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PRODUÇÃO DE CINEMA E VÍDEO

Produção de Cinema e Vídeo


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Publicado originalmente com o título: Produção de Cinema e Vídeo


Copyright© 2008 por Fábio Campos

capa, projeto gráfico e editoração eletronica


Allan Rodrigues

revisão:
Maria Antonia Pedrosa de Campos
Maria Candida Pedrosa de Campos

autor
Campos, Fábio
Produção de Cinema e Vídeo / Fabio Campos
Rio de Janeiro, RJ.

____________________________________________________________________________
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou
transmitida por quaisquer formas ou meios, mecânicos ou eletrônicos, uncluindo foto-
cópias, gravações ou qualquer outro tipo de arquivamento de informações, sem auto-
rização por escrito do autor e editores.

Fábio Campos
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O livro do Fabio tem o grande mérito de tornar simples um as-


sunto complexo. Com extrema clareza o iniciante vai tomando co-
nhecimento nos meandros da atividade audiovisual e tem acesso
a modelos de planilhas e autorizações indispensáveis.

Zelito Viana

Produção de Cinema e Vídeo


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Fábio Campos

PRODUÇÃO DE CINEMA E VÍDEO

Fábio Campos
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APRESENTAÇÃO

No Brasil, infelizmente, temos pouquíssima literatura sobre o


processo de produção de filmes e vídeos. Isso se deve muito pelo
autodidatismo das pessoas que passaram a trabalhar nesta área, por
conta disso é importante registrar que não existe um consenso de
unidade da organização da produção.
Nosso trabalho pretende contribuir para enriquecer a discussão
sobre este tema.

Fabio Campos

Produção de Cinema e Vídeo


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ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO
1.1 - Produtoras independentes
1.2 - Tipos de trabalho

2 – EQUIPE - quem é quem


2.1 - Departamentos de um filme
2.2 - Departamento de direção
2.3 - Departamento de produção
2.4 - Departamento de fotografia
2.5 - Departamento de arte
2.6 - Departamento de som

3 - CONTRATAÇÃO
3.1 - Diretores de Departamentos e Equipe Técnica

4 - ROTEIRO
4.1 – Roteiro literário
4.2 – Roteiro técnico
4.3 – Plano
4.4 – Tipos de enquadramento
4.5 – Decupagem do roteiro
4.6 – Plano de filmagem

5 - CRONOGRAMAS
5.1– Analítico
5.2- Físico
5.3 Físico / Financeiro
5.4 - Produção
5.5 - Ordem do Dia

6 - A PRODUÇÃO E SUAS FASES


6.1 - Preparação
6.2 - Pré-produção

Fábio Campos
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6.3 - Filmagem
6.4 – Finalização
6.4.1 - Desprodução
6.4.2 - Pós-produção
6.5 - Distribuição
6.6 – Exibição

7 - ORÇAMENTO
7.1 - Detalhado
7.2 – Resumido

8 - ASPECTOS DA PRODUÇÃO
8.1 – Relação da equipe
8.2 - Pasta de produção
8.3 - Solicitação de orçamento
8.4 - Sala de produção
8.5 - Secretária de produção
8.6 - Male a de produção / Kit básico
8.7 - Meteorologia
8.8 - Geradores
8.9 - Unidade móvel
8.10 - Tele-Prompters
8.11 - Áudio
8.12 - Rádios
8.13 - Autorização para externas
8.14 - Autorização para uso de imagem
8.15 - Notas fiscais
8.16 - Cheques caução
8.17 - Como desmarcar uma filmagem
8.18 - O que fazer no set de filmagem
8.19 – Providenciando material no momento da filmagem
8.20 - Fazendo “economia”
8.21 – Dica para um “bom produtor”

9 - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

Produção de Cinema e Vídeo


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1 - INTRODUÇÃO

Nossa intenção não é apenas apresentar os aspectos técnicos de


como realizar uma produção audiovisual, mas também o de forne-
cer elementos para que o leitor compreenda o processo que gira em
torno desta atividade.
A figura do produtor muitas vezes é confundida com a de um
“cara mau humorado” de terno e gravata, que fuma charuto, car-
rega uma mala de dinheiro e sempre cobra resultados. E não apa-
renta qualquer comprometimento com o processo criativo.
Pelo contrário. São estes profissionais os que, concretamente,
viabilizam os projetos e se desdobram por intervir o menos possível
no conteúdo estético dos mesmos. São eles que correm atrás das
verbas de investidores e/ou apoiadores, de co-produtores etc.
Um bom produtor garante que o projeto chegue ao seu final
com êxito, honrando todos os compromissos e prazos estabelecidos.
A equipe de Produção é responsável pelo suporte e assistência a
todos os demais profissionais, durante todo o processo da execução
dos projetos.

1.1 – Produtoras Independentes

Em primeiro lugar precisamos entender quais são as estruturas


físicas e jurídicas que viabilizam e/ou produzem os projetos audio-
visuais no Brasil. Nesse sentido, as Produtoras Independentes são
as responsáveis pela grande maioria da produção de filmes (curta,
media e
longa - metragem), documentários, vídeoclipes, comerciais ou
institucionais, programas para televisão, vídeo-arte, etc.
O proprietário ou os proprietários das Produtoras Indepen-
dentes são denominados de Produtores. Detêm os direitos patrimo-
niais das obras audiovisuais, ou seja, são eles que exercem o direito
de negociar, de veicular, de liberar, e de exibir.

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Em nosso país, muitas vezes o Produtor também exerce a fun-


ção de Diretor Artístico. Podem ser profissionais de Advocacia, de
Economia, de Comércio, etc.
Na estrutura das Produtoras Independentes uma das funções
mais importantes é exercida pelo Contato ou Diretor comercial, uma
vez que são estes profissionais os responsáveis pela apresentação do
“rolo” (material feito pelas produtoras) junto às Agências de Propa-
ganda.
As Agências de Propaganda criam e realizam as campanhas pu-
blicitárias dos seus clientes (indústrias, bancos, etc. ). Normalmente
essas agências trabalham com pesquisa de mercado, identificando
o perfil do público-alvo que consome e/ou tem potencial para con-
sumir os produtos e/ou serviços veiculados. A partir daí são criadas
as campanhas publicitárias e definidas as estratégias de divulgação.
Os filmes comerciais e os institucionais são peças nobres (na
mídia eletrônica) e fazem parte destas campanhas publicitárias.
Normalmente as Agências de Propaganda realizam concorrência,
enviam os roteiros para as Produtoras Independentes e estas defi-
nem os orçamentos e os cronogramas. A produtora vencedora
realiza o trabalho através do roteiro recebido, que não pode ser mo-
dificado.
As Produtoras Independentes criam roteiros de programas para
a televisão e também roteiros para documentários, que podem ser
negociados com as emissoras de TV, sejam elas abertas ou a cabo.
Existem, basicamente, duas formas de negociação: a compra do es-
paço para a veiculação, e as co-produções com os exibidores.
Os clipes são também produzidos pelas Produtoras Indepen-
dentes. Geralmente nesses casos, a produtora tem liberdade para
criar o roteiro, que é aprovado pelas gravadoras junto com os em-
presários dos artistas (músicos e/ou as bandas).
Apesar de um significativo crescimento nas produções de filme
no Brasil, com o respectivo retorno financeiro, ainda são poucas as
Produtoras Independentes que conseguem sobreviver só com a pro-
dução de filmes de longa-metragem e/ou de documentários produ-
zidos com o objetivo de serem exibidos nas salas de projeção.

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1.2 – Tipos de Trabalho

1. Clipes
2. Vídeos institucionais
3. Documentários
4. Ficção: Curta, Média e Longa-metragem
5. Comerciais
6. Eventos
7. Programas variados de TV
8. Festivais

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A preocupação com as tarefas de produção vai variar de acordo


com cada tipo de trabalho. Deve ser levado em conta o porte físico
do projeto, ou seja, o tempo de execução que vai consumir em sua
realização e também a complexidade envolvida. Por exemplo: um
comercial com a duração de um minuto, que conta com um único
apresentador descrevendo sobre as vantagens e os benefícios de um
determinado produto comercial, institucional, ou de informe publi-
citário, tem a sua produção mais “simples” do que a de um comer-
cial de trinta segundos (metade do tempo), mas que apresente vários
atores, figurantes. planos e locações.
No caso de clipe musical, o diretor tem liberdade de criação.
Com isso, a produção acaba sendo mais dinâmica e o roteiro mais
solto. A captação de áudio pode ser feita em playback, o que amplia
a gama de locações, pois não leva em conta o nível de som ambiente
das mesmas.
Portanto, no que se refere ao trabalho de Produção – foco de
nosso estudo – passamos a discorrer sobre todo o andamento do
processo, passo a passo, desde o momento em que o roteiro é/ou
aprovado recebido.
Vamos apresentar todos os recursos que facilitam a Produção,
mas não podemos esquecer de cultivar o bom senso e o discerni-
mento para sua adequação às necessidades do trabalho que se tem
em mãos. E, principalmente, atentar para os limites de gastos im-
postos pelo orçamento apresentado e os prazos existentes.

2 – EQUIPE – quem é quem

Vamos agora discorrer sobre os profissionais que trabalham nos


departamentos responsáveis pela execução de filmes e vídeos.
Existem basicamente cinco departamentos fundamentais, tanto
para definição estética quanto para a produção dos filmes.
São eles: Direção Artística, Fotografia, Produção, Arte e Som.
Cada departamento conta com um profissional responsável. Muitas
vezes, dependendo da complexidade ou das características do pro-

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jeto a ser executado, pode haver a necessidade de uma outra pessoa


que colabore nessa função. Esses profissionais respondem pelos ou-
tros técnicos do setor.
Os Diretores de departamento definem a concepção estética do
projeto, cada um em sua área.

2.1 – Departamentos de um filme

Direção Direção de Direção de Direção de Desenho de


Artística Produção Fotografia Arte Som

O departamento de direção, através do seu diretor coordena a


unidade estética do filme, é este profissional que vai orientar todos
os outros departamentos, evidentemente respeitando e acatando su-
gestões, prazos e orçamento.

O Departamento de Produção funciona dando suporte para


todos os outros departamentos, é responsável pelo acompanha-
mento das tarefas dos outros departamentos, bem como seus gas-
tos.

Departamento de Fotografia, é responsável pela definição da


luz do filme, da captação das imagens e movimentação da camera.

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Departamento de Arte, cria e define a cenografia, os objetos de


cena, o figurino, a maquiagem o cabelo dos personagens

Departamento de Som, é responsável pela concepção estética


do som do filme.
2.2 - Departamento de Direção Artística.

DIRETOR ARTÍSTICO – podemos dizer que funciona como um


maestro. Profissional responsável por adaptar e transformar os con-
teúdos do roteiro, em imagens. Define, com o Diretor de Fotografia,
a luz e os enquadramentos dos planos a serem filmados. Também
atua junto à Direção de Arte, para a aprovação do cenário, a escolha
dos objetos de cena e os figurinos. Com o desenhista de Som com-
bina qual vai ser a estética sonora. Além disso, é ele que define, en-
saia e coordena o elenco, determinando posturas e reações dos
participantes. Adapta a atuação dos personagens de acordo com o
que espera de cada um. Por fim, participa ativamente da edição pos-
terior do trabalho.

ASSISTENTE DE DIREÇÃO – estabelece o elo entre o diretor e


a equipe. Muitas vezes pode ser incumbido de dirigir sozinho al-
gumas cenas, reportando-se à Produção sempre que necessário. A
partir dos conceitos estéticos e artísticos estabelecidos pelo Diretor,
orienta o Diretor de Elenco na escolha dos atores, do elenco de apoio,
dos modelos e dos figurantes que vão participar do teste de elenco
e seleciona as opções que mais se enquadram nas necessidades do
trabalho. Edita o teste, a fim de facilitar a definição dos atores,
elenco de apoio, modelos e/ou figurantes, pelo diretor. Cabe ao As-
sistente de Direção posicionar adequadamente o elenco de apoio e
os figurantes, durante as filmagens.
Responsável ainda por cronometrar o tempo de duração dos
planos e supervisionar o andamento de todos os Departamentos du-
rante o processo de filmagem. Realiza o plano de filmagem e a ana-
lise técnica do filme. Junto com o Diretor de Produção, organiza a
Ordem do Dia do filme.

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É ele o responsável por recolher as assinaturas de todos os ato-


res, elenco de apoio e figurantes dos filmes e/ou vídeos.

Obs.: adiante serão apresentadas e explicadas as planilhas e


autorizações citadas.
DIRETOR DE ATOR – Profissional que auxilia, quando neces-
sário, os ensaios, testes dos atores ou do elenco de apoio.

DIRETOR DE AÇÃO – Responsável pelas cenas de ação e/ou


de perigo que acontecem no filme. Precisam compreender os con-
ceitos do diretor e avaliar e definir “como” e o “quê” utilizar para
dar vida e realismo a estas cenas. Também coordenam os dublês.

COREÓGRAFO – Profissional que cria as coreografias a serem


apresentadas, define e escolhe os bailarinos que vão participar, en-
saia e coordena a atuação no set de filmagem, junto com o Diretor
Artístico.

CONTINUISTA – Cabe ao continuista dar seqüência, tanto no


posicionamento dos atores quanto do cenário e figurino. Quando
as cenas a serem filmadas são definidas, muitas vezes ocorre que,
por questões de economia, a linearidade do roteiro não é seguida.
Nesses casos, o continuista tem a incumbência de anotar, fotografar
e/ou filmar todos os detalhes de cada plano, para que uma cena
possa ser editada corretamente em sua continuação.

Por exemplo: um casal conversando numa sala está sendo fil-


mado. Na parede que se situa atrás do homem, há um relógio que
marca 14hs30min. Depois da cena filmada, é hora do almoço da
equipe. No retorno, ao serem retomadas as filmagens, cabe ao con-
tinuista solicitar ao pessoal do departamento de Arte, que o relógio
seja acertado na mesma hora em que os trabalhos foram interrom-
pidos: 14hs 30min.

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2.3 - Departamento de Produção

PRODUTOR – Detentor dos direitos patrimoniais das obras rea-


lizadas.

PRODUTOR EXECUTIVO – Responsável pela estratégia de


captação e coordenação das fases de produção.

COORDENADOR DE PRODUÇÃO – Quando existem vários


projetos em andamento nas Produtoras Independentes, torna-se ne-
cessária a figura do Coordenador de Produção. Contratado pela
produtora, é o profissional que coordena, junto com o Produtor Exe-
cutivo, o andamento de cada um dos projetos. Portanto, para cada
projeto especifico deve haver um Diretor de Produção, contratado
temporariamente, em regime de free-lancer.

DIRETOR DE PRODUÇÃO – A partir do orçamento operacio-


nal recebido pelo Produtor Executivo, o Diretor de Produção con-
trata a equipe técnica, reserva os equipamentos dos departamentos
de fotografia e som. Disponibiliza verba e transporte para todos os
departamentos, controla e acompanha o andamento das tarefas pre-
vistas em cronograma, contrata o serviço de alimentação, durante a
fase da filmagem do filme e/ou vídeo. Negocia os preços de compra
de todo o material de produção necessário à realização do filme.
Também é de sua alçada, fechar todas as locações e providenciar
todas as autorizações necessárias.

PRODUTOR DE LOCAÇÃO – Orientado pelo Diretor de Pro-


dução - que relaciona as características estéticas das locações pre-
tendidas e os valores disponíveis para custear as mesmas - o
Produtor de Locação sai em busca de opções. Caso utilize em sua
locomoção seu próprio carro, deve ser reembolsado da quantia que
gasta com combustível e com alimentação. O reembolso será calcu-
lado de acordo com a tabela vigente de aluguel de carro e acertado
antes, com a Produção.

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Se o profissional não usar carro próprio, a Equipe de Produção


providencia o transporte.
Para o registro das imagens dos locais visitados, o Produtor de
Locação precisa portar equipamento fotográfico ou câmera pequena.
Se a empresa contar com um cameraman em sua equipe, este acom-
panha o Produtor nessa busca e garante imagens com qualidade
profissional.
Ao realizar seu trabalho, o Produtor seleciona, no mínimo, cinco
prováveis locações, que são registradas em vídeo ou em fotografia.
Alguns detalhes devem ser observados pelo Produtor na hora
da avaliação. Entre eles: a distância existente entre o local, a Produ-
tora e as empresas fornecedoras; ocorrência de barulho que atrapa-
lhe a perfeita captação de áudio, existência de banheiros que
atendam à equipe, luz natural adequada a proposta estética do tra-
balho, local para a organizar o aparato da alimentação, espaço para
instalar camarim e para acondicionar os figurinos,
De volta à Produtora, o Produtor de Locação apresenta os re-
sultados ao Assistente de Direção, que edita as três melhores opções
e encaminha ao Diretor Artístico. Este, então, define a que mais lhe
convier. A partir daí a Produção agenda uma visita ao local, da qual
devem participar o Diretor Artístico, o Diretor de Fotografia, o Di-
retor de Arte. o Diretor de Produção.
Mais uma vez, transporte e alimentação devem ser providen-
ciados.
Caso ocorram dúvidas quanto à aprovação do local, uma se-
gunda visita é feita, e até mesmo uma terceira. Isso até que se esgote
o leque de possibilidades. Pode acontecer de nenhuma das locações
selecionadas for do agrado e, então, o trabalho de busca é repetido.
Não é recomendável, uma vez que os gastos de tempo e de dinheiro
aumentam. Para evitar situações desse tipo, o ideal é que a primeira
busca seja muito bem feita e que o Produtor apresente um bom nú-
mero de possibilidades.
Definida a locação o Diretor de Produção inicia a negociação
com o proprietário e o Produtor ou seu Assistente viabilizam o
termo de autorização para uso de imagem do imóvel.

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PRODUTOR DE ELENCO – o Diretor Artístico e/ou Assistente


de Direção entra em contato com o Produtor de Elenco para especi-
ficar as características físicas e conceituais dos personagens preten-
didos. Este último entra em contato com atores, modelos, figurantes,
etc que estejam dentro do perfil exigido, apresenta o projeto, o valor
do cachê e confirma a participação dos profissionais no projeto de fil-
magem. Informa também as possíveis datas e o local da gravação e
dos ensaios. Para cada personagem, o Produtor de Elenco deve lis-
tar pelo menos cinco opções.
Tanto na hora do teste de elenco, quanto nos momentos de fil-
magem, esse profissional precisa estar presente.

PRODUTOR DE BASE – Responsável pelos procedimentos bu-


rocráticos do trabalho de Produção. Muita vezes encaminha os or-
çamentos junto aos fornecedores de serviços, comunica-se com todos
os membros da Equipe, informando sobre alguma nova orientação
de trabalho, mudança de planos ou recados da Diretoria e da Coor-
denação de Produção. Mantém a equipe informada sobre os prazos
estipulados. Monta a lista de equipe, contendo o telefone de todos os
participantes do projeto. Encamunha as autorizações de filmagem
junto à Prefeitura, _a Companhia Estadual de Transporte - CET-RIO,
à Polícia Militar - PM, à Light ou a qualquer outro órgão público.
Todas as autorizações de uso de imagem e voz, de locação e
outras em geral, devem ser copiadas e arquivadas.
Cada produtora tem o seu modelo, estas autorizações são redi-
gidas por advogados especializados ( direito patrimonial e autoral).

PRODUTOR DE SET (platô) – Este profissional é responsável


pelo cumprimento da Ordem do Dia. Adiante será apresentada e
explicada a planilha dessa função.

BOY DE SET – Pessoa que realiza toda a limpeza e manutenção


do set de filmagem. Deve ser atento, ágil, rápido e despachado. De
uma maneira geral, ajuda a todos que precisam do seu auxílio.

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2.4 – Departamento de Fotografia

DIRETOR DE FOTOGRAFIA – Responsável pela proposição do


enquadramento de planos e pelo conceito estético da iluminação.
Responsável por indicar, ao Diretor de Produção, os equipamentos
necessários para a execução desses itens.
Após visitar as locações definidas para a filmagem, cria o dese-
nho de luz, relaciona os equipamentos relativos à câmera como as
lentes os tripés os filtros a sensibilidade dos negativos as gelatinas e
os difusores. Indica os vários tipos de refletores necessários e a ma-
quinaria, (grua, carrinho, trilhos, praticáveis, etc.), que serão utili-
zados. Define a sensibilidade dos negativos. Também opera a
câmera, auxiliado pelo Primeiro Assistente de Fotografia, especifica
a forma de revelação do negativo e acompanha o processo cromático
de finalização do projeto.

FOQUISTA / PRIMEIRO ASSISTENTE DE CÂMERA - Cuida


da operação da câmera, do foco, da troca de lentes quando solici-
tado, da troca de fitas magnéticas ou do negativo. Faz a decupagem
(numeração, data, etc.) das fitas e/ou dos negativos.
Responsável por verificar se o equipamento (lentes, câmera e
acessórios) locado pelo Diretor de Produção está em perfeito estado.
Garante a manutenção, limpeza e lubrificação desse equipamento
durante o processo de filmagem. Quando solicitado pelo Diretor de
Fotografia, troca as lentes e fica atento à metragem rodada. Troca o
chassi da câmera e organiza as latas de filmes utilizadas, que serão
entregues ao Diretor de Produção após a filmagem.

SEGUNDO ASSISTENTE DE CÂMERA – Encarrega-se dos


equipamentos da câmera que não estão sendo utilizados durante as
filmagens e ajuda a carregar os acessórios utilizados no set de fil-
magem

ELETRICISTA – O Eletricista Chefe trabalha diretamente com o


Diretor de Fotografia e é responsável pelo posicionamento de todo

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o equipamento necessário à iluminação e por conectá-lo à rede elé-


trica e/ou gerador. Normalmente trabalha com um ou dois assis-
tentes. Este trabalho exige que durante as filmagens, o profissional
lide com cargas de voltagem muito altas, o que representa grande
perigo. Requer, portanto, extremo cuidado.

MAQUINISTA – Este profissional é responsável pela instalação


da maquinaria pesada. Arma os trilhos onde vão deslizar os carri-
nhos, ligeirinhos; monta as gruas etc. A montagem desses equipa-
mentos exige muita precisão, pois são eles que vão permitir todo o
movimento da câmera. Nesse sentido, é um trabalho extremamente
cansativo, normalmente demanda um ou dois auxiliares.

2.5 - Departamento de Arte

DIRETOR DE ARTE - o Diretor de Arte propõe o conceito esté-


tico das cores a serem usadas, define o cenário e o estilo do figurino
e também escolhe os objetos de cena.

CENÓGRAFO – trabalha a partir dos conceitos estipulados pela


Direção de Arte, desenvolvendo o projeto arquitetônico para a cons-
trução de cenários e objetos de grande porte. Se necessário, refor-
mula o projeto. Supervisiona a construção executada pelo
Cenotécnico , na montagem e desmontagem das peças.

CENOTÉCNICO – A partir do projeto do Cenógrafo, o ceno-


técnico providencia a construção do projeto aprovado. Esse profis-
sional tem uma equipe especializada. É um trabalho minucioso,
realizado por criativos carpinteiros, pintores e artesãos. Como nada
escapa às lentes da câmera, qualquer defeito ou detalhe mal acabado
pode botar tudo a perder.

PRODUTOR DE OBJETOS – sai em busca de todos os adereços


necessários para a composição dos cenários, de acordo com as es-
pecificações dadas pela Direção de Arte.

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FIGURINISTA – providencia os figurinos para os personagens


do filme, comprando, alugando, confeccionando, ou tomando em-
prestadas as peças necessárias. Está subordinado à Direção de Arte,
que fornece a idéia do estilo a ser adotado e depois aprova as peças
selecionadas. Pode ter um ou mais assistentes, de acordo com o vo-
lume do trabalho. Além disso, o figurinista coordena as camareiras
de sua equipe, responsáveis por passar as peças e providenciar os
ajustes necessários.

MAQUIADOR/CABELEIREIRO – Profissionais encarregados


da maquiagem e penteados dos integrantes do elenco e também cui-
dam da manutenção de seu trabalho durante todo o processo de fil-
magem. São responsáveis pelas caracterizações dos personagens.

CONTRA-REGRA - O Contra-regra é a pessoa que auxilia o


Produtor de Objetos. Tem a função de colocar os objetos nos luga-
res demarcados pela Direção de Arte. Além disso improvisa arran-
jos e suportes que garantam a sustentação e a fixação destes objetos.

2.6 – Departamento de Som

DESENHISTA DE SOM – profissional que define, junto com o


Diretor Artístico, a concepção estética do som do filme. Faz a decu-
pagem técnica das cenas e é o responsável pela coordenação da cria-
ção da trilha sonora, dos ruídos e da captação do som direto e/ou
ambiente.

TÉCNICO DE SOM – responde pela captação do som direto


(diálogos e som ambiente) das cenas que estão sendo filmadas

ASSISTENTE DE SOM – auxilia o técnico de som segurando a


vara do microfone

MÚSICO (OS) – Caso haja necessidade

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EDITOR DE SOM – profissional que vai, a partir das imagens


montadas, inserir os sons ambiente, os ruídos e a trilha sonora.

MIXADOR DE SOM – Este profissional vai receber do editor de


som uma fita DAT, ADAT, CD contendo os vários sons
( ambiente, ruídos, trilha ) todos separados por pistas.
Este profissional vai equalizar estes sons e mixá-los , ou seja te-
remos uma só pista contendo todos os sons equalizados.

3 - CONTRATAÇÃO

3.1 – Diretores de Departamentos e Equipe Técnica

Dependendo das características do roteiro, o Produtor Execu-


tivo, muitas vezes junto ao Diretor, indica os profissionais que vão
assinar (trabalhar) nos Departamentos do filme.
O valor dos cachês (remuneração a ser paga aos profissionais
free-lancer) sofre variações. Existe uma tabela do STIC (Sindicato
dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica), que é uma refe-
rência para a definição dos pagamentos.
Os trabalhos de filmagem mais bem remunerados são os co-
merciais. Normalmente feitos com muita pressa e prazos curtos. Já
os filmes e alguns programas de televisão (realizados por Produto-
ras Independentes), por exemplo, não pagam tão bem, mas têm um
prazo de execução mais longo.
Um fator importante: quanto maior o valor dos recursos finan-
ceiros disponíveis para um projeto, mais rápido ele pode ser execu-
tado.
As definições para a contratação de pessoal técnico deve ser
uma decisão muito bem pensada e avaliada. O Produtor responsá-
vel precisa estar sempre em contato com todos os Departamentos
para ser informado sobre o numero de profissionais necessários para
a composição dos Departamentos. Claro que depende da complexi-

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dade de cada um.


Por exemplo: um filme de ficção que acontece no Brasil, no ano
de 2050. É necessária a construção de uma cidade cenográfica, que
pode ser construída em algum estúdio alugado. O roteiro do filme
indica que apenas 4 atores vão atuar. O número de profissionais en-
volvidos no Departamento de Arte vai ser muito maior do que o exi-
gido no Departamento de Direção. Vai haver um gasto maior de
dinheiro e de tempo no Departamento de Arte do que no Departa-
mento de Direção.
Outro ponto importante: numa tentativa de economizar ao má-
ximo, muitos produtores contratam menos pessoas do que real-
mente o trabalho exige. Esta pretensa economia pode levar a
grandes prejuízos. Por outro lado, contratar gente demais faz com
que o trabalho não renda o que poderia, e pode atrapalhar os pro-
fissionais empenhados em realizar suas funções.

4 – ROTEIRO

Todos os roteiros pretendem contar uma história. Mas, ao con-


trário dos livros narrativos, as histórias escritas para roteiros cine-
matográficos, utilizam, primordialmente, recursos visuais. São as
imagens, enquanto linguagem, que fazem o fio condutor para a
compreensão do enredo. Então, nesse caso, as narrativas não se sus-
tentam por si só.

4.1 – Roteiro Literário

Chamamos de roteiro literário, aquele texto que é escrito e es-


truturado por ações separadas e determinadas. É no roteiro literário
que são pontuadas as ações da historia. Para isso temos que especi-
ficar a situação de cada uma das ações, determinando aquelas que

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 23

acontecem no interior de uma casa ou apartamento, ou igreja, etc,


ou se a cena ocorre no exterior do imóvel; se ação acontece numa
praia, montanha, parque, etc; se a hora é diurna ou noturna e assim
por diante. A sinalização é anotada, como o exemplo a seguir:

INT. APT/SALA . JÕAO- DIA


( interior do apartamento do João, sala de dia)

EXT. ESTRADA - NOITE


( exterior; numa estrada, à noite)

Mudamos de ação quando ocorrem mudanças de espaço ou


de tempo.

INT. APT/SALA . JÃO-DIA

INT. APT/QUARTO . JOÃO- DIA

4.2 – Roteiro Técnico

Como o próprio nome diz, o roteiro técnico representa todas


as definições técnicas para a filmagem das ações contidas. Essas de-
finições indicam os tipos de planos a serem definidos e enquadra-
mento a ser adotado. Para tanto, o roteiro é dividido em seqüência,
cena e plano.
A seqüência como um parágrafo, a cena como uma frase e o
plano como uma palavra, ou seja a seqüência é composta por um
conjunto de cenas e a cena por um conjunto de planos.

Obs: As ações que estão contidas no roteiro literário tornam-se


cenas no roteiro técnico.

Nos exemplos a seguir, essa idéia está melhor detalhada:

Produção de Cinema e Vídeo 23


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1. SEQUÊNCIA – CASAMENTO.
1. Cena - Ext. Igreja/ escada – noite.
1. Plano Geral (P.G) - Noiva saindo do carro.
2. Plano Médio (P.M) - Noiva subindo as escadas.

2. Cena - Int. Igreja/ altar – noite.

3. Plano Americano ( PA) - Noivo no altar.


4. Plano detalhe (P D) – mão do noivo

2. SEQÜÊNCIA – PRAIA.

1. Cena - Ext. Praia de Ipanema / Arpoador – dia.

5. Plano americano (PA) - Noivo tomando uma cerveja.


6. Plano fechado (PF) – Copo de cerveja

2. Cena - Ext.Praia de Ipanema / posto 9 – dia.

7. Plano Médio (PM) - Noiva caminhando em direção ao mar.

OBS: A numeração dos planos segue independente da mudança


na numeração das seqüências e cenas. Cada vez que mudamos de se-
qüência voltamos a contar as cenas de novo.

Não existe um consenso a respeito do critério utilizado para a


divisão do roteiro técnico. Alguns profissionais trabalham com se-
quências e planos, outros com sequências e cenas e outros ainda,
com cenas e planos. Para a produção, quanto mais detalhado for a
divisão do roteiro, melhor.

SEQÜÊNCIA
CENA

PLANO

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 25

4.3 - Plano

Chamamos de plano o momento em que uma imagem é gra-


vada ou filmada desde o seu inicio até o seu corte. Podemos usar
vários tipos de enquadramentos para filmarmos um plano. Os pla-
nos abertos passam a sensação do ambiente, são planos usados para
situar o espectador. Os planos fechados servem para enfatizar algo
especifico.
Chamamos de take, às tentativas que fazemos para escolher o
melhor plano. Quando dizemos que um filme foi rodado na pro-
porção de cinco para um, isto significa que filmamos cinco takes
para escolhermos um plano.
A definição dos planos é dada pelo Diretor Artístico em parce-
ria com o Diretor de Fotografia. As escolhas dos planos, sua dura-
ção, e enquadramentos fazem parte da estética do filme. Quando as
cenas são complexas se faz necessário a criação do story board, feito
por desenhistas profissionais. Estes desenham todos os planos que
fazem parte da cena seguindo a orientação do Diretor Artístico.

4.4 - Tipos de Enquadramento

Infelizmente não existe um consenso sobre a nomeclatura utili-


zada para classificar os tipos de enquadramento de um plano. Segue
abaixo exemplos das mais utilizadas:

PLANO GERAL – O cenário aparece em relevância. Se há ato-


res presentes na cena, eles aparecem de corpo inteiro. O Plano lo-
caliza a ação.

PLANO MÉDIO – os atores surgem mais próximos. Corta o


corpo pela cintura e o cenário tem importância secundária.

Produção de Cinema e Vídeo 25


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PLANO AMERICANO – o ator é mostrado apenas do joelho


para cima.

PRIMEIRO PLANO ou CLOSE– o ator aparece do tórax para


cima, com ênfase no rosto.

PlANO FECHADO ou BIG CLOSE – mostra o detalhe de um


objeto ou do rosto.

PLONGE – enquadra o objeto, de cima para baixo.

CONTRA-PLONGE – enquadra o objeto, de baixo para cima.

PLANO SUBJETIVO – plano faz o papel de deslocamento do


personagem.

PAM – Panorâmica ou plano geral de conjunto.

4.5 - Decupagem de Roteiro

A decupagem do roteiro é uma análise minuciosa que fornece


todos os dados importantes para podermos organizar e realizar com
êxito, o nosso projeto.
Quem realiza essa tarefa é o Assistente de Direção em conjunto
com a Equipe de Produção. Num primeiro momento são definidas
algumas questões: como o Diretor Artístico visualiza o filme, como
os planos serão filmados (storyboard), o estilo de figurino e da ce-
nografia, os equipamentos a serem providenciados etc.
São analisados, plano a plano, todos os elementos necessários
para a execução do filme.
O trabalho de decupagem permite a definição e contratação da
Equipe mínima necessária, o tipo de locação, o cenário, o figurino, o
equipamento técnico para que o Produtor possa fazer um primeiro
orçamento.

Fábio Campos 26
Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 27

Em trabalhos longos e mais demorados, geralmente ocorrem


várias reuniões com os membros mais importantes da equipe res-
ponsável (os Diretores dos Departamentos), para o acerto de even-
tuais mudanças e para avaliação do andamento dos trabalhos e das
filmagens.
Muitas vezes o roteiro pode sofrer alterações, chamadas de tra-
tamento (primeiro, segundo...). Essas alterações influenciam direta-
mente no trabalho da Produção, pois às vezes exigem redefinição de
locação, de equipamento e de tempo de trabalho. O Diretor de Pro-
dução precisa de jogo de cintura para adequar o orçamento, os pra-
zos a todo e qualquer imprevisto.
Denomina-se Análise Técnica do Roteiro; esta decupagem des-
crita acima.
Em cada projeto de filme são necessárias planilhas de análises
técnicas. É muito importante entender que sem o roteiro estar divi-
dido em seqüência, cena e plano seria muito difícil elaborarmos as
planilhas das analises técnicas.

A seguir, uma relação das planilhas necessárias:

• Analise técnica de atores


Com ela identificamos e organizamos todas as cenas das quais
os atores participam.

• Analise técnica da fotografia


Detalha todos os planos de todas as cenas, incluindo seus en-
quadramentos e minutagem.

• Analise técnica da produção


Detalha e agrupa todos os locais onde serão filmadas as cenas (
locação), prevê o numero de pessoas que estarão no set de filmagem
e ainda quais as cenas que precisarão de café da manhã, almoço, lan-
che e ou jantar.

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 28

• Analise técnica da arte


Decupa os cenários e os objetos utilizados em cada cena.

• Analise técnica do figurino


Decupa os figurinos utilizados em cada cena. A analise técnica
do figurino e feita levando-se em conta o roteiro literário.

• Analise técnica do som


Detalha todas as cenas e planos que terão som ambiente, ruídos
e/ou trilha sonora.

• Analise técnica do filme


Esta planilha contem as informações de todas as outras analises
técnicas.

Obs. As análises técnicas dividas por departamentos foram


criadas para que os iniciantes entendam melhor o processo de de-
cupagem.

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ANÁLISE TÉCNICA DE ATORES

SEQ CENA PERSONAGEM TIPO FÍSICO PERFIL ATOR LOCAL DA DIA DE


PSICOLÓGICO FILMAGEM FILMAGEM

4 1 Tio João Alto Humilde xxxxxx Igreja 1o dia


Branco Subserviente
Careca
Manco

OBS: As observações em negrito não fazem parte das planilhas, são


exemplos de preenchimento.

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ANÁLISE TÉCNICA DA FOTOGRAFIA

SEQ CENA PLANO ENQUARAMENTO LUMINOSIDADE MINUTAGEM Obs

1 1 1 P.M - Plano médio Realista 2 seg.

O conceito estético de luminosidade de um filme e/ou vídeo é definido


muitas vezes tomando-se como referencia obras pictóricas: Impressio-
nismo, expressionismo, barroco, romantismo, realismo, etc.

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ANÁLISE TÉCNICA DA PRODUÇÃO

SEQ CENA LOCAÇÃO No PESSOAS ALIMENTAÇÃO TRANSPORTE OBS


Van - figurantes
Praia 8 atores Van - atores 4 banheiros
Posto 9 10 figurantes café da Van - Produção químicos
5 2 Ipanema 35 equipe manhã Van - Câmera Caminhão
4 seguranças Caminhão gerador
8 motoristas elétrica
Trailer camarim
Van - arte

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ANÁLISE TÉCNICA DA ARTE

SEQ CENA CENÁRIO OBJETOS DE ARTE Obs

Quarto de criança, pe- Berço azul velho, corti- O berço está


6 1 queno, cinza, paredes nas brancas sujas. todo arra-
sujas. nhado.

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 33

ANÁLISE TÉCNICA DO FIGURINO

DIA DO ROTEIRO PERSONAGEM CONJUNTO DAS OBSERVAÇÃO


LITERÁRIO PEÇAS DE ROUPA
DO PERSONAGEM
Terno preto de
R1 Tio João linho, gravata Terno desgastado,
vermelha, sapa- sapatos furados.
tos pretos.

R 1A Tio João Camisa branca, Camisa sem manga.


bermuda preta.

R1 Tio João Vestido vermelho. Característica esté-


tica do vestido.

R2 Tio João Descrição Característica esté-


tica do vestido.

R2 Tia Maria Descrição Característica esté-


tica do vestido.

R: conjunto das roupas do personagem.


Numero: dia do roteiro literário.
Letra: Se houver mudança de figurino, no mesmo dia do roteiro
literário.

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ANÁLISE TÉCNICA DO SOM

SEQ CENA PLANO SOM DIRETO SOM RUIDOS TRILHA


AMBIENTE SONORA

2 1 Fechado Monólogo Chuva Telefone Solo de


violino

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ANÁLISE TÉCNICA DO FILME

SEQ CENA I/E D/N Pag. do Roteiro Minutagem Data da


N.
o
N.o
Int ou Ext. Dia ou Noite. literário. total da cena. filmagem.

LOCAÇÃO: ENDEREÇO: da locação


TEL: da locação
Local da filmagem CONTATO: Pessoa responsável pela
locação.
ATORES FIGURANTES OUTROS

Que participarão Que participarão Que participarão


OBSERVAÇÃO:
Caso haja necessidade
EQUIPAMENTOS DE FOTOGRAFIA:
Que estarão presentes na filmagem
EQUIPAMENTO SOM:
Que estarão presentes na filmagem

CENOGRAFIA OBJETO DE CENA FIGURINO MAQUIAGEM


Se houver Se houver Se houver Se houver

RESUMO DA CENA:

PLANOS DA CENA MINUTAGEM AÇÃO OBSERVAÇÃO

Plano americano 2 segundos Homem caminhando

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4.6 - Plano de Filmagem

Quando organizamos os dias de filmagem temos que levar em


conta os aspectos práticos. Na maioria das vezes a filmagem não
pode ser realizada na ordem linear do roteiro. Os motivos são os
mais diversos e incluem: agenda dos atores, aluguel dos equipa-
mentos, local das filmagens, etc.

Como num jogo de quebra cabeça temos que procurar as peças


semelhantes. Em primeiro lugar separamos todas as cenas diurnas
das noturnas, depois separamos as externas das internas. e assim
por diante. A filmagem deve iniciar sempre pelas externas, se hou-
ver necessidade de adiá-la por motivo de chuva substituímos pelas
internas sem aumentar os dias de filmagem. A fase da filmagem de
um filme é o momento em que devemos ficar atentos, pois toda eco-
nomia é importante.

Disponibilizamos as cenas que irão ser filmadas por dia. Para


isso temos que levar em conta o número de planos de cada cena. Um
dia de filmagem dura dez horas e filmamos de cinco a quinze planos
por dia.

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PLANO DE FILMAGEM

1o DIA QUARTA-FEIRA 7:00 - 17:00 5 planos


CENA AMB/LUZ AÇÃO LOCAÇÃO PERSONAGENS PLANOS
20 Ext/Dia Ele entra na Saara e Casa Marido e Mulher 31, 32, 33
Casa xxxx. Ela xxxxxx.
atrás.
9 Ext/Dia Crianças de rua. Ruas Centro. Crianças de rua. 17
(crianças)
26 Ext/Dia Ela caminha Rua das Mulher e Substituta 41
pensativa. Vê Laranjeiras.
substituta,
conversam.

2o DIA SEGUNDA-FEIRA 9:00 - 19:00 11planos


CENA AMB/LUZ AÇÃO LOCAÇÃO PERSONAGENS PLANOS
4 Int/Dia Apresentação Escritório Marido 4, 5, 6
dele.

6 Int/Dia- Início do diálogo Escritório Marido e Mulher 8, 9, 10, 11,


Noite até núpcias. 12, 13.

8 Int/Noite Ele se controla, ela Escritório Marido e Mulher 16


diz que chorava.

12 Int/Noite H - Não olhe para mim. Escritório Marido e Mulher 23

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3o DIA TERÇA-FEIRA 9:00 - 19:00 11 planos


CENA AMB/LUZ AÇÃO CENÁRIO PERSONAGENS PLANOS

10 Int / Noite M - se ele for preto? até Escritório Marido e Mulher 18, 19,
(5 min) H - ...eu não saio d casa. 20, 21

17 Int / Noite M – Você? até Escritório Marido e Mulher 28, 29,


(2 min) M - Eu sabia q vc era o 30
amante
25 Int / Noite H - Eu pensei q fosse.. até Escritório Marido e Mulher 38, 39,
(2 min) M - ..uma solução p nós2 40

27 Int / Noite M – Durante esses anos até Escritório Marido e Mulher 42


(50 s) M - Acompanha meu
raciocínio...

5 – CRONOGRAMAS

5.1 – Analítico

O cronograma analítico é o cronograma que descreve todas as


tarefas a serem realizadas de todos os departamentos nas fases de
preparação, pré-produção, filmagem e finalização. Para melhor des-
crevermos estas tarefas, devemos sempre pensar em cada departa-
mento de uma vez. ( feito na fase de preparação do projeto)

Preparação
• Desenvolvimento do roteiro final
• Analise Técnica do roteiro

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• Cronogramas do filme
• Pesquisa
• Orçamento estimado
• Captação de recursos
• Estrutura física para a produção

Pré-produção
• Contratação da equipe
• Reunião para leitura do roteiro com os diretores dos depar-
tamentos
• Lista de equipe
• Cronograma e orçamento de todos os departamentos
• Opções de locações
• Edição das melhores opções locações
• Visitas com os diretores de departamento para definção das
locações
• Fechamento das locações
• Elaboração do plano de filmagem
• Criação do Story Bord
• Ordem do dia
• Escolha do elenco ( teste de elenco), elenco de apoio e figu-
rantes
• Edição do teste de elenco
• Ensaio com os atores
• Confecção e/ou aluguel dos figurinos
• Compra e/ou aluguel de todo o material necessário
( objetos de arte, material sensível, etc.)
• Mapa de transporte
• Autorizações e seguros necessários

Filmagem
• Captação de todas as imagens previstas
• Inicio da desprodução ( devolução de todos os objetos e/ou
equipamentos alugados)
• Inicio da fase de finalização
Finalização

Produção de Cinema e Vídeo 39


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• Revelação
• Preparação e lavagem
• Telecinagem off Line de todo material filmado
• Edição on line
• Confecção dos creditos
• Edição de som
• Ruídos de sala
• Gravação da trilha sonora
• Mixagem do som
• Transcrição de som
• Revelação de som
• Copião em 16 mm conf. De boletim
• Montagem em 16 mm
• Copião c/marcação de luz 16 mm
• Interpositivo ampliado em janela molhada
• Internegativo ampliado 35 mm
• Copião e/luz marcada 35 mm p/sincar com som
• 1º copia sonora em 35 mm

Obs. Este é um exemplo teórico, a organização do cronograma


depende do roteiro e da verba disponível. Devemos sempre consul-
tar as empresas finalizadoras.

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5.2 – Físico

O cronograma físico insere, temporalmente, as tarefas descritas


no cronograma analítico. A unidade de tempo pode ser diária ou se-
manal, (feito na fase de preparação do projeto)

SEMANA 1 2 3 4 5 6 7
PREPARAÇÃO
PRÉ-PRODUCÃO
FILMAGEM
DES-PRODUÇÃO
FINALIZAÇÃO

5.3 – Físico/Financeiro

O cronograma físico/financeiro é o cronograma físico, mais os


valores gastos em cada tarefa. Este cronograma é fundamental para
acompanharmos o que está sendo realizado e seus respectivos gas-
tos.

5.4 – Produção

Este cronograma reúne as informações contidas no cronograma


analítico e físico.
O Cronograma de Produção também deve ser feito e refeito
quantas vezes forem necessárias e distribuído para toda a equipe.
Sempre que for necessário atualizar a equipe sobre alguma mudança
ocorrida.
É o cronograma que possui maior número de informações.

Produção de Cinema e Vídeo 41


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No caso da produção de filmes e ou de vídeos, a distribuição


deve abranger todos os departamentos. Como unidade de tempo,
pode ser usado, tanto o dia como a semana ou o mês.
Observe os exemplos:

Cliente : Curso de Alemão xxxx


Produtora : xxxxxxxxxxxx

DIA HORA ATIVIDADE

30/11 11:00 REUNIÃO PRÉ-PRODUÇÃO


- Fotografia
- Cenografia

01/12 14:00 SEGUNDA REUNIÃO Elenco

02/12 18:00 TERCEIRA REUNIÃO


- Cenografia
- Figurino

05/12 INÍCIO CONSTRUÇÃO DO CENÁRIO

06/12 12:00 FILMAGEM ALTO-MAR p/fundo


Chroma-key

07 e 08/12 TESTE DE ELENCO – Produtora


EDIÇÃO DO TESTE

09/12 10:00 REUNIÃO AGÊNCIA

10 à 15/12 PRODUÇÃO

18/12 PRÉ-LIGHT – Estúdio

19/12 FILMAGEM – Estúdio

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5.5 – Ordem do dia

Quando se tem em mãos o Plano de filmagem dividido em Se-


qüência, Cena e Plano, a denominação da Planilha, que define os ho-
rários do que vai ser filmado (película) e/ou gravado (magnético), é
chamada de Ordem do Dia. Quando o trabalho a ser filmado é um
show, a denominação é Cronograma de Filmagem e/ou gravação.
Ele define os horários de chegada de todos os membros da equipe,
o tempo que temos para prepararmos o set de filmagem, a duração
que os atores levarão para se aprontar, o horário da alimentação etc.
Este cronograma deve ser feito e refeito quantas vezes forem
necessárias e deve ser distribuído a todos os membros da equipe.
Ele representa a garantia do cumprimento do plano de filmagem.
Quem é responsável pela feitura da Planilha Ordem do dia, Crono-
grama de Filmagem e/ou gravação é o Assistente de Direção junto
com o Diretor de Produção.

Obs. Mais importante do que escolher um modelo é aprender a


pensar na organização da produção.

Veja os exemplos a seguir :

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Especial de fim de ano Tv. Azul


Direção: xxxxx xxxxxx
Produção : xxxxxxx
Local : Teatro xxxxx – Av. Xxxxxxxx Nº 370
Vila da Penha - Tel: xxxxxxxx

DIA 06/12 - SEGUNDA-FEIRA


13:00HS: CÂMERAS PREPARANDO FIGURINO
ENSAIO GERAL
14:00HS: Banda 1
15:30HS: Cantora 1
17:00HS: Cantora 2
18:30HS: Banda 2

DIA 07/ 12 - TERÇA FEIRA

09:00HS: Cantor 1
10:30HS: Banda 3
12:00HS: ALMOÇO
13:30HS: Cantora 3
15:00HS: Cantor 2
16:30HS: Banda 4

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Especial de fim de ano Tv. Azul


Direção: xxxxx xxxxxx
Produção : xxxxxxx
Local : Teatro xxxxx – Av. Xxxxxxxx Nº 370
Vila da Penha - Tel: xxxxxxxxx

DIA 06 DE DEZEMBRO

HORÁRIO ATIVIDADE

07:00HS Montagem do Cenário


Chegada da U.M.
Chegada da Equipe Técnica e
Produção

09:30HS Montagem da Iluminação

12:00HS Chegada da apresentadora


Almoço

12:30HS Chegada Coro xxxxxxx


Ensaio Geral

13:00HS Chegada da Figuração


Maquiagem

14:00HS GRAVAÇÃO
Chegada da Banda 1

XXXXXX ETC XXXXXX

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ORDEM DO DIA
FILME: XXXXXXX DIRETOR: XXXXX
LOCAÇÃO: Hotel Amarelo DATA: 14 de maio
CENA PLANO ELENCO OBSERVAÇÕES
Homem andando P.M Jair
Mulher sentada P.A Carmem

HORÁRIO: ELENCO: FIGURAÇÃO:


7:00 h Jair e Camem Não tem
Chegam no SET: Carlos

( prod. De locação) FIGURINO: ARTE:


Café da Manhã (D.Ju- Heloisa, Clara, Rosa Nelson, Marcos
rema)

Elétrica e maquinaria

7:30 h ELÉTRICA: MAQUINARIA:


Chegada, figurino , Paulo, Manoel Edinho, João
arte, fotog., som e

8:00 h

Chegada dos atores

diretor FOTOGRAFIA: SOM:


8:30h César, Fernando, Antonio, Claudio
Atores maquiando e Ruy

se vestindo

Arte entrega o set

Fotog., afina luz

9:00 h

Ensaio com camera PRODUÇÃO: EFEITOS:


10:00 h Calos, Renan, Não tem
Roda o primeiro Camila, Dona Jure-
Plano ma

COMIDA, ANIMAIS E VEÍCULOS DE CENA: OBS: Para cada locação uma nova
Não tem ordem do dia

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6 - A PRODUÇÃO E SUAS FASES

O trabalho de Produção é composto de seis etapas, ao final das


quais o filme está pronto para ser encaminhado às salas de exibição
ou veiculação. A saber:

6.1 – Preparação

Constitui-se na fase inicial de qualquer projeto, quando todos os


detalhes serão pensados e avaliados, num trabalho delicado de de-
finição das escolhas. As tarefas da Preparação podem ser assim re-
lacionadas:

• Roteiro literário
• Roteiro técnico (1º tratamento)
• Plano de filmagem (1º tratamento)
• Cronograma analítico
• Cronograma físico
• Cronograma físico/financeiro,
• Orçamento detalhado
• Aprovação do projeto junto às Leis de Incentivo
• Captação de recursos financeiros
• Consolidação da estrutura financeira do trabalho
• Início da pesquisa histórica e de imagem, a partir do roteiro
• Pré-seleção de locações e definição da Equipe Técnica
• Montagem da estrutura física para o início da Produção

6.2 - Pré-Produção

• Decupagem do Roteiro (roteiro técnico)


• Elaboração da análise técnica do filme

Produção de Cinema e Vídeo 49


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• Elaboração do plano de filmagem


• Aprovação do orçamento operacional
• Contratação da Equipe Técnica e Artística
• Contratação da Equipe de Consultoria Científica
• Fechamento das datas de filmagem para aluguel de equipa-
mento
• Cronograma de produção
• Solicitação de apoio
• Escolha e aprovação final das locações; solicitação das auto-
rizações ( locações, Prefeitura, CET – Rio, Policia Militar, menor de
idade)
• Elaboração da ordem do dia
• Negociação com empresas fornecedoras
• Compra do material necessário
• Aprovação do projeto cenográfico
• Teste de elenco
• Ensaio com os atores
• Aprovação de figurino

6.3 - Filmagem

• Filmagem/Captação das imagens, observando a analise téc-


nica do filme, plano de filmagem, ordem do dia e mapa de trans-
porte. É fundamental ter em mãos as autorizações de locação (ões),
Prefeitura, CET-Rio, Policia Militar, de menor(es) etc.

6.4 – Finalização

6.4.1 - Desprodução

Nessa fase são feitos os últimos pagamentos (aos fornecedores,


à equipe técnica, ao elenco). As locações são desocupadas e os equi-
pamentos alugados são devolvidos.

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6.4.2 - Pós-produção

Tarefas para quando o material é captado em película


(produto final em película)
• Revelação dos negativos utilizados nas filmagens
• Copião do negativo
• Transcrição de som direto
• Montagem do copião
• Telecinagem off-line
• Edição de som
• Som direto
• Ruidos
• Trilha sonora
• Confecção de letreiros
• Mixagem
• Transcrição ótica
• Marcação de luz
• Cópia zero
• Primeira cópia
• Copiagem
• Divulgação
• Distribuição

Tarefas para quando o material é captado em película (pro-


duto final em fita magnética)
• Revelação dos negativos utilizados no filme
• Banho de ultra-som e preparação para telecinagem
• Telecinagem off-line ou on-line
• Edição das imagens
• Edição do som
• Som direto
• Ruídos
• Trilha sonora
• Confecção dos créditos
• Mixagem

Produção de Cinema e Vídeo 51


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• Telecinagem on line
• Cópia master
• Copiagem
• Divulgação
• Distribuição

Depois de realizada a Copiagem tem início a comercializa-


ção do filme, executada por firma distribuidora que oferece às salas
de exibição ou a grupo de salas, para aluguel e se a negociação é con-
cretizada, a cópia do filme é entregue, acompanhada de todo o ma-
terial de divulgação confeccionado para o mesmo.

Tarefas para quando o material captado em fita magnética ou


digital (produto final em película)
• Edição das imagens
• Edição do som
• Som direto
• Ruídos
• Trilha Sonora
• Confecção dos créditos
• Mixagem
• Telecinagem on line
• Transfer
• Cópia zero
• Primeira cópia
• Copiagem
• Divulgação
• Distribuição

Tarefas para quando o material é captado em fita magnética ou


digital (produto final em fita magnética)

• Edição das imagens


• Edição do som
• Som direto
• Ruídos

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• Trilha sonora
• Confecção dos créditos
• Mixagem
• Telecinagem on-line
• Copiagem
• Divulgação
• Distribuição

7 - ORÇAMENTO.

7.1 - Orçamento Detalhado

Normalmente as unidades de tempo mais utilizadas, são o


dia e/ou a semana. Com a definição, existem condições para a mon-
tagem da planilha de orçamento.

Obs. : É aconselhável que o profissional de produção domine o


programa Excel/Microsoft, ou outro similar que contenha os recur-
sos de diagramação, pois isso facilita bastante o trabalho, na hora de
executar as contas do orçamento.

A planilha de Orçamento Detalhado deve conter todos os


itens necessários para a produção do projeto. Esta planilha precisa
conter, além do numero de dias ou semanas gastos, os valores uni-
tários de cada item orçado.

Exemplificando:

Orçamento Detalhado.

Produção de Cinema e Vídeo 53


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1 - Equipe técnica.

Nome de todos os profissionais que irão trabalharno projeto.

2 - Elenco principal.

Nome dos atores que vão interpretar os principais papeis do ro-


teiro.

3 - Elenco de apoio.

Nome dos atores que vão compor os personagens que even-


tualmente participam de cenas e podem ter pequenas falas.

4 - Figuração.

Nome dos atores e/ou modelos que aparecem, apenas com-


pondo as cenas.
Consideração sobre os procedimentos de contratação do elenco
(principal, de apoio) e de figuração. Em várias situações o trabalho
com elenco pode ser de atores profissionais, atores de apoio ou de fi-
gurantes.
Nesse momento, o Produtor de Elenco apresenta à Direção, as
opções de escolha.
Essa apresentação pode ser feita em book ou em vídeotape. Esse
profissional trabalha diretamente com o Assistente de Direção, que
muitas vezes orienta o Teste de Elenco. Escolhidos os “concorren-
tes”, é realizado o teste específico para a definição dos atores. Por
vezes pode ser um trabalho demorado, é feito na fase de Pré-pro-
dução.
Algumas vezes é necessária a presença da Equipe de Figurino,
do Maquiador, do Cabeleireiro e da Camareira, pois o trabalho de
escolha pode exigir que os atores estejam com seus personagens ca-
racterizados . De qualquer forma, logo após a aprovação dos atores,
a equipe de figurino entra em ação para tirar as medidas antropo-
métricas dos escolhidos.

Fábio Campos 54
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5 - Figurino.

Indumentária utilizada pelo elenco do filme. Por vezes são alu-


gadas, ou compradas ou confeccionadas por costureiras contrata-
das. Uma boa figurinista sabe como os tipos de tecidos reagem
diante de uma câmera. Outra preocupação é quanto a tonalidade
dos tons na composição conjulgada de cada conjunto de peças que
vai caracterizar os pesonagens.

6 - Objetos de arte

São os adereços que compõem as cenas. Tudo aquilo que apa-


rece na tela que não sejam os atores e os figurinos constitui-se em
objeto de arte: a cortina, o abajur, um vaso, o quadro, o relógio, uma
cesta de lixo, etc. Estes objetos obedecem à concepção estética do
Diretor de Arte.

7 - Projeto cenográfico

Projetos de construção de cenários

8 - Locação.

Refere-se ao local aonde vão ser filmadas as seqüências do ro-


teiro. Estes espaços podem ser construídos em estúdios e/ou aluga-
dos. Para isso é preciso levar em consideração alguns aspectos,
como por exemplo, a localização, o acesso, a iluminação, o barulho,
a segurança, etc.
Quando são utilizados logradouros públicos, é necessário obter-
se autorização aos órgãos competentes. No caso de ruas, a Prefei-
tura, a CET-Rio, a Policia Militar, IBAMA, etc.
No caso de estúdio, a escolha vai depender das necessidades do
trabalho. Existem várias vantagens em se trabalhar em estúdio, pois
já existem camarins, tratamento acústico, instalações elétricas ade-
quadas. Pode ser usado o recurso do chroma-key, construir cená-
rios, fazer pré-light, trabalhar a madrugada inteira com segurança,

Produção de Cinema e Vídeo 55


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dispor de ar condicionado, espaço para alimentação da equipe, etc.

9 - Transporte.

A questão do transporte é de suma importância, uma vez que,


quando bem definida, agiliza e facilita as idas e vindas dos diversos
profissionais envolvidos nos trabalhos, além de proporcionar eco-
nomia de tempo e de dinheiro. Para que assim ocorra, e se previsto
no orçamento, deve ser feito um cronograma de transporte deta-
lhado, econômico, inteligente e de fácil manuseio e compreensão.
Na fase de Pré-produção costuma-se prever transporte para a
equipe responsável pelo Figurino e pela Arte. A Equipe de Figurino
vai visitar várias lojas, à procura das peças necessárias. O tempo
que necessita de transporte e o tamanho do mesmo vai depender da
grandeza do trabalho e do tamanho das peças. Se for um trabalho
pequeno, com o uso de poucas roupas, pode ser usado o veículo de
um membro da equipe que recebe o reembolso correspondente à
quantidade de combustível gasto.
No caso da Arte e da Cenografia devem ser planejado o uso de
veículos de porte médio ou grande (pick-up abertas ou mesmo ca-
minhões), pois esses Departamentos trabalham, na maioria das
vezes, com materiais grandes, pesados e/ou em quantidade,
mas tudo depende do roteiro que se tem em mãos.
Atentar, sempre, que tudo o que se produz requer desprodu-
ção. Logo, na hora de fazer o mapa de transporte, isso deve ser le-
vado em consideração.
Os Diretores que não têm ou não desejam usar condução pró-
pria, são transportados nos carros destinados pelo Diretor de Pro-
dução.
O ideal é que a Produção tenha um bom número de motoristas
e de tipos de carro, como opção para as várias demandas. Como a
maioria dos profissionais trabalha em regime de diária, não se pode
correr o risco de “ficar na mão”.
Quanto a fornecedores/serviços, também é aconselhável o maior
número de opções. Mais fácil fica o fechamento do cronograma de
transporte.

Fábio Campos 56
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A prática de trabalhar com pessoas do ramo, acostumadas a


lidar com projetos de filmagem, poupa tempo e evita muitas espe-
cificações e explicações.
A fim de poupar custo e tempo, os responsáveis pelo transporte
devem ter uma boa noção da geografia da cidade e do local em que
se situa o trabalho.
A pontualidade é uma das qualidades mais importante para
esse profissional.
Também é da responsabilidade do Diretor de Produção, além
do pagamento da diária do veículo, o custo com a alimentação, com
o combustível e com o motorista. Os pagamentos são efetuados, me-
diante a apresentação das respectivas notas fiscais e/ou cupões fis-
cais.

10 - Alimentação.

No caso da Produção ser pequena, é comum a prática de esti-


pular, no orçamento, um valor diário de gasto com alimentação para
cada membro da equipe. Esse valor deve ser repassado diariamente
ou então vai sendo reembolsado ao longo da produção. Essa prática
também costuma funcionar com todos os que trabalham na Pré-pro-
dução.
Quando a filmagem ocorre em estúdio ou em externas, e a
equipe é média ou grande, costuma-se contratar uma empresa es-
pecializada que, de acordo com o pedido, fornece o serviço de ali-
mentação.
Se forem encomendados café da manhã e almoço, pode ser in-
cluído no orçamento o oferecimento de cafezinho e de alguns bis-
coitos, frutas entre as refeições e após o almoço, chamamos isto de
manutenção do set.
O preço é fixado por pessoa e cabe à Produção estipular o nú-
mero de comensais e os horários em que vão ser servidas as refei-
ções. Tudo devidamente documentado previamente, por fax.
Cabe à Produção escolher um local apropriado para serem mon-
tados o buffet, as mesas e as cadeiras e assim a equipe pode fazer as
refeições de forma adequada. Os horários em que serão servidas as

Produção de Cinema e Vídeo 57


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refeições devem ser passados as empresas fornecedoras, caso haja


alguma alteração, as empresas devem ser avisadas imediatamente.
É muito importante que a mesa de café da manhã esteja pronta
assim que a equipe começa a chegar. É uma maneira de o dia come-
çar bem, com todos alimentados e confortáveis.
Também é da responsabilidade da Produção, o bom andamento
desse serviço, é muito importante, controlar a distribuição de café e
água no set de filmagem, próximo ao Diretor.
O serviço prevê isopores com gelo para água e qualquer outra
bebida orçada no pacote da alimentação.
Para que o andamento da filmagem não seja interrompido, deve
ser estipulado horários das refeições em turnos. Assim, por exem-
plo, no caso da Figurinista e de sua assistente, primeiro uma almoça,
depois a outra. O setor não fica a descoberto.
É de bom alvitre espalhar vários depósitos para o recolhimento
de lixo. Assim , a ordem e a arrumação do set ficam garantidas.
Essa responsabilidade então, é do pessoal encarregado da alimen-
tação e do boy de set, que devem ter à mão sacos de lixo em quanti-
dade suficiente para, sempre que necessário, providenciar a troca
dos mesmos.

11- Material sensível

Fitas e Negativos.
Todo o orçamento é alterado por conta da captação de imagens
em película ou em VT. São muitas e básicas as diferenças para a Pro-
dução.
O processo em película é muito mais caro do que em fita mag-
nética. Além da lata de negativo ter um custo maior do que o de
qualquer fita magnética, a película exige revelação , muitas vezes,
Telecinagem, etc. Fora isso, a escolha de certos profissionais precisa
ser mais específica, como a do Diretor de Fotografia, e dos equipa-
mentos de iluminação.
A Produção providencia as fitas ou as latas de negativo de
acordo com a especificação do Diretor e do Diretor de Fotografia.
Precisa ser informada sobre a quantidade necessária e, no caso de

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ser usada película, qual a sensibilidade dos negativos, etc.


O material virgem fica sob a responsabilidade da Produção que
deve transportá-lo e guardá-lo de forma correta. Nada pode ficar ex-
posto ao calor e à umidade. As fitas e/ou os negativos são entregues
ao 1º Assistente de Câmera, que ao final do dia de filmagem deve
devolve-las a Produção.
O material gravado (vt) ou filmado ( película), precisa estar eti-
quetado e estar acompanhado do boletim de câmera na hora da en-
trega. A Produção recebe, verifica se os quesitos estão cumpridos e
então passa à Edição ou ao laboratório, para a revelação, no caso de
ser película.

Fitas magnéticas: VHS , Super VHS, BetaCam, BetaDigital,


Mini-DV, DVcam, etc.
Película: 8 mm, 16mm, 35mm, 70 mm, etc

Características:
- Fita de celulóide transparente e altamente sensível com Bro-
meto de Prata. Nas pontas da fita há perfurações que se encaixam na
câmera ou no projetor.

- Antigamente , as câmeras funcionavam à manivela. Hoje, o


processo é automático e pode ser regulada a abertura e a velocidade.
O padrão é de 24 frames (quadros) por segundo.

12 – Equipamentos

Referem-se aos equipamentos solicitados pelos Departamentos


de Fotografia e de Som.

13 – Iluminação e maquinaria.

Fazem parte deste item, todos os tipos de refletores solicitados


pelo Diretor de Fotografia, todos os cabos, intermediarias, caixas de
distribuições, etc. solicitados pelo Eletricista Chefe, após ter conver-
sado com o Diretor de Fotografia ter visto a lista de refletores do

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mesmo. É fundamental que o eletricista chefe visite as locações de-


finidas a fim de verificar toda as condições necessárias. Os equipa-
mentos de maquinaria, são todos aqueles que dão suporte aos
movimentos de câmera; ligeirinho, carrinho, trilhos, gruas, etc.
Além destes temos também escada, panos pretos, praticáveis, etc. O
Eletricista Chefe ou o Maquinista, após conversar com o Diretor de
Fotografia, definem os equipamentos que serão utilizados.
Os acessórios comprados pela Produção para os trabalhos de
iluminação incluem gelatinas, isopores, pregadores de roupa, fita
isolante, fita crepe etc. As gelatinas e isopores são especificados pelo
Diretor de Fotografia.

14 - Finalização

Revelação

Se a filmagem termina em horário comercial, as latas de nega-


tivo são encaminhadas ao Laboratório imediatamente após a finali-
zação do trabalho.
Essas latas precisam estar devidamente identificadas e nume-
radas de forma clara (trabalho do Assistente de Câmera).

Edição.

Existem dois sistemas de ilha de Edição: Linear e Não-linear.


Linear.

Esse tipo de ilha de edição, em geral, possui um painel com vá-


rios comandos de vídeo e de áudio, dois time code (um para cada
monitor) com hora/minuto/segundo/frame, dois monitores, dois ou
três aparelhos de videocassete interligados – um player onde fica a
fita original, um recorder onde fica a fita virgem que vai receber a
edição (master) e um edit que controla tudo.
Esse é o método mais utilizado em trabalhos simples. Com ele
pode ser feita a edição na ordem cronológica do que vai ser visto no
resultado final, ou seja , take 1 depois take 2, 3, 4, etc. A edição por

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esse método segue um roteiro mais planejado.

Não linear .

O processo é feito por computador. Existem vários tipos de pro-


gramas no mercado (AVID, por exemplo ) e a maioria desses pro-
gramas oferece vários recursos para a edição: pode-se alterar o
tempo dos takes expandindo-os ou comprimindo-os; dispõe-se de
uma série de efeitos, colorização e alteração de cores, sonorização e
filtros, animação gráfica, inversão e distorção de imagens, etc. O ma-
terial original transferido para uma fita magnetica é digitalizado
para dentro do computador (renderizado). Essa fase específica
pode demorar um pouco. Todos os takes viram arquivos que
podem ser mexidos em qualquer ordem, ao toque do mouse.

Telecinagem.

Telecinagem on-line

Se o trabalho é em película, existe o recurso do Telecine.


Após a revelação, através da telecinagem vários recursos
podem ser usados: ajuste das cores, dos contrastes, do brilho, entre
outros. É uma fase importante, pois possibilita que algumas corre-
ções sejam feitas.

A telecinagem proporciona a unidade cromática do filme.

O processo é caro e é calculado por hora. Dele participam: o


Diretor, o Diretor de Fotografia e o Operador do Telecine (da própria
empresa).
Cabe ao Diretor de Produção ficar atento ao tempo requerido
pelo Diretor, para que o orçamento não seja estourado.

Produção de Cinema e Vídeo 61


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Telecinagem off-line

Esse sistema de telecinagem permite também a passagem do


material de película para fita analógica e/ou digital.

Computação/Animação Gráfica.

Cada vez mais são utilizados efeitos de computação gráfica na


finalização de trabalhos. Seja em clip musical, em propaganda co-
mercial ou política, nos longas, etc.
Cabe à Produção oferecer opções de profissionais para a reali-
zação desse trabalho, caso a Direção Artística não tenha nomes para
sugerir.
O projeto em questão deve ser esboçado. O trabalho fica sujeito
à aprovação, e deve ser refeito ou sofrer ajustes quando necessário.

Sonorização

Quando o filme é gravado em película, o som é captado (diálo-


gos, ruídos, etc) em separado pelo técnico de áudio, como dito an-
teriormente. Nesse caso, o processo de captação é realizado em fita
magnética de som (Dat, Adat, etc ).
Pode ser usada uma gama de efeitos sonoros: passos, vento, si-
renes, pássaros, etc.
Também faz parte da Sonorização a Locução, a Trilha Sonora e
a Dublagem.
Posteriormente ainda ocorre a Edição do Som e a Mixagem, que
sincroniza e equaliza o som com a imagem. No caso da finalização
em película, faz-se após a mixagem a revelação do som ótico. Este
som será inserido na cópia montada a partir do negativo.

Seguem 2 exemplos de modelos de planilhas de orçamento de-


talhado.

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ORÇAMENTO DETALHADO - MODELO 1

1 - Equipe técnica

Equipe Nome Unidade Quant Valor unitário Total A vista A prazo


Diretor Chico semana 4 2000 8000
Assist. de direção
Continuista
Diretor de Fotografia
1º Assist. de Fotografia
2º Assist. de Fotografia
Eletricista
Ass. Eletricista
Maquinista
Assist. Maquinista
Diretor de Produção
Produtor de Locação
Produtor de Elenco
Assist. Produtor
Figurinista
Assist. de Figurino
Maquiadora
Camareira
Contra-regra
Técnico de Áudio
Assist. de Áudio
Sub-total R$ R$ R$

2 - Elenco principal

Personagem Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total


Ator
Atriz
Figuração (4)
Sub-total R$

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3 - Elenco de apoio

Personagem Nome Unidade Quantidade Valor Unitário Total


Ator
Atriz
Figuração (4)
Sub-total R$

4 -Figuração

Personagem Nome Unidade Quantidade Valor Unitário Total


Ator
Atriz
Figuração (4)
Sub-total R$

5 - Figurino

Especificação Nome Unidade Quantidade Valor Unitário Total


Ator
Atriz
Figuração (4)
Sub-total R$

6 - Objetos de arte

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total


Piano Antigo

Sub-total R$

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7 - Projeto cenográfico

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

8 - Locação

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

9 - Transporte

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

10 - Alimentação

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

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11- Material sensível

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

12 – Equipamentos

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

13 – Iluminação e maquinaria

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

14 - Finalização

Especificação Observação Unidade Quantidade Valor Unitário Total

Sub-total R$

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ORÇAMENTO DETALHADO – MODELO 2

Agência: Veiculação:

Produto: Praças:

Filme: Duração:

Diretor: Formato:

Total Orçado: 93.343,00 B.V. 31.500,00

Taxa da Produtora: 40.137,49 Impostos: 24.103,65

Subtotal: 133,480,49 TOTAL: 189.084,14

1- PRÉ-PRODUÇÃO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


1,1-Câmera Teste 1 100,00 100,00
1,2-Fitas - TE 2 50,00 100,00
1,3-Maquiagem - TE 1 150,00 150,00
1,4-Cachet Presença - TE 40 10,00 400,00
1,5-Alimentação - Pré 1 50,00 50,00
1,6- Filme/Locação 1 30,00 30,00
1,7- Material de Apresentação 1 50,00 50,00
1,8- Pesquisa 1 200,00 200,00
1,9-Story Board 3 200,00 600,00
TOTAL 1 980,00

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2- PRODUÇÃO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


2,1-Material de Produção 1 100,00 100,00
2,2-Walkie Talkie 5 25,00 125,00
2,3-Tinta Chroma 1 300,00 300,00
2,4-Alimentação Filmagem 70 25,00 1.750,00
2,5-Alimentação locação 3 10,00 30,00
TOTAL 2 2.305,00

3- CENOGRAFIA QDE VL. UNIT TOTAL VL. REAL


3,1- Aluguel de Locação 1 500,00 500,00
3,2-Produtor de Objetos Assist. 3 300,00 900,00
3,3-Cenotécnico 3 1.000,00 3.000,00
3,4-Contra-Regra 3 200,00 600,00
3,5-Produtor de Cenografia 3 300,00 900,00
3,6-Objeto de Cena 3 300,00 900,00
3,7-Material de Contrução 3 2.200,00 6.600,00
3,8-Pick Up Objetos 3 130,00 260,00
3,9-Figurino 3 250,00 750,00
3,10-Alimentação Cenografia 3 30,00 90,00
TOTAL 3 14.500,00

4- TRANSPORTE QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


4,1-Veículos Pre 3 130,00 390,00
4,2-Veículos Filmagem 8 130,00 1.040,00
4,3-Caminhão 4 200,00 800,00
4,4-Ônibus 10 0,80 8,00
4,5-Táxi 1 100,00 100,00
4,6-Combustível 1 100,00 100,00
4,7-Transporte do Cavalo 1 150,00 150,00
4,8-Rio/SP/Rio Revelação 1 300,00 300,00
TOTAL 4 2.888,00

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5- EQUIPE TÉCNICA QDE VL. UNIT TOTAL VL. REAL


5,1- Diretor 0,00
5,2-Assist. Direção I 3 800,00 2.400,00
5,3-Assist. Direção II 3 250,00 750,00
5,4-Diretor de Fotografia 2 1.200,00 2.400,00
5,5-Câmera-Man 2 400,00 800,00
5,6-Assist. Câmera 1 2 250,00 500,00
5,7-Video Assist 2 150,00 300,00
5,8-Coord. de Produção 3 1.600,00 4.800,00
5,9-Diretor de Produção 3 1.600,00 4.800,00
5,10-Gerente de Produção 3 400,00 1.200,00
5,11-Assist. de Produção 3 400,00 1.200,00
5,12-Secretaria de Produção 3 200,00 600,00
5,13-Boy de Set 2 150,00 300,00
5,14-Produtor de Elenco 3 800,00 2.400,00
5,15-Cenografia 3 1.500,00 4.500,00
5,16- Direção de Arte e Assistente 3 500,00 1.500,00
5,17-Figurinista 3 500,00 1.500,00
5,18-Camareira 2 250,00 500,00
5,19-Maquiador e cabelereiro 2 400,00 800,00
5,20-Assist. de Maquiagem 2 200,00 400,00
5,21-Eletricista Chefe 2 450,00 900,00
5,22-Assist. Elétrica e Maquinária 4 250,00 1.000,00
5,23-Maquinista Chefe 2 450,00 900,00
5,24-Técnico Som Direto 2 600,00 1.200,00
5,25-Finalizador RJ 3 350,00 1.050,00
5,26-Editor 1 3.000,00 3.000,00
TOTAL 5 36.700,00

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7- EQUIPAMENTO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


7,1-Câmera 35mm 3 1.000,00 3.000,00
7,2-Lentes 2 300,00 600,00
7,3-Peewee/fischer 2 650,00 1.300,00
7,4-Maquinária 2 250,00 500,00
7,5-Iluminação 1 3.500,00 3.500,00
7,6-Gerador 1 650,00 650,00
7,7-Gelatinas 2 300,00 600,00
7,8-Estúdio 1 1.500,00 1.500,00
TOTAL 7 11.650,00

8- PRODUÇÃO DE SOM QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


8,1-Fitas DAT 2 25,00 50,00
8,2-Trilha 3
8,3-Locução 3 300,00 5.000,00
8,4-Dublador Papagaio 1 500,00 500,00
TOTAL 8 5.550,00

9- PRODUÇÃO DE IMAGEM QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


9,1-Negativo 16mm 7 530,00 3.710,00
9,2-Revelação 7 230,00 1.610,00
TOTAL 9 5.320,00

10- PÓS PRODUÇÃO QDE VL. UNIT. TOTAL VL. REAL


10,1-Telecinagem 3 500,00 1.500,00
10,2-Fitas Analógica 4 40,00 160,00
10,3-Fitas Digital 2 120,00 240,00
TOTAL 10 1.900,00

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7.2 - Orçamento Resumido

Consta da relação de todos os itens do Orçamento Detalhado,


junto com os valores dos subtotais do orçamento:

Exemplo:

Orçamento Resumido.

1 - Equipe técnica R$ 6.987,00


2 - Elenco principal R$ 7.878,00
3 - Elenco de apoio R$ 2.470,00
4 – Figuração R$ 1.200,00
5 – Figurino R$ 879,00
6 - Objetos de arte R$ 1.100,00
7 - Projeto cenográfico R$ 5.800,00
8 – Locação R$ 400,00
9 – Transporte R$ 500,00
10 – Alimentação R$ 740,00
11 - Material sensível R$ 1530,00
12 – Equipamento R$ 2.800,00
13-Iluminação e maquinaria R$ 1.000,00
14 – Finalização R$ 5.700,00
Sub-total R$ 38.984,00
Taxa Administrativa 20% R$ 7.796,80
Total parcial R$ 46.780.80
Encargos Sociais 17 % R$ 7.952,73
Total Geral R$ 79.995,10

Obs: Os valores das percentagens de Taxa Administrativa e de


encargos sociais variam, dependendo do tipo de trabalho executado
e da produtora.

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8 – ASPECTOS DA PRODUÇÃO

8.1 - Relação da Equipe

Com a equipe definida e contatada, o Produtor de Base ou a Se-


cretária de Produção ou o Assistente de Produção faz uma lista da
equipe, contendo os nomes de todos os profissionais envolvidos,
seus telefones e endereços. Essa lista deve ser distribuída a todos.

8.2 - Pasta de Produção

É importante que, no início dos trabalhos de Produção, seja pro-


videnciada uma pasta para a guarda de todos os documentos gera-
dos pela execução do projeto. Vale o preceito: produção organizada,
desprodução rápida e eficiente.

8.3 - Solicitação de Orçamento

No momento em que é providenciada a solicitação de orça-


mento a algum fornecedor (para equipamento, alimentação, serviço,
etc) é de praxe que a negociação seja feita via fax. O pedido é en-
viado pela Produtora em papel timbrado e assinado pelo Diretor de
Produção. Depois de recebido pelo fornecedor, o fax retorna com a
especificação do serviço, a forma de pagamento e o número de dias
da locação (se for o caso),.o valor orçado e definitivo (pós-negocia-
ção) e vai diretamente para a Pasta de Produção, referida acima. Ele
documenta e previne futuros mal entendidos.
Além disso, a Equipe de Produção dispõe de uma verba para
gastos eventuais, que precisa ser controlada rigorosamente, item por
item.

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Não se gasta nada sem a autorização do Diretor de Produção e


sem o comprovante: nota fiscal ou cupão de caixa.
Em casos que de reembolso para alguns membros da equipe,
por gastos com alimentação e gasolina, os valores são acertados pre-
viamente.
A equipe de Produção tem a incumbência de providenciar uma
planilha de desembolso que contenha todas as saídas de verba do
Departamento. Isso deve ser feito a partir do primeiro dia de traba-
lho, diariamente, para que não ocorram aborrecimentos por falta de
documentação ou anotação. Qualquer relação com dinheiro deve ser
cuidadosamente controlada. A planilha de desembolso é entregue
ao contador da empresa Produtora da filmagem, e deve estar clarae
corretíssima.

8.4 – Sala de Produção

A Produção precisa estar instalada num espaço dotado de tele-


fone (se for possível de mais de uma linha) e computador, para ga-
rantir uma excelente organização. Toda a documentação, planilhas
e cronogramas devem ficar arrumados separadamente, em pastas e
à mão.

Importante: não é recomendável que o orçamento esteja ao al-


cance de todos os componentes da equipe. Apenas o Diretor de Pro-
dução deve ter acesso a ele.

Também é aconselhável que a Produção conte com um mural,


onde estarão afixados os cronogramas, de forma visível para todos.
Diariamente é bom que a equipe de produção faça uma reunião
antes de começarem os trabalhos, para a divisão de tarefas; e uma
outra no final, para levantamento de eventuais pendências. Essas
reuniões são vitais para um balanço do andamento do trabalho, das
dificuldades de um ou de outro e ainda serve para manter a equipe
afinada e “batendo bola”.8.5 – Secretária de Produção. Quando o

Produção de Cinema e Vídeo 73


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orçamento permite, é uma mão na roda...!

A Secretária de Produção fica encarregada de atender o telefone


e de completar ligações solicitadas, anotar recados, digitar e enca-
minhar aos fornecedores os fax de solicitação de serviços ou com-
pras, receber os fax com os orçamentos pedidos.
Cabe a ela solicitar os dados pessoais dos participantes da equi-
pe, a fim de organizar uma lista completa.
Também fica responsável por digitar qualquer alteração que
ocorra nos cronogramas de trabalho. Pode realizar eventuais servi-
ços bancários ou compras de urgência.

8.6 – Mala de Produção / Kit Básico

Muito importante a organização e manutenção da Mala de Pro-


dução, que contém itens necessários para uma filmagem e que su-
prem qualquer falha de reposição do estoque. Previne saídas não
programadas da locação e/ou paralisação do trabalho. O kit inclui
ainda, material básico para pequenos socorros. A lista a seguir re-
laciona o material básico que deve constar da Mala de Produção; o
que estiver faltando, deve ser comprado:.

• Baterias e Pilhas
• Pregadores de roupa
• Fita Crepe – double face, fina e larga
• Fita isolante
• Super bonder
• Cola branca, para madeira e cola PriN
• Tesouras
• Perfex
• Spray anti-brilho
• Glicerina
• Álcool

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• Detergente
• Esponja de limpeza e Bombril
• Saco de lixo
• Folhas de isopor
• Gelatina
• Fitas VHS para vídeo
• Latas de negativo vazias, para a colocação das pontas não
usadas
• Papel higiênico
• Lenços de papel
• Mini-Farmácia – antisséptico, band-aid, algodão, espara-
drapo, gaze, repelente, bloqueador solar, anti-histamínico e aspi-
rina.

8.7 – Meteorologia

A Equipe de Produção deve estar sempre a par dos boletins me-


teorológicos divulgados pela imprensa, a fim de evitar problemas
de descontinuidade.
Existem vários sites idôneos que fornecem essas informações.

8.8 – Geradores

Na maioria das vezes são precisos caminhões-geradores para


as filmagens em Externas. Também são indispensáveis nas filmagens
feitas no interior de casa ou apartamento alugados, uma vez que a
estrutura elétrica do imóvel pode não suportar a carga de energia
que vai ser utilizada. Outro motivo para a presença do gerador é
quando o proprietário do local veta a puxada de energia da caixa de
distribuição do imóvel.
O serviço de aluguel dos caminhões-geradores é orçado em diá-
rias e está previsto o custeio da mão de obra responsável pela ma-

Produção de Cinema e Vídeo 75


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nipulação do equipamento. A hora/diesel é cobrada à parte, de


acordo com o uso.

8.9 – Unidade Móvel

Designada como “U.M”, é composta de um caminhão que dis-


ponibiliza uma mesa de corte/edição. Quem opera essa máquina é
o Diretor de Corte, profissional com bastante experiência, com um
ou dois assistentes.
Compõe-se de um equipamento caríssimo, que oferece vários
recursos de edição. A Unidade Móvel é usada quando o trabalho
demanda mais de uma câmera.
Possui uma ilha de edição completa em seu interior, e as ima-
gens captadas por mais de uma câmera ficam disponíveis, ao vivo,
em seus monitores .
Comumente é utilizada em shows ao vivo. O corte é feito na
hora e os sinais são recebidos pela emissora e/ou enviado o material
pré-editado à Produtora responsável pelo trabalho.

8.10 – Tele-Prompters

O “TP” é usado para facilitar a leitura de textos longos, sem que


o ator necessite decorar tudo, devendo apenas ter uma noção geral
do assunto.
Existem vários tipos de TP no mercado, apesar de seu meca-
nismo ser basicamente o mesmo: os caracteres (palavras) gerados
com o texto em questão é enviado a uma espécie de micro-TV, com
um espelho (45 graus em relação à lente da câmera), de forma que o
ator ou apresentador possa fazer a leitura sem qualquer problema.
O espectador tem a nítida impressão de que ele dirige o olhar dire-
tamente para a câmera. Mas, na verdade está lendo o texto logo
abaixo dela.

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Obviamente a câmera que recebe o tele-prompter não pode estar


muito distante, o que impossibilitaria a leitura do texto.
Quando não é possível a aquisição de um TP, um outro recurso
pode ser desenvolvido: o texto é escrito em cartões, com letras gran-
des, e alguém o segura de forma visível para que o ator/apresen-
tador possa lê-lo.

8.11 – Áudio

Quanto à captação de som, muitas vezes há necessidade de um


profissional de áudio ser contratado. Quando o filme é gravado em
película, é imprescindível a presença desse técnico.
Normalmente esse técnico traz consigo o equipamento e um as-
sistente e, é ele quem zela pela qualidade do som captado. As tare-
fas do assistente consistem em acondicionar os microfones nas
posições determinadas antecipadamente, segurar o boom - uma
haste comprida onde está acoplado um microfone em sua extremi-
dade posterior. O boom deve ficar sobre os atores, fora do enqua-
dramento da câmera, para que o espectador não possa vê-lo.
Este é um trabalho cansativo, pois muitas vezes o assistente per-
manece segurando a engrenagem por horas a fio, ao longo do dia
de filmagem. Outros equipamentos usados na captação de som são:
o boom–direcional, que capta o som num espaço pré-determinado e
seu uso é aconselhável em externas, pois não registra ruídos am-
bientais fora da cena. E o Microfone-Lapela, que tem a vantagem
de permitir que seu portador possa se locomover livremente, uma
vez que fica preso à camisa. É ideal para estúdios ou em ambientes
silenciosos, pois é extremamente sensível.

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8.12 – Rádios

O aluguel de rádios, para a comunicação inter-profissionais,


deve ser providenciado em gravações de vídeo ou em filmagens em
película, quando os locais de trabalho forem amplos: externas, gran-
des estúdios, casas de show, etc. Por exemplo, no “Especial de fim
de ano” da Rede Bandeirantes, citado anteriormente.
Nesse caso eram seis rádios distribuídos entre a equipe: um fi-
cava com o Diretor, no palco; outro com o Produtor Executivo, um
terceiro com o Diretor de Produção, dois em trânsito com os Assis-
tentes de Produção e um no camarim, com a Figurinista e as Cama-
reiras. Sem eles a equipe não funcionaria nem agilizaria as
providências. Quando uma banda esta terminando de gravar, o Di-
retor de Produção avisa à Figurinista e à Maquiadora que já prepa-
rou a/o protagonista da atração seguinte e encaminham-na para o
palco. Noutro momento, quando uma banda chega à garagem da
casa de espetáculos, o Assistente de Produção pode saber, através
do rádio, qual dos camarins está liberado e pronto para ser usado
novamente.
A Produção é responsável pelo funcionamento de todos os rá-
dios, garantindo que as baterias estejam carregadas, mantendo ba-
terias extras em carregamento, e providenciando a troca das
mesmas, quando necessário.
Ao alugar esse tipo de equipamento, a Produção avalia se todos
os itens estão em perfeito estado: rádios, baterias, carregadores e an-
tenas. Se houver algum problema, contcta o fornecedor, para a subs-
tituição imediata do item com defeito.

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8.13 – Autorização para Externas

Quando as locações estão definidas, a Produção parte para con-


seguir a autorização exigida para veiculação de imagem, junto a ór-
gãos públicos, a pessoas jurídicas ou físicas. Apenas os trabalhos de
cunho jornalístico são dispensados e dispõem de liberdade para gra-
var em qualquer local. As imagens podem ser veiculadas por até três
minutos; mesmo assim é aconselhável que a equipe esteja devida-
mente credenciada, para o caso de ocorrer algum impedimento.
Se o projeto de filme for para um comercial, para um novo com-
plexo de cinema, realizado dentro de um shopping, a autorização
deve ser solicitada à empresa em questão e à administração do shop-
ping, que estipula, inclusive, o horário para que a equipe possa
trabalhar.
Se a filmagem for em uma rua de movimento, a autorização é
solicitada à Prefeitura, comunicada à Polícia Militar, à CET –Rio e,
se necessário, é pedido o isolamento da área e a presença de poli-
ciamento.

8.14 – Autorização para Uso de Imagens

Mesmo que as pessoas a serem filmadas sejam desconhecidas,


como transeuntes, moradores locais, é necessário o pedido de auto-
rização para uso de imagem. Caso os participantes façam parte do
elenco escolhido, o Assistente de Produção, ou a Secretária, redige os
termos da autorização, recolhe os dados necessários e as assinaturas
dos envolvidos, entrega ao Assistente de Direção que toma as pro-
vidências finais para o cumprimento dessa exigência.

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 80

AUTORIZAÇÃO PARA FILMAGENS EM LOCAÇÃO

Eu, _________________________________________, abaixo assinado, identidade


nº ____________________, CPF nº ____________________________,
residente à ________________________, autorizo à _____________(RAZÃO SOCIAL
DA PRODUTORA) o uso do imóvel pelo qual sou responsável, sito à
_________________________________ durante o(s) dia(s) _____________ de
_________________ do ano de __________ para as gravações do projeto audiovi-
sual ______________________________, bem como concedo os direitos para a livre
utilização das imagens gravadas e registradas em quaisquer espaços pertencentes
a este imóvel local a qualquer tempo, autorizando conseqüentemente e univer-
salmente, sua utilização, em toda e qualquer exploração comercial, distribuição
e exibição no Brasil e no Exterior da Obra Audiovisual, por todo e qualquer veículo,
processo, ou meio de comunicação e publicidade, existentes ou que venham a ser
criados notadamente, mas não exclusivamente, em Cinema, Televisão, TV por as-
sinatura, TV a Cabo, “Pay Per View”, transmissões por Satélite, Vídeo, Vídeo Laser
Disc, Home Vídeo, Disco, Disco Laser, CD Room, em exibições públicas e/ou priva-
das, circuitos fechados, exibição em festivais ou outros meios que se fizer neces-
sários.

Direção de Produção: ________________________________

Testemunhas:
1 - _________________________________
Identidade nº: _______________________
CPF nº: _____________________________
2 - _________________________________
Identidade nº: _______________________
CPF nº: _____________________________

Rio de Janeiro, _______ de ______________ de ________.

_________________________________
Assinatura

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 81

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE IMAGEM

Eu , _______________________________________ portador da car-


teira de identidade número_____________________ pelo presente instrumento de
autorização de imagem , autorizo a Produtora xxxxxx xxxx. inscrita no CGC/MF de
número _____________/_______e Inscrição Municipal número
____________________, sediada à Rua xxxxxxx xxxx xxx, Jardim Botânico , Rio de
Janeiro, o uso da minha imagem na propaganda entitulada “xxxxxxx xxx xx xxx
xxxxxxs“, com duração de 30 segundos e versão de 15 segundos, destinada a di-
vulgação do detergente da xxxxx

Nome :
Estado civil:
Endereço:
Nascimento:
CPF:
Telefone:
Identidade:

____________________________________
ASSINATURA

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Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 82

Se o trabalho envolve crianças menores de idade, o Termo de


Autorização é específico e deve ser apresentado ao Juizado de Me-
nores. Quem assina a autorização, pelo menor, é seu responsável.
Nesse caso é aconselhável que a documentação das crianças seja
encaminhada ao Juizado de Menores assim que elas forem escolhi-
das, porque a liberação do processo leva, em média, quarenta dias.
O trabalho com menores não pode ser veiculado antes da liberação
da documentação, pois a multa para a Produtora é considerável. E
pior: se durante a filmagem externa surgir alguma pessoa do Jui-
zado de Menores, os trabalhos podem ser paralisados.
Documentos necessários para autorização de menores, feito em
papel timbrado da empresa ou produtora que vai executar o traba-
lho:
Identidade e CPF dos pais ou responsáveis, atestado escolar,
médico e caderneta de vacinação dos menores.

Fábio Campos 82
Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 83

TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA CRIANÇA

Pelo presente instrumento, eu, ________________________________________

(responsável) _________, portador da Carteira de Identidade número______________expedida

pelo__________________________, CPF número______________________,na qualidade de

responsável pelo menor__________________________________________________, nascido

em(data)________________residente e domiciliado na rua_____________ cidade________es-

tado__________, em atendimento ao que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente Lei

8069 de 13 /07/90 e provimento 03/93 de 01/03/93 (DO. De 05/03/91) venho autorizar ex-

pressamente, a participação do menor acima identificado, nas filmagens do Programa de

___________________, da emissora (ou produtora)______________, sobre o qual tenho pleno

conhecimento do roteiro e das cenas que o compõem, e por mim, responsável, devidamente

aprovado.

Obra esta produzida pela empresa xxx Comunicações ltda.

Rio de Janeiro , ______________________________

Responsável (qualificação de parentesco):__________________

NOME LEGÍVEL _______________________

ASSINATURA _________________________

ID ou CPF ____________________________

Produção de Cinema e Vídeo 83


Livro Fábio Campos final:Produção de Cinema e Vídeo 16/07/2008 13:51 Página 84

8.15 – Notas Fiscais

As despesas com o projeto devem ser registradas com rigor ab-


soluto, através de relação que contenha a especificação do material,
o nome do fornecedor, o número da Nota Fiscal, o profissional que
solicitou, a data e o valor da compra. Todas as Notas Fiscais, sejam
elas de pequenos serviços ou de Fornecedores, devem ficar muito
bem organizadas e guardadas: uma pasta para as Notas Fiscais dos
fornecedores e uma outra para as Notas relativas a gastos da Pro-
dução. Esse material vai ser entregue ao Contador, no final do tra-
balho. Um exemplo de controle das despesas:

ESPECIFICAÇÃO EMPRESA NOTA F/ CUP EQUIPE DATA VALOR


combustível Posto Shell 4563 Fábio 26/Fev 20,00

pilhas Sendas 23654 Fábio 26/Fev 8,00

filme fotográfico 32 Deplá 147 Fábio 26/Fev 13,00

alimentação Mc Donald's cf 12365892 Renata 26/Fev 7,00

combustível Posto Lagoa 5632 Denise 26/Fev 30,00


Arte

alimentação La Mole 25896 Babita 26/Fev 11,00


figurino

Total 89,00

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Quando o pagamento é feito em mais de uma parcela, a relação


de controle deve ser assim organizada:

ESPECIFICA- EMPRESA NOTA F/ PAG À VISTA PG A PRAZO TOTAL


ÇÃO CUP 15.05.05 15.06.05

Luz Naymar 12356 1.200,00 1.200,00 2.400,00

Maquinária Mattedi 6358 900,00 900,00

Alimentação Delaine 563214 750,00 750,00 1.500,00


Set
Câmera 16 Brian 58931 2.300,00 2.300,00
mm

TOTAL 7.100,00

Esse controle deve ser feito no momento da entrada das notas


na empresa. A planilha é impressa em disquete e a atualização pode
ser feita diariamente. Assim, o Contador recebe o material de forma
limpa e organizada, e não vai precisar solicitar esclarecimentos após
o trabalho realizado.

8.16 – Cheque Caução

Muitas vezes a Produção solicita ao Contador que libere che-


ques da empresa devidamente assinados, que são dados como ga-
rantia quando, por alguma necessidade, são feitos empréstimos.

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São passados, por conveniência, ao Departamento de Arte,


ao Departamento de Figurino e à própria Produção, mediante a as-
sinatura de recibos. Isso para que não “gastem” seus próprios che-
ques quando são feitos empréstimos de roupas e/ou de móveis.
Quando o material é devolvido, o cheque caução é resgatado e en-
tregue à Produção, que o encaminha novamente ao Contador.

8.17 – Como Desmarcar uma Filmagem

Desmarcar uma filmagem é sempre um transtorno, indepen-


dente dos motivos do cancelamento. Os mais comuns são os im-
previstos da meteorologia, quando o mau tempo impede filmagens
externas. Isso representa prejuízo, pois a preparação do trabalho im-
plicou gastos e o Orçamento, então, fica mais apertado. Para evitar
problemas como esse, o primeiro passo é consultar Boletins Meteo-
rológicos idôneos e certificar-se sobre a previsão do tempo para o
dia em questão. Mesmo assim podem ocorrer falhas. A natureza é
imprevisível!
Quanto ao equipamento de luz e à maquinária, a solução é
menos descomplicada, uma vez que a locação desse material é feita
de véspera.
O maior problema se dá com a equipe em geral, caso tenham
agendado algum outro compromisso ou trabalho inadiável. Nesses
casos cabe à Produção, substituí-los adequadamente. Os transtornos
maiores dizem respeito ao elenco aprovado. Se algum componente
não puder trabalhar no novo dia de filmagem, volta-se à estaca zero,
porque os testes de elenco precisam ser refeitos.
De maneira geral é um aborrecimento que provoca um corre-
corre contra o tempo, para a Equipe de Produção. Todos precisam
ser avisados, as autorizações refeitas, remarcados os serviços e isso
pode gerar desconforto, na relação entre os profissionais.

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8.18 - O que fazer no Set de Filmagem

A Equipe de Produção deve ser a primeira a comparecer ao set


de filmagem, junto com os responsáveis pela alimentação .
De início, precisa monitorar o transporte, para que os horários
previstos sejam garantidos. Ao mesmo tempo a Alimentação orga-
niza seu material no local designado como mais apropriado.
Logo depois, todo o equipamento é posicionado de acordo com
as especificações do Diretor.
No set, a Equipe de Arte posiciona o cenário e os objetos ade-
quadamente.
No camarim as roupas são passadas e dispostas nas araras. A
Maquiadora e o Cabeleireiro se organizam em seus espaços e espe-
ram a chegada do elenco.
No camarim os trabalhos devem estar sintonizados: veste – ma-
queia – penteia, levando-se em conta a ordem de aparição em cena,
descrita no Cronograma de Filmagem ou ordem do dia, que todos
têm em mãos.
Nesse primeiro momento pode surgir a necessidade da compra
de algum item que tenha escapado à Produção ou que não se sabia
necessário. Como o ideal é que a Produtora tenha carros disponí-
veis, um Assistente de Produção sai ás compras.
Quando são dois os profissionais da Equipe de Produção, a lo-
calização ideal é um permanecer no set de filmagem e o outro na
sala de produção, ou junto a um telefone. Os dois precisam estar li-
gados em tudo o que acontece, inclusive monitorando os horários
para que o Cronograma seja cumprido à risca. Normalmente a Pro-
dução encarrega um outro membro da equipe para exercer essa fun-
ção.
A Produção precisa estar atenta ao andamento da filmagem, a
fim de providenciar o repasse do material virgem, fitas e/ou negati-
vos, que estão em seu poder e assim o trabalho não sofre atraso.
Quando está próxima a hora estipulada para o almoço, a Pro-
dução deve estar atenta para que a refeição seja servida no momento
acertado. Deve organizar os turnos para que a engrenagem não pa-

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re.
Ao fim do dia, a Produção verifica, com os motoristas, o mapa
de transporte (volta para casa e/ou produtora – equipe técnica, ato-
res, etc.).

8.19 – Providenciando Material na Hora da Filmagem

Quando houver necessidade de providênciar, à última hora,


aquisição de algum material necessário, e tendo carros à disposição,
um Assistente da Produção sai com um motorista e vai à busca, em
qualquer lugar que seja. Deve levar dinheiro da Verba de Produção
e, ao voltar, apresenta a nota ou o cupão fiscal correspondente.

8.20 - Fazendo “Economia”

São várias as formas para reduzir os gastos do orçamento. Em


primeiro lugar, quando os pagamentos são feitos à vista, podem ser
solicitados descontos. Também, se os contratos de serviços forem
feitos com antecedência, os preços podem ser reavaliados.
Além disso, o Produtor Executivo pode negociar cotas do filme
com o elenco, a equipe e com as empresas fornecedoras.
Lembrar sempre que os créditos das produções nas quais se tra-
balha são moedas de troca: saber valorizá-los é muito importante.

8.21 – Dicas para um “Bom Produtor”

1. Ser paciente.
2. Ser organizado.
3. Estar inteirado de tudo o que acontece diariamente, cada
passo da equipe.

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4. Saber planejar, usando bem o tempo disponível.


5. Não acumular funções a mais do que o necessário.
6. Saber delegar funções – às pessoas competentes ou de acor-
do com a disposição de cada um - e não deixar de cobrar
deles, resultados.
7. Ter espaço para qualquer membro da equipe que necessite
do seu auxílio. Ouvir as queixas e colocar panos quentes
quando for relevante e necessário.
8. Ter em mente, e anotadas, todas as pendências a serem re
solvidas.
9. Facilitar um bom relacionamento com todas as pessoas da
equipe.
10. Saber pechinchar.
11. Gostar do trabalho em equipe.
12. Saber explicar o que precisa ser feito e argumentar quando
necessário.
13. Organizar um bom Caderno de Produção, com todos os te
lefones passíveis de consulta.
14. Não sobrecarregar a equipe desnecessariamente.
15. Saber cortar custos, sem interferir na qualidade do trabalho.
16. Ter na ponta da língua uma boa solução para eventuais pro
blemas.
17. Saber ouvir e filtrar os referenciais.
18. Ser um túmulo: nunca passar adiante fatos sobre a vida pes-
soal de alguém.
19. Não misturar trabalho com amizade.

Obs: O bom Produtor tem uma agenda com a relação de todos


os fornecedores de que possa precisar, com variedade de opções. É
muito importante que tenha bom relacionamento com as pessoas-
chave dessas empresas, de forma que isso possibilite a negociação de
preços e prazos de pagamento.

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9 - GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS

ACÚSTICA: Parte da Física, ciência que estuda os fenômenos asso-


ciados ao som.

AMPÈRE: unidade da magnitude do fluxo elétrico. Medida de in-


tensidade de corrente elétrica.

AMPLIFICADOR: equipamento que amplifica a intensidade dos si-


nais de áudio e fornece potência para os monitores de áudio.

BITOLA: medida padronizada da largura da película cinematográ-


fica.

BOBINA: ou carretel, no qual se enrola o filme para projeção, ar-


mazenagem ou transporte.

BOOM: haste na qual o microfone fica preso.

BRIEFING: conjunto de especificações a serem seguidas

CABEÇA DE TRIPÉ: possui mecanismo de fricção regulável; que


permite movimentos de câmera horizontais ou verticais.

CABEÇA GIROSCÓPICA: cabeça de tripé de câmera, que permite


o movimento giratório para a imagem.

CABEÇA MAGNÉTICA: cabeça do projetor que serve para ler a tri-


lha sonora magnética dos filmes.

CHAPÉU-ALTO: suporte de câmera que a posiciona perto do chão.

CHROMAKEY: fundo sobre o qual são inseridas imagens. Pode ser


pintado com tinta especial ou ser confeccionado em tecido. Cores
mais usadas: azul e verde.

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CLAQUETE: instrumento de identificação de tomadas e takes. Pode


ser manuscrita ou eletrônica. Bate-se a claquete à cada take e ela fica
visível na frente da câmera e o seu som deve ser captado pelo áudio.
Possibilita a sincronização de som e de imagem.

CÓPIA ZERO: a partir dela será feita a Copiagem.

COPIADORA – JANELA MOLHADA: copiadora que serve para


reduzir os arranhões do negativo.

CROOS-OVER: equipamento que separa o sinal sonoro em dife-


rentes faixas de freqüência.

DECIBEL: unidade que mede o nível de pressão sonora.

DENSITÔMETRO: aparelho que mede a densidade óptica de uma


imagem fotográfica.

DOLBY: sistema que reduz ruídos para captação e reprodução de


som .

EMULSÃO: camada da película fotográfica sensível à luz, onde fica


impressa a imagem do filme.

FLICKER: variações na projeção que conferem efeito de cintila-


mento.

FOCO: regulagem que deixa a imagem nítida.

FOTÔMETRO: aparelho usado para medir a intensidade luminosa.

FRAME: fotograma ou quadro.

FUSÃO: mudança de um plano para o outro, em que o novo vai sur-


gindo em sobreposição ao plano anterior, que acaba desaparecendo.

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GELATINA: espécie de celofane especial, de várias cores, que mo-


difica a luz dos refletores.

HORÍMETRO: aparelho que controla o tempo de utilização das


lâmpadas.

INSERT: inserção de imagem ou imagens previamente filmadas, ou


imagens de arquivo. Serve para enriquecer a edição, exemplificar
fatos, localizar geograficamente uma tomada de cena, etc.

INTERNEGATIVO: negativo produzido a partir de uma cópia po-


sitiva original. A partir dele fazem-se novas cópias.

LENTE ANAMÓRFICA: lente que diminui a largura da imagem à


metade do valor original.

PLAYBACK: música gravada previamente, sobre a qual o ator ou


músico vai trabalhar seja em dublagem ou fundo musical.

PONTA PRETA: película preta colocada no início do rolo do filme


para proteção.

POTENCIÔMETRO: instrumento que regula os níveis sonoros na


captação ou na reprodução.

PRÉ-LIGHT: posicionamento do equipamento de luz em estúdio,


para teste. É realizado antes da filmagem e visa economizar tempo.

SET: local aonde a filmagem se realiza. Pode ser em estúdio, interior


ou em externa.

STORYBOARD: todo o roteiro desenhado cena a cena, como uma


história em quadrinhos que mostra os ângulos e os movimentos das
tomadas.

SINCRONISMO: harmonia perfeita entre imagem e som.

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TEMPERATURA DE COR: medida dada em graus Kelvin para


descrição das cores de diferentes fontes.

TIME CODE: Instrumento que registra numericamente cada frame


filmado e/ou gravado, o que facilita a edição e o sinc com o som, tri-
lha sonora, ruídos.

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