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No método clínico tradicional foca-se mais na doença do que na pessoa, o método clínico centrado
na pessoa tenta mudar isso. Esse último não é exclusividade da medicina da família, mas todo
médico da família deve usar esse método.
HISTÓRICO: sempre existiu um tensão entre as ESCOLA “NATURAL” ESCOLA “CONVENCIONAL”
doutrinas do método clínico tradicional Escola de CÒS Escola de CNIDOS
(convencional) e o centrado na pessoa (natural). Organismo e doença Órgãos e doenças
DEFENSORES DE CNIDOS Descrição individual Classificação
Século XIX: Concreto Abstrato
Contexto forte Contexto fraco
+ Inflexão para método de diagnóstico convencional;
Holístico Redutivo
novidades no exame físico (novos instrumentos); “Regime” Remédio específico
necrópsias, correlações clinico-patológicas; nova
classificação de doenças (ex. CID).
+ Nasce o método clínico ainda hoje dominante – queixa principal, história mórbida atual e
pregressa, revisão de sistemas. Objetivo diagnóstico da patologia orgânica (ou excluir).
Século XX: ápice da medicina “flexneriana”. Pessoa doente “deve” assumir o papel de paciente.
Sem autonomia; sem sentimentos, vontades, expectativas; resta ser classificado pela doença que
tem.
DEFENSORES DE CÓS
Virada do século XIX-XX - rumo a um “novo” método clínico: “Uma determinada doença é o que
todos com esta alteração do organismo tem em comum, mas a experiência sobre a doença de
cada peso é única”. Willlian Osler.
+ 1880 até Segunda Guerra Mundial: certa retomada do “ver o paciente como pessoa”. Surge
“médicos de cabeceira”, que é uma das “raízes” do médico de família e comunidade.
+ Balint (anos 1950): fez grupos de pesquisa explorando relação médico-paciente. Necessidade de
aprender habilidade de: “escuta ativa”; perceber e responde às “deixas” (“dicas”) de paciente
(verbal e não-verbal); autoconhecimento do médico (maior capacidade diagnostica e terapêutica).
+ Engel (anos 1970-80): modelo biopsicossocial. Interação de micro e macro sistemas.
+ Kleinman (anos 1970): frequente discordância de “modelos explicativos” da doença entre
médico e paciente e seu impacto nas desfechos. Ex. pacientes acha que gripe é por frio e médico
que é por vírus.
+ Levenstein (anos 1980): gravou 1000 consultas suas, analisou e viu que eram mais efetivas
aquelas nas quais ele percebia as “deixas” da pessoa sobre suas queixas e expectativas para
aquela dada consulta.
DESAFIOS DO SÉCULO XXI
Como atender pessoas?
+ É preciso praticar atendendo pessoas.
- Pensar no atendimento (antes e depois), não ser mecânico.
- Médico vem de “mederi” (latim remédio), ou seja, o próprio médico já é o remédio (só a consulta
já ajuda ele).
- Durante o atendimento? A arte de conduzir uma consulta.
+ É preciso mudar o método clínico de forma condizente. Não basta método clínico no qual a
consulta seja conduzida visando apenas diagnóstico e tratamento de doença.
+ Método clínico de abordagem centrada na pessoa: tem seis “componentes”, mas os mais
importante é que a consulta flua principalmente a partir da pessoa atendida. Praticar “escuta
ativa” e seguir as “deixas”.
PAPÉIS NORMAIS NA CONSULTA:
MÉDICO: especialista em saúde/doença
Nathalia Crosewski – 2013.2
Atenção Integral à Saúde I | Aula 6 - Página |2