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OAB XXIV Exame de Ordem – Direito Penal

Profs. Ana Cristina Mendonça, Cristiane Dupret e Paulo Machado

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Profs. Ana Cristina Mendonça, Cristiane Dupret e Paulo Machado

TREINAMENTO AVANÇADO

PARTE II - QUESTÕES

01 - Jonatas, ao comercializar cocaína e maconha em local público, foi preso em flagrante por agentes
policiais. Posteriormente foi denunciado pelo crime de tráfico de drogas, previsto na Lei 11.343/06. A ação
penal transcorreu e Jonatas foi condenado nos termos do pedido formulado na denúncia. Apesar de ele
ser primário, o juiz sentenciante não aplicou a causa de diminuição de pena referente ao denominado trá-
fico privilegiado, sob o argumento de que o réu não tem bons antecedentes e se dedicava a atividades
criminosas, conforme evidenciado por um inquérito em curso nos quais Jonatas figurava como indiciado.
Além disso, o juiz agravou a pena considerando ser Jonatas portador de maus antecedentes, fixando o
regime inicial fechado de cumprimento da pena, por tratar-se de crime hediondo. A defesa foi intimada da
decisão na data de ontem.

Considerando os fatos narrados, responda, na qualidade de advogado(a) de Jonatas, aos itens a seguir.

A. Qual é a peça processual a ser elaborada para atacar a decisão mencionada?


B. Reconhecidos como verdadeiros os fatos narrados, qual a tese de direito material a ser alegada para tornar
menos gravosa a pena de Jonatas?

02 - Com o intuito de assegurar sua proteção pessoal, Fernando adquiriu, de maneira informal, uma arma
de fogo de uso permitido, com numeração raspada, e guardou-a em sua casa. Um mês depois, arrependi-
do da aquisição, Fernando procurou a Polícia Federal, com o objetivo de resolver, juridicamente, sua situ-
ação e evitar as sanções cabíveis previstas na legislação pertinente.

Considerando os fatos narrados, responda aos itens a seguir.

A. Qual é a correta tipificação a conduta praticada por Fernando?


B. A entrega da arma de fogo acarreta qual consequência jurídico penal?

03 - Junior, que é enfermeiro, vinha conduzindo seu veículo automotor ao mesmo tempo em que tentava
encontrar uma estação de rádio e não notou a lentidão do trânsito, atingindo a traseira da moto conduzida
por Juliana, que trafegava regularmente. No mesmo momento do abalroamento parou o seu veículo, cha-
mou a ambulância e prestou os primeiros socorros à vítima que ficou bastante machucada. Com a chega-
da da ambulância ao local, Juliana foi levada para a emergência de um hospital próximo ao local, no entan-
to, faleceu a caminho do hospital. A polícia militar preservou o local do acidente, conduziu e apresentou
Junior à autoridade policial. A autoridade policial, após advertir do direito ao silêncio, verificou que o con-
duzido portava CNH regular e em seguida ouviu Junior, que confessou conduzir o veículo enquanto mexia
no rádio. Foram ainda ouvidas as demais testemunhas que confirmaram a narrativa. Em seguida, o dele-
gado registrou a ocorrência, instaurou inquérito e impôs ao indiciado a prisão em flagrante, remetendo os
autos ao juiz, que ainda não se manifestou.

Considerando os fatos narrados, responda, na qualidade de advogado(a) de Junior, aos itens a seguir.

A. Visando alcançar a liberdade de Junior, qual é a peça privativa de advogado a ser elaborada na hipótese con-
creta?
B. Caso Junior venha a ser denunciado por homicídio doloso, qual é a tese de mérito que poderia ser alegada em
seu favor?

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04 - Caetano, decidido a matar Gil, dirigiu-se até a casa dele portando o seu revólver devidamente munici-
ado com seis projéteis, com a pretensão de utilizar todos eles. Chegando ao local, chamou a pretensa
vítima e, assim que Gil abriu a porta, disparou contra o mesmo um único tiro, atingindo-o no ombro es-
querdo. Ao ver Gil caído, Caetano, de forma espontânea, optou por não fazer novos disparos, guardou seu
revólver e retirou-se do local. Gil foi socorrido por terceiro e sobreviveu, ficando, todavia, sem mobilidade
no braço em virtude do ocorrido. Diante das informações

A. Qual a tese defensiva a ser adotada em prol de Caetano?


B. Tipifique, caso possível, o delito praticado por Caetano.
C. Identifique o órgão competente para o processo e julgamento.

05 – Shirley foi condenada a uma pena de 01 ano e 08 meses de reclusão em virtude do cometimento do
crime previsto no art. 282 do Código Penal, sendo-lhe aplicado o benefício da suspensão condicional da
execução da pena. Durante o período de prova do indicado benefício, Shirley passou a figurar como sus-
peita da prática do crime de lesão corporal grave, com fundamento no art. 129, §1º, I do Código Penal,
sendo indiciada pelo referido crime. Ao saber do ocorrido, o juiz da execução, de ofício, revogou o benefí-
cio da suspensão condicional da pena, alegando que a hipótese configurava causa de revogação obrigató-
ria.

A. Diante das informações, como advogado de Carla, qual a medida a ser adotada para modificar a decisão do
magistrado?
B. Qual(is) a(s) tese(s) defensiva(s) aplicável(is)?

06 -Paulo, maior e capaz, solicita a Ivone uma quantia de R$ 65.000,00 (sessenta e cinco mil reais), utili-
zando-se como pretexto de que poderia influenciar em uma sentença que o juiz iria prolatar contra a mes-
ma em um processo que tramitava perante a 25a. Vara Criminal da Comarca X. No momento da solicitação,
Paulo também afirmou que grande parte do dinheiro se destinaria ao próprio juiz. Tomando como base os
fatos acima narrados, tipifique a conduta praticada por Paulo, fundamentando a sua resposta.

07 - Patrick, maior de 21 anos, motivado por ciúmes, matou com várias facadas, sua esposa Amélia e o
amante desta, Rodrigo, ao encontrá-los trocando beijos, na praça próximo à residência do casal. O juiz
presidente do Tribunal do Júri, ao realizar a dosimetria da pena, reconheceu a ocorrência de concurso
material de crimes e condenou Patrick a uma pena total de 28 anos de reclusão, sendo 15 anos pelo homi-
cídio da sua esposa e 13 anos pela prática do crime contra o amante desta, não reconhecendo a continui-
dade delitiva por força da Súmula 605 do Supremo Tribunal Federal. Inconformado com a sentença conde-
natória, em pleito de apelação, o que poderia ser alegado a favor de Patrick, na busca pela pretensão de
reconhecimento da continuidade delitiva? Fundamente sua resposta.

08 - Lucas, funcionário público, durante ato de fiscalização em determinado estabelecimento comercial,


exige vantagem indevida no intuito de deixar de cobrar tributo devido pelo referido estabelecimento. Dian-
te da situação, pergunta-se:

A. Qual o crime cometido pelo funcionário público?


B. Qual a natureza da ação penal e o procedimento a der adotado no caso da referida figura delitiva?

09 - Gustavo é dono um hotel e recusou hospedar Henrique, de cor branca, sob o pretexto de que o esta-
belecimento não estava com quartos à disposição. Inconformado com a justificativa do dono do hotel,
Henrique conseguiu adentrar despercebidamente e constatou que o local estava praticamente vazio, com

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inúmeros quartos disponíveis. Em razão disso, Henrique interpelou Gustavo, tendo este, ao final, informa-
do que no seu hotel era proibido hospedar pessoas de cor branca.

Em face da situação acima apresentada pergunta-se:

A. Qual crime Gustavo cometeu?


B. Em caso de prisão em flagrante, seria cabível a concessão de fiança?

10 - Cezar, prefeito regularmente eleito, no exercício do mandato na cidade Z, praticou desvio de verbas
oriundas do programa de saúde da família, programa este mantido e diretamente fiscalizado pelo Ministé-
rio da Saúde, que repassa verbas às prefeituras para pagamento de profissionais de saúde contratados
para prestarem atendimento básico nos municípios. Com a apropriação do referido dinheiro, Cezar apro-
veitou para fazer uma viagem de férias ao exterior. Diante do caso concreto analisado, pergunta-se:

A. Qual o crime cometido pelo prefeito Cezar?


B. A quem compete o recebimento da exordial acusatória e que providências deverão ser adotadas pelo referido
juízo antes do seu recebimento?

11 - No dia 10/09/2011, Fernando praticou o crime de apropriação indébita, cuja pena é de reclusão de 01 a
04 anos e multa. Fernando foi devidamente investigado e foi denunciado em 10/09/2012, tendo a inicial
acusatória sido recebida pelo juiz competente em novembro de 2012. O processo teve regular seguimento
e, ao final, o magistrado sentenciou Fernando, condenando-o à pena de 01 ano e 02 meses de reclusão e
ao pagamento de quinze dias-multa. A sentença condenatória foi publicada em 10/11/2017 e o membro do
Ministério Público, satisfeito com a condenação, não interpôs recurso, tendo a sentença transitado em
julgado para a acusação. Fernando, objetivando alcançar sua absolvição, contratou um advogado para
apresentar o recurso processual penal cabível. Em face da situação hipotética apresentada pergunta-se:

A. Qual é o recurso processual penal que será apresenta pelo advogado de Fernando?
B. Qual a tese de mérito que pode ser alegada em favor de Fernando visando a melhoria da sua situação jurídica?

12 - Você, advogado, é procurado por Souza, recém-condenado pelo Tribunal do Júri a uma pena de 18
anos de reclusão pela prática de homicídio qualificado pelo emprego de veneno. Segundo Souza, a vítima
se encontrava em sua casa de praia, em local bem deserto e com pouca movimentação de pessoas, e um
homem com compleição física semelhante a sua adentrou aquela residência colocando veneno, segundo
os autos, na comida que estava no fogão. Na sessão de julgamento, realizada na véspera da consulta que
lhe foi feita, foram ouvidas as duas únicas testemunhas, que presenciaram o ingresso do agente na casa
naquela ocasião, sendo certo que as mesmas não reconheceram o acusado como sendo a pessoa que ali
adentrara. O acusado, da mesma forma, negara a autoria do crime, indicando que naquela data encontra-
va-se sozinho, em sua própria residência, bem longe dali. Contudo, os jurados acabaram convencidos de
que Souza seria o infrator em razão da exibição, por parte do Promotor de Justiça, de uma nota fiscal, a
ele entregue pelos familiares da vítima, no dia do julgamento, relativa à aquisição, pelo acusado, de certa
quantidade de substância altamente tóxica em data pouco anterior à do crime. O acusado que, por ser
primário e de bons antecedentes, responde ao processo em liberdade, indica que não se conforma com a
sentença proferida.

A. Diante das informações, qual a medida a ser adotada em favor de Souza, e em que prazo legal deverá a mes-
ma ser intentada?
B. O que você deverá sustentar em favor do seu cliente?

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13 - Durante operação policial na qual Nair foi investigada e denunciada por crimes previstos no artigo
157, § 2º, do Código Penal, fora apreendido, em virtude de mandado de busca e apreensão, um veículo
registrado em nome da empresa X, cujo representante legal é João Augusto, uma vez que existiam indí-
cios veementes de que o objeto seria produto da atividade criminosa de Nair e de que esta seria a proprie-
tária de fato do bem.

A. Diante do caso concreto, o que poderá fazer o magistrado no intuito de preservar o bem objeto da investiga-
ção?
B. Após tomada e cumprida a decisão por você indicada no item acima, que medida poderá ser adotada por João
Augusto para atacá-la?

14 - Em determinada ação fiscal procedida pela Receita Federal, ficou constatado que Marina não fez cons-
tar quaisquer rendimentos nas declarações apresentadas pela sua empresa nos anos de 2011, 2012 e
2013, omitindo operações em documentos e livros exigidos pela lei fiscal. O Auditor fiscal, visualizando as
irregularidades, realizou o auto de infração, dando início ao processo administrativo de lançamento. Antes
do seu término, todavia, o representante do Ministério Público entendeu por bem oferecer denúncia contra
Marina pela prática do delito descrito no art. 1º, inciso II da Lei n. 8.137/90, combinado com o art. 71 do
Código Penal. A inicial acusatória foi recebida e a ré foi citada para apresentar resposta à acusação.

Diante das informações, em sede de resposta à acusação, o que pode ser alegado em favor de Marina?

15 - Paulo Henrique entra em uma agência bancária e efetua o saque de quinhentos reais da conta corren-
te de terceiro, utilizando um cheque falsificado, no intuito de obter, mediante a fraude, vantagem indevida.
De posse do dinheiro, Paulo Henrique se retira da agência. Quinze minutos depois, o caixa do banco ob-
serva o cheque com mais cuidado e percebe a falsidade. O segurança da agência é acionado, passa a per-
seguir o suspeito e consegue deter Paulo Henrique no ponto de ônibus próximo à agência. O segurança
revista Paulo Henrique e encontra os quinhentos reais em seu bolso. Paulo Henrique é conduzido pelo
segurança à Delegacia de Polícia mais próxima, onde foram cumpridas todas as determinações legais para
a licitude do flagrante. Diante da situação apresentada pergunta-se:

A. É possível tipificar a conduta praticada por Paulo Henrique?


B. A prisão do agente é legal? Fundamente todas as suas respostas.

16 - Nilton foi denunciado pela prática do delito de furto simples, descrito pelo artigo 155, caput, do Códi-
go Penal, e, encerrada a instrução, após oitiva de testemunhas presenciais do fato e confissão do acusa-
do, restou demonstrado que ele agiu em concurso com Roberto, que fugiu na posse dos bens subtraídos
da vítima. Assim, por prova existente nos autos, comprovou-se circunstância qualificadora, descrita pelo §
4°, inciso IV, do precitado dispositivo legal, não descrita na denúncia. Com isso, o juiz sentenciou Nilton
com a nova definição jurídica, condenando-o pela prática de furto qualificado pelo concurso de duas ou
mais pessoas, sem que houvesse manifestação por parte do representante do Parquet e da defesa.

Diante das informações, pergunta-se:

A. A decisão do magistrado foi correta?


B. Como advogado de defesa de Nilton, qual o recurso cabível para impugnar a decisão?
C. Indique o instituto jurídico aplicável ao caso concreto, informando se poderia o Tribunal, ao analisar eventual
recurso intentado pela defesa, aplicar o instituto narrado?

17 - Orlando foi preso em flagrante delito pelo crime previsto no art. 3º da Lei 8.137/90. Depois da apura-
ção, foi verificado, na realidade, que o crime ocorrido foi o de concussão, previsto no art. 316 do Código

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Penal. Ainda assim, o representante do Ministério Público ajuizou, na vara especializada, denúncia em
desfavor de Orlando, denúncia esta que, embora narrando a conduta compatível com o delito de concus-
são, tipificou a conduta como o crime previsto no art. 3º da Lei 8.137/90, pedindo a condenação de Orlando
nas penas deste artigo de lei. Após o recebimento da denúncia e oferecimento da resposta à acusação,
houve a instrução probatória, que corroborou a prática da concussão imputada. Diante da casuística apre-
sentada, seria possível o magistrado modificar a tipificação constante na inicial acusatória? Fundamente a sua
resposta, indicando o instituto a ser aplicado ao caso narrado.

18 - Felipe, de 19 anos, descobriu que sua namorada, Martha, da mesma idade, estava grávida e não dese-
java interromper a gestação. Como não queria ser pai por ser muito novo, colocou sonífero no suco que
ela bebia, enquanto almoçavam. Em seguida, chamou a médica Denise ao apartamento onde estavam e a
convenceu a injetar substância ecbólica (abortiva) no organismo da moça adormecida. Martha acordou
sentindo dores, tendo Denise levado a jovem ao hospital, submetendo-a a uma curetagem. Felipe e Denise
foram denunciados pela prática de aborto provocado sem o consentimento da gestante, nos moldes do
art. 125 do Código Penal. O juiz, verificando a denúncia ofertada pelo representante do Ministério Público,
recebeu a peça acusatória, ordenando a citação dos agentes. Após o oferecimento da defesa, houve audi-
ência de instrução e julgamento, onde foram colhidas as provas do delito. O juiz, todavia, ao apreciar a
prova reunida após as alegações finais, impronunciou os agentes, pois entendeu inexistir, no caso con-
creto, provas suficientes para levar os denunciados ao julgamento perante o Conselho de Sentença. Com
a decisão de impronúncia, o representante do Ministério Público entendeu que não era caso de ingresso
com o recurso cabível.

Diante das informações, você, na qualidade de Advogado já habilitado contratado por Martha, no intuito de res-
guardar os interesses da vítima, indique a peça privativa de advogado cabível no caso concreto, informando, ain-
da, a competência para a apreciação e julgamento do feito.

19 - Cynthia ficou profundamente enciumada ao saber que seu namorado Francisco, havia mantido encon-
tros amorosos com sua melhor amiga, Monica. Objetivando vingar-se da traição sofrida e ofender a honra
pessoal de Francisco, Cynthia passou a fazer, em uma rede social, postagens ofensivas em relação ao
mesmo, afirmando que este ludibriava afetivamente mulheres, bebia demais e não perdia a oportunidade
de falar dos outros. Além disso, postou também na rede social, que Francisco havia comprado em deter-
minada data, por valor ínfimo, um relógio que sabia ser procedente de furto e que utilizava o objeto diari-
amente, mesmo sabendo que o referido não tinha sido adquirido de forma ilícita. Tomando por base ex-
clusivamente a situação hipotética analisada, responda de forma fundamentada.

A. Qual a tipificação criminal cabível às condutas praticadas por Cynthia?


B. Qual a modalidade de ação penal cabível ao caso concreto em relação à Cynthia, bem como a competência
jurisdicional para apreciar o feito?
C. Seria possível a aplicação do instituto da conciliação, previsto nos art. 72 e 74 da Lei 9.099/95?

20 - Renato foi condenado pela prática do delito de roubo majorado pelo emprego de arma de fogo a uma
pena de 06 anos de reclusão, conforme previsão no art. 157, §2º, I do Código Penal. Inexistindo recurso da
acusação, Carla, advogada de Renato, insatisfeita com a condenação, apela perante o Tribunal de Justiça,
requerendo a nulidade da decisão por vício, o que foi acatado pela instância superior, sendo os autos no-
vamente encaminhados ao juiz para nova decisão. Nesta segunda sentença, o magistrado condenou Rena-
to a uma pena de 09 anos, pois verificou que, além a majorante do emprego de arma de fogo, era possível
o reconhecimento da majorante pelo concurso de duas ou mais pessoas.

Diante das informações, na qualidade de advogado contratado por Renato, o que seria possível alegar em benefí-
cio do réu?

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21 - Victor, Deputado Estadual de Gama, foi denunciado perante a 2ª Vara Criminal da Comarca de Beta,
pelo cometimento dos crimes de concussão e corrupção passiva, tipificados nos artigos 316 e 317 do
Código Penal, respectivamente. O Juiz recebeu a denúncia, pois vislumbrou os requisitos constantes no
art. 41 do Código de Processo Penal. O advogado do parlamentar, em sede de resposta à acusação,
suscitou a incompetência absoluta daquele juízo, alegando que seu cliente teria foro por prerrogativa de
função ao Tribunal de Justiça do Estado de Gama previsto na Constituição Federal. Diante das
informações, pergunta-se:

A. Assiste razão ao advogado do parlamentar? (Valor: 0,4)


B. Caso Victor fosse Deputado Federal e tivesse praticado os crimes previstos na peça acusatória, a competência
para apreciação do feito seria modificada? (Valor: 0,4)
C. Se Victor, Deputado Estadual, praticasse o crime previsto no art. 121 do Código Penal, a competência para
apreciação do feito seria modificada? (Valor: 0,45)

22 - Bruno foi denunciado pelo crime de roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo, com fun-
damento no art. 157, §2º, I do Código Penal, pois teria, no dia 10 de abril de 2015, subtraído os pertences
de Marcelo, mediante o emprego de grave ameaça com a referida arma. A denúncia se pautou pelo inquéri-
to policial. O juiz, todavia, ao verificar a denúncia, entendeu que, no caso concreto, não havia prova da
materialidade do crime, já que os objetos estavam com a vítima, a arma não foi encontrada e as testemu-
nhas não souberam informar sobre o delito, rejeitando-a liminarmente, com fundamento no art. 395, III do
Código de Processo Penal. O representante do Parquet, indignado com a situação, interpôs recurso ade-
quado. Após o recebimento do recurso interposto pelo representante do Ministério Público, o juiz abriu
vista à Defensoria Pública, que, sem qualquer ciência por parte do denunciado, apresentou contrarrazões
ao recurso, que foi a seguir remetido imediatamente ao Tribunal competente, também sem que o denunci-
ado fosse informado de tal situação.

Pergunta-se:

A. Qual a providência a ser adotada pelo Desembargador relator? (Valor: 0,6)


B. Diante da situação, caso o Tribunal julgasse o recurso sem qualquer providência prévia, com a reforma da de-
cisão e o consequente recebimento da denúncia, qual a tese defensiva a ser adotada em favor de Bruno? (Valor:
0,65)

23 - Kenedy foi condenado pela prática de lesão corporal de natureza grave a uma pena de 04 anos em
regime inicial semiaberto. Com a sentença publicada, o agente foi intimado da decisão em cartório, renun-
ciando ao seu direito de recorrer. O Defensor Público atuante na vara, também intimado da sentença con-
denatória e, verificando não existir motivação para o juiz determinar o regime inicial de cumprimento de
pena no semiaberto, interpôs apelação, no prazo legal, sob a alegação de que deveria o réu iniciar o cum-
primento de pena no regime aberto, conforme previsão no art. 33, §2º, "c" do Código Penal. O juiz, verifi-
cando o recurso de apelação, denegou-a, sob a alegação de que o réu já tinha manifestado o seu interesse
em não apelar, não podendo o seu defensor ir de encontro à vontade do condenado. Diante das informa-
ções, pergunta-se:

A. Qual o recurso cabível da decisão que denegou a Apelação? (Valor: 0,65)


B. A decisão do Magistrado foi correta? (Valor: 0,6)

24 – Marcos Paulo planejou subtrair os eletrônicos de uma residência. Para tanto, escolheu o período da
manhã, pois sabia que nesse horário, ninguém estaria no imóvel. Ao entrar na casa, no dia 17 de maio de
2015, Marcos Paulo começou a subtrair os aparelhos existentes, saindo da sala com a televisão, o apare-

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lho de DVD, bem como com 03 celulares que encontrou em um dos ambientes, além do home theater.
Após a subtração da res furtiva, quando estava saindo pelo terraço da residência, encontrou Lyvia, mora-
dora, adentrando em casa. Com isso, para garantir a subtração dos objetos, Marcos Paulo empregou vio-
lência contra Lyvia, derrubando-a no chão, ocasião em que conseguiu sair da residência com todos os
objetos. Após o delito, desesperada, Lyvia foi à Delegacia e informou a prática do crime. Após as investi-
gações, com o inquérito devidamente instruído, o delegado remeteu-o ao Ministério Público que recebeu o
pleito, mas requereu novas diligências pois não vislumbrou a justa causa para o exercício da ação penal.
Lyvia, resolveu ir conversar com o Promotor de Justiça do caso, no intuito de agilizar esse procedimento
para que fosse feita a necessária justiça, não sendo, todavia, atendida pelo representante do Parquet. In-
conformada e de posse de cópia de todo o inquérito policial, no qual foi indiciado o autor da prática deliti-
va, Lyvia contrata seus serviços advocatícios para que sejam adotadas as providências judiciais cabíveis
em desfavor do indiciado. Você, como advogado do caso, pode intentar a peça cabível?

25 - Gomes foi preso em flagrante pela prática de roubo, do qual fora, posteriormente, processado e con-
denado. Por ocasião da prisão em flagrante, Gomes, que estava sem qualquer documento de identificação,
indicara como dados de qualificação os dados de seu primo Ricardo, o que foi depois descoberto. Denun-
ciado pela prática do crime de falsidade ideológica previsto no Código Penal, em seu art. 299, a inicial
acusatória foi, por tal crime, recebida em 03/03/2012. O juiz de direito, por meio de sentença publicada em
19/3/2016, condenou o réu à pena de um ano, dez meses e vinte dias de reclusão, em regime aberto, mais
pagamento de quinze dias-multa. Não houve recurso do Ministério Público.

A. Poderia Gomes sustentar, em sua tese defensiva, que seria inerente ao exercício da ampla defesa, a entrega
de dados de qualificação incorretos, já que possui direito a não autoincriminação?
B. Interposta apelação pela defesa, o que deverá ser pleiteado no intuito de beneficiar o agente delituoso?

26 - Em 14 de junho de 2015, o Ministério Público denunciou Edson, então com 25 anos, por ter, em 12 de
janeiro de 2009, praticado o delito de perigo de contágio venéreo, previsto no artigo 130, §1º, do Código
Penal. A denúncia foi recebida em 21 de junho de 2009. Em sede de resposta à acusação, requereu o ad-
vogado de Edson a extinção de punibilidade. Em 22 de setembro de 2015, o Magistrado entendeu inexistir
tal alegação, dando prosseguimento ao feito. Diante das informações, pergunta-se:

A. Assiste razão ao magistrado?


B. Qual o recurso cabível para impugnar a decisão do magistrado que não acatou o pedido de extinção de punibi-
lidade por parte do advogado?

27 - Felipe, empresário do ramo de importação, foi denunciado pelo crime de lavagem de capitais, pois
teria ocultado valores provenientes de furtos realizados em detrimento do patrimônio da Caixa Econômica
Federal. Recebida a denúncia pelo Juízo competente, foi determinada sua citação, ocasião em que o oficial
de justiça não logrou êxito ao encontrá-lo, motivo pelo qual o juiz, após o esgotamento de todas as possi-
bilidades de encontrar o agente, determinou a citação editalícia de Felipe.

Diante das informações, pergunta-se:

A. Qual a competência para o julgamento e apreciação do feito?


B. Ao determinar a citação editalícia, agiu o Magistrado corretamente? Em não comparecendo o acusado e não
mandando advogado, qual a providência a ser adotada pelo juiz?

28 - Em audiência preliminar na ação movida contra Sônia Helena perante o Juizado Especial Criminal da
Comarca de Beta, Estado Alfa, por infração ao art. 146 do Código Penal, a agente aceitou a proposta de
transação penal formulada pelo representante do Ministério Público do Estado, firmando acordo de pres-

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tação de serviços à comunidade durante 06 (seis) horas semanais pelo prazo de 04 (quatro) meses. Aceita
a proposta, esta foi homologada pelo juiz, transitando em julgado a decisão. Ocorre que Sônia Helena,
após um mês prestando os serviços à comunidade, decide por bem não mais realizar tal prestação. Lúcia,
vítima do delito contra a liberdade individual que acarretou na transação penal, ao saber do descumpri-
mento de tal medida, procurou o representante do Ministério Público para informar do ocorrido. Diante do
caso narrado, qual procedimento a ser realizado pelo órgão ministerial já que houve o descumprimento do
acordo?

29 - Rosiney, casado com Samantha, ao chegarem no cartório para realização do divórcio extrajudicial, já
que não possuíam filhos nem bens em comum, ameaça e agride fisicamente sua esposa, informando que
se esta de fato separar-se dele, a sua vida será um inferno, e que o mesmo não deixará que ela constitua
nova família, e que criará todas as oportunidades para que ela fique desempregada. Samantha, humilhada
e com medo de novas represálias, desiste do divórcio, mas, ao final da tarde, após ter sido convencida por
uma amiga, decide ir à Delegacia Especializada da Mulher, informando o fato à autoridade, submetendo-se
ao exame de corpo de delito e representando contra Rosiney pelos crimes praticados. O delegado de po-
lícia, de posse do depoimento da vítima, remete o registro de ocorrência ao juízo competente, que, após
manifestação do representante do Ministério Público, determina tutelas de urgência. Quatro meses depois,
o Ministério Público oferece denúncia em desfavor de Rosiney. O Juiz de Direito, analisando o caso, rece-
be a peça inicial, citando o acusado para o oferecimento da resposta à acusação. O oficial de justiça, ao
chegar à casa de Rosiney, encontra Samantha, momento em que ela informa sobre a retomada do casa-
mento e da vida em comum, e que não teria mais interesse em dar prosseguimento à ação penal. Diante
das informações, analisando o caso concreto, pode Samantha desistir da ação penal?

30 - Considere as duas situações hipotéticas seguintes:

1 - Ruy, sem animus necandi, mas também sem se importar com o que sua conduta ocasionaria, entrou
em um bar atirando a esmo, de modo que atingiu uma pessoa, que veio a óbito.
2 – Moisés, atirador de facas de um circo há 20 anos, nunca tendo errado uma só mira, durante um espe-
táculo, por uma fatalidade, atinge uma das facas no peito de Vânia, sua assistente de palco, vindo a mes-
ma a falecer.

Com base nas situações apresentadas, tipifique a conduta de Ruy e Moisés, indicando ainda o órgão competente
para processo e julgamento de ambos.

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