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Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário Executivo
José Henrique Paim Fernandes
Consultora Editorial
Vitória Líbia Barreto de Faria
Jornalista Responsável
Adriana Maricato - MTB 024546/SP
Editor
Alex Criado
Reportagem
Flávio Carrança, Iracema Nascimento, Joana Brandão, João
Vargas, Renata Carraro, Vanusa Menegazzi
Direção de Arte
Projects Brasil Multimídia
Fotografias
Beto Batinga, Eliézer Bueno, Jarbas Oliveira, Tatiana Cardeal
Revisão
Projects Brasil Multimídia
Foto da Capa:
Centro de Educação Infantil São José Eduardo Jallad,
Campo Grande-MS
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sumário
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sumário 18 31
2 Carta ao Professor
3 Entrevista
7 Caleidoscópio
18 Matéria de Capa
25 Artigo
28 Relato
31 Reportagem
35 Resenhas
38 Notas
39 Diálogo
41 Arte
carta ao professor
O ano de 2006 está sendo marcado por uma mudança estruturante na Educação Básica
brasileira. Ela altera principalmente a organização tanto da Educação Infantil quanto do
Ensino Fundamental, com a inclusão das crianças de 6 anos no primeiro ano desta etapa de
ensino, que passa a ter 9 anos de duração.
Embora desde 2003 o Ministério da Educação venha apoiando os sistemas de ensino no
que diz respeito a esta ampliação e muitos estados e municípios já a tenham realizado,
somente em 6 de fevereiro deste ano foi homologada, pelo Presidente da República, a Lei nº
11.274 que altera artigos da LDB (Lei nº 9394 de 1996), ampliando definitivamente o Ensino
Fundamental de 8 para 9 anos. Vale lembrar que esta já era uma possibilidade colocada na
LDB e também no Plano Nacional de Educação – PNE (2001).
A edição nº 42 da Revista Criança aborda este assunto na sessão Caleidoscópio, trazendo
três reflexões sobre o tema. Com isso, queremos incluir você, professora/professor, neste
debate. Sobretudo, pela necessidade de estarmos atentos à forma como cada sistema de
ensino (e o seu em particular) irá conduzir e regulamentar estas duas etapas iniciais da
Educação Básica, uma vez que a lei estabelece um prazo de 5 anos para a adequação dos
sistemas.
Merece especial atenção o cumprimento das normas e diretrizes elaboradas pelo Conselho
Nacional de Educação, que devem sempre ser obedecidas pelos conselhos estaduais e
municipais. Com destaque especial, chamamos a atenção para duas delas: a que orienta
sobre a idade de ingresso no Ensino Fundamental e a reorganização das Diretrizes
Curriculares Nacionais.
Em relação à primeira, é preciso estar atento para que crianças com menos de 6 anos não
sejam matriculadas no Ensino Fundamental. Para tanto, é necessário que todos se envolvam
com esta questão. Em relação à segunda, é fundamental toda atenção e discussão, uma vez
que atinge diretamente o trabalho da professora e do professor em sala de atividades com
as crianças. Contamos com todos os educadores, especialmente aqueles envolvidos com a
Educação Infantil, para ajudarmos neste acolhimento necessário às crianças de 6 anos que
ingressam no Ensino Fundamental.
Trazemos também como matéria de capa o tema “Educação anti-racista”. Com ele iniciamos
uma série de reportagens que tratam da inclusão educacional na primeira etapa da Educação
Básica. Relatos de professoras e professores, e de especialistas, assim como algumas
experiências que abordam a questão. Além de promoverem a reflexão em torno de aspecto
tão debatido atualmente na área da educação, trazem exemplos e podem colaborar com a sua
prática junto às crianças da Educação Infantil. Após o debate sobre o racismo, pretendemos
abordar a Educação Infantil indígena, a inclusão das crianças com necessidades especiais,
entre outras temáticas que você, inclusive, poderá nos sugerir.
Boa leitura!
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optam pelo sistema estadual se aborda as questões das discussão desse documento
em lugar do seu próprio siste- creches, o tempo integral, o que levou cerca de dois anos.
ma. No plano nacional, o MEC cuidar e o educar. Isso mostra Tivemos várias versões pre-
tem a tarefa de fazer a coisa que a transição das creches liminares que foram discuti-
acontecer de maneira demo- da área de bem-estar social das em seminários regionais
crática e equivalente em todos para a Educação ainda não se promovidos pelo MEC, pela
os estados. Os estados, por completou. Mesmo que a uni- Internet, com especialistas
sua vez, têm a responsabili- dade escolar já tenha mudado da área, mais um seminário
dade de manter seus próprios de secretaria, as pessoas que nacional, com várias possibili-
sistemas de ensino mantendo cuidam dos setores técnicos dades de debate. Por sua vez,
ou não a rede de Educação In- continuam com a mesma ca- os fóruns de Educação Infantil
fantil. Mesmo que a União têm tido enorme partici-
e os estados não tenham pação no aprofundamen-
nenhuma unidade escolar, “Os Parâmetros, então, to conceitual e na mobi-
eles têm a responsabilida- lização política. Espero
de de compartilhar e de
têm essa intenção de que, com a disseminação
comparecer com insumos orientar, não de criar do documento, ele possa
financeiros e com a for-
mação de professores e
novas leis, mas resumir ser debatido nas universi-
dades e pelos movimen-
de todos os profissionais. e organizar o que já tos sociais.
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entrevista
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Recentes mudanças na legislação determinam o aumento do tempo de
CALEIDOSCÓPIO
permanência da criança na escola, com a ampliação do Ensino Fundamental de 8
para 9 anos e o ingresso dos meninos e meninas brasileiros aos 6 anos de idade.
Nesse contexto, é preciso repensar tanto o próprio Ensino Fundamental quanto a
Educação Infantil, no que se refere a tempos, espaços, conteúdos, metodologias
de trabalho, formação de professores, entre tantas outras questões.
O Caleidoscópio dessa edição traz o olhar da Educação Infantil, com a
abordagem das professoras Karina Lopes e Roseana Mendes. Em seguida,
com o foco no Ensino Fundamental, as professoras Sandra Pagel e Aricélia do
Nascimento. Por último, artigo de Elvira de Souza Lima, estudiosa da criança
dessa faixa etária e profunda conhecedora da escola.
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caleidoscópio
A inclusão da criança de 6 uma ação educativa com qua- jamento do trabalho pedagó-
anos no Ensino Fundamen- lidade social para todas as gico considere as diferentes
tal de 9 anos coloca novos e crianças que ingressam no dimensões do tempo. Assim,
grandes desafios para a área Ensino Fundamental. elas terão a oportunidade de
da educação. Antes de tudo, Neste contexto, vale apon- falar, de ouvir e ser ouvidas,
é preciso reafirmar que esta tar alguns aspectos, que entre de ter contato com os conhe-
é uma questão que deve ser, outros, são fundamentais para cimentos científicos, de se ali-
prioritariamente, tratada no as discussões e os debates. mentar, de utilizar os diferen-
campo do direito. Direito das Em primeiro lugar, é preciso tes espaços da instituição e
crianças a uma educação que esclarecer que a inclusão da da comunidade, de descansar,
promova a sua formação hu- criança de 6 anos no Ensino de brincar e de se expressar
mana, reconhecendo-as com Fundamental não significa an- por meio das diferentes lin-
sujeitos culturais e seres em tecipar o modelo educacional guagens, tais como a verbal, a
desenvolvimento. que ora se coloca para este escrita, a musical e a corporal,
Portanto, a ampliação do En- nível de ensino. É necessário entre outras.
sino Fundamental para 9 anos considerar quem é esta crian- Da mesma forma, os espa-
de duração atende aos direi- ça, quais são as suas formas ços e os materiais devem ser
tos da criança, no que se re- de aprender, como se dá sua utilizados e organizados de
fere ao tempo destinado à sua inserção na cultura, a impor- maneira bastante flexível, de-
formação. Mas é necessário tância das interações para o safiando as crianças e favore-
garantir que a implementação seu desenvolvimento e apren- cendo o desenvolvimento de
deste atendimento promova dizagem e, sobretudo, o va- trabalhos diversificados, que
de fato a melhoria do trabalho lor do brincar como a forma possibilitem os movimentos, a
pedagógico voltado para esta primordial da criança ser e de construção da identidade e da
faixa etária. estar no mundo. autonomia, os diferentes tipos
Neste sentido, é importan- Um outro ponto importante de interações e as variadas
te destacar o papel do poder refere-se ao redimensiona- formas de manifestação da
público como promotor de mento da organização dos cultura.
debates e mobilizações nos tempos, dos espaços e dos Diante de tudo isto, um ter-
sistemas de ensino. Com a materiais. É preciso torná-los ceiro aspecto que se apresenta
participação de todos os ato- adequados ao desenvolvimen- diz respeito à (re)significação
res sociais envolvidos, devem to de um trabalho pedagógico da prática pedagógica. O fazer
ser elaboradas diretrizes, me- que considere as singularida- pedagógico envolve as dife-
tas e objetivos, em consonân- des das crianças de 6 anos, o rentes áreas do conhecimento
cia com a legislação vigente e modo como se expressam e e, em especial, as artes, a cor-
com os documentos oficiais as suas especificidades. poreidade e o aspecto lúdico,
orientadores. E, assim, serão A formação das crianças imprescindíveis na infância.
estabelecidas as bases para de 6 anos exige que o plane- Os professores desempe-
* Karina Rizek Lopes é coordenadora geral da Coordenação de Educação Infantil do DPEIEF/SEB do MEC.
* Roseana Pereira Mendes é assessora pedagógica da Coordenação de Educação Infantil do DPEIEF/SEB do MEC.
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caleidoscópio
nham um papel fundamental ta forma, a sistematização da ção Infantil que passa a aten-
como mediadores das apren- Proposta Pedagógica envol- der crianças com até 6 anos.1
dizagens das crianças. Neste ve definir concepções, me- Desta forma, os sistemas de
sentido, a reflexão teórica so- tas, objetivos, organização de ensino garantem maior apro-
bre a prática, em momentos tempos e espaços, materiais e ximação entre a Educação In-
de formação continuada e em formas de avaliação, entre ou- fantil e o Ensino Fundamental,
serviço, constitui-se em maté- tros aspectos relevantes para caracterizando uma continui-
ria prima para o aprimoramen- o desenvolvimento do trabalho dade e não uma ruptura.
to e qualificação da atuação educacional. Uma outra questão impor-
profissional, como um direito tante é o fato de que os sis-
deste professor. Educação Infantil e Ensino temas de ensino poderão am-
Por último, destacamos a im- Fundamental: uma articula- pliar seu atendimento na Edu-
portância da reelaboração da ção necessária cação Infantil, principalmente
Proposta Pedagógica da insti- o relativo às crianças de 4 e
tuição, na perspectiva do En- As grandes mudanças em 5 anos, utilizando os espaços
sino Fundamental de 9 anos. todo sistema de Educação antes destinados às crianças
Os aspectos acima descritos, Básica no Brasil que se inicia- de 6 anos para ampliação das
bem como outros que são ram a partir da aprovação da vagas e, portanto do acesso
necessários a um atendimen- lei que amplia o Ensino Fun- às crianças menores.
to educacional de qualidade, damental (Lei nº 11.274, de 6 Finalmente, espera-se que
devem estar assegurados por de fevereiro de 2006), também esses desafios sejam elemen-
meio de debates democráti- trazem conseqüências para tos mobilizadores para o deba-
cos, propostos pela instituição, a Educação Infantil. Pode-se te para que se assegure cada
envolvendo a comunidade, destacar a cooperação mútua vez mais uma educação com
as crianças, os professores, a entre os professores da Edu- qualidade social para todas as
coordenação pedagógica, os cação Infantil e os do Ensino crianças e sob a responsabi-
gestores e os funcionários da Fundamental, bem como a lidade de todos: União, esta-
instituição e as famílias. Des- nova organização da Educa- dos e municípios.
1
Sobre o assunto, consultar Parecer CNE/CEB nº 6/2005 de 8 de junho de 2005 e Resolução CNE/CEB nº 3, de 3 de agosto de 2005, no endereço do
Conselho Nacional de Educação na internet: http://portal.mec.gov.br/cne
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Percebe-se, cada vez mais, gatório de nove anos de dura- Avaliação da Educação Bá-
a urgência de as instâncias ção, a iniciar-se aos seis anos sica (Saeb) 2003 aponta que
educacionais, em todos os ní- de idade. Essa obrigatorieda- crianças com histórico de ex-
veis da gestão pública, reafir- de tornou-se meta do Plano periência na Educação Infantil
marem o compromisso com a Nacional de Educação (Lei nº obtiveram cerca de 20 pontos
construção de uma escola in- 10.172 de 2001). Finalmente, a mais nos resultados de pro-
clusiva, cidadã, solidária e de em 6 de fevereiro de 2006, a ficiência em leitura.
qualidade social para todas as Lei nº 11.274 instituiu o Ensino A implantação de uma po-
crianças, adolescentes e jo- Fundamental de nove anos de lítica de ampliação do Ensi-
vens brasileiros. duração, com a inclusão das no Fundamental de oito para
Para tanto, faz-se necessário crianças de 6 anos. nove anos, portanto, exige
implementar políticas induto- A inclusão da criança de 6 tratamento político, adminis-
ras de transformações signifi- anos no Ensino Fundamental trativo e pedagógico, uma
cativas na estrutura da escola; encontra respaldo em pesqui- vez que o objetivo de ampliar
na reorganização dos tempos sas do IBGE (Censo Demográ- o período obrigatório é asse-
e dos espaços escolares; nas fico 2000) que mostram que gurar a todas as crianças um
formas de ensinar, aprender, 81,7% das crianças de 6 anos tempo mais longo de convívio
avaliar, organizar e desenvol- estão na escola, sendo que escolar com maiores oportu-
ver o currículo; nas carreiras 38,9% freqüentam a Educa- nidades de aprendizagem.
profissionais e na formação ção Infantil, 13,6% pertencem Ressalte-se que a aprendi-
inicial e continuada dos pro- às classes de alfabetização e zagem não depende apenas
fissionais da docência. 29,6% estão no Ensino Fun- do aumento do tempo de per-
É nessa perspectiva de damental. Apóia-se também manência na escola, mas tam-
mudança qualitativa do ensi- nos estudos que demonstram bém do emprego mais eficaz
no–aprendizagem que viven- que, quando as crianças in- desse tempo. A associação
ciamos, neste momento, a en- gressam na instituição esco- de ambos pode contribuir sig-
trada da criança de 6 anos no lar, antes dos 7 anos de idade, nificativamente para que os
Ensino Fundamental. apresentam, em sua maioria, estudantes aprendam mais e
A legislação educacional resultados superiores em re- de maneira mais prazerosa.
brasileira, especialmente a lação àquelas que ingressam Para a legitimidade e a efe-
partir da LDB (Lei nº 9.394, de somente aos 7 anos. tividade dessa política educa-
20 de dezembro de 1996), já Um exemplo desses estu- cional, são necessárias ações
sinalizara para um ensino obri- dos: o Sistema Nacional de formativas da opinião pública,
1
Artigo escrito a partir dos documentos: Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações Gerais; e Ensino Fundamental de Nove Anos: orientações para a
inclusão da criança de seis anos de idade, produzidos pela Coordenação Geral do Ensino Fundamental/DPEIEF/SEB do MEC.
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* Elvira Souza Lima é antropóloga e psicóloga. É consultora internacional em Educação e pesquisadora associada à Universidade de Salamanca, na Espanha.
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No domínio do desenvolvi- mória infantil. Histórias, obras palavra como um todo é iden-
mento cerebral, temos mo- de arte, desenhos, músicas, tificada e reconhecida na me-
dificações significativas nas dramatizações, instrumentos mória pelo seu significado;
estruturas do cérebro ligadas musicais, brincadeiras e fes- e a via fonológica-ortográfi-
à atenção. Paulatinamente, a tas populares, contato com ca, em que o leitor percorre a
criança neste período vai se a natureza, oferecem muitas palavra fonema por fonema,
tornando mais apta a seguir possibilidades para este enri- constituindo os morfemas até
instruções para a realização quecimento da imaginação. chegar à palavra toda. É ne-
de tarefas complexas, como cessário, igualmente, cons-
as exigidas no processo de Apropriação da leitura e es- truir o significado, pois é pos-
escolarização e a prever con- crita aos 6 anos sível ler pela via fonológica e
seqüências de suas decisões não construir significado al-
e das ações que realiza. Po- Escrever e ler são atividades gum. Por exemplo, a senten-
rém, estas são coisas que distintas, relacionadas entre ça A fleva minura damber fla-
acontecem ao longo de um si, mas com especificidades. rote pode ser lida por um lei-
tempo e a criança de 6 anos Quem aprende a ler uma lín- tor fluente, mas como as “pa-
não está totalmente aparelha- gua não aprende automati- lavras” não são parte do léxi-
da para realizar determinadas camente a escrevê-la. Assim, co do português (ou seja, não
atividades que são exigidas todo processo de alfabetiza- significam nada) ele não cons-
pelo Ensino Fundamental só ção deve incluir atividades tituirá significado.
porque completou 6 anos de para a apropriação da leitura Em seu processo de desen-
idade. e atividades para o desenvol- volvimento, a criança realiza
A memória infantil neste pe- vimento da escrita. várias aquisições que estão
ríodo está muito ligada à per- Há duas vias possíveis de relacionadas à apropriação
cepção. Portanto as ações entrada para a leitura no cé- da leitura e da escrita, mas
pedagógicas precisam estar rebro: a semântica, na qual a que, na verdade, antecedem
adequadas a esta condição
do desenvolvimento infantil.
As atividades próprias deste
período devem ser utilizadas
no planejamento pedagógico
como suporte para a memó-
ria. Por exemplo, usar o de-
senho como registro do que a
criança observa, do que viven-
cia. Recorrer ao movimento é
igualmente importante.
Como este é um período im-
portante do desenvolvimento
da imaginação, cabe à escola
oferecer situações que am-
pliem o acervo de imagens e
narrativas presentes na me-
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professor faz literatura
Chapeuzinho Vermelho
(adaptação para teatro infantil)
* Raimunda da Silva Pires é professora do Centro Infantil da 416 – Santa Maria – Brasília/DF.
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matéria de capa
Para construir uma Educação Infantil mais igualitária, em primeiro lugar, é necessário
não negar o preconceito. O silêncio é o primeiro estímulo para a manutenção das
desigualdades. Encarar desigualdade, discriminação, preconceito é dar o primeiro
passo para sua superação.
(Fúlvia Rosemberg)
“Você não vai brincar comigo cio em que ele ocorre, já que, esta perspectiva como um va-
por que vai pretejar meus brin- de um modo geral, o brasileiro lor humano fundamental”.
quedos”, diz uma criança bran- se considera não racista e acha Fúlvia Rosemberg adverte que
ca para uma coleguinha negra que o país é uma democracia não se pode pensar que a alte-
em uma escola de Educação In- racial. Para a psicóloga pes- ração das relações raciais no
fantil de Campo Grande, Mato quisadora Fúlvia Rosemberg, Brasil vai passar exclusivamen-
Grosso do Sul. A professora as- da Fundação Carlos Chagas, te pelo aprendizado de práticas
siste à cena e não sabe o que é precária a discussão sobre democráticas nas relações inter-
fazer. Esse episódio relatado relações raciais em todos os pessoais. Ela diz que existe uma
por Nilda da Silva Pereira, bol- níveis de ensino do país. Ela tendência na educação de achar
sista da Fundação Ford no cur- afirma que o silêncio sobre que basta educar para a demo-
so de mestrado em educação o tema é mais acentuado na cracia. E afirma que, “apesar de
da PUC de São Paulo, é exem- Educação Infantil. Segundo a importante, isso não é suficien-
plar. Ele coloca em evidência pesquisadora, além de falta- te, lembrando que uma criança
duas questões relevantes para rem pesquisas sobre o assun- branca de classe média não en-
se pensar o tratamento do ra- to, existe na nossa sociedade contra na sua vida crianças ne-
cismo na educação infantil bra- uma visão de que a criança gras em igualdade de condições
sileira. A primeira é o reconheci- pequena é um ser puro, sem com ela. A forma habitual de rela-
mento do fato de que crianças, maldade, sem problemas, que ção que ela vai ter com pessoas
desde muito cedo, manifestam deve ser poupado de temas negras é em situação de subal-
preconceito racial. A segunda é como morte, sexualidade, ternidade dos negros. Teria que
a falta de preparo dos profissio- amor e racismo. “Eu sou par- haver uma rede de creches que
nais de Educação Infantil para tidária – diz Fulvia – de que acolhesse a diversidade, que eu
lidar com o problema. Embora expressões do racismo sejam pudesse encontrar na creche do
a situação seja complexa, exis- combatidas, de uma educa- meu bairro a criança branca e a
tem no país muitas experiências ção que acolha a diversidade criança negra. E não encontro,
que apontam caminhos para de aparência e de cultura. A por que o Brasil tem uma segre-
uma educação anti-racista. gente deve estimular proces- gação racial/espacial informal”.
Uma característica do racis- sos educacionais que levem Muitos profissionais de edu-
mo brasileiro é o relativo silên- as crianças a considerarem cação acham que crianças pe-
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Protagonistas, como Chapeuzinho Vermelho, são representados também por crianças negras em Campo Grande/MS
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um fator positivo, ser diferente fundamente-se teoricamente, fazer de conta que não assistiu
é bom. É bom para todo mun- mas acrescenta que não existe à cena, varrer para baixo do ta-
do que as pessoas sejam dife- uma receita pronta. “Uma histó- pete. É preciso se informar e se
rentes umas das outras e nessa ria simples como a do Patinho preparar para discutir, porque o
diferença obviamente há uma Feio, que é excluído por que é brasileiro é muito despreparado
questão de cor, mais do que de diferente, dá pra você traba- no que diz respeito ao tema das
raça, porque as crianças vão lhar a questão racial. Quando relações raciais”.
identificar o outro porque é pre- a criança falou que a outra não Foi exatamente isso que fez a
to ou porque é branco.” podia brincar com ela porque ia professora e estudante de peda-
É claro que não basta a pro- ‘pretejar’ seus brinquedos”. Se gogia Mariza de Jesus, monitora
fessora ou professor estarem a professora pegasse a história da CEMEI Margarida Maria Al-
convencidos da necessidade do Patinho Feio, parasse tudo ves, em Campinas, São Paulo.
de trabalhar com o tema do e planejasse uma aula, já teria Mariza teve a oportunidade de
racismo. Como acontece com uma boa eficácia”. fazer cursos de capacitação de
português ou matemática, para Fúlvia Rosemberg também educadores para o tratamento
poder ensinar, é preciso apren- enfatiza a necessidade de se da questão racial realizados
der sobre a questão racial. Nil- preparar os educadores para pela ONG CEERT, Centro de Es-
da da Silva Pereira, que coorde- lidar com o tema da hostilida- tudos das Relações de Trabalho
nou o projeto ‘Educação para de racial. “Quando uma crian- e Desigualdades. Depois, com-
a diversidade’ da CEI Zé Edu, ça chama outra de ‘chocolate’, prou livros sobre o tema, estu-
em Campo Grande (veja Box), ‘fuscão preto’ ou qualquer ou- dou e se dispôs a compartilhar
recomenda que o educador tro termo da moda, não se pode com as colegas o conhecimen-
A arte é um instrumento co- biente?” lembra Rita Santos, nado destaque no trato da
mum nos projetos da creche. professora que recebeu o prê- questão racial na Educação
Em 2005, o projeto Griô: Con- mio municipal Rômulo Galvão Infantil. E caminha na cons-
tador de Histórias trabalhou te- pelo projeto Griô. trução da dignidade e da
mas como o nascimento da Ter- Com esses projetos, a cre- esperança de centenas de
ra, o respeito à ancestralidade che Vovô Zezinho tem se tor- crianças.
e a estética na perspectiva das
tradições africanas; abordou as
Foto: Beto Batinga
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Henrique, Clara, Rafael, A interação com esses brin- terna geralmente vem em forma
Juliana, Guilherme e Emília quedos começa desde o ber- de crítica: “que boneca feia!”.
têm algo em comum. São çário, assim como os primeiros A resposta chega prontamente
bonecos de pano que nasce- contatos com o álbum de et- com a mesma indignação: “ela
ram de um projeto construí- nias, filmes e livros que tratam é gente do mesmo jeito que
do com muito carinho pelas de personagens considerados eu!”. Ou então: “Ela é preta!”
educadoras do Centro de “diferentes”. Nesse processo, – “Não é preta, não. É negra!”
Educação Infantil José Edu- sempre é destacada a impor- Tábata tem 5 anos e ficou re-
ardo Martins Jallad – o CEI tância das raças, sob o ponto voltada quando levou o boneco
ZEDU – em Campo Grande, de vista histórico, social e prin- para casa e um parente lhe per-
Mato Grosso do Sul. cipalmente humano. guntou “onde iria passear com
O objetivo da instituição, O Projeto “Uma visita no final aquele macaco?”. Ao contar
que atende 320 crianças de semana” faz parte da pro- a experiência aos colegas se
com idade entre 4 meses e posta de trabalho do Centro. emocionou defendendo o ami-
6 anos, filhas de servidores Ele consiste em levar um bo- go Henrique. Da mesma forma,
públicos estaduais, é con- neco ou boneca de pano para O boneco Guilherme, que usa
tribuir para a formação de casa nos fins de semana. Os prótese para ajudar “a firmar
cidadãos sem preconceitos. alunos respeitam o sorteio para um dos pés”, é tratado de for-
Por isso, os bonecos Henri- definir quem serão o menino e ma cuidadosa e solidária pelos
que, Juliana e Guilherme são a menina contemplados com a alunos, assim como todas as
negros, Emília está acima do visita especial. crianças com necessidades es-
peso e Clara e Rafael usam Segundo relato das próprias peciais que estudam no CEI.
óculos. crianças, a primeira reação ex- Segundo a coordenadora pe-
to adquirido. Apaixonada por Um tema discutido foi o da vi- da auto-estima. Mariza conta
bonecas negras, tomou a inicia- sibilidade da criança negra, que que uma coisa que a incomo-
tiva de comprar algumas e levar não aparece nos cartazes, re- dava no convívio cotidiano com
para sala de aula. As crianças vistas. Mariza conta que no Dia o grande número de crianças
adoraram, mais bonecas foram dos Pais é hábito pedir que as negras da escola em que traba-
compradas pela direção da es- crianças recortem fotos de um lha era a questão do cabelo. “O
cola e as famílias ajudaram na pai parecido com seu. A falta cabelo crespo é considerado
produção de bonecas artesa- de material adequado fazia com mais difícil de lidar. Como te-
nais. “Incentivamos as crianças que crianças negras acabas- mos período integral, as crian-
a beijar e abraçar as bonecas sem recortando fotos de bran- ças dormem e quando acordam
e depois fazer o mesmo com o cos para simbolizar seus pais. A têm que fazer a higiene, pentear
colega do lado”. A partir daí, foi compra de revistas que trazem o cabelo. Mas a gente via que a
possível fazer um trabalho de negros bem vestidos possibili- maioria dos profissionais bran-
valorização da diversidade na tou que as crianças encontras- cos não conseguia lidar com
sala, que acabou se tornando sem imagens adequadas e con- isso e a criança negra acabava
um projeto para toda a escola. tribuiu também para o aumento ficando descabelada.” Ela dis-
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matéria de capa
a igualdade ou as diferen-
ças, a metodologia é sim-
ples: três envelopes exa-
tamente iguais lacrados,
contendo rosas de cores
diferentes dentro deles. As
crianças apalpam e sentem
o cheiro, abrem o envelope
e constatam que mesmo
sendo vermelha, champag-
ne e branca, na essência as
rosas são iguais, pois pre-
cisam de terra, água e sol
para sobreviverem. O mes-
mo acontece com o casal
Arroz e feijão, cães de cores diferentes, recebem igual carinho das crianças de cães poodle “arroz e fei-
jão”. São da mesma raça,
dagógica Ana Paula Naglis, esse cuta isso em casa e não aceita mas diferentes na cor.
trabalho tem que ser assumido a própria etnia. Daí nosso tra- Portanto, assim como os
também pelas famílias, através balho é bem mais complexo”, pintinhos (carijó, preto e
de uma mudança de postura. conclui. amarelo), os coelhos (bran-
Ana citou o exemplo de um alu- No CEI ZEDU, a Branca de co, cinza, preto), as pes-
no negro que sempre diz que é Neve pode ser gorda, a bruxa soas também apresentam
branco e só está “daquela cor” má não usa roupa preta e sim diferenças e semelhanças.
por que tem tomado muito sol. amarela ou rosa choque, uma Todas precisam de respeito,
“Com certeza essa criança es- fada ou um príncipe podem ser amor e carinho.
cutiu a questão com as colegas, brancas. Ela sugere que se faça O trabalho com a auto estima é
que concordaram em resolver o álbuns das etnias das pessoas feito também ao se discutir com
problema. Logo surgiram idéias: diferentes, oferecendo às crian- a criança branca por que ela não
pedir aos pais um creme de- ças revistas com fotos de pes- gosta de criança negra. Não dá
sembaraçador, fazer cachinhos, soas que não sejam só brancas. para fazer um trabalho isolado”.
prender cabelos. “As crianças Lucimar Rosa Dias observa que Ela acrescenta que um bom pro-
passaram a ir para o refeitório a auto-estima da criança negra jeto vai sempre envolver a família
arrumadinhas, recebiam elogios não pode ser trabalhada disso- e a comunidade, porque apesar
e isso melhorou a auto-estima ciada das outras crianças. “A de já se poder falar mais aberta-
delas”, conta a monitora. criança negra só é considerada mente desse tema no Brasil, ele
Nilda da Silva Pereira reco- ‘feia’ por algumas pessoas por sempre causa polêmica.
menda que sejam levadas para que há outra que é considerada Lucimar sugere que o profes-
a sala de aula bonecas de di- bonita. É sempre o contraponto sor comece o trabalho fazendo
ferentes raças, uma vez que o que vai construir uma idéia de pequenas coisas e vá amplian-
normal é que as crianças brin- positividade em relação aos di- do na medida em que for tendo
quem apenas com bonecas ferentes grupos étnico/raciais. segurança. “O que eu chamo de
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artigo
Frente ao desafio de escre- sidade de pensar como o Listar em uma folha os peixes
ver um artigo sobre o plane- projeto deveria ser realizado. sugeridos pelas crianças e,
jamento na Educação Infan- Então sentei e escrevi um se for o caso, fazer uma vota-
til, me vi inquieta buscando planejamento: ção para escolhermos alguns.
uma forma de introduzir este Nome da atividade: Quais Perguntar a elas o que gos-
tema de maneira agradável os peixes que queremos es- tariam de saber sobre estes
e com a devida valorização tudar. animais. E, por fim, perguntar
que merece. Contexto da atividade: às crianças onde poderíamos
Poderia iniciar escrevendo Conversa para iniciar um es- encontrar informações para
sobre a importância do pla- tudo com as crianças sobre responder as perguntas.
nejamento na ação do edu- alguns peixes. Estava muito satisfeita com
cador, mas achei que não Objetivo da atividade (o o meu planejamento! A minha
seria uma boa alternativa já que quero que as crianças surpresa foi quando inicia-
que esta é uma afirmação aprendam): mos o projeto e as coisas não
tão conhecida. Por onde co- - Escolher os peixes que saíram como o esperado!
meçar? Começo, então, por gostariam de estudar; Quando mostrei os livros
um registro de uma educa- - Levantar algumas pergun- para elas e perguntei quais
dora que relata a contribui- tas que gostariam de ver peixes elas queriam estudar,
ção que a prática de planejar respondidas sobre os pei- apontavam aleatoriamente
trouxe para a sua ação edu- xes escolhidos; as imagens de peixes dos
cativa junto às crianças. - Indicar alguns materiais livros. Sendo assim, iam vi-
“Trabalho com uma turma que poderíamos usar para rando as páginas e dizendo
de crianças de 4 anos e buscar informações. que queriam saber sobre to-
pretendia realizar com elas Conteúdo da atividade (o dos eles! Além disso, quan-
um estudo sobre peixes. que preciso ensinar): do perguntei o que queriam
O exercício de planejar a - Elaboração de perguntas; saber, me disseram coisas
atividade que desperta- - Fontes de informação; como “Quantos olhos eles
ria nas crianças o interesse - Nome de alguns peixes. têm? Ele tem boca?...”. E
pelo tema foi de fundamen- Encaminhamento da ati- ainda para finalizar, quando
tal importância para que eu vidade (como desenvolver a perguntei sobre onde en-
pudesse rever tudo o que atividade com as crianças): contro as informações, me
estava imaginando fazer. A Levar para a roda alguns li- disseram que poderia ser
primeira atividade represen- vros com imagens de peixes. nestes livros mesmo que eu
taria o grande disparador Perguntar às crianças quais havia levado.
para o trabalho que faríamos. peixes conhecem e, desses, Fiquei super frustrada!
Senti uma profunda neces- quais gostariam de estudar. Senti que as crianças não
* Beatriz Ferraz é psicóloga e doutoranda em Educação pela PUC-SP. Coordena Projetos de formação continuada em Educação Infantil junto a diversas prefei-
turas e dirige a Escola de Educadores.
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artigo
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artigo
A primeira questão que po- 2. Ao realizar o exercício de quar suas ações e alcançar
demos aprender com ela é pensar sobre as estraté- os objetivos propostos. Sen-
que o planejamento precisa gias e os conteúdos de do assim, ao conceber um
fazer sentido para o profes- ensino, o professor preci- planejamento é importante
sor, pois ele é um instrumen- sa pensar sobre quem é destacar:
to que visa ajudar e facilitar a criança com a qual tra- 1. O que eu quero com esta
a sua prática. Ao planejar, balha, quais são as suas atividade.
antecipamos uma série de necessidades, seus inte- 2. O que eu quero que as
acontecimentos que podem resses, suas motivações. crianças aprendam com
ocorrer na ação e nos prepa- A partir desta reflexão terá esta atividade.
ramos para lidar com eles, di- maior clareza em seu pla- 3. O que eu preciso ensi-
minuindo assim a quantidade nejamento para decidir o nar para que as crianças
de imprevistos e tornando as encaminhamento da ativi- aprendam.
nossas ações mais precisas dade. 4. Como eu devo desenvol-
e de melhor qualidade. 3. Ao considerar como irá ver a atividade (incluindo
Também aprendemos que conduzir uma atividade antecipar ações e falas,
o planejamento favorece e quais os conhecimen- os materiais que preten-
a reflexão sobre a prática tos que pretende ensinar, do utilizar e a organização
educativa e, dessa forma, exercício propiciado pelo do espaço), para que as
funciona também como um planejamento, o professor crianças construam os sa-
instrumento de aprendiza- também tem que compre- beres propostos.
gem. Quando planejamos, ender como se ensinam Todos os itens que fazem
tomamos uma série de de- os diferentes conteúdos. parte do planejamento de-
cisões e fazemos uma série Para cada um deles, ou vem ter coerência entre si.
de relações entre conheci- para cada bloco deles, há Ou seja, depois de planejar,
mentos teóricos/científicos estratégias que se ade- posso voltar ao que escrevi
e conhecimentos práticos de quam melhor. Com isto, e questionar: Com isto que
nossa experiência pessoal e aprende mais sobre como direi às crianças estou aju-
profissional. Vejamos alguns ensinar, pois pode genera- dando elas a aprenderem
exemplos: lizar o que aprende com a aquilo que espero? Toman-
A frase inicial do item 1 atividade planejada para do o exemplo da educadora
deve ser mantida pois ela outras situações que vi- acima, se quero que as crian-
explicita bem a idéia que a vencia diariamente na ins- ças formulem boas questões
autora quer marcar. tituição. para iniciar uma pesquisa,
1. A partir do plano curricular Por fim, podemos também será que a melhor alternativa
da instituição, que ajuda o aprender com o exemplo é começar pelas perguntas?
professor a guiar sua prá- desta educadora sobre como Com tantas possibilidades
tica com as crianças, ele analisamos e como aprende- de reflexão, de construção
escolhe, durante o plane- mos com o planejamento. de conhecimento sobre a
jamento, quais as melho- Quando o professor escolhe prática, não há como negar a
res estratégias para colo- uma atividade para realizar importância do planejamen-
car em ação cada um dos com as crianças tem que ter to na atuação do professor
conteúdos que pretende clareza de suas intenções de Educação Infantil. Não é
ensinar. com ela para que possa ade- mesmo?
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relato
Da idéia de Escola à idéia outro. A estrutura, aquém das que orienta para a construção
de Projeto necessidades, e uma certa li- de um jeito próprio de fazer, de
mitação de recursos didáticos, resolver os problemas, de en-
Não fosse a especificidade em muito se assemelham à contrar as soluções. A escola
do seu projeto político-pe- realidade das escolas brasilei- que não tem projeto ou que
dagógico (PPP), iniciado em ras. A equipe é composta por tem, mas não o defende dos
1976, certamente a Escola da 49 profissionais, entre profes- processos burocráticos, não
Ponte não teria a visibilidade sores/as, auxiliares educati- é senhora de si, pois curva-se
que tem hoje. Tampouco re- vas, funcionárias da secretaria aos modelos padronizados,
ceberia mais de mil visitantes e do refeitório. em detrimento dos interesses
por ano, incluindo centenas de Durante os seis meses em da sua comunidade.
educadores brasileiros, dese- que acompanhei o cotidiano A Ponte se tornou o que é e
josos de conhecer as práticas da Ponte, ouvi tanto por parte se refaz a cada dia, transgre-
pedagógicas construídas ao dos profissionais quanto das dindo o estabelecido oficial-
longo desses 30 anos e que famílias referências à palavra mente, em prol de um projeto
a tornam singular. E, portanto, projeto em substituição à es- de formação de cidadãos, de
uma referência na educação cola. Referiam-se ao PPP Fa- modo a torná-la autora da sua
escolar de crianças e adoles- zer a Ponte. Dizem “este pro- própria história. Isso a fez con-
centes. jeto é assim”, “identificação quistar, em fevereiro de 2004,
A Escola da Ponte está loca- com este projeto”. Aos poucos o direito de ser a primeira es-
lizada em Vila das Aves, uma fui entendendo que a palavra cola de Portugal, sem deixar
cidade com aproximadamen- projeto, no contexto daquela de ser pública, a assinar um
te 10 mil habitantes a 30 km escola, representa o conjun- contrato de autonomia com o
da Cidade do Porto, norte de to de princípios, orientações Ministério da Educação. Com
Portugal. É uma instituição da e práticas que romperam, em o Contrato de Autonomia fo-
rede pública estatal, edificada todos os sentidos, com o pa- ram ampliadas as possibilida-
em 1932. Hoje, porém, pouca radigma da escola tradicional. des de cada vez mais fortale-
coisa lembra a sua origem, São as práticas que tornam a cer o Projeto. Exemplo disto
tanto no que diz respeito às Escola da Ponte diferente das é o fato de ter passado a es-
instalações físicas, quanto no demais. tabelecer critérios, selecionar
que se refere ao trabalho pe- Costumo utilizar a metáfora todos os seus profissionais,
dagógico ali desenvolvido. do DNA, para ressaltar a im- assim como avaliá-los ao final
A escola atende atualmente portância de uma escola ter de cada ano letivo e dispensar
cerca de 220 alunos, do 1º ao PPP e vivenciá-lo. Ou seja, o aqueles cujas práticas forem
9º ano, em dois prédios, dis- projeto é o DNA da escola. É contraditórias aos princípios
tantes 15 quilômetros um do ele que imprime uma marca, do projeto.
1
Este texto é resultado da pesquisa realizada pela autora na Escola da Ponte, durante o estágio de doutoramento em educação na Universidade do Porto (Por-
tugal), com o apoio da Coordenação de Pessoal de Nível Superior - CAPES.
* Cláudia Santa Rosa é professora da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte e doutoranda em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. É sócia-fundadora da ONG Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE).
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relato
Princípios do projeto Fazer Na Ponte, as crianças e ado- seu planejamento do dia, logo
a Ponte lescentes são agrupadas em que entra na escola, às 8h30.
A experiência político-peda- três núcleos: Iniciação, Con- Aquelas que estão no espaço
gógica realizada na Escola da solidação e Aprofundamento. do primeiro ano fazem o plano
Ponte parece ser um exemplo Elas transitam de um núcleo da quinzena de forma coletiva
vivo de que é possível ser di- para outro de acordo com o e no dia-a-dia as atividades
ferente, ter identidade, resul- próprio desenvolvimento, que acontecem de acordo com os
tado de um projeto assumido é avaliado pelos professores, diferentes ritmos.
por toda comunidade escolar. sem que estejam aprisionados As crianças do primeiro
Valores como a autonomia, à lógica do ano ou da série. ano, desde cedo, participam
solidariedade, responsabili- Como neste artigo interessa de todas as atividades e ór-
dade e democracia são as- apenas o primeiro, deixo de gãos que envolvem a dinâmi-
sumidos no projeto e movem apresentar informações con- ca de organização democrá-
as escolhas e as ações dos cernentes aos dois últimos tica e cooperativa da Esco-
profissionais, dos estudantes núcleos. la. Um bom exemplo é o mo-
e dos seus responsáveis. mento de eleição para Mesa
O reconhecimento de que A educação inicial da Assembléia. Logo no iní-
cada estudante é único es- No ano letivo 2006/2007 o cio do ano letivo, são forma-
tabelece a necessidade da Núcleo de Iniciação compre- das listas/chapas compos-
gestão do currículo ser feita ende 80 crianças. Cerca de tas, obrigatoriamente, por in-
de maneira individualizada, de 25 delas trabalham num es- tegrantes de todas as idades
acordo com o percurso esco- paço específico, pois têm por e núcleos, assim como são
lar de cada um, mas tendo em volta de 6 anos e estão no 1º bem divididas entre meninos
vista o conjunto de atitudes ano. As 55 restantes traba- e meninas.
e competências que se es- lham num espaço com dois A chapa vencedora garante
pera sejam desenvolvidas. O ambientes. Entre eles não há a presidência da mesa, mas
currículo da Escola da Ponte paredes e o acesso é livre todas elas, proporcionalmente
é fundamentado no currícu- de um para o outro. Ali estão ao número de votos, são repre-
lo oficial, aquele que é válido crianças do 2º ao 5º ano, mas sentadas, assumindo outros
para todas as escolas portu- há casos de algumas do 3º ou postos, sempre com respon-
guesas, e organiza-se em cin- 4º ano que já passaram para o sabilidades bem definidas.
co dimensões: lingüística, ló- Núcleo de Consolidação, pelo A Assembléia acontece to-
gico-matemática, naturalista, fato de terem desenvolvido o das às sextas-feiras, com
identitária e artística. quadro de competências e ati- duração de uma hora, e dela
A educação das atitudes, tudes pré-estabelecidas para tomam parte todos os estu-
na prática, é posta no mesmo a iniciação. dantes. A pauta é discutida
pé de igualdade dos conteú- Tanto no Núcleo de Iniciação nos diferentes espaços. Entre
dos disciplinares. Tal processo quanto nos outros, as crianças os pequeninos, há sempre a
inicia-se desde cedo, com as trabalham conforme um plano intervenção dos professores,
crianças a partir dos 5 anos e quinzenal organizado indivi- no sentido de orientá-los a
10 meses, algumas delas oriun- dualmente, contando com a questionarem aquilo que não
das da Educação Infantil, o que, orientação dos professores. entendem. Aliás, a compre-
provavelmente, justifica o êxito De acordo com a planifica- ensão do porquê das coisas é
do projeto ali desenvolvido. ção quinzenal cada uma faz o questão primordial, tanto para
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relato
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reportagem
1
Colaborou Cristina Guimarães, de Belo Horizonte/MG e João Vargas, de Fortaleza/CE
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reportagem
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reportagem
de, é preciso também investir lista”, explica Karina Rizek berçarista, uma funcionária de
na formação de professores Lopes, coordenadora geral de creche bastava ser mãe”, ex-
e outras profissionais da Edu- Educação Infantil do Ministé- plica Karina, apontando uma
cação Infantil/DPEIEF/SEB, rio de Educação (MEC). “Hoje defasagem de formação inicial
processo que vem sendo cons- em dia o acesso às creches e e continuada que vem sendo
truído arduamente. Olhando pré-escolas não é mais visto sanada ao longo dos últimos
um pouco para a evolução das como um direito apenas das dez anos.
leis voltadas para a educação mães, e sim como um direito Para Karina, fazer com que
no Brasil, é fácil entender esse da criança”. as pessoas que trabalham na
difícil caminho. A Lei de Diretrizes e Bases creche superem o papel que
Só a partir de 1988, as da Educação Nacional, pro- ocuparam por um tempo – de
creches começaram a sair mulgada em 1996, tratou de médicos, de assistentes so-
do território da assistência consagrar esse direito. O pro- ciais, de psicólogos – é funda-
social, migrando para o capí- blema é que, na prática, nesse mental para estabelecer uma
tulo da Educação na Consti- processo, a Educação acabou parceria de verdade com as
tuição Federal. “No início, as herdando as creches da assis- famílias. “O papel da escola
creches eram tidas apenas tência social, com um pesso- é ensinar a fazer, e não fazer
como um lugar para as mães al que, em grande parte, ainda no lugar do pai. Não é dar o
deixarem os filhos enquan- não era qualificado para fazer peixe, mas sim ensinar a pes-
to iam trabalhar, numa visão o que precisava ser feito. “Du- car”, defende a coordenadora
essencialmente assistencia- rante um tempo, para ser uma do MEC.
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reportagem
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resenhas
Vitória Faria*
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resenhas
Brincar(es)
Organizadores: Alysson Carvalho, Fátima Salles, Marília
Guimarães e José Alfredo Debortoli.
Editora: UFMG
Que conceito é esse? É um de Debates, promovido pelo sujeitos que dele participam.
substantivo ou verbo? Está no Fórum UFMG da Educação Percorre diferentes contextos,
singular ou plural? Que signi- Infantil. O livro está organizado como o Centro de Educação
ficado tem para um grupo de em duas partes complementa- Infantil da UFMG, creches
psicólogos, artistas, terapeu- res. A primeira trata das Pers- situadas na região metropo-
tas ocupacionais, odontólo- pectivas Teóricas oriundas de litana de Belo Horizonte, a
gas, professores, pedagogos diferentes áreas do conheci- Escola Fundamental do Cen-
e crianças? mento, como a Pedagogia, tro Pedagógico da UFMG, a
Já no início da leitura do li- Educação Física, Psicologia, Brinquedoteca da Unidade de
vro Brincar(es), o leitor passa Arte, Terapia Ocupacional e Internação Pediátrica do Hos-
a compreender a sutileza do Odontologia, que buscam ex- pital das Clínicas da UFMG.
título. Em sua apresentação, plicitar e promover o avanço Compartilha de processos
os organizadores deixam cla- em torno do conceito de brin- de formação de educadores.
ro que estabelecem um diá- car. A segunda parte, denomi- Aprende também a estimular
logo entre diferentes áreas do nada O Brincar em Diferentes a prática musical em todas as
conhecimento com o intuito Contextos de Atendimento à crianças.
de fomentar uma troca de en- Criança, é composta de um Enfim, esse livro amplia e
tendimentos, procedimentos conjunto de práticas que “têm fortalece o debate sobre o
e metodologias. Ao avançar o brincar como eixo de ação tema, por meio de uma cuida-
no texto, o leitor encontra re- junto a crianças de zero a seis dosa abordagem que valoriza
flexões e práticas vividas por anos”. o ato singular de brincar e a
pessoas que significam e ex- Assim, o leitor compartilha pluralidade substantiva de sua
perienciam diferentes formas de um universo onde o brincar vivência, os brincares.
de brincar. é compreendido como um di-
Essa publicação é decorren- reito da criança, como possi-
te de um processo de discus- bilidade de produção e repro- *Adriana Torres Máximo Monteiro é
mestre em Educação pela UFMG, pro-
são e reflexão ocorrido nos dução da cultura da infância,
fessora da PUC-Minas e coordenadora
anos 2003 e 2004. São traba- como uma rica fonte de cres- do Instituto Superior de Educação Ba-
lhos que compuseram o Ciclo cimento e aprendizagem dos lão Vermelho.
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resenhas
Nesta obra, a jornalista Xin- de vida comoventes, emo- as vidas de todas nós, mulhe-
ran apresenta histórias verí- cionantes, repugnantes, que res, como companheiras, pro-
dicas de mulheres chinesas revelam provações, medos, fissionais, mães e militantes.
de diferentes idades e con- esperanças, resistências. São Nos faz pensar na necessida-
dições sociais, entrevistadas todas mulheres de alguma for- de de inventar e reinventar a
entre 1989 e 1997. Os relatos ma violentadas, em nome da nossa capacidade de resis-
revelam o peso das antigas “reeducação” promovida pela tência. Resistência em defe-
tradições e a asfixia de déca- Revolução Cultural chinesa. sa dos direitos humanos, dos
das de totalitarismo político e A autora apresenta também a sonhos, das utopias e de uma
repressão sexual vivenciados sua própria história, marcada sociedade justa e igualitária.
na China. pelo desamparo e pela discri- Vale a pena ler!
Nas histórias escolhidas minação.
* Sandra Denise Pagel é Coordenadora
predomina a memória da O livro, mesmo desvelan-
Geral do Ensino Fundamental/DPEIEF
opressão, do abandono e da do experiências vividas pelas da Secretaria de Educação Básica do
violência. São experiências chinesas, nos faz refletir sobre MEC.
revista criança 37
notas
Lançamento da Revista
Pró-Letramento LeituraS
O Pró-Letramento, programa de formação conti-
O MEC lançou a Revista LeituraS, que será distri-
nuada para professores de 1a a 4a séries para rever-
buída gratuitamente para as escolas de Ensino Fun-
ter os baixos índices de aproveitamento em Língua
damental. Dirigida aos professores e com tiragem
Portuguesa e de Matemática no Ensino Fundamen-
de 200 mil exemplares, LeituraS é mais uma ação
tal, já está presente em municípios dos estados
do Programa Nacional de Formação de Leitores, in-
do Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão, Bahia,
formando sobre livros (literatura, didáticos e outros)
Piauí, Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe. O
e sugerindo atividades com os alunos.
programa pretende atingir cerca de 400 mil profes-
A Revista traz ensaios de especialistas e textos de
sores até 2007, com cursos de um semestre que
professores. Na primeira edição, divulga a experiên-
enriquecerão o trabalho dos professores nas duas
cia da cidade de Iepê, que obteve bons resultados
disciplinas.
no Prova Brasil, decorrente de ações de leitura nas
Universidades da Rede de Formação Continuada
suas escolas públicas. Também traz os depoimen-
de Professores da Educação Básica (Rede/SEB/
tos do escritor Ricardo Azevedo e do geógrafo Aziz
MEC) produziram fascículos e programas de vídeo
Ab’Sáber sobre leitura, e um artigo sobre fotogra-
nas áreas de Linguagem/Leitura e Matemática. O
fia. Para dinamizar o uso dos livros do Programa
investimento é de R$ 80 milhões. O MEC faz a for-
Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), os artigos e
mação de tutores e distribui o material didático; os
sugestões de atividades trazem resenhas de obras
estados, então, fazem a formação dos professores
que compõem os acervos distribuídos às escolas
de suas redes.
públicas.
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diálogo
revista criança 39
diálogo
A Revista Criança muito vem acrescentando esse livro trabalhei as diferenças individuais
a nós professores e particularmente a mim, e o preconceito. Ficaria muito feliz se o mes-
que sou coordenadora de uma escola muni- mo fosse publicado. Aguardo aflita por uma
cipal. Os conteúdos abordados são claros, resposta.
precisos e de grande apoio nas horas de es-
tudo dos professores. Espero poder partici- Meyre Luciana Belo de Almeida
par deste trabalho, mesmo que indiretamen-
te, enviando-lhes alguns poemas de minha Mônica, Heber, Maurício, Eveline, Eurídice,
autoria. Meyre,
Ao ler as cartas enviadas por vocês e por
Eveline Soares Correia Malvezzi outros leitores, ficamos satisfeitos por saber
Nova Londrina (PR) que as matérias selecionadas para publi-
cação na Revista Criança têm sido úteis ao
Ficarei muito feliz se o texto “Marlene, a trabalho pedagógico que desenvolvem. Ou-
professora heroína” for publicado. O texto é tro motivo de nossa satisfação é a constata-
sobre uma colega de trabalho que, além de ção de que muitos de nossos professores,
ser uma grande professora, tem cinco filhos, além de bons leitores, são também autores
sendo que os três últimos são trigêmeos. de textos literários. Mesmo reconhecendo a
qualidade de muitas matérias enviadas nos
Eurídice Pontes Barbosa vemos impossibilitados de divulgá-las tan-
Centro de Educação Infantil Menino Jesus – Munhoz de to pelos limites de espaço para publicação,
Mello (PR) quanto pelas características de nossa linha
editorial.
Sou pedagoga e professora da Educação In- Continuem produzindo literatura e nos es-
fantil. Escrevi um livro no qual conto a histó- crevendo sobre suas experiências.
ria de um gato diferente: “O gato lilás”. Com
40 revista criança
arte
As meninas
1656 – Óleo sobre tela