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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA

HIDRÁULICA PARA ACADÊMICOS DAS CIÊNCIAS


AGRÁRIAS

Prof. Paulo Sérgio Lourenço de Freitas


Prof. Roberto Rezende.
INDÍCE
HIDRÁULICA............................................................................................................. 1

1. HIDROSTÁTICA.................................................................................................... 3

1.1 Conceitos básicos. .............................................................................................................3

1.3 Relações importantes........................................................................................................6

1.4 Manometria. ......................................................................................................................8


1.4.1 Formas de pressão................................................................................................8

1.5 Classificação dos manômetros.........................................................................................9


1.5.1 Manômetro de coluna líquida ..............................................................................9
1.5.2 Manômetro metálico ou manômetro de Bourdon. ...............................................9

1.6 Manômetro aberto ou piezômetro...................................................................................9

1.7 Manômetro em “U” ........................................................................................................10


1.8.1 Manômetro diferencial.......................................................................................11

1.9 Manômetro de Bourdon ( metálico)..............................................................................12

2.0 .HIDRODINÂMICA. .......................................................................................... 12

2.1 Classificação dos movimentos........................................................................................12

2.2 Linhas e tubos correntes ................................................................................................13

2.3 Equação da continuidade ...............................................................................................14

2.4. Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos. .............................................................15

2.5. Aplicação do teorema de Bernoulli aos fluídos reais..................................................19

Análise dimensional................................................................................................. 20

4.0 Perda de carga .................................................................................................... 24

4.1 A História da Equação de Darcy-Weisbach.................................................................24

4.2 Viscosidade ......................................................................................................... 28

4.3 Coeficiente de atrito f .......................................................................................... 30

4.4 Fórmula de Hazen-Willians ............................................................................... 38

5.0 Perda de carga localizada .................................................................................. 41

5.1 Métodos comprimentos virtuais ....................................................................................44


5.2 Diâmetro equivalente ........................................................................................... 1

Perda de carga em tubulações com saídas laterais espaçadas eqüidistantes ........... 2

3.1. Introdução .......................................................................................................... 12

3.1.1 Classificação das Máquinas de Fluido .......................................................................13

3.4.7 Semelhanças entre bombas .........................................................................................32

SOLUÇÃO ................................................................................................................. 52

3. MEDIÇÃO DE VAZÃO. ....................................................................................... 63

3.1 Medição direta ................................................................................................................63

3.2 Método do flutuador.......................................................................................................63


3.2.1 Determinação da velocidade média. ..................................................................64

3.2.2 Determinação da seção média do curso d'água. .......................................................65

3.3 Método do Vertedor. ......................................................................................................66


3.3.1 Equação geral da vazão para vertedores de paredes delgadas. ..........................68
3.3.2. Vertedor retangular de parede delgada .............................................................71
3.3.2.1 Equação de Francis. ........................................................................................72
3.3.3 Vertedor triangular.............................................................................................73
3.3.4 Vertedor trapezoidal de parede delgada.............................................................75
3.3.5 Vertedor retangular de parede espessa ..............................................................76
3.3.6 Instalação e operação de vertedores...................................................................78

4. ORIFÍCIOS. .......................................................................................................... 79

4.1 Classificação. ...................................................................................................................79


4.1.3 Quanto a natureza das paredes...........................................................................80
4.1.4 Quanto ao escoamento. ......................................................................................80
4.1.5 Quanto à contração da veia. ...............................................................................81

4.2 Equação para cálculo da vazão......................................................................................82


4.2.1 Orifícios afogados de pequenas dimensões em paredes delgadas. ....................82

4.3 Orifícios com escoamento livre de pequenas dimensões e paredes delgadas............84

4.4 Orifícios livres de grandes dimensões em paredes delgadas. .....................................84


4.4.1 para uma seção retangular..................................................................................85
4.5 Escoamento com nível variável ....................................................................................86

5.0 ESCOAMENTO EM CONDUTOS LIVRES..................................................... 88

5.1 Forma geométrica de canais. .........................................................................................88

5.2 Velocidade d'água nos canais. .......................................................................................92

5.3 Dimensionamento de canais...........................................................................................94

5.4 Locação de um canal. .....................................................................................................97


5.4.1 Locação direta....................................................................................................97
5.4.2 Locação indireta.................................................................................................98
5.4.3 construção de um canal......................................................................................99

6.0 LISTA DE EXERCÍCIO .................................................................................... 99

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................... 107
1

HIDRÁULICA
O significado etimológico da palavra hidráulica é “ condução de água” ( do grego
hydor, água e aulos, tubo, condução).
Entretanto, atualmente a hidráulica tem significado muito mais amplo: é estudo do
comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em movimento.
Obras hidráulicas de certa importância remontam à Antigüidade. Na Mesopotâmia,
existiam canais de irrigação construídos na planície situada entre os rios Tigre e Eufrates e,
em Nipur (Babilônia), existiam coletores de esgotos desde 3750 a.C.
O primeiro sistema público de abastecimento de água de que se tem notícia, o
aqueduto de Jerwan, foi construído na Assíria (691 a.C.).
Alguns princípios da Hidrostática foram enunciados por Arquimedes, no seu tratado
sobre corpos flutuantes (250 a.C.).
A bomba de pistão foi concebida pelo físico grego Ctesibius e inventada por seu
discípulo Hero (200 a.C.).
Grandes aquedutos romanos foram construídos em várias partes do mundo, a partir
de 312 a.C. No ano 70 a.C. Sextus Julius Frontinus foi nomeado Superintendente de Águas de
Roma.
No século XVI, a atenção dos filósofos voltou-se para os problemas encontrados nos
projetos de chafarizes e fontes monumentais, tão em moda na Itália. Assim foi que Leonardo
da Vinci apercebeu-se da importância de observações nesse ramo da ciência. Um novo tratado
publicado em 1856 por Stevin, e as contribuições de Galileu, Torricelli e Daniel Bernoulli
constituíram a base para o novo ramo científico.
Devem-se a Euler as primeiras equações gerais para o movimento dos fluidos. No
seu tempo, os conhecimentos que hoje constituem a Mecânica dos fluidos apresentavam-se
separados em dois campos distintos: a Hidrodinâmica Teórica, que estudava os fluidos
perfeitos, e a Hidráulica Empírica, em que cada problema era investigado isoladamente.
A hidráulica sempre constituiu fértil campo para investigações e análises
matemáticas, tendo dado lugar a estudos teóricos que freqüentemente se afastavam dos
resultados experimentais. Várias expressões assim deduzidas tiveram de ser corrigidas por
coeficientes práticos, o que contribuiu para que a Hidráulica fosse cognominada a “ ciência
dos coeficientes”.
2

Apenas no século XX, com desenvolvimento da produção de tubos de ferro fundido,


com crescimento das cidades e importância do sistema de abastecimento de água e, ainda, em
conseqüência do emprego de novas máquinas hidráulicas, é que Hidráulica teve um progresso
rápido e acentuado.
A mecânica dos fluidos divide-se em duas partes: a hidrostática, que estuda o
equilíbrio dos fluidos, e a hidrodinâmica, que estuda seu movimento. A primeira nasceu com
Arquimedes - de cuja obra Daniel Bernoulli é considerado um continuador -, mas recebeu um
estudo sistemático somente no final do século XVII, com Stevin e Pascal. Já os fundamentos
da dinâmica dos líquidos surgem apenas no século XVIII, principalmente graças a Euler. A
dinâmica dos gases apresenta impulso maior na atualidade, por sua aplicação ao vôo de
aparelhos mais pesados que o ar.
Daniel Bernouili inspirou-se em Demócrito e Arquimedes para desenvolver as idéias
centrais de sua mecânica dos fluidos. Do primeiro ele tirou a concepção de que a matéria é
composta de átomos que se movem rapidamente em todas as direções. Mas foi a partir dos
conceitos de hidrostática e mecânica desenvolvidos por Arquimedes, que o matemático suíço
estruturou sua hidrodinâmica.
O grande sábio de Siracusa foi o primeiro a assinalar, ainda no século II a.C., que os
fluidos não guardam espaços vazios entre si, apresentando-se, portanto, macroscopicamente
contínuos e uniformes.
O norueguês Stevin, contemporâneo de Galileu, estudou a distribuição das pressões
nos líquidos em equilíbrio, complementando e sistematizando o estudo do princípio de
Arquimedes. Não se sabe se Blaise Pascal (1623-1662) tinha conhecimento do trabalho de
Stevin, mas ele completou e confirmou seus resultados, assinalando como a transmissão das
pressões a todos os pontos de um líquido em equilíbrio podia ser aproveitada na prensa
hidráulica.
Foi Torricelli quem se preocupou primeiro com o problemas suscitados pelo
movimento dos fluidos. Talvez o conjunto de estudos que realizou sobre o escoamento de um
líquido por um orifício seja uma de suas mais importantes obras, apesar de relativamente
pouco conhecida. A chave da interpretação das peculiaridades do movimento dos fluidos
ideais, porém, foi dada no Tratado de Hidrodinâmica, que Daniel Bernoulii publicou em
Estrasburgo, em 1738.
O tratado principia com uma breve história da Hidráulica, seguida de pequena
apresentação da Hidrostática. Mas, nos treze capítulos, é aos fluidos elásticos - os gases - que
3

Bernoulli dedica a parte mais importante da obra, esboçando uma teoria cinética dos gases.
Para ele, esses fluidos são compostos "de minúsculas partículas que se deslocam de cá para lá,
numa movimentação rápida". A idéia básica de sua teoria cinética é a de que a pressão de um
fluido sobre a parede do recipiente que o contém é devida aos inúmeros choques (contra a
parede) das pequenas partículas (moléculas) que compõem o fluido. A parede fica sujeita a
uma multiplicidade de forças que, em média, correspondem a uma força constante distribuída
por toda a superfície em contato com o fluido.

1. HIDROSTÁTICA
A hidrostática é ramo da hidráulica que estuda as forças que atuam nos líquidos.
Estudo das pressões em que os líquidos estão submetidos é de grande importância para
atividades agrícolas, pois os sistemas de irrigação são projetados para funcionarem a uma
determinada pressão. Os pulverizadores para fazerem aplicações eficientes devem operar em
pressão adequada. Para isto necessário medir a pressão, e esta é medida por meio de
manômetros.

1.1 Conceitos básicos.

a) Massa específica.

m
ρ=
V
onde:
ρ - massa específica, em Kg/m3 ou g/cm3

m- massa da substância, em Kg ou g
V- volume, em m3 ou cm3
b) Peso específico
p
γ=
V
onde:
γ - peso específico, em Kgf/m3 ou N/m3;
4

P- peso da substância, em Kgf ou N.


c) Densidade.

γ ρ
d= Substância
ou d =
Substância

γ H 2O
ρ H 2O

1.2 Lei de Stevin

Figura 1. Prisma

Imaginando-se no interior de um líquido em repouso, um prisma ideal e


considerando-se todas as forças que atuam nesse prisma, segundo a vertical deve ter:
Sendo F1 a força exercida pelo peso da água sobre a face superior do prisma,
promovendo uma pressão sobre esta face P1. Na face inferior atua um força de empuxo que
devida ao deslocamento da água pelo volume do prisma que pode ser calculada pela expressão
E =γ V
em que
5

E- empuxo em kgf
γ- peso especifico do líquido
V- volume do prisma
Considerando que o sistema esteja em equílibrio, a força resultante sobre o sistema é
zero em todas direções x, y e z. Mas o que interessa no presente estudo é somatório das forças
na direção da vertical.

Z
X

∑Fy = 0

A forças que atuam sobre o prisma imaginário são devido a pressão que atua nas
faces inferior e superior do prisma, sendo que a força que atua na face superior é devido a
coluna de água sobre esta e força na face inferior é resultado do empuxo. E outra força que
atua no sistema é força peso do prisma imaginário.
F1 + P − F 2 = 0 (1)
F1 = P1 A; F 2 = P2 A; P = γAh

substituindo as forças na equação 1, obtém-se:


P1 A + γAh − P2 A = 0 ⇒ P1 − P2 = −γh

P 2 − P1 = γ h

“A diferença de pressões entre dois pontos da massa de um líquido em equilíbrio é


igual a diferença de profundidade multiplicada pelo peso específico do líquido”.
6

1.3 Relações importantes

Torricelli fez uma experiência com uma cuba de mercúrio ao nível do mar. O
mercúrio elevou-se em um tubo vedado a uma altura de 760 mm, esta coluna foi equilibrada
pela pressão atmosférica . A esta valor de coluna de mercúrio foi atribuído o valor da pressão
atmosférica ao nível do mar( 1 atm. = 760 mmHg). a partir desta experiência mostraremos as
unidades de maior utilização na hidráulica e na irrigação.

Figura 2. Experiência de Torricelli.

Consideraremos que o tubo utilizado por Torriceli apresentava uma área da base de
1 cm2, considerando altura que mercúrio atingiu foi de 760 mm e que este produz uma pressão
na base e, esta pode ser calculada de duas maneiras:
Considerando que o mercúrio produz uma pressão na base do tubo, esta será
calculada com sendo pressão produzida pelo peso do mercúrio no tubo sobre a base.
F
A pressão é dada por P =
A
7

Considerando que as propriedades dos líquidos, e a partir do peso específico de um


determinado líquido e conhecido o volume, é possível calcular o peso do líquido.
p
γ= ⇒ P = γ V . O peso específico do mercúrio é de 13.600 kg m-3, então o volume do
V
mercúrio no tubo utilizado por Torricelli foi:
Altura = 760 mm=0,76 m
Área= 1 cm-21x 10-4 m-2
V = A h = 1 x10 −4 m 2 x 0,76 m = 7,6 x10 −5 m 3
O peso do líquido pode ser calculado.
P = γ V = 13600 kgfm −3 X 7,6 x10 −5 m 3 = 1,0336kgf
Substituindo na expressão da pressão obtém-se:
F 1,0336kgf kgf
P= = 2
= 1,0336 2 , isto implica que a pressão atmosférica ao nível do
A 1 cm cm
mar produz uma pressão equivalente a uma coluna de mercúrio de 760mm e uma pressão de
1,0366 kgf cm-2. Uma maneira de calcular a pressão é utilizando o princípio de Stevin, a
pressão pode ser calculada pela expressão:
P = γ h = 13600 kgf m −3 0,76m = 1,0336kgf m −2
Outra unidade de pressão muito utilizada na hidráulica e na irrigação é expressa em
metros de coluna de água (mca). Substituindo o mercúro pela água, a coluna de líquido
necessária para produzir a mesma pressão do mercúrio é muito maior, em razão do peso
especifico da água ser muito menor do que a do mercúrio. Existe duas maneiras calcular altura
da coluna de água equivalente a pressão atmosférica.
A coluna de mercúrio é sustentada por uma pressão de 1,0336 kgf cm-2
p
γ = ⇒ P = γV
V
Como a unidade de peso específico é kgf m-3, transformaremos a unidade de pressão
para kgf cm-2 para kgf m-2 isto resulta em:
kgf kgf kgf kgf
1,0336 = 1,0336 = 1,0336x10 4 = 10336
cm 2 10 − 4 m 2 m2 m2

F P kgf P kgf
Pr essão = = ⇒ 10336 2 = − 4 2 ⇒ P = 10336 2 x10 − 4 m 2 ⇒ P = 1,0336kgf
A A m 10 m m
8

p kgf
γ = ⇒ P = γV ⇒ P = γAh ⇒ 1,0336kgf = 1000 3 x10 − 4 m 2 xh
V m
1,0336
onde h é igual h = mca = 10,336mca
1000 x10 − 4
Outra maneira de chegarmos ao mesmo valor é igualando a pressão produzida pela
coluna de mercúrio e pressão produzida pela coluna de água
Pr essão HG = Pr essão H 2O

kgf kgf 10336m


γ HG hHG = γ H O hH O ⇒ 136000 3
x 0,76m = 1000 3 xh ⇒ = h ⇒ h = 10,336mca
2 2
m m 1000

Para atmosfera normal ou física:


1 atm = 10,33 m.c.a= 1,033 Kgf/cm2 = 760 mmHg.

Para atmosfera técnica:


1 atm = 10 m.c.a= 1,0 Kgf/cm2 = 760 mmHg.

1.4 Manometria.

Manometria é estudo dos manômetros. Manômetros são dispositivos utilizados na


medição de pressão efetiva em função das alturas das colunas líquidas.

1.4.1 Formas de pressão.

Absoluta e efetiva ( ou manométrica ou piezométrica)

Pabs = p + Patm
P abs -pressão absoluta;
P -pressão efetiva; é medida em uma escala cuja origem coincide com a pressão
atmosférica local; pode ser positiva, negativa ou nula; pode variar do valor negativo igual a
pressão atmosférica local até valor positivo qualquer. Quando a pressão efetiva é menor do
que zero, e chamada de pressão efetiva negativa ou vácuo, ou sucção ou depressão.

Pabs e Patm - são medidas em uma escala cuja origem coincide com vácuo completo;
assim sendo podem ser positivas.
9

Figura 3. Representação da pressão absoluta e manométrica.

A A
Pabs = 15+9= 24 m.c.a e P = 15 m.c.a

B B
Pabs = 9 - 5= 4 m.c.a e P = - 5 m.c.a

C C
Pabs =0 m.c.a e P = -9 m.c.a

1.5 Classificação dos manômetros

1.5.1 Manômetro de coluna líquida

- piezômetro simples ou manômetro aberto


- Tubo em U
- Manômetro diferencial

1.5.2 Manômetro metálico ou manômetro de Bourdon.

1.6 Manômetro aberto ou piezômetro.

Consiste de um tubo transparente ligado ao interior da tubulação ou do recipiente que


contém líquido. A altura da coluna do líquido acima do ponto A é valor da pressão em que
submetido o referido ponto.
10

Figura 4- Esquema de piezômetros


Esse manômetro é utilizado para medir pequenas pressões.
Qualquer que seja o local da inserção do tubo piezométrico, a leitura h acima do
ponto A é sempre a mesma.

P=γ h
P- pressão, em Kgf/m2 ;
γ - peso específico do líquido, em Kgf/m3 ;

h- altura da coluna do líquido, em m.

1.7 Manômetro em “U”

utilizado para medir pressões de pequenos e grandes valores. Para isso utiliza-se
líquido indicador ou líquido manométrico com densidade menor que a do líquido do
recipiente se a pressão é muito pequena, e densidade maior, se a pressão e elevada. O líquido
manométrico tem a finalidade de aumentar ou reduzir o comprimento da coluna líquida. Um
líquido para ser usado com líquido manométrico deve apresentar as seguintes características:
apresentar densidade definida; formar menisco com líquido de contato; ser imiscível com
líquido de contato e apresentar coloração diferente do líquido de contato. Os líquidos
manométricos mais utilizados são: mercúrio, tetra cloreto de carbono, benzina e gasolina.
11

Figura 5 Esquema de manômetro em “U”

Pressão no ponto A.

p A − γ 1.h − γ 2 .h = 0

p A = γ 2 .h − γ 1 .h

p A = ( γ 2 − γ 1 ). h

1.8.1 Manômetro diferencial


12

Figura. 6. Esquema do manômetro diferencial

1.9 Manômetro de Bourdon ( metálico)

Consiste de um tubo metálico de seção transversal ( seção reta) elíptica que tende a
deformar quando a pressão P aumenta. Com isso a seção circular tende a ser reta que por sua
vez acarreta um aumento no raio de curvatura do tubo metálico e movimenta ponteiro sobre
uma escala graduada diretamente para medir a pressão correspondente à deformação.
O manômetro metálico pode sofrer deformações permanentes, em conseqüência
disso apresenta baixa precisão.

Figura 7 Esquema de funcionamento de um manômetro de Bourdon.

2.0 .HIDRODINÂMICA.
A hidrodinâmica tem por objeto o estudo do movimento dos fluidos.

2.1 Classificação dos movimentos.

{ Permanente

{ {
Movimento Variado
Uniforme
acelerado
Não -uniforme
retartado
13

Movimento permanente é aquele cujas características ( força, velocidade, pressão)


são função exclusiva de ponto e independem do tempo. Com o movimento permanente, a
vazão é constante.
As características do movimento variado, além de mudarem de ponto para ponto,
variam de instante em instante, isto é, são em função do tempo.
O movimento no curso d'água com seção é constante o movimento é permanente e
uniforme. Quando a seção do curso d'água é variável o movimento é permanente acelerado ou
retardado. Em curso d'água que ocorre uma cheia o movimento é variado podendo ser
acelerado ou retardado.

2.2 Linhas e tubos correntes

Em um líquido em movimento, consideram-se linhas de corrente as linhas orientadas


segundo a velocidade do líquido e que gozam da propriedade de não serem atravessadas por
partículas do fluido.
Em cada ponto de uma corrente, passa, em cada instante t, uma partícula de fluido,
animada de uma velocidade V. As linhas de corrente são as curvas que, no instante t
considerado, matem-se tangentes aos pontos, às velocidades V. Pelo próprio conceito, essas
curvas não podem cortar-se.
Admitindo-se que o campo de velocidade V seja contínuo, pode-se considerar um
tubo de corrente como figura imaginária, limitada por linhas de corrente.
Os tubos de corrente, sendo formados por linhas de corrente, gozam da propriedade
de não poderem ser atravessados por partículas de fluido.
Um tubo de corrente as dimensões transversais sejam infinitesimais, constitui que se
chama filete de corrente.

fonte: Azevedo Netto


14

Figura 8. Linhas e tubos de corrente.

2.3 Equação da continuidade

Considerando-se o trecho de um tubo de corrente, indicado na figura com seções


dA 1 e dA 2 e velocidades respectivas V 1 e V 2 , a quantidade de líquido de peso

específico γ que atravessa a seção, na unidade de tempo, será:


dw 1 = γ 1 V 1 dA 1

Uma corrente de dimensões finitas seria integrada por um grande número de tubos de
corrente, de modo que

w1 = γ1 ∫ V1 dA1 = γ1 V1 A1

onde V 1 é velocidade média na seção.


Para a outra seção, teríamos

w1 = γ2 V2 A2

Tratando-se de movimento permanente, a quantidade de líquido que atravessa a

seção A1 é igual a quantidade que passa na seção A2 ,


γ1 V 1 A 1 = γ2 V2 A2


1 = γ2 ,
)
se o líquido for considerado incompreensível
V1 A1 = V 2 A 2

de um modo geral,
Q = V 1 A 1 = V 2 A 2 = AV

Em que,
Q - vazão, em m3 s-1;
V - velocidade média na seção, em m s-1;
A- área da seção de escoamento, em m2.
15

2.4. Teorema de Bernoulli para fluidos perfeitos.

Para dedução do teorema considerou-se as seguintes hipóteses:


- o fluido é perfeito, isto é, não apresenta viscosidade e atrito externo;
-a energia se conserva;
-o escoamento é permanente.
Um tubo de corrente, no qual escoa um líquido de peso específico γ . Nas seções
A1 e A 2 p e p
indicadas, de área atuam as pressões 1 2 , sendo as velocidades,
respectivamente, V1 eV 2 .

As partículas, inicialmente em A1 , num pequeno intervalo de tempo, passam a A1 ',

enquanto que as A2 movem-se para A2 ' tudo ocorre se, neste intervalo de tempo, o líquido

passasse de A1 A1 ' para A2 A2 '.


Serão estudadas apenas as forças que produzem trabalho, deixando-se de considerar
aquelas que atuam normalmente à superfície lateral do tubo.
De acordo com o teorema das forças vivas “ variação da força viva em um sistema
iguala o trabalho total de todas as forças que agem sobre os sistema”
Assim considerando a variação da energia cinética:
1 1 1
m 2 V 22 − m 1V 22 = mV
2 2 2

Sendo o líquido incompressível,


γ A1 ds1 = γ A2 ds2 = γ Vol

e a soma dos trabalhos das forças externas( empuxo e gravidade) será:


p A1 ds1 − p A2 ds2 + γ Vol ( Z1 − Z 2 )
1 2
fazendo:
p Mg γ Vol
γ =
V onde o peso: P = Mg ⇒ γ = V ⇒ M = g

1γ 1γ
Vol V22 − Vol V12 = (P1 − P2 )Vol + γ (Z 1 − Z 2 )Vol
2g 2g
simplificando a expressão, temos:
V12 V12 ( p1 − p2 )
− = + (Z 1 − Z 2 )
2g 2g γ
16

p1 V2 p 2 V2
2
+ 1 + Z1 = + + Z 2 = constante
γ 2g γ 2g

Figura 9. Esquema para dedução do teorema de Bernoulli.


Exercício 1.
De uma pequena barragem(Figura 10), parte uma canalização de 250 mm de
diâmetro, com poucos metros de extensão, havendo depois uma redução para 125 mm, a água
passa para atmosfera sob forma de jato. A vazão foi medida, encontrando-se 105 l/s.
Calcular a pressão na seção inicial da tubulação de 250 mm(10”); altura da água H na
barragem.

Figura 10. Esquema do exercício 1.

Resolução:
Denominando de 0 um ponto na superfície da água no reservatório, denominando 1 o
ponto na saída do reservatório, e aplicando a equação de Bernoulli. A pressão atuando na
superfície da água é a pressão atmosférica, como atua em todos sentidos, a resultante da
pressão atmosférica é nula, então a pressão no ponto 1 é zero. O ponto 0 localizado na
17

superfície, como o movimento é permanente(as características que definem o movimento não


mudam com o tempo), não existe movimento da superfície do líquido, e como houvesse uma
vazão de entrada na caixa igual a vazão estabelecida na tubulação. Considerando o plano de
referência no eixo da tubulação.

p0 V 02 p V2
+ + Z 0 = 1 + 1 + Z1
γ 2g γ 2g

p1 V 12
0+0+ H = + +0
γ 2g

p1 V 12
H = +
γ 2g

Na equação acima temos duas incógnitas, para solucionarmos, vamos relacionar o


teorema de Bernoulli nos pontos 0 e 2
p0 V 02 p V2
+ + Z0 = 2 + 2 + Z2
γ 2g γ 2g

V 22
0+0+ H =0+ +0
2g

V 22
0+0+ H =0+ +0
2g

V 22
H =
2g

A velocidade do escoamento da água na tubulação pode ser calculada pela seguinte


equação:
Q = AV
Como a vazão é 105 L s-1 é necessário transformá-la para unidades de m3 s-1.
L 105 m 3 m3
105 = = 0,105
s 1000 s s
O diâmetro na seção 2 é 125 mm é necessário transforma-lo para metros 0,125 m.
π D2 π 0,125 2
A= = = 0,01227 m 2
4 4
m3
0,105
m3 3
s = 8,55 m = 8,55 m
Q = AV ⇒ 0,105 = 0,01227 m 2 V ⇒ V =
s 0,127 m 2 m 2s s
18

Calculando a altura H da água no reservatório


V 22 8 ,55 2
H = = = 3, 726 m
2g 2 * 9 ,81

A partir deste valor é possível calcular a pressão da água no ponto 1, mas primeiro
vamos calcular a velocidade no ponto 1 utilizando a equação continuidade:

π D 12 π 0 , 25 2
A1 = = = 0 , 0491 m 2
4 4

m m
V 1 A1 = V 2 A 2 ⇒ V 1 * 0 , 0491 m = 8 ,55 * 0 , 01227 m 2 ⇒ V 1 = 2 ,137
2

s s
p1 V 12 p 2 ,137 2 p p
H = + ⇒ 3, 726 = 1 + ⇒ 3, 726 = 1 + 0 , 2329 ⇒ 1 = 3, 49 mca
γ 2g γ 2 * 9 ,81 γ γ

p1
= 3 , 49 mca
γ

Exercício 2.
Uma tubulação vertical de 150 mm de diâmetro apresenta, em um pequeno trecho,
uma seção contraída de 75 m, onde a pressão é de 1 atm. A três metros acima desse ponto, a
pressão eleva-se para 21 lb pol-2
Calcular a velocidade e a vazão.

Figura 11. Esquema do exercício 2.


19

2.5. Aplicação do teorema de Bernoulli aos fluídos reais

Na dedução do teorema de Bernoulli foram feitas várias hipóteses. A experiência não


confirma rigorosamente o teorema de Bernoulli, isto porque os fluidos reais se afastam do
modelo perfeito. A viscosidade e o atrito externo são os principais responsáveis pela
diferença; em conseqüência das forças de atrito, o, escoamento somente ocorre com uma
perda de energia: perda de carga(a energia se dissipa sob a forma de calor).

Por isso se introduz na equação de Bernoulli um termo corretivo h f ( perda de carga


total).
2 2
p1 V1 p V
+ + Z1 = 2 + 2 + Z 2 + h f
γ 2g γ 2g

Além dessa correção, outra deve ser considerada: a dedução foi realizada para um
tubo de corrente considerando-se determinada velocidade para cada seção. Na prática, porém,
o que se verifica é a variação de velocidade de ponto para ponto numa mesma seção. Nessas
condições, não tem velocidade única, mas distribuição de velocidades. Corrige-se o termo
V2
:
g

p1 V 12 p2 V 22
+α + Z1 = +α + Z2 + hf
γ 2g γ 2g

hf = Hf + ha

Em que:
hf – perde carga total, mca
Hf – perda de carga contínua, mca
Há – perda de carga localizada, mca
α -coeficiente de correção( coeficiente de Coriolis)
Q
V 1 -velocidade média na seção igual a A1

O valor de α varia entre 1 e 2; será 1 quando houver uma velocidade única na seção,
e 2 quando, em uma canalização, a velocidade variar parabolicamente de 0, Próximo às
paredes do tubo, até o seu valor máximo no centro. Geralmente, o valor desse coeficiente está
próximo da unidade, sendo, por isso, omitido em muitos problemas da prática.
20

Análise dimensional

Pode-se aplicar o teorema de Buckingham as grandezas entre as quais há alguma


razão teórica ou experimental que permita admitir que exista uma relação.
O teorema só permite determinar inteiramente os valores dos expoentes incógnitas
quando o número de tais incógnitas é igual ao número de equações independentes de condição
a que podemos recorrer.
Redução do número de variáveis
Se um fenômeno físico qualquer se rege por uma relação entre π grandezas,
f (a1 , a 2 , a3 , a n )

Podem ser localizados conjuntos de variáveis que constituem agrupamentos naturais


e, trabalhando com eles, reduzir a dimensionalidade do problema.
Buckingham sugeriu que se formasse grupos de parâmetros adimensionais a partir de
uma série de parâmetros definidores do fenômeno. Tais grupos seriam formados por
multiplicação, fato que poderá explicar a utilização do termo simbólico π para os representar.
Um termo π forma-se como se segue,
π = a1C1 a 2C 2 a3C 3 ...a nCn1
Multiplicando todos os parâmetros da série descritiva depois de elevarmos às

potências C1 , C 2 , C 3 ,...C n . Buckingham argumentou que uma adequada seleção dos expoentes

levaria a um termo π adimensional. Para escolher C n , adapta-se a regra da homogeneidade


dimensional. Esta regra estabelece que as equações analiticamente deduzidas que regem os
fenômenos, terão de ser válidas para todos os sistemas de unidades.

3.1. Análise adimensional aplicada a perda de carga

Para o caso de perda de energia em escoamentos, para qualquer fluido a perda de


carga pode ser representada pela diferença de pressão ∆P entre dois pontos do escoamento
desde que o escoamento seja plenamente estabelecido, em tubulações de diâmetro constante.
A experiência mostra que a perda de carga que ocorre em tubulação que conduzem
água sob pressão é função velocidade (V) de água na tubulação, o aumento desta implica em
21

maior perda de carga. Quanto ao diâmetro (D) o aumento deste reduz a perda de carga na
tubulação, a sua relação com perda de carga é inversa. O comprimento da tubulação (L) tem
uma relação direta com a perda de carga. E esta também depende das características do

escoamento(Re) e da rugosidade interna das paredes da tabulação (ε ) .


Matematicamente o problema pode ser expresso:
F1 (∆p, D, L,V , ρ , µ , ε )

Estas grandezas físicas podem ser expressas como:

F MLT − 2
[∆p] = = = MLT − 2 L− 2 = ML− 1T − 2
A L2
[D] = L
−1 − 2
F ∂Z ML T − 1 −1
[µ] = =
L

= ML T
A ∂V L
2
LT
1

[V ] = LT −1
[ρ ] = massa
= M L−3
Volume
[ε ] = L
[L] = L
Existem 7 grandezas físicas e 3 unidades fundamentais. O teorema dos π ou teorema
de Buckingham permite escrever a função F1 através de 7-3=4 adimensionais (4 termos π), o
que vem a ser uma forma mais condensada, ou seja:
F1 (∆p, D, L, V , ρ , µ , ε ) = F2 (π 1 , π 2 , π 3 , π 4 )
A experiência e a técnica de uso do teorema mostram que as grandezas de base
devem ser tantas quantas forem as unidades fundamentais (3), em que grandezas de base
devem ser dinâmica, cinemática e geométrica; a grandeza dependente (∆P) deve ser eliminada
do sistema probásico.
A experiência mostra ainda que, sempre que houver ρ, V e D envolvidos no
fenômeno, devem ser grandezas de base (ρ é grandeza dinâmica; V grandeza cinemática e D
uma grandeza geométrica).
Os termos π1, π2, π3 e π4 são representados por:
22

π1 = ρ 1 V b1 D c1 ∆P −1 π3 = ρ 3 V b3 D c3 L−1
a a

π 2 = ρ a 2 V b2 D c2 µ −1 π 4 = ρ a 4 V b4 D c4 ε −1

π 1 = (ML−3 ) (LT ) (L) (ML )


−1 b1 −1 −1
T −2
a1 c1

a2 b −1
π 2 =  ML− 3   LT −1  2 (L )c2  ML−1T −1 
     

π 3 = (ML−3 ) (LT ) (L) (L )


a3 −1 b3 c3 −1

π 4 = (ML−3 ) (LT ) (L) (L)


−1 b4 −1
a4 c4

π 1 = M a1 −1L− 3a1 + b1 + c1 +1T − b1 + 2 = M 0 L0T 0

π 2 = M a 2 −1L− 3a 2 + b2 + c 2 +1T − b2 +1 = M 0 L0T 0

π 3 = M a3 L− 3a3 + b3 + c3 −1T − b3 = M 0 L0T 0

π 4 = M a 4 L− 3a 4 + b4 + c 4 −1T − b4 = M 0 L0T 0
Igualando-se os expressos a zero, vem:
Para π1

a1 − 1 = 0 a1 = 1
 
− b1 + 2 = 0 ⇒ b1= 2
− 3a + b c c
 1 1+ 1+1= 0  1= 0

ρV 2
π 1 = ρ V b D c ∆P −1 = ρ 1 V 2 ∆P −1 =
a 1 1 1

∆P
ρV 2
π1 =
∆P
∆P
π1 =
ρV 2

para π2
a 2 − 1 = 0 a1 = 1
 
− b 2 + 1 = 0 ⇒ b = 1
− 3a + b c c
 2 2 + 2 +1= 0  1=1
23

ρV D
π 2 = ρ a 2 V b2 D c 2 µ −1 = ρ 1 V 1 D1 µ −1 =
µ
ρ V D VD
π2 = =
µ ν
Número de Reynolds
para π3
a 3 = 0 a3 = 0
 
− b3 = 0 ⇒ b3 = 0
− 3a + b c c
 3 3+ 3−1= 0  3 =1

π 3 = ρ a3 V b3 D c3 L−1 = ρ 0 V 0 D1 L−1 = DL−1 =


D
L
D
π3 =
L

para π4
a 4 = 0 a 4 = 0
 
− b 4 = 0 ⇒ b4 = 0
− 3a + b + c c
 4 4 4 −1= 0  4 =1

π 4 = ρ a 4 V b4 D c 4 ε −1 = ρ 0 V 0 D1 ε −1 = D ε −1 =
D
ε
D
π4 =
ε
rugosidade relativa
ε
π4 =
D

L ε ∆p 
F2 (π 1 , π 2 , π 3 , π 4 ) = F2  , , Re y,
D D 
 ρV 2 

∆p L ε 
= F3  , , Re y 
ρV 2 D D 
24

∆p L ε 
= F4  , Re y 
ρV 2 D D 

Pressão pode ser expressa por:

∆ p = ρ g h f

ρ ghf L ε 
= F4  , Re y 
ρV 2 D D 

V2 L ε 
hf = F4  , Re y 
g D D 

V2 L ε 
hf = 2 F4  , Re y 
2g D D 

ε 
f = 2 F4  , Re y  o coeficiente de atrito é função do rugosidade relativa e número
D 
de Reynolds.

L V2
hf = f esta é equação de Darcy-Weisbach deduzida a partir da análise
D 2g
dimensional

4.0 Perda de carga

4.1 A História da Equação de Darcy-Weisbach

O que nós chamamos de equação de Darcy-Weisbach tem uma longa história de


desenvolvimento. Ela é conhecida pelo nome de dois grandes engenheiros hidráulicos de
meados do século XIX, embora outros nomes tenham dado também importantes
25

contribuições. Julies Weisbach (1806-1871), natural da Saxônia, propôs em 1845 a equação


que nós usamos atualmente,
L V2
hf = f
D 2g
onde
hf - Perda de carga, mca
L - Comprimento do tubo, m
D - Diâmetro de tubo, m
V - Velocidade média, m s-1
g - Aceleração da gravidade m s-2
f - Fator de atrito, adimensional
Entretanto, ele não proveu dados adequados para a variação de f com a rugosidade
relativa e com a velocidade. Por isto, sua equação teve fraco desempenho comparado com a
equação empírica de Prony
Apesar de Weisbach ter estado à frente da maioria dos outros engenheiros, seu
trabalho não foi o primeiro nesta área. Aproximadamente em 1770, Antoine Chézy (1718-
1798), um diplomado precoce da l'Ecole des Ponts et Chaussées, publicou uma equação para
escoamento em canais abertos que podia ser reduzida à mesma fórmula. Infelizmente, o
trabalho de Chézy ficou perdido até 1800 quando seu antigo aluno, Prony, publicou um relato
descrevendo-o. Surpreendentemente Prony desenvolveu sua própria equação, mas é sabido
que Weisbach estava ciente dos trabalhos de Chézy na publicação de Prony.
Darcy em 1857 publicou novas relações para o coeficiente de Prony baseado em um
grande número de experimentos. Sua nova equação foi,
L  d   e  2
hf =  c + 2 V +  d + V 
D  D   D 

Em que,
c, d e e são coeficientes empíricos para um dado tipo de tubo. Darcy desta forma
introduziu o conceito de coeficiente de atrito escalonado por diâmetro; o que nós atualmente
chamamos de rugosidade relativa, quando aplicando o Diagrama do Moody. Portanto, é
tradicional chamar f de "fator f de Darcy", ainda que Darcy nunca tenha proposto isto naquela
fórmula.
Os dois conceitos foram juntados por Fanning em 1880. Ele publicou uma
compilação dos valores de f como uma função do material do tubo e da velocidade. Contudo,
26

seria notado que Fanning utilizou o raio hidráulico, ao invés de D na equação do atrito, e
assim os valores do "f de Fanning" são apenas 1/4 dos valores do "f de Darcy". A equação de
Darcy-Weisbach não foi universalmente proveitosa até o desenvolvimento do diagrama de
Moody (Moody, 1944) que o construiu com base nos trabalhos de Poiseuille, Reynolds,
Blasius, Kármaán, Prandtl, Colebrook, White, Rouse e Nikuradse. Rouse (1946).
O nome da equação através do tempo é também curioso e pode ser localizado em
livros-textos de hidráulica e mecânica dos fluidos. Textos mais antigos geralmente não davam
nome à equação. Começando em meados do século 20 alguns autores, incluindo pelo menos
um alemão, chamaram-na de "Equação de Darcy", um óbvio ponto de confusão com a "Lei de
Darcy". Rouse, em 1946, parece ser o primeiro a chamá-la de "Darcy-Weisbach", porém este
nome não se torna universal até perto de 1980. O nome é suficientemente bom, mas como
mostrado anteriormente, ele deixa de lado importantes contribuições.
De um ponto de vista prático, a equação de Darcy-Weisbach somente tornou-se
popular a partir do advento das calculadoras eletrônicas. Ela requer uma grande quantidade de
operações quando comparada a relações empíricas, tal como a equação de Hazen-Williams,
que são válidas para estreitas faixas de aplicação. Portanto, por causa de sua precisão geral e
ampla faixa de aplicação, a equação de Darcy-Weisbach deveria ser considerada padrão e as
outras deveriam ser deixadas para os historiadores. Uma recente e interessante discussão sobre
este tema é apresentada por Liou (1998), Christensen (2000), Locher (2000) e Swamee
(2000).
Tabela 1 - Valores de rugosidade equivalente
Material do tubo Rug. equiv. Material do tubo Rug. Equiv
(m) (m)
Aço galvanizado 0,00016 Concreto alisado, centrifugado 0,0003
Aço com ferrugem leve 0,00025 Concreto liso (forma metálica) 0,00012
Aço com grandes incrustações 0,007 Ferro fundido asfaltado 0,000122
Aço com cimento centrifugado 0,0001 Ferro galvanizado 0,00015
Aço revestido com asfalto 0,0006 Ferro fund. não revestido novo 0,0005
Aço rev. c/esmalte, vinil, epóxi 0,00006 Ferro fund. com ferrugem leve 0,0015
Alumínio 0,000004 Ferro fund. c/cim. Centrifugado 0,0001
Concreto muito rugoso 0,002 Fibrocimento 0,0001
Concreto rugoso 0,0005 Manilha cerâmica 0,0003
Concreto liso 0,0001 Latão, cobre 0,000007
Concreto muito liso 0,00006 Plásticos 0,00006
Valores extraídos de Assy, Jardim, Lencastre, Quintela, Simon, Tullis.
27

Tabela 2 – valores de viscosidade cinemática (ν) m2/s


Líquido Temp.(oC) ν (x10-6 ) Líquido Temp.(oC) ν (x10-6 )
Água 10 1,31 Leite 20 1,13
Água 20 1,00 Óleo bruto d= 0,855 0 0,5
Água 40 0,66 Óleo bruto d= 0,855 40 4,5
Água 80 0,37 Óleo bruto d= 0,855 60 3,5
Água do mar 5 1,61 Óleo bruto d= 0,855 80 2,7
Água do mar 15 1,22 Óleo bruto d= 0,855 100 2,1
Água do mar 25 0,97 Óleo bruto d= 0,855 120 1,7
Álcool metílico 20 0,727 Óleo de algodão 38 38
Asfalto 120 1600 Óleo de baleia 38 38
Azeite 38 43 Óleo de linhaça 38 30
Benzol 20 0,744 Óleo de soja 38 35
Gasolina 20 0,6 Óleo SAE-10 20 80
Glicerina 0 8310 Óleo SAE-10 30 45
Glicerina 20 1180 Óleo SAE-10 100 5
Glicerina 40 223 Tetracloreto carbono 20 0,612

Neste texto, Abordaremos os aspectos práticos que envolvem a análise do


escoamento de fluidos incompressíveis em condutos forçados, uniformes e de seção circular,
em regime permanente. Estas condições representam a maioria das situações com as quais os
projetistas de rede de tubulações hidráulica encontram.
Entende-se por conduto forçado àquele no qual o fluido escoa à plena seção e sob
pressão. Os condutos de seção circular são chamados de tubos ou tubulações. Um conduto é
dito uniforme quando a sua seção transversal não varia com o seu comprimento. Se a
velocidade do fluido em qualquer seção do conduto não variar com o tempo, o regime de
escoamento é dito permanente.
A densidade dos líquidos, ao contrário do que se passa com os gases, varia muito
pouco quando se varia a sua pressão ou temperatura. Como exemplo, a água tem
compressibilidade igual a 5x10-5 cm2 Kgf-1, isto significa que em condições normais, seria
necessário um incremento de pressão de 20 Kgf cm-2 para que um litro de água se reduza de 1
cm3, ou seja, para que sua densidade aumente um milésimo. Por isto, do ponto de vista
28

prático, a densidade da água e de qualquer líquido é independente da temperatura e da


pressão. Diante dessa reduzidíssima variação da densidade, nos escoamentos de líquidos em
regime permanente considera-se que os mesmos se comportam como incompressíveis. Neste
contexto se incluem querosene, gasolina, álcool, óleo diesel, água, vinho, vinhoto, leite, etc.

4.2 Viscosidade
A viscosidade de um fluido pode ser entendida como sendo a resistência a sua
deformação.
O coeficiente de viscosidade dinâmica pode ser

V+∆V

∆Z

A força tangencial que surge quando um líquido se desloca pode ser calculada pela seguinte
fórmula:
∆V
F=µA
∆Z
em que
F – Força, Dina
µ - Coeficiente de viscosidade dinâmica
A – Área, cm2
∆V - variação da velocidade, cm s-1
∆Z – Variação da altura entre as placas, cm.

A unidade do coeficiente de viscosidade dinâmica no sistema c.g.s


∆Z cm dina dina s
µ= F= dina = =
A∆V 2 cm cm 2 cm 2
cm
s s
29

dina s
= poise
cm 2
A unidade do coeficiente de viscosidade dinâmica no sistema Técnico
kgf s
m2
O coeficiente de viscosidade cinemática
Os efeitos da viscosidade
µ
υ=
ρ
É conveniente ressaltar que um escoamento se classifica também como turbulento ou
laminar. No escoamento laminar há um caminhamento disciplinado das partículas fluidas,
seguindo trajetórias regulares, sendo que as trajetórias de duas partículas vizinhas não se
cruzam. Já no escoamento turbulento a velocidade num dado ponto varia constantemente em
grandeza e direção, com trajetórias irregulares, e podendo uma mesma partícula determinado
tempo localizar-se próxima do eixo do tubo, e em outro próximo da parede do tubo.
O critério para determinar se o escoamento é turbulento ou laminar, é a utilização do
número de Reynolds:
VD
Re =
υ

Substituindo na equação anterior na seguinte:

número de Reynolds assume a conveniente forma:


4Q
Re =
πDυ
Em que,
Re - número de Reynolds (adimensional)
V - velocidade do líquido no interior do tubo (m s-1)
D - diâmetro interno do tubo (m)
Q - vazão no tubo (m3 s-1)
n - viscosidade cinemática do líquido (m2 s-1)
Nas condições normais de escoamento o número de Reynolds é interpretado
conforme segue
Re > 4000, então o escoamento é turbulento.
Re < 2000, então o escoamento é laminar.
30

Entre estes dois valores há a zona de transição, onde não se pode determinar com
precisão os elementos do dimensionamento.
As equações que aqui são utilizadas se aplicam ao chamado escoamento turbulento.
Em geral, o regime de escoamento na condução de líquidos no interior de tubulações é
turbulento, exceto em situações especiais, tais como escoamento a baixíssimas vazões, como
ocorre em gotejadores de irrigação, onde o escoamento é laminar.
Há tempo, estudos e pesquisas são realizados, procurando estabelecer leis que
possam reger as perdas de carga em condutos. Várias fórmulas empíricas foram estabelecidas
no passado e algumas empregadas até com alguma confiança em diversas aplicações de
engenharia, como as fórmulas de Hazen-Williams, de Manning e de Flamant.

4.3 Coeficiente de atrito f


O coeficiente de atrito f , sem dimensões, é função do número de Reynolds e
rugosidade relativa, e esta pode ser definida com a relação entre alturas das asperezas no tubo
ε
e seu diâmetro .
D
A perda de carga que ocorre em escoamento de líquidos ao longo das tubulações, as
vezes é interpretada de maneira equivocada como se atrito em líquidos fosse da forma do que
ocorre em sólidos. O atrito em sólidos há deslocamento entre as duas superfícies em contato,
enquanto, escoamento de líquidos não há deslocamento de fluido em contato com as paredes,
junto as paredes forma uma camada aderente estacionária.

D
δ

O valor da espessura da camada laminar aderente pode ser estimada pela seguinte equação:
32,8D
δ=
Re f

δ −7
k< = 19,5 a 30 D Re 8
3

ou
31

υ
k < 100
V

Considerando um tubo de 50 mm de diâmetro e PVC com o fluido deslocando a uma


velocidade de 1,5 m s-1.
VD 1,5 0,05
Calculando número de Reynolds: Re = υ = = 75.000
1x10 − 6

32,8D 32,8 x 0,05


δ= = = 0,000159
Re f 75000 x 0,019

δ 0,0000159
k< = = 0,000053
3 3

δ −7 −7
k< = 19,5 a 30 D Re 8 = 30 x 0.05 * 75000 8 = 0,000081
3

υ 1x10 −6
k < 100 = 100 = 0,000067
V 1,5

A definição de qual fórmula a ser utilizada depende do número de Reynolds e


rugosidade relativa.
Para regime de escoamento laminar a equação para calcular o valor do coeficiente de
atrito:
64
f=
Re
No regime turbulento a definição de qual equação a ser utilizada depende do material
do tubo e conseqüentemente da rugosidade.
Tomando como exemplo a situação exposta a seguir.
Considerando um tubo de 50 mm de diâmetro e PVC com fluido deslocando a um a
velocidade de 1,5 m s-1.
Calculando número de Reynolds:
VD 1,5 0,05
Re = = = 75.000
υ 1x10 − 6

32,8D 32,8 x 0,05


δ= = = 0,000159
Re f 75000 x 0,019

δ 0,0000159
k< = = 0,000053
3 3
32

δ −7 −7
k< = 19,5 a 30 D Re 8 = 30 x 0.05 * 75000 8 = 0,000081
3

υ 1x10 −6
k < 100 = 100 = 0,000067
V 1,5

Para este escoamento se processando em um tubo construído com PVC e outro em


aço galvanizado. Para o tubo construído em PVC em que rugosidade das paredes o valor de
k = 0,000006 , para este caso, altura da asperezas é inferior a camada laminar (δ ) calculada

pelas equações anteriores, que para que escoamento fosse considerado em tubos rugosos o
δ
valor de k <
3
Para tubos os lisos Von Kármán estabeleceu a seguinte equação:
1
(
= 2LOG R e )
f − 0,8
f
Para condutos lisos, Blasius propôs uma equação, para valores de Reynolds menores
que 100.000, esta equação apresenta solução analítica.
f = 0,316R e−025

Para condições de turbulência completa Nikuradse

1 D
= 1,74 + 2LOG
f 2ε

Os valores de f obtidos para tubos rugosos são maiores do que os que seriam obtidos
pela equação de tubo liso.
Para o escoamento do fluido em que as condições são intermediárias

1  ε 2,51 
= −2LOG + 
f  3,7 D R e f 
k
Para tubos lisos o componente 3,7 D torna-se muito pequeno e equação
−1
1  2,51   
= −2LOG  esta equação pode ser reescrita 1 = 2LOG 2,51 
f R f  R f 
 e  f  e 
33

1
 
 (2,51)− 1 
= 2LOG 
1
= 2LOG  e
(
R f )
f R f
 e
−1
(


) f  2,51


1
f
= 2LOG R ( e
)
f − 2LO(2,51) esta fórmula pode ser escrita da seguinte forma:

1
f
(
= 2LOG R f − 0,8
e
)

Moody propôs uma equação para substituir a equação de Colebrok-White que


apresenta solução analítica, qual necessário utilizar os métodos numéricos para obter os
valores dos coeficientes de atrito, são seguintes equações:
Para
4000 < Reynolds < 107

  ε 10 6
 3
1

f = 0,00551 +  20000 +  
  D Re  
 

Para valores maiores que 107


1
f=
 ε 
2

 
− 2 log  D 
 3,7 
 
 
A partir da equação de Moody é possível confeccionar o ábaco mostrado na figura 1.
Para as soluções das equações de Von Karman e Coolebrok-White pode-se adotar o
procedimento a segui:
34

Figura 1 – Diagrama de Moody

Exemplo
Uma bomba deverá recalcar água a 20 graus C em uma canalização de aço
galvanizado com 250 mm de diâmetro e 1.200m de comprimento, vencendo um desnível de
30m, da bomba ao reservatório superior. A vazão é de 45 L/s. Qual deverá ser a pressão na
saída da bomba? Usar a Fórmula Universal. Dado: Є = 0,0003m.

4Q 4 * 0,045 −1
O valor da velocidade V = πD 2 = π * 0,25 2 = 0,92m s

Vamos calcular o número de Reynolds


VD 0,92 * 0,250
Re = = = 230.000
υ 1x10 − 6
Vamos calcular o coeficiente de atrito
  ε 10 6
 3
1

f = 0,00551 +  20000 +  
  D Re  
 

  0,00016 10 6  
f = 0,055 * 1 +  20000 *
 +   = 0,0197
  0, 250 230 . 000 
35

L 2
h f = 0,0826 f Q
D5

* (0,045) = 4,04 mca


1200
h f = 0,0826 * 0,0197 *
2
5
0,250
Calculamos a perda de carga na tubulação, para calcularmos a pressão na entrada da
bomba,

p bomba V2 p V2
+ 1 + Z1 = 2 + 2 + Z 2 + h f
γ 2g γ 2g

A velocidade na tubulação próxima a bomba é igual no final da tubulação v1=v2,


considerando o plano de referência na bomba z1=0, Z2=30m considerando que final da
tubulação a pressão atuante é atmosférica, então p2=0.

p bomba V2 V2
+ 1 + 0 = 0 + 2 + 30 + 4 , 04
γ 2g 2g

p bomba
= 34 , 04 mca
γ

Considerando que a tubulação de diâmetro de 250 mm fosse substituída por uma


tubulação de diâmetro de 125 mm.
4Q 4 * 0,045 −1
O valor da velocidade V = πD 2 = π * 0,125 2 = 3,667 m s

Vamos calcular o número de Reynolds


VD 3,667 * 0,125
Re = = = 458.375
υ 1x10 − 6
Vamos calcular o coeficiente de atrito
  ε 10 6
 3
1

f = 0,00551 +  20000 +  
  D Re  
 

  0,00016 10 6  
f = 0,055 * 1 +  20000 * +   = 0,0221
  0 ,125 458 . 375 
L 2
h f = 0,0826 f Q
D5

* (0,045) = 145,35 mca


1200
h f = 0,0826 * 0,0221 *
2
5
0,125
Calculamos a perda de carga na tubulação, para calcularmos a pressão na entrada da
bomba,
36

p bomba V2 p V2
+ 1 + Z1 = 2 + 2 + Z 2 + h f
γ 2g γ 2g

A velocidade na tubulação próxima a bomba é igual no final da tubulação v1=v2,


considerando o plano de referência na bomba z1=0, Z2=30m considerando que final da
tubulação a pressão atuante é atmosférica, então p2=0.

p bomba V2 V2
+ 1 + 0 = 0 + 2 + 30 + 145 , 35
γ 2g 2g

p bomba
= 175 , 35 mca
γ

Obviamente, trata-se de uma equação implícita, isto é, a variável f aparece nos dois
membros da equação, de forma não ser possível explicitá-la. Mas isto não sugere que seja
impossível resolver equações implícitas. Os métodos numéricos, embora aproximativos, são
capazes de resolver equações implícitas com a precisão que se desejar. São métodos
basicamente computacionais pois, incorrem em operações matemáticas repetidas. Encontram,
contudo, muita utilidade em hidráulica.
É o caso dos métodos iterativos, nos quais ordena-se adequadamente a equação, e
arbitra-se um valor inicial qualquer para a variável procurada que está no seu segundo
membro. Com o valor inicial já arbitrado, calcula-se um novo valor para esta mesma variável
procurada, mas para a que está no primeiro membro. Se a diferença entre o valor inicial e o
novo valor calculado estiver fora da precisão desejada, repete-se esta operação, porém
colocando como valor inicial o novo valor calculado. Se a diferença aumentar diz-se que os
valores estão divergindo, e se diminuir diz-se que os valores estão convergindo para a
solução. O número de repetições, isto é, o número de iterações poderá ser pequeno ou não,
dependendo do método a ser utilizado, e se sucederá até que a diferença seja suficientemente
pequena ou compatível com a precisão desejada.
1- Arbitra-se um valor inicial qualquer para a variável do segundo membro; 2-
Calcula-se novo valor para a mesma variável que está no primeiro membro; 3- Compara-se a
diferença entre o valor calculado e o valor inicial com a tolerância estabelecida; 4- Se maior, o
novo valor passa a ser o valor inicial, e volta-se para o passso (2). Se menor passa-se para o
passo (5). 5- O corrente valor da variável é o valor procurado.
37

Exemplo

Calcular o diâmetro que deverá assumir uma canalização de aço galvanizado


amianto para transportar 20 L s-1 de água a 20 graus C, com uma perda de 35m em 1000m.
(Usar a Fórmula Universal). Dado: Є = 0,00016m.

Como não temos o diâmetro não é possível calcular o número de Reynolds. A


solução do exercício passa pela estima inicial de valor do fator de atrito(f), obervando o
Diagrama de Moody verifica-se que o valor de f varia de 0,0003 a 0,1. Tomaremos o valor de
f, para primeira tentativa de 0,03.

L 2
h f = 0,0826 f Q
D5
0,0826 * 0,03 (0,02 ) * 1000
2
35 = 0,0826 0,03 *
1000
* (0, 02 ) 2
⇒ D 5
=
D5 35

D 5 = 0,00002832 ⇒ (D 5 )5 = (0,00002832 ) 5 ⇒ D=0,123 m


1 1

Com o diâmetro calculado, calcularemos um novo valor de coeficiente de atrito (f).

4Q 4 * 0,02
O valor da velocidade V = = = 1,67 m s −1
πD 2
π * 0,123 2

VD 1,67 * 0,123
Re = = = 206.786
υ 1x10 − 6

  ε 10 6 
1
3    6

f = 0,00551 +  20000 +   = 0,055 * 1 +  20000 * 0,00016 + 10   = 0,0227
    206786  

D Re     0,123

Como f(0,03) estimado difere do f (0,0227)calculado

Com este valor de f calcularemos o novo valor do diâmetro


38

0,0826 * 0,0227 (0,02 ) * 1000


2
35 = 0,0826 0,0227 *
1000
* (0, 02 ) 2
⇒ D =
5
D5 35

⇒ (D 5 )5 = (0,000021432 ) 5 ⇒ D=0,1165 m
1
= 0,00002143
5 1
D

Com o diâmetro calculado, calcularemos um novo valor de coeficiente de atrito (f).

4Q 4 * 0,02
O valor da velocidade V = = = 1,877 m s −1
πD 2
π * 0,1165 2

VD 1,877 * 0,1165
Re = = = 216.646
υ 1x10 − 6

  ε 10 6 
1
3    6

f = 0,00551 +  20000 +   = 0,055 * 1 +  20000 * 0,00016 + 10   = 0,0230
   

D Re     0,1165 218 . 646 

Como o valor do f(0,0227) da segunda tentativa converge para valor do f (0,0227)


calculado.

Antes da era computadores, havia grandes dificuldades de calcular valores,


principalmente as potências de números fracionários. O que poderia ser realizado utilizando
séries come esta para calcular um número elevado uma potência.

a x
= 1 + x ln (a ) +
[x ln(a )]2
+
[x ln (a )]
3
+ ...
2! 3!
Por exemplo para calcular 20,3

2 0,3 = 1 + 0,3 ln (2 ) +
[0,2 * ln(2)]2 + [0,3 * ln(2)]3 + ... = 1,23106
2 *1 3 * 2 *1
Em razão das dificuldades de obter o valor do coeficiente de atrito para a situação de
projeto de rede hidráulica em que não conhece o diâmetro da tubulação utilizando a equação
de Darcy-weisback, Para determinação do valor do diâmetro utiliza-se um método numérico.
Desta forma dois engenheiros americanos propuseram uma equação e m que o coeficiente não
dependia das características do escoamento.
39

4.4 Fórmula de Hazen-Willians


A formula de Hazen-Willians é experimental, sendo válida para água e para tubo de
diâmetros iguais e superiores a 50 mm.

Q1,852
H f = 10,641 L
C1,852 D 4,87
Onde
C- Coeficiente de Hazen-wlliams é função do material que é fabricado tubo.

Tabela 3 - valores de coeficientes de Hazen-Willians.


Material Valor de C
PVC 150
Aço galvazinado 130
Ferro fundido, novo 130
Latão 130
Alumínio 140

Considerando uma tubulação de 100 m de comprimento e para os diâmetros de 25 e


50 mm em PVC, aço zincado e ferro fundido foi calculado o valor de f, como fosse tubo liso,
rugoso e utilizando a equação de Blasius e Moody, além do valor de f, perda de carga
utilizando as equações de Darcy e Hazen-Wilians.
Os valores da rugosidade do tubo de PVC foi de 0,00006 m e para aço zincado
40

Tabela 4. Valores de f e perda de carga (mca) calculada para tubo de PVC de 25 mm de


diâmetro

Valor de f Perda de carga


Fórmula universal
Vazão(m3 h-1) Reynolds Tubos Coolebrok Moody Blasius Tubos Coolebrok Moody Blasius Hazen-
Lisos Lisos Wllinas

2,65 37.500 0,0223 0,0281 0,0287 0,0227 10,23 12,89 13,14 10,41 9,92
2,29 32.407 0,0231 0,0286 0,0291 0,0236 7,91 9,79 9,96 8,07 7,57
1,93 27.314 0,0240 0,029 0,0296 0,0246 5,84 7,06 7,21 5,98 5,52
1,57 22.221 0,0252 0,0301 0,0304 0,0259 4,06 4,85 4,90 4,17 3,77
1,21 17.128 0,0269 0,0312 0,0316 0,0276 2,57 2,98 3,02 2,64 2,32
0,85 12.035 0,0294 0,0331 0,0334 0,0302 1,39 1,56 1,58 1,43 1,21
0,49 6.942 0,0294 0,0376 0,0372 0,0346 0,46 0,59 0,59 0,54 0,44

Tabela 5. Valores de f e perda de carga (mca) calculada para tubo de PVC de 50 mm de


diâmetro

Valor de f Perda de carga


Formula universal
Vazão(m3 Reynolds Tubos Coolebrok Moody Blasius Tubos Coolebrok Moody Blasius Hazen-
Lisos Lisos Wllinas
h-1)
10,60 75.000 0,0191 0,02344 0,0239 0,0191 4,38 5,37 5,48 4,38 4,42
10,24 72.454 0,0193 0,0235 0,0240 0,0193 4,13 5,03 5,13 4,12 4,15
9,88 69.907 0,0194 0,0236 0,0240 0,0194 3,86 4,70 4,79 3,87 3,88
9,52 67.361 0,0196 0,0237 0,0241 0,0196 3,63 4,38 4,46 3,63 3,62
9,16 64.814 0,0197 0,0238 0,0242 0,0198 3,37 4,08 4,15 3,39 3,38
8,80 62.268 0,0199 0,0239 0,0243 0,0200 3,15 3,78 3,84 3,16 3,13
0,0201 0,024 0,0244 0,0202 2,92 3,49 3,55 2,94 2,90
8,44 59.721
8,08 57.175 0,0203 0,0242 0,0245 0,0204 2,70 3,22 3,27 2,72 2,68
41

Tabela 6. Valores de f e perda de carga (mca) calculada para tubo de aço zincado de 25 mm
de diâmetro

Valor de f Perda de carga


Formula universal
Vazão(m3 h-1) Reynolds Tubos Coolebrok Moody Blasius Tubos Coolebrok Moody Blasius Hazen-
Lisos Lisos Wllinas

2,65 37.500 0,0223 0,03483 0,0350 0,0227 10,23 15,97 16,06 10,41 12,94

2,29 32.407 0,0231 0,0351 0,0353 0,0236 7,91 12,02 12,08 8,07 9,87

1,93 27.314 0,0240 0,0348 0,0356 0,0246 5,84 8,47 8,67 5,98 7,19

1,57 22.221 0,0252 0,0361 0,0361 0,0259 4,06 5,81 5,82 4,17 4,91

1,21 17.128 0,0269 0,0388 0,0369 0,0276 2,57 3,71 3,53 2,64 3,03

0,85 12.035 0,0294 0,0384 0,0382 0,0302 1,39 1,81 1,81 1,43 1,58

0,49 6.942 0,0294 0,0411 0,0411 0,0346 0,46 0,65 0,65 0,54 0,57

Tabela 7. Valores de f e perda de carga (mca) calculada para tubo de aço zincado de 50 mm
de diâmetro

Valor de f Perda de carga

Formula universal
Vazão(m3 Reynolds Tubos Coolebrok Moody Blasius Tubos Coolebrok Moody Blasius Hazen-
h-1) Lisos Lisos Wllinas
10,60 75.000 0,0191 0,0298 0,0289 0,0191 4,38 6,83 6,63 4,38 5,76
10,24 72.454 0,0193 0,0299 0,0290 0,0193 4,13 6,40 6,20 4,12 5,41
9,88 69.907 0,0194 0,0299 0,0290 0,0194 3,86 5,96 5,78 3,87 5,06
9,52 67.361 0,0196 0,0300 0,0291 0,0196 3,63 5,55 5,38 3,63 4,72
9,16 64.814 0,0197 0,0300 0,0291 0,0198 3,37 5,14 4,99 3,39 4,40
8,80 62.268 0,0199 0,0301 0,0292 0,0200 3,15 4,76 4,62 3,16 4,08
8,44 59.721 0,0201 0,0302 0,0293 0,0202 2,92 4,39 4,26 2,94 3,78
8,08 57.175 0,0203 0,0302 0,0293 0,0204 2,70 4,02 3,91 2,72 3,49
42

Tabela 8. Valores de f e perda de carga (mca) calculada para tubo de Ferro Fundido de 25
mm de diâmetro

Valor de f Perda de carga


Formula universal
Vazão(m3 h-1) Reynolds Tubos Coolebrok Moody Blasius Tubos Coolebrok Moody Blasius Hazen-
Lisos Lisos Wllinas

2,65 37.500 0,0223 0,0497 0,0469 0,0227 10,23 22,79 21,51 10,41 12,94

2,29 32.407 0,0231 0,0498 0,0470 0,0236 7,91 17,05 16,11 8,07 10,62

1,93 27.314 0,0240 0,0500 0,0472 0,0246 5,84 12,16 11,49 5,98 7,73

1,57 22.221 0,0252 0,0503 0,0475 0,0259 4,06 8,10 7,65 4,17 5,28

1,21 17.128 0,0269 0,0508 0,0479 0,0276 2,57 4,86 4,58 2,64 3,26

0,85 12.035 0,0294 0,0517 0,0487 0,0302 1,39 2,44 2,30 1,43 1,70

0,49 6.942 0,0294 0,0537 0,0504 0,0346 0,46 0,84 0,79 0,54 0,61

Tabela 9. Valores de f e perda de carga (mca) calculada para tubo de Ferro Fundido de 50
mm de diâmetro

Valor de f Perda de carga

Formula universal

Vazão(m3 Reynolds Tubos Coolebrok Moody Blasius Tubos Coolebrok Moody Blasius Hazen-
h-1) Lisos Lisos Wllinas
10,60 75.000 0,0191 0,0387 0,0384 0,0191 4,38 8,87 8,80 4,38 6,20
10,24 72.454 0,0193 0,0387 0,0384 0,0193 4,13 8,28 8,21 4,12 5,82
9,88 69.907 0,0194 0,0388 0,0384 0,0194 3,86 7,73 7,65 3,87 5,44
9,52 67.361 0,0196 0,0388 0,0384 0,0196 3,63 7,18 7,11 3,63 5,08
9,16 64.814 0,0197 0,0388 0,0385 0,0198 3,37 6,64 6,59 3,39 4,73
8,80 62.268 0,0199 0,0389 0,0385 0,0200 3,15 6,15 6,09 3,16 4,39
8,44 59.721 0,0201 0,0389 0,0385 0,0202 2,92 5,66 5,60 2,94 4,07
8,08 57.175 0,0203 0,0389 0,0386 0,0204 2,70 5,18 5,14 2,72 3,75
43

5.0 Perda de carga localizada

O escoamento em tubulações em que há alteração da velocidade do fluido ou


mudança da direção do escoamento causando uma perturbação promove uma perda de
energia.
Nas condições de instalação de uma rede tubulação para recalque de água para suprir
as necessidades humanas entre outras, ou para fins de irrigação são necessárias, para a
montagem da tubulação, várias peças que permitam acoplamentos dos tubos de diâmetros
distintos, desvios de obstáculos, interrupção o fluxo da água e proteção do sistema contra
fenômenos que surgem da interrupção brusca do fluxo.
As perdas de cargas localizadas nas peças podem ser pequenas quando comparada
com as perdas de carga contínuas que ocorrem ao longo da tubulação.

V2
V1
A1 A2
P1 P2

A perda de carga localizada pode ser estimada pela seguinte equação:


p 1 V12 p V2
+ + Z2 = 2 + 2 + Z2 + ht
γ 2g γ 2g

onde
ht – perda de carga total (perda de carga localizada e contínua)

p1 p 2 V2 V2
ht = − + 1 − 2 + Z1 − Z 2
γ γ 2g 2g

A resultante atua da esquerda para direita


(P1 − P2 )A2
A variação da quantidade de movimento
Quantidade de Movimento = m (V1 − V2 )
mg
γ=
Vol
44

Volγ
m=
g
Volγ
Quantidade de Movimento = (V1 − V2 )
g

Impulso deve ser igual a variação da quantidade de movimento


I = Ft
Volγ
Ft = (V1 − V2 )
g
Vol γ
F= (V1 − V2 )
t g

(p1 − p 2 )A 2 = Q γ (V1 − V2 )
g

 p1 p 2  (V − V2 )
 −  A 2 = Q 1
 γ γ  g

Q2 = S 2V2

 p1 p 2  (V − V2 )
 −  A 2 = S 2 V2 1
 γ γ  g

 p1 p 2  (V − V2 )
 −  = V2 1
 γ γ  g

Substituindo
p1 p 2 V2 V2
ht = − + 1 − 2
γ γ 2g 2g

p p  V2 V2
h t = −  2 − 1  + 1 − 2
 γ γ  2g 2g

 V − V 2  V12 V2
h t = − V 2  1  + − 2
 g  2g 2g

 V − V2  V12 V2
h t = − 2 V 2  1  + − 2
 2g  2g 2g

− 2 V 2 V1 2 V 22 V2 V2
ht = + + 1 − 2
2g 2g 2g 2g

V12 V2
h t = − 2 V1 V 2 + + 2
2g 2g
45

V12 V2
ht = + − 2 V1 V 2 + 2
2g 2g

ht =
(V 1 − V2 ) 2

2g

A 1 V1 = A 2 V2
A1
V1 = V2
A2
2
 A 
 V1 − 1 V1 
 A2 
ht =
2g
2
 A  V12
h t =  1 − 1 
 A2  2g

V2
ha = K
2g

Valores do coeficientes de K
Peça K
Ampliação Gradual 0,30
Bocais 2,75
Cotovelo de 90º 0,90
Cotovelo de 45º 0,40
Curva de 90º 0,40
Curva de 45º 0,20
Te, saída lateral 1,30
Tê, saída bilateral 1,80
Medidor venturi 2,50
Registro de gaveta aberto 0,20
Válvula-de-pé 1,75
Válvula de retenção 2,50

5.1 Métodos comprimentos virtuais


Este método pressupõe a substituição das peças instaladas no sistema de tubulações
por um comprimento virtual que provocasse a mesma perda de carga que as peças instaladas.
Isto é ao comprimento real da tubulação será adicionado, um comprimento com propósito de
calcular a perda de carga.
As perdas de carga ao longo da tubulação pode ser estimada pela equação de Darcy-
weisbach
46

L V2
Hf = f
D 2g
Para uma determinada tubulação o comprimento L e diâmetro D e fator de atrito
podem ser considerados constantes.
L
m= f
D
V2
Hf =m
2g
As perdas localizadas podem ser estimadas

V2
ha = K
2

então m=k
L
K= f
D
KD
L=
f
Utilizando a equação acima e tabela de coeficiente de perda de carga localizada,
calculou-se o compriemnto equivalente para tubos de aço galvazinado
1

Para conexões e registros (em metros de tubulação). Para tubulações de PVC ou cobre.

Diâmetro Curva Curva Válvula de Válvula de Registro de Ampliaçã Cotovelo Cotovelo Tê saida Tê saida Redução
de 90o de 45o pé crivo retenção Gaveta o Gradual de 90o de 45o lateral bi- Gradual
lateral

0,025 0,44 0,22 0,98 2,73 0,22 0,33 0,98 0,44 1,42 1,97 0,16
0,050 1,04 0,52 2,33 6,48 0,52 0,78 2,33 1,04 3,37 4,67 0,39
0,075 1,71 0,86 3,85 10,69 0,86 1,28 3,85 1,71 5,56 7,70 0,64
0,100 2,43 1,22 5,47 15,21 1,22 1,82 5,47 2,43 7,91 10,95 0,91
0,125 3,19 1,60 7,19 19,96 1,60 2,40 7,19 3,19 10,38 14,37 1,20
0,150 3,99 1,99 8,97 24,91 1,99 2,99 8,97 3,99 12,95 17,93 1,49
0,200 5,64 2,82 12,69 35,26 2,82 4,23 12,69 5,64 18,33 25,38 2,12
0,250 7,37 3,69 16,59 46,09 3,69 5,53 16,59 7,37 23,97 33,19 2,77
0,300 9,17 4,59 20,64 57,32 4,59 6,88 20,64 9,17 29,81 41,27 3,44
0,350 11,02 5,51 24,79 68,87 5,51 8,26 24,79 11,02 35,81 49,59 4,13
2

Para conexões e registros (em metros de tubulação). Para tubulações de aço galvanizado
Diâmetro Curva Curva Válvula de Válvula de Registro de Ampliaçã Cotovelo Cotovelo Tê saida Tê saida Redução
de 90o de 45o pé crivo retenção Gaveta o Gradual de 90o de 45o lateral bi- Gradual
lateral

0,013 0,12 0,06 0,28 0,77 0,06 0,09 0,28 0,12 0,40 0,55 0,05
0,019 0,20 0,10 0,45 1,25 0,10 0,15 0,45 0,20 0,65 0,90 0,08
0,025 0,29 0,14 0,64 1,78 0,14 0,21 0,64 0,29 0,93 1,28 0,11
0,032 0,39 0,20 0,88 2,45 0,20 0,29 0,88 0,39 1,27 1,76 0,15
0,038 0,49 0,24 1,10 3,05 0,24 0,37 1,10 0,49 1,58 2,19 0,18
0,050 0,69 0,35 1,56 4,32 0,35 0,52 1,56 0,69 2,25 3,11 0,26
0,063 0,93 0,46 2,08 5,79 0,46 0,69 2,08 0,93 3,01 4,17 0,35
0,075 1,16 0,58 2,60 7,22 0,58 0,87 2,60 1,16 3,75 5,20 0,43
0,100 1,66 0,83 3,73 10,37 0,83 1,24 3,73 1,66 5,39 7,47 0,62
0,125 2,20 1,10 4,94 13,73 1,10 1,65 4,94 2,20 7,14 9,88 0,82
0,150 2,76 1,38 6,21 17,24 1,38 2,07 6,21 2,76 8,97 12,42 1,03
0,200 3,95 1,97 8,88 24,68 1,97 2,96 8,88 3,95 12,83 17,77 1,48
0,250 5,21 2,60 11,72 32,55 2,60 3,91 11,72 5,21 16,92 23,43 1,95
0,300 6,52 3,26 14,68 40,77 3,26 4,89 14,68 6,52 21,20 29,36 2,45
0,350 7,89 3,94 17,75 49,30 3,94 5,92 17,75 7,89 25,63 35,49 2,96
1

5.2 Diâmetro equivalente


Considerando o comprimento equivalente apresentado na tabela de comprimentos
equivalentes, dividindo-se este comprimento pelo diâmetro da canalização verifica-se uma
pequena variação no resultado obtido.com coeficiente de variação na faixa de 9 a 26%. Então
a tabela de comprimentos equivalentes pode ser reduzida.

Peça Números de diâmetros


Ampliação Gradual 13
Redução Gradual 6
Cotovelo de 90º 36
Cotovelo de 45º 16
Curva de 90º 16
Curva de 45º 8
Te, saída lateral 50
Tê, saída bilateral 65
Registro de gaveta aberto 8
Válvula-de-pé 250
Válvula de retenção 100
2

Perda de carga em tubulações com saídas laterais espaçadas


eqüidistantes

Figura 1 – Esquema vazão distribuída ao longo da tubulação.

Para calcularmos a perda de carga que ocorre ao longo da tubulação utilizaremos a


equação universal.

Q ( x )2
dx
dh f = 0,0826 f (1)
5
D
0,0826 f
K=
D5
Considerando que esta parte da equação pode ser considerada constante, para
situação em que o diâmetro (D) é constante e o valor de f é tomado como constate, apesar da
variação da vazão que escoa ao longo da tubulação, esta irá reduzindo ao longo da tubulação,
diminuído a velocidade de escoamento, consequemente o número de Reynolds, aumentado o
valor de f.
(2)

dh f = K Q ( x )2 dx (3)

Considerando um trecho elementar dx, podemos considerar a vazão constante neste


trecho da tubulação. Sendo que Q(x) é função de x, quanto maior valor de x, menor é valor da
vazão que percorre o trecho da tubulação
3

A perda de carga que ocorre ao longo da tubulação é soma de todas as perdas de


cargas que ocorrem os todos os trechos elementares.
L

∫ dhh =

0
K Q ( x )2 dx (4)

hf = K

0
Q ( x )2 dx (5)

Para solucionarmos o problema é necessário conhecer a função da vazão ao longo da


tubulação Q(x) é função de x. Consideraremos que a distribuição da vazão ao longo da
tubulação é constante ao longo da mesma, isto é a vazão que derivada lateralmente é constante
ao longo desta. Esta vazão que é derivada ao longo da tubulação será denominada de q.
A vazão que percorre o trecho elementar dx é diferença entre vazão no inicio da
tubulação denominada de QM (vazão de montante) e vazão que foi derivada até trecho
considerado dx, como pode ser observado na equação abaixo.
Q( x ) = QM − qx (6)

Substituindo a equação 6 em 5
L

hf = K
∫(
0
Q M − qx )2 dx

hf = K
∫ ( 2
Qm − 2 Q m qx + q 2 x 2 )dx
0

L L L 

∫ ∫ ∫
 2 2 2 
hf = K  Q m dx − 2 Qm qxdx + q x dx 
 0 0 0


Resolvendo a integral
 2 L L L
 Qm x 2 Q m qx 2  q 2 x3  
hf = K  −  + 
  0 2  0 3  
 0 

substituindo os limites de integração:


4

 2 2 Q m q L2 q 2 L3 
hf = K Qm L− + 
 2 3 

como o valor de L é comum em todas as partes da equação vamos colocar em


evidência
 2 2 Qm q L q 2 L2 
hf = K L Qm − +  (7)
 2 3 

Para que a expressão entre os parêntesis se torne um quadrado perfeito, o último

q 2 L2
termo da expressão deveria ser tornando o termo da expressão divido por 4, isto faria
4
com que a vazão utilizada para cálculo da perda de carga fosse menor do que realmente,
tornando a perda carga calculada pela expressão menor do que aquela realmente estaria

q 2 L2 q 2 L2 q 2 L2
ocorrendo. A diferença entre as vazões − = , mas esta diferença poderia
3 4 12
ser compensada pela razão que assume que a vazão distribuída ao longo da tubulação é
constante, mas ocorre na realidade é que vazão diminuiu ao longo da tubulação em razão da
perda de carga e a consequemente redução da pressão ao longo da tubulação.
 2 2 Qm q L q 2 L2 
hf = K L Qm − + 
 2 4 

2
 qL 
hf = K L Q m − (8)
 2 

Considerando que a vazão no início da tubulação é Qm e que vazão que escoa no

final da tubulação é Q J (vazão de jusante).


Qm − Q J = qL (9)
Substituindo a equação 9 em 8.

 (Q − Q J )  2
hf = K L Qm − m 
 2 

2
Q + QJ 
hf = K L  m  (10)
 2 
5

Qm + Q J
Qf = (11)
2
em que
Q f - vazão fictícia, m3 s-1

L
hf = K L Q 2f = 0,0826 f Q 2f
5
D
Exemplo:
Considerando uma linha de irrigação por aspersão com 11 aspersores médios de
vazão de 3,6 m3 h-1 e pressão de operação de 30 mca, instalados em uma tubulação é de 75
mm de diâmetro, e espaçados de 18 m. Isto faz com que a vazão que percorrerá a uma
tubulação reduza a cada trecho de 18 m de 3,6 m3 h-1. Considerando que vazão no inicio da
tubulação seja de 39,6 m3 h-1, vamos considerar o cálculo da perda de carga apenas para o
trecho inicial de 5 aspersores. A vazão distribuída q é igual 5,555 x10-5 m3 s-1 m-1
Para calcularmos a perda de carga é necessário calcularmos o valor de f da fórmula
universal. Mas para isto, temos calcularmos o valor do número de Reynolds:

Figura 2 – Linha de aspersores

Calculando a vazão fictícia

Qm = 3,6 * 11 = 39,6 m 3 h −1 = 0,011 m 3 s −1

Qm = 0,011 m 3 s −1
qL = 5,555 x10 −5 * 90 = 0,0050m 3 s −1
Q J = Qm − qL = 0,011 − 0,0050 = 0,0060m 3 s −1
6

πD 2 4Q 4 * 0,085
Q = AV = V ⇒V = = = 1,92 m s −1
4 πD 2
π * 0,075 2

VD 1,92 * 0,075
Re = = = 144 .304
υ 1x10 −6

Considerando o escoamento turbulento neste primeiro trecho


Valor da espessura da camada laminar pode ser calculada
32,5 D
β=
Re f

Tomando a equação universal

L V2
hf = f
D 2g

multiplicando pelo diâmetro quadrado

L V 2 D2 υ 2
hf = f
D 2g D 2 υ 2

rearranjando a equação

Lυ 2 V 2 D 2
hf = f
D3 2g υ2
onde

V 2D2
Re 2 =
υ2

Lυ 2
hf = f Re 2
3
D 2g

explicitando o número de Reynolds ao quadrado versus f


D 3 2g h f
= f Re 2
Lυ 2

D 3 2g h f
Re f =
Lυ 2

D3 2g h f 0,075 * *9,81 * 6
f = = = 137 .953,12 = 11.745
( )2
Re
Lυ 2
180 * 1,01x10 −6
7

32,5 D 32,5 * 0,075


β= = = 0,000208
Re f 11.745

ε 0,00006
= =
β 0,000208
como valo de ε não é maior que 8β, o escoamento é turbulento e de paredes lisas, o
valor f pode ser calculado pela equação a seguir.

O valor da rugosidade para o plástico é de ε=0,00006 m.

  ε 10 6
 3
1

f = 0,00551 +  20.000 +  
  D Re y  
 

 1 
  6  3
f = 0,00551 +  20.000
0, 00006
+
10   = 0,0211
 0,075 144304  
  

f = 0 , 0211

0,0826 f 0,0826 * 0,0211


K= = = 734,44
5
D 0,075 5

Calculando a perda de carga


L 2 90
hf = K 0,0826 * f Q f = 0,0826 * 0,0211 0,0085 2 = 4,78mca
D 5
0,075

Considerando a perda de carga sem a consideração da substituição do último termo


da equação 7, para se tornar o quadrado perfeito.
 2 2 Qm q L q 2 L2 
hf = K L Qm − + 
 2 3 

 2 2 Qm q L q 2 L2 
hf = K L Qm − +
 −5
2 2 * 0,011* 5,555 x10 * 90
 = 734, 44 * 90 * 0,011 − +
( )
5,555 x10 −5 2* 90 2 
 = 4,82 mca
 2 3   2 3 

Observa-se para esta situação em que hipótese de considerar o último termo da


equação 7 não apresentou erros significativos. A diferença entre as duas perdas de cargas foi
0,134 mca sendo o erro relativo de 2,79%.
8

Outra maneira de calcular


Calculando a perda de carga em cada trecho

Trecho Vazão Velocidade Reynolds f Hf


(m3 s-1) (m s-1) (mca)
1 0,010 2,264 169.765 0,0209 1,309
2 0,009 2,037 152.789 0,0210 1,068
3 0,008 1,811 135.812 0,0212 0,851
4 0,007 1,584 118.836 0,0215 0,659
5 0,006 1,358 101.859 0,0218 0,491
6 0,005 1,132 84.883 0,0222 0,347
7 0,004 0,905 67.906 0,0227 0,228
8 0,003 0,679 50.930 0,0236 0,133
9 0,002 0,453 33.953 0,0251 0,063
10 0,001 0,226 16.977 0,0287 0,018
Perda de carga total 5,166

1,50
1,35
1,20
Perda de carga (mca)

1,05
0,90
0,75
0,60
0,45
0,30
0,15
0,00
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Distância

Figura 2 – Perda de carga ao longo da linha lateral


9

Ajustou-se por meio de regressão uma equação de vazão em função da pressão para
aspersor modelo ZE 30 D a parti dos dados do catalogo do fabricante

Q = 0,61 H 0,5 equação de um aspersor


Considerando o critério para dimensionamento de linhas laterais de irrigação por
aspersão, que considera a variação da pressão ao longo da linha lateral seria no máximo de
20% da pressão de serviço. Considerando que o aspersor do centro irá operar com a pressão
adequada, os demais irão operar com a pressão de serviço somada a perda de carga, se
aspersor estiver localizado a montante do aspersor do centro. E será reduzida a perda de carga
ocorrida no trecho, se aspersor estiver localizado a jusante.

Trecho Pressão Vazão Vazão Vazão Velocidade Número f Hf


Serviço aspersor no trecho no trecho Reynolds

(mca) (m3 h-1) (m3 h-1) (m3 s-1) (m s-1) (mca)


1 38,9 3,80 36,0 0,010 2,264 169.765 0,0209 1,309
2 37,6 3,74 32,3 0,009 2,028 152.132 0,0210 1,059
3 36,5 3,69 28,6 0,008 1,797 134.751 0,0212 0,838
4 35,7 3,64 24,9 0,007 1,568 117.573 0,0215 0,645
5 35,0 3,61 21,3 0,006 1,341 100.555 0,0218 0,479
6 34,7 3,59 17,7 0,005 1,115 83.622 0,0222 0,337
7 34,4 3,58 14,2 0,004 0,890 66.744 0,0228 0,221
8 34,3 3,57 10,6 0,003 0,665 49.899 0,0237 0,128
9 34,2 3,57 7,0 0,002 0,441 33.069 0,0252 0,060
10 34,2 3,57 3,4 0,001 0,217 16.244 0,0290 0,017

Perda de carga total 5,092

Solução apresentada por Christiansen

Este método de calcular a perda de carga somando trecho, para grandes linhas poder
dispendioso e as vezes tedioso. Christiansen em 1942 apresentou uma solução para o
problema. Considerando que a vazão ao longo da linha de aspersores pode ser considerada
constante e igual q.
10

K1 LV m
Hf = (12)
Dn
A equação da vazão
Q Q 4Q Q
Q = AV ⇒ V = = = = K2
A π D2 π D2 D2
4
Q
V = K2 elevando os as duas partes da equação por m
D2

Qm
Vm = Km (13)
2 D 2m

4
onde K 2 = π

Substituindo a equação 13 em 12

 Q m 
K1 L K 2m
 D 2m   Qm  m
Qm
Hf =  = K1 L K 2m  = K1 K m L Q = K L
Dn  D n D 2m  2
D 2m + n D 2m + n
 
Considerando o cálculo da perda de carga do final da tubulação para início, considerando que
a vazão que escoa no trecho final é q. e que em cada trecho para inicio é somado uma vazão q:
Trecho 1

qm
hf1 = K S
D 2m + n

trecho 2

hf 2 = K S
(2q )m =KS
2m q m
D 2m + n D 2m + n
Trecho 3

hf 3 = K S
(3q )m =KS
3m q m
D 2m + n D 2m + n
No trecho de número N
11

hf N = K S
(Nq )m =KS
N mqm
D 2m + n D 2m + n
N
Hf =
∑ (hf + hf
1
1 2 + hf 3 ...hf N )

N
 q m N m 

m
 KS q q m 2m q m 3m
Hf = + KS + KS + ... + KS
 D 2m + n D 2m + n D 2m + n D 2m + n 
1 
N N
Hf =
∑ KS D qm
2m + n
((1 + 2 m m
+ 3 + ... + N m
)) = KS D 2m + n ∑ ((1 + 2 m + 3m + ... + N m ))
qm

1 1
N N
Hf = KS
D
qm
2m + n ∑ ((1 + 2
1
m m
+ 3 + ... + N m
)) = KS D 2m + n ∑ N m
qm

1
N
Hf = KS
D
qm
2m + n ∑N1
m

L Q
Substituindo S = e q=
N N

N N

N
Q
  N
m
LQ N m
Nm
∑ m

Hf = KS
qm
D 2m + n ∑ 1
L N
N m = K   
 N  D 2m + n
Nm = K
∑ 1
N N m D 2m + n
1
= 1
KL Q m
N m +1 D 2 m + n

∑ Nm
KL Q m KL Q m
Hf = 1 =F
N m +1 D 2m + n D 2 m+ n
N

∑ Nm

F= 1
N m+1

1 1 m −1
F= + +
m + 1 2N 6N 2
12

O fator de Christiansen quando o número de saídas tende para infinito e expoente da


1
equação de vazão é igual a 2, (fórmula de perda de carga universal) o valor converge para
3
Considerando que a vazão no final da linha é zero, poderíamos calcular a perda de
carga utilizando o conceito de vazão de fictícia.

 2 2 Q m q L q 2 L2 
hf = K L Qm − + 
 2 3  equação 6

Qm − Q J = qL como que QJ é zero a equação 9 pode ser escrita

Qm = qL

substituindo na equação 6
 2 
 2 2 Qm Q m Q m 
hf = K L Qm − +
 2 3 
 

 Q2 
hf = K L Qm − Qm + m 
 2 2
 3 
 

Q 2 
hf = K L  m 
 3 
 

1 1 L 2
hf = K L Q 2 = 0,0826 f Qm
3 m 3 D5
A perda de carga de em tubulação com saídas laterais com vazão final igual a zero a
perda de carga é 1/3 daquela que ocorreria se a vazão percorresse toda a tubulação.
13

INSTALAÇÕES DE RECALQUE

3.1. Introdução

Instalação de recalque é conjunto formado por tubulações e sistema de bombeamento


com a finalidade transportar líquidos de uma cota inferior para uma superior. Para tratarmos
deste assunto, alguns conceitos devem ser considerados.
Define-se máquina como um transformador de energia, sendo uma das formas de energia
envolvidas o trabalho mecânico. Dentre as diversas máquinas existentes,
particular atenção será dada às chamadas máquinas de fluido, que se caracterizam
por apresentar como meio operante um fluido.

3.1.1 Classificação das Máquinas de Fluido

As máquinas de fluido podem ser classificadas em:

3.1.1.1 Máquinas hidráulicas

São aquelas nas quais o fluido não varia de peso específico ao passar pela máquina.
Exemplos: bombas, turbinas, ventilador, etc.

3.1.1.2 Máquinas térmicas

São aquelas nas quais o fluido tem seu peso específico sensivelmente variado ao
passar pela máquina. Exemplo: compressor de ar.
Dentre estas máquinas de fluido, abordaremos o assunto referente à máquina
hidráulica denominada Bomba Hidráulica.

3.2. Bombas Hidráulicas

3.2.1 Conceito
14

São máquinas que, recebendo energia mecânica de uma fonte (motor), captam o
fluido de uma fonte e fornecem a este a energia mecânica convertida em uma outra forma.

3.2.2 Classificação

As bombas hidráulicas são classificadas de acordo com a forma de energia que


fornecem ao fluido.

3.2.2.1 Bombas volumétricas

São aquelas que fornecem energia de pressão ao fluido. O movimento do órgão


fornecedor de energia e alternativo.
Um exemplo típico desta bomba é chamada de pistão, que consiste basicamente de
um cilindro ou corpo da bomba, geralmente de ferro fundido, dentro do qual se move um
pistão acionado por uma vareta que se prolonga pêra fora. O movimento do pistão é
alternativo e a ação conjunta de duas ou mais válvulas permite a captação e elevação do
fluido.
Na figura a seguir pode-se ver o esquema de uma bomba a pistão do tipo aspirante-
calcante:

Figura 2. Esquema de uma bomba a pistão


Existem também as bombas volumétricas nas quais o movimento é rotativo. Como
exemplo, podemos citar as bombas de engrenagens, muito usadas para impulsionar o óleo
lubrificante em motores a combustão interna.
15

3.2.2.2 Bombas hidrodinâmicas ou turbobombas


São aquelas nas quais é fornecida energia ao fluido na forma de energia cinética. O
movimento do órgão fornecedor de energia é rotativo.

3.2.3 Componentes de uma bomba


3.2.3.1 Rotor

É o órgão móvel, responsável pelo fornecimento de energia ao fluido. O rotor é


dotado de palhetas curvas que, estando o mesmo em movimento, pela ação da força centrífuga
impulsionam a água na direção saída, promovendo aumento de pressão.

3.2.3.2 Corpo da bomba


Conduto de diâmetro variado, dentro do qual o rotor gira. Tem ainda por função
receber o fluido impulsionado pelo rotor e conduzi-lo em direção à saída da bomba.
Transforma energia cinética em energia de pressão com pequena perda por
turbulência

Fonte: www.fazfacil.com.br/.../hidraulica_bomba_2.html

Figura 4. Corte esquemático de uma turbobomba

3.2.4 Classificação de Turbobombas


16

As turbobombas são classificadas, conforme o escoamento do fluido dentro do rotor,


em:

3.2.4.1 Bombas radiais ou centrífugas

São aquelas nas quais o fluido entra no rotor na direção axial (direção do eixo da
bomba) e sai na direção radial.
São bombas adequadas para elevar pequenas vazões a grandes alturas.

Fonte: http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Bomb02.html
Figura 5. Cortes de uma bomba radial, mostrando componentes.

3.2.4.2 Bombas axiais

São aquelas nas quais o fluido entra na direção axial e sai na direção axial. O seu
funcionamento assemelha-se ao funcionamento de um ventilador doméstico.
São bombas adequadas para elevar grandes vazões a pequenas alturas.

3.2.4.3 Bombas mistas ou diagonais


17

São aquelas nas quais o fluido entra no rotor na direção axial e sai em uma direção
diagonal, ou seja, intermediária entre a axial e a radial. São bombas adequadas para elevar
médias vazões a médias alturas.

3.2.5 Velocidade Específica de uma Bomba

A velocidade específica de uma turbobomba é um índice que expressa o tipo da


bomba. O seu valor pode ser determinado usando-se a expressão:

n.Q 0,5
ns = 3
4
Hm
em que:
Q - vazão que passa pela bomba (m3/s)
n - rotação a que a bomba opera (rpm)
Hm - energia fornecida ao fluido pela bomba ou altura manométrica da
instalação (m)
ns - velocidade específica da bomba

De acordo com Deniculli, o tipo da bomba pode ser definido em função do valor da
sua velocidade específica da seguinte forma:

Tipo de bomba Velocidade específica (ns)


bomba radial 10 < ns < 220
bomba axial 120< ns > 200
bomba mista 70 < ns < 120

Dentre as bombas hidráulicas, as turbobombas são mais comumente usadas e, entre


estas, as bombas radias ou centrífugas são mais largamente empregadas em irrigação.

3.3. BOMBAS CONTRÍFUGAS


18

3.3.1 Classificação:

Devido à grande diversidade de bombas centrífugas construídas para atender as mais


diversas situações, é conveniente classifica-las de acordo com:

3.3.1.1 Número de entradas de fluido

→ Bomba de sucção simples, a entrada do fluido se faz através de uma única entrada.

→ Bomba de dupla sucção, a entrada de fluido se faz por duas entradas. O rotor de
dupla sucção opera com equilíbrio dos empuxos axiais, o que não ocorre com o de simples
sucção.

3.3.1.2 Número de rotores dentro da carcaça

Bomba de simples estágio ou unicelular: Possui um único rotor dentro da carcaça.


Teoricamente seria possível a construção de uma bomba assim para elevar qualquer vazão a
qualquer altura. Portanto, na prática, as dimensões excessivas fazem com que os fabricantes
limitem as bombas unicelulares a alturas até 100 metros.
Bombas de múltiplos estágios ou multicelular: Possui dois ou mais rotores dentro da
carcaça. Estes rotores estão instalados em série (o fluido que sai do primeiro entra no segundo
e assim por diante), o que permite a elevação do fluido a grandes alturas (Hm > 100 metros).

3.3.1.3 Tipo de rotor

→ Rotor aberto: O rotor consiste de apenas algumas palhetas, sendo semelhante à


hélice de um ventilador. É usado se faz o bombeamento de líquidos muito sujos, pois
apresentará menos problema de entupimento. O inconveniente é que este rotor acarreta baixo
rendimento, sendo normalmente usado em bombas pequenas.

→ Rotor fechado: É aquele no qual as palhetas se apresentam entre dois discos


metálicos. Este tipo de rotor permite um melhor rendimento da bomba, por evitar a chamada
19

recirculação da água. Deve ser usado em bombeamento de líquidos limpos, pois, caso
contrário, poderá haver entupimento.

→ Rotor semi-aberto: As palhetas deste rotor são fixadas em apenas um disco


metálico. Suas características são intermediárias entre os rotores anteriores.

Figura 6. Rotores: aberto (a), semi-aberto (b) e fechado (c)

3.3.1.4 Posição do eixo da bomba em relação ao nível da água

Esta classificação refere-se não a uma característica da bomba em si, mas da forma
como a bomba está instalada.

→ Bomba de sucção positiva: O eixo da bomba situa-se acima do nível da água no


reservatório de captação.

→ Bomba de sucção negativa ou bomba afogada: O eixo da bomba situa-se abaixo


do nível da água no reservatório de captação.

3.3.1.5 Direção do eixo

→ Bomba de eixo horizontal: Instalação mais comum, o eixo da bomba é instalado


na direção horizontal.

→ Bomba de eixo vertical: Quando se faz necessário, em função das condições


locais, a bomba pode ser instalada de forma a que o seu eixo esteja na direção vertical. É
20

necessário que a bomba usada tenha sido construída de forma a permitir este tipo de
instalação. O uso de uma bomba assim instalada é comum quando se retira água de poços,
podendo, no entanto, encontrar-se tal montagem em outras situações.

Figura 7. Esquema de instalações de recalque com sucção positiva (a) e com sucção negativa
(b).

3.4. Instalação de Recalque

3.4.1 Conceitos

Sistema ou instalação de recalque é a denominação do conjunto constituído por


tubulações, conexões, acessórios, válvulas e os meios mecânicos de elevação de líquidos. Um
sistema é composto de:

→ Tubulação de sucção: inicia-se no reservatório de captação à entrada da bomba,


→ Conjunto motobomba: Insere ao líquido a energia necessária para sua
movimentação,
→ Tubulação de recalque: inicia-se na saída da bomba ao ponto que deseja-se ou
necessita-se do fornecimento de água.
21

Figura 8. Esquema de uma instalação de recalque

3.4.2 Altura Estática ou Geométrica da Instalação de Recalque

É a diferença de nível entre os níveis da água nos reservatórios inferior e superior (ou
entre o nível da água no reservatório inferior e o nível da saída da água, quando se tratar de
descarga livre no recalque).
A altura geométrica total da instalação pode ser dividida em duas partes:
Hg = Hr + Hs
em que:
Hg – altura geométrica de sucção (m);
Hg – altura geométrica de recalque (m); e
Hr – altura geométrica total (m).

3.4.3 Altura Manométrica da Instalação

Se o sistema está em funcionamento, o líquido bombeado percorre as tubulações de


sucção e de recalque, bem como o interior da bomba. Este movimento acarreta perdas de
carga, que devem ser compensadas pela bomba, ou seja, a bomba de fornecer ao líquido,
22

energia suficiente para vencer a diferença de nível entre os dois reservatórios, acrescida da
energia que será perdida por atrito ao longo do escoamento. Dessa forma, define-se a altura
manométrica da instalação como sendo a soma destas duas parcelas: a diferença de nível e as
perdas de carga.
A equação de energia aplicada entre a entrada e a saída de uma bomba fornece
(Figura 08):

PS VS 2 P V 2
ZS + + + Hm = Z R + R + R
γ 2g γ 2g

em que:
Hm = energia fornecida ao fluido pela bomba, m.
Assim, pose-se escrever:

 P − PS  VR  2
− VS
2

Hm = (Z R − Z S ) +  R  +  

 γ   2g 

Pela Figura 08, tem-se

Considerando o manômetro e vacuômetro na instalação do sistema de bombeamento.


(Z R − Z S ) = Z Como a diferença de altura entre os dois pontos considerados é muito
pequena a carga potencial pode ser desprezada.
A pressão no recalque e na entrada da bomba pode ser obtida:

 PR − PS  M −V
  =
 γ  γ

 V R 2 − VS 2 
  Considerando a diferença de velocidade na tubulação de sucção e
 2g 
 
recalque que é muito pequena, a expressão da carga cinética pode ser desprezada.
Então a altura manométrica para instalação de recalque em funcionamento é:

 P − PS   V R − VS 
2 2

Hm = (Z R − Z S ) +  R 
 +  

 γ   2 g 
23

 M −V 
Hm = 0 +   + 0
 γ 

 M −V 
Hm =  
 γ 

De acordo com esta expressão, pode ser fornecida ao fluido, energia de posição,
energia de pressão ou energia cinética.
Hm = Hg + Hft

em que:

Hft – perda de carga total na instalação (m.c.a.),


Hm – altura manométrica da instalação (m).
Hft corresponde à soma das perdas de carga contínua e localizadas que ocorrem
nas tubulações de sucção e de recalque.

Hft = Hfs + Hfr


em que:

Hfs – perdas de carga localizadas + contínua na sucção (m),


Hfr – perdas de carga localizadas + contínua no recalque (m).

Assim:

Hm = Hg + Hft ou Hm = (hgs + Hfs) + (hgr + Hfr)

3.4.4 Diâmetro da Tubulação de Sucção e Diâmetro de Recalque

Teoricamente, pode-se usar um diâmetro qualquer para a tubulação de recalque.


Deve-se observar que um diâmetro grande implicará em pequena velocidade da água e,
24

portanto, pequena perda de carga. Isto fará com que a potência do conjunto de bombeamento
seja reduzida (menor custo). Por outro lado, o custo desta tubulação será elevado. Se o
diâmetro da tubulação recalque for pequeno, a perda de carga será maior, o custo do conjunto
de bombeamento será maior e o da tubulação, menor.
Existe, porém, um diâmetro que tornará mínimo o custo do sistema (bomba +
tubulação), conforme mostrado no gráfico a seguir.
Para se encontrar este diâmetro, economicamente mais adequado, pode-se usar a
fórmula de Bresse:

Dr = KxQ 0,5
em que:

Dr – diâmetro da tubulação de recalque (m),


Q – vazão elevada (m3/s),
K – coeficiente econômico, que depende do custo da energia, dos materiais e das
máquinas usadas. O K varia, portanto, com o tempo e com a região.
Para construir a Figura 9, adotou um sistema de recalque de água instalado em área
com desnível de 30m , operando 12 horas por dia, bombeando uma vazão de 20 m3 h-1
dimensionou o sistema. Os preços do conjunto motobomba, tubulação de PVC e preço energia
preço de mercado.
Utilizando a equação de Bresse com o valor de K=1, observa-se na Figura 9 que o
diâmetro obtido pela equação de Bresse foi que apresentou o menor custo total, para esta
condição a velocidade no tubo de 75 mm é igual 1,26 m s-1 , enquanto no tubo de 50, 100 e
125 mm é 2,86, 0,71 e 0,45 m s-1 , respectivamente. Para o diâmetro de 50 mm O custo da
energia elétrica é R$ 0,20 reias o kWh, e total foi calculado para período de um ano.
25

18.000
16.500
15.000
13.500
Valores (R$) 12.000
10.500
9.000
7.500
6.000
4.500
3.000
1.500
0
50 75 100 125
Diâmetro da tubulaão (mm)

CustoTotal Tubulações Bomba Energia

Figura 9. Gráfico para expressar a relação custos-diâmetro.

No Brasil são citados os seguintes valores para K:

Azevedo Netto: K entre 0,90 e 1,40 média: K = 1,2 (1986)


Silvestre.: K entre 0,75 e 1,40 (1985)
Para instalações de menor porte, podemos usar K com valor igual ou maior que 0,8,
respeitando-se os limites acima. Pode-se também usar o critério da velocidade, que consiste
em limitar a velocidade da água no recalque a um valor máximo.
Este valor máximo, de acordo com Azevedo Neto, para linhas de recalque, deve ser
inferior a 2,4 m s-1. É usual adotar-se, em termos práticos: Vr = < 2,0 m/s
Para os nossos objetivos, adotar: K=1,0 para determinarmos Diâmetro de recalque.
Usar diâmetro comercial imediatamente inferior no recalque; Verificar velocidade na
tubulação.
Se a velocidade do líquido na tubulação de recalque atende aos limites citados, o
diâmetro é adequado.

3.4.4.1 Diâmetro da tubulação de sucção

Uma vez determinado o diâmetro adequado para tubulação de recalque, define-se


para tubulação de sucção o diâmetro comercial imediatamente superior a este.

3.4.5 Potência Necessária ao Funcionamento da Bomba


26

A potência necessária para que a bomba funcione, ou seja, a potência solicitada por
esta para operar, será determinada segundo a expressão:
Potência é definida como trabalho por tempo
Trabalho
Pot =
t
Trabalho é força pela distância

Trabalho = Fd
Fd F
Pot = = d
t t

A força é massa por aceleração

F = mg m3
, multiplicando a força por
m3

m3
mg m
m3 mg m 3 kgf m 3
Pot = = m = m
s m3 s m3 s

γ=
kgf m3
O peso específico do líquido m3
e vazão é Q = s
e distância e no presente

caso é relativa altura manométrica.


kgf m 3
Pot = m = γ Q Hman
m3 s

A unidade resultante da fórmula de potência é:


kgf
Pot = m
s

Um cavalo vapor corresponde a 736 W, para transformar kgf para Newtons


Multiplicamos por 9, 81

9,81 N
Pot = Hm
736 s

A potência da bomba será dada pela fórmula:


γ.Q.Hm
Pot =
75
A potência do motor será dada pela fórmula:
27

γ.Q.Hm
Pot =
75η b

em que:

Pot – potência necessária ao funcionamento da bomba (cv),


Q – vazão elevada (m3 s-1),
Hm – altura manométrica da instalação (mca),
γ
– peso específico do líquido bombeado (kgf m-3),
ηb – rendimento da bomba, fornecido pelo fabricante (decimal).

3.4.5.1 Potência do motor

O motor usado para acionar a bomba deve sempre ser selecionado de forma a operar
com uma margem de segurança de potência, para evitar que em algumas condições, operar
com sobrecarga.
Esta margem de segurança é dada sobre a potência solicitada pela bomba. Em um
caráter prático, recomendam-se os seguintes valores:

→ Para motores elétricos:


Potencia solicitada pela bomba (cv) Folga (%)
<2 50
2a5 30
5 a 10 20
10 a 20 15
> 20 10

→ Para motores a diesel: 25% de folga.


→ Para motores a gasolina: 50% de folga.
Calculada a potência do motor, computando-se a folga necessária, adota-se o motor
disponível comercialmente com a potência imediatamente superior.
Os motores elétricos são construídos comas seguintes potências, em cv:
28

1/4 7½ 45
1/3 10 50
1/2 12 60
1 15 80
1½ 20 100
2 25 125
3 30 150
5 35 200
6 40 300

3.4.6 Cavitação

Uma instalação de recalque compõe-se de um conjunto motobomba, uma tubulação


de sucção e uma tubulação de recalque. Em se tratando de uma bomba centrífuga, o
movimento do rotor gera uma supressão no seu centro, comunicada à tubulação de sucção e
uma sobrepressão na sua periferia, comunicada à tubulação de recalque.
Na entrada da bomba, Figura 10, em termos de pressão absoluta, estando a bomba
p atm
desligada, a pressão, é igual à pressão atmosférica = 10,336 mca, ao nível do mar). A
γ

bomba estando em operação, a pressão na entrada é menor que a atmosférica. Se esta pressão
p
decrescer até um valor igual à pressão de vapor do líquido ( γ = 0,24 mca para água a 20ºC),
V

ocorrerá a cavitação (vaporização do líquido). Estas bolhas de vapor no interior do líquido,


deslocaram para interior da voluta e ao atingirem a região de sobrepressão “implodem”,
gerando um efeito mecânico que pode danificar as paredes da bomba e gerando um barulho.
29

Figura 10. Esquema de tubulação de sucção e bomba.

4.6.1 Altura máxima de sucção

Aplicando Bernoulli entre (0) e (1), tem-se:

2 2
V P0 P V
Z 0 + + 0 = Z1 + 1 + 1 + hf s
γ 2g γ 2g

em que:

hfs – perda de carga total na sucção (contínua + localizada).

2
P1 P0 V12 V0
Z 0 − Z1 = − + − + hf s
γ γ 2g 2g

ou:

Z1 − Z 0 =
(P0 − P1 ) − V12 − hf s
γ 2g

Para uma bomba em funcionamento, o valor de P0 é igual ao valor da pressão


atmosférica local, representada por Pa.
Para que não ocorra cavitação, o menor valor que P1 pode assumir é igual ao valor da
pressão de vapor do líquido bombeado.
Este valor corresponde à altura máxima de sucção, dada por:

hg s máx =
(Pa − Pv ) − V1 2 − hf s
γ 2g

Expressão obtida aplicando-se o teorema de Bernoulli aos extremos da tubulação de


sucção. Contudo, da entrada da bomba até o centro do rotor ocorre perda de carga, que
também deve ser considerada no cálculo da altura de sucção. Em outras palavras, a pressão
decresce da entrada da bomba até o centro do rotor. Assim:
30

hg s máx =
(Pa − Pv ) − V12 − h fs − h i
γ 2g

ou então:

hg s <
(Pa − Pv ) − V12 − hf − hi
γ
s
2g

em que:

hi – perda de carga localizada no interior da bomba (m).

Separando as condições locais das grandezas relacionadas com a bomba:

2
Pa Pv V
hg s − + + hf s < − 1 − h i
γ γ 2g

Finalmente:

Pa  Pv  V2
−  hg s + + hf s  > 1 + h i
γ  γ  2g
Local Bomba

O primeiro termo da desigualdade acima é denominado NPSH disponível no local


(NPSHd). O segundo termo é denominado NPSH requerido pela bomba (NPSHr).
O nome NPSH corresponde às iniciais do nome em inglês: Net Positive Suction
Head. Em português corresponde a Altura Positiva Líquida de Sucção (APLS).

Para não ocorrer cavitação: NPSHd > NPSHr


Na prática, é dada uma margem de segurança, ficando:

NPSHd > 1,15 x NPSHr


31

Medidas para dificultar a ocorrência de cavitação:

A pressão de vapor cresce com o aumento da temperatura (Pv da água a 100ºC =


10,33 mca);
Reduzir as perdas de carga na tubulação de sucção;
– tornar esta tubulação a mais reta possível;
– usar maior diâmetro na sucção;
– evitar sucção de ar;

Na prática, a medida mais usual consiste em reduzir as perdas de carga na tubulação


de sucção. Outra alternativa, seria o uso de uma bomba com menor NPSHr.

Observações:

1 – Segundo Silvestre (??), a experiência mostra que:


hi = δ.Hm

em que:
δ – coeficiente de cavitação da bomba, calculado pela fórmula:

δ = 0,0012 . ns4/3
em que:
ns – rotação específica da bomba.
Quanto maior δ, maior tendência à cavitação. As bombas radiais, apresentando
menor ns que as bombas axiais, possuem menor tendência à cavitação. As bombas axiais, na
verdade, devem sempre trabalhar afogadas.

– A pressão atmosférica em um dado local pode ser estimada pela expressão:

5, 2568
 293 − 0,0065 * Z 
p = 101,13 *  
 293 
32

em que:
Pressão atmosférica local, kPa
Z – altitude local (m).

3.4.7 Semelhanças entre bombas

Modelo: representação em pequena escala de algo que se pretende executar.


Protótipo: Produto fabricado individualmente ou produzido de modo artesanal, e segundo as
especificações de um projeto para fabricação em série, com o propósito de servir de teste antes
da fabricação em escala industrial, ou da comercialização

Figura 11. Semelhança entre geométrica entre dois rotores (corte longitudinal)
A teoria e a experiência mostram que o gradiente de pressão ∆P, potência da bomba,
diâmetro rotor (D), da massa específica do fluido (ρ), da viscosidade dinâmica ou absoluta
(µ).

Matematicamente o problema pode ser expresso:


F1 (∆p, D, Q, pot , ρ , µ , ε )

Estas grandezas físicas podem ser expressas como:

F MLT −2
[∆p] = = = MLT −2 L− 2 = ML−1T −2
A L2

[D] = L
33

F ∂Z ML−1T −2 L
[µ] = =0 = ML−1T −1
A ∂V L2 LT −1

[Q ] = L3T −1
[ρ] = massa
= M L−3
Volume
−2
[pot ] = trabalho = FD = MLT L
= ML2 T −3
t t T

[n ] = T −1
Existem 7 grandezas físicas e 3 unidades fundamentais. O teorema dos π ou teorema
de Buckingham permite escrever a função F1 através de 7-3=4 adimensionais (4 termos π), o
que vem a ser uma forma mais condensada, ou seja:
F1 (∆p, D, Q, pot , ρ , n, µ , ) = F2 (π 1 , π 2 , π 3 , π 4 )
A experiência e a técnica de uso do teorema diz que as grandezas de base devem
tantos forem as unidades fundamentais (3), sendo uma grandeza dinâmica, uma grandeza
dinâmica, uma grandeza cinemática e uma geométrica; a grandeza dependente (∆P) deve ser
eliminada do sistema probásico.
A experiência mostra ainda que, sempre que houver ρ, V e D envolvidos no
fenômeno, devem ser grandezas de base (ρ é grandeza dinâmica; n grandeza cinemática e D
uma grandeza geométrica).

Os termos π1, π2, π3 e π4 são representados por:


a a
π1 = ρ 1 n b1 D c1 ∆P π 3 = ρ 3 n b3 D c3 Q

a
π2 = ρ 2 n b 2 Dc 2 µ π4 = ρa 4 V b 4 Dc4 pot −1

( b1
) ( )
π1 = ML−3 1 T −1 (L )c1 ML−1T − 2
a
( )
( a
) ( ) ( ) (
π 2 = ML−3 2 T −1
b2
L
c2
ML−1T −1 )
( ) ( )
a
π 3 = ML−3 3 T −1
b3
( )
(L )c3 L3 T −1

= (ML ) (T ) (L ) (ML T )
−1 b 4
−3 a 4 c4 2 −3
π4

Para π1
Resolvendo para diferença de pressão
34

a1 − 3 a1 −1b c
π1 = M L T 1 L 1 ML−1T − 2

a1 +1 − 3 a1 + c1 −1 − b − 2
π1 = M L T 1 = M 0 L0T 0

Igualando-se os expressos a zero, vem:

a1 + 1 = 0 a1 = −1
 
− 3a1 + c1 − 1 = 0 ⇒ b1= −2
− b − 2 = 0 c
 1  1= −2
∆P
π 1 = ρ a1 n b1 D c1 ∆P = ρ − 1n − 2 D − 2 ∆P =
ρn 2 D 2

∆P
π1 =
ρ n2D2

para π2

( a
) ( ) ( ) (
π 2 = ML−3 2 T −1
b2
L
c2
ML−1T −1 )
a 2 −3a
π2 = M L 2 T − b 2 Lc 2 ML−1T −1
a2 +1 −3a2 + c2 −1 −b −1
π3 = M L T 2 = M 0 L0T 0

a 2 + 1 = 0 a 2 = −1
 
− b 2 − 1 = 0 ⇒ b2 = −1
− 3a + C − 1 = 0 c
 2 2  2 = −2
µ
π 2 = ρ a 2 n b2 D c 2 µ = ρ −1 n −1 D − 2 µ =
ρ n D2
µ υ
π2 = =
ρ n D2 n D2

υ
π2 =
n D2

Número de Reynolds

Vazão
35

para π3

( a
) ( ) ( ) (
π3 = ML− 3 3 T −1
b3
L
c 3 3 −1
LT )
a3 3 a3
π3 = M L T − b 3 L c 3 L3 T − 1

a3 −3 a 3 + c 3 + 3
π3 = M L T − b 3 −1 = M 0 L0 T 0

Igualando-se os expressos a zero, vem:

a 3 = 0 a 3 = 0
 
− b 3 − 1 = 0 ⇒  b 3 = −1
− 3 a + c + 3 = 0 c
 3 3  3 = −3

π3 = ρ 3 n b 3 D c3 Q = ρ0 n −1 D − 3 Q
a

Q
π3 =
n D3 coeficiente de vazão

Potência solicitada pela bomba

para π4

( a
) ( ) ( ) (
π 4 = ML− 3 4 T −1
b4
L
c4
M L2T − 3 )
a4 −3 a4
π4 =M L T − b 4 Lc 4 ML2T − 3

a 4 +1 − 3 a 4 + c 4 + 2 − b − 3
π3 = M L T 3 = M 0 L0T 0

a 4 + 1 = 0  a = −1
  4
− b4 − 3 = 0 ⇒ b = −3
4
− 3a + c + 2 = 0 
c = −5
 4
 4 4
36

pot
π 4 = ρ a 4 n b 4 D c 4 pot = ρ − 1 n − 3 D 5 pot =
ρ n 3 D5

pot
π4 =
ρ n 3 D5

Operação de bombas semelhantes


Igualando-se os dois coeficientes de duas semelhantes:
Q1 Q2
=
considerando o diâmetro constante para determinada bomba
n 1 D3 n 2 D3
1 2
Q1 Q2 n
D1 = D 2 , a equação transforma-se = Q1
= 1
organizando a equação Q
n 1 D3 n 2 D3 2 n
1 2 2
Para a pressão

∆P1 ∆P2
ρ1 n12 D12 = ρ 2 n 22 D22

Sendo a pressão expressa por P = γ h e peso específico γ = ρ g portanto, a diferença de

pressão é ∆P = ρ1 g H m . Substituindo na equação acima.

ρ 1 g Hm1 ρ 2 g Hm 2
=
ρ 1 n12 D12 ρ 2 n 22 D22
reorganizando a equação

Podemos eliminar os termos comuns

ρ 1 g Hm1  2  2
ρ 2 g  n1  D1 
=   
ρ 1 Hm 2 ρ 2  n 2  D 2 
 2  2 

 2  D2 
Hm1  n1   1 
=   2 
Hm 2  n 2  D 
 2  2 
37

2 2
Hm1  n1   D1 
=   
Hm 2  n 2   D2 

 2  D2 
Hm1  n1   1 
=   2  considerando o diâmetro constante para determinada bomba
Hm 2  n 2  D 
 2  2 

 2   D2  2
Hm1  n1   1  Hm1 n1
D1 = D 2 , a equação transforma-se =   2  organizando a equação =
Hm 2  n 2  D  Hm 2 n 2
 2   2  2

Para a potência

Pot Pot 2
1 =
ρ1 n1 D1 ρ 2 n 23 D 25
3 5

Pot ρ n3 D5
1 = 1 1 1
Pot 2 ρ 2 n 23 D 25

3 5
Pot 1  n1   D1 
=   
Pot 2  n 2   D2 

Pot ρ n3 D5
1 = 1 1 1
considerando o diâmetro constante para determinada bomba D1 = D2 ,
Pot 2 ρ 2 n 23 D 25

ρ n3 D5 2
1 = 1 1 1
Pot Hm1 n1
a equação transforma-se Pot organizando a equação Hm = 2
2 ρ 2 n 23 D 25 2 n
2

Redução no diâmetro do rotor

A redução do diâmetro do rotor pela usinagem em um torno mecânico, isto pode ocorrer
até uma redução de 20% do diâmetro original. Esta operação é necessária quando o ponto de
projeto (intersecção da curva do sistema com a curva da bomba).

A redução no diâmetro do rotor não permite utilizar as equações obtidas para semelhança
geométrica. Alguns pesquisadores obtiveram outras equações experimentais, mantendo-se
constante a rotação e o rendimento.
38

2
 
Q1  D1 
=  segundo Luis Bergeron e outros (equação experimental)
Q2  D 
 2 

Q1 D
= 1 segundo J. Karassik (equação experimental)
Q2 D
2

Q1 n
= 1
Q2 n
2

2
Hm1 n1
=
Hm 2 n 2 substituindo a equação
2

2
 2  Q 
Hm1  Q1   1 
= = 
Hm 2  Q 2  Q 
 2   2 

esta equação utilizada para traçar a parábola de isoeficiência

2
 
Hm1  Q1 
= 
Hm 2  Q 
 2 

3.4.8 Curvas Características das Bombas Centrífugas

A curva característica de uma bomba centrífuga representa as condições hidráulicas


operacionais da bomba em um determinado nível de rotação. A curva característica
corresponde a o funcionamento da bomba, com a vazão recalcada variando dentro de toda a
faixa possível de operação da bomba.
Geralmente, as curvas de uma bomba são apresentadas pelo seu fabricante. Tais
curvas normalmente relacionam a vazão recalcada pela bomba com:
→ Altura manométrica (Hm),
→ Potência absorvida (Pot),
→ Rendimento (e),
→ NPSH requerido.
39

É importante observar que estas curvas são apresentadas para a bomba


operando a um determinado nível de rotação (rotação nominal da bomba). Caso a bomba seja
colocada para operar com rotação diferente daquela especificada pelo fabricante, as curvas por
este apresentada não são mais válidas.

3.4.8.1 Aspecto geral das curvas

Para as bombas centrífugas, o aspecto geral das curvas características é mostrado


abaixo:

101 60
100 50
Rendimento (%)
Hmna(mca)

99 40
98 30
97 20
96 10
95 0
20 30 40 50 60 20 30 40 50 60
Vazão(m3 h-1) 3 -1
Vazão(m h )

4,0 50
3,5
3,0 40
2,5
NPSH

Pot (cv)

2,0 30
1,5
20
1,0
0,5 10
0,0
20 30 40 50 60 0
3
Vazão(m h ) -1 20 30 40 50 60
Vazão(m3 h-1)

Figura 12. Aspecto das curvas características.

É comum em catálogos de fabricantes a apresentação de linhas de mesmo rendimento


sobre as curvas de altura manométrica versus vazão, não se apresentando as curvas de
rendimento separadamente.
40

3.4.8.2 Considerações sobre as curvas características

Pode-se variar a vazão, com pequena variação de rendimento, na faixa de melhor


rendimento.
A faixa de bom rendimento é relativamente estreita (> 65%). Bombas menores
geralmente apresentam menor rendimento.
A potência absorvida cresce com o aumento da vazão. Esta, por sua vez, cresce com
a redução da altura manométrica. Em decorrência disto, é conveniente ligar e desligar a
bomba com o registro fechado, pois assim a altura manométrica é máxima, a vazão é nula e a
potência solicitada pela bomba é mínima.
Aumentar a altura manométrica do projeto como margem de segurança para o
dimensionamento do conjunto bomba-motor é um erro.

3.4.8.3 Variação das curvas características

As curvas características de uma bomba variam com alguns parâmetros, como


descrito a seguir:
A inclinação das curvas varia com o tipo do rotor. Compete ao fabricante da bomba
definir o tipo de rotor para uma certa bomba. Ao usuário compete a escolha de uma bomba,
dentre as várias disponíveis, que se adeque às suas condições.
Para um determinado tipo de rotor, mantendo-se o diâmetro deste constante, a
posição da curva característica varia com a rotação deste, conforme a figura:
41

100

80

Hman (mca) 60

40

20

0
10 20 30 40 50 60
Vazão (m 3 h-1)

3500 rpm 1700 rpm

Figura 13. Efeitos da variação da rotação da bomba

A bomba deve operar na sua rotação nominal, especificada pelo fabricante. Se


necessário, pode-se usar motor de rotação diferente, com um sistema de transmissão (ex:
conjunto de polias), de forma a fornecer a rotação adequada à bomba.
Para uma determinada rotação, a posição da curva varia com o diâmetro do rotor,
conforme a figura

80

70
Altura manométrica (mca)

60

50

40

30

20
30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 85,0
3 -1
Vazão( m h )

Ro to r 192 mm Ro to r 177 mm Ro to r 168 mm Ro to r 152 mm

Figura 14. Variação da vazão e altura manométrica com diâmetro do rotor


42

Normalmente o fabricante apresenta as curvas características para uma bomba


usando vários diâmetros de rotor, onde pode ser verificado o comportamento acima descrito.
Para pequenas variações de diâmetro (menores que 20% do diâmetro original), são
válidas as relações:

2 2 3
 Q2   D2   Hm 2   D2   P2   D2 
  =     =     =  
 Q1   D1   Hm1   D1   P1   D1 

em que:

P – potência necessária ao funcionamento da bomba (cv).

Estas relações são úteis porque o usuário pode comprar um rotor de maior diâmetro e
fazer um corte ou usinagem no mesmo, de forma a obter um diâmetro menor, adequado às
suas condições.

3.4.9 Escolha da Bomba e do Diâmetro do Rotor

Determinados os valores de Q e Hm desejados, entra-se com estes valores nas curvas


fornecidas pelo fabricante. A bomba escolhida será aquela que apresentar o melhor
rendimento, observando-se também outros aspectos tais como dimensões, custo, custo do
motor, vida útil, custo de manutenção etc.
Escolhida a bomba a ser usada, marca-se na sua curva característica os valores de Q e
Hm:
43

Figura 18. Ponto de projeto de uma instalação de recalque.

O ponto assim definido no gráfico é chamado de “ponto de projeto”. Podem ocorrer


as seguintes situações:

→ O ponto de projeto do sistema coincide com a curva da bomba. Neste caso usa-se
o diâmetro de rotor referente a esta curva.
→ O ponto de projeto do sistema está entre duas curvas. Neste caso, duas soluções
podem ser adotadas:

• usa-se a bomba com rotor de maior diâmetro. Assim a bomba funcionará em


condições de pressão e vazão superiores ao ponto de projeto. O ponto de
operação da bomba irá operar é chamado “ponto de trabalho”.
Para definir o ponto de trabalho de uma bomba, é necessário o traçado da curva
característica da tubulação.

3.4.10 Curva característica da tubulação

Graficamente, pode-se mostrar a superposição das curvas características da bomba e


da tubulação da seguinte forma:
44

70

60

Altura manométrica (mca) 50

40

30

20

10

0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0
Vazão( m3 h-1)

Curva do sistema 1 Curva da bomba Curva do sistema 2

Figura 15. Curvas características da bomba e tubulação.


Para se traçar a curva característica da tubulação, deve-se considerar o seguinte:

Hm = Hg + Hft

Usando Hazen-Williams, pode-se escrever:

10,641
Hf t = .Lv.Q1,85
1,85 4,87
C .D
Lv – comprimento virtual da tubulação (m), (expressa perdas de carga contínua
e localizadas).

Assim:

Hft = K x Q1,85 e Hm = Hg + K x Q1,85

O valor de K pode ser obtido a partir dos valores de Q e Hm calculados para o ponto
de projeto, fazendo-se:
45

(Hm p − Hg)
Hmp = Hg + K x Qp 1,85 K=
Q p1,85

Em que:
Qp e Hmp – vazão e altura manométrica do ponto de projeto.

Conhecido K, constrói-se uma tabela de Hm versus Q, a partir da qual traça-se a


curva característica da tubulação. O ponto onde esta curva intercepta a curva da bomba com o
rotor escolhido é o ponto de trabalho da bomba (Qt e Hmt).

– a outra alternativa quando o ponto de projeto está entre duas curvas da bomba
consiste em se determinar um diâmetro de rotor para o qual a curva característica da bomba
passe pelo ponto de projeto.

Os diâmetros se relacionam de acordo com a expressão:

2 0,5
 Dp  Q  Q 
  =  p  ⇒ D p = D 2 . p 
D  Q  Q 
 2   2  2 
em que:

Dp – diâmetro do rotor a ser usado para que a bomba opere no ponto de projeto (m).

3.5 Peças Especiais em uma Instalação Típica de Bombeamento

Para que os componentes de uma instalação de recalque sejam montados


convenientemente, de forma a operarem corretamente, um conjunto de peças especial deve ser
instalado, cada uma delas com um fim específico, como descrito a seguir:

5.1 Na Tubulação de Sucção

3.5.1.1 Válvula de pé e crivo


46

Instalada na extremidade inferior da tubulação de sucção, a válvula de pé é


unidirecional, permitindo a passagem da água apenas no sentido ascendente. Sua função é
manter a tubulação de sucção e a carcaça da bomba cheias de água, quando a bomba não está
em funcionamento (manter a bomba escorvada). O crivo consiste comumente de uma placa
metálica, dotada de um grande número de orifícios, através dos quais a água penetra na
tubulação. Sua função é de evitar que partículas de maior tamanho penetrem na tubulação, o
que poderia acarretar entupimento do rotor.

3.5.1.2 Curvas

Para permitir o alinhamento da tubulação com o eixo da bomba, usualmente


horizontal, é as vezes necessário a instalação de uma curva na tubulação de sucção, uma vez
que esta comumente imersa na água segundo uma direção perpendicular à superfície livre da
mesma, quando se trata de tubos rígidos. A utilização de tubos flexíveis tornaria desnecessário
o uso de curvas.

3.5.1.3 Redução excêntrica

A redução excêntrica tem por objetivo permitir o engate da tubulação de sucção na


entrada da bomba, comumente de diâmetro menor que o da tubulação. Esta redução é
excêntrica, de forma a que o ponto mais alto ao longo de toda a tubulação de sucção coincida
com a entrada da bomba, conforme mostrado na figura a seguir:
47

Figura 16. Conjunto com conexões e peças especiais.

A instalação da tubulação de sucção desta forma impede o acúmulo de ar em algum


ponto ao longo desta, o que formaria uma bolha que poderia impedir o funcionamento da
bomba. É recomendado o uso da redução excêntrica quando o diâmetro da sucção é igual ou
maior que 100 mm.

3.5.2 Na Tubulação de Recalque

3.5.2.1 Ampliação concêntrica

Permite o acoplamento da tubulação de recalque à saída da bomba, geralmente de


diâmetro da saída da bomba é menor que o da tubulação.

3.5.2.2 Válvula de retenção

É uma válvula unidirecional, permitindo a passagem da água apenas no sentido


ascendente. Tem por função sustentar o peso da coluna de água que se encontra na tubulação
de recalque, evitando que esta seja suportada pela bomba. Na ausência da válvula de retenção,
48

caso a válvula apresentasse problemas, o peso da coluna de água sustentada pela bomba
poderia fazer com que a bomba girasse em sentido contrário. Além disto, quando o
funcionamento da bomba é bruscamente interrompido, estando o registro aberto, a válvula de
retenção evita que o golpe de aríete provocado pela interrupção brusca do fluxo de água, ou
pelo desligamento do conjunto de bombeamento sem fechamento prévio do registro
localizado após a bomba ou por interrupção do fornecimento energia e parada brusca de
funcionamento.
A válvula de retenção é, às vezes, dotada de um dispositivo denominado “by-pass”,
que permite o desvio de uma pequena vazão por um tubo de pequeno diâmetro dotado de um
registro, em direção à bomba. Esta pequena vazão é muito útil na escorva da bomba.

3.5.2.3 Registro de gaveta

Instalado após a válvula de retenção, permite a regulagem da vazão elevada pela


bomba. É uma peça de importância fundamental, pois a bomba radial deve sempre ser ligada e
desligada com o registro de gaveta fechado. A sua instalação após a válvula de retenção
permite reparos nesta quando necessário, sem que a tubulação de recalque seja completamente
drenada.

3.5.2.4 Curvas

Assim como na tubulação de sucção, na tubulação de recalque são usadas curvas de


ângulos e em quantidade suficiente para que a tubulação acompanhe o perfil do terreno ou a
linha, definida em projeto, por onde deve passar.

3.5.2.5 Saída da tubulação

Não é uma peça especial, porém, ocasiona perda de carga localizada. Esta saída pode
ser livre ou afogada e o cálculo de perde de carga localizada promovida por esta pode ser feita
por um dos métodos já vistos.
Além destas peças citadas, é conveniente a instalação de um manômetro logo após o
registro de gaveta, o que permite o controle da sua abertura. É conveniente também a
49

instalação de um vacuômetro na entrada da bomba, para medir a pressão negativa aí gerada


pela bomba.

3.6 Instalação, Operação e Manutenção de Bombas Centrífugas

Antes de se adquirir uma bomba centrífuga, deve-se fazer cuidadosamente o projeto


da instalação de recalque, escolhendo-se aquela bomba que melhor se adeque às condições
locais.
O conjunto de bombeamento (bomba e motor) deve ser instalado em local seco, bem
ventilado, de fácil acesso para o operador bem como para o encarregado da manutenção.
Deve-se instalar o conjunto em uma posição tal que este esteja livre de inundações
(cota superior ao nível máximo da água na fonte), devendo o local ser coberto para que o
conjunto não seja submetido a chuvas ou sol em excesso.
Quando for possível, a instalação do conjunto de forma a que a bomba opere afogada
é conveniente, evitando o trabalho de escorvamento periódico.
O conjunto deve ser instalado sobre uma fundação preferencialmente de concreto,
cujas dimensões são usualmente definidas pelo fabricante.
Quando se tratar de um conjunto que não seja do tipo monobloco (rotor fixado no
próprio eixo do motor), deve-se alinhar cuidadosamente os eixos do motor e o da bomba. O
não alinhamento dos eixos pode implicar em desgaste excessivo de componentes e até mesmo
quebra do eixo.
O acoplamento dos eixos do motor e da bomba deve ser feito com junta elástica, que
tem a função de compensar a dilatação em função da temperatura e, principalmente, absorver
os golpes na partida e na parada do motor.
Os pesos das tubulações de sucção e de recalque não devem ser suportados pela
bomba. As tubulações devem ser dotadas de apoio próprio, de forma a que nenhuma tensão
seja exercida sobre a carcaça da bomba, além ed facilitar a instalação e a retirada da mesma.
A tubulação de sucção deve ser a mais curta e reta possível. Quando necessárias, as
curvas devem ser de raio longo. Além disto, a tubulação de sucção deve ser instalada com
uma ligeira inclinação, de forma a que o seu ponto mais alto coincida com a entrada da
bomba. Isto evita o acúmulo de ar, que poderia interromper o funcionamento da bomba.
50

Na extremidade da tubulação de sucção deve ser instalada uma válvula de pé e crivo,


que manterá a bomba escorvada, impedindo que a água retorne à fonte, impedindo também a
entrada de partículas grandes que poderiam entupir o rotor.
A válvula de pé deve ser instalada ed forma a ficar, no mínimo, a uma profundidade
igual a 2,5 vezes o diâmetro da tubulação de sucção. Deve-se observar o nível mínimo da água
na fonte.
Caso a água na fonte esteja em movimento com velocidades consideráveis, é
conveniente a construção de um poço se sucção, de forma a evitar a agitação do líquido.
Como o diâmetro da tubulação é normalmente maior que o diâmetro da entrada da
bomba, é conveniente a instalação de uma redução excêntrica nesta entrada. A excentricidade
evita o acúmulo de ar.
Se a bomba trabalhar afogada, é conveniente a instalação de um registro de gaveta na
tubulação de sucção, a fim de se interromper o fluxo quando necessário.
Na tubulação de recalque, deve ser instalada uma válvula de retenção logo após a
saída da bomba. Esta válvula permite a passagem da água apenas no sentido ascendente,
evitando que a bomba suporte o peso da coluna de água existente na tubulação de recalque,
quando o funcionamento for interrompido.
Após a válvula de retenção, deve ser instalado um registro de gaveta, cuja função é
de interromper o fluxo do líquido. Esta interrupção deve ser promovida sempre antes da
bomba ser ligada ou desligada.
Antes de se dar a partida no motor que aciona a bomba, deve-se verificar que o
registro está fechado e se a bomba está escorvada (tubulação de sucção e carcaça cheias de
água). A bomba não deve funcionar sem recalcar líquido, pois funcionará sem lubrificação.
Ao dar a partida na bomba pela primeira vez, deve-se verificar se está girando no
sentido correto, indicado por uma seta na carcaça. Nunca permitir que a bomba gire em
sentido contrário.
O circuito que alimenta o motor elétrico deve ser dimensionado em função da sua
pot~encia, de acordo com normas específicas. A não observação destas normas pode acarretar
danos e acidentes graves.
A vedação no mancal de uma bomba pode ser feita por gaxeta ou por selo mecânico.
Quando se tratar de gaxeta, esta deve apresentar as características específicas pelo fabricante
da bomba. Com a bomba em funcionamento, deve haver um pequeno vazamento de líquido
pelas gaxetas, o que impede que estas se queimem em decorrência do atrito. Este gotejamento
51

deve ser da ordem de duas a seis gotas por minuto, sendo regulado pelo aperto dado no
“aperta-gaxeta”.

3.7 Exemplo de Dimensionamento de uma Instalação de Recalque

Um reservatório deve ser abastecido por uma bomba que funcionará durante 12 horas
por dia, fornecendo uma vazão de 40 m3 h-1. A altitude do local é de 550 metros e a bomba
operará elevando água à temperatura média de 20ºC.

Figura 17. Instalação de de sistema de bombeamento

São dados:
Desnível de sucção = 4 m,
Desnível de recalque = 40 m,
Comprimento da sucção = 9 m,
Comprimento do recalque = 1000 m,
Peças especiais na sucção:
1 válvula de pé e crivo,
1 curva de 90º,
1 redução excêntrica,
Peças especiais no recalque:
1 ampliação concêntrica,
1 registro de gaveta,
1 válvula de retenção,
52

2 curvas de 45º,
2 curvas de 90º.

A tubulação de recalque descarrega água no reservatório superior com saída livre.


A tubulação será de PVC (C = 140).

Para estas condições pede-se:

Dimensionar a instalação de recalque, escolhendo a bomba em catálogo de


fabricante. Verificar se a bomba selecionada apresentará problemas de cavitação.

SOLUÇÃO

a) Diâmetro de recalque:

Usando a fórmula de Bresse:


Q= 40 m3 h-1 =0,011 m3 s-1
Dr = K x Q0,5 Dr = 1,0 x 0,0110,5 Dr = 0,105 m = 105 mm

Regra prática: Usar o diâmetro comercial imediatamente inferior no recalque e o


imediatamente superior na sucção. Conferir velocidades.

Então:
Dr = 100 mm (4”) e Ds = 125 mm (5”).

Velocidades nas tubulações:

4.Q
Q=AxV ⇒ V = Q/A ⇒ V=
π.D 2
4 * 0,011 4 * 0,018
Vr = = 1,4m s −1 Vs = = 0,89m s −1
π * 0,100 2
π * 0,125 2
53

Conforme valores citados anteriormente, estes valores determinados acima são


adequados. Assim, os diâmetros serão usados.

Altura manométrica (método dos diâmetros equivalentes):

Altura manométrica de sucção:


Tubos retos __________________________________ 9,00 m
Válvula de Pé _________1 x 250 x 0,125_____________ 31,25 m
Curva de 90º _________1 x 30 x 0,125______________ 3,75 m
Redução Excêntrica _________1 x 06 x 0,125______________ 0,75 m
Lv = 44,75 m

10,641 * 0,0111,85
Hf s = . * 44,75 = 0,303 m
1401,85 * 0,125 4,87
Hfs = 0,303m
Hms = 4,00 + 0,303
Hms = 4,30m

Altura manométrica de recalque:

Tubos retos __________________________ 1000 m


Curvas de 90 º _______2 x 30 x 6,00 m
0,100_______
Curvas de 45º _______2 x 15 x 0,100____ 3,00 m
Ampliação concêntrica _______1 x 06 x 0,100_____ 0,60 m
Registro de gaveta _______1 x 08 x 0,100______ 0,80 m
Válvula de retenção _______1 x 100 x 0,100_____ 10,00 m
Saída livre _______1 x 35 x 0,100______ 3,50 m
Lv = 1.023,90 m
54

Lv = Comprimento virtual da tubulação.

10,641 * 0,0111,85
Hf r = * 1.023,90 = 20,57 m
1401,85 * 0,100 4,87
Hfr = 20,57 m

Hmr = 40,00+ 20,57


Hmr = 60,57 m

Altura manométrica de instalação:

Hm = 60,57+ 4,30 = 64,87 mca


Hm = 64,87 mca

Escolha da bomba em catálogo de fabricante:

Entrando no mapa geral da bomba :

Q = 40 m3 h-1 Hm = 64,87mca

Seleção de modelos que se adequam:


Consultando as curvas características de cada bomba obtém-se:
BC 23 R 2 Dr = 192 mm 60,48%
BC 22 R2 Dr = 177 mm 56,49%
ME 32150 Dr = 142 mm 58,44%

O primeiro critério a ser considerado para se definir qual a bomba será usada é o de
maior rendimento. Os modelos não apresentam grandes diferenças.
Além deste critério, outros parâmetros devem ser analisados, tais como
disponibilidade, preço, existência ou não de motor para acionar a bomba, freqüência de
manutenção etc.

Neste exemplo, vamos selecionar a bomba:


55

Modelo: BC 23 R2
Rotação: 3500 rpm
Rendimento: 60,48%

Figura 18. Curvas da bomba selecionada


O próximo passo será definir o diâmetro do rotor que será usado. Observando-se o
ponto de projeto marcado nas curvas características desta bomba, percebe-se que, com
qualquer diâmetro de comercial de rotor, esta bomba não operará no ponto de projeto. Assim,
pode-se adotar as alternativas:
a) Usar a bomba com o rotor de diâmetro correspondente à primeira curva acima do
ponto de projeto e encontrar o ponto de trabalho da bomba.

Diâmetro do rotor: 192 mm

Para se determinar o ponto de trabalho, deve-se traçar a curva característica da


tubulação:

Hm = Hg + K x Q1,85

64,87= 44 + K x 401,85 ⇒ K =2,253x10-2

Hm = 44 + 2,225x10-2x Q1,85
56

Fornecendo alguns valores a Q e calculando os respectivos valores de Hm tem-


se:

Tabela 1. Valores da curva do sistema


Q
0 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Hm
44,00 45,59 47,38 49,75 52,68 56,17 60,18 64,72 69,76 75,30

Q 0 52,62 60,21 65,04 70,56 75,39 80,22 85,05


Hm 71,26 64,83 62,49 60,68 58,31 55,62 53,4 50,57
= -0,0016x2 - 0,2049x + 80,242
R2 = 0,9961
Igualando-se a curva do sistema

− 0,0016 * Q 2 − 0,2049 * Q + 80,24 = 44 + 2,225 x10 −2 * Q1,852


Utilizando a planilha do Excel ou calculadora programável, a solução é rápida ,ou
ainda pode-se resolver pelo método das tentativas. A solução da expressão é: vazão igual
43,45 m3 h-1 e altura manométrica de 68,30 mca.

O ponto de trabalho da bomba com rotor de 192 mm será:

Qt = 43,45 m3/h Hmt = 68,30 mca ηb = 61,18%

Colocando-se a bomba em funcionamento e abrindo-se todo o registro, a bomba com


o rotor de 192 mm funcionará neste ponto de trabalho.
Pode-se fechar o registro parcialmente caso seja desejada uma vazão de 40 m3 h-1,
referente ao ponto de projeto. Neste caso, o registro será fechado até que a altura manométrica
seja igual a aproximadamente 64,31 mca

b) Outra alternativa consiste em se encontrar qual o diâmetro do rotor para que a


bomba funcione no ponto de projeto.
Determinado os valores da curva de isoeficência
57

Da Figura 19, pode-se retirar:

O ponto do projeto apresenta as seguintes características,


Hman1= 64,87 mca
Q= 40 m3 h-1
η1 = 55%
D1=?
Para o ponto sobre a curva de 192 mm homólogo, obtido pelo traçado da curva de
isso rendimento.
Hman1= 64,87 mca
Q= 43,92 m3 h-1
η1 = 55%
D1=192 mm

Q2 = 43,92 m3/h e assim:

Hm = −0,0016 * Q 2 − 0,2049 * Q + 80,24

Utilizando a equação de J. Karassik, determina-se qual a relação entre os diâmetros.

Q1 D
= 1 , para de terminar a vazão do ponto 2, é necessário traçar a curva de
Q2 D
2
2
 
Hm1  Q1 
isoeficiência.utlizando a equação = 
Hm 2  Q 
 2 

2
Hm1  Q1  Hm1 Hm 2 64,87 Hm 2 Hm 2
=  ⇒ = ⇒ = ⇒ 0,4054 =
Hm 2  Q 2  Q 22 Q 22 40 2 Q 22 Q 22

Hm 2 = 0,4054 Q 22

Substituindo os valores de vazão na equação, encontra-se os valores apresentados a


seguir.
Pela curva isoeficiência
58

Q
40,0 41,0 41,5 42,0 44,0 46,0 48,0
Hm
64,87 68,15 69,83 71,52 78,49 85,79 93,41

80

70
Altura manométrica (mca)

60

50

40

30

20
30,0 35,0 40,0 45,0 50,0 55,0 60,0 65,0 70,0 75,0 80,0 85,0
Vazão( m3 h-1)

Curva do sistema Rotor 177 mm Rotor 152 mm Rotor 192 mm


Isoeficiência Rotor 168 mm Rendimento

Figura 19. Curvas da bomba, sistema e isoeficiência

D1 40
= = 0,9638
D2 41,5

Utilizando a proposta de Stepanoff (Deniculli,1993) ajustou-se uma equação a partir


dos dados:
Correção = 0,8536 * Valor + 0,1443

Correção = 0,8536 * 0,9638 + 0,1443 = 0,9670

O diâmetro a ser utilizado será: 192*0,9670=185 mm

Este é o diâmetro do rotor a ser usado para que a bomba opere no ponto de projeto.
Deve-se então adquirir um rotor de 192 mm de diâmetro e usiná-lo, ou seja, cortar neste até
que seu diâmetro seja de 185 mm.
59

Figura 20. Diâmetro do rotor antes e após a usinagem

(D − D u ) 192 − 185
U sin agem = = = 3,5 mm
2 2

Potência necessária ao funcionamento da bomba selecionada

1. Bomba no ponto de trabalho (rotor de 192 mm):

 68,1 
1000 * * 40 
 3600 
Pot = = 15,76 CV
75 * 0,64

Potência do motor:

Pm = Pot + folga Pm = 15,76 x 1,15 = 18,12 cv

Potência comercial do motor: Pm = 20 cv

2. Bomba no ponto de projeto (rotor usinado):

 64,1 
1000 * * 40 
 3600 
Pot = = 14,83 CV
75 * 0,64
60

Pot = 14,83 cv

Potência do motor:

Pm = 14,83 x 1,15 = 17,05 cv

Potência comercial do motor: Pm = 20 cv

Neste caso, o uso do rotor usinado não acarretou uso de motor com menor
potência. Este trabalhará, entretanto, com uma margem de segurança maior e consumo de
energia menor.

Verificação de cavitação

1 – Bomba no ponto de trabalho:

Qt = 40 m3/h NPSHr = 4,05m


Cálculo da pressão atmosférica

5, 2568
 293 − 0,0065 * Z 
p = 101,13 *  
 293 

5, 2568
 293 − 0,0065 * 550 
p = 101,13 *   = 94,80 kPa
 293 
P=9,48 mca

NPSHd = 9,48 - (4,0 + 0,24 + 0,303)


NPSHd = 4,93 m

NPSHd > NPSHr ⇒ a bomba pode ser instalada nestas condições

Exercícios Propostos
1)
61

1) Dimensione a adutora e o sistema de bombeamento para pivô-central com as


seguintes características: comprimento da adutora 800 m, comprimento da lateral 610 m e
evapotranspiração máxima da região de 6 mm d-1. Qual o custo de energia elétrica para
efetuar uma irrigação.

2) Uma instalação de recalque apresenta os seguintes valores:


Vazão elevada = 30 l/s Tubulação de PVC (C = 140)
Rendimento da bomba = 70% Altura de sucção = 3,00 m
Comprimento da sucção = 9,0 m Altura de recalque = 17,00 m
Comprimento do recalque = 322,0 m
Peças especiais na sucção: Válvula de pé e crivo
Curva de 90º
Peças especiais no recalque: Registro de gaveta
Curva de 90º
Válvula de retenção
2 curvas de 45º
Saída livre
Determine:
Diâmetros das tubulações de sucção e de recalque.
Altura geométrica da instalação.
Alturas manométricas de sucção e de recalque.
Altura manométrica da instalação.
Potência do conjunto.
62

Referências
AZEVEDO NETTO, J.M.& ALVAREZ,G.A.Manual de Hidráulica.. 8a ed.São Paulo, Ed.
edgard Blucher Ltda. 2007.

BERNARDO, S. ;SOARES,A. A. ; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação.8a ed.


Imprensa Universitária. Viçosa. 2008, 625p.

DENICULI, W. Bombas Hidráulicas. Viçosa: UFV. 1998. 162p..

LENCASTRE. Manual de hidráulica geral. São Paulo,Ed. Edgard Blucher Ltda,1972. 411p.
NEVES, E.T. Curso de Hidráulica.8a ed.Porto Alegre.Editora Globo, 1986,577p.
63

3. MEDIÇÃO DE VAZÃO.

3.1 Medição direta

Consiste em tomar recipiente de volume conhecido e determinar o tempo


necessário para enche-lo de água ou um líquido qualquer.
Este método é aplicável a pequenas vazões e devem ser feitas pelos três
medições de tempo e trabalhar com a média.

Vol
Q =
t

onde:

Q- vazão;

vol volume do recipiente;

t- tempo necessário para encher o recipiente.

3.2 Método do flutuador.

O método é pouco preciso, somente utilizado em cursos d'água que a utilização de


outros métodos é impossível.
Consiste em medir a velocidade média de escoamento da água em um trecho do
curso d' água previamente escolhido, com auxílio de um flutuador e determinar a seção média
do referido trecho. A vazão é dada pela seguinte equação:
64

Q = A .V

onde:

A- área média da seção do curso;

V- velocidade média do trecho.

3.2.1 Determinação da velocidade média.

Toma-se um frasco(garrafa) parcialmente cheio de água de tal forma quee somente o


gargalo se conserve fora da água. O flutuador tende a deslocar-se para região de maior
velocidade.

Figura 12. Esquema de uma seção transversal de um curso d'água mostrando um flutuador

Para determinar a velocidade, marca-se um trecho retilíneo do curso d'água, de pelo


menos 10 metros de comprimento. Para marcar esta distância colocam-se duas varas
transversais à direção do escoamento. O flutuador deve ser lançado no curso d'água a uma
distância de 5 metros à montante do primeira ponto.
Um observador aciona o cronômetro quando o flutuador atingir a primeira marca e
trava o cronômetro quando atingir a segunda. Tem-se o tempo necessário para percorrer a
distância conhecida( 10 m) e conseqüentemente a velocidade máxima( V 1 ). Essa determinação
de tempo deve ser repetida três vezes. Trabalha-se com a média.
A velocidade média (V) é obtida através dos seguintes coeficientes corretivos:
- para canais com paredes lisas
65

cimento 
→ V= 0,85 a 0,95 V 1

- para canais com paredes pouco lisas


terra 
→ V=0,75 a 0,85 V 1
- para canais com paredes irregulares e vegetação no fundo
V=0,65 a 0,75 V 1

3.2.2 Determinação da seção média do curso d'água.

Deve ser considerada como média da medição de pelo menos três seções, no trecho
considerado

Figura 13- Vista superior de um curso d'água, mostrando como se determina a velocidade
média.
66

Figura 14- Seção transversal do curso d'água.

L- largura superficial
n- número de subseções.

A = A 0 + A1 + ... + A n − 1 + A n

h 0 + h1 L h + h2 L h ( n − 1) + h n L
A = ( ) + ( 1 ) + ( )
2 n 2 n 2 n

3.3 Método do Vertedor.

O vertedor é uma passagem construída no alto de uma parede por onde a água escoa
livremente. O líquido escoa sob pressão atmosférica.
São utilizados na medição de vazão de pequenos cursos d'água, canais , nascentes (
Q ≤ 300 l / s )
67

Figura 15- Esquema de um vertedor.


Os vertedores podem ser classificados de acordos com as algumas características:
a) quanto à forma
Retangular, triangular e trapezoidal etc.

b) Quanto à espessura da parede (e):

Figura 16. Esquema mostrando o corte longitudinal.

- parede delgada: a espessura da parede (e) não é suficiente para que estabeleça o

paralelismo das linhas de corrente (e ≤ 2 H ) .


3

-Parede espessa: a espessura é suficiente para estabelecer o paralelismo das linhas de


(e ≥ 2 H )
corrente 3

c) Quanto as contrações.
68

O vertedor pode ter contração da veia líquida ou não. Como pode ser observado na
figura 17, o vertedor da figura 10-A não apresenta contrações, enquanto da figura B e C
apresentam respectivamente uma e duas contrações.

Figura 17. Vista frontal de vertedores.


d) Quanto a relação entre altura d'água a jusante(P') e altura do vertedor.

Figura 18. Esquema mostrando descarga livre e afogada.


P > P vertedor livre
'

O lençol d'água escoa livremente à jusante do vertedor, onde atua pressão


atmosférica

- P < P vertedor afogado.


'

3.3.1 Equação geral da vazão para vertedores de paredes delgadas.


69

Figura 19. Perfil longitudinal.

Considera-se um vertedor de paredes delgada e seção geométrica qualquer


(retangular , triangular etc).
- Para dedução da equação geral, as seguintes hipóteses foram feitas:

- Pressão na cauda é nula;


- P suficiente grande para se desprezar a velocidade de aproximação ( V 0 );

- distribuição hidrostática das pressões nas seções (O) e (1);

- escoamento ideal entre as seções ( O) e (1), isto é, ausência de atrito entre as


referidas seções e incompressibilidade do fluido. Sendo escoamento permanente e
considerando a seção(1) ligeiramente à jusante da crista do vertedor( local onde a pressão é
nula) e utilizando a equação de Bernoulli entre as seções (O) e (1), para linha de corrente
genérica AB, com referência em A, Tem-se :

a referência do sistema será posicionada no ponto A.

P0 V 02 P1 V 12
+ + Z 0 = + + Z1
γ 2g γ 2g

V0≅ 0
70

V 02 2
V th
H 0 + + 0 = 0 + + (Y + H 0 − H )
2g 2g

V 2
0 = th + Y + H 0 − H − H 0
2 g

2
V th = 2 g ( H − Y )

Vth = 2 g ( H − Y )

equação da velocidade (1)

14
12
10
8
6
4
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
va ria çã o de y

Figura 20. Gráfico da velocidade no interior da lâmina d'água sobre a soleira do vertedor

Considerando a variação da velocidade na lâmina d'água, a vazão não poderá ser


calculada simplesmente multiplicando a área versus velocidade e sim integrando a equação de
velocidade.
O vertedor foi divido simetricamente, então a vazão que escoa na metade do vertedor
é dada pela seguinte equação:
71

d (Q )
th =
2 V th . dA

dA = X . dy

d Q th = 2 V th . dA = 2 V th . X . dy
(2)

substituindo (1) em (2):

d Q th = 2 2 g ( H − Y ) X . dy

1
d Q th = 2 2 g ∫ H X ( H − y ) 2 dy
0

Na equação acima devemos acrescentar um coeficiente (C Q) determinado


experimentalmente, o qual inclui o efeito dos fenômenos desprezados inicialmente.
Para um escoamento real sobre um vertedor de paredes delgadas a expressão geral
para a vazão é dada pela seguinte equação:

1
d Q th = 2 2 g C Q ∫ H X ( H − y ) 2 dy (4)
0

3.3.2. Vertedor retangular de parede delgada

O vertedor sem contração lateral.

Figura 21. Esquema de um vertedor retangular.

L
X = f (y) = (5)
2

substituindo (5) em (4)


72

H 1
d Q th = 2 2g C Q
∫O L 2 (H − y) 2 dy

1
H 2
0 ∫
d Q th = 2g L C Q (H − y) dy (A)

fazendo: H − y = u ∴ − dy = du

quando:

{ y= o → H= u
y = H → u= 0

1 1
∫ ( H − y) 2 dy = ∫ 0u 2 (− du )
H

0 u

H
 3 
u 2  2 32
 3  = H (B)
 2  3
 

Substituindo (B) em (A)

2 3
Q = 2g C Q L H 2
3

O vertedor retangular de parede delgada, sem contração lateral.

O valor de C Q foi estudado por vários pesquisadores, sendo encontrado em função


de H e P

3.3.2.1 Equação de Francis.


73

Quando o vertedor possui contração lateral é necessário fazer a correção no valor de


L, ou seja, o valor de L' é usado na fórmula de vertedores retangulares no lugar de L.

L ' = L − 0 , 2 H , para duas contrações

Na falta de informação pode-se tomar o valor de C Q = 0,60 valor este apresentado


por Poncelet,. a fórmula para vertedores retangulares com duas contrações laterais é dada pela
seguinte expressão:

3
Q = 1 , 77 LH 2

onde:
Q- vazão, em m3/s;
L- comprimento da soleira, em m;
H- carga hidráulica, em m.

3.3.3 Vertedor triangular.

Figura 22. Esquema da passagem de um vertedor triangular.


φ
X = y tg ( )
2

substituindo na equação abaixo


H 1
Q = 2 2g C Q
∫0 X (H − y) 2 dy

H 1
y tg ( θ )(H − y) 2 dy
Q = 2 2g C Q
∫0 2
H 1
Q = 2 2g C Q tg ( θ )
2 0 ∫
y(H − y) 2 dy

fazendo:
74

1
(H − y) 2
= u
(H − y) = u2 ∴ H − u2 = y

derivando a equação acima em relação a u


y = H − u2
dy
= 0 − 2u
du

dy = − 2 udu

trocando os limites de integração, tem-se:

 y = 0 →u = H
1
2

 y = u →u = 0

H 1 0
∫0
y(H − y) 2 dy =
H2
1
(H − u 2 ) u (−2u )du

−2 ∫ ( H − u 2 ) u 2 du = −2 ∫
0 0
1 1 ( Hu 2 − u 4 ) du
H 2 H 2

integrando a equação acima.

 u3 u5 
−2 H −  =
 3 5  H 12

3 5
0 2 O 2 H 3 H 3
− 2(H − ) − (− 2(H − ))
3 5 3 5

3 5 5 5
H 2 H 2 H 2 H 2
2(H − )) ⇒ 2 ( − ))
3 5 3 5

5 5 5 5
H 2 H 2 5H 2 3H 2
2( − )) ⇒ 2 ( − )
3 5 15 15
75

5 5
2
5H 2 3H 4 5
2( − ) ⇒ H 2
15 15 15

1
H 2
4 52

3
y(H − y) 2 dy = H
0 15

Substituindo na equação

θ 4 5
Q = 2 2g C Q tg ( ) H 2
2 15

8 θ 5
Q = 2g C Q tg ( )H 2
15 2

O valor de C Q poderá obtido em tabela, em função de θ , H e P. Na falta de

maiores informações pode-se adotar o valor médio de C Q = 0,60, se θ = 90o, tg ( 2 ) = 1 , a


θ

fórmula acima será simplificada para:

5
Q = 1,40 H 2

( fórmula de Thompson)

Obs.: para pequenas vazões o vertedor triangular é mais preciso que o retangular,
pois o valor de H a ser lido é maior quando comparado com o vertedor retangular.

3.3.4 Vertedor trapezoidal de parede delgada.

O vertedor desenvolvido pelo engenheiro Cipolletti, apresenta a seguinte


característica, a inclinação das paredes 1:4( 1 na horizontal e 4 na vertical) para compensar o
efeito da contração lateral da lâmina ao escoar por sobre a crista.
76

Figura 23. Vertedor trapezoidal( Cipolletti)


A vazão pode calculada como a soma das vazões que passam pelo vertedor
retangular e pelos vertedores triangulares, ou seja:
5
2 g C Q tg ( θ ) H
2 3 8
Q = 2g C Q L H 2 +
2
3 15 2

 
2 g C Q + C Q tg (θ ) L H 2
2 4 3
Q=
3  1 5 2 2 

Segundo Deniculli, adotando o valor de C Q =0,63, torna a fórmula acima


simplificada:
2 3
Q = 2 . 9 , 81 * 0 , 63 LH 2
3

3
Q = 1,86 L H 2

onde:
Q- vazão, em m3/s;
L- comprimento da soleira, em m;
H- carga hidráulica, em m.

3.3.5 Vertedor retangular de parede espessa

A espessura da parede ( e ) é suficientemente para que se estabeleça o paralelismo


entre os filetes ou seja: as linhas de corrente sejam paralelas ( o que confere uma distribuição
hidrostática das pressões)
77

fonte: Deniculli.
Figura 24. Corte longitudinal da instalação de vertedor de parede espessa.
Princípio de Belanger: a altura h sobre a soleira se estabelece de maneira a produzir
uma vazão máxima.
Aplicando a equação de Bernoulli entre (0) e (1) para linha de corrente AB, tem-se:

p0 V 02 p V 12
+ + Z0 = 1 + + Z1
γ 2g γ 2g

V 2th
H + 0 + 0 = h + + 0
2g

V th = 2g (H − h )

A = Lh
Q th = A V th = Lh 2g (H − h)

1
Q th = L 2 g ( H h 2 − h 3) 2

Para determinar a vazão máxima, vamos derivar a equação acima, uma função para
ter ponto de máximo, a segunda derivada deverá ser negativa.
Para derivar esta equação vamos utilizar a regra da cadeia
dQ dQ du
=
dh du dh

u = H h2 − h3

du
= 2H h − 3h 2
dh

substituindo a variável “ u” na equação


78

1
Q th = L 2g (u ) 2

d Q th 1 −1
= L 2g (u ) 2
du 2

d Q th 1 −1
= L 2 g ( u ) 2 ( 2 Hh − 3 h 2 )
dh 2
d Q th 1 L 2g
= ( 2 Hh − 3 h 2)
dh 2 1
(H h 2 − h 3) 2

dQ th
para determinar o ponto de mínimo faz-se = 0
dh

(H h 2 − h 3) ≠ 0 ⇒ h ≠ H

2H
(2 H h − 3 h 2) = 0 ⇒ h =
3

substituindo a variável h na equação:


1
Q th = L 2 g ( H h 2 − h 3) 2

2 3 1
Q th = L 2g (H( 2H ) −  2H  ) 2
3  3 
4 8 1
Q th = L 2g ( H 3 − H 3) 2
9 27

12 8 1
Q th = L 2 g ( H 3 − H 3 ) 2
27 27

4 12 3
Q th = ( ) L 2g H 2
27

introduzindo na equação o coeficiente de correção da vazão CQ , tem-se:


3
Q th = 0 , 385 C Q L 2g H 2

Tomando-se o valor de CQ =0,91, tem-se:


3
Q th
= 1 , 55 LH 2

3.3.6 Instalação e operação de vertedores.

Os seguintes cuidados devem ser tomados na instalação do vertedor e na medida da


carga hidráulica:
-escolher um trecho do canal retilíneo à montante e com pelo menos 20 H de
comprimento; na prática, pelos 3 metros.
-A distância da soleira ao fundo deverá ser superior a 3H ( ≈ 0 , 50 m ) e da face à
margem, superior a 2H ( ≈ 0 , 30 m ) .
79

V2
P ≅ 3H permite tomar 0 ≈ 0.
2g

- Deve ser instalado na vertical, devendo estar a soleira na posição horizontal.


- Não permitir que haja qualquer escoamento lateral ou por baixo do vertedor.
- A ventilação sob a cauda deve ser mantida para permitir o escoamento livre.
- O valor de H deve ser medido a uma distância da soleira de 10 H( 1,5m)

fonte:Deniculli
Figura 25. Forma de medir a carga hidráulica (H).

4. ORIFÍCIOS.
Orifício é uma abertura de perímetro fechado, pela qual se escoa um líquido, e
esse é construído abaixo da superfície do líquido, em paredes de reservatórios, tanques, canais
ou canalizações.

4.1 Classificação.

4.1.1 Quanto à forma geométrica: retangular, circular, triangular etc.


4.1.2 Quanto às dimensões relativas
80

Figura 26. Esquema de corte transversal de um orifício.


a) Pequeno: quando suas dimensões forem muito menores que a profundidade (h) em

que se encontram. Na prática , d ≤ 3 .


h

b) Grande: d ≥ h
3

d= altura do orifício.

4.1.3 Quanto a natureza das paredes

a) parede delgada (e ≤ d ) : a veia líquida toca apenas a face interna da parede do


reservatório.
b) Parede espessa: (e ≥ d ) : nesse caso a veia líquida toca quase toda a parede do
reservatório. Esse caso será enquadrado no estudo dos bocais.

4.1.4 Quanto ao escoamento.


81

fonte:Deniculli
Figura 27. Esquema dos escoamentos livres e afogados.

4.1.5 Quanto à contração da veia.

fonte: Azevedo Netto


Figura 28. Contrações nos diversos orifícios.
As partículas deslocam para orifício oriundas de todas as direções, em trajetórias
curvilíneas. Ao atravessarem a seção do orifício continuam a se moverem em trajetórias
curvilíneas( as partículas não mudam bruscamente de direção), obrigando o jato a contrair-se a
uma distância do orifício ( onde as linhas de corrente são paralelas);
82

Figura 29. Contração do jato.


No caso de orifícios abertos junto ao fundo ou às paredes laterais, é indispensável a
'
correção. Nessas condições, aplica-se um coeficiente de descarga Cd corrigido.

Para orifícios retangulares .


C 'Q = C Q (1 + 0 ,15 k )

onde :
perímetro em que há supressão
k =
perímetro total do orifício

figura 28 inclui os seguintes casos:

a + b
k =
(2a + 2 b)

k=
(2a + b )
( 2a + 2 b )
b
k =
(2a + 2b)

4.2 Equação para cálculo da vazão.


83

4.2.1 Orifícios afogados de pequenas dimensões em paredes delgadas.

Para orifícios de pequenas dimensões admite-se que todas as partículas que

atravessam o orifício tem a mesma velocidade (d ≤ h )


3

O escoamento é permanente, não há perda de energia.


Apliquemos a equação de Bernoulli entre os pontos (0) e (1), situados na ;linha de
corrente 0-1, com referência em (1)

Figura 30. Escoamento afogado.


2 2
p1 1 V1 p 1 V2
+ + Z1 = 2 + + Z2
γ 2 g γ 2 g

Observando a figura 30:


P0  V0 = desprezível
Z1 = Z 2 ; = P atm e V = V
γ  1 th

V2 2
V TH
0 + 0 + h 0 = h1 + th + 0 ⇒ = h 0 − h1
2g 2g

V th = 2 g ( h o − h 1) ( velocidade teórica na seção contraída) (1)

Na prática a velocidade real (V) na seção contraída é menor que V th , devido às


paredes existentes( atrito externo e viscosidade).
84

O coeficiente de velocidade ( CV ) é a relação entre V e V th , :


V
CV = ⇒ V = CV V th (2)
V th

V th = C V 2 g ( h 0 − h 1) ( velocidade real na seção contraída) (3)


CV = f (d, h 0 ; h1
é determinado experimentalmente; C v e forma do

orifício); C V é tabelado( na prática pode-se adotar CV =0,985.


A vazão (Q) que atravessa a seção contraída( e também o orifício), é dada por:
Q = AC CV 2 g ( h 0 − h1 )
(4)

onde AC a área contraída.

chamado de CC ( coeficiente de contração) a relação entre AC e A ( área do


orifício):
AC
CC = ⇒ AC = CC A (5)
A

Substituindo (5) em (4)


Q = CC CV A 2 g ( h 0 − h 1)

Sendo C Q o produto do coeficiente de contração versus coeficiente de


velocidade:
CQ = CC CV )
C Q = f ( d , h 0 − h 1)

Q = CQ A 2 g ( h 0 − h 1) . (6)

4.3 Orifícios com escoamento livre de pequenas dimensões e


paredes delgadas.

Nesse caso h1 = 0 e equação (6) escrita da segue maneira:


Q = CQ A 2 gh .

4.4 Orifícios livres de grandes dimensões em paredes delgadas.


85

fonte:Deniculli
Figura 31. Esquema mostrando o corte transversal de um orifício de grandes dimensões

h - carga sobre o orifício elementar de espessura dh


No orifício de grandes dimensões a velocidade de escoamento no orifício não pode
ser considerada constante, pois há variação de velocidade no orifício, portanto a carga
hidráulica não pode ser considerada como única. A carga é variável de faixa para faixa.
Um grande orifício pode ser considerado como uma soma de infinitos orifícios de
tamanho infinitesimais, no quais podem ser aplicados a equação para orifícios de pequenas
dimensões.
Considerando um orifício de dimensões qualquer a sua área será:

dA = Xdh (1)
A velocidade na área elementar será:
V th = 2 gh (2)

A vazão no orifício de dimensões infinitesimais, será:


d Q = C Q V th dA (3)
Substituindo (1) e (2) em (3)
86

dQ = CQ 2 gh Xdh
(4)
X = f (h )

integrando a expressão (4).


h2

1
Q = CQ 2g h 2 Xdh
h1
h2
∫h
1
Q = CQ 2g 2 Xdh (para uma seção qualquer).
h1

4.4.1 para uma seção retangular.

Largura do orifício é constante.(X=L)


h2
∫h
1
Q = CQ 2g 2 Ldh
h1
h2

1
Q = C Q 2g L h 2 dh
h1
2 3 h2
Q = C 2g L h 2  h1
3 Q 

2 3 3
Q= C Q 2 g L( h 2 2 − h 1 2 ) .
3

OBS. Se h1 = 0 , não é um orifício, e sim um vertedor.


Exercício.
Na parede vertical do reservatório A existe um orifício de pequenas dimensões
afogado, que deságua em reservatório B( figura abaixo). Este por sua vez possui também um
pequeno orifício que deságua livremente na atmosfera.

Supondo regime permanente e sabendo que h' = 5 m, calcular:

1) os valores de H1 e H 2 .
2) A vazão em regime permanente.
Dados
87

C V 1 = C V 2 = 0 , 98
C C 1 = C C 2 = 0 , 61

A 1 = 2 cm 2

A2 = 4 cm 2

4.5 Escoamento com nível variável

No nossos estudos consideramos até momento a carga hidráulica h invariável.


Se o nível da água do reservatório não for mantido constante, h diminuirá com o decorrer do
tempo e o escoamento deixará de ser permanente.

fonte:Deniculli
Figura 32. Escoamento variável

h0
-nível inicial da água no reservatório;
h1
-nível final da água no reservatório;
S- área da seção do reservatório;
A- área da seção do orifício;

t- tempo necessário para atingir o nível h1 .


Para um dado instante t, o orifício possui uma vazão Q sob uma carga h.
Decorrido um pequeno intervalo de tempo dt, pode-se considerar que vazão continuará sendo
a mesma, ou seja:
88

Q = CQ A 2 gh
(1)

Para esse intervalo de tempo dt o volume infinitésimal (dvol ) do líquido


escoado, mantida a vazão Q, será':
dvol = Qdt (2)
substituindo (1) em (2) tem-se:
dvol = CQ A 2 gh dt (3)
Ainda no mesmo intervalo de tempo pode-se dizer que o nível da água reduzirá
no reservatório de dh, o que corresponde a um volume infinitésimal:
dvol = − Sdh (4)
onde o sinal negativo significa que h decresce com aumento de t.
Igualando (3) com (4):
− Sdh = C Q A 2 gh dt

− S − S
h−
1
dt = dh = 2 dh
CQ A 2 gh CQ A 2g

integrando no intervalo h1 a h0
t h1 −S −Sh1
h − 2 dh ∫ h − 2 dh
1 1
∫ dt = ∫ ⇒t =
0 h0 C Q A 2 g CQ A 2 g h0

− S 1  h1 − 2S 1 1
t = (2 h 2  h 0 ) = (h1 2 − h0 2 )
C Q A 2g C Q A 2g

− h0
1 1
( h1 2 2 ) a diferença é menor do que zero.

2S 1 1
t = (h 0 2 − h1 2 )
CQ A 2g

Exercício:
Em uma estação de tratamento de água(ETA), existem dois decantadores de
5,50x16,50 m de base e 3,50 m de profundidade.
Para limpeza e reparos, qualquer uma dessas unidades pode ser esvaziada por meio
de uma comporta quadrada de 0,30 m de lado, instalada junto ao fundo.
Calcular a vazão inicial da comporta e determinar o tempo necessário para o

esvaziamento de decantador ( C Q
' = 0 , 62 ) .
89

5.0 ESCOAMENTO EM CONDUTOS LIVRES.


Nos projetos de irrigação, geralmente, a fonte d'água localiza-se distante da
parcela a ser irrigada, necessitando de ser conduzida por meio de canais ou tubulações até a
parcela a ser irrigada.

5.1 Forma geométrica de canais.

a) canais trapezoidais

fonte:Bernardo
Figura. 33. Seção transversal de um canal trapezoidal.
A área molhada pode ser calculada pela seguinte expressão:
A = h ( b + mh )
Sendo:
A- área da seção transversal, em m2 ;
h- altura da lâmina d'água no canal, em m.
b- largura do fundo do canal, em m;
m- inverso da declividade das faces laterais.
BL- borda livre do canal.
E o perímetro molhado(P), pela seguinte expressão:
P = b + 2h 1 + m 2

O raio hidráulico expressa a relação entre a área e o perímetro molhado.


A h ( b + mh )
Rh = ⇒ Rh =
P b + 2h 1 + m 2

b) canais retangulares.
Para canais retangulares, m é igual a zero( m=0). então,
A = bh ,e P = b + 2h
90

c) Canais triangulares.
Para canais triangulares o b é igual a zero(b=0), então,
A = m h2 ,e P = 2h 1 + m 2

d) Canais circulares.

fonte:Bernardo
Figura 34. Canal circular parcialmente Cheio.

para a demonstração das equações do canal circular


a)Área molhada
Área molhada = área do setor- área do triângulo.
θ R2
área do setor = 2

área do triângulo
x = R sen( θ ) y = R cos( θ )
2 e 2

xy
A=
2

R cos( θ ) R sen( θ )
A = 2 2
2
91

⇒ R 2 cos( θ ) sen( θ )
área do triângulo = 2A 2 2

θ R 2

− R 2 cos( θ ) sen( θ )
área molhada = 2 2
2
θ
área molhada = R 2 ( 2 − cos( θ ) sen( θ ))
2 2

sen( a + b ) = sen a cos b + sen b cos a

sen( θ + θ ) = sen( θ ) cos( θ ) + sen( θ ) cos( θ )


2 2 2 2 2 2

sen( θ ) = 2 sen( θ ) cos( θ )


2 2

θ sen( θ )

área molhada = R 2 ( 2 2
)

D
R =
2
D2 θ sen( θ )
área molhada = ( − )
4 2 2

D2
área molhada = A = (θ − sen( θ ))
8

onde;
A- área molhada, em m2;
D- diâmetro do canal, em m;
θ - ângulo, em radianos.

b) perímetro molhado.
θD
P =
2


D
h = ( 1 − COS )
2 2

onde h é lâmina d'água, no centro do canal.


92

5.2 Velocidade d'água nos canais.

A velocidade da água em canal varia parabolicamente, tendo um valor mínimo


próximo ao fundo, e máximo próximo da superfície livre da água, conforme Figura abaixo.

fonte:Bernardo
Figura 35. Distribuição da velocidade em um canal.
Em conseqüência desta variação da velocidade com a profundidade, utiliza-se a
velocidade média.
Existem algumas expressões para o cálculo da velocidade média(Vm):
Velocidade média = K. x velocidade na superfície livre, sendo que o valor de K
varia entre 0,8 a 0,9.
Velocidade média = velocidade a 0,6 da profundidade, a partir da superfície
livre;
- Velocidade média = média da velocidade a 0,2; 0,6 e 0,8 da profundidade.

V 1 + V 2 + 2V 3
Vm =
4

sendo:

V 1 -velocidade d'água a 0,2 da profundidade;


93

V 2 -velocidade d'água a 0,8 da profundidade;

V 3 -velocidade d'água a 0,6 da profundidade.


94

Quadro 1. Valores máximos recomendáveis da velocidade média no canal.


Tipo do canal Velocidade
Canal em areia muito fina 0,20 a 0,30 m/s
Canal em areai grossa pouca compactada 0,30 a 0,50 m/s
Canal em terreno arenoso comun. 0,60 a 0,80 m/s
Canal em terreno sílico-argiloso 0,70 a 0,80 m/s
Canal em argiloso-arenoso 0,80 a 1,20 m/s
Canal em rocha 2,00 a 4,00 m/s
Canal em concreto 4,00 a 10,00 m/s
fonte: Bernardo
No Quadro acima têm os valores de velocidade máxima recomendáveis, os
quais foram determinados em função da erodibilidade do canal. Porém outro problema é a
sedimentação nos canais No Quadro abaixo consta os valores os valores mínimos
recomendados para velocidade média nos canais.

Quadro 2. .Valores mínimos recomendáveis da velocidade média no canal


Tipo do canal Velocidade
Água com suspensão fina 0,30 m/s
Água com areia fina 0,45 m/s
Água de esgoto 0,60 m/s
Água pluvial 0,75 m/s
fonte: Bernardo

5.3 Dimensionamento de canais

Existem algumas equações para o dimensionamento de canais. Apresentaremos


somente a equação Manning.
1 1
V = Rh 2 3 I 2
n

onde:
V- velocidade média da água , em m/s;
n- coeficiente de rugosidade, função do material do canal e de suas condições;
Rh- raio hidráulico;
95

I- declividade do canal, em m/m.

Q = AV

onde;
Q- vazão, em m3/s;
A- área molhada, em m2.

São três os tipos de problema que podem ser resolvidos diretamente com a
equação da velocidade média e com a equação da continuidade, de modo que se obtenha
soluções específicas.
1) Conhecendo n, I, A, Rh calcular Q.
2) Conhecendo n, A, Rh, Q, calcular I.
3) Conhecendo Q, n, I, calcular A e Rh.
Os problemas apresentados no item (1) e (2) são resolvidos diretamente com
emprego da equação de Manning e a equação da continuidade.
O problema (3) é que encontramos com maior freqüência na prática. Refere-se
ao dimensionamento geométrico de um canal, e a solução não é apenas utilização direta da
equação de Manning como nos casos (1) e (2). Existem vários métodos para a solução do
problema(3), mas apresentaremos apenas dois métodos mais generalizados.

Quadro 3. Valores de n, segundo Horton, para emprego na fórmula de Manning,


citado por Neves.
96

a) Métodos das tentativas.


Consiste em assumir valores para os parâmetros que definem a área e raio
hidráulico de um canal e, em seguida , aplicar a equação de Manning e a equação da
continuidade, para calcular qual será a vazão com os valores assumidos para os parâmetros
geométricos do canal pode variar permanecer constante. Comparar a vazão calculada com a
vazão conhecida, caso não sejam idênticas, repetir os cálculos até encontrar dois valores
idênticos. Para facilitar os cálculos, recomenda-se utilizar os seguintes tipos de quadro.
Quadro 4. Dimensionamento de canais, pelo método das tentativas, usando a equação
de Manning

b) Seção de máxima eficiência.


Considerando constantes a área do canal(A) e a inclinação das paredes
laterais(m) e variáveis a largura do fundo canal (b) e altura da lâmina d'água no canal(h).
Tomando o valor de b na equação da área do canal e o substituindo na equação
do perímetro molhado , teremos:

A
P = − mh + 2h 1 + m 2

h
97

A seção de máxima eficiência é aquela em que:


dp
= 0
dh
dp A
= − − m + 2 1+ m2 = 0
dh h2

A = h 2 (2 1+ m2 − m) que é área de máxima eficiência.


A = h ( b + mh )
Como , substituindo esta equação na anterior , teremos:
b = 2 h ( 1+ m2 − m)

5.4 Locação de um canal.

Num grande projeto de irrigação, os grandes canais são geralmente locados


com auxílio das plantas aerofotogramétricas. Nos pequenos projetos os canais podem ser
locados diretamente no terreno ou indiretamente, depois de levantados o perfil e as curvas de
nível.
Em terrenos íngremes a locação direta do canal é mais fácil. Tendo-se um
ponto inicial, os outros são determinados com auxílio de um nível de luneta ou nível de
mangueira.
O ponto inicial da marcação tanto pode estar na origem como término do canal.
No primeiro caso, iniciando a marcação na fonte dá água, impõe declive conveniente, até
chegar, com a marcação, ao ponto final, que pode ser o terreno a ser irrigado ou o local de
assentamento de uma roda d'água ou carneiro hidráulico. No segundo caso, tendo por exemplo
o terreno a ser irrigado , toma-se como base o ponto mais alto deste, de modo que todo o
terreno possa ser irrigado por gravidade, e marca-se o canal em aclive, chegando-se com ele à
fonte d'água.

5.4.1 Locação direta.

a) nível de luneta
Instalado e nivelado o instrumento, faz-se a leitura da mira colocada no ponto
inicial do canal(estaca zero). seja esta de 1,84 m. Desse ponto o porta mira, segurando a mira
e uma corrente, guia-se ao longo do terreno orientado pelo operador até que este faça a leitura
conveniente do 2o ponto(estaca 1).
98

Supondo-se que a declividade do canal é de 1/1000 m (0,3%) e que


comprimento da corrente é de 10 m, o operador orientará o porta mira para subir ou descer até
que ele possa ler 1,87 m . Feito isso, o porta mira crava um estaca junto ao pé da mira, que
serve para facilitar a localização do pontos. No ponto seguinte(estaca 2) a leitura será de 1,90
m
b) nível de barbante ou nível de mangueira.
Quando não se dispõe de nível de luneta, e quando a marcação não precisa ser
muito rigorosa pode se outro nível qualquer.

5.4.2 Locação indireta.

Quando se loca um canal em terreno inclinado, é muito fácil fazer a locação


direta , uma vez que os pontos correspondentes ao declive são facilmente encontrados.
O mesmo não acontece quando, em vez de uma encosta, o canal será
construído em terreno plano com a superfície irregular. Nesse caso não encontrados,
geralmente , os pontos correspondentes ao declive, como na marcação direta.
Quando se trata de grandes canais , é conveniente o levantamento de uma faixa
do terreno onde poderá ser construído o canal à semelhança do que se faz em locação de
estradas. Após essa etapa o canal será projetado no escritório.
No caso de pequenos canais, marca-se a direção mais conveniente da
construção do canal,. marcando-se com estacas de 10 em 10m ou de 20 em 20 m. Faz-se o
levantamento do perfil do terreno. No escritório, tendo-se o perfil do terreno, determina-se os
cortes e aterros em cada estaca.
Se a declividade do terreno é acentuada e a declividade canal é muito menor,
podemos recorrer ao artifício de locar o canal com a declividade convenientemente calculada,
e deixar pequenas quedas , ou saltos ao longo do canal(Figura 36 ) .
99

fonte:Daker
Figura. 36. Salto para redução de um canal

5.4.3 construção de um canal

fonte:Daker
Figura 37. Construção de um canal em uma encosta.

6.0 LISTA DE EXERCÍCIO

γ ρ
1) Se 6 m3 de óleo pesam 4800 Kgf , determine: o peso específico( ) massa específica( ) e
a densidade(d )

2) Conhecida a pressão absoluta de 5.430 Kgf/m2, à entrada de uma bomba centrífuga, pede-
se a pressão efetiva correspondente, a pressão absoluta e efetiva em Kgf/cm2, em
atmosferas técnicas e em metros de coluna d'água, sabendo-se que a pressão atmosférica
local vale 720 mmHg.

3) Calcular o peso específico de um líquido que apresenta uma pressão de 1,4 Kgf/cm2 no
fundo do reservatório, situado 3,05 metros abaixo da superfície.
100

4) O manômetro metálico da figura assinala uma pressão de -5,08 mmHg. Sabendo-se que as
superfícies d'água, nos dois reservatórios, encontram-se à mesma cota, calcular o desnível
que apresenta o mercúrio no manômetro diferencial.

5) dois dm3 de um líquido pesam 1640 gf. Calcular o seu peso específico, massa específica e
densidade no sistema técnico.

6) Qual a pressão no fundo de um reservatório que contém água, com 3 m de profundidade?


Idem, se o reservatório contém gasolina(densidade = 0,75)

7) Em uma localidade a pressão atmosférica é medida por uma coluna de mercúrio de 760
mm. Calcular o valor da pressão e altura da coluna d'água equivalente. Densidade do
mercúrio: 13,596

8) qual a pressão absoluta e relativa a 10 m de profundidade em água do mar(


d=1,024), sendo a leitura do barômetro de 758 mm, de mercúrio

9) Um conduto transporta um líquido sob pressão de 3 Kgf/cm2; calcular a respectiva altura


piezométrica, sendo o líquido: a) água; b) gasolina (densidade = 0,75).

10) Qual pressão na parte inferior de uma barragem sendo 10 m a profundidade da água,
porém havendo nos 3 inferiores uma camada de lama, com densidade 1,5.

11) Calcular o esforço p que dever ser aplicado no êmbolo menor da prensa hidráulica da
figura, para equilibrar a carga de 4400 Kgf colocada no êmbolo maior. Os cilindros estão
cheios de um óleo com densidade 0,75 e as seções dos êmbolos são respectivamente 40 e
4000 cm3.

12) Calcular a diferença das pressões a montante e jusante do diafragma, de acordo com
indicação do manômetro diferencial do esquema. O líquido manométrico é o mercúrio.
101

13) calcular a diferença de nível das superfícies dos dois depósitos, segundo a indicação do
manômetro. Densidade do líquido manométrico d=0,90..

14) O tubo A contém óleo (d=0,80) e tubo B, água calcular as pressões em A e B, para as
indicações do manômetro.

15) Calcular a vazão que escoa sobre a crista da barragem, nas condições do esquema.

16) Um conduto é constituído por trechos, com diâmetros de 0,25 e 0,20 m. Calcular a pressão
no ponto B do segundo trecho, sabendo que no ponto A do primeiro, 10 m acima de B, a
pressão é de 1,5 Kgf/cm2. Velocidade da água no primeiro conduto V1= 0,60 m/s. Qual a
vazão? ( Considerar escoamento sem atrito).
102

17) Uma coluna cilíndrica de diâmetro 0,1 m ,contém 50 litros de água e 100 litros de óleo de
densidade 0,78 , calcular a pressão na base do cilindro, expressar esta pressão em kg/cm2 e
em pascal.

18) mostrar a relação:

1 Atm. = 760 mmHg = 1 Kgf/cm2 = 10,33 mca

19) Que profundidade de óleo de densidade 0,87 , produzirá uma pressão de 3,0
Kgf/cm2.Converta esta profundidade em metros de coluna de água (mca) ,metros de coluna
de mercúrio (d=13,6) e metros de coluna de tetra cloreto de carbono(d=1,6).

20) No manômetro diferencial abaixo , os pontos B e C estão no mesmo líquido de peso


específico( γ ) para o líquido manométrico de pequena densidade (d) e peso específico
(, γ 1 )obter a diferença de pressão entre B e C e expressa-la em função z , d e y , sendo
γ 1
d=
γ

21) Determinar as pressões efetivas e absoluta do gás nos pontos A e C dos reservatório
abaixo , sendo mercúrio o líquido manométrico d=13,6) e a pressão atmosférica de 1
Kgf/cm2
103

22) Dizem alguns historiadores que , ao repetir sua famosa experiência, Torricelli substituiu o
mercúrio por vinho , cujo o peso específico médio é de 990 Kgf\m3.Obter a altura a que se
elevou o vinho , supostas as mesmas as condições iniciais de gravidade e altitude.

23) O vacuômetro de um condensador marca 660 mm de mercúrio , enquanto que o barômetro


indica a pressão local é de 700 mmHg.. Calcular a pressão absoluta em atmosfera.

24) Na determinação da diferença de pressão entre dois pontos , para valores


extremamente elevados , pode-se usar os chamados manômetros série e conforme o esquema
abaixo . Sabendo-se que os pontos 1 e 2 estão na mesma cota , pede-se demostrar que:

P − P = ( γ − γ ) ∑ hi
n

1 2 2 1 , para n manômetros em série.


i =1
104

25) Considerar a água que escoa no sentido vertical ascedente. As extremidades superior e
inferior do tubo têm os diâmetros de 100 mm e 50 mm, respectivamente .se a vazão é
60 l/s, determinar a diferença de diferença pressão entre as extremidades do tubo (
considerar fluido ideal).

26) Água escoa no sentido ascedente, calcular a difereça de presenção entre os dois pontos.
105

26) Deseja-se construir um vertedor triangular de paredes delgadas de ângulo O= 90o para a
medição de vazão em um laboratório. Sabendo-se que a vazão máxima a ser medida é de
14 l/s, determinar:

a) altura mínima do vertedor, contada acima do vértice.


b) O erro cometido na vazão, acarretada por erro de 1 mm cometido na medição da carga,
sendo a vazão próxima da máxima.

27) Em um vertedor trapezoidal, tem-se : L=1,85 m, Q= 0,912 m3/s, H=40 cm,


Cq1=Cq2=0,60 , sendo Cq1 =Cq2 os coeficientes de descarga dos vertedores retangular e
triangular. Calcular
θ
2.
28) Em um vertedor retangular de 0,60 m de altura, mediu-se a carga sobre sua crista como
sendo 11,4 cm, quando de fato era de 12 cm. Determinar a porcentagem de erro provocada
no cálculo da vazão.

29) Deseja-se medir uma vazão que pode variar de 0,10 a 0,20 m3/s com um erro no máximo,
de 0,5% em toda a amplitude de valores de vazão. Um medidor de nível permite obter
precisão de 0,5 mm na leitura de carga. Qual será maior largura do vertedor retangular de
soleira delgada que irá satisfazer no caso? Considere a fórmula de Poncelet.

30) Um canal trapezoidal com talude 2H:1V, transporta uma vazão de 6,75 m3/s com uma
altura d'água igual a 1,25 m e uma declividade de fundo 0,05%. O canal é revestido com
alvenaria de tijolo em argamassa de cimento em boas condições. Determine a largura de
fundo.
106

31)Dimensionar um canal trapezoidal com taludes 2H:1V, b= 4,0 declividade igual a I=0,0015
m/m para transportar uma vazão de 8,8 m3/s . Material de revestimento é concreto em
condições regulares.

32) Determine a largura de fundo de um canal trapezoidal, com taludes 2H:1V, escavado em
terra (n=0,03), para que transportando uma vazão de 7,6 m3/s altura d'água seja 1,20 m.
Declividade de fundo I=0,00050 m/m

33) Um canal trapezoidal, largura de fundo igual 2,80 m, declividade dos taludes
2H:1V, de alvenaria em más condições, deve transportar 35 m3/s sob condições de
escoamento uniforme, e velocidade média no deve ser superior a 1,5 m/s . Determine a
máxima declividade de fundo possível

34) A seção transversal de um canal trapezoidal funciona em regime uniforme e apresenta


seguintes as características: b= 6,0 m; I= 0,016 m/m e n= 0,025 e Y= 1,60 m.
a) Qual a velocidade média da água?
b) Qual a vazão?

35) Se no canal do exercício anterior quisermos transportar um vazão de 20 m3/s, qual deve
ser declividade de fundo deste?

36) Um canal trapezoidal será construído em concreto e com paredes inclinadas de 2:1. De
acordo com as condições topográficas, I= 80 cm/km para declividade de fundo. A vazão
transportada será de 10 m3/s.

a) Quais as dimensões da seção para máxima eficiência?


b) É inconveniente o emprego destes valores?

37) Dimensionar o canal do exercício anterior fixando:

a) b= 1,5 m determinar Y.
b) Y= 1,5 m determinar b.

38) Calcular a velocidade da água e a vazão de um canal trapezoidal com taludes de 1,5:1 e
declividade de fundo de 1/1600 m/m, sendo:

a) paredes de terra.
b) paredes de concreto.
c) o uso de paredes revestidas ou no acarreta grande variação de vazão no canal
(Considere as respostas a ou b do exercício no 10.

39) Qual diâmetro de um canal de concreto circular para transportar uma vazão de 0,5 m3/s,
sendo a sua declividade de fundo de 0,9 m/km (considerar que o canal fucionará a meia
seção)

40) Um bocal cilíndrico de área igual a 2 cm2 e coeficiente de vazio Cq=0,85, produz um jato
de água de velocidade V= 5 m/s. Nestas condições determine:
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a) a carga no bocal(Cc=1)
b) a vazão em escoamento.

41) para o orifício retangular abaixo calacular. O coeficiente de vazão para o orifício de
contração completa é igual a 0,62.

42) um orifício retangular com 1,62 m de base e 0,70 m altura esta localizada na parede
vertical de um tanque, cujo o nível de água mantido constante a 2,8 m acima da aresta
superior a contração completa, calcular a vazão(Cq=0,62).

43) Na parede vertical de um reservatório, um orifício retangular de contração completa tem


1,2 m de base e 0,60 m de altura. O nível da água está a 0,60 m acima da borda superior do
orifício. Determine a vazão sendo Cq=0,62

44) Qual erro cometido, se o problema anterior tivesse sido resolvido como um orifício de
pequena dimensão.

45) Um orifício de 10,1 m cm de diâmetro descarrega 45,3 l/s de um líquido sob um carga de
3,6 m. O diâmetro do jato na seção contraída foi determinado, sendo igual a 8,81 cm.
Determinar Cv, Cc e Cq.

BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO NETTO, J.M.& ALVAREZ,G.A.Manual de Hidráulica.7a ed.São Paulo,


Ed. edgard Blucher Ltda.1986. Vol. 1 e 2.

BERNARDO,S. Manual de irrigação.5a ed. Imprensa Universitária. Viçosa. 1989,


596p.

DAKER,A. A água na agricultura. Hidráulica aplicada à agricultura... Livraria Freitas


Bastos.Rio de Janeiro, 1983.316p.Vol.1

DENICULLI,W. Hidráulica.. Viçosa,UFV, 1990.(notas de aula).


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LENCASTRE. Manual de hidráulica geral. São Paulo,Ed. edgard Blucher Ltda,1972.


411p.

NEVES, E.T. Curso de Hidráulica.8a ed.Porto Alegre.Editora Globo, 1986,577p.

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