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Wellington A. R.

Cardoso

A verdade sobre o dízimo

Quem não dizima serásalvo ?

Índice

Introdução ----- 3
Melquisedeque e o dízimo de Abraão ----- 4
Jacó e seu voto ----- 6
A produção de Isaque ----- 8
Melquisedeque rei de Salém ----- 9
O sacerdote Melquisedeque -----15
O propósito do dízimo----- 19
Dízimo ou dízima?----- 24
O mandamento como reivindicação----- 28
A abolição dos sacrifícios e rituais----- 30
Dai a Deus o que e de Deus----- 34
Jesus Cristo um judeu fiel à Torá ----- 40
Posso dar o dízimo em qualquer lugar?----- 48
E se o dinheiro mal der para pagar as contas?----- 54
A doutrina da prosperidade----- 63
Roubará o homem a Deu?----- 71
Ofertas alçadas ----- 86
A recompensa em dizimar----- 93
Não precisa ser um judeu para obedecer----- 97
O sangue e os sacrifícios ----- 103
As franjas do manto israelita ----- 105
Conclusão
Introdução

Para cada caso, movimento, ação ou relacionamento existe um


contexto ou cenário. O tema que será abordado deve ser considerado,
cuidadosamente, por aqueles que estão numa igreja que ensina a dizimar. Há
denominações que são radicalmente contra esse princípio. Mas cada qual será
julgado conforme os critérios sábios do Criador, e cada uma receberá o que
merece. Porém, se Deus o chamou para um local onde o ato de dizimar é um
dever, e mesmo assim ainda duvida, então recomendo essa obra
especialmente para você. A verdade é que algumas pessoas são chamadas
para um ministério onde não se dizima. Outras, para as denominações que
praticam. Cabe a cada saber a vontade divina para suas vidas e eliminar
qualquer sentimento de hipocrisia. Mas bem-aventurado é aquele que,
entendendo o que a palavra de Deus ensina põe em prática, independente da
denominação a que faz parte.
Não adianta, por exemplo, correr para outra igreja para fugir de
dizimar, quando o senhor Jesus te chamou para onde você agora está. Seja
fiel ali mesmo. Quanto às congregações que não devolvem a décima de Deus
serão julgadas por ele conforme sua sabedoria. Esse livro vai ajudá-lo a
entender melhor a vontade divina e resolver, de uma vez por todas, se o ato
de dar o dízimo está ou não ligado à salvação. Leia tudo!
Melquisedeque e o dízimo de Abraão

Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus


Altíssimo, trouxe pão e vinho e abençoou Abrão, dizendo: "Bendito seja
Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra. E bendito seja o
Deus Altíssimo, que entregou seus inimigos em suas mãos". E Abrão lhe deu
o dízimo de tudo.

Gênesis 14:18-20

Antes de tudo vale ressaltar que o termo dízimo quer dizer: um


décimo ou a décima parte.

Melquisedeque foi um personagem misterioso do Antigo Testamento.


Seu nome do hebraico significa rei da justiça. Salém era a cidade de seu
reinado e cujo significado é paz. Assim, por interpretação, conforme o texto
da carta Aos Hebreus, ele era rei da justiça e da paz. Quer dizer: um tipo de
Cristo. Quando Abraão voltara da batalha, esse rei lhe trouxe pão e vinho. E
Abraão após ter sido abençoado por ele, entregou-lhe o dízimo de tudo o que
havia conquistado.
Os cristãos e os judeus são representados por Abraão. Melquisedeque
é uma figura de Cristo Jesus, por assim dizer. O pão e o vinho indicam a
providência ou bênçãos divinas. Já o dízimo de Abraão é o reconhecimento
(daquele que tem fé) de que tudo pertence ao Criador. Como forma de
agradecimento pelas conquistas e bênçãos (pão e vinho) o servo de Cristo lhe
devolve a décima parte. Por excelência, o filho de Deus é o rei da justiça e da
paz. Sumo Sacerdote segundo a classe de Melquisedeque, ou seja, superior e
para sempre!
Era costume antes e depois da lei mosaica entregar os dízimos aos
sacerdotes, pelo que se infere das Sagradas Escrituras. Hoje em dia, certas
pessoas que se dizem cristãs são contra devolver o dízimo à causa do reino de
Deus. Alegam que isso foi ordenado durante o regime das leis mosaicas. O
que não é verdade, pois Abraão tinha consciência desse dever, antes mesmo
que a lei fosse promulgada aos hebreus no Monte Sinai.
O capítulo que narra sobre os atos de fé e justiça do patriarca data
aproximadamente 1913 a.C. Já os mandamentos acerca dos dízimos estão
próximos de 1491 a.C (Lv 27:30). Mais de quatrocentos anos depois sugiram
tais ordenanças! Aliás, o Criador ordenou a devolução da décima parte das
produções porque dava a isso a devida importância. O pai da fé entendia
muito bem a vontade divina e teve testemunho do próprio Deus:

“... porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus


mandamentos, meus decretos e minhas leis".

Gênesis 26:5

Deus ensinava Abraão a dizimar e isso ele fazia pela grande fé que
possuía nele. Entre seus decretos, leis e mandamentos, a décima parte era
exigida. E o patriarca não resmungava, mas honrava aquele que o havia
chamado. Mais tarde o Senhor Deus ordenou o mesmo aos seus descendentes
conforme Lv 27:30.

Jacó e seu voto

Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão, fez um voto ao Senhor


referente ao dízimo. Ele prometeu devolvê-lo de todas as bênçãos que
recebesse durante suas jornadas:

E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar


nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir;
E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus;
E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo
quanto me deres certamente te darei o dízimo.

Gênesis 28:20-22

Ele reconhecia que a origem de todas as coisas boas vinha do céu. E


sem hesitar garantiu que certamente devolveria a décima parte à Providência.
Quem ensinou isso a Jacó? Certamente seus ancestrais. Mesmo antes da lei
mosaica eles sabiam a relevância desse ensino para seus filhos. E a narrativa
bíblica dá ênfase às riquezas dos patriarcas. Tal era a fé deles que dizimar
tornou-se uma tradição nas genealogias patriarcais. Os judeus sabem até hoje
que, fazer a devolução daquilo que pertence ao Criador, é um ato de justiça e
louvor. Os cristãos devem fazer como eles. Especialmente os que pertencem
às denominações que dizimam. Pois o chamado a essas congregações foi
feito pelo Eterno e não pelo homem.
Existem igrejas que não dizimam devido a interpretações equivocadas
das escrituras. No entanto, cada qual deve honrar o ministério ao qual foi
chamado. Ser omisso é pecado. Resistir à verdade é ser idólatra. E a avareza é
idolatria. Os omissos e avarentos não entrarão no reino dos céus:

Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou


avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus.
Efésios 5:5

E a pergunta é: como herdar um reino ao qual se foi negligente?


Portanto o ato de dizimar deve ser um resultado natural na vida de quem foi
salvo pela fé. É obedecer à vontade divina. Abraão, Isaque e Jacó seguidores
das leis divinas tinham essa confiança. Mais adiante será abordado esse ponto
com maiores detalhes.

A produção de Isaque

Isaque, filho de Abraão, semeou na terra de Gerar e colheu


rapidamente cem medidas:

Assim habitou Isaque em Gerar... E semeou Isaque naquela mesma


terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o Senhor o
abençoava.
Gênesis 26:6,12

Deus sempre faz prosperar os investimentos de seus servos fiéis. Dez


por cento de tudo o que Deus dá aos seus ainda é relativamente pouco. É
apenas o que ele exige e nada mais. Todas as coisas da terra pertencem a ele e
todo homem deve reconhecer isso. A plenitude (totalidade) é dele e mesmo
assim reivindica desde os primórdios apenas a décima parte:
Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude.
1Coríntios 10:26

Isaque não prosperava por acaso ou aleatoriamente. A origem de seu


sucesso vinha do alto: “porque o Senhor o abençoava”. Sem dúvidas o servo
de Deus aprendera a fidelidade com seu pai Abraão. Era justo em reconhecer
que suas benções eram de providência divina. Assim se Deus dá “cem
medidas”, ao menos dez têm de voltar a ele na forma de gratidão e louvor.
Justiça é o ato de reconhecer, devolver e garantir o que é dos outros. Do
Senhor é a terra e tudo o que nela há!

Melquisedeque rei de Salém

“Então Melquisedeque, rei de Salém...”.


Gênesis 14:18

Sem contradição: um rei sempre recebe homenagens e tributos de seu


povo. Algumas referências bíblicas são necessárias para elucidação do tema
em questão:

Depois disto impôs o rei Assuero tributo sobre a terra, e sobre as


ilhas do mar.
Ester 10:1

Então Mesa, rei dos moabitas, era criador de gado, e pagava de tributo, ao
rei de Israel, cem mil cordeiros, e cem mil carneiros com a sua lã.
2 Reis 3:4

E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a


nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o
rei.

Lucas 23:2

Contra ele subiu Salmaneser, rei da Assíria; e Oséias ficou sendo servo dele,
e pagava-lhe tributos.
2 Reis 17:3

Também havia quem dizia: Tomamos emprestado dinheiro até para o tributo
do rei, sobre as nossas terras e as nossas vinhas.

Neemias 5:4

Os tributos eram sempre cobrados por reis e presidentes. Tanto na


monarquia como na democracia. O objetivo era incentivar a contribuição para
o desenvolvimento e fortalecimento nacional. O imposto é parte integrante e
principal da administração de um país. Sem ele é impossível fazer
investimentos em qualquer área que a população exige do governo. Mas
observe um detalhe: o Estado cria e produz para o sustento de seus cidadãos.
Estes, por sua vez, contribuem com ele para a continuidade de seus trabalhos
públicos. Queira ou não há uma reciprocidade.
O cristão precisa compreender que está dentro de um reino espiritual.
Cujo rei é o Senhor Jesus. Ele reina sobre sua igreja conquistada das trevas
para a luz. Ele mesmo a resgatou pelo seu sangue. No começo de seu
ministério ele anunciou:

“Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos,


porque é chegado o reino dos céus”.
Mateus 4:17

Apesar disso ele não exige de seus súditos como faziam e fazem os
governantes opressores. Cobra apenas o que é dele: a décima parte. As
ofertas voluntárias são doadas por quem é consciente de seu dever como
servo do rei Jesus. Todos os que pertencem ao reino de Deus devem investir
nele de todo o coração. Assim haverá contínuo desenvolvimento e resgate de
vidas perdidas! Esse é o temor e respeito que Abraão tinha pelo rei
Melquisedeque. Ninguém poderá servir bem à sua pátria sem uma renúncia
apropriada.
Alguém poderá dizer: “O reino de Cristo é espiritual. Ele não precisa
de dinheiro, aliás, ele é o dono do ouro e da prata!”. Sim a ele pertence tudo.
No entanto, embora seu domínio seja metafísico, seus servos são terrenos e
carecem dos recursos materiais. De outra forma não poderiam servir e nem
promover o reino celestial no mundo. O rei Jesus Cristo é justo e não é
falsificador de moedas. Apesar de todo seu poder ele não pode fazer chover
dinheiro. Se assim fizesse estaria falsificando o Real ou o Dólar.
Logo compete aos seus subordinados devolverem com gratidão sua
décima parte. E os dízimos servirão para comprar, consumir e fazer qualquer
transação comercial. Os missionários carecem da ajuda financeira da igreja,
bem como os necessitados e pobres. Porém, para fazer um atendimento justo
a essas pessoas, se faz necessário pagar tributos ao rei Jesus com dízimos e
ofertas. Existe a oferta consciente e a voluntária. Ambas agradam a Deus e
são para a manutenção de sua grande obra.
Se o cristão não contribuir para a sobrevivência do serviço sagrado na
terra, os incrédulos e os escarnecedores com certeza não o farão. É
responsabilidade do servo de Cristo esse compromisso financeiro e não dos
filhos das trevas. E assim como os governos punem os sonegadores de
impostos, da mesma forma, o rei dos reis cobrará em juízo os que são
negligentes com o seu santo reino. Os tais correm o sério risco de perderem
sua salvação por omissão e desobediência. Os dízimos e ofertas são
mandamentos. Dizimar e ofertar fazem parte da vontade de Deus. Somente
quem faz a sua vontade entrará para sempre em seu reino:

Nem todo o que me diz: “Senhor”, “Senhor”, entrará no reino dos


céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Mateus 7:21

O pai celestial expressou seu desejo pela décima parte mesmo antes
da lei mosaica. E todo exemplo bíblico é para os que o temem. Paulo
escreveu:

Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito,
para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.
Romanos 15:4
Abraão deu exemplo de justiça devolvendo o que era de Deus. Jacó
igualmente. O testemunho divino acerca deles foi positivo e edificante:
“... porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus
mandamentos, meus decretos e minhas leis".
Gênesis 26:5

De fato: se os súditos do rei eterno não fizerem sua parte na


devolução dos dízimos, tampouco os incrédulos farão! Muito menos o
governo que é tomado de idolatria e corrupção. Não obstante, de onde vem
tamanha negligência e oposição ao ato de dizimar? De muitos que se dizem
cristãos! E sempre lançam a culpa na lei judaica como pretexto para não
dizimarem. Com certeza serão cobrados rigorosamente pela avareza e
omissão. Tendo em vista que sua negligência atrasa a expansão do reino e o
resgate de almas. É grave!
E assim se pode concluir que não dizimar é desobediência e influi sim
na perda da salvação eterna. Deus não aceitará servos omissos e perversos em
seu reino. O rei expulsará os sonegadores. Lembra-se da parábola dos dez
talentos? O rei mandou lançar o servo mau e negligente nas trevas exteriores.
O exemplo do patriarca Abraão diante do rei Melquisedeque ainda deve ser
seguido.
O sacerdote Melquisedeque

“Então Melquisedeque... sacerdote do Deus Altíssimo...”.


Gênesis 14:18

O escritor da carta Aos Hebreus faz uma breve descrição desse


personagem real. Ele compara o sacerdócio de Cristo com o dele. Assim
como ele recebeu das mãos do patriarca o dízimo, por analogia também os
sacerdotes levitas, seus descendentes, deveriam pagar o dízimo ao Senhor
Jesus, haja vista ser ele sumo sacerdote segundo a classe de Melquisedeque.
Ou seja: superior ao sacerdócio levítico! E tal como Abraão foi abençoado
pelo rei de Salém, igualmente seus descendentes precisam ser abençoados por
Cristo. Abraão era ancestral dos sacerdotes levitas e devolveu a décima parte
ao rei. Os cristãos devem, portanto devolver o dízimo ao sumo sacerdote
Jesus. Leia o texto abaixo com atenção:

Esse Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo,


encontrou-se com Abraão quando este voltava, depois de derrotar os reis, e o
abençoou;
e Abraão lhe deu o dízimo de tudo. Em primeiro lugar, seu nome significa
"rei de justiça"; depois, "rei de Salém" quer dizer "rei de paz".
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida,
feito semelhante ao Filho de Deus, ele permanece sacerdote para sempre.
Considerem a grandeza desse homem: até mesmo o patriarca Abraão lhe
deu o dízimo dos despojos!
A lei requer dos sacerdotes dentre os descendentes de Levi que recebam o
dízimo do povo, isto é, dos seus irmãos, embora estes sejam descendentes de
Abraão.
Este homem, porém, que não pertencia à linhagem de Levi, recebeu os
dízimos de Abraão e abençoou aquele que tinha as promessas.
Sem dúvida alguma, o inferior é abençoado pelo superior.
No primeiro caso, quem recebe o dízimo são homens mortais; no outro caso
é aquele de quem se declara que vive.
Pode-se até dizer que Levi, que recebe os dízimos, entregou-os por meio de
Abraão,
Pois, quando Melquisedeque se encontrou com Abraão, Levi ainda estava no
corpo do seu antepassado.
Se fosse possível alcançar a perfeição por meio do sacerdócio levítico (pois
em sua vigência o povo recebeu a lei), por que haveria ainda necessidade de
se levantar outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e não de
Arão?
Pois quando há mudança de sacerdócio, é necessário que haja mudança de
lei.
Ora, aquele de quem se dizem estas coisas pertencia à outra tribo, da qual
ninguém jamais havia servido diante do altar,
Pois é evidente que o nosso Senhor descende de Judá, tribo da qual Moisés
nada fala quanto a sacerdócio.
O que acabamos de dizer fica ainda mais claro, quando aparece outro
sacerdote semelhante a Melquisedeque, alguém que se tornou sacerdote, não
por regras relativas à linhagem, mas segundo o poder de uma vida
indestrutível.
Pois sobre ele é afirmado: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem
de Melquisedeque".
A ordenança anterior é revogada, porquanto era fraca e inútil.
(pois a lei não havia aperfeiçoado coisa alguma), sendo introduzida uma
esperança superior, pela qual nos aproximamos de Deus.
E isso não aconteceu sem juramento! Outros se tornaram sacerdotes sem
qualquer juramento,
Mas ele se tornou sacerdote com juramento, quando Deus lhe disse: "O
Senhor jurou e não se arrependerá: ‘Tu és sacerdote para sempre’”.
Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia de uma aliança superior.
Hebreus 7:1-22

O escritor sagrado fala nitidamente sobre o recebimento das dízimas.


Os sacerdotes levitas recebiam de todo o Israel. Na verdade esse tipo de
sacerdócio foi extinto, pois Cristo o sumo sacerdote superior ocupou seu
lugar. Por isso o verso 22 diz: “Jesus tornou-se, por isso mesmo, a garantia
de uma aliança superior”. A superioridade do sacerdócio do Senhor Jesus
não faz extinguir o ato de dizimar, pelo contrário, estabelece. Ainda mais se
tratando do próprio filho de Deus. Os cristãos precisam tomar consciência
disso. O sacerdócio araônico foi temporal. O de Cristo permanece apara
sempre e merece a devida honra: "Tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque".
Não é mesmo uma desonra negligenciar aquilo que pertence ao sumo
sacerdote Jesus? Até os sacerdotes fracos e mortais recebiam a décima para a
continuidade da obra de Deus!
Pelas regras da linhagem sacerdotal, somente a família de Arão da
tribo de Leví tinha tal privilégio. O filho de Deus nasceu da tribo de Judá que
nada tinha a ver com o sacerdócio levítico. Herdou, porém um sacerdócio
superior e mais perfeito do que o primeiro. Não foi pelas regras das leis
mosaicas e sim pelo juramento do próprio Deus: "O Senhor jurou e não se
arrependerá: ‘Tu és sacerdote para sempre’”.
Portanto, sendo seu ofício mais glorioso do que o da família de Arão,
os crentes têm de devolver a décima parte.

O propósito do dízimo

Observe as frases em negrito no texto abaixo. Elas são as mais


importantes no tocante ao dizimar. No primeiro verso Moisés não deixa
dúvidas de que o dízimo pertence a Jeová. No último ele afirma que devolvê-
lo é um dos mandamentos:

Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto


das árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor.
Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a
sua quinta parte sobre ela.
No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar
debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor.
Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma
maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados.
Estes são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de
Israel, no monte Sinai.
Levítico 27:30-34

Melhor do que obedecer a um mandamento é reconhecer por justiça o


que é dos outros. Quando um servo é reto ele não precisa esperar ordens
diretas, mas cumpre o seu dever sabendo a vontade de seu senhor. Todo o
Israel tinha de entregar os dízimos aos sacerdotes que serviam no templo em
Jerusalém. Para qual propósito? O profeta Malaquias responde:

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja


mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre
vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da
vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos
Exércitos.
Malaquias 3:10,11

A casa do tesouro refere-se ao templo e às cidades dos levitas. O


alimento levado até esses lugares serviam para o sustento dos sacerdotes e da
obra como um todo. Havia necessidade de sustentar o sacerdócio? Sim! Ele
era mantido pelos seus irmãos judeus para o exercício integral desse ofício.
Continuamente eram oferecidos sacrifícios e ofertas no templo. Pecados eram
cometidos todos os dias. Dessa forma os ministros do altar não podiam
trabalhar e exercer seu ministério ao mesmo tempo. O mesmo se aplica aos
que hoje em dia dedicam inteiramente suas vidas à causa da obra de Deus.
Paulo falou sobre isso, porém ele mesmo não usufruía desse direito para
evitar murmurações. As igrejas eram recém-nascidas e ele achou por bem não
se tornar pesado a elas para que seu evangelho trouxesse os resultados que ele
queria. Jeová não precisa de bens materiais, sua obra sim. O apóstolo
orientou os crentes de Corinto sobre a questão:

Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?


Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come
do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?
Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo?
Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o
grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois?
Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito;
porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve
debulhar com esperança de ser participante.
Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós
recolhamos as carnais?
Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente,
nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não
pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do
templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar?
Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam
do evangelho.
Mas eu de nenhuma destas coisas usei, e não escrevi isto para que assim se
faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta
minha glória.
1 Coríntios 9:6-15

Embora os apóstolos tivessem o direito de não trabalhar, não faziam


assim para que não houvesse impedimento ao seu evangelho. Paulo explica
no texto supracitado a necessidade de contribuir com aqueles que se dedicam
incansavelmente à causa do reino.
Há ministros do evangelho que vivem mais para a obra de Deus do
que para si mesmos. Para expandir seu ministério fazem contínuas viagens e
os gastos com passaportes, gasolinas, hotéis e alimentos são muito altos. Sem
falar do compromisso com alugueis e construções, água, luz e produtos de
limpeza.
O resultado de seus trabalhos depois é satisfatório, quando vidas são
atendidas nas suas diversas formas. Missionários, evangelistas e pastores que
dão suas vidas por amor às pessoas aflitas e necessitadas precisam de socorro
financeiro e material. Muitos arriscam suas vidas em países onde o evangelho
é proibido de ser pregado. É para isso que servem os dízimos e ofertas. Jeová
reveste de poder e ousadia espirituais seus servos, o apoio financeiro é dado
pela igreja que compreende o valor de suas contribuições altruístas.
Dizimar é fazer a devolução do que é do Senhor Jeová. É fazer a sua
vontade. Os que não dizimam e ofertam atrasam o alcance de milhares de
vidas mundo afora. Isso será cobrado no dia do juízo. Se um ministro utiliza
o dinheiro para fins pessoais e enriquecimento ele prestará contas. O mesmo
poderá ser lançado nas trevas exteriores onde há pranto e ranger de dentes.
Trata-se de um servo mau e negligente.
O propósito das dízimas era cuidar dos sacerdotes e dos levitas que
não tinham herança entre os israelitas (Deuteronômio 14.24 a 27). “A décima
parte exigida tratava-se de alimentos. O que o meu salário tem a ver com
isso?” Essa pergunta será respondida.

Dízimo ou dízima?

Segundo o dicionário Aurélio dízima é um imposto equivalente a um


décimo do rendimento. Dízimo vem do Latim “decimus”: a décima parte.
Alguns que são contra o ato de dizimar defendem a diferença entre os dois
termos. Entretanto não há disparidade alguma, pois se tratam da décima parte
de um rendimento. Não se assuste com o termo imposto, pois esse significa
“que se impôs”, “colocado”, “posto”; “que se obrigou a aceitar ou
realizar”. Rendimento, entre outros, traz o significado de renda ou
produtividade. Salomão disse:

Honra a Jeová com a tua fazenda, E com as primícias de toda a tua


renda.
Provérbios 3:9
Nenhuma das palavras e suas significações mencionadas acima
devem pesar sobre um servo. Ele sabe de suas responsabilidades e deveres
perante seu justo Senhor. Estar sob o período da graça divina não significa
fazer o que se quer, e sim obedecer pela mesma graça aos seus mandamentos
e à sua vontade. A versão bíblica Dake usa o termo “dízima” em Lv 27:30.
Independentemente das formas vocabulares utilizadas para se referir à
décima parte, é obrigação de todo o súdito ou servo entregar o que pertence
por natureza ao Criador. Dele é a terra e toda a sua plenitude. É justo isso e
ele se agrada.
O salário recebido é o resultado do trabalho realizado pelo
funcionário. Alguns alegam que os dízimos eram os frutos, sementes e grãos
entregues no templo judaico. Com isso pretendem se esquivar do ato de
dizimar. Contudo, na igreja existem departamentos que administram os
recursos financeiros. E todo dinheiro tem seu destino certo. Se todos os
dizimistas levassem apenas mantimentos, como honrar os compromissos que
exigem cédulas? Mantimentos não constroem templos e não compram
equipamentos para o funcionamento e manutenção da obra. Tampouco
servem para viagens missionárias e pagar contas.
Assim fica mais fácil retirar dez por cento do salário, do que recolher
dos gêneros alimentícios. É a mesma coisa. Todo o seu sustento e
compromissos estão em seu dinheiro. De qualquer forma terá que gastá-lo
para a compra de víveres para a igreja. Porém, é bem melhor e mais prático
entregar à diretoria a décima de seu salário. Os administradores do santuário
saberão onde melhor aplicá-la. Assim você fará a vontade divina e receberá
suas promessas vinculadas aos seus mandamentos:

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja


mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor
dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre
vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da
vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos
Exércitos.
Malaquias 3:10,11

O profeta Malaquias simplesmente reiterou a vontade e o


mandamento divinos de Levíticos 27:30.
Os servos do Senhor Jesus têm o compromisso de resgatarem vidas.
Ele conta com sua colaboração financeira e material na medida do possível.
O dízimo, porém é direito do próprio Criador e ele reivindica isso. As ofertas
igualmente são vontade sua.

Acaso roubará o homem a Deus? Contudo vós me roubais. Mas vós


dizeis: Em que te havemos roubado? Nos dízimos e ofertas.
Malaquias 3:8

Tributai a Jeová, ó famílias dos povos, Tributai a Jeová glória e


fortaleza.
Tributai a Jeová a glória devida ao seu nome: Trazei uma oferta, e vinde à
sua presença; Adorai a Jeová na beleza da santidade.

1 Crônicas 16:28,29

Se estiveres, pois, apresentando a tua oferta no altar, e aí te


lembrares de que teu irmão tem contra ti alguma coisa,
deixa ali a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com teu
irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.

Mateus 5:23,24

Nos versos sobreditos se nota a vontade divina no tocante às ofertas.


Seja feliz e ajude a obra do Senhor de todo o coração e não seja omisso ou
avarento. Somente o que faz a sua vontade entrará em seu reino! (Mateus
7:21)
Alguns querem alegar que os dez por cento são ordenanças da lei. A
bíblia não diz apenas isso. Ela deixa explícito que se trata do anseio divino.
Nenhuma ordenança ou mandamento é dado sem antes haver um desejo por
detrás. Ainda mais se tratando do desejo divino que é sincero e intenso. Ele
não muda!

O mandamento como reivindicação


Por outro lado, nem todo o mandamento traduz apenas uma ordem
superior ou autoritária. Mas sim uma reivindicação do direito. É o caso do
mandado divino referente à demanda de seu direito: a décima parte. Essa
reivindicação ele faz como Senhor e Criador de tudo. Não tem como negar os
fatos. A menos que se queira por causa da incredulidade e avareza. Não
obstante alguns acharem os mandos divinos penosos, João afirmou:

Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos;


e os seus mandamentos não são pesados.
1 João 5:3

Veja por quê:

1. Há mandamento que expressa vingança.


2. Reivindicação
3. Preocupação
4. Demanda ou exigência
5. Desejo ou vontade
6. Amor
7. Justiça

Os mandamentos divinos são intrínsecos aos seus atributos de amor e


justiça que abarcam qualquer outra virtude ou sentimento. Suas ordens
apenas exprimem suas melhores intenções e as mais profundas misericórdias!
Isso é mágico e surreal à compreensão do ser humano degradado. Por isso ele
desperdiça tal oportunidade desobedecendo ao Eterno. E não ficam de fora os
que se dizem cristãos, mas não têm tal entendimento. A palavra de Deus
expressa sua vontade, a qual se baseia em seu caráter justo e santo.
Independente do que ele falou sob a lei mosaica ou debaixo da Nova Aliança.
Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. O que foi abolido então das leis do
Antigo Testamento? Os sacrifícios e as cerimônias sacerdotais.
A abolição dos sacrifícios e rituais

Já foi explicado que o sacerdócio araônico foi substituído por um


mais perfeito e superior. Logo os sacrifícios foram abolidos, bem como a
ritualística utilizada para oferecê-los. Normas sobre vestimentas e uniformes
sacerdotais, cerimônias e festas nacionais solenes, feriados e a guarda de dias,
meses e anos, são apenas sombras da realidade que viria: Jesus Cristo. Ele
representa tudo isso e como disse Paulo: ele é tudo em todos. O apóstolo
chega a chamar tais práticas de rudimentos fracos e pobres, mesmo sendo ele
um doutor da lei e um judeu zeloso, filho de fariseus. Leia os versos a seguir:

Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão,


bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos.
Colossenses 3:11

Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como
tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo
quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos.
Gálatas 4:9,10

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por


causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras
das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
Colossenses 2:16,17
Qualquer denominação ou crente que se preocupa com a guarda de
cerimônias judaicas e dias da semana ou meses, não conhece realmente a
plenitude de Cristo. Ele é a paz e a vida reta em Deus. Todo o cristão que lhe
obedece tem uma consciência tranquila em relação à lei mosaica. Nem
mesmo há um lugar específico para se adorar ao Eterno. Os judeus adoravam-
no no templo de Jerusalém e os judeus samaritanos num monte. Leia as
palavras do mestre:

Disse-lhe Jesus: Mulher crê-me que a hora vem, em que nem neste
monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
João 4:21
Sacrifício e oferta não pediste, mas abriste os meus ouvidos;
holocaustos e ofertas pelo pecado, não exigiste.
Então eu disse: Aqui estou! No livro está escrito a meu respeito.
Tenho grande alegria em fazer a tua vontade, ó meu Deus; a tua lei
está no fundo do meu coração.
Salmos 40:6-8

Havendo Cristo feito a vontade divina e oferecendo seu corpo como


oferta na cruz, não há mais necessidade de oblações pelo pecado. Essas
coisas foram anuladas por Cristo por ser ele o foco e o fim da lei! Note,
porém que muitas coisas não foram extintas, pois, Deus não muda seu caráter
santo e justo. A lei ordenava, por exemplo, que se um homem visse a ovelha
de seu vizinho dentro de uma cova, teria de retirá-la dali. Essa determinação
fazia parte das leis morais. Portanto, não foram esquecidas por Deus. E você
não retiraria o pobre animal só porque isso é ordenança da lei? É apenas um
exemplo de que nem tudo da instituição mosaica foi rejeitado pelo pai
celeste.
Segue-se que a separação do dízimo não foi nulificada. Nem se trata
também de um ato cerimonioso ou ritualístico e sim de um mandamento
reivindicatório. Já que o ato de dizimar é reconhecer a soberania divina e
simplesmente atender à sua vontade e reivindicação. A saúde e a força para o
trabalho vêm dele. Esse entendimento é apenas para os crentes escolhidos e
não para incrédulos e blasfemadores. Estes últimos não se importam em fazer
a obra do pai celestial. Os que são nascidos de novo em Cristo são
conscientes de seus deveres espirituais e morais.
Entre outros, o significado de moral é “pertencente ao domínio do
espírito do homem”. A moral tem como valor central o conceito de bem e o
objetivo final é promover o ser humano quanto à mentalidade e
comportamento. Portanto é certo que o dizimar é um ato de origem moral,
tendo em vista que seu foco principal é ajudar vidas perdidas serem
alcançadas. Tal ato não vem de conceitos moralistas meramente humanos e
sim do caráter justo e piedoso do Eterno. Isso porque, embora a décima parte
seja exigida pelo Senhor, não é revertida para ele e sim à sua obra. Deus é
espírito, mas seu serviço sagrado é realizado entre seres terrenos. As leis
morais são as bases de todas as demais do Antigo Testamento.
Jeová reivindicava as dízimas e elas eram entregues aos levitas. Se
alguém as omitisse estaria prejudicando a vida e os ministérios sacerdotais e
levíticos. Assim como todo o serviço sagrado feito no templo. E mais do que
um ato de obediência e justiça, fazer a devolução da décima é também uma
ação de solidariedade. Pois não são poucos os trabalhos sociais realizados
pelas igrejas. Quantos usuários de drogas e alcoólatras já foram resgatados
pelo ministério cristão! E aí vai a pergunta: o amigo (a) leitor acha mais
pesado pagar impostos ao governo ou dizimar em sua igreja? Sua consciência
te justificará ou te condenará agora mesmo.

Dai a Deus o que e de Deus

Entre outras definições, justiça é o reconhecimento do mérito de


alguém. O senhor Jesus foi interrogado e tentado pelos religiosos acerca de
pagar tributo a César. Ele foi sábio em sua resposta e justo em sua sentença:

Dize-nos, pois: Qual é a tua opinião? É certo pagar imposto a César


ou não?
Mas Jesus, percebendo a má intenção deles, perguntou: Hipócritas!
Por que vocês estão me pondo à prova?
Mostrem-me a moeda usada para pagar o imposto. Eles lhe
mostraram um denário.
E ele lhes perguntou: De quem é esta imagem e esta inscrição? “De
César", responderam eles. E ele lhes disse: Então, deem a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus.
Mateus 22:17-21

Se o senhor Jesus respondesse que não se devia pagar imposto ao


imperador romano, seria acusado de sonegador. Caso concordasse em pagar
tributo a César, os judeus e até muitos discípulos seus poderiam chamá-lo de
traidor da pátria e rejeitá-lo. Porém, o mestre dos mestres não precisou de
muito esforço para pensar. Como ele foi feito justiça pelo próprio Deus
respondeu o que era justo: “Então, deem a César o que é de César e a Deus o
que é de Deus”. A sabedoria não consiste na multidão das palavras ou
ciências e sim no espírito de justiça e retidão. Os herodianos não esperavam
por tal resposta! A seguir um texto excelente do livro de Jó sobre a
verdadeira sabedoria:

O homem não percebe o valor da sabedoria; ela não se encontra na


terra dos viventes.
O abismo diz: ‘Em mim não está’; o mar diz: ‘Não está comigo’.
Não pode ser comprada, mesmo com o ouro mais puro, nem se pode pesar
o seu preço em prata.
Não pode ser comprada nem com o ouro puro de Ofir, nem com o precioso
ônix ou com safiras.
O ouro e o cristal não se comparam com ela, e é impossível tê-la em troca de
joias de ouro.
O coral e o jaspe nem merecem menção; o preço da sabedoria ultrapassa o
dos rubis.
O topázio da Etiópia não se compara com ela; não se compra a sabedoria
nem com ouro puro!
“De onde vem, então, a sabedoria”? Onde habita o entendimento?
Escondida está dos olhos de toda criatura viva, até das aves dos céus.
A Destruição e a Morte dizem: ‘Aos nossos ouvidos só chegou um leve rumor
dela’.
Deus conhece o caminho; só ele sabe onde ela habita,
Pois ele enxerga os confins da terra e vê tudo o que há debaixo dos céus.
Quando ele determinou a força do vento e estabeleceu a medida exata para
as águas,
Quando fez um decreto para a chuva e o caminho para a tempestade
trovejante,
Ele olhou para a sabedoria e a avaliou; confirmou-a e a pôs à prova.
“Disse então ao homem: ‘No temor do Senhor está a sabedoria, e evitar o
mal é ter entendimento’”.
Jó 28:13-28

Excelentíssimo! Analise os versos em negrito. Primeiro: a sabedoria


não pode ser comprada com o mais fino ouro. Segundo: de onde ela vem?
Qual sua origem? Terceiro: Só Deus conhece realmente onde ela está e a
partir de que momento ela passa a existir. Por último o sábio Jó afirmou
acertadamente que a verdadeira sabedoria está no espírito do homem que
teme a Deus! Salomão concorda, ao dizer:
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do
Santo é entendimento.
Provérbios 9:10

A tentativa de explicar a sabedoria e o entendimento por outros meios


é mera especulação. Jó e Salomão sabiam que é impossível encontrá-la em
qualquer lugar da terra a não ser no temor a Deus. Fora disso, aquele que se
diz sábio ou pensa ser, mas não traz esse princípio consigo é louco. Apenas
possui um acúmulo de informações e não puxa com isso a atenção divina
para si. Paulo declarou que Cristo Jesus foi feito sabedoria e justiça. A sua
vida cheia de temor e retidão comprova:

É, porém, por iniciativa dele que vocês estão em Cristo Jesus, o qual
se tornou sabedoria de Deus para nós, isto é, justiça, santidade e redenção,
para que, como está escrito: "Quem se gloriar, glorie-se no Senhor".
1 Coríntios 1:30,31

O texto diz que Cristo se tornou sabedoria de Deus “por nós”. Isso
implica que para ela existir tem de estar apoiada no amor e na justiça divinos!
No primeiro século os filósofos gregos e judeus se gabavam de seus
conhecimentos racionais e acadêmicos. No entanto, o Eterno escolheu planos
aparentemente loucos e inúteis, a salvação pela fé e a morte de Cristo na cruz,
para então minimizar a sabedoria humana. Veja o texto:

Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo,


mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus.
Pois está escrito: "Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a
inteligência dos inteligentes".
Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta
era? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da
sabedoria humana, agradou a Deus salvar aqueles que creem por meio da
loucura da pregação.
Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria;
nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para
os judeus e loucura para os gentios
mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o
poder de Deus e a sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a
fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem.
1 Coríntios 1:18-25

O senhor Jesus como justiça ordenou devolver a Deus o que ele


reivindicou. Devolver-lhe as primícias do dízimo é praticar a sabedoria e a
justiça. É reconhecer seu mérito já que ele é o dono de tudo. Tudo foi criado
por ele e sem ele nada do que foi feito se fez (João 1:3). Ele não precisa para
fins pessoais; sua obra na terra sim.
O verso 21 em Mateus 22 pode ser associado ao versículo 30 de
Levítico 27. Neste último, Jeová apenas demanda o que lhe pertence e
expressa sua vontade referente a isso. Qualquer argumento a partir de textos
isolados ou verso mal interpretado é pura especulação. Pode resultar até
mesmo em heresias e pretextos para se alimentar a avareza no coração.
Deseja sabedoria e entendimento da parte do pai celeste? Pratique a justiça e
o bem oferecidos por sua Palavra! Pois por ele a inteligência humana foi
aniquilada e seu entendimento convertido em loucura há tempos.

Jesus Cristo um judeu fiel à Torá

Como já foi dito, cerimonialismos, festividades e sacrifícios foram


sim cumpridos em Cristo. Eram apenas sombras de sua obra expiatória na
cruz. Há algo muito mal interpretado referente ao que ele disse em Mateus
5:17. Leia antes o texto para a compreensão:

Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas
cumprir.
Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma
desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se
cumpra.
Mateus 5:17,18

Como o senhor Jesus cumpriu as leis da Torá, então estou


desobrigado delas, certo? Errado! O texto referenciado acima não sugere e
nem afirma isso. O termo cumprir em grego é “plero” e significa completar,
dar sentido verdadeiro, preencher. O erro que muitos cometem está no
entendimento equivocado da passagem supracitada. Em momento algum o
mestre afirma que aboliria a lei, mas que a cumpriria, ou seja, daria a ela o
verdadeiro sentido e a completaria como o Messias profetizado por ela.
Todas as profecias acerca da vida e do ministério terreno do Messias
se completaram nele. E pelos seus ensinos ficou claro que o legalismo não
era o suficiente para agradar a Deus e sim o amor esquecido e negado pelos
religiosos indiferentes. Ele deu a interpretação correta da vontade divina
praticando a lei pelo amor incondicional. Diferentemente do que muitos
pensam os mandamentos da Torá não foram abolidos. Tendo em vista serem
princípios e leis morais divinas. Ele não mudou e sua natureza é a mesma.
Paulo referindo-se às leis disse:

Anulamos então a lei pela fé? De maneira nenhuma! Pelo contrário,


confirmamos a lei.
Romanos 3:31

De fato a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom...


Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como
escravo ao pecado.
Romanos 7:12,14

Um crente que nega o dízimo por ser uma ordenança da lei mosaica,
deve entender que a lei em seus princípios morais e espirituais, ainda está em
vigor como se vê nos versos acima. A verdade é que tanto Paulo quanto o
autor que escreveu Hebreus, combatem a prática da lei pelos judeus que
buscavam sua justificação por ela. O temor deles era que deixando de
praticar as obras da lei, como a oferta de sacrifícios, por exemplo, seus
pecados poderiam não ser perdoados. Pelo medo que tinham da morte e da
ira de Deus. Não entenderam bem o que Cristo fizera por eles na cruz. O
ponto discutido por Paulo em Romanos e Gálatas era justamente sobre esse.
Sendo assim, não há motivos para deixar de dizimar, dar ofertas e obedecer a
outros mandamentos legais. A lei sendo espiritual é perfeita. O que é perfeito
nunca será esquecido e rejeitado pelo Santo:

A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do


Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes.
Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os
mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.
O temor do Senhor é puro e dura para sempre. As ordenanças do
Senhor são verdadeiras, são todas elas justas.
São mais desejáveis do que o ouro, do que muito ouro puro; são mais
doces do que o mel, do que as gotas do favo.
Por elas o teu servo é advertido; há grande recompensa em
obedecer-lhes.
Salmos 19:7-11

Sendo a lei perfeita, justa e recompensadora de grande alegria, que


necessidade havia de Cristo invalidá-las? Reiterando: “Estar sob o período
da graça divina não significa fazer o que se quer, e sim obedecer pela mesma
graça aos seus mandamentos e à sua vontade”. A expressão ‘ Não vim abolir
ou ab-rogar a lei... ’ está mais do que explicada. Alguns argumentam que
Cristo já cumpriu toda a lei e por isso não precisam mais dela. Ele realmente
completou a lei ao nascer e fazer tudo conforme ela profetizou. E todos os
ritualismos levíticos que prefiguravam o cordeiro também se cumpriram na
cruz. Não obstante jamais ele abriu mão da justiça, retidão e reivindicações
santas que a instituição mosaica continua a exigir. As más interpretações
conduzem à perdição.
Ademais, o santo mestre disse: “Enquanto existirem céus e terra, de
forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que
tudo se cumpra”. Os céus e a terra deixaram de existir? Não! Então nem tudo
se cumpriu ou foi completado. João viu um novo céu e uma nova terra
conforme Apocalipse 21:1. Ele afirmou que o primeiro céu e a primeira terra
haviam se passado. Porém, isso ocorrerá após satanás ser destruído com o
pecado. Aí estará tudo cumprido conforme as leis e os profetas. Assim, ainda
não desapareceram um traço sequer da Torá, pois os céus e a terra
mencionados por Cristo ainda existem. Paulo escreveu a seu discípulo
Timóteo fazendo referência às leis mosaicas. É surpreendente como ele
elogia as sagradas letras da Antiga Aliança:

Porque desde criança você conhece as sagradas letras (Torá), que


são capazes de torná-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo
Jesus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção e para a instrução na justiça,
para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa
obra.
2 Timóteo 3:15-17

Não tem como rechaçar o fato de que a lei ainda lança luz sobre quem
realmente seria o Ungido de Deus (Messias). Dessa forma, ela torna qualquer
um sábio para alcançar a salvação pela fé naquele que foi profetizado por ela
mesma. Note que Paulo em momento algum criticou ou abandonou o Tanach.
Pelo contrário: ele falou ao seu colaborador que toda a escritura inspirada
pelo Eterno é proveitosa para a instrução da justiça. Agora a pergunta: é justo
reconhecer aquilo que é de Deus e contribuir para o crescimento e
fortalecimento de seu reino? Se sim, não negligencie o ato de dizimar!
O mestre Jesus como judeu da linhagem de Davi obviamente
dizimava. Pelo menos enquanto trabalhava como carpinteiro, aliás, naquela
época só recebia quem trabalhava. E até o imposto do templo ele pagava
mesmo sem uma aparente condição:

Quando Jesus e seus discípulos chegaram a Cafarnaum, os coletores


do imposto de duas dracmas vieram a Pedro e perguntaram: "O mestre de
vocês não paga o imposto do templo?”.
"Sim, paga", respondeu ele. Quando Pedro entrou na casa, Jesus foi o
primeiro a falar, perguntando-lhe: "O que você acha Simão? De quem os
reis da terra cobram tributos e impostos: de seus próprios filhos ou dos
outros?”.
"Dos outros", respondeu Pedro. Disse-lhe Jesus: “Então os filhos estão
isentos”.
Mas, para não escandalizá-los, vá ao mar e jogue o anzol. Tire o primeiro
peixe que você pegar abra-lhe a boca, e você encontrará uma moeda de
quatro dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o meu imposto e o
seu.
Mateus 17:24-27

O senhor Jesus repreendeu o legalismo e a indiferença farisaicas. Os


religiosos dizimavam e esqueciam o verdadeiro sentido da lei: a fé, a
misericórdia e o juízo. Vale notar que ele não criticou o ato de dizimar, ao
contrário, ele confirmou:

Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã,


o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a
misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.
Mateus 23:23

Ele foi categórico ao dizer que os fariseus não omitissem o dizimar.


Aqui ele não os ordena entregar o dízimo, mas demonstra sua vontade a
respeito. Saber e praticar a vontade do senhor Jesus é melhor que esperar
receber alguma ordem. Em suas parábolas deixa claro isso:

E o servo que soube a vontade do seu senhor, e não se aprontou, nem


fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites;
Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites
será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao
que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá.
Lucas 12:47,48

No texto sobredito podem-se enxergar dois tipos de denominações:


uma que sabe a importância do dízimo, porém não dizima. A outra que o
ignora por erro de interpretação ou por não ter aprendido bem. Apesar disso,
o senhor Jesus foi transparente ao declarar que as duas classes de cristãos
serão, de alguma forma, responsabilizadas pela negligência. O justo juiz sabe
utilizar os critérios apropriados para um julgamento perfeito. Ninguém será
tido por inocente perante ele. Haverá um ajuste de contas.
Na parábola do publicano e do fariseu ele em momento algum
repudiou o ato de dizimar do religioso. Apenas censurou a sua atitude
arrogante:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro,
publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te
dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e
adúlteros; nem ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque
qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si
mesmo se humilha será exaltado.
Lucas 18:10-14

Se ele tivesse uma posição desfavorável com respeito à entrega da


décima parte, disso com certeza falaria. Aliás, como sendo ele próprio o
Criador rejeitaria um ato tão justo como o de dizimar? Não tem lógica! Sua
vontade é ter de volta o que lhe pertence. Só os dez por cento da renda
mensal, a qual representa tudo o que foi produzido durante o mês. Simples
assim!

Posso dar o dízimo em qualquer lugar?

Não! Jeová é justo e na igreja local deve ser ele entregue. Ali as
bênçãos espirituais são derramadas sobre sua vida. E ele o chamou para a
igreja na qual você congrega a fim de ajudar seu crescimento. De outra forma
teria te chamado para outro ministério e ali dizimaria. Abençoar o local a
partir do qual se é abençoado é algo justo e reto. A seguir dois textos que
orientam a vontade do pai celestial:

Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que


cada ano se recolher do campo.
E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer habitar o
seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e os
primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer
ao Senhor teu Deus todos os dias.
E quando o caminho te for tão comprido que os não possas levar, por estar
longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr o seu nome,
quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado;
Então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o
Senhor teu Deus;
E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por
ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma;
come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa;
Porém não desampararás o levita que está dentro das tuas portas; pois não
tem parte nem herança contigo.
Deuteronômio 14:22-27

Quando acabares de separar todos os dízimos da tua colheita no ano


terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro,
ao órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas, e se fartem;
E dirás perante o Senhor teu Deus: Tirei da minha casa as coisas
consagradas e as dei também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão e à
viúva, conforme a todos os teus mandamentos que me tens ordenado; não
transgredi os teus mandamentos, nem deles me esqueci;
Delas não comi no meu luto, nem delas nada tirei quando imundo, nem delas
dei para os mortos; obedeci à voz do Senhor meu Deus; conforme a tudo o
que me ordenaste, tenho feito.

Deuteronômio 26:12-14

Mesmo sob o antigo regime mosaico não era nada pesada a devolução
dos dízimos. Nos primeiros versos se percebe que havia o ano dos dízimos,
isto é, a cada ano ou no terceiro ano conforme o caso. Hoje se dá apenas uma
vez por mês e não todos os dias. Observe como o dizimar estava relacionado
às leis morais divinas, pois as dízimas eram direcionadas aos necessitados e
aflitos: levitas e estrangeiros, órfãos e viúvas. Além disso, como coisas
separadas ou consagradas não se podia tocá-las estando imundo. Não se devia
comer delas em luto ou com tristezas. Tampouco oferecê-las aos mortos. O
texto é literal. No entanto, vale aplicar o mesmo ao contexto cristão: não se
pode tratar como profana a décima parte do salário e nem associá-la ou
utilizá-la para coisas mortas ou mundanas. O dízimo é santo ou dedicado a
Deus. Não se associa a vida com a morte. A décima é vida, pois existiu a
partir da vontade divina e pode ajudar na sobrevivência dos aflitos e
necessitados.
“Mas Jeová não fala categoricamente que são mandamentos
conforme se vê no texto da lei?” Sim, porém quem disse que o cristão não
deve obedecê-los? Leias as palavras do anjo e outros versos:

Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os


mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
Apocalipse 14:12

Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus


mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.
1 João 5:3

Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho,
assim te castiga o Senhor teu Deus.
E guarda os mandamentos do Senhor teu Deus, para andares nos seus
caminhos e para o temeres.
Deuteronômio 8:5,6
E faço misericórdia a milhares dos que me amam e guardam os meus
mandamentos.
Deuteronômio 5:10

“O amor não faz cumprir toda a lei como Paulo explicou?” Exato!
Apesar disso, como alguém pode amar sem devolver o que é de Deus para
contribuir com a sua obra altruística ou humanitária na terra? Hipocrisia! O
senhor Jesus cumpriu, ou seja, deu o verdadeiro sentido à lei da Antiga
Aliança. Pelo amor e a graça dele nos corações fica mais fácil obedecê-la. Ele
nunca disse: “vou praticar toda a lei e depois meus seguidores não precisam
fazer o mesmo”. Pelo contrário: ele asseverou que a violação do menor dos
mandamentos torna seu seguidor ou qualquer um pequeno aos olhos de Deus.
Principalmente quando se ensina sem praticar:
Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que
seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus;
aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos
céus.
Mateus 5:19

Será o ato de dizimar um pequeno ou um grande mandamento


ordenado pelo pai? Tire suas conclusões a partir de tudo o que já aprendeu. O
mestre é grande no reino dos céus porque os praticou fielmente e tinha
autoridade para ensiná-los. E em seus ensinos nunca negou o dízimo e as
ofertas. Sua lei é perfeita e seus mandamentos santos desde Gênesis a
Apocalipse. Sempre são repetidos e lembrados em todas as páginas. Haja
vista que os seus atributos morais permanecem os mesmos desde o princípio.
Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. (Hebreus 13:8)
Quando um judeu morava muito longe do templo de Jerusalém,
segundo a ordem divina, ele tinha de vender as suas colheitas e levar os
dízimos em dinheiro. Lá em Jerusalém ele então compraria alimentos e
comeria perante Deus com alegria. Há algum problema em separar a décima
do salário? Conforme os ritos instituídos aos judeus no tocante à decima
parte, eles tinham de adorar a Jeová no lugar escolhido. Ali com suas famílias
adoravam e agradeciam a Deus pelas colheitas. Ademais, entregavam aos
pobres a parte que lhes cabiam. Por essa razão deveriam converter o dinheiro
novamente em alimentos.
Entre os crentes atualmente, e como já foi explicado, a necessidade de
se dizimar em dinheiro é vidente. Basta lembrar-se dos alugueis, luz, água,
telefone, Internet, produtos de limpeza, reformas, obras, viagens, projetos
sociais e ajuda aos missionários e aos pastores que dedicaram suas vidas
inteiramente à causa do reino. E quando se separa a décima exigida deve ser
com alegria por ter recebido a benção divina após um mês de saúde e vigor.

E se o dinheiro mal der para pagar as contas?

A promessa divina para os fiéis é que ele derramará uma benção


enorme em suas vidas. De tal forma que seus depósitos transbordariam delas.
O profeta Malaquias vaticinou:
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento
na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção
tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.
E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da
vossa terra; e a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos
Exércitos.
Malaquias 3:10-11

Percebeu a importância dos dízimos? Os judeus não transportavam


qualquer mantimento ou mais de dez por cento. Apenas levavam o que era
exigido. E a parte exigida era vista por Deus como um tesouro! A palavra
tesouro do Latim thesaurus quer dizer haveres, bens, provisões de toda sorte
e o local onde se acumulam as riquezas. A décima parte é de fato uma
provisão para a obra do senhor Jesus na terra. Um bem ou riqueza para que
seu serviço sagrado tome vigor constante.
O retorno para os crentes, sem dúvidas, será tal que procurarão mais
espaço para seus bens transbordantes. É promessa! Deus é fiel!
Entretanto, algumas pessoas se preocupam em pagar suas contas em
dia. Estão certíssimas em pensar e fazer assim. O que fazer então caso o seu
salário não dê nem para o pagamento das contas? A décima, mesmo assim,
tem de ser separada como algo sagrado. Ao receber o ordenado mensal, o
crente precisa ter em mente que os dízimos são primícias de Jeová. E quanto
às dívidas ficarão para o outro mês? O que fazer em casos assim?
As ovelhas precisam ser bem tratadas e protegidas pelo seu pastor.
Ele precisa saber das necessidades de cada uma ou ao menos ser informado
da situação delas. Às vezes, não é possível o líder espiritual conhecer a
condição de cada membro eclesiástico, principalmente se a congregação for
enorme. Nesse caso, o crente ou o casal precisa procurar seu pastor e
comunicar-lhe suas necessidades. Para alguns pode ser vergonhoso, todavia
quem pensa dessa forma está totalmente desorientado e distante das verdades
bíblicas nesse quesito. Veja o versículo a seguir e as seguintes explicações:

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.


Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate
abrir-se-lhe-á.
Mateus 7:7,8

O mestre Jesus nunca proibiu seus servos de pedirem ajuda a alguém.


Aliás, ele próprio em algumas ocasiões também solicitou favores:

E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois, cansado do caminho,


assentou-se assim junto da fonte. Era isto quase à hora sexta.
Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
João 4:6,7

Cristo não deu nenhuma ordem para a samaritana. Ele apenas pediu. É
óbvio que a intenção dele era evangelizar a mulher. Sua sede, porém, era real.
Não há nenhum problema em solicitar o apoio de alguém. Não existem
referências bíblicas ou mandamentos que proíbam os servos de Deus de
pedirem. O orgulho faz multiplicar o sofrimento. O fardo de Jesus é leve e
suave. Quando um crente está sofrendo de modo insuportável é porque não
sabe se comunicar em suas necessidades.
Deus prometeu abençoar, mas em momento algum disse que faria de
imediato. Então, a ovelha tem de devolver o que pertence ao senhor Deus
antes de honrar qualquer compromisso. Se no mês não deu para quitar todas
as dívidas procure o pastor de sua igreja e lhe peça ajuda. Com certeza se
tiver um líder amoroso e sério será discreto e lhe atenderá. Do contrário não é
pastor, mas lobo devorador ou mercenário. Vergonhoso não é pedir na hora
do aperto e sim passar fome sem necessidade. Não obstante, quando o pai
celestial derramar uma benção tal segundo sua promessa, nunca mais pedirá.
Pedir não é o mesmo que mendigar. O pai de família ou a mãe que não o faz
para evitar constrangimentos corre o risco de verem seus filhos sofrendo. O
Eterno sabe também cuidar dos seus. Apesar disso, faça aquilo que você pode
fazer. Deixa o milagre e o impossível nas mãos divinas. Ele é fiel à sua santa
palavra.
Isso não significa que o servo de Deus deva sair suplicando favores o
tempo todo. Na hora da carência urgente que mal tem? Contudo, não é aos
descrentes que a bíblia ensina a pedir e sim aos responsáveis pelos trabalhos
sociais da igreja e aos líderes em gestão. O apóstolo Paulo exortou:

Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades.


Romanos 12:13

Os santos estão cientes de seus deveres em socorrer os aflitos. Mas


precisam estar informados da situação dos outros que estão em aperto, seja de
ordem material ou financeira. Antes de sua saída do Egito os hebreus pediram
e não tomaram à força:

Fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés, e


pediram aos egípcios joias de prata, e joias de ouro, e roupas.
E o Senhor deu ao povo graça aos olhos dos egípcios, e estes lhe davam o
que pediam; e despojaram aos egípcios.
Êxodo 12:35,36

O senhor Jesus ensinou aos discípulos a pedir o que for necessário aos
amigos. Claro que ele aplicou a comparação para a vida cristã. A verdade é
que o contexto sugere atos da vida cotidiana. Em seguida ele exorta sobre o
ato de pedir. Leia:

Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à


meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho
que apresentar-lhe;
Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta
fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para
tos dar;
Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo,
levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que
houver mister.
E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-
se-vos-á;
Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-
se-lhe-á.
Lucas 11:5-10

É natural um conhecido ou mesmo um desconhecido solicitar uma


ajuda, um favor na hora do desespero. O que conta é a boa vontade de quem
está sendo procurado. As instruções de Cristo se empregam tanto no contexto
espiritual quanto no secular. Nunca seja egoísta com outro, pois um dia você
poderá precisar de sua ajuda. O pai celeste deseja que seus filhos sejam
humildes e saibam reconhecer suas fraquezas e privações. No tempo
determinado ele o exaltará. É ele quem abate e também exalta. Enriquece e
empobrece. Dele são todas as coisas.
A parábola do mordomo infiel retrata bem a realidade de cristãos que
são imprudentes. Eles não semeiam e por isso não colhem. Não conquistam a
confiança dos outros e depois não podem ser socorridos na hora da angústia.
Muitos vivem isolados dos meios sociais como se nem existissem. Há muitas
igrejas, eventos, reuniões e grupos cristãos. A fraternidade existe de fato no
meio evangélico. No entanto, alguns se aventuram a ficar separados quais
eremitas. Isso não é salutar. Analise a seguinte passagem e os versos em
negrito:

E dizia também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, o qual
tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.
E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua
mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.
E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a
mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.
Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia,
me recebam em suas casas.
E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro:
Quanto deves ao meu senhor?
E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação,
e assentando-te já, escreve cinqüenta.
Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de
trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta.
E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido
prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua
geração do que os filhos da luz.
E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que,
quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.
Lucas 16:1-9
Jesus falou da prudência do mordomo em reduzir a conta dos
devedores. Dessa forma, quando fosse demitido seria acolhido por eles em
suas casas. A ação desleal dele não é requerida pelo mestre. Ele usou de
astúcia e ainda deu mais prejuízo ao seu patrão antes de ser mandado embora.
É apenas um exemplo para os cristãos semearem o bem e conquistarem
confiança dos outros. No dia das adversidades, então serão lembrados e
amparados por eles. Todavia terão de procurá-los, de outra forma como
saberão de suas condições? E se funciona assim com os amigos, da mesma
forma qualquer crente necessitado tem de buscar ajuda com a assistência
social de sua igreja. Seu dízimo será entregue à obra e cumprirá a vontade
divina. A primícias são do Senhor Jesus, ou seja, os primeiros frutos. Antes
de comprar qualquer coisa separe o sagrado. Caso nenhum estabelecimento
troque seu dinheiro, compre algo apenas para poder retirar a décima. É justo
o ato de dizimar. E o senhor Jesus disse que a justiça do crente tem que estar
acima do que a lei exige:

Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e
fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
Mateus 5:20

Talvez alguém possa pensar que ele se referia apenas à infidelidade


dos fariseus e escribas. Não é bem assim. Eles dizimavam e honravam vários
compromissos e muitos eram fiéis à lei. O que o mestre quis dizer é que Deus
exigia muito mais que um simples legalismo ou uma forma aparentemente
piedosa. Ele tentava abrir seus olhos alertando sobre o fato de praticarem
muitas obras da lei, sem, contudo, se importarem com a misericórdia. Nem
todos eram hipócritas. A questão, porém é que todo crente tem de praticar
uma justiça superior à deles: fidelidade à vontade de Cristo. Dizimar e ofertar
é fazer justiça conforme já foi explanado. Além de devolver o que é do
Eterno, o amor não pode ser esquecido.

A doutrina da prosperidade

Mais do que uma teologia, o ensinamento e a busca da prosperidade


se tornaram uma doutrina em algumas denominações evangélicas. Alguns
versículos são explorados por aqueles que fazem apologéticas do tema. Eis
alguns:

E a todo o homem, a quem Deus deu riquezas e bens, e lhe deu poder
para delas comer e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom
de Deus.
Eclesiastes 5:19

Riquezas e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a


justiça.
Provérbios 8:18

O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para


que tenham vida, e a tenham com abundância.
João 10:10

...Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus


profetas, e prosperareis;
2 Crônicas 20:20

São alguns textos utilizados pelos professores da prosperidade. Além


disso, utilizam objetos ditos consagrados para atraírem a cobiça dos fiéis.
Não há problemas em se adquirir riquezas quando estas vêm da honestidade e
das mãos de Deus. Mas ele sabe quem está apto para recebê-las e administrá-
las. E mesmo aqueles que são assim abençoados correm o sério risco de
perderem a salvação. O mestre Jesus disse que dificilmente entrará um rico
em seu reino. Não se pode duvidar de que as riquezas vêm de Deus e ele as
dá para quem achar melhor e não para todos como se isso fosse de qualquer
um. Se com poucos bens acumulados alguns somem dos caminhos divinos,
que dirá com muitos! Leia os versos a seguir:

O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e


vida.
Provérbios 22:4
E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai,
ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá
cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
Mateus 19:29

E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há


que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou
filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho,
Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e
irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a
vida eterna.
Marcos 10:29,30

Os três versos sobreditos apontam o fato de que o temor e a fidelidade


ao senhor Jesus trazem como recompensa grandes bênçãos e até riquezas.
Não se pode, todavia, fazer dessas verdades uma doutrina, como se todos o
cristãos estivessem capacitados para recebê-las. Nem todos têm preparação
intelectual ou hereditária para lidar com bens materiais e com as finanças.
Ademais, a luz do mundo trouxe a verdade de que no reino celestial
dificilmente entrará um abastado. Se já é custoso para um pobre que depende
totalmente da compaixão divina, imagine para os que confiam em seu poder
financeiro e não se fartam do dinheiro! Salomão disse:

Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a


abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade.
Eclesiastes 5:10

A visão do senhor concernente aos que desejam servir-lhe sem muitos


empecilhos e laços, se baseia nos textos referidos a seguir e todo o verdadeiro
cristão deve pensar muito sobre isso:

Não lhe darás teu dinheiro com usura, nem darás do teu alimento por
interesse.
Levítico 25:37

Aquele que confia nas suas riquezas cairá, mas os justos


reverdecerão como a folhagem.
Provérbios 11:28
Vale mais ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado
é melhor do que a riqueza e o ouro.
Provérbios 22:1

Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das


suas riquezas,
Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o
resgate dele.
Salmos 49:6,7

A riqueza não é pecado, é dom de Deus desde que conquistada


honestamente. A confiança nas riquezas e o orgulho que elas produzem são
as causas de problemas graves na vida de uma pessoa. Vale dar uma ênfase
maior na recomendações ou ordem de Jesus aos discípulos:

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo


consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
Mateus 6:19

E Paulo alerta seriamente sobre a cobiça pelo acúmulo de bens


temporais:

Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em


muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína.
1 Timóteo 6:9

E então, é correto disseminar a doutrina da prosperidade se utilizando


da palavra de Deus ? Muitos pastores, inclusive distorcem os textos
praticando dessa forma o peculato. Instigam a cobiça nos incautos que
anseiam por uma vida melhor, e desfocam a sua atenção do verdadeiro
evangelho da graça de Cristo. Eles estão conduzindo inúmeras ovelhas ao
pecado da avareza ao invés de salvá-las dele. Até o menos informado pode
entender tudo o que já foi comentado desde as primeiras páginas desta obra.
Com tudo já explanado, vale ressaltar, que nenhuma pessoa que
dizima ou oferta deve esperar o enriquecimento pessoal. Primeiro porque
Deus não prometeu enriquecer a todos. Segundo porque devolver aquilo que
é dele é mais do que justo. Terceiro: as primícias são para ajudar com amor
sua obra em geral. E com certeza ele vai cuidar dos que são seus. Assim:
melhor do que utilizar os textos sagrados para fins gananciosos e
materialistas, é ensinar aos crentes a administração correta de seus recursos,
para que possam desfrutar o máximo daquilo que Deus lhes der. Que tal
separar 50 ou 100 reais todo mês e depositá-lo na sua conta poupança ou
mesmo investir no tesouro direto? Líder, não utilize a palavra divina para
incitar e promover a iniquidade nos corações! A busca de bens espirituais em
primeiro lugar ainda é a resposta para as mais variadas indagações, e o que
for necessário à sobrevivência, Jesus Cristo acrescentará no tempo que ele
determinou. Acredite!
Alguns pregadores do enriquecimento alegam que o senhor Jesus
usava uma túnica sem costura. Uma referência que lhes dá apoio para
instigarem seus ouvintes à busca do melhor na vida. (Busque o melhor na
direção de Deus, no tempo dele e quando ele lhe mostrar a oportunidade, mas
sem fazer disso uma prioridade, descuidando assim de sua vida espiritual).
Acompanhe o texto a seguir:

Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes,


e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e também a túnica. A
túnica, porém, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura.
. João 19:23

O fato é que ensinam ter Jesus recebido roupas que apenas ricos
vestiam. A túnica, por exemplo, justifica esse ponto de vista materialista.
Entretanto, ele mesmo afirmou que não tinha onde reclinar sua cabeça (Lucas
9:58). Ora passava a noite orando no deserto, ora estava hospedado na casa
de alguém (Lucas 19:5). Quando podia estava em sua casa sem, contudo,
trabalhar na oficina de seu pai José. Aliás, seu tempo de ministério seria curto
demais para que se ocupasse com os negócios da vida.
Algumas mulheres abastadas serviam ao mestre com os seus bens.
Não se pode, no entanto, dizer que ele era rico e que possuía o melhor. Por
ocasião da cobrança do imposto do templo ele teve de revelar a Pedro que
havia dinheiro na boca do peixe. Quer dizer, ele mesmo não tinha nada
naquele momento. Quando precisou entrar em Jerusalém, mandou os
discípulos pedirem um jumento emprestado para que se cumprisse a profecia
de Zacarias. O mesmo não tinha condições de alugar ou comprar um. O
profeta inclusive frisou sua pobreza:

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que


o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e
sobre um jumentinho, filho de jumenta.
Zacarias 9:9

Algumas versões traduzem “simples”, “humilde”. Todavia, o profeta


Zacarias não quis na verdade associar o jumento à humildade de Cristo e sim
à sua pobreza. Os ricos entravam na cidade de Jerusalém cavalgando animais
caros como mulas (1 Reis 1:33) ou cavalos com carruagens. (Isaías 66:20)
Os costumes são relativos, a doutrina é universal. No mundo inteiro
os cristãos têm de seguir as mesmas doutrinas evangélicas. O que aniquila
totalmente a teoria da prosperidade como vontade divina para todos, haja
vista que existem países ou mesmo cidades brasileiras em situação de
extrema miséria. E pode acreditar: esses lugares não interessam aos teólogos
da abundância material. E se ali os fiéis não conseguem nem manter o templo
com ofertas e dízimos, que dirá prosperar à força de ensinamentos
distorcidos!
Muito bem, se a décima parte não pode ser dada em cidades
miseráveis, como os crentes dali farão a vontade de Deus dizimando ? Deus
não exige o que alguém não pode oferecer ou o que uma pessoa não tem.
Tenha ela muito ou pouco tem de ser orientada sobre a justiça, isto é,
devolver o que é do pai celestial. Reiterando: o sapientíssimo Criador julga
retamente e se utiliza de critérios inquestionáveis para condenar ou justificar
alguém. Cabe a cada um obedecer seriamente o que a sua santa palavra
ordena.

Roubará o homem a Deu?

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que


te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Malaquias 3:8

A Nova Versão Internacional, diz: “pode um homem roubar a


Deus?”. Ser omisso em relação à décima parte equivale a roubar de Deus.
Quando se retém o que é dos outros ou se devolve menos do que deveria é
como tornar-se um ladrão. E nenhum roubador tem direito ou herança no
reino do senhor Jesus:

“... Nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores,


nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus”.
1 Coríntios 6:10

Não pode uma coisa imunda ou contaminada pelo pecado herdar


aquilo que é Deus. Ainda mais quando o ato é praticado contra ele mesmo: a
omissão na devolução de suas primícias. O Criador só quer o que é dele e
nada mais. Não é necessário dar mais de um décimo, somente o percentual
exigido é o que lhe apraz. Ele também é justo e não quer que o praticante
sofra nenhum dano, dando mais do que o valor demandado.
Segundo o profeta Malaquias a nação inteira estava roubando de
Jeová. Por essa causa estavam sem a benção divina em seus campos e sua
colheita era escassa. Seus rebanhos eram estéreis ou morriam acometidos de
pestes. Comiam e não se fartavam. A desobediência tem seu preço e traz
como castigo a maldição. Nenhum pastor ou líder espiritual tem o direito e
nem o dever de amaldiçoar alguém que não dê a décima. Jeová nunca
ordenou que seu servo se comportasse assim em cima de uma tribuna
sagrada. A maldição sobre um povo ou uma pessoa negligente é uma
consequência de sua desobediência. No verso 9 do capítulo 3 Deus diz:

“Vocês estão debaixo de grande maldição porque estão me


roubando; a nação toda está me roubando.”

No verso 10 ele convida o povo ao arrependimento e no 11 ele lhe faz


promessas:

“Impedirei que pragas devorem suas colheitas, e as videiras nos


campos não perderão o seu fruto”, diz o Senhor dos Exércitos.

Ao contrário do que muitos pensam, nem toda praga provém do


maligno. Existem castigos e maldições advindos do próprio Criador. O texto
em Malaquias é um forte exemplo para não se profanarem as coisas santas e
separadas do Criador. Há vários exemplos bíblicos acerca disso. As pragas
podem se espalhar devido à obstinação humana; por causa de sua profanação
e em função de sua negligência. Leia alguns exemplos na sequência do
colocado. Primeiro vale ressaltar a obstinação de Faraó:

O Senhor lhe respondeu: Dou-lhe a minha autoridade perante o


faraó, e seu irmão Arão será seu porta-voz.
Você falará tudo o que eu lhe ordenar, e o seu irmão Arão dirá ao faraó que
deixe os israelitas saírem do país.
Eu, porém, farei o coração do faraó resistir; e, embora multiplique meus
sinais e maravilhas (pragas) no Egito, ele não os ouvirá. Então porei a
minha mão sobre o Egito, e com poderosos atos de juízo tirarei do Egito os
meus exércitos, o meu povo, os israelitas.
Êxodo 7:1-4

A profanação da arca da aliança pelos filisteus:

Os filisteus tomaram a arca de Deus, e a trouxeram de Ebenézer até


Asdode.
Tomando-a, meteram-na no templo de Dagom, e colocaram-na junto a
Dagom.
Tendo-se levantado de madrugada no dia seguinte os de Asdode, eis que
estava Dagom caído com o rosto em terra diante da arca de Jeová. Tomaram
a Dagom, e tornaram a pô-lo no seu lugar.
Levantando-se de manhã no dia seguinte, eis que estava Dagom caído com o
rosto em terra diante da arca de Jeová; e a cabeça de Dagom e ambas as
palmas das suas mãos estavam cortadas sobre o limiar, somente havendo-lhe
ficado o tronco.
Por isso os sacerdotes de Dagom e todos os que entram no seu templo, não
pisam o limiar de Dagom em Asdode até o dia de hoje.
Mas a mão de Jeová pesou sobre os de Asdode, e os assolou, e os feriu de
tumores, a saber, a Asdode e aos seus termos.
O que tendo visto os homens de Asdode, disseram: Não fique conosco a arca
do Deus de Israel, porque a sua mão descarrega duramente sobre nós e
sobre Dagom, nosso deus.
Enviaram e congregaram a si todos os régulos dos filisteus, e perguntaram:
Que faremos nós da arca do Deus de Israel? Responderam eles: Seja levada
a arca do Deus de Israel até Gate. Foi levada a arca do Deus de Israel até
lá.
Depois de a terem levado para lá, foi a mão de Jeová contra a cidade num
grande vexame; feriu aos homens, tanto pequenos como grandes, e
nasceram-lhes tumores.
Enviaram a arca de Deus a Ecrom. Logo que chegou a arca de Deus a
Ecrom, clamaram os ecronitas, dizendo: Transportaram para nós a arca do
Deus de Israel para nos matar a nós e a todo o nosso povo.
Então enviaram e congregaram a todos os régulos dos filisteus, e disseram:
Recambiai a arca do Deus de Israel, para que ela volte para o seu lugar e
não nos mate a nós e ao nosso povo; pois havia um pânico mortal na cidade
toda; a mão de Deus pesava sobremaneira nela.
Os homens que não morriam, eram feridos com os tumores; e o clamor da
cidade subiu até o céu.
1 Samuel 5:1-12

A negligência dos judeus para com o templo de Jerusalém:

Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu,


dizendo:
Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa
fica desolada?
Ora, pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos.
Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais;
bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que
recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado.
Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos.
Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me deleitarei, e
serei glorificado, diz o Senhor.
Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o
trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? Diz o
Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas,
enquanto correis cada um de vós, à sua própria casa.
Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho, e a terra retém os seus
frutos.
E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as colinas, sobre o trigo e o mosto
e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz; como também sobre os homens
e os animais, e sobre todo o seu trabalho.
Ageu 1:3-11

Obstinação é teimosia e é comparada à idolatria. Profanação é


desprezar o que é sagrado e tratá-lo com desonra. Negligência é não fazer o
que se pode e se deve fazer. O profeta Jeremias clamou aos judeus:

Maldito aquele que fizer a obra do Senhor negligentemente...


Jeremias 48:10

Maldito aquele que fizer que o cego erre do caminho. E todo o povo
dirá: Amém.
Deuteronômio 27:18

Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é


como a iniquidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor,
ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei.
1 Samuel 15:23

Pelos três pecados principais, pestes e pragas foram lançadas sobre


povos e cidades inteiras. O próprio Deus executou tais juízos sobre os ímpios.
O dilúvio e o fogo sobre Sodoma e Gomorra são exemplos clássicos da fúria
divina contra a impenitência humana. (Leia meu outro livro: “Quando e
como ocorre a condenação divina?"). Tanto moléstias como enxames de
insetos foram utilizados como formas de castigar os pecadores e
desobedientes. As passagens lidas apontam por si só que nem tudo o que
ocorre de mal vem de satanás. Deus é justo e está de olho na terra. Nos dias
do Apocalipse suas pragas serão ainda mais conhecidas, bem como sua
justiça.
Em algumas versões o termo “devorador” em Malaquias 3:11 é
utilizado. Não se trata especificamente de um demônio e sim de uma espécie
de gafanhoto destrutivo que atacava as lavouras de Israel. (A agropecuária era
a base econômica da maioria dos povos da antiguidade). O profeta Joel
explica com detalhes o que ocorria nas plantações dos judeus infiéis:

Palavra do Senhor, que foi dirigida a Joel, filho de Petuel.


Ouvi isto, vós anciãos, e escutai todos os moradores da terra:
Aconteceu isto em vossos dias, ou nos dias de vossos pais?
Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos a transmitam a
seus filhos, e os filhos destes à geração seguinte.
O que a locusta cortadora deixou a voadora o comeu; e o que a voadora
deixou a devoradora o comeu; e o que a devoradora deixou a destruidora o
comeu.
Joel 1:1-4

Locusta é uma designação comum aos gafanhotos. Essa espécie é


bastante comum na África. Jeová prometeu restituir ao seu povo tudo o que
foi consumido pelo seu exército de gafanhotos e outros insetos:

Assim vos restituirei os anos que foram consumidos pela locusta


voadora, a devoradora, a destruidora e a cortadora, o meu grande exército
que enviei contra vós.
Joel 2:25
Os profetas chamavam Adonai de “Senhor dos exércitos” porque
todos foram criados por ele, sejam anjos, estrelas, seres humanos, insetos, etc.
Vários desses foram enviados contra o Egito, como piolhos, moscas, rãs e
locustas. A culpa de sofrer qualquer praga é sempre do próprio homem. A
feitiçaria era tão real no Egito, que os magos imitaram muitos sinais que só
Moisés fazia. Veja que a soberba, a idolatria e a bruxaria na terra de Faraó
levaram o país à ruína. Jeová enviara seus exércitos destrutivos como juízo
contra os egípcios. Somente em casos típicos como esses, é que o Criador
dispara suas armas letais contra homens impenitentes e desobedientes. Em
outros casos, o próprio diabo age trazendo epidemias através de seus
feiticeiros e bruxos. E dependendo da situação, o Eterno até permite que ele
opere para castigo daqueles que não se arrependem. Ele é imitador de Deus e
não o contrário. Se não, veja:

Faraó também mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os magos


do Egito, também fizeram o mesmo com os seus encantamentos.
Êxodo 7:11

Apesar das ações satânicas por intermédio dos encantamentos, todo o


poder é do Eterno. Se ele permitir, satanás engana se não, o mal não pode
agir. O crente precisa saber disso e parar de atribuir poderes ao diabo.
Quando Janes e Jambres (seus nomes aparecem no Targum de Jonatan Ben
Uzziel) tentaram converter o pó da terra em piolhos não obtiveram sucesso:

Fizeram assim; e Arão estendeu a sua mão com a sua vara, e feriu o
pó da terra, e havia muitos piolhos nos homens e no gado; todo o pó da terra
se tornou em piolhos em toda a terra do Egito.
E os magos fizeram também assim com os seus encantamentos para
produzir piolhos, mas não puderam; e havia piolhos nos homens e no gado.
Êxodo 8:17,18

Por que os magos não fizeram surgir piolhos na terra do Egito? Há


algumas explicações razoáveis para isso:
1. Não havia mais pó para ser convertido em parasitas em toda a
terra de Faraó.
2. O diabo como imitador e usurpador pode apenas pegar o que
existe e reproduzir, como no caso das rãs reproduzidas e do
rio Nilo que foi transformado em sangue.
3. A última razão e talvez a mais forte, é que satanás não pode
criar nada. Elohim criou o homem do pó da terra, ou seja, ele
fez surgir vida da morte, o animado do inanimado. Tal foi esse
milagre de Moisés!
Alguns dizem que Deus criou tudo do nada, menos o homem. Para
tanto utilizam o termo hebraico bara (‫)ברא‬. Mas você já imaginou que
transformar um monte de pó em vida é como criar do nada? Já pensou que é
impossível fazer do barro um ser animado? Um montão de pó ou um caco de
barro é um material, algo físico. Mas qual a diferença entre produzir vida do
físico ou do nada? Para Deus não há impossível. Ele produz e o imitador
apenas reproduz!
De qualquer forma, a vida não dom do diabo e sim do Eterno. Por
isso os encantadores foram frustrados na questão dos parasitas que infestaram
a terra dos egípcios. O Criador falou e os anjos passaram a existir. Os seres
viventes apareceram não apenas da terra, como também do mar e do ar. A ele
a glória!
Outro grande exemplo é o de Jó. Embora o adversário tocasse em
tudo o que ele tinha, só pôde fazê-lo porque Jeová o permitiu. Os judeus bem
sabiam da vingança divina contra o mal. Por várias vezes encontram-se nas
escrituras a expressão: “E o senhor entregou os israelitas nas mãos de seus
inimigos”. Veja algumas delas:

E os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e se


esqueceram do Senhor seu Deus; e serviram aos baalins e a Astarote.
Então a ira do SENHOR se acendeu contra Israel, e ele os vendeu na mão
de Cusã-Risataim, rei da mesopotâmia; e os filhos de Israel serviram a
Cusã-Risataim oito anos.

Juízes 3:7,8

E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do


SENHOR, e o Senhor os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
Juízes 13:1

O livro de Juízes foi escrito aproximadamente em 1126 a.C. Segundo


a tradição judaica seu autor foi Samuel. Alguns sugerem Isaías (2Cr 32.32).
Samuel poderia dizer: “e satanás atacou a Israel e o massacrou
através de seus homens”. Não! Ele afirmou: “e o Senhor os entregou na mão
dos filisteus por quarenta anos”.
Há muitas outras referências no tocante à ira divina sobre os rebeldes
à sua voz. Tais passagens servem de lições, para que todos saibam que o que
ocorre aos crentes, é tanto culpa deles, como permissão de Jeová. Nenhum
poder deve ser atribuído a satanás. Sempre que o maligno imita as obras da
luz, ele faz à base da mentira e do engano tal como ocorreu no Egito.
E mesmo que ele consiga fazer sinais miraculosos é para enganar os
que jazem em trevas. Os filhos da luz sabem de seus ardis e artimanhas. O
Eterno, no entanto, está no controle de tudo. Os que são controlados pelo
poder satânico são filhos das trevas. E isso também ocorre por devida
permissão divina, porque todas as almas são do Criador, bem como o mundo
e a sua plenitude. Paulo conhecia suas astúcias:
A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder,
e sinais e prodígios de mentira,
E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não
receberam o amor da verdade para se salvarem.

2 Tessalonicenses 2:9,10

São prodígios e sinais de mentira. Ainda que o inimigo de vidas


prevaleça sobre os pecadores, não quer dizer que ele tenha poder para
controlar e fazer o que quer. Quem lhe confere esse controle é o próprio
homem incrédulo e degradado. E Deus, vendo a obstinação humana, permite
tal domínio demoníaco como se deduz do texto supracitado.
O profeta milenar profetizou:

Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o


Senhor, faço todas estas coisas.
Isaías 45:7

Portanto: a maldição, pronunciada pela palavra divina nas leis e


profetas, cairá sobre os que se recusam obedecer. Não há porque ter medo do
demônio devorador, se assim alguém quiser chamar. O temor se deve a Deus
apenas. Ele castiga a quem lhe resistir e é antes de todos. Todo o poder é
dele. Antes de qualquer repreensão ele faz um doce e amoroso convite à
salvação e à justiça. E uma vez que alguém aceitou deve atender, sobretudo, à
sua voz que disse: “as dízimas são do Senhor”. (Lv 27:30)

Ofertas alçadas

As ofertas ao lado dos dízimos são igualmente importantes e


indispensáveis para a obra. A oferta alçada exigida pela lei era o dízimo dos
dízimos. Os israelitas levavam a décima parte aos levitas e estes a
entregavam aos sacerdotes, seus irmãos também da tribo de Levi. Até os
levitas que recebiam as dízimas tinham de repassar o que era de Jeová. Os
últimos que ficavam e utilizavam as ofertas alçadas eram os sacerdotes. E
eles consumiam segundo suas necessidades pessoais e do templo. Por que
ninguém mais tinha direito além deles? Por que eles eram os derradeiros em
recebê-las? Na verdade, assim ocorria porque eram figuras ou tipos do
verdadeiro sacerdote: Jesus cristo. Recebendo Cristo o que lhe pertence, ele
mesmo administra através de seus servos para sua obra hoje. E por ser dele a
décima e, portanto, a honra, não tem precisão de devolvê-la a mais alguém e
sim abençoar os colaboradores:

Disse mais o Senhor a Moisés:


Também falarás aos levitas, e lhes dirás: Quando dos filhos de Israel
receberdes os dízimos, que deles vos tenho dado por herança, então desses
dízimos fareis ao Senhor uma oferta alçada, o dízimo dos dízimos.
E computar-se-á a vossa oferta alçada, como o grão da eira, e como a
plenitude do lagar.
Assim fareis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que
receberdes dos filhos de Israel; e desses dízimos dareis a oferta alçada do
Senhor a Arão, o sacerdote.
De todas as dádivas que vos forem feitas, oferecereis, do melhor delas, toda
a oferta alçada do Senhor, a sua santa parte.
Portanto lhes dirás: Quando fizerdes oferta alçada do melhor dos dízimos,
será ela computada aos levitas, como a novidade da eira e como a novidade
do lagar.
E o comereis em qualquer lugar, vós e as vossas famílias; porque é a vossa
recompensa pelo vosso serviço na tenda da revelação.
Pelo que não levareis sobre vós pecado, se tiverdes alçado o que deles há de
melhor; e não profanareis as coisas sagradas dos filhos de Israel, para que
não morrais.
Números 18:25-32

Entre outros, alçada significa “erguida”, “elevada”, portanto como o


próprio texto sugere: a melhor parte de tudo o que era levado aos levitas.
Uma oferta elevada (dízimo dos dízimos) era devolvida aos sacerdotes. Os
levitas que não fizessem isso poderiam pagar com vida por profanação, pois a
oferta alçada era vista por Jeová como algo sagrado. Observe que tudo o que
é ou deve ser dedicado à causa do reino de Deus é considerado santo e
valioso por ele. Quanto ao que ficava para os levitas poderia ser consumido
em qualquer lugar com suas famílias. Era o salário deles pelo serviço que
prestavam no Tabernáculo. Tanto os sacerdotes como os levitas eram pagos
pelo trabalho que realizavam na Tenda da Reunião. Seria muito que o pai
celestial abençoasse os pastores e líderes que se dedicam integralmente à obra
dele nos dia de hoje? Certamente que não! Ele é justo e recompensador,
porém cabe a cada ministro não se deixar levar pela ganância e fazer tudo
com amor e dedicação.
As ofertas alçadas representam o que de melhor o crente pode doar
aos templos. Tudo para o crescimento do reino e à divulgação do Evangelho.
Toda e qualquer oferta ajuda e muito no pagamento de contas e alugueis,
entre outros inúmeros compromissos. É importante até para se evitar que o
nome de qualquer denominação cristão fique registrado no SPC/SERASA.
Os filhos de Deus têm de ter consciência disso. Paulo disse que a culpa de o
nome do Eterno ser blasfemado é de seu povo:

Assim, pois, por vossa causa, o nome de Deus é blasfemado entre os


gentios, como está escrito.
Romanos 2:24

O ato dos levitas em devolverem a décima da décima parte das


dádivas, era uma contribuição para a sobrevivência dos próprios sacerdotes.
Além de todo alimento que era transportado à casa do tesouro (templo e
cidades dos levitas), houve épocas em que os hebreus e judeus contribuíram
voluntariamente para a construção e reformas dos santuários com ouros,
pratas, tecidos e joias. Acompanhe o texto a seguir:

Disse mais Moisés a toda a congregação dos filhos de Israel: Esta é a


palavra que o Senhor ordenou dizendo:
Tomai de entre vós uma oferta para o Senhor; cada um cujo coração é
voluntariamente disposto a trará por oferta alçada ao Senhor: ouro, prata e
bronze,
como também azul, púrpura, carmesim, linho fino, pelos de cabras,
peles de carneiros tintas de vermelho, peles de golfinhos, madeira de
acácia,
azeite para a luz, especiarias para o óleo da unção e para o incenso
aromático,
pedras de berilo e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.
E venham todos os homens hábeis entre vós, e façam tudo o que o Senhor
tem ordenado:
o tabernáculo, a sua tenda e a sua coberta, os seus colchetes e as suas
tábuas, os seus travessões, as suas colunas e as suas bases...
Êxodo 35:4-11
E veio todo homem cujo coração o moveu, e todo aquele cujo espírito
o estimulava, e trouxeram a oferta alçada do Senhor para a obra da tenda da
revelação, e para todo o serviço dela, e para as vestes sagradas.
Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram bem dispostos de
coração, trazendo broches, pendentes, anéis e braceletes, sendo todos estes
joias de ouro; assim veio todo aquele que queria fazer oferta de ouro ao
Senhor.
E todo homem que possuía azul, púrpura, carmesim, linho fino, pelos de
cabras, peles de carneiros tintas de vermelho, ou peles de golfinhos, os
trazia.

Êxodo 35:21-23

Os metais valiosos foram doados voluntariamente para a construção


do tabernáculo, ou seja, a oferta alçada, o de melhor. Repare que Moisés
descreve com detalhes as dádivas doadas generosamente. Cada uma delas
serviria para cada pormenor na edificação do santuário. Cada crente precisa
ficar atento ao que a obra de Deus carece e doar, conforme suas posses o que
lhe for necessário. A manutenção do serviço sagrado não ocorre
espontaneamente. Ela carece da cooperação consciente de cada um.
Quando Ciro, o rei da Pérsia, ordenou a reconstrução do templo em
Jerusalém, todos os judeus conscientes e fiéis à lei ofereceram
voluntariamente dádivas alçadas:

No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a


palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o
espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu
reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:
Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos
da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em
Judá.
Quem há entre vós de todo o seu povo {seja seu Deus com ele} suba para
Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é
o Deus que habita em Jerusalém.
E todo remanescente, seja qual for o lugar em que é peregrino, seja ajudado
pelos homens desse lugar com prata, com ouro, com bens e com animais,
afora a oferta voluntária para a casa de Deus, que está em Jerusalém.
Então se levantaram os chefes das casas paternas de Judá e Benjamim e os
sacerdotes, e os levitas, todos aqueles cujo espírito Deus despertara, para
subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém.
E todos os seus vizinhos os ajudaram com utensílios de prata, com ouro,
com bens, com animais e com coisas preciosas, afora tudo o que se ofereceu
voluntariamente.
Também o rei Ciro tirou os utensílios que pertenciam à casa do Senhor e
que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém e posto na casa de seus
deuses.
Ciro, rei da Pérsia, tirou-os pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os
entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá.

Esdras 1:1-8

Tanto os hebreus no deserto (Tabernáculo) quanto os judeus em


Jerusalém (Templo de Salomão) contribuíram com ofertas alçadas para a
construção e reconstrução dos santuários. Até o rei Ciro colaborou
devolvendo o que pertencia a Jeová. Prova de que o sagrado não pode ficar
em contato com o profano. O consagrado não deve ser retido, tendo em vista
a necessidade da obra divina. Tais exemplos são para os filhos da luz em
todas as gerações e séculos:

Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar,


para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.
Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para
toda boa obra.
2 Timóteo 3:16,17

Justiça é reconhecer o mérito de outrem. Ainda há dúvidas sobre o devolver a


décima sagrada do Criador? Há qualquer resquício de incerteza quanto a
ofertar alegremente para a causa do reino? Os ímpios não o farão em teu
lugar! O senhor Jesus não fará chover dinheiro sobre a igreja para honrar seus
compromissos seculares. Ele não é falsificador de moedas. A colaboração de
seus filhos para o resgate de vidas é esperada por ele.

A recompensa em dizimar

Nenhuma recompensa é dada pelo senhor Jesus por causa do tipo,


obra ou oferta proposta. A fidelidade sim é recompensada. Alguns textos
bíblicos elucidativos são importantes para a confirmação:

Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me


considerou fiel, designando-me para o ministério...
1 Timóteo 1:12

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto


no pouco, também é desonesto no muito.

Lucas 16:10

E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas.


E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel,
sobre dez cidades terás autoridade.
E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas.
E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades.
Lucas 19:16-19

Não tenha medo do que você está prestes a sofrer. Saibam que o
diabo lançará alguns de vocês na prisão para prová-los, e vocês sofrerão
perseguição durante dez dias. Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da
vida.
Apocalipse 2:10

Dados os exemplos acima, fica claro que a fidelidade dos filhos da luz
é o profundo desejo do pai celeste. Em Apocalipse o mestre Jesus afirmou
que galardoará a cada um segundo as suas obras. Não quer dizer que o
critério utilizado por ele em seu julgamento, se baseará na quantidade de
serviços realizados pelos seus servos, mas sim na forma como tais trabalhos
foram feitos segundo a vontade divina.

Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu


retribuirei a cada um de acordo com o que fez.

Apocalipse 22:12

Cada um será retribuído pelo que fez, seja bem ou mal. As obras
apenas revelam o caráter e a fé de todos. Se o rei recompensasse pela
quantidade ou pelas aparentes grandeza e beleza das atividades, os ricos
entrariam primeiro no paraíso celestial. Como não é bem assim, muitos
preferem entrar no “Paraíso Fiscal”, esse caminho é mais fácil (ironia).
O salmista ensina com muita propriedade tal verdade:

Tenho sido irrepreensível para com ele e guardei-me de praticar o


mal.
O Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza das
minhas mãos diante dos seus olhos.
Ao fiel te revelas fiel, ao irrepreensível te revelas irrepreensível.
Ao puro te revelas puro, mas com o perverso reages à altura.
Salmos 18:23-26

As pessoas estão muito indiferentes à vontade do Santo. Arranjam


todas as desculpas para não seguirem à risca aos mandamentos eternos e
puros. Estão longe de saberem o que é praticar a justiça e a verdade. Fazem o
possível e até o impossível para defenderem sua avareza. Reter o que é de
Adonai é roubo. É omissão. É perversidade contra a expansão de seu reino
altruístico.
O ato de dizimar não será retribuído pelo baixo ou alto valor
devolvido. Cada pessoa dizima segundo o salário que recebe. A integridade
do indivíduo é que entra na conta celestial. Não há por que ter medo de ser
amaldiçoado por não dar o que é de Deus. Ele não julga e castiga apenas os
injustos. Condena igualmente os mentirosos, assassinos, beberrões, glutões e
todos os tipos de pecados. Não adianta, por exemplo, ser dizimista fiel e não
perdoar de coração ao semelhante. Não resolve, semelhantemente, perdoar
sem, contudo, atender ao chamado ministerial. O Eterno quer a integridade
moral de seus filhos.
O senhor Jesus abençoa realmente ao fiel ? As provas foram dadas.
Ademais, Paulo lança luz de como as benesses podem vir sobre a vida do
crente fiel:

E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa,


também os ramos o são.
Romanos 11:16

Se os primeiros frutos são dedicados a Jeová, o restante que ficar nas


mãos do ofertante, também será. E nenhum mal pode tocar. Se a raiz é
santificada ou abençoada, os ramos igualmente serão. (Obviamente Paulo se
referia a Israel e aos gentios convertidos a Cristo). Todavia, o texto pode
servir de exemplo conclusivo de que os bens do cristão são protegidos pelo
Eterno, se apenas dez por cento lhe for consagrado. E se o amigo (a) leitor
entregar apenas sua vida fielmente nas mãos dele, todas as demais áreas serão
bem-sucedidas! Com certeza o rei Jesus vai te recompensar; não por ser um
dizimista e sim um servo bom e fiel em tudo!

Não precisa ser um judeu para obedecer

Não precisa ser um judeu para obedecer aos mandamentos divinos.


Basta confiar em Jesus Cristo e seguir seus ensinamentos. Ele, sendo o filho
de Deus, outorgou suas leis para que seus seguidores as obedecessem. Tais
ordens fazem parte de toda a Bíblia Sagrada. Ele coexistia com o pai celestial
na eternidade antes que assumisse seu corpo físico:

E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória


que tinha contigo antes que o mundo existisse.
João 17:5

Sendo assim sua vontade é revelada desde Gênesis a Apocalipse. Em


vida na terra ele apenas interpretou-a como os escribas e fariseus ou doutores
da lei não conseguiam fazer. Eles não tinham a plenitude do Espírito neles, o
mestre Jesus sim:

Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te


ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros.
Salmos 45:7
Reis, sacerdotes, profetas ou juízes não possuíam tal comunhão com o
divino Espírito. Cristo possuía a totalidade da unção do Santo Espírito. Por
isso seu título Messias (o ungido) é singular e privilégio exclusivamente dele.
Analise que a recompensa de Cristo em receber tal benefício do céu foi
devido à sua vida íntegra. A expressão: “tuas amas a justiça” denota que ele
foi obediente ao pai e, portanto: “Por isso Deus, o teu Deus te ungiu com
óleo de alegria...”. Essa foi sua retribuição! Isaías profetizou o mesmo:

E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e


de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de
conhecimento e de temor do Senhor.

Isaías 11:2

É um mesmo Espírito de sete aspectos ou virtudes. Possivelmente seja


por esse motivo que João o chama de “sete tochas”:

E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono


ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus.
Apocalipse 4:5

O recebimento de tal virtude ocorreu por ocasião de seu batismo. João


Batista testificou de Cristo o ungido filho de Deus:
E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da
Galiléia, foi batizado por João, no Jordão.
E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como
pomba descia sobre ele.
E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem
me comprazo.
E logo o Espírito o impeliu para o deserto.
E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as
feras, e os anjos o serviam.·.
Marcos 1:9-13

Vale uma analise minuciosa do texto sagrado. Por que o Espírito


desceusobre Jesus ? A resposta está no testemunho do próprio pai celeste:
“Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo”. Após o batismo, o
mesmo Espírito levou-o ao deserto. Com a força daquela unção não apenas
jejuou, como também venceu o tentador. Qualquer pessoa cheia do Espírito
será conduzida ao deserto para a provação.
Tomando vínculo com o tema desse tópico, não se pode negar que a
unção na vida do crente o ajudará ser fiel ao Senhor Jesus. Seus
mandamentos tornam-se leves quando o cristão está cheio do Espírito. Ele
rompe qualquer barreira para fazer a vontade divina. Transpõe montes e
montanhas para agradar ao Eterno. O mestre recebeu a unção sem medida e
o crente a recebe na medida do possível. Compare os dois versos:

Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não
lhe dá Deus o Espírito por medida.
João 3:34

Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de


Cristo.
Efésios 4:7

E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-


vos do Espírito;
Efésios 5:18
Ainda que o cristão não receba a mesma medida de poder e graça que
Cristo, ele pode recebê-la na medida do possível, ou seja: quanto mais se
santificar e for aperfeiçoado pelas provações, mais receberá do Espírito da
Graça. Dessa forma poderá guardar com alegria as ordens e vontades divinas.
E como o Espírito é derramado sobre os que vêm a Cristo, não é necessário
ser um judeu para praticar qualquer item da lei ou mesmo dizimar e ofertar. O
peso se torna custoso sobre os que não têm comunhão com o Espírito Santo
de Deus em seus corações. Salomão aconselhou que o dever de todo o
homem é obedecer aos seus mandamentos. Não é tarefa apenas para um
judeu:
De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus
mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.
Eclesiastes 12:13

A interpretação equivocada de que o dízimo é coisa do Antigo


Testamento e não do N.T, é rechaçada pela expressão: “... é dever de todo o
homem”. Portanto se é responsabilidade de todo ser humano praticar a justiça
perante Deus, que dirá de seus servos! Iterando: é mandado do senhor Jeová e
vontade de seu filho o ato justo de dizimar. Se alguém quiser ser contencioso
basta examinar a exortação de Paulo, que diz:

Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?


Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem
os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os
bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

1 Coríntios 6:9,10

O sangue e os sacrifícios

A Antiga Aliança baseava-se no derramamento de sangue. Sem este


elemento era impossível a remissão dos pecados. Então o que de fato
importava no Antigo Testamento de Moisés, para todos os efeitos da lei,
eram os sacrifícios de animais. Eram necessários o sangue e a fidelidade aos
mandamentos.

Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os


mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com
água, lã purpúrea e hissopo, e aspergiu tanto o mesmo livro como todo o
povo,
Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado.
E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do
ministério.
E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão.

Hebreus 9:19-22

Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha


esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne,
Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu
a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras
mortas, para servirdes ao Deus vivo?
Hebreus 9:13,14

Na mente de Deus o sangue de animais se limitava a purificar apenas


o corpo. O de Cristo purifica a consciência, o espírito do crente. Ele, como
cordeiro, verteu seu sangue na cruz e substituiu as oblações levíticas.
Eliminou as ofertas de manjares e os holocaustos, bem como as festividades
solenes obrigatórias. Porque esses atos cerimoniosos eram apenas sombras do
que Cristo faria na cruz. Hoje o sangue de Jesus e os mandamentos são as
bases para o Novo Testamento. A justiça, o amor e a fé nunca foram
nulificados por ele. Jamais!
Tendo, portanto tal convicção atenda à ordem divina que diz: “... e
ninguém apareça vazio perante mim (Êxodo 23:15). Leve a glória, o louvor,
as ofertas, os dízimos e alimentos para à obra e às pessoas carentes. O senhor
Jesus vai te recompensar, mas não espere receber apenas nesta vida. Há
tesouros, palácios, pedras preciosas e toda a sorte de adornos e decorações
inefáveis para sua vida eternamente. Se Deus criou o mundo e é tão atrativo e
fascinante, imagine seu paraíso celestial e o futuro reino de seu filho aqui
terra! Somente os justos e fiéis vão entrar.

As franjas do manto israelita

Todas as festividades, certos uniformes, os detalhes de algumas


vestimentas, rituais e outras ordenanças, serviam para que os judeus
voltassem sua atenção aos mandamentos. Era tudo tipologia e simbolismos.
No caso de alguns detalhes das roupas que os israelitas tinham de vestir não
era diferente. Por se tratar de símbolos, isso não quer dizer que os filhos e
filhas de Deus devam se vestir como um mundano ou uma meretriz. Eles têm
de fazer a diferença até no vestir. Agora leia atentamente o texto abaixo:

E falou o Senhor a Moisés, dizendo:


Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Que nas bordas das suas vestes façam
franjas pelas suas gerações; e nas franjas das bordas ponham um cordão de
azul.
E as franjas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os
mandamentos do Senhor, e os cumprais; e não seguireis o vosso coração,
nem após os vossos olhos, pelos quais andais vos prostituindo.
Para que vos lembreis de todos os meus mandamentos, e os cumprais, e
santos sejais a vosso Deus.
Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para ser vosso
Deus. Eu sou o Senhor vosso Deus.

Números 15:37-41

Franjas porás nas quatro bordas da tua manta, com que te cobrires.
Deuteronômio 22:12

As franjas deviam ser feitas nos quatro extremos do manto que ficava
por cima das outras vestes. O cordão ou laço azul apenas representava a
aliança divina com Israel. O azul lembrava também que os cuidados do povo
vinham do alto. Dá para notar que tais ordenanças simplesmente apontavam
para algo superior, ou seja, a prática dos decretos divinos, e não somente para
a aparência de um cordão azul exterior para atrair atenções. Os fariseus não
entendiam o que Deus queria deles, por isso alargavam seus filactérios e
franjas para chamarem a atenção:

“E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois


trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes...”.
Mateus 23:5

A cobrança divina era que obedecessem às ordens legais. Eles, porém


se gabavam das boas obras e das formas exteriores. Jeová mais que deixou
claro sua vontade sob o antigo regime mosaico: “Para que vos lembreis de
todos os meus mandamentos, e os cumprais, e santos sejais a vosso Deus”.
Os religiosos acreditavam que a forma exterior de piedade era o suficiente
para a justificação. Na verdade servia apenas para a autojustificação. Em
certos casos, torna até mesmo uma abominação para Deus. A santidade,
conforme as duas passagens já lidas, era e continua sendo a guarda das
ordens divinas.
Outro motivo das festas serem instituídas por Jeová era o incentivo à
confraternização, à comunhão e à lembrança de seus estatutos. Tais eventos e
cerimônias ainda que solenes, tinham por objetivo maior aquecer os corações
judaicos para uma vida de santidade de conformidade com suas leis. Após
uma festança cheia de alegria, louvores e aprendizados, o povo deveria voltar
renovado para sua casa. Aqueles momentos seriam fixados em suas mentes e
impregnados em sua alma, para que sempre se lembrassem em praticar as
santas e perfeitas leis divinas.Não é sobre isso que diz o salmista ? Se não,
veja:

Bem-aventurado o povo que conhece o som alegre; andará, ó Senhor,


na luz da tua face.
Em teu nome se alegrará todo o dia, e na tua justiça se exaltará.

Salmos 89:15,16

Após alguns dias de prazer e experiência com o pai celeste, seus


filhos terão prazer em andar em sua luz: em sua santa palavra. Daí a sua bem-
aventurança! Não há desculpas para se viver longe dos cultos e eventos
cristãos. Nestes se recebem mais força e graça para caminhar. Os que
reclamam das reuniões espirituais semanais das igrejas para o louvor a Deus,
nunca, de fato, entenderam ou conheceram os pensamentos divinos.
Tampouco têm a mente de Cristo. São especuladores e nada mais. Os filhos
de Deus têm de ser participativos e estar presentes para a comunhão no
Espírito e o fortalecimento da fé. Os exemplos foram dados pelos israelitas.
Depois de tudo o que foi explanado vale aceitar que todos os
princípios espirituais e morais da lei ainda são exigidos pelo grande mestre.
As franjas com o cordão azul servia como uma lembrança das leis divinas.
Mesmo qualquer ato cerimonial trazia à memoria os preceitos que deviam ser
observados pelos judeus. No entanto, o profeta Jeremias, anos mais tarde,
profetizou que Jeová imprimiria suas leis em seus corações. Quer dizer: não
mais dependeriam de coisas ou objetos externos para que recordassem de sua
legislação. Analise o verso seguinte:

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles
dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu
coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
Jeremias 31:33

A lei não apenas está no papel, como também no espírito do crente.


Conclui-se então que ela não foi abolida, continua viva. Salvo o que já foi
tratado como coisas desnecessárias hoje em dia após o sacrifício na cruz. Não
que o servo de Cristo tenha de se preocupar em obedecer aos 613
mandamentos (mitzvot) da Torá. A prática do amor faz cumprir todos eles.
Quem ama pensa em Deus e no semelhante em tudo o que faz.
As franjas com o laço azul, bem como os filactérios (caixinhas de
couro que continham um pergaminho com trechos da Torá, presas ao braço
ou na frente) deveriam lembrar a prática das escrituras sagradas. Após o
verdadeiro sacrifício na cruz, as leis foram gravadas nos corações pela pessoa
viva do Espírito Santo doado aos crentes. Sendo assim os cristãos são sempre
lembrados da vontade divina, e o Senhor Jesus torna-se, de fato, Deus de
todos os que lhe obedecem.
Lembre-se: Deus não viola sua santa palavra por amor a ninguém!
O compromisso dele é com a palavra, seja para salvar ou não. Tudo depende
de como você obedece aos seus preceitos. As escrituras vão te julgar e não os
sentimentos divinos. Aí mora o perigo e por isso muitos se perderam para
sempre nas trevas eternas.Como se faz a vontade divina ? Praticando as suas
ordens! Diga agora mesmo: a graça de Cristo me trouxe o perdão e por ela
tenho forças para obedecer ao seu querer. Sua graça não anula a justiça e os
mandamentos divinos, ela exalta os seus juízos contra o pecado e à injustiça.

Conclusão

Finalmente: todos os respaldos bíblicos são de inteiro valor do ponto


de vista espiritual e moral. Não haverá salvação eterna para os que são
injustos e negligentes no que tange ao dízimo e às ofertas. Os que ignoram
tais verdades serão julgados segundo os critérios ou sabedoria divina. Os que
entendem e não praticam serão condenados segundo a justiça divina. Encha-
se do Espírito Santo e ele te ajudará. Peça misericórdia ao Eterno e ele te
fortalecerá para a obediência de sua vontade. Dizime e oferte conforme a
vontade do Eterno! Amém.

Oração para a salvação eterna

Senhor Jesus creio que tu és o filho de Deus.


Que só o Senhor me justifica diante Deus.
Que só o Senhor pode apagar meus pecados e meu passado da memória de
Deus e da condenação eterna.
Creio também que o Senhor morreu e ressuscitou dos mortos. E agora vive
sempre para me defender perante o Justo Juiz Universal. Pois já pagaste o
preço pelos meus pecados. Guia-me em toda a verdade sobre a sua vida que
está na Bíblia Sagrada. Envie agora mesmo o seu Espírito Santo para entrar
em meu coração e para me ajudar a fazer o que é reto e justo aos olhos do
Pai. Graças te dou, ó Messias!
A partir daí procure se batizar nas águas por imersão e nunca mais
volte atrás. Procure uma igreja cristã mais próxima de sua casa!
Uma benção
O Senhor Jesus te abençoe e te guarde; O Senhor Jesus faça
resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; O Senhor Jesus volte
para ti o seu rosto e te dê paz. Amém!

Ao Criador toda a glória e louvor para todo o sempre!

Versões bíblicas utilizadas:


ACF, NVI, SBB, ARIB.

Catálogo:
O coxo foi curado!
Judaísmo, Sionismo e Cristianismo à luz do Evangelho de Cristo.
Satanismo nas famílias e na política – A manifestação do Anticristo!
Quando e como ocorre a condenação divina ?

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