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ARTIGO PUBLICADO NA OBRA COLETIVA COORDENADA POR MARIA

BERENICE DIAS E JORGE DUARTE PINHEIRO ( Universidade de Lisboa)


“ESCRITOS DE DIREITO DAS FAMÍLIAS. UMA PERSPECTIVA LUSO-
BRASILEIRA” Porto Alegre: Editora Magister, 2008
ps. 377/394

A IMPLANTAÇÃO DO INSTITUTO DA MEDIAÇÃO FAMILIAR NO BRASIL

Aguida Arruda Barbosa1

“Visto que nossa vida começa e termina com a necessidade


de cuidados, não seria sensato praticarmos a compaixão e o amor
ao próximo enquanto podemos?”
Dalai Lama

I – 1968 e a Revolução de Paradigmas


II – Conceito de Mediação Familiar
III – Mediação e Lei
IV – Ensino da mediação
V - Conclusão
Bibliografia

1
ARRUDA BARBOSA, Águida. Mestre e Doutora em Direito Civil pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo – USP, Professora de Direito Civil e Mediação, Advogada especialista em
Direito de Família, Presidente Nacional da Comissão de Mediação do Instituto Brasileiro de Direito de
Família – IBDFAM, antigo membro da Fédération Internationale des Femmes des Carrières Juridiques.

1
I – 1968 e a Revolução de Paradigmas

A década de 60 representa o alvorecer de reconstrução dos ideais,


transformados pelas duas guerras ocorridas na primeira metade do Século XX.
Leonardo Boff interpreta esta década como a presença de todos os “pós-ismos
(pós-histoire, pós industrialismo, pós-socialismo, pós-marxismo, pós-
cristianismo etc.), com aquilo que eles têm em comum: a vontade de
distanciamento de certo tipo de passado ou a recusa a certo tipo de vida e de
consciência, a percepção de descontinuidade sentida e sofrida no curso da
história e a sensação de insegurança generalizada.” 2

Segundo Luís Roberto Barroso3 a década de 60 foi o marco do


movimento de “ruptura com o sistema construído na modernidade, com a
descrença no poder absoluto da razão, o desprestígio do Estado, enfim, uma
época pós-tudo: pós-marxista, pós-kenseniana, pós-freudiana”.

A eclosão da década de 60 ocorre com os inúmeros acontecimentos


mundiais do ano de 1968, simbolizando uma revolução de costumes, jamais
vista. Paradoxalmente, a paz e o amor foram os valores clamados, e que
também serviram de armas para promover esta peculiar revolução, deixando
marcas indeléveis na história contemporânea. Esse ano mítico reconhece e
inaugura a globalização, que os franceses preferem denominar de
mundialização, tendo em vista a ampliação do espectro de importância desse
movimento, do qual decorre o movimento ecológico. Os acontecimentos são
simultâneos, com abrangência planetária.

2
BOFF, Leonardo. A voz do arco-íris. Rio de Janeiro: Sextante, 2004. p. 10.
3 BARROSO, Luís Roberto. A nova interpretação constitucional ponderação, direitos fundamentais e relações privadas. Rio de Janeiro:
: 2. ed.
Renovar, 2006. p. 4
.

2
Dentre dezenas de acontecimentos significativos, escolhem-se alguns
eventos, ocorridos ao longo dos primeiros meses de 1.968, ilustrando a
noticiada revolução de paradigmas.

Em 22 de fevereiro, os estudantes invadem a Universidade de Nanterre,


desencadeando uma série de invasões estudantis. Era a geração pós-guerra
que queria apenas questionar o poder, não para tomá-lo, mas para exercê-lo,
substituir ter poder por poder ser, cuja finalidade era a busca da felicidade.

Já no continente americano, em 4 de abril, é assassinado, nos Estados


Unidos, o pastor negro Martin Luther King, e, em conseqüência, instalam-se
sérios conflitos raciais em 125 cidades daquele país, e, em busca de inclusão,
promovem o questionamento do poder. Este movimento norte-americano serve
de paradigma para todas as minorias, tendo visibilidade planetária, pois a
mundialização concretizava-se.

Em 6 de maio, os estudantes invadem as universidades de Paris,


construindo barricadas de até três metros, marcadas com o grafite É proibido
proibir ! Nos dias seguintes do mês de maio, os mesmos estudantes saem às
ruas com trabalhadores franceses, decretando greve geral, culminando na
paralisação de seis milhões de operários, provenientes de trezentas fábricas de
toda a França.

A desconstrução de valores ocorrida na década de 60, concretizada,


mais precisamente, como exposto, no ano de 1.968, permitiu que fossem
construídos os novos paradigmas que podem ser sintetizados nos reflexos da
mudança de um comportamento libertário, valorizado pela pulverização dos
direitos subjetivos. A afetividade passa a ter visibilidade para ser valorizada
pelo Direito. Há evidente revalorização dos direitos fundamentais, privilegiando
as diferenças, na busca de um ideal de igualdade.

O Direito de Família passa a ser norteado por esses valores, porém,


nesta área do conhecimento os avanços da ciência sempre precedem as
conquistas jurídicas. Registre-se que em 1.959 foi descoberto o contraceptivo

3
hormonal popularmente conhecido por pílula anticoncepcional. Trata-se de um
marco na conquista dos direitos da mulher, que passa a ter o comando da
procriação, outorgando-lhe a permissão de desvelar a sexualidade feminina,
fato que revoluciona a compreensão do casamento e da família
contemporânea. A igualdade entre homem e mulher passa a ter um verdadeiro
desenvolvimento.

A descrição desse cenário serve para contextualizar a mediação, posto


que na década de 60, justamente, deve-se ao antropólogo Danzig a iniciativa
da revalorização da mediação nos Estados Unidos, re-significando um conceito
adequado para os novos paradigmas desenhados a partir da narrativa da
revolução dos costumes, tendo como pano de fundo a primavera de 68.

É justamente na alvissareira década de 60 que a mediação renasce,


agora no Ocidente, pois no Oriente ela faz parte da cultura, com raízes
milenares. Nessa década de tantos acontecimentos históricos e libertários, os
quais ofereceram caminhos de encontro de diferenças individuais, buscou-se
um novo como buscar o acesso à justiça, mais longe do poder do Estado, e
mais adequado ao diálogo e à comunicação humana, em sua mais profunda
capacidade.

Para apresentar o desenho delineado para a mediação, como


decorrência da década de 60, Jean Carbonnier, o jurista que se tornou o mais
lídimo representante desta época, trouxe ao Direito uma visão ampliada pelo
conhecimento da interdisciplinaridade: “A ambigüidade plaina sobre a
mediação, esta filha putativa da pós-modernidade moderna: de esquerda,
porque é justiça popular; de direita, porque um juiz do Estado poderia ser, para
os fracos, um protetor”4 .

Sob a ótica deste cenário, impõe-se conceituar a mediação, vista sob o


enfoque da de sua aplicabilidade ao Direito e Família, pela linguagem da

4
CARBONNIER, Jean. Sociologie juridique, p. 147.

4
interdisciplinaridade, legado dos novos paradigmas conquistados na segunda
metade do Século XX.

II – Conceito de Mediação Familiar

A mediação familiar interdisciplinar é expressão de uma época,


denominada, por alguns, como pós-modernidade, e por, outros, como
contemporaneidade, e começa a ser reconhecida como preciosa ferramenta
para o Direito de Família, por ser instrumento de linguagem própria para
viabilizar o aprimoramento e a concretização do princípio constitucional da
dignidade da pessoa humana, insculpido no art. 1º., III, da Constituição Federal
do Brasil. .

No Brasil o instituto da mediação é construído pela comparação com o


conceito de conciliação, posto que, muitas vezes, são tidos como sinônimos.
Portanto, a diferença de conceitos entre mediação e conciliação é substancial
para a compreensão desse novel conhecimento, marcado pela independência e
a clareza de conteúdo.

A conciliação é um instituto arraigado às tradições legislativas e de


usos e costumes brasileiros. Há muitas referências legais que prevêem a
conciliação, a exemplo do artigo 331 do Código de Processo Civil, que
estabeleceu a audiência de tentativa de conciliação para todos os
procedimentos, como princípio norteador de resolução ou solução de conflitos.

Como instrumento de acesso à justiça, a conciliação é a atividade que


privilegia o acordo, pressupondo que cada litigante deve perder um pouco, em
prol da composição que visa pôr fim ao impasse. Popularmente, a conciliação
expressa-se pelo conhecido adágio: antes um mau acordo que uma boa
demanda.

5
Na conciliação inexiste qualquer preocupação com as causas
determinantes do conflito, assim como não se acolhem as dificuldades da
execução do acordo, pois está voltada ao passado e ao presente, sem qualquer
preocupação com o projeto de futuro, relativamente às partes envolvidas no
conflito. Ressalte-se que, nos litígios de Direito de Família, os acordos nem
sempre são cumpridos, devido à fragilidade do conteúdo dos conflitos, que não
foram devidamente reconhecidos, acarretando a volta do litígio ao Judiciário, a
exemplo da imensa demanda existente acerca de execução de alimentos.

Enfim, a conciliação é a reorganização lógica, no tocante aos direitos


que cada parte acredita ter, polarizando-os, eliminando os pontos
incontroversos, para delimitar o conflito, e, com técnicas de convencimento, o
conciliador visa corrigir as percepções recíprocas, para alcançar uma
aproximação das partes em um espaço concreto.

A atividade do conciliador consiste em intervir com sugestões, alertar


sobre as possibilidades de perdas recíprocas das partes, que admitem perder
menos num acordo, que num suposto sentenciamento desfavorável,
fundamentado na indissociável relação: ganhador-perdedor.

Depreende-se, portanto, que o objeto da conciliação não é o


entendimento do conflito, pois, o objetivo a que se propõem as partes é a
celebração do acordo como uma forma de liberação daquele constrangimento
oriundo da litigiosidade, e, para tanto, não vêem outra alternativa senão a
celebração do acordo, orientado pelo princípio da autonomia da vontade.

Enfatizando, a conciliação é tradição jurídica que não se confunde com


a novidade da mediação, esta merecedora de sistematização no contexto do
ordenamento jurídico, daí ser objeto do presente estudo.

Ressalte-se que esta tarefa de promover os critérios de distinção entre


ambos os conceitos tem por objetivo o aprimoramento e fortalecimento da
mediação e da conciliação, pois são igualmente importantes para o mosaico
dos diferentes meios de acesso à justiça. A ênfase à distinção deve-se ao fato

6
de que o equívoco no uso de conciliação sob a denominação de mediação
acaba afastando a inclusão deste importante conhecimento para a aplicação
dos novos paradigmas que marcam o Século XXI.

A mediação atua no nascedouro do conflito e sua abrangência


ultrapassa os limites de eventual acordo, que possa vir a ser celebrado entre os
litigantes, porque seu tempo é o futuro. Trata-se, portanto, de uma abordagem
muito mais ampla que a conciliação.

A mediação fundamenta-se teoricamente em linguagem própria, que


não comporta julgamento e exclusão, mas, compreensão e inclusão. Eis a
essência da diferença entre os dois institutos em exame. A título de exemplo,
sem se aprofundar aqui na estrutura desta linguagem, basta observar que na
linguagem da conciliação emprega-se a conjunção ou – alternativa – porque só
se concretiza pela exclusão de parte da pretensão, já a mediação é regida pela
conjunção e – aditiva – porque, em lugar de excluir parte da pretensão ela
amplia o olhar sobre o conflito, e, a partir da mudança de comportamento, os
protagonistas são capazes de enxergar infinitas alternativas para uma
determinada situação, de acordo com os recursos pessoais dos mediandos e
do mediador. Trata-se da dinâmica da intersubjetividade, visando ao exercício
da humanização do acesso à justiça, tendo como instrumento a criatividade,
pois a mediação é arte a exigir disponibilidade interna para a sensibilização que
permeia três ações simultâneas: pensar e sentir e querer. Trata-se de uma
verdadeira trindade que só o ser humano é capaz manifestar, como ato e
criação.

A mediação não visa ao acordo, mas sim à comunicação entre os


conflitantes, com o reconhecimento de seus sofrimentos e, principalmente, com
a possibilidade que o mediador oferece aos mediandos de se escutarem
mutuamente, estabelecendo uma dinâmica jamais vislumbrada antes da
experiência da mediação, por desconhecimento da via de aceso à justiça.

O mediador não intervém, não sugere, não induz, mas promove a


escuta dos conflitantes em prol da comunicação, visando à recuperação da

7
responsabilidade por suas escolhas e pela qualidade de convivência para a
adequada realização da relação jurídica que os vincula, usando como técnica o
deslocamento do olhar que se move do passado e do presente para o futuro.
Este é o momento de magia da mediação que não ocorre na conciliação,
porque são diferentes em sua essência.

A diferença fundamental entre os dois institutos está em atribuir à


mediação o status de princípio5, um comportamento, uma experiência humana
que assegura o livre desenvolvimento da personalidade, capacitando os
sujeitos de direito à conquista da liberdade interna. Trata-se da experiência de
reconhecer a pertença à humanidade, enfim, a mediação é um princípio que
concretiza o princípio da dignidade da pessoa humana, representando a
reunião simbólica de todos os homens naquilo que eles têm de comum – a
igualdade de qualidade de ser humano – permitindo o reconhecimento de ser
parte da unidade: o gênero humano.

Portanto, mediação é um princípio, diferentemente da conciliação,


posto que atividades diversificadas na função jurídica. Vale dizer, como bem
descrito na feliz expressão de Paulo Bonavides6: as regras vigem e os
princípios valem. Os princípios valem porque estão acima da lei, outorgando a
estas a mais alta expressão da normatividade.

A mediação, que tem nas relações familiares a sua especialidade mais


complexa, por sua natureza, exige maior rigor nessa distinção com a
conciliação. A compreensão da mediação e a atividade do mediador não

5
ARRUDA BARBOSA, Águida. “ Mediação Familiar: uma cultura de Paz” in Revista da
Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo n.º 10, Ano 8, 2004, pág. 32 “A definição de mediação
familiar sob o enfoque da cultura de paz – e não pela mera pacificação dos conflitos – é o ideal fundante
do movimento da Associação pela Promoção da Mediação - APPM, legitimada e reconhecida pela
Comunidade Européia. Destarte, na última reunião realizada pela APPM para discutir os caminhos da
mediação - com ênfase da familiar – ficou consolidado para a comunidade européia que mediação é um
elaborada na conformidade do
princípio ético, um comportamento humano. Assim, a definição de mediação
estágio de evolução em que se encontra é a seguinte: “A mediação é um processo de criação e de repartição do vínculo social e de
regramento dos conflitos da vida cotidiana na qual um terceiro imparcial e independente, por meio da organização de trocas entre as
pessoas ou instituições, tenta ajudá-los a melhorar uma relação ou regular um conflito que as opõe”.
6
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional, 17 ed., Malheiros Editores, São Paulo: 2005, ps.
288 e 289.

8
podem ser contaminadas pela linguagem da conciliação, pois não lhes
pertence, desvirtuando-lhes as características tão próprias.

A Association Pour la Médiation Familiale 7, cuidou bem desta reserva,


em definição adotada desde 1998: “A mediação familiar notadamente em
matéria de separação e divórcio, é um processo de gestão de conflitos no qual
os membros da família demandam ou aceitam a intervenção confidencial e
imparcial de uma terceira pessoa, o mediador familiar, cujo papel é o de levá-
los a encontrar por si próprios as bases de acordo durável e mutuamente
aceito, levando em conta as necessidades de cada um, e, particularmente, das
crianças, no espírito de co-responsabilidade parental. A mediação familiar
aborda a competição da desunião, principalmente relacionais, econômicas,
patrimoniais. Este processo pode ser acessível ao conjunto de membros da
família (ascendentes, descendentes, colaterais) concernentes à ruptura da
comunicação cuja origem está vinculada a uma separação."

É importante destacar que se trata, fundamentalmente, da adoção de


uma linguagem adequada para cada conteúdo, sendo indispensável este
conhecimento acerca da linguagem da conciliação e da linguagem da
mediação, esta cuja essência, necessariamente, é a qualificação
interdisciplinar.

Mediação familiar e interdisciplinaridade são indissociáveis, posto que


se trata de um conhecimento constituído pela organização de uma pluralidade
de outros conhecimentos. O conceito de interdisciplinaridade adotado para

7 www.mediationfamiliale.fr 15/12/2005 : "La médiation familiale, notamment en matière de


séparation et de divorce, est un processus de gestion des conflits dans lequel les membres de la famille
demandent ou acceptent l'intervention confidentielle et impartiale d'une tierce personne, le médiateur
familial. Son rôle est de les amener à trouver eux-mêmes les bases d'un accord durable et mutuellement
acceptable, tenant compte des besoins de chacun et particulièrement de ceux des enfants dans un esprit de
co-responsabilité parentale. La médiation familiale aborde les enjeux de la désunion, principalement
relationnels, économiques, patrimoniaux. Ce processus peut être accessible à l'ensemble des membres de
la famille (ascendants, descendants, collatéraux) concernés par une rupture de communication dont
l'origine est liée à une séparation." Définition de la médiation familiale adoptée par l'Association Pour la
Médiation Familiale le 5 décembre 1998

9
explicar a mediação é de Lídia Almeida Prado: “a interdisciplinaridade amplia a
potencialidade do conhecimento humano, pela articulação entre as disciplinas e
o estabelecimento de um diálogo entre os mesmos, visando à construção de
uma conduta epistemológica. (...) A interdisciplinaridade é considerada como a
mais recente tendência da teoria do conhecimento, decorrência obrigatória da
modernidade, por se tratar de um saber oriundo da predisposição para um
“encontro” entre diferentes pontos de vista (diferentes consciências), o que
pode levar, criativamente, à transformação da realidade”.8

Não há como compreender a atividade da mediação e a atividade do


mediador sem conhecimento interdisciplinar. Trata-se de retirar o foco do olhar
dos mediandos, que está voltado ao passado e ao presente para ensiná-los a
enxergar o futuro. Esta arte requer muito estudo, informação criteriosa e
formação continuada, empregados em intensa prática, capaz de ampliar a
compreensão do Direito, outorgando-lhe plena eficácia, pois alia o pensamento
e o sentimento humanos, numa criação com a vontade – uma verdadeira
comunicação.

O conteúdo da mediação familiar é o próprio Direito de Família,


amplificado com lentes que lhe outorgam outra dimensão, exigindo a atuação
de profissionais especialmente formados para este mister. O que tem ocorrido,
com muita freqüência, é que os profissionais do Direito não identificam a
mediação como conhecimento interdisciplinar Com isso, não compreendem o
alcance da prática deste princípio. É o que tem ocorrido com o enquadre da
mediação na lei.

III – Mediação e Lei

No Brasil, desde 1.998 há um movimento em prol de se organizar a


mediação sob a ótica legislativa. No entanto, esta idéia tende a se esvaziar,

8
ALMEIDA PRADO, Lídia. O juiz e a emoção.São Paulo: Milenium, 2003, p. 3.

10
pois, depois de uma década, os paradigmas que vieram reger o Direito de
Família, cujo reconhecimento concretizou-se desde a década de 60, com a
revolução de costumes daquela época, já cunhou o espírito mediador, que
ultrapassa os contornos da lei, instituto da mediação. .

Há dez anos houve a iniciativa do projeto de lei n.º 4.827/98, que


adotou o modelo europeu da mediação, qual seja, a visão de transformação do
conflito. A experiência brasileira contém uma proposta simples, descrita em
apenas sete artigos, visando ao reconhecimento do conceito legal de mediação,
para passar a ser adotado ou recomendado pelo Judiciário, exaltando o valor
pedagógico desta prática.

Na busca do aprimoramento do instituto, no início da década de 90


nasce outra iniciativa legislativa. Trata-se de projeto de lei da mediação com o
propósito de acolher a experiência dos Estados Unidos, prestigiando um
modelo de resolução de conflitos, em lugar de transformá-lo, criativamente,
conforme contribuição da França. Visando ao acordo, a mediação norte-
americana visa desafogar o Judiciário, assemelhando-se à conciliação.

Houve uma fusão dos dois projetos supra-mencionados, e, com uma


década de percurso, chegou a 47 artigos. O projeto não reconhece a mediação
como conhecimento interdisciplinar como linguagem adequada ao
aperfeiçoamento da prestação jurisdicional e deixa claro, em sua redação, que
não foi valorizada a distinção entre mediação e conciliação. Aliás, a produção
teórica que acompanha o projeto não vê sentido com a preocupação desta sutil
distinção entre os dois institutos.

A análise da evolução do instituto da mediação revela que seu conceito


já está amadurecido, com a ampla colaboração de estudiosos que se debruçam
sobre a composição teórica deste conhecimento. Não há mais necessidade de
regulação legal do instituto, pois se trata de um princípio a ditar um
comportamento humanizado de todos os envolvidos nos conflitos familiares,
sejam os protagonistas da relação jurídica, sejam os profissionais responsáveis,
tais como advogados, magistrados e membros do Ministério Público.

11
Neste diapasão, a mediação é muito mais que uma técnica de
comunicação, confiada aos mediadores que promovem sessões, em média de
cinco a sete encontros, com a presença de ambos os conflitantes, para compor
a dinâmica da mediação. Enfim, é preciso apreender a mediação sob dúplice
expressão: a técnica da mediação, que deve ser desenvolvida fora do
Judiciário, porém, recomendada por ele, e o espírito da mediação, que deverá
estar presente na formação dos profissionais, sensibilizando-os à escuta e à
compreensão do conflito humano.

Com esta compreensão o Instituto Brasileiro de Direito e Família –


IBDFAM incluiu, pontualmente, a mediação, no Projeto de Lei 2285/2007,
intitulado Estatuto das Famílias, já em tramitação perante o Congresso Nacional
Brasileiro. Referido projeto pretende retirar o Livro da Família do Código Civil
Brasileiro, para criar uma legislação orientada pelos novos paradigmas do
Direito de Família contemporâneo. Trata-se de uma iniciativa ousada, pois
acolhe todas as novas idéias de Direito de Família, privilegiando as diferenças
para alcançar a igualdade plena.

Assim é que nos artigos 128 e 129 do Projeto de Lei há expressa


menção de que deve ser sugerida a mediação extrajudicial em qualquer grau de
jurisdição, ou, ainda, regula a suspensão do processo enquanto se realizar a
mediação. Registre-se, ademais, que há previsão de realização de conciliação,
porém, distinta da mediação.

É somente isso que a lei deve conter acerca da mediação. A


recomendação da prática da mediação por meio de dispositivo legal simples,
como princípio, norteando o comportamento, afinal, como se trata de uma
atividade concretizada pela linguagem interdisciplinar, aberta, não há como
pretender descrevê-la por uma linguagem hermética, com conteúdo
procedimental, para ser exercida no ambiente do Judiciário.

No exercício da técnica da mediação, o mediador dá a palavra


aos mediandos, organizando a ordem de uso e o tempo a ser concedido para

12
cada um falar, com a recomendação de um não interromper a fala do outro,
para desenvolver a capacidade de escuta, normalmente adormecida . Ao
término da fala de cada mediando, o mediador vai repetir, reformular e
confirmar a informação e o sentimento expresso naquela fala, procurando
situar os fatos no tempo e no espaço. Esta primeira organização
comunicacional – que normalmente ocorre nas duas primeiras sessões de
mediação – já se presta a conter a angústia dos sujeitos do conflito, permitindo-
lhes acessar logo outro nível mais sensível da comunicação.

IV – Ensino da mediação

O ensino da mediação, no Brasil, tem se desenvolvido por dúplice


vertente, tendo em vista o destinatário que se pretende alcançar.

De forma ainda tímida, a mediação está sendo implantada como


disciplina obrigatória na grade do quinto e último ano de graduação do Curso
de Direito. Trata-se de aluno destinatário já com sólida formação processual,
com prontidão para o largo uso de mecanismos jurídicos procedimentais para a
obtenção de prestação jurisdicional. Não conhecem outra forma jurídica de
assegurar o acesso à justiça.

É um desafio ao professor9. A conquista do aluno para a compreensão


do instituto da mediação, como outra forma de acesso à justiça, com
fundamentação teórica, de acordo com o rigor científico das ciências jurídicas,
exige muito empenho, com metodologia capaz de demonstrar que a justiça
9
A experiência narrada ocorreu no Curso de Direito da Universidade Municipal de São Caetano do Sul –
IMES, na Grande São Paulo, a quem se deve o pioneirismo de introduzir o ensino da mediação na
graduação. Em 2001 a prática foi introduzida no Núcleo de Atendimento Jurídico Gratuito, para uso dos
alunos estagiários, no atendimento dos conflitos de Direito de Família, sob orientação do professor da
matéria. A partir de 2006 a mediação passou a ser disciplina obrigatória no quinto ano, com o
desenvolvimento teórico deste conhecimento, obrigando estes alunos à prática junto ao Núcleo, como
complementaridade, para que o estudante pudesse manter contato direto com os assistidos. No ano de
2008 a disciplina Mediação fundiu-se com as disciplinas Direito de Família e Direito das Sucessões, para
construir a mentalidade mediadora à medida que se desenvolvem os institutos em exame. A avaliação dos
ex-alunos, já formados e no exercício da profissão demonstra que o desafio, que, inicialmente, pareceu ser
uma tarefa hercúlea, valeu a ousadia transformativa.

13
pode ser acessada por meio de outra linguagem, advinda do próprio
conhecimento jurídico, que se expressa da mesma principiologia.

Esta trajetória é lenta, porém, a efetiva e eficaz transformação da lógica


do conflito em lógica da mediação dependerá de uma criteriosa construção,
junto às gerações em formação.

O conteúdo da disciplina pressupõe formação humanista, com ênfase


em filosofia, sociologia e psicologia jurídica, para a formação de pensamento
crítico. Somente assim o aluno poderá recepcionar o conhecimento da
mediação, de natureza interdisciplinar, e compreender a dimensão social da
mediação, e, em contrapartida, o malefício de um acordo utilitário, só para
desafogar o Judiciário. O objetivo da disciplina não é a formação de
mediadores, o que exige longa carga horária, e deverá ser ministrada em
extensão universitária, para aqueles que assim desejarem, posto que, pela
própria natureza, não pode ser obrigatória.

Pode-se assegurar, a partir dos depoimentos de ex-alunos, que o


conhecimento da mediação resgata a paixão pelo Direito, dando sentido a tudo
que foi aprendido e esperança de ser um agente da transformação social.

A segunda vertente do ensino da mediação tem por destinatário os


profissionais que trabalham com conflitos humanos, principalmente decorrentes
de relações familiares, alcançando, assim, advogados, juizes, promotores de
justiça, psicólogos, psicanalistas, assistentes sociais etc.

As Escolas da Magistratura, do Ministério Público e os próprios Tribunais


de Justiça, de diversos Estados da federação, têm promovido cursos de
formação em mediação para seus membros, na busca de mecanismos para
realizar as mudanças necessárias ao aprimoramento do acesso à justiça.

Os resultados destes cursos são alvissareiros, pois, normalmente, os


profissionais resgatam recursos pessoais adormecidos, e, com o aprendizado
da prática da mediação, entusiasmam-se para promover novos projetos,

14
principalmente aqueles que estão inseridos no poder público, e se
conscientizam do potencial disponível para a transformação do tecido social.
Enfim, os profissionais empoderam-se10 e se encorajam a ousar, criativamente.

Ambas as vertentes acabarão por se encontrar, num processo evolutivo,


como sinal de que a rede de comportamento mediador estará instalada,
definitivamente.

V - Conclusão

No Brasil, a mediação tende a ser reconhecida como uma mentalidade,


um comportamento humano, uma ética fundamentada em princípios de moral
universal.

A Mediação familiar11 é um método fundamentado, teórica e


tecnicamente, por meio do qual uma terceira pessoa, neutra e especialmente
treinada, ensina aos mediandos um comportamento adequado para lidar com o
sofrimento decorrente do conflito familiar. Visa, enfim, despertar os recursos
pessoais dos mediandos, para que consigam transformar o conflito e enxergar
o futuro. Esta definição advém da ótica da técnica da comunicação.

Tratar a mediação de modo diferente, como mera resolução de conflitos,


significa apequenar o instituto, por um conceito divorciado da linguagem
interdisciplinar. Enfim, sempre que se privilegia a natureza processual da
mediação, afasta-se da essência deste nobre, milenar e amplo conhecimento
que visa alcançar a humanização do acesso à justiça.

Registre-se, mais uma vez, que a mediação não serve de instrumento


para desafogar o Judiciário. Presta-se a transformar o conflito pela

10
Empoderar é a tradução de empowement, do inglês, e começa a ser adotado no Brasil como neologismo
para representar a ação de usar o poder criativamente.
11
BARBOSA, Águida Arruda. Mediação familiar: instrumento transdisciplinar em prol da
transformação dos conflitos decorrentes das relações jurídicas controversas. 2003. 135f. Dissertação
(Mestrado) – Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, São
Paulo.

15
conscientização da natureza dos impasses, compreendendo-o a partir de sua
origem, numa atitude de responsabilidade, tomando a vida nas próprias mãos,
sem ter que levar ao Judiciário as questões que só podem ser conhecidas
pelos protagonistas de uma relação humana. Não desafoga, mas age no
sentido de não mais afogar o Judiciário, o que é uma perspectiva
completamente diferente.

Conclui-se, assim, que há duas conclusões significativas: a


primeira é que não se pode dizer que há ausência de comunicação na família,
pois o que se observa é a presença de uma comunicação inadequada, não
cumprindo a circularidade necessária, movimento indispensável para a sua
efetividade; a segunda conclusão é que os desentendimentos familiares têm
raiz na dificuldade de comunicação, que começa pela dificuldade de
identificação dos próprios sentimentos, em decorrência de não conseguirem
identificar os papéis que cada um deve desempenhar no sistema familiar.

A comunicação inadequada exalta-se, principalmente quando os pais


separam-se pela via litigiosa, pois, enquanto o ex-casal realimenta
inadequadamente o vínculo “conjugal” por meio da comunicação da linguagem
do conflito, os filhos vivem em situação de abandono diante da dificuldade de
diálogo entre os pais. Muitas vezes o conflito se mantém “em nome” da criança,
no entanto os filhos ficam sufocados e sem espaço para compreender seu
efetivo papel na família, a qual foi transformada pela separação.

E na prática, como se reconhece que a mediação alcançou o resultado


a que se propôs? Eis uma questão freqüente para aqueles que pretendem
penetrar neste campo do conhecimento. A resposta é simples e sutil. Constata-
se que a mediação se concretizou quando se perceber que houve mudança de
comportamento. A violência das atitudes e palavras é substituída pela
comunicação clara e bem cuidada. Um exemplo pode elucidar esta via de
acesso à justiça.

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Um casal, que conheceu a mediação por intermédio de amigos recém
separados, orientados por este método, observou a importância do uso
preventivo deste conhecimento a favor da humanização das relações jurídicas
na Família. Decidiram, assim, elaborar um contrato de união estável, visando
ao estabelecimento de critérios claros para reger a família em constituição. A
demanda teve enquadre perfeito numa instância de mediação, na busca da
construção de uma comunicação qualitativamente mais intensa e duradoura.
Foram informados de que, escolhido o conteúdo do pacto, levariam a
manifestação de vontade a um advogado, para a orientação técnico-jurídica,
esclarecendo, com rigor, que mesmo que o mediador seja advogado, não
deverá misturar os papéis.

Logo na primeira sessão verbalizaram e enfrentaram o ponto fulcral do


relacionamento, gerando desconforto, é a enorme diferença de capacidade
econômico-financeira entre eles, ocasionando freqüentes dificuldades para lidar
com as situações daí advindas.

Ele, muito rico, necessitando sempre se certificar de que é amado pelo


que é e não pelo que tem, assustando-se com a hipótese de adiantar doações
à companheira, sem a certeza de que a união será duradoura, como vem nas
promessas de amor.

Ela, humilde na família de origem, ascendeu a um nível sócio-


econômico significativo, trilhando o caminho do estudo e do trabalho, com
muito sacrifício e esforço, é dominada por um comportamento defensivo, pois
receia ser vista como alpinista social A companheira chegou mesmo a
verbalizar receio do preconceito que habita o imaginário popular no tocante à
imagem de que a mulher submete-se a homem rico vendendo-se sexualmente
para obter vantagem material. Assim, decidiram que a união estável seria
regida pelo regime da separação de bens, para neutralizar a diferença material
e afastar preconceitos.

Na quarta sessão daquele tempo-espaço privilegiado de mediação, o


companheiro já se antecipou, comunicando que havia reservado um tema para

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aquela oportunidade. A questão que o afligia é que, por ocasião do aniversário
da companheira, ofereceu de presente um automóvel de alto luxo,
surpreendendo-a com a preparação iniciada meses antes, encomendando
acessórios personalizados, enfim, demonstrando carinho e zelo. Ao dar o
presente, logo pediu à companheira que lhe entregasse o automóvel antigo,
adquirido com rendimentos oriundos do trabalho dela, pois aquele bem foi
objeto da transação na concessionária, como parte de pagamento do presente
oferecido. A mulher opôs-se ao critério, querendo, até mesmo, devolver a jóia
automotiva que acabara de receber, alegando sentir-se invadida, afinal, caberia
a ela dar destino ao automóvel antigo adquirido por seu esforço, cujo valor
equivalia a um quarto do novo veículo.

Enfim, o companheiro pergunta, humildemente, como quem deseja


acertar. Indaga ao mediador: qual é a atitude correta, quem tem razão nesse
impasse?

Se o mediador emitisse uma opinião, trazendo um julgamento à


questão que só pertencia aos mediandos, escolhendo, ao seu critério pessoal,
a atitude que lhe parecesse a mais justa, atendendo à solicitação objetiva do
mediando, estaria cometendo uma transgressão do método, pois terá um
comportamento distante da linguagem da mediação.

Tal atitude poderia, também, resvalar num conteúdo de conciliação, se


o mediador interviesse para conduzir o casal a uma solução salomônica, como,
por exemplo, sugerir que o valor do carro antigo seja dividido em dois, entrando
uma parte para pagamento do novo e a outra parte para a livre disposição da
companheira. Porém, o mediador logo identificou que a questão era muito
mais profunda, pois, diante daquela situação nova, aparecia o conflito até então
apenas latente.

Assim, o comportamento ético do mediador afastou, completamente, o


foco colocado sobre o critério para resolver o impasse – próprio da linuagem da
conciliação – para transformar o impasse em oportunidade de sedimentar entre

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os mediandos uma atitude, um comportamento adequado para aprenderem a
trazer à discussão todo e qualquer sentimento que possa ser traduzido em
ressentimentos e mágoas.

A técnica usada pelo mediador foi a exaltação da importância do


mediando ter eleito o tema para ser objeto daquela sessão de mediação,
demonstrando que já está incorporando a mudança da atitude diante do
conflito. Em lugar de negá-lo, trouxe-o ao enfrentamento para transformá-lo em
oportunidade de desenvolvimento da personalidade de ambos os
protagonistas.

Este comportamento será repetido entre os mediandos,


automaticamente, construindo uma autonomia. Assim, a necessidade da
presença do mediador vai se tornando dispensável, ficando em seu lugar a
comunicação adequada.

Na quinta e última sessão de mediação os mediandos estavam


seguros para as devidas escolhas projetadas para o futuro. Decidiram-se pelo
casamento, em lugar da união estável.

No tocante ao fato concreto em si, decidiram que a medianda ficaria


com os dois automóveis. Ela teve a oportunidade de reconhecer que, ao
pensar em devolver o automóvel novo, foi movida, inconscientemente, pelo
preconceito de que não pode receber tão valioso presente sem que signifique
retribuição sexual. Já o mediando esclareceu que, para ele, qualquer transação
comercial de automóvel é feita desta forma, porém, compreendeu que, neste
caso a relação de afeto exige outros cuidados.

Mediar é responsabilizar-se. Levar os impasses ao Judiciário é um


comportamento adequado para as questões técnicas e não as afetivas.

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