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Maneirismo das Ruas

(Poesias para os dias...)

Pedro Gorrão
“Despedaçados por um lado pela força e por outro pela liberdade, (os artistas)
ficaram sem defesa contra o caos que ameaçava destruir toda ordem do mundo
intelectual. Neles encontramos, pela primeira vez, o artista moderno, com o seu
interior, o seu gosto pela vida e pela fuga, o seu tradicionalismo e a sua
rebelião, o seu subjetivismo exibicionista e a reserva com que tenta readquirir o
último segredo de sua personalidade. De então em diante, o número de
maníacos, excêntricos e psicopatas, entre os artistas, aumenta de dia para dia".
Arnold Houser
O coração em notas novas

Ainda que exista amor e receio


Percorro outros sentidos e...
Anseio construir mais que apreço
Emancipar tem no sangue
Da tira de carne valor inócuo,
Ainda assim inglório.

O desejo de fato está


Nos relógios e pulseiras
Bem como as profundezas
Onde aquilo que guia
Não tem sombras

Apague as luzes agora


Chegaremos como cores
Pintando auroras em acidentes
Quase que catatônicos
Ou dissonantes ressoaremos.
Olhos de Ourives

Perpassar a matéria bruta


Intentando precisar a preciosidade
Labuta continua, como a de quem
Raramente se rende à 'verdade'
Aquém dos contos, e modernismos
Além de brilhos ainda opacos
Existe algo no meio da rocha.
Acerta a lima, esmerila caprichosamente
Até que veja se ouro ou aço.
Se ao fogo ou afogo. Lançando,
Descomunalmente a precisão
Que decidia meio aos milhões
Ver com olhar desconstruto
Que contra as impurezas ainda
Luto, rebato e apanho do chumbo,
Da prata e do estanho.
Portanto ao desfilares meus brilhos
Antes reflita: que das mesmas partículas
Partilham o lápis, compositor destes versos,
Teus diamantes recebidos com afeto.
Sobre a premissa de entrega
Sobre as marteladas de uma forja
Etérea, capaz de moldar almas.
Ao cantar todas tuas novas
Lembre-se que daqui,
Aquele que observa,
Conhece a bruta matéria
Que compõe-te de misérias e riquezas
Mais há de esplendoroso
Nos calabouços do teu coração!
“A vida se perde, na seresta dos
caminhos
Contingente é um balaio. Nunca se é só
isso
As estrelas, de brilho frágil, então
distantes
As preciosidades são pedras quase
invisíveis
Por vezes achei o máximo buscar
solitude
Solicito e quase opaco a me trancar em
seus
Meio afagos, meio contatos e quartos
escuros
Eu descia pensando ascender
Mas se de ponta cabeça via o solo
Como céu. Não saberia que estava
Nos ombros da montanha
E me erguia titã para ter mais
Luz e sombra...”
Ao Vinho
Tome por completo os ânimos,
Revele sem pudor a luz dos pântanos
Revele a verdade emergida da lama,
Pouco importa se verde ou roxa,
Apenas incentive a flama!

Deixaremos a rosa no teto


Para abrirmos o plexo outrora dourado
Sorvendo a aurora com o encanto
De um dia prateado, envelhecido e
amadeirado.
Sem vidros ou rolhas, mas com ânforas
Aos montes e soltas de uma mão a outra.

Percorra nossos lábios e corpos


Renovando os desejos mortos
Que liberados intrepidamente,
Calem os pensamentos da mente
Que todos imaginem, libertinamente
Começo, meio, final estridente
Trancado a quantas forem
Chaves da noite abrem as gaiolas
Assim os pássaros compõem trilhas
Dessa aurora entorpecida pela
espontaneidade...
Dos que sazonam com o tempo transcorrido.
Sobre a comunicação
A comunicação é um castelo de cartas
Alinhadas, que com um sopro se
desfaz,
Em revoada.

Mesmo assim continuo colocando cada


Marcada. Afinal minha alma é um
castelo
E amar é para os 'Super-Fortes'.

No meio de seus mistérios me descobri


Um Rei, que quis ser O Bobo...
Soprei...
Amar é para os Super-Fortes
Ela é mais 'Super-Homem'
Eu? Uma revoada de pássaros,
Perdidos nos vinhedos,
As árvores sabem muito... Mais!
Sapiência continua
Camará dizia que não caía
Em mandinga nem conto de amor
Pra se livrar contou uns terços
E no meio da mata vislumbrou

Camará entenda sua sina


Carrega teu fardo contínuo
No meio das preces vê se entende
Se abrir ferida põe o sal do mundo

É que o mar sabe mais que muita gente


Desde sempre já estava lá cantando
O mar traz a canção do mundo, e no
fim...
O mar sabe mais que essa gente toda

Camará mergulha, que lá tudo se cura


Deixa o sal te lavar e comece a sentir
Que navegar também é cair

Andar pra trás é ir pra frente


Caranguejo que disse do meio da lama
Depois que lavei minhas incertezas
Caranguejo quem me ensinou a navegar
E o mar sabe tanto, com certeza
Emerge mistérios até a lua

O mar na imensa sabedoria


Canta dia inteiro o que está
Entre mundos nos mudos ventos

É que mar muito sabe, mais que gente


O mar sente mais tudo. Essa gente
Nada sabe que mar mais é um mundo!
Quebrante
Ela chegou numa tarde de domingo
Com os olhos de eterna ressaca
Tinha gosto de absinto
Já não me lembro de nada,
mais...

Capitu menina capturou


Meu espírito
Tive que ir pr'um convento
Pra me exorcizar

E foram dias e noite a fio


Na confraria europeia
Algemado na cama a me contorcer
Cada comadre uma reza, uma conta
Nessa epopeica exorcização
A cada conta saia um demônio
Mas entravam sete no plexo
Assim sendo mande sete comadres
então...

Você me tinha no meio da palma


Mas não sabe o risco
Quer é brincar com paixão
Mas depois da Lua e das
carmelitas
Menina você não aguenta o refrão
Cada comadre uma conta, uma reza
A cada conta um demônio saia
Mas entravam sete no porão
Me contorcendo feito massa de
bolo
Vamos acabar de uma vez com isso
Mande as sete comadres
Então!
As bruxas estão à solta
Hão de aparecer à sua volta
Quando fracasso e sucesso
Forem anedotas tênues de papéis
Que se invertem para adestrar sua
visão

Os ciclos protegem a nós das castas


Onde notas exatas estão no teto
Para que os segredos róseos contem
Aos fiéis e sábios que os calarão

Os caldeirões guardam almas


Os cantos anciões trazem novas
Formas de fazer do passado
Fermento do futuro, igualmente
ocorrido

Entre Fernandos e Pessoas


Me exílio em Cruzes e Souzas

E que os símbolos me livrem


Dos Deuses monetários
E dos mosteiros falidos
Da tal contemporaneidade
O mundo é melhor

É lógico que o mundo é melhor


com pessoas que gozam,
constantemente!
Eu não digo somente do ato de
ejacular
Eu também digo do ato de gozar
Gozar d'uma boa música
Depois de um silêncio magistral
E, depois da música, no silêncio
conseguir reconstruir ela mesma
com os mesmo sentimentos que
A música elucidou na gente

Gozar d'um sorriso sincero


Por receber aquele amigo
Que partiu há tantos anos a esmo
No mesmo tempo que impediu
Tanto contato, mas que nos olhos
abertos,
Dos que brilham na hora do
reencontro
Percebe que o tempo é só um lapso
E que eles se viram ontem mesmo

Gozar de um céu limpo


Que pode se fechar pr'uma chuva
Quente e maravilhosa n'onde as
Pessoas sem pudor dançam e cantam
Enfeitando suas cabeças, coroas e
frontes
Com pétalas e flores sem espinhos
E quem sabe por fim, até:
Gozar A Morte
Como se Ela fosse um corredor
A nos levar de volta ao ponto
De onde saímos.
Exercício
Levantar penas afiadas
Destrinchar linhas tortas
Conectar sutilezas
E mergulhar borrões

Mas o reconhecimento?!
Este vêm com o levantar
Das cabeças e lâmpadas
Destrezas avessas

E na solidão das incertas,


embora pontuais,
Distanciais a natureza

De quem observa
Daquilo que a vida versa

Pois o poeta é o não-ser


Para poder captar o existente

Nas intempéries de viver


Nos pensamentos e vozes
Alheios.

Assim como Diego de La Mancha


Atrasado, entretanto: Em tempo
Para revolucionar a conexão
Dos sentimentos de máquina!

Às poetisas, aos poetas e poesias


Poemas, rimas e entrelinhas
Felizes sejam em todos os dias!
Vai Ver

Pode até ser que seja parca


Pouco entre luz na retina
O foco sejam as migalhas
Do mundo que se acortina

Lá fora existem sintonias


Que outros sentidos fazem
O papel das meninas

Mas distinto é o que trago.


Ouro e papel são frios
Perto das flores surgidas
Neste templo-portal que encarno

E nossos abastados sábios?!


Que cuidem de tudo aqui,
Pois hei de navegar!

E quando encontrar porto


Que seja teu corpo onde
Possa deixar, flores-sentimentos
Que brotam enquanto luzem teus olhos
E me permito mais que amar...
Dos Tipos
Há quem se ajoelha
Diante de uma espada;
por liberdade;

Diante de outrem
Como se lhe fosse
Feito d'uma parte

Mas o Amor Verdadeiro


Não se ajoelha,

Assim têm Deuses


Com a sorte e consortes corteses

Afinal Ela sabe


Que sua semente
perpassa .O. Tempo

E É retirada da Estrela Mãe


Onde o Sol não se apodera
E sim segue:
Após viver
além dos sonhos

...
Inspire fundo agora
Atravessaremos cortinas
periódicas

Até cearmos os Frutos D'Aquela


Que joelho não tocou o chão,
Que o mudo expresse em toda parte
Liberta-te e ame aquilo que
desejares!
Há de não existir Destino

E mesmo assim Estivemos todos


contados
Na unidade que era Ela... Hoje
sonhar podemos,
Principalmente em achar o caminho
de volta ao
Cinturão das anãs e ciganear na
dança com uma
Força que nos força a diluir e
replicar
Os números que Ela tinha de
cor...
Obra: Pedro Gorrão
o autor também contribui para algumas
páginas e grupos a ver:

Grupo de Poetas da Trindade:

https://pt-br.facebook.com/Grupo-de-
Poetas-da-Trindade-238168673232014/

Maneirismo:

https://pt-
br.facebook.com/maneirismopoetico
[Página do autor]

Imagem de fundo: Madonna Della Steccata


de Parmigianino encontrado pelo Google.
Produção independente!

Todos os direitos reservados a Pedro


Gorrão

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