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Análise Musical V
Ano letivo 2017/2018
No âmbito da disciplina de Análise Musical V, decidi escolher a obra Prelúdio Fuga e Alegro
BWV998 de Johann Sebastian Bach para realizar o trabalho de análise imposto, utilizando
desta obra apenas a fuga, indo de encontro a um dos capítulos sumariais da disciplina que se
baseia na análise do estilo fugado.
Decidi escolher este exemplo do género da fuga, porque sendo este escrito para Alaúde, foi
transcrito para guitarra, tornando-se assim uma das obras de J.S. Bach mais interpretadas na
guitarra.
Esta escolha também se deve ao facto de se tratar de uma obra de um dos compositores
mais importantes para este género (fuga), que desenvolveu este género instrumental típico
do período barroco até ao seu expoente na obra Arte da Fuga.
“The Musical Offering and the Art of Fugue mark both the end and the culmination of Bach’s
activity as a keyboard composer in the broadest sense.” (Emery; Wolff, 2003)
Decidi por questões de extensão de trabalho apenas apresentar um excerto da obra como
material de trabalho, que consiste na primeira parte da fuga, designando-se por Exposição
(Compassos 1-29).
Em termos de microestrutura da exposição, a fuga, em ré maior, apresenta-se com o sujeito
na voz do soprano num rítmico estável (semínimas) e começando na tónica. Após esta
apresentação, surge a resposta (compasso 3), começando no quinto grau da tonalidade (Lá),
esta apresentando uma diferença em relação ao sujeito, tendo dois intervalos melódicos
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alterados, para possibilitar a sobreposição de vozes de forma consonante, a isto chamamos
uma resposta tonal.
Após estas duas apresentações, podemos encontrar uma secção de dois compassos em que
há um “jogo” entre estas duas vozes, em que quando uma apresenta células rítmicas curtas,
a outra apresenta células rítmicas longas e vice-versa (compasso 5 e 6). No compasso 7
reaparece o sujeito, este numa nova voz (podemos denominar como voz do tenor). À
semelhança do compasso 5 e 6 existe uma secção de dois compassos em que não há
apresentação temática, mas que há um jogo entre as vozes, onde três semicolcheias em grau
conjunto descendente é apresentado nas diferentes vozes (compasso 10). Neste mesmo
compasso podemos considerar haver uma apresentação, embora incompleta, da resposta na
voz inferior. No compasso 11 existe uma apresentação da resposta, esta modificada de modo
a modelar para Sol Maior (Exemplo 2).
A partir desta apresentação podemos identificar a utilização do retardo nas vozes superiores,
que irá ser utilizado recorrentemente até ao final da primeira parte. Já em Sol Maior, no
compasso 13, aparece novamente uma resposta modificada para modelar para a tonalidade
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original de Ré Maior. No compasso 16 reaparece o Sujeito, e após esta apresentação existe
um padrão motívico de quatro notas na voz inferior que realiza três tonicizações (MiM-Fa#M-
SolM) e novamente são utilizados os retardos nas vozes superiores.
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retardo é muito regular, principalmente nas vozes superiores, criando assim uma
homogeneidade regular entre as mesmas.
Bibliografia
Emery, W., & Wolff, C. (2003). The new Groove Dictionary of music and musicians.
Walter, D. R. (2003). Análisis Preludio e Fuga del Preludio, Fuga e Allegro BWV998.