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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Arthur Bopp Rubin

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS DO TIPO HÉLICE


CONTÍNUA

Santa Maria, RS
2016
Arthur Bopp Rubin

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS DO TIPO HÉLICE


CONTÍNUA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao curso de Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito para obtenção do título de
Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Magnos Baroni

Santa Maria, RS
2016
Arthur Bopp Rubin

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS DO TIPO HÉLICE


CONTÍNUA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção do título de
Engenheiro Civil.

Aprovado em 12 de dezembro de 2016:

____________________________________
Magnos Baroni, Dr. (UFSM)
(Presidente/Orientador)

___________________________________
José Mário Soares, Dr. (UFSM)

___________________________________
Talles Augusto Araújo, MSc. (UFSM)

Santa Maria, RS
2016
AGRADECIMENTOS

A construção e elaboração deste trabalho só foram possíveis mediante o


auxílio e compreensão de muitas pessoas. Todos, de alguma forma, foram
importantes e contribuíram para o meu desenvolvimento como pessoa e deste
trabalho:
- a Deus, por ter me guiado pelo bom caminho até este momento;
- a minha família, pelo apoio incondicional, confiança, cuidado, carinho, pois
sem eles eu não haveria chegado até aqui;
- ao meu orientador, Professor Magnos Baroni, pelo incentivo, orientação e
disponibilidade durante todo o processo deste trabalho;
- aos Professores José Mário Doleys Soares e Talles Augusto Araújo, por
terem aceitado o convite para participar da banca examinadora;
- a empresa Funsolos, pela hospitabilidade em me receber para um período
de aprendizado e pela disponibilidade em ceder material para essa pesquisa;
- aos meus amigos e colegas, que inúmeras vezes me auxiliaram na
caminhada até aqui, fazendo que eu me tornasse uma pessoa e um profissional
melhor, meu muito obrigado.
RESUMO

PREVISÃO DA CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS DO TIPO HÉLICE


CONTÍNUA

AUTOR: Arthur Bopp Rubin


ORIENTADOR: Magnos Baroni

Este trabalho apresenta os resultados do estudo comparativo entre os


métodos de cálculo semi empíricos e provas de carga estática de quatro estacas do
tipo hélice contínua, projetadas e executadas na cidade de Campo Grande – MS. Os
procedimentos adotados para a execução das estacas foram semelhantes, todos
seguindo os padrões descritos na NBR 6122/2010. A estaca da OBRA 1 foi
executada com cerca de 24 m de profundidade e com diâmetro de 60 cm. A 2ª
estaca, da OBRA 2, foi realizada com 27 m e 80 cm de diâmetro. A estaca da OBRA
3 foi feita com 19 m e diâmetro de 40 cm e a estaca da OBRA 4 também foi
executada com 40 cm de diâmetro e 22 m de profundidade. Assim, determinou-se a
capacidade de carga de todas as estacas a partir dos métodos semi empíricos de
Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma, Vorcaro-Velloso e Antunes e Cabral, com base
nos boletins de sondagem SPT fornecidos pela empresa executora dos ensaios. As
provas de carga foram conduzidas até cargas que fossem o dobro da carga de
trabalho, a fim de obter as curvas de carga x recalque de cada uma das estacas.
Então, realizou-se a análise dos resultados, estabelecendo um comparativo dos
valores obtidos das provas de carga com os valores calculados a partir dos métodos
semi empíricos, com fatores de segurança aplicados. Assim, na OBRA 1 chegou-se
a carga de trabalho de 1500 kN. Para a OBRA 2, resultou-se em uma carga
admissível de 1873 kN. Já para a OBRA 3 e OBRA 4, apresentou-se cargas
admissíveis de 500 e 750 kN, respectivamente. Logo, verifica-se que estes
resultados estão muito próximos, ratificando o dimensionamento previamente
realizado.

Palavras-chave: Fundações; Estaca hélice contínua; Provas de carga estáticas;


Métodos semi empíricos.
ABSTRACT

LOAD CAPACITY PREDICTION OF CONTINUOUS FLIGHT PILES

AUTHOR: Arthur Bopp Rubin


ADVISOR: Magnos Baroni

This essay shows the results of a comparative study between semi empirical
methods and static load tests of four continuous flight piles, projected and executed
in Campo Grande – MS. The proceedings adopted for the piles execution are
following the NBR 6122/2010. The SITE 1 pile was executed with 24 m of depth and
40 cm of diameter. The second pile, on SITE 2, was realized with 27 m of depth and
80 cm of diameter. The third pile, on SITE 3, was done with 19 m of depth and 40 cm
of diameter and the pile of SITE 4 was executed with 40 cm of diameter also and 22
m of depth. Therefore, was defined the charge capacity of all piles with the semi
empirical methods of Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma, Vorcaro-Velloso and Antunes
e Cabral, basis on SPT report cards made by the test executor company. The static
load tests were lead until the charges reach the double of the work charge, looking
for the curves of charge x repression in any of the piles. So, were done analysis,
establishing the comparative between the values of the load tests and the values
calculated by the semi empirical methods with security factors applied. Thus, the
SITE 1 reached work charge of 1550 kN. The SITE 2 resulted in a admissible charge
of 1873 kN. For the SITE 3 and SITE 4 showed work charges of 500 and 750 kN,
respectively. Soon, was checked that the results are too close, confirming the
calculus realized previously.

Keywords: Foundations; Continuous flight piles; Static load tests; Semi empirical
methods.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1.1. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 8
1.2. OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 9
1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 9
1.4. ESTRUTURA DE TRABALHO .......................................................................... 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 11
2.1. CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS ........................ 11
2.2. MÉTODO DE AOKI-VELLOSO ....................................................................... 13
2.2.1. Contribuições de Laprovitera, Benegas e Monteiro ............................ 15
2.3. MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA .......................................................... 18
2.4. MÉTODO DE VORCARO-VELLOSO ............................................................. 21
2.5. MÉTODO DE ANTUNES & CABRAL .............................................................. 22
2.6. ESTACA TIPO HÉLICE CONTÍNUA ............................................................... 23
2.6.1. Processo executivo ................................................................................ 24
2.6.2. Controle e monitoramento da execução ............................................... 27
2.6.3. Aspectos práticos da execução ............................................................ 28
2.6.4. Vantagens e desvantagens da estaca hélice contínua ........................ 29
2.7. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS................................................................. 30
2.7.1. Experiência de provas de carga estáticas em estacas hélice contínua
............................................................................................................................ 32
2.7.2. Ensaio de carga incremental lenta ........................................................ 33
2.7.3. Montagem e instrumentação do ensaio ................................................ 35
2.8. SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO ......................................... 40
2.9. INTRODUÇÃO À GEOTECNIA....................................................................... 43
2.9.1. Composição dos solos em relação aos parâmetros k e α .................. 43
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 45
3.1. MATERIAIS ..................................................................................................... 45
3.1.1. Edificações avaliadas ............................................................................. 45
3.1.2. Geologia do local .................................................................................... 49
3.1.3. Investigações geotécnicas .................................................................... 51
3.1.4. Prova de carga estática .......................................................................... 62
3.2. CÁLCULO DA CAPACIDADE DE CARGA ..................................................... 68
4. RESULTADOS ...................................................................................................... 69
4.1. CÁLCULOS DA CAPACIDADE DE CARGA ................................................... 69
4.1.1. Resultados na obra 1 .............................................................................. 69
4.1.2. Resultados da obra 2 .............................................................................. 72
4.1.3. Resultados da obra 3 .............................................................................. 73
4.1.4. Resultados da obra 4 .............................................................................. 74
4.2. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 75
4.2.1. Obra 1 ...................................................................................................... 75
4.2.2. Obra 2 ...................................................................................................... 78
4.2.3. Obra 3 ...................................................................................................... 81
4.2.4. Obra 4 ...................................................................................................... 84
5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................... 88
5.1. CONCLUSÕES ............................................................................................... 88
5.2. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS................................................ 89
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 90
8

1. INTRODUÇÃO

Quando se fala em fundações, automaticamente pensa-se na estrutura que


serve para transmitir as cargas das edificações ao solo. Nas últimas décadas, dentro
dessa área houve um avanço significativo em relação as tecnologias disponíveis no
mercado e destaca-se entre eles a estaca do tipo hélice contínua, a qual apresenta
uma enorme versatilidade e rapidez, já que possibilita a execução de várias estacas
ao longo do dia e independe de fatores como o tipo de solo e o nível de água no
terreno (VELLOSO, 2010).
Como colocam Cintra e Aoki (2010), através do SPT os valores reais de
capacidade de carga geralmente permanecem incógnitos. Ou seja, o grau de
empirismo ainda presente no dimensionamento de fundações no Brasil é tão grande
que os fatores de segurança empregados são um dos maiores adotados dentro do
campo da Engenharia Civil.
Para tanto, há algumas maneiras de reduzir as incertezas em relação ao
dimensionamento. Uma das formas de realizar isso é por meio da comparação a
partir de resultados de SPT com os métodos de cálculo e de provas de carga
estáticas. Então, a partir disso, avalia-se a compatibilidade entre a capacidade de
carga ensaiada na prova de carga com a capacidade de carga estimada pelo
projetista.

1.1. JUSTIFICATIVA

Justifica-se esse trabalho como forma de estudar o estaqueamento proposto


para as estacas teste, por meio de uma avaliação através dos métodos semi-
empíricos utilizados no Brasil. Realizar-se-á o estudo da capacidade de carga
mediante os SPT’s fornecidos pela empresa executora. Assim, verifica-se se o
estaqueamento realizado anteriormente está de acordo com as condições impostas
pelo terreno, além de atender as critérios de segurança impostos pelas normas
brasileiras.
9

1.2. OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo geral estudar os métodos de previsão de


carga de estacas do tipo hélice contínua a partir de ensaios de simples
reconhecimento (SPT) e provas de carga dinâmicas.

1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Estudar os principais métodos de dimensionamento de


estacas no Brasil;
 Pesquisar sobre o desenvolvimento das provas de carga
estática e entender como elas melhoram a qualidade do projeto de
fundações;
 Compreender como o solo comporta-se mediante o
carregamento e como sua heterogeneidade afeta na proposição de um
método de cálculo efetivo;
 Calcular a capacidade de carga de 4 estacas do tipo
hélice contínua e comparar os resultados obtidos com provas de carga
estáticas.

1.4. ESTRUTURA DE TRABALHO

O trabalho está estruturado da seguinte forma:


Capítulo 1: são apresentados a introdução, justificativa, objetivos geral e
específicos e a estrutura do trabalho.
Capítulo 2: trata da revisão bibliográfica, no qual serão abordados os
métodos de cálculo de carga axial com carregamento a compressão, o controle e
forma de produção de estacas tipo hélice contínua, os processos de formação do
solo analisado, as características do ensaio Standard Penetration Test (SPT), sua
execução e interpretação de resultados além dos aspectos sobre o ensaio de prova
de carga estática.
Capítulo 3: serão mencionados os materiais e métodos utilizados para a
análise e dimensionamento de capacidade de carga. Para isso, serão estudados os
10

SPT’s realizados em 4 empreendimentos e os resultados de 4 provas de carga


dinâmicas.
Capítulo 4: são analisados os resultados de capacidade de carga das estacas
obtidos através dos métodos de Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma, Vorcaro-Velloso e
Antunes e Cabral. Os resultados obtidos são então comparados com os valores
oriundos das provas de carga estáticas.
Capítulo 5: é feita a conclusão da monografia e são feitas sugestões para
pesquisas futuras.
11

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. CAPACIDADE DE CARGA EM FUNDAÇÕES PROFUNDAS

O termo fundação é usado para designar a parte de uma estrutura que


transmite ao terreno subjacente seu próprio peso, o peso da superestrutura e
qualquer outra força que atue sobre ela. A fundação é, portanto, o elemento de
ligação entre a superestrutura e o solo (TSCHEBOTARIOFF, 1978).
Segundo a norma NBR 6122/2010, fundação profunda é o elemento de
fundação que transmite a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou
por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas.
Além disso, de acordo com tal norma, fundação profunda é o elemento que está
assentado em profundidade maior que o dobro da menor dimensão em planta e no
mínimo a 3,0 m.
Logo, para suportar tal carga, o elemento de fundação deve apresentar sua
respectiva capacidade de carga, a qual representa o sistema formado entre o
elemento estrutural e o elemento geotécnico. Segundo Cintra e Aoki (2010),
capacidade de carga trata-se do valor de força correspondente à máxima resistência
que o sistema pode oferecer ou do valor representativo da condição de ruptura do
sistema, em termos geotécnicos. Então, pelo entendimento físico deste problema,
constata-se que há duas formas de resistência: as tensões resistentes ao longo do
fuste (Ql) e as tensões resistentes na ponta da estaca (Qp) (ver Figura 1).
12

Figura 1 - Capacidade de carga em fundações profundas

Fonte: Velloso e Lopes (2010)

Para que uma fundação seja dimensionada corretamente, deve ter, segundo
Velloso e Lopes (2010), segurança em relação aos possíveis modos de colapso
(estado limite último) e deslocamentos em serviço aceitáveis (estado limite de
serviço). Para tanto, a capacidade de carga é calculada a partir de métodos
estáticos, os quais podem ser racionais ou semi-empíricos, sendo estes últimos os
mais usuais para dimensionamento de fundações no Brasil.
Em função das equações racionais (Terzaghi, Verendeel, Bénabenq, etc.)
serem aplicáveis somente para fundações rasas, desenvolveram-se formas de
relacionar estudos teóricos com resultados de provas de carga, ou seja, equações
que consideram o tipo de investigação geotécnica e o solo de cada região, gerando
assim, métodos semi-empíricos de previsão de capacidade de carga.
Milititsky, em 1986, defendia que a engenharia de fundações correntes no
Brasil poderia ser descrita como a geotecnia do SPT. Realmente, o SPT é
amplamente utilizado e em função disso, os principais métodos de capacidade de
carga baseiam-se nos resultados de sondagens a percussão. Neste trabalho, irá se
abordar os métodos mais usuais para o dimensionamento de estacas hélice
contínua, a qual é o objeto principal desta monografia.
13

Os métodos detalhados a seguir estão de acordo com a NBR 6122/2010 que


regula o projeto e execução de fundações no Brasil, observando que a mesma
afirma que tais métodos devem estar dentro dos seus domínios de validade de suas
aplicações e devem seguir as limitações regionais associadas a cada um dos
métodos.

2.2. MÉTODO DE AOKI-VELLOSO

O método de Aoki-Velloso (1975) foi inicialmente desenvolvido a partir da


correlação de resultados de provas de carga e de CPT. Porém, o método pode ser
utilizado tanto com dados do SPT como do ensaio CPT. A capacidade de carga
pode ser obtida através da relação entre a resistência de ponta e o atrito lateral da
estaca com resultados do CPT:

𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 𝜏𝑐𝑜𝑛𝑒
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 ⋅ +𝑈Σ Δ𝑙 (1)
𝐹1 𝐹2

Onde F1 e F2 são fatores de escala e execução.

Então, fazendo analogias entre o SPT e o ensaio de cone holandês (CPT


mecânico) temos que:

𝑞𝑐 = 𝜅. 𝑁 (2)
𝜏𝑐 = 𝛼. 𝑞𝑐 = 𝛼. 𝜅. 𝑁 (3)

Assim, é obtida a expressão para uso com resultados do SPT:

𝜅.𝑁 𝑈
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴. + 𝐹2 Σ 𝛼. 𝜅. 𝑁. Δ𝑙 (4)
𝐹1

Sendo:
Qult = capacidade de carga última da estaca, em kN;
A = área da seção transversal da ponta da estaca, em m²;
ĸ = fator de correção em função do tipo de solo, em kgf/cm²;
N = índice de resistência a penetração do amostrador no solo;
F1 e F2 = fatores de escala e execução;
14

U = perímetro da seção transversal do fuste, em metros;


α = fator de correção em função do tipo de solo, em porcentagem;
Δl = profundidade da camada, em metros;
A Tabela 1 mostra os valores dos fatores de correção ĸ e α, obtidos para
diferentes tipos de solo, e empregados na ponta e no fuste da estaca. Já a Tabela 2
apresenta fatores que, segundo Cintra e Aoki (2010), são função de aspectos que
levam em conta o efeito escala, ou seja, a diferença de comportamento entre a
estaca (protótipo) e o cone do CPT (modelo), e também a influência do método
executivo de cada tipo de estaca.
No entanto, na época não havia provas de carga instrumentadas, não haveria
como separar a capacidade de carga do fuste da capacidade de ponta, então se
adotou F2 = 2⋅F1.

Tabela 1 - Valores de k e α

Tipo de solo ĸ (kgf/cm²) α(%)


Areia 10 1,4
Areia siltosa 8 2
Areia siltoargilosa 7 2,4
Areia argilossiltosa 5 2,8
Areia argilosa 6 3
Silte arenoso 5,5 2,2
Silte arenoargiloso 4,5 2,8
Silte 4 3
Silte argiloarenoso 2,5 3
Silte argiloso 2,3 3,4
Argila arenosa 3,5 2,4
Argila arenossiltosa 3 2,8
Argila siltoarenosa 3,3 3
Argila siltosa 2,2 4
Argila 2 6
Fonte: Aoki e Velloso (1975).
15

Tabela 2 - Valores de F1 e F2

Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 5
Metálica 1,75 3,5

Pré-moldada de concreto 1,75 3,5

Escavada 3 6
Fonte: Aoki e Velloso (1975); Velloso et al. (1978).

Em função da época que o método foi proposto, há mais de 40 anos atrás,


ainda não havia surgido no mercado alguns tipos de estacas, como a hélice
contínua, raiz e Ômega. Assim, vários autores pesquisaram e fizeram
aprimoramentos no método, sendo que os principais serão abordados em seguida.

2.2.1. Contribuições de Laprovitera, Benegas e Monteiro

Como o próprio Nelson Aoki constatou, o método era conservador demais


para alguns tipos de estaca, como as pré-moldadas de pequeno diâmetro. Logo,
faziam-se necessários ajustes ao método e duas dissertações de mestrado da
COPPE-UFRJ (Laprovitera, 1988; Benegas, 1993) propuseram mudanças nos
valores de ĸ e α, a partir dos modificados por Danziger (1982) e ajustados por
Laprovitera (1988), e na relação F2 = 2.F1, na qual tentou-se outras relações e sua
melhor aproximação, ver Tabelas 3 e 4.
16

Tabela 3 - Valores de ĸ e α

Tipo de solo k (kgf/cm²) α(%)


Areia 6 1,4
Areia siltosa 5,3 1,9
Areia siltoargilosa 5,3 2,4
Areia argilossiltosa 5,3 2,8
Areia argilosa 5,3 3
Silte arenoso 4,8 3
Silte arenoargiloso 3,8 3
Silte 4,8 3
Silte argiloarenoso 3,8 3
Silte argiloso 3 3,4
Argila arenosa 4,8 4
Argila arenossiltosa 3 4,5
Argila siltoarenosa 3 5
Argila siltosa 2,5 5,5
Argila 2,5 6
Fonte: Laprovitera (1988).

Tabela 4 - Valores de F1 e F2

Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 3
Metálica 2,4 3,4
Pré-moldada de concreto 2 3,5
Escavada 4,5 4,5
Fonte: Laprovitera (1988); Benegas (1993).

Outro autor que contribuiu significativamente no aperfeiçoamento do método


foi Monteiro (1997), impondo algumas recomendações como:
O valor de N é limitado a 40;
Para o cálculo da resistência de ponta qp,ult deverão ser considerados valores
ao longo de espessuras iguais a 7 e 3,5 vezes o diâmetro da base, para cima e para
baixo da profundidade da base, respectivamente. Assim, os valores para cima
17

fornecem, na média, qps e os valores para baixo fornecem qpi. Logo, o valor a ser
adotado será:

𝑞𝑝𝑠 + 𝑞𝑝𝑖
𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = (5)
2

Assim, Monteiro (1997) fez ajustes nos valores de ĸ e α e realizou a análise


dos fatores de correção F1 e F2 para outros tipos de estacas, os quais estão nas
Tabelas 5 e 6, as quais futuramente servirão como base do dimensionamento das
estacas a partir do método de Aoki-Velloso.

Tabela 5 - Valores de ĸ e α

Tipo de solo k (kgf/cm²) α(%)


Areia 7,3 2,1
Areia siltosa 6,8 2,3
Areia siltoargilosa 6,3 2,4
Areia argilossiltosa 5,7 2,9

Areia argilosa 5,4 2,8

Silte arenoso 5 3
Silte arenoargiloso 4,5 3,2
Silte 4,8 3,2
Silte argiloarenoso 4 3,3
Silte argiloso 3,2 3,6
Argila arenosa 4,4 3,2
Argila arenossiltosa 3 3,8
Argila siltoarenosa 3,3 4,1
Argila siltosa 2,6 4,5
Argila 2,5 5,5
Fonte: Monteiro (1997).
18

Tabela 6 - Valores de F1 e F2

Tipo de estaca F1 F2
Franki de fuste apiloado 2,3 3
Franki de fuste vibrado 2,3 3,2
Metálica 1,75 3,5
Pré-moldada de concreto cravada a
2,5 3,5
percussão
Pré-moldada de concreto cravada por
1,2 2,3
prensagem
Escavada com lama bentonítica 3,5 4,5
Raiz 2,2 2,4
Strauss 4,2 3,9
Hélice contínua 3 3,8
Fonte: Monteiro (1997).

2.3. MÉTODO DE DÉCOURT-QUARESMA

Em 1978, durante o 6º Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e


Engenharia de Fundações os engenheiros Luciano Décourt e Arthur Quaresma
apresentaram outro método semi-empírico para cálculo de capacidade de carga,
porém este baseado na carga de ruptura exclusivamente para sondagens SPT.
Basicamente o método apresenta duas características principais. A primeira é
sobre a resistência de ponta, em que o NP corresponde à média entre os valores da
base da estaca, o imediatamente superior e o imediatamente inferior. Sua
capacidade de carga é representada pela seguinte equação:

𝑞𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝐶. 𝑁𝑃 (6)

Sendo o C o coeficiente que varia conforme o tipo de solo e retirado da


Tabela 7.
19

Tabela 7 - Valores de C

Tipo de solo C (tf/m²)


Argilas 12

Siltes argilosos (alteração de rocha) 20

Siltes arenosos (alteração de rochas) 25

Areias 40
Fonte: Décourt e Quaresma (1978).

A segunda característica principal é sobre a sua resistência por atrito lateral.


Para esse cálculo é feita a média dos valores de resistência à penetração do SPT ao
longo do fuste (NL), porém sem considerar os valores utilizados no cálculo da
resistência de ponta (ver Tabela 8). Além disso, não há nenhuma colocação sobre o
tipo de solo.

Tabela 8 - Valores de atrito médio

N (média ao longo do
Atrito lateral (tf/m²)
fuste)
≤3 2
6 3
9 4
12 5
>15 6
Fonte: Décourt e Quaresma (1978).

No entanto, assim como o método de Aoki-Velloso, foi buscado um


aperfeiçoamento do método e os próprios autores sugeriram duas mudanças
significativas. Em 1982 foi feita a primeira alteração, essa no que tange a resistência
lateral. Décourt e Quaresma propuseram que tensão lateral fosse calculada por:

𝑁𝑚é𝑑
𝜏𝑙,𝑢𝑙𝑡 = +1 (7)
3
20

Sendo Nméd a média dos valores de N ao longo do fuste e para a sua


determinação, os valores de N menores do que 3 devem ser considerados 3 e os
maiores que 50 devem ser considerados iguais a 50.
Outra alteração significativa foi à introdução dos fatores α e β para as
parcelas de resistência de ponta e lateral, respectivamente. Essa mudança,
realizada por Décourt em 1996, serve especificamente para alguns tipos de estacas
como hélice contínua, raiz, escavadas com lama bentonítica, escavadas em geral
(inclusive tubulões) e estacas injetadas sob altas pressões, ver Tabelas 9 e 10.

Tabela 9 - Valores do fator α

Tipo de estaca
Injetada sob
Tipo de solo Escavada Escavada Hélice
Raiz altas
em geral (bentonítica) contínua
pressões
Argilas 0,85 0,85 0,3 0,85 1,0
Solos
0,6 0,6 0,3 0,6 1,0
intermediários
Areia 0,5 0,5 0,3 0,5 1,0
Fonte: Velloso e Lopes (2010); Teixeira (1996)

Tabela 10 - Valores do fator β

Tipo de estaca
Injetada sob
Tipo de solo Escavada Escavada Hélice
Raiz altas
em geral (bentonítica) contínua
pressões
Argilas 0,8 0,9 1,0 1,5 3,0
Solos
intermediários 0,65 0,75 1,0 1,5 3,0
Areia 0,5 0,6 1,0 1,5 3,0
Fonte: Velloso e Lopes (2010); Teixeira (1996)

Assim, pode-se definir a equação da capacidade de carga da estaca, a qual


será utilizada como base para o dimensionamento das estacas deste trabalho:
21

𝑁
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝛼. 𝐶. 𝑁𝑃 . 𝐴𝑃 + 𝛽. 10 ( 3𝐿 + 1) . 𝑈. 𝐿 (8)

Sendo:
Qult = capacidade de carga última da estaca, em kN;
U = perímetro da seção transversal do fuste;
α = fator de correção para a ponta em função do tipo de estaca;
C = coeficiente que depende do tipo de solo, em tf/m²;
Np = média da resistência a penetração do amostrador no solo na ponta;
Ap = área da seção transversal da ponta da estaca, em m²;
β = fator de correção para a lateral em função do tipo de estaca;
NL = índice de resistência a penetração do amostrador no solo ao longo do
fuste;
L = profundidade da camada, em metros;

2.4. MÉTODO DE VORCARO-VELLOSO

Trata-se de um método mais recente na engenharia de fundações brasileira,


do ano 2000, em que os autores adotaram a técnica da regressão linear múltipla
aplicando-a em um banco de dados de resultados de provas de carga estáticas
organizado por Alonso (2000). Nessa técnica, soluciona-se um sistema formado por
várias equações que simulam cada uma, o fenômeno descrito pela reação última
medida em uma estaca carregada a compressão, levando em consideração o solo
onde foi feita a execução, avaliado através dos resultados dos ensaios de SPT.
No entanto, excepcionalmente para o caso das estacas hélice contínua, a
equação para o cálculo da capacidade de carga não admite o tipo de solo como uma
variável a ser considerada no dimensionamento.

𝑄𝐸𝑆𝑇 = 𝑒 1,96𝑙𝑛𝑋𝑃 −0,34𝑙𝑛𝑋𝑃. 𝑙𝑛𝑋𝐹+1,36𝑙𝑛𝑋𝐹 (9)


Sendo:
𝑋𝑃 = 𝐴. 𝑁𝑝 (10)
𝑋𝐹 = 𝑈 Σ 𝑁𝐿 (11)
Onde:
22

A = área da ponta da estaca, em m²;


U = perímetro do fuste da estaca, em m;
NP = índice de resistência a penetração do amostrador no solo na ponta da
estaca;
NL = índice de resistência a penetração do amostrador no solo ao longo do
fuste;

2.5. MÉTODO DE ANTUNES & CABRAL

Método desenvolvido em 1996 para avaliação da capacidade de carga em


estacas do tipo hélices contínuas, os autores partiram de resultados do ensaio SPT
e de informações obtidas em 9 provas de carga estáticas, realizadas em estacas de
35, 50 e 75 cm, em comparação com dois outros métodos que já estavam
consolidados na engenharia geotécnica brasileira: Aoki-Velloso e Décourt-
Quaresma.
Assim, os autores propuseram o cálculo da capacidade de carga através das
equações:
Resistência por atrito lateral
𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 𝑈 Σ (𝑁. 𝛽 ′1 ). Δ𝑙 (12)
Onde:
Ql,ult = capacidade de carga lateral última da estaca, em kN;
U = perímetro do fuste da estaca em m;
N = índice de penetração do ensaio SPT;
β’1 = coeficiente de atrito lateral que depende do tipo de solo, em
porcentagem;

Resistência de ponta

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 . 𝛽′2 . 𝑁𝑝 ; 𝛽′2 . 𝑁𝑝 ≤ 40 𝑘𝑔𝑓/𝑚² (13)


Onde:
Qp,ult = capacidade de carga de ponta última da estaca, em kN;
Ab = área da base da estaca, em m²;
Np = índice de resistência à penetração do ensaio SPT;
23

β’2 = coeficiente da resistência de ponta que depende do tipo de solo


(kgf/cm²).
Cabe ressaltar o limite imposto pelos autores, que o produto do coeficiente de
resistência de ponta (β’2) pelo Nspt da ponta não pode ser superior a 40 kgf/m², ou
seja, se caso esse valor seja ultrapassado, adota-se 40 kgf/m².

Tabela 11 - Fatores β’1 e β’2

Solo β’1 (%) β’2


Areia 4-5 2 - 2,5
Silte 2,5 - 3,5 1-2
Argila 2 - 3,5 1 - 1,5
Fonte: Antunes & Cabral (1996)

2.6. ESTACA TIPO HÉLICE CONTÍNUA

De acordo com a NBR 6122, a estaca hélice contínua é uma estaca de


concreto, moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação,
de um trado helicoidal contínuo. Segundo Velloso e Lopes (2010), suas duas
principais vantagens, o baixo nível de vibração e a elevada produtividade, a
tornaram atrativa e de grande aceitação no mercado.
Originadas nos Estados Unidos entre as décadas de 50 e 60, as estacas
hélice contínua chegaram no Brasil na década de 70, sendo desenvolvida com
equipamentos montados sob guindaste de esteira, com torque de 35 kNm e
diâmetro da hélice de 275, 350 e 425 mm, que permitiam executar estacas de até 15
m de profundidade (TAVARES, 2009, apud ANTUNES & TAROZZO, 1996). A partir
disso, muitos foram os investimentos de empresas executoras de hélice contínua e,
atualmente, já é possível executá-las até 32 m de profundidade, com diâmetros até
1200 mm e com torque disponível de até 390 kNm (TAVARES, 2009, apud
ALBUQUERQUE, 2001).
24

2.6.1. Processo executivo

Conforme o que a NBR 6122 preconiza, a metodologia de execução da


estaca divide-se em três etapas: perfuração, concretagem simultânea a extração da
hélice e colocação da armadura, ver Figura 2.

Figura 2 - Execução de estaca hélice contínua

Fonte: Mantuano (2013)

Perfuração

A perfuração, primeira etapa do processo, trata-se da inserção da hélice no


solo, através da rotação da mesma a partir de motores hidráulicos acoplados na sua
extremidade superior, com um torque suficiente para que a hélice vença a
resistência ao cisalhamento imposta pelo solo até que atinja a profundidade
considerada no projeto. Deve-se ressaltar que durante a perfuração a hélice não é
retirada do furo, pois caso contrário, poderá haver o fechamento do mesmo.
Na ponta da hélice há uma tampa metálica recuperável, a qual impede a
entrada de solo ou água na haste durante a perfuração e que na fase de
concretagem é liberada para haver o fluxo de concreto. Deve-se haver o cuidado
com a introdução da hélice, como defende Tavares (2009 apud PENNA ET. AL.,
25

1999) já que é importante minimizar o eventual desconfinamento provocado pela


remoção (transporte) excessiva do solo durante a penetração, como visto na Figura
3.

Figura 3 - Perfuração de uma estaca hélice contínua

Fonte: www.kubos.com.br/teste/basestrauss/helice.html (acesso em 15/10/2016)

Concretagem

Finalizada a perfuração, inicia-se a segunda etapa da execução, a


concretagem. Segundo Tavares (2009), essa fase é iniciada quando se atinge a
profundidade de projeto e o concreto é injetado pela haste central do trado, com a
retirada simultânea da hélice contínua com o material escavado e sem rotação, ou
girando lentamente no sentido da perfuração. Para este concreto injetado, a NBR
6122 especifica que deve apresentar resistência característica Fck de 20 Mpa aos
28 dias, ser bombeável e composto de cimento, areia e pedrisco, com consumo
mínimo de cimento de 400 kg/m³, sendo permitido o uso de aditivos.
Durante a concretagem, conforme a NBR 6122, a velocidade de extração da
hélice do terreno deve ser tal que a pressão no concreto introduzido no furo seja
mantida positiva. Aprofundando, Tavares (2009 apud NETO, 2002) coloca que o
concreto é injetado sob pressão positiva da ordem de 50 a 100 kPa, já que essa
pressão visa garantir a integridade e a continuidade do fuste da estaca. Outro ponto
que a se destacar é que, de acordo com Mantuano (2013), deve-se garantir que a
ponta do trado atinja um solo que permita a formação da ‘’bucha’’, para que o
26

concreto injetado se mantenha abaixo da ponta da estaca, evitando o retorno pela


interface solo-trado.
Durante a extração da hélice, o solo que fica retido na lâmina vai sendo
retirado manualmente pelos colaboradores ou com o auxílio de um limpador
mecânico e em seguida é carregado para fora da obra através de equipamentos de
pequeno porte, como pás-carregadeiras (ver Figura 4). Normalmente, a
concretagem é feita até a cota da superfície de trabalho, podendo haver seu
arrasamento em cota abaixo da superfície. Assim, deve-se atentar a colocação da
armadura e a estabilidade do furo no trecho não concretado, evitando que o
concreto seja contaminado pelo solo.

Figura 4 - Extração do trado e concretagem da estaca

Fonte: www.tecgeo.com.br/servicos/estacas-helice-continua-monitoradas-30 (acesso


em 15/10/2016)

Inserção da armadura

Na execução das estacas hélice, a única possibilidade de colocação da


armadura é após a concretagem, o que limita o comprimento da mesma. Esse
serviço é feito pelos próprios colaboradores ou com auxílio de equipamentos como
pá-carregadeira ou vibradores, conforme Figura 5.
De acordo com a NBR 6122, as estacas submetidas somente a esforços de
compressão levam uma armadura, em geral, com 4m de comprimento (abaixo da
cota de arrasamento). Já, para estacas submetidas a tração, é comum armaduras
de maior comprimento, de 12 à 18m, sendo executadas com concretos especiais.
27

Deve-se ressaltar que na extremidade inferior, a armadura tem as barras


ligeiramente curvadas para facilitar a introdução no concreto.

Figura 5 - Inserção da armadura na estaca hélice contínua

Fonte: www.linkedin.com/pulse/procedimento-executivo-em-estaca-h%C3%A9lice-
cont%C3%ADnua-hcm-valter-fernandes (acesso em 15/10/2016)

2.6.2. Controle e monitoramento da execução

Houve grandes avanços no processo de estaqueamento por hélice contínua


desde o seu surgimento no mercado brasileiro. Dentre essas evoluções, destaca-se
a tecnologia de monitoramento eletrônico de todas as fases de execução da estaca,
a partir de sensores instalados na perfuratriz. De acordo com o que consta na NBR
6122, o controle executivo deve registrar o nivelamento do equipamento e prumo do
trado, pressão no torque, velocidade de avanço e rotação do trado, cota de ponta do
trado, entre outras coisas.
Nessa área, alguns equipamentos são referência, como o sistema
S.I.M.E.H.C, da empresa Compugeo (Figura 6), o qual fornece em tempo real seis
parâmetros gráficos e onze numéricos, além de transferir os dados por acesso
28

remoto, via estação GSM ou por Pen-Drive. Além disso, essas novas tecnologias
oferecem maior confiabilidade para propiciar economia na manutenção e maior
durabilidade para o equipamento.

Figura 6 - Detalhe computador on board com gráficos em tempo real

Fonte: www.compugeo.com.br/Galeria.aspx?cp=1&cc=10&viewDescr=s&idioma=1
(acesso em 16/10/2016)

2.6.3. Aspectos práticos da execução

Basicamente, deve-se ter cuidado em relação a três fatores de execução da


estaca: o processo executivo, os equipamentos e o terreno.
Sobre o processo executivo, deve-se ter cuidado com a limpeza diária no final
da execução das estacas, realizada com a circulação de água no trado e haste
central, evitando o encrustamento do concreto. Além disso, deve-se atentar à
pressão negativa durante a concretagem, principalmente junto à cota de
arrasamento, na qual a injeção de concreto pode extravasar, alargando o fuste da
estaca.
Em relação aos equipamentos, deve-se cuidar, principalmente, a manutenção
preventiva do equipamento, a fim de garantir peças de reposição como cabos e
trados, que gastam ou quebram frequentemente, assim como sensores e bombas de
concreto, que necessitam de calibração periódica, evitando sobreconsumo de
concreto e relatórios distorcidos sobre a execução de estacas.
29

Além disso, devem-se ressaltar alguns pontos sobre a execução em relação


ao terreno. Como no caso da perfuração em solos muito resistentes, em que às
vezes é necessário ‘’aliviar’’ a perfuração, ou seja, girar o trado para quebrar o atrito
e possibilitar o avanço. Outra situação que se exige cautela é em relação a camadas
de argila mole confinada, a qual, segundo Magalhães (2005 apud PENNA ET. AL.,
1999) deve-se controlar durante a concretagem a subida do trado, para garantir a
integridade da estaca na camada mole, garantindo um sobre consumo de concreto
satisfatório.

2.6.4. Vantagens e desvantagens da estaca hélice contínua

Como já fora citado, nos últimos anos a hélice continua entrou forte no
mercado brasileiro e cada vez ganha mais adeptos em função de suas inúmeras
vantagens, além das já mencionadas: elevada produtividade e baixo nível de
vibração (VELLOSO E LOPES, 2010).
- Alta produtividade em função do torque disponível pela máquina e sua
rápida locomoção no canteiro das obras;
- Baixo nível de ruído, pois, diferentemente das estacas pré-moldadas, não
causa vibração na vizinhança devido à forma que ela é inserida no solo;
- Boa abrangência de solos que podem trabalhar com essa estaca, exceto
solos com presença de matacões e rochas;
- Execução monitorada eletronicamente e relatórios gerados a cada estaca
perfurada;
- Perfuração e cota de ponta da estaca independem do nível de água no solo,
já que o concreto é injetado sobre pressões positivas, garantindo assim uma melhor
aderência solo-estrutura e também uma maior resistência lateral do elemento.
Porém, semelhante aos outros tipos de fundação, na hélice contínua também
existe desvantagens, como:
- Agilidade em relação ao concreto, já que devido à alta produtividade da
máquina, deve-se haver sempre um caminhão-betoneira disponível para a
concretagem;
- Limitação da armação e do comprimento da estaca segundo o alcance do
equipamento;
30

- O canteiro de obras deve ser plano e de fácil movimentação, já que o


equipamento é robusto e com um centro de gravidade elevado, aumentando a
possibilidade de tombamento;
- Elevado custo de mobilização, ou seja, deve haver um número razoável de
estacas que justifique o transporte dos equipamentos evitando assim um custo
benefício elevado.

2.7. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS

Como coloca Magalhães (2005), as provas de carga são o melhor instrumento


para verificar o real comportamento das fundações profundas no que se refere a
capacidade de transferência de carga ao solo. Além do mais, Velloso e Lopes (2010)
defende que as provas de carga estáticas também possuem outro objetivo, definir a
carga de serviço em casos em que não se consegue fazer uma previsão do
comportamento.
No Brasil, as provas de carga estão normatizadas de acordo com a NBR
12131 (2006), para provas de carga estáticas e NBR 15307 (2006), para ensaios de
carga dinâmicas.
Em geral, a prova de carga estática é o melhor método para representar a
forma de carregamento para o qual a fundação será solicitada, em função do
incremento de carga com o tempo. No entanto, é um ensaio que exige um grande
sistema de reação, o que onera a sua execução, tornando-se muitas vezes inviável
economicamente para pequenas obras. De acordo com a NBR 6122, é obrigatório
que obras com mais de 100 estacas tenham, no mínimo, um número de provas de
carga igual a no mínimo 1% da quantidade total de estacas, sendo que ensaios de
carregamento dinâmico não substituem as provas estáticas.
Na avaliação da capacidade de carga do estaqueamento concluído, na qual
os valores teóricos atingidos em projeto não necessariamente irão coincidir com os
valores reais in loco, Cintra e Aoki (2010) coloca que se deve atentar a alguns
quesitos:
1 – As imperfeições dos métodos de cálculo de capacidade de carga,
implicando resultados aproximados, nunca exatos.
2 – A variabilidade das características de resistência e compressibilidade do
maciço de solo em toda a área abrangida pelo estaqueamento.
31

Ou seja, devido a estes fatores, pode-se afirmar que os valores reais de


capacidade de carga do estaqueamento poderiam ser representados numa curva de
distribuição estatística normal, em que a capacidade de carga média é a função
densidade de probabilidade Qméd. Da mesma forma, a variável S representa a
solicitação atuante em cada estaca. Assim, temos que o fator de segurança global
(FS) é definido pela relação entre os valores da capacidade de carga (resistência) e
solicitação.

𝑄𝑚é𝑑
𝐹𝑆 = (14)
𝑆𝑚é𝑑

Sendo que a região de sobreposição entre os gráficos na Figura 7 caracteriza


a densidade de probabilidade de ruína (pf), ou seja, trata-se da região onde a curva
da resistência média (Qméd) apresenta valores inferiores aos valores da curva da
solicitação média (Sméd). Nesse caso, há uma probabilidade alta da estrutura sofrer
um colapso, levando a sua ruína.
Figura 7 - Distribuição normal de valores de resistência e solicitação

Fonte: Cintra e Aoki (2010)

Assim, em razão da inexistência de ferramentas para instrumentação e


monitoramento para avaliar a capacidade de carga durante a execução de cada
estaca de uma fundação ou, pelo menos, de um número estatisticamente
representativo de estacas, é que se torna necessária a realização de provas de
carga estática. Como defende Cintra e Aoki (2010), ignorar os valores reais de
32

capacidade de carga traz uma consequência grave: o desconhecimento do fator de


segurança real da fundação.

2.7.1. Experiência de provas de carga estáticas em estacas hélice


contínua

Com o objetivo de diminuir as incertezas técnicas em relação aos parâmetros


utilizados no projeto de fundações, há, no Brasil, um crescente interesse de
pesquisadores, projetistas e empresas em realizar ensaios de prova de carga
estática, desejando obter o melhor ajuste entre capacidade de carga e esforços
solicitados. Então, alguns autores desenvolveram correlações com base nas provas
de carga, entre ensaios de campo realizados (SPT, SPT-T e CPT) e os métodos
semi-empíricos desenvolvidos para este tipo de estaca. Esses dados podem ser
verificados na Tabela 12.

Tabela 12 - Provas de carga com carregamento vertical à compressão em estacas


hélice continua realizadas no Brasil

Nº de Investi-
Tipo de
provas Tipo de Faixa D gação
Autor (ano) Faixa L (m) carrega-
de solo (m) dispo-
mento
carga nível
Alonso (1996) 5 variado 0,35-0,70 8,59-16,00 L' e R SPT-T
Antunes &
9 variado 0,35-0,70 8,59-23,80 L' e R SPT
Cabral (1996)
Souza &
SPT e
Couso Jr 8 variado 0,60-0,70 11,46-23,80 L' e R
SPT-T
(1997)
Alonso (1997) 5 variado 0,35-0,60 11,46-19,00 L' e R SPT-T
Alonso SPT e
99 variado 0,40-0,60 12,00-16,00 L'; R; M
(2000a) SPT-T
Branco et al.
3 variado 0,40-0,50 12,00-21,00 M SPT-T
(2000)
Kormann et al. 2 argila 0,35 6,00-7,00 - SPT e
33

(2000) CPT
Foti (2001) 1 silte 0,35 7,50 - SPT
Almeida Neto SPT e
3 variado 0,40 10,80-17,50 L'
(2002) SPT-T
SPT e
Alonso (2002) 49 variado 0,40-0,60 12,00-16,00 L'; R; M
SPT-T
Guimarães et
1 silte 0,35 8,60 L' SPT-T
al. (2002)
Sales et al.
1 argila 0,30 16,50 L' SPT
(2002)
Silva et al. SPT e
1 argiloso 0,40 18,50 L'
(2002) CPT
SPT e
Alonso (2004) 54 variado 0,40-0,60 14,00-20,00 L' e M
SPT-T
SPT,
Anjos (2005) 1 variado 0,30 8,00 L' CPT e
DMT
Fonte: Adaptado de Magalhães (2005).

Dentre as informações apresentadas na tabela acima, destacam-se as


pesquisas de Alonso (2000a, 2002 e 2004) em função da quantidade de provas de
carga analisadas (202), fornecendo uma boa sustentação teórica. Além disso, nota-
se que os métodos de Alonso (1996) e Antunes & Cabral (1996), dois dos quais
serão base para o dimensionamento das estacas, foram baseados em apenas 5 e 9
provas de carga, respectivamente.

2.7.2. Ensaio de carga incremental lenta

Para a realização do ensaio de prova de carga estática, há de se decidir qual


forma de aplicação de carga será realizada: carga incremental lenta ou rápida ou
carga cíclica. Conforme Velloso e Lopes (2010) defendem, o ensaio de carga
incremental lenta é o que melhor aproxima-se do carregamento que a estaca terá
sob a estrutura futura nos casos mais correntes, como edifícios, silos, tanques etc.
Além disso, as provas de carga que serão fonte de estudo deste trabalho foram
34

executadas desta forma, assim, nessa revisão bibliográfica será abordado somente
o procedimento de carga incremental lenta.
No ensaio de carga mantida lenta, segundo a NBR 6122, a carga máxima
pretendida no ensaio é definida como sendo duas vezes a carga admissível prevista
no projeto de fundações, no caso de ensaios realizados no início da obra. Durante a
aplicação das cargas, iniciam-se os recalques, gerando um alívio de carga, o que
exige um incremento sistemático. Então é programado estágios de carga com
aumentos sucessivos e iguais a 20% da carga admissível em projeto. Para que o
recalque possa ser considerado estabilizado, a NBR 12131 afirma que o incremento
de recalque lido entre dois tempos sucessivos, com leituras em tempos dobrados (1,
2, 4, 8, 15, 30 min etc.), não ultrapasse 5% do recalque medido naquele estágio de
carga. Assim é feito sucessivamente até atingir o último estágio de carregamento e,
então, deve-se realizar a última estabilização de recalque para, em seguida,
proceder ao descarregamento em quatro estágios, com recalques estabilizados e
duração mínima de 15 minutos (CINTRA E AOKI, 2010).
Ao longo dos estágios de carga, a estaca sofre deformações que são
resultantes principalmente do creep (deformações viscosas) e não do adensamento
(VELLOSO E LOPES, 2010, apud LOPES, 1979, 1985), gerando menores
deformações e maior resistência ao ser cisalhado mais rapidamente graças à
viscosidade do solo. Logo, quanto menor for a velocidade de carregamento e mais
prolongado for o estágio de carga, maiores serão os recalques e menores as
capacidades de carga. De acordo com Sales (1998), o creep trata-se de um
recalque secundário que ocorre por um longo período de anos, depois de ocorrida
toda a dissipação do excesso de poro-pressão no solo e, é causado pela resistência
de contato entre as partículas do solo submetidas a tensões efetivas constantes.
Outros autores definem que o creep ocorre quando o excesso de poropressão já foi
substancialmente dissipado, porém ainda deve existir um pequeno excesso de
poropressão durante o adensamento secundário que faz com que a água percole
pelo solo (CHAGAS, 2014, apud LAMBE E WHITMAN, 1978).
Finalmente, como resultado do ensaio de prova de carga estática, obtem-se a
curva carga (P) x recalque (ρ), sendo P a carga aplicada no topo da estaca e ρ é o
recalque do topo da estaca. Essa curva passa pelos pontos referentes ao final de
cada estágio (recalques estabilizados) e os degraus representam a trajetória de
35

carga entre os estágios de carregamento. Na Figura 8, pode-se visualizar este


gráfico com a representação dos estágios.

Figura 8 - Curva carga x recalque com representação dos estágios de carga

Fonte: Cintra e Aoki (2010).

2.7.3. Montagem e instrumentação do ensaio

Nesse subitem, todas as referências baseiam-se na NBR 12131/2006 –


Estacas – Prova de carga estática – Método de ensaio.
A aplicação do ensaio consiste no que foi explicado no subitem anterior, ou
seja, aplicam-se cargas no topo da estaca em incrementos sucessivos e iguais, até
que seja atingida a ruptura ou carga máxima programada e então é realizado o
descarregamento. O caso de atingir a ruptura seria alcançar a máxima resistência
mobilizável (de atrito e de ponta), com recalques incessantes.
Para o início do ensaio, posiciona-se o macaco hidráulico em um sistema de
ação e reação, o qual é construído em torno da estaca a ser ensaiada, e,
dimensionado para atender a carga máxima pretendida pelo ensaio. Há três tipos
para esse sistema: cargueira, estacas de reação e tirantes.
No sistema de cargueira, uma plataforma com peso, normalmente com
material de obra (areia, água, ferro, etc.) é utilizado como peso morto. Trata-se de
36

um sistema de reação pioneiro e, nos dias atuais, está praticamente em desuso (ver
Figura 9).

Figura 9 - Prova de carga com sistema de cargueira

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

Já o 2º sistema, de estacas de reação, as quais são sempre armadas à


tração, elas são dispostas ao redor da estaca de ensaio e as cargas são transferidas
através de uma viga metálica, formando assim o sistema de reação, conforme Figura
10. Nas provas de carga analisadas neste trabalho, todas são executadas através
desse sistema.
37

Figura 10 - Prova de carga com sistema de estacas de reação

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

Por fim, há o sistema de estacas de reação por tirantes, o qual se assemelha


ao anterior. Porém, os tirantes são dispostos inclinados, presos em uma carapaça e
ancorados no maciço de solo ou rocha. Esse sistema permite a realização de
ensaios com cargas mais elevadas (superiores a 500 toneladas), principalmente se
for realizada a ancoragem em rocha, ver Figura 11.
38

Figura 11 - Prova de carga com sistema de reação por tirantes

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

Outro fator que a NBR 12131 coloca é em relação a distancia mínima de três
vezes o diâmetro da estaca de ensaio entre a estaca de ensaio e cada estaca de
reação. Essa distancia é medida de eixo a eixo e não deve ser inferior a 1,5 m.
Segue-se a mesma prescrição em relação aos bulbos dos tirantes e os apoios das
cargueiras. Para que o ensaio seja realizado com êxito, o sistema de reação e os
dispositivos de aplicação de carga e medida devem ser abrigados por uma espécie
de tenda, para que sejam protegidos de vento, chuva e sol, a fim de reduzir os
efeitos da variação de temperatura.
Sobre os dispositivos de avaliação do ensaio, a NBR 12131 exige, além de
defletômetros com leituras de centésimos de milímetros nas medidas de recalque,
células de carga e manômetros para leituras de carga. O manômetro, que se trata
de um aparelho devidamente aferido e instalado no sistema de alimentação do
macaco hidráulico, faz o monitoramento da carga aplicada em cada estágio assim
como a célula de carga, a qual confere maior exatidão aos valores medidos. Sobre a
célula de carga, a mesma é instrumentada via strain gages, extensômetros elétricos
39

de resistência, o qual apresenta um equipamento indicador de deformações,


realizando a correspondência entre as leituras de deformação e os valores de carga
aplicada, conforme Figura 12.

Figura 12 - Sistema de medição para prova de carga de compressão

Fonte: Velloso e Lopes (2010).

A aplicação da carga se dá através do acionamento da bomba que faz o


êmbolo do macaco hidráulico se movimentar. Então, a viga de reação responde com
uma carga de mesma intensidade e sentido contrário, comprimindo a estaca e
provocando o recalque no seu topo. Logo, como se sabe, há o deslocamento da
estaca gerando um alívio de carga, o que exige reposição para atender ao princípio
de carga mantida durante o estágio. Para cada estágio, são realizadas leituras de
deslocamento por meio dos defletômetros instalados junto à estaca. O recalque da
estaca para aquele tempo de estágio é indicado através da média aritmética das
leituras. Segundo Cintra (2010), a leitura direta no visor dos defletômetros pode ser
substituída por um sistema de aquisição automática de dados LVDTs (linear variable
differential transformers), que fazem a medição do deslocamento linear.
40

2.8. SONDAGEM DE SIMPLES RECONHECIMENTO

Em cada projeto de fundações, deve-se estudar o subsolo em que será


executada a obra, ou seja, deve-se realizar uma investigação geotécnica a fim de
verificar as condições geotécnicas do terreno apresentadas. Já que, diferentemente
de outros materiais da construção civil, como concreto e aço, o solo é um material
natural e, portanto, muito variável quanto à composição, consistência ou
compacidade e comportamento sob carga.
Para realizar a investigação geotécnica, os engenheiros de fundação
brasileiros comumente adotam o SPT (standard penetration test ou sondagem a
percussão) como investigação base para projeto de fundações, conforme Figura 13.
A NBR 6484/2001 regulamenta a investigação e o método de ensaio. Neste
trabalho, a apresentação do SPT se realizará de forma mais simples, a fim de haver
a melhor compreensão do uso do mesmo para a engenharia de fundações no Brasil.

Figura 13 - Execução do ensaio SPT

Fonte: http://www.h3d.com.br/sondagem-metodo-spt (acesso em 24/10/2016)

O ensaio parte de perfurações verticais que são conhecidas como furos de


sondagem. Esses furos são iniciados através de um trado helicoidal, na operação de
tradagem a seco, que possibilita a observação das condições do solo através de um
exame tátil-visual. Conforme a perfuração a trado avança, é possível notar o
aumento da umidade do solo, o qual serve de indício para a possível profundidade
41

do nível d’água (NA), a qual só será confirmada no dia seguinte. O nível d’água é
fundamental no projeto de fundações já que alguns tipos de fundações são
inexequíveis abaixo do NA, o que não é o caso da estaca hélice contínua, fonte de
estudo desse trabalho.
A tradagem a seco limita-se aos primeiros metros do furo e então, passa-se
para o segundo estágio do ensaio, que é a perfuração do solo por meio de
circulação de água. Nessa fase, a sondagem por circulação d’água é feita por um
conjunto de hastes rosqueadas introduzido por dentro do revestimento, que conta
com o trépano, peça cortante em sua ponta inferior, cuja função é desagregar o solo.
A água é bombeada por dentro da haste e retornada à superfície pelo espaço entre
a haste e o revestimento.
Simultaneamente à perfuração, é realizado o ensaio penetrométrico, ou seja,
é cravado um amostrador normalizado (originalmente chamado de Raymond-
Terzaghi, ver Figura 14) por meio de golpes de um peso de 65 kgf caindo de 75 cm
de altura. Anota-se o número de golpes necessários para cravar os 45 cm do
amostrador em 3 conjuntos de golpes para cada 15 cm. O resultado do SPT é a
soma do número de golpes necessário para cravar os 30 cm finais e serve como
uma medida indireta da resistência do solo.
42

Figura 14 - Amostrador padrão NBR 6484

Fonte: www.engenharianota10.com.br/solos-e-fundacoes/sondagem/sondagem-a-
percussao/ (acesso em 27/10/2016)

Por meio desse amostrador, é possível coletar amostras deformadas de


diferentes profundidades, as quais serão encaminhadas a laboratórios para ensaios
de caracterização, nos quais serão identificados: o tipo do solo, a análise
granulométrica, a massa específica dos grãos etc.
De acordo com a NBR 6484, são estabelecidos alguns critérios para a
paralisação da sondagem:
- quando, em 3 m sucessivos, se obtiver 30 golpes para penetração dos 15
cm iniciais do amostrador padrão;
- quando, em 4 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 30
cm iniciais do amostrador padrão;
- quando, em 5 m sucessivos, se obtiver 50 golpes para penetração dos 45
cm do amostrador padrão;
- quando não se observar avanço do amostrador padrão durante a aplicação
de 5 golpes sucessivos do martelo;
43

- quando forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada período de 10


minutos.

2.9. INTRODUÇÃO À GEOTECNIA

Pinto (2006) argumenta que a engenharia geotécnica é uma arte que se


aprimora pela experiência, pela observação e análise do comportamento das obras.
Esse constante aperfeiçoamento da geotecnia deve-se muito as incógnitas que o
solo, e seu comportamento, apresentam. Como Maciel Filho (2007) coloca, o solo é
homogeneamente heterogêneo em razão das peculiaridades que o material mostra
em cada local, podendo haver grandes variações de composição em poucos metros
de distância.

2.9.1. Composição dos solos em relação aos parâmetros k e α

Os solos se originam da decomposição das rochas presentes na crosta


terrestre. Essa decomposição pode se dar de várias maneiras: variações de
temperatura, oxidação, carbonatação, lixiviação etc. O conjunto desses fatores, o
qual se chama de intemperismo, leva à formação dos solos que, consequentemente,
são misturas de partículas pequenas que se diferenciam pelo tamanho e
composição química. A presença de determinadas partículas num solo depende da
composição química da rocha que lhe deu origem (rocha-mãe).
Neste trabalho, será abordado especificamente aos solos argila, silte e areia,
já que, nas sondagens realizadas, foram esses os tipos de solo prospectados in situ.
Nas Tabelas 13 e 14, pode-se visualizar uma rápida descrição sobre cada tipo de
partícula e sua correlação com o índice de resistência a penetração N spt, de acordo
com a NBR 6484/2001.
44

Tabela 13 - Características de cada tipo de partícula

Material Tamanho das partículas Composição mineralógica

Quartzos, feldspatos, magnetita,


Areia de 4,8 mm a 0,05 mm
monasita, zircão, etc.
Material ferruginoso, calcário,
Silte de 0,05 mm a 0,005 mm pseudo-agregados ou agregados
de quartzo e argila, vermiculita, etc.
Caulinitas, ilitas, montmorilonitas,
Argila inferior a 0,005 mm óxidos e hidróxidos de ferro e
alumínio, etc.
Fonte: Adaptado de Maciel Filho (2007).

Tabela 14 – Classificação dos solos quanto a compacidade e consistência

Material Compacidade/Consistência Nspt

Fofa(o) <4
Pouco compactado 5-8
Areias e siltes
Medianamente compacta(o) 9 - 18
arenosos
Compacta(o) 19 - 40
Muito compacta(o) > 40
Muito mole <2
Mole 3-5
Argilas e siltes
Média(o) 6 - 10
argilosos
Rija(o) 11 - 19
Dura(o) > 19
Fonte: NBR 6484/2001

Então, a partir do índice Nspt e do tipo de solo em resistência de ponta e atrito


lateral, é possível fazer correlações a partir dos parâmetros estatísticos K e α para o
método de Aoki-Velloso

𝑄𝑝 = 𝐾. 𝑁𝑠𝑝𝑡 (15)
𝑄𝑙 = 𝛼. 𝑄𝑝 (16)
45

𝛼 = 𝑄𝑓 (17)

Esses parâmetros, de acordo com Lobo (2005), são dependentes do tipo de


solo e variam conforme a composição e consistência do solo ao longo do fuste e na
ponta da estaca. Para areias, o valor de K é maior em relação às argilas devido ao
maior atrito existente entre partículas em função do formato angular dos grãos. No
entanto, o parâmetro α, o qual mostra a relação entre as resistências de ponta e por
atrito lateral, determina que para argilas a resistência lateral pode chegar a 6% do
atrito de ponta em função da coesão existente entre partículas. Enquanto para
areias esse fator não extrapola 3% da resistência de ponta.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo, será abordado a forma e os elementos utilizados para a


realização do estudo de caso, ou seja, como esse foi realizado para que os
resultados da avaliação da capacidade de carga das estacas sejam apresentados no
capítulo 4. Assim, os conceitos apresentados nesse capítulo são os usuais que o
engenharia de fundações brasileira reconhece, visando aproximar o conhecimento
teórico do assunto com a natureza prática do trabalho in situ.

3.1. MATERIAIS

3.1.1. Edificações avaliadas

Neste trabalho foram analisadas quatro edificações, todas construídas na


cidade de Campo Grande-MS. A 1ª edificação, a qual será denominada OBRA 1,
trata-se de um residencial de alto padrão, como pode ser visualizado na Figura 15.
46

Figura 15 – OBRA 1

Fonte: Vanguard Home (2015).

A 2ª obra avaliada e que será denominada OBRA 2 é um conjunto residencial


de alto padrão, como pode ser visto na Figura 16.
47

Figura 16 – OBRA 2

Fonte: Vanguard Home (2015).

A OBRA 3 é um residencial de alto padrão, localizado em Campo Grande-


MS. Na Figura 17 pode-se ver sua disposição arquitetônica.
48

Figura 17 – OBRA 3

Fonte: Vanguard Home (2016).

A OBRA 4 é um residencial de alto padrão que pode ser visualizado na Figura


18.
49

Figura 18 – OBRA 4

Fonte: Brookfield Incorporações (2015).

3.1.2. Geologia do local

Todas as obras estão localizadas na cidade de Campo Grande - MS. Assim


sendo, de acordo com a Carta Geotécnica da Prefeitura de Campo Grande, estão
situadas na borda oeste da Formação Serra Geral, a qual foi constituída por uma
sequência de derrames basálticos. A partir desses derrames, formaram-se solos
como o latossolo vermelho escuro, latossolo roxo, areias quartzosas e solos litóicos.
Logo, há grandes diferenças de solos ao longo de toda a cidade. A Figura 19 mostra
a Carta Geotécnica para a ocupação urbana de Campo Grande.
50

Figura 19 - Carta Geotécnica de Campo

Fonte: Prefeitura de Campo Grande.

Na figura 19 é possível visualizar as três unidades homogêneas principais


representadas pelas cores verde, amarelo e rosa. Cada uma dessas unidades
apresenta solos bem diferentes das demais, o que resulta em mudanças de
aspectos como a permeabilidade do solo, erodibilidade, nível da água no solo e
presença de camadas de matacão de basalto e lentes de arenito.
Consequentemente, essa heterogeneidade demanda cuidados com o
dimensionamento das fundações e avaliação da capacidade de suporte. Além disso,
há indicações por meio de flechas de onde estão localizadas as obras que são fonte
de estudo desse trabalho.
51

3.1.3. Investigações geotécnicas

Como citado na seção 2.8, o SPT é o ensaio base para projeto de fundações
no Brasil. O mesmo reproduz a variabilidade do maciço ao longo da profundidade,
classificando o solo em função de características como compacidade ou
consistência, resistência à penetração e outras descrições visuais e táteis.
Em cada uma das obras analisadas, foram realizados diversos furos de
sondagem, a fim de classificar o solo para o futuro dimensionamento da capacidade
de carga das estacas. Todas as sondagens realizadas, em todas em obras, estão de
acordo com o que a NBR 6484 – Sondagens de simples reconhecimento com SPT –
prescreve. Ou seja, a cada metro perfurado, foi realizado o ensaio de penetração
dinâmica, verificando o número de golpes necessários para fazer o barrilete
amostrador padrão penetrar 45 cm no terreno. A classificação da consistência das
argilas ou da compacidade das areias é definida pelo número de golpes necessários
(Nspt) à penetração do amostrador nos 30 cm finais. Todas as perfurações foram
executadas a trado ou por circulação de água, conforme a natureza do solo, e foram
protegidas por um tubo de revestimento de 63,5 mm de diâmetro nominal. Além
disso, em cada furo foi anotado o nível do lençol freático 24h após o término da
sondagem.
Na OBRA 1, foram realizados 21 furos de sondagem no solo, totalizando
495,43 m perfurados. Nessa obra não foi disponibilizada a locação dos furos de
sondagem. Assim, avaliam-se os 21 furos realizados na OBRA 1 e tem-se algumas
considerações:
- A 1ª camada é composta por areia fofa a pouco compacta, de cor marrom e
varia de 0 a 14 m, em média.
- Em todos os boletins de sondagem, em profundidades de 14 a 18 m há
camadas de argila plástica, de consistência rija a média, com cor marrom ou marrom
esbranquiçada.
- A camada final prospectada é composta por solos de alteração como o silte
argilo-arenoso, rijo a duro, marrom variegado e alterações de basalto areno-siltoso,
muito compacto.
- O limite das investigações variou entre 20,45 e 24,20 m.
- O nível de água no solo varia de 4,78 m a 5,60 m, sendo que na sondagem
adotada ele encontra-se em 5,38 m.
52

Com a análise de todos os perfis das sondagens, chega-se a conclusão que o


perfil mais representativo da estratigrafia do solo é o SP-06. Além disso, esse furo
localiza-se na região central do terreno, que o aproxima do local onde se supõe que
foi realizada a prova de carga, a qual não foi referenciada. Nas Figuras 20 e 21,
verificam-se os boletins de sondagem SPT referente ao furo de sondagem 06.
53

Figura 20 - Sondagem adotada OBRA 1 – página 1.

ĸ = 7,3 kgf/cm²

α = 2,1 %

ĸ = 2,5 kgf/cm²

α = 5,5 %

Fonte: Adaptado de Mello Vieira Fundações (2011).


54

Figura 21 - Sondagem adotada OBRA 1 – página 2

ĸ = 4,0
kgf/cm²

α = 3,3 %

ĸ = 7,2
kgf/cm²

α = 2,1 %

Fonte: Adaptado de Mello Vieira Fundações (2011).


55

Para a OBRA 2, foram realizados 20 furos de sondagem no solo, totalizando


670,00 m perfurados. Nessa obra não foi disponibilizada a locação dos furos de
sondagem. A partir de todos os dados recolhidos através das sondagens, podemos
abordar certos tópicos:
- O subsolo local é homogêneo, todas as sondagens apresentaram camadas
de areia siltosas, variando somente a sua compacidade, de fofa à muito compacta
conforme aumenta a profundidade.
- Todas as camadas são uniformes também em relação à coloração,
usualmente vermelha. Isso nos leva a crer que se trata de solos residuais.
- O limite das sondagens variou entre 32,45 e 34,45 m.
- O nível de água no perfil do furo varia de 18,00 m a 18,50 m no dia da
perfuração, sendo que na sondagem adotada ele encontra-se em 18,10 m.
Assim, dentre todos os furos, o SP-09 será o adotado para o
dimensionamento das estacas em função de ser um furo que representa uma média
em relação as demais sondagens. Nas figuras 22 e 23 é possível verificar a
sondagem relativa ao SP-09.
56

Figura 22 - Sondagem adotada OBRA 2 – página 1

ĸ = 6,8 kgf/cm²

α = 2,3 %

ĸ = 6,8
kgf/cm²

α = 2,3 %

Fonte: Adaptado de Funsolos (2012).


57

Figura 23 - Sondagem adotada OBRA 2 – página 2

ĸ = 6,8 kgf/cm²

α = 2,3 %

ĸ = 6,8 kgf/cm²

α = 2,3 %

Fonte: Adaptado de Funsolos (2012).

Na OBRA 3 foram realizados 20 furos de sondagem no solo, totalizando


510,00 m perfurados. Nessa obra não foi disponibilizada a locação dos furos de
58

sondagem. A partir de todos os dados recolhidos através das sondagens, pode-se


inferir os seguintes tópicos:
- Camadas de areia siltosa predominam na estratigrafia do solo, sendo que as
mesmas variam de fofa a compacta, sempre mantendo o tom avermelhado da
amostra.
- Em algumas sondagens há o aparecimento de camadas de areia silto
argilosa variegada, o que indica uma maior plasticidade do solo nessas camadas.
- Na cota 20m, é uniforme a presença de uma camada de silte argilo arenoso
duro variegado, o que aponta uma redução dos parâmetros ĸ e α.
- O limite das sondagens variou entre 25,45 a 26,45 m.
- O nível de água no solo varia de 5,60 m a 6,40 m no dia da perfuração,
sendo que na sondagem adotada ele encontra-se em 6,15 m.
Assim, dentre todos os furos, o SP-13 será o adotado para o
dimensionamento das estacas em função de ser um furo que representa uma boa
média do solo em relação a todos. Na figura 24 é possível verificar a sondagem
relativa ao SP-13.
59

Figura 24 - Sondagem adotada OBRA 3 – página 1

ĸ = 6,8 kgf/cm²

α = 2,3 %

ĸ = 4,0
kgf/cm²

α = 3,3 %

Fonte: Adaptado de Funsolos (2011).

Na OBRA 4 foram realizados 8 furos de sondagem no solo, totalizando 177,6


m perfurados. Nessa obra não foi disponibilizada a locação dos furos de sondagem.
60

A partir de todos os dados recolhidos através das sondagens, pode-se abordar


certos tópicos:
- As primeiras camadas do solo são de areia siltosa variando de fofa a pouco
compacta, em tons avermelhados.
- Logo abaixo, há sondagens que apresentam camadas de silte arenoso e
outras de silte argiloso, indicando uma uniformidade da fração silte no solo. Essas
camadas apresentam coloração variegada.
- O limite das sondagens variou de 19,45 a 23,45 m.
- O nível de água no solo varia de 6,94 m a 9,10 m no dia da perfuração,
sendo que na sondagem adotada ele encontra-se em 8,70 m.
Assim, dentre todos os furos, o SP-04A será o adotado para o
dimensionamento das estacas em função de ser um furo que representa uma boa
média do solo em relação a todos. Na figura 25 é possível verificar a sondagem
relativa ao SP-04A.
61

Figura 25 - Sondagem adotada OBRA 4 – página 1

ĸ = 6,8 kgf/cm²

α = 2,3 %

ĸ = 3,2
kgf/cm²

α = 3,6 %

Fonte: Adaptado de Funsolos (2011).


62

3.1.4. Prova de carga estática

Assim como explicado na seção 2.7 deste trabalho, a execução do ensaio,


regulado pela NBR 12131 – Prova de carga estática – Método de ensaio, é feita
através de aplicação de carga no topo da estaca em estágios sucessivos e iguais,
até que se atinja a ruptura (recalques incessantes) ou a carga máxima programada e
então é realizado o descarregamento. O objetivo desse ensaio é avaliar o
comportamento da estaca a partir dessas cargas e então estimar a sua capacidade
de carga.
Em todas as obras analisadas, o ensaio realizado foi do tipo estático lento a
compressão. Para esses ensaios, adotou-se como sistema de reação para a estaca
ensaiada, com uma viga metálica de 7,5 metros de comprimento, 1,2 metros de
altura e 0,9 metros de espessura. Ancoragem feita com mono-barras rosqueadas,
que estavam soldadas em barras de aço comum, concretadas no interior de estacas
hélices, sendo duas estacas em cada extremidade da viga, conforme pode ser visto
na figura 26.

Figura 26 - Sistema de reação da estaca ensaiada

Fonte: Funsolos (2013).


63

A aplicação das cargas se deu através do macaco hidráulico, o qual reage


tracionando a viga metálica e comprimindo o bloco de coroamento da estaca
ensaiada. Para a avaliação dos deslocamentos, junto ao bloco de coroamento são
colocados quatro extensômetros, os quais, devidamente aferidos, medem os
recalques ao longo do ensaio. Na figura 27, eles podem ser visualizados sobre vigas
metálicas, devidamente calibrados, junto ao sistema de ensaio.

Figura 27 - Bloco de coroamento e extensômetros devidamente aferidos

Fonte: Funsolos (2013).

Para a OBRA 1, na qual a estaca ensaiada é do tipo hélice contínua, com 24


m de comprimento, diâmetro nominal de 0,6 m e de carga de trabalho de 150 tf, o
carregamento foi iniciado por uma carga de contato de 98,073 kN (10 tf), passando-
se a seguir a um carregamento correspondente a 235,36 kN (24 tf). Os demais
estágios foram incrementados também com um carregamento correspondente a
235,36 kN (24 tf), sempre em relação ao estágio anterior. Os ensaios foram
conduzidos até se atingir uma carga correspondente a no mínimo 1,6 vezes a carga
de trabalho do elemento ensaiado. De acordo com a Funsolos, empresa executora
do ensaio, após a estabilização dos deslocamentos no ultimo estágio, devido a alta
64

rigidez apresentada pela estaca e consequentemente baixo deslocamento, optou-se


por não manter o carregamento final pelo período de 12 horas, sendo o ensaio
descarregado em quatro estágios. Na figura 28, pode-se visualizar o gráfico curva x
recalque da estaca ensaiada. A carga máxima aplicada foi de aproximadamente
2354 kN e resultou em um recalque de 5,0 mm, equivalente a 1,6 vezes a carga de
trabalho.

Figura 28 - Curva carga x recalque OBRA 1

Fonte: Funsolos (2013).

Para a OBRA 2, na qual a estaca ensaiada é do tipo hélice contínua, com 27


m de comprimento, diâmetro nominal de 0,8 m e de carga de trabalho de 187,3 tf, o
carregamento foi iniciado por uma carga de contato de 98,1 kN (10 tf), passando-se
a seguir a um carregamento correspondente a 294,3 kN (30 tf). Os demais estágios
foram incrementados também com um carregamento correspondente a 294,3 kN (30
tf), sempre em relação ao estágio anterior. O ensaio foi conduzido até se atingir uma
carga correspondente a 2354,4 kN (240 tf). A empresa executora destaca que na
tentativa de se aplicar o estágio correspondente a carga de 2648,7 kN (270 tf)
65

ocorreu a ruptura de um dos sistemas de ancoragem o que impossibilitou a


continuidade do ensaio, assim como o monitoramento de seu descarregamento. Na
figura 29, pode-se visualizar o gráfico Curva x Recalque da estaca ensaiada. A
carga máxima aplicada foi de aproximadamente 2354,4 kN e resultou em um
recalque de 2,14 mm, equivalente a 1,28 vezes a carga de trabalho.

Figura 29 - Curva carga x recalque OBRA 2

Fonte: Funsolos (2014).

Para a OBRA 3, na qual a estaca ensaiada é do tipo hélice contínua, com 19


m de comprimento, diâmetro nominal de 0,4 m e de carga de trabalho de 50,0 tf, o
carregamento foi iniciado por uma carga de contato de 98,1 kN (10 tf), passando-se
a seguir a um carregamento correspondente a 98,1 kN (10 tf). Os demais estágios
foram incrementados também com um carregamento equivalente a 98,1 kN (10 tf),
sempre em relação ao estágio anterior. Na figura 30, pode-se visualizar o gráfico
curva x recalque da estaca ensaiada. A carga máxima aplicada foi de
aproximadamente 981 kN e resultou em um recalque de 8,51 mm, equivalente a 2,0
vezes a carga de trabalho.
66

Figura 30 - Curva carga x recalque OBRA 3

Fonte: Funsolos (2014).

Para a OBRA 4, na qual a estaca ensaiada é do tipo hélice contínua, com 22


m de comprimento, diâmetro nominal de 0,4 m e de carga de trabalho de 75,0 tf, o
carregamento foi iniciado por uma carga de contato de 49,03 kN (5 tf), passando-se
a seguir a um carregamento correspondente a 147,15 kN (15 tf). Os demais estágios
foram incrementados também com um carregamento correspondente a 147,15 kN
(15 tf), sempre em relação ao estágio anterior. De acordo com a empresa executora
do ensaio, após a estabilização dos deslocamentos no ultimo estágio, devido a alta
rigidez apresentada pela estaca e consequentemente baixo deslocamento, optou-se
por não manter o carregamento final pelo período de 12 horas, sendo o ensaio
descarregado em cinco estágios. Na figura 31, pode-se visualizar o gráfico curva x
recalque da estaca ensaiada. A carga máxima aplicada foi de aproximadamente
1471 kN e resultou em um recalque de 5,3 mm, equivalente a 2,0 vezes a carga de
trabalho.
67

Figura 31 - Curva carga x recalque OBRA 4

Fonte: Funsolos (2013).

A Tabela 15 apresenta o resumo dos diâmetros das estacas utilizadas em


cada obra, juntamente com a capacidade de carga de trabalho estimada pelos
projetistas, o carregamento máximo aplicado em cada prova de carga e os
recalques.

Tabela 15 – Resumo das capacidades de carga obtidas


Obra Diâmetro (cm) Carga de Carga máxima Recalque
trabalho (kN) aplicada máximo (mm)
ensaio (kN)
OBRA 1 60 1500 2354 5,0
OBRA 2 80 1873 2354,4 2,14
OBRA 3 40 500 981 8,51
OBRA 4 40 750 1471 5,3
68

3.2. CÁLCULO DA CAPACIDADE DE CARGA

Conforme demonstrado no capítulo 2 deste trabalho, há alguns métodos


semi-empíricos para o dimensionamento das estacas hélice contínua. Por definição
do autor, foram selecionados os métodos de Aoki-Velloso (1975), Décourt-
Quaresma (1996), esses dois em função do uso corrente na engenharia de
fundações brasileira, Vorcaro-Velloso (2000) e Antunes e Cabral (1996), esses
últimos em razão de haverem sido desenvolvidos para estacas hélice contínua.
Para o cálculo da capacidade de carga em todas as estacas, os valores de
Nspt maiores que 50 foram considerados 50. Além disso, os valores de ĸ, α, F1 e F2
utilizados no método de Aoki-Velloso foram todos adotados a partir do
desenvolvimento realizado por Monteiro (1997). Sobre o método de Decourt-
Quaresma, alguns fatores necessários, como α, C e β, são oriundos das tabelas 7, 9
e 10 deste trabalho. No método de Vorcaro-Velloso, o valor de NL provem da média
dos Nspt ao longo do fuste. Já no método de Antunes e Cabral, os fatores β’1 e β’2
são retirados da tabela 11, sendo o primeiro fator expresso em porcentagem e o
segundo em kgf/cm².
69

4. RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os cálculos advindos do dimensionamento


proposto para as estacas. Cabe ressaltar que muitos parâmetros foram adotados
conforme explicado no subitem 3.2 e com base na bibliografia já citada, em função
do grau de empirismo ainda presente nos métodos de dimensionamento adotados
no Brasil.

4.1. CÁLCULOS DA CAPACIDADE DE CARGA

A seguir são apresentados os resultados da capacidade de carga das estacas


das obras 1 a 4. Foram utilizados os métodos de cálculos propostos por Aoki-
Velloso, Decourt-Quaresma, Vorcaro-Velloso e Antunes e Cabral e não foram
aplicados fatores de segurança aos resultados obtidos.

4.1.1. Resultados na obra 1

A partir do SPT apresentado nas figuras 20 e 21, as quais representam o furo


de sondagem adotado para o dimensionamento da estaca na OBRA 1, inicia-se o
cálculo da capacidade de carga. Foram adotadas as mesmas dimensões da estaca
teste, ou seja, comprimento de 24 m e diâmetro nominal de 0,6 m, resultando em
uma área de 0,2827 m² e um perímetro de 1,8849 m. Assim, procede-se o
dimensionamento conforme os quatro métodos apresentados nesse trabalho:

- Método de Aoki-Velloso
Adotando a equação 4 para o início do dimensionamento, temos que:

𝜅. 𝑁 𝑈
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝐴. + Σ 𝛼. 𝜅. 𝑁. Δ𝑙
𝐹1 𝐹2

Logo, adotando ĸ e α de acordo com a Tabela 5 e os fatores F1 e F2


conforme Tabela 6, tem-se:
70

Qult =
0,39.50 1,8849
0,2827. + Σ (0,72.0,021.3.15 + 0,25.0,055.11.1 + 0,25.0,055.20,33.3 +
3,0 3,8

0,39.0,032.21.1 + 0,39.0,032.24.3 + 0,72.0,021.50.1) (18)

Assim, temos que:

𝑄𝑝.𝑢𝑙𝑡 = 1837,55 𝑘𝑁 (19)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 1779,20 𝑘𝑁 (20)
Resultando em:

𝑄𝑡𝑜𝑡 = 3616,75 𝑘𝑁 (21)

- Método de Décourt-Quaresma
Adotando a Equação 8 para o início do dimensionamento, tem-se que

𝑁𝐿
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 𝛼. 𝐶. 𝑁𝑃 . 𝐴𝑃 + 𝛽. 10 ( + 1) . 𝑈. 𝐿
3
Sendo que:

33+50+50
𝑁𝑝 = = 44,33 (22)
3

Assim, temos que:

10,83
𝑄𝑢𝑙𝑡 = 0,3.225.44,33.0,2827 + 1.10 ( + 1) . 45,24 (23)
3

Logo,

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 845,92 𝑘𝑁 (24)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 2085,56 𝑘𝑁 (25)
Resultando em
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 2931,48 𝑘𝑁 (26)

- Método de Vorcaro-Velloso

Adotando a Equação 9 para o início do dimensionamento, tem-se que:


71

𝑄𝐸𝑆𝑇 = 𝑒 1,96𝑙𝑛𝑋𝑃 −0,34𝑙𝑛𝑋𝑃. 𝑙𝑛𝑋𝐹+1,36𝑙𝑛𝑋𝐹

Sendo que XP e XF são calculados a partir das Equações 10 e 11:

𝑋𝑃 = 𝐴. 𝑁𝑝
𝑋𝐹 = 𝑈 Σ 𝑁𝐿

Logo, temos que:

𝑋𝑃 = 0,2827.50 = 14,135 (27)


𝑋𝐹 = 1,8849 𝛴 (10,83). 24 = 489,92 (28)
assim,
𝑄𝐸𝑆𝑇 = 𝑒 1,96.𝑙𝑛14,135−0,34.𝑙𝑛14,135.𝑙𝑛489,92+1,36.𝑙𝑛489,92 (29)
𝑄𝐸𝑆𝑇 = 𝑒 8,036 = 3090,23 𝑘𝑁 (30)

- Método de Antunes e Cabral


Adotando a Equação 12 para o calculo em relação à resistência lateral, tem-
se que:

𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 𝑈 Σ (𝑁. 𝛽 ′1 ). Δ𝑙

Logo,

𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 1,8849 Σ (3.4.15 + 11.3.1 + 20,33.2,5.3 + 21.3.1 + 24.3,2.3 + 50.5.1)

𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 1713,14 𝑘𝑁 (31)

Além disso, adotamos a Equação 13 para o calculo em relação à resistência


de ponta, a qual segue abaixo:

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 𝐴𝑏 . 𝛽′2 . 𝑁𝑝 ; 𝛽′2 . 𝑁𝑝 ≤ 40 𝑘𝑔𝑓/𝑚²


72

Como 𝛽′2 . 𝑁𝑝 = 125 𝑘𝑔𝑓/𝑚², adotamos 40 kgf/m² como limite.


Assim,

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 0,2827.40 = 11,308 𝑘𝑔𝑓 = 1130,80 𝑘𝑁 (32)

Assim, temos que a resistência total é:

𝑄𝑡𝑜𝑡 = 1130,80 + 1713,14 = 2843,94 𝑘𝑁 (33)

4.1.2. Resultados da obra 2

A partir do SPT apresentado nas Figuras 22 e 23 deste trabalho, as quais


representam o furo de sondagem adotado para o dimensionamento da estaca na
OBRA 2, inicia-se o cálculo da capacidade de carga. Foram adotadas as mesmas
dimensões da estaca teste, ou seja, comprimento de 27 m e diâmetro nominal de 0,8
m, resultando em uma área de 0,5026 m² e um perímetro de 2,5133 m. Assim,
procede-se o dimensionamento conforme os quatro métodos apresentados nesse
trabalho. Por decisão do autor, serão apresentados somente os resultados finais dos
cálculos da capacidade de suporte da estaca já que os métodos de cálculos são
idênticos aos adotados em relação à OBRA 1.

- Método de Aoki-Velloso

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 4489,89 𝑘𝑁 (34)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 2823,41 𝑘𝑁 (35)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 7313,3 𝑘𝑁 (36)

- Método de Decourt-Quaresma
𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 1658,73 𝑘𝑁 (37)
𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 2999,41 𝑘𝑁 (38)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 4658,14 𝑘𝑁 (39)

- Método de Vorcaro-Velloso
73

𝑄𝐸𝑆𝑇 = 3294,47 𝑘𝑁 (40)

- Método de Antunes e Cabral


𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 2010,4 𝑘𝑁 (41)
𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 2784,94 𝑘𝑁 (42)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 4795,34 𝑘𝑁 (43)

4.1.3. Resultados da obra 3

A partir do SPT apresentado na Figura 24 deste trabalho, a qual representa o


furo de sondagem adotado para o dimensionamento da estaca na OBRA 3, inicia-se
o cálculo da capacidade de carga. Foram adotadas as mesmas dimensões da
estaca teste, ou seja, comprimento de 19 m e diâmetro nominal de 0,4 m, resultando
em uma área de 0,1257 m² e um perímetro de 1,2566 m. Assim, procede-se o
dimensionamento conforme os quatro métodos apresentados nesse trabalho. Por
decisão do autor, assim como na OBRA 2, serão apresentados somente os
resultados finais dos cálculos da capacidade de suporte da estaca.

- Método de Aoki-Velloso

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 533,39 𝑘𝑁 (44)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 560,59 𝑘𝑁 (45)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 1093,98 𝑘𝑁 (46)

- Método de Decourt-Quaresma

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 214,88 𝑘𝑁 (47)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 699,39 𝑘𝑁 (48)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 914,27 𝑘𝑁 (49)

- Método de Vorcaro-Velloso

𝑄𝐸𝑆𝑇 = 1043,15 𝑘𝑁 (50)


74

- Método de Antunes e Cabral

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 477,51 𝑘𝑁 (51)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 552,95 𝑘𝑁 (52)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 1030,46 𝑘𝑁 (53)

4.1.4. Resultados da obra 4

A partir do SPT apresentado na Figura 25 deste trabalho, a qual representa o


furo de sondagem adotado para o dimensionamento da estaca na OBRA 4, inicia-se
o cálculo da capacidade de carga. Foram adotadas as mesmas dimensões da
estaca teste, ou seja, comprimento de 22 m e diâmetro nominal de 0,4 m, resultando
em uma área de 0,1257 m² e um perímetro de 1,2566 m. Assim, procede-se o
dimensionamento conforme os quatro métodos apresentados nesse trabalho. Por
decisão do autor, assim como nas obras 2 e 3, serão apresentados somente os
resultados finais dos cálculos da capacidade de suporte da estaca.

- Método de Aoki-Velloso

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 549,55 𝑘𝑁 (54)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 984,29 𝑘𝑁 (55)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 1533,84 𝑘𝑁 (56)

- Método de Decourt-Quaresma

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 309,12 𝑘𝑁 (57)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 1247,94 𝑘𝑁 (58)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 1557,06 𝑘𝑁 (59)

- Método de Vorcaro-Velloso

𝑄𝐸𝑆𝑇 = 2368,47 𝑘𝑁 (60)


75

- Método de Antunes e Cabral

𝑄𝑝,𝑢𝑙𝑡 = 502,64 𝑘𝑁 (61)


𝑄𝑙,𝑢𝑙𝑡 = 728,45 𝑘𝑁 (62)
𝑄𝑡𝑜𝑡 = 1231,09 𝑘𝑁 (63)

4.2. COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS

4.2.1. Obra 1

Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 1) e 4.1.1 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresentam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral com fatores de segurança aplicados e as mesmas estão apresentadas no
gráfico da figura 32. Nessa figura, só aparece a distinção das capacidades de carga
para os métodos de Aoki-Velloso, Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há
essa abordagem para o método de Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores
de segurança parciais. Na figura 32, todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e
os FS parciais laterais são de 1,3.
76

Figura 32 – Capacidades de carga de ponta e lateral com fatores de segurança


parciais aplicados - OBRA 1

Na figura 32, visualiza-se que há uma certa uniformidade na distribuição dos


carregamentos entre os métodos, ou seja, a capacidade de carga lateral com o FS
parcial aplicado é, em geral, de duas a quatro vezes maior que a capacidade de
carga de ponta. Essa questão justifica-se em função do FS parcial aplicado para a
carga de ponta ser 4,0, enquanto o FS parcial para carga lateral é somente de 1,3.
Na figura 33 são avaliadas as capacidades de carga das estacas com os
fatores de segurança globais aplicados. Para todos os métodos adotou-se um FS
global de 2,0
77

Figura 33 - Capacidade de carga OBRA 1 com fator de segurança global aplicado

Na figura 33, pode-se visualizar o gráfico da capacidade de carga relativo à


OBRA 1. A linha tracejada indica a carga de trabalho da estaca, ou seja, a
solicitação característica admissível em projeto, que nesse caso é 1500 kN. Em
projetos de fundação, é usual adotar o fator de segurança global (FS global) igual a
2,0. Então, aplicando este fator de segurança nas cargas últimas resultantes da
seção 4.1.1, chegou-se a conclusão que essas cargas admissíveis (Qk) calculadas
são tão próximas da solicitação de projeto que não há formas de reestruturar esse
dimensionamento, ou seja, torná-lo mais econômico ou propor uma nova avaliação
dos parâmetros adotados em cálculo para a estaca em estudo.
Como pode ser visto no gráfico da Figura 33, os quatro métodos de cálculo
aproximam-se do valor estipulado (1500 kN), variando menos de 400 kN entre o
método com a maior capacidade de carga (Aoki-Velloso) para o método com a
menor capacidade (Antunes e Cabral). Dada a imprevisibilidade presente na
engenharia de fundações e a baixa diferença entre os valores obtidos através dos
métodos, sugere-se, neste caso, que não se faça alterações na proposição
estrutural dessa estaca.
A figura 34 apresenta os resultados obtidos com a aplicação dos fatores de
segurança parciais. Para todos os métodos foram adotados FS parciais de 4,0 para
carga de ponta e 1,3 para carga lateral. O método Vorcaro-Velloso não admite
fatores de segurança parciais.
78

Figura 34 - Capacidade de carga OBRA 1 com fator de segurança parcial aplicado

Da mesma forma, utilizando os fatores de segurança parciais (1,3 para carga


lateral e 4,0 para carga de ponta) chegou-se em resultados satisfatórios em relação
à solicitação de projeto, como pode ser visto na figura 34. Em todos os métodos
disponíveis para essa avaliação, as cargas admissíveis calculadas ficaram entre 100
e 300 kN, o que ratifica que para uma solicitação tão grande (1500 kN), essas
diferenças se mostram extremamente aceitáveis.

4.2.2. Obra 2

Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 2) e 4.1.2 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresenktam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral e as mesmas estão apresentadas no gráfico da figura 35. Nessa figura, só
aparece a distinção das capacidades de carga para os métodos de Aoki-Velloso,
Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há essa abordagem para o método de
Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores de segurança parciais. Na figura 35,
todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e os FS parciais laterais são de 1,3.
79

Figura 35 – Capacidades de carga de ponta e lateral com fatores de segurança


parciais aplicados - OBRA 2

Na figura 35, visualiza-se que há uma certa uniformidade na distribuição dos


carregamentos entre os métodos, ou seja, a capacidade de carga lateral com o FS
parcial aplicado é, em geral, de duas a quatro vezes maior que a capacidade de
carga de ponta. Essa questão justifica-se em função do FS parcial aplicado para a
carga de ponta ser 4,0, enquanto o FS parcial para carga lateral é somente de 1,3.
Adotam-se diferentes FS parciais pois, como coloca Velloso e Lopes (2010), quanto
maiores forem as incertezas na determinação de uma determinada característica,
maior deve ser o seu fator de segurança.
Na figura 36 são avaliadas as capacidades de carga das estacas com os
fatores de segurança globais aplicados. Para todos os métodos adotou-se um FS
global de 2,0.
80

Figura 36 - Capacidade de carga OBRA 2 com fator de segurança global aplicado

4000
Carga Admissível (kN)
3000

2000

1000

0
Métodos de Cálculo

Aoki-Velloso
Decourt-Quaresma
Vorcaro-Velloso
Antunes e Cabral
Carga Máxima Aplicada na Prova de Carga

Na figura 36, pode-se visualizar o gráfico da capacidade de carga relativo à


OBRA 2. A linha tracejada indica a carga de trabalho da estaca, ou seja, a
solicitação característica admissível em projeto, que nesse caso é 1873 kN. Em
projetos de fundação, é usual adotar o fator de segurança global (FS global) igual a
2,0. Então, aplicando este fator de segurança nas cargas últimas resultantes da
seção 4.1.2, chegou-se a conclusão que por mais que as cargas admissíveis (Qk)
estejam a até 95% maiores que a solicitação de projeto, como no caso da estaca
dimensionada a partir do método de Aoki-Velloso, isso deve-se a elevada resistência
de ponta. Essa, que foi testada com o diâmetro de 80cm, contribui muito em função
de ser diretamente proporcional a capacidade de carga. Se caso a mesma estaca
fosse dimensionada com 60 cm de diâmetro, a capacidade de carga, com o FS
global aplicado, seria 63% menor, aproximando-se do valor da carga de trabalho.
A figura 37 apresenta os resultados obtidos com a aplicação dos fatores de
segurança parciais. Para todos os métodos foram adotados FS parciais de 4,0 para
carga de ponta e 1,3 para carga lateral. O método Vorcaro-Velloso não admite
fatores de segurança parciais.
81

Figura 37 - Capacidade de carga OBRA 2 com fator de segurança parcial aplicado

Assim como para o FS global, aplicando o fator de segurança parcial,


revelam-se disparidades entre a capacidade de carga calculada e a carga de
trabalho, chegando à 76% de diferença entre ambas, como visto na figura 37. Se
caso fosse realizado o mesmo teste proposto para o FS global, reduzindo o diâmetro
da estaca de 80 para 60 cm, a capacidade de carga decrescia 55%, tornando-a
ajustada à carga de trabalho solicitada em projeto.

4.2.3. Obra 3

Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 3) e 4.1.3 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresentam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral e as mesmas estão apresentadas no gráfico da figura 38. Nessa figura, só
aparece a distinção das capacidades de carga para os métodos de Aoki-Velloso,
Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há essa abordagem para o método de
Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores de segurança parciais. Na figura 38,
todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e os FS parciais laterais são de 1,3.
82

Figura 38 – Capacidades de carga de ponta e lateral com fatores de segurança


parciais aplicados - OBRA 3

Na figura 38, visualiza-se que há uma certa uniformidade na distribuição dos


carregamentos entre os métodos, ou seja, a capacidade de carga lateral com o FS
parcial aplicado é, em geral, de duas a quatro vezes maior que a capacidade de
carga de ponta. Essa questão justifica-se em função do FS parcial aplicado para a
carga de ponta ser 4,0, enquanto o FS parcial para carga lateral é somente de 1,3.
Adotam-se diferentes FS parciais pois, como coloca Velloso e Lopes (2010), quanto
maiores forem as incertezas na determinação de uma determinada característica,
maior deve ser o seu fator de segurança.
Na figura 39 são avaliadas as capacidades de carga das estacas com os
fatores de segurança globais aplicados. Para todos os métodos adotou-se um FS
global de 2,0.
83

Figura 39 - Capacidade de carga OBRA 3 com fator de segurança global aplicado

Na figura 39, pode-se visualizar o gráfico da capacidade de carga relativo à


OBRA 3. A linha tracejada indica a carga de trabalho da estaca, ou seja, a
solicitação característica admissível em projeto, que nesse caso é 500 kN. Em
projetos de fundação, é usual adotar o fator de segurança global (FS global) igual a
2,0. Então, aplicando este fator de segurança nas cargas últimas resultantes da
seção 4.1.3, chegou-se a conclusão que essas cargas admissíveis (Qk) calculadas
são tão próximas da solicitação de projeto que não há formas de reestruturar esse
dimensionamento, ou seja, torná-lo mais econômico ou propor uma nova avaliação
dos parâmetros adotados em cálculo para a estaca em estudo.
Como pode ser visto no gráfico da figura 39, os quatro métodos de cálculo
aproximam-se do valor estipulado (500 kN), variando menos de 100 kN entre o
método com a maior capacidade de carga (Aoki-Velloso) para o método com a
menor capacidade (Decourt-Quaresma). Dada a imprevisibilidade presente na
engenharia de fundações e a baixa diferença entre os valores obtidos através dos
métodos, sugere-se, neste caso, que não se faça alterações na proposição
estrutural dessa estaca.
A figura 40 apresenta os resultados obtidos com a aplicação dos fatores de
segurança parciais. Para todos os métodos foram adotados FS parciais de 4,0 para
84

carga de ponta e 1,3 para carga lateral. O método Vorcaro-Velloso não admite
fatores de segurança parciais.

Figura 40 - Capacidade de carga OBRA 3 com fator de segurança parcial aplicado

Da mesma forma, utilizando os fatores de segurança parciais (1,3 para carga


lateral e 4,0 para carga de ponta) chegou-se em resultados satisfatórios em relação
à solicitação de projeto, como visto na figura 40. Em todos os métodos disponíveis
para essa avaliação, as cargas admissíveis calculadas ficaram entre 40 e 100 kN
acima da solicitação de projeto, o que ratifica que para uma carga de trabalho de
500 kN, essas diferenças se mostram extremamente aceitáveis.

4.2.4. Obra 4

Conforme os estudos realizados a partir dos dados obtidos nas seções 3.1.3
(SPT adotado para OBRA 3) e 4.1.3 (Cálculo da capacidade de carga), gerou-se
gráficos, os quais apresentam ilustrativamente os resultados deste trabalho.
Inicialmente, avaliou-se separadamente as capacidades de carga de ponta e
lateral e as mesmas estão apresentadas no gráfico da figura 41. Nessa figura, só
aparece a distinção das capacidades de carga para os métodos de Aoki-Velloso,
Decourt-Quaresma e Antunes e Cabral. Não há essa abordagem para o método de
85

Vorcaro-Velloso já que esse não admite fatores de segurança parciais. Na figura 41,
todos os FS parciais de ponta são iguais a 4,0 e os FS parciais laterais são de 1,3.

Figura 41 – Capacidades de carga de ponta e lateral com fatores de seguranças


parciais aplicados - OBRA 4

Na figura 41, visualiza-se que há uma certa uniformidade na distribuição dos


carregamentos entre os métodos, ou seja, a capacidade de carga lateral com o FS
parcial aplicado é, em geral, de duas a quatro vezes maior que a capacidade de
carga de ponta. Essa questão justifica-se em função do FS parcial aplicado para a
carga de ponta ser 4,0, enquanto o FS parcial para carga lateral é somente de 1,3.
Adotam-se diferentes FS parciais pois, como coloca Velloso e Lopes (2010), quanto
maiores forem as incertezas na determinação de uma determinada característica,
maior deve ser o seu fator de segurança.
Na figura 42 são avaliadas as capacidades de carga das estacas com os
fatores de segurança globais aplicados. Para todos os métodos adotou-se um FS
global de 2,0.
86

Figura 42 - Capacidade de carga OBRA 4 com fator de segurança global aplicado

Na figura 42, pode-se visualizar o gráfico da capacidade de carga relativo à


OBRA 4. A linha tracejada indica a carga de trabalho da estaca, ou seja, a
solicitação característica admissível em projeto, que nesse caso é 750 kN. Em
projetos de fundação, é usual adotar o fator de segurança global (FS global) igual a
2,0. Então, aplicando este fator de segurança nas cargas últimas resultantes da
seção 4.1.4, chegou-se a conclusão que essas cargas admissíveis (Qk) calculadas
são tão próximas da solicitação de projeto que não há formas de reestruturar esse
dimensionamento, ou seja, torná-lo mais econômico ou propor uma nova avaliação
dos parâmetros adotados em cálculo para a estaca em estudo.
Como pode ser visto no gráfico da Figura 42, dos quatro métodos de cálculo
aproximam-se do valor estipulado (750 kN), somente o de Vorcaro-Velloso destoa
dos demais, apresentando uma carga característica 434 kN acima da carga de
trabalho. Dada a imprevisibilidade presente na engenharia de fundações e a baixa
diferença entre a maioria dos valores obtidos através dos métodos, sugere-se, neste
caso, que não se faça alterações na proposição estrutural dessa estaca.
A figura 43 apresenta os resultados obtidos com a aplicação dos fatores de
segurança parciais. Para todos os métodos foram adotados FS parciais de 4,0 para
carga de ponta e 1,3 para carga lateral. O método Vorcaro-Velloso não admite
fatores de segurança parciais.
87

Figura 43 - Capacidade de carga OBRA 4 com fator de segurança parcial aplicado

Da mesma forma, utilizando os fatores de segurança parciais (1,3 para carga


lateral e 4,0 para carga de ponta) chegou-se em resultados satisfatórios em relação
à solicitação de projeto, como visto na figura 43. Em todos os métodos disponíveis
para essa avaliação, as cargas admissíveis calculadas ficaram entre -65 e 290 kN
acima da solicitação de projeto, o que ratifica que para uma carga de trabalho de
750 kN, essas diferenças se mostram aceitáveis.
88

5. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1. CONCLUSÕES

O estudo apresentou excelentes resultados, visto que para as obras


analisadas, as cargas admissíveis calculadas aproximaram-se da carga de trabalho,
o que ratifica que o dimensionamento realizado para a estaca teste está de acordo
com os cálculos através dos métodos semi-empíricos.
Os solos apresentados, os quais se encontram na borda oeste da Formação
Serra Geral, oriundos de derrames basálticos, mostraram-se homogêneos. São
latossolos vermelhos e areias quartzosas, em sua maioria, que evidenciam, a partir
dos SPT’s, espessas camadas de areias siltosas e siltes argiloarenosos. Essas
características conferem elevados fatores de correção ĸ e α, os quais elevam,
consideravelmente, as capacidades de carga das estacas.
Dentre os métodos trabalhados, o método de Aoki-Velloso foi o que, em geral,
apresentou as maiores capacidades de carga. Isso deve-se ao fato de tratar-se de
um método com um grau de refinamento menor, como, por exemplo, em relação a
carga de ponta, na qual se adota simplesmente o valor do Nspt naquela camada.
Além disso, o método de Vorcaro-Velloso é limitado pois não há a possibilidade de
trabalhar com FS parciais, o que dificulta o estudo sobre como seria a distribuição
das solicitações de projeto em relação a carga de ponta e lateral.
Em suma, para as estacas estudadas, as variações da capacidade de carga a
partir dos métodos semi-empíricos são mínimas, apresentando valores que estão,
em geral, 15% mais altos que a carga de trabalho. Em razão dessa diferença
mínima, manteve-se o dimensionamento previamente realizado, não sendo proposto
diferentes valores para os coeficientes representativos de cada tipo de solo.
Nos cálculos da capacidade de carga, a estaca da OBRA 1, com os fatores de
segurança aplicados, de 24 m de comprimento e diâmetro de 0,6 m apresentou
valores em torno de 1500 kN, a qual é sua carga de trabalho. Já a estaca 2, também
com FS aplicados, de 27 m e diâmetro de 0,8 m, aproximou-se de 1873 kN, valor
estipulado no projeto de fundações. A estaca da OBRA 3, de 19 m de profundidade
e 0,4 m de diâmetro, com FS aplicados, resultou-se em valores próximos a sua
carga de trabalho, 500 kN. Por último, a estaca da OBRA 4, com os FS aplicados e
89

22 m de profundidade e diâmetro de 0,4 m, aproximou-se de 750 kN, a qual é a


carga que será solicitada pela estrutura.
Além disso, foram analisadas as provas de carga estáticas fornecidas pela
Funsolos, empresa executora dos ensaios. Todas as estacas ensaiadas
apresentaram pequenos recalques, sendo o mais elevado em torno de 8,5 mm, o
que sugere que os solos da região apresentam uma boa capacidade de suporte e as
estacas foram bem dimensionadas.
Isso nos demonstra que, por mais que o ensaio de prova de carga estática
seja um tanto oneroso, somente ele nos fornece os valores reais da capacidade de
carga, já que, ensaia a estaca in situ, carregando-a de modo semelhante a como
ocorre em uma obra. Contudo, é observado que as provas de carga não foram
executadas até as cargas limites das estacas, desta maneira não é possível
quantificar qual é o real fator de segurança existente com a aplicação dos métodos
de estimativa da capacidade de carga. A carga aplicada no PDA recomendada por
norma é de 2 vezes a carga de trabalho, entretanto as estacas analisadas
certamente resistem a cargas superiores a estes valores.

5.2. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

Como sugestão para novas pesquisas, seria interessante realizar um maior


número de provas de carga em uma mesma região ou cidade. A partir disso, com
uma amostragem maior, propõe-se a fixação de alguns parâmetros de projeto, como
ĸ, α e β, a fim de facilitar o projeto de fundações e criar um ritual de
dimensionamento. O qual, para determinada região e solo, seriam fixados tais
parâmetros, esses advindos dessas futuras pesquisas nesta área.
Outro tópico interessante a ser trabalhado, no ponto de vista do autor,
seria a realização de provas de carga em estacas tipo hélice contínua, próximas e
com a mesma geometria, alterando somente as características do processo
executivo, como, por exemplo, estacas executadas com diferentes pressões de
injeção de concreto e velocidade de avanço, a fim de se mensurar os efeitos destes
parâmetros no desempenho destas estacas e permitir então correlacionar estes
parâmetros com parâmetros de projeto.
90

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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contínua. 3º Seminário de Engenharia de Fundações e Geotecnia. São Paulo, SP:
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Prova de carga estática – Método de ensaio. Rio de Janeiro, RJ: 2006, 8 p.

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SPT. 1993. Dissertação (Mestrado) – COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.

CINTRA, J. C. A. [et al] Fundações: ensaios estáticos e dinâmicos. 1. ed. São


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(Mestrado) – COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.

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MACIEL FILHO, C. L. Introdução à geologia de engenharia. 3. ed. Santa Maria,


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