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GESTÃO FINANCEIRA

MBA EM GESTÃO EMPRESARIAL

PROFESSOR FELIPE TREVISANI


ULBRA
Campus Torres
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

Sumário
GESTÃO FINANCEIRA ..................................................................................................................... 3
PLANEJAMENTO FINANCEIRO ................................................................................................... 3
ALGUMAS DEFINIÇÕES: O QUE É ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA? ....................................... 3
RESPONSABILIDADES CONTEMPORÂNEAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA .................... 3
RISCO E RETORNO ................................................................................................................. 3
PLANEJAMENTO FINANCEIRO ............................................................................................... 3
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .............................................................................................. 4
BALANÇO PATRIMONIAL - LEI nº 6.404/1976 ....................................................................... 4
DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO ................................................................. 7
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ........................................................................ 9
TIPOS DE COMPARAÇÕES DE ÍNDICES ................................................................................ 10
ÍNDICES DE LIQUIDEZ .......................................................................................................... 10
ÍNDICES DE ATIVIDADE ........................................................................................................ 12
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ............................................................................................. 13
ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE ............................................................................................... 14
MÉTODO DUPONT................................................................................................................... 15
DEPRECIAÇÃO.......................................................................................................................... 17
FLUXO DE CAIXA ...................................................................................................................... 19
CAPITAL DE GIRO ..................................................................................................................... 22
Administração do Caixa ....................................................................................................... 23
Ciclo Operacional ................................................................................................................ 24
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ................................................................................................. 27
BREAK EVEN POINT (PONTO DE EQUILIBRIO) ......................................................................... 29
Ponto de Equilíbrio Contábil ............................................................................................... 29
Ponto de Equilíbrio Financeiro ............................................................................................ 29
Ponto de Equilíbrio Econômico ........................................................................................... 30
Exemplo de Cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil, Financeiro e Econômico ................. 30
GESTÃO DE ESTOQUES ............................................................................................................ 31
Estoque................................................................................................................................ 31
Estoque de Segurança ......................................................................................................... 31
Estoque mínimo .................................................................................................................. 31
Curva ABC ............................................................................................................................ 32
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .................................................................................................. 36
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

PAYBACK .............................................................................................................................. 38
TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ...................................................................................... 38
VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ........................................................................................ 39
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 40
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

GESTÃO FINANCEIRA
PLANEJAMENTO FINANCEIRO

ALGUMAS DEFINIÇÕES: O QUE É ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA?

Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a


riqueza ou valor total de um negócio. Mais especificamente, maximizar a riqueza
significa obter o lucro mais elevado possível ao menor risco (GROPPELLI e NIKBAKT,
2006).

RESPONSABILIDADES CONTEMPORÂNEAS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva,


essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de
captação e alocação de recursos. Nesse contexto, a administração financeira envolve-se
tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto com a realidade operacional
e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior
amplitude.

Todo momento encontramos empresas que necessitam de recursos para despesas


operacionais, para investimentos, para expansão, para pesquisa entre outros. Captar e
aplicar adequadamente esses recursos é, em última análise, o grande desafio do
administrador de finanças

RISCO E RETORNO

Todo negócio é criado para dar retorno. Da mesma forma, todo negócio
inerentemente possui riscos.
Definição de risco: Para Groppelli o risco é uma medida de volatilidade ou incerteza
dos retornos. Já para Lawerence J. Gitman, o risco é a chance de perda financeira. Qual
o risco associado a uma decisão? Certamente a resposta seria o quanto se pode perder
caso o negócio não dê certo. Então, se tem como clara a compreensão de risco.
Definição de Retorno: o total de ganho ou perda ocorrido por meio de um dado
período de tempo (Gitman, 2006). Para Groppelli retorno são receitas esperadas ou
fluxos de caixa antecipados de qualquer investimento. Note-se que agora podemos fazer
uma melhor interpretação das metas do administrador financeiro. Se ele considerar
apenas a maximização do lucro, despreza o risco e este risco pode representar a grande
ameaça ao lucro

PLANEJAMENTO FINANCEIRO

O planejamento financeiro começa com planos financeiros em longo prazo, ou


estratégicos que, por sua vez, guiam a formulação de planos e orçamentos em curto
prazo ou operacionais. Geralmente, os planos e orçamentos em curto prazo
implementam os objetivos estratégicos da empresa em longo prazo. Neste aspecto
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deve-se compreender bem que os planos de longo prazo formulam a estratégia da


empresa, ou seja, o que ela pretende, onde pretende chegar. Com base nestas
estratégias se formulam as ações de curto prazo e estas ações, por sua vez, encaminham
a empresa para atingir os objetivos maiores, as estratégias estabelecidas. Pode-se dizer
que as empresas, em geral, tomam decisões em três níveis: Nível estratégico: são
decisões que modificam a estrutura da empresa, que mudam sua relação com o meio
ambiente. Nível administrativo: são aquelas que se relacionam com a forma da empresa.
Nível operacional: são as decisões associadas ao processo de transformação.

Para Gitman (2006) o orçamento de caixa, ou previsão de caixa, é uma


demonstração das entradas e saídas planejadas no caixa da empresa. É usado pela
empresa para estimar o caixa exigido a curto prazo, com atenção especial ao
planejamento para excedentes de caixa e para escassez de caixa. O orçamento de caixa
pode ser apresentado semanalmente, quinzenalmente, mensalmente ou qualquer
outro período que a empresa desejar. Prazos menores são mais confiáveis e mais fáceis
de serem previstos, mas o prazo de até um ano pode ser recomendável. O principal
insumo do planejamento de caixa é a previsão de vendas.

A previsão das vendas de uma empresa em um dado período é preparado pelo


departamento de marketing. Com base na previsão de vendas, o gerente financeiro
estima o fluxo de caixa mensal que resultará das receitas de vendas projetadas e das
despesas relacionadas à produção, estoque e vendas. Determina também o nível de
ativos fixos exigidos e o montante de financiamentos, se houver, necessário para apoiar
o nível de previsão de vendas e de produção. A previsão de vendas pode se basear em
uma análise de dados externos, usando-se as relações observadas entre as vendas da
empresa e certos indicadores econômicos externos significativos, como o produto
nacional bruto (PNB), renda pessoal disponível, taxa de inflação e desemprego entre
outros. Por outro lado, os dados internos obtidos por meio dos próprios canais de
vendas da empresa. As empresas, em geral, usam uma combinação de dados externos
e internos de previsão para fazerem a previsão final de vendas. Nota-se que estamos
falando de previsões, que são dados prováveis.
Todo planejamento de caixa depende da confiabilidade da previsão das vendas, já
que a maior parte dos outros insumos é decorrente desta. Vejamos: a quantidade de
matéria-prima que deve ser comprada depende da quantidade de vendas estimadas; o
valor dos impostos a ser pago depende da quantidade vendida; o gasto com salários e
encargos está diretamente ligado ao volume das vendas; o desembolso com
investimentos fixos depende da quantidade que precisa ser produzida (vendida) e assim,
mais insumos dependem do volume das vendas.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
BALANÇO PATRIMONIAL - LEI nº 6.404/1976

Como os limites e critérios fiscais, limitavam a evolução dos Princípios


Fundamentais da Contabilidade, foi instituída a Lei 6.404/1976 (Lei das Sociedades por
Ações), que veio para solucionar o problema e determinar que a escrituração contábil
deve seguir seus preceitos.
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No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que


registrem.

Ativo
Ativo Circulante
Composta pelas disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social
subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte.
Ativo Realizável em Longo Prazo
Composta pelos direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim
como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas
ou controladas, diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não
constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia:

Ativo Permanente
O Ativo Permanente será dividido em investimentos, ativo imobilizado e ativo
diferido.
* Investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos
de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à
manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV - no ativo imobilizado: os
direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades
da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes
de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens.
* Imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa
finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens.
* Intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido

Passivo
Passivo Circulante
Composta pelas contas que representam as obrigações da empresa vencíveis até o
final do exercício seguinte.

Passivo Exigível em Longo Prazo (Não Circulante)


As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do
ativo permanente, serão classificadas no passivo circulante, quando se vencerem no
exercício seguinte, e no passivo exigível em longo prazo, se tiverem vencimento em
prazo maior.
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Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido será dividido em capital social, reservas de capital, reservas


de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados.
* Capital Social: discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda
não realizada.
* Reservas de Capital: será composta pela contribuição do subscritor de ações que
ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal
que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos
de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; o produto da alienação
de partes beneficiárias e bônus de subscrição; o prêmio recebido na emissão de
debêntures; as doações e as subvenções para investimento.
* Reservas de Reavaliação: será composta pelas contrapartidas de aumentos de
valor atribuídos a elementos do ativo em virtude de novas avaliações com base em laudo
nos termos do artigo 8º, aprovado pela assembleia geral.
* Reservas de Lucros: serão compostas pelas contas constituídas pela apropriação
de lucros da companhia

Figura 1 - Balanço Patrimonial (conceito)


Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

Figura 2 - Exemplo de Balanço Patrimonial

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO

O principal objetivo de confeccionar uma Demonstração de Resultados para sua


empresa é detalhar cada passo que compõe o resultado líquido da companhia em um
exercício através do confronto das Receitas, Custos e Despesas apuradas, gerando
informações significativas para tomada de decisão.
A Demonstração de Resultados do Exercício auxilia tanto na avaliação desempenho
geral da empresa, quanto na análise de eficiência dos gestores em obter resultado
positivo em suas respectivas áreas .O mais importante é que o DRE é elaborado de uma
maneira sequencial e lógica (que vamos ver na sequência), o que permite até mesmo
gestores não financeiros interpretarem facilmente as informações e entenderem como
está sendo composto o lucro líquido da organização, e claro, o que fazer para maximizá-
lo.
Destina-se a evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do
confronto das receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência,
a DRE oferece uma síntese econômica dos resultados operacionais de uma empresa em
certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de divulgação, em geral
são feitas mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem como objetivo principal apresentar
de forma vertical resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações
realizadas em um determinado período, normalmente, de doze meses.
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Figura 3 - Estrutura Geral de um Demonstrativo de Resultado de Exercício

De acordo com a legislação, as empresas deverão na Demonstração do Resultado


do Exercício discriminar:
• a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e
os impostos;
• a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto;
• as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
• o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;
• o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o
imposto;
• as participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados;
• o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital
social.
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Figura 4 - Demonstrativo de Resultado

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Existem vários meios para avaliar o desempenho de uma empresa. Um deles


consiste na análise de seus demonstrativos financeiros. Pode-se fazer isso de três
maneiras:
1- estudar o conteúdo da demonstração do resultado do exercício e do balanço
patrimonial;
2- analisar os demonstrativos de fluxo de caixa
3- examinar as relações entre os demonstrativos de resultado e o balanço
patrimonial, realizando uma análise de índices financeiros.
O propósito final da análise financeira dos demonstrativos contábeis por meio
desses três procedimentos é auxiliar os administradores a realizarem um planejamento
consistente (GROPPELLI, 2006).
Verifica-se, claramente, que o insumo mais importante para uma análise com uso
de índices financeiros são os demonstrativos contábeis, em especial o demonstrativo do
resultado do exercício e o balanço patrimonial. Logo, é necessária uma boa
compreensão destes demonstrativos para elaborar relatórios, interpretar
adequadamente a situação das entidades e elaborar um planejamento seguro.
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TIPOS DE COMPARAÇÕES DE ÍNDICES

Gitman (2006, p. 191) estabelece os tipos de comparação de índices.


A análise de índices não é apenas o cálculo de um índice. O mais importante é a
interpretação do valor do índice. Uma base significativa para comparação é necessária
para responder a perguntas como “é baixo ou alto demais”? e “é bom ou ruim?”
Destacam-se dois tipos de comparação de índices: comparativa setorial e série-
temporal.

Análise comparativa setorial

A análise comparativa setorial envolve comparação de índices financeiros de


diferentes empresas na mesma data. Os analistas frequentemente estão interessados
em comparar o desempenho da empresa com o de outras em seu setor. Muitas vezes,
uma empresa compara os valores de seus índices com os de uma concorrente ou grupo
importante de concorrentes que deseja imitar.
Em algumas situações pode-se utilizar a média dos índices da concorrência como
parâmetro e em outras são preferidos os índices da empresa líder do setor.

Análise da série-temporal

A análise da série-temporal avalia o desempenho com o tempo. A comparação do


atual desempenho com o antigo, por meio de índices, permite que os analistas avaliem
o progresso da empresa. Tendências em desenvolvimento podem ser notadas, usando-
se comparações de vários anos. Como na análise comparativa setorial, quaisquer
mudanças significativas de ano para ano podem ser sintomas de um problema
importante.
Este tipo de análise encontra restrições de uso em empresas novas, com apenas um
período de informações, já que não é possível fazer uma evolução histórica dos dados.
Para estas empresas deve ser utilizada a comparação setorial.

Análise combinada

Esta talvez seja a melhor maneira de utilizar análise com índices financeiros, pois
permite uma visão combinada possível de avaliar a tendência do comportamento do
índice em relação à tendência para o setor.

ÍNDICES DE LIQUIDEZ

A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de satisfazer suas


obrigações no vencimento. A liquidez se refere à solvência da posição financeira geral
da empresa – a facilidade com a qual ela pode pagar suas contas.
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Índice de liquidez de curto prazo

Esse índice mede a capacidade que a empresa tem para pagar suas obrigações no
curto prazo. Faz uma relação dos valores a receber com os valores a pagar, no curto
prazo. Mostra quantos reais ela tem para cada real de dívidas. A fórmula utilizada é a
seguinte:
Índice de liquidez de curto prazo = ativo circulante/passivo circulante

Um índice de curto prazo aceitável comumente citado é 2,0. Mas deve-se atentar
aos componentes patrimoniais que originam este índice. O analista financeiro não deve
se ater simplesmente ao índice, mas deve investigar a qualidade dos componentes. Veja
o exemplo abaixo:

Ativo circulante Passivo circulante


Caixa.............................1.000,00 Fornecedores....................15.000,00
Banco c/c......................4.000,00 Outras contas a pagar..........5.000,00
Duplicatas a receber…20.000,00 Total.................................20.000,00
Estoques......................15.000,00
Total.............................40.000,00

Aplicando a fórmula teremos: 40.000,00/20.000,00 = 2,0.

Isto quer dizer que a empresa tem R$ 2,00 para receber para cada R$ 1,00 de
dívidas a pagar. Certamente apresenta uma situação de liquidez confortável.
Ao analisar a qualidade dos componentes do ativo circulante esse índice pode
não ser tão bom assim. Suponha que metade das duplicatas a receber sejam
incobráveis e outra metade dos estoques seja de produtos não vendáveis, estoque
obsoleto. Teríamos, então, um novo valor real para o ativo circulante.
AC = 22.500,00/20.000,00 = 1,12, ou seja, situação muito diferente da anterior,
cujo índice representa risco de inadimplência.
Desta forma, deve-se analisar, além do índice, a composição dos componentes
patrimoniais.

Índice de liquidez seca

Também chamado de quociente ácido, porque se extrai os estoques do valor


do ativo circulante. O estoque representa o componente de menor liquidez do ativo
circulante e sem ele o índice de liquidez contém apenas componentes facilmente
convertidos em liquidez.
Acima de 1,0 é recomendado, mas sempre levando em consideração a
qualidade dos componentes.
A fórmula utilizada é a seguinte:
Índice seco = (Ativo circulante – estoques) /passivo circulante.
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Índice de liquidez geral

Este índice retrata a saúde financeira, incluindo o longo prazo. Por isso é
chamada de liquidez geral.
Este índice é determinado pela seguinte expressão:

Liquidez Geral = Ativo circulante + ativo realizável em longo prazo/passivo


circulante + Passivo exigível em longo prazo.

Índice desejado 2,0 ou acima, respeitada a qualidade dos componentes.

ÍNDICES DE ATIVIDADE

Os indicadores de atividade visam à mensuração das diversas durações de um


ciclo operacional, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma
empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o
recebimento das vendas realizadas (NETO, 2003).

Giro do Estoque

O giro de estoque mede comumente a atividade do estoque de uma empresa.


É calculado desta maneira:

Giro de estoque = Custo de produtos vendidos/Estoque Médio


Estoque médio = (Estoque inicial + Estoque Final) / 2

O giro de estoques só é significativo quando comparado ao de outra empresa


no mesmo setor ou ao giro de estoque anterior da empresa.
Em outras palavras: o giro de estoque significa quantas vezes o estoque médio
da empresa foi vendido em um ano. Ele mede a velocidade das vendas. A idade
média de estoque indica o tempo médio que os estoques ficam na empresa até
serem vendidos.

Prazo Médio de Pagamento

Calcula a idade média das contas a pagar e pode ser calculado da seguinte
forma:

Prazo médio de pagamento = contas a pagar/compras no período

Supondo que estejamos avaliando os números com base no balanço


patrimonial e no demonstrativo de resultado de exercício, temos que fazer uma
média do período avaliado. Dessa forma para saber o valor de contas a pagar,
precisamos verificar os balanços dos dois últimos períodos para obter as
informações necessárias.
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

Contas a pagar = (Contas a pagar no período inicial + Contas a pagar no período


final) /2

As compras no período, podemos trabalhar da seguinte forma. Temos o


estoque do penúltimo período, que será definido como estoque inicial e também
temos o estoque do período do último balanço que será o estoque final.
Adicionalmente, precisamos saber do custo dos produtos vendidos, como uma
aproximação para o custo de compras, já que este valor é de difícil mensuração, via
demonstrativos. Usamos então a seguinte fórmula:
Compras no período = Estoque Final + Custo dos Produtos Vendidos – Estoque
Inicial

Prazo Médio de Recebimento

Mede a idade média das contas a receber. É útil para comprar com a política
de crédito praticada pela empresa. Por exemplo: a empresa concede, em média,
45 dias para seus clientes. Se o prazo médio de recebimento apontar para 50 dias,
significa que a empresa recebe, em média, suas contas com atraso de 5 dias.
Pode ser calculado da seguinte forma:

Prazo médio de recebimento = contas a receber/vendas médias diárias.


Vendas médias diárias = Vendas anuais/360

Giro do Ativo Total

Esse índice indica a eficiência com que a empresa utiliza seus ativos para gerar
vendas. Quanto maior o índice melhor a utilização dos ativos.
Pode ser calculado utilizando a fórmula:
Giro do ativo total = Vendas/ativos totais.

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

Groppelli diz que uma empresa pode tomar dinheiro emprestado em curto
prazo, principalmente para financiar seu capital de giro, ou em longo prazo,
sobretudo para comprar instalações ou equipamentos. Quando a empresa se
endivida em longo prazo, compromete-se a efetuar pagamentos periódicos de juros
– e liquidar o principal na data do vencimento. Para fazer isso, deve gerar lucro
suficiente para cobrir os pagamentos das dívidas. Uma forma para descobrir o grau
de endividamento de uma empresa é analisar vários índices de endividamento.

Índice de Endividamento Geral

Esse índice indica o percentual de ativos totais que é financiado por capital de
terceiros.
Pode ser calculado por meio da fórmula:
Índice de endividamento geral = exigível total/ativos totais.
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Índice de capitais de terceiros/capital próprio (D/E)

Um índice de endividamento mais comum envolve a relação entre o capital de


terceiros e o capital próprio.
Para calcular aplica-se a fórmula abaixo:
D/E = Passivo circulante + Passivo exigível a longo prazo/patrimônio líquido.

Índice de Cobertura de Juros

Mede a capacidade da empresa de pagar os juros contratuais.

Índice de Cobertura de Juros = Lucro antes dos Juros e do IR / Despesas


Financeiras

ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE

São índices que avaliam os lucros da empresa com relação a um dado nível de
vendas ou ao investimento dos proprietários.
Margem bruta de lucro
A margem bruta mede a porcentagem de ganho da empresa na pura compra
e venda. Pode ser calculada utilizando-se da fórmula a seguir:

Margem bruta de lucro = Lucros brutos/vendas x 100

Margem de lucro operacional

Mede a porcentagem de cada unidade monetária em vendas restantes depois


que todos os custos e despesas são deduzidos. Calcula-se assim:
Margem de lucro operacional = Lucro operacional/vendas x 100

Margem líquida de lucro

Mede a porcentagem restante depois de deduzidas todos os custos e despesas,


inclusive juros e imposto de renda. A fórmula para o cálculo é a seguinte:
Margem líquida de lucro = Lucro líquido/vendas x 100

Retorno sobre o ativo total (ROA)

Mede a eficiência geral da administração a gerar lucros com seus ativos.


Quanto mais alto o retorno sobre o ativo total da empresa, melhor. Pode ser
calculado da seguinte maneira:
Retorno sobre ativo total = Lucro líquido/ativo total x 100
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Retorno sobre o patrimônio líquido

Mede o ganho dos proprietários da empresa, já que o patrimônio líquido


representa o montante dos sócios investido na empresa. Pode ser calculado pela
seguinte fórmula:
Retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro líquido/patrimônio líquido x 100

MÉTODO DUPONT

Por volta de 1920 a DuPont (gigante da indústria química) desenvolveu um


método para avaliar e analisar seu desempenho financeiro de uma forma bem
interessante. O método é simples e consiste em decompor o ROE (Return on Equity)
– Retorno sobre o patrimônio líquido, em três partes:

ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

ROE = (Lucro Líquido / Receita) * (Receita / Ativos) * (Ativos / Patrimônio


Líquido)

Cancelando os termos Receita/Receita e Ativo/Ativo, temos a fórmula final de


ROE = Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

Da equação decomposta em três partes temos, margem líquida (lucro


líquido/receita), giro do ativo (receita/ativo) e Alavancagem (Ativo/Patrimônio
Líquido). Partindo do princípio que o objetivo das empresas é maximizar o retorno
aos seus acionistas, essas são as três medidas que impactam diretamente o
desempenho do negócio.
Podemos continuar desmembrando seus componentes em várias camadas. Os
custos e as despesas impactam a margem líquida, o prazo médio de pagamento,
estoque e recebimento impactam o giro do ativo e o nível de endividamento
impacta a alavancagem.
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Margem
Líquida – Lucro
Líquido/
Receita

ROE – Lucro
Líquido /
Patrimônio
Líquido
Giro do Ativo Alavancagem
– Receita – Ativo total /
Líquida / Patrimônio
Ativo Total Total

Figura 5 - Estrutura do Método DuPont

Mas qual a vantagem de olhar cada componente separadamente? Em resumo


isso permite ao analista acompanhar a evolução de cada componente no tempo. Se
o ROE aumenta de um período para o outro, podemos entender os motivos das
variações. Uma empresa pode estar melhorando seu ROE aumentando
endividamento financeiro ao mesmo tempo em que vê sua margem líquida ser
reduzida pelo aumento da competição e sua eficiência no uso dos ativos reduzir.
Isso significa que nem sempre o aumento do ROE é um sinal positivo e a
decomposição permite ao analista ter uma visão mais completa do que está
acontecendo.

Margem Giro do
Líquida Ativo

Alavancagem
Financeira

Figura 6 - Método DuPont


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DEPRECIAÇÃO

Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens


sofrem, por uso, obsolescência ou desgaste natural. A taxa anual de depreciação de
um bem, será fixada em função do prazo, durante o qual se possa esperar utilização
econômica. A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da
pessoa jurídica, como custo ou despesa operacional, será determinada mediante
aplicação da taxa de depreciação sobre o valor do bem.

Observe-se que o limite de depreciação é o valor do próprio bem.

Há vários métodos para cálculo de depreciação, mas 2 são os mais utilizados e


veremos no curso de gestão financeira. São eles: método linear e métodos de
unidades produzidas e/ou horas de trabalho.

Método Linear

Este é o método tradicional e o mais recorrente. Dividimos o valor depreciável


pelo tempo de vida útil estimada.
Ex: Máquina com vida útil de 10 anos e valor depreciável de 100.000.
Depreciação anual = $ 100.000 / 10 anos = $ 10.000/ano.

Valor Residual

O valor residual é um termo usado para definir o valor de um ativo que


sofre depreciação, ao final de sua vida útil. Por exemplo, assumindo que a vida útil
de uma máquina seja de 10 anos, então seu valor residual é o valor esperado desta
máquina ao ser vendida depois de passados 10 anos.
Por exemplo: Uma máquina com vida útil estipulada em 5 anos que é adquirida
por R$ 60.000.00, aplicada uma taxa de depreciação de 20% a.a. Se a empresa
vende este ativo imobilizado no seu quarto ano de utilização, seu valor residual é
de R$ 12.000,00 e valor depreciado será de R$ 48.000,00. Um valor residual de 20%
significa que apenas os 80% serão depreciados.

Valor depreciável = Valor de Aquisição – Valor Residual

Depreciação = Valor depreciável / Vida útil

Método das Unidades Produzidas

Por este método, estima-se a quantidade total de unidades que será


produzida.
A depreciação é feita dividindo-se o total efetivamente produzido pela
capacidade total de produção.
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

Por exemplo, uma máquina custou 100.000 e com capacidade de produção


total, ao longo de toda a sua vida útil, de 1.000.000 de unidades. No ano de X1,
foram produzidas 80.000 unidades. Portanto, a depreciação em X1 será:

(80.000 / 1.000.000) = 0,08 ou 8%.


Valor da depreciação em X1: 100.000 x 8% = 8.000,00.

Método das horas de trabalho

É feito de forma semelhante ao método explicado anteriormente.


Inicialmente, estima-se o total de horas que determinado ativo vai trabalhar, ao
longo de sua vida útil. E a depreciação é calculada dividindo-se as horas
efetivamente trabalhadas pelo total de horas.
Ex. Máquina com vida útil de 50.000 horas. Trabalhou 4.500 horas em X1.
Depreciação anual: 4.500 / 50.000 = 0,09 ou 9%.

Depreciação de alguns bens

Conta Percentual
Edificações e Construções 4%
Máquinas e Equipamentos 10%
Móveis e Utensílios 10%
Veículos 20%
Ferramentas 20%
Equipamentos de Informática 20%

Bens depreciáveis

No Brasil, de acordo com o artigo 25 da Instrução Normativa da Secretaria da


Receita Federal (IN SRF) nº 11/96, os bens depreciáveis são:
o Edifícios e construções (a partir da conclusão e início de utilização, o valor
da edificação deve ser destacado do valor do terreno);
o Projetos florestais destinados a exploração dos respectivos frutos;
o Bens móveis e imóveis utilizados no desempenho de atividades de
contabilidade;
o Os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração;
o Os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em
estabelecimento da empresa;
o Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples ou
utilitários utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos
para revenda, de matéria-prima, produtos intermediários e de
embalagem aplicados a produção;
o Os veículos do tipo caminhão, caminhonete de cabine simples
ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizadas pelos cobradores,
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compradores e vendedores, nas atividades de cobrança, compra e venda,


bem como os utilizados nas entregas de mercadorias;
o Os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados;
o Os bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento de
produtos e processos;
o Os bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica, e que
tenham a locação como objeto de sua atividade;
o Os bens móveis e imóveis objeto de arrendamento mercantil nos termos
da Lei 6099/74, pela pessoa jurídica arrendadora;
o Os veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel, pela
pessoa jurídica que tenha objeto essa espécie de atividade (artigo 307 do
RIR/99).

FLUXO DE CAIXA

Em Finanças, o fluxo de caixa, refere-se ao fluxo do dinheiro no caixa da


empresa, ou seja, ao montante de caixa recebido e gasto por uma empresa durante
um período de tempo definido, algumas vezes ligado a um projeto específico. O
fluxo de caixa refere-se ao movimento de dinheiro no período passado, enquanto
o orçamento é o seu equivalente para períodos futuros.
Fluxo de Caixa é um Instrumento de gestão financeira que projeta para
períodos futuros todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa,
indicando como será o saldo de caixa para o período projetado.
Deve ser considerado como uma estrutura flexível, no qual o empresário deve
inserir informações de entradas e saídas conforme as necessidades da empresa.
Com as informações do Fluxo de Caixa, o empresário pode elaborar a Estrutura
Gerencial de Resultados, a Análise de Sensibilidade, calcular a Rentabilidade, a
Lucratividade, o Ponto de Equilíbrio e o Prazo de retorno do investimento. O
objetivo é verificar a saúde financeira do negócio a partir de análise e obter uma
resposta clara sobre as possibilidades de sucesso do investimento e do estágio atual
da empresa.
O fluxo de caixa mal feito traz vários problemas para uma empresa, e um dos
entraves é o vencimento das obrigações a pagar em um momento em que o caixa
da empresa está desfalcado. Quando isso ocorre, a empresa se vê, na maioria das
vezes, obrigada a contrair empréstimos para não ficar em débito com os
fornecedores e prejudicar transações futuras.
Também podemos abordar a projeção de fluxo de caixa. Ela é a estimativa
do fluxo de entrada e saída de dinheiro ou outros formas de recebimento e
pagamento como cheque, cartão no caixa de uma empresa, baseado em dados
passados e projeções de cenários futuros. Ou seja, a projeção de caixa é uma
apresentação de previsões de ingressos e desembolsos de caixa da empresa, que
serve para estimar em curto prazo as necessidades de caixa. No exemplo abaixo,
temos um fluxo de caixa simplificado. O saldo inicial do caixa é de 200, ou seja,
iniciamos o mês de Janeiro/16 com 200 reais no caixa. Ao longo do mês foi
registrado como entrada o valor de 1600, e de saída de 1800. Como iniciamos o
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caixa com 200, temos que ao fim do mês nossa caixa estava nulo. Quando partimos
para a análise do segundo mês, percebemos que a entrada foi de 1500, a saída de
1600, gerando um caixa negativo de – 100. Esse caixa negativo, significa que parte
do financeiro teve que ser financiado por capital de terceiro (exemplo, cheque
especial, empréstimo de curto prazo, etc...).

Tabela 1 - Exemplo de Fluxo de Caixa Simplificado

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16


Saldo Inicial 200 0 -100 -300 -200
Entrada 1600 1500 1500 1800 2000
Saída 1800 1600 1700 1700 1900
Saldo 0 -100 -300 -200 -100

Na próximo fluxo de caixa, demonstrado abaixo avançamos um pouco na


avaliação do demonstrativo de fluxo de caixa. Decompomos a conta SAÍDA em
outras subcontas (Salários, Matérias-primas, etc) para podemos avaliar com mais
informações para onde o dinheiro está fluindo. Como posse de informações mais
detalhadas além de verificar o quanto foi direcionado para cada subconta, e avaliar
temporalmente a evolução dos dispêndios realizados para cada uma destas
subcontas. Essa decomposição refina nosso poder de interpretação e gestão
estratégica do caixa.

Tabela 2 - Fluxo de Caixa com subcontas

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16


Saldo Inicial 200 0 -100 -300 -200
Entrada 1600 1500 1500 1800 2000
Saída 1800 1600 1700 1700 1900
Salários 360 320 340 340 380
Matéria-Prima 900 800 850 850 950
Energia 90 80 85 85 95
Demais Custos 450 400 425 425 475

Saldo 0 -100 -300 -200 -100

Quando montamos um fluxo de caixa, também é da mesma forma importante


trabalharmos com as projeções. As projeções dizem respeito a entradas e saídas
previstas devido a eventos ocorridos ou que tem-se alta probabilidade de ocorrer.
O fluxo de caixa projetado nos permite avaliar e verificar quais serão as datas ou
períodos críticos onde pode haver fluxo negativo, bem como, nos dá oportunidade
de através de ações prévias, minimizar o fluxo negativo, ou maximizar o fluxo
positivo. No exemplo abaixo, temos um fluxo de caixa projetado para as entradas.
Podemos fazer da mesma forma para as saídas. Perceba, que em todos os meses
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os fluxos projetados e realizados não são semelhantes, ou seja, há discrepância nos


seus valores. Teoricamente, e idealmente, os dois deveriam ser um o espelho do
outro, no entanto, isso dificilmente acontece. O importante neste caso é avaliar o
porquê do fluxo de caixa projetado e realizado não ter convergido para valores em
comum. Essa análise é que agrega aos fluxos de caixa futuros, pois a partir dela
podemos avaliar se temos que refinar nossa expectativa ou então tomar atitudes
para que as diferenças sejam diminuídas ao longo do tempo.

Tabela 3 - Fluxo de Caixa com entradas projetadas e realizadas

jan/16 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16


Saldo Inicial 200 0 -100 -300 -200 -100 400
Entrada - Projetado 2200 1800 1800 1900 1600 1600 1600
Entrada - Realizada 1600 1500 1500 1800 2000 2100 1800
Diferença -600 -300 -300 -100 400 500 200
Saída 1800 1600 1700 1700 1900 1600 1400
Saldo 0 -100 -300 -200 -100 400 800

Na figura abaixo podemos através de um gráfico avaliar e visualizar como


comportou-se o fluxo de caixa em um determinado período. Neste caso temos 7
meses de avaliação. Fechamos o primeiro mês com caixa zerado, e ao longo dos 4
meses subsequentes o fluxo se comportou com déficit, modificando seu
comportamento no sexto e sétimos meses. Perceba que com o gráfico fica mais
fácil e didático visualizar a evolução do caixa da empresa, e conseguimos tomar
atitudes e planejar ações para mitigar o períodos negativos.

Fluxo de Caixa
2500

1800 1700 1800 R$ 2.100,00


2000 2000
1900
1600 R$ 1.800,00
1500 R$ 1.600,00
1600 1700 R$ 1.400,00
1500 1500
1000 R$ 800,00
R$ 400,00
500

0 0
1 2
-100 3 4 5
-100 6 7
-500 -300 -200

Entrada Saída Saldo

Figura 7 - Gráfico mostrando fluxo de caixa e seu saldo

Como visto o fluxo de caixa tem os seguintes objetivos:

 Concentra os saldos e mantém informações sobre déficit ou superávit de caixa;


 Visa manter fundamentalmente a liquidez imediata para suportar as atividades
de uma empresa;
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 Por não apresentar nenhum retorno operacional explícito, o saldo de caixa ideal
deveria ser nulo;
 Vital para conhecimento de saúde financeira da empresa e também para
otimizar rentabilidade do negócio.

CAPITAL DE GIRO

Capital de giro é usado para financiar a continuidade das operações da


empresa, seja para aquisições para o estoque ou para despesas operacionais.
Capital de giro significa capital de trabalho, ou seja, o capital necessário para
financiar a continuidade das operações da empresa, como recursos para
financiamento aos clientes (nas vendas a prazo), recursos para manter estoques e
recursos para pagamento aos fornecedores (compras de matéria-prima ou
mercadorias de revenda), pagamento de impostos, salários e demais custos e
despesas operacionais.
Conforme o próprio nome indica, o capital de giro está relacionado com todas
as contas financeiras que giram ou movimentam o dia a dia da empresa.
Se o capital de giro está relacionado com as contas financeiras que giram ou
movimentam o dia a dia da empresa, podemos concluir que:
 Toda empresa que vende a prazo precisa de recursos para financiar seus
clientes;
 Toda empresa que mantém estoque de matéria-prima ou de mercadorias precisa
de recursos para financiá-lo;
 Quando a empresa compra a prazo (matéria-prima ou mercadorias) significa que
os fornecedores financiam parte ou todo o estoque;
 Quando a empresa tem prazos para pagar as despesas (impostos, energia,
salários e outros gastos) significa que parte ou o total dessas despesas é
financiada pelos fornecedores de serviços.
A interpretação das situações acima nos leva a determinar em quais contas a
empresa precisa aplicar recursos e de que contas a empresa obtém recursos para
financiar o capital de giro.
Um conceito importante para entendimento do capital de giro está
relacionado à necessidade desse dinheiro. Essa necessidade indica o montante de
recursos que a empresa precisa para financiar suas operações, ou seja, o valor dos
recursos que a empresa precisa para que seus compromissos sejam pagos nos
prazos de vencimento.
O Capital de Giro é definido como os ativos circulantes e a definição de capital
de giro líquido é então subtração entre o ativo circulante e o passivo circulante. O
ativo circulante já estudamos neste curso, mas vale a pena revisarmos:

Ativo Circulante
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Disponibilidades (caixa, bancos, títulos para negociação imediata); Valores a


receber no curto prazo (duplicatas, contas e aplicações no curto prazo); estoques
(material em geral, embalagens, produtos em fabricação e produtos acabados) e
despesas diferidas (valores já pagos mas ainda não apropriados como despesas
porque os serviços ainda não foram prestados).
Esses itens são facilmente conversíveis em dinheiro e normalmente tem o
prazo de até um ano. Entretanto, para algumas empresas com ciclo operacional
mais longo do que um ano, o ativo circulante tem a maturidade do ciclo
operacional. Exemplo: estaleiro de navios.
O disponível é o ponto de partida para todo o fluxo do ativo circulante. Regra
geral, é com as disponibilidades que se compram as matérias primas, que
manufaturadas se transformam em produto acabado que são estocados para, em
seguida, serem vendidos à vista ou prazo. A venda a gera uma disponibilidade
imediata e as vendas a prazo serão disponíveis em breve. Este é o ciclo ininterrupto
ao qual se dá o nome de GIRO.
Tipicamente, a empresa financia-se no seu lado esquerdo do balanço por
recursos próprios (patrimônio líquido) ou de terceiros (duplicatas a pagar,
fornecedores e empréstimos bancários). Em geral, procura-se tomar recursos de
curto prazo para financiar os ativos, também, de curto prazo. Caso contrário, a
empresa incorre em riscos de liquidez uma vez que o financiamento de ativos de
longo prazo a partir de recursos de curto prazo impõe um descasamento ou gap
perigoso para a empresa. Quando não há recursos de curto prazo suficientes para
financiar os ativos de longo prazo é preciso sustentar parte do ativo circulante por
recursos (próprios ou de terceiros) de longo prazo. Assim, definimos:

CAPITAL DE GIRO = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE

Desta forma, temos basicamente sobre o Capital de Giro:

 O valor dos recursos demandados pela empresa para financiar seu ciclo
operacional;
 Recurso de rápida renovação;
 O capital de giro corresponde ao ativo circulante de uma empresa;
 Ciclo: desde aquisição de matérias-primas até a venda e o recebimento
dos produtos elaborados.

Administração do Caixa

Motivos que levam determinada empresa a manter dinheiro no caixa:

1. Motivo-negócios -> Necessidade da empresa de efetuar os


pagamentos oriundos de suas operações normais
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2. Precaução -> Presença de certos dispêndios na atividade


normal de uma empresa; incerteza de datas; despesas
imprevistas; atrasos

3. Especulação -> Aproveitamento de oportunidades


especulativas em relação a certos itens não monetários
(estoque, principalmente

Caixa

Clientes Fornecedores

Estoques

Figura 8 - Giro do Processo Produtivo

Ciclo Operacional

O Ciclo operacional compreende todos os acontecimentos diretamente


relacionados a operação da atividade
Considere a figura abaixo ilustrando as etapas do ciclo operacional:
 No tempo 0, temos o início do ciclo através da compra e recebimento das matérias-
primas;
 Em seguida, dá-se início ao processo de fabricação dos produtos. O período entre o
recebimento das matérias-primas e o início do uso destas matérias-primas para
fabricação dos produtos, é definido como o prazo médio de estocagem (PME);
 Após o início do uso das matérias-primas, temos um período de beneficiamento destes
insumos até a finalização dos mesmos. Esse período é definido como prazo médio de
fabricação (PMF).
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 Em seguida a finalização do processo produtivo, os produtos ficam em estoque por um


determinado prazo, aguardando que suas vendas sejam realizadas e despachadas. A
esse período, nomeamos com prazo médio de venda (PMV).
 Fechada a venda, até ocorrerem os pagamentos, tem um prazo médio de cobrança
(PMC);
 Da mesma forma, no início do processo e ciclo produtivo entre a compra das matérias-
primas e o seus pagamentos, haverá um prazo médio de pagamentos (PMP).

Prazo Médio
Prazo Médio
Pagamento
Cobrança

PMP PMC

Compra Inicio de Prazo Fim de Recebimento


de Fabricação Médio de Fabricação Venda
da Venda
Matéria- Pagamento
prima

PME PMF PMV

Prazo Prazo Prazo


Médio de Médio de Médio de
Estocagem Fabricação Venda

CICLO OPERACIONAL
O Ciclo operacional é o ciclo mais amplo, pois engloba literalmente todo o
processo, desde o recebimento da matéria-prima até o recebimento da venda.
Temos, em paralelo mais dois ciclos, que são o ciclo financeiro e o ciclo econômico.
O ciclo financeiro refere-se a todas as etapas diretamente ligadas ao fluxo
financeiro, ou seja, inicia-se quando se dá o desembolso referente ao pagamento
da matéria-prima e finaliza-se quando do recebimento da venda.
O ciclo econômico de uma empresa tem início no momento da aquisição da
matéria-prima e finaliza quando a empresa vende os produtos acabados, sem levar
em consideração o recebimento.
Na figura abaixo temos a visualização dos três ciclos:
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Prazo Médio Prazo Médio


Pagamento Cobrança

PMP PMC
Recebimento
Compra de Inicio de Prazo Médio de Fim de
Venda da Venda
Matéria- Fabricação Pagamento Fabricação
prima

PME PMF PMV


Prazo Médio de Prazo Médio de Prazo Médio
Estocagem Fabricação de Venda

CICLO OPERACIONAL

CICLO FINANCEIRO

CICLO ECONÔMICO
Os prazos variam de indústria para indústria e irá demandar investimento de
recursos, próprios ou de terceiros, em grau mais elevado ou não e isto irá configurar
a necessidade de capital de giro de uma empresa e, também, a necessidade média
de um determinado setor econômico. O ciclo operacional, portanto, vai desde o
momento da aquisição da matéria prima até o recebimento das vendas.
Tipicamente, a maior parte das empresas tem um ciclo operacional com prazo
menor do que um ano de maneira que, dentro de um ano, o ciclo repete-se várias
vezes. Entretanto, algumas empresas, como construtoras e empresas que exercem
atividade agrícola demandam mais do que um ano para completar o seu ciclo
operacional.
Podemos avaliar que o investimento necessário para garantir o ciclo
operacional aumenta até o momento do recebimento. Isto varia de empresa para
empresa e de setor econômico para setor econômico. Entretanto, há espaço para
a gestão produzir economias seja pela diminuição de tempos, pelo barateamento
da estocagem, pela substituição de fontes onerosas (como os empréstimos
bancários) pela extensão dos prazos de financiamentos de fornecedores, pela
diminuição dos estoques de produto acabado, aumentando a produção Just in time.
O investimento em capital de giro acompanha o princípio do conflito histórico
entre risco e retorno. Uma empresa que tenha um maior nível de CCL (capital
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circulante líquido ou capital de giro líquido) terá um menor risco de insolvência,


entretanto, isso não se dá gratuitamente, mas à custa de sacrifícios no retorno
empresarial. Uma empresa que enfrenta dificuldades em função de lhe ser exigido
pelo mercado prazos maiores de financiamento das vendas e prazos menores de
financiamento de suas compras terá que aportar mais recursos permanentes (e, na
maioria dos casos, próprios) para garantir o funcionamento do negócio. Tal
exigência não necessariamente virá acompanhada de maiores retornos. Não exige
um nível ótimo (único) para no nível de capital circulante líquido, este dependerá
da característica do setor de atuação da empresa e, também, do nível de aversão a
risco do empresário. Um aspecto interessante para o equilíbrio financeiro da
empresa é perceber o volume de capital de giro (ativo circulante) permanente, ou
seja, aquele volume minimamente demandado e que não se altera com os meses
ao longo do ano.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Quanto o lucro da venda de cada produto contribuirá para a empresa cobrir


todos os seus custos e despesas fixas? A margem de contribuição nos fornece esta
resposta.
Margem de Contribuição é a quantia em dinheiro que sobra da Receita obtida
através da venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor dos
gastos variáveis , este composto por custo variável e despesas variáveis. Tal quantia
é que irá garantir a cobertura do custo fixo e do lucro, após a empresa ter atingido
o Ponto de equilíbrio, ou ponto crítico de vendas (Break-even-point). O termo
Margem de Contribuição é usado quando nos referimos a todo volume de venda.
Quando nos referimos a uma unidade do produto o termo correto a ser utilizado é
Margem de Contribuição Unitária. Logo, quando calculamos a diferença entre o
preço de venda (da unidade) e o custo unitário estamos calculando a Margem de
Contribuição Unitária e não a Margem de Contribuição.

Custos Variáveis: Tem relação direta com o sistema produtivo.


Ex: Limpeza e conservação, Aluguéis de Equipamentos e Instalações, Salários
da Administração, etc

Custos Fixos: Independem da produção ou do nível de atividade.


Ex: matéria-prima, comissão de vendas, insumos produtivos (água, energia)

Ela representa uma margem dos produtos vendidos que contribuirá para a
empresa cobrir todos os seus custos e despesas fixas, chamados de custo de
estrutura/suporte.

Representada da seguinte forma:


MC = PV - (CV + DV)
Onde:
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MC = Margem de contribuição;
PV = Preço de Venda ou Receita Op. Bruta Total; (Lembrando que Preço de Venda aqui
refere-se a Receita e não preço de venda de uma unidade);
CV = Custo variável ou Custo das Mercadorias Vendidas(CMV);
DV = Despesa variável
Receita = (Preço de venda (da Unidade)) x quantidade vendida
Índice de Margem de Contribuição (IMC) é a relação entre a Margem de
Contribuição e o preço de venda:

IMC = MC / PV

Vamos fazer um exemplo para ficar claro a aplicação do conceito de margem


de contribuição:
Preço Unitário – R$ 300,00
Imposto por Unidade – R$ 30,00
Salário Secretária – R$ 1.200,00
Custo de Matéria-prima por unidade – R$ 120,00
Segurança Noturno – R$ 1.000,00
Aluguel de Fábrica – R$ 5.000,00
Mão-de-obra por unidade – R$ 30,00
Despesas Administrativas – R$ 2.500,00

Primeiro, precisamos separar os custos e despesas variáveis dos custos e


despesas fixas.
Temos como custos e despesas fixas os seguintes itens: salário secretária,
segurança noturno, despesas administrativas, e aluguel de fábrica.
Na outra ponta, temos os custos e despesas variáveis: imposto por unidade,
custo de matéria prima, mão-de-obra.
Agora que separamos as duas categorias, podemos calcular facilmente a
margem de contribuição, como segue abaixo.

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (MC) = PREÇO DE VENDA – (CUSTOS VARIÁVEIS


+ DESPESAS VARIÁVEIS)

CUSTOS VARIÁVEIS = Custo de Mão-de-obra + Custo de Matéria-prima = R$


30,00 + R$ 120,00 = R$ 150,00
DESPESAS VARIÁVEIS = Imposto = R$ 30,00

MC = R$ 300,00 – (R$ 150,00 + R$ 30,00)


MC = R$ 300,00 – R$ 180,00
MC = R$ 120,00

Para calcular o índice de margem de contribuição, precisamos apenas fazer a


divisão da margem de contribuição (MC) pelo preço de venda.
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IMC = 120 / 300 = 40%

BREAK EVEN POINT (PONTO DE EQUILIBRIO)

O cálculo do ponto de equilíbrio é um dos métodos mais importantes para um


bom controle financeiro de qualquer negócio. Com ele é possível entender a
quantidade de vendas que precisam ser realizadas para que as receitas igualem os
custos e despesas, resultando em lucro zero.

Existem 3 variações do cálculo de ponto de equilíbrio:

 Ponto de Equilíbrio Contábil


 Ponto de Equilíbrio Financeiro
 Ponto de Equilíbrio Econômico

Antes de entrarmos nas diferenças de cada um, vale a pena lembrar o conceito
de margem de contribuição, essencial para o cálculo dessas 3 variações do break
even point, que é o preço de venda unitário menos os custos diretos para a
produção de um produto ou prestação de um serviço.

Ponto de Equilíbrio Contábil

Esse é o método mais utilizado e mostra para você a quantidade de vendas


necessárias para que o seu lucro seja zero.

Lucro = Zero

Fórmula: PEC = Gastos Fixos / Margem de Contribuição

Vantagem: Leva em consideração os demonstrativos contábeis para mostrar


exatamente o quanto é necessário vender para ficar com lucro zero. Ou seja,
qualquer quantidade abaixo desse valor deverá ser inaceitável para o seu negócio,
pois irá resultar em prejuízo.

Ponto de Equilíbrio Financeiro

Também é conhecido como ponto de equilíbrio de caixa por alguns autores e


não leva em consideração a depreciação e a amortização, fatores que diminuem o
lucro contabilmente, mas que gerencialmente não representam saída de caixa do
seu negócio.
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

 Lucro = Zero – Depreciação

 Fórmula: PEF = (Gastos Fixos – Gastos não Desembolsáveis) / Margem de Contribuição

 Vantagem: O cálculo não leva em consideração gastos que não vão sair do seu caixa,
mostrando exatamente quanto você precisa vender para ficar com o lucro zerado. O
único problema dessa abordagem é que ela não prepara para momentos de troca de
máquinas ou equipamentos que precisarão ser trocados no futuro.

Ponto de Equilíbrio Econômico

Nesse caso, a empresa determina um lucro mínimo desejado para se embutir


no cálculo, representando uma remuneração ao capital investido nela. Na prática,
esse cálculo sempre deveria ser utilizado em conjunto com o ponto de equilíbrio
contábil, já que existem sempre dois parâmetros de análise financeira, quanto
vender para não ter prejuízo e quanto vender para lucrar o desejado.

Lucro = Zero + Remuneração do Capital Próprio


Fórmula: PEE = (Gastos Fixos + Lucro Desejado) / Margem de Contribuição
Vantagem: O cálculo já leva em consideração o quanto você quer de lucro, te
ajudando a entender a quantidade de produtos ou serviços que precisam ser
vendidos para você ter retorno.

Exemplo de Cálculo do Ponto de Equilíbrio Contábil, Financeiro e Econômico

Imagine os seguintes dados da sua empresa:

Preço de Venda = R$400


Custos Diretos = R$200
Gastos Fixos = R$20.000
Depreciação = R$2.000
Custo de Oportunidade = R$5.000

Agora vamos aos cálculos do ponto de equilíbrio contábil, ponto de equilíbrio


econômico e ponto de equilíbrio financeiro. Antes de entrar em cada uma das
fórmulas, vale a pena já fazer o cálculo da margem de contribuição que será
utilizada:

MC = Preço de Venda – Custos Diretos = R$400 – R$200 = R$200

Agora vamos ver cada uma das contas:

Ponto de Equilíbrio Contábil: PEC = R$20.000 / R$200 = 100 unidades

Ponto de Equilíbrio Financeiro: PEF = (R$20.000 – R$2000) / R$200 = 90


unidades
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Ponto de Equilíbrio Econômico: PEE = (R$20.000 + 5000) / R$200 = 125


unidades

GESTÃO DE ESTOQUES

Estoque
Representa a quantidade de bens físicos que são mantidos à espera da venda
(ou da produção), por um determinado tempo. São considerados como bens em
estoques, as matérias-primas, os produtos semiacabados, os produtos acabados e
as mercadorias compradas de terceiros. Os estoques são os materiais que não são
utilizados em determinado momento, mas que existe em função de futuras
necessidades. Logo, estocar é reservar os produtos/mercadorias para utilização
futura.

Estoque de Segurança

O consumo médio mensal dos itens de estoque e o tempo de reposição podem


variar muito, seja de item para item, de uma época para outra, o que leva as
empresas a manter estoques de segurança. O estoque de segurança é um
amortecedor destinado a minimizar os efeitos de variações, do consumo médio
mensal do tempo de reposição ou de ambos conjuntamente. A determinação de
seu nível deve receber planejamento criterioso, pois é responsável pela
imobilização de capital em estoque. Essa ação concentra-se em determinar uma
reserva de estoque que equilibre tanto os custos de oportunidade das possíveis
faltas de estoque como os custos de estocagens de maiores quantidades de
materiais no almoxarifado.
Tem como objetivo compensar as incertezas inerentes ao fornecimento e
demanda e permite manter um fluxo regular de produção.

Estoque de Segurança (ES) = C x Pe, onde


C = Consumo (diário)
Pe = Prazo de entrega do fornecedor (em dias)

Estoque mínimo

O estoque mínimo também é conhecido como Ponto de pedido, e é a


quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados os pedidos de
reposição.
São fundamentais: o estoque de segurança e os tempos de entrega e consumo
diário. Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem ser
emitidos quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para
cobrir os estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos (ou vendas)
previstos para os períodos correspondentes aos prazos de entrega dos
fornecedores.
Fórmula para estoque mínimo: Emi = ES + Pe x C
Gestão Financeira – MBA Gestão Empresarial

Onde: Emi: Estoque Mínimo


ER= Estoque de Reserva
PE= Prazo de Entrega
C= Consumo

Curva ABC

A Curva ABC ou 80-20, é baseada no teorema do economista Vilfredo Pareto,


na Itália, no século XIX, num estudo sobre a renda e riqueza, ele observou uma
pequena parcela da população, 20%, que concentrava a maior parte da riqueza,
80%. Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no princípio de
Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas quantidades
utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar clientes em
relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade proporcionada;
classificação de produtos da empresa pela lucratividade proporcionada, etc...
No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a
dependência ou risco face a um cliente, ou ainda para que tipo de clientes a
organização se deve focar. Consiste em ordenar os clientes por ordem decrescente
da sua contribuição para a empresa, de modo a se poder segmentar por grau de
dependência, de risco ou ainda por outro critério a definir. Em uma organização a
curva ABC é muito utilizada para a administração de estoques, mas também é usada
para a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento de prioridades, para
a programação de produção, etc. Para a administração de estoques, por exemplo,
o administrador a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de
aquisição de itens - mercadorias ou matérias-primas - essenciais para o controle do
estoque. Na avaliação dos resultados da curva ABC, percebe-se o giro dos itens no
estoque, o nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da
organização. Os recursos financeiros investidos na aquisição do estoque poderão
ser definidos pela análise e aplicação correta dos dados fornecidos com a curva
ABC.
Classicamente uma análise ABC consiste da separação dos itens de estoque em
três grupos de acordo com o valor de demanda anual, em se tratando de produtos
acabados, ou valor de consumo anual quando se tratarem de produtos em processo
ou matérias-primas e insumos. O valor de consumo anual ou valor de demanda
anual é determinado multiplicando-se o preço ou custo unitário de cada item pelo
seu consumo ou sua demanda anual. Como resultado de uma típica classificação
ABC surgirão grupos divididos em três classes, como segue: a) Classe A: Grupo de
itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção bem especial pela
administração. b) Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as
classes A e C. c) Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção
por parte da administração.
Uma classificação ABC de itens de estoque tida como típica apresenta uma
configuração na qual 20% dos itens são considerados A e que estes respondem por
65% do valor de demanda ou consumo anual. Os itens B representam 30% do total
de número de itens e 25% do valor de demanda ou consumo anual. Tem-se ainda
que os restantes 50% dos itens e 10% do valor de consumo anual serão
considerados de classe C.
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Apesar da configuração acima ser válida como "padrão típico", em se tratando


de curva ABC a classificação não deve ter como regra rígida ser composta por três
classes. Assim, uma análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de
controle de um item e o impacto deste item sobre os custos e a rentabilidade, o
que de certa maneira pode variar de empresa para empresa. Deve-se ter em mente
ainda que, apesar da análise ABC ser usualmente ilustrada através do valor de
consumo anual, este é apenas um dos muitos critérios que pode afetar a
classificação de um item.
A seguir, alguns fatores que afetam a importância de um item e que podem ser
utilizados como critérios qualificadores numa análise ABC
a) Cuidados de armazenagem para um item;
b) Custos de falta de material;
c) Mudanças de engenharia (projeto).

Montagem da Curva ABC

A construção da curva ABC compreende três fases distintas:


1. Elaboração da Tabela com as quantidades e valores
2. Construção do gráfico
3. Interpretação do gráfico

Vamos acompanhar o exemplo seguinte:

Tabela 4 - Tabela com quantidades e valores

Consumo anual
Material Valor Unitário
Em unidades Valor
X1 R$ 25,00 200 R$ 5.000,00
X2 R$ 16,00 5000 R$ 80.000,00
X3 R$ 50,00 10 R$ 500,00
X4 R$ 100,00 100 R$ 10.000,00
X5 R$ 0,15 200000 R$ 30.000,00
X6 R$ 0,01 100000 R$ 1.000,00
X7 R$ 8,00 1000 R$ 8.000,00
X8 R$ 2,00 20000 R$ 40.000,00
X9 R$ 70,00 10 R$ 700,00
X10 R$ 5,00 60 R$ 300,00

Na tabela anterior observa-se que os materiais estão ordenados por código. Vamos aos
seguintes passos:
a) Ordenar o total do consumo por ordem decrescente de valor;
b) Obter o total do consumo acumulado;
c) Determinar as percentagens com relação ao valor total do consumo acumulado.
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Tabela 5 - Consumo por ordem decrescente de valor

Consumo anual
Material
Em unidades Valor
X2 5000 R$ 80.000,00
X8 20000 R$ 40.000,00
X5 200000 R$ 30.000,00
X4 100 R$ 10.000,00
X7 1000 R$ 8.000,00
X1 200 R$ 5.000,00
X6 100000 R$ 1.000,00
X9 10 R$ 700,00
X3 10 R$ 500,00
X10 60 R$ 300,00

Em seguida, criamos mais duas colunas, onde calculamos o total de consumo acumulado e
também as percentagens em relação ao valor total do consumo acumulado.

Tabela 6 - Valor acumulado e % sobre o valor total acumulado

Consumo anual
Material % sobre o valor
Em unidades Valor Valor Acumulado
acumulado total
X2 5000 R$ 80.000,00 R$ 80.000,00 45,58%
X8 20000 R$ 40.000,00 R$ 120.000,00 68,38%
X5 200000 R$ 30.000,00 R$ 150.000,00 85,47%
X4 100 R$ 10.000,00 R$ 160.000,00 91,17%
X7 1000 R$ 8.000,00 R$ 168.000,00 95,73%
X1 200 R$ 5.000,00 R$ 173.000,00 98,58%
X6 100000 R$ 1.000,00 R$ 174.000,00 99,15%
X9 10 R$ 700,00 R$ 174.700,00 99,54%
X3 10 R$ 500,00 R$ 175.200,00 99,83%
X10 60 R$ 300,00 R$ 175.500,00 100,00%
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A construção do gráfico

Tabela 7 - Gráfico com a curva ABC

R$ 200.000,00 120,00%

R$ 180.000,00
100,00%
R$ 160.000,00

R$ 140.000,00

C 80,00%

B
R$ 120.000,00

R$ 100.000,00 60,00%

R$ 80.000,00

A
40,00%
R$ 60.000,00

R$ 40.000,00
20,00%
R$ 20.000,00

R$ 0,00 0,00%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Classificando os estoques e determinando prioridades

Em várias empresas, uma análise ABC é preparada frequentemente para


determinar o método mais econômico para controlar itens de estoque, pois,
através dela torna-se possível reconhecer que nem todos os itens estocados
merecem a mesma atenção por parte da administração ou precisam manter a
mesma disponibilidade para satisfazer os clientes. Assim, conduzir uma análise ABC
é com frequência um passo muito útil no projeto de um programa de ação para
melhorar a performance dos estoques, reduzindo tanto o capital investido em
estoques como os custos operacionais.
Dentro do critério ABC, podem-se estabelecer níveis de serviços diferenciados
para as diversas classes, por exemplo: 99% para itens A, 95% para itens B e 85%
para itens C, de forma a reduzir o capital empregado em estoques, ou podem-se
usar métodos diferentes para controlar o estoque e, assim, minimizar o esforço
total de gestão. Do exposto acima, decorre que os materiais considerados como
classe A merecem um tratamento administrativo preferencial no que diz respeito à
aplicação de políticas de controle de estoques, já que o custo adicional para um
estudo mais minucioso destes itens é compensado. Em contrapartida, os itens tidos
como classe C não justificam a introdução de controles muito precisos, devendo
receber tratamento administrativo mais simples. Já os itens que foram classificados
como B poderão ser submetidos a um sistema de controle administrativo
intermediário entre aqueles classificados como A e C.
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ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Nesta unidade falaremos das decisões de investimento no longo prazo. É


importante que se diga que são decisões estratégicas, que vêm da alta direção.
Estas decisões modificam a relação da empresa com o meio ambiente, ou seja,
altera a posição da empresa com o mercado, com o governo, com as instituições
financeiras e com o próprio quadro de colaboradores.
Para que se entenda melhor esta mudança na empresa, é importante dizer que
as decisões de longo prazo, em geral, envolvem novos investimentos, seja para
ampliar a empresa, seja para modernizar, para relocar ou mesmo para diversificar
os produtos. Qualquer uma das circunstâncias provoca grandes alterações na
estrutura até aí existente. Essas são razões suficientemente fortes para se estudar
métodos e procedimentos para a tomada acertada das decisões de longo prazo, já
que irão alterar definitivamente a empresa. Para Neto (2003), as decisões de
investimento envolvem a elaboração, avaliação e seleção de propostas de aplicação
de capital efetuadas com objetivo, normalmente de médio e longo prazo, de
produzir determinado retorno aos proprietários de ativos.
Todo processo de tomada de decisões financeiras requer uma compreensão
dos princípios de formação e utilização das taxas de juros de mercado.
A princípio cabe aqui discutir o custo de capital.
Para determinar quais ativos são rentáveis e quais não são, os investidores
precisam de um pouco de referência. Esse ponto de referência é conhecido como
taxa requerida de retorno.
Dadas as preferências individuais e as condições de mercado, os investidores
estabelecem uma taxa de retorno esperada para cada ativo que podem comprar.
Retorno esperados são as receitas futuras que os investidores preveem receber ao
assumir o risco de investir. Se o retorno esperado ficar abaixo da taxa de retorno
desejada, o investimento não será feito.
Vamos ao exemplo:
Um investidor possui R$ 100.000,00 para investir e a taxa mínima que ele
aceita é equivalente a taxa de juros do mercado, no nosso caso 11% ao ano. Ele
avalia várias opções e só aceitará aquelas que lhe garantirem retorno acima dos
11% ao ano.

Orçamento de Capital
Orçamento de capital é uma ferramenta gerencial necessária. Uma das
responsabilidades de um gerente financeiro é escolher investimentos com fluxos
de caixa e taxas de retornos satisfatórios. Portanto, um gerente financeiro deve ser
capaz de decidir se um investimento é um empreendimento valioso ou não, e de
escolher, de maneira inteligente, entre duas ou mais alternativas. Para conseguir
isso, é necessário um sólido conjunto de procedimentos para avaliar, comparar e
selecionar projetos. Esse conjunto de procedimentos é chamado de orçamento de
capital.
Os principais tipos de despesas de capital são:
- Novas máquinas e equipamentos adquiridos para novos propósitos.
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- Substituição de equipamentos existentes.


- Projetos obrigatórios.
- Outras despesas de capital.
Para avaliar projetos de aquisição de novas máquinas e equipamentos, deve-
se considerar, essencialmente, dois valores: o investimento inicial e os fluxos de
caixa esperados.

Determinando os custos iniciais


Esse é o primeiro passo para decidir se um projeto deve ser aceito. Consiste na
apuração do custo real de se iniciar um investimento.
Vamos ao exemplo:
Uma empresa deseja adquirir uma máquina nova, cujo preço no mercado é de
R$ 230.000,00 e tem despesas de transporte, liberação e instalação de R$
30.000,00. Neste caso, o custo inicial do investimento é de R$ 260.000,00.

Determinando o fluxo de caixa


Esse é o segundo passo. Deve-se, então, fazer previsão das vendas, de todos
os custos e despesas envolvidas e apurar o fluxo de caixa líquido, que pode ser
chamado, também, de lucro antes do imposto de renda.
A questão mais importante é que estes fluxos ocorrem no decorrer do tempo,
ou seja, a empresa vai tendo lucros com o projeto ao longo de sua vida útil.
Supomos que o projeto pode ser uma máquina, para facilitar nossa
compreensão, tenha vida útil de cinco anos e os fluxos de caixa, anualmente, são
representados abaixo:

Ano Fluxo de Caixa


1 80000
2 110000
3 140000
4 160000
5 180000

Vamos, de maneira simplista, supor que estes fluxos já estejam no valor


presente, assunto que será abordado adiante.
Fazendo a somatório dos lucros auferidos pela máquina, ao longo de sua vida
útil de cinco anos, obteremos R$ 670.000,00.
Numa análise preliminar pode-se comparar este valor com o custo do
investimento inicial, apurado no exemplo anterior, de R$ 260.0000. Facilmente
chega-se a conclusão que temos um bom projeto, porque descontado o
investimento inicial ainda sobram R$ 410.000,00.
Agora vamos conhecer alguns métodos utilizados para avaliar melhor estes
projetos e principalmente para decidir entre duas ou mais opções.
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CRITÉRIOS QUANTITATIVOS DE ANÁLISE ECONÔMICA


Como já foi falado anteriormente, a nova proposta deve render no mínimo a
taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações correntes e de pouco risco.
Convém estabelecer, então, esta taxa mínima, que será chamada de TMA –
Taxa mínima de atratividade.
Agora que já conhecemos a TMA, ou seja, nossa taxa mínima de atratividade,
vamos conhecer algumas técnicas de análise de investimentos. As principais são:
VPL – Valor presente líquido; TIR – Taxa interna de retorno; PRI – Período de
recuperação de investimento (payback).

PAYBACK
Payback é uma ferramenta para fazer avaliação de investimentos, medindo o
tempo necessário para que uma empresa possa recuperar os investimentos iniciais.
Existem os prós e contras nesse método de avaliação de investimentos iniciais.
Prós: o payback só considera os fluxos de caixa e não os lucros contábeis,
fazendo uma distribuição dos fluxos de caixa, considerando o que a empresa tem
em dinheiro em caixa.
Contra: só com avaliação do fluxo de caixa descontado não se pode determinar
se o projeto acrescenta valor à empresa, precisa de outros métodos como do valor
presente líquido e da taxa interna de retorno.
O número de anos necessários para recuperar o investimento inicial é
chamado de tempo de retorno do investimento (payback). Se o período de payback
encontrado representa um período de tempo aceitável para a empresa, o projeto
poderá ser selecionado.

Exemplo:
Ano FC
-----------------------
1 10.000,00
2 15.000,00
3 20.000,00
4 25.000,00
5 30.000,00
Investimento inicial 45.000,00.

Pode-se verificar que serão necessários exatos 3 anos para o investimento


inicial retornar.
Neste caso, o tempo de retorno foi exatamente em 3 anos e foi fácil fazer o
cálculo. Mas, às vezes, o resultado pode ser representado e anos, meses e dias.

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

A TIR é uma taxa de desconto que torna o VPL igual a zero. A taxa abaixo da
qual os projetos são rejeitados.
Para calcular a TIR deve-se, primeiro, determinar a TMA – Taxa mínima de
atratividade. Caso o VPL resulte em zero, então podemos dizer que a própria TMA
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é a TIR. Mas, se o VPL for positivo, então se deve tentar com taxas maiores até o
VPL ficar igual a zero. Se aplicada a TMA e o VPL for negativo, deve-se tentar com
uma taxa de desconto menor, até o VPL ficar igual a zero. Esse método descrito
acima é denominado de tentativa e erro. Pode ser muito trabalhoso encontrar a
taxa que iguala o VPL a zero por este método. Para facilitar o processo sugere-se a
utilização de uma calculadora financeira.
Projetos que apresentam a TIR acima da TMA podem ser aceitos. Claro, se a
TMA significa a taxa mínima exigida, então qualquer taxa acima dela pode
selecionar projetos. Se a TIR estiver abaixo da TMA o projeto deve ser rejeitado.
Pois, não satisfaz o retorno mínimo exigido.

VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)


O valor presente líquido é o método de análise mais conhecido e utilizado. É a
concentração dos fluxos de caixa na data zero, para tal a usa-se o TMA.
É indispensável entender que os valores envolvidos nos projetos estão em
tempos diferentes. O investimento inicial está no presente, ou seja, no tempo zero.
Já os fluxos de caixa serão recebidos ao longo dos anos, que podemos chamar de
t1 para o ano 1, t2 para o ano 2, t3 para o ano 3, t4 para o ano 4 e t5 para o ano 5,
visto que trabalhamos com projetos com vida útil de cinco anos.
Não se pode simplesmente somar os fluxos de caixa em diferentes tempos e
confrontar com o investimento inicial, precisa-se primeiro, ter todos no mesmo
tempo. É recomendável que se traga todos os fluxos de caixa futuros para o
presente, dando, assim, condições de confrontar os lucros com o investimento
necessário.
Para trazer um valor futuro para o presente, pode ser utilizada uma fórmula
ou mais rapidamente, uma calculadora financeira.
Para a fórmula, temos:
VALOR PRESENTE (VP) = FC / (1 + i)n

Onde, FC = Fluxo de Caixa; i = taxa mínima de atratividade; n = número de


períodos.
Vamos a um exemplo para deixar mais claro o conceito.
Considere R$ 20.000,00 para o custo do investimento inicial e fluxos de caixa
para os períodos 1, 2 e 3 respectivamente: 5000,00; 10.000 e 15.000,00. Taxa
mínima de atratividade de 10%.

Ano 1:
VP= 5.000,00 / (1 + 0,1)1 -> VP = 5.000,00/ 1,10
VP = 4.545,45

Ano 2:
VP = 10.000,00/ (1 + 0,10)2 -> VP = 10.000,00/ 1,21
VP = 8.264,46

Ano 3:
VP= 15.000,00 / (1 + 0,10)3 VP = 15.000,00 / 1,331
VP = 11.269,72
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Agora que os três fluxos de caixa estão no valor presente, podem ser somados:

VP = 24.079,63

Para saber o valor presente líquido basta aplicar a fórmula abaixo:

VPL = VP – I
VP = Valor presente
I = Investimento inicial

No caso do nosso exemplo:


VPL = 24.079,63 - 20.000,00
VPL = 4.079,63

Com este resultado pode-se afirmar que temos um bom projeto, pois com VPL
positivo os projetos podem ser aceitos. Significa que cobre o investimento inicial e
ainda proporciona ganho líquido.

BIBLIOGRAFIA

1. GITMAN, Lawrence Jeffrey. Administração financeira: Uma Abordagem Gerencial. São Paulo:
Pearson, 2006.
2. GROPPELLI, A.A. e NIKBAKHT, Ehsan. Administração financeira. São Paulo: Saraiva, 2006.
3. NETO, Alexandre Assaf. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003.
4. Assaf Neto, Alexandre e Silva, César Augusto Tibúrcio, Administração do Capital de Giro,
Editora Atlas, Segunda edição, 1997;
5. Assaf Neto, Alexandre, Estrutura e Análise de Balanços, Editora Atlas, quinta edição, 2.000;
6. Ross, A. Stephen e outros, Administração Financeira, Editora Atlas, 1995;

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