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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

Relação entre a força propulsora e a velocidade nos quatro estilos competitivos da


natação

Joel Moraes Santos Júnior

São Paulo
2012
JOEL MORAES SANTOS JÚNIOR

RELAÇÃO ENTRE A FORÇA PROPULSORA E A VELOCIDADE NOS QUATRO


ESTILOS COMPETITIVOS DA NATAÇÃO

Dissertação apresentada à Escola de


Educação Física e Esporte da Universidade
de São Paulo, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em Ciência.

Área de concentração: Estudos do Esporte

ORIENTADOR: PROF. DR. VALMOR ALBERTO AUGUSTO TRICOLI

São Paulo
2012
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.

Santos Júnior, Joel Moraes


Relação entre a força propulsora e a velocidade nos quatro estilos competitivos
na natação / Joel Moraes Santos Júnior. -- São Paulo: [s.n.], 2012.
45 páginas.

Dissertação (Mestrado) – Escola de Educação Física e Esporte da


Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Valmor Alberto Augusto Tricoli

1. Força. 2. Velocidade. 3. Nado atado. 4. Natação. I. Título


SANTOS JÚNIOR, Joel Moraes
Relação entre a força propulsora e a velocidade nos quatro estilos
competitivos na natação. Dissertação apresentada à Escola de Educação Física e
Esporte da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciência

Aprovado em:

Banca examinadora

Prof. Dr. __________________________ Instituição:_______________


Julgamento:________________________ Assinatura:______________

Prof. Dr. __________________________ Instituição:_______________


Julgamento:________________________ Assinatura:______________

Prof. Dr. __________________________ Instituição:_______________


Julgamento:________________________ Assinatura:______________
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar à minha família por me dar apoio durante o processo de


formação acadêmica.
Ao meu Orientador Prof. Dr. Valmor Alberto Augusto Tricoli pela confiança,
paciência, disponibilidade, profissionalismo e principalemente amizade quando eu
mais precisei.
Aos professores Carlos Ugrinowitsch e Mauro Batista por todas as
considerações pertinentes na banca sobre este trabalho sobretudo minhas
responsabilidade enquanto aluno do programa de pós graduação.
Ao professor João Carlos Barros por me incentivar durante toda minha
formação.
Agradecimento especial à minha querida amiga Carla Luguetti por me ajudar,
orientar e colaborar na conclusão desse trabalho de maneira incansável.
Aos amigos e professores da EEFE que colaboraram na minha formação
acadêmica durante todo processo.
RESUMO

SANTOS JÚNIOR, J.M. Relação entre a força propulsora e a velocidade nos


quatro estilos competitivos na natação. 2012. 45 páginas. Dissertação de
Mestrado – Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, 2012.
Embora muitos estudos tenham investigado a contribuição da força propulsora
na velocidade de nadadores, a maioria das pesquisas se restringiu ao estilo
crawl e no nado como um todo. Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi
mensurar e comparar a força propulsora e o desempenho de velocidade nos
quatro estilos competitivos e verificar a relação entre elas durante o nado
completo, o nado somente de pernas e o nado somente de braços em
nadadores competitivos. Participaram do estudo 37 nadadores do sexo
masculino com experiência competitiva de no mínimo dois anos, com idade
entre 15 e 19 anos. A amostra foi dividida pelos estilos borboleta (n=9), costas
(n=7), peito (n=9) e crawl (n=12). Foram medida as variáveis de força
propulsora (VFP) no nado atado (NA) nas seguintes situações; força propulsora
máxima de nado em 10 segundos (FPM10), força propulsora máxima de
pernas em 10 segundos (FPMp), força propulsora máxima de braços em 10
segundos (FPMb), força propulsora máxima de nado em 25 segundos (FPM25)
força propulsora média de nado em 25 segundos (FPm25). Também foi
mensurada a velocidade nas metragens de 15 e 50 metros (V15 e V50). Cada
nadador realizou os testes de força e velocidade nos principais estilos de
competição. Os resultados demonstraram correlações entre as VFP com a
velocidade para os quatro estilos competitivos no nado completo (entre r=0,62
e 0,97), na força propulsora de pernas nos estilos costas e crawl (r=, 0,77, 0,73
e 0,72) e para a força propulsora de braços no estilo crawl (r=0,73). O estilo
peito se correlacionou de maneira moderada negativamente (r=, -0,69, -0,75, -
0,76 e -0,77) com a FPM10, FPM25, FPM25 e FPm25. Conclui-se que a força
propulsiva apresentou relação com a velocidade nos quatro estilos competitivos
e que tal relação é melhor no nado completo quando comparada aos membros
inferiores e superiores.
Palavras-chave: força, velocidade, nado atado, natação
ABSTRACT

SANTOS JÚNIOR, J.M. Relationship between the propulsive force and speed in
the four competitive strokes in swimming. 2012. 46 pages. Dissertation - School
of Physical Education and Sport, University of São Paulo, 2012.
Although many studies have investigated the contribution of propulsive force
in speed of swimmers, most studies has been restricted to crawl and complete
swimming. So, the objective of this study was to measure and compare the
propulsive force and speed performance on all four competitive strokes and the
relation between them during complete swimming, propulsive force of the legs
and of the arms. The study included 37 male swimmers competitive with at
least two years, with ages between 15 and 19 years old. The sample was
divided by styles butterfly (n = 9), back (n = 7), breast (n = 9) and crawl (n = 12).
We analyze the propulsive force variables (VFP) in tethered swimming (NA) in
situations: maximum propulsive force of swimming in 10 seconds (FPM10)
maximum propulsive force of legs in 10 seconds (FPMp), maximum propulsive
force of arms in 10 seconds (FPMb), maximum propulsive force of swimming in
25 seconds (FPM25) mean propulsive force of swimming in 25 seconds
(FPm25). Also the speed was measured at distances of 15 and 50 meters (V15
and V50). Each swimmer performed the tests of strength and speed in the main
styles of competition. The results showed correlations between VFP with speed
for the four competitive swimming in complete swimming (between r = 0.62 and
0.97), in the propulsive force of legs in the back and crawl styles (r = 0.77, 0.73
and 0.72) and the propulsive force of arms in the crawl (r = 0.73). The
breaststroke showed moderate negative correlation (r = -0.69, -0.75, -0.76 and -
0.77) with FPM10, FPM25, and FPM25 FPm25. It is concluded that the
propulsive force was related to the speed in four competitive and that this
relationship is better in comparison to the complete swimming upper and lower
limbs.
Keyword: strength, speed, tethered swimming, swimming
LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 – Níveis de força no nos quatro estilos no nado completo, somente com
braços ou somente com pernas, em nadadores de 15 a 20 anos do sexo masculino. .
........................................................................................................... 26
Tabela 2 - Número de atletas em cada estilo da natação e categoria. ................ 28
Tabela 3 - Médias para o ranking e idade dos nadadores em cada estilo........... 28
Tabela 4 - Velocidade (m/s) em 15 e 50 metros (média ± desvio padrão) nos
quatro estilos competitivos da natação. .................................................................... 35
Tabela 5 - Força propulsora (Kgf) nas condições FPM, FPM25 e FPm25 (média ±
desvio padrão) nos quatro estilos competitivos da natação 35
Tabela 6 - Força propulsora (Kgf) nas condições FPMb10 e FPMp10 (média ±
desvio padrão) nos quatro estilos competitivos da natação ...................................... 36
Tabela 7 - Valores de correlação (r de Pearson) entre as variáveis da força
propulsora e velocidade nos quatro nados competitivos ........................................... 36
Tabela 8 - Regressão linear considerando a variável V50 como dependente..... 37
LISTA DE FIGURAS

Página
Figura 1 - Índices de força propulsora máxima de nadadores nos diferentes
estilos de nado e distâncias (adaptado de Bulgakova, 2000). .................................. 23
Figura 2 - Índices de força propulsora máxima no nado completo, somente com
braços e somente com pernas medidos em nadadores de alto nível nos diferentes
estilos de nado e distâncias (adaptado de Bulgakova 2000). ................................... 23
Figura 3 - Modelo esquemático representando o nado atado ................................ 27
Figura 4 - Ilustração da mensuração da força propulsora máxima de braços........ 31
Figura 5 - Ilustração da mensuração da força propulsora máxima de pernas ....... 32
Figura 6 – Ilustração do teste de velocidade de 15 metros (adaptado de Marinho,
2002). ........................................................................................................... 33
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 19
2. OBJETIVO.................................................................................................... 21
3. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 22
3.1. Relação força e velocidade na natação ................................................. 22
3.2. Força de propulsão ................................................................................ 24
3.3. Avaliação da força e sua relação com a velocidade na natação ........... 26
4. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 28
4.1. Amostra ................................................................................................. 28
4.2. Instrumentos e procedimentos............................................................... 28
4.2.1. Mensuração das variáveis da força propulsora ............................... 29
4.2.1.1. Mensuração da FPMb .............................................................. 31
4.2.1.2. Mensuração da FPMp .............................................................. 31
4.2.2. Testes de velocidade de 15 metros (V15) ....................................... 32
4.3. Análise Estatística ................................................................................. 34
5. RESULTADOS ............................................................................................. 35
6. DISCUSSÃO ................................................................................................ 38
7. CONCLUSÃO............................................................................................... 43
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 44
1. INTRODUÇÃO

Na natação, a velocidade máxima, especialmente em curtas distâncias, é


influenciada de forma direta pela força de propulsão dos membros superiores
(“puxada”) e pelas características biomecânicas (“técnica”) do nado (GIROLD;
CALMELS; MAURIN; MILHAU; CHATARD, 2006; HAVRILUK, 2010; TOUSSAINT;
BEEK, 1992). Porém, a mensuração da produção força nesta modalidade esportiva
ainda é um fator limitante para determinação desta relação.
Os métodos mais utilizados para mensurar a força dos nadadores são de
caráter geral, se constituindo de exercícios convencionais do treinamento de força
ou do uso de aparelhos isocinéticos (BARBOSA, 2010; DOPSAJ; MATKOVIC;
ZDRAVKOVIC, 2002; MARINHO, 2002). Esses métodos não são específicos aos
gestos motores realizados pelos nadadores e assim sua validade é colocada em
dúvida (OLBRECHT; CLARYS, 1983). Esse é provavelmente um dos motivos da
falta de resultados conclusivos quanto à transferência do desempenho de força nos
exercícios realizados fora da água para o desempenho dentro dela, principalmente
com nadadores de alto rendimento (BARBOSA; ANDRIES JUNIOR, 2006; TANAKA;
COSTILL; THOMAS; FINK; WIDRICK,1993).
A literatura apresenta, basicamente, dois métodos válidos de mensuração da
força aplicada durante o nado: o método de nado atado (“tethered swimming”)
(BARBOSA, 2010; BARBOSA; ANDRADE; MOREIRA; SERRÃO; ANDRIES
JÚNIOR, 2012; DOPSAJ et al., 2002; FOMITCHENKO, 1999; KESKINEN; KOMI,
1993; MARINHO; GOMES, 1999; PAPOTI; ZAGATTO; FREITAS JÚNIOR; CUNHA;
MARTINS; GOBATTO, 2005) e o método de nado semi-atado (“semi-tethered” ou
“partially tethered swimming”) (ADAMS; MARTIN; YEATER; GILSON, 1983;
MAGLISHO; MAGLISCHO, 1984; PAPOTI; MARTINS; CUNHA. ZAGATTO;
GOBATTO, 2003; SWAINE; DOYLE, 1999). O método de nado atado (NA) consiste
na natação estacionária enquanto o nadador permanece preso a um cabo
inextensível com a extremidade oposta conectada a uma das bordas da piscina.
Nesta metodologia a força propulsora máxima (FPM) pode ser medida por um
sensor ou célula de carga presa ao cabo que está fixado à borda da piscina
(KESKINEN; KOMI, 2003; PAPOTI et al., 2003).
Dopsaj et. al. (2002) e Magel (1970) ressaltam que o NA é o procedimento
mais eficiente para mensurar a força de propulsão em nadadores de diferentes
níveis técnicos. Essa afirmação é corroborada por Costill, Sharp e Troup (1980) e
Strass (1986) que sugerem métodos de avaliação de força aplicados de forma
específica à natação.
Deve der destacado que alguns estudos reportaram correlação
moderada/elevada (r= 0,78 a 0,96) entre a FPM medida no NA e velocidade do nado
(COSTILL; KING; HOLDREN; HARGREAVERS,1983; MARINHO, 2002; PESSOA
FILHO; MONTEIRO, 2008), enquanto outros observaram correlações mais baixas
(r=0,50) (ADAMS et al., 1983; SMITH; NORIS; HOGGG, 2002). A maioria das
pesquisas com o NA restringiu-se a investigação da relação entre FPM e velocidade
do nado estilo crawl. Contudo, alguns estudos, mesmo que ainda escassos,
propuseram essa análise nos quatro estilos (MOROUÇO; KESKINEN; VILAS-BOAS;
FERNANDES, 2011a), no estilo peito (BARBOSA; DOPSAJ; OKICIC; ANDRIES
JÚNIOR, 2010), nos estilos crawl, peito e costas (YEATER; MARTIN; WHITE;
GILSON, 1981) e no borboleta (PAPOTI; VITÓRIO; VELOSA; CUNHA; RAMOS DA
SILVA; MARTINS; GOBATTO, 2007) encontrando altas correlações (de 0,79 à 0,96).
Porém, apesar da velocidade máxima ser influenciada pela força propulsora
gerada pelos membros superiores (GIROLD et al., 2006; HAVRILUK, 2010;
TOUSSAINT; BEEK, 1992), ainda não se sabe qual é a relação da FPM produzida
pelos diferentes segmentos corporais no desempenho de velocidade nos quatro
estilos competitivos da natação
A investigação desta relação poderá fornecer informações importantes e
inovadoras para a organização e elaboração de programas do treinamento de
nadadores, principalmente para o treinamento de força aplicado aos quatros estilos
competitivos.
2. OBJETIVO

O objetivo do presente estudo foi mensurar e comparar a força propulsora e o


desempenho de velocidade nos quatro estilos competitivos e verificar a relação entre
elas durante o nado completo, o nado somente de pernas e o nado somente de
braços em nadadores competitivos do sexo masculino.
3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Relação força e velocidade na natação


A força é uma capacidade motora de grande relevância no desempenho de
várias modalidades esportivas. A relação entre o aumento de força com o
subsequente aumento na velocidade em muitos esportes sugere a força e a potência
como capacidades determinantes no desempenho esportivo (FARTO, 2010;
MARINHO, 2002).
Na natação, muitos autores atribuem grande importância da capacidade de
força no incremento da velocidade (BARBOSA et al., 2010; COSTILL, 2001; FARTO,
2010; HSU; HSU; HSIEH, 1997; MARINHO, 2002; MOROUÇO, et al., 2011ª,
MOROUÇO; VILAS-BOAS; FERNANDES, 2011b, PAPOTI et al., 2007; SHARP;
TROUP; COSTILL, 1982; SMITH et al., 2002; STRASS, 1986, TOUSSAINT; BEEK,
1992; YOUNG, LEAN; ARDAGNA, 1995). As provas de velocidade (50 e 100
metros) requerem uma grande participação da força máxima e força rápida
(TEIXEIRA; FOMITCHENKO, 1998).
Marinho e Andries Júnior. (2004) encontraram uma correlação moderada
(r=0,57) entre a força isométrica máxima e a velocidade do nado no estilo crawl em
25 metros. Já Tanaka (1993), Strass (1996) e Barbosa e Andries Júnior. (2006)
encontraram aumentos de 12% a 25% da força muscular e nenhum aumento
significante na velocidade após oito semanas de treinamento realizado fora da água
três vezes por semana com o objetivo no aumento da força e potência muscular.
Entretanto, os estudos de Girold et al. (2006) e Gergley, McCardle, Dejesus,
Toner, Jacobiwitz e Spina (1984) constataram incremento significante no
desempenho dos 100 metros nado crawl após três semanas de treinamento de
força específico, com uso de corda elástica e do “swim bench”. Além disso, Morouço
et al. (2011a) encontraram correlação moderada/elevada (r=-0,69 a -0,90) da força
nos quatro estilos competitivos com a velocidade nos 50 metros.
Na figura 1 pode-se observar que existem diferenças na FPM nos quatro
estilos competitivos como também na distância nadada, demonstrando que
nadadores de longa distância (1500 metros) apresentam valores médios de FPM
inferiores (15,5 kgf) do que os nadadores de curta distância (100 metros) (19,4 kgf).
Figura 1 - Índices de força propulsora máxima de nadadores nos diferentes
estilos de nado e distâncias (adaptado de Bulgakova, 2000).

Além disso, Bulgakowa (2000) demonstrou existirem diferenças também na


FPM quando analisada no nado completo ou apenas com os braços e apenas com
as pernas (Figura 2).

Figura 2 - Índices de força propulsora máxima no nado completo, somente com


braços e somente com pernas medidos em nadadores de alto nível
nos diferentes estilos de nado e distâncias (adaptado de Bulgakova
2000).
Para nadadores competitivos em nível nacional e internacional no crawl, a
literatura aponta valores entre 15,9 e 34,7 kgf, para avaliações realizadas no NA
(BARBOSA; ANDRIES JÚNIOR, 2006; DOPSAJ et al., 2002; FARTO, 2010).

3.2. Força de propulsão


As principais explicações para a manifestação da força propulsora se baseiam
nas três leis do movimento formuladas por Newton, publicadas no ano de 1686. A
primeira, também conhecida como inércia, afirma que um corpo permanece em
repouso ou em movimento retilíneo uniforme a menos que haja atuação de uma
força que cause a alteração deste estado (BIXLER, 2008). A segunda lei
complementa dizendo que o sentido e a velocidade do deslocamento do corpo se
modificam de maneira proporcional à força aplicada.
Assim, a capacidade de deslocamento de um nadador será dependente das
forças que atuam sobre ele, ou seja, as forças propulsoras (Fprop), que o
impulsionam à frente, e as forças de arrasto (Fres), contrárias ao movimento
(BIXLER, 2008).

Fprop – Fres = m . a

Onde “ma” representa a massa do nadador e “a” a aceleração obtida. Sendo


assim, três possibilidades podem ser obtidas a partir dessa equação: 1) Fres =
Fprop, a velocidade é uniforme ou o corpo está estático; 2) Fres > Fprop, ocorre uma
desaceleração e 3) Fres < Fprop, ocorre uma aceleração (TOUSSAINT;
HOLLANDER, 1994; VORONTOV; RUMYANTSEV, 2004). Portanto, uma das
formas de melhorar o desempenho é minimizar as forças resistivas e, ao mesmo
tempo, aumentar as propulsivas.
Counsilman (1977) sugeriu que a velocidade de nadadores poderia ser
aumentada por: a) uma diminuição das forças de arrasto, b) um aumento das forças
propulsivas geradas pelas braçadas e pernadas e c) uma combinação dessas duas
situações. Já é sabido que a contribuição dos braços para a propulsão na natação é
maior que a contribuição das pernas nos quatro estilos, exceto no estilo peito.
Deschodt, Arsac e Rouard (1999) conduziram uma pesquisa onde eles verificaram a
locomoção em quatro procedimentos experimentais para o estilo crawl: 1) propulsão
apenas com um braço, 2) propulsão apenas com os dois braços, 3) propulsão com
um braço e duas pernas e 4) propulsão com os dois braços e as duas pernas. Os
autores verificaram aumentos médios de 10% na velocidade máxima quando as
pernadas foram inseridas nos testes confirmando a grande eficácia dos membros
superiores na propulsão aquática. Esse aspecto foi incialmente descrito por
Hollander, Groot, Ingen, Toussaint, Peeters, Meulemanes e Schreurs (1986) Nesse
experimento, 18 nadadores de nível nacional foram submetidos a duas condições: a)
nadar em máxima velocidade no nado crawl com movimento completo (braços e
pernas) e b) nadar em máxima velocidade apenas com a utilização dos braços e
com as pernas apoiadas por um flutuador. Os resultados demonstraram que o nado
com os braços e pernas foi 12% mais veloz do que apenas com os braços. Por outro
lado, Morouço, Neiva, Gonzalez-Badillo, Garrido, Marinho e Marques (2011c)
encontram uma contribuição em torno de 35% das ações das pernadas no nado
estilo crawl executado em velocidade máxima.
No nado borboleta, a investigação da relação entre a força propulsora de
pernas e a velocidade de deslocamento em 25 metros foi investigada por Papoti et.
al. (2007). Estes autores encontraram alta correlação elevada (r= 0,86) entre estas
variáveis, sugerindo uma maior importância das pernadas para este estilo de nado.
Contudo, poucos são os estudos que procuraram determinar a relação entra a força
propulsora e o desempenho no nado peito e no nado costas. Alguns autores
apontam que a pernada do estilo peito contribui com maior eficiência propulsiva
quando comparada aos outros três estilos (HOOPER, HADLEY; PIVA; BAMBAUER,
1983; MAGEL 1970; MAGLISCHO, 2003; SWEETENHAM; ATCKINSON, 2003) e no
estilo costas a pernada é determinante em provas de 50 e 100 metros (SANTOS
JÚNIOR; DIAS; NOGUEIRA; MANSOLDO, 2011).
Cancela e Farto (2002) estudaram a força no NA nos quatro estilos
competitivos entre coordenação total, somente os braços e somente as pernas no
sexo masculino entre 15 e 20 anos. Os resultados estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Valores de força no nos quatro estilos no nado completo, somente
com braços ou somente com pernas, em nadadores de 15 a 20 anos
do sexo masculino.
Crawl Costas Peito Borboleta

Média Dev Pad Média Dev Pad Média Dev Pad Média Dev Pad
(Kg) (kg) (Kg) (kg) (Kg) (kg) (Kg) (kg)

M. Inferior 8,83 0,14 6,52 1,77 8,35 1,77 9,4 1,77


15 a 16
M. Superior 7,43 2,55 5,61 1,27 9,17 1,27 8,6 1,27
anos
C. Completa 11,61 2,26 9,07 1,47 11,35 1,47 12 1,47
M. Inferior 11,87 1,77 11,87 2,23 9,05 2,23 11 2,23
17 a 18
M. Superior 7,23 1,27 7,25 1,21 10,35 1,21 9,8 1,21
anos
C. Completa 14,33 1,47 13,33 1,89 14,33 1,89 14 1,89
M. Inferior 13,45 2,23 11,7 1,62 10,05 1,62 11,1 1,62
19 anos M. Superior 8,4 1,21 9,3 1,04 10,6 1,04 9,7 1,04
C. Completa 15,5 1,89 14,4 1,09 14,6 1,09 14,8 1,09

Os autores observaram um a tendência na produção de maiores valores de


força em membros inferiores quando comparado aos membros superiores em todos
os estilos exceto no peito. Neste ultimo, a maior produção de força advém dos
membros inferiores e isso pode ser condicionado pelos distintos grupos musculares
envolvidos em cada estilo específico (MAGEL, 1970).
As diferenças na FPM em nado completo ou segmentado por membros
inferiores e superiores parecem estar atribuídas às características particulares de
cada estilo, principalmente nos simultâneos (borboleta e peito) e nos alternados
(crawl e costas). Os simultâneos, por serem executados em ações duplas de pernas
e de braços apresentam valores superiores de pernas, sobretudo no peito quando
comparados aos estilos alternados.

3.3. Avaliação da força e sua relação com a velocidade na natação


O procedimento mais comum para a medição da força específica na natação
é o nado atado (NA) (Figura 3).
Neste método, o nadador utiliza um cinto preso à cintura o qual encontra-se
ligado a um cabo inextensível conectado a um dispositivo de medição de força
(célula de carga) fixado na borda da piscina. O NA é uma técnica reprodutível
(BARBOSA et al., 2010, 2012; HOOPER; MCKINNON; HOWARD, 1998; MARINHO,
2002; PAPOTI et al., 2005; SANTHIAGO, 2009), altamente correlacionada com
desempenho específico (BARBOSA et al., 2010; DOPSAJ et al., 2002; MARINHO,
2002; MOROUÇO; SOARES, VILAS-BOAS; FERNANDES, 2008; PAPOTI et al.,
2003) e sensível as alterações causadas pelo treinamento (PAPOTI, et al., 2007,
TRAPPE, COSTILL; THOMAS, 2001).
O estudo clássico de Magel (1970) utilizando o NA foi pioneiro, pois mediu a
força de maneira específica e ainda o fez nos quatro estilos competitivos.

Figura 3 - Modelo esquemático representando o nado atado

Este autor constatou que os valores de FPM foram significantemente maiores


no peito perante os outros estilos, dados que foram corroborados por Hopper et al.
(1983), Maglischo (2003) e Mouroço (2011a).
4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Amostra
A amostra foi composta por 37 nadadores do sexo masculino registrados na
Federação Aquática Paulista, com experiência competitiva em campeonatos
estaduas e nacionaisde no mínimo dois anos, pertencentes às categorias Juvenil (15
e 16 anos) e Júnior (17 a 19 anos). A amostra foi dividida pelos estilos borboleta
(n=9), costas (n=7), peito (n=9) e crawl (n=12) (Tabela 2).

Tabela 2 - Número de atletas em cada estilo da natação e categoria.


Borboleta Costas Peito Crawl
Juvenil 4 2 2 6
Junior 5 5 7 6
TOTAL 9 7 9 12

Com o intuito de melhor caracterizar os nadadores avaliados, os mesmos


responderam a um questionário fornecendo informações sobre anos de prática de
natação, especialidade de nado, idade cronológica e ranking estadual nas principais
provas (Tabela 3).

Tabela 3 - Médias para o ranking e idade dos nadadores em cada estilo.


Borboleta Costas Peito Crawl
Ranking
3,8 4,6 2,4 3,4
estadual
Idade (anos) 17,1 17,4 17,3 16,5
Anos de prática 5,5 4,9 4,4 6,2

4.2. Instrumentos e procedimentos


Os nadadores não participaram de treinamentos intensos nas 48 horas
precedentes aos testes. Todos os atletas estavam no período de preparação
específica de treinamento e participaram de sessões de familiarização com o
equipamento e os procedimentos do estudo.
A familiarização consistiu na realização de maneira aleatória dos seguintes
testes: força propulsora máxima de pernas (FPMp), força propulsora máxima de
braços (FPMb) e força propulsora máxima de nado (FPM) em dias distintos com
intervalo de 48 horas entre eles. Foi definido como familiarizados os nadadores que
apresentaram um coeficiente de variação de 5% entre as tentativas das sessões de
familiarização. Isso ocorreu em média após a terceira sessão para cada um dos três
testes de mediação da força.
Os testes de medição de força e de velocidade foram realizados em piscinas
com metragens e condições mínimas estipuladas para realização de competições
oficiais estabelecidas pela Federação Internacional de Natação Amadora (FINA). A
temperatura foi controlada e permaneceu em torno de 26-27ºC durante todo o
período experimental. Sabendo das discrepâncias de desempenhos em diferentes
horários do dia, os testes e a familiarização foram realizados entre as 17 e 18 horas
como sugerido por Baxter e Reily (1983) para todos os nadadores.
Foi adotado para todos os testes um aquecimento geral de 10 minutos
composto de exercícios leves de flexibilidade para os membros inferiores e
superiores combinados com movimentação ativa de flexão, extensão e circundução
dos membros inferiores e superiores. Após este período os nadadores executaram
um aquecimento específico na água contendo cinco repetições de 200 metros no
nado crawl com 15 segundos de intervalo entre repetições, num esforço subjetivo
em torno de 55-65% da capacidade máxima do nadador para aquela distância. Os
testes de velocidade e força propulsora tiveram início cinco minutos após o
aquecimento específico.
Os testes foram conduzidos por avaliadores/treinadores que possuem
experiência de mais de 15 anos em natação competitiva

4.2.1. Mensuração das variáveis da força propulsora


A mensuração da força propulsora foi dividida em dois momentos: testes com
10 segundos de duração (força propulsora máxima no nado completo (FPM10),
força propulsora máxima de braços (FPMb10) e força propulsora máxima de pernas
(FPMp10) e testes com 25 segundos de duração (força propulsora máxima no nado
completo (FPM25), e a força propulsora média no nado completo (FPm25). Para
estes testes foi utilizado um dinamômetro digital (Modelo DD-300, Instrutherm, São
Paulo, Brasil) acoplado a uma estrutura de aço carbono. Esta estrutura,
especialmente desenvolvida para o teste, possui resistência mecânica a tração igual
a 3433N para o apoio e suporte na baliza.
Os nadadores vestiram um cinto preso à cintura pélvica e iniciaram os
respectivos nados com frequência de braçadas escolhidas voluntariamente pelos
mesmos. Após a estabilização do nadador na posição horizontal, o que ocorreu
entre o segundo e o quarto ciclo de braçadas aproximadamente, um sinal sonoro
(apito) foi enviado para que o nadador aplicasse o máximo esforço possível durante
10 ou 25 segundos. O padrão respiratório foi escolhido de maneira livre pelos
nadadores.
O protocolo utilizado na mensuração da força propulsora foi o recomendado
por Marinho (2002). Em cada situação FPM10, FPMb10, FPMp10, FPM25 e FPm25
os nadadores vestiram um cinto de nylon que foi preso à cintura pélvica e iniciaram
os respectivos nados com frequência de braçadas e pernadas escolhidas
individualmente pelos mesmos. O procedimento de esforço máximo em 10 segundos
no NA foi adotado, pois o tempo médio para aquisição da FPM ocorre em torno do
oitavo segundo (PLATONOV, 2005). Já o tempo de 25 segundos pelo fato de
representar um valor médio de duração que atende o tempo dos 4 estilos em provas
de 50 metros.
Os dados foram coletados após o primeiro segundo de esforço máximo. Este
procedimento teve como objetivo minimizar os efeitos inerciais sofridos pelo cabo,
que poderiam superestimar os resultados da FPM como um todo (MOUROÇO et al.,
2011).
Cada nadador participou de três tentativas máximas para a FPM10, FPMb10
e FPMp10 e duas para FPM25 e FPm25 com um intervalo de aproximadamente dois
minutos entre elas em recuperação passiva e de 48 horas entre cada teste das
variáveis de mensuração de força. O dinamômetro e o cronômetro foram acionados
simultaneamente através da utilização de um software específico (DynaView
Standard/Pro versão 2.7.1, Filizola Ltda, São Paulo, Brasil). O melhor resultado das
tentativas nos testes de foi utilizado para a análise estatística.
4.2.1.1. Mensuração da FPMb
Para medição da FPMb o nadador seguiu o procedimento de maneira idêntica
ao FPM porém utilizou um cinto específico preso ao tornozelo e uma prancha presa
entre as pernas na altura da pélvis com dimensões de 20x40 cm para estabilização
do corpo. Após a estabilização do nadador na posição horizontal, o que ocorreu
entre o segundo e o quarto ciclo de braçadas aproximadamente, um sinal sonoro
(apito) foi enviado para que o nadador aplicasse o máximo esforço possível durante
10 segundos.
Tanto o cinto acoplado no tornozelo quanto as pranchas não interferiram na
execução de nenhum dos quatro nados. O cinto acoplado no tornozelo também não
permitiu a execução das pernadas pelos nadadores (Figura 4).

Figura 4 - Ilustração da mensuração da força propulsora máxima de braços

4.2.1.2. Mensuração da FPMp


Para medição da FPMp o nadador segurou com as mãos uma prancha de
EVA com as dimensões de 20x40cm para auxiliar na estabilização do tronco (Figura
5). O padrão respiratório foi escolhido individualmente pelos nadadores. Após a
estabilização do nadador na posição horizontal, o que ocorreu entre o segundo e o
quarto ciclo de braçadas aproximadamente, um sinal sonoro (apito) foi enviado para
que o nadador aplicasse o máximo esforço possível durante 10 segundos.
Figura 5 - Ilustração da mensuração da força propulsora máxima de pernas

4.2.2. Testes de velocidade de 15 metros (V15)


A velocidade dos nadadores em deslocamento de 15 metros para cada nado
foi mensurada com o teste proposto por Brito e Figueiredo (1998). Neste teste, o
nadador teve de atingir a velocidade máxima em três tentativas com intervalo
passivo de dois minutos entre elas. A distância total em cada tentativa foi
equivalente a 25 metros; no entanto, somente o tempo referente aos 15 metros
intermediários foi cronometrado. Os sete metros iniciais e os três metros finais não
foram considerados (Figura 6). Essa medida foi adotada a fim de não haver
interferência do impulso da parede na velocidade do nado. A distância dos 15
metros intermediários foi demarcada por dois cones plásticos situados na borda
lateral da piscina. Os nadadores foram orientados a não realizarem natação
submersa nos sete metros iniciais a fim da mesma não interferir na velocidade.
Figura 6 – Ilustração do teste de velocidade de 15 metros (adaptado de Marinho,
2002).

A mensuração do tempo (início da cronometragem) teve seu inicio a partir do


momento em que a cabeça dos nadadores ultrapassou a linha do primeiro cone e se
encerrou (término da cronometragem) quando a cabeça ultrapassou a linha do
segundo cone. Foram utilizados dois cronômetros da marca Acusplit Eagle
602(Acusplit, Plantation, FL) para aferição do tempo de 15 metros.
Os cronometristas acompanharam os nadadores desde o momento que a
cabeça ultrapassou o primeiro cone até a ultrapassagem do segundo cone. O tempo
final considerado foi a média dos dois cronometristas. Em adição, o tempo dos
nadadores na prova de 50 metros, nos seus respectivos estilos, foi utilizada para
verificar o desempenho obtido em campeonatos oficiais. Os tempos oficiais foram
obtidos pela anotação no site oficial da Federação Aquática Paulista
(www.aquaticapaulista.org.br) nos Campeonatos Paulistas de Inverno de cadxaa
categoria respectiva.
Tanto no teste V15 quanto no V50, o tempo obtido foi utilizado para o cálculo
da velocidade de deslocamento expresso em metros/segundo. O maior valor das
três tentativas foi utilizado para análise estatística.

4.3. Análise Estatística


Inicialmente realizou-se uma análise exploratória dos dados e observou-se a
normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk. As variáveis são apresentadas com
estatística descritiva (média e desvio padrão). Utilizou-se a ANOVA one-way para
verificar as possíveis diferenças entre os estilos competitivos (crawl, peito, costas e
borboleta) para a força propulsora e a velocidade de nado. Quando valores
significantes de F foram obtidos, utilizou-se o post hoc de Bonferroni para
comparações múltiplas. A relação entre a velocidade e a força propulsora foi
verificada com a utilização do coeficiente de correlação de Pearson. Para investigar
a contribuição da força propulsora para a velocidade do nado de maneira
multivariada, realizou-se a análise de regressão linear (Stepwise) considerando-se o
V50 como variável dependente. O nível de significância estabelecido foi de p<0,05.
5. RESULTADOS

Na Tabela 4 estão apresentados os valores médios e desvio padrão para a


V15 e V50 de acordo com o estilo de nado.

Tabela 4 - Velocidade (m/s) em 15 e 50 metros (média ± desvio padrão) nos


quatro estilos competitivos da natação.
Estilos V15 V50
**,***
Borboleta (n=9) 1,77 ± 0,1 1,88 ± 0,1
*** **** ****
Costas (n=7) 1,63 ± 0,0*, , 1,79 ± 0,1
, , ****
Peito (n=9) 1,50 ± 0,1* ** **** 1,73 ± 0,1
,
Crawl (n=12) 1,84 ± 0,1**,**** 2,02 ± 0,7** ***
V15 = velocidade de 15 metros, V50 = velocidade de 50 metros
*,representam diferenças significativas entre os estilos competitivos, sendo * para borboleta, ** para costas, ***
para peito e **** para crawl (p<0,05)

Observou-se diferença significante na V15 e na V50 para o estilo crawl


perante o peito e o costas. O estilo crawl apresentou os maiores valores de
velocidade seguido pelo borboleta, costas e peito. Na V15 os estilos costas e peitos
apresentaram diferença significante (menores valores) em comparação com os
demais estilos, diferentemente da V50 que apresentou apenas diferenças no estilo
crawl.
Na Tabela 5 são apresentados os valores de força propulsora para a FPM,
FPM25 e FPm25.

Tabela 5 - Força propulsora (Kgf) nas condições FPM, FPM25 e FPm25 (média ±
desvio padrão) nos quatro estilos competitivos da natação
Estilos FPM10 FPM25 FPm25

Borboleta (n=9) 24,6 ±4,6 22,9 ±3,9 13,0 ±3,4***


Costas (n=7) 21,2 ±6,0*** 19,6 ±4,8*** 13,4 ±2,1***
, , , ,
Peito (n=9) 29,2 ±6,3** **** 26,9 ±4,9** **** 18,0 ±3,5* ** ****
Crawl (n=12) 20,5 ±3,9*** 18,5 ±2,9*** 12,2 ±2,1***
FPM10 = força propulsora máxima em 10 segundos no nado completo, FPM25 = força propulsora máxima em 25
segundos, FPm25 = força propulsiva média em 25 segundos
*, representam diferenças significativas entre os estilos competitivos, sendo * para borboleta, ** para costas, ***
para peito e **** para crawl (p<0,05)
Observou-se diferenças significantes entre a FPM10 e a FPM25 no estilo
peito com relação ao crawl e costas. O estilo peito também foi significantemente
superior aos outros três estilos para a FPm25.
A Tabela 6 apresenta aos valores de força propulsora mensurada por
segmentos corporais nos quatro estilos.

Tabela 6 - Força propulsora (Kgf) nas condições FPMb10 e FPMp10 (média ±


desvio padrão) nos quatro estilos competitivos da natação
Estilos FPMb10 FPMp10
**** ***,****
Borboleta (n=9) 17,7 ±3,7 11,9 ±2,4
***
Costas (n=7) 15,8 ±3,3 10,3 ±2,9
*,**,****
Peito (n=9) 17,2 ±3,0 17,4 ±3,4
* *,***
Crawl (n=12) 13,6 ±2,9 8,1 ±2,3
FPMb10 = força propulsora máxima de braços em 10 segundos, FPMp10 = força propulsora máxima de pernas
em 10 segundos
*, representam diferenças significativas entre os estilos competitivos, sendo * para borboleta, ** para costas, ***
para peito e **** para crawl (p<0,05)

O estilo borboleta foi significantemente superior ao crawl na FPMb. Já na


FPMp o estilo peito foi superior aos outros três estilos e o borboleta
significativamente superior ao crawl.
Na Tabela 7 estão os valores de correlação entre as variáveis da força
propulsora e a velocidade nos quatro nados.

Tabela 7 - Valores de correlação (r de Pearson) entre as variáveis da força


propulsora e velocidade nos quatro nados competitivos
Borboleta (n=9) Costas (n=7) Peito (n=9) Crawl (n=12)
V15 V50 V15 V50 V15 V50 V15 V50
FPM10 -0,35 0,18 0,75* 0,82* -0,69* -0,61 0,85** 0,87**
FPMb10 0,04 -0,22 0,45 0,57 -0,11 -0,19 0,57 0,71*
FPMp10 -0,18 -0,03 0,79* 0,50 -0,49 -0,26 0,73* 0,77*
FPM25 -0,57 0,41 0,68 0,79* -0,75* -0,76* 0,83* 0,85**
FPm25 -0,61 0,73* 0,73 0,97** -0,67 -0,79* 0,62* 0,69*
FPM10 = força propulsora máxima em 10segundos; FPMb10 = força propulsora máxima de braço, FPMp10 =
força propulsora máxima de perna, FPM25 = força propulsora máxima em 25 segundos, FPm25 = força
propulsora média em 25 segundos, V15 = velocidade de nado para 15 metros, V50 = velocidade de nado para
50 metros
*correlação estatisticamente significante para p<0.05 e **p<0.01
O estilo crawl apresentou correlação significante entre a velocidade de nado
na maioria das variáveis da força propulsora com exceção da FPMb10. Na V50, o
estilo costas apresentou correlação positiva significante para FPM10, FPM 25 e
FPm25; contudo, ao observarmos braços e pernas separadamente somente a
FPMp10 apresentou correlação significante. No estilo peito correlações significantes
e negativas foram observadas para as variáveis FPM10, FPM25 e FPm25. O estilo
borboleta apresentou correlação significante entre FPm25 e a V50. As maiores
correlações foram apresentadas nos estilos alternados (crawl e costas).
A Tabela 8 apresenta os resultados da regressão linear, considerando-se a
variável V50 como dependente.

Tabela 8 - Regressão linear considerando a variável V50 como dependente.


Modelo B Erro padrão p R ajustado R
(Constant) 1,678 0,072
Borboleta (n=9) 0,023 0,479 0,738
FPM25m 0,016 0,005
(Constant) 0,923 0,091
Costas (n=7) 0,000 0,975 0,940
FPM25m 0,065 0,007
(Constant) 2,340 0,183
Peito (n=9) 0,000 0,594 0,807
FPM25 -0,023 0,007
(Constant) 1,404 0,113
Crawl (n=12) 0,000 0,730 0,868
FPM10 0,030 0,005
6. DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi mensurar e comparar a força propulsora e o


desempenho de velocidade nos quatro estilos competitivos e verificar a relação entre
elas durante o nado completo, o nado somente de pernas e o nado somente de
braços em nadadores competitivos do sexo masculino.
Os principais achados do estudo são: 1- que a força propulsora se
correlacionou com os quatro estilos competitivos na natação, 2 - que a força
propulsora de pernas se correlacionou com a velocidade nos estilos costas e crawl,
3 - que a força propulsora de braços se correlacionou com a velocidade no estilo
crawl e 4 - que o estilo peito se correlacionou de maneira moderada e
negativamente com a força propulsora.
Na literatura é possível encontrar vários estudos que investigaram a relação
entre a força propulsora e a velocidade do nado no estilo crawl (CASTRO;
OLIVEIRA; MORÉ, MOTA, 2010; COSTILL et al., 1980; DOPSAJ et al., 2002;
MARINHO; GOMES, 1999; MARINHO, 2002 MARINHO; ANDRIES JÚNIOR., 2004;
SIDNEY; PELAYO; ROBERT, 1996; SEIFERT; TOUSSAINT; ALBERTY,
SHNITZLER; CHOLLET, 2010;). Embora os outros estilos competitivos já tenham
sido estudados anteriormente (MOROUÇO et al., 2008, 2011, YEATER et al., 1981)
nenhuma atenção foi dada ao desempenho envolvendo membros superiores e
inferiores.
Os achados do presente foram semelhantes aos de Yeater et al. (1981),
Morouço et al. (2011a) e D’Acquisto e Costill (1998) os quais observaram que os
maiores valores de velocidades são encontradas, respectivamente, para o os nados
crawl, borboleta, costas e peito.
O nado crawl (braçadas e pernadas alternadas) permite pouca variação intra-
cíclica em seus movimentos, o que lhe garante atingir uma maior velocidade de
nado. Em contrapartida, a menor velocidade no estilo peito está relacionada às
maiores variações intra-cíclicas dentre todos os estilos e também por se tratar de um
estilo de caráter simultâneo (BARBOSA; LIMA; MEJIAS; COSTA; MARINHO;
GARRIDO; SILVA; BRAGADA, 2009; BARBOSA et al., 2010; CRAIG; SKEHAN;
PAWELCZYR; BOOMER, 1985; MAGEL, 1970;; MOROUÇO et al., 2011c). Assim,
os valores de velocidade nos 50 metros foram maiores no presente estudo no crawl
seguido do costas, peito e borboleta (2,0±0,7; 1,80±0,1; 1,70±0,1 e 1,90±0,1 m/s,
respectivamente). Em estudo similar, Morouço et al. (2011a) encontraram resultados
semelhantes; porém, os valores de V50 foram menores do que o do presente estudo
(1,92±0,1; 1,71±0,2; 1,58±0,4 e 1,81±0,3 m/s para crawl, borboleta, costas e peito,
respectivamente).
Ao analisar os resultados do presente estudo para o crawl no V50 (2,00±0,7
m/s) nota-se similaridades com Dopsaj et al. (2002) 1,95±0,7 m/s, Marinho e Gomes
(1999) 1,90±0,4 m/s, Morouço et al. (2011a) 1,92±0,4 m/s e maiores diferenças com
Moré (2008) 1,83±0,1 m/s, Morouço et al. (2011b) 1,87±0,3 m/s e Morouço et al.
(2011c) e Morouço et al. (2011c) 1,69±0,5 m/s.
No estilo peito o presente estudo encontrou V50 de 1,70±0,1 m/s, similar a
Barbosa et al. (2010) 1,72±0,2 m/s e maior que Mouroço et al. (2011a) 1,58±0,4 m/s.
Já no borboleta a V50 foi de 1,9 ±0,1m/s enquanto Papoti et al. (2007)
encontraram 1,76 ±0,3 m/s e no estilo costas Morouço et al. (2011a) encontraram
V50 de 1,71±0,1 e neste estudo a V50 foi de 1,80±0,1 m/s.
Esses resultados contrariam os estudos que afirmaram que quanto menor a
distância percorrida maior será a velocidade (MAGLISCHO, 1999, 2003, 2010;
SMITH et al., 2002). Contudo, cabe ressaltar que a V15 foi aferida sem interferência
das saídas dos blocos de partida e viradas, caso esse que não ocorreu no V50, pois
os tempos foram obtidos pela anotação da prova nadada por completo em piscina
de 25 metros. Embora os valores de velocidade terem sidos diferentes, a V15 do
presente estudo foi de 1,80±0,1m/s, similar a de Marinho (2002) que encontrou
1,81±0,06 m/s para o mesmo protocolo de medida de velocidade.
Essas diferenças nos quatro estilos, mesmo que pequenas, podem estar
atribuídas às características da amostra e principalmente da metragem da piscina,
haja visto que no presente estudo a V50 foi calculada em um piscina de 25 metros e
os estudos em questão numa piscina de 50 metros de comprimento. Deve ser
lembrado que a V50 foi obtida em condições de competição, ou seja, na situação
real, enquanto a maioria foi em condições experimentais. Além disso, diferentes
protocolos de medição da velocidade e nível dos praticantes podem ser fatores que
interferiram na diferença dos resultados.
Para os valores de força propulsora, o desempenho é diferente sendo o nado
peito o estilo com os maiores níveis de força seguido pelo borboleta, costas e crawl.
A FPM10 apresentou valores maiores para o peito, borboleta costas e crawl
(29,2±6,3; 24,6±4,6; 21,2±6,0 e 20,5±3,9 Kgf, respectivamente). Esse
comportamento foi semelhante para FPM25 (26,9±4,9; 22,9±3,9; 19,6±4,8 e
18,5±2,9, respectivamente) e FMPp10 (17,4 ±3,4 ; 11,9±2,4; 10,3±2,9 e 8,1±2,3,
respectivamente). Para a FPMb10, o nado borboleta apresentou o maior valor com o
peito em segundo lugar seguido pelo costas e crawl (17,7±3,7; 17,2±3,0; 15,8±3,3 e
13,6 ±2,9, respectivamente).
As caraterísticas simultâneas do peito e do borboleta permitem maiores
valores de força propulsora em comparação ao estilo executados de maneira
alternada. Mesmo assim, essa sequência de manifestação de força em relação aos
estilos corrobora os achados de Cancela e Farto (2002), Magel (1970), Morouço et
al. (2011a) e Yeater et al. (1981).
Os valores obtidos para FPM10 e FPM25 nos quatro estilos no presente
estudo foram menores quando comparados ao descrito por Mouroço et al. (2011) e
maiores com relação à Cancela e Ramirez et al. (2002). O fato de maiores valores
de força serem encontrados no estilo peito se deve ao fato da característica do
próprio quando comparada aos outros três estilos, o que permite maior solicitação
das pernas (MAGLISCHO, 2003). Entretanto, como mencionado anteriormente, este
nado tem a maior variação intra-cíclica dos quatro e a mesma faz com que o cabo
preso ao cinto no NA diminua sua tensão até valores próximos de zero entre os
ciclos de nado e logo após o mesmo receba uma tração significativa advinda do
estilo em questão, o que aumenta de maneira significativa a expressão da FPM.
Próximos estudos devem dar atenção a resolver essa limitação de procedimento
(MOROUÇO et al., 2011a).
O mesmo ocorreu com o nado borboleta. As ações simultâneas de braços e
pernas combinadas também possibilitam a esse estilo a execução de movimentos
potentes, mesmo com variação intra-cíclica significante.
Ao se analisar o comportamento da FPm25, o estilo peito (18±3,5) foi
soberano ao crawl, costas e borboleta (12,2±2,1; 13,4±2,1 e 13,0±3,4,
respectivamente). Interessante notar que o estilo borboleta não permite ao nadador
manter uma média de força maior que o estilo costas, que é alternado e ficou muito
próximo ao do crawl. Isso se deve ao fato de que o borboleta despende muita
energia e manter a força por muito tempo é um fenômeno mais complexo do que os
estilos crawl e costas (PAPOTI et. al., 2007; MOROUÇO et al., 2011c).
A correlação das variáveis da força propulsora com a V15 e V50 foram de
moderadas à forte (r= 0,62 à 0,87) no estilo crawl em todas as variáveis com
exceção da FPMb10. Marinho (2002) encontrou alta correlação para V15 em
nadadores do estilo crawl de nível nacional (r=0,86). Já é bem reportada na literatura
altas correlações (entre r=0,79 à 0,96) entre a força propulsora no crawl e a V50
(COSTILL et at., 1983; DOPSAJ et al., 2002; MOROUÇO et al., 2008; MOROUÇO et
al., 2011a,b,c; PESSOA FILHO; MONTEIRO, 2008).
A FPm25 foi altamente correlacionada para os estilos costas e borboleta na
V50 (r= 0,97 e 0,73, respectivamente). Esses achados provavelmente estão
relacionados ao fato da velocidade em competições realizadas em piscina de 25
metros, o caso do presente estudo, ter alta correlação com a produção de força
porque nesse caso os nadadores se utilizam em grande escala do nado submerso
ondulado (SANTOS JÚNIOR et al., 2011) o que permite maior produção de
velocidade. Já a V50 no nado costas se correlacionou de forma significante com a
FPM10, FPM25 e FPm25 (r= 0,82, 0,79 e 0,97, respectivamente) e para a V15 com
a FPM e FPMp10 (r= 0,75 e 0,79, respectivamente) concluindo assim que a
capacidade que um nadador tem de manifestar força propulsora máxima de nado e
principalmente de pernas é condição indispensável para o desempenho da
velocidade.
No nado peito correlações moderadas negativas foram verificadas da V50
com a FPM25 e FPm25 (r= -0,76 e -0,79, respectivamente). Além disso, a V15
também se correlacionou de maneia moderada negativa com a FPM e FPM25 (r=-
0,69 e -0,75, respectivamente). Tais resultados não estão de acordo com Barbosa et
al. (2010) que encontraram correlação forte positiva (r= 0,82) entre a força medida
no NA em 30 segundos e a velocidade em 50 metros no estilo peito. Essa
discordância pode ser atribuída às diferenças de idade e nível técnico no grupo
avaliado, onde no presente estudo a idade média foi de 17,3 e no de Barbosa et al.,
(2010) de 22,2 anos, sugerindo que nadadores de elite mais velhos, além de serem
mais fortes, são mais proficientes tecnicamente, ou seja, a velocidade nesse estilo
ainda seria dependente de uma boa técnica de nado, principalmente por ser o estilo
com maior produção de arrasto (MAGLISCHO, 1999, 2003).
A Tabela 5 apresenta a regressão linear, considerando a variável V50 como
dependente, para melhor explicar quais variáveis da força propulsora são mais
determinantes na velocidade. Nos estilos borboleta e costas a FPm25 foi a variável
que mais teve influência. No estilo peito, foi a FPM25 e no crawl a FPM10. Desta
forma pode-se afirmar que, principalmente em piscina de 25 metros, a capacidade
de manutenção força tem papel determinante na velocidade do borboleta e do
costas, enquanto que a capacidade de produzir força máxima durante 25 segundos
é mais relevante no peito e por fim a capacidade produzir força máxima em 10
segundos contribui mais na V50 para o crawl.
No presente estudo a regressão linear foi utilizada a fim de entender qual
variável da força propulsora poderia melhor se relacionar com desempenho no V15
e V50. Em nenhum dos quatro estilos nem as braçadas e as pernadas foram
consideradas como variáveis principais que pudessem ser associadas ao
desempenho (p>0,05). Esses achados estão de acordo com Morouço et. al. (2011c)
e Konstantaki e Winter (2007) os quais estudaram o estilo crawl. Os autores afirmam
que existe uma contribuição das pernadas e da braçada obviamente para a
velocidade, porém elas por si só não se constituem no fator mais determinante para
o desempenho da mesma, ou seja, em nenhum estilo de nado existe predominância
a mais para as pernadas ou braçadas.
7. CONCLUSÃO
Os resultados do presente estudo demonstraram que a força propulsora
medida no nado completo influencia mais a velocidade do que quando a mesma é
avaliada com apenas membros inferiores e superiores para os quatro estilos
competitivos na natação. Além disso, a capacidade em produzir força com as pernas
foi determinante na velocidade dos estilos costas e crawl. O crawl ainda foi o único
obter relação significativa com a força dos braços. Esses resultados podem
contribuir na melhor elaboração de programas de treinamento de força para
nadadores principalmente na divisão por segmentos corporais. Os achados do
presente estudos nos quatro estilos também favorecem a uma reflexão e melhor
elaboração sobre modelos de treinamento de força distintos para as necessidades
de cada estilo. Assim, os estilos borboleta e costas devem receber atenção similar
nos programas de desenvolvimento de força para membros inferiores, o estilo peito
deve ter maior ênfase no desenvolvimento da força nas pernadas do que todos os
outros três. E o crawl com maior ênfase para a o desenvolvimento da força das
braçadas do que os outros três estilos competitivos. Pode-se concluir que a força
continua sendo um ótimo preditor do desempenho em distâncias curtas nos quatro
estilos competitivos.
REFERÊNCIAS

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Anexo 1: Questionário discriminante dos nadadores

Projeto de pesquisa: RELAÇÃO ENTRE A FORÇA PROPULSORA E A

VELOCIDADE NOS QUATRO ESTILOS COMPETITIVOS DA NATAÇÃO

Pesquisador responsável Joel Moraes Santos Junior

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Questionário discriminante dos nadadores

1. Nome_________________________________________________________

2. Data de
nascimento_______________________________________________

3. Principal estilo
competitivo________________________________________________

4. Anos de
treinamento_______________________________________________

5. Ranking estadual no principal estilo e prova de


competição_______________________

6. Ranking nacional no principal estilo e prova de


competição_______________________

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