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A tradução dos nomes próprios (francês

– espanhol)

Sanz Espinar, Gema


Universidad Autónoma de Madrid

0. Introdução
Ainda que comum nos dias de hoje, a afirmação “os nomes próprios não são
traduzidos” não é verdadeira. Algumas obras recentes sobre a tradução de nomes
próprios (NP) mostram bem esta situação (Franco Aixelá, 2000, Moya, 2000, Yllera
& Ozaeta, 2002).
Com base na definição linguística de NP e outras tipologias classificatórias,
tentaremos enumerar o mais exaustivamente possível as escolhas que apresentadas ao
tradutor, assim como os fatores a levar em conta para escolher ou então rejeitar um
procedimento de tradução. A partir de exemplos de tradução do francês para o
espanhol, trataremos das seguintes questões. De um lado, as características do NP no
texto de partida e da sua tradução no texto traduzido:
a) semântico-referenciais: status do referente ao qual faz referência o NP (se a
referência concerne entidades do tipo real, fictício ou ainda de valor
metafórico);
b) pragmático-culturais: conotação cultural do NP;
c) formais: NP de origem francesa ou ainda adaptação ou empréstimo de outra
língua;
d) textuais: repetição do NP ao longo do texto.
De outro lado, as características da tradução e o tipo de leitor visado.
Enfim, é interessante fornecer ao tradutor ou ao tradutor-aprendiz um leque
suficientemente grande de recursos a sua disposição para traduzir os NP do francês
para o espanhol.

1. A definição do NP
A definição linguística de NP é essencialmente de ordem semântica, ainda que seja
frequentemente associada às palavras que se iniciam por maiúscula. Segundo o Bon
Usage (1986), Fernández Leborans (1999) ou Leroy (2004), o NP não tem um
significado

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autêntico, nem tampouco definição: seu laço com o objeto designado não é semântico,
mas uma convenção que lhe é particular. Assim, não existem traços semânticos às
pessoas chamadas Gérard, salvo sua denominação. Ao utilizar um NP, “singulariza-
se” um indivíduo, faz-se a distinção deste entre outros indivíduos da mesma espécie.
Em troca, no nome “jovem rapaz”, há traços semânticos comuns a vários indivíduos.
Ao utilizarmos este termo, descrevemos alguém por meio dos traços comuns próprios
ao seu referente.
Ainda assim seria necessário distinguir as funções de denominação e de
designação, ou seja, o fato de atribuir um nome a uma pessoa ou personagem fictício
(denominação) e o fato de chamar ou se referir a eles (designação). Efetivamente, a
primeira vez que damos um nome a uma pessoa ou a um personagem de ficção, pode
haver aí uma intenção de encontrar ou mesmo de impor uma certa relação entre o
nome e a personalidade da entidade (quando conhecemos a etimologia dos nomes
próprios e seu sentido primitivo). Oras, o que é comum a todos os nomes próprios é o
fato de que devemos aprender, de forma individual, a correspondência entre o nome
e a entidade a que se refere. Quanto à função da designação, não fica claro se, ao nos
referirmos a pessoas, personagens ou lugares por meio de um NP, temos em mente a
lembrança do que este nome evoca.

1.1. Classificação dos nomes próprios do ponto de vista linguístico


A onomástica, ciência que estuda os nomes próprios, privilegia o estudo dos nomes
de lugares e pessoas:
a) Nomes de lugares: topônimos em geral (Luxemburgo, Algéria), hidrônimos (o
Sena, o Rhin), orônimos (o maciço Central) Não é comum citarmos os nomes
de estabelecimentos, restaurantes, lojas, empresas, mas podemos consideramos
casos similares (Hôtel de la Gare, Carrefour). Certamente, A criação mais
recente (na linha temporal) destes nomes permite que se reconheça facilmente
os nomes comuns de onde provêm estas denominações;
b) Nomes de pessoas: antropônimos ou patrônimos (nomes de família), incluindo
os pseudônimos em geral; São “alcunhas” utilizadas para a vida literária. O
mais frequente é que a relação entre o pseudônimo e a pessoa seja tão arbitrária
quanto a relação entre o nome verdadeiro e a pessoa (Jean Baptiste Poquelin -
Molière, Henri Bayle - Stendhal). Por outro lado, os “apelidos”, alcunhas
familiares ou gozadoras (Pierrot le fou; Charles le Chauve) têm ao menos
parcialmente uma relação semântica com os traços particulares da pessoa que é
assim chamada: provavelmente, seremos levados a traduzir uma parte do nome.

O caso dos “nomes descritivos” atribuídos aos personagens de ficção,


principalmente no teatro, é ligeiramente diferente. Muitas vezes o nome tem alguns
traços semânticos comuns

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ao indivíduo assim denominado, mas o formato do nome é frequentemente modificado


devido a razões fonéticas, de forma que o nome descritivo lembre quer seja um nome
comum, um NP ou um adjetivo, quer sejam vários: é a correspondência entre Tartuffe
e os outros personagens tais como “Onuphre (La Bruyère), de “Montuphar” (Fuzy),
ou com o verbo truffer et e nom truffe.
Enfim, neste sentido, os “hipocorísticos” derivados dos nomes de valor afetivo
(Marion<Marie; Jeannot<Jean) teriam um status de NP verdadeiro, mas não os
hipocorísticos tais como papai, mamãe, ou os títulos como Majestade ou Excelência.
Há outros casos a parte dos antropônimos e dos topônimos que são frequentemente
considerados como NP:
- os seres sobrenaturais (Deus, Marte, Alá)
- alguns animais ou objetos personificados e raros (a espada de Rolando = Durindana)
- os períodos históricos (Barroco, Romantismo)
- os nomes dos pontos cardeais (Norte, Midi)
- os nomes astronômicos (Órion, Mercúrio)
- os NP das “realidades culturais” (a Revolução>a Revolução Francesa) e os
“produtos comerciais” (Darty, Peugeot), segundo Nord (2002)
- enfim, os títulos de livros e revistas, de obras de arte (quatros, monumentos,
estátuas, edifícios...) que designam também entidades únicas, ainda que por
meio de uma combinação de nomes comuns (Le Monde, Le Rouge et le Noir).

De acordo com Fernández Leborans (1999), alguns linguistas consideram os


seguintes casos como falsos NP, em detrimento do emprego da maiúscula em
algumas línguas:
- Os nomes gentílicos ou os nomes das dinastias (os belgas, os africanos, os
Mérovingiens)
- O nomes de instituições que não pode ser considerado um NP, pois, em geral,
são nomes muito descritivos (a Organização das Nações Unidas)
- Os nomes de produtos da atividade humana (TV5, Art, Peugeot)
- Os símbolos matemáticos e científicos (Alfa, K para o potássio)

No que se refere à tradução, nos manteremos, dependendo do caso, os nomes das


instituições, assim como os das empresas e produtos manufaturados.
No que concerne os nomes de instituições, existe um carátere de unidade
referencial dos NP, ainda que sejam comumente derivados de nomes comuns
(Conselho municipal, Biblioteca nacional, Associação de defesa dos animais)

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No que concerne os nomes de produtos manufaturados, não devemos nos esquecer


de que os NP, como Peugeot, podem referir-se a entidades muito diferentes: a empresa
ou o produto feito por ela (como por exemplo os veículos desta marca). O último caso
não seria um NP verdadeiro. De fato, todos os procedimentos de generalização do NP
mereceriam ser tratados num estudo mais aprofundado do NP, mas, por falta de
espaço, não o faremos aqui.

2. Fatores que influenciam as escolhas de tradução dos NP


Mesmo se a definição do NP for de ordem semântica, do ponto de vista da
tradução, ainda temos que levar em conta os níveis semantico-referencial, pragmático-
cultural, textual e formal.

2.1. As características semântico-referenciais do NP


Para uma classificação dos diferentes procedimentos de tradução dos NP, é preciso
fazer uma distinção essencial a respeito do status semântico do referente. O NP pode
se referir a entidades reais, fictícias ou ainda de valor metafórico (quando não se refere
a uma entidade única: chorar como uma madalena/llorar como una Madalena).
Os nomes que fazem alusão a referentes reais não poderão ser adaptados, mas
apenas retomados (repetidos), transcritos, transliterados e eventualmente glosados,
como veremos a frente. No entanto, os nomes fictícios podem ser retomados ou
adaptados. Enfim, os nomes que possuem um valor metafórico poderão desaparecer
na tradução.
Nos devemos reforçar a importância de identificar bem o status de diferentes NP
que aparecem num mesmo texto. Neste sentido, encontramos um belo exemplo na
obra de Villacampa (2004), que faz uma análise dos NP na versão/adaptação da peça
Art de Yasmina Reza. Na mesma peça aparecem: o nome de um pintor, que foi
mantido; o nome dos personagens principais traduzidos (Serge, Yvan e Marc podem
muito bem ser traduzidos por Sérgio, Ivan e Marcos), os nomes das personagens
secundárias adaptados (Huguette e Françoise, sem equivalente diretos, viraram na
tradução Mercedes e Paqui), e ainda a adaptação do nome de topônimos que tinham
valor ilustrativo ou cômico (Carcassonne>Toledo, Cavaillon>Teruel).
Além disso, no que diz respeito à tradução, existe o problema da eventual
ambiguidade ou confusão entre dois referentes se forçarmos a tradução de um NP e a
forma traduzida já existir na língua de chegada para designar um outro referente. É o
caso do Le Monde>El Mundo ou Finistère>Finisterre Sabemos em todo caso que não
se traduz o nome de jornais e que, para ambos os casos, poderíamos utilizar uma glosa
intertextual.

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2.2. As características pragmático-culturais no NP


Quais funções têm nos nomes na língua de partida e quais funções têm os nomes
ou suas adaptações no texto de chegada em relação ao papel de transmissão de uma
cultura mais ou menos distante para o leitor da tradução? Faremos escolhas
radicalmente diferentes se quisermos traduzir, por exemplo, uma peça de teatro que
reflete os costumes do século XVIII ou então uma peça de teatro cujo tema é universal
e que permite, portanto, que seja localizada na sociedade de chegada.
Há inclusive os casos onde a tradução, mesmo que possível, não é aconselhada por
razões pragmáticas. No caso dos NP com um equivalente inequívoco na língua de
chegada, podemos ficar tentados a traduzir (Benoît>Benito, Bénédicte>Benedicta).
Entretanto, a tradução destes nomes não garante sempre a manutenção de certos traços
de ordem pragmática na tradução (traços sócio-econômicos, traços culturais ligados
ao NP, frequencia de utilização na língua de chegada). Além disso, é difícil realizar
uma adaptação destes nomes porque poucas gramáticas ou dicionários reúnem estes
valores, que são alteráveis. Citaremos dois exemplos desta natureza, Charadeau
(1999) e Wilmet (1998), que estudam a evolução temporal dos nomes nos registro de
estado civil me mencionam os valores étnicos, sociais e culturais atribuídos a certos
NP em determinadas épocas.
Por outro lado, uma vez que a formação do NP se baseia em nomes comuns na
atualidade, é comum que a tradução revel-se sem sentido (Hôtel du Nord Hotel del
Norte, Carrefour
>Cruce, principalmente se estes nomes nos remetem a seres reais No mundo de hoje,
encontramos muitos casos onde a tradução de nomes de entidades reais é de pouca
utilidade, sejam nomes de pessoas ou de coisas. Efetivamente, considerando que as
possibilidades de pesquisa de dados complementares a respeito destas entidades
(livros, bases de dados, Internet), a possibilidade de reencontrar informações sobre o
objeto/a pessoa fica cada vez mais reduzida caso o leitor da língua alvo tenha que
recuperar o nome verdadeiro de uma pessoa, um edifício, uma obra ou uma rua em
sua língua de origem. É necessãrio refletir, por exemlo, de que servidira a tradução de
um nome de rua! Pensemos também no caso extremo de nomes com valor jurídico
(nome de empresas, nomes de pessoas num documento jurídico ou os nomes devem
ser exclusivos, muitas vezes portadores de direitos autorais e sem tradução possível,
cessam de produzir erros de grande amplitude).
Efim, não apenas os nomes reais tendem a serem mantidos, mas também os
fictícios, como reflexo da cultura francesa ou francófona ou então de outras culturas
contidas dentro de obras literárias. Neste caso, o problema é que, mesmo mantendo o
nome original, os valores pragmáticos podem vir a desaparecer, pois provavelmente
não serão recebidos pelos leitores. A utilização de notas de rodapé (que nõs
chamaremos mais a frente de glosas extra-testuais) poderá eventualmente preencher a
lacuna entre o NP e o leito da tradução, mas os critérios editoriais nem sempre o
permitirão.

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2.3. As funções textuais


A introdução do NO, sua manutenção e reintrodução são funções textuais que
podem ser tratadas diferentemente numa tradução. (Moya (2000) mostra como as
regras para a retomada/abreviação dos NP de pessoas podem ser diferentes de acordo
com cada linguagem (em chinês o nome vem antes do prenome, portanto, em caso de
reintrodução, é a primeira parte que deve ser retomada e não a segunda). Finalmente,
podemos utilizar substituições, com sinônimos e expressões co-referenciais ao longo
do texto: Chirac/o presidente da República

2.4. As características formais do NP


O nível formal corresponde à forma ortográfica ou fonética do nome. No que tange
à traduçãp de exônimos de outras línguas (Iraque, Pequim/Beijing, Moscou), é preciso
levar em conta os procedimentos de transcrição ou transliteração.
Os nomes que remetem a referenciais reais poderão ser retomados, transcritos,
transliterados e eventualmente glosados. Se são de origem francesa ou se provêm de
uma língua de alfabeto latino, não sofrerão modificações ortográficas, mas se se tratar
de um emprétimo ou “heterolinguismo”, deveremos prestar atenção afim de aplicar as
regaras de transliteração da lingua de chegada.

3. As características da tradução e o tipo de falante visado


As características da tradução e o tipo de falante visado logicamente influenciam
a escolha de tradução de um NP.

Certamente, as regras para a tradução foram modificadas nos últimos dois séculos
e parece-nos que a tendência a naturalização é menor no que concerne os NP.

Assim, nos textos traduzidos e mesmo nos textos redigidos diretamente em espanhol,
é mais fácil encontrar os nomes de Wolfgang Amadeus Mozart e de Karl Marx que os
de Amadeo Mosar ou de Carlos Marx.
De fato, os gêneros são determinantes para aplicar uma determinada “lógica” na
tradução dos NP: textos literários (teatro x romance x poesia) ou nomes literários
(imprensa, científicos, jurídicos...), e tamb+em as as características da tradução:
versão adaptada (para crianças ou adolescentes) ou abreviada, versões de bolso ou
edição crítica, talvez bilíngue, tradução oral simultânea, legendagem ou dublagem,
tamanho da tradução, notas de rodapé admitidas.
A tradução pode ser uma “versão” adaptada a diferentes públicos (em diferentes
países falantes de espanhol, de diferentes idades – adulto ou criança –, diferentes
níveis culturais). O falante visado pode ter indicado ser conhecedor da língua de
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partida ou do tema, ou ainda desconhecê-los por clmpleto. A tradução ainda pode ir
do mais exótico ao mais natural. As glosas intra-textuais ou extra-testuais (em notas
de rodapé) podem ser necessárias em determinados momentos, mas é preciso notar
que, para as traduções em versão de bolso, as notas de rodapé dos tradutores costumam
ser suprimidas. Os critérios editoriais restringem frequentemente o emprego deste
procedimento.

4. Classificação dos procedimentos


Franco Aixelá (2000) propõe a classificação aqui retomada para a tradução de NP
inglês-espanhol. Ela nos parece especialmente exaustuva e separa os procedimentos
em dois grupos, segundo o que conservamos ou substituímos no NP. Proposemos
exemplos em francês para cada um, assim como recursos que podem ajudar a
recuperar traduções ou mesmo decidir qual procedimento pode ser o mais adequado.

4.1. Proceimentos de manutenção no NP


No quadro a seguir, veremos os seis procedimentos de manutenção do NP. Alguns
destes procedimentos são mistos: assim, para as glosas extra ou intra-textuais,
retomaremos os decalques, as transliterações ou as traduções linguísticas, aos quais
adiconaremos as informações necessárias. Em todo caso, trata-se no todo de
procedimentos também chamados “exônimos” (Nord, 2002). Tamém encontraremos
neste grupo os“heterolinguismos”, ou seja, os NP provenientes de outras culturas que
tenham sofrido em algum momento um processo de transliteração, tradução ou
francisação.

PROCEDIME DEFINIÇÃO EXEMPLO


NTO
Repetição Retomada exata Serge > Serge
Bordeaux > Bordeaux
Adaptação Transliteração e transcrição de nomes em Hassan > Hasán
ortográfica alfabetos diferentes do latim Hussein > Huseín
Boukharin > Bujarín
Oussama Ben Laden > Osama Bin
Laden
Adaptação Exônimos, em ocorrência, castillanização, Paris > París
terminológica mais ou menos antiga, do nome Bordeaux > Burdeos
Tradução Tradução de nomes ou partes de nomes que New York > Nueva York
linguística correspondem a termos comuns da Peau d’âne > Piel de asno,
língua
Glosa extra- Informação explicativa adicionada Blaise Pascal (1)
textual (definição, explicação. De um jogo de
palavras, bibliografia ou fontes) para (1) (N. do T.) Filósofo e escritor
introduzir ao público um referente francês do século XVII...
desconhecido sob a forma de uma nota de
rodapé ou de fim do capítulo
ou do livro ou ainda comentário entre
colchetes que interrompem a linearidade do
texto.
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Glosa Informação explicativa adicionada que deve Pascal > Blaise Pascal
intratextual se estabelecer inciialmente quando da le Métropole > l’Hôtel Métropole
Primeira menção do NP no texto ou M. Chirac > el primer ministro
no enunciado sem romper a estrutura Francês Jacques Chirac
sintática Le Figaro > el diario francés Le
Figaro

Enfim, no quadro a seguir, encontraremos uma variedade de recursos que


poderemos consutar para melhor escolher o procedimento a utilizar para traduzir estes
nomes. Para alguns destes procedimentos, existem regras, para outros, ~ó podemos
consultar listas, dicionários de NP, enciclopédias ou manuais de redação e estilo dos
jornais, no caso, espanhóis, assim como corpus paralelos (ou seja, os originais e suas
traduções) ou bilingues (textos em espanhol e francês sobre os mesmos assuntos).

PROCEDIME FONTES
NTO
Repetição - Anexos da Ortografía de la Real Academia Española (nomes de países
Adaptação e capitais e gentílicos)
ortográfica - Diccionario de ortografía técnica de Martinez de Sousa no artigo
Adaptação “Unificación” e nos anexos 3 e 4 dos antropônimos e dos topônimos
terminológica (com a transcrição do nome original
Tradução - Manuais de redação e stilo dos jornais espanhóis (ABC, El País,
linguística Agencia EFE)
- Sistemas de transcrição dos NP nas diferentes línguas, incluindo as
normas ISO para a transcrição de línguas de alfabeto não latino.
- Eventualmente enciclopédias ou dicionários de dificuldades
- Dicionário multilingue dos NP Prolex
http://tln.li.univtours.fr/tln_prolex/prolex.php
- Dicionário Larousse bilingue (edições a partir de 1999)
- Atlas em francês e em espanhol
Glosa extra- - Enciclopédias
textual - Corpus de obras traduzidas contendo notas de rodapé (notas do
tradutor).
Glosa intra- - Apêndices da obra de Moya (2000) sobre as glosas intertextuais mais
textual frequentes nos jornais espanhóis
- Corpus paralelos ou monolingues espanhóis (extra+idos da imprensa,
entre os quais os Archives du Monde diplomatique versão francesa e
espanhola).

4.2. Procedimentos de substituição do NP


Franco Aiselà (2000) discorre sobre os seis procedimentos de substituição a seguir, os
quais ilustramos com exemplos em francês.

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PROCEDIME DEFINIÇÃO EXEMPLO


NTO
Neutralização Substituição por um equivalente do Alix > Alexandre
limitada mesmo tipo ou mesmo grau de exostismo
(do universo da língua de partida), porém
conhecido pelos leitores da língua de
chegada
Neutralização Substituição por um nome comum que Descartes > un filósofo
absoluta descreve os tipos de traços do NP (tipo la Préfecture des Yvelines > la Comi-
de saría
Definição, muitas vezes com um
hiperônimo) que conduz à aculturação
do termo
Naturalização Substituição por um equivalente do Prix Goncourt > Premio Nacional de las
mesmo tipo na cultura de chegada Letras Españolas
Le Monde > El País
Adaptação Perda ou acréscimo de nuances La guerre des sexes > Masculino y Fe-
ideológica ideológicas menino
Le groupe séparatiste Clandestini Corsi
> el grupo terrorista Clandestini Corsi
Omissão a) Eliminação de detalhes superfluos ou Le parlement français > El parlamento
opacos que podem talvez ser
compensados
b) Caos extremos de eliminação de
longos trechos (frases, parágrafos,
páginas)
Criação Aparição do NP onde ele não estava ( Il pleure comme une madeleine > Llora
autônoma incluindo os nomes de valor metafórico, como una Magdalena [NP de valor
do qual não trataremos aqui) metafórico]
(Em uma enciclopéddia)
Beaucoup de gens arrivaient aux villes
comme Lyon, France > Mucha gente
llegaba a ciudades como Lyon en Fran-
cia o Bilbao en España.

Quando o NP preenche uma função ilustrativa no texto (títulos de filme à traduzir,


pessoas, organismos ou fenômenos culturalmente determinados ou representativos da
cultura francesa/francófona), somos frequentemente levados a buscar equivalentes na
lingua de chegada, seja pela substituição destes termos por uma glosa, eventualmente
por sua eliminação e, no limite, por sua introdução, se sua função for apenas
metafórica (fazendo parte de uma expressão ou locução).
Aqui, os recursos dos quais dispomos para verificar as adaptações precedentes ou
eventualmente para encontrar ideias para os casos que devemos traduzir exnihilo são
mais difíceis de sistematizar. De um lado porque, como afirma Franco Aicelà (2000),
o gênero textual tem forte influência sobre a escolha a ser feita: nos textos literários,
as adaptações serão muito diferentes, segundo as possibilidades de tradução dos
nomes franceses ou segundo a contade de naturalização numa versão concreta. A
neutralização limitada ocorre frequentemente nas obras literárias, a neutralização

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absoluta, sempre que o contexto permite eliminar a correspondência explícita dos
referentes numa cultura.
Isso pode ocorrer numa obra literária onde ficou decidido adaptar e naturalizar o
obra completa ou em qualquer texto onde o NP tem valor ilustrativo. Por outro lado,
nos textos de temática geral ou nas enciclopédias, onde os NP podem preencher uma
função ilustrativa, é preciso que os exemplos da tradução preencham exatametne o
mesmo papel ilustrativo, portanto, é possível que sejamos levados a fazer uma
“criação autônoma”. Os casos extremos de omissão/criação autônoma podem aparecer
quando da tradução simultânea e da adaptação de obras literárias para crianças ou
adolescentes, nas traduçoes de enciclopédias e de paraliteratura (romances água com
açucar, etc), enfim, onde se pode remover longos trechos do texto. Este caso também
aparece com frequência na publicidade, nos slogans, nas marcas de produtos, nas
diferentes versões de canções infantis ou nos contos e lendas populares.
Como fazem Franco Aixelà (2000) e Moya (2000), os recursos que podemos
utilizar para melhor identificar os procedimentos mais utilizados em determinados
gêneros são os corpus paralelos ou bilingues organizados por gêneros.
Finalmente, do ponto de vista dos recursos disponíveis, distinguiremos grosso modo:
a) no caso de já existirem traduções precedentes: Por exemplo, os títulos de filmes
ou livros traduzidos nem sempre são submetidos aos mesmos procedimentos de
tradução. Ao procuramos se existem traduções precedentes dos títulos em
espanhol, deve-se buscar nas bases de dados de filmes exibidos na Espanha e
nas bases de dados de traduções publicadas que aparecem no site do Ministério
da educação espanhol: Portanto poderemos tratá-los tipograficamente como
publicações. Se a tradução não tiver sido publicada ou o filme ainda não tiver
chegado à Espanha, podemos, eventualmente, tentar encontrar nas filmografias
ou bibliografias dos diretores de cinema/autores redigidas em espanhol desde
que os especialistas já utilizem os títulos traduzidos;
b) no caso que leva obrigatoriamente à criação de um “neologismo”: para os
filmes que vão chegar logo às telas espanholas ou traduções que serão
propostas, então a tarefa é mais criativa. De início, todos os procedimentos são
possíveis, desde que com cautela. Em todo caso, é necessário fazer
corretamente a distinção tipográfica do que está publicado e do que mostra
nossa contribuição enquanto tradutores.

Finalmente, há o caso das versões (nova marca, novo produto, nova publicidade,
elaboração de uma enciclopédia, adaptação livre de uma peça de teatro, etc.). Estes
casos exigem tocar nas “regras” escritas ou não escritas de cada gênero. Assim, as
regras de transliteração dos NP existem e nos podemos consultá-las para transliterar
os nomes de um novo presidente ou ministro árabe, chinês ou russo (Com a condição
de conhecer estas línguas), mas não poderemos consultar as regras sobre as tendências
de tradução ou de construção de neologismos. Nestes últimos casos, a consulta de
corpus paralelos e bilíngues é útil, mas a capacidade

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Criativa do tradutor, assim como o senso comum também são solicitados (coerência
entre o título e a obra, coerência nos procedimentos de tradução na obra como um
todo, percepção das nuances de NP propostas na língua de chegada, avaliação da perda
de valores, nuances, etc com relação ao texto original).

5. Conclusões
Passamos em revista os diferentes procedimentos de tradução possíveis, ao seguir
a classificação de Franco Aixelà, onde a distinção de base é manter ou substituir o NP,
o que depende do status semântico-referencial do NP (entidade real, não real ou de
valor ilustrativo ou metafórico).
Efetivamente, constatamos que a não tradução deixou de ser o procedimento mais
difundido. Mencionamos ainda assim algumas razões pelas quais os NP não
são traduzidos: de ordem pragmática e prática.
Por um lado, mesmo que ainda sejam hipóteses pedentes de validação, é preciso
reconhecer que o paradigma pragmático também invadiu a tradução, pois ddefende-
se a presença de NP não traduzidos enquanto refexo das cultiras de origem. Isso ocorre
mais precisamente nos textos literários e nos nomes fictícios.
Por outro lado, há razões práticas: a proliferação das relações internacionais no
mundo ocidental e as consequências do multilinguismo multiplicam a massa de
traduções. Também existem contratos e acordos internacionais, regulamentos onde
não devem ser traduzidos os NP de entidades ou pessoas jurídicas. Lembremos que
também foram criados nomes internacionais para os países ou cidades, haja vista os
códigos de normas para a abreviação de cidades, aeroportos, línguas, etc.
Enfim, não pretendemos negar que sempre que o nativo espanhol (tradutor ou não)
encontra uma similaridade ou uam tradução fácil, há fatores cognitivos que o
empurram a traduzir ao menos oralmente (la Bibliothèque nationale > la Biblioteca
nacional), mas, outra vez, será necessário avaliar em que conxtetos isso é possível.
Esperamos ter contribuído para a melhor avaliação dos valores e funções dos NP, ao
lembrar os níveis de análise (semântico referencial, pragmático, tetual e formal) e ao
diversificar os recursos a nossa disposição, a fim de decidir qual procedimento deve
ser aplicado nos diferentes gêneros (jornalísticos, literários).

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Bibliografia

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