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Questões para a técnica do Questionamento Elaborativo
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Lei 8.072/90
Pontos relevantes:
- Rol dos Crimes Hediondos
- Crimes equiparados
- Malefícios
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um
só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, §
3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integran-
tes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vul-
nerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Inclusão pela Lei 12.978/14, que entrou em vigor no dia 22/05/14
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no
2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16
da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.”
Privilégio:
Motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provo-
cação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Lei 13.104/15:
Entrada em vigor em 10 de março de 2015
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Lei 13.142/15
Entrada em vigor em 07/07/2015
Incluiu a qualificadora do “homicídio funcional”
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
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O homicídio pode ser híbrido (qualificado e privilegiado)?
SIM, desde que a qualificadora seja objetiva
Exemplo: O pai mata o estuprador da filha, com emprego de fogo
Neste caso, prevalece o entendimento de que fica afastada a hediondez.
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- Tortura: No homicídio qualificado pela tortura, o dolo é de matar. A tortura é meio. Caso o dolo seja de torturar,
ocorrendo a morte a título de culpa, haverá crime de tortura qualificada pela morte.
O crime de tortura encontra previsão na Lei 9455/97, que prevê várias modalidades de tortura ao longo do artigo
1º.(Vide material complementar)
Além de hipóteses de privilégio e de qualificadoras, o artigo 121 prevê causas de aumento de pena.
Relembrando: Consideração na terceira fase da dosimetria da pena.
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumen-
tada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos.
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pre-
texto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
(Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012, que entrou em vigor no dia 28 de setembro de 2012)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
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Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três
anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistên-
cia.
Vamos analisar?
Há controvérsia sobre a ocorrência de tais resultados. Alguns sustentam tratar-se de elementares do crime. Para
outros, trata-se de condição objetiva de punibilidade.
E se a vítima sobreviver sem qualquer lesão ou apenas com lesão corporal de natureza leve?
O agente não responde!
Não há tentativa?
Não, pois o artigo 122 já estabeleceu quais resultados seriam puníveis. O artigo 122 não pode ser combinado com
o art. 14, II do CP.
Aquele que pratica ato de execução que seja apto a matar, responderá por homicídio consumado ou tentado.
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Mas o parágrafo único do artigo 122 não determina o aumento de pena se a vítima for menor???
Sim, mas apenas no caso de vítima menor de 18 e a partir de 14, pois se ela tem menos de 14, crime não será do
artigo 122 e sim de homicídio.
VII Exame
Há muito tempo Maria encontra-se deprimida, nutrindo desejos de acabar com a própria vida. João, sabedor dessa
condição, e querendo a morte de Maria, resolve instigá-la a se matar. Pondo seu plano em prática, João visita
Maria todos os dias e, quando ela toca no assunto de não tem mais razão para viver, que deseja se matar, pois a
vida não faz mais sentido, João a estimula e a encoraja a pular pela janela.
Um belo dia, logo após ser instigada por João, Maria salta pela janela de seu apartamento e, por pura sorte, sofre
apenas alguns arranhões, não sofrendo qualquer ferimento grave. Considerando apenas os fatos apresentados,
responda, de forma justificada, aos seguintes questionamentos:
Caso Maria viesse a sofrer lesões corporais de natureza grave em decorrência da queda, a condição jurídica de
João seria alterada? (valor: 0,60)
ESPELHO DE CORREÇÃO
O examinando deve responder, no item ‘A’, que João não cometeu qualquer crime, pois o delito descrito no art.
122 do CP, o qual prevê a conduta de instigação, auxílio ou induzimento ao suicídio, não admite a forma tentada
(art. 14, II do CP), sendo certo que tal delito somente se consuma com a ocorrência de lesões corporais graves ou
morte. Nesse sentido, como Maria teve apenas alguns arranhões, não houve crime.
Todavia, com o fim de privilegiar a demonstração de conhecimento doutrinário, será aceita como resposta correta
ao item ‘A’, a indicação de que haveria crime, mas que o fato não seria punível por faltar condição objetiva de pu-
nibilidade. Nesse caso específico, o examinando deverá demonstrar conhecimento sobre o conceito analítico de
crime (fato típico, antijurídico e culpável), indicando que a punibilidade não o integra.
Já no item ‘B’, o examinando deveria responder que ante a ocorrência de lesões corporais de natureza grave em
Maria, a condição jurídica de João seria alterada, passando ele a responder pelo delito previsto no art. 122 do CP
na modalidade consumada.
Ressalte-se que levando em consideração a natureza do Exame de Ordem, não será atribuída pontuação para
respostas com teses contraditórias, ou mesmo sugestiva de delito na modalidade tentada. Ademais, considera-se
errada a resposta indicativa de configuração de concurso de crimes ou a fundamentação isolada.
Pelo mesmo motivo exposto no item ‘A’ (impossibilidade de consideração de afirmações vagas ou genéricas),
também não é passível de pontuação a resposta, no item ‘B’, que não indique, de maneira expressa, o artigo legal
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a que se refere a questão. Desse modo, a mera referência à pena de reclusão de 1 a 3 anos, ou seja, a mera indi-
cação do preceito secundário do tipo, dissociada da tipificação da conduta, também não é pontuada.
Por fim, também não será pontuada a simples transcrição do artigo, dissociada da demonstração de conhecimento
doutrinário.
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante preocupada, mas respeitan-
do os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide ultrapassar o carro à sua frente, o qual es-
tava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva
seta luminosa sinalizadora do veículo e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em
alta velocidade, conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após o
chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos sofridos pela coli-
são.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público decide oferecer
denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo even-
tual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP). Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de
Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além
de não atentar para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz competente, em
decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime apontado na inicial acusatória. O advo-
gado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira).
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível e da-
te-o com o último dia do prazo para a interposição.
O examinando deverá elaborar um recurso em sentido estrito com fundamento no Art. 581, IV do CPP.
A petição de interposição deverá ser endereçada ao Juiz da Vara Criminal do Tribunal do Júri.
Deverá, o examinando, na própria petição de interposição, formular pedido de retratação (ou requerer o efeito
regressivo/iterativo), com fundamento no Art. 589, do CPP.
Caso não seja feita petição de interposição, haverá desconto no item relativo à estrutura da peça, além daqueles
relativos aos itens de referida petição.
No mérito, o examinando deve alegar que Jerusa não agiu com dolo e sim com culpa. Isso porque o dolo eventual
exige, além da previsão do resultado, que o agente assuma o risco pela ocorrência do mesmo, nos termos do Art.
18, I (parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento. Nesse sentido, a
conduta de Jerusa amolda-se àquela descrita no Art. 302 do CTB, razão pela qual ela deve responder pela práti-
ca, apenas, de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em consequência, não havendo crime doloso
contra a vida, o Tribunal do Júri não é competente para apreciar a questão, razão pela qual deve ocorrer a des-
classificação, nos termos do Art. 419, do CPP.
Ao final, o examinando deverá elaborar pedido de desclassificação do delito de homicídio simples doloso, para o
delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor (Art. 302 do CTB).
Levando em conta o comando da questão, que determina datar as peças com o último dia do prazo cabível para a
interposição, ambas as petições (interposição e razões do recurso) deverão ser datadas do dia 09/08/2013.
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Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Analisemos duas hipóteses possíveis em uma situação fática, para depois averiguarmos como se daria o concurso
de pessoas:
1 – A mãe pratica a conduta principal. Ela mata, mas um terceiro a auxilia
2 – O terceiro pratica a conduta principal. Ele mata, mas a mãe, influenciada pelo estado puerperal e logo após o
parto, auxilia
Ser mãe, estar influenciada pelo estado puerperal e parto são de caráter pessoal?
Sim
Sendo assim, quando a conduta principal é da mãe, não há maiores problemas em identificar que a conduta do
terceiro que auxilia, segue a conduta principal da mãe, devendo (para a doutrina amplamente majoritária) ambos
responderem por infanticídio.
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Logo, na hipótese 1:
A mãe pratica a conduta principal. Ela mata, mas um terceiro a auxilia
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Os artigos 124 e 126 representam uma quebra da teoria monista. Embora gestante e terceiro possam estar con-
correndo para um mesmo resultado, que é o aborto, cada um deles responderá pelo próprio crime.
Trata-se de escolha legislativa.
Exemplo 1 – Amiga ministra, com consentimento, substância abortiva na gestante para provocar o aborto. O crime
dela é do artigo 126.
Exemplo 2 – Amiga compra medicamento abortivo e entrega para a gestante tomar, com a sua ciência. A própria
gestante é que ingere ou aplica a medicação.
No exemplo 2, ambas respondem pelo artigo 124. A amiga é partícipe do crime do artigo 124.
Por que ela não pratica artigo 126? Porque ela não praticou verbo núcleo deste tipo. Ela não provocou o aborto.
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Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são dupli-
cadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
O artigo 127 possui natureza jurídica de causa de aumente de pena, embora o Código Penal chame de qualifica-
dora.
Neste artigo, a morte ou a lesão decorrem do aborto, mas não são desejadas pelo autor do crime.
Caso haja dolo na morte da gestante, o agente deverá responder pelo crime de homicídio em concurso com o
crime de aborto.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do
aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são dupli-
cadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
A ADPF 54 é de relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, e foi ajuizada pela CNTS (Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Saúde) em 2004, tendo sido julgada apenas oito anos depois, em uma votação não unânima da
qual participaram 11 ministros , nos dias 11 e 12 de abril de 2012. O STF julgou a ação procedente por 8 votos a
favor, e 2 votos contra.
Foi decidido que não há de ser considerado crime de aborto a interrupção terapêutica induzida da gravidez de um
feto com anencefalia. Foi reconhecida a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção deste
tipo de gravidez é conduta tipificada nos artigos 124, 126, 128, incisos I e II, do CP.
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08 – Quais são os casos de aborto permitido de acordo com previsão do Código Penal?
09 – O que diferencia o homicídio culposo da lesão corporal seguida de morte?
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incuravel;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Violência Doméstica
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos
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