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jusbrasil.com.br
18 de Janeiro de 2018
Inteiro Teor
TRT-2__00025354820125020082_9d8a5.pdf
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I - RELATÓRIO
Recurso adesivo do reclamante (fls. 161/162-v). Pondera que, como restou claro
que apenas os diretores tinham o direito de fazer uso de veículo fornecido empresa,
como forma de contraprestação, tratava-se de incentivo salarial, configurando o
salário in natura. Nesse sentido, pretende reforma da sentença quanto à incidência
do salário-utilidade na remuneração e reflexos nas demais verbas salariais e
rescisórias.
II- CONHECIMENTO
VOTO
III- FUNDAMENTAÇÃO
A – RECURSO DA CLARO
Cabia ao reclamante, nos termos dos artigos 818 da CLT e 373 do NCPC, a prova
relativa à ocorrência dos danos morais alegados na petição inicial.
Os fatos produzidos nos autos demonstram que o autor sofreu danos morais por
não ter sido ele a receber o prêmio que ocorreu no evento de premiação
homenageando as prestadoras de serviços de atendimento e relacionamento com o
cliente e fornecedores de tecnologia, conforme o conteúdo dos documentos 28/37
do volume apartado.
Os fatos contidos nos autos revelam que a questão relativa à entrega do prêmio
para a reclamada, pelos resultados positivos na área dirigida pelo reclamante,
causaram humilhação e constrangimento ao empregado, além de prejuízos de
natureza profissional, tendo inclusive o autor sido demitido da empresa poucos
dias depois do ocorrido. O conjunto
probatório mostra que houve violação à honra e imagem do reclamante, em razão
da ação voluntária ou omissão voluntária da empresa com relação à solenidade de
premiação entregue à reclamada pelos resultados obtidos, em especial pela atuação
do reclamante e de sua equipe.
Não há como se precisar o valor de indenização por danos morais, tendo em vista
que se trata de questão subjetiva, sendo necessária a análise de aspectos relativos à
ofensa feita, dos danos causados e a condição de pagamento do empregador, de
maneira que ocorra reparação ao ofendido e punição ao ofensor, para que este não
incorra mais na referida conduta, suportando a consequência do ilícito praticado.
Nesses termos e diante dos fatos ocorridos, entendo que o valor arbitrado pelo
juízo de origem a título de indenização pelos danos morais sofridos pelo autor, em
R$ 50.000,00, demonstram moderação e equilíbrio, não sendo o caso de redução
do valor para a remuneração nominal do autor (R$ 28.000,00).
A indenização mantida não é elevada nem desarrazoada, mas observam os
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, assim como o bom senso, no caso
dos autos.
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
Tribunal Regional do Trabalho – 2ª Região
Do salário-utilidade
A afirmação da testemunha ouvida à fl. 127 de que era gerente e que não tinha
veículo fornecido pela empresa, seja para o trabalho ou para o labor, não prova que
o carro utilizado pelo autor, por ocupar cargo de Diretor, foi fornecido como forma
de contraprestação, a título de incentivo salarial, configurando salário in natura,
como alegado pelo recorrente.
Assim, não tendo o autor comprovado que o veículo fornecido pela empresa não
era para a realização do trabalho desenvolvido na reclamada, na condição de
Diretor, não tem natureza salarial o referido fornecimento. No mesmo sentido, o
entendimento jurisprudencial firmado pelo C. TST por meio da Súmula 367, I.
Indevida a pretensão do reclamante.
IV- DISPOSITIVO
Pelo exposto, ACORDAM os Magistrados da 18ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da Segunda Região: conhecer do recursos, visto que atendidos os
pressupostos legais, e, no mérito, negar-lhes provimento .