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FAMENE
NETTO, Arlindo Ugulino.
PATOLOGIA
FISIOPATOGÊNESE DA ATEROSCLEROSE
(Professor Ivan Rodrigues)
HISTOLOGIA ARTERIAL
Os vasos musculares
apresentam, basicamente, seis
camadas:
O endotélio, uma fina camada
de células pavimentosas que
estão em contato com a luz
do vaso;
A íntima, uma camada de
tecido conjuntivo bastante
fina. É justamente nesta
camada onde o processo de
aterosclerose se desenvolve;
A camada elástica interna: é uma membrana elástica limitante localizada entre a íntima e a camada média.
A túnica média, que corresponde à própria camada muscular lisa;
A camada elástica externa;
A camada adventícia, camada mais externa que reveste o vaso externamente. Apresenta pequenos filetes nervosos e vasos
responsáveis pela irrigação de todas as camadas arteriais chamados de vaso vasorum.
GENERALIDADES
A aterosclerose é definida como uma doença das artérias de
grande ou médio calibre, afetando principalmente a aorta abdominal e
seus ramos. É caracterizada pelo acúmulo lipídeos,carboidratos
complexos, componentes do sangue (fibrina e anticorpos), células
(mastócitos, macrófagos, linfócitos T, linfócitos B) ou material
intercelular na camada íntima dos vasos, a qual passa a ser
cronicamente alterada. Em bases epidemiológicas, a aterosclerose é
uma das principais causas de morte em todo o mundo. Seus meios
para tal afirmação é a sua capacidade de provocar infartos,
síndromes coronarianas, acidente vascular cerebral, gangrena nos
membros inferiores em indivíduos diabéticos, etc.
As principais sedes arteriais da aterosclerose são: artéria
aorta abdominal, artérias ilíacas, artérias femorais e poplíteas, óstio
de abertura das artérias mesentéricas superior e das artérias renais,
artérias coronárias no coração e as artérias carótidas internas e
vertebrais no polígono de Willis.
A classificação da American Heart Association divide as
lesões ateroscleróticas em seis tipos, iniciando com células
espumosas isoladas (pontos gordurosos), estágios de estrias
gordurosas, ateromas e fibroateromas, até as lesões mais
avançadas. Ver OBS1.
As estrias gordurosas compreendem a lesão inicial da
aterosclerose. São compostas por células espumosas (macrófagos
repletos de lipídeos) que surgem como múltiplas manchas amarelas
planas com menos de 1mm de diâmetro, que coalescem em longas
estrias de 1cm ou mais de comprimento.
As estrias gordurosas surgem na aorta de algumas crianças
com menos de 1 ano de idade, e em todas as crianças com mais de
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10 anos, independentes fatores de risco. As estrias gordurosas coronarianas começam a se formar na adolescência,
em locais anatômicos que podem ser propensos ao desenvolvimento de placas.
As estrias gordurosas relacionam-se com os fatores de risco conhecidos para a aterosclerose em adultos
(especialmente concentrações plasmáticas de colesterol e tabagismo), e algumas evidências experimentais apóiam o
conceito da evolução das estrias gordurosas em placas. As estrias gordurosas, no entanto, ocorrem com frequência em
áreas da vasculatura que não são particularmente suscetíveis ao desenvolvimento de ateromas nos estágios
posteriores da vida.
As placas ateroscleróticas surgem primariamente nas artérias elásticas (Ex: aorta, artérias carótidas e ilíacas) e
nas artérias musculares de grande e médio calibre (Ex: artérias coronárias e poplíteas). A doença aterosclerótica
assintomática acomete mais frequentemente as artérias que irrigam o coração, o encéfalo, os rins e as extremidades
inferiores. Infarto do miocárdio, infarto cerebral (acidente vascular encefálico), aneurismas da aorta e doença vascular
periférica (gangrena das pernas) são as principais consequências da aterosclerose.
Nas artérias pequenas, os ateromas podem obstruir os lumens, comprometendo o fluxo sanguíneo dos órgãos
mais distantes e resultando em lesão isquêmica. As placas podem se romper e precipitar, formando trombos que
aumentam a obstrução do fluxo sanguíneo. Nas artérias maiores, as placas invadem a média subjacente e enfraquece
a parede dos vasos afetado, causando aneurismas que podem se romper. Além disso, ateromas extensos podem ser
friáveis, liberando êmbolos na circulação distal.
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OBS : Classificação da American Heart Association para as lesões ateroscleróticas humanas:
Lesão do tipo I (inicial): células espumosas isoladas derivadas de macrófagos. Ocorre crescimento
principalmente por acúmulo de lipídios. É comum a partir da primeira década de vida e é clinicamente
silenciosa.
Lesão do tipo II (estrias de gordurosas): ocorre crescimento por acúmulo e lipídico intracelular. Acontece a
partir da primeira década de vida e é clinicamente silenciosa.
Lesão do tipo III (intermediária): surgem alterações de tipo II e pequenos reservatórios lipídicos extracelulares.
O crescimento da placa também acontece por acúmulo de lipídios e se estabelece a partir da terceira década
de vida, mas ainda é clinicamente silenciosa.
Lesão do tipo IV (ateroma): alterações do tipo II e núcleo lipídico extracelular caracterizam esta lesão que se
estabelece também a partir da terceira década de vida. Contudo, os sinais clínicos são silenciosos ou
evidentes.
Lesão do tipo V (fibroateroma): caracterizado por núcleos lipídicos e camadas calcificadas ou fibróticas. O
mecanismo de crescimento se baseia no aumento acelerado de músculo liso e colágeno que ocorre a partir da
quarta década de vida, sendo clinicamente silenciosa ou evidente.
Lesão do tipo VI (avançada): caracterizada por defeitos de superfície, hematoma-hemorragia e trombo. Nesta
se, que se manifesta principalmente a partir da quarta década de vida, ocorre trombose e hematoma.
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Existem certos ácidos graxos polinsaturados presentes em óleos vegetais que fazem o efeito inverso do LDL,
podendo baixar os níveis de colesterol. A gordura de certos peixes, por exemplo, apresentam o lipídeo ômega-3, que
diminui os níveis de colesterol plasmático.
FATORES DE RISCO
• Idade: para que aterosclerose se instale como um processo crônico, é necessário tempo. Por isso, a
aterosclerose não costuma ser evidente até a meia idade. Ocorre na faixa etéria entre 40-60 anos, faixa em
que a incidência de infarto miocárdico 5x.
• Sexo: os homens são mais propensos ao desenvolvimento de aterosclerose. As mulheres são protegidas do
desenvolvimento da aterosclerose até o advento da menopausa, uma vez que o estrógeno tem um efeito
protetor contra a aterosclerose (diminuindo os níveis das lipoproteínas e aumentando os níveis de HDL). A
partir da fase da menopausa, o as mulheres apresentarão a mesma propensão ao desenvolvimento da
aterosclerose que os homens.
• Hiperlipidemia: é o principal fator de risco da aterosclerose. Está associado ao aumento dos níveis de
colesterol plasmático que, uma vez aumentado (hipercolesterolemia) pode provocar:
o Disfunção endotelial, ocorrendo uma diminuição da síntese de substâncias vasodilatadoras como o óxido
nítrico, aumentando o tônus vascular e a pressão arterial.
o Aumento dos espaços interendoteliais, o que favorece a passagem de lipoproteínas para a íntima.
o Lipídeos transportados no sangue sob a forma de lipoproteínas são incorporados às células por meio de
receptores específicos que deixam de ser expressos quando a célula não mais necessita englobar lipídeo.
Contudo, macrófagos e monócitos, além deste receptor regulado pela quantidade de gordura, apresentam
receptores constitutivos cuja expressão não é diminuída com o aumento de gordura, o que faz com que
essas células continuem fagocitando lipídeos para formar as células xantomatosas, repletas de gordura.
• Genética: a predisposição familiar bem estabelecida para aterosclerose e cardiopatia isquêmica é mais
provavelmente poligênica. Mais comumente, a propensão genética está relacionada com um agrupamento
familiar de outros fatores de risco, como hipertensão ou diabetes. Com menor frequência, há o envolvimento
dos distúrbios genéticos hereditários bem conhecidos no metabolismo das lipoproteínas, que resultam em
níveis excessivamente elevados de lipídios no sangue, como ocorre na hipercolesterolemia familar.
o Hipertensão arterial: favorece para agravar a aterosclerose. A pressão mecânica sobre o endotélio
também é responsável por promover uma disfunção endotelial, reduzindo a síntese de oxido nítrico
(principal promotor de relaxamento vascular derivado do endotélio). Com isso, ocorre aumento do tônus
vascular e da pressão arterial. Além disso, a força mecânica sobre a parede dos vasos estimula a
expressão de receptores que favorecem a proliferação da musculatura lisa e elementos da matriz
extracelular, dois eventos fundamentais para a fisiopatogênese da placa ateromatosa. A placa de
aterosclerose não somente se forma pelo acúmulo de lipídios como também por meio da proliferação da
musculatura lisa vascular e da matriz extracelular.
o Diabetes mellitus: diabéticos apresentam disfunção endotelial e diminuição da síntese de NO, tendendo a
apresentar hipertensão arterial. Além disso, tendem a hiperlipidemia e hipercolesterolemia, uma vez que a
deficiência de insulina promove a lipólise e aumento dos níveis de lipídios no sangue. Esses pacientes
apresentam ainda um sistema anti-oxidante (necessário por degradar citocinas, debelar processos
inflamatórios e combater a LDL-oxidada, um dos principais fatores para a formação da placa ateromatosa)
deficiente.
o Hipercolesterolemia familiar: deficiência nos receptores de LDL, gerando o aumento dos níveis de LDL no
plasma e favorecendo a sua infiltração na intima dos vasos, predispondo, até mesmo em indivíduos
jovens, ao infarto.
• Tabagismo: aumenta a taxa de óbito por cardiopatia isquêmica, pois, acelera o processo da aterosclerose. O
tabaco é rico em substancias oxidantes que podem levar à oxidação da LDL, predispondo à produção das
placas. A própria toxina do cigarro também favorece a destruição do endotélio.
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endotelial e, se o indivíduo já apresenta uma taxa elevada de lipoproteínas no plasma, ocorre acúmulo dessas
lipoproteínas na matriz subendotelial (que é a camada íntima).
Uma vez na camada intima, o LDL passa a sofrer modificações estruturais (oxidação pela ação dos radicais
livres formados pelas células endoteliais ou por macrófagos ou mesmo pelas substâncias tóxicas do fumo). O LDL,
agora oxidado, promove o aumento da expressão de receptores no endotélio (principalmente para monócitos) e
também favorece a adesão de plaquetas na superfície endotelial. É fundamental saber também que a própria LDL
oxidada tem a capacidade de promover a expressão de receptores para mastócitos, linfócitos B e linfócitos T, além de
ter caráter tóxico contra a própria camada endotelial.
Todos esses fatores pré-citados favorecem a migração das células inflamatórias para a camada íntima. Os
macrófagos passam a englobar as lipoproteínas que penetram na camada subendotelial e se transformam em células
espumosas (ou xantomatosas).
Por meio da interação e ativação celular, os macrófagos e linfócitos que migraram para a região da lesão
liberam fatores (citocinas) importantes que vão promover a migração das células musculares da camada média para a
camada íntima, crescimento e proliferação destas células musculares além da produção de matriz extracelular (por
meio da estimulação da proliferação de fibroblastos), fazendo com que a região lesionada seja infiltrada por fibrose
mediada por colágeno e proteoglicanos.
Ao final do processo, ocorre acúmulo de lipídios dentro dos macrófagos (formação das células xantomatosas) e
proliferação de células musculares na camada íntima, além de depósito de matriz extracelular e de outros elementos
inflamatórios nesta região (linfócitos T, B e mastócitos). Estes são os principais componentes da placa ateromatosa. A
medida que este processo evolui, o processo inflamatório e a fibrose se prolonga, tendendo à calcificação e necrose.
Em resumo, temos:
A lesão endotelial crônica, geralmente sutil, com
consequente disfunção endotelial, resulta em elevada
permeabilidade, adesão leucocitária e potencial trombócito;
Ocorre acúmulo de lipoproteínas nas paredes vasculares,
principalmente LDL, com seus elevados conteúdos de
colesterol (indivíduos com hiperlipidemia podem apresentar
disfunções endoteliais que favorece a passagem de
monócito para íntima, bem como a adesão de plaquetas na
abertura inter-endotelial, uma vez que as plaquetas tendem
a se agregar onde a íntima estiver exposta);
Modificação de lipoproteínas lesionais por oxidação,
formando LDL oxidada (capaz de aumentar a expressão de
receptores de leucócitos e monócitos no endotélio, além de
causar lesão direta no endotélio);
Adesão de monócitos plasmáticos (e outros leucócitos) ao
endotélio, seguida por sua migração para a íntima e
transformação em macrófagos e células espumosas;
Adesão plaquetária na região lesionada;
Interação entre linfócitos (que também são recrutados para a
região) e macrófagos, que faz com que sejam produzidas e
liberadas fatores que promovem a migração e proliferação
das células musculares lisas (CML), as quais saem da
camada média para acumular-se na íntima.
Proliferação de células musculares lisas na íntima e
elaboração da matriz extracelular, levando o acúmulo de
colágeno e proteoglicanos;
Maior acúmulo de lipídios, tanto no interior das células
(macrófagos e CML) quanto no espaço extracelular (quando
há rompimento das células espumosas);
Continuação do processo inflamatório, calcificação e
necrose. O aumento do volume da região lesada obstrui,
gradativamente, a luz do vaso, caracterizando os efeitos
nocivos da placa ateromatosa (infarto, isquemia, etc).
As placas ateroscleróticas possuem três principais componentes: (1) células, incluindo as CML, macrófagos,
demais leucócitos e restos de células necróticas e rompidas; (2) matriz extracelular, incluindo colágeno, fibras elásticas
e proteoglicanos; e (3) lipídios intracelulares e extracelulares. Estes componentes ocorrem em proporções e
configurações variadas em diferentes lesões.
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LESÃO ENDOTELIAL
A lesão endotelial crônica ou repetida é o ponto principal da hipótese de resposta a lesão. A causa específica
da disfunção endotelial na aterosclerose inicial não é conhecida: possíveis candidatos incluem subprodutos da fumaça
do cigarro, homocisteína e possivelmente vírus e outros agentes infecciosos. Citocinas inflamatórias, como o fator de
necrose tumoral (TNF), estimulam a expressão de genes endoteliais que podem promover a aterosclerose. Contudo,
admite-se que os dois principais fatores desencadeantes são: alterações hemodinâmicas e hipercolesterolemia.
INFLAMAÇÃO
Os mecanismos inflamatórios medeiam o estabelecimento, a progressão e as complicações das lesões
ateroscleróticas. O endotélio normal não permite a ligação de leucócitos. No entanto, nas fases iniciais da
aterogênese, as células endoteliais começam a expressar em sua superfície moléculas de adesão seletivas (como a
VCAM-1), que se ligam a diversas classes de leucócitos. Após a adesão dos monócitos ao endotélio, eles migram entre
as células endoteliais para se alojar na íntima, em grande parte estimulados por citocinas e/ou transformam-se em
macrófagos e englobam avidamente lipoproteínas, principalmente LDL oxidadas. Os macrófagos produzem IL-1 e TNF,
que elevam a adesão de leucócitos.
Os macrófagos produzem espécies tóxicas que aumentam ainda mais a oxidação do LDL nas lesões e
produzem fatores de crescimento que podem contribuir para a proliferação das células musculares lisas.
Os linfócitos T (tanto os CD4+ quanto os CD8+) também são recrutados para a íntima por quimioatração. O
diálogo entre os macrófagos e células T induz a ativação imune celular e humoral, características do estado
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inflamatório crônico. As células T recebem sinais para produzir citocinas inflamatórias, como o IFN-γ e linfotoxina, que
podem, por sua vez, estimular macrófagos, células endoteliais vasculares e CML. Os antígenos responsáveis por esta
ativação ainda não são conhecidos, mas antígenos bacterianos e virais ou proteínas do choque térmico e novos
antígenos induzidor por constituintes da parede arterial modificada ou por lipoproteínas são algumas possibilidades.
LIPÍDIOS
Como sabemos, os principais lipídios nas placas ateromatosas são colesterol e ésteres de colesterol que
derivam do plasma. O LDL oxidado, encontrado em macrófagos presentes em estrias gordurosas, é um dos principais
componentes da placa ateromatosa.
A hiperlipidemia crônica, particularmente hipercolesterolemia, pode prejudicar diretamente a função das células
endoteliais por elevar a produção de radicais livres de oxigênio que desmobilizam o NO, principal fator de relaxamento
derivado de endotélio. Além disso, na hiperlipidemia crônica, as lipoproteínas se acumulam no interior da íntima em
locais de elevada permeabilidade endotelial.
Alterações lipídicas químicas induzidas por radicais livres, gerados em macrófagos ou nas células endoteliais
nas paredes vasculares, geram LDL oxidada (modificada) responsável pelos seguintes fatores: (1) ser ingerida mais
facilmente por macrófagos (por ser reconhecida por um receptor depurador) e formar células espumosa; (2) acúmulo
de monócitos nas lesões; (3) liberação de fatores de crescimento e citocinas; (4) ser tóxica para as células endoteliais e
CML.
INFECÇÕES
Estudos recentes mostram que há uma possibilidade de contribuição de infecções para a aterosclerose;
bactérias e vírus foram relacionados, particularmente Chlamydia pneumoniae e citomegalovirus, respectivamente.
As evidências da participação de C. pneumoniae são as mais fortes. A evidência mais concreta foi a detecção
de componentes bacterianos em lesões ateroscleróticas. No entanto, evidências de mecanismos específicos através
dos quais as bactérias ou vírus podem causar aterosclerose continuam desconhecidos. Admite-se que uma infecção
secundária da lesão pode potencializar os efeitos locais dos fatores de risco conhecidos, como a hipercolesterolemia,
por acelerar as vias de inflamação crônica associadas a lesões ateroscleróticas, ou por alterar a resposta das células
da parede vascular à lesão. Podem provocar ainda alterações no metabolismo lipídico sistêmico, causando o
desenvolvimento de lesões ateromatosas e suas complicações.
Além disso, organismos infecciosos podem potencializar as complicações das lesões já existentes. Por
exemplo, proteínas de choque térmico de C. pneumoniae podem ativar macrófagos e induzir a produção de
proteinases que degradam a matriz, enfraquecendo as placas ateroscleróticas e tornando-as suscetíveis à ruptura, e
portanto, à trombose.
A própria Chlamydia pneumoniae e o vírus da Herpes simples tipo 1 (HSV-1) podem garantir um processo
inflamatório dentro da placa e piorar ainda mais o processo inflamatório que já estava instalado.