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O exercício no tratamento dos distúrbios lombares com ênfase na


estabilidade vertebral
Danielle Barbosa da Silva1
danielle@gmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-Graduação em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia - Faculdade FAIPE

Resumo
O presente artigo procurou, por meio de uma ampla revisão bibliográfica, focalizar de forma
sucinta, a anatomia e a biomecânica da coluna lombar, a complexidade dos distúrbios
lombares, para angariar subsídios e futuramente propor e estudar uma abordagem de
tratamento fisioterápico por meio de exercícios nos distúrbios lombares com ênfase na
estabilidade vertebral. Terapia por exercício engloba um grupo heterogêneo de intervenções.
Os exercícios para lombalgia podem ser feitos individualmente por grupo de pacientes, sob a
supervisão de um terapeuta. Podem ser feitos usando máquinas ou em piscina. Vários tipos
de exercícios, tais como aeróbicos, de flexão ou extensão, alongamento, estabilização,
balanço e coordenação, são usados. O presente estudo trata-se de uma revisão literária de
bibliografias. Portanto este estudo demonstrou a importância do exercício para tratamento
dos distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral, pois, podem ser utilizados para
melhorar a força e o trofismo dos músculos do tronco, gerando estabilidade segmentar.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados a partir da temática do presente estudo com o
objetivo de fornecer tratamento individualizado aos pacientes com distúrbios lombares.

Palavras-chave: Exercício. Distúrbios Lombares. Estabilidade Vertebral.

1. Introdução
Segundo Almeida et al (2008), as dores lombares, em especial, atingem níveis epidêmicos na
população mundial. Estimativas mostram que cerca de 70 a 85% de toda a população mundial
irá sentir dor lombar em alguma época de sua vida.
Segundo Barros (2008); Fechine e Trompieri (2012), a coluna lombar é composta por cinco
vértebras que articulam entre si com a coluna torácica e com o sacro, permitindo os
movimentos de flexão, extensão, inclinação e rotação do tronco. A coluna lombar possui uma
curvatura anterior fisiológica, denominada de lordose; a linha da força de gravidade cruza não
só esta curvatura como também a cifose torácica e a lordose cervical, devendo manter-se
equilibradas anterior e posteriormente a esta linha. O desvio de uma curvatura pode
desequilibrar as demais como compensação.
Lombalgia é usualmente definida como dor localizada abaixo da margem das últimas costelas
(margem costal) e acima das linhas glúteas inferiores com ou sem dor nos membros inferiores
[...]

[...] São locais para origem de lombalgia: disco intervertebral, articulação


facetária, articulação sacroilíaca, músculos, fáscias, ossos, nervos e
meninges. São causas de lombalgia: hérnia de disco, osteoartrose, síndrome
miofascial, espondilolistese, espondilite anquilosante, artrite reumatoide,
fibrose, aracnoidite, tumor e infecção. O número de doenças da coluna
vertebral é muito amplo, porém o grupo principal de afecções está
__________________________________________________________________________________________________________________________________
1
Pós graduando em Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapia manual.
2
Orientadora. Graduada em Fisioterapia. Especialista em Metodologia do Ensino Superior.
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relacionado a posturas e movimentos corporais inadequados e às condições


do trabalho capazes de produzir impacto à coluna (LIZIER et al., 2012).

Terapia por exercício engloba um grupo heterogêneo de intervenções. Os exercícios para


lombalgia podem ser feitos individualmente por grupo de pacientes, sob a supervisão de um
terapeuta. Podem ser feitos usando máquinas ou em piscina. Vários tipos de exercícios, tais
como aeróbicos, de flexão ou extensão, alongamento, estabilização, balanço e coordenação,
são usados. Para exercícios de fortalecimento muscular pode ser dada atenção a um músculo
específico (multifidus, transverso abdominal) ou a um grupo de músculos, como os do tronco
e do abdômen. Os exercícios podem variar em intensidade, frequência e duração (ANDRADE
e ARAÚJO, 2005).
Diante desta premissa, esse estudo busca subsídios teóricos para nortear os processos de
intervenção fisioterapêutica com ênfase no exercício nos distúrbios lombares, para que seja
realizada de forma segura e efetiva, evidenciando nesse contexto, o exercício para tratamento
dos distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral, haja vista que, é de grande
interesse a busca da melhoria da qualidade de vida dessas pacientes.

2. Fundamentação teórica
A postura pode ser definida como a posição do corpo no espaço e a disposição relativa de
todos os segmentos corporais, formando um arranjo global que estabelece uma relação direta
com a força da gravidade na função exercida de forma estática ou dinâmica. De acordo com o
posicionamento corporal em relação à linha de gravidade, a postura pode ser classificada
como adequada ou inadequada [...]

[...] Uma postura é considerada adequada quando exige a mínima sobrecarga


das estruturas ósseas, musculares e articulares, com um menor gasto
energético, enquanto a postura inadequada ou precária é percebida como uma
relação defeituosa das várias partes do corpo, que produz maior sobrecarga
nas estruturas de sustentação e um equilíbrio menos eficiente do corpo sobre
suas bases de apoio (8). A manutenção de uma postura ideal da coluna
vertebral envolve a presença de quatro curvaturas equilibradas identificadas
na vista lateral, duas convexas (torácica e sacral), chamadas de cifoses, e
duas côncavas (cervical e lombar), chamadas de lordoses (SIQUEIRA e
SILVA, 2011).

2.1 Anatomia da coluna vertebral


De acordo com Costa et al (2013), a coluna vertebral constitui um importante eixo de
comunicação entre o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico, por meio da
medula espinhal, contida no canal medular da coluna vertebral. É a estrutura que sustenta
nossa posição bípede, e por isso, talvez a mais sacrificada na escalada do desenvolvimento
humano. As patologias associadas à coluna são frequentes, mais comuns e mais precoces,
ocorre em função da longevidade, sedentarismo, desrespeito as questões ergonômicas nos
locais de trabalho e isso ocasiona um maior desgaste e estresse dessas estruturas. A coluna
vertebral faz parte do esqueleto axial e liga-se a ela o crânio e os membros. Constituída de 33
vértebras, sendo que destes 24 ossos são separados, dividida em 5 regiões:

- Cervical, 7 vértebras;
- Torácica ou dorsal, 12 vértebras;
- Lombar, 5 vértebras;
- Sacral, 5 vértebras fundidas;
- Coccígea, 4 vértebras fundidas.
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Fonte: http://marciasymanowicz.com.br/
Figura 1: Coluna vertebral

A coluna lombar é articulada por unidades hidráulicas superpostas interdependentes,


carregada excentricamente e capaz de suportar grandes pesos. Cada unidade funcional é
composta por dois segmentos: o anterior, que contém dois corpos vertebrais sobrepostos um
ao outro, separados por um "disco" e o segmento posterior, composto por duas articulações. O
segmento anterior é uma estrutura de sustentação, suporte de peso e amortecedora de choques,
enquanto o segmento posterior é apenas uma guia direcional que não suporta peso
(PEREIRA, 2004).

Fonte: http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/coluna-vertebral/
Figura 2: Coluna lombar.
2.2 Discos intervertebrais
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As cinco vertebras lombares, facilmente identificadas pelos seus corpos pesados e processos
espinhosos espessos e rombos para fixação dos poderosos músculos do dorso, são as maiores
vertebras da coluna vertebral. Os seus processos articulares do pares também são
característicos, já que as faces articulares do par superior são dirigidas medialmente em vez de
posteriormente e as faces articulares do par inferior são dirigidas lateralmente em vez de
anteriormente. A articulação de L5 com o sacro é feita por seus processos articulares e do
disco intervertebral. Nessa junção, a transformação da lordose lombar na convexidade do
sacro, forma o ângulo lombossacral (COSTA et al., 2013).

Fonte: http://reabfisioanimal.blogspot.com.br/2010/09/hernia-de-disco-doenca-de-disco.html
Figura 3: Disco Intervertebral.

2.3 Função muscular do tronco


De acordo com Gouveia e Gouveia (2008), os músculos do tronco são divididos em dois
grupos: os músculos profundos, que são os oblíquos internos, o transverso abdominal e os
multífidos; e os músculos superficiais, que são os oblíquos externos, os eretores espinhais e o
reto abdominal.
O autor relata ainda que todas essas musculaturas citadas acima, de uma forma geral,
contribuem para o suporte da coluna vertebral e da pelve. Porém, especificamente, os
músculos abdominais possuem um importante papel na estabilização da coluna lombar e da
cintura pélvica.

[...] o músculo reto abdominal é o principal flexor do tronco; os músculos


oblíquos internos e externos, além de participarem da flexão, têm funções, de
acordo com a orientação de suas fibras, de rotação, inclinação lateral e
estabilidade durante o exercício abdominal. O músculo transverso do abdome
é circunferencial, localizado profundamente e possui inserções na fáscia
tóraco-lombar, na bainha do reto do abdome, no diafragma, na crista ilíaca e
nas seis superfícies costais inferiores. Por conta das suas características
anatômicas, como a distribuição de seus tipos de fibras, sua relação com os
sistemas fasciais, sua localização profunda e sua possível atividade contra as
forças gravitacionais durante a postura estática e a marcha, possui uma
pequena participação nos movimentos, sendo um músculo preferencialmente
estabilizador da coluna lombar.
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Fonte: http://reabfisioanimal.blogspot.com.br/2010/09/hernia-de-disco-doenca-de-disco.html
Figura 4: Músculos.

2.4 Estabilidade da coluna lombar


Com relação ao equilíbrio do corpo como um todo, Santos e Freitas (2011), relatam que a
estabilidade da cintura pélvica e da coluna lombar tem grande importância, pois, a pelve é o
berço do centro de gravidade corporal e todo o peso dos membros superiores, tronco e cabeça
é transmitido para os segmentos inferiores por meio desta região, e, junto a ela a coluna
lombar que é a principal região do corpo responsável pela sustentação das cargas ascendentes.
Sendo assim, podemos pensar que a sobrecargas impostas nesta região, propicia micro lesões
e até mesmo desgaste articular.
A estabilização pode ser dividida em três subsistemas: coluna vertebral (passivo) que fornece
maior parte da estabilidade pela limitação passiva no movimento final; músculos da coluna
vertebral (ativo) que fornece suporte e rigidez no nível intervertebral para sustentar forças
exercidas diariamente; e controle neural que coordena as atividades dos músculos em resposta
a forças esperadas ou não. Esse sistema calcula a estabilidade necessária gerando um padrão
muscular adequado, para cada instancia (PANJABI, 2004).

2.5 Distúrbios da coluna lombar


Segundo Lizier et al., (2012) os principais distúrbios lombares são: hérnia de disco,
osteoartrose, síndrome miofascial, espondilolistese, espondilite anquilosante, dentre outras. O
número de doenças da coluna vertebral é muito amplo, porém o grupo principal de afecções
está relacionado a posturas e movimentos corporais inadequados e às condições do trabalho
capazes de produzir impacto à coluna.

2.5.1 Hérnia de disco


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A hérnia de disco é uma frequente desordem músculo esquelética, responsável pela


lombociatalgia. A expressão hérnia de disco é usada como termo coletivo para descrever um
processo em que ocorre ruptura do anel fibroso, com subsequente deslocamento da massa
central do disco nos espaços intervertebrais, comuns ao aspecto dorsal ou dorso- lateral do
disco (NEGRELLI, 2004).

Fonte: http://www.aquabrasil.info/aquan_hernia_disc.shtml
Figura 5: Hérnia de disco.

2.5.2 Osteoartrose
É uma afecção dolorosa das articulações que ocorre por insuficiência da cartilagem,
ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a destruição dos seus principais
elementos, associada a uma variedade de condições como: sobrecarga mecânica, alterações
bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores genéticos (COIMBRA et al., 2004).

Fonte: http://marcotuliosette.site.med.br/index.asp?PageName=Artrose
Figura 6: Osteoartrose.
2.5.3 Síndrome miofascial
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A síndrome da dor miofascial é uma desordem regional neuromuscular caracterizada pela


presença de locais sensíveis nas bandas musculares tensas/contraídas, ocorrência de dor em
queimação, às vezes em pontadas, dor e diminuição da força muscular, limitação da amplitude
de movimento e, em alguns casos, fadiga muscular, produzindo dor referida em áreas
distantes ou adjacentes (BATISTA et al., 2012).

Fonte: http://www.melocompro.com.co/cuidado-del-cuerpo
Figura 7: Síndrome miofascial

2.5.4 Espondilolistese
Espondilólise e espondilolistese são duas condições que envolvem mudanças diretamente na
vértebra. A espondilólise é definida como um defeito com descontinuidade óssea do segmento
intervertebral, região da lâmina entre os processos articulares superiores e inferiores. A
progressão do defeito pode resultar em espondilolistese, que é a subluxação de duas vértebras
adjacentes, evidente no raio-x de projeção lateral e oblíqua como uma linha de separação
posterior ao corpo da vértebra (JASSI et al., 2010).

Fonte: http://drjarinaldiacupuntura.blogspot.com.br/2011/09/espondilolistese-e-acupuntura.html
Figura 8: Espondilolistese
2.6 Exercício no tratamento dos distúrbios lombares
8

Embora “a amplitude de movimento” seja difícil de documentar objetivamente, a flexibilidade


do segmento vertebral necessita de atenção. Ela ocorre nos tecidos moles da coluna: nos
músculos e na sua fáscia, nos tendões, nos ligamentos e nas cápsulas das articulações das
facetas. Todos eles são compostos de fibras de colágeno, de tecidos fibrosos e de elastina,
tendo um alongamento fisiológico que deve ser mantido através de estiramentos ativos e
passivos repetidos. As fibras anulares dos discos também se compõem de fibras de colágeno
tipo l, com algumas do tipo II, e necessitam de alongamento fisiológico. A flexibilidade
objetiva, assim, melhorar também a nutrição do disco (CAILLIET, 2004).

Exercícios lombares

Fonte: http://drjarinaldiacupuntura.blogspot.com.br/2011/09/espondilolistese-e-acupuntura.html
Figura 9: Exercícios

3. Metodologia
Trata-se de uma revisão literária de bibliografias publicadas nas bases de dados Scientific
Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (Lilacs). Foram utilizados os descritores: Exercício. Distúrbios Lombares. Estabilidade
Vertebral. Foram incluídos estudos que demonstrassem o exercício no tratamento dos distúrbios
lombares com ênfase na estabilidade vertebral, ou que contribuíssem para o objetivo do presente
estudo, publicados entre 2004 a 2014 na língua portuguesa. Foram excluídos os estudos que
não atendiam ao período do estudo e publicações que não tratavam de pesquisa científica. A
análise iniciou pela leitura de todos os títulos e resumos dos artigos para excluir aqueles que
não tratavam do tema em questão e após esta etapa foram obtidos os artigos para a leitura
completa para a análise dos principais resultados encontrados e conclusões dos autores.

4. Resultados e Discussão
Exercícios terapêuticos são definidos como conjunto de movimentos específicos com o
objetivo de desenvolver e treinar a musculatura e a articulação, com o uso de uma rotina de
prática ou por treinamento físico com a finalidade de promover a saúde física do indivíduo.
Vários tipos de exercícios, tais como aeróbicos, de flexão ou extensão, alongamento,
estabilização, balanço e coordenação, são usados. Para exercícios de fortalecimento muscular
pode ser dada atenção a um músculo específico (multifidus, transverso abdominal) ou a um
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grupo de músculos, como os do tronco e do abdômen. Os exercícios podem variar em


intensidade, frequência e duração (LIZIER et al., 2012).
De acordo com Cailliet (2004), os exercícios de todos os músculos comprometidos na
atividade normal do tronco, envolvendo estabilidade ou ação cinética, precisam ser instituídos
para restaurar e manter a força e a resistência. O músculo flexor abdominal tem sido
claramente designado como aquele que mais necessita de fortalecimento. Dos músculos
flexores abdominais, os abdominais profundos e o quadrado lombar descarregam a coluna e,
dessa forma, merecem ênfase.
Foi elaborada uma tabela com os artigos encontrados sobre o exercício no tratamento dos
distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral (Tabela 1).

Autor / Ano Resultados

Mantem a estabilidade na presença de cargas externas e


França et al., (2008)
internas nas articulações
Efeito do exercício de controle motor na redução da
Ferreira et al., (2010)
dor
Estabiliza a coluna lombar, protegendo sua estrutura do
Santos (2011)
desgaste excessivo.
Reabilitação ou a prevenção de distúrbios que atingem
Siqueira e Silva (2011)
a coluna vertebral.
França et al., (2012) Melhor ativação muscular do transverso.

França et al (2008), expõem que o mais seguro modelo de estabilização lombar não seria o
exercício de força, mas sim o de resistência, que manteria a coluna em uma posição neutra,
enquanto encorajaria o paciente a co-contrações dos estabilizadores. A co-contração é um
mecanismo que pode fornecer rigidez por meio de músculos antagonistas e, assim, manter a
estabilidade na presença de cargas externas e internas nas articulações.
No estudo de Ferreita et al., (2010) os autores demonstraram maior eficácia de exercícios
específicos para o transverso do abdômen, em comparação com exercícios gerais e a terapia
de manipulação espinal em pacientes com lombalgia. O efeito do exercício de controle motor
na redução da dor foi maior em comparação com os outros grupos e houve ainda uma
correlação significativa entre o recrutamento moderado do transverso abdominal e diminuição
da incapacidade, o que demonstra, assim, mais uma vez, a importância da ação desse músculo
na estabilidade da coluna lombar.
Segundo Santos (2011), as técnicas fisioterapêuticas de reabilitação funcional, em especial a
estabilização segmentar terapêutica, caracterizada por isometria, baixa intensidade e sincronia
dos músculos profundos do tronco, tem o objetivo de estabilizar a coluna lombar, protegendo
sua estrutura do desgaste excessivo. Aplicadas em indivíduos lombálgicos têm alcançado
bons resultados quanto aos objetivos que se propõe. E é notória a importância do tratamento
não cirúrgico, devido ao caráter pouco invasivo e efetividade evidenciada por grandes estudos
de impacto.
Dentre as várias técnicas fisioterapêuticas que podem ser utilizadas para melhorar a força e o
trofismo dos músculos do tronco, Siqueira e Silva (2011), relatam que a estabilização
segmentar vertebral constitui uma alternativa coadjuvante ao tratamento e prevenção da
instabilidade lombar em obesos. A estabilização segmentar vertebral é um método de
fortalecimento baseado na conscientização da contração muscular, no treinamento resistido
dos estabilizadores lombares e na estimulação proprioceptiva. Uma técnica que, de acordo
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com vários autores, permite a restauração do automatismo e da força dos estabilizadores e


com isso promove a reabilitação ou a prevenção de distúrbios que atingem a coluna vertebral.
Ainda, França et al., (2012) submeteram pacientes com lombalgias crônica a dois tratamentos:
estabilização segmentar vertebral (exercícios focados no Transverso do Abdome e músculos
Múltifidos) e alongamento (alongamentos do Eretores da Espinha, Ísquiostibiais, Tríceps
Sural e dos tecidos conjuntivos posteriores à coluna). Avaliaram a dor (escala visual
analógica- EVA; questionário de McGill), a deficiência funcional (Questinário Oswestry de
incapacidade) e capacidade de ativação do Transverso do Abdome ( avaliado por meio de
uma unidade de biofeedback de pressão- UNP; Chattanooga Group-Austrália). Os dois grupos
foram eficazes para melhora da dor e incapacidade, porém o grupo de estabilização segmentar
teve ganhos maiores para todas as variáveis e apenas este obteve melhor ativação muscular do
transverso. Deste modo, comparando com outras terapias o programa de estabilização
vertebral lombar apresenta melhores resultados a curto e longo prazo.

5. Conclusão
O artigo permitiu aprofundar o conhecimento sobre o exercício para tratamento dos distúrbios
lombares com ênfase na estabilidade vertebral. De acordo com os estudos acima foi
observado que a estabilidade da cintura pélvica e da coluna lombar tem grande importância,
pois, a pelve é o berço do centro de gravidade corporal e todo o peso dos membros superiores,
tronco e cabeça é transmitido para os segmentos inferiores por meio desta região. O músculo
flexor abdominal tem sido claramente designado como aquele que mais necessita de
fortalecimento. Os exercícios em especial a estabilização segmentar terapêutica, caracterizada
por isometria, baixa intensidade e sincronia dos músculos profundos do tronco, tem o objetivo
de estabilizar a coluna lombar.
Dentre os vários tipos de exercícios, no presente estudo se destaca a estabilização segmentar
vertebralue constitui uma alternativa coadjuvante ao tratamento e prevenção da instabilidade
lombar, pois é um método de fortalecimento baseado na conscientização da contração
muscular, no treinamento resistido dos estabilizadores lombares e na estimulação
proprioceptiva. O presente artigo pôde demonstrar a importância do exercício para tratamento
dos distúrbios lombares com ênfase na estabilidade vertebral, pois, podem ser utilizados para
melhorar a força e o trofismo dos músculos do tronco, gerando estabilidade segmentar.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados a partir da temática do presente estudo com o
objetivo de fornecer tratamento individualizado aos pacientes com distúrbios lombares.

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