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JOAÇABA – SC
2009
FILOMENA LUCIA GOSSLER RODRIGUES DA SILVA
Joaçaba, 2009.
AGRADECIMENTOS
Agradecer é tudo o que posso e devo fazer ao final desta jornada. Obrigada!
Aos meus pais e a Deus, pelo dom da vida e pelos ensinamentos recebidos a respeito
do amor, da solidariedade, da amizade, da ética e da esperança.
Ao meu marido Sadi, pelo amor, carinho, compreensão, sonhos sonhados juntos,
conquistas, aprendizados.
A minha filha Natalia pela compreensão da minha ausência e por sua paciência, pela
maturidade demonstrada e até antecipada, mas especialmente pelos ensinamentos sobre o que
significa amar incondicionalmente.
A minha filha Gabriela, que junto comigo escreve esta dissertação, obrigada por me
ensinar a ser paciente, a amar, a viver.
This dissertation is the result of a study that analyzed the process of introduction and
implementation of professional education integrated into general instruction secondary
courses (EMIEP) in the state of Santa Catarina. The following study is based on the need of
identifying the political, theoretical and practicable challenges that involve the
implementation of this educational system in the state of Santa Catarina. Therefore, the
policies related to secondary and professional education, were studied and compared to the
reality of the world of labor and the capitalist productive system. Besides, this study shows
the process of the construction of the policy of EMIEP courses in the state of Santa Catarina
by analyzing the Food Technician – Focus on Chemistry EMIEP course existent in the school
E.E.B. João XXIII, in the city of Maravilha, as the research field of this qualitative research
that used documental analyses, legislation study, semi-directed interviews and questionnaires
as main sources of data. The subjects of the research were teachers, school managers and
students of the above-mentioned course and the external community. Based on the theoretical
referential system, ten unities of analyses were established: participation in the process of
creation of the EMIEP course; participation in teaching training programs; participation in the
activities of educational planning; evaluation of the students; methodological proposal;
physical and educational structure; objective of the course; establishment of partnerships; the
relation between EMIEP courses and education and the world of labor; and positive aspects
and challenges of the EMIEP courses. Such unities of analysis provided the construction of a
diagnosis of the process of introduction and implementation of the policies of the EMIEP
courses in the state of Santa Catarina that made possible to visualize the results (positive
aspects), as well as to identify the principal political, theoretical and practicable challenges of
the courses in progress, suggesting actions for the strengthening of the existent courses and
subsidizing the expansion of this educational policy.
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................12
2.2 EMIEP: uma nova proposta para a educação profissional integrada de nível
médio.......................................................................................................................................43
REFERÊNCIAS....................................................................................................................116
ANEXOS ...............................................................................................................................119
LISTA DE ABREVIATURAS
PP – Projeto Pedagógico
LISTA DE ANEXOS
INTRODUÇÃO
a educação geral que, em tese, deve oferecer uma sólida formação básica da formação
profissional. O EMIEP é, portanto, uma nova modalidade de oferta desse nível de
ensino. Por esse motivo, torna-se indispensável realizar um estudo nessa área, cuja
discussão se torna cada vez mais necessária na literatura brasileira.
No que se refere aos procedimentos metodológicos, realizou-se uma pesquisa
bibliográfica e de legislação e um estudo de caso na E.E.B. João XXIII, do município de
Maravilha/Santa Catarina. A escolha da referida escola baseou-se nos seguintes
critérios: não ser o curso pesquisado da mesma regional á qual pertence a pesquisadora
– uma vez que esta coordenou o processo de implantação em sua GERED —, ser um
curso de quatro anos de duração e ser próximo da regional da pesquisadora com o
objetivo de facilitar a coleta de dados.
A coleta de dados da pesquisa de campo deu-se através da aplicação de
questionários aos alunos do terceiro ano do EMIEP – Técnico em Alimentos na área de
Química, na escola anteriormente citada e com um membro da comunidade externa,
além da realização de entrevistas semi-dirigidas com educadores e os gestores (as)
escolares daquela escola, bem como com o (a) Integrador (a) de Ensino Médio e
Profissional da Gerência de Educação de Maravilha. As entrevistas focaram os desafios
políticos, teóricos e práticos do processo de implantação e implementação do curso de
EMIEP - Técnico em Alimentos na Área Química.
Quanto à organização e apresentação das reflexões desta pesquisa, este trabalho
está dividido em capítulos. No primeiro capítulo, são apresentadas reflexões em torno
do significado de uma formação integrada no Ensino Médio, seus embates políticos e
práticos, considerando as mudanças no mundo do trabalho e as políticas públicas de
educação no Brasil. Para tanto, parte-se de uma breve contextualização em relação ao
mundo do trabalho, a crise do trabalho e da sociedade e finaliza-se com a abordagem
sobre o papel da educação e do conhecimento na formação do trabalhador diante do
contexto do mundo do trabalho e do sistema produtivo capitalista.
No segundo capítulo, é realizada uma abordagem em torno da construção das
políticas públicas de ensino médio e da educação profissional no Brasil relacionando-as
com a dualidade estrutural existente historicamente no país. Na seqüencia são abordados
os principais aspectos da proposta metodológica do EMIEP como perspectiva para a
construção da formação integrada no ensino médio brasileiro.
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CAPÍTULO I
Diante desses aspectos, Antunes (2000), inspirado nas idéias de Karl Marx que
propõe a necessidade da existência de uma sociedade sem classes, defende que a
apropriação e o controle do sobre produto social pelos produtores associados
significaria uma redução radical do tempo de trabalho para todos, desaparecendo a
divisão social do trabalho entre administradores e produtores, ou seja, entre trabalho
intelectual e trabalho manual, entre aqueles e aquelas que têm acesso a todos os
conhecimentos e aqueles e aquelas que estão desprovidos da maior parte do saber.
Conquistar a emancipação dos sujeitos no e pelo trabalho implica, contudo, em
uma profunda mudança de concepção do próprio trabalho. Assim, conforme Antunes
(2000, p. 125-6):
sobre o objeto do conhecimento e da ação deste sobre o sujeito que deseja conhecer, ou
seja, conhecer implica uma inter-relação dialética entre ambos (sujeito e objeto do
conhecimento). Dessa forma, a proposta metodológica utilizada pelos educadores
precisa promover, conforme Kuenzer (apud FRIGOTTO 1998, p. 61):
CAPÍTULO II
Segundo Cunha (2000, p. 235), é nessa época que é publicado o Manifesto dos
Pioneiros, que apresenta em seu plano de reconstrução educacional considerações em
torno da escola secundária, apontando divergências em relação ao que vinha sendo
realizado no Brasil:
Em termos legais, era a Constituição de 1891, em vigor até 1934, que respaldava
tais ações e que possibilitou a transferência da educação primária para os estados,
ficando para a União — não exclusivamente, pois os estados poderiam ofertar o Ensino
Secundário e Superior desde que houvesse recursos financeiros suficientes — a
atribuição de criar instituições de ensino secundário e superior nos estados. Ao
Congresso Nacional cabia a função de legislar e organizar o ensino.
Contudo, isso já havia ocorrido na Primeira República, através do Ato Adicional
de 1834, o Conselho de Estado foi suprimido e foram criadas assembléias legislativas
provinciais, delegando poderes às províncias e às comarcas municipais para legislar e
organizar vários setores da administração pública, entre eles a instrução primária e
secundária. Esse fato ilustra o vai-e-vem das políticas públicas de educação no Brasil.
A constituição de 1934 e especialmente a de 1937 apresentavam características
de uma política centralizadora, na qual cabia à União fixar as diretrizes da educação
brasileira, orientando inclusive o percentual de investimento em Educação, pelos
estados e municípios.
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O Brasil vive, entre o final da década de 1960 e a década de 1970, o que foi
chamado de milagre econômico, onde o processo produtivo foi ampliado e
diversificado, o que fomentou o surgimento de novas legislações, conforme seguem.
1
A Teoria do Capital Humano fundamenta-se na crença de que todos os indivíduos têm condições de tomar decisões
livres e racionais. Seguem duas conclusões sobre esse axioma. A primeira é que as desigualdades sociais e as
diferenças na distribuição de renda são de responsabilidade dos próprios indivíduos. Alguns investem mais na sua
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[...] a ampliação dos anos de escolarização visa, entre outras coisas, absorver
temporariamente a força de trabalho ‘supérflua’, contribuindo, dessa forma,
para regular o mercado de trabalho. Visa também atender a uma demanda
social, pois a medida que o sistema escolar se expande os empregadores
tendem a exigir uma elevação dos requisitos educacionais da força de trabalho,
embora isso não signifique que as tarefas se tornaram mais exigentes.
educação, garantindo rendimentos superiores; outros se acomodam em patamares inferiores. A segunda conclusão,
decorrente da primeira, é que o sistema educacional apenas responde às demandas individuais, não tendo como
atribuição promover a igualdade de oportunidades. Legitimam-se, assim, as propostas neoliberais de desmantelar o
setor público e de transformar a educação num negócio submetido à lógica do mercado. (CATTANI, 2006).
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2
Foram introduzidas alterações na LDB 9394/96 em relação à educação profissional, através da Lei nº.
11.741, de 16 de julho de 2008, que são contempladas na seção 2.1.3 desta dissertação.
37
3
O sentido das competências é delimitado pela utilidade que têm os conhecimentos na realização de
ações práticas (RAMOS, 2005, p. 107).
40
2.2 EMIEP: uma nova proposta para a educação profissional integrada de nível
médio
[...] a educação como meio pelo qual as pessoas se realizam como sujeitos
históricos que produzem sua existência pelo enfrentamento consciente da
realidade dada, produzindo valores de uso, conhecimentos e cultura por sua
ação educativa. Nosso objetivo não é sobretudo a formação de técnicos, mas de
pessoas que compreendam a realidade e que possam também atuar como
profissionais. A presença de profissionalização no ensino médio deve ser
compreendida, por um lado, como uma necessidade social e, por outro lado,
como meio pelo qual a categoria trabalho encontre espaço na formação como
princípio educativo.
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4
Efetivação da integração curricular, ou seja, resultado final da integração curricular na qual os conceitos
das disciplinas da educação geral e das disciplinas técnicas fundamentam-se entre si e formam os saberes
sólidos e necessários para a formação profissional e cidadã.
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CAPÍTULO III
articula-se ao campo do trabalho, porém não se reduz a uma mera preparação dos jovens
às demandas do mercado do trabalho;
f) Tem como base as necessidades apresentadas pelas diferentes regiões do Estado,
visando a redução das desigualdades sociais e a promoção de políticas sociais
inclusivas, em especial no que se refere a inclusão social dos jovens;
g) A consolidação da escola pública de qualidade, o que inclui a necessidade de
democratização de sua gestão e a valorização da profissão docente.
5
Profissional responsável pela implantação e implementação das políticas públicas de Ensino Médio e
Profissional das Gerências Regionais de Educação, apoiados pelos Supervisores de Educação Básica e
Profissional e Gerentes Regionais de Educação.
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CAPÍTULO IV
sobre esta proposta, identificando a relevância das mesmas para os docentes, bem como
levantar informações sobre as necessidades de formação para os mesmos.
Área 4: Estágio (carga horária de 384 horas/aula), dois professores (Professor 23 que
atua no curso desde a construção do projeto pedagógico e Professor 11 que iniciou suas
atividades no curso neste ano).
A coleta de dados junto aos alunos e membro da comunidade externa deu-se a
partir da aplicação de questionários. Quanto aos alunos, foram envolvidos todos àqueles
que estão frequentando o terceiro ano do curso de EMIEP - Técnico em Alimentos na
Área Química em horário de aula (por decisão da direção da escola que pensou ser mais
conveniente para os alunos e para a própria escola). A aplicação do questionário ao
membro da comunidade externa deu-se no local de trabalho do mesmo por opção do
participante (Presidente do Conselho de Desenvolvimento Regional da Secretaria de
Estado do Desenvolvimento Regional de Maravilha).
A análise dos dados foi realizada a partir da tabulação das respostas dos
envolvidos na pesquisa. A referida pesquisa contou com a realização de entrevistas
semi-dirigidas aos gestores e professores do curso de EMIEP – Técnico em Alimentos
na área Química e aplicação de questionários à todos os alunos do terceiro ano do
referido curso e para um representante da comunidade externa, sendo este o Presidente
do Conselho de Desenvolvimento Regional da Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Regional de Maravilha.
A partir da tabulação dos dados procedeu-se à sua análise à luz do referencial
teórico da pesquisa bibliográfica. Da mesma forma procedeu-se com os dados
coletados na aplicação dos questionários aos alunos e ao representante da comunidade
externa.
professores (4, 5, 18, 23, 24 e 26) são efetivos na E.E.B. João XXIII nas disciplinas da
Educação Geral e os outros três (2, 11 e 15) são professores da área técnica e passaram a
atuar no curso neste ano. Cabe destacar que dois destes três professores da área técnica
estão fazendo a complementação pedagógica oferecida pela SED através da UNIVALI.
Conforme informações coletadas nas entrevistas percebeu-se que a maior
participação dos professores deu-se nas reuniões e discussões realizadas na escola
(cinco dos seis professores pontuaram esta questão) e na construção da matriz curricular
e elaboração das ementas (três professores destacaram esta questão). Tais informações
podem ser comprovadas nos depoimentos dos seis professores, no entanto o depoimento
do professor 5 sistematiza os demais: “Houve uma discussão em âmbito geral desde a
discussão da matriz curricular, onde auxiliei na elaboração dessa grade curricular, da
carga horária das disciplinas. Houve a participação de todos os professores da escola.”
Quando questionados sobre a participação da GERED no processo de criação do
curso de EMIEP os professores foram unânimes em dizer que a gestora da GERED
esteve sempre presente, especialmente na etapa da definição do curso, elaboração do
projeto e no início das atividades do curso.
Uma das professoras destaca que ainda possui dúvidas se o curso Técnico em
Alimentos na área Química foi a melhor escolha em função “dos recursos e
investimentos necessários” (professor 18)
Percebeu-se a partir do questionário aplicado aos alunos que a participação dos
mesmos restringiu-se a escolha do curso e que esta apontou que 9 dos 21 alunos da
terceira série do EMIEP – Técnico em Alimentos na área Química participaram desta
consulta. Todos foram abordados quanto à área que escolheram ou escolheriam caso
fossem consultados e suas escolhas foram: 13 área de alimentos, 10 área de informática,
5 área do vestuário, 1 jornalismo e 1 enfermagem.
Quando questionados sobre quais motivos os levaram a optar pelo curso de
EMIEP, as respostas mais freqüentes foram:
abordados nas capacitações promovidas pela GERED, tendo como foco a Gestão
Ambiental e uma formação específica na área de Química.
Dos seis professores efetivos que estiveram presentes na escola durante o
processo de definição do curso e do início da implementação do curso de EMIEP na
E.E.B. João XXIII, cinco participaram de alguma forma das capacitações promovidas
pela SED. O único entrevistado que declarou não ter participado das capacitações
promovidas pela SED foi por motivo de licença gestação e licença-prêmio no período
da realização das mesmas, no entanto, participou das capacitações promovidas pela
GERED que focaram assuntos relacionados ao meio ambiente e a área de Química. Em
relação aos três professores da área técnica, nenhum deles participou de nenhuma
capacitação até o momento, exceto um deles que atuou como docente de um dos cursos.
Vale ressaltar que as capacitações promovidas pela SED focaram especialmente
os aspectos da proposta teórico-metodológica do EMIEP, e conforme já exposto, as
capacitações promovidas pela GERED focaram temas mais específicos do curso.
Os professores foram unânimes em dizer que as capacitações são essenciais em
sua formação e o aprimoramento profissional e que estas deveriam ocorrer com maior
freqüência, ou seja, ocorrem em número insuficiente, conforme se verifica nos seguintes
depoimentos:
As capacitações não são suficientes. Precisaria ter tido mais; ter dado
continuidade aos primeiros cursos porque ficaram algumas dúvidas. As
capacitações são importantes para estimular a reflexão e rever alguns
conceitos. Os cursos ofertados pela SED foram essenciais para
compreender a metodologia dos cursos de EMIEP. (Professor n. 18).
Inicialmente foi solicitado aos professores e gestores que falassem sobre alguns
conceitos importantes para subsidiar a compreensão da proposta metodológica do
EMIEP, sendo: homens e mulheres como seres históricos e sociais,
interdisciplinaridade, contextualização e trabalho como princípio educativo. Obteve-se
como resposta:
Interdisciplinaridade:
nos planos de ensino, nos planejamentos dos docentes. Entretanto seria conveniente
ainda pontuar que esta articulação deva ocorrer especialmente na prática educativa.
Para tanto é indispensável que ocorra momentos de planejamento coletivos para a
troca de informações entre os docentes. Sem planejamento não há trabalho
interdisciplinar. Não basta saber o que significa realizar um trabalho interdisciplinar,
muito menos tê-lo como proposta de trabalho se ele na prática não acontece. Não se
pretende com essa afirmação achar culpados pelo não desenvolvimento da prática
interdisciplinar, ao contrário, pretende-se estimular reflexões que possibilitem a criação
de estratégias para uma prática educativa interdisciplinar, subsidiando a compreensão da
realidade e da própria ciência.
Contextualização:
Fazer com que o ser humano consiga se relacionar com outros seres
humanos. Trabalho é tudo na vida, é o que move o ser humano e o
mundo. (Professor 24).
conhecer quais são as ações da GERED em relação ao EMIEP, e que seu envolvimento
com o curso já foi maior – especialmente no início de sua implantação.
Ações da escola: elaboração de projetos coletivos, promoção de alguns encontros
de planejamento, promoção de visitas de estudo, trabalho de motivação junto aos
alunos.
A partir do levantamento das ações já realizadas pela escola e GERED, foi
solicitado ainda aos entrevistados que pontuassem quais ações são potenciais para o
sucesso na implementação da proposta metodológica do EMIEP e obteve-se as
seguintes sugestões:
Quanto a GERED: toda a equipe de ensino deve acompanhar mais as atividades
da escola, promover encontros entre os cursos de EMIEP - trocas de experiências;
aquisição de materiais, acervo bibliográfico, equipamentos e laboratórios necessários
para a realização das atividades práticas das disciplinas das diferentes áreas, melhoria
das condições físicas da escola.
Quanto à Escola: promoção de encontros de planejamento mais freqüente,
envolvimento maior dos pais dos alunos do curso de EMIEP, buscar ampliar as
articulações junto a comunidade para a realização dos estágios e promoção de palestras
e visitas de estudo, promover reuniões de avaliação do curso envolvendo todos os
professores, gestores e alunos do curso, promover maior divulgação do curso junto à
comunidade regional.
A partir dessas informações coletadas junto aos entrevistados, é possível perceber
que tanto a escola quanto a GERED têm realizado atividades que dão suporte a
implementação da proposta metodológica do EMIEP na E.E.B. João XXIII, por outro
lado faz indicações de aspectos potenciais para o sucesso dessa implementação que
permitem não só à escola e à GERED, mas também à SED projetarem ações a curto,
médio prazo para a solução das dificuldades encontradas nesse processo de
implementação dos cursos de EMIEP, visando o sucesso da implementação dessa
política no Estado de Santa Catarina.
Outro aspecto relevante a ser considerado nesta unidade de análise é a forma de
avaliação do s alunos, uma vez que esta precisa ter relação com o perfil de aluno a ser
formado, o que possui relação direta com a compreensão da proposta metodológica dos
cursos de EMIEP. Nesse sentido, os professores e gestores do curso de EMIEP da
E.E.B. João XXIII, foram questionados sobre a forma como avaliam seus alunos.
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visando assegurar não somente a formação técnica, mas também a formação cidadã dos
alunos dessa modalidade de ensino médio profissionalizante.
As considerações dos gestores quanto a avaliação dos alunos do EMIEP
condizem com as informações obtidas do professores, conforme podemos perceber nos
depoimentos dos gestores:
Nesse aspecto percebeu-se que há coerência nas declarações uma vez que a
forma como a avaliação dos alunos é realizada condiz com a metodologia de trabalho
utilizada pelos alunos, conforme exposto acima, contemplando aspectos quantitativos e
qualitativos de acordo com o que estabelece a resolução 023/2000 – Legislação que
normativa a avaliação dos alunos das escolas públicas estaduais de Santa Catarina.
Quanto ao perfil de aluno a ser formado pelo curso de EMIEP - Técnico em
Alimento na área Química, percebemos variação na compreensão dos gestores:
seja sempre levado em consideração o perfil de aluno a ser formado pelo curso, visando
garantir a formação proposta no projeto pedagógico de criação do curso.
Quanto aos alunos: nas respostas dos alunos aos questionários percebeu-se que
há um bom nível de satisfação dos alunos quanto ao acervo bibliográfico, aos
equipamentos do laboratório de informática e em relação aos equipamentos audiovisuais
(TV, DVD, projetor multimídia). Entretanto, em se tratando de equipamentos e
reagentes dos laboratórios de Química, Física e Biologia os alunos foram incisivos em
pontuar sua insatisfação.
Quanto aos professores: sete dos nove professores consideraram a estrutura
didática insuficiente e destacaram a necessidade de ampliação do acervo bibliográfico e
de equipamentos, materiais e reagentes para os laboratórios de Química, Física e
Biologia.
Quanto aos gestores: dois dos três gestores entrevistados consideraram a
estrutura didática como boa ou suficiente, destacando a existência de televisões,
aparelhos de DVD, projetor multimídia, livros, sala informatizada. Uma delas, no
entanto, ressalta que faltam muitas coisas e que está batalhando para melhorar este
aspecto. Cabe ressaltar que as três gestoras, quando questionadas a respeito da estrutura
didática para as aulas práticas e disciplinas técnicas, esta foi classificada como regular
ou insuficiente, uma vez que em se tratando de um curso de Técnico em Alimentos, os
laboratórios de Química e Biologia deveriam estar bem equipados.
A partir das informações coletadas entre os alunos, professores e gestores,
percebe-se novamente a carência da escola especialmente no que se refere à estrutura
didática específica para o curso técnico. Nesse sentido, cabe destacar o empenho e o
esforço da equipe gestora e dos professores em buscar alternativas para atender às
necessidades mínimas que algumas disciplinas exigem, adaptando espaços e buscando
materiais alternativos para a realização das atividades que exigem laboratório de
Química, Biologia, Nutrição, entre outras disciplinas.
Considerando as informações coletadas, quanto a estrutura física e didática,
constata-se que há grandes dificuldades no desenvolvimento das disciplinas que exigem
laboratórios e materiais para viabilizar a parte prática. Esta é uma problemática que urge
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solução uma vez que pode provocar a desmotivação dos docentes e discentes,
inviabilizar o trabalho de alguns conteúdos e por conseqüência reduzir as possibilidades
de sucesso da proposta dos cursos de EMIEP.
tais ações ainda não sejam suficientes para construir uma sólida visibilidade junto à
comunidade regional. Quanto à expectativa da comunidade regional em relação ao
curso, percebeu-se que existe um anseio de que o curso forme técnicos em alimentos
competentes e empreendedores.
Considerando as informações coletadas entre alunos, representante da
comunidade regional, professores e gestores, percebe-se que há a necessidades de
promover ações que divulguem ainda mais o curso de EMIEP – Técnico em Alimentos
na área Química, criando uma visibilidade maior deste curso. A partir da criação de uma
ampla e sólida visibilidade regional, será mais fácil para a escola firmar parcerias, além
de dar credibilidade ao curso.
No entanto, é importante destacar que a visibilidade de qualquer ação ou projeto
é sentida a partir do momento em que produz resultados para a comunidade é
compreensível que esta não é amplamente percebida pela comunidade em função de que
houve a realização de apenas dois dos quatro estágios em empresas da região, previstos
na matriz curricular do curso e nenhuma turma está formada. Não havendo profissionais
atuando no mercado de trabalho não ha como verificar se o curso atende as expectativas
da comunidade em relação a formação dos Técnicos em Alimentos na área Química a
serem formados pelo curso de EMIEP da E.E.B. João XXIII.
EMIEP são muito boas. Percebeu-se nos depoimentos, especialmente dos alunos,
professores e gestores – sujeitos que estão diretamente envolvidos no processo
educativo – que apesar do curso de EMIEP ser um curso profissionalizante de nível
médio, os conceitos/conhecimentos da formação básica tem sido trabalhados tanto
quanto em cursos da educação geral, diferentemente do que fora a educação profissional
de nível médio proposta por todas as demais legislações que se antecederam ao Decreto
5.154/04, que privilegiaram a formação técnica em detrimento da formação
básica/educação geral.
Alunos
Professores
106
Gestores:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
SANTOS, O. J. dos. Trabalho e Educação. V.13, nº1, jan/jul – 2004. ISSN 1516-9537.
Reestruturação Capitalista: Educação e Escola.
ANEXOS
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ANEXO I
8. DESAFIOS DO EMIEP:
Identificação dos desafios da proposta de implantação e implementação do EMIEP em
Maravilha.
122
ANEXO II
1. IDENTIFICAÇÃO:
Função:
Tempo de atuação na E.E.B. João XXIII ou na Gered: .................................
ANEXO III
2. Quais os principais motivos que levaram você a optar por freqüentar o curso de
EMIEP – Técnico em Alimentos na Área Química?Apresente pelo menos dois.
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
5. Como você avalia a estrutura física da escola (salas de aula, ginásio, sanitários, salas
dos laboratórios, biblioteca) em relação às necessidades do EMIEP.
GINÁSIO ( ) excelente ( ) suficiente ( )insuficiente
SANITÁRIOS ( ) excelente ( ) suficiente ( )insuficiente
LABORATÓRIOS ( ) excelente ( ) suficiente ( )insuficiente
SALA DE AULA ( ) excelente ( ) suficiente ( )insuficiente
BIBLIOTECA ( ) excelente ( ) suficiente ( )insuficiente
11. No espaço abaixo você poderá apresentar sugestões que considera importantes para
o curso.
R:____________________________________________________________________
______________________________________________________________________
127
______________________________________________________________________
_______________
ANEXO IV
3.3 O Sr. pensa que poderiam ter sido ainda propostas outras articulações com outras
instituições da comunidade? Quais?
______________________________________________________________________
4. Sobre a visibilidade do curso
4.1 Como é visto o curso nesta região?Há comentários a respeito no jornal ou rádio
regional? Em outros espaços? Quais?
______________________________________________________________________