Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Críticas às quais o teatro deu ensejo ao longo de toda a sua história: paradoxo do
espectador (não há teatro sem espectador e ele está separado ao mesmo tempo da
capacidade de conhecer – olhar não é conhecer – e do poder de agir)
1) Platão: o teatro é o lugar onde ignorantes são convidados a ver sofredores. O que a
cena teatral lhes oferece é o espetáculo de um pathos (oposto da comunidade
coreográfica, onde todos agem).
Artaud: propunha um dilema ao espectador semelhante aos das pessoas nas decisões da
ação. Dessa forma, o espectador deveria ser arrastado para a ação cênica na posição do
ser na posse de suas energias vitais integrais.
Ineficácia de uma crítica que foi fazendo carreira desde os anos 80: Sob a égide da
teoria de “desvelar” a realidade de ideologias e juízos de valor a que estamos
submetidos e são ocultadas pelas aparências sociais (herdada do Manifesto Comunista),
assume-se o triunfo do capitalismo1 e a falência das ideologias e da crítica histórica.
“Palavras são apenas palavras”: Todos podem ocupar todos os lugares; saber que as
palavras são somente palavras e os espectadores apenas espectadores pode ajudar-nos a
compreender melhor como as palavras e as imagens, as histórias e as performances
podem mudar qualquer coisa no mundo em que vivemos.
1
Exaustão das linguagens, desmerecimento e idealização do poeta refletidos na “crise” de marcos
siscar.
Busca-se, atualmente, uma anulação da forma do objeto artístico a fim de uma
identificação do espectador com o mesmo. Rancière prega, porém, uma eficácia
estética segundo a qual ocorre uma ruptura estética que permite abolir a visão segundo
a qual existem homens de inteligência ativa que dominam outros de passividade
material. Torna-se também uma mudança de ordem política à medida que abandona
a divisão da sociedade em grupos destinados a obediência e outros ao comando.
Igualdade das inteligências uma inteligência que traduz signos por outros signos e que
procede por comparações e figuras para comunicar as suas aventuras intelectuais e
compreender aquilo que uma outra inteligência trata de lhe comunicar
As relações estabelecidas entre ver, fazer e falar rompem-se quando pomos em causa o
papel de um espectador num teatro.
Política e arte: A política, para ele, é essencialmente estética, ou seja, está fundada
sobre o mundo sensível, assim como a expressão artística.
“Todas as obras que se propõem como interativas, de certa maneira, definem as regras
do jogo. Então, esse tipo de obra pode acabar sendo mais impositivo do que uma arte
que está diante do espectador e com a qual ele pode fazer o que bem entender.”
“Para que a literatura afirme sua potência própria, não basta que ela abandone as normas
e as hierarquias de mimesis. É preciso que abandone a metafísica da representação. É
preciso que abandone a ‘natureza’ que a funda: seus modos de apresentação dos
indivíduos e as ligações entre os indivíduos; seus modos de causalidade e de
interferência, em suma, todo seu regime de significação”
Tomar a imagem pelo que ela possui meramente de visual significa desconsiderar o
complexo jogo de relações que define o seu sentido e sua especificidade na esfera
social.
Imagem intolerável, uma imagem que reúna as condições necessárias para gerar
indignação em seu espectador.
para Ranciére o poder da imagem não se dá pelo efeito direto de seu conteúdo, mas por
meio da relação de percepção e sensibilidade estabelecida entre ela e o leitor e esta
relação, da mesma natureza da relação política que o indivíduo estabelece com a
sociedade
A arte não é, portanto, uma proposta de configuração da comunidade, ela não instaura
uma práxis, mas relaciona-se com ela, com os indivíduos, com as ideias e as
temporalidades nela intrínsecos de maneira que possibilita a problematização de
paradigmas e a reflexão dos sujeitos.
É nessa mesma perspectiva da interpretação como algo dinâmico e complexo que trazemos,
ainda, Jacques Rancière, que acrescenta a dimensão histórica e, como os demais autores aqui
citados, investe na valorização do espectador como sujeito dos processos de observação,
seleção, comparação e interpretação do objeto estético, a partir de seu campo semântico e
seu universo de representações.
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/dewey.ran.pdf
fazer entender e em entender o que a inteligência vizinha lhesignifica. O pensamento não se dizemverdade,ele se
exprime emveracidade.Ele se divide, ele se relata, ele se traduz por um outroque fará, para si, um outro relato, uma
outra tradução, com uma úni-ca condição: a vontade de comunicar, a vontade deadivinhar oque ooutro pensou e
que nada, afora seu relato, garante, que nenhum dicio-nário universal explicacomo deve ser entendido.
Do ensino da história e da cultura africana e da literatura de Conceição Evaristo no panorama da literatura negra no
país
Sobre Ponciá, sobre Maria Nova, sobre um povo e uma escrevivência Uma análise dos romances de Conceição
Evaristo sob a perspectiva