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COMPLEXAÇÃO
Dr. Arnaldo Antonio Rodella
Professor Aposentado
ESALQ/USP
1. INTRODUÇÃO
O QUE VEM A MENTE DAS PESSOAS QUANDO O ASSUNTO É QUÍMICA?
Química é algo muito sério e nada folclórico
* Serafimova E.;. Mladenov M.; Mihailova I.;, Y. Pelovski STUDY ON THE CHARACTERISTICS OF WASTE WOOD ASH Journal
of the University of Chemical Technology and Metallurgy, 46, 1, 2011, 31-34
FERTILIZANTES QUELATADOS
O sal sulfato de cobre, CuSO4.5H2O é formado pelos íons Cu+2 e SO4-2, separados
por dissolução em água. Trata-se de um composto iônico.
NH3
????
Cu2+
[Co(NH3)6]3+
[Co(NH3)6]Cl3
3 Cl-
Alfred Werner
(1866-1919)
O QUE É UM COMPLEXO ?
H3N : : NH 3
Cu2+
H3N : : NH 3
Ligante é um íon ou molécula, com pelo menos um par de elétrons não usado em
ligações químicas, ou seja, não compartilhado.
O ligante mais trivial é a molécula de água. Em solução aquosa todo cátion metálico
está complexado compulsoriamente pela água, formando um aquo-complexo
N O
Cl -
H H
H
H H
glicina glifosato
TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA
3s0 3p0
hibridação sp3
sp3
sp3
1s2 2s2 2p6
1s2 2s2 2p6
LIGANTES MONODENTADOS
Uma molécula do ligante se liga apenas a um ponto de coordenação do íon
metálico
LIGANTES POLIDENTADOS
Uma molécula do ligante se liga a vários pontos de coordenação do íon metálico
[Ni(CN)4]-2 [Ag(NH3)2]+
A molécula ou o íon que atua como ligante monodentado pode até conter
vários pares disponíveis, mas apenas um pode efetivamente ser utilizado
LIGANTES MONODENTADOS
[CoCl4]2- [Zn(CN)4]2-
LIGANTES POLIDENTADOS
-
-
H H H
N – C – C – OH
H
H H
Água e amônia são moléculas neutras e como ligantes não contribuem para a
carga do complexo, que será igual a do cátion metálico.
Quando os ligantes são ânions como o íon Cl-, a carga do complexo é igual à
soma algébrica das cargas dos participantes.
Zn2+
Carga zero
[Zn-(glicina)2]0
[Zn-EDTA]2-
GEOMETRIA DOS COMPLEXOS
CLOROFILA
HEMOGLOBINA
Cu(H2O)4 SO4.H2O
CuSO4.5H2O
Zn(NO3)2 pH
mol L-1
Na2H2EDTA 0,1 mol L-1
0,00 4,16
0,02 3,06
0,04 2,63
3. EQUILIBRIO DE COMPLEXAÇÃO
EQUILÍBRIO DE COMPLEXAÇÃO
[MLn] + n R [MRn] + n L
PREVISÃO DO TEMPO
0.6
[B]i = 05995
A
0.5
B
0.4
mol L-1
Início [A] = 0,6 mol L-1 0.3
B eq 0,5995 1199
Q
[B] = 0,0 mol L-1 0.2 Aeq 0,0005
0.1
[A]f= 0,0005
0
0 10 20 30 40 50
tempo
0.6
0.6
[A]i =
0.5
0.5
[A]eq = 0,40 mol L-1
[B]eq = 0,40 mol L-1
0.4 0.4
mol L-1
mol L-1
0.3 0.3
0.2 0.2
K
Beq 0,20 0,5 Q
B eq 0,40 2,0
Aeq 0,40 Aeq 0,20
CONSTANTE DE EQUILÍBRIO
reagente produto
A+2B3C+D
2+
3+ +
+ +
As constantes em equilíbrios múltiplos podem ser apresentadas de duas formas
Uma reação de complexação pode ter log K = 30, mas só ocorrer na presença
de catalisador
Cu2+ + en [Cu(en)]2+
log K = 10,6
Complexos formados com ligantes polidentados, quelatos, tendem a ser mais estáveis
O quelante deve conter dois átomos que possam ligar-se ao mesmo íon metálico
Metais alcalinos como Li, K, Na, não podem ser quelatados, devido a baixa
eletronegatividade e a alta tendência de liberar elétrons. Geralmente, estes metais
podem ser apenas complexados, embora fracamente.
Quanto menor o íon metálico, menor o número de ligantes que podem
potencialmente posicionar-se de forma a quelatar o cátion
(apenas um número limitado de pessoas pode segurar uma bolinha de gude
entre o polegar e o indicador ao mesmo tempo.)
Quanto maior o ligante, menor o número de unidades que pode ser envolvido
na formação de quelatos
Os anéis quelatos mais estáveis são aqueles que possuem cinco ou seis
membros.
A proporção molar entre o ligante e o metal deve ser pelo menos 1:1. Se a
quantidade de ligantes for inadequada à quantidade de metal, então a reação de
quelação será incompleta
CH3 CH3
H CH3
C O C O
C C C M C C C M
C O C O
H CH3
CH3 CH3
BALANÇO DE CARGAS
A regra vale para o sistema após a complexação de um íon metálico ter ocorrido
Íon livre
Associado a carbonatos
Associado a óxidos
Associado a sulfetos
Metais prontamente complexados de forma estável pela matéria orgânica solúvel tem
maior mobilidade no solo. A ordem de estabilidade de complexos entre metal e matéria
orgânica é Hg > Cu > Ni > Pb > Co > Zn > Cd.
Cd e Zn não formam complexos altamente estáveis com matéria orgânica e não são
grandemente afetados pela matéria orgânica dissolvida na solução do solo como
metais que formam, como Cu, Pb, ou Hg.
4.2 LIGANTES POLIAMINOCARBOXÍLICOS
OH
OH
HO O O OH
O H O OH O O
HO O
N OH HO N N
N N HO N N N OH
O O OH H O O O
O HO O
OH OH OH OH
R2
OH
O H
O OH HO R1
O
N OH
N HO N
HO N
R1 OH H O
O
OH
R2
30
DTPA
25 EDTA
HEDTA
NTA
20
log K est
15
10
0
Fe3+ Cu2+ Ni2+ Co2+ Zn2+ Fe2+ Mn2+ Ca2+ Mg2+
EDTA - ÁCIDO ETILENODIAMINOTETRACETICO
Mn+
EDTA - ÁCIDO ETILENODIAMINOTETRACETICO
cisteina
lisina
arginina
Lisina Arginina
metal
log K1 log K2 log K3 log K1 log K2 log K3
Al3+ 6,13 6,63 6,23
Ca2+ 0,72 0,61
Cd2+ 3,70 3,20 2,05 3,24 3,11
Co2+ 3,84 3,23 2,38 3,79 3,10 2,10
Cu2+ 7,60 6,40 7,34 6,43
Fe2+ 5,76 2,87 3,20
Fe3+ 8,70
Mg2+ 2,21
Mn2+ 2,18 2,60 1,90
Zn2+ 8,40 4,20 4,16 3,84
O
..
OH
H
.. P
OH
N
..
HO C
% ZnSO4
Planta daninha
0 7 10
Echinochloa crus-galli (L.) 93 39 27
Urochloa ramosa(L.) 93 9 7
Amaranthus palmeri S. Wats 95 45 1
H 2O
H2 O
Mn 2+ :O
OH
O:
C
HO ,,
P N
C
O C
H 2O
Bernards M.L., Thelen K.D.; Penner D. Glyphosate Efficacy is Antagonized by
Manganese. Weed Technology. v. 19, p.27–34, 2005
Chenopodium album L
Glifosato: 0,63 kg/ha; Mn-EAA (etilaminaacetato), 0,54 kg Mn/ha; Mn-EDTA, 0,74 kg/ha;
Mn-LS, 0,59 kg/ha; MnSO4, 2,5 kg/ha. Spray volume: 190 L/ha; NH4SO4, 20 g/L
EVIDÊNCIAS DA FORMAÇÃO DE COMPLEXOS ENTRE Mn2+ E GLIFOSATO
0,35
0,30
0,25
Absorbância
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
0,00 0,50 1,00 1,50
pH log K comd
6 1.24
7 2.33
8 3.34 A variação da constante de estabilidade do complexo
9 4.31 Mn-glifosato explica essa ocorrência
10 5.13
11 5.48
12 5.53
13 5.54
14 5.54
IONIZAÇÃO DA MOLÉCULA DE GLIFOSATO
H
H
+
H H
+ H+
+ H+
+ H+
+ H+
COMPETIÇÃO ENTRE EDTA E GLIFOSATO PELO ÍON Mn2+
8,5
8,0
0,24 mmol
[Mn-glifosato]
7,5
7,0
pH
6,5
6,0
5,5
5,0
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40
mmol EDTA
R-O-R' + H+ → R+ + R'OH
Os carbocátions produzidos na quebras das ligações éter, reagem com íons
bisulfito (HSO3-) dando origem a sulfonatos
R+ + HSO3- → R-SO3H
Q representam uma ampla gama de grupos encontrados
na estrutura da lignina.
http://www.chemblink.com/products/8061-51-6.htm
COMPLEXAÇÃO DE ZINCO POR LIGNOSULFONATO
0,45
0,4
0,35
absorbância
0,3
0,25
0,2
20 30 40 50 60 70 80 90
mg Zn
A planta modifica o solo próximo às raízes, por meio de exsudatos radiculares solúveis:
açúcares, ácidos orgânicos, aminoácidos, peptídeos, vitaminas, entre outros.
Foi demonstrado que cultivares de trigo resistente a alumínio apresentavam maior
concentração de íon malato nos exsudatos que os cultivares susceptíveis.
Alguns exsudatos são ligantes, formam complexos solúveis e disponibilizam nutrientes
originalmente presentes sob forma insolúvel.
Ferro está presente no solo em elevadas concentrações mas sob formas insolúveis. As
plantas contornam esse problema através de dois caminhos:
plantas de Estratégia 1, dicotiledôneas e não
gramíneas, excretam substancias ácidas e obtêm Fe por ação
solubilizante,
plantas de estratégia 2, gramíneas, obtêm Fe por meio dos
agentes quelantes que excretam, chamados de fitosideróforos
CITOPLASMA
Metionina
Nicotinamida
Ácido Mugeineico
Fe(OH)3 (MA)
+
MA
Fe3+ Fe2+
5. COMPETIÇÃO ENTRE EQUÍLIBRIOS
COMPETIÇÃO ENTRE EQUILÍBRIOS
Zn(H2PO4)2 solúvel
ZnHPO4 insolúvel
Zn3(PO4)2 insolúvel
Zn2+ + L [ZnL]
MEA :
IN- 28 MAPA
Os fertilizantes destinados à aplicação foliar, hidroponia e fertirrigação deverão
ser completamente solúveis em água na relação 1:100 (soluto: solvente).
Pesar 2,5 g da amostra, transferir para Erlenmeyer de 250 mL, juntar 150 mL de
água destilada e tampar. Agitar em agitador Wagner por 15 minutos a 30-40
rpm. Retirar do agitador e transferir quantitativamente o seu comteúdo para
balão volumétrico de 250 mL.
M2+ + n L [MLn]
HnL L + n H+
H3Citrato3- 3 H+ + Citrato3-
EFEITO DO pH NA COMPLEXAÇÃO
% 100
90
80
70
Ca+2
60
Ca-Citrate-
50
CaH-Citrate (aq)
40
CaH2-Citrate+
30
20
10
0
3 4 5 6 7 8 9
pH
ESPÉCIES DE EDTA EM FUNÇÃO DO pH
H3Y-
pH
pH 2
mol/L
glicina Na 0,10 0,10
CuCl2 0,05 0,05
HCl 0,10 0,00
%
Cu+2 46,92 0,00
CuCl+ 5,49 0,00
[Cu(Glicina)]+ 44,65 0,11
[Cu(Glicina)2] 2,78 99,77
H4EDTA EDTA4- + 4 H+
Existe uma forte tendência do íon Fe3+ se precipitar como hidróxido e acima
de pH 7 já existe concentração de OH- suficiente para isso
SOLUÇÃO PARA SOLOS CALCÁRIOS E ALCALINOS
5 % Zn - 100 % quelatado
Agente quelante: ácido cítrico
Teor de ligante ?
Tal distinção não está baseada no conceito químico de quelato, mas caracteriza
quelato como uma interação forte entre metal e ligante, enquanto nos complexos
essa interação seria mais fraca,
A distinção é dúbia porque ácido cítrico, por exemplo, embora classificado como
complexante, efetivamente atua formando quelatos, porque se liga a metais por
meio de dois ou três grupos carboxílicos,
Real Decreto 824/2005, de 8 de julho, sobre produtos fertilizantes
Aminoácidos livres: Cu e Zn
Acido cítrico: Fe
III - fertilizante mineral complexo: produto formado de dois ou mais compostos químicos,
resultante da reação química de seus componentes, contendo dois ou mais nutrientes;
XIV - fertilizante quelatado: produto que contém em sua composição Cálcio, Magnésio ou
micronutrientes ligados quimicamente a um ou mais agentes quelantes;
Portanto, podem ser identificados como quelatados apenas cátions cuja tendência
de complexação supere a tendência de precipitação como hidróxido a pH 8,5
Método da resina (Norma Européia EN 13336 de janeiro de 2001)
Portanto, podem ser identificados como quelatados apenas cátions cuja tendência
de complexação supere a tendência de retenção na resina de troca iônica
Aplicação do método da resina a soluções padrões de metais
complexados em diferentes proporções.
% complexação (Ca-EDTA)
Esperada 100 75 50 25 0
Obtida 100 76,7 49,7 24,0 0
Zn Mn Cu Fe
Fertilizantes ligante teor
% de nutriente quelatizado
garantido 1,50 4,00 1,50 4,00
A EDTA
determinado 1,47 3,83 1,45 3,71
garantido - - - 6,00
B EDDHA
determinado - - - 5,88
garantido - - - 11,00
C DTPA
determinado - - - 12,76
PONTOS A PONDERAR
EN 13368-2:2007
Fertilizers Determination of chelating agents in fertilizers by chromatography Part 2:
Determination of Fe chelated by o,o-EDDHA and o,o-EDDHMA by ion pair
chromatography
O ambiente reativo do solo faz com que os “complexos” não sejam recomendados na
adubação e os “quelatos” sejam preferidos.
Nos últimos anos diferentes trabalhos mostraram que quelatos de metais de Pb, Zn, Cu
poderiam ser absorvidos nas raízes por duas vias:
- em concentrações relativamente baixas, o quelato é absorvido
passivamente, sobretudo através dos espaços do apoplasto, onde as raízes
laterais penetram na endoderme
- sob concentrações elevadas, quelatos destruiriam as barreiras fisiológicas que
controlam a absorção e translocação de solutos, desestabilizando a membrana
das células radiculares.
Essas vias dependem da espécie da planta; por exemplo, estudos mostraram que a
absorção de Zn-EDTA por Brassica juncea ocorreu somente após dano fisiológico ao
sistema radicular, enquanto a absorção por cevada e batata foi por via apoplástica .
Uma vez no xilema os quelatos de metais seguem o fluxo da transpiração e atingem a
parte aérea.
PENETRAÇÃO RADICULAR
Costa R. S. S. Aplicação de quelatos de zinco em um solo deficiente cultivado com milho em casa de vegetação.
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Unesp, Câmpus de Jaboticabal, para a
obtenção do título de mestre em agronomia (produção vegetal). 2008
FERTILIZANTES FOLIARES QUELATADOS
HASLETT, B. S.; REID, R. J; RENGEL, Z. Zinc Mobility in Wheat: Uptake and Distribution
of Zinc Applied to Leaves or Roots Annals of Botany 87: 379- 386, 2001
ABSORÇÃO FOLIAR DE NUTRIENTES
Compostos lipofílicos como vários herbicidas são prontamente absorvidos nas ceras
cuticulares, movendo-se facilmente através das ceras embebidas (via não polar) até as
camadas de pectina. Neste ponto a região é hidrofílica e o movimento será retardado.
Via cuticular
A via lipofílica é importante para compostos não polares e sem carga, com
muitos compostos orgânicos, entre os quais diversos agroquímicos.
Acredita-se atualmente que a cutícula seja atravessada por uma via hidrofílica,
permeável a água, íons e pequenas moléculas, solutos de baixo peso molecular
como uréia, mas não em princípio a moléculas maiores como quelatos. Esses
poros estariam revestidos por cargas negativas cuja densidade aumentaria de
fora para dentro o que facilitaria a penetração de cátions, mas não de anions
ABSORÇÃO FOLIAR DE NUTRIENTES
Esta hipótese é apoiada por estudos sobre sorção cuticular de água, indicando que
as moléculas de água adsorvida podem formar aglomerados (clusters) na cutícula.
estimativas para tamanho de poros polares variam amplamente (0,3-2,4 nm) e não
está claro se isso decorre dos diferentes métodos empregados, ou se reflete a
variabilidade existente entre espécies de plantas..
Via estomática
Admite-se que a cutícula é mais permeável sobre as células-guarda dos estômatos
do que sobre outras células epidérmicas. Outros sugerem que a penetração de
solutos ocorre diretamente através dos poros estomáticos.
Estudos evidenciam a absorção de solutos por poros polares com raio médio de 2
nm em folhas isenta de estômatos . Em folhas contendo estômatos a absorção seria
dominada pela via estomática criada por modificações hidrofílicas nas paredes dos
poros estomáticos, que permitiria difusão praticamente sem restrição, levando a
absorção de partículas superiores a 20 nm.
ASPECTOS AMBIENTAIS