornar os processos cognitivos mais específicos;
 Exemplificar a forma como podem ser utilizados determinadas
estratégias;
 Possibilitar a aplicação das novas aprendizagens nos contextos
apropriados.

Para trabalhar com os jovens estratégias de auto-regulação da aprendizagem,


o técnico deverá apresentar determinada estratégia de aprendizagem,
explicando a sua natureza e função mas também, como e quando a devem
utilizar para alcançar um determinado objectivo escolar. As instruções sobre a
natureza e a sua adequação às tarefas de aprendizagem devem ser claras e
objectivas e fazer referência a exemplos concretos e diferenciados. Depois de
demonstrar os conteúdos relativos a cada estratégia de aprendizagem, o
técnico deve aconselhar a sua utilização em diferentes actividades e conteúdos
de aprendizagem. Após esta fase, o técnico deverá passar à fase da prática
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guiada, utilizando os materiais disponibilizados ou adaptando outros, na qual os
jovens devem tentar praticar autonomamente cada estratégia apresentada. A
tarefa é supervisionada pelo técnico que corrige e sugere a cada jovem as
alterações necessárias. Este treino de automatização promove a interiorização
da estratégia, possibilitando ao jovem que, no futuro, seja capaz de transferir
esta mesma aprendizagem para outros domínios.

O papel do técnico deve estar orientado, sobretudo, para promover


oportunidades efectivas para a adopção de estratégias auto-reguladoras, que
produza alternativas, antecipe consequências e que avalie sucedido.
Simultaneamente, devem fornecer feedback qualitativo e explicativo, para que
os jovens possam melhorar as suas realizações e que o portfólio final venha a
reflectir algo de importante aprendido e um reforço para a autoestima
individual.

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SOBRE AS COMPETÊNCIAS DE AUTO-REGULAÇÃO

1. Entendemos as competências como um conjunto de conhecimentos,


destrezas e atitudes necessárias para se exercer uma determinada tarefa e
para se resolver problemas de forma autónoma e criativa. No domínio dos
processos de aprendizagem referimo-nos às competências instrumentais,
relacionadas com os conhecimentos sobre como lidar com a informação e
organizar recursos pessoais e estratégicos; às competências sistémicas,
as quais fazem referência à aplicação dos conhecimentos a situações
concretas; e, por fim, às competências interpessoais, relacionadas com a
comunicação, cooperação e o incentivo à participação conjunta. Estas
competências possibilitam a tarefa de aprender promovendo o saber, o
saber fazer, o saber ser e o saber estar.

2. A auto-regulação da aprendizagem não deve ser encarada como uma


aptidão mental, mas como o processo de auto-direcção, através do qual os
jovens transformam as suas aptidões mentais em competências
académicas. Este processo auto-regulatório pode ser ensinado ou
modelado por agentes exteriores.

3. As estratégias de auto-regulação da aprendizagem podem ser definidas


como as acções e os processos dirigidos para a aquisição de informação ou
competências que envolvem actividade, o propósito e as percepções de
instrumentalidade por parte dos jovens.

4. O incremento destes processos auto-regulatórios no comportamento de


estudo dos jovens é um objectivo importante no projecto Fazer a Ponte
porque, para além de muitos jovens, geralmente, investirem pouco (tempo e
esforço) no seu processo de estudo individual por vezes desaproveitam
grande parte deste tempo, uma vez que lêem e tiram apontamentos
ineficientemente, escrevem deficientemente e preparam os exames sem
método. Tendo em vista superar esta situação, um treino auto-regulatório
poderá ajudá-los por um lado a conhecerem os pontos fortes e as limitações
destas estratégias e por outro, a adequarem essas novas estratégias de
aprendizagem às tarefas escolares em concreto.

5. O projecto PRÓ'XTUDO foi desenhado para equipar as crianças e jovens


com estratégias e processo de auto-regulação, de modo a aumentar a
qualidade e profundidade das aprendizagens.

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SOBRE O PÚBLICO-ALVO

O PRO'XTUDO está orientado para trabalhar com crianças e jovens do 2º e 3º


ciclo de Ensino, questões sobre estratégias e processos de auto-regulação da
aprendizagem, equipando-os com conhecimento que permita enfrentar as suas
tarefas de aprendizagem com maior qualidade e profundidade.

Naturalmente que o enfoque deve ser dado aos jovens que apresentam
maiores dificuldades ao nível do estudo e/ou que estejam em risco de
insucesso / abandono escolar.

É, também, propósito deste projecto criar condições favoráveis para a criação


de grupos de auto-ajuda entre pares e colegas. Esta estratégia é benéfica por
diversas razões, sobretudo porque recorrendo aos colegas, podem escolher-se
ou encontrar-se formadores ―naturais‖, que venham a servir como modelos,
nomeadamente no que diz respeito ao ensino do valor da escola e da
importância de se pensar no futuro.

Com efeito, os jovens bem-sucedidos no ensino podem fornecer imagens reais


daquilo que os jovens poderão vir a ser no futuro, pois nasceram na mesma
vizinhança, frequentaram as mesmas escolas e confrontaram-se com
problemas e obstáculos semelhantes. Por outro lado existem, também,
benefícios para o jovem-formador/modelador, que ao tomar consciência do seu
potencial desenvolve ou melhora o sentido da responsabilidade, adquirindo
novos conhecimentos e competências importantes. Assim sendo, ensinar pode
ser uma das melhores formas de aprender.

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SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DO PROJECTO

O PRO'XTUDO está orientado para se discutir com os jovens do 2º e 3º ciclo,


questões sobre estratégias e processos de auto-regulação da aprendizagem de
forma a poderem enfrentar as suas tarefas de aprendizagem com maior
qualidade e profundidade.

Objectivo geral:

Ensinar os processos de auto-regulação da aprendizagem para a promoção de


autonomia no estudo, através da aquisição de métodos, técnicas e estratégias
adequadas às suas características e aos conteúdos das disciplinas
curriculares.

Objectivos Específicos:

 Melhorar a motivação dos jovens contribuindo para o estabelecimento de


objectivos pessoais significativos e para o desenvolvimento do sucesso
escolar individual que possam favorecer e garantir uma forte
responsabilidade pela aprendizagem;
 Desenvolvimento de competências de controlo, planeamento e
organização do estudo, que permitam levar os jovens a:
 Organizar o seu local de estudo;
 Organizar e planear o tempo de estudo;
 Controlar a atenção/concentração durante o estudo;
 Conhecer e manusear os materiais de estudo e a programar a
preparação para os testes.
 Treinar e desenvolver estratégias cognitivas utilizáveis no estudo de
diferentes disciplinas;
 Ajudar os jovens a conhecer o modo como aprendem melhor e como
devem seleccionar as estratégias mais adequadas a cada tarefa e ao
seu próprio estilo de aprendizagem.
 Capacitar os jovens para a criação e realização de um portfólio individual
que possa funcionar como memória futura.

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Pertinência desta ferramenta:

A escolha deste recurso, o PRO'XTUDO, como alvo do projecto de promoção


de competências de estudo encontra-se ancorada numa perspectiva de
facilitação:

 Dos processos de adaptação à escola e para a diminuição do


insucesso/abandono escolar:
 Métodos e técnicas de estudo (cada vez mais pertinentes como modo de
prevenção das dificuldades de aprendizagem e do insucesso escolar).
 Aquisição de processos e estratégias que maximizam o rendimento
escolar em determinadas situações e em determinadas matérias.
 Reduzir os maus resultados escolares que surgem, por vezes, de
processos de estudo pouco eficiente (saber estudar é uma competência
fundamental para qualquer aluno).

O objectivo central do PRO'XTUDO prende-se com o desenvolvimento de


competências que permitam ao jovem realizar, com sucesso, as suas tarefas
escolares, melhorar o seu rendimento escolar, ser autónomo e responsável
pelo seu processo de aprendizagem. Ainda hoje se verifica que muitos jovens
demonstram falta de interesse pela aprendizagem, fraca persistência no estudo
e restantes tarefas escolares e, em face dos fracos resultados obtidos,
aumentam os níveis de baixa auto-estima.

Sob o ―guarda-chuva‖ do modelo sociocognitivo da auto-regulação da


aprendizagem, este recurso visa equipar os jovens com um repertório de
estratégias de aprendizagem que os auxilie a enfrentar os processos de
aprendizagem de forma mais competente.

Promover a autonomia e os processos de auto-regulação da aprendizagem é


uma componente fundamental no processo de adaptação às exigências da
escola e de formação ao longo da vida.

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Metodologia:

O manual PRO'XTUDO é constituído por 10 sessões de 45 minutos a


administrar ao ritmo de uma sessão de 15 em 15 dias. Este manual incide em 4
grandes pilares: a motivação para o estudo, a gestão do tempo e do espaço, o
tratamento da informação escrita e a prepararão dos momentos de avaliação.

As competências que se desenvolvem, com este recurso, incidem, sobretudo,


na planificação das actividades de estudo (estabelecimento de horário de
estudo, produção de um calendário dos momentos de avaliação, organização
do local de estudo, materiais necessários para o estudo…), na descodificação
e organização de informação (orientar, questionar, sublinhar, parafrasear e
resumir informação escrita), preparação para a realização dos testes de
avaliação (material para o teste, observação de períodos de descanso e
relaxamento, correcta gestão da ansiedade, método de leitura e valorização
das questões do teste, organização do tempo e forma de resposta a cada
questão, procedimento de revisão das respostas, etc.) e a construção de um
portfólio individual que possa funcionar como memória futura.

Sem motivação dificilmente o jovem consegue atingir os seus objectivos. A


principal motivação para o estudo surge da pulsão cognitiva, da ânsia de
saber, compreender, conhecer e dominar o mundo, do interesse e da
curiosidade. O processo de auto-motivação pode ser inibido por vários factores:
experiências de fracasso escolar, níveis de ansiedade reduzidos ou elevados,
utilização de método de estudo inadequados, percepção distorcida da
capacidade individual (auto-eficácia), e dificuldades de aprendizagem e
ausência de objectivos.

A planificação das actividades de estudo refere-se à correcta e equilibrada


organização do horário (diário e/ou semanal), gestão de locais de estudo
(quarto, escola, biblioteca), modalidades (individual, grupo) e materiais de
estudo.

O tratamento da informação escrita refere-se, predominantemente, aos


processos de leitura, se bem que a informação oral (aulas) possa ser objecto
de processos semelhantes cuja principal tarefa é a valorização e
hierarquização da informação. A leitura é uma actividade que pressupõe vários
momentos e tarefas destinadas a referenciar internamente e externamente a
informação presente num texto. Estas funções são descritas na literatura
através dos verbos orientar, questionar, analisar, parafrasear e resumir.

A preparação para os momentos de avaliação tem, sobretudo, componentes


organizacionais mas, também, cognitivos. Refere-se tanto à preparação como

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à execução das provas de avaliação. Estas incluem o estabelecimento e
adesão a horários equilibrados de estudo e descanso, a implementação de
estratégias de controlo de ansiedade, a auto-monitorização dos tempos
atribuídos ao estudo ou à resposta a uma pergunta do teste, e a técnicas de
adequada expressão escrita.

Cada sessão recorre a uma metodologia variada e participativa (trabalho de


grupo ou individual), com recurso a material de apoio à prática, a jogos psico-
pedagógicos, apresentação de casos, resolução de problemas práticos,
preenchimento de questionário, construção e actualização contínua do
portfólio, etc.

É essencial que os jovens se tornem conscientes dos seus próprios estilos e


estratégias de estudo e aprendizagem, que sejam incentivados a pensar
cuidadosamente sobre o que estão a tentar atingir com o seu estudo e a
compreender as implicações que poderão surgir ao adoptarem abordagens
«profundas» ou «superficiais» da aprendizagem. Os «mecanismos» de estudo,
tal como rapidez na leitura, planificação do tempo, ou mnemónicas são
importantes, mas só terão resultados positivos se estiverem sob o controlo do
jovem — o que, infelizmente, raramente acontece. Apontados como aptidões
isoladas, os jovens provavelmente adoptarão abordagens superficiais de
processamento de informação.

Assim, as estratégias serão melhor introduzidas dentro de uma rede de


trabalho que incentive o jovem a reflectir acerca do modo mais eficaz de
colocação de metas e prioridades, do modo como interpretar adequadamente
os requisitos das leituras, de como desenvolver a compreensão pessoal e,
finalmente, de como monitorizar a eficácia da sua própria aprendizagem.

O recurso encontra-se sumarizado num manual de apoio aos técnicos


estruturado por sessões com indicação clara dos objectivos e actividade,
apresentando no final de cada Unidade algum material de apoio à prática,
material e propostas que poderão auxiliar os jovens na preparação do seu
portfólio final.

No que respeita ao desenvolvimento concreto de cada componente das


estratégias de estudo, admite-se que não seja respeitada a estrutura/ordem de
actividades previamente previstas, de modo a podermos ir ao encontro das
necessidades específicas de cada jovem, e que as actividades propostas
possam ser trabalhadas de forma diferente. Cabe ao técnico ponderar e decidir
a cada momento da intervenção.

É de referir, também, que todos os responsáveis pela educação dos jovens


possuem um papel de extrema relevância, sejam os professores/escola, a
família ou os técnicos. Os professores, porque podem fornecer informação
complementar à intervenção alertando/sinalizando dificuldades sentidas pelos
jovens na escola. O envolvimento da família, nomeadamente no que respeita a

19
questões como o ambiente familiar, de estudo ou o planeamento do mesmo. O
ideal seria que, cada vez mais, quer os técnicos, quer os professores, quer as
famílias pudessem trabalhar em conjunto utilizando uma comunicação
triangular e horizontal e no qual todos evidenciassem um papel activo.

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ORGANIZAÇÃO DO PRÓ´XTUDO

UNIDADE 1

(3 sessões)

MOTIVAÇÃO

UNIDADE 2

(2 sessões)

PLANIFICAÇÃO

UNIDADE 3

(3 sessões)

PROCESSAMENTO DE
INFORMAÇÃO ESCRITA

UNIDADE 4

(2 sessões)

PREPARAÇÃO PARA TESTES

AVALIAÇÃO
DO
O QUE MUDOU? PROGRAMA

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UNIDADE

MOTIVAÇÃO

SESSÃO 1

Conhece-te a ti próprio

SESSÃO 2

Que objectivos tenho?

SESSÃO 3

Como é que eu aprendo?

22
SESSÃO

1 CONHECE-TE A TI PRÓPRIO

OBJECTIVOS

 Aumentar a motivação para o estudo


 Conhecer as expectativas, aspirações e projectos de futuro.
 Identificar as diferentes atribuições causais (externas e internas)
 Responsabilizar o jovem pela própria aprendizagem.
 Desenvolver atitudes, condutas e concepções positivas (de si próprio e
do sucesso escolar).
 Ajudar a consolidar a percepção de como os agentes interactivos e
responsáveis podem influenciar decisivamente o seu percurso escolar.

ENQUADRAMENTO

Pretende-se criar no jovem a necessidade, a vontade e o prazer de aprender e


demonstrar-lhe que é essencial actuar no âmbito do desenvolvimento de
competências de estudo. A eficácia de uma intervenção deste tipo encontra-se
fortemente condicionada pelo grau de envolvimento e participação dos alunos.

Se pretendemos alterar a imagem pessoal do jovem ao nível das suas


competências, capacidades e níveis de desempenho, a intervenção do técnico
junto dos jovens deve incluir, nos seus objectivos, mudanças nos padrões de
atribuição causal, nas expectativas, nas percepções de competência pessoal e
nos sentimentos de auto-estima e autoconfiança.

23
Interesse pelo estudo
ACTIVIDADE

Após o preenchimento da ficha, o técnico faz o


levantamento das diferentes atitudes e comportamentos identificados
pelos jovens. Em seguida, os jovens analisam e discutem as vantagens
e desvantagens em estudar.

Centrando a discussão nas vantagens em estudar e relacionando-as


com as aspirações e projectos de futuro, pretende-se motivar os jovens
para o estudo e promover atitudes positivas face ao estudo.

EU…
ACTIVIDADE Pessoal e emocional: características
pessoais e de personalidade,
2 autonomia, responsabilidade,
tomada de decisões, segurança e
confiança em si próprio, sentimentos
de bem-estar e de auto-satisfação.

Físico: percepção da aparência


física, suas características e traços
Numa primeira fase (Quem sou?) é corporais, suas habilidades e
competências para a actividade
pedido aos jovens que listem vários
física.
atributos para as diferentes áreas ou
domínios específicos. Académico: actividade escolar,
desempenho nas disciplinas,
Em seguida, os jovens sugerem para
cada atributo alternativas, alterações resultado de um conjunto de
possíveis e desejadas (Como gostaria experiencias, decisões, êxitos e
de ser?) fracassos.

Social: competências para as


Com esta actividade dirigida ao
relações interpessoais e sociais,
enriquecimento da auto-estima e do adaptação e aceitação social.
auto-conceito pretende-se que os
jovens se percepcionam a si próprios e
às suas acções, analisem as suas
atitudes e comportamentos, e as
projectem no futuro, considerando as
alternativas possíveis, a tomada de
decisões e suas consequências

24
SESSÃO
QUE OBJECTIVOS TENHO?
2

OBJECTIVOS

Demonstrar a importância de se criar objectivos / metas a médio e longo prazo,


não só a nível académico mas também a nível pessoal.

ENQUADRAMENTO

 Os objectivos guiam e potenciam o comportamento;


 Os objectivos influenciam a motivação e a aprendizagem, orientando e
dirigindo os comportamentos;
 Maioritariamente os comportamentos são guiados por objectivos, a sua
eficácia depende da intencionalidade;
 Os objectivos a longo prazo devem ser ―fatiados‖ em objectivos de curto
prazo para facilitar a sua operacionalização e concretização.
 É importante dar prioridade aos vários objectivos que guiam a nossa
vida;
 Uma vez desenhados os objectivos e o plano concreto para a sua
realização e é importante antecipar os obstáculos que possam dificultar
o seu cumprimento;
 Após a identificação dos obstáculos, é importante pensar em estratégias
que permitam ultrapassá-los.

25
Vamos estudar com…
ACTIVIDADE

Após uma leitura individual silenciosa, os jovens analisam e discutem os


comportamentos e atitudes da personagem da história.

São introduzidas e treinadas as competências de resolução de problemas.

 Qual o problema?
 Quais as alternativas possíveis para a sua resolução?
 Que decisões tomar?
 Como avaliar os resultados?
 Será que conseguimos ou não, atingir os nossos objectivos?

Outra questão que o técnico poderá colocar aos jovens é: Será que podemos
influenciar o nosso percurso escolar?

Durante a discussão serão introduzidos os conceitos de motivação, inteligência,


esforço, persistência e autoconfiança:

O que é? Pode desenvolver-se/modificar-se? É um factor importante para se ser


bem sucedido?

De seguida deve introduzir-se o conceito de estratégia de aprendizagem como


instrumento a utilizar pelos jovens:

O que é? Para que serve? Como e quando usar? É um factor importante para o
estudo?

Com este procedimento pretende-se fazer uma primeira abordagem do conceito


e preparar os jovens para as actividades seguintes.

26
ACTIVIDADE
Constrói um objectivo
4

É pedido ao jovem que reflicta e identifique que metas pessoais e


profissionais gostaria de atingir a médio e longo prazo.

 Discutir o conceito de objectivo;


 Listar alguns objectivos que os jovens desejem alcançar na vida,
seguindo o critério CRAva (estabelecer 4 objectivos que
respeitam esta estrutura, não exclusivamente relacionados com a
dimensão académica);
 Face aos objectivos identificados, estabelecer prioridades;
 Para cada um destes objectivos averiguar os possíveis
obstáculos, mas também algumas estratégias para os ultrapassar.

CRAva

O QUE FAZER? COMO?


CONCRETA
Definir o Que objectivos tenho?
REALISTAS objectivo O que verdadeiramente guia o meu agir?

AVALIÁVEIS Estabelecer um Como é que vou alcançar este objectivo?


plano Identificar recursos, passos e tarefas
intermédias para o alcançar

Monitorizar o Estou a seguir o previsto?


cumprimento O que faço conduz-me ou desvia-me do
do plano objectivo?

Avaliar Alcancei o objectivo? Sim / Não. Porquê…


27
SESSÃO

3 COMO É QUE EU APRENDO?

OBJECTIVOS

 Auto-conhecimento da forma como cada jovem aprende;


 Adequar o seu estudo às diferentes disciplinas (não se estuda sempre
da mesma forma)
 Conhecer as capacidades e limitações.

ENQUADRAMENTO

Se os jovens conhecerem
melhor a forma como
aprendem, podem ser mais
autónomos na busca e
selecção de estratégias de
estudo.
Sou inteligente à minha
As actividades propostas
ACTIVIDADE
maneira. Eu sou…
podem ajudar os técnicos e
os jovens na identificação do 5
estilo preferencial de
aprendizagem de cada jovem.
O técnico distribui o inquérito, a que os jovens
respondem individualmente. No fim recebem a ficha de
autocorrecção. De acordo com os tipos de inteligência
revelados como predominantes, cada jovem pede ao
técnico a ficha com as características e as actividades
de estudo autónomas mais adequadas a si próprio.

28
MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA
/ACTIVIDADES

29
SESSÃO
1 CONHECE-TE A TI PRÓPRIO

Podemos definir Motivação como uma força interior que impele o indivíduo a
realizar determinada tarefa, visando atingir um fim específico.

Uma atitude tua no processo de aprendizagem pode dificultar o sucesso.


Se adoptares uma atitude negativa, encontraras defeitos na escola, nos
programas, nos livros e nos professores. Para ti, estudar será um ―frete‖, uma
obrigação triste e penosa. Desinteressado e resignado, inventarás mil
desculpas para adiar o trabalho e fazer o menos possível.
Se, pelo contrário, adoptares uma atitude positiva, verás o estudo como uma
ponte que te conduzirá à meta desejada. Apesar das dificuldades, serás
optimista e persistente, alcançando um bom rendimento escolar.

Sem motivação nada se faz. Com motivação, tudo é mais fácil e mais rápido. A
motivação, a autoconfiança e a persistência fazem subir o rendimento.
Caso desejes cultivar uma atitude psicológica favorável à aprendizagem,
deves procurar:
1 – Descobrir motivos de interesse no trabalho escolar.
2 – Pensar no meu futuro.
Para isso, não deves estudar apenas pelo prazer dos prémios ou pelo receio
de castigos imediatos.
3 – Ser auto-confiante.
Para isso, deves valorizar as tuas capacidades e não as tuas limitações.
4 – Enfrentar as dificuldades sentidas com ―espírito vencedor‖.
Para isso, deves acreditar no SUCESSO.
5 – Seguir um curso de acordo com os teus interesses e aptidões.

Para isso, deves pedir conselhos para poder escolher bem.


6 – Não te deixar vencer pelos momentos de desânimo.
Para isso, deves ser PERSISTENTE.

30
DEFINIÇÃO DE OBJECTIVOS A MÉDIO E LONGO PRAZO

As razões que te levam a estudar podem ter várias motivações:

Conseguir Poder ajudar


uma boa os outros
profissão Adquirir novos
Aumentar a conhecimentos
auto-estima

Alcançar
Adquirir prestígio
autonomia

Ascender Obter
económica e reconhecimento
socialmente dos outros

Motivos para
estudar
Ser melhor
que o colega
Evitar
represálias

Evitar conflitos
Não ser
discriminado
pelos colegas

Não ser Obter


incomodado Passar o pequenas
pelos pais tempo recompensas

Se as tuas motivações se situam essencialmente abaixo da linha tracejada, o


estudo é então encarado como uma obrigação, como uma tarefa desagradável
que tens de realizar. A tua motivação é efémera, não existindo um fio condutor
que te envolva de uma forma empenhada.

Se não traçares metas que orientem o teu percurso escolar isso acaba por
prejudicar o teu desempenho. É preciso estar motivado, ser ambicioso e
rigoroso contigo próprio e definir objectivos a curto, médio e longo prazo, que te
permitam atingir as metas desejadas.

31
INTERESSE PELO ESTUDO
1
Nem todos os jovens mostram o mesmo interesse em relação ao estudo. Uns
acham importante estudar, gostam de o fazer e mostram interesse em saber
cada vez mais. Outros há, que não gostam de estudar nem sentem qualquer
interesse pelos estudos.
O que leva os jovens, nesta matéria, a terem interesses tão diferentes?

Muitos jovens sentem interesse pelo estudo porque:

o São muito inteligentes.


o São decididos e não desanimam.
o Estabelecem classificações mínimas a obter nas diferentes disciplinas.
o Têm ajuda em casa.
o No futuro querem ser alguém.
o São curiosos.
o Outras razões? Quais? ________________________

Muitos jovens não sentem interesse pelo estudo porque:

o Estudar é aborrecido.
o Quando têm que estudar sentem-se cansados.
o Pensam que não têm capacidade.
o Não têm ajuda em casa.
o Não têm objectivos em relação à sua vida futura.
o Na escola ninguém lhes dá atenção.
o Outras razões? Quais? ________________________

E tu? Achas que é importante estudar? Porquê?

_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

32
Eu
2
Quem sou?

Como gostaria de ser?

Devemos sentir-nos contentes com as nossas qualidades e não devemos ter vergonha das
características que não gostamos, quando elas não podem ser evitadas.

Se alguma característica menos positiva se pode corrigir, há que tentá-lo. Luta para modificá-la.

33
SESSÃO QUE OBJECTIVOS TENHO?
2

Como construir um objectivo

O quadro seguinte pretende guiar-te nos passos que te possibilitam construir


um objectivo/meta.

PLANIFICAÇÃO DE UM OBJECTIVO

O que fazer? Como?

Definir o objectivo. Seguindo o modelo CRAva (Concreto,


Realista, Avaliável)

Estabelecer um plano. Como é que vou alcançar este objectivo?


Identificar recursos, passos e tarefas
intermédias para o alcançar.

Monitorizar o cumprimento Estou a seguir o que foi previsto?


do plano. O que faço conduz-me ou desvia-me do
objectivo?
(A partir das respostas, retirar as
consequências).

Avaliar. Alcancei o objectivo? Sim/Não. Porquê…

34
Vamos estudar com a Carolina… 3
Eram 14 horas, quando a Carolina chegou da escola para almoçar.

Enquanto comia, pensava no teste de História que teria no dia seguinte. Ainda
não tinha estudado nada, mas tinha a tarde toda pela frente, e chegava! Mas
também tinha os TPC de Ciências, de Inglês, e isto para não falar da ficha de
Matemática, disciplina a que já tinha negativa garantida.

Bem, o melhor era comer e pensar nisso depois, não fosse a comida saber-lhe
mal.

Quando acabou de almoçar, foi estudar… estudar?! Atirou-se para a cama e


ligou a televisão, para ver aquela série cheia de rapazes bonitos, só por
distracção, enquanto fazia a digestão.

Carolina adoraria ficar a tarde toda a ver aquela série, mas ela acabou e já
eram 16 horas. Tinha de estudar. Não sem antes ir buscar as suas bolachas
preferidas, é claro.

Começa pelos deveres, pois História ia demorar. Os deveres de Inglês eram


fáceis, era só copiar o vocabulário da alimentação. Copiou rapidamente as
palavras e passou a Ciências. Aí é que foram elas! Como não tinha estado
atenta na aula, pois tinha estado na conversa com o João, não percebia nada,
nem das perguntas, nem do significado de algumas palavras. Resolveu que
não valia a pena perder mais tempo. Desde o princípio do ano que não
percebia nada de Ciências, também não era agora que ia perceber! O melhor
era copiar pela Paula no intervalo. Afinal, a Paula era a melhor aluna da turma
e Ciências era para gente inteligente, não para burros como ela!

Os deveres de Ciência deixaram-na com fome. De qualquer maneira já eram


horas de lanchar.

Logo que voltou a sentar-se na cama para estudar, ficou imediatamente


bloqueada. O que é que sairia para o teste? Decidiu rapidamente telefonar à
Paula. E como a amiga não vira o episódio da tal série, porque estivera a fazer
deveres e a estudar, acabou por lhe contar. Também falaram do João.
Entretanto, Carolina vê que são quase horas de jantar e despede-se à pressa,
perguntando qual a matéria que saía para o teste.

Assim que desligou o telefone, a mãe da Carolina pediu-lhe para ir à loja do Sr.
Gervásio. Logo agora que ela queria começar a estudar História!

Eram 21 horas e meia da noite quando Carolina acabou de jantar. A tarde não
lhe rendera e poucas horas lhe restavam para estudar. Voltou ao seu quarto e
ligou a televisão para ir vendo a telenovela. Começou a ler os
apontamentos…Que apontamentos?! Faltavam-lhe sumários, não sabia a que

35
aulas pertenciam as fichas de trabalho, enfim, não sabia por onde lhes pegar!
Foi buscar o livro de História. A Paula tinha-lhe dito que saíam os capítulos 5, 6
e 7. Parecia muito, mas tirando as figuras, os esquemas e os textos de apoio,
era bem menos. No entanto, ao abrir o livro, encontrou um bilhete do João.
Aquilo sim, era história para a Carolina!

As horas voaram, por isso resolveu decorar as sínteses dos capítulos, devia
chegar…

No relógio da sala soaram as 23 horas e os seus olhos já pesavam. Tinha tido


um dia estafante! Decidiu dormir. Paciência! Também se tinha fartado de
estudar para o teste de Português e tinha tirado negativa. Quanto mais
estudava, pior era. Podia ser que agora até tivesse sorte!

Antes de se deitar, foi jogar um bocadinho no seu computador. Enquanto


jogava, suspirava pelo João…o bocadinho prolongou-se e o sono fugiu. Como
não ia estudar àquela hora, começou a escrever uma carta ao João. Sempre
era melhor do que estudar!

Acabou por adormecer quando já eram 2 horas e um quarto da manhã…

Se fosses a
Carolina, como
resolverias estes
problemas?

36
Constrói um objectivo
4

O QUE FAZER? COMO?

Definir o
objectivo

Estabelecer
um plano

Monitorizar o
cumprimento
do plano

Avaliar

37
SESSÃO COMO É QUE EU APRENDO?
3

Aprende-se melhor quando se sabe como se aprende!

Se conheceres a forma como aprendes, saberás seleccionar as estratégias


mais adequadas à resolução dos problemas que te forem colocados e às tuas
características pessoais.

Tendo em conta a forma como a informação é apreendida, processada e


relembrada, podemos definir três estilos de aprendizagem:

Visual – a aprendizagem processa-se, principalmente, através do sentido da


visão;

Auditivo – a aprendizagem processa-se, principalmente, através do sentido da


audição;

Quinestésico – a aprendizagem processa-se, de forma privilegiada, através do


movimento e do tacto.

Isto poderá explicar porque alguns compreendem e memorizam melhor o que


vêem, outros o que ouvem e outros, ainda, o que fazem.

TIPO DE INTELIGÊNCIA CARACTERÍSTICAS

Linguística Pensa com palavras

Lógico-matemática Pensa através do raciocínio e da dedução

Visual-Espacial Pensa através de imagens e relações espaciais

Quinestésica Toma consciência da realidade através do corpo

Musical Pensa através do ritmo e da melodia

Interpessoal Pensa através da troca de ideias com outras


pessoas

Intrapessoal Precisa de um tempo e de espaços individuais


introspectivos para amadurecer as ideias

38
SOU INTELIGENTE À MINHA MANEIRA

EU SOU…
5
Queres descobrir como o teu cérebro funciona e como aprendes melhor?
Responde às perguntas que se seguem, assinalando SIM ou NÃO

S N
1. Quando pensas, os teus pensamentos são expressos em palavras?

2. Gostas de utilizar cores diferentes nos teus cadernos?

3. Gostas de “puzzles” ou de outros jogos de lógica?

4. Gostas de fazer jogos de mímica ou de gestos?


5. Gostas de utilizar esquemas, gráficos ou tabelas para resolver problemas?

6. Preferes estudar com um colega em vez de o fazeres sozinho?

7. Tens facilidade em exprimir oralmente as tuas ideias?

8. Gostas de pensar sobra as causas dos teus problemas e de tentar resolvê-los sozinho?

9. Consegues lembrar-te bem dos pormenores do que vês (formas, cores, posições, etc)?

10. Gostas de ler?

11. Quando há um conflito, consegues tentar ver o ponto de vista do outro e compreendê-lo?

12. Gostas de aprender “mexendo” nos objectos?

13. Gostas de ter tempo para estar sozinho?

14. Acontece-te bateres os dedos ou os pés ao ritmo de uma canção?

15. Gostas de pensar sozinho sobre o que aprendes ou sobre o que acontece à tua volta?

16. Gostas de estudar a ouvir música?

17. Gostas de escrever?

18. Gostas mais de estudar sozinho do que em grupo?

19. Gostas de trabalhar com números, como por exemplo, fazer contas e cálculos?

20. Sabes muitas canções de cor?

21. Gostas de praticar exercício físico?

22. Quando pensas, os teus pensamentos são expressos em imagens?

23. Tens facilidade em fazer amigos?

24. Ouves música para relaxar?

25. Gostas de fazer experiências sobra a matéria que aprendes?

26. Resolves problemas com facilidade?

27. Gostas de trabalhar em grupo?

28. Gostas de desenhar ou de tirar fotografias?

Agora que terminaste de responder ao inquérito, pede a autocorrecção ao técnico.

39
AUTOCORRECÇÃO Inteligência Linguística

Fala-se da existência de 7 tipos diferentes Gostas de ler e de escrever. Na verdade,


de inteligência. Isto que dizer que as és capaz de escrever bem e sem erros.
pessoas aprendem de maneiras muito Quando pensas, é através de palavras que
diferentes. Contabiliza as tuas respostas o fazes. Comunicas muito bem através da
SIM para cada um desses tipos de palavra.
inteligência.
Há actividades de que deves gostar e que
Inteligência Linguística: 1, 7, 10, 17 talvez te possam ser muito úteis no teu
estudo.
Inteligência Lógico-Matemática: 3, 5, 19,
26 Experimenta-as e treina-as.

Inteligência Visual-Espacial: 2, 9, 22, 28  Lê vários textos/livros.


 Escreve (podes fazer um ―diário de
Inteligência Musical: 14, 16, 20, 24 estudo‖, em que diariamente
registas o que estudaste).
Inteligência Corporal-Quinestésica: 4, 12,
21, 25  Conta/inventa histórias (se
inventares uma história com
Inteligência Interpessoal: 6, 11, 23, 27 conceitos/palavras que tens de
memorizar, essa tarefa será mais
Inteligência Intrapessoal: 8, 13, 15, 18 fácil).
 Faz/resolve jogos de palavras.
Os teus SIM concentram-se mais numa  Debate a matéria com familiares ou
das inteligências ou repartem-se por 2 ou amigos.
3?

Inteligência Lógico- Inteligência Visual-Espacial


Matemática
Frequentemente pensas com imagens.
Quando pensas, muitas vezes raciocinas Lembras-te facilmente dos pormenores do
sobre as coisas. Na verdade, é bem que vês/observas. Guardas bem na
possível que te sintas desafiado por memória as imagens visuais e as relações
problemas que exijam que tu raciocines. entre as coisas no espaço.
Provavelmente gostas de encontrar Há actividades de que deves gostar e que
sempre uma explicação para tudo. te podem ajudar no estudo.
As actividades que se seguem poderão ser Experimenta-as.
do teu agrado e dar-te uma grande ajuda
quando estudas.  Faz desenhos ou outras imagens
visuais (ex. diagramas, gráficos)
Experimenta-as e treina-as. sobre o que estudaste.
 Faz experiências.  Vê filmes ou slides sobre as
 Levanta questões sobre a matéria e matérias.
procura respostas.  Lê livros ilustrados.
 Constrói/resolve puzzles e outros  Sublinha as palavras-chave com
jogos lógicos. marcadores coloridos.
 Faz trabalhos de pesquisa sobre os  Para escreveres melhor, descreve
assuntos que estás a estudar, as imagens que tens no
usando a biblioteca, a Internet, … pensamento; podes desenhar
primeiro e escrever depois.
40
Inteligência Musical Inteligência Corporal-
Quinestésica
Aparecem, frequentemente, no teu
pensamento, ritmos e melodias. Gostas de Certamente tomas consciência da realidade
estudar com música. Fixas bem canções e através do corpo, utilizando todos os
ritmos. Talvez gostes de cantar e de sentidos. Gostas de aprender mexendo nos
marcar ritmos com o corpo. materiais e experimentando-os. Às vezes
contas pelos dedos. Não gostas de estar
As sugestões que se seguem poderão ser parado muito tempo e, de vez em quando,
do teu agrado e dar bons resultados no teu precisas de te mexer (levantar, caminhar,
estudo. Experimenta-as e treina-as. etc.).
 Quando precisares de resolver um Gostas das actividades sugeridas?
problema, lê-o em voz alta, com Experimenta-as e vê se te ajudam no estudo.
ritmo.
 Grava a tua leitura e ouve-a.  Faz dramatizações sobre as
Repete a leitura gravada, matérias.
melhorando-a.  Faz jogos de gestos sobre a matéria
 Quando precisares de escrever, diz com os teus colegas.
as frases/texto em voz alta primeiro  Segue a leitura com um dedo ou um
e, se te soar bem, escreve de lápis.
seguida.  Para resolver um problema,
 Utiliza mnemónicas. Podes ser tu a representa-o com objectos que
tenhas à mão.
inventá-las.
 Para fixares a forma de escrever uma
 Inventa/adapta canções para os
palavra escreve-a com o dedo, no ar
conteúdos que queres aprender. e em superfícies diferentes.

Inteligência Interpessoal Inteligência Intrapessoal

Pensas melhor quando podes trocar ideias Gostas de ter o teu espaço próprio.
com outras pessoas. Gostas de conviver. Preferes estudar sozinho. Assim pensas
Fazes amigos com facilidade. melhor e fazes a tua reflexão pessoal.
Aprecias ter tempo para fazer as coisas
Lê as sugestões que se seguem. sozinho.
Provavelmente vais apreciá-las e elas
poderão ajudar-te a estudar melhor. As sugestões seguintes podem agradar-te
Experimenta-as e pratica-as. e talvez possam ajudar-te no estudo.
Experimenta-as.
 Estuda em grupo
 Pede a um familiar ou amigo que te  Procura encontrar relações entre o
ajude a fazer revisões, discutindo a que aprendes de novo e os teus
matéria contigo ou fazendo-te interesses pessoais ou as coisas
perguntas sobre ela. que já sabes.
 Sempre que possível, faz trabalhos  Estabelece metas pessoais para o
a par ou em grupo. teu estudo, de acordo com o teu
 Podes utilizar o correio electrónico próprio ritmo.
para estabeleceres  No fim de estudar, reflecte sozinho
correspondência com os outros sobre o que aprendeste. Podes até
jovens e discutires os assuntos que escrever um ―diário de estudo‖.
estás a estudar.  À noite, antes de dormir, faz uma
revisão rápida do que estudaste e
uma reflexão, também rápida,
sobre os resultados obtidos.
41
UNIDADE

PLANIFICAÇÃO

SESSÃO 4

Como vencer a procrastinação!

SESSÃO 5

O dia só tem 24 horas!

42
SESSÃO
COMO VENCER A
4 PROCRASTINAÇÃO!

OBJECTIVOS

 Demonstrar que uma gestão eficaz do tempo aumenta o rendimento


escolar.
 Como elaborar uma planificação anual / semanal

ENQUADRAMENTO

É natural e até saudável que o jovem ocupe parte do teu tempo com música,
desporto ou convívio. Mas também é importante consagrar uma boa parcela de
tempo aos estudos.

As capacidades intelectuais não são as únicas responsáveis pelo sucesso ou


insucesso dos jovens. Estudar e obter um bom rendimento requer, para além
de motivação, uma adequada planificação.

Tomar consciência do tempo gasto e do tempo perdido, num dia, numa


semana, num período… é fundamental para se tomar decisões.

Para lidar com a procrastinação, podem ser utilizadas algumas estratégias tais
como: melhorar a gestão do tempo, aumentar a atenção e a concentração na
tarefa, dividir os objectivos a longo prazo nuns mais proximais, redução da
ansiedade, …

43
ORGANIZAÇÃO DO HORÁRIO DE ESTUDO

Uma grande parte dos jovens não realiza um estudo regular, limitando-se por
vezes a fazer os trabalhos de casa e a estudar apenas na véspera dos testes.

Vantagens da elaboração de um horário de estudo:


 Materializa a necessidade do estudo diário e pode motivar o jovem
para a sua realização;
 Se for dado a conhecer à família esta estratégia, a mesma pode
assumir o compromisso de ajudar no seu cumprimento, dando
estímulos e evitando obstáculos.

Características do horário de estudo:


 Deve ser individual e realista, ou seja, deve basear-se:
1. Nas necessidades de estudo e nas actividades concretas a
realizar;
2. Na possibilidade pessoal de levar essa planificação à prática.

O horário deve ser equilibrado, prevendo:


1. Períodos de estudo mais longos nos dias com menos aulas;
2. Períodos de estudo mais curtos nos dias em que há mais aulas.

O horário deve prever revisões diárias da matéria dada nesse dia. Se isso
acontecer, a matéria está ainda presente na memória, pelo que o esforço a
desenvolver e o tempo a utilizar serão bastante inferiores ao que terá de
disponibilizar se as revisões apenas forem feitas alguns dias depois, ou na
véspera do teste.

A PLANIFICAÇÃO

Melhora: Evita: Permite:


 O rendimento  A ansiedade  Ter os estudos em dia
 A organização  O cansaço  Superar as dificuldades
 A concentração  A pressão  Ter maior
 A autonomia  O esforço disponibilidade para o
 A motivação desnecessário lazer
 Os problemas de  Controlar o tempo
tempo  Ter uma visão global da
 Os contratempos de matéria
última hora

44
ACTIVIDADE
Planificação
Anual
6

É apresentado ao jovem um mapa anual onde este terá que


marcar as datas significativas, nomeadamente fins-de-
semana, férias, testes, trabalhos e visitas de estudo. Esta
planificação anual é importante para o jovem possua uma
visão global do seu ano lectivo.

ACTIVIDADE
Planificação Semanal
7

Elaborar um horário semanal é um passo importante para tomar consciência do


tempo a utilizar, semanalmente, nas diversas actividades.

Para a elaboração do horário, o jovem deve seguir os passos enunciados na ficha


―O meu horário de estudo‖. Achamos que não deve haver uma definição rígida de
disciplinas e de tempo para cada uma delas, em todos os dias da semana. Essa
gestão do tempo e das tarefas deverá ser flexível e feita de uma forma realista e
adequada às necessidades, que se vão modificando dia a dia.

O preenchimento do horário de estudo deverá ser antecedido de um debate


sobre a forma como os jovens habitualmente estudam e sobre as vantagens ou
desvantagens que daí advêm. Da sua experiência, será possível chegar à
conclusão de que a elaboração e cumprimento de um horário poderá facilitar o
estudo, dando-lhe melhor organização e servindo de motivação pelo
estabelecimento de um compromisso. Após esse debate, será distribuída e
analisada a ficha.

Cada jovem preenche o seu próprio horário de estudo. Posteriormente, mostrá-lo-


á ao técnico e serão feitas, em conjunto, as modificações necessárias (por
exemplo, aumentar ou diminuir o tempo de estudo ou escolher horas mais
adequadas para estudar).

45
SESSÃO
UM DIA SÓ TEM 24 HORAS!
5

OBJECTIVOS ENQUADRAMENTO

Partindo do plano semanal, o jovem irá Diariamente, os jovens precisam de


preparar a sua sessão de estudo planificar o seu estudo, nos períodos
diária, de forma a estabelecer previstos no seu horário. As sessões
de estudo podem ter objectivos
prioridades.
diferentes:
Estabelecendo metas a curto prazo, Mais curtos (nos dias muito
sobrecarregados de aulas) –
escolhendo as alturas mais favoráveis
limitando-se os jovens a fazer as
do dia para trabalhar e modificando revisões da matéria dada no dia e os
algumas condições do local de estudo trabalhos de casa.
para o tornar mais agradável, Mais longos (nos dias com poucas
aumentará a motivação para as tarefas aulas ou aos fins-de-semana) – onde
escolares. os jovens farão revisões mais
aprofundadas e preparação de
testes.

Sugestões para a organização do período de estudo


Período inicial 5 minutos para preparação do material necessário – assim
se evitam posteriores interrupções e quebras de
concentração e rendimento.
Duração de Entre 20 e 40 minutos – ao fim deste tempo, o estudo já
cada período não dá o rendimento pretendido, pelo que convém
de estudo descansar um pouco.
Intervalos Os intervalos para descanso não devem ter uma duração
entre os superior a 10 minutos. Não devem ser dedicados a
períodos de actividades demasiado motivadoras (ex. telemóvel,
estudo computador, tv), que poderiam fazer perder a motivação
para regressar ao estudo.
Organização Início – uma disciplina de dificuldade média, para ajudar a
das disciplinas ―aquecer o motor‖ ou disciplinas de maior dificuldade, se a
motivação para o estudo for muito elevada.
Em seguida – disciplinas de maior dificuldade, para
aproveitar o período de maior rendimento.
Por fim – disciplinas mais fáceis, quando já se encontra
mais cansado e o rendimento é menor.

46
A MINHA SESSÃO DE ESTUDO…
ACTIVIDADE

Esta ficha fornece indicações práticas para a planificação da sessão de estudo,


acompanhadas de questões orientadoras.

Para uma maior motivação dos jovens o técnico pode dirigir a actividade,
colocando-lhes questões do tipo:

 Como é que organizas o teu estudo?


 Quando terminas o teu estudo, costumas pensar sobre a forma como ele
decorreu?

Após o debate, o técnico distribui a ficha, cuja aplicação será analisada em função
das conclusões do debate anterior.

Para os jovens terem mais facilidade em planificar as suas sessões de estudo, é


entregue uma grelha, que pode ser usada diariamente.

AUTO-AVALIAÇÃO DA MINHA
ACTIVIDADE
SESSÃO DE ESTUDO
9

Pretende-se que através do preenchimento da ficha de auto-avaliação o jovem


possa introduzir um olhar crítico sobre o resultado das estratégias que utilizou
para atingir os objectivos e a necessidade de as mesmas serem ou não alteradas
face aos resultados alcançados.
A auto-avaliação é o método de excelência para a regulação e auto-regulação de
procedimentos, dado ser um processo interno ao próprio indivíduo.
Como sabemos, uma boa explicação do professor não garante totalidade a
apropriação de conhecimentos, por parte do formando, e que os erros só podem
ser superados por quem os comete e não por aqueles que os referenciam.
No final o técnico deverá debater com o jovem a consistência das
soluções/sugestões apresentadas pelo próprio para melhorar a sua performance.

47
MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA
/ACTIVIDADES

48
SESSÃO COMO VENCER A PROCRASTINAÇÃO!
4

É natural e até saudável que ocupes parte do teu tempo com a música, o
desporto ou o convívio. Mas também é importante consagrar uma boa parcela
de tempo aos estudos.

O estudo e as outras ocupações podem ser conciliados. Ninguém precisa de


renunciar à vida para ser bom estudante. Cabe a cada um optar e estabelecer
a sua escala de prioridades, isto é, fazer uma gestão racional do tempo,
dedicando a cada tarefa o tempo que ela merece ou necessita.

Organização do local de estudo

As condições ambientais e pessoais são decisivas para o teu desempenho


académico.

Algumas características físicas do local de estudo podem facilitar ou dificultar


os teus resultados.

O teu estudo será melhor e render-te-á muito mais, se o teu local de


estudo for:

1 – Fixo.

2 – Calmo, agradável e isento de perturbações como a música, a televisão, a


conversa…

3 – Bem iluminado.

4 – Simples e sem muitos detalhes que distraiam.

O teu local de estudo também deve possuir:

1 – Uma mesa e cadeira que te garantam uma correcta posição do corpo.

2 – Todo o material que te vai ser necessário para estudar sem ter que fazer
interrupções.

O tempo de estudo

O tempo não é ilimitado. O dia só tem 24 horas, portanto, há que organizá-lo


bem, para melhor o rentabilizar.

49
A vantagem da elaboração de um horário de estudo é que materializa a
necessidade do estudo diário e pode motivar-te para a sua realização. Assim,
os teus dias serão mais equilibrados, evitando sobrecarga de trabalho nuns e
demasiado ―alívio‖ noutros.

As características de um horário de estudo são:

 Deve ser individual e realista, baseando-se nas necessidades de estudo


e nas actividades concretas a realizar, e na possibilidade pessoal de
levar essa planificação à prática.
 O horário deve ser equilibrado, prevendo períodos de estudo mais
longos nos dias com menos aulas e, períodos de estudo mais curtos nos
dias mais sobrecarregados.

A PLANIFICAÇÃO

Melhora: Evita: Permite:

 O rendimento  A ansiedade  Ter os estudos em


dia
 A organização  O cansaço
 Superar as
 A concentração  A pressão
dificuldades
 O esforço
 A autonomia  Ter maior
desnecessário disponibilidade para
 A motivação  Os problemas de tempo o lazer
 Os contratempos de  Controlar o tempo
última hora  Ter uma visão
global da matéria

IMPORTANTE: Não é fácil fazer ou cumprir um horário, mas vale a pena


tentar. O horário não é uma prisão ou uma ―camisa-de-forças‖, de onde não se
possa fugir. O horário é um guia que te leva a trabalhar com regularidade. O
trabalho regular representa um exercício de autodisciplina e uma segurança
contra imprevistos.

50
PLANIFICAÇÃO ANUAL
6
Ano Lectivo 20_ / 20_

Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Mês
Dia
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

 Pinta de vermelho os espaços correspondentes a sábados, domingos e feriados.


 Assinala datas especificas que não deves esquecer, como férias, aniversários, …
 Ao longo do ano vai marcando datas de: testes; trabalhos; visitas de estudo; outros.

Assim, poderás ter uma visão global do teu ano lectivo.

51
O MEU HORÁRIO DE ESTUDO SEMANAL 7
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
8.30

9.30

10.30

11.30

12.30

13.30

14.30

15.30

16.30

17.30

18.30

19.30

20.30

21.30

1. Assinala o horário das aulas com uma cor.


2. Assinala o horário das actividades não escolares mas que são
obrigatórias, fixas e regulares, tais como refeições, tarefas domésticas,
actividades desportivas, utilizando uma cor diferente.
3. Por fim, assinala os períodos que podes dedicar ao estudo, com outra
cor.
4. Dedica diariamente algum tempo para fazer revisões da matéria dada
nesse dia e os trabalhos de casa dessas disciplinas. Nos dias em que
tiveres menos aulas e numa pequena parte do fim-de-semana, dedica
algumas horas a fazer revisões mais aprofundadas, a estudar as
matérias em que tens mais dificuldades, a preparar testes, …

52
SESSÃO UM DIA SÓ TEM 24 HORAS!
5

COMO PLANIFICAR E ORGANIZAR A MINHA SESSÃO DE ESTUDO

1. Para o estudo te render, começa por definir os teus objectivos e o


trabalho que vais ter que fazer. Há perguntas que te podem ajudar.

Antes do O que tenho  Trabalhos de casa das disciplinas de…


estudo de fazer hoje?  Rever matéria dada nas aulas de…
 Preparar o teste de…
 Fazer revisões da matéria…da disciplina de…

Como vou  Dar mais tempo às disciplinas em que tenho


distribuir as mais necessidade de estudo
actividades?  Começar pela disciplina de dificuldade média e
de que gosto mais
 Continuar com as disciplinas mais difíceis
 Deixar as disciplinas mais fáceis para o fim
 Prever pequenos intervalos para descansar

De que  Pensar no material necessário: manuais,


material vou cadernos diários, dicionários, máquina de
precisar? calcular, lápis, borracha,…
 Colocar todo esse material no local de estudo

O que vou  Que assuntos/matérias vou estudar?


exactamente  Em que capítulos/páginas do manual está essa
fazer? matéria?
 Em que lições do caderno diário está essa
matéria?
 Que actividades vou fazer para estudar? (ler as
páginas do manual, fazer resumos, resolver
exercícios,…)

53
2. Quando acabares de estudar, precisas de fazer a avaliação do teu
trabalho.

Cumpri os meus  Posso fazer perguntas a mim próprio ou


Depois do objectivos? pedir a um familiar ou a um colega que
estudo mas faça

Já consegui  Se tiver dúvidas, pergunto a um colega


aprender aquilo que ou anoto-as para perguntar, na aula, ao
queria? professor

Atenção:

Se conseguiste cumprir os teus objectivos, estás de parabéns. Vai fazer uma coisa de que gostas
como recompensa.

Se não conseguiste atingir os teus objectivos, precisas de rever o teu plano de estudo e analisar
o que falhou.

54
A MINHA SESSÃO DE ESTUDO 8
DATA: __________________

Hora Disciplina Matéria Pág. do manual Actividades Observações


Nº da lição

55
AUTO-AVALIAÇÃO DA MINHA SESSÃO DE
ESTUDO
Quando terminares o teu estudo diário, vê se conseguiste atingir os teus
9
objectivos.

Preenche a ficha que se segue.

Se alguma resposta for ―não‖, pensa numa forma de ultrapassar o problema.

Se responderes ―não‖ a tudo, reflecte um pouco e tenta ver o que falhou, para
poderes encontrar forma de estudar mais eficaz.

Possíveis dificuldades Sim Não Soluções

1. Distribui bem o tempo


pelas várias disciplinas?

2. Consegui definir o que


tinha que estudar em cada
disciplina?

3. Consegui encontrar essa


matéria no manual e no
caderno diário?

4. Estudei com atenção e


com cuidado?

5. Percebi a matéria?

6. As actividades que eu
escolhi ajudaram-me a
aprender?

56
UNIDADE

LEITURA / ESCRITA

SESSÃO 6

Vamos conhecer um livro!

SESSÃO 7

Quem conta um conto…

SESSÃO 8

Texto Criativo/ Texto Informativo

57
SESSÃO
VAMOS CONHECER UM LIVRO
6

OBJECTIVOS
ENQUADRAMENTO

Uma das áreas em que muitos jovens Dar a conhecer as três fases
sentem grande incapacidade é a da de leitura:
leitura. O facto de lhes ser difícil
 Pré-leitura
interpretar textos escritos acarreta
 Leitura compreensiva
dificuldades acrescidas em várias
 Pós-leitura
disciplinas.

Propomo-nos fazer uma abordagem


global da leitura e também de
algumas competências específicas
deste domínio.

58
COMO LER E COMPREENDER
ACTIVIDADE
MELHOR UM TEXTO
10

Numa primeira fase é importante explorar os hábitos de leitura de cada jovem.


Realizar, de seguida, um pequeno debate sobre a importância da leitura como
veiculo prioritário para a aquisição de novos conhecimentos.

Posteriormente, é facultado uma ficha/ajuda para operacionalizar as fases de


estudo de um texto. O seu conteúdo pode ser trabalhado de diferentes
maneiras:

 A ficha referida é lida e analisada e, depois, aplicada por modelação.


 É possível levar os jovens a aperceberem-se da melhoria dos
resultados práticos quando se faz a abordagem sistematizada de um
texto, utilizando o seguinte processo:
1. Pedir aos jovens que leiam um texto e, de seguida, que
respondam a um questionário.
2. Pedir aos jovens que trabalhem outro texto, de acordo com as
instruções que vão sendo dadas oralmente pelo técnico, de uma
forma mais ou menos directa, e que são as que estão contidas
na ficha, ex: o técnico pode começar por um questionamento
sobre as imagens e sobre o título. Após a leitura do texto,
seguindo todas as fases descritas na ficha, os jovens respondem
também a um questionário.
3. O técnico promove um debate no grupo sobre a diferença de
resultados e dos processos utilizados na leitura dos dois textos.
4. A ficha é distribuída e analisada.

59
SESSÃO

7 QUEM CONTA UM CONTO…

OBJECTIVOS Conhecer as especificidades dos textos


literários.

Fases de escrita de um texto


ACTIVIDADE

11

Nesta ficha estão organizadas, em esquema, os passos utilizados na


abordagem à escrita. Depois de a mesma ser distribuída aos jovens, será
analisada em conjunto.

O CAMINHO PARA ESCREVER UM TEXTO


ACTIVIDADE

12

Esta ficha ajuda a operacionalizar o esquema que vem referido nas fases
de escrita de um texto, através da sugestão de questões orientadas,
relativas a cada uma dessas fases. O jovem será então colocado perante
uma situação concreta, que lhe permitirá compreender melhor o processo
para que mais tarde o possa aplicar autonomamente. É de salientar que
este tipo de actividade facilita o trabalho aos jovens que aprendem de uma
forma visual e através de esquematizações.

60
SESSÃO
TEXTO CRIATIVO /
8 TEXTO INFORMATIVO

OBJECTIVOS

Identificar e distinguir texto criativo – narrativo / descritivo e texto


informativo – expositivo – argumentativo

TEXTO CRIATIVO – NARRATIVO /


DESCRITIVO
ACTIVIDADE
TEXTO INFORMATIVO – EXPOSITIVO –
13 ARGUMENTATIVO

O técnico pede aos jovens que debatam as características dos diversos


tipos de texto. O debate pode ser feito em pequenos grupos e depois em
situação mais alargada. Conforme o ano de escolaridade e o nível de
conhecimento dos jovens, eles poderão reflectir sobre cada um dos tipos
de texto – Narrativo, Descritivo e Expositivo-argumentativo – em simultâneo
referindo-se até às semelhanças e diferenças dos textos ou abordar cada
tipo de texto em sessões diferentes.

Posteriormente, é distribuída a ficha respectiva a cada tipo de texto, a qual


será lida e analisada.

Os jovens podem produzir, em pequenos grupos, textos de cada um dos


tipos apresentados e depois apresentá-los ao grupo, que fará comentários
e sugestões de modificação e/ou de melhoria.

É de realçar, perante os jovens, que um texto nunca deve ser entendido


como um produto acabado, mas como algo que pode sempre ser revisto,
corrigido e melhorado.

61
MAPA DE IDEIAS
ACTIVIDADE
TEXTO CRIATIVO / INFORMATIVO
14

Texto criativo

Pode ser utilizado como uma forma de registar ideias que vão surgindo ou
como meio de organizar ideias obtidas previamente. No centro coloca-se a
ideia principal. A partir daí surgem diversas ideias, que correspondem a
diferentes ramos. Cada uma dessas ideias vai gerar outras, relacionadas
com as anteriores e que, por isso mesmo, a elas dizem respeito. Assim, o
―mapa de ideias‖ vai crescendo sucessivamente e, a partir dele, produzir-se-
á um conjunto de ideias organizadas e interligadas.

Para redigir o seu texto, o jovem pode optar por eliminar algum dos
ramos/ideias e aprofundar outros, com ideias secundárias. No caso
presente, do texto criativo, terá que respeitar a existência dos seus
elementos (personagens, local, etc).

Os jovens podem efectuar a criação das suas histórias individualmente ou


em grupo e os resultados obtidos serão mostrados à turma e discutidos.

Texto informativo

O técnico pode utilizar, com esta ficha, uma forma de tratamento idêntico à
referida na actividade anterior.

As ideias que vão surgindo ficam organizadas em parágrafos (cada ramo).


Os jovens podem, também, fazer a selecção das ideias que vão explorar e
eliminar as que não lhes interessam, ou seja, os ramos que as contêm.

62
MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA
/ACTIVIDADES

63
SESSÃO VAMOS CONHECER UM LIVRO
6

SUGESTÕES PARA COMBATER OS FANTASMAS DA LEITURA

 Imagina que és uma personagem da história e que estás a viver a


própria história. Como te sentes? O que pensas das outras
personagens? O que pensas do que está a acontecer? O que pensas
que vai acontecer?
 Imagina que estás no local onde se passa a história ou que está a ser
descrito. Imagina que estás perante o objecto, o animal, a planta, a
paisagem, etc., que é objecto do texto.
 O que podes ver?
 Que cheiros sentes? Que sons ouves?
 Podes tocar em alguma coisa? Que sensações tem quando tocas nisso?
Está quente ou frio? É macio ou áspero?
 Estás a presenciar algo que possas provar? Como imaginas o sabor? É
doce, amargo, salgado, ácido, agradável, desagradável?

 Procura transformar o texto em imagens. O que vês? Tenta desenhar
aquilo que vês. Podes fazer um desenho ou uma sequência de
desenhos.
 Lê em voz alta.
Podes fazer essa tarefa sozinho. Podes até gravar a tua leitura. Em seguida,
ouve-a e faz a tua autocrítica (o texto percebe-se bem? Foi lido de uma forma
natural ou “aos soluços”?). Faz nova gravação para corrigir os aspectos que
achares que devem ser melhorados.

Podes trabalhar com um colega ou com um familiar. Pede-lhe que ouça a tua
leitura. Quando terminares, pergunta-lhe o que ele achou (o texto percebe-se
bem? Foi lido de uma forma natural ou “aos soluços”?). Lê-o de novo.

 Conversa com um colega sobre o texto. Façam perguntas um ao outro


sobre o conteúdo do texto. Discutam as vossas opiniões acerca do texto.
 Dramatiza a história do texto, sozinho ou com colegas.
 Imagina que és cientista ou um historiador e que estás a investigar o
assunto de que o texto trata. Dramatiza aquilo que farias. Podes fingir
que estás a tirar fotografias a um monumento ou a ver uma planta ao
microscópio.
 Tira notas do que achares importante.
 Faz esquemas com o que achares importante.
 Faz perguntas à margem do texto. No fim, lê-as e tenta responder-lhes.

64
COMO LER E COMPREENDER MELHOR UM TEXTO

Para leres e compreenderes bem um texto, experimenta utilizar


10
este processo.

Antes da leitura
Exemplos de questões
 Pesquisa ou leitura rápida
TEXTOS NARRATIVOS
 Lê os títulos e os subtítulos.
 Lê a introdução e as conclusões.  Quem são as personagens
 Observa os mapas, as gravuras e os gráficos. principais?
 Quando e onde se passa a acção?
 Auto-questionamento
 Transforma o título numa questão. TEXTOS EXPOSITIVOS
 Tenta fazer perguntas sobre o texto.  Porque é que o professor quer que
eu leia este texto?
 O que preciso de ficar a saber?
 Qual será o tema do texto? O que é
que eu sei sobre esse tema.

Durante a leitura
Exemplos de questões
 Lê todo o texto, com cuidado, para poderes
responder a todas as perguntas que fizeste. TEXTOS NARRATIVOS
 Faz novas perguntas e encontra as respostas.
 O que acontece a cada personagem
 Presta atenção às palavras mais destacadas. nos vários momentos da história?
 Procura compreender todos os gráficos, figuras, etc…  Porque é que isso acontece?

 Tenta identificar as ideias principais. O que vai acontecer a seguir?

 Clarifica as palavras/conceitos que não compreendes. TEXTOS EXPOSITIVOS


 Utiliza uma ou várias destas técnicas: sublinhar,
 Qual é a ideia principal?
anotar, parafrasear, resumir, esquematizar.  Em que me baseio para considerar
essa ideia a principal?
 Que relação existe entre esta
matéria e a que estudei até agora?
 Que perguntas podem ser feitas
pelo professor sobre essa matéria?

Depois da leitura

1. Auto-avaliação
 Vê se compreendes bem o texto. Responde às perguntas que fizeste ou a
perguntas que constem no livro.
 Conversa com um colega ou familiar sobre o texto.
2. Memorização
 Lê os esquemas, as notas, os resumos.
 Repete oralmente a matéria ou grava-a.
 Escreve o que queres fixar.
 Faz revisões frequentes.

65
SESSÃO QUEM CONTA UM CONTO…
7

FASES DE ESCRITA DE UM TEXTO 11


Definir o tipo de texto

Recolha de ideias /
ANTES informações

 Brainstorming
 Mapa de ideias
 Leitura

Elaboração de um plano

(estruturação de ideias)
DURANTE
 Desenvolvimento
 Introdução e
conclusão

Rascunho

Redacção

Autocorrecção

DEPOIS
 Avaliar
 Reescrever

PRODUTO ESCRITO
FINAL

66
O CAMINHO PARA ESCREVER UM TEXTO

1 Que tipo de texto vou escrever?


12
ANTES

2 Como vou recolher as ideias/informação?

3 Como vou organizar a informação?


DURANTE

4 Vou começar a escrever.


 Desenvolvimento

 Introdução

 Conclusão

DEPOIS 5 Consegui escrever e responder à tarefa que


me propus fazer?

6 Preciso de melhorar?
SIM NÃO

7 Vou reescrever o texto, melhorando-o (se


necessário).

67
SESSÃO TEXTO CRIATIVO / TEXTO INFORMATIVO
8

TEXTO CRIATIVO – NARRATIVO 13


Que acontecimentos vão ser narrados?
ACÇÃO Como se vão desenrolar?
PERSONAGENS Quem intervém?
TEMPO Em que momento decorrem os
acontecimentos?
ESPAÇO Onde se desenrola a acção?
ELEMENTOS
É ou não personagem da história?
NARRADOR Narra na 1ª ou 3ª pessoa?
De que modo relata os factos? Sério,
irónico, cómico…?
TÍTULO Que palavra ou expressão pode ser
mais sugestiva?

INTRODUÇÃO Situação inicial/Apresentação do herói.


DESENVOLVIME Projectos e desejos do herói.
ESTRUTURA NTO Obstáculos levantados à concretização
dos desejos.
(tipo conto Auxílios prestados para a realização de
tradicional) desejos.
Sucessos e insucessos do herói.
CONCLUSÃO Situação final/Desenlace

 A ordem do relato dos factos (cronológica


ou outra).
 Articulação de frases e parágrafos.
REGRAS  Situar os factos no tempo e no espaço.
 Introdução do discurso directo e regras da
sua utilização.
 Importância do pretérito perfeito.
 Variedade e expressividade do vocabulário
e outros recursos expressivos (metáfora,
personificação, hipérbole, ironia, etc.).

68
TEXTO CRIATIVO – DESCRITIVO

TIPOS DE DESCRIÇÃO O autor usa rigor e imparcialidade.


OBJECTIVA Faz referência a características
DESCRIÇÃO
captadas pelos sentidos.
DESCRIÇÃO O autor transmite sensações e
SUBJECTIVA emoções pessoais na descrição

1. Escolher um ponto de observação (uma janela,


TÉCNICAS um miradouro, …) e o modo de observação (fixo
ou em movimento)
2. Definir o campo de observação:
 Sectores (direita, esquerda…superior,
inferior…)
 Planos (primeiro, segundo, terceiro…)
3. Efectuar o primeiro registo de observações:
Impressão de conjunto;

Pormenores captados pelos sentidos (formas,


cheiros, sons, cor, brilho…)

4. Ordenar as observações:
 Da impressão de conjunto para os pormenores;
 Dos pormenores para o aspecto global;
 Do plano mais próximo para o mais distante.

REGRAS Construção de parágrafos de acordo com a ordem das


observações.
Localização (advérbios e locuções adverbiais) e
caracterização (adjectivos) de cada um dos aspectos
seleccionados.
Indicativo – presente e imperfeito
Evitar a repetição dos verbos ser, haver, ter e estar.
Vocabulário sugestivo e outros recursos expressivos
(comparação, metáfora, personificação,…)

69
TEXTO INFORMATIVO – EXPOSITIVO/ARGUMENTATIVO

Apresenta uma tese. Fornece os dados e as observações que podem ser úteis
para convencer o leitor da sua validade.

TEXTO Apresentação global de tudo o que se refere


TIPOS DE TEXTO EXPOSITIVO a uma questão:
 Delimitação do tema e fornecimento
dos seus antecedentes;
 Apresentação do estado da questão;
 Desenvolvimento: podendo incluir
demonstração, descrição,
caracterização, processos e
resultados;
 Conclusão: síntese das ideias
principais.

TEXTO Apresentação de argumentos ou conjuntos


ARGUMENTATIVO de razões a favor ou contra uma opinião ou
tese:
 Expressão de certeza, dúvida ou
opinião;
 Justificação de uma opinião;
 Desenvolvimento de um ponto de
vista.

INTRODUÇÃO  Colocar o problema (de que se


ESTRUTURA trata?)
 Situar no contexto (porquê este
problema?)
 Enunciar o plano (quais os pontos
a focar?)
Não deve ser demasiado longa nem demasiado
geral. Um a dois parágrafos.

DESENVOLVIMENTO De acordo com o que foi referido


anteriormente.

CONCLUSÃO  Sintetizar as etapas do plano


(resume o desenvolvimento).
 Mostrar a resolução do problema.
 Definir o ponto de vista sobre o
problema, de forma persuasiva.
Deve dar resposta às questões levantadas na
introdução. Um a dois parágrafos.

 Despertar interesse. Ser concreto. Envolver o leitor,


REGRAS fazendo-o partilhar os nossos pontos de vista.
 Destacar aspectos importantes da tese de um texto,
evidenciando o problema-alvo.
 Usar poucos argumentos, mas de boa qualidade.
 Mostrar/provar em vez de declarar. Ser concreto e dar
exemplos e pormenores.

70
MAPA DE IDEIAS
Texto criativo
14
Inventa uma história ou pensa numa que já conheças.

Preenche o mapa de ideias, de acordo com essa história.

Podes modificar o mapa, se precisares. Ilustra-o.

Personagens

Oponentes

Principal

Secundárias

Titulo

Tempo
Adjuvante
s

Espaço

71
MAPA DE IDEIAS
Texto informativo

Reflecte sobre o tema indicado pelo teu professor e preenche o mapa de


ideias. Podes modificá-lo, se precisares. Ilustra-o.

TEMA

72
CONECTORES

Provar Ilustrar/exemplificar Concluir

 Assim  Em conclusão
 Com efeito
 Por exemplo  Finalmente
 Uma vez que
 É de realçar  Por todas estas
 Ainda mais
 Ressalta-se razões
 Decerto
 Importa salientar  Definitivamente
 Sem dúvida
 É importante  Consequentemente
 Com certeza
frisar  Em consequência
 Efectivamente
 Em síntese
 Deste modo
 Enfim
 Na verdade
 Ora

Explicar/Clarificar Reforçar a ideia

 Isto é  Como já foi dito Semelhança


 Ou antes  Por isso
 Aliás  Do mesmo modo
 Na grande
 Ou seja  Igualmente
 Quer dizer maioria
 Por outras palavras  Em favor de
 Ou melhor  Em virtude de Causa
 Melhor dizendo  Além disso
 Então  Além de  Porque
 Tomemos como exemplo  Ainda  Visto que
 Pode dizer-se
 Sobretudo  Dado que
 É o caso de
 Neste caso
 Neste caso
 Como veremos  Também
 Até  Por esta razão Consequência
 Sendo assim  Note-se
 Por vezes  De acordo com  Daí
 Às vezes  Para além de  Por isso
 Veja-se  Portanto
 Ou mesmo
 Compare-se
 Assim
 Observe-se
 Em relação
 No que diz respeito a
Atenuar/restringir

Ligar temporalmente Oposição/contraste Ligar espacialmente

 Quando  Pelo menos  Ao lado de


 Antes  Ressalve-se  À direita
 Entretanto  Neste caso  No meio
 Depois  No entanto  Ao fundo
 Logo que  Todavia  Sobre
 Mas  Por um lado
 Porém  Por outro lado
 Apesar disso
 Pelo contrário
73
UNIDADE

AVALIAÇÃO

SESSÃO 9

Qual destas afirmações está correcta?

SESSÃO 10

O que mudou?

74
SESSÃO
QUAL DESTAS AFIRMAÇÕES
9
ESTÁ CORRECTA?

OBJECTIVOS

Avaliar as atitudes dos jovens perante uma prova de avaliação,


designadamente o antes, durante e depois, de forma a identificar e superar as
suas dificuldades.

ENQUADRAMENTO

Muitos jovens queixam-se de que estudam, sabem a matéria mas os testes não
lhes correm bem. Outros dizem que não sabem como se devem preparar.
Outros, ainda, não se sentem motivados para estudar ou não acreditam nas
suas capacidades.

A realização de testes é causa de grande ansiedade para muitos jovens.

A preparação para os testes passa por três fases, que por sua vez pressupõem
três condições básicas.

FASES

PRÉ-TESTE TESTE PÓS-TESTE

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O SUCESSO

 Atitudes positivas
 Informação suficiente
 Autocontrolo

75
ACTIVIDADE
COMO ME SINTO FACE AOS TESTES
15

Os jovens precisam de tomar consciência daquilo que os atemoriza nos testes,


para que possam encontrar as suas estratégias de resolução. Esta ficha é
preenchida individualmente. Conforme as situações, o técnico pode optar por
diferentes estratégias para posterior tratamento:

 Uma conversa do técnico apenas com o jovem


 Debate em pequenos grupos, seguido de debate alargado ao grupo
 Debate pelo grupo

Ao responder à ficha, o jovem apercebe-se de algumas situações de que não


tinha tomado consciência como, por exemplo, que durante os testes pensa
frequentemente que os outros estão a conseguir fazer bem e só ele é que está
a fazer tudo mal. Nesta situação a tomada de consciência da situação pode ser
suficiente para que resolva o problema. Se não for esse o caso, a detecção da
existência do problema irá facilitar a procura de estratégias de resolução. Com
um debate em grupo, os jovens podem falar das suas experiências pessoais e
da forma como alguns deles ultrapassam este ou aquele problema. Outros
poderão rever-se na situação descrita e conseguir desdramatizar o que o
atormenta ou encontrar meios de enfrentar as suas angústias e viver a
preparação para os testes e a sua execução de uma forma mais positiva.

AUTO-AVALIAÇÃO DO TESTE
ACTIVIDADE

16

O objectivo desta ficha é ajudar a que haja uma compreensão


de razões que contribuem para o insucesso. Deve ser preenchida no sentido de
transformar os fracassos em oportunidades de aprendizagem.

Isto passa também pelo estabelecimento de um plano de recuperação, pela


definição de objectivos e pela elaboração de um calendário de estudo.

76
SESSÃO
O QUE MUDOU?
10

OBJECTIVOS

Avaliação do recurso PRO'XTUDO com vista a completar um ciclo, promover


um debate entre os jovens, tendo como linha orientadora a pergunta:

O que mudou?

Preenchimento de uma ficha de avaliação.

77
MATERIAL DE APOIO À PRÁTICA
/ACTIVIDADES

78
SESSÃO QUAL DESTAS AFIRMAÇÕES ESTÁ CORRECTA?

Caso deseje alcançar bons resultados nas minhas provas de avaliação


(orais ou escritas), devo procurar:
1 – Preparar-me com tempo (Não devo guardar o estudo para a última hora).
2 – Realizar uma cuidadosa revisão final da matéria, antes de cada prova.

3 – Treinar-me para dar respostas (Devo imaginar perguntas e resolver testes antigos).
4 – Encarar as provas de avaliação com auto-confiança.
5 – Pensar antes de responder.
6 – Captar sempre o sentido exacto da pergunta.
7 – Responder de forma clara.
8 – Evitar falar sobre a matéria que não domino bem, nas minhas respostas.

9 – Assumir as responsabilidades perante uma nota negativa.


10 – Aproveitar o aviso de uma nota baixa para adoptar novos métodos de
trabalho/estudo.

ANTES DO TESTE: PLANIFICAÇÃO DO ESTUDO

 RECOLHER INFORMAÇÃO

Data e hora: junto do professor

Matéria: junto do professor, nos livros e cadernos

 PERIODO DE TEMPO ATÉ AO TESTE  PLANIFICAÇÃO DO ESTUDO

Estipular quantas vezes é necessário ler a matéria

Consideração da matéria a estudar (ver quantas folhas é necessário estudar


por dia)

Estipular quanto tem que estudar (para poder ler a matéria x vezes)

 COMEÇAR A ESTUDAR  CUMPRIR O PLANO DE ESTUDO

Não estudar durante períodos de tempo muito longos

Distribuir o tempo de forma a contemplar as actividades de que se gosta (ver


televisão, praticar desporto, passear com os amigos…)

79
 VÉSPERA DO TESTE

Rever a matéria

Fazer exercícios

Fazer testes antigos

Imaginar questões

NO DIA DO TESTE

 Recolher informação sobre o teste


 Não estudo mais  motivo: pode-me provocar ansiedade
 Procuro chegar antes da hora marcada
 Levo para o teste todo o material necessário
 Escuto com muita atenção todas as indicações dadas pelo professor
 Leio todo o enunciado do teste antes de começar a responder
 Leio cada pergunta com muita atenção e ordeno mentalmente a resposta:
o Introdução
o Desenvolvimento
o Conclusão
 Começo pelas perguntas mais fáceis, controlando o tempo
 Continuo com as perguntas mais difíceis, conservando a calma
 Expresso os meus próprios conhecimentos sem copiar, procurando ser honesto com os
meus colegas.

DEPOIS DO TESTE:

REACÇÃO AO TESTE

 Se as notas forem:
- ALTAS
reforçam a minha motivação e auto-confiança
indicam que estou no bom caminho

- BAIXAS
 não as devo encarar como castigo ou punição
 são para mim um “cartão amarelo”, um sério aviso de que necessito de
“mudar de caminho” e de alterar as minhas estratégias face aos testes:

Estudar mais esta ou aquela matéria


Pedir explicações ao professor
Aprender com os meus erros

 não devo culpar os outros

IMPORTANTE: A TUA MEMÓRIA NÃO É ELASTICA! Os teus resultados serão positivos se


realmente tiveres estudado e para isso é essencial disciplina e motivação

80
Para conquistar uma boa memória e combater o esquecimento, deves
procurar:

1 – Tentar compreender, antes de decorar.

2 – Descobrir e fixar a ideia principal das várias informações que desejas reter.

3 – Nunca perder de vista o todo (Tens que dividir a matéria em partes, para poder
estudar melhor).

4 – Relacionar a matéria nova com os conhecimentos já adquiridos (Tens que


associar o novo com o antigo).

5 – Utilizar a auto-avaliação para medir o teu nível de aprendizagem e assim


poderes orientar o teu estudo.

6 – Reavivar os conhecimentos (Isto só se consegue com um estudo continuado e


atempado).

81
ALGUNS VERBOS DE ARRANQUE DAS PERGUNTAS
Comparar Escrever as diferenças, as semelhanças, as proximidades ou
as distâncias entre as ideias ou os factos.

Provar Apresentar factos que suportem a veracidade da afirmação.

Interpretar Ordenar, de acordo com um critério ou ordem, um conjunto


de factos ou dados.

Enumerar Escrever algumas certezas e razões que possam apoiar as


afirmações.

Justificar Num texto claro e simples, expor razões ou causas.

Explicar Apresentar as ligações entre os conceitos e respectivas


implicações.

Relacionar Confirmar a veracidade das afirmações com dados ou


exemplos.

Verificar Confirmar a verdade das afirmações com dados ou exemplos.

Sintetizar Combinar partes de uma ideia, situação ou acontecimento.

Sumarizar Condensar os pontos principais no menor número de palavras


possível.

82
COMO ME SINTO FACE AOS TESTES

15
Sempre Muitas Ás Nunca
vezes vezes
1. Vale a pena estudar. Quanto mais
estudo, melhor me correm os testes.
2. Os testes correm-me bem.
3. Não fico nervoso na véspera e no
dia do teste.
4. Quando estou num teste, não estou
sempre a pensar que não vou
acertar em nada.
5. Quando estou num teste, começo a
pensar que os colegas sabem mais
que eu.
6. Fico com dores de barriga ou de
cabeça antes dos testes.
7. Parece-me que sei tão bem a
matéria, mas quando chego ao teste
não consigo lembrar-me de nada.
8. Durante os testes, distraio-me com
pensamentos que não têm nada a
ver com o teste.
9. Durante os testes, costumo estar
muito assustado com a
possibilidade de ter negativa e de
ser castigado por isso.
10. Quando começo a ler um teste,
parece-me que as perguntas são
muito difíceis e que não vou
conseguir fazer nada.
11. Durante os testes, fico tão nervoso
que não consigo pensar.
12. Sinto-me nervoso na véspera do
teste.
13. Sinto-me nervoso durante o teste.

83
AUTO-AVALIAÇÃO DA REALIZAÇÃO DO TESTE
Disciplina _________________________ Data _______________
16
Escreve o número da pergunta do teste nas colunas respectivas. Lê
atentamente a pergunta e a resposta e tenta identificar as causas desse
insucesso ou sucesso (total ou parcial).

Respostas em branco Respostas Respostas


ou completamente incompletas completas
erradas
CAUSAS DO INSUCESSO
1. Não percebi bem a pergunta.
2. Li a pergunta com pouca
atenção.
3. Escrevi uma resposta
incompleta.
4. Exprimi mal as minhas
ideias.
5. Não sabia a matéria.
6. Sabia a matéria, mas na
ocasião fiquei bloqueado e
não consegui raciocinar.
7. Não tive cuidado com a
redacção da resposta
(organização, ortografia,
pontuação, etc.).
8. Não respondi ao que era
pedido.
9. Tive pouco tempo para
responder a esta pergunta.
CAUSAS DO SUCESSO
1. Percebi bem a pergunta.
2. Li a pergunta com atenção.
3. Escrevi uma resposta
completa.
4. Exprimi bem as minhas
ideias.
5. Sabia a matéria.
6. Sabia a matéria, mas na
ocasião fiquei bloqueado e
não consegui acabar.
7. Tive cuidado com a
redacção da resposta
(organização, ortografia,
pontuação, etc.).
8. Respondi ao que era pedido.
9. O tempo foi suficiente para
responder a esta pergunta.

Se o teste não te correu assim tão bem, espero que te tenhas apercebido
das tuas dificuldades no teste e das suas causas, procura encontrar formas
de melhorar o teu estudo e de resolver melhor os próximos testes. 84
SESSÃO O QUE MUDOU?
10

Que tal vai o teu estudo?


Responde às seguintes questões com a máxima sinceridade.

O que aprendeste nestas sessões?


1
Achas que és capaz de aplicar sozinho o que aprendeste? O que

2 dirás a ti próprio se tiveres dificuldade em aplicar o que


aprendeste?

3 Para que achas que serve o que aprendeste?

4 Em que local e em que condições vais aplicar o que aprendeste?

5 Quando vais aplicar o que aprendeste?

6 Como podes tu aplicar o que aprendeste?

Se ficares com sérias dificuldades na aplicação do que


7 aprendeste o que vais fazer?

85
GLOSSÁRIO

86
O glossário, a construir pelos jovens durante o processo, pretende ser um meio
de adaptação da linguagem utilizada no manual e pouco usada pelos jovens no
seu dia a dia escolar.
Tem como objectivo descrever o significado de alguns termos utilizados no
documento, assim como, estimular a pesquisa de outras palavras e conceitos
alargando o seu conhecimento geral.

Exemplos de termos utilizados no manual:

Palavra Descrição
Aprendizagem É o processo pelo qual as competências, habilidades,
conhecimentos, comportamentos ou valores são adquiridas
ou modificadas, em resultado de estudo, experiência,
formação, raciocínio e observação (recolha na Wikipédia)
Auto-eficácia Sentimento de auto-estima ou valor próprio, o sentimento de
adequação, eficácia e competência para enfrentar os
problemas, obter êxito e controlar a própria vida
Auto-estima È o sentimento, negativo ou positivo, que a pessoa tem de si
próprio.
Autonomia Faculdade de se governar por suas próprias leis, dirigir-se
por sua própria vontade
Auto-regulador Aquele que se regula a si próprio, que se disciplina
Capacitação Qualidade que permite satisfazer determinado fim; Acto ou
efeito de capacitar(-se), tornar-se capaz, tornar-se habilitado;
aptidão.
CRAva Para se conseguir resultados no mínimo cada objectivo/meta
(Modelo) tem que ser bastante Concreto(objectivo)-Realista
(realizável)-Avaliável ( que se pode medir, reconhecer o seu
valor). O modelo(CRAva) está organizado mediante recurso
a estes 3 factores: Concreto, Realista, Avaliável
Estratégia Arte que permite preparar o plano para se atingir
determinado objectivo.
Motivação Palavra popularmente usada para explicar porque as
pessoas agem de uma determinada maneira. factor que
determina o comportamento.
Pertinência Qualidade lógica de ligação entre um elemento de prova e
aquilo que se pretende provar
Portfólio É uma colecção organizada e devidamente planeada de
trabalhos produzidos por um individuo ao longo de um
período de tempo. O portfólio é uma construção continua,
progressiva e dinâmica, para que o seu conteúdo possa ser
melhorado, alterado ou aumentado.

Procrastinação Acto que leva ao adiamento, à demora, à prorrogação, deixar


para amanhã.

87
AVALIAÇÃO DO RECURSO

O recurso PRO'XTUDO para promoção de Métodos de Estudo, foi


desenvolvido pelo projecto Fazer a Ponte com o objectivo de ajudar as os
jovens do 2º e 3º ciclo, a adquirir ou a melhorar, cada vez mais, as suas
competências específicas e necessárias para fazer face à obrigatoriedade de
resposta/mobilização a saberes nas diferentes disciplinas escolares.

Cumprindo o modelo apresentado inicialmente no recurso foram realizadas 10


sessões de 45 minutos em dois anos lectivos diferentes, o primeiro grupo no
ano lectivo 2010/2011 ao ritmo de uma sessão por semana e o grupo do ano
lectivo 2011/2012 com sessões quinzenais e ambos com um grau de
participação dos indivíduos por sessão a rondar os 90%.

As competências que foram desenvolvidas nas sessões incidiram, sobretudo,


na planificação das actividades de estudo (estabelecimento de horário de
estudo, produção de um calendário dos momentos de avaliação, organização
do local de estudo, materiais necessários para o estudo…), na descodificação
e organização de informação (orientar, questionar, sublinhar, parafrasear e
resumir informação escrita), preparação para a realização dos testes de
avaliação (material para o teste, observação de períodos de descanso e
relaxamento, correcta gestão da ansiedade, método de leitura e valorização
das questões do teste, organização do tempo e forma de resposta a cada
questão, procedimento de revisão das respostas, etc) e apoio à criação e
realização de portfólios individualizados.

Como se verifica, o programa de intervenção incidiu em 4 grandes pilares: a


motivação para o estudo, a gestão do tempo e do espaço, o tratamento da
informação escrita, a prepararão dos momentos de avaliação.

Com o intuito de se conhecer melhor alguns pormenores do percurso evolutivo


e da situação actual das crianças/jovens envolvidas no programa, foi solicitada
a cada um dos intervenientes a resposta a dois inquéritos/questionários a
diversas perguntas a questões que incidiam sobre vários aspectos como:

88
motivação para o estudo, o clima da/na escola, a sua performance académica,
etc. Este levantamento permitiu avaliar e comparar a evolução dos alunos após
final da aplicação do recurso.

Tendo em conta a necessidade de aferirmos e avaliarmos o recurso


PRO'XTUDO e a própria intervenção com os grupos, foi sendo solicitado aos
participantes em cada sessão a sua opinião/avaliação sobre o instrumento e a
sua aplicação.

O grupo do ano lectivo 2010/2011 foi composto por 23 jovens, 14 do sexo


feminino e 9 do sexo masculino, com idades que variavam entre os 11 e os 18
anos, frequentando 18 jovens o 2º Ciclo e 5 jovens o 3º Ciclo. Os jovens
envolvidos eram alunos das Escolas EB23 Manuel Da Maia, Secundária Maria
Amália Vaz de Carvalho e Secundária Josefa de Óbidos.

Comparando os dados e informações obtidas através da análise dos


questionários e, também, da auto-avaliação/perfil de cada jovem no início e no
fim da aplicação do recurso, podemos afirmar que o saldo se manifestou
bastante positivo uma vez que, no grupo inicial de 23 indivíduos, 19
transitaram de ano e apenas 4 reprovaram. Neste último caso devemos, no
entanto, realçar que, apesar de os 4 jovens terem reprovado conseguiram
apresentar melhorias substanciais nas suas prestações após terem participado
nas sessões do PRO'XTUDO, embora essa melhoria não tenha sido suficiente
para atingir os mínimos nos testes escolares. Estes jovens iniciaram as
actividades do recurso com 10 ou mais notas negativas nas várias disciplinas
escolares.

No ano lectivo de 2011/2012 implementou-se uma nova estratégia que


pressupunha a introdução da criação de um portfólio individual sendo que,
houve a necessidade de alterar a periodicidade das sessões para um formato
quinzenal (de 15 em 15 dias), que previa facultar aos jovens maior liberdade
temporal destinado à construção desse mesmo portfólio e a uma melhor
apropriação das matérias apresentadas nas sessões.

Este grupo foi composto por 16 jovens, 9 do sexo feminino e 7 do sexo


masculino, como no grupo inicial com idades compreendidas entre os 11 e os

89
18 anos, frequentando 7 jovens o 2º Ciclo e 9 jovens o 3º Ciclo. Os jovens
envolvidos eram alunos das Escolas EB23 Manuel Da Maia e Secundária
Josefa de Óbidos.

Mais uma vez com este grupo se fez a comparação dos dados e informações
obtidas através da análise dos questionários e, também, da auto-
avaliação/perfil de cada jovem no início e no fim da aplicação do recurso,
podendo afirmar mais uma vez que o saldo se continuou a manifestar bastante
positivo uma vez que, dos 16 jovens envolvidos, todos transitaram de ano.

Verificou-se na globalidade, que após o processo de intervenção a perspectiva


dos alunos sobre os seus comportamentos menos adequados e a necessidade
de adoptarem algumas das estratégias apresentadas e desenvolvidas através
do recurso PRO'XTUDO, se alteraram positivamente, tornando-se muito
evidentes à medida que as sessões e actividades foram sendo realizadas. A
avaliação e discussão dos resultados obtidos e o esclarecimento de dúvidas no
final de cada sessão foram bem demonstrativas do interesse com que cada
jovem abordava a sua participação na actividade. De salientar que o número
reduzido de jovens que, inicialmente, apresentavam comportamentos
desajustados e desestabilizadores para o restante grupo foi diminuindo,
gradualmente, e que a partir da 3ª sessão já não se faziam sentir os seus
efeitos (3 dos jovens que reprovaram no ano lectivo 2010/2011,faziam parte
deste grupo menos disciplinado).

Podemos afirmar que, durante o processo de intervenção os jovens se


tornaram mais conscientes sobre o que são comportamentos desajustados e
comportamentos ajustados, tendo alterado e adequado o seu comportamento
social em diversas situações do seu dia-a-dia quer no bairro/comunidade, quer
nas actividades do recurso PRO'XTUDO e, também, através de informações
recolhidas directamente, alguma melhoria em contexto de sala de aula na
própria escola.

Relativamente ao nível de satisfação dos jovens com actividades e dinâmicas


realizadas nas sessões, constatámos que a maioria desses jovens
manifestaram-se satisfeitos com o PRO'XTUDO sendo, ainda, de salientar que

90
nenhum jovem manifestou sentimentos negativos após a realização das 10
sessões de intervenção.

Os desvios introduzidos foram raros e insignificantes e tiveram unicamente em


conta alguma especificidade de orientação momentânea dos indivíduos
sobretudo aquando da realização dos portfólios

91
CONCLUINDO

Reconhecendo como fundamental um crescimento saudável para todas as


crianças e jovens e partindo do pressuposto de que o desenvolvimento social e
pessoal é tão importante como o desenvolvimento académico e que, como tal,
as mudanças positivas no comportamento individual irão, provavelmente,
afectar decisivamente o desempenho escolar, o projecto Fazer a Ponte,
pretendeu com este recurso, o PRO'XTUDO, trabalhar algumas competências
de vida que permitam aos indivíduos, aumentar a auto-percepção de controlo
pessoal e de confiança no seu futuro. O recurso pretende ser uma pequena
peça de um vasto puzzle que afecta o crescimento geral e individual,
indispensável na construção da personalidade de cada jovem ou criança
envolvida.

Da análise geral da apresentação do recurso, constata-se ter sido cumprida a


calendarização e, também, os objectivos inicialmente propostos sendo de
referir que, após o processo de intervenção, os jovens afirmam ser capazes de
identificar quais, para si, são as melhores e mais ajustadas estratégias a cada
momento e, ainda, as que mais contribuem para melhorar a sua prestação
escolar, a sua motivação para o estudo, a sua autonomia, etc. ou seja, a
assumpção de uma forte auto-regulação de procedimentos.

Com tudo que se relata através desta síntese explicativa, podemos concluir
que o PRO'XTUDO veio proporcionar benefícios positivos à maioria dos jovens
que participaram, uma mais-valia para a escola e para o ambiente escolar.
Poderá contribuir, também, para uma melhor integração e adaptação social das
crianças e jovens alvo da intervenção.

De salientar que os resultados obtidos pelo PRO'XTUDO devem-se, em grande


parte, ao esforço e dedicação de todos os técnicos envolvidos na actividade e
na adequação dos conteúdos abordados para a transferência de
conhecimentos e, muito importante, às características do grupo de jovens
envolvidos.

92
Para finalizar, sugere-se que, para o próximo ano lectivo ou numa próxima
aplicação do PRO'XTUDO se possa introduzir, no âmbito das suas sessões,
um maior número de actividades lúdicas, a realizar no exterior, que possibilitem
a aquisição de novos modelos comportamentais e, como contributo para
reforçar e melhorar os conteúdos abordados.

93
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Novas Áreas Curriculares. Lisboa: Ministério da Educação. DEB.

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Lisboa: Editorial Presença.

Carrilho, Fernanda. (2005). Métodos e Técnicas de Estudo. Lisboa: Editorial


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Cosme, A., & Trindade, R. (2001). Área de estudo acompanhado: o essencial


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Lopes da Silva, A. Sá, I., Duarte, A., Veiga Simão, A. M. (2004). A


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Aprendizagem: das Concepções às Práticas. Colecção Ciências da Educação.
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94
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Critérios de Avaliação

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