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18 de Janeiro de 2018

Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região TRT-2 :


00025354820125020082 São Paulo - SP - Inteiro Teor

RESUMO INTEIRO TEOR CERT. JULGAMENTO  EMENTA PARA CITAÇÃO

Inteiro Teor
TRT-2__00025354820125020082_9d8a5.pdf
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PODER JUDICIÁRIO FEDERAL


Tribunal Regional do Trabalho – 2ª Região

Proc. n.º 0002535-48.2012.5.02.0082 (20160092451)


82ª VT DE SÃO PAULO
Recorrentes: CLARO S/A
LUIZ CARLOS FERREIRA
Recorridos: Os mesmos

I - RELATÓRIO

Interpõe recurso ordinário a reclamada, 149/152-v, argumentando, em resumo,


que o autor não sofreu qualquer dano moral, tendo a sentença equivocadamente
deferimento o pagamento de indenização, inclusive no valor pleiteado pelo
recorrido.

Contrarrazões apresentadas às fls. 156/160.

Recurso adesivo do reclamante (fls. 161/162-v). Pondera que, como restou claro
que apenas os diretores tinham o direito de fazer uso de veículo fornecido empresa,
como forma de contraprestação, tratava-se de incentivo salarial, configurando o
salário in natura. Nesse sentido, pretende reforma da sentença quanto à incidência
do salário-utilidade na remuneração e reflexos nas demais verbas salariais e
rescisórias.

Contrarrazões às fls. 167/169.


É o relatório.

II- CONHECIMENTO

VOTO

Os recursos são tempestivos.

Depósito recursal e custas comprovados à fl. 153 e verso.

Conheço dos recursos, visto que atendidos os pressupostos


legais de admissibilidade.

III- FUNDAMENTAÇÃO

A – RECURSO DA CLARO

Da indenização por danos morais

Cabia ao reclamante, nos termos dos artigos 818 da CLT e 373 do NCPC, a prova
relativa à ocorrência dos danos morais alegados na petição inicial.

Os fatos produzidos nos autos demonstram que o autor sofreu danos morais por
não ter sido ele a receber o prêmio que ocorreu no evento de premiação
homenageando as prestadoras de serviços de atendimento e relacionamento com o
cliente e fornecedores de tecnologia, conforme o conteúdo dos documentos 28/37
do volume apartado.

As informações contidas nos referidos documento evidenciam que a premiação


decorria em quase sua totalidade do destaque, em especial da Claro, da
performance das empresas no relacionamento com os clientes/consumidores, área
dirigida pelo reclamante, no cargo de Diretor de Relacionamento.

Os próprios termos da defesa, como se observa de fl. 85, mostram que o


reclamante e sua equipe foram surpreendidos, no próprio evento, sendo
cientificados, na mesa onde se encontravam, de que o Diretor de Recursos
Humanos é quem receberia a premiação em nome da empresa e não o autor.

O depoimento da testemunha convidada pela reclamada para depor na audiência


de fls. 126/128 nada trouxe sobre os fatos relacionados aos danos morais
decorrentes do evento da entrega de premiação.

Entretanto, embora a testemunha trazida pelo autor não


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estivesse presente no evento, os termos do referido depoimento não revelam


“achismo” da depoente, ao contrário demonstram que a testemunha conhecia os
fatos envolvendo a aludida premiação.

Nesse sentido, declarou a depoente:

“...quando trabalhou na TIM, a Claro tinha problemas de relacionamento com


clientes, e foi contratada porque a Claro estava melhorando mas continuava
buscando melhorias em atendimento; que a equipe do reclamante conseguiu
resultados positivos para a reclamada , e recebeu pagamento de bônus...;
que a depoente soube do prêmio oferecido pelo `Consumidor Moderno `,
resultado do bom atendimento prestado; a depoente soube que o reclamante
receberia o prêmio; que a depoente não estava na premiação, mas recebeu SMS
´s de amigos de outras empresas que estavam lá , questionando o motivo
do não recebimento do prêmio pelo reclamante, e também ficou surpresa pelo fato;
que tal fato repercutiu no mercado de trabalho , pois era normal que o
responsável pela área de Call Center recebesse ou o Presidente; (...)”.

A reclamada não demonstrou no processo que tenha pelo menos informado ao


reclamante, antes do evento, de que o recebimento da premiação, nesta ocasião
específica, seria pelo Diretor de Recursos Humanos, mesmo diante do fato, público
e notório no mercado de trabalho da empresa, como mostra o conjunto probatório
existente nos autos, de que em referidas solenidades quem recebe o prêmio pela
empresa é o Presidente ou responsável pela área que envolve a premiação.

Os fatos contidos nos autos revelam que a questão relativa à entrega do prêmio
para a reclamada, pelos resultados positivos na área dirigida pelo reclamante,
causaram humilhação e constrangimento ao empregado, além de prejuízos de
natureza profissional, tendo inclusive o autor sido demitido da empresa poucos
dias depois do ocorrido. O conjunto
probatório mostra que houve violação à honra e imagem do reclamante, em razão
da ação voluntária ou omissão voluntária da empresa com relação à solenidade de
premiação entregue à reclamada pelos resultados obtidos, em especial pela atuação
do reclamante e de sua equipe.

A conduta da reclamada configurou ilícito, que causou dano moral ao reclamante,


tendo obrigação de reparar o autor, conforme previsto nos artigos 186, 187 e 927
do Código Civil.

Conforme os fatos e fundamentos expostos acima, na hipótese dos autos, restaram


presentes os pressupostos relativos à responsabilidade civil da empregadora com
relação ao dano moral alegado pelo reclamante, conforme o conjunto probatório
existente no processo.

Além de não haver postulação nesse sentido, não há fundamento legal,


jurisprudencial ou doutrinário para que a reparação pelo dano sofrido pelo autor
se limite a retratação da empresa por meio de sanção “in natura” ou de sentença
judicial, configurando desagravo ao ofendido.

Não há como se precisar o valor de indenização por danos morais, tendo em vista
que se trata de questão subjetiva, sendo necessária a análise de aspectos relativos à
ofensa feita, dos danos causados e a condição de pagamento do empregador, de
maneira que ocorra reparação ao ofendido e punição ao ofensor, para que este não
incorra mais na referida conduta, suportando a consequência do ilícito praticado.

Nesses termos e diante dos fatos ocorridos, entendo que o valor arbitrado pelo
juízo de origem a título de indenização pelos danos morais sofridos pelo autor, em
R$ 50.000,00, demonstram moderação e equilíbrio, não sendo o caso de redução
do valor para a remuneração nominal do autor (R$ 28.000,00).
A indenização mantida não é elevada nem desarrazoada, mas observam os
princípios da proporcionalidade e razoabilidade, assim como o bom senso, no caso
dos autos.
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
Tribunal Regional do Trabalho – 2ª Região

Nego provimento ao recurso.

B – RECURSO ADESIVO DO AUTOR

Do salário-utilidade

Pretende o recorrente a reforma da sentença para que o uso do veículo fornecido


pela empresa seja considerado salário in natura, devendo a reclamada ao
pagamento de diferenças salariais decorrente do plus de 20% incidente na
remuneração do autor e reflexos nas demais salariais e rescisórias.

A reclamada afirmou na defesa (fls. 91/94) que a empresa forneceu um carro ao


reclamante para que o autor utilizasse nas atividades de trabalho, em especial para
se deslocar às reuniões e demais compromissos fora da sede da empresa, entre
outros eventos, correndo as despesas relativas à manutenção e combustível do
veículo por conta da empregadora.

A afirmação da testemunha ouvida à fl. 127 de que era gerente e que não tinha
veículo fornecido pela empresa, seja para o trabalho ou para o labor, não prova que
o carro utilizado pelo autor, por ocupar cargo de Diretor, foi fornecido como forma
de contraprestação, a título de incentivo salarial, configurando salário in natura,
como alegado pelo recorrente.

Assim, não tendo o autor comprovado que o veículo fornecido pela empresa não
era para a realização do trabalho desenvolvido na reclamada, na condição de
Diretor, não tem natureza salarial o referido fornecimento. No mesmo sentido, o
entendimento jurisprudencial firmado pelo C. TST por meio da Súmula 367, I.
Indevida a pretensão do reclamante.

Nego provimento ao recurso.

IV- DISPOSITIVO
Pelo exposto, ACORDAM os Magistrados da 18ª Turma do Tribunal Regional do
Trabalho da Segunda Região: conhecer do recursos, visto que atendidos os
pressupostos legais, e, no mérito, negar-lhes provimento .

RUI CESAR PUBLIO B. CORREA


Relator

Disponível em: http://trt-2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/500373048/25354820125020082-sao-paulo-sp/inteiro-teor-500373058

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