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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA
FORTALEZA
2017
1
FORTALEZA
2017
2
Aprovada em ___/___/______.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Prof. Dr. João José Hiluy Filho (Orientador)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
___________________________________________
Prof. Dr. Andre Casimiro de Macedo
Universidade Federal do Ceará (UFC)
___________________________________________
Prof.
Universidade Federal do Ceará (UFC)
3
AGRADECIMENTOS
Te agradeço, meu Deus, meu Pai, meu Autor e Criador, meu Tudo. Tudo que sou
e tenho é Teu. Sou grato à Ti, não só, pelo êxito e conclusão desta obra, como também por
tudo que fazes por mim, por cuidar de mim, por me dar forças em minhas fraquezas, por me
ensinar tudo que preciso, por me fazer sempre alguém melhor, pela família que me deste, pela
capacidade e saúde e, principalmente, pelo Teu imenso amor por mim. Porque dele e por
ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Romanos 11:36.
Agradeço à minha mãe, Solange Brito e meu pai, Sergio Brito por serem meus
meus principais educadores e minha referência como pessoa, obrigado por me instruír, amar,
suportar e acreditar em mim, pois esta obra, sem dúvida alguma, possiu mais autoria suas do
que minha.
Agradeço ao amor e carinho de minha irmã, Sarah Brito, bem como toda minha
famîlia que tanto prezo e que foi, e é essencial à minha vida.
Aos meus amigos e também aos meus colegas de curso que me auxiliaram em
diversas oportunidades compartilhando as dores, sofrimentos e também as alegrias e vitórias,
mesmo não tão frequentes, durante esta longa jornada.
Aos professores, que orientaram e ensinaram com dedicação e zelo, sem eles
minha formação não seria possível.
Agradeço ao meu orientador, Professor João Hiluy que foi essencial à elaboração
deste trabalho e me auxiliou em todas as formas possíveis. Também agradeço ao meu
colaborador e ex professor Brian Clark que orientou nas buscas por informações e na
construção de ideias.
À CAPES, pelo apoio financeiro e manutenção da bolsa de monitoria.
Ao Ciências sem Fronteiras, pelo intercâmbio possibilitado e de grande relevância
para minha formação pessoal e acadêmica.
À Universidade federal do Ceará, pela estrutura fornacida que possibilitou meu
aprendizado.
Amém.
4
RESUMO
Este trabalho visa realizar uma análise comparativa geral sobre as políticas de
utilização e destinação de água em Toronto e Fortaleza. Sendo um importante recurso, a água
necessita ser bem empregada sem haver perdas e desperdícios, principalmente onde ela é
escassa, como no Estado do Ceará. Portanto, a análise comparativa permitiu apontar as
diferenças entre os sistemas adotados nas cidades de estudo, como a rede de distribuição de
água e coleta de esgoto, tratamento de água, controle de qualidade e tratamento de efluentes
municipais. O estudo possibilitou encontrar diversas áreas onde há um potencial de melhoria
para fornecer uma melhor qualidade do sistema à população. Embora a comparação seja com
uma cidade bem desenvolvida, a realidade entre elas não está tão distante como se pensa.
Muitas soluções, métodos e tecnologias já desenvolvidos e aprimorados em Toronto podem
servir de examplo para implementar-se em Fortaleza adequando às suas necessidades. Esta
obra não tem o caráter crítico de expor qual cidade possui o melhor sistema, mas sim de
comparar ambos para extrair elementos construtivos que sirvam de melhoria para as cidades
em questão.
ABSTRACT
This paper aims to conduct a general comparative analysis of water use and
disposal policies in Toronto and Fortaleza. As an important resource, water needs to be well
used without losses or waste, especially where it is scarce, as in the State of Ceará. Therefore,
the comparative analysis allowed to point out the differences between the systems adopted in
the cities of study, such as the water distribution network and sewage collection, water
treatment, quality control and treatment of municipal effluents. The study made it possible to
find several areas where there is potential for improvement to provide a better quality of the
system to the population. Although the comparison is with a well-developed city, the reality
between them is not as distant as one might think. Many solutions, methods and technologies
already developed and improved in Toronto can serve as an example to be implemented in
Fortaleza suiting your needs. This work does not have the critical character of exposing which
city has the best system, but of comparing both to extract constructive elements that serve as
an improvement for the cities in question.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 12
2.1 QUALIDADE DA ÁGUA ................................................................................................ 12
2.1.1 LEGISLAÇÃO................................................................................................................... 12
2.1.2 DETERMINAÇÃO DO TOTAL SÓLIDOS SUSPENSOS (TSS) ................................................... 14
2.1.3 DETERMINAÇÃO DA DEMANDA BIOQUÍCA DE OXIGÊNIO (DBO) ...................................... 15
2.1.4 DETERMINAÇÃO DE CLORETOS ....................................................................................... 15
2.1.5 DETERMINAÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS E TERMOTOLERANTES ...................................... 16
2.1.6 DETERMINAÇÃO DE TURBIDEZ ........................................................................................ 16
2.1.7 DETERMINAÇÃO DE CLORO RESIDUAL ............................................................................ 17
2.2 TRATAMENTO DE ÁGUA ........................................................................................... 17
2.2.1 COAGULAÇÃO ................................................................................................................ 18
2.2.2 FLOCULAÇÃO ................................................................................................................. 19
2.2.3 DECANTAÇÃO OU SEDIMENTAÇÃO................................................................................... 20
2.2.4 FILTRAÇÃO RÁPIDA ........................................................................................................ 21
2.2.5 DESINFECÇÃO ................................................................................................................ 22
2.2.6 FLUORAÇÃO ................................................................................................................... 22
2.2.7 TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO ...................................................................................... 23
2.3 TRATAMENTO DE ESGOTO...................................................................................... 23
2.3.1 TRATAMENTO PRELIMINAR.............................................................................................. 24
2.3.1 TRATAMENTO PRIMÁRIO ................................................................................................. 24
2.3.2 TRATAMENTO SECUNDÁRIO ............................................................................................ 24
2.3.3 TRATAMENTO TERCIÁRIO ................................................................................................ 26
3 METODOLOGIA................................................................................................................ 27
3.1 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E COLETA DE ESGOTO ........................ 27
3.1.1 REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA. ................................................................................. 27
3.1.2 REDE DE COLETA DE ESGOTO ........................................................................................ 30
3.2 MANANCIAIS DE ABASTECIMENTO....................................................................... 31
3.3 PROCESSO DE TRATAMENTO DE ÁGUA............................................................... 34
3.4 CONTROLES DE QUALIDADE DA ÁGUA ............................................................... 37
3.5 DISPOSIÇÃO FINAL DE ESGOTOS .......................................................................... 38
3.6 PROCESSO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS ....................................................... 38
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 42
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1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Podemos caracterizar a água desde de critérios mais simples e amplos até critérios
mais específicos e restritivos. No Brasil, temos resoluções, portarias, normas e leis para
definir o tipo de água e enquadá-la em uma categoria mediante suas características. O livro de
Resoluções do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) é um instrumento muito
útil possuindo a Resolução nº357 - que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e
diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões
de lançamento de efluentes – e a Resolução nº274 – que define os critérios de balneabilidade
em águas brasileiras. Para o devivo enquadramento junto às normas, é necessário a realização
de coletas adequadas de amostras que representem o corpo d’água e sejam submetidas à testes
de qualidade para determinação dos parâmetros de enquadramento determinados.
2.1.1 Legislação
aspecto da água e sua aceitabilidade pela população, visto que uma água de boa qualidade é,
presumidamente, límpida.
2.2.1 Coagulação
2.2.2 Floculação
decrescente de granulométrica, sendo o cascalho na parte inferior, seguido pela areia e por
último o antracito.
Figura 5 - Filtro Rápido de Várias Camadas
2.2.5 Desinfecção
2.2.6 Fluoração
De acordo com o perfil da água bruta que será tratada e sua posterior utilidade,
pode-se escolher o método de tratamento mais viável em termos de eficiência, qualidade
desejada e custo do processo.
As três principais alternativas são:
Tratamento Convencional ou de Ciclo Completo: Tem a coagulação,
floculação e sedimentação como fase de clarificação, filtração ascendente
ou descentente com fase de filtração e desinfecção, fluoretação e correção
de pH como fase de desinfecção.
Tratamento de Filtração Direta: Tem a coagulação e floculação como fase
de clarificação, filtração ascendente ou descentente com fase de filtração e
desinfecção, fluoretação e correção de pH como fase de desinfecção.
Tratamento de Filtração Direta em Linha: Consiste apenas na coagulação,
filtração, desinfecção, fluoretação e correção de pH.
O método de tratamento de água mais popular e dinfudido ao redor do mundo é o
Tratamento Convencional mas em alguns casos sendo substituído pelo método de Tratamento
de Filtação Direta por ser mais barato e produzir menor quantidade de resíduos.
Uma importante etapa no ciclo de uso da água urbana é o tratamento dela após ser
utilizada para diversas finalidades. A adequada disposição final dos efluentes urbanos é de
relevância à qualidade de vida e bem estar da população. O tratamento de efluentes antes de
serem retornados ao ambiente reduz os impáctos negativos que poderiam causar. As
tecnologia utilizadas no tratamento de esgotos municipais, em geral, se subdividem em quatro
níveis príncipais: preliminar, primário, secundário e terciário. Cada nível de tratamento tem a
finalidade de reduzir os poluentes contidos nas águas residuárias em níveis e especificidades
diferentes.
24
3 METODOLOGIA
Toronto
À princípio, a demanda e distribuição de água no ano de 2016 para a cidade de
Toronto foi aproximadamente o dobro (1,7x) da demanda no mesmo ano para a cidade de
Fortaleza.
Em Toronto, a demanda anual de água em 2016 foi de aproximadamente 435,026
milhões de metros cúbicos para os 3,4 milhões de habitantes da capital e adjacências. Sendo
distribuída por uma malha de 6.000 km de extesão que vem sendo substituida, pois as antigas
tubulações da cidade eram feitas ou pussuíam soldas de chumbo e conferiam à agua
repassada aos clientes uma concentração elevada do metal pesado, prejudicando a saúde da
população. Além de que, devido ao clima frio, muitas tubulações antigas não resistem as
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pressões quando o solo congela ao seu redor e provocam suas rupturas. Cerca de 1.500
vazamentos são registrados anualmente em Toronto.
Fortaleza
O consumo de água para o Estado do Ceará no ano de 2016 foi por volta de
388,55 milhões de metros cúbicos conforme a CAGECE, sendo 251,86 milhões de metros
cúbicos para a capital (Fortaleza) e 136,690 milhões de metros cúbicos para o interior do
estado. Aproximadamente, 57% dessa vazão anual serve para abastecimento da população da
capital e adjacências de aproximadamente 3,2 milhões de pessoas, 37% para abastecimento do
complexo industrial metropolitano e 6% para irrigação da agricultura na região.
A rede de distribuição de água de Fortaleza tem uma cobertura estimada em
98,49% da população urbana, contando com uma malha de distribuição de 4.667 km de
extesão. Os materiais que compõe a rede municipal de distribuição são tubulações em PVC,
ferro fundido, aço, concreto armado, polietileno (PEAD), PRFV ou RPVC. Infelizmente a
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rede de distribuição de água de Fortaleza conta com inúmeros pontos de perda de água
tratada, seja com vazamentos, como também por ligações clandestinas. Em 2015 foram
detectados pela CAGECE 13.992 vazamentos e 6.625 ligações irregulares na rede de
abastecimento de água. Estimasse que apenas devido às fraudes, tenham sido perdidos cerca
de 3,8 milhões de metros cúbicos de água em 2015, sendo a principal fonte de perda deste
recurso ainda no ano seguinte conforme a Figura #.
Figura 8 - Fontes das Perdas de Água na Rede de Abastecimento da CAGECE em 2016
Toronto
Paralelo à rede de abastecimento de água, deve ser projetada e executada a rede de
coleta de esgoto de uma cidade. A coleta e correta destinação dos rejeitos municipais são
vitais para a qualidade de vida da população, bem como é um fator de bem estar e saúde
publica. A rede de coleta de Toronto é dividida em três tipos de sistemas:
Rede de coleta de esgoto – responsável pela captação dos despejos
domésticos, comerciais e industriais da zona urbana da cidade.
Rede de drenagem pluvial – responsável pela coleta das águas da chuva e
da neve derretida durante o período de inverno sem que haja a mistura com
a rede de esgoto municipal.
Rede de coleta mista ou combinada – responsável tanto pela coleta dos
despejos municipais como também a coleta da água de precipitações.
Atualmente, o sistema de coleta pluvial é projetado separadamente do sistema de
coleta de esgoto permitindo que a água seja direcionada diretamente ao Lago Ontário sem a
necessidade de tratamento junto com o esgoto. Porém, em partes antigas da cidade um único
sistema é responsável pela coleta de ambos e direcionando a água da chuva e esgoto
combinados para as estações de tratamento. A rede de coleta de esgoto de Toronto cobre
quase toda a população urbana (99,96%) contando com cerca de 4.397 km do sistema de
coleta de esgoto, 1.301 km de sistema misto de coleta, 401 km de coletores-tronco e 4.962 km
de rede de drenagem pluvial, em geral são usados tubulações de PVC ou concreto.
Toronto Fortaleza
Área 629,91 km² 313,14 km²
População 2.615.060 hab. 2.609.716 hab
Densidade Populacional 4.151,5 hab/km² 8.334,02 hab/km²
Fortaleza
A rede de coleta de esgoto da cidade de Fortaleza também possui em sua maioria
tubulações em PVC sendo substituídas gradativamente as feitas de amianto e outros materiais.
A rede de coleta de esgoto de Fortaleza tem uma cobertura de aproximadamente 61% da
população urbana e é composta pelo sistema de macrocoleta, que é responsável pela maioria
31
do esgoto coletado (49%), e por sistemas isolados (12%), que poderão ser substituídos pelo
sistema de macrocoleta. A malha de coleta de esgoto é por volta de 2.148 km de extensão.
Mesmo o índice de cobertura da cidade cearense sendo baixo, a previsão é que esse índice
diminua ainda mais devido ao aumento populacional nas áreas onde ainda não existe a rede de
coleta apropriada de despejos residenciais.
Trabalhador, Eixão das Águas e Cinturão das Águas. Atualmente, a capital cearense conta
com o fornecimento de água oriundo dos açudes Gavião, Pacoti, Pacajus e Riachão,
pertencentes à Bacia metropolitana, e ao açude Castanhão, pertencente à Bacia do Médio
Jaguaribe e principal manancial de água do estado.
Toronto, por sua vez, é abastecida pelo Lago Ontário que também abastece
diversas outras cidades Canadenses e Americanas ao redor de suas margens. É dificil
determinar as características de um manacial tão extenso e que possui tantas utilidades como
o Lago Ontário, porém, ao longo da GTA (Greater Toronto Area) cerca de 30 estações
monitoram a qualidade da água do Lago para assegurar a eficiência em seu tratamento.
Devido ao clima temperado, o Lago possui variações sazonais em relação às especies que
compõem sua fauna e flora de acordo com as estações, como por exemplo: mexilhões zebra.
Toronto
Devido à sazonalidade das características das água do Lago Ontário e ao conjunto
de utilidades que ele possui (navegação, balneabilidade, depuração de despejos, etc), adota-se
em Toronto o sistema convencional ou de ciclo completo para o tratamento da água.
São quatro as estações de tratamento de água (ETA): ETA F. J. Horgan (109
milhões m3/ano), ETA Island (95 milhões m3/ano), ETA RL. Clark (130 milhões m3/ano) e
ETA RC. Harris (113,45 milhões m3/ano). Cada uma destas ETAs possui suas
individualidades de operação, a ETA Horgan se baseia em tratamento por filtro de leito
biológico ativado e as outras três se baseiam no ciclo completo de tratamento, possuindo as
etapas de:
Pré-oxidação: Através da adição de cloro gasoso (Cl2(g)) antes de iniciar o
tratamento. Também realizado em alguns casos e períodos com ozônio
(ozonização – O3(g)).
Coagulação: Através da adição de cloreto de polialumínio e forte agitação
para mistura do coagulante.
Floculação: Realizada por agitadores com agitação branda apenas para a
formação dos flocos.
Decantação: Realizada em torno de três a seis tanques de sedimentação.
Filtração: Realizada em filtros que são preenchidos de baixo para cima por
camadas de cascalho, areia e antracito, respectivamente.
Desinfecção: Através da adição de cloro gasoso (Cl2(g)). O excesso de
cloro residual é removido com bisulafato de sódio ou dióxido de enxofre.
Fluoretação e amoniação: Através da adição de fluor para prevenir cáries e
adição de amônia para a combinação com o cloro residual e formação de
cloroaminas que são mais estáveis e garantem uma água livre de
contaminantes durante o longo trajeto de distribuição.
36
Fortaleza
Já em Fortaleza, a água oriunda do açude Gavião possui características similares
ao longo do ano, não apresentando fortes alterações em suas propriedades. Quando projetado,
o sistema de tratamento de água para Fortaleza era similar ao de Toronto (tratamento
convencional completo), entretando, em 1995 o sistema foi adaptado para operar em uma
maior vazão e foi implementado o sistema de tratamento por filtração direta descendente de
alta taxa na ETA Gavião.
A região de Fortaleza é abastecida por duas estações: ETA Gavião (232,42
milhões m3/ano) e ETA Oeste (31,54 milhões m3/ano) que opera também por filtração direta
de acordo com as seguintes etapas:
Pré-oxidação: Através da adição de dióxido de cloro (ClO2) antes de
iniciar o tratamento.
Coagulação: Através da adição de cloreto de polialumínio e um polímero
catiônico para auxiliar a coagulação.
Filtração: Realizada em filtros que são preenchidos de baixo para cima por
camadas de cascalho, areia e antracito, respectivamente.
Desinfecção: Através da adição de cloro gasoso (Cl2(g)). O excesso de
cloro residual.
Fluoretação: Através da adição de fluossilicato de sódio e ácido fluossílico
para prevenir cáries.
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Fortaleza
Na capital cearense existem diversos sistemas isolados de coleta e tratamento de
esgoto doméstico e que destinam seus efluentes à bacias locais. Contudo, o massivo volume
de despejos domésticos e industriais, cerca de 200 mil m3/dia, da Região metropolitana de
Fortaleza é destinada à Estação de Pré-Condicionamento (EPC), localizada na Avenida Leste
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Oeste, antes dos efluentes serem lançados ao oceano por meio do emissário submarino. A
EPC fornece um sistema de tratamento preliminar ao esgoto que recebe, possuindo também
uma Estação de Tratamento de Odores (ETO) anexada. O processo tem o intuito de remover
os sólidos da corrente e se da por:
Grades Grossas – Grades para retenção de sólidos grosseiros e de grande
dimenção (>15cm) limpas manualmente.
Grades Mecanizadas – Grades para retenção de sólidos menores (> 5cm)
para protejer bombas e outra unidades.
Peneiras Rotativas – Sete peneiras rotativas do tipo Rotoshear. Retêm
materiais de granulometria acima de 1,5 mm.
Desarenadores – Caixas para a deposição da areia e outras parículas com
dimensões superiores à 0.2 mm para evitar o assoreamento da tubulação.
Tratamento de Odores – Processo de lavagem dos gases por meio de
asperção de ácido clorídrico para oxidação e remoção de mal odores,
consequentemente.
O processo não conta com a remoção da carga orgânica, desinfecção ou remoção
de químicos da água.
Toronto
Os moradores da região metropolitana de Toronto contam com quatro estações de
tratamento de esgoto para processar os efluentes domésticos e industriais, são elas: ETE de
Ashbridges Bay, ETE de Highland Creek, ETE de North Toronto e ETE Humber. A principal
ETE e de maior processamento é a de Ashbridges com aproximadamente 200,68 milhões
m3/ano no ano de 2016 sendo as outras três responsáveis por 59 milhões m3/dia, 6,42 milhões
m3/ano, 92,45 milhões m3/dia, respectivamente. As quatro estações possuem sistemas para
tratamento do esgoto muito similares com pequenas variações de projeto, mas todas
realizando o trata-mento por meio do processo convencional de lodos ativados.
Com base no cadeamento de processo realizado em Ashbridges Bay, pode-se
descrever as etapas de tratamento preliminar, primário, secundário e terciário:
Tratamento Preliminar – O esgoto bruto é recebido e têm os sólidos
grosseiros removidos por seis grades de retenção automatizadas. Após a
remoção de materiais suspensos, o efluente recebe cloreto ferroso (FeCl2)
para iniciar o processo de coagulação antes de ser direcionado aos
40
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
tratamento até terceira etapa por meio de lodos ativados, com remoção acima de 90% dos
contaminantes, Fortaleza ainda caminha a passos curtos com um sistema precário que realiza
apenas um tratamento preliminar e lança seu esgoto ao oceano para se encarregar de fazer a
depuração, diluição e disperção do mesmo.
O retorno da água de esgoto tratado ao Lago Ontário caracteriza o reúso indireto
dessa água, onde o consumo é realizado de forma sustentável mantendo um ciclo hidrológico
sem agredir o manancial com poluição e retornando a água consumida para manter o controle
do nível do manâncial. Por outro lado, os mananciais cearenses contam apenas com as
precipitações nos períodos chuvosos para manter seus níveis e repor as água que são
consumidas ilimitadamente, principalmente, pela RMF.
5 CONCLUSÕES
Diante da análise comparativa das duas cidades, percebe-se que Toronto apresenta
um maior desenvolvimento, como já era esperado. Diversos pontos puderam ser analisados
para servirem de referência para melhorias e desenvolvimento das duas cidades,
principalmente Fortaleza. Ao se estudar a capacidade das duas cidades em abastecer a
população com água potável, nota-se que ambas possuem um sistema amplo e de boa
cobertura, com aproximadamente os 100% da população servida. Porém, o esgotamento
sanitário não acompanha a mesma semelhança, demonstrando uma pequena infra-estrutura na
drenagem urbana e captação de esgotos domésticos de Fortaleza diante de sua necessidade.
Uma melhoria na qualidade da água ofertada à população fortalezense pode ser
alcançada com a ampliação do controle de qualidade existente, aumentando-se o número de
amostragens e testes realizados anualmente e o número de parâmetros avaliados, tanto
posterior ao tratamento de água, quanto anterior ao tratamento de água. Esta análise mais
criteriosa sobre a composição da água auxiliaria a correção, durante o tratamento, de qualquer
parâmetro em desacordo percebido em laboratóriopara assegura a qualidade da água recebida
pela população.
A maior percepção no estudo é em relação à inexistência de tratamento
adequado do esgoto municipal de Fortaleza. Enquanto a cidade de Toronto apresenta um
sistema complexo de tratamento, Fortaleza descarrega inapropriadamente seus rejeitos ao
oceano. Uma destinação mais nobre pode ser dada aos rejeitos que são lançados ao mar por
meio do reúso urbano, industrial e/ou agrícola. Mostra-se uma maior necessidade em avançar
com medidas de gerenciamento dos recursos hídricos e mitigar os danos gerados pela escassez
de chuvas no estado. Diversas vertentes podem ser tomadas e áreas podem ser exploradas e
melhoradas para proporcionar uma melhor qualidade de vida à população.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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MALINA, J.F. Design of anaerobic processes for the treatment of industrial and
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