Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
Resumo
O presente artigo procurou, por meio de uma ampla revisão bibliográfica, focalizar de forma
sucinta, a anatomia e a biomecânica da coluna lombar, a complexidade dos distúrbios
lombares, para angariar subsídios e futuramente propor e estudar uma abordagem de
tratamento fisioterápico por meio de exercícios nos distúrbios lombares com ênfase na
estabilidade vertebral. Terapia por exercício engloba um grupo heterogêneo de intervenções.
Os exercícios para lombalgia podem ser feitos individualmente por grupo de pacientes, sob a
supervisão de um terapeuta. Podem ser feitos usando máquinas ou em piscina. Vários tipos
de exercícios, tais como aeróbicos, de flexão ou extensão, alongamento, estabilização,
balanço e coordenação, são usados. O presente estudo trata-se de uma revisão literária de
bibliografias. Portanto este estudo demonstrou a importância do exercício para tratamento
dos distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral, pois, podem ser utilizados para
melhorar a força e o trofismo dos músculos do tronco, gerando estabilidade segmentar.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados a partir da temática do presente estudo com o
objetivo de fornecer tratamento individualizado aos pacientes com distúrbios lombares.
1. Introdução
Segundo Almeida et al (2008), as dores lombares, em especial, atingem níveis epidêmicos na
população mundial. Estimativas mostram que cerca de 70 a 85% de toda a população mundial
irá sentir dor lombar em alguma época de sua vida.
Segundo Barros (2008); Fechine e Trompieri (2012), a coluna lombar é composta por cinco
vértebras que articulam entre si com a coluna torácica e com o sacro, permitindo os
movimentos de flexão, extensão, inclinação e rotação do tronco. A coluna lombar possui uma
curvatura anterior fisiológica, denominada de lordose; a linha da força de gravidade cruza não
só esta curvatura como também a cifose torácica e a lordose cervical, devendo manter-se
equilibradas anterior e posteriormente a esta linha. O desvio de uma curvatura pode
desequilibrar as demais como compensação.
Lombalgia é usualmente definida como dor localizada abaixo da margem das últimas costelas
(margem costal) e acima das linhas glúteas inferiores com ou sem dor nos membros inferiores
[...]
2. Fundamentação teórica
A postura pode ser definida como a posição do corpo no espaço e a disposição relativa de
todos os segmentos corporais, formando um arranjo global que estabelece uma relação direta
com a força da gravidade na função exercida de forma estática ou dinâmica. De acordo com o
posicionamento corporal em relação à linha de gravidade, a postura pode ser classificada
como adequada ou inadequada [...]
- Cervical, 7 vértebras;
- Torácica ou dorsal, 12 vértebras;
- Lombar, 5 vértebras;
- Sacral, 5 vértebras fundidas;
- Coccígea, 4 vértebras fundidas.
3
Fonte: http://marciasymanowicz.com.br/
Figura 1: Coluna vertebral
Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/coluna-vertebral/
Figura 2: Coluna lombar.
2.2 Discos intervertebrais
4
As cinco vertebras lombares, facilmente identificadas pelos seus corpos pesados e processos
espinhosos espessos e rombos para fixação dos poderosos músculos do dorso, são as maiores
vertebras da coluna vertebral. Os seus processos articulares do pares também são
característicos, já que as faces articulares do par superior são dirigidas medialmente em vez de
posteriormente e as faces articulares do par inferior são dirigidas lateralmente em vez de
anteriormente. A articulação de L5 com o sacro é feita por seus processos articulares e do
disco intervertebral. Nessa junção, a transformação da lordose lombar na convexidade do
sacro, forma o ângulo lombossacral (COSTA et al., 2013).
Fonte: http://reabfisioanimal.blogspot.com.br/2010/09/hernia-de-disco-doenca-de-disco.html
Figura 3: Disco Intervertebral.
Fonte: http://reabfisioanimal.blogspot.com.br/2010/09/hernia-de-disco-doenca-de-disco.html
Figura 4: Músculos.
Fonte: http://www.aquabrasil.info/aquan_hernia_disc.shtml
Figura 5: Hérnia de disco.
2.5.2 Osteoartrose
É uma afecção dolorosa das articulações que ocorre por insuficiência da cartilagem,
ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus principais
elementos, associada a uma variedade de condições como: sobrecarga mecânica, alterações
bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos (COIMBRA et al., 2004).
Fonte: http://marcotuliosette.site.med.br/index.asp?PageName=Artrose
Figura 6: Osteoartrose.
2.5.3 Síndrome miofascial
7
Fonte: http://www.melocompro.com.co/cuidado-del-cuerpo
Figura 7: Síndrome miofascial
2.5.4 Espondilolistese
Espondilólise e espondilolistese são duas condições que envolvem mudanças diretamente na
vértebra. A espondilólise é definida como um defeito com descontinuidade óssea do segmento
intervertebral, região da lâmina entre os processos articulares superiores e inferiores. A
progressão do defeito pode resultar em espondilolistese, que é a subluxação de duas vértebras
adjacentes, evidente no raio-x de projeção lateral e oblíqua como uma linha de separação
posterior ao corpo da vértebra (JASSI et al., 2010).
Fonte: http://drjarinaldiacupuntura.blogspot.com.br/2011/09/espondilolistese-e-acupuntura.html
Figura 8: Espondilolistese
2.6 Exercício no tratamento dos distúrbios lombares
8
Exercícios lombares
Fonte: http://drjarinaldiacupuntura.blogspot.com.br/2011/09/espondilolistese-e-acupuntura.html
Figura 9: Exercícios
3. Metodologia
Trata-se de uma revisão literária de bibliografias publicadas nas bases de dados Scientific
Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (Lilacs). Foram utilizados os descritores: Exercício. Distúrbios Lombares. Estabilidade
Vertebral. Foram incluídos estudos que demonstrassem o exercício no tratamento dos distúrbios
lombares com ênfase na estabilidade vertebral, ou que contribuíssem para o objetivo do presente
estudo, publicados entre 2004 a 2014 na língua portuguesa. Foram excluídos os estudos que
não atendiam ao período do estudo e publicações que não tratavam de pesquisa científica. A
análise iniciou pela leitura de todos os títulos e resumos dos artigos para excluir aqueles que
não tratavam do tema em questão e após esta etapa foram obtidos os artigos para a leitura
completa para a análise dos principais resultados encontrados e conclusões dos autores.
4. Resultados e Discussão
Exercícios terapêuticos são definidos como conjunto de movimentos específicos com o
objetivo de desenvolver e treinar a musculatura e a articulação, com o uso de uma rotina de
prática ou por treinamento físico com a finalidade de promover a saúde física do indivíduo.
Vários tipos de exercícios, tais como aeróbicos, de flexão ou extensão, alongamento,
estabilização, balanço e coordenação, são usados. Para exercícios de fortalecimento muscular
pode ser dada atenção a um músculo específico (multifidus, transverso abdominal) ou a um
9
França et al (2008), expõem que o mais seguro modelo de estabilização lombar não seria o
exercício de força, mas sim o de resistência, que manteria a coluna em uma posição neutra,
enquanto encorajaria o paciente a co-contrações dos estabilizadores. A co-contração é um
mecanismo que pode fornecer rigidez por meio de músculos antagonistas e, assim, manter a
estabilidade na presença de cargas externas e internas nas articulações.
No estudo de Ferreita et al., (2010) os autores demonstraram maior eficácia de exercícios
específicos para o transverso do abdômen, em comparação com exercícios gerais e a terapia
de manipulação espinal em pacientes com lombalgia. O efeito do exercício de controle motor
na redução da dor foi maior em comparação com os outros grupos e houve ainda uma
correlação significativa entre o recrutamento moderado do transverso abdominal e diminuição
da incapacidade, o que demonstra, assim, mais uma vez, a importância da ação desse músculo
na estabilidade da coluna lombar.
Segundo Santos (2011), as técnicas fisioterapêuticas de reabilitação funcional, em especial a
estabilização segmentar terapêutica, caracterizada por isometria, baixa intensidade e sincronia
dos músculos profundos do tronco, tem o objetivo de estabilizar a coluna lombar, protegendo
sua estrutura do desgaste excessivo. Aplicadas em indivíduos lombálgicos têm alcançado
bons resultados quanto aos objetivos que se propõe. E é notória a importância do tratamento
não cirúrgico, devido ao caráter pouco invasivo e efetividade evidenciada por grandes estudos
de impacto.
Dentre as várias técnicas fisioterapêuticas que podem ser utilizadas para melhorar a força e o
trofismo dos músculos do tronco, Siqueira e Silva (2011), relatam que a estabilização
segmentar vertebral constitui uma alternativa coadjuvante ao tratamento e prevenção da
instabilidade lombar em obesos. A estabilização segmentar vertebral é um método de
fortalecimento baseado na conscientização da contração muscular, no treinamento resistido
dos estabilizadores lombares e na estimulação proprioceptiva. Uma técnica que, de acordo
10
5. Conclusão
O artigo permitiu aprofundar o conhecimento sobre o exercício para tratamento dos distúrbios
lombares com ênfase na estabilidade vertebral. De acordo com os estudos acima foi
observado que a estabilidade da cintura pélvica e da coluna lombar tem grande importância,
pois, a pelve é o berço do centro de gravidade corporal e todo o peso dos membros superiores,
tronco e cabeça é transmitido para os segmentos inferiores por meio desta região. O músculo
flexor abdominal tem sido claramente designado como aquele que mais necessita de
fortalecimento. Os exercícios em especial a estabilização segmentar terapêutica, caracterizada
por isometria, baixa intensidade e sincronia dos músculos profundos do tronco, tem o objetivo
de estabilizar a coluna lombar.
Dentre os vários tipos de exercícios, no presente estudo se destaca a estabilização segmentar
vertebralue constitui uma alternativa coadjuvante ao tratamento e prevenção da instabilidade
lombar, pois é um método de fortalecimento baseado na conscientização da contração
muscular, no treinamento resistido dos estabilizadores lombares e na estimulação
proprioceptiva. O presente artigo pôde demonstrar a importância do exercício para tratamento
dos distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral, pois, podem ser utilizados para
melhorar a força e o trofismo dos músculos do tronco, gerando estabilidade segmentar.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados a partir da temática do presente estudo com o
objetivo de fornecer tratamento individualizado aos pacientes com distúrbios lombares.
6. Referências
ALMEIDA, Isabela Costa Guerra Barreto. et al. Prevalência de dor lombar crônica na população da cidade de
Salvador. Rev Bras Ortop. 43(3):96-102, 2008.
ANDRADE SC, ARAÚJO AG, VILAR MJ - Escola de Coluna: revisão histórica e sua aplicação na lombalgia
crônica. Rev Bras Reumatol, 2005; 45 (4): 224-248.
BARROS, C. M. A Fisioterapia nas algias da coluna lombar. Belém, v. 9, n. 2, p. 47-53, nov, 2008.
BATISTA, Juliana Secchi. et al. Tratamento fisioterapêutico na síndrome da dor miofascial e fibromialgia. Rev
Dor. São Paulo, abr-jun;13(2):170-4. 2012
CAILLIET, Rene. Distúrbios da coluna lombar. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004.
11
Coimbra IB. et al. Osteoartrite (artrose): tratamento. Rev. Bras. Reumatol. vol.44 n.6 São Paulo nov./dic. 2004
COSTA, EMERSON LUIS DA MATA. et al. Um estudo da coluna vertebral: posicionamento e anatomia.
Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, p.200-6, abr./jun. 2013.
FRANÇA, Fábio Jorge Renovato. et al. Estabilização segmentar da coluna lombar nas lombalgias: uma revisão
bibliográfica e um programa de exercícios. Estabilização segmentar da coluna lombar nas lombalgias: uma
revisão bibliográfica e um programa de exercícios. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15, n.2, p.200-6,
abr./jun. 2008.
FRANÇA, F.R. et al. Effects muscular stretching and segmental stabilization on functional disability and pain a
randomized, controlled trial. Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics. Vol. 35. Núm. 4. Maio, P.
279-285. 2012.
GOUVEIA, Klíssia Mirelli Cavalcanti; GOUVEIA, Ericson Cavalcante. O músculo transverso abdominal e sua
função de estabilização da coluna lombar. Fisioter. Mov. jul/set;21(3):45-50, 2008.
JASSI, Fabrício José. Terapia manual no tratamento da espondilólise e espondilolistese: revisão de literatura.
Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v .17, n .4, p . 366-71, out/dez. 2010.
LIZIER, Daniele Tatiane. et al. Exercícios para Tratamento de Lombalgia Inespecífica. Revista Brasileira de
Anestesiologia Vol. 62, N 6, Novembro-Dezembro, 2012.
NEGRELLI, Wilson Fábio. Hérnia discal: Procedimentos de tratamento. Acta ortop. bras. vol.9 no.4 São
Paulo Oct./Dec. 2004.
PANJABI, M.M. Clinical spinal instability and low back pain. Journal of Electromyography and Kinesiology.
Vol.13. P. 371–379. 2004.
PEREIRA, Fernando Heleno. Lombalgia Postural – Estudo de caso. Monografia apresentada como requisito
parcial à conclusão do Curso de Fisioterapia, Centro Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do
Paraná. Curitiba, 2004.
12
SANTOS, Neyton Souza. Influência do controle motor na estabilização segmentar terapêutica nas lombalgias:
Revisão de literatura. Pós-graduação em Reabilitação na Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia
Manual – Faculdade Ávila, 2011.
SANTOS, RMD.; FREITAS, DGD. Estabilização Segmentar lombar. Med. Reabil; LILACS. Acedido em 11 de
Julho de 2011.
SIQUEIRA, Gisela Rocha; SILVA, Giselia Alves Pontes. Alterações posturais da coluna e instabilidade lombar
no indivíduo obeso: uma revisão de literatura. Fisioter Mov. jul/set;24(3):557-66, 2011.