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IV
Horas Mortas
Lisboa
Cesário Verde
2. Justifica o título atribuído pelo autor ao último momento de "O sentimento dum
ocidental", tendo em conta a progressão cronológica que articula as suas diferentes
secções.
a. deambulação... disfórica.
b. isolamento... eufórica.
c. deambulação... eufórica.
d. reclusão... disfórica.
3.2. "Horas mortas", a última parte de "O sentimento dum ocidental", materializa uma
visão profundamente ______________, em que a ideia de ______________ se
desenvolve num crescendo até ao final do poema.
a. otimista... abertura
b. otimista... clausura
c. pessimista... abertura
d. pessimista... clausura
Com base em AMARO, Ana Maria, "Introdução", in VERDE, Cesário, 2009. O Livro
de Cesário Verde (uma seleção). Porto: Porto Editora
4.1. Resume-o em dois adjetivos, fundamentando a tua escolha com passagens do texto.
7. Identifica a figura de estilo presente nas expressões "vale escuro das muralhas" (v.
26) e "massa irregular / De prédios sepulcrais" (w. 41-42) e explica o seu valor
expressivo.
8. Destaca o efeito de sentido produzido pela anteposição dos adjetivos ao nome que
caracterizam nos versos "E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes, /
Amareladamente, os cães parecem lobos." (w. 35-36)
f. Na frase "Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas" (v. 27) o sujeito é nulo
subentendido.
h. A oração "que revistam as escadas" (v. 37) é subordinada adjetiva relativa restritiva.
Entre os poetas sensíveis à estética de intenção objetiva, merece menção à parte José
Joaquim Cesá-rio Verde (n. Lisboa, 1885-02-25 - f. 1886-07-19), que morreu logo no
termo de uma juventude passada em estudo no Curso Superior de Letras, em viagens a
Paris e Londres, em aventuras tresnoitadas e nos negócios paternos, e cuja influência se
faz mais sentir a partir da edição póstuma, em 1901, das suas poesias, coligidas
incompletamente pelo seu amigo Silva Pinto no Livro de Cesário Verde (anteriormente,
em 1887, fizera-se do mesmo Livro uma tiragem de 200 exemplares que não foram
postos no mercado). A ele se deve a expressão poética superior da pequena-burguesia
lisboeta irreligiosa e republicana do tempo. Acrescentos feitos em edições recentes
revelaram que o poeta procura reagir desde novo (1873, pelo menos) contra a
insinceridade piegas, segundo o processo de João Penha: a autorridicularização de uma
poesia sentimental por um desfecho burlesco. Acaba no entanto por descobrir o seu
profundo tom natural, vencendo tal alternativa ultrarromântica entre o piegas e o
cómico. No lirismo erótico, Cesário teve também de vencer o misto hiperbólico de ódio-
adoração à mulher aristocratizada e distante, estigma de um sentimento de inferioridade
social que tanto se deteta em poetas como Guilherme de Azevedo e Gomes Leal (...).
Cesário Verde é o único poeta do grupo tido como realista que consegue romper, de
facto, com a he-rança romântica. (...) Ele é o poeta cuja neurastenia se retrata e ironiza
num quadro real, à vista de dramas flagrantes dos vizinhos; que, percetivelmente,
deambula e namora em Lisboa, ou examina o campo com o olhar objetivo do
adminis¬trador rural. Assim tudo ganha volume: o sonho não diminui a vida: alimenta-
se dela e a ela volta, a tonificar-se («Lavo, refresco, limpo os meus sentidos / E tangem-
me excitados, sacudidos, / O tato, a vista, o ouvido, o gosto, o olfato»).
A. J. Saraiva & Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa,
Porto, Porto Editora, 2005.
3. A oração «cuja neurastenia se retrata e ironiza num quadro real» (linhas 19-20) é uma
oração:
(A) subordinada adverbial causal.
(B) subordinada adjetiva relativa.
(C) subordinada substantiva completiva.
(D) subordinada adverbial final.