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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE)

UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA (UAST)

BACHARELADO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO – PROF. KLEYTON SIQUEIRA

DISCENTE: KARINE IMACULADA NUNES DE CARVALHO

RESUMO DOS CAPÍTULOS 1 E 2 DO LIVRO: AVALIAÇÃO ECONÔMICA


DE PROJETOS SOCIAIS.

Capítulo 1 – Avaliação de impactos de programas sociais.

Antes da implementação de uma política pública, obviamente ela é estudada e analisada


de uma forma que beneficie toda uma população. Obviamente existem casos onde essa
política beneficia apenas uma parte da sociedade, neste trabalho buscaremos analisar
como as políticas públicas e os projetos sociais do terceiro setor podem beneficiar a
população e como elas conseguem atingir seus objetivos.

O terceiro setor se caracteriza pela participação de ONGs, entidades filantrópicas,


OSCIP e organizações sem fins lucrativos. Iremos analisar os impactos dessas políticas
e como são obtidos recursos para que elas sejam postas em prática, além disso, veremos
quais os resultados das mesmas. Grande quantidade de recursos humanos e financeiro
são aplicados em programas sociais, todavia não sabemos se esses recursos são alocados
de forma eficiente ou se estão realmente sendo aplicados onde devem ser.

O autor sinaliza que para avaliar os impactos de um programa social obviamente


necessita de recursos e põe a seguinte pergunta: os benefícios desta avaliação não
superam os custos? Não seria mais eficiente investir em tais programas ao invés de
analisa-los?

Não é tão óbvio o motivo pelo qual é importante estudar os impactos de um programa
social; utiliza-se como contra argumentação principal o fato de que deve ser estudado se
aqueles que devem ser beneficiados por estes programas realmente estão sendo. Se um
programa social não tivesse utilidade, claramente as pessoas não dedicariam tempo e
esforço a ele. Logo, concluímos que de alguma forma há um impacto desses programas
para os seus beneficiários.

Na maioria das vezes, os formuladores de políticas se baseiam em teorias que mostram


um elo entre a realização do programa e os impactos positivos que ela causará, logo,
estes formuladores sempre buscam ter em vista uma forma teórica e empírica de
explicar sua política. Desta forma, investigar os impactos destes programas não seria ir
contra a ideia de seus idealizadores? Há duas respostas para esta questão:

i) Analisar se o programa está sendo eficaz é importante para que se sim, ele
possa ser expandido para que mais pessoas tenham acesso a ele.
ii) Analisar o programa não quer dizer que se duvida de seus impactos, mas sim
que há necessidade de entendê-los.

Vários dos programas sociais são ofertados em primeiro lugar para os mais pobres, isso
poderia ser considerado de cara um impacto? A resposta é não, pois na maioria das
vezes os mais pobres não tem conhecimento da eficácia do programa e/ou participam do
mesmo porque não tem nada a perder.

Se um serviço é oferecido gratuitamente aos mais pobres e os ricos para provê-lo devem
arcar com os custos, isso é de certa um impacto? Considerando que a qualidade do
serviço é igual para ambas às partes, a resposta é sim. Logo, a demanda dos ricos
mostra-se como evidência de um impacto. Então porque estudar esses impactos?

i) Analisando a diferença de rendas, pode-se argumentar que os impactos


podem ser diferentes nas diferentes classes sociais.
ii) É necessário também analisar a magnitude sobre os mais pobres já que os
benefícios sobre os mais ricos podem ser maiores que sobre os mais pobres
já que eles (os mais ricos) custeiam o serviço.

Políticas públicas geralmente são desenhadas “sob medidas” para uma população alvo e
em um ambiente já pré-estabelecido. Desta forma, não existem muitas dúvidas quando o
programa é implantado no lugar certo e para o público certo. Caso este programa fosse
levado para um ambiente e um público diferente do que é predestinado, obviamente
haveria falhas nos seus resultados. E é justamente por isso que se analisam os impactos
dos programas sociais, para que nós saibamos se ele está sendo implementado no lugar
certo, para a população certa e se os benefícios estão surgindo.
O impacto potencial é aquele que é originalmente desenhado e o impacto efetivo é
aquele que é de fato implementado.
O impacto de um programa social não depende apenas do lugar onde ele será executado
e do público que seja atingido, depende também da forma que ele será implementado.
Quando um programa é bem planejado, sabemos que existem poucas dúvidas sobre o
seu impacto, todavia, pairam incertezas quando o programa é executado de forma
deficiente. Logo, não se busca investigar o impacto potencial do programa, mas sim o
seu impacto efetivo. É útil analisar isso porque descobrimos qual parcela foi
desperdiçada com a não eficiência do programa.
Os impactos dos programas sociais são variáveis, logo, um resultado analisado neste
ano pode está completamente diferente no próximo. Isso se dá devido a quatro razões,
são elas:
i) O impacto de um programa está ligado ao tempo de exposição do
beneficiário, podendo declinar com o tempo de exposição do programa ou
persistir por um grande período.
ii) Pode ocorrer ao longo do tempo flutuações na gestão do programa, desta
forma pode haver mudança na eficiência do mesmo.
iii) O impacto pode variar ao longo do tempo se for sensível a mudanças no
ambiente socioeconômico.
iv) Se houver mudança no perfil da sociedade beneficiária, haverá impactos no
programa.

Devido a esses pontos, é interessantes analisar até mesmo os programas que tem
impacto de magnitude conhecida. A avaliação por outro lado deve ser contínua para que
se possa analisar tanto os impactos de médio e longo prazo, quanto os efeitos de
maturação e persistência do programa.

Se existir em uma sociedade mais de um programa com o mesmo objetivo, a opção por
um determinado programa dependerá se esse tal programa causa maior impacto por
unidade de custo; isso é chamado de custo-efetividade. Assim, em um cenário onde os
recursos são escassos e vários programas lutam pelos mesmos recursos, é necessário
analisar a magnitude do impacto de tais programas e o custo-efetividade.

Como em qualquer tipo de investimento ou produção, os benefícios da ação devem


superar os custos e neste caso não é diferente. A implementação de um programa social
exige mais do que simplesmente boa localização, público ideal e boa relação de custo-
efetividade – é necessário também que haja benefícios que superem os custos da
execução do programa. De princípio, pode-se afirmar que todos os programas que tem
custo-benefício favorável devem ser implementados, isso tudo depende, porém de seus
concorrentes. Deve-se analisar em primeiro lugar sobre a implementação com a melhor
relação custo-benefício, depois analisa-se se realmente é favorável que se execute o
programa.

Para analisar a propensão a pagar utiliza-se das técnicas comportamentais e não


comportamentais. No método não comportamental pergunta-se ao beneficiário quanto
ele está disposto a pagar pelo programa e no método comportamental o valor do
benefício é inferido a partir da observação direta do efetivo comportamento do
beneficiário. A vantagem deste método é que se estima diretamente o valor do benefício
e não necessariamente analisam-se impactos como anteriormente. Todas essas
intervenções são heterogêneas e é possível ajustar os diversos parâmetros do programa.

A avaliação dos impactos dos programas sociais pode ser usada para uso interno e uso
externo. O uso interno é aquele que serve como insumo para a tomada de decisão sobre
o próprio programa, ou seja, diz respeito a sua utilidade quanto à tomada de decisões. Já
o uso externo está relacionado à sua utilidade para o desenho na hora da implementação
do programa. Há também a necessidade de estudar os impactos ex-ante (antes), ex-post
de percurso (durante) e ex-post de encerramento (depois) da execução de um programa.

Na nossa sociedade há formuladores de políticas que dizem buscar o bem-estar da


população, todavia é importante que se estude quais impactos essas políticas causarão
antes, durante e depois seu processo de execução para que saibamos quem são os
beneficiados, porque e se é relevante ou não colocar tais políticas em prática.

Capítulo 2 – Modelo de resultados potenciais

Para iniciar avaliando um programa é necessário que haja um contrafatual. Para


começar, levaremos em conta que um indivíduo pode estar incluso em um de dois
momentos: ter sido ou não tratado pelo programa. Não dá para se analisar o mesmo
indivíduo em situações diferentes, logo, as mesmas são exclusivas.

Vamos imaginar uma situação em que foi oferecido um programa de especialização


profissional para trabalhadores de baixa escolaridade, imaginemos também que todas as
vagas foram preenchidas e que todos estiveram presentes durante o decorrer do
programa. Supomos ainda que no ato da inscrição, os trabalhadores preencheram um
questionário e foi colhida a informação que em média, a renda dos mesmos era de R$
1000,00. Um ano após, foram colhidas novamente as mesmas informações e obteve-se
que a renda média dos trabalhadores agora era de R$ 1100,00. Essa variação na renda
deve-se ao fato dos trabalhadores estarem incluídos no programa?

Basicamente, a resposta para essa pergunta é não já que vários outros fatores poderiam
ter alterado a renda dos trabalhadores além do tratado com o programa, como por
exemplo, uma melhora na situação de mercado da localidade onde os trabalhadores
residem. Isso nos mostra que mesmo que haja uma variação na renda quando o grupo de
trabalhadores está sendo tratado pelo programa, não significa necessariamente que se
deve a efeitos do programa, outros fatores podem ter afetado a renda dos indivíduos.

A comparação entre tratados e não tratados é feita de forma ingênua, não é correto
afirmar que os efeitos que estão ocorrendo nos não tratados de agora seriam iguais nos
tratados caso eles estivessem sendo também não tratados. Isso porque mesmo se os
grupos de tratados e não tratados se pareçam em idade, gênero, escolaridade e nível de
renda – eles podem se diferir em habilidades, em esforço, motivação ou outras
características próprias. Como essas características afetam o resultado, torna-se
incorreto avaliar os efeitos nos tratados e não tratados diretamente.

Vamos imaginar esse problema de forma mais clara relacionando com a questão dos
trabalhadores anterior, imaginemos que agora foi aplicado um questionário para pessoas
da mesma localidade, mas que não estão incluídos no programa e que foi mostrado que
a renda média dos moradores é de R$ 900,00. Supondo que o grupo de tratados e não
tratados tenham características parecidas, os R$ 200,00 de diferença na renda dos
mesmos não são explicados pelos efeitos do programa já que um grupo pode ser mais
dedicado que outro, ou mais motivado.

De modo formal:

1: indivíduo tratado

0: indivíduo não tratado


Iremos analisar o impacto de um programa sobre uma variável de resultado, como por
exemplo, renda. Chamaremos essa variável de Y. Para o indivíduo i, se ele for tratado
chamaremos de Yi (1) e para o seu inverso chamaremos de Yi (0). A diferença entre os
dois casos nos fornecerá o impacto sobre o indivíduo Bi= Yi (1) – Yi (0).

Cada indivíduo possui um par de resultados potenciais (Yi (1), Yi (0)) e características
(renda, escolaridade, gênero) que serão denotadas pelo avaliador Xi. De forma
específica, teremos:

Onde representa o componente não observável pelo avaliador.

Considerando Ti uma variável discreta que assume o valor de um se o indivíduo for


participante do programa e zero caso contrário. Essa variável é chamada de variável
binária, pois os valores um e zero podem depender da decisão do agente de participar ou
não do programa e isso é muito importante.

Juntando o que temos até aqui:

Colocando as equações 1 e 2 na equação 3, obtemos:

A equação 4 é uma regressão linear que onde Bi varia entre os indivíduos,


diferentemente das regressões comuns. Considerando que o efeito do programa é igual
para todos, ou seja, Bi=B, a equação 4 transforma-se em:

Um problema encontrado para avaliar o impacto do programa nesta equação 5 é que a


variável T é correlacionada com a variável não observável

Isso é óbvio porque a participação no programa não se dá de forma aleatória, mas sim
de forma decisiva. Os indivíduos decidem estar ali! Este problema entre T e é
chamado de viés de autosseleção e precisa ser resolvido já que isto pode deixar a
regressão incorreta. Iremos apresentar de forma geral os métodos utilizados para
correção do problema de autosseleção considerando as seguintes médias populacionais
de tratados e não tratados:

No geral, queremos analisar o efeito médio do programa sobre os tratados (EMPT):

O grupo de não tratados geralmente representa o contrafatual do grupo de tratados,


quando isso ocorre, temos:

Isso é tomado como impacto médio do programa. Como sabemos, o grupo de não
tratados pode não ser o contrafatual do grupo de tratados, este procedimento 7 pode ser
considerado errado. Para ver isso com mais clareza, vamos adicional e subtrair da
equação 7 a média contrafatual

Desta forma, vemos que D’ não é igual ao EMPT graças à existência do termo
que é justamente o viés de autosseleção. A correção
do viés de autosseleção pode ser através de variáveis instrumentais que é um método
que buscar encontrar uma variável que influencie na decisão do indivíduo de ser tratado
ou não tratado. Através do pareamento que busca tornar o grupo de tratados e não
tratados semelhantes ou através do método DID (diferenças em diferenças) que irá atrais
dados em um painel e calcular a diferença entre os períodos de tempo para cada unidade
observada e a diferença em cada unidade observada para um dado período de tempo.

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