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Jacques Rancière

Críticas às quais o teatro deu ensejo ao longo de toda a sua história: paradoxo do
espectador (não há teatro sem espectador e ele está separado ao mesmo tempo da
capacidade de conhecer – olhar não é conhecer – e do poder de agir)

1) Platão: o teatro é o lugar onde ignorantes são convidados a ver sofredores. O que a
cena teatral lhes oferece é o espetáculo de um pathos (oposto da comunidade
coreográfica, onde todos agem).

2) Críticos da mimese teatral: ficaram com as premissas e mudaram a conclusão. É


preciso um teatro sem espectadores, em que os assistentes aprendam em vez de ser
seduzidos por imagens, no qual eles se tornem participantes ativos em vez de serem
voyeurs passivos. Supõe-se a previsibilidade da relação de causa e efeito entre o
trabalho do artista e a reação do público.

Artaud: propunha um dilema ao espectador semelhante aos das pessoas nas decisões da
ação. Dessa forma, o espectador deveria ser arrastado para a ação cênica na posição do
ser na posse de suas energias vitais integrais.

Brecht: os espectadores não deveriam se identificar com os personagens da cena. Ao


contrário, o espetáculo deveria mostrar algo estranho, inabitual, um enigma cujo sentido
os espectadores tivessem que buscar como cientistas quando observam os fenômenos e
procuram suas causas.

Ineficácia de uma crítica que foi fazendo carreira desde os anos 80: Sob a égide da
teoria de “desvelar” a realidade de ideologias e juízos de valor a que estamos
submetidos e são ocultadas pelas aparências sociais (herdada do Manifesto Comunista),
assume-se o triunfo do capitalismo1 e a falência das ideologias e da crítica histórica.

PROTESTO  ESPETÁCULO  MERCADORIA

A denúncia contra o império da mercadoria se tornou uma aquiescência irônica e


melancólica a esse império.

“Palavras são apenas palavras”: Todos podem ocupar todos os lugares; saber que as
palavras são somente palavras e os espectadores apenas espectadores pode ajudar-nos a
compreender melhor como as palavras e as imagens, as histórias e as performances
podem mudar qualquer coisa no mundo em que vivemos.

As palavras não são estatutos de superioridade em relações interpessoais. A ideia


de consenso e a concordância com as ordens e os valores vigentes na sociedade
corroboram para que a crítica caia sempre na mesma lógica de raciocínio.

Experiências de produção da arte ≠ Experiência de recepção da arte

1
Exaustão das linguagens, desmerecimento e idealização do poeta refletidos na “crise” de marcos
siscar.
Busca-se, atualmente, uma anulação da forma do objeto artístico a fim de uma
identificação do espectador com o mesmo. Rancière prega, porém, uma eficácia
estética segundo a qual ocorre uma ruptura estética que permite abolir a visão segundo
a qual existem homens de inteligência ativa que dominam outros de passividade
material. Torna-se também uma mudança de ordem política à medida que abandona
a divisão da sociedade em grupos destinados a obediência e outros ao comando.

A emancipação intelectual é a verificação da igualdade das inteligências.

Igualdade das inteligências uma inteligência que traduz signos por outros signos e que
procede por comparações e figuras para comunicar as suas aventuras intelectuais e
compreender aquilo que uma outra inteligência trata de lhe comunicar

As relações estabelecidas entre ver, fazer e falar rompem-se quando pomos em causa o
papel de um espectador num teatro.

Política e arte: A política, para ele, é essencialmente estética, ou seja, está fundada
sobre o mundo sensível, assim como a expressão artística.

A vanguarda, tem, tal como a escola, o teatro, a performance, um papel de pedagoga.

Arte politizada: o território intelectual e visualmente banalizado da miséria e da


margem é elevado á sua potencialidade de riqueza sensível partilhável

Benjamin- Estetização da política: A sociedade tornou-se bastante estranha a si mesma


para conseguir viver a sua própria destruição como uma fruição estética de primeira
ordem. Benjamin é sensível às formas e manifestações do Terceiro Reich;
“espetacularização do poder.”

Rancière em resposta a Benjamin: A estética e a política são maneiras de organizar


o sensível: de dar a entender, de dar a ver, de construir a visibilidade e a inteligibilidade
dos acontecimentos.

“A partir do momento em que tudo é representável, não há mais especificidade. A


especificidade não será dada, enfim, pela técnica em particular, mas pelos códigos de
apresentação.”

“Todas as obras que se propõem como interativas, de certa maneira, definem as regras
do jogo. Então, esse tipo de obra pode acabar sendo mais impositivo do que uma arte
que está diante do espectador e com a qual ele pode fazer o que bem entender.”

“Para que a literatura afirme sua potência própria, não basta que ela abandone as normas
e as hierarquias de mimesis. É preciso que abandone a metafísica da representação. É
preciso que abandone a ‘natureza’ que a funda: seus modos de apresentação dos
indivíduos e as ligações entre os indivíduos; seus modos de causalidade e de
interferência, em suma, todo seu regime de significação”

o ceticismo contemporâneo com relação à capacidade política das imagens nasceu de


uma decepção com o desejo anterior que acreditava ser possível prever a percepção,
emoção, compreensão e ação dos espectador

A ideia de uma saturação do contemporâneo pelas imagens é errônea, segundo Rancière

se ele acompanha o diagnóstico crítico em relação à imagem espetacular, ele não


acompanha a ideia de que toda imagem seria alienante e que deveria ser substituída pela
“ação”ou pelo “testemunho”

Tomar a imagem pelo que ela possui meramente de visual significa desconsiderar o
complexo jogo de relações que define o seu sentido e sua especificidade na esfera
social.

Imagem intolerável, uma imagem que reúna as condições necessárias para gerar
indignação em seu espectador.

para Ranciére o poder da imagem não se dá pelo efeito direto de seu conteúdo, mas por
meio da relação de percepção e sensibilidade estabelecida entre ela e o leitor e esta
relação, da mesma natureza da relação política que o indivíduo estabelece com a
sociedade

A arte não é, portanto, uma proposta de configuração da comunidade, ela não instaura
uma práxis, mas relaciona-se com ela, com os indivíduos, com as ideias e as
temporalidades nela intrínsecos de maneira que possibilita a problematização de
paradigmas e a reflexão dos sujeitos.

Conjunção com Siscar: a escritura em crise do poema – a contrapelo do mutismo


tagarela da voz – constituiria o acontecimento vivo do discurso, dotado da potência dos
discursos emanáveis de qualquer boca, aptos a evitar não só o mal da incompreensão,
mas também, e principalmente, o mal da compreensão rápida e, nela, o da apropriação
ideológica, identitária da vontade de ser comum.

recusar a tentação ontológica de definição da diferença resistente do artístico face


aos outros discursos e práticas sociais

A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2009


A prática dos pedagogos se apóia naoposição da ciência e da ignorância. Eles se distinguem pelos meiosescolhidos
para tornar sábio o ignorante: métodos duros ou suaves,tradicionais ou modernos, passivos ou ativos, mas cujo
rendimento sepode comparar. Desse ponto de vista, poder-se-ia, numa primeira apro-ximação, comparar a rapidez
dos alunos de Jacotot com a lentidão dosmétodos tradicionais. Mas, na

É nessa mesma perspectiva da interpretação como algo dinâmico e complexo que trazemos,
ainda, Jacques Rancière, que acrescenta a dimensão histórica e, como os demais autores aqui
citados, investe na valorização do espectador como sujeito dos processos de observação,
seleção, comparação e interpretação do objeto estético, a partir de seu campo semântico e
seu universo de representações.

file:///C:/Users/Usuario/Downloads/dewey.ran.pdf

Desta forma, Rancière – diferentemente da argumentação de Costa Lima – sustenta que as


diversas apropriações realizadas pelos espectadores não estão submetidas aos critérios
dialéticos definidos a partir da atualidade da mímesis. Ao colocar a existência de um regime
estético que, nos últimos duzentos anos, se coloca em contraposição a um regime
representativo, Rancière não quer, portanto, apoiar a ideia de um “destino anti-
representativo” para a arte moderna/contemporânea ou, tampouco, retomar as estruturas
logocêntricas e miméticas para o julgamento da arte. O autor entende, por outro lado, que a
noção de estética na atualidade pressupõe uma emancipação da hierarquia socialmente
constituída pela mímesis, entendida como “uma maneira de fazer funcionar as semelhanças no
seio de um conjunto de relações entre maneiras de fazer, modos da palavra, formas de
visibilidade e protocolos de inteligibilidade” (RANCIÈRE, 2011a: 100). Dito de outra forma, no
regime estético da arte existe uma equivalência de temas e de abordagens que torna possível
às várias formas de expressão artística dissociarem-se do que chama de “constrangimento
representativo”. Mas, afinal, o que seria tal “constrangimento”?

fazer entender e em entender o que a inteligência vizinha lhesignifica. O pensamento não se dizemverdade,ele se
exprime emveracidade.Ele se divide, ele se relata, ele se traduz por um outroque fará, para si, um outro relato, uma
outra tradução, com uma úni-ca condição: a vontade de comunicar, a vontade deadivinhar oque ooutro pensou e
que nada, afora seu relato, garante, que nenhum dicio-nário universal explicacomo deve ser entendido.

Do ensino de literatura e da emancipação de leitura pautada na experiência estética do aluno

Do ensino da história e da cultura africana e da literatura de Conceição Evaristo no panorama da literatura negra no
país

Dos elementos relevantes e de possíveis abordagens dos textos em sala de aula

Sobre Ponciá, sobre Maria Nova, sobre um povo e uma escrevivência Uma análise dos romances de Conceição
Evaristo sob a perspectiva

Através de uma densa reflexão, em “A Estética da Criação Verbal”, Bakhtin (2003,


p.297) perscruta o ato de conhecimento sob uma perspectiva não apenas universal e
objetiva, mas também concreta e dinâmica. Sob esta perspectiva, o conhecimento
condiciona-se em uma dupla dimensão que evolve um âmbito exterior ao indivíduo (de
natureza social, exposto na citação anterior), bem como um âmbito interior a este
(vivência que ele tem deste Outro) Este movimento dialógico bakhtiniano é compatível
com o princípio de letramento literário segundo o qual procuramos orientar nossa
pesquisa.

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