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CADERNO G Quarta-feira, 28/01/2009

LUTO

O Mez da Grippe nos palcos


Publicado em 06/12/2008 | LUCIANA ROMAGNOLLI

A obra de Valêncio Xavier foi duplamente lembrada este ano no teatro paranaense – que pouco se
serve dos escritores locais, à exceção de Dalton Trevisan e, recentemente, de Manoel Carlos Karam.

O Mez da Grippe, publicado em 1998 pela Companhia das Letras, inspirou dois espetáculos montados
pela Pausa Companhia, em experiências com diferentes diretores. A mais bem-sucedida foi Febre –
Um Sintoma Cênico, sob o comando de Fernando Kinas, encenada em maio no Espaço Dois, um
casarão adaptada para o teatro que foi habitado em 1919, em plena epidemia da gripe espanhola em
Curitiba, da qual trata o livro de Xavier.

Sem usar as mesmas palavras escritas pelo


autor, a peça emprestava da obra sua estrutura complexa de colagens de gravuras, peças
publicitárias e reportagens e manchetes jornalísticas. Abarrotada de referências, a encenação tinha
como linha temática a memória e, conseqüentemente, o esquecimento. Uma provocação emergia:
estaríamos dispostos a trocar o passado por um punhado de futuro em branco?

Em um jogo que incluía cenas de improvisação e interação com a platéia, o grupo distribuía críticas à
atual situação sócio-política mundial e provocava nos espectadores uma reação que caracteriza nossa
geração: a falta de reação.

Em agosto, foi a vez de o Teatro Novelas Curitibanas receber para uma temporada de um mês os
atores da Pausa Companhia e outros convidados, dirigidos agora por Moacir Chavez, para a peça O
Mez da Grippe, que começava com o texto do livro homônimo de Valêncio Xavier, costurado a um
poema de Santo Agostinho e à obra dramatúrgica As Relações Naturais, do gaúcho Joaquim Qorpo-
Santo. O foco então se voltou para a questão da repressão e da liberdade sexual, com o ator Gabriel
Gorosito a relatar em primeira pessoa um estupro, com palavras esvaziadas de sentimento, e o
elenco recriando, pelo trabalho com a voz, as senhoras curitibanas da época em que a Gripe
Espanhola era a grande carrasca.

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