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514 ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE

Acolhimento na Atenção Primária à Saúde:


revisão integrativa
Reception in Primary Health Care: an integrative review

Larissa Rachel Palhares Coutinho1, Ana Rita Barbieri2, Mara Lisiane de Moraes dos Santos3

RESUMO O presente estudo tem por objetivo analisar o conhecimento produzido sobre o
acolhimento na Atenção Primária à Saúde, nos últimos oito anos. Trata-se de uma revisão
integrativa, relacionada também ao acolhimento no âmbito da Estratégia Saúde da Família.
Pode-se afirmar que o processo de acolhimento ainda não está totalmente sistematizado nos
modelos de atenção à saúde, podendo ser esta uma justificativa para as dificuldades apresen-
tadas tanto por profissionais quanto por usuários. São necessários estudos com novas aborda-
gens ou estratégias para a sistematização do acolhimento nas unidades de Atenção Primária
à Saúde, e verificar se estas têm realmente impacto na qualidade dos serviços e na satisfação
dos usuários.

PALAVRAS-CHAVE Acolhimento; Atenção à saúde; Atenção Primária à Saúde; Estratégia Saúde


da Família.

ABSTRACT The present study aims to analyze the knowledge produced about the reception in the
Primary Health Care, in the last eight years. It is about an integrative review, also related to the
reception within the Family Health Strategy. It can be stated that the reception process is not yet
fully systematized in the models of health care, and this may be a justification for the difficulties
presented by both professionals and users. There are necessary studies with new approaches or
strategies for the systematizing of the reception in units of Primary Health Care, and verify if
these actually have an impact on the quality of services and in the users satisfaction.

KEYWORDS User embracement; Health care (Public Health); Primary Health Care; Family
Health Strategy.

1 Universidade Federal
do Mato Grosso do Sul
(UFMS) – Campo Grande
(MS), Brasil.
larissarachel@gmail.com

2 Universidade Federal
do Mato Grosso do Sul
(UFMS) – Campo Grande
(MS), Brasil.
ana.barbieri@ufms.br

3 UniversidadeFederal
do Mato Grosso do Sul
(UFMS) – Campo Grande
(MS), Brasil.
maralisi@globo.com

SAÚDE DEBATE | rio de Janeiro, v. 39, n. 105, p.514-524, ABR-JUN 2015 DOI: 10.1590/0103-110420151050002018
Acolhimento na Atenção Primária à Saúde: revisão integrativa 515

Introdução para estruturar de forma consistente a APS


no Brasil. Tem sido apontado, por sua ex-
Um dos eixos marcantes a respeito dos cui- tensão e cobertura, como um modelo a ser
dados primários em saúde surgiu em 1978 seguido (ABRAHÃO, 2007; MENDES, 2013).
com a Declaração de Alma-Ata, na qual os O Ministério da Saúde tem lançado mão
cuidados primários foram situados como de estratégias para adequar os conhecimen-
estratégia principal do sistema de saúde tos às novas propostas de estruturação da
de um país (WHO, 2008). A atenção primária atenção primária. Dentre elas, destaca-se a
é uma abordagem que forma a base e de- Política Nacional de Humanização (PNH).
termina o trabalho dos demais níveis de Esta política atua a partir de orientações
atenção à saúde. É a atenção que organi- éticas, clínicas e políticas, que se traduzem
za e racionaliza o uso dos recursos, tanto em determinados arranjos de trabalho.
básicos como especializados, direcionados Dentre as estratégias que norteiam esta polí-
para a promoção, a manutenção e a melhora tica, evidencia-se o acolhimento (BRASIL, 2006).
da saúde (STARFIELD, 2002). O acolhimento surgiu a partir das dis-
Tanto em países desenvolvidos quanto cussões sobre a reorientação da atenção à
em menos desenvolvidos, é unanimidade saúde, sendo elemento fundamental para
que a Atenção Primária à Saúde (APS) seja o a reorganização da assistência em diversos
modelo-chave de um sistema de saúde eficaz serviços de saúde, direcionando a modifi-
(OPAS, 2007). Quando os sistemas de saúde cação do modelo tecno-assistencial. É um
de um país estão organizados com base na dispositivo que está inserido na Política
APS, apresentam melhores possibilidades de Humanização do Ministério da Saúde
de desempenho, devido principalmente à (HumanizaSUS), e que vai além da recepção
acessibilidade, à integralidade e à própria ao usuário, pois considera toda a situação da
organização e otimização dos recursos (LIMA, atenção a partir da entrada deste no sistema.
2011), além de apresentarem melhores resulta- Acolher significa humanizar o atendimento
dos em indicadores de saúde, como redução (HENNINGTON, 2005).
da mortalidade, diminuição dos custos da O acolhimento possibilita uma reflexão
atenção, maior acesso aos serviços, redução acerca dos processos de trabalho em saúde,
das internações e atendimentos de urgência pois estabelece uma relação concreta e de
(MENDES, 2013). confiança entre o usuário e o profissional
No Brasil, o termo utilizado como equiva- ou a equipe, estando diretamente orien-
lente à APS é a Atenção Básica (AB). Estes tado pelos princípios do SUS (BRASIL, 2010),
termos são associados às noções de vincu- podendo atender às demandas da sociedade
lação e responsabilização, acessibilidade, e estabelecer relação com os outros servi-
atenção abrangente e integral, resolutivi- ços de saúde, de maneira regionalizada e
dade e protagonismo na gestão do cuidado hierarquizada. É um recurso destinado a
(BRASIL, 2011). apoiar a qualificação do sistema de saúde,
O modelo utilizado no Brasil, orientado na pois possibilita ao usuário o acesso a um
APS, é a Estratégia Saúde da Família (ESF), cuidado justo, ampliado e integral, a partir
que teve início em 1994 e foi idealizado, ini- do reconhecimento de que esse acesso é um
cialmente, como uma ferramenta de exten- direito humano fundamental (CARVALHO ET AL.,
são da cobertura assistencial. Atualmente, se 2008; BARALDI; SOUTO, 2011).
configura como o maior programa assisten- O acolhimento facilita, dinamiza e organi-
cial no País e é considerado como um eixo es- za o trabalho de forma a auxiliar os profis-
tratégico reorganizador do Sistema Único de sionais a atingirem as metas dos programas,
Saúde (SUS), carregando enorme potencial a melhorarem o trabalho e executarem um

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bom atendimento, predispondo a resolutivi- Realizou-se uma busca na literatura cien-


dade do problema (CARDOSO ET AL., 2009). tífica, utilizando-se dos seguintes critérios de
Aponta-se o acolhimento como diretriz inclusão: textos completos, com livre acesso a
operacional fundamental do modelo assis- bases de dados nos idiomas português, inglês
tencial proposto pelo SUS, a fim de garan- e/ou espanhol, publicados entre janeiro de
tir não só a acessibilidade universal, mas 2007 e maio de 2014; e estudos que abordem
também a qualificação das relações, na qual acolhimento na atenção primária e saúde da
escuta e atenção às necessidades são fun- família. Optou-se por esta faixa temporal por
damentais ao processo para que o serviço ter-se identificado que as principais publica-
ofereça uma resposta resolutiva às deman- ções sobre acolhimento ocorreram a partir de
das dos usuários (BREHMER; VERDI, 2010). 2006, após a ‘normatização’ da HumanizaSUS.
O acolhimento é um mecanismo primor- Foram utilizadas as seguintes bases de
dial para a APS, entretanto, somente recebeu dados nacionais e internacionais: a Literatura
destaque nos processos de trabalho das Latino-Americana e do Caribe em Ciências
Equipes de Saúde da Família em um passado da Saúde (Lilacs); a Bibliografia Brasileira
relativamente recente. Assim, são necessá- de Enfermagem (BDENF); e a biblioteca
rios estudos avaliativos sobre a incorporação eletrônica Scientific Eletronic Library Online
do acolhimento nos serviços de APS. E é (SciELO). Não foram incluídos editoriais,
diante desse contexto que o presente estudo teses, dissertações e/ou estudos que não
propõe, como objetivo, a análise do conhe- abordam temática relevante ao alcance do
cimento produzido sobre o acolhimento na objetivo da revisão.
APS nos últimos oito anos. Para a seleção dos artigos foram utilizados
os indexadores contidos dos Descritores em
Ciências da Saúde (DeCS), contemplando
Métodos os seguintes termos, nos idiomas português,
inglês e espanhol: ‘Acolhimento’; ‘Atenção
Trata-se de uma revisão integrativa, relacio- à Saúde’; ‘Atenção Primária à Saúde’,
nada ao acolhimento nos âmbitos da APS e ‘Estratégia Saúde da Família’.
da ESF. Optou-se por esta modalidade de Os dados coletados foram organizados e
pesquisa por se tratar de uma ferramenta agrupados nas categorias temáticas que con-
que proporciona uma síntese do conheci- figuram o escopo central deste estudo. Para
mento já produzido e fornece subsídios para a análise dos dados foi realizado o cálculo de
a melhoria da assistência à saúde (MENDES; frequência simples, a fim de descrever a ca-
SILVEIRA; GALVÃO, 2008). racterização dos artigos encontrados. Após
Para a elaboração deste estudo, foram esta etapa, foram realizadas a leitura crítica
seguidas as seguintes etapas: (1) identi- e a discussão dos artigos selecionados.
ficação do tema e elaboração da questão
norteadora; (2) busca ou amostragem na
literatura; (3) coleta de dados; (4) análise Resultados e discussão
crítica dos estudos incluídos; (5) interpre-
tação dos resultados; e (6) apresentação da A busca resultou em 115 artigos e, a partir da
revisão/síntese do conhecimento (SOUZA; SILVA; análise crítica dos resumos, foram selecio-
CARVALHO, 2010). nados 30 artigos que atendiam aos objetivos
Para a primeira etapa, estabeleceu-se a propostos. A maioria das publicações se deu
seguinte questão norteadora: Como está a entre 2008 e 2010; nota-se o baixo índice de
construção do conhecimento sobre o acolhi- publicação sobre o tema nos dois últimos
mento na APS e na ESF? anos, conforme evidencia a tabela 1.

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Acolhimento na Atenção Primária à Saúde: revisão integrativa 517

Tabela 1. Distribuição dos artigos sobre acolhimento na Atenção Primária à Saúde publicados entre 2007 e 2014, em base
de dados (n=30)

Ano Nº %
2007 03 10,0
2008 06 20,0
2009 06 20,0
2010 06 20,0
2011 04 13,4
2012 03 10,0
2013 01 3,3
2014 01 3,3
Fonte: Elaboração própria

Quanto ao tipo de estudo, 24 eram de na- demonstraram que, na prática, o acolhimen-


tureza qualitativa (80%) e 6 de caráter quan- to se restringe a atendimentos pontuais e a
titativo (20%). ações de atendimento às urgências (TAKEMOTO;
Após leitura crítica e sistematização dos SILVA, 2007; OLIVEIRA; TUNIN; SILVA, 2008; BREHMER; VERDI,
dados, puderam-se evidenciar três grupos de 2010). Observa-se, então, limitação do acesso e
discussão: Processo de implantação do acolhi- atenção centrada na queixa-conduta.
mento; Acolhimento sob a ótica dos profissio- Em contrapartida, no estudo de Cardoso
nais; e Acolhimento sob a ótica dos usuários. et al. (2009), o acolhimento não foi vivenciado
em momentos específicos do processo de tra-
Processo de implantação do balho, mas vivido integralmente no contexto
acolhimento das diferentes intervenções. Nota-se uma
ambiguidade nos diferentes modelos orga-
Para este tópico, foram avaliados 14 artigos nizacionais de operacionalização do acolhi-
(42%), onde foram discutidos aspectos refe- mento nas unidades de atenção primária.
rentes ao processo de implantação do aco- Quanto aos lugares onde era feito o aco-
lhimento, em suas diretrizes conceituais e lhimento, foi referido que se tratavam de di-
técnicas. ferentes espaços, tais como: recepção; sala de
Houve duas abordagens nos textos ava- espera, de atendimento ou de vacina; locais
liados: experiências bem-sucedidas quanto de consulta de enfermagem; almoxarifado;
à implantação do acolhimento; e avaliações portas de entrada da unidade; ou, ainda,
onde houve incongruências sobre como o nos ambientes de atividades extramuros e/
acolhimento é compreendido e realizado. ou visitas domiciliares (CARDOSO ET AL., 2009).
Podem-se observar dois modelos de atenção Esta questão de ambiência das unidades está
à saúde a partir do acolhimento: o primeiro, pautada nas diretrizes da PNH.
que é mais pontual e baseado na demanda A visita domiciliar foi mencionada como
espontânea, e respeita a ordem de chegada; e um dispositivo de acolhimento que propicia,
o segundo, baseado em um cuidado integral, entre outros aspectos, um melhor conheci-
longitudinal e interprofissional. mento dos usuários e sua inserção na comu-
O acolhimento é compreendido como nidade, facilitando o vínculo (SANTOS ET AL., 2013)
método de escuta qualificada, de forma a e explicitando a importância da visita domi-
oferecer respostas, porém, alguns estudos ciliar no processo de acolhimento.

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Como obstáculos para a realização do aumentar a satisfação destes, com conse-


acolhimento nos serviços, destacaram-se: quente melhoria do cuidado prestado.
limites estruturais, elencados pela própria Baraldi e Souto apud Santana (2012) colocam
estrutura física inadequada das unidades e que estratégias baseadas em tentativa e erro
pela escassez de profissionais; algumas ques- não são capazes de garantir a qualidade do
tões éticas, como falta de privacidade e sigilo serviço, tampouco proporcionar satisfação à
nas interações profissional-usuário; e falta clientela, ou harmonia e interação saudável
de postura de escuta e comprometimento. entre os profissionais.
O acolhimento é reprimido pela ausência de Estudos apontam que o acolhimento
condições básicas de recebimento dos usuá- como um dispositivo de humanização tem
rios, desrespeitando o seu bem privado e as a potencialidade de reduzir a demanda re-
suas necessidades individuais (MATUMOTO ET AL. primida, oferecendo maior acesso aos servi-
2009; BREHMER; VERDI, 2010; OLIVEIRA ET AL., 2010). ços e responsabilizando toda a equipe pelo
Brehmer e Verdi (2010) ainda relacionam cuidado e pela satisfação do usuário. Além
que a (des)organização do número de pro- disso, permite desencadear um processo de
fissionais apresenta um reflexo negativo, mudança nas práticas de saúde (TAKEMOTO;
tanto para os usuários – que não recebem SILVA, 2007; OLIVEIRA; TUNIN; SILVA, 2008; SCHOLZE;
um atendimento de real efeito, quanto para DUARTE-JUNIOR; SILVA, 2009; SANTANA ET AL., 2012).
os trabalhadores, pois a exaustão, o cansaço Ressalvas existem quanto a essa reorde-
e a incapacidade de atender a todos com o nação das práticas assistenciais, de modo
mesmo critério de qualidade causam a in- que essa descentralização do sujeito médico
satisfação de ambos os atores envolvidos no como protagonista do cuidado ainda precisa
processo do acolhimento. Os sujeitos envol- ser sensibilizada para os usuários que não
vidos na prática necessitam de respaldo para aceitam completamente o papel da equipe
uma boa atuação. multidisciplinar. Se realizado de forma de-
Em estudo realizado em Salvador/BA, sestruturada, pode criar conflitos e dificultar
foram identificadas estratégias para a me- os esforços de comunicação, em especial,
lhoria da acessibilidade e da humanização pela desvalorização da sua atividade, com
do acolhimento: implantação de sistemas de possível sobrecarga aos profissionais em am-
marcação de consulta (marcação permanen- bientes onde não haja um preparo tecnológi-
te, marcação de consulta por telefone, criação co para lidar com esses impasses. Isto, apesar
de listas de esperas); criação de equipes de de experiências positivas demonstrarem boa
acolhimento multiprofissional; avaliação de aceitação na interdisciplinaridade e estarem
prioridades; orientação de fluxos; e educa- em consonância com os objetivos do acolhi-
ção permanente da equipe, com oficinas de mento e da PNH.
sensibilização (VIEIRA-DA-SILVA ET AL. 2010).
Em estudo de Baraldi e Souto (2011), os re- Percepção dos profissionais
sultados demonstraram que a grande quan-
tidade de demanda não estava relacionada Foram selecionados, para esta discussão,
à falta de vagas, mas à desestruturação de 7 artigos (21%). Dentre os discursos mais
um planejamento de ações. A concepção de abordados nos textos, destacam-se cinco
que a formação das filas e o longo tempo de temáticas relevantes: ‘Significado e con-
espera são características culturais da po- cepção dos profissionais’; ‘Profissional que
pulação tem sido contestada. Desta forma, realiza o acolhimento’; ‘Características e
fica evidente que, quando o serviço organiza competências’; ‘Fatores facilitadores para
estratégias para a facilitação do acesso do o acolhimento’; e ‘Fatores que dificultam o
usuário com iniciativas criativas, é possível acolhimento’.

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Acolhimento na Atenção Primária à Saúde: revisão integrativa 519

Para os profissionais, o acolhimento sig- recurso destinado a apoiar a qualifica-


nifica uma prática de recepção do usuário, ção do sistema de saúde, pois possibilita
através de atitudes e comportamentos aten- ao usuário o acesso a um cuidado justo,
ciosos; é dar uma atenção especial e levar em ampliado e integral, a partir do reconhe-
conta uma assistência integral e holística, cimento de que esse acesso é um direito
de modo que exista uma responsabiliza- humano fundamental (BARALDI; SOUTO, 2011).
ção do cuidado, sendo pela resolubilidade Por meio da análise dos textos seleciona-
dos problemas ou pelos encaminhamentos dos, os principais profissionais citados no
necessários. processo de acolhimento foram: auxiliar/
Entretanto, ainda podem-se perceber técnico de enfermagem, gerente/gestor,
falas de profissionais que acreditam que o enfermeiro, médico, cirurgião-dentista e
acolhimento está relacionado à prática da outros profissionais não ligados à saúde.
triagem, na qual se seleciona, encaminha, Em estudo de Freire et al. (2008), os pro-
direciona ou passa o usuário adiante, ou que fissionais da enfermagem (auxiliares e
também pode ser interpretada como uma enfermeiros) foram apontados como os pro-
forma de agilizar o processo de trabalho e fissionais mais bem preparados para realizar
possibilitar o acesso desse mesmo usuário o acolhimento. A realização do acolhimento
(FREIRE ET AL., 2008; JUNGES ET AL., 2012). não deve estar restrita somente a um pro-
Para Pinheiro e Oliveira (2011), essa percep- fissional de saúde. Toda a equipe deve estar
ção, por parte dos profissionais, causa um envolvida no processo de acolher, pois todo
‘empobrecimento’ do sentido mais amplo do profissional deve estabelecer uma relação
que significa o acolhimento, ou seja, um dis- com o usuário.
positivo tecno-assistencial de organização Em conformidade a este processo foram
do processo de trabalho. elencadas algumas características necessá-
Em estudo realizado com profissionais rias ou desejáveis para a prática dessa ação,
de unidades de saúde do Nordeste, estes tais como: capacidade de escuta; empatia;
relataram que o acolhimento se apresenta bom relacionamento com a população; pa-
como um elemento importante e tem con- ciência; e afetividade. Outro ponto eviden-
tribuído para a organização do processo ciado na análise diz respeito ao preparo
de trabalho e da demanda, e, apesar das técnico-científico que fundamenta a ação,
dificuldades e dos entraves, foi capaz de bem como ao embasamento dos aspectos
produzir, na equipe, uma compreensão legais referentes ao exercício profissional,
mais ampla das necessidades de saúde dos em que a equipe deve desempenhar as atri-
usuários, que transpõem o conceito saúde- buições pertinentes à sua categoria profis-
-doença (SOUZA ET AL., 2008). sional (FREIRE ET AL., 2008).
Estes conceitos dispostos pelos pro- Dentre os fatores que facilitam e dificultam
fissionais estão em conformidade com a prática do acolhimento (quadro 1), pode-se
a PNH, onde o conceito de acolhimen- observar que foram apontados inúmeros en-
to está pautado na recepção do usuário, traves para a realização do acolhimento, na
desde sua entrada no sistema, de forma a opinião dos profissionais. Para Oliveira, Tunin
responsabilizar-se integralmente por ele, e Silva (2008), o acolhimento tem se constituí-
através de escuta qualificada, de forma que do em um permanente desafio, repleto de
o indivíduo possa expressar suas queixas tensões. Para os autores, é necessário investir
e preocupações (BRASIL, 2006). Propõe-se, em formas de receber os diferentes modos
ainda, servir de elo entre a necessidade através dos quais o usuário busca ajuda, res-
dos usuários e as várias possibilidades de peitando cada um, com suas especificidades e
cuidado (TESSER; POLI-NETO; CAMPOS, 2010). É um demandas.

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Quadro 1. Fatores indicados como facilitadores e dificultadores para a prática do acolhimento, sob a percepção dos profissionais
Facilitadores

Receptividade da comunidade FREIRE et al., 2008

Espaços de conversação entre profissionais e CARDOSO et al., 2009; CAVALCANTE FILHO et al., 2009;
usuários PINHEIRO; OLIVEIRA, 2011
Maior visibilidade ao trabalho dos profissionais CAVALCANTE FILHO et al., 2009
Dificultadores
FREIRE et al., 2008; NERY et al., 2009; MATUMOTO et al., 2009;
Falta de espaço físico adequado
BREHMER; VERDI, 2010; DAMASCENO et al., 2012
FREIRE et al., 2008; NERY et al., 2009; MATUMOTO et al., 2009;
Falta de privacidade
BREHMER; VERDI, 2010; DAMASCENO et al., 2012
Não aceitação do acolhimento/Resistência dos
FREIRE et al., 2008; JUNGES et al., 2012
usuários
Falta de valorização e reconhecimento PINAFO; LIMA; BADUY, 2008; NERY et al., 2009
Conciliação das atividades da unidade com
NERY et al., 2009; PINHEIRO; OLIVEIRA, 2011
atividades externas (visita domiciliar)
Falta de funcionários de outras áreas para apoio NERY et al., 2009
Falta de profissionais NERY et al., 2009; BREHMER; VERDI, 2010; OLIVEIRA et al., 2010
Sobrecarga de trabalho NERY et al., 2009; PINHEIRO; OLIVEIRA, 2011
Organização das reuniões de avaliação das ações
NERY et al., 2009
das equipes
Falta de preparo dos profissionais OLIVEIRA et al., 2010
Pressão da demanda, que gera um tempo
NERY et al., 2009; COELHO; JORGE, 2009
reduzido para o atendimento
Atividades burocráticas PINAFO; LIMA; BADUY, 2008; MATUMOTO et al., 2009
Infraestrutura e falta de recursos PINHEIRO; OLIVEIRA, 2011; COELHO; JORGE, 2009
Falta de limpeza MATUMOTO et al., 2009
Sensação de impotência JUNGES et al., 2012
Falta de comunicação COELHO; JORGE, 2009
Fonte: Elaboração própria

Percepção dos usuários sinais vitais e classificação de prioridades) e,


ainda, relacionam o acolhimento ao atendi-
A partir da análise de 9 artigos (27%), mento executado pelo profissional médico
puderam-se sistematizar três temáticas ou enfermeiro.
predominantes, nas falas dos usuários: Em pesquisa produzida por Santana et al.
‘Conhecimento sobre o acolhimento’; (2012), observou-se que a percepção do usuário
‘Percepção/sentimento’; e ‘Acessibilidade sobre o que seria o acolhimento estava rela-
no acolhimento’. cionada ao nível de instrução e aos aspectos
Através da análise das percepções dos sociais e culturais dos usuários, bem como às
usuários pode-se constatar que estes rela- suas expectativas quanto a serem atendidos
cionam o acolhimento à boa receptividade e terem seus problemas resolvidos.
(bom atendimento) pela equipe, ao direcio- Quanto ao sentimento/percepção dos
namento para consultas médicas, ao forne- usuários sobre o acolhimento, o que pôde
cimento de medicamentos, à resolução dos ser encontrado foram atributos que ocasio-
problemas de saúde, à triagem (avaliação de navam satisfação ou insatisfação (quadro 2).

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Acolhimento na Atenção Primária à Saúde: revisão integrativa 521

Quadro 2. Sentimentos/percepções dos usuários que ocasionam satisfação e insatisfação quanto ao acolhimento

Satisfação
PINAFO; LIMA; BADUY, 2008; MACEDO; TEIXEIRA;
Bom atendimento
DAHER, 2011; SANTANA et al., 2012
Escuta às queixas COELHO; JORGE; ARAUJO, 2009; SANTANA et al., 2012
Presença de instrumentos que favorecem o atendimento LIMA et al., 2007; COELHO; JORGE; ARAUJO, 2009
PINAFO; LIMA; BADUY, 2008; COELHO; JORGE;
Ambiência
ARAUJO, 2009
Responsabilização e comprometimento dos profissionais PINAFO; LIMA; BADUY, 2008
Resolução dos problemas MARTHA et al., 2011
Insatisfação
Falta do profissional médico SANTANA et al., 2012
LIMA et al., 2007; MARTHA et al., 2011; SANTANA et al.,
Filas e longa espera
2012
Falta de recursos materiais e humanos SANTANA et al., 2012; MARTHA et al., 2011
Estrutura física inadequada COELHO; JORGE; ARAUJO, 2009; MARTHA et al., 2011
Morosidade na marcação e no resultado de exames SANTANA et al., 2012
Impessoalidade na relação entre profissional e usuário COELHO; JORGE; ARAUJO, 2009
PINAFO; LIMA; BADUY, 2008; COELHO; JORGE;
Dificuldade de acesso a atendimento especializado
ARAUJO, 2009; MARTHA et al., 2011
Falta de privacidade COELHO; JORGE; ARAUJO, 2009
Falta de preparo dos profissionais COELHO; JORGE; ARAUJO, 2009
Falta de respeito OLIVEIRA et al., 2008; MARTHA et al., 2011
Fonte: Elaboração própria

Ao acolhimento, para Brehmer e Verdi este conceito, de que o vínculo, a resolutivi-


(2010),é atribuído também o significado de dade e o desempenho profissional estão rela-
acesso aos serviços de saúde, sendo consi- cionados ao acolhimento.
derado como a porta de entrada prioritária
para o usuário.
Quanto à acessibilidade no acolhimento, Conclusões
pode-se observar que os usuários percebem
o acesso como oferecimento de ações e ser- Mediante o subsídio dos artigos analisados,
viços, recepção administrativa eficaz e esta- pode-se afirmar que o processo de acolhi-
belecimento de vínculo com os profissionais. mento ainda não está totalmente sistema-
Savassi (2010) coloca que a percepção do tizado nos modelos de atenção à saúde,
acesso aos serviços de saúde está relaciona- podendo ser esta uma justificativa para as
da ao espaço geográfico, ou seja, se dá pela dificuldades apresentadas, tanto por profis-
adscrição da clientela e a boa relação com sionais quanto por usuários.
os profissionais, que, por sua vez, estão re- O acolhimento é um método designado
lacionadas ao nível de satisfação da popula- para colaborar com a qualificação dos sis-
ção com o serviço. A percepção do usuário temas de saúde, de forma que possibilite ao
e sua satisfação com o serviço interferem na usuário o acesso a um atendimento justo e
acessibilidade e na criação de vínculos, o que integral, por meio da multiprofissionalidade
pode provocar dificuldades, para a equipe, e da intersetorialidade. É uma ferramenta
de coordenar o cuidado, refletindo na qua- capaz de possibilitar que o SUS efetive seus
lidade do serviço. Lima et al. (2007) reforçam princípios constitucionais.

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Entretanto, ainda se faz necessário qualifi- benefícios da prática acolhedora acabam


car a maneira como vem sendo desenvolvido, ficando sem a devida relevância quando se
pois, se trabalhado de forma desarticulada observa que existem mais obstáculos para
e pontual, pode ser resumido a uma mera a realização dessa atividade do que pontos
atividade de triagem e descaracterizado de positivos e estimuladores da mesma. É evi-
sua principal função: a humanização. Sendo dente que ambientes desfavoráveis, e tantos
assim, não alcançaria seus propósitos, caso outros pontos apontados nas análises são
fosse implantado como medida isolada. dificultadores, porém o ato de humanização
Pela análise dos textos, fica evidente que ultrapassa as atividades rotineiras e deve
não existe uma uniformidade quanto à prática ser encarado como algo intrínseco à prática
do acolhimento. Mesmo levando-se em con- profissional.
sideração que cada serviço tem suas peculia- São necessários estudos com novas abor-
ridades e individualidades, é necessária certa dagens ou estratégias para a sistematização
forma de organizar o serviço, que deverá ser do acolhimento nas unidades de APS, ou
pautado em normatizações e, principalmen- ainda, é preciso que sejam divulgadas as
te, em incentivos à educação permanente. O experiências positivas na prática dos pro-
serviço é que precisa se organizar para ofere- fissionais, e se estas têm realmente impacto
cer o acolhimento, e não o contrário. na qualidade dos serviços e na satisfação dos
Uma consideração quanto à percepção usuários, entendendo que esta é a ‘peça-cha-
de profissionais e usuários é a de que os ve’ de toda a organização do serviço. s

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