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Research Proposal - Wheelwright Prize 

The aim of the Wheelwright Prize is to encourage field research with the
potential to have an impact on architectural production. Applicants should justify
the need for field research, correlating their investigations to their travel
itineraries. Applicants should explain the significance of their research for
architecture and architectural production. Those proposing urban or historic
topics are especially advised to note the relevance of their research on
contemporary architectural practice.
Parte superior do formulário
● Question number1.
Short Title for Research Proposal*

NÃO SEI AINDA

ALGO ENTRE:

ARQUITETURA TEATRAL: QUANDO O


COTIDIANO E O INVISÍVEL SE TOCAM

● Question number2.
Summary of Research Proposal*
Please summarize your research proposal. The summary should convey clearly
and specifically the primary objective of the proposed research and potential
relevance to contemporary architectural practice.

Character limit is seven hundred .


0 of 700 characters

RESPOSTA
O teatro é uma atividade “entre” os limites da
arquitetura e da arte. Está na margem da fronteira que
define o que é espaço e o que é prática. Pode não existir
teatro dentro do teatro, assim como atualmente existe
teatro sem teatro. A questão é: o teatral aparece quando
se estabelecem os rituais que consagram o vínculo entre a
vida cotidiana e o mundo invisível. O Teatro tem a função
de recriar o momento mítico, que é presentificado
novamente, num espaço/tempo específico. Esta é uma
pesquisa antropofágica de devoração dos momentos
místicos contemporâneos para fazer reexistir a arquitetura
teatral.

● Question number3.
Research Proposal*
Please describe your proposed research project. Applicants should articulate
the relevance of their proposed research to the contemporary discipline of
architecture. What are the consequences of this research project? How might
your research potentially impact practice? Strong proposals will address the
importance of travel in research. Describe your proposed methodology and
special insight, ability, and skill to execute your proposal.

Character limit is six thousand .


0 of 6000 characters

RESPOSTA
Teatro e arquitetura se interligam na formação da
arquitetura cênica, no espaço da cena agindo no espaço
arquitetural, seja o edifício teatral ou não. Sendo o teatro o
reflexo da sociedade, contemporaneamente é de se
estranhar o delay da arquitetura teatral, estagnada em
uma relação palco-plateia recheada das hierarquias
renascentistas. Só em São Paulo nos últimos quatro anos,
12 novos teatros foram construídos, todos do modo
Italiano, mantendo a relação frontal entre público e atores;
mantendo a antidemocrática separação de lugares na
plateia definida pelo poder de consumo; mantendo bem
demarcada a separação entre palco e plateia, cuja quarta
parede, apesar de mais flexível por causa das encenações,
permanece reforçando o ponto de vista único do camarote
real. A quarta parede ergue-se na fronteira imaginária
entre o palco e plateia delimitada pela parede da boca de
cena, aprisionando a ação cênica no palco, colocando o
público à margem, o transformando em mero espectador,
estático, passivo, que quer ser hipnotizado pelo espetáculo
até o ponto de perder a consciência de que é uma pessoa,
vira um autômato.
Os arquitetos estão desvinculados do fazer artístico
teatral. No século XX muitos foram os encenadores que
buscaram a quebra dessa quarta parede com o objetivo de
despertar o indivíduo, atrás dela, de sua hipnose,
desvelação. No começo do século as tentativas ficaram
mais na teoria: Brecht e seu distanciamento, Meyerhold e
seu grotesco, Piscator e o teatro político, Artaud e o teatro
da crueldade, Grotowsik e o teatro pobre. Até Groupios
propôs o Teatro Total para Piscator criar seu teatro Político,
infelizmente não construído. Já na segunda metade do séc.
XX maiores foram os experimentos práticos vindo das
companhia teatrais, dos teatros de grupo surgidos a partir
de 1960 que exploravam novas linguagens como o
happening, a performance, o site-specific: Living Theater,
Performance Group, Teatro de Soleil, Peter Brook, Tadeusz
Kantor, o Teatro Oficina. Grupos que abandonaram o
edifício teatral. A separação entre a cena e o público
acerca-se a um limite fino, quase inexistente, ao ponto de
desmaterializar a noção de público como espectador para
criar um público atuador, participante de construção da
cena, que por sua vez poderia acontecer em qualquer
lugar. Também não existe mais a figura do palco, qualquer
lugar em que a cena aconteça, desvinculada do edifício
teatral, da caixa preta ( como os artistas se desvincularam
do “Cubo Branco”), e interligados às arquiteturas dos
espaços em que a ação acontece- à arquitetura e à
memória do lugar- viram cenografia para as encenações em
galpões, hospitais, igrejas, presídios, fábricas, museus,
galerias de arte, ... O lugar teatral expande-se,
configurando a cena híbrida, onde o espaço cênico torna-se
o espaço arquitetônico e vice-versa. O “Teatro sem Teatro”.
E aqui chega-se a um impasse, o teatro para
desconstruir a estrutura à Italiana, inerente à própria ideia
do que é teatro, cria um teatro sem teatro, dissolve o
edifício teatral.
O objetivo desse trabalho é pesquisar três campos de
atuação para o reexistir da arquitetura teatral: o
subjetivo-mágico-invisível, o relacional-teatral e o
tectônico-tecnológico, encontrar novas relações espaciais
de palco e plateia, atores e público: nos espaços sagrados
primitivos, onde a hierofania se manifesta sem a
necessidade de uma poderosa instituição, construídos na
precariedade radical; nos teatros tradicionais orientais,
Japonês, Chinês, Indiano, Balinês e Polinésio; e nos novos
estádios e ginásios construídos com as mais avançadas
tecnologias midiáticas para as atuais competições
esportivas. Busca utópica do Teatro de Estádio Antropófago
Oswaldiano onde se encenarão as Óperas de Carnaval
EletroCandomblaicas da Tragicomédiorgya. (Encenações
realizadas no Teat(r)o Oficina em São Paulo, um terreyro
eletrônico criado pelo arquiteto Lina bo Bardi e pelo diretor
José Celso Martinez Correa, eleito em 2015 pelo The
Guardian como o mais bonito e intenso teatro do Mundo).
Oswald de Andrade, o poeta da Antropofagia, fala de um
Teatro de Estádio: “ O caráter religioso do teatro, festa
coletiva, festa de massa, festa do povo... Está aí um teatro
para hoje, um teatro de estádio... participante dos debates
do homem”. Um teatro para a multidão, considerando a
multidão Copernicana, onde o homem deixa de ocupar o
centro, é a quinta parede a ser transpassada, um teatro
para a multidão de tudo o que existe, ​bichos, rios, terra,
plantas, coisas, genius loccis, encantados, deuses​,
participam do rito teatral.
Etherno retorno.
O teatro voltando às suas raízes no ritual pagão de
culto aos deuses, ao primitivo, ao invisível, quando teatro e
deidades conviviam em uma celebração única e epifânica,
onde o edifício teatral estava integrado à rede, à paisagem
urbana e não trancafiado em shoppings centres com função
única e exclusiva de entreter. Não é uma busca
metodológica para se construir um Teatro de Estádio, mas
experimentar no corpo as arquiteturas visíveis ou não dos
Estádios já estabelecidos nas celebrações religiosas em
espaços primitivos, nos teatros tradicionais e nos rituais
tecnológicos e midiáticos dos cultos esportivos
contemporâneos. Segundo a concepção de Antonin Artaud,
o teatro tem a função de transmitir ao público a própria
energia vital e fazê-los vivenciar a máximo a realidade, em
contra-ponto ao simulacro de suas “vidas reais”.
Referências:

ARTAUD, Antonin. ​O teatro e seu duplo​. São Paulo: Martins Fontes, 1991

BARDI, Lina Bo, ELITO, Edson e CORRÊA, José Celso. ​TEATRO OFICINA,
São Paulo:1980-1984​. Lisboa: Ed. Blau, 1999

BRECHT, Bertold. ​Estudos dobre o teatro​. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,


1978

BERTHOLD, Margot. ​História Mundial do Teatro​. São Paulo: Perspectiva,


2005.

CARLSON, Marvin. ​Places of Performance. The Semiotics of Theatre


Architecture​. Ithaca, Nova Yorke e Londres: Cornell UP.1989

DE ANDRADE, Oswald. ​Do Teatro que é bom. In: Ponta de Lança. Rio de
janeiro: Civilização Brasileira, 1971. Pgs 85 a 92

FOSTER, Hal. ​O complexo arte-arquitetura​. São Paulo: CosacNaify, 2015

GROTOWSKI, Jerzei. ​Em busca de um teatro pobre​. São Paulo:


Civilização Brasileira, 1992

MANTOVANI, Anna. ​Cenografia.​ São Paulo: Ática, 1989

MEYERHOLD, Vsévolod. ​Do teatro​, São Paulo: Iluminuras, 2012

MOORE, Rowan. ​The 10 best theatres- From gilded music halls to


ancient stone, the Observer’s architecture critic presents his choice
of the world’s most stunning stages.​ Londres, dez, 2015. Disponível
em:
www.theguardian.com/artanddesign/2015/dec/11/the-10-best-theatres-arc
hitecture-epidaurus-radio-city-music-hall

PISCATOR, Erwin. ​Teatro político​. Rio de Janeiro: Ed. Civilização


Brasileira, 1968
VIDLER, Anthony. ​O campo ampliado da arquitetura​. In SYKES, A. Krista
(org.). O campo ampliado da arquitetura. São Paulo: CosacNaify, 2013

● Question number4.
Please describe the anticipated or possible output of this project*
Wheelwright Prize winners are not obliged to produce any specific
documentation, but if you have ideas about publications, exhibitions,
documentary films, or other media, we would very much like to know.

Character limit is one thousand .


0 of 1000 characters

RESPOSTA
Toda pesquisa será documentada em vídeos, desenhos
áudios, textos, sensações. A captação de narrativas orais,
visuais e táteis são parte essencial de todo o processo. Para
que ao fim seja criado um exercício ​etnopoético​, conceito
apropriado antropofagicamente de Jerome Rothenberg, a
valorização da fala individual subjetiva, dentro de um
contexto de afastamento do ​logos hegemônico ocidental, e
a valorização de uma linguagem híbrida, miscigenada. A
presentificação de um tea-to imagético, que será composto
em forma de cena virtual. Uma ação cênica que criará uma
nova poesia material sobre o edifício teatral para a
multidão antropófaga.

Travel Itinerary - Wheelwright Prize 


Please describe your proposed travel itinerary, including sites to visit, contacts
to meet, conferences or workshops to attend, and other aspects of travel that
support the proposed research agenda. Applicants are expected to spend a
minimum of 6 months (cumulative) outside their countries of residence to
conduct their research. Funds may be used for travel anywhere in the world,
excluding the United States (See FAQs.) Jurors seek candidates who will make
the most of the opportunity to travel.
Parte superior do formulário
● Question number1.
Travel itinerary*
Please describe your proposed travel itinerary, including list of sites to visit,
contacts, and other resources that support the proposed research agenda.
Itinerary may include workshops or conferences. Applicants are expected to
spend a minimum of 6 months (cumulative) outside their countries of residence
to conduct their research. The grant may used to cover travel expenses to
locations anywhere in the world, excluding the U.S. (See FAQs for more detail.)

Character limit is ten thousand .


0 of 10000 characters

A viagem é o argumento fundamental da pesquisa. Chegar


no lugar, assentar, ouvir seu funcionamento, sentir as
narrativas de quem o vive, compartilhar, participar de uma
experiência do espaço em sua potência. Por isso nosso
mantra é viajar mais com menos. Passar o maior tempo
possível na estrada. E em cada estação dessa epopeia
permanecer com Cronos a favor do imprevisível, habitar o
tempo necessário para que as forças mágicas do
inesperado aconteçam.
Uma viagem em aberto.
Buscar as universidades locais de arquitetura, teatro ou
antropologia para, além do troca-troca com o discurso
oficial da academia, dar um personagem aos estudantes:
guia, neste roteiro aberto.
Vincular cada sítio visitado à ver o espaço em sua
plenitude, no momento de ação. Não olhar apenas para a
arquitetura pedra e cal, e sim pela ação humana e invisível
que dá vida e sentido ao lugar.
O roteiro, a ser desenhado cronologicamente a partir das
datas dos eventos, está escrito a partir do tripé estrutural:
o subjetivo-mágico-invisível, o relacional-teatral e o
tectônico-tecnológico, cada qual com sua interrogação
específica nessa busca.
O primeiro deles é composto por aqueles lugares onde a
magia do subjetivo é trabalhada a partir das forças
invisíveis. Os espaços sagrados, onde se realizam ritos,
religiosos ou não, de desvelamento das camadas que
bloqueiam nossa percepção. Assim como o teatro, a
conjuração em cena, para um público de fiéis, de uma
outra realidade, teatro primitivo.
São definidos a partir da nossa própria experiência com os
cultos indígenas e africanos. São os lugares menos formais
que visitaremos e por isso os mais difíceis de serem
pré-elencados, somente com um convite olho no olho de
confiança se alcança esses lugares. Para alcança-los
deveremos primeiro estar para depois ser. É o trajeto mais
fluído do roteiro, que será definido in loco, a partir das
indicações. Partimos dos assuntos para chegarmos nos
lugares:
Santeria em Cuba. Cidades como Havana e Trinidad. Lá
teremos suporte da Associação Cultural Yoruba em Cuba.
Vodum e Fetiche no Benin e na Nigéria, África. Em janeiro
em ​Ouidah no Benin acontece um festival da cultura
Vodum, é quando os templos estão abertos. E vários rituais
são realizados, uma porta de entrada.
Sufismo
Xamanismo ameríndio. Os rituais de Yacoana dos índios
Yanomamis na Venezuela.

Relacional- teatral. Nas palavras de Grotowsky: “​O ritual da


religião é uma espécie de magia, o ritual do teatro uma espécie
de jogo”.​ O ator como artista conhecedor das leis que
governam o jogo da vida cotidiana, sua transformação no
jogador/mediador de um vislumbre mais alto, codificado,
convencionado, construído, encenado, racionalizado e
repetido para o testemunho de um público espectador. Aqui
nos referimos às diversas formas de edifícios teatrais (os
edifícios onde a arte teatral como conhecemos no ocidente
se formou), e os saberes teatrais tradicionais do oriente,
ainda em atividade, e que instigaram a formulação de
diversas teorias dos grandes encenadores do sec XX, que
buscam aproximar teatro e vida, o palco e a plateia. Enfim,
o teatro.
Grécia, os antigos teatros gregos em Athenas, Deplho,
Epidauro, Pergamon, Thorikus.
Itália, os antigos teatros romanos e os estádios olímpicos
em Roma, Pompeia, Milão, Veneza.
Japão, os teatros Noh e Kabuki em Tokyo, Nara, Kotohira,
China, os teatros de ópera Chinesa em Beijing, Tianjin and
Shanghai.
Índia, os teatros-templos onde acontecem as diversas
formas de teatro/dança,​ na Região de Kerela, Nova Deli,
Karnatakae Uttar Pradesh.
Indonésia, os teatros rituais e de sombra nas ilhas de Bali e
Java.
E como terceiro ponto, o tectônico-tecnológico, os novos
templos contemporâneos esportivos, os estádios.
Arquiteturas- monumentos, com a assinatura de grandes
arquitetos e que usam as mais complexas soluções
construtivas e inovadoras em termos tecnológicos de
conectividade virtual midiática. Arquiteturas que produzem
uma plataforma para lidar com eventos de multidão. Os
templos estádios com seu público- multidão ávido por uma
experiência única de entretenimento enquanto consome o
esporte.
Inglaterra- todo o complexo Olímpico e o estádio de futebol
do Chelsea.
África do Sul- os estádios da copa do mundo de futebol.
Moses Mabihda Stadium, FNB Stadium (soccer city) em
Joanesburgo, o Estádio municipal da Cidade do Cabo e o
Mmabatho Stadium em Mafikeng
China- o complexo Olímpico de Pequim, incluindo o estádio
nacional e a arena de esportes aquáticos.
Japão- o complexo Olímpico de 2020, Yoyogi National
Gymnasium em Tóquio, Sapporo Domo em Sapporo.
Alemanha- Allianz Arena e o Olympiastadion em Munique.
O estádio Olímpico de Berlim.
Suécia- Ericsson Globe em Estocolmo
Singapura- The Float em Marina Bay e o Singapura Sports
Hub em Kallang
Rússia- os estádios para a Copa do Mundo de 2018 em
Moscou e Petersburg

Todos os lugares dessa viagem serão percebidos, apesar de


estarem elencados para uma categoria, sobre a
possibilidade de serem pesquisados nas outras duas.
A partir do momento em que formos selecionados por esse
concurso, começaremos o trabalho de criação dos
organogramas da viagem, definidos pelas datas dos
eventos em cada lugar. Bem como um trabalho de
produção desse roteiro entrando em contato com as vozes
que farão a narrativa local. Com espaço/tempo aberto para
o imprevisível, para mudanças no roteiro.
Ver com os olhos livres.

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