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ESTRUTURA BÁSICA DE PEÇAS PROCESSUAIS

No capítulo anterior verificamos que as possíveis peças prático-profissionais aplicáveis aos processos
criminais compreendem-se em dois grupos.

De fato, embora sejam muitos os nomes a elas aplicáveis (nomen juris) e cada uma delas dependa de
uma fundamentação diversa, conseguimos facilmente identificar referidas peças como:

- PETIÇÕES SIMPLES
- PETIÇÕES DÚPLICES ou BIPARTIDAS

Mas, efetivamente, qual a diferença entre essas duas modalidades de petições?

PETIÇÕES SIMPLES

As PETIÇÕES SIMPLES podem ou não configurar uma peça processual nomeada, e devem ser elabo-
radas em uma peça única, que contém uma narrativa que, basicamente, apresenta a seguinte sequên-
cia lógica:

FATOS

DIREITO

PEDIDO

São exemplos de peças práticas com estrutura de petição simples as peças de resposta à acusação,
defesas ou respostas preliminares, os memoriais, as peças de liberdade e ainda as petições iniciais
(denúncia, queixa-crime, habeas corpus, revisão criminal e mandado de segurança).

Também são apresentados em petições simples todos os outros pedidos possíveis durante o curso
do processo, seja durante o processo de conhecimento, seja durante a execução das penas. Como
exemplo podemos citar a petição em que se formula pedido de produção de provas, de reconhecimento
da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade, de juntada de documentos, e ainda os pedi-
dos de livramento condicional, progressão de regime e outros incidentes da execução etc.

PETIÇÕES DÚPLICES

Já as PETIÇÕES DÚPLICES ou ditas bipartidas são utilizadas na elaboração dos recursos. Falamos em
peças bipartidas porque dependem, na verdade, de duas peças processuais, a petição de interposição,
endereçada ao Juízo que proferiu a decisão da qual se recorrerá, e as razões recursais, endereçadas
ao órgão que julgará o recurso.

Como observamos na Parte II deste livro, a análise de um recurso por parte dos tribunais depende,
inicialmente, de um duplo juízo de admissibilidade. Uma primeira análise dos pressupostos/requisitos
recursais se dá perante o próprio órgão que proferiu a decisão contra a qual a parte se insurge, cha-
mado de juízo a quo, e, sendo por este admitido o recurso, uma nova análise dos mesmos requisitos
será feita pelo próprio tribunal (juízo ad quem), o qual, "conhecendo" do recurso, passará a análise do
mérito.

Assim, a sistemática ou procedimento recursal envolve, em regra, que o recurso seja apresentado
(interposto) perante o próprio juiz que proferiu a decisão (juízo a quo), o qual analisa se o recurso é

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tempestivo, se é o recurso adequado, se o recorrente possui legitimidade e interesse na reforma e se
o recurso preenche os demais requisitos necessários ao seu recebimento. Neste caso, o juiz deve
admitir o recurso.

 OBS. 1: O processo penal possui, em relação aos recursos de apelação (art. 593 do CPP), recurso em
sentido estrito (art. 581 do CPP) e agravo em execução (art. 197 da Lei 7.210/84), uma peculiaridade.
Nestes casos, em regra, o recurso é apresentado ao juízo a quo apenas com a petição de interposição,
sendo desnecessária a apresentação simultânea das razões recursais. Por tal motivo, normalmente,
o juízo prolator da decisão recorrida analisa se encontram-se presentes os requisitos subjetivos e ob-
jetivos do recurso e, se preenchidos, admite o recurso, determinando a intimação do recorrente para
a apresentação das razões. Após recebidas as razões, a parte contrária é intimada para contrarrazoar
o recurso e somente então o recurso será remetido ao tribunal para processamento e julgamento.

ATENÇÃO: Embora no processo penal, o prazo para a interposição dos recursos em sentido
estrito, da apelação e do agravo em execução seja diverso do prazo para a apresentação das
razões, NO EXAME DE ORDEM O CANDIDATO DEVE APRESENTAR AS DUAS PEÇAS SIMULTANEA-
MENTE. Ou seja, elaborar tanto a peça de interposição como as razões recursais.

PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO  A petição de interposição, endereçada ao juízo prolator da decisão ata-


cada, deverá conter a indicação (nome) do recurso interposto, sua fundamentação legal e o pedido
para que o recurso seja admitido e remetido à instância superior para julgamento.

Alguns recursos possuem juízo de retratação, como ocorre no Recurso em sentido estrito, no Agravo
da Lei de Execução Penal e na Carta Testemunhável, hipóteses em que o recorrente deverá formular,
na própria interposição, o pedido específico, em todos os três casos com fundamento no art. 589 do
CPP.

RAZÕES RECURSAIS  As razões, endereçadas ao Tribunal competente para o julgamento do recurso,


deverão conter os motivos de fato e de direito que justificam a reforma da decisão recorrida e pedido
para que o recurso seja conhecido e provido. Por conhecimento do recurso entende-se ter o tribunal
admitido o recurso, pois o mesmo realmente atende os requisitos objetivos e subjetivos que haviam
sido analisados pelo juiz que o recebeu. Somente após conhecer do recurso, o tribunal passará a aná-
lise do mérito, dando-lhe ou não provimento.

 OBS. 2: Embora seja considerado um recurso, os Embargos de declaração podem ser apresentados
tanto em peça simples ou dúplice, mas se for elaborado em peça dúplice, as razões devem ser ende-
reçadas ao próprio juízo que proferiu a decisão embargada.

 OBS. 3: Contrarrazões recursais são peças que devem ser precedidas de uma petição de juntada (ou
interposição).

ESTRUTURA BÁSICA DAS PETIÇÕES SIMPLES

ENDEREÇAMENTO – em regra:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______

Identificação do processo (se for o caso)

Identificação da parte, qualificação completa/resumida, vem a Vossa Excelência, por seu(s) advogado(s), com ful-
cro/base no(s) art(s). ........, do Código de Processo Penal (se possível), propor/requerer/interpor/impetrar

IDENTIFICAÇÃO DA PEÇA (se necessário)

em razão dos fatos que passa a dispor (ou seguem / abaixo descritos / descritos a seguir).

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FATOS
Fazer um resumo ou descrição - observando-se os critérios básicos de uma boa redação, respeitada a cronologia
dos acontecimentos: princípio, meio e fim.

DIREITO
Apresentar todos os argumentos jurídicos possíveis - observando-se os critérios básicos de uma boa redação, e
respeitando a ordem de relevância dos argumentos.

PEDIDO
Ordenar os pedidos a serem formulados, de forma clara e objetiva, porém minuciosa, se necessário em tópicos.

Fechamento
Nestes termos
Espera deferimento.

Local e data.
Advogado/OAB

Nas petições simples, em especial nas peças defensivas, os argumentos jurídicos, correspondentes
ao "Direito" deverão, na maioria dos casos, apresentar-se em duas partes: PRELIMINARES e MÉRITO.

São apresentadas em preliminares, portanto, antes das discussões de mérito, as questões que afetam ou impedem
o processo, e ainda aquelas de natureza estritamente processual, como, por exemplo, as discussões sobre pressu-
postos processuais e condições da ação, competência do juízo e outras nulidades, como indicado no item abaixo
ORDEM DOS ARGUMENTOS EM SEDE DE PRELIMINAR.

ESTRUTURA BÁSICA DOS RECURSOS

PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO

ENDEREÇAMENTO (em regra ao juízo que proferiu a decisão da qual se recorre)

Identificação do processo

Identificação da parte, qualificação resumida, inconformado com a sentença/decisão de folhas ......, vem a Vossa
Excelência, por seu(s) advogado(s), com fulcro no art. ........, do Código de Processo Penal, interpor o presente

NOME DO RECURSO

Requer, assim, uma vez que se encontram satisfeitos todos os requisitos para a admissibilidade do presente re-
curso, seja o mesmo admitido/recebido e, após apresentadas as necessárias razões recursais, ** seja determinado
seu regular processamento, com a consequente remessa dos autos à instância superior.

Nestes termos
Espera deferimento.

Local e data.
Advogado/OAB

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ATENÇÃO: em caso de Recurso em Sentido Estrito ou Agravo em Execução, deve ser incluído texto
acerca do juízo de retratação. Assim, acrescentar no local indicado na peça acima (**) a se-
guinte redação:
“seja o mesmo submetido ao juízo de retratação de que trata o art. 589 do CPP). Contudo, assim não
entendendo Vossa Excelência, requer o ora recorrente o regular processamento do recurso, com sua
imediata remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça.”

RAZÕES RECURSAIS

RAZÕES RECURSAIS

Processo número
Recorrente:
Recorrido:

EGRÉGIO TRIBUNAL (indicar o tribunal ao qual se recorre)


COLENDA CÂMARA (ou Turma)
EXCELENTÍSSIMOS DESEMBARGADORES (ou MINISTROS)

RAZÕES DE RECURSO (substituir a palavra 'recurso' pelo nome do recurso interposto: APELAÇÃO, RECURSO
EM SENTIDO ESTRITO etc)

DOS FATOS
Deve-se apresentar narrativa suscinta dos fatos que ensejaram a interposição do recurso, de forma a permitir
que os julgadores compreendam do que se trata o processo, qual o teor da decisão de que se recorre e quando
a mesma foi proferida (com a indicação da data em que o recorrente foi intimado da referida decisão).
Após narrativa fática, inserir um parágrafo final com o seguinte texto:
"A decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos”.
DAS PRELIMINARES
Se necessário, arguir preliminares (trataremos das mesmas no item 2.5).
DO MÉRITO
Indicar os motivos de mérito que justificam a reforma da decisão, os quais dependerão tanto do recurso interposto
quanto do caso concreto.
DO PEDIDO
Em caso de Razões recursais: Deve-se pedir o conhecimento do recurso e seu provimento, com a indicação
do pedido principal e, se for o caso, dos pedidos subsidiários.
Em caso de Contrarrazões:. Pedir o não conhecimento do recurso (se ausente qualquer dos pressupostos
recursais) e, no mérito, seu não provimento, com a manutenção da decisão proferida.

Nestes termos
Espera deferimento.

Local e data.
Advogado/OAB

ORDEM DOS ARGUMENTOS EM SEDE DE PRELIMINAR

Como visto anteriormente, após a estruturação inicial básica (contendo endereçamento, identificação
da parte, indicação da peça e fundamentação), algumas peças prático-profissionais, em especial nas
peças defensivas (resposta à acusação, defesas prévias ou preliminares, memoriais, razões e contrar-

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razões recursais) dependem da arguição, antes da apresentação das teses de mérito, do ataque a as-
pectos processuais, ou mesmo de questões que, embora de direito penal, prejudicam ou impedem o
prosseguimento do feito.

Tais aspectos defensivos, embora integrem os argumentos jurídicos da petição ("Direito"), devem ser
dispostos, no corpo da peça, logo após os fatos, integrando as chamadas preliminares, na seguinte
sequência lógica:

Passaremos a chamar o gráfico acima de PASSO A PASSO PRELIMINAR, e para facilitar a memorização
e, principalmente, criar um procedimento para a identificação das preliminares a serem arguidas diante
do caso concreto, indicaremos o PASSO A PASSO PRELIMINAR como PPPx2.

Repare que são 3 P x 2, ou seja, são 6 (seis) os aspectos preliminares a serem analisados. São eles:

PASSO A PASSO PRELIMINAR

No caso das contrarrazões recursais**, devemos analisar dentre as preliminares, no lugar dos pressu-
postos processuais e condições da ação, a ausência dos pressupostos objetivos e subjetivos do re-
curso interposto.

Lembrem-se: as peças em que, geralmente, suscitamos preliminares, são as peças defensivas, ou seja,
a resposta à acusação, as defesas prévias ou preliminares, os memoriais e as razões e contrarrazões
de recursos.

ATENÇÃO:

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1) Dentre as nulidades*, devemos observar aquelas indicadas no art. 564 do CPP, mas, como podemos
observar do inciso IV daquele artigo, várias outras hipóteses podem levar à nulidade do processo e,
dentre elas, devemos incluir a ausência dos benefícios despenalizadores da Lei 9.099/95, quando ca-
bíveis. Dentre estes, destacamos a suspensão condicional do processo (art. 89 da referida lei); fazendo
o acusado jus ao benefício e não sendo oferecida tal proposta, devemos arguir, em preliminar, a nuli-
dade do processo por falta de formalidade essencial (art. 564, IV, do CPP), pedindo a aplicação subsi-
diária do art. 28 do CPP, conforme estabelece a Súmula 696 do STF.

2) No caso das contrarrazões recursais**, devemos analisar dentre as preliminares, no lugar dos pres-
supostos processuais e condições da ação, a ausência dos pressupostos objetivos e subjetivos do
recurso interposto.

EXPRESSÕES JURÍDICAS COMUMENTE UTILIZADAS NA ELABORAÇÃO DAS PEÇS PRÁTICO-PRO-


FISSIONAIS

Peça Termos utilizados o que será pedido


propor, ajuizar, promo- deve ser requerido o julgamento da procedência
Ação (petição inicial)
ver do pedido para…
Petições simples requerer
deve ser requerido o julgamento da improcedên-
Petições de defesa apresentar cia do pedido para… (primeiro preliminares e de-
pois mérito)
Recursos interpor
deve ser requerido seu recebimento e regular
Petição de interposição
processamento
deve ser requerido seu conhecimento e provi-
Razões Recursais
mento
deve ser requerida a concessão da ordem/writ,
Habeas Corpus impetrar
com a consequente …
deve ser requerida a concessão da ordem/writ,
Mandado de Segurança impetrar
com a consequente …
deve ser requerido o julgamento da procedência
Revisão criminal propor ou ajuizar
do pedido, com a consequente …

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