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 História da Cultura e das Artes I

 Profª Marta Esteves

O CANTO GREGORIANO
Origem

 Tal como já foi visto anteriormente, durante o século VIII, no início da formação do Império
Carolíngio e devido às invasões dos Bárbaros, o Papa Zacarias desloca-se a França para pedir apoio a
Pepino, rei do Francos.
 Já em França, apercebe-se de que o canto galicano utilizado por estes é diferente do que é
praticado em Roma e quando regressa a Itália envia para França o seu director do Schola Cantorum
com o objetivo de lhes ensinar o canto romano.
 Foram ainda enviados vários cantores e ao rei mandou entregar um Antifonário e um Responsorial.
 Mais tarde, o filho de Pepino, Carlos Magno, apercebe-se também destas diferenças e interessa-se
por fazer uma aproximação a Roma, de tal modo que, em 789 impõe o uso da Missa e do Ofício
romano.
 Assim terá surgido um novo repertório, resultante da fusão entre as tradições musicais romanas e
galicanas a que chamaram Canto Gregoriano e que irá funcionar como um elo de ligação entre os
povos, pois os cânticos passam a ser interpretados da mesma forma em todos os locais da Europa
cristã.
 Os cânticos continuavam a ser conservados e reconstituídos de memória. Apenas quando o
repertório se tornou demasiado grande para ser memorizado houve necessidade de se recorrer à
notação escrita.

S. Gregório Magno (~540-604)

 S. Gregório nasce em Roma numa família nobre, filho de um pai senador e de uma mãe muito
religiosa. Após a morte do seu pai, a mãe acabou por se entregar a Deus entrando na clausura do
convento (viria a tornar-se Santa Sílvia).
 Gregório teve uma excelente educação e queria ser político, tendo sido nomeado perfeito de
Roma pelo Imperador Justino II em 573.
 Depois da morte do seu pai e da sua mãe ter ido para o convento, deixou o cargo e transformou o
palácio deixado por seu pai num mosteiro dedicado a Santo André.
Fundou ainda mais 7 conventos e mosteiros.
 Em 575 foi ordenado padre em Roma pelo Papa Pelágio II e, em
579, este envia-o para Constantinopla como embaixador papal, onde
esteve 7 anos. Voltou em 585 para viver na ordem e no mosteiro por
si fundado.
 Em 590 o Papa Pelágio II morre vítima da peste e Gregório é eleito
o novo Papa.
 Devido à sua preparação como político e homem culto, o papado
tornou-se pela primeira vez um estado de poder e de autoridade da
Cristandade Ocidental.

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 Para o manter, Gregório dedicou-se à sua gerência, supervisionando e conduzindo negócios
internacionais e administrando os apoios financeiros. Retirou do estado eclesiástico todos os
funcionários públicos e proibiu a entrada de soldados nas ordens religiosas.
 Foi um pontificado de caridade, humildade e justiça, mas também de firmeza e defesa dos
costumes cristãos. Introduziu uma política de ajuda aos pobres e aos refugiados das invasões dos
lombardos, fornecendo roupa e alimento diariamente a milhares de pessoas. As terras pertencentes
à igreja produziam bens que apenas serviam para serem doados sob a forma de esmolas e punia
quem não o fazia.
 Foi declarado santo no mesmo dia em que morreu por “aclamação popular”.

Intervenção na música

 S. Gregório tem uma obra literária extensa, daí ser considerado um dos Quatro Doutores da Igreja,
a par com S. Ambrósio, St. Agostinho e S. Jerónimo.
 Esteve muito ligado às mudanças musicais, no sentido em que regularizou e unificou o seu uso na
liturgia, tendo organizado todo o ritual litúrgico da Igreja Romana.
 Ordenou que em todos os seminários fossem treinados coros de cantores.
 No século VIII surge uma lenda na qual lhe é atribuída a autoria de todos os cânticos. Segundo esta,
os cânticos teriam sido enviados por Deus através de uma pomba que lhos cantava ao ouvido e que,
por sua vez, este ditava a um monge que os escrevia. Ora, no século VIII ainda não havia notação
escrita o que parece inviabilizar esta possibilidade.
 Sabemos também que nesta época era hábito da tradição gregoriana colocar acções inovadoras
sob a égide de nomes importantes.
 A primeira biografia de S. Gregório foi escrita por João Diácono no séc.IX, afirmando Gregório
como o criador do Schola Cantorum e o compilador do Antifonário.
 O canto gregoriano, resultante da fusão entre o canto romano exercido em Roma e o canto
galicano exercido pelos carolíngios, acabaria por fazer referência ao nome do Papa Gregório na
mesma altura em que surge a lenda que lhe atribui a autoria das melodias.

Processos de execução do Canto Gregoriano

 Processo Original – uma melodia é composta de novo para um determinado texto.


 Processo melodia-tipo – aplica-se um novo texto a melodias já existentes.
 Processo centónico – utilizam-se partes de melodias já existentes, que se adaptam tipo-puzzle a
um texto.

Géneros Gregorianos

1- Estrófico – a mesma melodia é usada várias vezes em diferentes estrofes.


o Ex:Hino – monostrófico – Ofício
o Sequência – polistrófica – Missa

2-Salmódico – melodia gregoriana aplicada a um salmo, de acordo com as fórmulas salmódicas ou


tons salmódicos.
 Salmo é um poema religioso cantado, com um número indeterminado de versos.
 Saltério – livro que contém 150 salmos.
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 O salmo é então construído de acordo com uma fórmula que constrói a melodia do salmo e que se
adapta ao número de sílabas do texto.

 A fórmula tem a seguinte configuração:

2 3 4 , 2

1 5

1º hemistíquo 2º hemistíquo

1 - Entoação
2 - Tenor
3 - Flexa
4 - Mediatio
5 - Terminatio

 Os salmos podem ainda ser executados de 3 maneiras diferentes:


o Salmodia directa – (sem refrão)
Canta o solista ou coro – V1 V2 V3 V4 V5…

o Salmodia responsorial – (com refrão)


Alterna solista e coro – Solista V1 V2 V3
Coro R R R…

o Salmodia antifonal – (com refrão ou antífona)


Alternam 2 coros – Coro1 A V1 V3 A
Coro2 A V2 V4… A

 A antífona de início era um versículo com melodia própria que se repetia depois de cada verso do
salmo. Mais tarde passou a cantar-se apenas no início e no fim.

3 – Monológico – cantilação recitada das orações e leituras que segue o ritmo e a pontuação do texto
em estilo silábico = recitativo.

Estilos de composição gregoriana

 Estilo Silábico – cada sílaba corresponde a uma só nota. É usado nos Hinos e nas Antífonas do
Ofício.

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 Estilo Neumático – cada sílaba corresponde a 2, 3 ou 4 notas (neuma). É usado nas Antífonas da
Missa.

 Estilo Melismático – cada sílaba corresponde a um neuma com muitas notas. É usado no Gradual,
no Alleluia.

 No gregoriano a melodia adapta-se ao texto e é rara a repetição de palavras.


 Nem sempre é claro na identificação do estilo, pois por vezes, as peças melismáticas costumam
incluir alguns trechos ou frases silábicas ou neumáticas.

Cânticos mais usuais

ANTÍFONAS – são os cânticos que aparecem em maior número.


 De início, a Antífona era um versículo ou frase com melodia própria que era cantada no início e no
fim e repetida a seguir a cada versículo de um salmo - A V1 A V2 A V3 …
 Mais tarde passaram a cantar-se só no início e no fim do salmo e, mais recentemente, passou a ser
cantada apenas a entoação ou frase inicial e no final do salmo cantava-se a antífona inteira.
 Foram feitas muitas antífonas compostas para festividades adicionais entre o séc.IX e o séc.XIII, de
tal maneira que em 1250 já se encontram todas reunidas no Antifonário.
 Também se faziam antífonas que funcionavam como peças independentes.

RESPONSÓRIOS – são cânticos com uma forma semelhante à antífona. Consistem num versículo
curto que é cantado pelo solista e depois repetido várias vezes pelo coro entre as partes de uma
oração ou leitura das escrituras.
 Mais tarde, passaram a ser cantados pelo coro apenas antes e depois da leitura.

HINOS – género de melodias livres.


 São canções de adoração e oração e podem ser encontrados em todas as religiões.

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 Os textos são em poesia religiosa e, durante a Idade Média, foram produzidos milhares de poemas
sagrados em latim que foram classificados como Hinos.
 Cantava-se apenas um hino em cada ofício diário pois sempre lhes foi dado um papel menor na
liturgia oficial da Igreja.
 O Lieber Usualis contém cerca de 80 hinos e o Antifonário cerca de 40 hinos, uma pequena
quantidade se compararmos com outros cânticos, o que mostra que a igreja não protegeu e foi
abolindo um dos principais tesouros musicais da Idade Média.
 Desde o início, a igreja hesitou entre a aprovação ou não dos hinos, devido a duas questões:
o Por um lado acreditavam que só a Bíblia poderia fornecer textos apropriados para a liturgia.
o Por outro, sentiram o apelo popular dos Hinos. Os bispos eram censurados por não os
permitirem e alternadamente proibiam ou não o seu uso.
 Apesar de durante muitos séculos a igreja ter negado o lugar dos Hinos na liturgia, estes
continuaram a ser uma das principais e mais populares composições religiosas.

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