DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL QUESTIONÁRIO (AMB111)
Guilherme Ferreira Horta – 14.1.1197
1) O que é o índice de qualidade do ar (IQAr)?
O índice de qualidade do ar é uma ferramenta matemática desenvolvida com base em uma experiência realizada no Canadá e nos EUA na década de 1980 para simplificar o processo de divulgação da qualidade do ar. Este índice padroniza todos os poluentes medidos em uma única escala visando facilitar a divulgação dos resultados do monitoramento da qualidade do ar em determinado período. Através do índice de qualidade do ar o impacto de um certo poluente pode ser comparado com o de outro, porque um mesmo valor de índice significa o mesmo efeito. Após a filtragem destas concentrações os dados são classificados em cinco diferentes níveis de qualidade, que varia entre boa e péssima. O IQAr é um valor numérico, compreendido entre 0 e 300, e quanto maior o valor, mais alta é a poluição do ar, e consequentemente maior será a preocupação com a saúde da população, uma vez que a mesma estará exposta a diversos riscos e efeitos adversos.
2) Quais os parâmetros ATM utilizados para o cálculo do IQAr?
Os padrões de qualidade do ar foram incorporados como um dos instrumentos da política ambiental, (artigos 2º, VII, 4º, III e 9º, I da Lei 6.938/1981 – Política Nacional de Meio Ambiente). A Resolução 005/1989, que institui o PRONAR (Programa Nacional de Qualidade do Ar), determinou a classificação dos padrões em dois tipos: i) primários: níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos; ii) secundários: níveis desejados de concentração de poluentes. O PRONAR exigiu a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários de qualidade do ar, conforme segue: Classe I: áreas de preservação, lazer e turismo: a qualidade do ar destas áreas deve ser mantida no nível mais próximo possível do verificado sem a intervenção antropogênica; Classe II: áreas onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão secundário de qualidade; Classe III: áreas de desenvolvimento onde o nível de deterioração da qualidade do ar seja limitado pelo padrão primário. No Brasil os padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA 003/1990 são: - partículas totais em suspensão (PTS); - fumaça; - partículas inaláveis (PI); - dióxido de enxofre (SO2); - monóxido de carbono (CO); - ozônio (O3); - dióxido de nitrogênio (NO2). E seguem respeitando a tabela a seguir:
Fonte: Imagem retirada do site: www.prefeitura.pbh.gov.br
3) Como se calcula esse índice?
O cálculo do IQAr é feito baseado nas faixas de concentração de cada poluente monitorado e a qualidade do ar é classificada a partir do maior índice. Ou seja, a qualidade é determinada pelo poluente que apresenta o pior resultado para Ip . O IQAr então, é dado por este valor e classificação correspondente. A equação utilizada par ao cálculo de cada parâmetro é a que segue: If − Ii Ip = (C − Ci ) + Ii Cf − Ci Onde, Ip é o índice para o poluente p; If é o valor do IQAr máximo da faixa onde o poluente p se encontra; Ii é o valor o IQAr mínimo da faixa onde o poluente p se encontra; Cf é o valor máximo da faixa de concentração onde o poluente p se encontra; Ci é o valor mínimo da faixa de concentração onde o poluente p se encontra e C é a concentração média do poluente p.
4) Qual o objetivo de se calcular o IQAr de uma região?
A qualidade do ar já era observada a nível federal por meio de padrões desde a Portaria 231/1976 realizada pelo então Ministério do Interior e somente depois foi incluída na Lei 6.938/1981. O objetivo principal de se observar a qualidade do ar é reconhecer a intensidade da deterioração da mesma como ameaça à saúde, segurança e bem estar da população, visando prioritariamente a proteção da população. Com a criação do PRONAR, os padrões de qualidade do ar passaram a pertencer às medidas de controle da poluição atmosférica tendo como objetivos principais: avaliar as ações de controle estabelecidas, e servir como referencial para os limites de emissão de poluentes. A legislação brasileira também prevê a adoção dos padrões de qualidade do ar como parâmetros para a definição de medidas de previsão, prevenção e remediação de eventos críticos de poluição.
5) Qual é a classificação do IQAr e o que cada categoria representa?
Após o cálculo do IQAr os valores obtidos são analisados de acordo com os graus de concentração obtidos na tabela abaixo e classificado nas categorias que seguem:
Fonte: Imagem retirada do site: www.prefeitura.pbh.gov.br
Boa: valor entre 0 e 50 - A qualidade do ar é satisfatória e apresenta pouco ou nenhum risco para a saúde da população. Regular: entre 51 e 100 - A qualidade do ar é aceitável, porém as concentrações existentes podem causar certa preocupação para um número muito pequeno de indivíduos. Pessoas com extrema sensibilidade ao ozônio e ao material particulado podem vir a ter problemas respiratórios. Inadequada: entre 101 e 199 - Os membros de grupos sensíveis podem ter efeitos na saúde, mas a população em geral não é afetada. Pessoas com doença pulmonar, doenças cardíacas, crianças e idosos são considerados como grupos mais sensíveis e, portanto de maior risco. Má: entre 200 e 299 - Toda a população começa a sentir os efeitos na saúde quando os valores estão compreendidos nesta faixa. Péssima: acima de 300 - Deve ser dado um alerta à população, pois todos podem experimentar os mais graves efeitos na saúde.
6) Em Minas Gerais onde se faz o cálculo do IQAr e como as monitorações são
passadas para a população? O monitoramento da qualidade do ar em Minas Gerais é feito pela FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente). Na região metropolitana de Belo Horizonte – eixo BH/Contagem/Betim, a FEAM opera uma rede de 10 estações automáticas, onde estão instaladores monitores de PM-10, analisadores de gases sensores meteorológicos e sistema de aquisição e transmissão dos dados. Os equipamentos que compõe a rede são de origem francesa e foram adquiridos em atendimento a condicionante de licença ambiental ou medida compensatória de dano ambiental. Além da rede na FEAM, existem outras 19 estações instaladas em outros 6 municípios de Minas Gerais que monitoram a qualidade do ar e transmitem os dados em tempo real para a FEAM. Estes dados são transmitidos por rede telefônica à central, em tempo real, e os resultados são disponibilizados em boletins diários que apresentam a situação nas últimas 24 horas.
7) Por que a população de certa região teria o interesse em conhecer a IQAr?
A legislação brasileira diz que: “Os órgãos ambientais competentes integrantes do Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente) deverão elaborar e divulgar relatórios anuais relativos à qualidade do ar e da água e, na forma da regulamentação, outros elementos ambientais” (art. 8º da Lei Federal 10.650/2003). Desta forma, a disponibilização da informação sobre a qualidade do ar é ferramenta fundamental que permite não só o conhecimento do nível de atendimento aos padrões de qualidade do ar, por parte da população, como também o acompanhamento e a avaliação, pela sociedade, das medidas de gestão da qualidade do ar implementadas. Trata-se de direito fundamental condicionador do princípio da participação. Apesar disso, levantamento recente feito pelo IEMA (Instituto de Energia e Meio Ambiente), mostrou que apenas sete estados brasileiros apresentam relatórios anuais de qualidade do ar, sendo que a maioria destes não os atualiza nem disponibiliza documentos de forma sistemática.
REFERÊNCIAS
SANTANA, Eduardo, et al. Padrões de qualidade do ar: experiência comparada
Brasil, EUA e União Européia. São Paulo: Instituto de Energia e Meio Ambiente, 2012. http://www.feam.br/noticias/1/1329-qualidade-do-ar – acesso em: 19/01/2018
http://portalpbh.pbh.gov.br – Aba : Meio Ambiente – Indicadores de Qualidade do Ar –