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Resumo: O presente artigo é resultado de uma pesquisa, cujo objetivo foi analisar as práticas de leitura e escrita
numa turma de Educação de Jovens e Adultos, bem como o processo de aprendizagem. O ato de ler e escrever é
de fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano. E a sala de aula pode ser o espaço mais
adequado para que este amplie seus recursos linguísticos, desde que encontrem nela oportunidade de conversar e
refletir sobre seu modo de falar em diferentes ocasiões, principalmente, se for utilizados materiais variados que
fazem parte do seu cotidiano nas práticas de leitura desenvolvidas. Buscamos uma inter-relação com os autores
como Freire(1987), Soares(2012), Alves(2009) e Oliveira(2007) para fundamentar nosso estudo. No
desenvolvimento da pesquisa de intervenção tomamos como referência um contexto de uma turma de EJA do
primeiro segmento, ou seja, uma turma do 2° ano da Escola E.E. Fundamental Miguel Santa Cruz no município
de Monteiro, que funciona no período noturno. A mostra desta pesquisa será constituída por 15 alunos com idade
entre 18 e 60 anos. Analisamos as dificuldades que os alunos enfrentam durante o processo de alfabetização, mas
a investigação revelou que não é possível trabalhar em sala de aula quando a leitura não se faz presente, assim,
procuramos discutir a necessidade de trabalhá-la numa perspectiva indivisível, na qual a apropriação do saber se
dará de forma mais significativa e eficaz quando este é visto na sua totalidade, considerando a interpretação, o
interagir e o compartilhar com o meio, os objetos e as pessoas que o cercam. Nessa perspectiva, trazemos
atividades de práticas reais de leitura e escrita com gêneros textuais promovendo uma aprendizagem mais
significativa e o desenvolvimento da educação como um todo com o intuito de alfabetizar letrando.
Abstract: This article is the result of a research that analyzes the practices of reading and writing in a class of
Youth and Adult Education, as well as the learning process. The act of reading and writing is of fundamental
importance to the development of human beings. And the classroom may be the most adequate space for this
broaden your linguistic resources, provided they find her opportunity to talk and reflect on their way of speaking
on different occasions, especially if used various materials that are part of everyday life in developed reading
practices. We seek an interrelationship with authors such as Freire (1987), Soares (2012), Alves (2009) and
Oliveira (2007) to support our study. In the development of intervention research, taken as reference context of
adult education class the first segment, ie, a class of 2nd year of the School EE Fundamental Miguel Santa Cruz
in the city of Monteiro, who works the night shift. The show of this research will consist of 15 students aged
between 18 and 60 years. We analyze the difficulties that students face during the literacy process, but research
has shown that you cannot work in the classroom when the reading is not present, so, we seek to discuss the need
to work it in an indivisible perspective, in which the appropriation of knowledge will take place in a more
meaningful and effective when it is seen in its entirety, considering the interpretation, interact and share with the
environment, objects and people around you. In this perspective, we bring real practical activities of reading and
writing with genres promoting a more meaningful learning and the development of education as a whole in order
to alphabetize letrando.
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Aluno/a concluinte do Curso de Pedagogia da UVA/UNAVIDA.
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Aluno/a concluinte do Curso de Pedagogia da UVA/UNAVIDA.gildeteleitecavalcante@hotmail.com
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Aluno/a concluinte do Curso de Pedagogia da UVA/UNAVIDA.mariaeliza802@gmail.com
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Orientadora. Pedagoga. Professora de Pedagogia da UVA/UNAVIDA. mayam.paulino@gmail.com
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1. INTRODUÇÃO
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O termo alfabetização é usado de um modo geral como ato de ler e escrever. E como
nos ensina Soares (2005), “é o processo de aquisição do código escrito, das habilidades de
leitura e escrita”.
No mundo contemporâneo, as necessidades que são exigidas estão diretamente ligadas
ao domínio dessas habilidades. E cada vez mais em um grau maior, ou seja, aqueles que não
têm esse domínio acabam por ficarem para traz, por não conseguirem acompanhar as
exigências cada vez maiores da sociedade moderna.
Muitos desses são jovens e adultos que por um leque de motivos não tiveram
oportunidade ou não puderam estudar, mas que encontram na EJA o espaço propício para que
essa alfabetização ocorra, principalmente, quando lá existe um educador sensível e preparado
para trabalhar com esse público e um ambiente que respeite e valorize cada indivíduo.
A alfabetização é aquisição do código da escrita e da leitura, a codificação através da
escrita e a decodificação através da leitura, em suma, em seu sentido mais restrito, alfabetizar-
se é aprender a ler e escrever.
De acordo com Freire, ser alfabetizado, então, supõe compreender para que serve a
escrita, como é construída e quais são as regras que organizam seu funcionamento. E definiu a
alfabetização como: “[...] a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral.
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Essa montagem não pode ser feita pelo educador para ou sobre o alfabetizando. Aí ele tem um
momento de sua tarefa criadora”. (FREIRE, 1987, p.21-22).
Enquanto que o letramento significa “estado ou condição de quem não só sabe ler e
escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita, que circulam na sociedade em que
vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação oral” (SOARES, 2002 apud ALVES,
2009, p. 05). Nesse sentido, o aluno poderá dominar as capacidades de leitura e de produção
de textos de diferentes gêneros presentes no seu cotidiano.
Devido ao fato de letramento ter sua origem como uma ampliação do conceito de
alfabetização, esses dois processos, muitas vezes, tem seus significados confundidos.
A alfabetização e letramento são processos distintos, porém indissociáveis,
especialmente, por vivermos em uma sociedade onde (em que) as exigências do conhecimento
do código verbal escrito é condição para a inclusão social. Não ser letrado, hoje, é estar à
margem dos avanços e adventos ocorridos no mundo, estar à margem da era do conhecimento
e excluído das possibilidades de galgar outros espaços dentro do meio social do qual participa.
O processo de alfabetização e letramento traz consigo uma importância fundamental
para o desenvolvimento do aluno. Como tal devemos apostar sempre na perspectiva de uma
relação dialógica capaz de incentivar a autonomia a criatividade, que por sua vez,
proporcionam o prazer de aprender e desenvolver o pensamento crítico dos alunos como algo
necessário para o seu desenvolvimento integral. Daí a necessidade de se alfabetizar letrando.
No nosso país, apesar de muitos programas e propostas, a EJA ainda vem sendo
trabalhada no sistema alfabético ortográfico da língua portuguesa utilizando os métodos
sintético e analítico.
Para alfabetizar de fato nos dias de hoje é preciso que a escola desenvolva no aluno
suas capacidades, em função de novos saberes que se produzem e que demande um novo tipo
de profissional, que o educando obtenha uma formação indispensável para o exercício de
cidadania.
Alfabetização deve ocorrer mediante a utilização de variados suportes e gêneros
textuais, assim como para diversos interlocutores, ou seja, o alfabetizando deve apropriar-se
do código escrito mantendo-se em constante contato com ele em práticas reais de leitura.
Alfabetizar letrando é uma condição para que o alfabetizado veja sentido no processo
pelo qual participa como sujeito. O letramento é mais do que o domínio do código escrito,
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mais de que desenhar letras é dar sentido social a esse código, fazer a utilização dessa
tecnologia, para galgar os mais diversos objetivos na vida social.
Diante do conceito de letramento, Soares (2004) afirma que: “a questão é alfabetizar
letrando, a ensinar a criança a ler e escrever por meio das práticas sociais de leitura e escrita”.
Logo, também não é diferente para os jovens e adultos, é preciso também alfabetizá-
los com práticas que os levem a praticar a leitura e escrita. Lembrando que os métodos
aplicados para as crianças não são os mesmos métodos aplicados na Educação de Jovens e
Adultos.
O letramento é uma condição exigida pelo mundo globalizado, com ele alcançamos
condições para uma vida digna, para a conquista da cidadania e nos tornamos diferentes.
Nesse sentido, Soares (2012, p.37) nos ensina que:
Socialmente e culturalmente, a pessoa letrada já não é mais a mesma que era quando
analfabeta ou iletrada, ela passa a ter uma outra condição social e cultural - não se
trata propriamente de mudar de nível ou de classe social, cultural, mas de mudar seu
lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção a cultura - sua relação
com os outros, com o contexto, com os bens culturais torna-se diferente.
Hoje, a maioria das pessoas que não sabem ler e escrever tem bastante contanto com a
linguagem escrita. Elas veem palavras escritas dentro de casa, utilizando produtos
alimentícios ou assistindo a televisão, nas ruas ou estradas, observando placas, anúncios e
veículos, no trabalho, nas lojas, na igreja etc. Sabe-se que esse contato e a convivência com
pessoas que sabem ler e escrever fazem com que, mesmo os analfabetos, tenham ideias sobre
como a escrita funciona.
As pessoas, de modo geral, não ficam indiferentes à escrita, pois, muito antes de
frequentar a escola, observam e refletem sobre seus padrões e regularidades e compreendem
sua utilidade. Muitos jovens e adultos que nunca passaram pela escola sabem, por exemplo,
distinguir as letras dos números, conhecem o nome de algumas letras e sabem assinar seus
nomes. Muitos também têm como costume pedir para outras pessoas lerem ou escreverem
cartazes, avisos etc. Essas pessoas podemos dizer que são analfabetas, mas, podem ser de
certa forma letradas, elas não dominam o código verbal escrito, desenhando as letras,
assinando o seu nome, porém, vivem em condições de letramento.
Ainda existem as pessoas que sabem ler e escrever, ou seja, são alfabetizadas, mas que
não fazem o uso social da leitura e da escrita, dessa forma podemos dizer que são iletradas,
embora vivam em condições necessárias para escrever, não conseguem redigir um pequeno
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texto ou fazer uso do seu aprendizado socialmente. Assim, apesar de serem alfabetizadas não
são letradas.
Nesse sentido, é evidente que não basta o educando ser capaz de codificar a língua
(escrever) e decodificar a língua escrita (ler), é fundamental que ele se aproprie da escrita,
para atingir o que se define com letramento. Dessa forma Soares (2012, p.39) faz uma
observação importante:
Observação importante: ter-se apropriado da escrita é diferente de ter aprendido a ler
e escrever: aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar
em língua escrita e de decodificar a língua escrita, apropriar-se da escrita é tornar a
escrita “própria”, ou seja, é assumi-la como sua propriedade.
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deve abordar um método mais rico em: reflexão sobre as letras, os sons que elas representam
e os padrões silábicos que compõem as palavras, que estão sendo trabalhadas.
É necessário falar, que é nessas abordagens que o aluno toma mais gosto de estudar.
Pois ele percebe que o professor está preocupado em trazer algo novo para a sala de aula.
Também, se faz necessário que o professor considere as diferenças de aprendizagem
de cada aluno e respeite as diferentes variedades linguísticas existentes na sociedade,
conforme a região ou meio social em que as pessoas vivem. Ao chegar à escola, o jovem ou
adulto já é usuário competente do seu idioma e usa uma variedade linguística que pode não
ser aquela que a escola conhece e valoriza. É preciso respeitar esses diferentes modos de falar,
considerando que todos servem de processo de comunicação. No entanto, gradativamente, é
preciso ensinar ao aluno como adequar a linguagem oral as diferentes situações
comunicativas, considerando os interlocutores, o contexto (mais formal ou mais informal), o
objetivo. O professor pode auxiliar os alunos a melhorar sua capacidade de expressão oral,
orientando-os para que completem as informações de modo que os interlocutores possam
compreender o que está sendo dito.
Entendemos, assim, que ensinar a ler e a produzir textos pressupõe um trabalho de
interação entre alunos e professores, em que a língua escrita, como objetivo de conhecimento,
deve ser explorada em toda sua riqueza e significado, em que a qualidade das intervenções
pedagógicas constitui o eixo que sustenta esse aprendizado.
Nas fases iniciais da alfabetização, o trabalho deve voltar-se principalmente para o
conhecimento do alfabeto, da relação entre sons e letras, das diferentes composições silábicas,
o sentido e posicionamento da escrita e a segmentação das palavras.
Desde o início, o professor deve oferecer textos significativos para os alunos lerem. Se
o texto tem um significado, ou seja, se ele não é apenas um conjunto de palavras com uma
determinada família silábica, o aprendiz pode apoiar o esforço da decifração na capacidade de
prever o conteúdo. Nesta fase, é importante também que o aluno escreva, mesmo que não
produza ainda uma escrita convencional, possível de ser interpretada por outros. A partir
dessas escritas imprecisas e insuficientes, o professor deve auxiliá-lo, mostrando o que está
faltando e trazendo novas informações.
A sala de aula é um lugar privilegiado para que os alunos entrem em contato com
textos diversos e compreendam suas características. Um texto não é uma simples justaposição
de palavras e frases, mas um todo organizado de acordo com uma intenção comunicativa.
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A formação de professores hoje tem sido também uma dificuldade na EJA. São poucos
os professores capacitados para estarem ensinando os jovens e adultos. O papel do professor
dessa modalidade de ensino tem que ser o alvo principal na formação do aluno. Pois o
professor capacitado domina o material didático de ensino fundamental no processo de
alfabetização do aluno e passa segurança para eles.
Entende-se que o professor deve desenvolver seu papel de alfabetizador, deve possuir
conhecimentos linguísticos (saber como a linguagem humana funciona, sons de fala, a relação
entre os sons da fala e as letras da língua escrita, as diversas maneiras de se pronunciar as
palavras) para poder desenvolver seu trabalho com êxito. A preparação do professor é o
passaporte que garantirá o desenvolvimento do processo de alfabetização.
O professor precisa entender que têm em mãos uma tarefa e que precisa assumir um
compromisso que é o de formar leitores e produtores de textos capazes de encontrar e
compreender informações escritas e de expressar-se de forma clara, adequada e coerente nas
diferentes situações comunicativas. Mas o maior compromisso é, ainda, formar cidadãos
capazes de enfrentar o mundo lá fora.
Nessa perspectiva, cabe ao professor colocar em prática na sala de aula, as práticas de
alfabetização de jovens e adultos. Levando em conta a realidade deles, para que essa
alfabetização lhes possa ser útil fora do seu ambiente escolar.
Foi pensando na realidade dos alunos, que foi apresentado uma música de Luiz
Gonzaga bastante conhecida dos alunos: “A vida do viajante”. Logo após cantarmos a música
fizemos uma leitura compartilhada e uma discussão sobre a temática, dando destaque a
migração do nordestino para o sul do país. Nesse momento, os alunos socializaram suas
experiências de vida e muitos até se emocionaram ao relembrar essas histórias, como o aluno
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José Apolinário na figura 2. Ele também comentou: “Lembrei de quando fui para São Paulo
para trabalhar e dormi em um banco de praça, pois não tinha onde dormir”.
Em seguida, pedimos para os alunos grifar no texto da música palavras ditadas, depois
eles recortaram as estrofes da música que se encontravam embaralhadas e as ordenaram da
maneira correta. O envolvimento de todos na aula favoreceu bastante para alcançar os
objetivos programados. As dúvidas e as dificuldades que iam surgindo eram solucionadas no
mesmo momento que apareciam, dessa forma, à interação entre professoras e alunos só
contribuía para o bom desenvolvimento da aula conforme a figura 3.
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gênero textual: a propaganda, onde eles tiveram a oportunidade de comparar os preços dos
produtos de uma cesta básica através de panfletos de dois supermercados da cidade. Aqui o
entusiasmo deles foi maior, cada um queria dizer onde era mais caro ou mais barato cada
produto, como também responder as questões do exercício que continham situações-
problema. Conforme a figura 4, a professora auxilia o aluno na resolução do problema.
A leitura vai além da decifração de letras, palavras e frases. O leitor não é apenas um
decodificador é quem dialoga com o texto, usando seus conhecimentos prévios, fazendo
inferências, refazendo o percurso do texto. Cabe à escola a tarefa de formar esse leitor, que dê
conta não só de ler, mas de compreender aquilo que lê, ou seja, formar um leitor competente e
autônomo.
Sendo assim, deve-se possibilitar ao aluno o acesso aos diversos gêneros textuais que
circulam na sociedade (notícias, contos, cartas, poemas, receitas, propagandas, etc.). É preciso
considerar, também, a leitura de textos em linguagem não verbal (ilustrações, gestos, sons,
expressões faciais, reproduções de obras de arte), que podem constituir elementos isolados ou
ser parte integrante de um texto escrito (verbal).
A utilização dos gêneros textuais que circulam na sociedade tem que ter o propósito de
atrair a atenção do aluno e motivá-los, pois cria possibilidades de uma aprendizagem
dinâmica e significativa partindo de materiais já conhecidos pelos alunos. Trabalhar com esse
tipo de material se torna interessante porque desperta à curiosidade, além de ampliar o leque
de informações e conhecimentos dos alunos, pois há uma integração entre os assuntos da sala
de aula e os conhecimentos do seu dia a dia, o que vem, consequentemente, facilitar o
trabalho do professor.
Nessa perspectiva, ao trabalharmos com práticas de leitura e escrita, envolvendo
diferentes gêneros textuais, constatamos que a mesma promove uma participação mais efetiva
desse tipo de público, além de um interesse maior nas atividades desenvolvidas e, como
consequência, uma aprendizagem mais rápida e eficaz, pois não desmotiva, nem desestimula
esse educando que tem como único propósito aprender a ler e escrever.
Para que ocorra interação entre o professor e o aluno na hora da leitura, é fundamental
explicitar suas diferentes funções: lê-se por prazer, para aprender, para resolver um problema,
para buscar informações de caráter geral. Também é importante perceber que, de acordo com
a função que o texto assume, há também um modo de ler específico - não se lê da mesma
forma um poema, uma notícia ou uma piada. Há textos em que uma leitura é suficiente para a
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mensagem ser compreendida, há outros, porém, que exigem leitura exaustiva, repetida várias
vezes, com muita atenção. Em alguns casos, se faz necessário ler integralmente o texto; em
outros, basta localizar a informação desejada.
É preciso solicitar também a leitura individual ou realizar uma leitura em voz alta para
a turma, dá aos alunos a oportunidade de checar as hipóteses que foram levantadas, bem como
de fazer novas inferências (como compreender uma palavra pelo contexto ou descobrir uma
informação não explicita no texto).
A compreensão de um texto se inicia mesmo antes de sua leitura oral ou silenciosa.
Contribuem para isso os conhecimentos prévios que os alunos têm sobre o assunto do texto,
as referências que têm sobre o gênero textual e o vocabulário utilizado.
Por isso, a organização de situações em que os alunos possam antecipar o conteúdo ou
levantar hipóteses com base nas ilustrações, título, autor ou gênero do texto torna o trabalho
mais produtivo.
Portanto, para que ocorra interação entre o professor e o aluno, precisa ocorrer uma
união produtiva entre ambos. O educador precisa não só ver o aluno como depósito de
conhecimento, mas precisa dar a oportunidade para ele se expressar.
5. CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
ALVES, Eliane Ferraz et al. Alfabetização de Jovens e Adultos. In: ALDRIGUE, Ana
Cristina de Sousa; FARIA, Evangelina Maria Brito de (Org.). Linguagens – usos e reflexões.
João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009. v.2.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler – em três artigos que se completam. 23 ed. São
Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas da Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Reflexos acerca da Organização Curricular e das Práticas
pedagógicas na EJA. Educ. ver, 2007, n.29, p.92.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2012.
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