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FACULDADE DE DIREITO, CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E ECONÔMICAS – FADE


CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ANÁLISE GERENCIAL DE BALANÇOS:


teoria e exercícios

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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Professor: Isaque de Azevedo Gomes Fraga
1º semestre / 2011

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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INFORMAÇÕES PRELIMINARES SOBRE A DISCIPLINA ANÁLISE GERENCIAL DE
BALANÇOS.

EMENTA
Aspectos conceituais. Índices econômicos e financeiros das Demonstrações contábeis. Análise Vertical e
horizontal. Prazos médios. Análise de solvência e outras. Parecer econômico financeiro.
CARGA HORÁRIA / FREQUÊNCIA MÍNIMA
O conteúdo da disciplina será ministrado em 80 horas-aula que equivalem a quatro aulas por semana. A
freqüência mínima é de 75% da carga horária (60 aulas). Assim, o discente poderá ter apenas 20 faltas; acima
desse limite estará sujeito à reprovação por freqüência.
CRITÉRIOS PARA APROVAÇÃO
Serão distribuídos 100 (cem) pontos através de Trabalhos de Aplicação (TAs) e exercícios em sala de aula.
Será considerado aprovado na disciplina, sem Exame Suplementar, o aluno ou aluna que obtiver nota final
igual ou superior a 60 (sessenta) pontos e tiver uma freqüência mínima de 75% da carga horária da
disciplina. Se o aluno ou aluna obtiver nota igual ou superior a 40 (quarenta) pontos poderá ser submetido ao
Exame Suplementar (ES) no valor de 100 (cem) pontos. Neste caso sua Nota Final (NF) será igual à soma do
Total de Pontos (TP) obtidos ao longo do período letivo com a nota do ES, dividido por dois, ou seja: NF =
(TP + ES) ÷ 2. Serão aprovados os alunos e alunas que obtiverem Nota Final igual ou superior a 60 pontos.
DISTRIBUIÇÃO DOS 100 PONTOS
Exercícios em sala: 20 pontos, três TAs individuais de 20 pontos cada e um trabalho em grupo de 20 pontos.
A distribuição dos pontos poderá ser alterada mediante prévia comunicação. A segunda chamada dos TAs só
será aplicada, em calendário específico, mediante requerimento à DRA e/ou apresentação do protocolo do
mesmo. A falta às aulas no dia em que for aplicado exercício avaliativo acarretará perda dos pontos relativos
ao mesmo, exceto nos casos de Regime Especial de Estudos. A entrega do exercício feito pelo discente após
a data agendada acarretará perda total dos pontos. Os casos omissos serão acordados entre a professor e o (a)
discente.
REFERÊNCIAS1
Bibliografia Básica
REIS, Arnaldo. Demonstrações Contábeis: estrutura e análise.São Paulo: Saraiva, 2003.
RIBEIRO, Osni Moura. Análise de balanços fácil. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
BLATT, Adriano. Análise de Balanços – Estrutura e Avaliação das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Makron
Books, 2001.

Bibliografia Complementar
FRANCO, Hilário. Estrutura, análise e interpretação de balanços. 15. ed. São Paulo: Atlas, 1992.
GUIMARÃES, Marcos Freire. Análise das Demonstrações Financeiras. 5. ed. Brasília: Vestcon, 2005.
FRAGA, Isaque de Azevedo Gomes. Apostila de Análise Gerencial de Balanços – Teoria e Exercícios. Univale,
2011-1.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
LIMEIRA, André Luís Fernandes, SILVA, Carlos Alberto dos Santos, VIEIRA, Carlos, SILVA, Raimundo Nonato
Souza. Contabilidade para executivos. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis-Contabilidade empresarial. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
SÁ, Antonio Lopes de. Introdução à análise de balanços. São Paulo: Tecnoprint, 1981.
1
Todos os livros fazem parte do acervo da Biblioteca Setorial (Campus I – Vila Bretas)

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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SUMÁRIO

1 RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBJETOS DE ANÁLISE 4


1.1 BALANÇO PATRIMONIAL 4
1.1.1 Representação Gráfica 4
1.1.2 Agrupamento das contas no Balanço Patrimonial 4
1.1.2.1 Agrupamento e disposição das contas no Ativo 5
1.1.2.2 Agrupamento e disposição das contas no Passivo 5
1.1.3 Observações importantes sobre o Balanço Patrimonial 8
1.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 11
1.2.1 Conceituação básica 11
1.2.2 Demonstração Dedutiva 12
1.2.3 Transferência do saldo da DRE para Lucros Acumulados ou Prejuízos 12
1.2.4 Estrutura sintética da Demonstração do Resultado do Exercício 14
1.2.4.1 Estrutura analítica da Demonstração de Resultado do Exercício 14
1.2.5 Definição dos termos da DRE 14
1.2.6 Modelo simplificado de Plano de Contas 16
1.2.7 Apuração de Resultado 20
1.3 NOTAS EXPLICATIVAS 20
1.4 VISÃO SINTÉTICA DO BALANÇO PARA ANÁLISE 21
1.4.1 Modelo simplificado do Balanço Patrimonial para análise 22
2 OBJETIVOS DA ANÁLISE GERENCIAL 23
2.1 METODOLOGIA DE ANÁLISE 23
2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE 24
2.2.1 Análise Vertical e Horizontal 24
2.2.2 Análise Financeira 24
2.2.3 Análise Econômica 25
2.2.4 Análise de Insolvência 25
3 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL 26
3.1 ANÁLISE VERTICAL (AV) 26
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL (AH) 29
4 ANÁLISE POR ÍNDICES 32
4.1 O PAPEL DOS ÍNDICES NA ANÁLISE 32
4.2 INTERPRETAÇÃO DOS ÍNDICES 32
5 ANÁLISE POR ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAIS 34
5.1 ÍNDICES DE GARANTIA DE CAPITAIS DE TERCEIROS 34
5.1.1 Índice de Participação de Capitais de Terceiros 35
5.1.2 Índice de Composição do Endividamento 36
5.1.3 Quadro resumo Dos Índices de Garantia de Capitais de Terceiros 37
5.2 ÍNDICES DE CAPITAIS PRÓPRIOS 37
5.2.1 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Ativo 37
5.2.2 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre Capital de Giro 38
5.2.3 Quadro resumo dos Índices de Capitais Próprios 38
5.3 ÍNDICES DE IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS 39
5.3.1 Índice de Imobilização de Capitais Próprios 39
5.3.2 Índice de Imobilização de Capitais de Terceiros 40
5.3.3 Quadro resumo dos Índices de Imobilização de Capitais 41
6 ANÁLISE POR ÍNDICE DE LIQUIDEZ 42
6.1 ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA 42
6.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE 43
6.3 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA 43

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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6.4 ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL 44
6.5 QUADRO RESUMO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ 45
7 ANÁLISE POR ÍNDICES DE RENTABILIDADE 46
7.1 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 47
7.2 RENTABILIDADE DO ATIVO 47
7.3 GIRO DO ATIVO 48
7.4 RENTABILIDADE BRUTA OU MARGEM BRUTA 48
7.5 RENTABILIDADE OPERACIONAL OU MARGEM OPERACIONAL 49
7.6 RENTABILIDADE LÍQUIDA OU MARGEM LÍQUIDA 49
7.7 TAXA DE RETORNO E MARGEM X GIRO 49
7.8 PRAZO DE RETORNO DOS INVESTIMENTOS 50
7.9 RESUMO DOS ÍNDICES DE RENTABILIDADE 51
8 ANÁLISE DA INSOLVÊNCIA 52
8.1 TERMÔMETRO DE INSOLVÊNCIA 53
9 PARECER ECONÔMICO E FINANCEIRO 54
9.1 MODELO DO PARECER ECONÔMICO E FINANCEIRO 54
AGRADECIMENTOS 58

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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RELATÓRIOS CONTÁBEIS OBJETOS DE ANÁLISE

O processo contábil encerra-se com a elaboração das Demonstrações Contábeis.

A Análise de Balanços começa a partir dessas demonstrações elaboradas pela contabilidade,


analisando-as e interpretando-as, para apresentar informações a respeito das conclusões obtidas na
análise.

A disciplina em estudo enfocará as seguintes Demonstrações Contábeis:


 Balanço Patrimonial
 Demonstração do Resultado do Exercício

1.1 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil obrigatório por lei, que evidencia,
resumidamente, a situação patrimonial e financeira de uma entidade.

Resumo Prático:

Demonstração Contábil Objetivo da análise


Verificar a situação financeira da empresa e
identificar qual a política que a empresa adota
BALANÇO PATRIMONIAL
para obtenção e aplicação de recursos.

1.1.1 Representação Gráfica

O Balanço Patrimonial reflete a posição financeira em determinado momento de uma


empresa, sendo constituído de duas colunas: a coluna do lado direito (Passivo) e a coluna do lado
esquerdo (Ativo).

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
LADO ESQUERDO LADO DIREITO

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1.1.2 Agrupamento das contas no Balanço Patrimonial

No Balanço Patrimonial as contas serão agrupadas e sub-totalizadas de modo a facilitar o


conhecimento e a análise da situação patrimonial e financeira da companhia seguinte forma (artigo
178 da Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007):

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1.1.2.1 Agrupamento e disposição das contas no Ativo

No Ativo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez, dos elementos
nela registrados, nos seguintes grupos (§ 1º do artigo 178 e artigo 179):
a) Ativo Circulante, dividido em disponibilidades, direitos (valores a realizar ou créditos) e
as despesas pagas antecipadamente, com prazo de realização de até doze meses.
b) Ativo Não Circulante, dividido em Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado,
Intangível e Diferido.

Observação: Liquidez é a capacidade dos bens ou direitos serem convertidos em dinheiro.


Assim, serão dispostas, em primeiro lugar, as contas de mais fácil conversibilidade (maior liquidez).

1.1.2.2 Agrupamento e disposição das contas no Passivo

No Passivo as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de exigibilidade, dos


elementos nela registrados, nos seguintes grupos (§ 2º do artigo 178 e artigo 180):
a) Passivo Circulante, contemplando as obrigações, os encargos e riscos, determinados ou
estimados, os adiantamentos de clientes e demais recebimentos antecipados, vencíveis no
prazo de até doze meses.
b) Passivo Não Circulante, dividido em Exigível a Longo Prazo, Resultados Não Realizados
e, no balanço consolidado, Participação de acionistas não controladores.
§3º) No Patrimônio Líquido as contas serão divididas em Capital Social, Reservas de Capital,
Ajustes de Avaliação patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos
Acumulados.
Observação: Exigibilidade é a exigência de pagamento. Assim, serão dispostas, em primeiro
lugar, as contas que têm prioridade de pagamento (as mais exigíveis, com menor prazo de
pagamento).

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES A RESPEITO DE CURTO E LONGO PRAZO NA


CONTABILIDADE:

 Curto Prazo do Ativo: valores realizáveis (conversíveis em dinheiro) no curso do exercício


social seguinte ao da data do Balanço (costuma-se dizer ‘até um ano da data do balanço’).

 Longo Prazo do Ativo: valores realizáveis após o término do exercício seguinte ao da data
do Balanço (costuma-se dizer ‘após um ano da data do balanço’).

 Curto Prazo do Passivo: valores exigíveis (tem que ser pagos) no curso do exercício social
seguinte ao da data do Balanço (costuma-se dizer ‘até um ano da data do balanço’).

 Longo Prazo do Passivo: valores exigíveis após o término do exercício seguinte ao da data
do Balanço (costuma-se dizer ‘após um ano da data do balanço’).

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A seguir, modelos da estrutura de Balanço Patrimonial, conforme alterações na lei das
sociedades por ações (Lei 6.404/76).

A) Modelo simplificado da estrutura do Balanço Patrimonial

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
. .
. .
. .
Total do Circulante Total do Circulante
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
. .
. .
. .
. Total do Não Circulante
. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
. .
. .
Total do Não Circulante Total do Patrimônio Líquido
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

B) Modelo da estrutura do Balanço Patrimonial com agrupamentos de contas

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
. Disponibilidades . Duplicatas a Pagar
. Realizações (ou Créditos) . Aluguéis a Pagar
. Despesas antecipadas . Empréstimos a Pagar
. ICMS a Recolher
Total do Circulante Total do Circulante
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
. Realizável a longo prazo . Exigível a longo prazo
. Investimento . Resultados não realizados
. Imobilizado Total do Não Circulante
. Intangível PATRIMÔNIO LÍQUIDO
. Diferido . Capital Social
. Reservas de Capital
. Reservas de Lucros
. Ajuste de Aval. Patrimonial
. (-) Ações de Tesouraria
. (-) Prejuízos Acumulados
Total do Não Circulante Total do Patrimônio Líquido
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

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C) Modelo completo do da estrutura do Balanço Patrimonial contemplando grupos,
subgrupos e algumas contas.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
ATIVIDADES USUAIS Duplicatas a Pagar
Disponível Salários a Pagar
Caixa Encargos Sociais a Recolher
Bancos c/Movimento Impostos Federais a Recolher
Aplicações de Liquidez Imediata Impostos Estaduais a Recolher
Total do Disponível Impostos Municipais a Recolher
Créditos Empréstimos Bancários
Duplicatas a Receber Provisão para IRPJ
Empréstimos a Receber Provisão para Cont. Social
Estoques de Mercadorias Dividendos a Pagar
Total do Realizável a Curto Prazo Alugueis Recebidos Antecipadamente
Despesas antecipadas
TOTAL DO CIRCULANTE
Assinatura de Jornais e Revistas NÃO CIRCULANTE
Seguros pagos antecipadamente (Seguros a Vencer) Exigível a Longo Prazo
Alugueis pagos antecipadamente (Aluguéis a Vencer) Financiamentos
Total das Despesas antecipadas Empréstimos Bancários
TOTAL DO CIRCULANTE Empréstimos de Coligadas/Controladas
NÃO CIRCULANTE Empréstimos de Sócios
Realizável a Longo Prazo – Atividades Usuais Total do Exigível a Longo Prazo
Empréstimos a Sócios Resultados não Realizados
Empréstimos a Coligadas/Controladas Lucros em Participações Societárias
Despesas de Exercícios Futuros Ganhos de Doações/Subvenções p/ investimentos
Total do Realizável a Longo Prazo (-) Encargos tributários
Investimentos Total do Res. Não Realizados
Participações Societárias TOTAL DO NÃO CIRCULANTE
Imóveis para Renda PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Obras de Arte Capital Social
Total dos Investimentos (-) Capital a Realizar
Imobilizado - Bens em operação Reservas de Capital
Veículos Ajustes de Avaliação Patrimonial
Móveis, Máquinas e Equipamentos Reservas de Lucros
Equipamentos de Informática (-) Ações em Tesouraria
(-) Depreciação Acumulada (-) Prejuízos Acumulados
Total do Imobilizado TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Intangível
Fundo de Comércio
Marcas e Patentes
Direitos Autorais
(-) Amortização Acumulada
Total do Intangível
Diferido
Gastos Pré-operacionais
Gastos com Reestruturação
(-) Amortização Acumulada
Total do Diferido
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO

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1.1.3 Observações importantes sobre o Balanço Patrimonial

 Origem e fonte dos recursos

No Balanço Patrimonial o Passivo representa a origem, fonte, captação ou financiamento dos


recursos (ou seja, de onde vem os recursos da empresa). Esses recursos podem ser oriundos dos
sócios e da própria atividade empresarial (Capital Próprio) ou de terceiros (Capital de Terceiros ou
Capital Alheio).
O Ativo representa a aplicação ou investimento desses recursos (ou seja, mostra para onde vão
os recursos obtidos pela empresa).

ATIVO PASSIVO
Destino/Aplicação/Investimento Origem/Fonte/Financiamento
(Para onde vão os recursos) (De onde vem os recursos)

Valores circulantes: Valores oriundos de terceiros: obtidos


Bens/Direitos que se movimentam devido à através da contração de dívidas
atividade empresarial a qual a empresa se (obrigações exigíveis).
1. destina.
Valores oriundos ou pertencentes aos
2. Valores não-circulantes: proprietários (PL):
Bens/Direitos com movimentação muito lenta Obtidos através dos sócios (capital) ou
ouTermos
adquiridos sem intenção
técnicos de venda.
utilizados da atividade empresarial (lucro).

 Aplicação dos Recursos ou Aplicação dos Capitais: É o valor total do Ativo. Representa
a soma dos Bens e Direitos.

 Origem dos Recursos ou Fonte de Capitais: É o valor total do Passivo. Representa a


soma das Obrigações e PL.

 Recursos Próprios, Capital Próprio ou Passivo não Exigível: É o mesmo que Patrimônio
Líquido. Significa recursos do proprietário da empresa.
 Recursos Alheios, Capital Alheio, Recursos de Terceiros, Capital de Terceiros ou Passivo
Exigível: É o mesmo que Obrigações. São os recursos obtidos pela empresa que geram
dívidas para a empresa.
 Origem dos Recursos ou Fonte dos Capitais: É a soma das obrigações com o Patrimônio
Líquido (Recursos Alheios + Recursos Próprios).

 Aspecto qualitativo e quantitativo

O BP é apresentado sob dois aspectos:


a) o aspecto qualitativo, que dá nome aos elementos componentes do Balanço
Patrimonial;
b) o aspecto quantitativo, que atribui aos respectivos elementos, seus valores em moeda
corrente nacional.

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EXERCÍCIO 1 – 5 Pontos

1) Com base no Balanço Patrimonial da Empresa Alfa responda:


BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA ALFA ANO 2010
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
ATIVIDADES USUAIS Duplicatas a Pagar 18.800
Disponível Salários a Pagar 6.200
Caixa 10.000 Encargos Sociais a Recolher 1.200
Bancos c/Movimento 28.000 Impostos Federais a Recolher 3.600
Aplicações de Liquidez Imediata 3.500 Impostos Estaduais a Recolher 2.400
Total do Disponível 41.500 Impostos Municipais a Recolher 1.800
Créditos Empréstimos Bancários 15.000
Duplicatas a Receber 25.800 Provisão para IRPJ 12.000
Empréstimos a Receber 2.500 Provisão para Cont. Social 8.000
Estoques de Mercadorias 32.200 Dividendos a Pagar 4.000
Total do Realizável a Curto Prazo 60.500 Alugueis Recebidos Antecipadamente 0,00
Despesas antecipadas TOTAL DO CIRCULANTE 73.000
Assinatura de Jornais e Revistas 0,00 NÃO CIRCULANTE
Seguros pagos antecipadamente (Seguros a Vencer) 0,00 Exigível a Longo Prazo
Alugueis pagos antecipadamente (Aluguéis a Vencer) 0,00 Financiamentos 38.000
Total das Despesas antecipadas 0,00 Empréstimos Bancários 12.000
TOTAL DO CIRCULANTE 102.000 Empréstimos de Coligadas/Controladas 0,00
NÃO CIRCULANTE Empréstimos de Sócios 0,00
Realizável a Longo Prazo – Atividades Usuais Total do Exigível a Longo Prazo 50.000
Empréstimos a Sócios 0,00 Resultados não Realizados
Empréstimos a Coligadas/Controladas 0,00 Lucros em Participações Societárias 0,00
Despesas de Exercícios Futuros 2.800 Ganhos de Doações/Subvenções p/ investimentos 0,00
Total do Realizável a Longo Prazo 2.800 (-) Encargos tributários 0,00
Investimentos Total do Res. Não Realizados 0,00
Participações Societárias 10.000 TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 50.000
Imóveis para Renda 40.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Obras de Arte 0,00 Capital Social 100.000
Total dos Investimentos 50.000 (-) Capital a Realizar
Imobilizado - Bens em operação Reservas de Capital 8.000
Veículos 18.000 Ajustes de Avaliação Patrimonial 2.000
Móveis, Máquinas e Equipamentos 35.000 Reservas de Lucros 5.000
Equipamentos de Informática 8.200 (-) Ações em Tesouraria
(-) Depreciação Acumulada 1.000 (-) Prejuízos Acumulados
Total do Imobilizado 60.200 TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 115.000
Intangível
Fundo de Comércio 15.000
Marcas e Patentes 0,00
Direitos Autorais 0,00
(-) Amortização Acumulada 0,00
Total do Intangível 15.000
Diferido
Gastos Pré-operacionais 6.000
Gastos com Reestruturação 2.800
(-) Amortização Acumulada 800
Total do Diferido 8.000
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 136.000
TOTAL DO ATIVO 238.000 TOTAL DO PASSIVO 238.000

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PEDE-SE:

1) Qual o valor do Capital Fixo (CF) da empresa Alfa?


2) Qual o valor do Capital de Terceiro (CT) da empresa Alfa?
3) Qual o valor do Capital Próprio (CP) da empresa Alfa?
4) Quanto representa o Capital Fixo em relação ao Capital Próprio?
5) Qual é o Capital Circulante Líquido (CCL) da empresa Alfa?
6) Qual é o valor do Capital Líquido Próprio (CLP) da empresa Alfa?
7) Qual é o valor do Capital de Giro Financeiro (CGF) da empresa Alfa?
8) Qual é o valor do Capital de Giro da empresa Alfa?
9) Quanto representa o Capital Próprio da empresa em relação ao Capital de Terceiro?

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1.2 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Você já sabe, a gestão do patrimônio da empresa gera um resultado que poderá ser lucro ou
prejuízo.
O objetivo deste item é apresentar a você, de maneira bem simples, os procedimentos
necessários para a apuração do resultado do exercício da empresa.

1.2.1Conceituação básica

Apurar o resultado do exercício2 significa verificar se a empresa, em determinado ano, obteve


lucro ou prejuízo.
A empresa terá lucro quando seus ganhos (receitas) forem maiores que seus gastos (despesas).
A empresa terá prejuízo quando suas receitas forem menores que suas despesas.

Lucro ou Prejuízo = Receitas – Despesas


Lucro = Receita > Despesa
Prejuízo = Receita < Despesa

Durante a Apuração do Resultado do Exercício (ARE), as contas de resultado (receitas,


despesas e custos) vão encerrando seus saldos, o que significa que essas contas ‘aparecem’ durante
o exercício social e ‘encerram-se’ na apuração do resultado.
Para encerrar as contas de despesas e de custos, os saldos das mesmas deverão transferidos
para a conta ARE. Para tanto, os mesmos deverão ser creditados nas respectivas contas (ficando
com saldo zero) e debitados na conta ARE.
Para encerrar as contas de receitas, os saldos das mesmas deverão transferidos para a conta
ARE. Para tanto, os mesmos deverão ser debitados nas respectivas contas (ficando com saldo zero)
e creditados na conta ARE.
Após as transferências deverá ser apurado o saldo as conta ARE, podendo ocorrer uma das
duas situações abaixo:

 Se o saldo da conta ARE for devedor significa que as despesas da empresa foram
maiores que suas receitas e, portanto, obteve prejuízo no período.

 Se o saldo da conta ARE for credor significa que as receitas da empresa foram maiores
que suas despesas e, portanto, obteve lucro no período.

2
Exercício Social: representa um ano de atividade. Geralmente, a empresa o faz coincidir com o ano civil, ou seja,
inicia-se em 01.01.XX e vai até 31.12.XX.

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1.2.2 Demonstração Dedutiva

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado das receitas e


despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva
(Vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro
ou prejuízo).

Receita
(-) Despesas Sentido vertical
(dedutivo)
Lucro ou Prejuízo

A DRE pode ser simples para micro ou pequenas empresas que não requeiram dados
pormenorizados para a tomada de decisão, como é o caso de bares, restaurantes e mercearias.
Deve evidenciar o total de despesa deduzido da receita, apurando-se, assim, o lucro, sem
destacar os principais grupos de despesas.

1.2.3 Transferência do saldo da DRE para Lucros Acumulados ou Prejuízos

As contas de Receitas e Despesas (contas de resultado) serão encerradas, no final do


exercício, para a apuração do lucro ou prejuízo.

O confronto entre receitas e despesas provoca variações na estrutura do Patrimônio Líquido


afetando diretamente a grandeza Patrimonial de uma empresa.

BALANÇO PATRIMONIAL
DRE
Ativo Passivo
1. Passivo Circulante
1. Ativo Circulante (+) Receitas
2. Passivo não Circulante
(Capital Circulante ou de Giro) (-) Despesas/Custos
(Capital de Terceiros)
2. Ativo não Circulante 3. Patrimônio Líquido (=) Lucro ou Prejuízo
(Capital Próprio) (aumenta / diminui PL)
(Capital não Circulante)

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1.2.4 Estrutura sintética da Demonstração do Resultado do Exercício

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) - Simplificada


Itens $
Receita Operacional Bruta (ROB) de Vendas3
(-) Deduções da Receita Operacional Bruta4
(=) Receita Operacional Líquida (ROL)
(-) CMV/CSP/CPV5
(=) Resultado Bruto6
(-) Despesas Operacionais:
 Administrativas
 Comerciais
 Financeiras
(=) Resultado Operacional
(+) Receitas Financeiras e demais ganhos
(=) Resultado Líquido7 antes do IRPJ e da CSLL
(-) Provisão para IRPJ e CSLL8
(=) Lucro do Exercício após IRPJ e CSLL9

Observações importantes:
 Os valores a serem diminuídos serão indicados entre parênteses.
 A DRE poderá ser elaborada em duas colunas: na primeira coluna serão descriminados os
valores parciais de cada item e na segunda coluna os valores totais.

3
A Receita Operacional Bruta (ROB) poderá desmembrar-se em: Vendas de Mercadorias (comércio), Vendas de
Produtos (indústrias) ou Vendas de Serviços (prestação de serviços)
4
As deduções da ROB representam as diminuições referentes às vendas canceladas (devoluções dos clientes),
abatimentos concedidos aos clientes (na Nota Fiscal) e aos tributos que incidem sobre o faturamento da empresa
(ICMS, ISS, PIS, COFINS etc.).
5
CMV (Custo das Mercadorias Vendidas); CSP (Custo dos Serviços Prestados); CPV (Custo dos Produtos Vendidos).
6
A empresa poderá apresentar Lucro Bruto ou Prejuízo Bruto. O Resultado Bruto é também chamado de RCM
(Resultado da Conta Mercadorias ou Resultado Com Mercadorias).
7
A empresa poderá apresentar Lucro Líquido ou Prejuízo Líquido.
8
Só haverá Provisão para pagamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL) se a empresa apresentar resultado positivo (lucro).
9
Valor igual ao saldo de ARE.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
16
1.2.4.1 Estrutura analítica da Demonstração de Resultado do Exercício

(+) Receita Operacional Bruta


 Receita Bruta de Vendas de Mercadorias
 Receita Bruta de Prestação de Serviços
(-) Deduções sobre Vendas
 Impostos sobre vendas
 Devoluções de Vendas
(=) Receita Operacional Líquida
(-) Custos sobre Vendas
 Custo sobre mercadorias vendidas
 Custos sobre Prestação de Serviços
 Custos sobre Produtos elaborados
(=) Resultado Bruto
(-) Despesas Operacionais
 Despesas com Vendas (ou Comerciais)
 Despesas Administrativas
 Despesa Financeira
 Outras
(+) Receitas Financeiras ou outros ganhos
(=) Resultado líquido antes da contribuição social e o imposto de renda
(-) Contribuição Social sobre o lucro e o imposto de renda
 Contribuição Social sobre o lucro apurada
 Imposto de Renda Sobre o Lucro apurado
(-) Participações
 Empregados
 Sócios e Acionistas
(=) Lucro Líquido do Exercício (LLE)

1.2.5 Definição dos termos da DRE

Receita Operacional Bruta (ROB): é gerada da venda de bens e/ou serviços prestados pela
empresa, provenientes da operação principal da atividade da empresa.

Deduções sobre a ROB: estão condicionadas à realização de vendas/serviços (Impostos,


devoluções, abatimentos, etc.).

Receita Operacional Líquida (ROL): é a diferença entre a receita operacional bruta e as


deduções sobre a mesma.

Custos sobre Vendas (CPV/CSP/CMV): são gastos efetuados com a produção dos bens
vendidos, com os serviços prestados e com as mercadorias vendidas.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
17
Resultado Bruto (RB): é a diferença entre a ROL e os custos sobre das vendas dos
produtos/serviços/mercadorias. É utilizado para apuração da Margem Bruta.

Despesas Operacionais (DO): são os gastos necessários ao funcionamento da empresa.


Estão associadas às atividades principais e secundárias.

Resultado Operacional (RO): é a diferença entre o RB e as DO. Este resultado revela a


eficiência operacional da empresa, medida exclusivamente em função de suas operações normais
realizadas para manutenção da atividade fim. É utilizado para apuração da Margem Operacional.

Resultado líquido antes da contribuição social e o imposto de renda: é a diferença entre


o resultado operacional líquido e o resultado não-operacional.

Contribuição social sobre o lucro e o imposto de renda: são os tributos a serem


recolhidos ao Governo Federal, calculados sobre o resultado apurado anteriormente, se o mesmo for
positivo (lucro).

Participações: são as distribuições, a quem de direito, da parte do resultado da empresa, se


positivo (lucro).

Lucro Líquido do Exercício (LLE): representa o lucro líquido ou prejuízo apurado


proveniente das movimentações do período. É utilizado para apuração da Margem Líquida.

Resumo Prático:

Demonstração Contábil Objetivo da análise


Verificar a situação econômica da empresa e as
relações entre os ganhos e os gastos para apurar
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO
a Margem Bruta, a Margem Operacional e a
EXERCÍCIO
Margem Líquida .

Observações importantes:

 A receita é reconhecida na realização da venda ou serviço, ou seja, gera aumento no lucro,


mesmo se efetuada a prazo, A entrada do dinheiro no Caixa ou Bancos, por outro lado, só
acontecerá quando do efetivo recebimento. É possível, portanto, haver geração de lucro e
não se ter liquidez (capacidade de pagamento) sendo às vezes necessário contrair
empréstimos para honrar com os compromissos de curto prazo.

 Para tanto, o administrador deve seguir uma política racional de realização de vendas e suas
respectivas cobranças (controle rigoroso de crédito e cobrança) para garantir o recebimento
de suas vendas a prazo. Quando se apura o resultado de uma empresa, computam-se as
receitas e os ganhos no momento da operação independente do seu recebimento ou
pagamento. Este critério, que atende ao Princípio da Competência, visa manter um
equilíbrio na estrutura financeira da empresa.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
18

1.2.6 Modelo simplificado de Plano de Contas

1) ATIVO

CIRCULANTE Itens com prazo de realização (conversão em dinheiro) em até doze meses

DECORRENTES DAS ATIVIDADES USUAIS

DISPONIBILIDADES
Caixa Valores à disposição da companhia/empresa ou
conversíveis em dinheiro, no prazo máximo de 7 dias.
Bancos Conta Movimento
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata

REALIZAÇÕES (OU CRÉDITOS)


Duplicatas a Receber (ou Clientes)
(-) Duplicatas Descontadas
(-) Provisão para Devedores Duvidosos
Estoque de Mercadorias
(-) Provisão para Ajuste ao Valor de Mercado Valores a realizar em até um ano da data do Balanço
Impostos a Recuperar
Aplicações Financeiras
Imóveis para Venda
Adiantamento a Fornecedores

DESPESAS ANTECIPADAS
Seguros a Vencer
Assinatura de jornais e revistas

DECORRENTES DAS ATIVIDADES NÃO USUAIS

DISPONIBILIDADES
Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata
Se houverem
REALIZAÇÕES (OU CRÉDITOS)
Aplicações Financeiras
Imóveis para Venda
DESPESAS ANTECIPADAS
Seguros a Vencer
Assinatura de jornais e revistas

NÃO CIRCULANTE Itens com prazo de realização após doze meses.


REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Valores a realizar após um ano da data do Balanço. O
Empréstimos a sócios RLP, a exemplo do Circulante, será subdividido em:
Empréstimos a Empresas coligadas ou controladas Decorrentes das Atividades Usuais e Decorrentes das
Imóveis para Venda Atividades Não Usuais.
Despesas Antecipadas

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
19
INVESTIMENTOS
Participações Societárias10 Participações societárias destinadas à manutenção da
(-) Prov. p/ perda em Investimentos companhia/empresa e outros itens não classificáveis no Ativo
Obras de Arte Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, que não se destinem à
Imóveis para Renda (Locação) manutenção da atividade da companhia/empresa.
(-) Depreciação Acumulada

IMOBILIZADO
Equipamentos de Informática
Imóveis para Uso Itens corpóreos destinados à manutenção das atividades da empresa
Instalações ou exercidos com esta finalidade. O Imobilizado será subdividido em:
Máquinas e Equipamentos Bens em Arrendamento, Bens em Operação e Bens para Futura
Operação.
Móveis e Utensílios
Veículos
(-) Depreciação Acumulada
Terrenos

INTANGÍVEL
Fundo de Comércio
Marcas e Patentes
Direitos Autorais Itens incorpóreos destinados à manutenção das
Gastos com Treinamento de Pessoal atividades da empresa ou exercidos com esta finalidade.
Gastos com Pesquisas e Desenvolvimento (P&D)
Gastos com Desenvolvimento de Sistemas
(-) Amortização Acumulada

DIFERIDO
Gastos que contribuirão, efetivamente, para o aumento do
Gastos Pré-Operacionais resultado de mais de um exercício social e que não configurem
Gastos com Reestruturação simples acréscimo na eficiência operacional da empresa.
(-) Amortização Acumulada

2) PASSIVO

CIRCULANTE
Duplicatas a Pagar (ou Fornecedores)
Aluguéis a Pagar
Empréstimos a Pagar
ICMS a Recolher
Provisão para Imposto de Renda
Provisão para Contribuição Social
IR Fonte a Recolher Obrigações de qualquer natureza e recebimentos
Contribuições Previdenciárias a Recolher antecipados, vencíveis no prazo de até doze meses.
FGTS a Recolher
Honorários da Diretoria a Pagar
Salários a Pagar
Dividendos a Pagar
Adiantamento de Clientes
Aluguéis Recebidos Antecipadamente
Vendas a Realizar/Serviços a Prestar

10
São ações ou cotas de capital adquiridas de outras sociedades.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
20
NÃO CIRCULANTE

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO


Financiamentos a Pagar Obrigações de qualquer natureza e recebimentos antecipados,
Empréstimos de sócios vencíveis após o prazo de doze meses.
Empréstimos e Coligadas e Controladas 11

RESULTADOS NÃO REALIZADOS Os resultados são considerados não realizados


Lucros em participações societárias enquanto o objeto da transação permanecer no Ativo
Ganhos de doações e subvenções para investimentos da companhia.
(-) Encargos tributários

PARTICIPAÇÃO DE ACIONISTAS NÃO CONTROLADORES (apenas para balanços consolidados)

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CAPITAL SOCIAL
Capital Subscrito
(-) Capital a Realizar

RESERVAS DE CAPITAL
Ágio na subscrição de ações
Produto da alienação de partes beneficiárias

AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL


Reavaliação de Ativos ao valor de mercado Mede a grandeza empresarial. Também chamado de
Reavaliação de Passivos ao valor de mercado Capital Próprio, por pertencer ao proprietário, sócios
ou acionistas.
RESERVAS DE LUCROS
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reserva por Incentivos Fiscais
Reserva para Expansão ou Investimento
Reserva de Lucros a Realizar

(-) AÇÕES EM TESOURARIA

(-) PREJUÍZOS ACUMULADOS

11
Coligadas são as empresas na qual a investidora participa com 10% ou mais do capital da investida, mas sem
controlá-la. As controladas são as empresas em que a investidora é titular de direitos que assegurem a capacidade de
decisão nas assembléias da investida, inclusive de determinar ou eleger a administração da mesma.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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3) DESPESAS

DESPESAS OPERACIONAIS
Despesas com Vendas (Comerciais)
Comissões sobre Vendas
Fretes e Carretos
Material de Embalagem
Propaganda e Publicidade
Despesas c/ Devedores Duvidosos
Despesas Administrativas
Aluguel
Energia Elétrica
Água
Correios
Amortizações
Fretes e Carretos
Material de Expediente
Prêmios de Seguro
Gastos ou perdas relacionados às operações normais da
Comunicações empresa.
Impostos e Taxas
Serviços de Terceiros
Multas Fiscais
Salários
Honorários da Diretoria
Décimo Terceiro Salário
Encargos Sociais
Férias
Despesas c/ Depreciações
Despesas c/ Amortizações
Despesas c/ Outras Provisões Ativas
Despesas c/ Provisões Passivas
Despesas Financeiras
Despesas Bancárias
Juros Passivos
Descontos Concedidos

DESPESAS NÃO OPERACIONAIS


Perdas não Operacionais
Gastos ou perdas não relacionados às
Perdas na Alienação de Bens operações normais da empresa.
4) RECEITAS

RECEITAS OPERACIONAIS
Receitas de Vendas de Mercadorias, Produtos e Serviços
Vendas de Mercadorias Ganhos relacionados às operações
Vendas de Produtos normais da empresa.
Prestação de Serviços
(-) Vendas Anuladas*
(-) ICMS sobre Vendas* *Atenção: contas redutoras das Receitas de
Vendas. São despesas que são dispostas desta
(-) ISS sobre Serviços*
forma para facilitar a apuração da Receita
(-) PIS sobre Faturamento* Líquida de Vendas.
(-) COFINS*

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
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Receitas Financeiras
Rendimentos de Aplicações Financeiras Continuação das receitas operacionais.
Descontos Obtidos
Juros Ativos

RECEITAS NÃO OPERACIONAIS


Ganhos não Operacionais
Ganhos não relacionados às operações
Ganho na Alienação de Bens
normais da empresa.
Aluguéis Ativos

1.2.7 Apuração de Resultado

 Custo das Mercadorias Vendidas (CMV = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final)
 Resultado com Vendas de Mercadorias (RVM = Vendas Líquidas – CMV)
 Apuração do Resultado do Exercício (ARE = Receitas – Despesas = Lucros ou Prejuízos)

1.3 NOTAS EXPLICATIVAS

As Demonstrações serão completadas por notas explicativas (também chamadas de notas de


rodapé) e outros quadros analíticos necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados do exercício. Trata-se de informações complementares às demonstrações financeiras,
tendo por objetivo melhorar a sua qualidade e ajudar o usuário a tomar decisões.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
23
1.4 VISÃO SINTÉTICA DO BALANÇO PARA ANÁLISE

ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Representam contas que estão Compreende obrigações exigíveis
constantemente em giro – em que serão liquidadas no próximo
movimento. Sua conversão em exercício social, ou seja, no prazo de
dinheiro ocorrerá em até doze meses até doze meses.
Capital Capital de
Circulante PASSIVO NÃO CIRCULANTE Terceiros
Passivo Exigível a Longo Prazo
Obrigações de qualquer natureza e
recebimentos antecipados, vencíveis
após o prazo de doze meses.

Capital Circulante Líquido


(Ativo Circulante – Passivo Circulante)
ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMONIO LÍQUIDO
 Realizável a longo prazo São considerados recursos dos
Incluem-se nesse grupo bens e proprietários aplicados na empresa.
direitos com prazo de realização Mede a grandeza empresarial. Os
após doze meses. recursos significam o capital mais o
 Investimento seu rendimento – lucros e reservas.
Participações societárias
destinadas à manutenção da
companhia.
 Imobilizado
Itens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da
empresa ou exercidos com esta
finalidade. Capital não
 Intangível Circulante Capital Próprio
Itens incorpóreos destinados à
manutenção das atividades da
empresa ou exercidos com esta
finalidade.
 Diferido
São gastos que beneficiarão
para o aumento do resultado de
mais de um exercício social

CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO OU CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO


Cálculo: PATRIMÔNIO LÍQUIDO – ATIVO FIXO
OBS.: Capital Fixo = Ativo não Circulante – Realizável a Longo Prazo

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
24

1.4.1 Modelo simplificado do Balanço Patrimonial para análise

ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE 42.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 38.000,00
Disponibilidades 15.000,00 Fornecedores 12.000,00
Caixa 10.000,00 Salários a pagar 10.000,00
Bancos 5.000,00 Impostos a pagar 5.000,00
Créditos 13.000,00 Empréstimos a pagar 10.000,00
Duplicatas a Receber 5.000,00 Outras Contas a pagar 1.000,00
Estoques de mercadorias 8.000,00
Despesas antecipadas 14.000,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 2.500,00
Seguros pagos antecipadas 14.000,00 Passivo Exigível a Longo Prazo 2.000,00
ATIVO NÃO CIRCULANTE 14.000,00 Empréstimos a pagar 1.000,00
Ativo Realizável a Longo Prazo 2.000,00 Financiamentos a pagar 1.000,00
Contas a Receber 2.000,00 Resultados não Realizados 500,00
Investimentos 2.000,00 Lucros em Participações Societárias 500,00
Participações coligadas 2.000,00
Imobilizado 4.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.500,00
Veículos 4.000,00 Capital Social 9.500,00
Intangível 4.000,00 Reservas de Capital 2.000,00
Direitos Autorais 4.000,00 (-) Prejuízos Acumulados 4.000,00
Diferido 2.000,00
Despesa organizacional 2.000,00
TOTAL DO ATIVO 56.000,00 TOTAL DO PASSIVO 56.000,00

Com base no balanço acima podemos analisar que:

1. Os recursos obtidos pela da empresa estão representados da seguinte forma: $40.500,00 em


Capitais de Terceiros (PC + PNC) e $15.500,00 em Capital Próprio (PL). Ou seja: 72% dos
recursos da empresa foram financiados através de dívidas e apenas 28% foram oriundos da
riqueza patrimonial (Capital de Terceiros/Total do Passivo e PL/Total do Passivo).

2. Os recursos da empresa foram aplicados da seguinte forma: $42.000,00 no Capital de Giro


(AC) e $14.000,00 no Capital não Circulante. Ou seja: 75% dos recursos foram investidos
no negócio empresarial a curto prazo sendo que o restante (25%) foi em longo prazo
(AC/Total do Passivo).

3. A empresa tem, à sua disposição, um Capital Circulante Líquido a curto prazo de $4.000,00
(AC – PC). Ou ainda: o Ativo Circulante representa 110% do PC (AC/PC*100).

4. O Capital Circulante (ou de Giro) Próprio da empresa é de R$ 3.500,00 (PL – CF) e


representa a parcela de Capital Próprio aplicada no Capital de Giro. Também se pode dizer
que o Patrimônio Líquido da Empresa representa 129% do Capital Fixo (PL/AF*100).

5. O Capital Fixo mencionado no item anterior é preciso será a diferença entre o Ativo não
Circulante e o Realizável a Longo Prazo, ou seja, ANC – RLP.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
25

2
OBJETIVOS DA ANÁLISE GERENCIAL

A análise tem como objetivo extrair informações das Demonstrações Contábeis, comparando
e interpretando estes dados a fim de possibilitar ao usuário informações suficientes para a tomada
de decisões.

As Demonstrações Contábeis fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com
as normas contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto
mais eficientes quanto melhores informações produzir.

Em linha mais abrangente, pode-se listar algumas informações produzidas pela Análise de
Balanços:
 Situação Econômica e Financeira
 Desempenho operacional
 Eficiência gerencial na utilização dos recursos
 Pontos positivos e negativos
 Análise de tendências e perspectivas
 Quadro evolutivo
 Causas e efeitos na situação econômica financeira
 Providências que deveriam e devem ser tomadas
 Avaliação final

2.1 METODOLOGIA DE ANÁLISE

A Análise de Balanços baseia-se no raciocínio lógico. Na maioria das ciências, o processo de


tomada de decisões segue as seguintes etapas:

ETAPAS DE PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO


1 2 3 4
Escolha de Comparação com Diagnósticos ou Decisões
indicadores padrões conclusões
ANÁLISE TOMADA DE DECISÃO

Vamos verificar as etapas do processo na tomada de decisão no campo da Medicina: antes de


emitir um diagnóstico é necessário que o médico faça uma série de exames em seu paciente:
temperatura do corpo, pressão arterial, pulsação, batimentos cardíacos. A partir destes dados ele
extrai indicadores (Etapa 1). O médico compara os indicadores do paciente com os indicadores

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
26
considerados ideais, baseados na idade, peso, altura, etc. (Etapa 2). Com base nestes dados
comparativos, o médico então faz o seu diagnóstico e conclui se o paciente possui alguma doença
ou não (Etapa 3). Finalmente ele irá receitar o medicamento necessário para prevenção ou cura
(Etapa 4).
Na Análise de Balanços aplica-se o mesmo raciocínio lógico:
1. Extraem-se índices das demonstrações contábeis;
2. Comparam-se os índices com os padrões existentes para aquela empresa;
3. Ponderam-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões;
4. Tomam-se as decisões.

2.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE

As atuais técnicas de Análise de Balanços possibilitam grande número de informações sobre


a empresa, entre elas encontram-se as seguintes:
 Análise Vertical e Horizontal
 Análise Financeira
 Análise Econômica
 Análise de Prazos Médios
 Análise de Insolvência

2.2.1 Análise Vertical e Horizontal

A Análise Vertical permite determinar a participação relativa de cada conta no grupo total.
Através desta técnica é possível avaliar e acompanhar a estrutura econômico-financeira da empresa.

A Análise Horizontal demonstra a evolução das contas patrimoniais (Bens, Direitos e


Obrigações, Patrimônio Líquido) e de resultado (Receitas e Despesas) em de uma série de anos.
Através desta técnica é possível avaliar e acompanhar a evolução das ganhos e gastos bem como
dos financiamentos e investimentos realizados.

2.2.2 Análise Financeira

A análise financeira é feita com base nos dados extraídos do Balanço Patrimonial. Através
dessa técnica o analista é capaz de estudar os recursos (Disponibilidades, Direitos a Realizar e
Estoques) que a empresa gerou e medir sua capacidade de pagamento (saldar suas dívidas a curto
e a longo prazo).

Resumo Prático da Análise Financeira:

A) Análise de como a empresa obtém seus recursos:


1. Capital de Terceiros = (Passivo Circulante + Passivo não Circulante)
2. Capital Próprio = Patrimônio Líquido (Capital Social + Reservas (-) Prejuízos)

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
27
Fontes de Recursos ou Financiamentos

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
28
B) Análise de como a empresa aplica seus recursos:

1. Capital Circulante = Ativo Circulante


2. Capital não Circulante = Ativo não Circulante

Aplicação de Recursos ou Investimentos

2.2.3 Análise Econômica

A análise da situação econômica é feita com base nos elementos que compõem a
Demonstração do Resultado do Exercício, pelo estudo e interpretação do resultado alcançado
pela movimentação financeira. Essa análise possibilita conhecer a rentabilidade obtida pelo
capital investido na entidade.

Resumo Prático da Análise Econômica:

Análise de como a empresa obteve seus resultados (lucro ou prejuízo) através de sua
movimentação financeira:

(+) RECEITA (Ganhos)


(-) Despesas ou Custos (Gastos)
(=) Lucro Ou Prejuízo = Resultado Econômico

2.2.4 Análise de Insolvência

Esta análise tem como objetivo analisar o risco de falência através de índices combinados e
métodos estatísticos.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
3
29

ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL

3.1 ANÁLISE VERTICAL (AV)

Consiste na determinação da percentagem de cada conta ou do grupo de contas em relação ao


seu conjunto.

Este tipo de análise, também conhecida por “Análise por Coeficientes”, mostra a composição
percentual e a participação de cada conta em relação a um valor adotado como base (100%), sendo
importante para avaliar a estrutura da composição dos itens de recursos da empresa.

Coeficientes: São valores que determinam os percentuais de cada conta ou grupo de contas em
relação ao seu conjunto.

Ao examinar um Balanço Patrimonial, visualizamos o conjunto de elementos,


representativos dos Bens, dos Direitos, das Obrigações e do Patrimônio Líquido.

Conforme já visto, o Passivo mostra a origem dos capitais que estão à disposição da empresa
e o Ativo mostra onde esses capitais foram aplicados.

Para se calcular a análise vertical divide-se o valor da conta desejada pela conta escolhida
como base de comparação. Caso queira encontrar este índice na forma percentual, multiplica-se por
cem.
Fórmula:

Número índice = Conta desejada x 100


Conta base

No Balanço Patrimonial a conta base é, normalmente, considerada o valor total do Ativo e


Passivo. Contudo, pode ser calculada separadamente a composição de cada grupo.

No caso da Demonstração do Resultado do Exercício a conta base analisada é a Receita


Líquida de vendas ou serviços. Assim já estão sendo descontados os impostos, devoluções e
abatimentos que incidem diretamente sobre a receita bruta ou sobre o faturamento.

Observação: A reclassificação das Despesas Financeiras provocará alteração nas


informações referentes ao lucro operacional.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
30
Veja o seguinte Balanço Patrimonial:

Balanço Patrimonial da Comercial Memphis Bells S/A em 31/12/2006


ATIVO % PASSIVO %
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Disponível 2.000 7,41% Fornecedores 4.000 14,81%
Créditos 8.000 29,63% Salários a pagar 1.000 3,70%
Despesas antecipadas 10.000 37,04% TOTAL 5.000 18,51%
TOTAL 20.000 74,07%
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Exigível a longo prazo 4.000 14,82%
ATIVO NÃO CIRCULANTE TOTAL 4.000 14,82%
Realizável a longo prazo 1.000 3,70%
Investimentos 1.000 3,70%
Imobilizado 2.000 7,41% PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Intangível 2.000 7,41% Capital social 15.000 55,56%
Diferido 1.000 3,70% Reservas de lucro 3.000 11,11%
TOTAL 7.000 25,93% TOTAL 18.000 66,67%
TOTAL ATIVO 27.000 100% TOTAL PASSIVO 27.000 100%

Veja como a situação do Balanço Patrimonial da empresa acima fornece dados para
interpretação:

ORIGEM DOS RECURSOS


 As fontes de recursos à disposição da empresa são de $ 27.000,00 (total do passivo), sendo
que $ 18.000, ou seja, 66,67% correspondem a Capitais Próprios e $ 9.000, ou seja, 33,33%
(total do passivo circulante e não circulante) correspondem as Capitais de Terceiros.
 Os Capitais Próprios estão assim compostos:
 Os valores financiados pelos sócios e acionistas foram de $15.000, ou seja, 55,55%
das fontes de recursos.
 As reservas de lucros destinadas a garantir o capital próprio da empresa foram de
$3.000, ou seja, 11,11% das fontes de recursos.
 Os Capitais de terceiros totalizam $ 9.000, ou seja, 33,33% correspondentes à soma dos
valores do passivo circulante com o passivo não circulante.
 O Passivo Circulante correspondem a débitos decorrentes do funcionamento normal
da empresa – Fornecedores (compras a prazo) e Salários a pagar, representam
18,51% dos recursos adquiridos junto a terceiros.
 O Passivo não Circulante corresponde a débito decorrente de dívida assumida pela
empresa em longo prazo, representado 14,82%.

APLICAÇÃO DOS RECURSOS


 As fontes de recursos à disposição da empresa foram aplicadas no Ativo da seguinte forma:
 No Ativo Circulante, ou Capital de Giro Financeiro, foram aplicados $ 20.000,00,
que correspondem a 74,08%.
 No Ativo não Circulante, $ 7.000,00 que equivalem 25,93%.
As fontes de recursos aplicados no Ativo Circulante estão assim compostas:
$ 2.000, ou seja, 7,41% dos recursos foram aplicados em disponibilidades (Caixa e Bancos).
 $ 8.000, ou seja, 29,63% dos recursos foram aplicados em direitos a serem realizados
(Créditos) que foram aplicados em estoque a serem revendidos (Mercadorias).
 $ 10.000, ou seja, 37,04% representam as despesas antecipadas, como seguros a
vencer.
 As fontes de recursos aplicados no Ativo não Circulante estão assim compostas:

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
31
 $ 1.000, ou seja, 3,70% dos recursos foram aplicados em imóveis para venda a
realizar após a longo prazo.
 $ 1.000, ou seja, 3,70% dos recursos foram aplicados em investimentos
(Participações em empresas).
 $ 2.000, ou seja, 7,42% dos recursos foram aplicados no imobilizado em bens de uso
(Veículos, Móveis e Equipamentos).
 $ 2.000, ou seja, 7,41% dos recursos foram aplicados em bens intangíveis como
Fundo de comércio.
 $ 1.000, ou seja, 3,70% dos recursos foram aplicados em gastos pré-organizacionais.

Além desses dados que acabamos de analisar, poderão ser extraídos outros dados para fins
de análise. A interpretação será estudada nos capítulos seguintes.

Agora veremos como a Análise Vertical pode nos ajudar a analisar a Demonstração do
Resultado do Exercício. Podemos visualizar as variações, ocorridas durante o exercício, que
provocaram aumentos ou diminuições no Patrimônio Líquido.
Observe a seguinte Demonstração do Resultado do Exercício (não reclassificada):
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADOP DO EXERCÍCIO DA COMERCIAL MEMPHIS BELLS S/A EM 31/12/2004

ITENS $ % $ %
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 30.000 100%
(-) CUSTO DAS MERCADORIS VENDIDAS (12.000) 40,00%
(=) RESULTADO BRUTO 18.000 60,00%
(-) DESPESAS OPERACIONAIS
 Administrativas 5.000 16,67%
 Comerciais 1.000 3,33%
 Financeiras 8.000 26,67% (14.000) 46,67%
(=)RESULTADO OPERACIONAL 4.000 13,33%
(+) RECEITAS FINANCEIRAS E DEMAIS GANHOS 4.000 13,33%
(-) Provisão para o IR (1.000) 3,33%
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 7.000 23,33%
Veja como a demonstração acima permite a extração de dados para serem interpretados:

 O Custo das Mercadorias Vendidas, que foi de $ 12.000, correspondem a 40% da Receita
Líquida com Vendas.
 O Resultado Bruto, que foi de $ 18.000, corresponde a 60% da Receita com Vendas.
 As Despesas Administrativas, que foram de $ 5.000, correspondem a 16,67% das Receitas
com Vendas.
 As Despesas Comerciais, que foram de $ 1.000, correspondem a 3,337% das Receitas com
Vendas.
 As Despesas Financeira, que foram de $ 8.000, correspondem a 26,67% das Receitas com
Vendas.
 As Receitas Financeiras e demais ganhos, que foi de $ 4.000, correspondem a 13,33% da
Receita com Vendas.
 O Lucro Líquido do Exercício, que foi de $ 3.000, correspondem a 10,00% da Receita com
Vendas.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
32
3.2 ANÁLISE HORIZONTAL (AH)

A análise horizontal, por sua vez, representa o mecanismo de comparação que se faz entre os
valores de uma mesma conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais, ou seja, é uma
análise temporal das contas da empresa.
Este tipo de análise toma por base dois ou mais exercícios sociais para verificar a evolução
de seus componentes. Observando, por exemplo, o comportamento dos diversos itens do Patrimônio
e, principalmente, dos índices, pode-se fazer uma análise de tendência.
Para se calcular a análise horizontal é preciso identificar a diferença de valores da mesma
conta em períodos diferentes e dividi-la pela conta anterior, ou a conta base da análise. Desejando-
se encontrar este índice na forma percentual, também se multiplica por cem.
Fórmula:

Número índice = Variação da conta (Ano 2 – Ano 1) x 100


Valor da Conta inicial (Ano 1)

Quando ao cálculo, diferentemente da análise vertical, não há diferença em relação ao


Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, sendo ambos calculado da
mesma forma.

CONTAS Ano 1 % Ano 2 % Evolução


Ano 2 (%) – 1 (%)
ATIVO 27.000 100% 29.900 111% 11%
CIRCULANTE 20.000 100% 20.500 103% 3%
Disponível 2.000 100% 1.500 75% -25%
Créditos 8.000 100% 9.000 113% 13%
Despesas antecipadas 10.000 100% 10.000 100% 0%
NÃO CIRCULANTE 7.000 100% 9.400 134% 34%
Realizável a longo prazo 1.000 100% 1.700 170% 70%
Investimentos 1.000 100% 1.500 150% 50%
Imobilizado 2.000 100% 2.400 120% 20%
Intangível 2.000 100% 2.600 130% 30%
Diferido 1.000 100% 1.200 120% 20%
PASSIVO 27.000 100% 29.900 111% 11%
CIRCULANTE 5.000 100% 6.000 120% 20%
Fornecedores 4.000 100% 5.000 125% 25%
Salários a pagar 1.000 100% 1.000 100% 0%
NÃO CIRCULANTE 4.000 100% 3.500 87% -13%
Exigível a Longo Prazo 4.000 100% 3.500 87% -13%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 18.000 100% 20.400 113% 13%
Capital Social 15.000 100% 15.000 100% 0%
Reservas de Lucros 3.000 100% 5.400 180% 80%

Veja como a situação do Balanço Patrimonial da empresa acima fornece dados para
interpretação da análise horizontal:

ORIGEM DOS RECURSOS


 As fontes de recursos à disposição da empresa aumentaram de $27.000 para $29.900, ou
seja, um aumento de 11% em relação ao ano 1, sendo que o Capital Próprio aumentou de

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
33
$18.000 para $20.400, ou seja, um aumento de 13,00%. As Obrigações a curto prazo
aumentaram 20% e a longo prazo caíram 13%.

 Os Capitais Próprios estão assim compostos:


 Os valores financiados pelos sócios e acionistas se manteve em relação ao ano 1.
 Os lucros decorrentes da evolução normal da empresa cresceram 80%.
 Os Capitais de Terceiros a Curto Prazo, cresceram 20%, sendo que os Fornecedores
Contribuições aumentaram em 25% em relação ao ano 1.

APLICAÇÕES DOS RECURSOS


 As aplicações no Ativo Circulante variaram da seguinte forma:
 As disponibilidades, Caixa e Bancos, diminuíram em 25% em relação ao ano 1.
 Os Créditos aumentaram em 13% em relação a ano 1.
 As Despesas Antecipadas se mantiveram inalteradas.

 As fontes de recursos aplicados no Ativo não Circulante apresentaram as seguintes


variações:
 Os recursos aplicados no Realizável a Longo Prazo cresceram em 70%.
 Os recursos aplicados em Investimentos cresceram em 50%.
 Os recursos aplicados no imobilizado em bens de uso (Veículos, Móveis e
Equipamentos) cresceram em 20%.
 Os aplicados no ativo Intangíveis aumentaram em 30% com relação ao ano anterior.
 Os recursos aplicados em Diferido (despesas pré-organizacionais) cresceram em 20%.
Agora veremos como a Análise Horizontal pode nos ajudar a analisar a Demonstração do
Resultado do Exercício.
Contas Ano 01 % Ano 2 % Evolução
Ano 2 (%) – 1 (%)
Receita Operacional Bruta 100.000 100% 110.000 110% 10%
(-) Deduções da Rec. Oper. Bruta (20.000) 100% (21.000) 105% 5%
Receita Operacional Líquida 80.000 100% 89.000 111% 11%
(-) CMV (10.000) 100% (10.000) 0% 0%
(=) Resultado Bruto 70.000 100% 79.000 113% 13%
(-) Despesas Operacionais:
 Despesas Administrativas (5.000) 100% (8.400) 140% 40%
 Despesas Comerciais (12.000) 100% (10.500) 105% 5%
(=) Resultado Operacional 53.000 100% 60.100 113% 13%
(+) Receitas Financ./demais ganhos 5.000 100% 6.000 120% 20%
(=) Result. Líq. Antes IRPJ/CSLL 58.000 100% 66.100 114% 14%
(-) Provisão para IR (8.000) 100% (9.000) 113% 13%
(=) Lucro do Exercício 50.000 100% 57.100 114% 14%

Veja como a Demonstração acima permite a extração de dados para serem interpretados:

 As Receitas Operacionais Brutas aumentaram em 10%, sendo que as deduções


correspondentes subiram 5% em relação ao ano 1
 As Receitas a Operacionais Líquidas aumentaram em 11% em relação ao ano 1.
 O Custo das Mercadorias Vendidas se mantiveram sem alteração.
 O Resultado Bruto aumentou em 13 em relação ao ano 1.
 As Despesas Administrativas aumentaram em 40% em relação ao ano 1.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
34
 As Despesas Comerciais aumentaram em 5% em relação ao ano 1.
 As Receitas Financeiras e demais ganhos subiram 20%
 O Resultado Líquido antes o IRPJ/CSLL aumentou em 14% em relação ao ano 1.
 O Lucro do Exercício aumentou em 14% em relação ao ano 1.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
4
35

ANÁLISE POR ÍNDICES

Este é o processo de análise mais utilizado pelos analistas de balanços, porque oferece visão
global da situação econômica e financeira da entidade.
De acordo com o interesse do usuário (Sócios, Acionistas, Bancos, Fornecedores,
Funcionários, etc.) os analistas poderão extrair das demonstrações contábeis um número maior ou
menor de índices para analisar.
A fim de obter um bom diagnóstico quanto à situação financeira e econômica de uma
entidade, é aconselhável que o analista separe as duas funções, para que, em um segundo estágio, os
resultados obtidos em cada uma dessas duas análises sejam conjugados, a fim de compor um quadro
geral da situação patrimonial da entidade.
A situação financeira é evidenciada pelos Índices de Capitais e de Liquidez, enquanto a
situação econômica é ressaltada por meio dos Índices de Rentabilidade.

4.1 O PAPEL DOS ÍNDICES NA ANÁLISE

Um índice de análise é como uma vela acesa num quarto escuro.


Dante C. Matarazzo

O índice é a relação entre contas ou grupos de contas nas demonstrações contábeis que visa
evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.

Análise da situação financeira e econômica


Mostra as grandes linhas de decisões
ESTRUTURA DE
financeiras em termos de obtenção e
CAPITAIS
SITUAÇÃO aplicação de recursos.
FINANCEIRA Mostra a capacidade financeira da
ESTRUTURA DE
empresa para pagamento de suas
LIQUIDEZ
dívidas.
Mostra o grau de êxito econômico da
SITUAÇÃO ESTRUTURA DE
empresa em relação ao capital
ECONÔMICA RENTABILIDADE
investido.

4.2 INTERPRETAÇÃO DOS ÍNDICES

Para se obter os índices bastam aplicar as fórmulas apropriadas, utilizando valores extraídos
das Demonstrações Contábeis.

A interpretação dos índices pode ser feita em três etapas:

a) Interpretação isolada
b) Interpretação conjunta

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
36
c) Comparação com Índices-Padrão

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
37
Cabe ao analista selecionar, da melhor maneira possível, um conjunto de índices que lhes
permita obter os resultados desejados.

É preciso seguir uma seqüência lógica na interpretação isolada e em conjunto dos índices,
visando ganhar tempo e obter melhores resultados.

Nesta apostila abordaremos os índices que melhor evidenciam o estado patrimonial de


qualquer entidade que são:
 Índices de Estrutura de Capitais
 Índices de Liquidez
 Índices de Rentabilidade

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
5
38

ANÁLISE POR ÍNDICE DE ESTRUTURA DE CAPITAIS

Os Índices de Estrutura de Capitais servem para evidenciar o grau de endividamento da


empresa em decorrência das origens dos capitais investidos no patrimônio. Eles mostram a
proporção existente entre os capitais Próprios e os Capitais de Terceiros, sendo calculados com base
em valores extraídos do Balanço Patrimonial.

Para o melhor aprendizado iremos dividir o estudo dos índices de estrutura de capitais da
seguinte forma:

Avalia o grau de dependência da


ÍNDICES DE GARANTIA empresa na obtenção de recursos
DE CAPITAIS DE de terceiros (Bancos, Governo,
TERCEIROS Fornecedores, Funcionários,
etc.).
Avalia o grau de dependência da
ÍNDICES DE
empresa na obtenção de recursos
ESTRUTURA DE ÍNDICES DE CAPITAIS
próprios (Sócios, Acionistas,
CAPITAIS PRÓPRIOS
geração de lucro pela atividade
da empresa).
Avalia o grau de imobilização
ÍNDICES DE
(capital parado) dos recursos de
IMOBILIZAÇÃO DE
terceiros e próprios aplicados no
CAPITAIS
Ativo Fixo.

5.1 ÍNDICES DE GARANTIA DE CAPITAIS DE TERCEIROS

Estes índices avaliam o grau de dependência da empresa na obtenção de recursos de terceiros


(Bancos, Governo, Fornecedores, Funcionários, etc.) com os Capitais Próprios e a aplicação destes
recursos no Ativo. Os principais índices de garantia de capitais de terceiro são:

 Índice de Participação de Capitais de Terceiros


 Índice de Composição do Endividamento

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
39
Exemplo Prático:

Tomaremos como base o balanço da empresa Beta S/A, para calcular os índices.

Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A


ATIVO R$ PASSIVO R$
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO CIRCULANTE 173.000,00
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00


Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00
Investimento 20.000,00
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00

5.1.1 Índice de Participação de Capitais de Terceiros

O Capital de Terceiros, como vimos anteriormente, é a soma das Obrigações a Curto Prazo
(Passivo Circulante) e das Obrigações a Longo Prazo (Passivo não Circulante).

Após determinado o Capital de Terceiros, iremos calcular o Índice de Participação de


Capitais de Terceiros sobre o Capital Próprio.

Esse índice tem como objetivo comparar os recursos de Capital de Terceiros com os recursos
de Capital Próprio. Revela também qual a proporção existente entre o Capital de Terceiros
(Obrigações) e o Capital Próprio (Patrimônio Líquido). Se multiplicarmos por 100, obteremos a
resposta em porcentagem.

Sempre que este quociente for inferior a um ou menor que 100%, indicará o excesso de
Capitais Próprios sobre o Capital de Terceiros, evidenciando que a entidade possui liberdade
financeira para tomada de decisões.

Por outro lado, quando os Capitais de Terceiros forem investidos na empresa em proporções
maiores que os Capitais Próprios, esse quociente será superior a um, ou maior que 100%, indica a
existência de dependência financeira da empresa junto aos seus credores.

Havendo dependência financeira, as empresa terão de se sujeitar às regras impostas por estes
credores (altas taxas de juros, prazos menores para pagamento e dificuldades para obtenção de
créditos).

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
40

CAPITAL DE TERCEIROS
FÓRMULA: X 100
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

FÓRMULA DO CAPITAL DE TERCEIROS: CT = PC + PNC

RESOLUÇÃO: 173.000,00 + 160.000,00 = $5,74 x 100 = 574,00%


58.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão.

Quanto MENOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que a empresa é dependente de capitais de terceiros e


que, provavelmente, ela terá dificuldades financeiras.

5.1.2 ÍNDICE DE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO

Esse índice tem como objetivo comparar os recursos do Passivo Circulante (Obrigações a Curto
Prazo) com os recursos de Capital de Terceiro (Obrigações a Curto e Longo Prazo). Revela qual a
proporção existente entre as Obrigações de Curto Prazo e as obrigações totais (Capital de
Terceiros). Se multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em porcentagem.

Os recursos financeiros para cobrir os compromissos a longo prazo poderão surgir em função do
desenvolvimento normal das atividades da empresa, sem a necessidade de recorrer a operações que
geram recursos imediatos. Nem sempre esta situação é benéfica financeiramente para a empresa.

Quanto menor for este índice, maiores serão os prazos que a empresa terá para saldar seus
compromissos. O ideal é que este índice seja menor que 50% pois, em conseqüência, as dívidas a
longo prazo estarão na maior parte e melhor será a situação financeira da empresa.

PASSIVO CIRCULANTE
FÓRMULA: X 100
CAPITAL DE TERCEIROS

RESOLUÇÃO: 173.000,00 = $0,52 x 100 = 52,00%


173.000,00 + 160.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão.

Quanto MENOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que as dívidas a curto prazo da empresa representam
52% das dívidas totais, logo, a empresa terá que pagar a maioria de suas dívidas a curto prazo.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
41

5.1.3 Quadro resumo Dos Índices de Garantia de Capitais de Terceiros

GARANTIAS DE CAPITAIS DE TERCEIROS: Avalia o grau


de dependência da empresa na obtenção de recursos de terceiros e a
Interpretação
aplicação destes recursos no Ativo.
Ordem ÍNDICE Sigla Fórmula
Participação de PC + PELP x 100 Quanto a empresa Quanto
possui de Capital de
1º Capitais de PCT Patrimônio Líquido Terceiros em relação MENOR,
Terceiros ao Capital Próprio Melhor
PC x 100
Quanto
Composição do PC + PELP Em relação ao Capital
2º CE de Terceiros, quanto MENOR,
Endividamento vencerá a curto prazo Melhor

5.2 ÍNDICES DE CAPITAIS PRÓPRIOS

Exemplo Prático:

Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A


ATIVO R$ PASSIVO R$
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO CIRCULANTE 173.000,00
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00


Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00
Investimento 20.000,00
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00

Os Índices de Capitais Próprios avaliam o grau de dependência da empresa de recursos


próprios (Capital Social, Reservas, Lucros...) e sua aplicação no Ativo. Os principais índices são:

 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Ativo.


 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Capital de Giro.

5.2.1 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre o Ativo

Esse índice tem como objetivo comparar os recursos de Capital Próprio com as aplicações
no Ativo. Revela qual a proporção existente entre os recursos próprios com os investimentos
aplicados no Ativo da empresa. Se multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em porcentagem.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
42
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
FÓRMULA: X 100
TOTAL DO ATIVO

RESOLUÇÃO: 58.000,00 = $0,14 x 100 = 15,00%


391.000,00
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão.

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Ativo, financiadas por Capitais de
Próprios representam apenas 15%, ou seja para cada $1,00 investidos no Ativo, $0,15 é obtido de
Capital de Próprios.

5.2.2 Índice de Participação de Capitais Próprios sobre Capital de Giro

Esse índice tem como objetivo comparar os recursos de Capital Próprio com as aplicações
no Ativo Circulante. Ele revela qual a proporção existente entre os recursos próprios com os
investimentos aplicados no capital de giro da empresa. Se multiplicarmos por 100, obteremos a
resposta em porcentagem, ou seja, quanto a empresa investiu de Capital Próprio para cada $ 100,00
aplicados no Capital de Giro.
Siglas:
 PL = Patrimônio Líquido
 AC = Ativo Circulante

PATRIMÔNIO LÍQUIDO
FÓRMULA: X 100
ATIVO CIRCULANTE

RESOLUÇÃO: 58.000,00 = $0,37 x 100 = 37,00%


157.500,00
Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão.

INTERPRETAÇÃO: Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Capital de Giro (Ativo


Circulante), são financiadas apenas por 37% de capitais próprios, ou seja, para cada $100,00
investidos no Capital de Giro, $37,00 é obtido de Capital de Próprios.

5.2.3 Quadro resumo dos Índices de Capitais Próprios

ÍNDICES PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS PRÓPRIOS SOBRE


O ATIVO: Esses índices avaliam o grau de dependência da empresa
de recursos próprios e sua eficiência na aplicação destes recursos no Interpretação
Ativo.
Ordem ÍNDICE Sigla Fórmula
Participação de Patrimônio Avalia o grau de
investimento dos Quanto MAIOR,
1º Capitais Próprios CPA Líquido x 100 recursos próprios melhor.
sobre o Ativo Ativo sobre o Ativo

Participação de Patrimônio Avalia o grau de


Capitais Próprios Líquido investimento dos
Quanto MAIOR,
2º CPGP x 100 recursos próprios
melhor.
sobre o Capital de Ativo Circulante sobre o Ativo
Giro Financeiro Circulante

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
43

5.3 ÍNDICES DE IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS

Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A


ATIVO R$ PASSIVO R$
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO CIRCULANTE 173.000,00
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00


Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00
Investimento 20.000,00
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00

Os Índices de Imobilização de Capitais avaliam o grau de imobilização dos Capitais


Próprios e de Terceiros (Obrigações) e sua aplicação no Capital Fixo. Os principais índices são:

 Índice de Imobilização de Capitais Próprios.


 Índice de Imobilização de Capitais Terceiros.
 Índice de Imobilização do Passivo Circulante
 Índice de Imobilização do Exigível a Longo Prazo

5.3.1 ÍNDICE DE IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS PRÓPRIOS

Este índice avalia o grau de imobilização do Capital Próprio no Ativo Fixo, revelando a
relação existente entre os recursos próprios com os investimentos de caráter permanente. Se
multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em porcentagem.

Outro ponto interessante a interpretar neste quociente é verificar a existência ou não de


Capital Circulante Próprio.

Capital Circulante Próprio = Patrimônio Líquido – Capital Fixo (PL – CF)


Capital Fixo = Ativo não Circulante – Realizável a Longo Prazo (ANC – ARLP)

O Capital Circulante Próprio é a denominação que se dá ao excesso do Patrimônio Líquido


sobre o capital Fixo (Ativo não Circulante – Realizável a longo prazo), ele pode ser apurado pela
fórmula:

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
44
Exemplo Prático:

Imobilizado
FÓRMULA: PATRIMÔNIO LÍQUIDO X 100

RESOLUÇÃO: 233.500,00 – 133.500,00 = $1,72 x 100 = 172%


58.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão.

Quanto MENOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Ativo Fixo, foram financiadas
por Capitais Próprios e por Capitais de Terceiros, pois o índice ficou acima de 100%, ou seja, para
cada $1,00 investido no Capital de Fixo, parte é obtida de Capitais Próprios e outra parte de capitais
de terceiros.
Para evidenciar ainda mais nossa interpretação, se analisarmos o Capital Circulante Próprio
(PL – AF), podemos observar que o resultado foi 42.000,00 negativo (CCP = 58.0000,00 –
100.000,00), isto significa que o Capital Próprio foi inferior ao Capital Fixo, nesta circunstância a
empresa não tem liberdade para tomada de decisões, uma vez que ela é dependente de Capitais de
Terceiros para financiar seu Capital Fixo, sendo que sua situação financeira poderá estar
comprometida.

5.3.2 Índice de Imobilização de Capitais de Terceiros

Este índice avalia o grau de imobilização do Capital de Terceiro (Obrigações) no Ativo Fixo,
revelando a relação existente entre os recursos de terceiros com os investimentos de caráter
permanente. Se multiplicarmos por 100, obteremos a resposta em porcentagem.

Imobilizado
FÓRMULA: X 100
CAPITAL DE TERCEIROS

RESOLUÇÃO: 233.500,00 – 133.500,00 = 100.000,00 = $0,30 x 100 = 30%


173.000,00 + 160.000,00 333.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão

Quanto MENOR este índice, MELHOR para a empresa.


No exemplo acima podemos concluir que as aplicações no Capital Fixo (Ativo não
Circulante – Realizável a longo Prazo), foram financiadas em 30% por Capitais de terceiros, ou
seja, para cada $1,00 investido no Capital de Fixo, $0,30 é obtida de Capitais de Terceiros.

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
45

5.3.3 Quadro resumo dos Índices de Imobilização de Capitais

ÍNDICES IMOBILIZAÇÃO DE CAPITAIS : Analisa o grau


de imobilização dos recursos próprios e de terceiros e sua Interpretação
aplicação no Ativo Fixo
ORDEM ÍNDICE SIGLA FÓRMULA
Avalia o grau de
Imobilização de Imobilizado imobilização dos
Quanto MENOR,
1º IMCP x 100 recursos próprios
melhor.
Capitais Próprios Patrimônio aplicados no Ativo
Fixo
Líquido
Avalia o grau de
Imobilização de
Imobilizado imobilização dos
Quanto MENOR,
2º Capitais de IMCT x 100 recursos de terceiros
melhor.
PC + PELP aplicados no Ativo
terceiros Fixo

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Ativo Fixo = Ativo não Circulante – Ativo Realizável a Longo Prazo)
Capital de Terceiros = Passivo Circulante + Passivo não Circulante)

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
46

6
ANÁLISE POR ÍNDICE DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez apontam a capacidade financeira da empresa para honrar seus


compromissos com terceiros. Evidenciam quanto à empresa dispõe de bens e direitos em relação às
obrigações assumidas no mesmo período.

De modo geral, presume-se que, quanto maior a liquidez, melhor a situação financeira da
empresa. Porém, um alto índice de liquidez não representa necessariamente boa saúde financeira. O
cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma adequada administração dos
prazos de recebimento e de pagamento (índices de atividades). Assim, uma empresa que tem altos
índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por longos períodos, e recebe com atraso
suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta de cliente (“Ativo Podre”) poderá
ter problemas de liquidez, ou seja, dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos.

Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A


ATIVO R$ PASSIVO R$
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO CIRCULANTE 173.000,00
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00
Créditos (valores a realizar) 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00


Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00
Investimento 20.000,00
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00

Observação: O grupo Créditos é constituído apenas pela conta Estoque de Mercadorias, no valor
de R$138.000,00

6.1 ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA

Esse índice mede a capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos de curto
prazo contando apenas com suas disponibilidades (Caixa, Bancos e Aplicações de Liquidez
Imediata). Avalia o poder da empresa em pagar suas obrigações com vencimentos ao longo do
exercício seguinte (Passivo Circulante).

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
47
A liquidez imediata apresenta, quase sempre, um índice inferior à unidade, pois não é
considerada normal a empresa manter um saldo de caixa ou bancos em nível elevado, visando
garantir pagamentos que vencerão ao longo do exercício seguinte. Por esse indicador é possível
concluir que, uma vez em crescimento, a empresa pode estar imobilizando recursos em tesouraria,
deixando de gerar recursos no giro dos negócios.

DISPONÍVEL
FÓRMULA:
PASSIVO CIRCULANTE

RESOLUÇÃO: 1.500,00 = $0,01 x 100 = 1%


173.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que para cada $1,00 de dívidas que a empresa tem a
pagar a curto prazo ela dispõe, imediatamente, apenas de $0,01. Isto significa que a empresa terá
dificuldades para honrar com seus compromissos considerando apenas seus recursos imediatos. Se
multiplicarmos por 100, obteremos o resultado em percentual, evidenciando a proporção relativa
entre o numerador e o denominador (0,01 x 100 = 1%, ou seja, o Disponível representa 1% do PC).

6.2 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE

A liquidez corrente é um dos índices mais utilizados em análise econômico-financeira,


mostrando quanto a empresa poderá dispor em recursos a curto prazo (disponibilidades, clientes,
estoques, etc.) para pagar suas dívidas circulantes (Fornecedores, Empréstimos e Financiamentos a
Curto Prazo, Contas a Pagar, etc.).

ATIVO CIRCULANTE
FÓRMULA:
PASSIVO CIRCULANTE

RESOLUÇÃO: 157.500,00 = $0,91 x 100 = 91%


173.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que para cada $1,00 que a empresa tem a pagar a curto
prazo ela poderá realizar apenas $0,91. Ou seja: o AC representa 91% do PC.

6.3 ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA

Esse índice é a medida mais rigorosa da liquidez da empresa, sendo tratado por muitos
especialistas com “teste de fogo”. Mostra quanto a empresa poderá dispor de recursos circulantes,
sem levar em consideração seus estoques, para fazer face às suas obrigações a curto prazo.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
48
O objetivo é identificar o grau de dependência do estoque para saldar as dívidas de curto
prazo. Isto significa dizer que um indicador de liquidez corrente muito elevado pode estar
comprometido por um alto grau de dependência de estoque, que, para se realizar, depende de
mercado. Por outro lado, se for muito baixo, significa que a empresa não conseguirá saldar suas
dívidas de curto prazo caso ocorra algum impedimento de vendas (enchentes, incêndio, greves etc.).

ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUE


FÓRMULA:
PASSIVO CIRCULANTE

RESOLUÇÃO: 157.500,00 – 138.000,00 = $0,11 x 100 = 11%


173.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que a empresa é dependente de seus estoques para
honrar com seus compromissos a curto prazo, ou seja, para cada $1,00 que a empresa tem a pagar a
curto prazo ela disporá, de recursos correntes, sem considerar seus estoques, apenas de $0,11. Ou: o
AC, excluindo-se o estoque, representa 11% do PC.

6.4 ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL

A liquidez geral, ou índice de solvência geral, é uma medida de capacidade da empresa em


honrar todas as suas obrigações a curto e longo prazo, contando, para isso, com seus recursos
realizáveis a curto e longo prazo.

ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO


FÓRMULA:
PASSIVO CIRCULANTE + PASSIVO NÃO CIRCULANTE

RESOLUÇÃO: 157.500,00 + 133.500,00 = 291.000,00 = $0,87 x 100 = 87%


173.000,00 + 160.000,00 333.000,00

Para efeitos didáticos os valores acima foram arredondados para melhor compreensão

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos concluir que para cada $1,00 que a empresa tem a pagar a curto
prazo ela disporá, somando-se os recursos correntes (Ativo Circulante) e recursos de longo prazo
(Ativo Realizável a Longo Prazo), apenas de $0,87 centavos. Ou: o AC + RLP representa 87% do
PC + PNC.
Como todos os indicadores de liquidez apresentados pela empresa estão abaixo da unidade
(ou seja, são menores que 100%), significa que a empresa terá dificuldades de liquidar suas dívidas
a não ser que modifique sua política de compras, crédito e cobrança. Pode acontecer também que,
apesar de sua baixa liquidez, seus recebimentos ocorram antes de seus pagamentos, já que os
indicadores são apurados em base anual e não mensal.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
49

6.5 QUADRO RESUMO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ

ÍNDICES DE LIQUIDEZ: Esses índices financeiros indicam a


capacidade de pagamento da empresa em relação às obrigações a Interpretação
pagar no curto e longo prazo.
Ordem ÍNDICE Sigla Fórmula
Quanto a empresa Quanto MAIOR
possui de recursos de MELHOR
Disponível disponibilidade
1º Liquidez Imediata LI PC imediata para pagar
suas dívidas a curto
prazo
Quanto a empresa Quanto MAIOR
possui de recursos de MELHOR
AC
2º Liquidez Corrente LC capital de giro para
PC pagar suas dívidas a
curto prazo
Quanto a empresa Quanto MAIOR
depende de seus MELHOR
AC - Estoque
3º Liquidez Seca LS estoques para pagar
PC suas dívidas a curto
prazo
Quanto a empresa Quanto MAIOR
possui de recursos a MELHOR
AC + RLP curto e longo prazo
4º Liquidez Geral LG
PC + PNC para pagar suas dívidas
a curto prazo e longo
prazo

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
50

7
ANÁLISE POR ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Os índices de rentabilidade têm por objetivo avaliar o desempenho final da empresa. A


rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos seus administradores,
expressando objetivamente o nível de eficiência e o êxito econômico-financeiro atingido. Para todos
os índices de rentabilidade (exceto para o Prazo de Retorno dos Investimentos - pay back), vale a
regra: quanto maior, melhor.

Com base nas demonstrações abaixo iremos fazer a análise por índice de Rentabilidade:

Balanço em 31/12/2007 – Empresa BETA S/A


ATIVO R$ PASSIVO R$
ATIVO CIRCULANTE 157.500,00 PASSIVO CIRCULANTE 173.000,00
Disponível 1.500,00 Fornecedores 96.000,00
Créditos 138.000,00 Empréstimos Bancários 62.000,00
Despesas Antecipadas 18.000,00 Outras Contas a pagar 15.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE 233.500,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 160.000,00


Realizável a Longo Prazo 133.500,00 Empréstimos Bancários 160.000,00
Investimento 20.000,00
Imobilizado 60.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 58.000,00
Intangível 10.000,00 Capital Social 40.000,00
Diferido 10.000,00 Reservas de Capital 18.000,00
TOTAL DO ATIVO 391.000,00 TOTAL DO PASSIVO 391.000,00

DRE – EMPRESA BETA S/A EM 31/12/2007


(+) RECEITA OPERARIONAL BRUTA 150.000,00
(-) Deduções da Receita Operacional Bruta (7.680,00)
(=) Receita Operacional Líquida 142.320,00
(-) CMV/CSP/CPV (104.400,00)
(=) Resultado Bruto 37.920,00
(-) Despesas Operacionais (31.000,00)
(+) Receitas Financeiras e outros ganhos operac. 5.500,00
(=) Resultado Operacional 12.420,00
(+/-) Receitas não-operac./ Despesas não-operac. (RNO*) -
(=) Resultado Líquido antes do IRPJ e da CSLL 12.420,00
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL (5.500,00)
(=) Lucro do Exercício 6.920,00
* RNO: Resultado Não-Operacional

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
51

7.1 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

A Rentabilidade do Patrimônio Líquido (PL), também denominada Taxa de Retorno do


Capital Próprio, mede a remuneração dos Capitais Próprios investidos na empresa, ou seja, quanto
foi adicionado ao Patrimônio Líquido decorrente do resultado do período. Do ponto de vista de
quem investe numa empresa (proprietário, sócios e acionistas), este indicador é considerado como o
mais importante. Além de avaliar a remuneração do Capital Próprio, a Rentabilidade do Patrimônio
Líquido permite avaliar se esse rendimento é compatível com alternativas de aplicação, como
caderneta de poupança, aluguéis e ações. Esse raciocínio resulta na avaliação do custo de
oportunidade do investidor (remuneração que se deixa de auferir em função de oportunidade de
investimento descartada).

Observação importante:

Tanto o Ativo quanto o Patrimônio Líquido, utilizados no denominador das fórmulas,


deverão ser o médio:

Ativo Médio (AM) = Ativo Inicial + Ativo Final PL Médio (PLM) = PL Inicial + PL Final
2 2

A razão é que nem o Ativo Final e nem o Ativo Inicial geram o resultado, e sim a média do
Ativo utilizado no ano. Idem para o Patrimônio Líquido.
Entretanto, por questão de praticidade, trabalharemos, neste capítulo, apenas com os
valores finais.

LUCRO LÍQUIDO
FÓRMULA: X 100
PATRIMÔNIO LÍQUIDO

RESOLUÇÃO: 6.920 = $0,12 x 100 = 12% ($0,12 Poder de ganho da empresa)


58.000

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para os sócios.

O Lucro Líquido apurado no exercício representa 12% do Patrimônio Líquido, ou seja: para
cada $1,00 investido pelos proprietários há um ganho de $0,12 centavos.

Isto significa que haverá, em média, uma demora de 8 anos (100% / 12% = 8,33) para que os
sócios recuperem seus investimentos na empresa. Isto é: o pay back (tempo de retorno) é de 8 anos
em média.

7.2 RENTABILIDADE DO ATIVO

Também denominado Rentabilidade do Retorno Empresarial, representa o poder de


ganho da empresa. Esse índice mostra quanto a empresa está obtendo de recursos em relação aos
seus investimentos totais (Ativo).

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
52
LUCRO LÍQUIDO
FÓRMULA: X 100
ATIVO TOTAL

RESOLUÇÃO: 6.920 = $0,02 x 100 = 2% ($0,02 Poder de ganho da empresa)


391.000

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

O Lucro Líquido representa 2% do Ativo total da empresa, ou seja: para cada $1,00 aplicado
no Ativo, há um ganho de $0,02 centavos. Isto é: o pay back da empresa é de 50 anos em média
(100%/2% = 50). Isto significa que haverá, em média, uma demora de 50 anos para que a empresa
obtenha de volta seu investimento.

7.3 GIRO DO ATIVO


Esse índice mostra quantas vezes no ano o Ativo “girou” em função das vendas.
Demonstra se o giro (rotação) do faturamento do período foi suficiente para cobrir o investimento
feito no Ativo. Quanto maior for o giro do Ativo, maior deverá ser a Taxa de Lucro. Por isto, os
analistas aconselham manter o Ativo a um mínimo necessário. Ativos ociosos, grandes
investimentos em estoques, elevado valores de duplicatas a receber etc., prejudicam o giro do Ativo
e, conseqüentemente, a rentabilidade.
Há empresas que, por suas características, têm um giro lento, como é o caso de usinas
hidrelétricas, siderúrgicas e outras que precisam de vários anos para vender o equivalente a uma vez
o seu Ativo.
Há outras empresas, entretanto, que, sem a necessidade de grandes investimentos,
apresentam um giro mais ágil, como é o caso de empresas de prestação de serviços e de grande
parte de empresas comerciais.

RECEITAS OPERACIONAIS LÍQUIDAS


FÓRMULA: X 100
ATIVO TOTAL

RESOLUÇÃO: 142.320 = 0,36 (0,36 vezes girou o ativo total da empresa)


391.000

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

O Ativo girou 0,36 vezes no ano pelas vendas, ou seja, a empresa vendeu o equivalente a
0,36 vezes o seu Ativo. Em aproximadamente 33 meses (12 meses/0,36 vezes = 33,33) a empresa
recupera uma vez o seu Ativo.

7.4 RENTABILIDADE BRUTA OU MARGEM BRUTA

Indica a lucratividade auferida sobre o produto, mercadoria ou serviço comercializado pela


empresa. Numa análise complementar, esse indicador revela o percentual remanescente do
faturamento líquido, após a dedução da despesa das mercadorias vendidas, para pagar as despesas
operacionais e ainda, se possível, gerar lucro.

RESULTADO BRUTO
FÓRMULA: X 100
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

RESOLUÇÃO: 37.920 = $0,27 x 100 = 27%

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
53
142.320

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

O Resultado Bruto representa 27% das receitas operacionais. Isto significa que para cada
$1,00 vendido (receita) a empresa ganha $0,27 que irão remunerar as despesas e os proprietários da
empresa.

7.5 RENTABILIDADE OPERACIONAL OU MARGEM OPERACIONAL

A rentabilidade operacional avalia o ganho operacional da empresa (resultado antes das


receitas e despesas não-operacionais) em relação a seu faturamento. Esse indicador revela a
eficiência operacional da empresa, medida exclusivamente em função de suas operações normais
realizadas para manutenção da atividade-fim.

RESULTADO OPERACIONAL
FÓRMULA: X 100
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

RESOLUÇÃO: 12.420 = $0,09 x 100 = 9%


142.320

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

O Resultado Líquido Operacional representa 9% das Receitas Operacionais. Isto significa


que para cada $1,00 vendido (Receita) a empresa ganha $0,09 de lucro operacional.

7.6 RENTABILIDADE LÍQUIDA OU MARGEM LÍQUIDA

A rentabilidade líquida também é uma medida da lucratividade obtida pela empresa.


Entretanto, esse índice demonstra o retorno líquido da empresa sobre seu faturamento, diferindo da
rentabilidade operacional por deduzir do lucro operacional o resultado não-operacional e os
impactos do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro.

LUCRO DO EXERCÍCIO
FÓRMULA: X 100
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

RESOLUÇÃO: 6.920 = $0,05 x 100 = 5%


142.320

Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

O Lucro do Exercício representa 5% das Receitas Operacionais Líquidas. Isto significa que
para cada $1,00 de receita apurada a empresa ganha $0,05 centavos de lucro para distribuição aos
proprietários.

7.7 TAXA DE RETORNO E MARGEM X GIRO

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
54
A taxa de Retorno pode decompor-se em dois elementos que contribuirão sensivelmente
para a análise:

O primeiro item a ser analisado será a Taxa de Retorno sobre os investimentos, que poderá
ser obtida por meio da Margem Líquida, ou Rentabilidade líquida pelo Giro do Ativo. As empresas
que ganham na margem, normalmente ganham no preço. As empresas que ganham no giro, visam
quantidade. A rentabilidade de um empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre Preço e
Quantidade, ou seja, entre Margem (lucratividade) e Giro (Produtividade).

Siglas:
 TRI = Taxa de Retorno dos Investimentos
 RL = Rentabilidade Líquida
 GA = Giro do Ativo

FÓRMULA = RENTABILIDADE LÍQUIDA X GIRO DO ATIVO


DO TRI

RESOLUÇÃO: TRI = 4,86% X 0,3640 = 1,7690%

INTERPRETAÇÃO: Quanto MAIOR este índice, MELHOR para a empresa.

No exemplo acima podemos observar que a Taxa de retorno sobre os investimentos


apresentou um índice de 1,7690%, ou seja, a empresa obteve 1,7690% de retorno sobre os seus
investimentos, ou seja o giro lento do ativo, conjugado com a Margem Líquida,possibilitou
lucratividade e produtividade baixa em relação aos investimentos aplicados na empresa.

7.8 PRAZO DE RETORNO DOS INVESTIMENTOS

O segundo item a ser analisado será o Prazo de Retorno dos Investimentos, poderá ser
obtida por meio da divisão da percentagem de 100% pela Taxa de Retorno dos investimentos, ou
seja ela irá determinar em quanto tempo empresa leva para recuperar seus investimentos.

Siglas:
 PRI = Prazo de Retorno dos Investimentos
 TRI = Taxa de Retorno dos Investimentos

FÓRMULA =100
DO PRI TRI

RESOLUÇÃO: 1 0 0 = 56,52 ANOS


1,7690

INTERPRETAÇÃO: Quanto MENOR este índice, MELHOR para a empresa.

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
55

7.9 RESUMO DOS ÍNDICES DE RENTABILIDADE

ÍNDICES DE RENTABILIDADE: Esses índices econômicos Interpretação Análise


indicam a capacidade de retorno dos investimentos aplicados na
empresa.
Ordem ÍNDICE Sigla Fómula
1º RPL Retorno dos Quanto MAIOR
Rentabilidade investimentos feitos MELHOR
Lucro Líquido x 100 pelo Capital Próprio
do PL
Patrimônio Líquido
2º GA Indica quantas vezes a Quanto MAIOR
empresa conseguiu girar MELHOR
Giro do Ativo Vendas Líquidas seu Ativo Total
Ativo Total
3º MB Indica o retorno da Quanto MAIOR
Receita Líquida sobre a MELHOR
eficiência operacional
Rentabilidade da empresa da
Bruta administração dos
Lucro Bruto x 100 CUSTOS
Receita operacional Líquida
4º MO Indica o retorno da Quanto MAIOR
Receita Líquida sobre a MELHOR
eficiência operacional
Rentabilidade da empresa da
administração dos
Operacional CUSTOS e Despesas
Lucro operacional x 100 Operacionais
Receita Operacional Líquida
5º ML Indica o retorno da Quanto MAIOR
Receita Líquida sobre a MELHOR
Rentabilidade eficiência operacional
na obtenção do
Líquida Lucro Líquido x 100 Resultado líquido
Receita Operacional Líquida
6º Rentabilidade RA Lucro Líquido X 100
do Ativo Total do Ativo
7º TRI MARGEM LÍQUIDA Indica a taxa de retorno Quanto MAIOR
Taxa de retorno da empresa sobre os MELHOR
X investimentos aplicados
dos na empresa
GIRO DO ATIVO
Investimentos
8º PRI Indica o prazo de Quanto MENOR
Prazo De 100 retorno dos MELHOR
investimentos na
Retorno Dos TRI empresa.
Investimentos

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
56

8
ANÁLISE DA INSOLVÊNCIA

Um dos maiores desafios do analista é prever falências. Não se trata de um “Nostradamus da


análise” mas, de um profissional capaz de identificar tendências com bases em combinações de
índices extraídos da análise.

Stephen C.Kanitz desenvolveu um método muito interessante de prever falências, por meios
de dados estatísticos extraídos de índices financeiros de algumas empresas que realmente faliram.

Nesse método, Kanitz criou um Fator de Insolvência, uma espécie de termômetro para a
empresa. O objetivo deste termômetro é analisar e avaliar o risco de falência da empresa, dando
uma nota que varia de (-) 7,0 até 7,0.

Se a nota for positiva variando entre 0 até 7,00, pode-se afirmar que há um equilíbrio na
administração da estrutura financeira e econômica da empresa, sendo melhor quanto mais se
aproximar do 7,00.

Se a nota for menor que (-) 3,0, a propensão de falência da empresa é maior. Entre (-) 3,0 e
0, é uma região de penumbra, ou seja, uma situação indefinida.

FATOR DE INSOLVÊNCIA
ÍNDICES FÓRMULAS
Índice de Retorno do Lucro Líquido
X1 Patrimônio Líquido Patrimônio Líquido
Ativo Circulante + Realizável a longo Prazo
X2 Índice de Liquidez Geral
Passivo Circulante + Passivo não Circulante
Ativo Circulante - Estoque
X3 Índice de Liquidez Seca
Passivo Circulante
Ativo Circulante
X4 Índice de Liquidez Corrente
Passivo Circulante
Índice de Participação de PC + PNC
X5 Capitais de Terceiros Patrimônio Líquido

FÓRMULA: Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 - X4 - X5

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
57
8.1 TERMÔMETRO DE INSOLVÊNCIA

SOLVÊNCIA
(reduzidas possibilidades de falência)

0
PENUMBRA
(situação indefinida)
-3
INSOLVÊNCIA
(propensão à falência)
-7

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
58

9
PARECER ECONÔMICO E FINANCEIRO

O parecer econômico e financeiro tem por objetivo fornecer dados e informações


complementares para que os usuários possam melhor compreender a entidade e assim tomar suas
decisões com maior fundamentação.

Os administradores deverão prestar informações sobre as demonstrações contábeis que estão


sendo divulgadas aos acionistas neste relatório, contendo os negócios sociais e os principais fatos
administrativos do exercício.

9.1 MODELO DO PARECER ECONÔMICO E FINANCEIRO

Ao
Conselho de Administração e Acionistas da XPTO S/A

Nesta

Examinamos o balanço patrimonial e a demonstração de resultado levantados em 31 de


dezembro de 2XX3, elaboradas de acordo com a legislação societária, acrescidas de demonstrativos
complementares e anexos que consideramos importantes para mostrar o desempenho da companhia.

OBJETIVO

O presente parecer tem por objetivo apurar a estrutura econômica e financeira da empresa
XPTO S/A, em atendimento a administração e seus acionistas.

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE A ANÁLISE

As informações foram obtidas da empresa através das demonstrações contábeis levantadas


em 31 de dezembro de 2XX3, extraídas do setor contábil. A responsabilidade técnica sobre as
referidas demonstrações será do responsável pelo setor.

NOME FUNÇÃO ATUAL / SETOR


FULANO DE TAL Contador

RAMO DE ATIVIDADE DA EMPRESA

A empresa tem por atividade o comércio varejista de produtos alimentícios em geral.

METODOLOGIA ADOTADA PARA REALIZAÇÃO DO PARECER

As análises das estruturas financeiras e econômicas da empresa foram desenvolvidas nas


seguintes etapas:

Recursos são limitados, mas criatividade não tem limites – Pensamento Coreano.
59
Apuração dos dados de estrutura de capital, liquidez, rentabilidade e prazos médios de
compra, venda e recebimento através das demonstrações. (Vide anexo X)
Identificação quantitativa dos índices, com potencial de endividamento, riscos de exposição
a capital de terceiros, capacidade financeira da empresa em liquidar seus compromissos com
terceiros, rentabilidade de desempenho operacional com reflexo das políticas adotadas pela
administração em obtenção e aplicação de recursos e demais estratégias adotadas na compra, venda
e gerenciamento de estoque. (Vide Anexo X)
Apuração do Fator de insolvência.
Conclusão dos trabalhos.

FUNDAMENTAÇÃO

A análise da ESTRUTURA DE CAPITAL no balanço patrimonial da empresa foi feita com


base nos seguintes índices:

 ÍNDICES DE GARANTIA DE CAPITAIS DE TERCEIROS


 ÍNDICES DE CAPITAIS PRÓPRIOS
 ÍNDICES DE IMBILIZAÇÃO DE CAPITAIS

A análise de LIQUIDEZ no balanço patrimonial da empresa foi feita com base nos seguintes
índices:

 LIQUIDEZ IMEDIATA
 LIQUIDEZ CORRENTE
 LIQUIDEZ SECA
 LIQUIDEZ GERAL

A análise de RENTABILIDADE na demonstração de resultado do exercício da empresa foi


feita com base nos seguintes índices:

 RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


 RENTABILIDADE DOS INVESTIMENTOS
 RENTABILIDADE DO ATIVO
 RENTABILIDADE BRUTA
 RENTABILIDADE OPERACIONAL
 RENTABILIDADE LÍQUIDA

CONCLUSÃO DOS TRABALHOS

Com base nas demonstrações contábeis, realizadas na empresa, fundamentada através de


análises da ESTRUTURA DE CAPITAL, ESTRUTURA DE LIQUIDEZ ESTRUTURA DE E
RENTABILIDADE , citados no Anexo X, concluímos:

1. COM RELAÇÃO À ESTRUTURA DE CAPITAL

A empresa apresenta índice de endividamento geral indefinido comparando-se com as


empresas do mesmo segmento, e com os Índices padrão, a empresa deve, a curto prazo índice de
endividamento, ou seja, de cada $100,00 de dívidas totais, $92 se concentra no passivo circulante.
Verificamos a imobilização do capital próprio, e a empresa está imobilizando 80,13% de seus
recursos, sobram, portanto 19,87% para aplicação nos ativos realizáveis (circulante e longo prazo),
a imobilização de recursos não correntes, mostra um percentual de 73,54%, isso significa que o
capital próprio foi Bom para financiar o investimento efetuado no ativo permanente. Cumpre

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ressaltar que a empresa possui um passivo oneroso, oriundo de financiamentos e empréstimos
bancários. Em principio, tal índice não é considerado RUIM. Entretanto, deve-se considerar os
custos financeiros (juros e encargos) incidentes sobre os contratos a curto e longo prazo.
Concluímos que a empresa possui uma BOA estrutura de capital indefinido para a atividade que
exerce.

2. COM RELAÇÃO À ESTRUTURA DE LIQUIDEZ

A empresa apresenta índices de liquidez REGULARES para sua atividade. A liquidez


imediata ficou abaixo de 1, apresentando um índice de 0,11, para a atividade este índice é
considerado REGULAR pois a empresa gira seus recursos nos negócios. Os recursos a curto prazo
que a empresa possui em relação as suas dívidas são considerados BONS, conforme se vê no índice
de liquidez corrente, a empresa dispõe de $1,23 no curto prazo para cada 1,00 de dívida no curto
prazo. Porém verificamos que a empresa é dependente de seus estoques para saldar suas dívidas,
verificado através do índice de liquidez seca, a empresa sem considerar seus estoques, possui um
índice de 0,80. Concluímos que a XPTO S/A possui índices REGULARES de liquidez, o índice de
liquidez geral apresentou um índice de 1,18, ou seja, para cada $1,00 de dívidas totais a empresa
possui $1,18 de recursos a curto e longo prazo para honrar com suas obrigações.

3. COM RELAÇÃO À ESTRUTURA DE RENTABILIDADE

A empresa apresenta índices de rentabilidade REGULAR para sua atividade. No ano de


2XX3 os acionistas tiveram 28,18% de rentabilidade sobre o capital investido na empresa, (ver
rentabilidade do patrimônio líquido, Anexo X), comparando esse índice com o mercado financeiro
de renda fixa, pode-se concluir que foi pouco vantajoso para os acionistas. Quanto à rentabilidade
dos investimentos, A XPTO S/A apresentou uma rentabilidade de 13,28%, ou seja, o lucro líquido
do exercício representa 13,28% do total investido, se a empresa continuar neste patamar nos
próximos anos, ela conseguirá em aproximadamente 7,5 anos recuperar seus investimentos. O
faturamento gerado no período foi suficiente para cobrir o investimento total, verificado pelo giro
do ativo que apresentou um índice de 1,77. Isso quer dizer que a empresa vendeu $1,77 para cada
$1,00 investido. A margem bruta da empresa revelou um índice 36,17%, após a dedução dos custos
das mercadorias vendidas, isto representa um retorno satisfatório sobre o produto comercializado e
sobra ainda, saldo pagar as despesas operacionais o que revelou uma margem operacional de
10,98% de lucro operacional sobre o faturamento. A margem líquida, ou seja, o retorno sobre o
faturamento apresentou um índice de 7,52% já descontados o IR e a C. Social sobre o lucro.
Concluímos que a empresa apresenta índices REGULARES comparando com os do mercado
financeiro.

4. COM RELAÇÃO AOS PRAZOS MÉDIOS

A XPTO S/A apresentou um ciclo financeiro de 92 dias (Vide Anexo X), ou seja, a empresa
paga a seus fornecedores com 28 dias após a compra e somente 92 dias após esse pagamento recebe
o montante referente às vendas realizadas para os clientes. Para financiar seus clientes por 53 dias, a
empresa está utilizando recursos de terceiros para cobertura de seu capital de giro. Concluímos que
os prazos médios apresentados pela empresa não são satisfatórios, sugerimos aos administradores
verificar sua política de compra, venda e estocagem.

5. FATOR DE INSÔLVENCIA

Diante dos resultados apresentados na análise financeira e econômica da empresa, podemos


concluir, através do fator de insolvência, que a empresa XPTO S/A, apresentou um índice de –0,09,

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esse resultado põe a empresa na faixa de transição, todavia, um pouco distante da insolvência,
ficando numa região indefinida.

Governador Valadares, (dd) de (mês) de (aaaa).

Fulano de Tal
Analista Contábil
CRC/MG nnnnnnnn

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AGRADECIMENTOS.

Agradecemos às professoras Ubaldina de Fátima Gonçalves, Rosalva Pinto Braga e Marli Elias
Pereira, professoras da UNIVALE, pela colaboração e ajuda no desenvolvimento e
enriquecimento do conteúdo desta apostila e especialmente ao Prof. Sandro Gonçalves de Souza,
que tão gentilmente nos cedeu este material, você será meu perpétuo Mestre.

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