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A GENUINA EXPERIENCIA ESPIRITUAL ou Experiéncia espiritual, verdadeira ou falsa? Uma versao reduzida, re-escrita para os leitores de hoje, a partir do classicoA treatise concerning religious affections, por Jonathan Edwards. A.M. (1703-1758) A obra completa, em inglés, est disponfvel na Banner of Truth Trust, Edimburgo, EH12 6EL, Escécia Preparado por Dr. N.R. Needham, B.D., PhD. rs PUBLICACOES EVANGELICAS SELECIONADAS Caixa Postal, 1287 01059-970 — Sao Paulo, SP Titulo original: The experience that counts Editora: Grace Publications Trust, London Primeira edigdo em inglés: 1991 Tradugao do inglés: Marcia Serra Ribeiro Viana Revisao: Antonio Poccinelli Capa: Ailton Oliveira Lopes Primeira edigdo em portugués: 1993 Composicao e Impressio: Imprensa da Fé INDICE Introdugio Prefacio Parte I-A natureza das emogées e sua importéncia no cristianismo Comentarios iniciais sobre emogées.. O que so emogées? ..... A verdadeira religiaio consiste principalmente em emogGes ........45 As emocoes diferentes .. A verdadeira religidio é resumida no amor Davi, Paulo, Joao e Cristo como exemplos de emoc6es santas . Emogées no céu Emogées e nossos deveres religiosos Emogées e a dureza do coragio 0. Que ensinamentos sobre emogGes es podemos aprender de tudo isso? ... sesneeeanseeenesees ype Sern NaF Parte Il- Aquilo que NAO prova que nossas emogées vém de uma verdadeira experiéncia de salvagéo 1. Experiéncias fortes e vivas ndo provam que nossas emogGes sejam espirituais ou na 2. O fato de nossas emogGes produzirem grandes conseqiién- cias no corpo n§o prova que sejam espirituais ou nao......... 39 3, O fato de nossas emogées produzirem grande calor e disposicao para falar sobre o cristianismo nao prova que sejam espirituais ou nao... seseeeeane 4. EmogGes que nao saio produzidas por nosso PrOprio esforgo podem ser ou nao espirituais... sroeeeaseeneee AL -5- 5. O fato de nossas emogdes virem acompanhadas por um versiculo biblico nao prova que sejam ou nfo espirituais ... 44 6. Se nossas emogdes parecem conter amor, isto nfo prova que sejam ou no espirituais ... 7. Aexisténcia de experiéncia de muitos tipos de emogdes nao prova que sejam ou no espirituais ....... 8. Se conforto e alegria parecem seguir em determinada ordem, isto nado prova que nossas emogées sejam espirituais ou nfo ..... a w» 48 9. Se nossas emogGes nos levam a ender muto tempo nas tarefas e do culto cristo, af nado ha prova que sejam ou no espirituais ... 52 10. O fato de nossas emogées nos levarem a louvar a Deus com uiossas bocas nao prova que sejam ou nao espiritiuais 53 11. O fato de nossas emog6es produzirem seguranga de salvagaio nao prova que sejam ou nao espirituais ... 12. N&o podemos saber se as emogées de aiguém sio espirituais » 59 ou ndo, somente por seu telato comovente.. Parte III - Os sinais que distinguem verdadeiras emogies espirituais Comentérios iniciais 2. Emogées espirituais verdadeiras surgem de influéncias espirituais, sobrenaturais e divinas no coragao..... oe 3. O propésito de emogées espirituais é a beleza das coisas espirituais, nao nosso préprio interesse Emogoes espirituais sfo baseadas na exceléncia moral das. coisas divinas Emogées espirituais surgem da compreensio espiritual Emogées espirituais trazem uma convicgao da realidade das coisas divinas ... “ Emogées espirituais | sempre coexistem com a humilhago espiritual . 8. Emogées espirituais sempre coexistem com uma mudanga de natureza .... S Nn aw 10. di. 12. . Conclusio .. As emogées espirituais verdadeiras diferem das falsas, na promogao de um espirito de amor, humildade, aa, perdio compaix&o 4 semelhanga de Cristo... As verdadeiras emogées espirituais enternecem o coracio e existem juntamente com uma ternura do espirito cristao .... 95 As verdadeiras emogées espirituais, ao contrario das falsas, tém simetria e equilibrio belissimos... 7 As verdadeiras emogoes espirituais produzem um | desejo por santidade mais profunda, diferentemente das emogdes falsas, as quais se satisfazem em si mesmas . O fruto das verdadeiras emogGes espirituais é a prdtica crista.. . A pratica crista é, para outros, © principal sinal da sinceridade de um convertido ... . A pratica crista é sinal certo de conversio para a a conscién- cia da PrOpria Pessoa INTRODUCAO Jonathan Edwards (1703-1758), 0 maior tedlogo da América, escreveu seu Tratado sobre Afeic¢des Religiosas tendo como pano de fundo o Grande Despertamento, 0 equivalente americano do que os briténicos chamam deO Avivamento Evangélico. O préprio Edwards teve um papel de destaque no Despertamento, como pastor de uma igreja Congregacional em Northampton, Massachussetts. O anseio de Edwards em diferenciar a experiéncia religiosa verdadeira da falsa resultou de sua preocupagio pastoral no contexto de avivamento. Pregou uma série de sermées sobre I Ped. 1:8 tratando do assunto, em 1742-1743. O Tratado resultou da revisio do texto desses serm6es para publicacao em 1746. Edwards teve que lutar em duas frentes, Por um lado, tinha que argumentar contra aqueles que descartavam todo 0 avivamento como histeria irracional; por outro, tinha que argumentar contra aqueles que pareciam pensar que tudo o que aconteceu no avivamento era “de Deus”, nao importa quao estranho, extremista ou desequilibrado isso fosse. Essas duas posig6es antagénicas parecem familiares? Em sua tentativa de tragar um caminho intermediério entre esses extremos, a um tempo similares e opostos, Edwards confrontou-se com uma série de questdes fundamentais: o que significa ser cristio? Seria o cristianismo um assunto meramente intelectual? E os desejos, sentimentos e experiéncias? O que é conversio? Como sabermos se as pessoas foram convertidas? Até que ponto devemos testar uma conversao aparente, para verificar se é real? Qual o papel da certeza da salvacdo na experiéncia cristé? Que experiéncias religiosas devem ser incentivadas e quais devem ser desencorajadas? Como podemos testar a sinceridade e veracidade de nossa f6? Quais os sinais de hipocrisia e desencantamento religioso? -9- Talvez nao estejamos vivendo em meio a um avivamento, porém essas quest6es e as respostas dadas por Edwards sao profun- damente relevantes a nés hoje em dia. Sentimentos e experiéncias talvez nunca tenham sido tio enfatizados e procurados com tanto anelo como estfio sendo entre os cristios de nossa geragio, Os resultados muitas vezes tém sido espiritualmente desequilibrados, sem discernimento e prejudiciais. Como reagio, alguns j4 retrocederam a uma ortodoxia dura, fria e seca, vendo qualquer coisa “emocional” com profunda desconfianga. Em Edwards encontraremos “um guia para o perplexo” — uma voz de s& clareza bfblica e espiritual para nos guiar, com seguranga pela emaranhada confusio contemporanea nessa 4rea crucial. Uma nota sobre “afeigdes”e “emocées” A palavra “afeigdes” aparece no titulo original do livro de Edwards e freqiientemente em suas p4ginas. Hoje em dia, “afeigao” significa um certo tipo de amor; nos tempos de Edwards, entretanto, tinha um significado muito mais abrangente. Decidi, portanto, modernizar a palavra, usando “emogées”, por parecer o melhor equivalente moderno para o que Edwards significava com “afeigdes”. O Oxford English Dictionary dé uma lista de treze definigdes para “afeicao”; a segunda e a quinta demonstram o que Edwards tinha em mente quando usavaa palavra: “uma emocio ou sentimento”; “um. estado mental para com alguma coisa: disposi¢ao para”. “Emog6es”, para Edwards, eram movimentos da vontade. De fato, na parte I, capitulo 2, ele define emocgdes como um movimento da vontade mais ardente , poderoso e ativo. Com o nosso intelecto ou raz&o, “vemos” as coisas; com a nossa vontade gostamos ou nao daquilo que vemos. Assim, “emogao” sempre envolve tanto ointelecto quanto a vontade. Significa simplesmente (para Edwards) umaresposta forte da vontade para aquilo que o intelecto vé — nao importa que a resposta seja desejo, esperanga, alegria, amor, zelo, pena, tristeza, medo, raiva ou édio. Edwards chamavaa essas respostas fortes da vontade “afeigdes”. -10- Euas chamei “emogées”. Enquanto tivermos em mente as realidades sobre as quais falava Edwards, nao importa muito como as denominamos. Entretanto, em virtude do limitado significado que “afeicio” adquiriu na linguagem popular de hoje, parece-nos menos atriscado abandoné-la e usar “emogao” em seu lugar. Sempre que a palavra “afeicdo” aparecer nesta versao condensada, terd o significado moderno de “amor”. N.R. Needham Edimburgo 1991 -ll- PREFACIO A questo mais crucial para a raga humana e para todo o individuo €: quais as caracteristicas que distinguem as pessoas que gozam o favor de Deus — aquelas que estao de caminho para o céu? Ou, de outra forma: qual a natureza da religido verdadeira? Que tipo de religido pessoal é aprovado por Deus? dificil dar uma resposta objetiva para esse tipo de questio controversa; mais dificil ainda escrever objetivamente a respeito. O mais dificil 6 ler objetivamente sobre o assunto! Possivelmente muitos de meus leitores ficaréo magoados ao descobrirem que critiquei muitas emogées e experiéncias religiosas neste livro. Por outro lado, talvez, outros fiquem irados quanto ao que defendi e aprovei. Tentei ser equilibrado. Nao é facil sustentar o que é bom em avivamentos religiosos, examinando e rejeitando ao mesmo tempo o que é ruim neles. Contudo, seguramente temos que fazer as duas coisas se quisermos que 0 reino de Cristo prospere. Admito que hdé algo muito misterioso no assunto; existe tanta coisa boa misturada com tanta coisa m4 na Igreja! E tio misterioso quanto a mesclade bem e mal no cristao como individuo; mas nenhum desses mistérios é novo. Nao é novidade o florescimento de religiao falsa em tempo de avivamento, ou 0 aparecimento de hipécritas entre os verdadeiros fiéis. Isso ocorreu no grande avivamento no tempo de Josias, como vemos em Jer. 3:10 e 4:3-4. O mesmo se deu nos dias de Joao Batista. Joao despertou toda a Israel por suas pregacdes, mas a maioria apostatou pouco depois. Joao 5:35 — “por um tempo, esto dispostos a se alegrar em sua luz”. O mesmo ocorreu quando o proprio Cristo pregou; muitos O admiraram por um tempo, mas poucos foram fiéis até o fim. De novo, a mesma coisa ocorreu quando os apéstolos pregaram, como sabemos pelas heresias e divisées que perturbaram -13- as igrejas durante o tempo dos apéstolos. Essa mistura da religiao falsa com a verdadeira tem sido a maior arma de satands contra a causa de Cristo. B por isso que devemos aprender a distinguir entre a religiio verdadeira e a falsa — entre emogées e experiéncias que realmente advém da salvacao e as imitagdes que so exteriormente atraentes e plausfveis, porém falsas. Deixar de distinguir entre religidio verdadeira e falsa, tem conseqiiéncias terriveis. Por exemplo: (i) Muitos oferecem adoragio falsaa Deus, pensando ser aceitével a Ele, mas que Ele rejeita. i) Satands engana a muitos sobre o estado de suas almas; desse modo arruina-os eternamente. Em alguns casos, satanés leva as pessoas a pensar que sdo extraordinariamente santas, quando na realidade so o pior tipo de hipécritas. (iii) Satandés estraga a fé dos verdadeiros crentes; mistura deformagoes e corrupgées a religido, causando os verdadeiros crentes a se tornarem frios em suas emogées espirituais. Ele confunde também a outros com grandes dificuldades e tentagdes. (iv) Os inimigos explicitos do cristianismo se animam quando véem a Igreja tao corrompida e desviada. (v) Os homens pecam na ilusfo de estarem servindo a Deus; portanto, pecam sem restrigdes. (vi) Falso ensinamento ilude até os amigos do cristianismo a fazerem, sem perceber, o trabalho de seus inimigos. Destroem 0 cristianismo com muito mais eficiéncia que os inimigos declarados podem fazer, na ilusdo de o estarem fazendo progredir. (vii) Satands divide o povo de Cristo e coloca-os uns contra os outros; os cristéos disputam acaloradamente, como que com zelo espiritual. O cristianismo degenera em disputas vazias; as partes em disputa correm para lados opostos, até que o caminho correto, ao meio, fica totalmente negligenciado. Quando os cristiios véem as terriveis conseqiiéncias da falsa religiao passar por religiao verdadeira, suas mentes ficam perturbadas. Nao sabem para onde se voltar nem o que pensar. Muitos duvidam da existéncia de qualquer realidade nocristianismo. Heresia, incredulidade -14- ¢ ateismo comegam a se propagar. Por essas razées, é vital que fagamos todo o possivel para compreender a natureza da verdadeira religiao. Até que o fagamos, nao podemos esperar que os avivamentos tenham longa duracao, nem podemos esperar muito proveito de nossas discussdes e debates religiosos, uma vez. que sequer sabemos sobre o queestamos discutindo, Meu plano é contribuir o m4ximo possfivel para a compreensio da verdadeira religiao, com este livro. Tenciono mostrar a natureza e os sinais da verdadeira obra do Espirito na conversao de pecadores, como também salientar aquilo que néio é uma verdadeira experiéncia de salvago. Se tiver sucesso, espero que este livro ajude a promover © interesse no genuino cristianismo. Que Deus aceite a sinceridade de meus esforgos, e que os verdadeiros seguidores do manso e amoroso Cordeiro de Deus aceitem minha oferta com mentes abertas e com oragées! J. Edwards -15- PARTEI A NATUREZA DAS EMOCOES E SUA IMPORTANCIA NO CRISTIANISMO 1. Comentarios iniciais sobre emocdes O apéstolo Pedro diz, sobre a relacao entre cristaos e Cristo: “a quem, nao havendo visto, amais; no qual, nao vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizivel e cheia de gloria.” (I Ped. 1:8). Como os versiculos anteriores deixam claro, os crentes a quem Pedro escreveu sofriam perseguigdo. Aqui, ele observa como seu cristianismo os afetou durante essas perseguicdes. Ele menciona dois sinais claros da autenticidade de seu cristianismo. (i) - Amor por Cristo, “A quem, nao havendo visto, amais.” Os que nfo eram cristZos maravilhavam-se da prontido dos cristfos em se expor a tais sofrimentos, renunciando as alegrias e confortos deste mundo. Para seus vizinhos incrédulos, estes crist{os pareciam loucos; pareciam agir como se detestassem a si mesmos. Os incrédulos nao viam nenhuma fonte de inspiragao para tal sofrimento. De fato, os cristaos nao viam coisa alguma com seus olhos fisicos. Amavam alguém a quem nfo podiam ver! Amavam a Jesus Cristo, pois viam- -nO espiritualmente, mesmo sem poder vé-lO fisicamente. (ii) - Alegria em Cristo. Embora seu sofrimento exterior fosse terrfvel, suas alegrias espirituais internas eram maiores que seus sofrimentos, Essas alegrias os fortaleciam, possibilitando que sofressem alegremente. Pedro nota duas coisas sobre essa alegria. Primeiro, ele nos fala da origem dela. Ela resultou da fé. “Nao vendo agora, mas crendo, exultais.” Segundo, eledescreve anatureza dessa alegria: “alegriaindizivel e cheia de gléria.” Era alegria indizivel, por ser tao diferente das alegrias do mundo. Era pura e celeste; néo havia palavras para descrever sua exceléncia e dogura. Era também inexprim{fvel quanto Asua extensio, pois Deus havia derramado tao livremente essa alegria -19- sobre Seu povo sofredor. Depois, Pedro descreve essa alegria como sendo “cheia de gloria.” Essa alegria enchia as mentes dos cristfos, ao que parecia, com um brilho glorioso. Nao corrompia a mente, como fazem muitas alegrias mundanas; pelo contr4rio, dew-Ihe gléria e dignidade. Os cristéos sofredores partilhavam das alegrias celestes. Essa alegria enchia suas mentes com a luz da gléria de Deus, fazendo-os brilhar com aquela gloria. A doutrina que Pedro nos esté ensinando é a seguinte: A RELIGIAO VERDADEIRA CONSISTE PRINCIPALMENTE EM EMOCOES SANTAS. (Vejam a nota especial sobre EMOCOES na Introdugao — N.R.N.) Pedro destaca as emogoes espirituais de amor e alegria quando descreve a experiéncia desses cristéos. Lembrem-se que ele est4 falando sobre fiéis que estavam sendo perseguidos. Seu softimento purificava sua fé, resultando em que “redunde em louvor, gléria e honra na revelag&io de Jesus Cristo” (v.7). Estavam, assim, em condicdo espiritualmente sauddvel, e Pedro ressalta seu amor e alegria como evidéncia de sua satde espiritual. 2. O que sao emogiées? Nesse ponto pode-se perguntar: “O que exatamente quer dizer quando fala sobre emogées?” Respondo da seguinte forma: “Emoges so as agdes mais vivas e intensas da inclinagio da alma e da vontade.” Deus deu as almas humanas dois poderes principais: o primeiro € a compreensdo, pela qual examinamos e julgamos as coisas; 0 segundo poder nos permite ver as coisas, no como espectadores indiferentes, mas gostando ou nao delas, agradando-nos ou nao nelas, aprovando-as ou rejeitando-as. As vezes chamamos a esse segundo poder, nossa inclinagdo. Relacionando-as com nossas decisdes, normalmente damos-lhes 0 nome de vontade. Quando a mente exercita sua inclinagao ou vontade, ent&o muitas vezes chamamos a mente “o coragdo”. -20-

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