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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Santa Maria, RS
2016
Arthur Bopp Rubin
Santa Maria, RS
2016
Arthur Bopp Rubin
____________________________________
Magnos Baroni, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)
___________________________________
José Mário Soares, Dr. (UFSM)
___________________________________
Talles Augusto Araújo, MSc. (UFSM)
Santa Maria, RS
2016
AGRADECIMENTOS
This essay shows the results of a comparative study between semi empirical
methods and static load tests of four continuous flight piles, projected and executed
in Campo Grande – MS. The proceedings adopted for the piles execution are
following the NBR 6122/2010. The SITE 1 pile was executed with 24 m of depth and
40 cm of diameter. The second pile, on SITE 2, was realized with 27 m of depth and
80 cm of diameter. The third pile, on SITE 3, was done with 19 m of depth and 40 cm
of diameter and the pile of SITE 4 was executed with 40 cm of diameter also and 22
m of depth. Therefore, was defined the charge capacity of all piles with the semi
empirical methods of Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma, Vorcaro-Velloso and Antunes
e Cabral, basis on SPT report cards made by the test executor company. The static
load tests were lead until the charges reach the double of the work charge, looking
for the curves of charge x repression in any of the piles. So, were done analysis,
establishing the comparative between the values of the load tests and the values
calculated by the semi empirical methods with security factors applied. Thus, the
SITE 1 reached work charge of 1550 kN. The SITE 2 resulted in a admissible charge
of 1873 kN. For the SITE 3 and SITE 4 showed work charges of 500 and 750 kN,
respectively. Soon, was checked that the results are too close, confirming the
calculus realized previously.
Keywords: Foundations; Continuous flight piles; Static load tests; Semi empirical
methods.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 8
1.2. OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 9
1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 9
1.4. ESTRUTURA DE TRABALHO .......................................................................... 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 11
2.1. CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS ........................ 11
2.2. MÉTODO DE AOKI-VELLOSO ....................................................................... 13
2.2.1. Contribuições de Laprovitera, Benegas e Monteiro ............................ 15
2.3. MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA .......................................................... 18
2.4. MÉTODO DE VORCARO-VELLOSO ............................................................. 21
2.5. MÉTODO DE ANTUNES & CABRAL .............................................................. 22
2.6. ESTACA TIPO HÉLICE CONTÍNUA ............................................................... 23
2.6.1. Processo executivo ................................................................................ 24
2.6.2. Controle e monitoramento da execução ............................................... 27
2.6.3. Aspectos práticos da execução ............................................................ 28
2.6.4. Vantagens e desvantagens da estaca hélice contínua ........................ 29
2.7. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS................................................................. 30
2.7.1. Experiência de provas de carga estáticas em estacas hélice contínua
............................................................................................................................ 32
2.7.2. Ensaio de carga incremental lenta ........................................................ 33
2.7.3. Montagem e instrumentação do ensaio ................................................ 35
2.8. SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO ......................................... 40
2.9. INTRODUÇÃO À GEOTECNIA....................................................................... 43
2.9.1. Composição dos solos em relação aos parâmetros k e α .................. 43
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 45
3.1. MATERIAIS ..................................................................................................... 45
3.1.1. Edificações avaliadas ............................................................................. 45
3.1.2. Geologia do local .................................................................................... 49
3.1.3. Investigações geotécnicas .................................................................... 51
3.1.4. Prova de carga estática .......................................................................... 62
3.2. CÁLCULO DA CAPACIDADE DE CARGA ..................................................... 68
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 69
4.1. CÁLCULOS DA CAPACIDADE DE CARGA ................................................... 69
4.1.1. Resultados na obra 1 .............................................................................. 69
4.1.2. Resultados da obra 2 .............................................................................. 72
4.1.3. Resultados da obra 3 .............................................................................. 73
4.1.4. Resultados da obra 4 .............................................................................. 74
4.2. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 75
4.2.1. Obra 1 ...................................................................................................... 75
4.2.2. Obra 2 ...................................................................................................... 78
4.2.3. Obra 3 ...................................................................................................... 81
4.2.4. Obra 4 ...................................................................................................... 84
5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................... 88
5.1. CONCLUSÕES ............................................................................................... 88
5.2. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS................................................ 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 90
8
1. INTRODUÇÃO
1.1. JUSTIFICATIVA
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para que uma fundação seja dimensionada corretamente, deve ter, segundo
Velloso e Lopes (2010), segurança em relação aos possíveis modos de colapso
(estado limite último) e deslocamentos em serviço aceitáveis (estado limite de
serviço). Para tanto, a capacidade de carga é calculada a partir de métodos
estáticos, os quais podem ser racionais ou semi-empíricos, sendo estes últimos os
mais usuais para dimensionamento de fundações no Brasil.
Em função das equações racionais (Terzaghi, Verendeel, Bénabenq, etc.)
serem aplicáveis somente para fundações rasas, desenvolveram-se formas de
relacionar estudos teóricos com resultados de provas de carga, ou seja, equações
que consideram o tipo de investigação geotécnica e o solo de cada região, gerando
assim, métodos semi-empíricos de previsão de capacidade de carga.
Milititsky, em 1986, defendia que a engenharia de fundações correntes no
Brasil poderia ser descrita como a geotecnia do SPT. Realmente, o SPT é
amplamente utilizado e em função disso, os principais métodos de capacidade de
carga baseiam-se nos resultados de sondagens a percussão. Neste trabalho, irá se
abordar os métodos mais usuais para o dimensionamento de estacas hélice
contínua, a qual é o objeto principal desta monografia.
13
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 𝜏𝑐𝑜𝑛𝑒
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 ⋅ +𝑈Σ Δ𝑙 (1)
𝐹1 𝐹2
𝑞𝑐 = 𝜅. 𝑁 (2)
𝜏𝑐 = 𝛼. 𝑞𝑐 = 𝛼. 𝜅. 𝑁 (3)
𝜅.𝑁 𝑈
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴. + 𝐹2 Σ 𝛼. 𝜅. 𝑁. Δ𝑙 (4)
𝐹1
Sendo:
Qult = capacidade de carga última da estaca, em kN;
A = área da seção transversal da ponta da estaca, em m²;
ĸ = fator de correção em função do tipo de solo, em kgf/cm²;
N = índice de resistência a penetração do amostrador no solo;
F1 e F2 = fatores de escala e execução;
14
Tabela 1 - Valores de k e α
Tabela 2 - Valores de F1 e F2
Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 5
Metálica 1,75 3,5
Escavada 3 6
Fonte: Aoki e Velloso (1975); Velloso et al. (1978).
Tabela 3 - Valores de ĸ e α
Tabela 4 - Valores de F1 e F2
Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 3
Metálica 2,4 3,4
Pré-moldada de concreto 2 3,5
Escavada 4,5 4,5
Fonte: Laprovitera (1988); Benegas (1993).
fornecem, na média, qps e os valores para baixo fornecem qpi. Logo, o valor a ser
adotado será:
𝑞𝑝𝑠 + 𝑞𝑝𝑖
𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = (5)
2
Tabela 5 - Valores de ĸ e α
Silte arenoso 5 3
Silte arenoargiloso 4,5 3,2
Silte 4,8 3,2
Silte argiloarenoso 4 3,3
Silte argiloso 3,2 3,6
Argila arenosa 4,4 3,2
Argila arenossiltosa 3 3,8
Argila siltoarenosa 3,3 4,1
Argila siltosa 2,6 4,5
Argila 2,5 5,5
Fonte: Monteiro (1997).
18
Tabela 6 - Valores de F1 e F2
Tipo de estaca F1 F2
Franki de fuste apiloado 2,3 3
Franki de fuste vibrado 2,3 3,2
Metálica 1,75 3,5
Pré-moldada de concreto cravada a
2,5 3,5
percussão
Pré-moldada de concreto cravada por
1,2 2,3
prensagem
Escavada com lama bentonítica 3,5 4,5
Raiz 2,2 2,4
Strauss 4,2 3,9
Hélice contínua 3 3,8
Fonte: Monteiro (1997).
𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝐶. 𝑁𝑃 (6)
Tabela 7 - Valores de C
Areias 40
Fonte: Décourt e Quaresma (1978).
N (média ao longo do
Atrito lateral (tf/m²)
fuste)
≤3 2
6 3
9 4
12 5
>15 6
Fonte: Décourt e Quaresma (1978).
𝑁𝑚é𝑑
𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 = +1 (7)
3
20
Tipo de estaca
Injetada sob
Tipo de solo Escavada Escavada Hélice
Raiz altas
em geral (bentonítica) contínua
pressões
Argilas 0,85 0,85 0,3 0,85 1,0
Solos
0,6 0,6 0,3 0,6 1,0
intermediários
Areia 0,5 0,5 0,3 0,5 1,0
Fonte: Velloso e Lopes (2010); Teixeira (1996)
Tipo de estaca
Injetada sob
Tipo de solo Escavada Escavada Hélice
Raiz altas
em geral (bentonítica) contínua
pressões
Argilas 0,8 0,9 1,0 1,5 3,0
Solos
intermediários 0,65 0,75 1,0 1,5 3,0
Areia 0,5 0,6 1,0 1,5 3,0
Fonte: Velloso e Lopes (2010); Teixeira (1996)
𝑁
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝛼. 𝐶. 𝑁𝑃 . 𝐴𝑃 + 𝛽. 10 ( 3𝐿 + 1) . 𝑈. 𝐿 (8)
Sendo:
Qult = capacidade de carga última da estaca, em kN;
U = perímetro da seção transversal do fuste;
α = fator de correção para a ponta em função do tipo de estaca;
C = coeficiente que depende do tipo de solo, em tf/m²;
Np = média da resistência a penetração do amostrador no solo na ponta;
Ap = área da seção transversal da ponta da estaca, em m²;
β = fator de correção para a lateral em função do tipo de estaca;
NL = índice de resistência a penetração do amostrador no solo ao longo do
fuste;
L = profundidade da camada, em metros;
Resistência de ponta
Perfuração
Concretagem
Inserção da armadura
Fonte: www.linkedin.com/pulse/procedimento-executivo-em-estaca-h%C3%A9lice-
cont%C3%ADnua-hcm-valter-fernandes (acesso em 15/10/2016)
remoto, via estação GSM ou por Pen-Drive. Além disso, essas novas tecnologias
oferecem maior confiabilidade para propiciar economia na manutenção e maior
durabilidade para o equipamento.
Fonte: www.compugeo.com.br/Galeria.aspx?cp=1&cc=10&viewDescr=s&idioma=1
(acesso em 16/10/2016)
Como já fora citado, nos últimos anos a hélice continua entrou forte no
mercado brasileiro e cada vez ganha mais adeptos em função de suas inúmeras
vantagens, além das já mencionadas: elevada produtividade e baixo nível de
vibração (VELLOSO E LOPES, 2010).
- Alta produtividade em função do torque disponível pela máquina e sua
rápida locomoção no canteiro das obras;
- Baixo nível de ruído, pois, diferentemente das estacas pré-moldadas, não
causa vibração na vizinhança devido à forma que ela é inserida no solo;
- Boa abrangência de solos que podem trabalhar com essa estaca, exceto
solos com presença de matacões e rochas;
- Execução monitorada eletronicamente e relatórios gerados a cada estaca
perfurada;
- Perfuração e cota de ponta da estaca independem do nível de água no solo,
já que o concreto é injetado sobre pressões positivas, garantindo assim uma melhor
aderência solo-estrutura e também uma maior resistência lateral do elemento.
Porém, semelhante aos outros tipos de fundação, na hélice contínua também
existe desvantagens, como:
- Agilidade em relação ao concreto, já que devido à alta produtividade da
máquina, deve-se haver sempre um caminhão-betoneira disponível para a
concretagem;
- Limitação da armação e do comprimento da estaca segundo o alcance do
equipamento;
30
𝑄𝑚é𝑑
𝐹𝑆 = (14)
𝑆𝑚é𝑑
Nº de Investi-
Tipo de
provas Tipo de Faixa D gação
Autor (ano) Faixa L (m) carrega-
de solo (m) dispo-
mento
carga nível
Alonso (1996) 5 variado 0,35-0,70 8,59-16,00 L' e R SPT-T
Antunes &
9 variado 0,35-0,70 8,59-23,80 L' e R SPT
Cabral (1996)
Souza &
SPT e
Couso Jr 8 variado 0,60-0,70 11,46-23,80 L' e R
SPT-T
(1997)
Alonso (1997) 5 variado 0,35-0,60 11,46-19,00 L' e R SPT-T
Alonso SPT e
99 variado 0,40-0,60 12,00-16,00 L'; R; M
(2000a) SPT-T
Branco et al.
3 variado 0,40-0,50 12,00-21,00 M SPT-T
(2000)
Kormann et al. 2 argila 0,35 6,00-7,00 - SPT e
33
(2000) CPT
Foti (2001) 1 silte 0,35 7,50 - SPT
Almeida Neto SPT e
3 variado 0,40 10,80-17,50 L'
(2002) SPT-T
SPT e
Alonso (2002) 49 variado 0,40-0,60 12,00-16,00 L'; R; M
SPT-T
Guimarães et
1 silte 0,35 8,60 L' SPT-T
al. (2002)
Sales et al.
1 argila 0,30 16,50 L' SPT
(2002)
Silva et al. SPT e
1 argiloso 0,40 18,50 L'
(2002) CPT
SPT e
Alonso (2004) 54 variado 0,40-0,60 14,00-20,00 L' e M
SPT-T
SPT,
Anjos (2005) 1 variado 0,30 8,00 L' CPT e
DMT
Fonte: Adaptado de Magalhães (2005).
executadas desta forma, assim, nessa revisão bibliográfica será abordado somente
o procedimento de carga incremental lenta.
No ensaio de carga mantida lenta, segundo a NBR 6122, a carga máxima
pretendida no ensaio é definida como sendo duas vezes a carga admissível prevista
no projeto de fundações, no caso de ensaios realizados no início da obra. Durante a
aplicação das cargas, iniciam-se os recalques, gerando um alívio de carga, o que
exige um incremento sistemático. Então é programado estágios de carga com
aumentos sucessivos e iguais a 20% da carga admissível em projeto. Para que o
recalque possa ser considerado estabilizado, a NBR 12131 afirma que o incremento
de recalque lido entre dois tempos sucessivos, com leituras em tempos dobrados (1,
2, 4, 8, 15, 30 min etc.), não ultrapasse 5% do recalque medido naquele estágio de
carga. Assim é feito sucessivamente até atingir o último estágio de carregamento e,
então, deve-se realizar a última estabilização de recalque para, em seguida,
proceder ao descarregamento em quatro estágios, com recalques estabilizados e
duração mínima de 15 minutos (CINTRA E AOKI, 2010).
Ao longo dos estágios de carga, a estaca sofre deformações que são
resultantes principalmente do creep (deformações viscosas) e não do adensamento
(VELLOSO E LOPES, 2010, apud LOPES, 1979, 1985), gerando menores
deformações e maior resistência ao ser cisalhado mais rapidamente graças à
viscosidade do solo. Logo, quanto menor for a velocidade de carregamento e mais
prolongado for o estágio de carga, maiores serão os recalques e menores as
capacidades de carga. De acordo com Sales (1998), o creep trata-se de um
recalque secundário que ocorre por um longo período de anos, depois de ocorrida
toda a dissipação do excesso de poro-pressão no solo e, é causado pela resistência
de contato entre as partículas do solo submetidas a tensões efetivas constantes.
Outros autores definem que o creep ocorre quando o excesso de poropressão já foi
substancialmente dissipado, porém ainda deve existir um pequeno excesso de
poropressão durante o adensamento secundário que faz com que a água percole
pelo solo (CHAGAS, 2014, apud LAMBE E WHITMAN, 1978).
Finalmente, como resultado do ensaio de prova de carga estática, obtem-se a
curva carga (P) x recalque (ρ), sendo P a carga aplicada no topo da estaca e ρ é o
recalque do topo da estaca. Essa curva passa pelos pontos referentes ao final de
cada estágio (recalques estabilizados) e os degraus representam a trajetória de
35
um sistema de reação pioneiro e, nos dias atuais, está praticamente em desuso (ver
Figura 9).
Outro fator que a NBR 12131 coloca é em relação a distancia mínima de três
vezes o diâmetro da estaca de ensaio entre a estaca de ensaio e cada estaca de
reação. Essa distancia é medida de eixo a eixo e não deve ser inferior a 1,5 m.
Segue-se a mesma prescrição em relação aos bulbos dos tirantes e os apoios das
cargueiras. Para que o ensaio seja realizado com êxito, o sistema de reação e os
dispositivos de aplicação de carga e medida devem ser abrigados por uma espécie
de tenda, para que sejam protegidos de vento, chuva e sol, a fim de reduzir os
efeitos da variação de temperatura.
Sobre os dispositivos de avaliação do ensaio, a NBR 12131 exige, além de
defletômetros com leituras de centésimos de milímetros nas medidas de recalque,
células de carga e manômetros para leituras de carga. O manômetro, que se trata
de um aparelho devidamente aferido e instalado no sistema de alimentação do
macaco hidráulico, faz o monitoramento da carga aplicada em cada estágio assim
como a célula de carga, a qual confere maior exatidão aos valores medidos. Sobre a
célula de carga, a mesma é instrumentada via strain gages, extensômetros elétricos
39
do nível d’água (NA), a qual só será confirmada no dia seguinte. O nível d’água é
fundamental no projeto de fundações já que alguns tipos de fundações são
inexequíveis abaixo do NA, o que não é o caso da estaca hélice contínua, fonte de
estudo desse trabalho.
A tradagem a seco limita-se aos primeiros metros do furo e então, passa-se
para o segundo estágio do ensaio, que é a perfuração do solo por meio de
circulação de água. Nessa fase, a sondagem por circulação d’água é feita por um
conjunto de hastes rosqueadas introduzido por dentro do revestimento, que conta
com o trépano, peça cortante em sua ponta inferior, cuja função é desagregar o solo.
A água é bombeada por dentro da haste e retornada à superfície pelo espaço entre
a haste e o revestimento.
Simultaneamente à perfuração, é realizado o ensaio penetrométrico, ou seja,
é cravado um amostrador normalizado (originalmente chamado de Raymond-
Terzaghi, ver Figura 14) por meio de golpes de um peso de 65 kgf caindo de 75 cm
de altura. Anota-se o número de golpes necessários para cravar os 45 cm do
amostrador em 3 conjuntos de golpes para cada 15 cm. O resultado do SPT é a
soma do número de golpes necessário para cravar os 30 cm finais e serve como
uma medida indireta da resistência do solo.
42
Fonte: www.engenharianota10.com.br/solos-e-fundacoes/sondagem/sondagem-a-
percussao/ (acesso em 27/10/2016)
Fofa(o) <4
Pouco compactado 5-8
Areias e siltes
Medianamente compacta(o) 9 - 18
arenosos
Compacta(o) 19 - 40
Muito compacta(o) > 40
Muito mole <2
Mole 3-5
Argilas e siltes
Média(o) 6 - 10
argilosos
Rija(o) 11 - 19
Dura(o) > 19
Fonte: NBR 6484/2001
𝑄𝑝 = 𝐾. 𝑁𝑠𝑝𝑡 (15)
𝑄𝑙 = 𝛼. 𝑄𝑝 (16)
45
𝛼 = 𝑄𝑓 (17)
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. MATERIAIS
Figura 15 – OBRA 1
Figura 16 – OBRA 2
Figura 17 – OBRA 3
Figura 18 – OBRA 4
Como citado na seção 2.8, o SPT é o ensaio base para projeto de fundações
no Brasil. O mesmo reproduz a variabilidade do maciço ao longo da profundidade,
classificando o solo em função de características como compacidade ou
consistência, resistência à penetração e outras descrições visuais e táteis.
Em cada uma das obras analisadas, foram realizados diversos furos de
sondagem, a fim de classificar o solo para o futuro dimensionamento da capacidade
de carga das estacas. Todas as sondagens realizadas, em todas em obras, estão de
acordo com o que a NBR 6484 – Sondagens de simples reconhecimento com SPT –
prescreve. Ou seja, a cada metro perfurado, foi realizado o ensaio de penetração
dinâmica, verificando o número de golpes necessários para fazer o barrilete
amostrador padrão penetrar 45 cm no terreno. A classificação da consistência das
argilas ou da compacidade das areias é definida pelo número de golpes necessários
(Nspt) à penetração do amostrador nos 30 cm finais. Todas as perfurações foram
executadas a trado ou por circulação de água, conforme a natureza do solo, e foram
protegidas por um tubo de revestimento de 63,5 mm de diâmetro nominal. Além
disso, em cada furo foi anotado o nível do lençol freático 24h após o término da
sondagem.
Na OBRA 1, foram realizados 21 furos de sondagem no solo, totalizando
495,43 m perfurados. Nessa obra não foi disponibilizada a locação dos furos de
sondagem. Assim, avaliam-se os 21 furos realizados na OBRA 1 e tem-se algumas
considerações:
- A 1ª camada é composta por areia fofa a pouco compacta, de cor marrom e
varia de 0 a 14 m, em média.
- Em todos os boletins de sondagem, em profundidades de 14 a 18 m há
camadas de argila plástica, de consistência rija a média, com cor marrom ou marrom
esbranquiçada.
- A camada final prospectada é composta por solos de alteração como o silte
argilo-arenoso, rijo a duro, marrom variegado e alterações de basalto areno-siltoso,
muito compacto.
- O limite das investigações variou entre 20,45 e 24,20 m.
- O nível de água no solo varia de 4,78 m a 5,60 m, sendo que na sondagem
adotada ele encontra-se em 5,38 m.
52
ĸ = 7,3 kgf/cm²
α = 2,1 %
ĸ = 2,5 kgf/cm²
α = 5,5 %
ĸ = 4,0
kgf/cm²
α = 3,3 %
ĸ = 7,2
kgf/cm²
α = 2,1 %
ĸ = 6,8 kgf/cm²
α = 2,3 %
ĸ = 6,8
kgf/cm²
α = 2,3 %
ĸ = 6,8 kgf/cm²
α = 2,3 %
ĸ = 6,8 kgf/cm²
α = 2,3 %
ĸ = 6,8 kgf/cm²
α = 2,3 %
ĸ = 4,0
kgf/cm²
α = 3,3 %
ĸ = 6,8 kgf/cm²
α = 2,3 %
ĸ = 3,2
kgf/cm²
α = 3,6 %
4. RESULTADOS
- Método de Aoki-Velloso
Adotando a equação 4 para o início do dimensionamento, temos que:
𝜅. 𝑁 𝑈
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴. + Σ 𝛼. 𝜅. 𝑁. Δ𝑙
𝐹1 𝐹2
Qult =
0,39.50 1,8849
0,2827. + Σ (0,72.0,021.3.15 + 0,25.0,055.11.1 + 0,25.0,055.20,33.3 +
3,0 3,8
- Método de Décourt-Quaresma
Adotando a Equação 8 para o início do dimensionamento, tem-se que
𝑁𝐿
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝛼. 𝐶. 𝑁𝑃 . 𝐴𝑃 + 𝛽. 10 ( + 1) . 𝑈. 𝐿
3
Sendo que:
33+50+50
𝑁𝑝 = = 44,33 (22)
3
10,83
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 0,3.225.44,33.0,2827 + 1.10 ( + 1) . 45,24 (23)
3
Logo,
- Método de Vorcaro-Velloso
𝑋𝑃 = 𝐴. 𝑁𝑝
𝑋𝐹 = 𝑈 Σ 𝑁𝐿
𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 𝑈 Σ (𝑁. 𝛽 ′1 ). Δ𝑙
Logo,
- Método de Aoki-Velloso
- Método de Decourt-Quaresma
𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 1658,73 𝑘𝑁 (37)
𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 2999,41 𝑘𝑁 (38)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 4658,14 𝑘𝑁 (39)
- Método de Vorcaro-Velloso
73
- Método de Aoki-Velloso
- Método de Decourt-Quaresma
- Método de Vorcaro-Velloso
- Método de Aoki-Velloso
- Método de Decourt-Quaresma
- Método de Vorcaro-Velloso
4.2.1. Obra 1
Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 1) e 4.1.1 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresentam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral com fatores de segurança aplicados e as mesmas estão apresentadas no
gráfico da figura 32. Nessa figura, só aparece a distinção das capacidades de carga
para os métodos de Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há
essa abordagem para o método de Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores
de segurança parciais. Na figura 32, todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e
os FS parciais laterais são de 1,3.
76
4.2.2. Obra 2
Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 2) e 4.1.2 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresenktam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral e as mesmas estão apresentadas no gráfico da figura 35. Nessa figura, só
aparece a distinção das capacidades de carga para os métodos de Aoki-Velloso,
Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há essa abordagem para o método de
Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores de segurança parciais. Na figura 35,
todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e os FS parciais laterais são de 1,3.
79
4000
Carga Admissível (kN)
3000
2000
1000
0
Métodos de Cálculo
Aoki-Velloso
Decourt-Quaresma
Vorcaro-Velloso
Antunes e Cabral
Carga Máxima Aplicada na Prova de Carga
4.2.3. Obra 3
Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 3) e 4.1.3 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresentam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral e as mesmas estão apresentadas no gráfico da figura 38. Nessa figura, só
aparece a distinção das capacidades de carga para os métodos de Aoki-Velloso,
Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há essa abordagem para o método de
Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores de segurança parciais. Na figura 38,
todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e os FS parciais laterais são de 1,3.
82
carga de ponta e 1,3 para carga lateral. O método Vorcaro-Velloso não admite
fatores de segurança parciais.
4.2.4. Obra 4
Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 3) e 4.1.3 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresentam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral e as mesmas estão apresentadas no gráfico da figura 41. Nessa figura, só
aparece a distinção das capacidades de carga para os métodos de Aoki-Velloso,
Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há essa abordagem para o método de
85
Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores de segurança parciais. Na figura 41,
todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e os FS parciais laterais são de 1,3.
5.1. CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINTRA, J. C. A.; AOKI, N. Fundações por estacas: projeto geotécnico. São Paulo:
Oficina dos Textos, 2010.