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|na

cachola|
|marília calderón|walter garcia|
1. sinais de amor fato é que empalhei, já hoje estão se separando
música e letra | walter garcia sempre conforme os preceitos eles são muito amigos
vários sinais que encontrei já venderam o apartamento
sinais de amor e a esquisitice dos corpos refeitos na zona sul
não se conservam em formol vou descrever
eu pesquisei falta apenas desmontar
eu digo porque sei dentes de um sinal os armários da cozinha
quando no formol de amor, cabelos e pelos e depois empacotar
qualquer sinal de amor tornam-se o papel machê algumas coisas sem importância
sofre uma mutação tornam-se a palha, o arame, o recheio hoje estão se separando
e não se veem eles são muito amigos
um experimento eles vão tirar agora
desse tipo não se faz sinais de amor a cortina da sala
sem ter à mão não se conservam em formol
um vidro ou tupperware eu pesquisei ele desequilibrou
onde acomodar eu digo porque sei ele se desequilibra
algum sinal de amor nem vá se empalhar ele vai cair
colhido à ocasião qualquer sinal de amor
que irá se desfazer segura, segura a minha mão
mas pouco tempo depois se vê e não olha para baixo, não
que a pele do sinal sinais de amor
os músculos, os ossos não servem pra empalhar ela vai lhe dar a mão
não restam mais sinais de amor ela se desequilibra
senão iguais não se conservam em formol eles vão cair
ao frasco que os guardou
junto ao formol acuda! acuda!
marília calderón | voz
já testei outros materiais walter garcia | violão não foi briga, discussão
madeiras e metais assassinato ou coisa assim
acrílico, isopor, louças e cristais o acidente foi fatal
foi tudo em vão eram 22 andares
a mesma mutação 2. amor e amizade [canção tirada de uma foi uma infelicidade
se confirmou notícia de jornal] eles eram muito amigos
música e letra | walter garcia, susan grey, e caíram de mãos dadas
sinais de amor claudia rato até o chão
não se conservam em formol
bem como também ele tem 66
não servem pra empalhar ela tem 44 marília calderón | voz, acordeão, sintetizador
não sou de me gabar 5 anos de paixão walter garcia | violão, voz
mas não há ninguém 2 de amor, 1 de rotina
que saiba o quanto eu sei
3. nanna’s lied 4. eu estou tão cansada
música | kurt weill música | walter garcia
letra | bertolt brecht letra | georgette fadel, walter garcia
versão adaptada – tatiana belinky
[introdução – as multidões, charles baudelaire eu estou
tradução – aurélio buarque de holanda tão cansada
ferreira]
adaptação | walter garcia, marília calderón meu reino por um arco-íris
arco-íris, meu reino
meu reino por um barco a vela
aquilo a que os homens chamam amor com os anos bem mais fácil barco a vela, uma prainha, meu reino
é muito pequeno, muito frágil, fica a feira do amor meu reino
muito limitado comparado a essa inefável orgia, muitos homens, muita orgia
a essa sagrada prostituição da alma que se dá mas o sentimento espuma branquinha
inteira, poesia e caridade, fica friorento areia branquinha
ao imprevisto que surge, quando é gasto sem economia gaivota voandinho
ao desconhecido que passa branquinha
afinal, qualquer reserva acaba um dia no céu, no mar verde-azul

meus senhores, eu vim menina branquinhas conchinhas


ao mercado do amor inda bem que tudo passa logo borboletas na brisa
uma grande aprendizagem mesmo a angústia e até o amor e uma petalazinha
muita coisa ruim ah, onde estão as lágrimas de ontem dizendo pra mim que o sol
este jogo é assim neves de outrora, onde elas estão? parou
muita coisa eu levei a mal
eu estou
eu também sou gente, afinal marília calderón | voz tão cansada
walter garcia | violão
felipe soares | acordeão
inda bem que tudo passa logo marília calderón | voz
mesmo a angústia e até o amor walter garcia | violão
ah, onde estão as lágrimas de ontem georgette fadel | trompete
neves de outrora, onde elas estão?
5. na cachola 6. quem vai às compras?
música |walter garcia música | walter garcia
letra | antonio geraldo figueiredo ferreira, letra | antonio geraldo figueiredo ferreira
walter garcia [introdução | enquanto é tempo, jeff vasques]

eu não tiro isso da cabeça, encasquetei com isso, jogue no ralo ou num outro buraco que esteja mais nesta vida
enfiei na cachola e não sai, digo comigo e repito à mão, eu não tiro isso da cabeça, encasquetei com fadada
comigo, depois escuto o eco e falo junto comigo, isso, enfiei na cachola e não sai – que se arrasta –
mói por dentro, está me remoendo, não penso em se não fores
outra coisa, cismo e fico arrancando a casca, fardo
cutucando a unha roída, esgaravatando isso, marília calderón | voz és
caraminholando com os meus cintos, com os meus walter garcia | violão farda
botões, cadarços, velcros, trincando os dentes decide
nesta ferida aberta desde os dedos até o corpo rápido
inteiro, noite e dia e tarde e madrugada, sem falar te
de agora, aliás, como e bebo só disso, só prepara
ruminando e reciclando isso, só martelando a o ontem,
mesma tecla, disco com risco, faca sem corte, o hoje,
relógio que não anda piscando a mesma hora, olha o amanhã...
aqui, você não sabe, eu sei, ele, ninguém não sabe, quase sono algum
mas não finja que pode entender, saco de calma os separa
que pede pra eu ter, pegue os seus panos quentes,
limpe a lata do lixo, jogue no ralo ou num outro a sacola vazia corre pela calçada
buraco que esteja mais à mão, eu não tiro isso da guarda em sua forma a memória do pacote
cabeça, encasquetei com isso, enfiei na cachola e de seu embrulho – de seda?
não sai, digo comigo e repito comigo, depois ausente como a cor que, de tão berrante,
escuto o eco e falo junto comigo, mói por dentro, [nem se vê
está me remoendo, não penso em outra coisa,
noite e dia e tarde e madrugada, sem falar de agora, a sacola vazia abre a sua bocarra
aliás, como e bebo só disso, só ruminando e e corre como um bicho querido
reciclando isso, só martelando a mesma tecla, disco pula
com risco, faca sem corte, relógio que não anda cabriola
piscando a mesma hora, cismo e fico arrancando a morde o pé daquela senhora que passa
casca, cutucando a unha roída, esgaravatando isso,
caraminholando com os meus botões, com os
meus cordões, cadarços, velcros, trincando os marília calderón | voz
dentes nesta ferida aberta desde os dedos até o walter garcia | violão, voz
corpo inteiro, olha aqui, você não sabe, eu sei, ele, mazé cintra | percussão
ninguém não sabe, mas não finja que pode
entender, saco de calma que quer me vender,
pegue os seus panos quentes, limpe a lata do lixo,
7. canção da injustiça 8. o gato no capô
música | walter garcia música | marcelo segreto, walter garcia
letra | walter garcia, marília calderón letra | walter garcia, marília calderón,
ton lopes
injustiça existe injustiça é cíclica
como a chuva e a gastrite como a lua e a política esse gato é danado, é brincadeira
isso é bom, isso é mau isso é bom, isso é mau deitado dormindo no capô
de domingo a domingo, essa leseira
injustiça acontece arranhando a pintura do capô
como o amor e a peste marília calderón | voz de repente levanta a dianteira
isso é bom, isso é mau juçara marçal, mazé cintra, sossô parma, e abaixa a traseira e faz cocô, cocô, cocô
tâmara david, victória | vozes
injustiça vigora walter garcia | violão esse gato deitado no capô
como a fome e a catapora mazé cintra | percussão é folgado, é safado, é sem noção
isso é bom, isso é mau esse gato é sem noção
meu capô tá cagado pelo gato
injustiça é velha e a pintura arranhada pela mão
como a pólvora e a primavera do fanfarrão
isso é bom, isso é mau
hoje mesmo se acaba a brincadeira
injustiça existe esse gato dormindo no capô
como a mágica e o alpiste de domingo a domingo, essa leseira
isso é bom, isso é mau arranhando a pintura do capô
vou capar esse gato na primeira
injustiça aflora paulada e acabou-se o seu cocô, cocô, cocô
como o pus e a aurora
isso é bom, isso é mau vou ficar de campana a noite inteira
o meu carro, eu comprei à prestação
injustiça se alastra eu comprei à prestação
como o riso, o mofo e a caspa e o capô tá cagado pelo gato
isso é bom, isso é mau a pintura arranhada pela mão
do fanfarrão

marília calderón | voz


walter garcia | violão, voz
mazé cintra |percussão
9. sobre o princípio perene da natureza 10. nada por fazer
humana música e letra | walter garcia
música | marília calderón, juan morales
letra | márcio marciano, sobre trecho de não pense muito
quincas borba, machado de assis não há nada pra pensar
nada pra sentir
pra imaginar
já viste ferver a água? não há por que estranhar
hás que lembrar que as bolhas não cabe espanto
fazem-se e se desfazem
de contínuo não cabe assunto
e tudo fica na mesma água não há nada pra expressar
os indivíduos nada é de se ouvir
são essas bolhas de se admirar
inconstantes não há por que esperar
bolhas transitórias desejo ou pranto

deve haver algum país


marília calderón | voz, acordeão onde o vento emudeceu
walter garcia | violão e hoje as pedras criam voz
paula duarte | flauta pra contar segredos

não cabe medo


não há nada pra sofrer
nada pra sorrir
pra constranger
não há o que escolher
não cabe culpa

nada foi feito


não há nada por fazer
pra se repetir
pra se recolher
não há o que esconder
não cabe angústia

deve haver outro país


onde o mar emudeceu
e hoje os peixes ganham voz marília calderón | voz
pra contar quem somos walter garcia | violão
11. choro para tom 12. o chão na palma da mão
música e letra | walter garcia música e letra | marília calderón

restos de mar azul subo desvio bifurco sim, me desconstrua!


sombra de céu azul e nunca acho minha medida sim, me desconstrua! sua
boca a espumar só em partes me conheço obra, estilhaços no chão
limo e areia pois de avenidas e ruas os pés lá no alto cantando
guimbas de mar azul divididas em sentidos vários e o chão na palma da mão
laje de céu ruindo azul – e até contrários –
é que dou a partida e o chão na palma da mão
nuvens de pó no mar rumo ao encontro inviável
olhos de pó e sal de todos e tantos lados
ossos de sal marília calderón | voz, acordeão
mãos de papel um braço fazendo desenhos walter garcia | violão
mãos de metal em pó o outro tocando violão mazé cintra | percussão
corpos de areia as pernas dançando na chuva
olham uma menina que não passa mais e a boca dizendo “oh não”

restos de mar azul sim, me desconstrua!


sombra de céu e o chão sim, me desconstrua! minha
é cascalho é só obra caindo da lua
cerro de cinzas que não trazem brasa mais um olho virado pro céu
guimbas, laje, cinza, areia e pó o outro rolando na rua
vidas que não trazem vida mais ouvidos jogando pra cima
vidas que não trazem vida mais as claves e dizendo “não”

marília calderón | voz


walter garcia | violão
gravado e mixado no eng estúdio,
de out. 2014 a nov. 2015,
por ernani napolitano
assistentes | duda gomes, shirley valentina

masterizado no áudio portátil,


de jan. a mar. 2016,
por clement zular

projeto gráfico | malu rangel [doralice eu bem que


lhe disse], walter garcia
marília calderón walter garcia

primeiramente, agradeço muito ao temer e seus márcio marciano, antonio geraldo figueiredo seria justo, mas muito repetitivo agradecer a quem
parças, caso percebam, antes tarde do que nunca, ferreira e renato gonçalves, pelos textos a marília já agradeceu – a todas e a todos que,
que golpe não é legal. então, agradeço de coração a inspiradores e a heron, de novo, pelos momentos desde o início do projeto, nos ajudam com
todos que estiveram presentes no processo deste inspiradores; a juliana, minha irmã, por ser uma trabalho, talento, paciência, parceria. apenas
trabalho: a cleusa, minha mãe, por me fazer sentir grande parceira e ter comigo tantas e tantas gostaria de acrescentar meus agradecimentos a
o impressionante poder de transformação, para o questões em comum, sobre a vida e empreitadas teco, dudu, dinda, ney mesquita, marcelo mainieri,
bem ou para o mal, de cada palavra; a marcelo artísticas que assustam a família; ao tony, por que seguem me inspirando na memória e no
segreto, ton lopes, vinícius gueraldo e david forell, permanecer próximo mesmo quando estou coração. e também agradeço a quem está sempre
por dividirem comigo seu interesse pela canção em distante; a dora, pelas dicas sobre como encarar o por perto: lubélia, lúcia, fábio, ricardo, lucas, thaís,
encontros dos quais tenho sinceras saudades; ao palco; a bia rezende, pelas fotos; a malu rangel, felipe, margareth, vivian, fábio luiz. e a quem,
max, meu pai, por me dar as chaves de seu bar ora pelas fotos e por doar seu tempo, carinho e mesmo não estando, também está sempre por
bolas para muitos desses encontros, além de me trabalho para que este projeto chegasse a você de perto: a adriano martins, frei luiz cappio; a luiz
contagiar com seu indisfarçável desejo pela música; maneira bonita; a você, que está doando seu tempo augusto, rosa maria; a gabi neves, mayara neves,
a todos que moram e frequentam a casa barco, para tentar entender o que nós estamos tentando yara cintra; a cris neves; a tania sandroni; a denise
especialmente aos integrantes da banda teko porã, dizer. muitíssimo obrigada. que a comunicação de mello, denise de oliveira, luiza de carvalho; a
por abrirem as portas e ouvidos para esse meu aconteça! luís marcelo cury; a ana lee, marcelo pretto; a luca
“projeto paralelo”, que de paralelo nunca teve bacchini; ao mestre josé antonio pasta júnior; ao
nada; a fábio morales, pelos momentos em que nos maestro cláudio leal ferreira. ainda agradeço ao
abraçamos e ficamos pulando igual loucos sem que amigo lincoln antonio, às amigas ilka cintra, juçara
isso faça o menor sentido, porque a vida precisa marcal, mazé cintra, mônica thiele, nenê cintra; a
mesmo mais de abraços do que de sentidos; ao companhia de márcio marciano, mayra ferreira,
oceano pacífico, pelo carinho incondicional e por nuriey castro, paula coelho, vítor blam, adriano
ter reagido pacificamente à música “o gato no cabral, lara torrezan, ricardo canella, suellen brito,
capô”; a maria rita kehl, por encorajar-me a escutar zezita matos, erick de almeida; a companhia de
meus desejos, por mais arriscados e tresloucados sérgio de carvalho, helena albergaria, joão pissarra,
que sejam; a ernani, adriana e toda a equipe do eng martin eikmeier, carlota joaquina, deborah lobo,
estúdio, pelo trabalho eficiente e carinhoso; a luís mármora, cibele jácome, mafá nogueira,
lincoln antonio, pela generosidade e imprescindível rogério bandeira, rodrigo bolzan, ney piacentini,
ajuda do início ao fim deste trabalho; a mazé melissa guimarães; a companhia de pedro pires,
cintra, felipe soares, paula duarte, georgette fadel, heraldo firmino, cuca bolaffi, deborah serretiello,
juçara marçal, victória, tâmara david, sossô parma, eduardo fleury, andréa bassitt, míriam maria; a
pela imensa contribuição, mais do que generosa, assistência de paulo henrique dzialoschinsky,
para que o disco ficasse mais bonito e colorido; a wagner marcondes, nilda calil semino. também
clement zulart, pelos ouvidos afiados e o agradeço a associação atlética frango selvagem, não
surpreendente toque final; a wagner barbosa, canso de dizer, sem ela, ninguém segura esse rojão.
míriam maria, beth amin, ana luiza, joana mariz, e dedico o meu trabalho a malu e a dora.
gabriel levy, felipe soares e chico saraiva, pelos
ensinamentos musicais que tentaram ou tentam
pacientemente me transmitir; a heron coelho,
|na
cachola|

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