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Jus cogens – parte dos autores aceita existência de um corpo de regras internacionais
obrigatórias e que, portanto, não poderiam ser contrariadas por outros tratados. Um
tratado que viola a regra de jus cogens não é passível de convalidação, pois o tratado nasce
nulo, ainda que desejado pelas partes.
1- Art. 38, Estatuto Corte Internacional de Justiça (CIJ). NÃO EXISTE HIERARQUIA DAS
FONTES NO DIREITO INTERNACIONAL.
A) Tratados: principal fonte do DIP.
B) Costumes: principal fonte do DIP.
C) Princípios gerais de direito internacional: principal fonte do DIP. Tem base nos
direitos internos. Irretroatividade da lei, princípio da legalidade, etc.
D) Doutrina: interpreta e aplica as principais fontes do DIP.
E) Jurisprudência: interpreta e aplica as principais fontes do DIP.
2- Outros
A) Atos unilaterais: atos que em determinadas circunstâncias terão valor jurídico
obrigatórios.
B) Resoluções de assembleia geral
TRATADOS
1- Conceitos: fontes de um juiz internacional utiliza para resolver um caso. São as formas
que dão vida a determinadas organizações sociais. São SEMPRE escritos. “É um acordo
internacional celebrado, por escrito, entre Estados ou Estados e organizações sociais,
regido pelo direito internacional” – ou seja, Estados se submetem voluntariamente,
sempre escrito, por exemplo, se o Brasil contrata uma empresa argentina para fazer
asfalto, não é tratado internacional, porque uma das partes é uma empresa privada. Já
a empresa do Paraguai e o Brasil com a usina de Itaipu é sim um tratado internacional,
e a base da relação tem que ser o direito internacional. A compra de um terreno na
China para embaixada não é tratado internacional, porque a base vai ser contrato de
compra e venda, direito interno da China, por exemplo. Regula os mais variados
temas. É um acordo internacional concluído por escrito entre Estados ou entre Estados
e Organizações Internacionais, regido pelo direito internacional, quer conste de um
instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua
denominação específica.
2- Características gerais
A) Consensualismo: todo direito internacional tem como fundamento a autonomia
da vontade das partes. Entre os Estados que voluntariamente irão concordar em
ceder parte de sua soberania a outro Estado. Fundamenta-se sobre a autonomia
da vontade dos sujeitos de direito internacional. Os próprios sujeitos definem as
características do futuro tratado.
B) Ausência de hierarquia: dos tratados, não dos países, porque todo país é
soberano. Existem diferentes tratados, mas nenhum é mais importante que o
outro. Não há hierarquia entre tratados. Cada fonte normativa, como os sistemas
regionais de integração, Organizações Internacionais ou diferentes conjuntos de
Art. 103 – No caso de conflito entre as Estados sem qualquer ligação institucional pré estabelecida, cria normas próprias
obrigações dos Membros das Nações
Unidas, em virtude da presente Carta que não têm ligação hierárquica com outras normas existentes. Há duas exceções:
e as obrigações resultantes de as normas jus cogens, que é uma espécie de norma obrigatória a todos os Estados
qualquer outro acordo internacional,
prevalecerão as obrigações assumidas e que, portanto, se coloca acima dos demais tratados, que são algumas normas da
em virtude da presente Carta. DUDH, que são consideradas superiores na comunidade internacional e o art. 103
da carta da ONU.
C) Ausência de formalismo: tem que ser escrito, mas o formato, o tamanho, o tipo
do artigo, por exemplo, não há procedimento específico exigido para esses
aspectos. Os tratados devem ser realizados por escrito. No entanto não existem
procedimentos específicos, rígidos para a redação dos tratados.
3- Nomenclaturas
A) Tratado: é igual acordo, convênio (não confundir com convenção), carta, pacto...
todos têm o mesmo valor político/jurídico. Como espécie é utilizado para tratado
solene.
B) Declaração: é diferente de tratado, porque reúne princípios gerais, porque não
existe um consenso entre os Estados sobre um determinado tema. Tem
consequências se descumprir, mas não tem o poder, a força jurídica obrigatória.
Mas pode chegar a se tornar um tratado. A exceção é a DUDH (que tem a força
jurídica obrigatória). É um tratado que cria princípios gerais, mas não gera
compromisso para os sujeitos de direito internacional.
C) Estatuto: tem valor jurídico obrigatório, mas não é um tratado, somente regula as
regras do mesmo. Também define os tratados que criam uma Organização
Internacional, estabelecem suas normas gerais, os critérios de funcionamento...
D) Protocolo: é um tipo de complemento de convenções, por exemplo, o protocolo
das crianças armadas, que fica dentro da convenção de direito das crianças, pois
trata um mesmo tema, em perspectiva diferente. O protocolo é como se fosse um
novo tratado.
E) Carta ou pacto: pode ser tanto um tratado solene ou outros tratados importantes
que estabelecem direitos e deveres para as partes.
F) Acordo: o uso mais comum em direito internacional é para tratados de cunho
econômico, financeiro, comercial ou cultural.
G) Convênio: tratado em matéria cultural ou de transporte.
4- Tipos de tratados
A) Bilaterais: entre dois Estados ou um estado e uma Organização Internacional.
B) Multilaterais: entre muitos Estados e/ou Estados e Organizações Internacionais.
5- Princípio “pact sunt servanda”: quando há poucos Estados ou Organizações
Internacionais em negociação, o texto final precisa ser aceito por todos. Caso
contrário, a falta de engajamento posterior por um deles pode levar à ineficácia do
tratado com um todo. Quando se trata de uma negociação multilateral, no entanto,
raramente é possível chegar a um consenso sobre o texto final. Até o último momento,
os negociadores tentam fazer valer pontos de vista na construção do texto do tratado.
Neste sentido, a regra geral é a adoção do texto por dois terços do negociadores. A
adesão do texto não revela compromisso algum, não há incidência do princípio pacta
sunt servanda, que é a necessidade de agir de boa fé em relação ao texto negociado. A
violação do princípio da boa fé no direito internacional ocorre quando o Estado
anuncia claramente que tem a intenção de se comprometer com um tratado,
revelando sua vontade perante a comunidade internacional, mas na prática age em
sentido oposto.
6- Processo de criação de tratados :
A) Negociação: o tratado é dividido em preâmbulo (parte inicial com princípios gerais
Art. 49. É da competência exclusiva
do tratado); dispositivo (todas as normas) e anexos (estatísticas, dados, etc.). art.
do Congresso Nacional: 49, CF: MRE (ministério de relações exteriores) câmara dos deputados
I - resolver definitivamente sobre
tratados, acordos ou atos senado presidente do senado promulga um decreto legislativo referendo
internacionais que acarretem interno do congresso nacional senado ratifica através do presidente e publica
encargos ou compromissos
gravosos ao patrimônio nacional; (que serve pra gerar efeitos internos, é um decreto executivo). Preâmbulo: é a
introdução ao tratado, não cria compromissos às partes. Tem a função de
identificar as partes no tratado, os motivos que levaram essas partes a redigirem
uma norma internacional e os princípios gerais que devem ser levados em
consideração na interpretação do tratado com um todo. O texto do preâmbulo
não é sem valor. É certo que não tem, por si, força de obrigar as partes. No
entanto, ele pode ser invocado para dirimir dúvidas de interpretação sobre o
dispositivo ou mesmo sobre os anexos do tratado. Assim como na lei, no tratado
não devem existir expressões inúteis. Dispositivo: contém os compromissos
negociados entre as partes. As cláusulas finais determinam as disposições gerais
do tratado, fixando os idiomas, os procedimentos para alteração do texto, a
possibilidade ou não de reservas, as regras para assinatura e ratificação, entre
outros. Anexos: tem como objetivo deixar o tratado mais leve, retirando do
dispositivo detalhes, número e percentagens que dificultam sua compreensão. A
criação de anexos é uma faculdade dos Estados e não uma obrigação.
B) Adoção: uma vez que se negocia o tratado, ele é adotado, por votação
geralmente. Adoção ou autenticação do texto é o ato pelo qual se reconhece a
equivalência entre o conteúdo do texto negociado e aquele apresentado ao final
da negociação. A autenticação do texto pode ser feita pela assinatura dos
diplomatas presentes ao final da negociação ou ad referendum, com a assinatura
posterior pelos representantes dos Estados.
C) Assinatura: depois de adotado parte para assinatura, tem peso diferente de
ratificação. Na assinatura diz que concorda com o tratado, é uma passo inicial, tem
a consequência de que não pode o país ter nenhuma ação que vá contra a
essência do tratado assinado, tem valor político muito forte. A assinatura é o ato
emanado pelo representante do Estado, concordando com seu conteúdo. Cada
Estado ou Organização Internacional tem a competência de indicar a pessoa
responsável pela assinatura. Em geral, a assinatura é realizada pelo Chefe do Poder
Executivo. Nos tratados bilaterais, de forma similar, raramente se aceita a
assinatura sem ratificação, pois, se existem apenas duas partes, a simples
assinatura não gera qualquer efeito para nenhum dos Estados.
D) Ratificação: vem depois da assinatura, onde o Estado se obriga formalmente a
todas as noras do tratado. Dá consentimento da aceitação do tratado. É o ato
formal do Estado pelo qual indica seu consentimento em estar submetido a um
determinado tratado. Também é conhecida por aceitação, aprovação ou ato
formal de confirmação. Quando o tratado já foi negociado e assinado e suas partes
permitem que outros sujeitos o ratifiquem, diz-se que há a adesão ou acessão
destes. Não necessariamente o tratado deve estar em vigor, mas a negociação já
está encerrada, o texto está pronto, e as novas partes aceitam o texto construído
pelos demais, ou seja, não participam da negociação e apenas podem aceitar o
tratado tal como ele foi negociado. A ratificação é IRRETRATÁVEL, ou seja, o
Estado ou Organização Internacional não pode voltar atrás em sua posição,
mesmo se o tratado ainda não entrou em vigor ou as demais partes ainda não o
ratificaram. Não pode retratar a ratificação depois da entrada em vigor do tratado,
pro respeito ao princípio pacta sunt servanda. Não pode retirar a ratificação antes
da entrada em vigor, por respeito ao principio da boa fé. Art. 49, CF.
E) Publicação
- Brasil Artigo 19.º
Formulação de
7- Reservas: art. 2º, CVDTs 1969 (Convenção de Viena). É uma declaração unilateral do reservas
Estado, exclui ou modifica o efeito jurídico da disposição do tratado. Pode o Estado Um Estado pode, no
Artigo 2.º momento da
Definições aceitar o tratado com alguma ressalva a algum ou outro termo, nem todos os tratados assinatura, da
1 - Para os fins da presente
Convenção:
admitem reservas. Quando o Estado faz uma reserva sobre determinado artigo e não ratificação, da
aceitação, da
d) «Reserva» designa uma será obrigado a cumprir aquele artigo. Art. 19, CVDTs -> estabelece quando uma aprovação ou da
declaração unilateral, qualquer adesão a um tratado,
que seja o seu conteúdo ou a reserva é proibida. Em tratados bilaterais as reservas não são permitidas, porque formular uma
sua denominação, feita por um significam, na prática a não aceitação de um ponto negociado anteriormente e mostra reserva, a menos
Estado quando assina, ratifica, que:
aceita ou aprova um tratado ou a necessidade de renegociação do tratado, pois pode prejudicar o equilíbrio entre as a) A reserva seja
a ele adere, pela qual visa partes. Assim, nos tratados bilaterais, as reservas precisam ser aceitas pela parte proibida pelo
excluir ou modificar o efeito tratado;
jurídico de certas disposições do contrária e têm, na prática, o efeito de modificar o tratado. Reserva é uma declaração b) O tratado apenas
tratado na sua aplicação a esse
Estado
unilateral, feita por um sujeito de direito internacional ao assinar, ratificar, aceitar ou autorize
determinadas
aprovar um tratado ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito reservas, entre as
quais não figure a
jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação nesse Estado ou reserva em causa; ou
Organização Internacional. Logo, a reserva pode ocorrer em diferentes momentos até c) Nos casos não
previstos nas alíneas
o engajamento definitivo. Após o engajamento definitivo, as reservas somente a) e b), a reserva seja
poderão ser feitas com o consentimento das demais partes do tratado. Sempre é incompatível com o
objeto e o fim do
possível fazer reservas, exceto quanto: o tratado prevê expressamente a tratado
impossibilidade de reservas; o tratado prevê a possibilidade de fazer reservas apenas
sobre determinadas questões preestabelecidas; o tratado não prevê reservas, mas
estas se referem a questões essenciais do tratado, cuja reserva é incompatível com o
objeto ou com a finalidade do tratado. Apenas aqueles que ratificaram o tratado
podem fazer reservas. As reservas feitas pelos que não ratificaram servem apenas para
informar aos demais sujeitos de direito internacional sua opinião sobre a questão, mas
não geram quaisquer efeitos jurídicos. A reserva é sempre feita por escrito, limitam os
efeitos jurídicos do tratado para uma das partes, em relação às demais. No Brasil, as
reservas podem ser feitas tanto pelo legislativo quando pelo executivo. O termo
jurídico utilizado para as reservas feitas pelo poder legislativo é a “aprovação com
restrições”. Quando as reservas são elaboradas pelo executivo, devem ser confirmadas
pelo legislativo. A reserva impede a entrada em vigor de parte do tratado para um
Estado. É como se essa parte não existisse. As reservas ficam anexas ao texto do
tratado. Os Estados podem retirar suas reservas quando considerarem ser
conveniente. A reserva deixa de vigorar entre as partes a partir do momento em que o
Estado recebe a notificação da retirada da reserva.
8- Declaração interpretativa: quando o Estado ratifica um tratado, mas faz uma
declaração para que determinados artigos sejam interpretados de outra determinada
maneira. Mas não pode modificar a essência do tratado, só para deixar o artigo mais
claro para aquela determinada sociedade. Uma declaração interpretativa é a
manifestação unilateral do Estado ou da Organização Internacional, pelo qual
concorda com o engajamento ao tratado, condicionado a que determinada parte do
texto do tratado seja interpretada de uma forma particular. As declarações
interpretativas são relevantes, sobretudo quando o texto do tratado é dúbio, podendo
ser interpretado de diversas formas. Não se trata de uma limitação do tratado, mas de
um engajamento condicional. Diferente das reservas, a declaração interpretativa
aceita a vigência do tratado como um todo, mas apenas com determinada
interpretação de seu texto.
9- Internacionalização de tratados e valor normativo: há duas correntes de
internacionalização de tratados. A dualista, que é mais geral, possui duas ordens
jurídicas, a aplicação do tratado em dois aspectos, nacional e internacional. E monista,
que não tem essa divisão. Já o valor normativo dos tratados são dois, em regra geral
atingem força de norma infraconstitucional. Há duas possibilidades: os tratados que
afastam a aplicação de direitos internos e os DHs que são constitucionais desde a EC
45/2004. No Brasil, a teoria e os tribunais consideram a existência de um sistema
dualista moderado. Existe um duplo procedimento para que o tratado seja totalmente
válido: o engajamento internacional, pelo qual o Estado se compromete perante os
demais Estados-partes no tratado e o engajamento nacional, com a edição de uma
norma interna, a partir da qual o tratado obriga os nacionais. Chama-se dualismo
moderado, porque apenas somos dualistas durante o período entre a ratificação do
tratado e a sua promulgação. No Brasil o tratado é internalizado com a promulgação
do decreto executivo. O decreto executivo tem três funções: a promulgação do
tratado; a publicação oficial do seu texto; a executoriedade do ato internacional, que
passa, então, e somente então, a vincular e a obrigar no plano do direito positivo
interno. Para a segunda corrente, aceita pelo Supremo Tribunal Federal, há no Brasil
Artigo 24.º um dualismo moderado. O Congresso Nacional autoriza a ratificação do tratado,
Entrada em vigor
1 - Um tratado entra em vigor
mediante o decreto legislativo. A ratificação é então realizado pelo presidente da
nos termos e na data nele república, através do depósito do ato de ratificação junto ao depositário do tratado. A
previstos ou acordados pelos
Estados que tenham participado partir deste ato, o Brasil está vinculado às demais partes do tratado. Apenas após a
na negociação. publicação do decreto executivo, o tratado integrará também a ordem jurídica
2 - Na falta de tais disposições
ou acordo, um tratado entra em brasileira. Durante o período entre o depósito do instrumento de ratificação e a
vigor logo que o consentimento
em fica
promulgação do decreto executivo, o país aceita duas ordens jurídicas, uma nas
r vinculado pelo tratado seja relações exteriores e outra nas relações domésticas. Por isso o Brasil é considerado
manifestado por todos os
Estados que tenham participado
dualista. O adjetivo “moderado” vem do fato de que se trata de uma situação, em
na negociação. geral, passageira, de curto período porque, após a promulgação do tratado, este passa
3 - Quando o consentimento de
um Estado em ficar vinculado a incorporar o ordenamento jurídico nacional. Na prática, o sistema dualista moderado
por um tratado for manifestado é aquele efetivamente aceito. Existe um duplo engajamento do Estado: com a
em data posterior à da sua
entrada em vigor, o tratado, ratificação, o país engaja-se perante os demais Estados; com a promulgação
salvo disposição do mesmo em
contrário, entra em vigor
(publicação do decreto executivo), o tratado passa a vigorar no território nacional.
relativamente a esse Estado Valor normativo no Brasil, os tratados em geral têm força de norma
nessa data.
4 - As disposições de um tratado
infraconstitucional. Os tratados de direitos humanos, em particular, quando aprovados
que regulam a autenticação do na forma de projeto de emenda constitucional, têm força de norma constitucional. Os
texto, a manifestação do
consentimento dos Estados em tratados em geral revogam as normas de direito interno anteriores que lhes sejam
ficarem vinculados pelo tratado, contrárias. Tratados de direitos humanos, ratificados de acordo com o mesmo
os termos ou a data da sua
entrada em procedimento para aprovação de emenda constitucional, prevalecem sobre outras
vigor, as reservas, as funções do
depositário, bem como outras
normas internas, mesmo posteriores, e somente poderão ser modificados por outras
questões que se suscitam emendas constitucionais ou outros tratados da mesma natureza, desde que ratificados
necessariamente antes da
entrada em vigor do tratado,
de acordo com o mesmo procedimento. A força normativa do tratado em geral
são aplicáveis desde a adoção depende de seu conteúdo.
do texto.
TRATADOS
1- Entrada da vigência: art. 24, CVDTs: se não estiver no tratado a entrada em vigor,
entra em vigor assim que todos os países participantes o ratificarem. Se um país entrar
e o tratado já estiver em vigor valerá assim que o mesmo ratificar o contrato. A
entrada em vigor do tratado pode ocorrer em determinada data com um número de
ratificações ou com outra condição específica. Quando inexiste regra explícita,
presume-se que o tratado entra em vigor com a ratificação dos Estados que o
Artigo 35.º
negociaram. Esse período de vocatio legis entre a adoção do texto e a entrada em
Tratados que preveem vigor pode ser muito longo. A entrada em vigor dos tratados multilaterais raramente
obrigações para terceiros
Estados ocorre para todos os Estados de uma só vez. Por isso, diz-se que a entrada em vigor
Uma disposição de um dos tratados multilaterais é, geralmente, escalonada. Assim, a entrada em vigor no
tratado faz nascer uma
obrigação para um terceiro âmbito externo é condição para a exigibilidade no âmbito doméstico.
Estado se as Partes nesse
tratado entenderem criar a
2- Efeitos jurídicos:
obrigação por meio dessa A) Cumprir de boa fé: dever de cumprir de boa fé (pacta sunt servanda);
disposição e se o terceiro
Estado aceitar
B) Validez territorial e temporal: princípio da irretroatividade da lei só funcionava a Artigo 31.º
expressamente por escrito partir de quando o tratado entrasse em vigor. Se o fato acontecer antes do tratado Regra geral de
essa obrigação. interpretação
entrar em vigor, não acontece nada. Só terá vínculo jurídico depois que o mesmo 1 - Um tratado deve
Artigo 36.º entrar em vigor. ser interpretado de
Tratados que preveem boa fé, de acordo
direitos para terceiros C) Terceiros Estados: só terá efeitos nos países que ratificarem o tratado, não atinge com o sentido
Estados
1 - Uma disposição de um
os países que não ratificarem, pode até atingir positiva ou negativamente, se comum a atribuir
aos termos do
tratado faz nascer um negativamente o país pode entrar com uma ação. Terceiros estados não vão ter tratado no seu
direito para um terceiro contexto e à luz dos
Estado se as Partes nesse
nenhuma intervenção naquele tratado, só gera obrigação nos países que o respectivos objeto e
tratado entenderem ratificaram. Exceção: art. 35 e 36, CVDT’s. fim.
conferir esse direito, por 2 - Para efeitos de
meio dessa disposição, ao 3- Condição de validade: para ser válido o tratado precisa atender a três critérios interpretação de um
terceiro Estado, ou a um A) Capacidade das partes: Estados e Organizações Internacionais que podem tratado, o contexto
grupo de Estados a que ele compreende, além
pertença, ou ainda a todos celebrar tratados. Representantes: diplomatas precisam ter sua competência do texto, preâmbulo
os Estados, e se esse
terceiro Estado o consentir.
reconhecida pelos demais Estados. As Organizações Internacionais também devem e anexos incluídos:
a) Qualquer acordo
Presume-se o se ater à competência de acordo com o tema. Somente os sujeitos de direito relativo ao tratado e
consentimento enquanto que tenha sido
não houver indicação em
internacional são capazes de firmar tratados. A capacidade dos Estados é analisada celebrado entre
contrário, salvo se o a partir do reconhecimento do Estado, de seu governo e de seus representantes todas as Partes
tratado dispuser de outro quando da conclusão
modo. diplomáticos. do tratado;
2 - Um Estado que exerça B) Objeto lícito: o tratado não pode violar nenhuma norma internacional e nem jus b) Qualquer
um direito nos termos do instrumento
n.º 1 deve respeitar, para o cogens. Nenhum Estado pode se negar a cumprir uma norma do tratado alegando estabelecido por
exercício desse direito, as
condições previstas no
que o mesmo fere uma norma interna, se uma norma interna for contra uma do uma ou mais Partes
quando da conclusão
tratado ou estabelecidas tratado, o Estado tem a opção de revogar essa norma interna, criando outra, ou do tratado e aceite
de acordo com as suas pelas outras Partes
disposições.
então sai do tratado. Os tratados devem ter objeto lícito em relação ao direito como instrumento
interno e ao direito internacional. No entanto, o fato do tratado violar o direito relativo ao tratado.
3 - Ter-se-á em
interno não afeta o tratado, da mesma forma como o fato do tratado violar as consideração,
normas internacionais mais reconhecidas. Da mesma forma os Estados não podem simultaneamente
com o contexto:
invocar seu direito interno para não cumprir determinado tratado. O Estado pode a) Todo o acordo
mudar sua legislação e tornar o tratado ou parte dele sem efeito, da mesma forma posterior entre as
Partes sobre a
que pode retirar-se de um tratado em vigor. interpretação do
C) Consentimento livre: o consentimento tem que ser livre dos Estados. Se houver tratado ou a
aplicação das suas
vício (erro, dolo ou coação) não será consentimento livre. Se tratar-se de um disposições;
b) Toda a prática
tratado bilateral este será nulo, se for multilateral só será nulo para os países que seguida
sofreram o vício. posteriormente na
aplicação do tratado
4- Interpretação: existem três critérios de interpretação: objetivo, subjetivo e pela qual se
teleológico. estabeleça o acordo
das Partes sobre a
A) Objetivo: sentido autêntico do tratado, expressão autêntica da vontade das interpretação do
partes. tratado;
c) Toda a norma
B) Subjetivo: busca qual era a intenção dos agentes no momento do tratado. pertinente de direito
internacional
C) Teleológico: busca o fim/objetivo efetivamente do tratado (geralmente presente aplicável às relações
no preâmbulo). A CVDTs, por exemplo, adotou a interpretação objetiva e entre as Partes.
4 - Um termo será
teleológica. Art. 31, CVDTs 1 – sentido comum (objetivo)/contexto, objeto e fim entendido num
sentido particular se
estiver estabelecido
que tal foi a intenção
das Partes.
Artigo 60.º
Cessação da vigência de um
tratado ou suspensão da sua
aplicação como
consequência da sua
violação
1 - Uma violação substancial
de um tratado bilateral, por
uma das Partes, autoriza a (teleológico)/acordo entre as partes. 2 - conduta das partes. 3 – normas de direito
outra Parte a invocar a internacional.
violação como motivo para
fazer cessar a vigência do 5- Modificação: pode ser tácita ou expressa. Total ou parcial. Os tratados são
tratado ou para suspender a
sua aplicação, no todo ou
modificados por vontade das partes.
em parte. A) Tácita: se adota outro tratado que contradiz o tratado anterior. Ocorre pela
2 - Uma violação substancial
de um tratado multilateral,
produção de um tratado ou costume contrário ao tratado anterior. Ocorre em
por uma das Partes, duas situações: quando as partes fazem um novo tratado, contrário ao anterior,
autoriza:
a) As outras Partes, agindo mas sem referência expressa a este; quando a prática contínua dos sujeitos de Artigo 54.º
Cessação da vigência
de comum acordo, a direito internacional em desencontro ao texto acordado gera um costume ou retirada de um
suspender a aplicação do
tratado, no todo ou em internacional. No direito internacional os costumes podem revogar normas. tratado por força das
parte, ou a fazer cessar a suas disposições ou
sua vigência:
B) Expressa: se o tratado expressamente diz que modifica o anterior. Quando as por consentimento
i) Seja nas relações entre partes redigirem outro tratado, contrário ao anterior, revogando-o de forma clara, das Partes
elas e o Estado autor da A cessação da
violação;
afirmando que, a partir da entrada em vigor do novo tratado, os dispositivos do vigência de um
tratado ou a retirada
ii) Seja entre todas as Partes; tratado anterior não são mais aplicáveis. Exige a manifestação favorável de um de uma Parte podem
b) Uma Parte especialmente
atingida pela violação a número suficiente de Estados ou Organizações Internacionais. ter lugar:
a) Nos termos
invocá-la como motivo de C) Total: modifica por completo o tratado. Pode ser feita por meio de um novo previstos no tratado;
suspensão da aplicação do
tratado, no todo ou em tratado, que altera completamente o anterior (revisão do tratado). ou
parte, nas relações entre ela b) Em qualquer
e o Estado autor da violação;
D) Parcial: uma emenda ao tratado, é um procedimento mais flexível. Pode ser feita momento, por
c) Qualquer outra Parte, por um tratado que apenas altera uma parte do texto antes consensual (emenda consentimento de
exceto o Estado autor da todas as Partes, após
violação, a invocar a
ao tratado) consultados os outros
Estados Contratantes
violação como motivo para 6- Cessação da vigência e suspensão de aplicação: arts. 54 e 60, CVDTs. Cessação:
suspender a aplicação do
tratado, no todo ou em termos previstos no tratado ou consentimento de todas as partes. Execução integral /
parte, no que lhe diga caducidade ou desuso / conflitos armados / inexecução de uma das partes / denúncia
respeito, se esse tratado for
de tal natureza que uma unilateral (nem todos os tratados admitem denúncia). A cessação é um tratado inteiro
violação substancial das suas
disposições por uma Parte
a suspensão é um Estado em especial. Art. 60 – violação de uma norma substancial,
modifique radicalmente a execução integral. Denúncia unilateral. Alguns tratados não admitem denúncia (como
situação de cada uma das
Partes quanto ao
o tratado de Direitos Humanos). Para o Estado que denuncia, o tratado perde o efeito.
cumprimento posterior das Art. 54 – a) termo previsto no tratado, b) consentimento de todas as partes. Cessação
suas obrigações emergentes
do tratado. – tratado inteiro. Suspensão – quanto ao Estado. Art. 31, CVDT’s: 1- sentido comum,
3 - Para os efeitos do contexto, objetivo e fim, acordo entre as partes (teleológico). 2- condutas das partes.
presente artigo, constituem
violação substancial de um 3- normas de direito internacional.
tratado:
a) Uma rejeição do tratado
não autorizada pela Trabalho: PROTOCOLO DE QUIOTO. Eu, Júlia, Rodrigo e Leo.
presente Convenção; ou
b) A violação de uma
disposição essencial para a 1- Costume: práticas reiteradas do sujeito de direito internacional (os Estados). Não
realização do objeto ou do
fim do tratado. confundir com costume do direito interno, no direito internacional os costumes são
4 - O disposto nos números muito fortes, têm peso grande tanto quanto tratados. Pode ser regional (praticado em
anteriores não prejudica
qualquer disposição do um continente) ou universal (por todos os países). Nem todos os Estados têm que
tratado aplicável em caso de
violação.
praticá-lo, mas basta a maioria. Se consolida quando uma maior parte obedecer, a
5 - O disposto nos 1 a 3 não menor parte que não pratica, deverá praticá-lo. Exceção = se um país, em todas as
se aplica às disposições
relativas à proteção da
resoluções da ONU se mostrar contra esse costume ele não estará obrigado a cumpri-
pessoa humana contidas nos lo. Se o Estado se opor após a sua formação, não adiantará nada, ele ainda será
tratados de natureza
humanitária, obrigado a segui-lo. Um costume é extinto quando surge um novo costume contrário
nomeadamente às ao anterior, ou quando se adota um novo tratado que seja contra o costume. Tem uma
disposições que proíbem
toda a forma de represálias importância tão grande quanto um tratado. Em geral o costume nasce a partir da
sobre as pessoas protegidas
pelos referidos tratados.
repetição dos atos ao longo do tempo e surge, então, o costume como fonte de
direito. No entanto, o costume pode nascer da relação em sentido inverso. É como
uma norma não escrita, mas que se reflete em todos os espelhos. A prova do costume
incumbe àquele que o alega, e nem sempre é tarefa fácil, sobretudo quando se trata
de um costume regional ou mesmo bilateral, ou seja, considerado não a partir da
prática comum na sociedade internacional, mas apenas da prática existente entre um
grupo pequeno de Estados. Como o costume não é criado, mas reconhecido, seu
conteúdo não é facilmente determinável. Depende de um esforço dos juristas. O
reconhecimento de determinada prática estável entre os Estados passa, portanto, por
três etapas: o reconhecimento desta prática como costume, pela continuidade; a
fixação precisa de seu conteúdo, com os pontos comuns entre as diversas formas de
sua manifestação e a determinação entre quais sujeitos de direito internacional pode
ser aplicada.
A) Elementos: tem vários meios de provas, deve-se analisar a postura dos Estados,
sobre o tema, o que ele costuma adotar na maioria dos casos. Há 2 elementos e é
necessário que esteja presente sempre os dois. Tem vários meios de prova, deve-
se analisar a postura dos Estados, sobre o tema, o que ele costumava adotar na
maioria dos casos, etc.
a) Elemento material ou objetivo: repetição, uso constante de uma prática ou
uso uniforme de uma prática. Estabelece que os Estados tenham determinada
prática como habitual, durante um período razoável de tempo (usus ou
diuturnitas). A prática pode ser uma ação ou uma omissão em determinadas
situações similares. Os contornos dos atos não precisam ser exatamente os
mesmos a cada situação; o importante é a manutenção no núcleo da prática
ao longo do tempo. Inexiste um período de tempo mínimo para a configuração
do costume.
b) Elemento subjetivo: é a convicção que o Estado tem de que a prática é
obrigatória juridicamente. Os Estados devem aceitar a prática (opinio juris sive
necessitatis). Não haverá costume se o ato for apenas tolerado ou, menos
ainda, se a prática for imposta por meio da força. É necessário o
reconhecimento da opinio juris necessitatis, ou seja, os Estados ou
Organizações Internacionais estejam convencidos de que a prática é
necessária ou que integra o direito internacional.
c) Elemento espacial: pode ser regional ou universal. Será regional quando for
apenas identificável num determinado grupo de Estados. Será mundial ou
universal quando for amplamente aceito pela comunidade internacional. Os
costumes universalmente aceitos, no entanto, não precisam ser realmente
aceitos por todos os Estados. Basta que a maioria da comunidade
internacional reconheça o costume para que ele seja considerado como um
costume geral. É possível inclusive que um costume seja reconhecido por um
determinado ambiente jurídico e não o seja por outro. Chamamos de
ambiente jurídico um subsistema de normas dentro do direito internacional.
Um ambiente jurídico pode ser formado por uma Organização Internacional e
suas normas, por um conjunto de tratados com características próprias ou
mesmo por um ramo do direito internacional.
B) Relação costume/tratado: há três efeitos.
a) Declarativo: sistematiza regras internacionais. Concretiza um costume já
existente. Para dar mais objetividade/claridade.
b) Cristalizador: alguma parte considerável já adota essa prática para cristalizar
um costume que estava por se consolidar. O tratado consolida o costume. Se
tornará uma prática até para os países que não adotaram o tratado.
c) Constitutivo: não há prática, nem costume sobre esse determinado tema, mas
daí adota-se um tratado que gera uma sensibilização que daí gera um
costume, é o mais difícil de ocorrer dos 3 efeitos.
2- Princípios gerais do direito internacional: são regras amplamente aceitas pela
sociedade internacional, consolidadas por costumes internacionais. A consolidação
pode decorrer da repetição em tratados, ou no uso em razões de julgamento
comumente aplicadas nos tribunais nacionais e internacionais. Os princípios gerais de
direito internacional são identificados nos tratados, em seu dispositivo, como nos
preâmbulos, e nas práticas dos Estados, como nos costumes. Entre os princípios gerais
de direito internacional destacam-se: igualdade soberana; autonomia, não ingerência
nos assuntos internos dos outros Estados; interdição do recurso à força e solução
pacífica de controvérsias; respeito aos direito humanos; cooperação internacional. São
reconhecidos pelas nações civilizadas (que tenham um sistema jurídico estruturado) e
que respeite esses princípios. Utilização do direito comparado = analisa-se os
princípios internos, comparando-os e utilizando-os. Princípio da irretroatividade da lei,
princípio da obrigatoriedade de reparação.
3- Atos unilaterais: manifestação de vontade de um sujeito internacional que cria vínculo
jurídico. Cria uma obrigação jurídica para o Estado que a fez. Manifestações
autônomas e não equívocas de uma vontade formulada publicamente por um ou
vários Estados, endereçadas a um ou vários Estados da sociedade internacional em
geral ou de uma Organização Internacional, com a intenção de criar obrigações
jurídicas no plano internacional. Podemos destacar os seguintes: normas internas,
decisões políticas, discursos dos governos, protestos e notificações relacionadas a
fatos jurídicos internacionais e o estoppel. Para serem invocáveis como fonte de
direito internacional, os ator unilaterais deve: emanar de um sujeito de direito
internacional; não contrariar o direito internacional; refletir a vontade legítima de seu
autor, portanto, sem vícios e com a intenção de cumpri-lo; dirigir-se ao público em
geral. As principais fontes de atos unilaterais são as Organizações Internacionais e os
Estados, cada qual com características próprias. As Organizações Internacionais
produzem diferentes atos unilaterais. A importância dos atos depende da efetividade
da própria organização ou do órgão que o emanou.
A) Atos unilaterais em sentido próprio: tem como requisitos objeto lícito, capacidade
da parte (o ato tem que vir de um órgão competente para comprometer Estado
internacionalmente), forma (que seja pública), consentimento (que não tenha
vício). Podem ser revogados, porém não de forma arbitrária.
B) Estoppel: um determinado Estado adota uma ação (conduta) e um segundo
Estado adota outra ação com base naquela do primeiro Estado. É a impossibilidade
de uma parte alegar ou negar um fato ou exigir um direito, em detrimento de
outra parte, em virtude de uma conduta anterior, tal como uma alegação, uma
negação ou seu reconhecimento prévio de determinada situação. Trata-se da
criação de uma situação de fato clara e não ambígua, voluntária, incondicional,
autorizada, de acordo com a boa-fé que leva uma outra parte a mudar sua posição
e sofrer um prejuízo.
a) Ação de um Estado
b) Conduta seguida por outro Estado
c) Impossibilidade de alegações contrárias que lesiona as expectativas criadas
pela ação do primeiro estado
C) Aquiescência: silêncio, passividade de um Estado que poderia ter tomado uma
ação, delimitação, não vai poder tomar mais nenhuma atitude posteriormente
para mudar aquilo.
4- Doutrina e jurisprudência: doutrina – dos juristas classificados, maiores especialistas.
A doutrina dos internacionalistas representa o conhecimento gerado pelos estudiosos
do direito internacional, por meio de livros e artigos que iluminam interpretações e
abrem novos caminhos para a construção e utilização do direito. Jurisprudência – dos
tribunais internacionais. É comum que uma corte faça referência à decisão de outras
cortes. Não há como negar que no direito internacional as interpretações anteriores
dos tribunais exercem uma influência importante nos julgados futuros. Primeiro: trata-
se de um ramo do direito comum a todos. Segundo: um número reduzido de normas
há no direito internacional e muitos posicionamentos precisam ser “construídos” pelos
tribunais. Terceiro: as Cortes Internacionais são chamadas a aportar soluções a
questões novas.
5- Equidade: a norma mais favorável para as partes. Interpretação da norma mais
favorável. Não seria uma fonte em si, mas sim um elemento que ajuda na
interpretação das normas. A equidade (ex aequo et Bono) significa a possibilidade de o
juiz utilizar a interpretação da norma que mais favoreça a consecução da justiça. A
equidade não é propriamente uma fonte de direito, mas uma técnica de interpretação
judicial. Seu uso em um litígio depende da concordância das partes e em geral está
previsto nas regras processuais dos tribunais internacionais. Se as partes não
concordarem expressamente, a CIJ não pode usar a equidade para interpretar direito.
6- Resolução de organização internacional: não são obrigatórias. São situações
excepcionais. As resoluções do CIJ são as únicas obrigatórias para a ONU. Resoluções
que englobam/consolidam princípios do direito internacional são obrigatórias.
Resoluções soft norms é uma norma que não tem força jurídica que obrigue, pois não
vem de costumes, nem de princípios gerais, nem de tratado. Trata sobre tema
polêmicos e poucos Estados reconhecem.
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS