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Psicopatologia I
09-09-05
Vocês não estão no curso de Psicologia do nada. Pra lidar com o sofrimento do outro, com a
loucura do outro, vocês já tem uma idéia do sofrimento de vocês, da loucura de vocês.
Entrevista Psiquiátrica
Roteiro Fenomenológico
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Material produzido pelos alunos Cerise, Gil e Purpurine www.lessa.com/psicologia
Num exame mental não colocamos termos técnicos – é uma descrição. Podemos colocar falas
do paciente. Ex: Coloca o que foi dito entre aspas e no final coloca (SIC) – Segundo
Informações Colhidas
O exame mental ou exame psíquico tem um roteiro fenomenológico da mesma forma que na
anamnese.
Carl Rogers Humanista existe a possibilidade sim do individuo não só se curar, mas se
ele começa a ter uma conscientização que ele tem uma patologia, que existe uma forma de
tratamento que está disponível pra ajudar essas pessoas, aí estamos trabalhando com a
posição existencial do sofrimento humano.
Ex: paciente escutando vozes o terapeuta pergunta o que as vozes estão dizendo, fala que
existem remédios pra diminuir esse sofrimento, porque as vozes fazem a pessoa sofrer – falam
de sexualidade, de culpa, etc... A nossa voz interna a gente não projeta e eles projetam. A
psicanálise fala que essa alucinação auditiva é uma projeção.
Uma vez que o sujeito tem estrutura psicótica para sempre é psicótico, segundo Freud. Por
isso que não adianta querer trazer o psicótico para o mundinho neurótico. Temos que entrar
nesse mundo do psicótico, coisa que não é pra qualquer profissional, e tentar mostrar pra ele
dados da realidade do mundo externo.
Não podemos dizer que não acreditamos pois o objetivo é que ele exteriorize cada vez mais o
seu mundo interno.
Todo paciente surtado é abordável? Claro que não. A grande maioria é, mas o agressivo,
principalmente fisicamente não – a transferência ali é completamente distorcida da real. Mas
isso é raro. A intuição e a observação nos permitem ter uma idéia de quando o paciente vai
surtar ou não. Eles sinalizam quando tem algo errado com eles.
Ex: Delírio místico paciente fala “não sei o que da religião”, etc... mas ao mesmo tempo em
que tinha o delírio ele dizia que a igreja não dava conta, e o terapeuta aproveita pra falar “será
que a medicina não pode diminuir o seu sofrimento?”
Na página 182 do livro do Dalgalarrondo fala da Evolução dos transtornos mentais - sobre os
surtos, mas isso é matéria de Psicopatologia II.
O surto sempre deixa uma seqüela.
Exame mental fazemos observação dos sintomas, só que ao mesmo tempo pode estar
ocorrendo a anamnese – não são estanques.
Com a proposta da reforma psiquiátrica só podemos internar alguém que tem um quadro
psicopatológico – viciado em drogas por exemplo não é o caso.
A entrevista psiquiátrica tem esses dois momentos – anamnese e exame mental – mas na
verdade esses dois momentos se sobrepõem. Ao mesmo tempo em que estou observando o
paciente ele já pode trazer informações sobre a sua história de vida.
Ao longo das nossas entrevistas psiquiátricas, nunca é só uma, vamos configurando o nosso
paciente. É como se fosse um jogo de quebra-cabeças onde temos que juntar os sintomas com
a história de vida do paciente. Não tem como saber exatamente a princípio, por isso
trabalhamos muito com impressão diagnóstica, Hipótese diagnóstica.
Depressão profunda
Depressão secundária quando tem uma doença orgânica primária levando a depressão.
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Material produzido pelos alunos Cerise, Gil e Purpurine www.lessa.com/psicologia
Ex: com um paciente choroso não vou dizer que ele está em depressão, mas sim que tem um
humor depressivo.
O fato do paciente não responder pode ser por vários motivos: delírio persecutório, não quer
simplesmente responder, etc...
Exame psíquico em psiquiatria é igual a qualquer exame físico em qualquer área da medicina
Diagnóstico diferencial Se o meu paciente não tem essa doença, qual ele pode ter? Essa
é a pergunta que devemos nos fazer o tempo inteiro. Reclamamos tanto dos médicos não
considerarem o lado psicológico, mas temos que ter cuidado com o psicologismo. Os sintomas
psiquiátricos podem se apresentar em várias doenças. Justamente por não termos essa
precisão, devemos fazer o diagnóstico diferencial.
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