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Adam Smith (1723 - 1790)

Adam Smith ( Kirkcaldy, 5 de junho de 1723 — Edimburgo, 17 de Julho de 1790) foi um filósofo e economista
britânico nascido na Escócia. Teve como cenário para a sua vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII.
O contexto histórico que explica suas ideias é o da Revolução industrial (1760) o que proporcionou uma grande
procura por mercadorias na Inglaterra. Outro elemento importante é que Smith lecionou grande parte da sua vida em
Glasgow onde ocorria uma grande atividade comercial e industrial. Dentre os estímulos que permitiram esse
desenvolvimento se tem o governo que passou a taxar os tecidos importados da Índia a partir de 1700, o que permitiu
o desenvolvimento dos produtores de tecido locais. O que permitiria a indústria têxtil dar uma grande contribuição no
que veio a ser conhecido como Revolução Industrial. Um conceito importante nesse desenvolvimento é o de
manufatura: “A manufatura era um centro de produção em que um capitalista possuía o prédio, os equipamentos de
produção e as matérias-primas e contratava operários assalariados para fazer o trabalho.” Observe que na
manufatura, que marca o primeiro passo para a Revolução Industrial, o operário já não é quem escolhe o local que
vai trabalhar ou mesmo as matérias primas. Mas ainda não se configura em uma industria: “Pode ser diferenciada da
fábrica típica dos estágios posteriores da revolução industrial pelo fato de os operários, geralmente, empregarem as
antigas técnicas artesanais de produção e não as técnicas mecanizadas da linha de montagem.”
Em relação à teoria de Smith um conceito importante é a da ‘mão invisível’, para ele esse é o motor da
economia. Em cada indivíduo que age de forma egoísta para si ou para sua classe social, gerando conflitos
individuais ou de classe existe uma ‘lei da natureza’ ou ‘divina providência’ chamada de ‘mão invisível’ que harmoniza
esses conflitos levando ao progresso da humanidade. Essa ideia se coaduna com outra, qual seja, a de que "os tipos
de relação de propriedade eram de particular importância na determinação da forma de governo de qualquer
sociedade.” Sendo que a humanidade passou por quatro estádios de desenvolvimento econômico e social: a caça, o
pastoreio, a agricultura e o comércio. Em cada estágio, o entendimento dos métodos de produção e distribuição das
necessidades econômicas de uma sociedade era a chave para a compreensão de suas instituições sociais e
governos.”
Em relação aos estágios Smith não considerava que houvesse poder institucionalizado ou privilégios nas tribos
nativas da América do norte, que estava no primeiro estágio, o da caça. Em relação a segunda fase, o pastoreio,
surge aqui a primeira noção de propriedade, que seria do gado, comum entre os tártaros e os árabes. E assim a
necessidade de criar um poder institucionalizado para proteger a propriedade. Ou seja, o governo civil foi criado para
proteger os ricos dos pobres. A terceira fase: a agricultura pode ser identificada com a economia feudal, na idade
média. Nesta a propriedade da terra consiste na base de diferenciação de classes garantida pela lei da
primogenitura. Algo que chama a atenção na relação senhor e servo do feudalismo é a relação de obediência gerada
pela dependência para a própria sobrevivência do servo para com seu senhor. “Num país que não tenha comercio
exterior ou qualquer produto manufaturado mais refinado, um grande proprietário, nada tendo por que trocar a maior
parte do produto de suas terras, que não esteja ligado à manutenção dos agricultores, consumirá tudo de forma
rústica, no ambiente domestico, se este excedente for suficiente para manter cem ou mil homens, ele só poderá usá-
lo mantendo cem ou mil homens. Portanto, estará sempre cercado de um grande número de agregados e
dependentes que, não tendo com que retribuir sua manutenção e sendo inteiramente mantidos pela generosidade do
proprietário das terras, são obrigados a obedecer a ele, pela mesma razão pela qual os soldados têm que obedecer
ao Príncipe que lhes paga.” (HUNT, 2005, p. 42). Com base nessa realidade Smith justifica um dos benefícios que ele
atribui ao capitalismo, qual seja, a atribuição de direitos, entre eles, o de liberdade e propriedade, sobre seu corpo e
seus bens, por exemplo. Smith explica o surgimento do capitalismo com o crescimento das cidades, o que permitiu a
produção de mercadorias industrializadas motivando uma maior produção de excedentes agrícolas. Alterando assim
as relações de produção: “O desejo de obter produtos industrializados levou aos movimentos de cercamentos*. Isso
ocorreu, segundo Smith, porque a agricultura medieval era muito ineficiente. A vontade de comprar mais produtos
levou os senhores a aumentar a eficiência, mandando embora os colonos desnecessários e diminuindo o número de
trabalhadores da terra “ao número necessário para cultivá-la, de acordo com o estado imperfeito de cultivo e os
progressos daquela época.” É importante ressaltar que este aumento de direitos, que é algo positivo se dá pela
busca de satisfação de interesses egoístas, ilustrando as vantagens da mão invisível.
Ainda ilustrativo da atividade da mão invisível é sua atuação na economia. Smith expõe isso através da lei da
oferta e da procura. Para ele o Estado não precisaria interferir uma vez que essa lei estabeleceria a harmonia do
mercado. Para ele o possível desequilíbrio gerado pelos altos preços devido a pouca oferta seria remediado com a
busca de lucros dos capitalistas. Ou seja, outros capitalistas vendo os lucros na produção de determinado produto
também se ocupariam nessa produção aumentando a oferta e consequentemente diminuindo os preços dos
produtos.
Porém ele admite a intervenção do estado em três momentos: o primeiro para garantir a segurança, ou seja,
proteger as pessoas de qualquer ato de violência; o segundo para garantir a justiça, seja no cumprimento dos
contratos ou garantia de direitos; e o terceiro na criação de instituições primordiais para o desenvolvimento social que
não despertassem interesse dos capitalistas devido sua ausência de perspectivas de lucro.
Sua análise do capitalismo fornece vários elementos interessantes. O primeiro é que considera o conflito de
classes como existente e real. E considera desigual a negociação entre patrões e empregados já que os patrões tem
como manipular a mídia e tem maior resistência nas negociações, já que não depende dos trabalhadores para sua
sobrevivência, ou seja, tem várias fontes de renda. Assume também que o Estado foi criado para a defesa dos
interesses dos ricos, como ficou ilustrado na passagem da primeira para a segunda fase do desenvolvimento
econômico.

*movimentos de cercamentos: No modo de produção feudal, a terra era um bem comum para a produção
camponesa. A partir do momento em que se processa a transição para o modo de produção capitalista, a terra
passou a ser encarada como um bem de produção. Desse modo, uma parte dos senhores feudais ingleses - a
"gentry" (nobreza rural mais progressista, aburguesada) e os "yeomen" (camada mais rica dos pequenos e médios
proprietários), passaram a cercar as suas terras (cercamentos), arrendando-as como pastagens para a criação de
ovelhas, e delas expulsando os camponeses. O processo intensificou-se no século XVIII. A lã das ovelhas abastecia
as indústrias têxteis e os camponeses migravam para as cidades em busca de trabalho nas manufaturas,
disponibilizando um grande contingente de mão-de-obra, o que mantinha os salários baixos.

Questöes
1. Apresente as vantagens do capitalismo.
2. Como a mão-invisível (entendido como egoísmo) mantém o equilíbrio do mercado. 


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