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Figuras e reconfigurações do sujeito na relaçao tempo-espaço

O otimismo ilustrado, que achaba na história uma creação humana com tendência à linearidade, o
progresso e a unidade, conseguiu se anexar no século XIX à forma do saber que Hegel ensinou
com o nome de"filosofia da história", mas também fluiu para dois vertentes que dariam o impeto
inicial ás hoje chamadas ciencias sociais: uma positivista, inaugurada por Auguste Comte, que
postulou aquela graduação tripartida e progressiva da humanidade (da teologia ao positivismo
científico, pasando pela meafísica), e uma crítica, iniciada pelo cinzel do pensamento do Marx
quem, graças a sua adaptação da dialética hegeliana ao materialismo dialético, faz irromper a
consciência de um sujeito disposto a negar (trasformar) as condições materiáis (económicas) que
tem causado o detrimento da humanidade. À aparição de uma filosofia da história foi correlativa
então a emergência de um sujeito histórico e moral a partir do qual se cimentavam as bases
epistemológicas das nascentes ciencias sociáis que perfilavam -a través de um substrato
antropológico definido por categorias como consciência, autonomia, responsabilidade e
indentidade- o horizonte da sociedade moderna.

Pois bem, aquele horizonte do social, desenhado por um progresso histórico, teve também trás da
cena o que vinha se gestando desde a ciencia política e sua reflexão sobre o contratualismo -de
aquele pacto hobbesiano que estatuía a soberania monárquica ao contrato rousseauniano
constituinte da soberania popular-. Embora dessa perspectiva política a fundação da sociedade
tenha-se baseiado no território, ela implicou além disso uma progressão do tempo que justamente
fez do contrato um início (especie de mito fundador) da sociedade moderna. Em outras palavras,
inclusive na noção de territorio, o tempo ( a visão de uma história linear) se superpôs ao espaço; e
si o território constituiu-se na condição de posibilidade para a criação de um identidade coletiva -
ao mesmo tempo principio de ancoragem e compartimentação-, o tempo (moderno) foi suposto
ainda como esse elemento "positivo" de abertura ao progresso e no qual ainda permanecia um
outro espaço para submeter à história: o mundo. Realmente o mundo não foi um tipo de espaço
concreto ou material; ao contrário, ele foi o espaço onde o tempo da conquista se projetou. O
mundo não foi mais do que o regime da teleologia universal ou absoluta da história.

Contra toda visão monumental da história, contra esse reino das significações ideáis, Nietzsche
afirmou a singularidade dos acontecimentos enquanto interrupção ou discontinuidade que
pudesse operar à frente do próprio discurso filosófico, mas também contra o status trashistórico
ou metahistórico do sujeito da modernidade. É o relato dos acidentes, dos desvios e bicurcações,
dos retrocessos, dos acasos e dos erros, o que deixa o acontecimento "na dispersão própria dele".
Contra a mitificação da unidade e linearidade do tempo e da história, aparece "o chifre do acaso"
nietzschiano onde o disparate, o salto, a mudança, a ruptura e a discontinuidade entram em jogo.

A mudança, a ruptura e a discontinuidade compõem um outro espaço onde o tempo não é o que
pode arrumar uma totalidade fechada em si mesma. Além do mais, é o espacio próprio onde
podem-se evidenciar as mutações e a diferença. Isto envolve, além disso, afirmar e sustentar que
o espaço está constituído por experiências e relações que o fazem mutável, algo que implica
também a concepção de uma classe de subjetividade comprometida na transformação dos seus
lugares de vida. Esta última perspectiva vai dar lugar ao aprofundamento de novos conceitos que
emergem, sob o registro da espacialidade, em pensadores como Foucault, Bourdieu, Deleuze e
Guattari. Noções como heterotopia, geofilosofia, campo, território, desterritorialização e
reterritorialização serão abordadas como formas de experimentação, disposição e materialização
do espaço por esses agentes (sujeitos) que o vivem e modificam projetando em ele mesmo
diferentes estratégias politicas e sociais.

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