Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
REZENDE, JM. À sombra do plátano: crônicas de história da medicina [online]. São Paulo: Editora
Unifesp, 2009. A árvore de Hipócrates. pp. 17-18. ISBN 978-85-61673-63-5. Available from SciELO
Books <http://books.scielo.org>.
All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non
Commercial-ShareAlike 3.0 Unported.
Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição -
Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.
Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons
Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported.
1
A Árvore de Hipócrates
— 17 —
Tal como a árvore que resiste às intempéries e segue vicejante, assim
também a medicina mantém sua trajetória através dos séculos, vencendo
as dificuldades e produzindo frutos. Nem sempre a estrada percorrida foi
retilínea. Falsos caminhos foram trilhados e, a seguir, abandonados, com a
correção de rumo, no firme propósito de desvendar os mistérios da vida e
os enigmas das doenças.
Nesta longa caminhada da medicina no tempo, muitas foram as doutri-
nas e teorias que embasaram a prática médica e muitos foram os episódios
que marcaram a sua história: episódios que refletem a centelha do gênio,
que revelam a resistência a toda ideia inovadora, que mostram a falácia
do raciocínio lógico e as limitações da inteligência humana; episódios que
identificam as descobertas feitas ao acaso, por intuição ou serendipidade;
episódios pitorescos e circunstâncias felizes que concorreram para o pro-
gresso da medicina. E também episódios dramáticos oriundos dos atributos
negativos do ser humano, manifestados por incompreensão, inveja, ambição,
intolerância, arrogância e prepotência.
Em todo o percurso houve erros e acertos, avanços e retrocessos. Este livro
é uma modesta coletânea de crônicas que relatam alguns desses episódios,
seus personagens, e as concepções que nortearam o pensamento médico em
cada época. São crônicas isoladas, sem um ordenamento temático, muitas das
quais já publicadas na imprensa médica ou divulgadas através da internet.
Em nenhum momento assumimos a ingênua postura de criticar, com
base nos conhecimentos atuais, os fatos, teorias e doutrinas que imperaram
no passado. Narramos os acontecimentos de maneira objetiva, sem emitir
elementos de juízo, na certeza de que todos os participantes da jornada
deram o melhor de si na época em que viveram, convictos da correção dos
fundamentos que balizaram suas decisões e condutas.
Uma das qualidades essenciais do médico é a humildade para compreen-
der o passado e reconhecer que muitas verdades do presente poderão ser
renegadas como errôneas no futuro.
Referências Bibliográficas
— 18 —