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AVIVAMENTO E ARREPENDIMENTO

Ex 33:1-6

Introdução:

A ideia de um avivamento parte da realidade de que, por um lado, Deus é o doador vital de toda a vida
espiritual e, por outro lado, os homens, mesmo aqueles que nasceram de novo, de tempos em tempos
experimentam uma espécie de frieza, de letargia, retrocesso, indiferença e fraqueza. Então temos de um lado,
Deus, o doador de toda vida e de um outro lado o homem fraco e frio – O resultado é que temos a esperança de
que Deus nos reavive, que derrame de seu Espírito e nos reacenda o amor e a nossa devoção.

Há diversos orações neste sentido: Sl 85:6, Hc 3:2, Sl 80:18, Is 57:15

Na história da igreja, o termo reavivamento em seu sentido mais bíblico significou uma obra soberana de Deus
em que muitos cristãos e muitas igrejas foram removidos da indiferença espiritual e do mundanismo para uma
convicção de pecado, desejos sérios de mais de Cristo e sua palavra, ousadia em testemunhar, pureza de vida,
muitas conversões, adoração alegre, compromisso renovado com missões. Você sente que Deus se manifestou
patente entre as pessoas.

Este capítulo é um dos grandes capítulos do VT, é glorioso. É uma passagem crucial na longa e tortuosa
peregrinação de Israel no deserto. O NT nos ensina que as coisas que foram escritas sobre eles nos servem de
exemplo.

Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela
consolação das Escrituras, tenhamos esperança. [Rm 15:4]

Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre
quem os fins dos séculos têm chegado. [I Co 10:11]

O VT é escritura inspirada para nós, igreja. Ele tem ilustrações que tem profundo valor para nós, igreja.

Esta passagem ilustra um período de grande aridez e sequidão espiritual sobre o povo de Deus e como ele aviva
e desperta o seu povo. Aqui temos aquilo que seja o padrão do avivamento na vida da igreja ao longo dos anos.
Aqui temos como um avivamento ocorre, as condições, o processo e os frutos ou sinais dele. Temos então um
bom e rico modelo de avivamento.

Não há um passo mágico e único para que um avivamento ocorra, algo súbito, há passos ou estágios, este texto
então é um modelo para entendermos a natureza de um avivamento.

A CONDIÇÃO DO POVO

O povo de Deus, Israel vivia um tempo de decadência espiritual, talvez um dos mais tristes até então. Eles
tinham sido libertos do cativeiro do Egito, e começaram a murmurar, reclamar e se desviar dos caminhos do
Senhor.

Moisés tinham subido ao monte Sinai para receber a Lei e ali permaneceu por vários dias. Arão estava na
liderança e responsável pelo povo. O povo ficou impaciente [32:1]

Onde está Moisés? Ele que nos tirou do Egito e que nos trouxe a este deserto? O que aconteceu com ele? Ele
nos abandonou! Não se preocupa conosco! Onde está esse Deus de quem ele falou? Que iria nos abençoar e
nos levar para terra que mana leite e mel?

Então diante de sua impaciência exigiram a Arão um deus. Estamos cansados disso, não vamos mais esperar
por ele, nem pelo Deus dele, dá-nos outro deus... Arão atende ao pedido do povo [Ex 32:2-5]
Passaram a adorar este deus [v. 4] e não somente adorar o bezerro de ouro, mas passaram ostensivamente a
pecar. Dançaram diante do ídolo. [I Co 10:7]. É uma nódoa na história de Israel, uma mancha terrível de
pecado, idolatria e desobediência. Homens criando um deus para adorar, e esta falsa adoração leva-os a
imoralidade e pecados vergonhosos.

Corações Idólatras!

Certamente a idolatria é um dos pecados mais grave que existem. Idolatria é substitui o Deus verdadeiro por um
feito a sua própria imagem. “O coração humano é uma fábrica de ídolos”, escreveu Calvino. “Cada um de nós
é, desde o ventre materno, é expert em inventar ídolos”.

A idolatria se manifesta de várias formas – todo o pensamento sobre Deus que não corresponde a sua realidade
é um ato de idolatria. A forma de combater a idolatria é conhecer Deus – a recusa do conhecimento de Deus
gera idolatria. “A concepção que o homem tem sobre Deus é algo mais importante na sua vida! É de suma
importância que a nossa ideia de Deus corresponda o mais próximo possível ao ser verdadeiro de Deus”.
[A.W.Tozer]

Que nós sejamos cientes para não aceitarmos a noção errada de que a idolatria consiste somente em ajoelhar-se
diante de objetos visíveis de adoração. A essência de idolatria, portanto é nutrir pensamentos sobre Deus que
não são dignos dEle. Começa na mente e pode ser presente onde não houve um ato manifesto de adoração.

Os homens, do mesmo modo, criam deus falsos. Moldam deuses ao seu prazer, determinam como deve ser esse
deus e como eles devem adorá-lo.

Essa distorção de deus – idolatria – leva a caos e decadência moral, a prática sórdida do pecado. A
normatização do pecado, um falso deus geral uma falsa moralidade, uma adoração falsa, perversão, pecados e
vícios.

DEUS DISCIPLINA

A reação de Deus foi discipliná-los, ele os castigou! Ele sempre pune o pecado. Deus puniu os israelitas de
forma terrível. Moisés desceu do monte e viu a situação e a condição do povo. Então falou: Ex 32:26. Os levitas
se uniram a ele. Houve uma separação.

Então Moisés intercede pelo povo [Ex 32:31-32]. Moisés torna-se um intercessor, um tipo de Cristo, um
mediador. Colocou-se entre a ira de Deus e o povo – Castiga-me!

DEUS RESPONDE

Veja Ex 33:1-3 – “Eu dei esta promessa a este povo, que eles iriam a essa terra de Canaã, que mana leite e mel.
E, portanto, eu te digo agora, guia tu este povo, leva-o à terra da promessa. Diante do que fizeram, não subirei
convosco. Tenho estado entre vós...”

Deus estava dizendo: “Não subirei convosco para que não os consuma. Vou enviar um anjo, para guiar-vos e
remover os inimigos de diante de vocês...vai em frente. Eu te levantei como líder, leve este povo e tome posse
de Canaã, a terra que mana leite e mel. Eu não subirei convosco...vá em frente!”

A REAÇÃO DO POVO [v.4] – Tristeza e contrição pelo pecado

Aqui está o primeiro estágio do avivamento – o povo havia pecado, Deus havia julgado o povo – eles se
rebelaram contra Deus, viraram as costas a Deus, blasfemaram contra ele, desprezaram Moisés, criaram um
deus falso, pecaram e veio de súbito um senso terrível da situação deles! Eles se deram conta! Eles perceberam
o mal que tinham feito! Eles caíram em si!
Um profundo senso de quebrantamento, constrição e humilhação tomou conta do povo! Eles compreenderam
sua situação espiritual, eles entenderam a gravidade do seu pecado. Aqui está o primeiro sinal de um
avivamento! Não haverá avivamento pessoal ou coletivo a parte disto, uma profunda compreensão de nossa
pecaminosidade, um despertamento da gravidade de nossos pecados. [II Cr 7:14]

O avivamento vem quando somos confrontados e nossos corações são profundamente compungidos pelos
nossos pecados. É uma percepção da gravidade do que fazemos e do retirar-se de Deus – Deus disse que iria se
retirar do meio do povo e o fez! A nuvem sumiu e a coluna de fogo também, sinais visíveis da presença de
Deus!

A marca que principia um avivamento sempre é a profunda consciência de nossa pecaminosidade [Ne 1:1-3, Ne
8]. Aqui começa o avivamento!

E HOJE

Precisamos que o senso de nossa pecaminosidade venha sobre nós e nossa vida pessoal, familiar e cristã. Temos
tido esta consciência? Temos sido conscientes de nossos pecados? Da gravidade do mesmo! Da seriedade
deles? Estamos satisfeitos com a nossa própria condição? Está tudo bem com vocês irmãos? Tudo está bom?
Sua condição espiritual está bem? Tudo está bem com os irmãos? Estamos satisfeitos?

Qual é a nossa realidade atual, a sua? É de profunda angústia diante de sua frieza, indiferença e costume com o
pecado? Você se sente como os de Laodiceia? Ou como os hebreus tomados por um senso de que seu pecado
ofende a Deus e o afasta dele?

A REAÇÃO DO POVO [v.4] - Arrependimento

O segundo estágio que precipia um avivamento é além do senso do pecado, um arrependimento genuíno.
Podemos ter consciência do nosso pecado, da nossa pecaminosidade e podemos parar aí. O que chamaria de
remorso – uma consciência superficial do erro, ele sabe que errou, entende, mas não se detém muito nessa
questão.

Eu errei! Fui tolo! Vacilei! Não deveria ter feito! Sei que estou errado! Então esquece o que vem
fazendo...Remorso é superficial, arrependimento é profundo. [Ils Não foi nada não...]

ARREPENDIMENTO SEGUNDO DEUS [II Co 7:8-11]

Aqui está o que é um verdadeiro arrependimento, ilustrado perfeitamente pelos filhos de Israel. Arrependimento
não é apenas uma tristeza, um despertamento de consciência que as coisas não são como deveriam, que algo
está errado.

Os coríntios foram tomados por um profundo senso de arrependimento divino [Ils Leonardo – duro, frio,
indiferente]. “Vocês não se limitaram a uma olhada superficial, vocês se contristaram, odiaram a si mesmo,
vingaram-se a si mesmo...”. É uma característica autentica do arrependimento – a consciência séria do seu erro,
o senso de tristeza diante do pecado que cometeu! [Ils Marta e seu pecado]

Os israelitas caíram em si – Nós nos voltamos as costas a Deus, fizemos um deus, um bezerro de ouro, e o
adoramos, e pecamos. Trouxemos desgraça para nós, dançamos, pecamos!!! Eles compreenderam o mal que
tinham feito, e abominaram isto, condenaram a si mesmo.

Essa é a marca de um avivamento – ver o pecado como terrível e cair num profundo arrependimento! Eles
veem a malignidade do pecado, a vileza deles, alguns diante disto caem em terrível angústia, desfalecem
fisicamente.

A REAÇÃO DO POVO – Deus estava se retirando!


Os israelitas compreenderam as consequências tristes do pecado, principalmente em relação a Deus, Deus
estava se retirando. Deus mandaria um anjo, mas ele mesmo não iria. Deus que estava com eles, que ia com
eles, ele que desceu para estar com o povo não estaria mais com eles. Isto os desalentou – foi isto que levou eles
as lágrimas! Não foi a ameaça de serem consumidos, mas Deus ter dito – não irei mais convosco! Subam só!

Aqui está o centro de toda a questão, o estopim de um avivamento, quando todos nós entendemos que não há
nada mais sério e grave do que estar sem a presença de Deus. Deus estava retirando sua presença, ele estava
garantindo a terra prometida, Canaã seria concedida, um anjo estaria diante deles para lhe garantir segurança e
vitória sobre os inimigos. Então o povo reagiu em tristeza e profundo desespero: Sem o Senhor, se ele não for
conosco não podemos ir!

Eis uma profunda e tremenda compreensão que devemos e precisamos ter, um despertamento genuíno de que
podemos ter todas as bênçãos, mas que elas não têm nenhum valor se Deus não está presente! [Sl 127]

Para que serve Canaã? Qual é o valor de lei e mel? Qual é o valor de ter possessões, sem Deus? [Sl 73]. Que
adianta ter um casamento, filhos, casa, saúde, dinheiro, riqueza, fama, poder sem a presença e a comunhão com
Deus? A companhia, a presença, a comunhão com o Senhor é infinitamente mais importante do que tudo mais!

Salvou-os das mãos de quem os odiava e os remiu do poder do inimigo. As águas cobriram os seus opressores;
nem um deles escapou. Então, creram nas suas palavras e lhe cantaram louvor. Cedo, porém, se esqueceram das
suas obras e não lhe aguardaram os desígnios; entregaram-se à cobiça, no deserto; e tentaram a Deus na solidão.
Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma. [Sl 106:10-11] – diz que Deus satisfaz o desejo,
mas as almas deles se definham... –

Como igreja irmãos podemos ter o engano desse paradoxo terrível – podemos ir extraordinariamente bem,
crescimento, construção, avanço, sucesso, vitórias, mas podemos estar alegres e conformados com estas
bênçãos e sinais, mas distantes da presença de Deus, não desfrutando de sua comunhão! A grande questão é:
Deus está presente? Ele está entre nós? Sua gloriosa presença se faz aqui? Foi esta terrível realidade que
apavorou o povo e os fez chorar. Que serve Canaã, leite, mel sem Deus e sua presença? O que nos interessa é a
presença do Senhor!

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? [Sl 42:1-2]

Não podemos prosseguir sem Ti – A presença e a comunhão com Deus é essencial! Nada compensa!

A grande questão, portanto, não é se vocês estão bem em termos de saúde, finanças, família, nem mesmo se
estão vindo aos cultos, servindo, contribuindo, a grande questão é se nós estamos desfrutando a comunhão e a
presença de Deus? Você está vivendo sem sua comunhão? Você está peregrinando sem sua presença?

Como está sua relação com Deus? Sua comunhão com o Senhor? Os israelitas se angustiaram por isso e se
arrependeram, arrependimento tem como fim justamente compreender que o que mais importa na minha vida é
minha comunhão e meu relacionamento com o Senhor!

O arrependimento foi tão profundo, tão real, tão verdadeiro que eles radicalmente mudaram, não são o aspecto
emocional, de contrição, de tristeza, mas de mudança foi manifesta. Arrependidos eles abominaram tudo o que
era e podia ser desagradável aos olhos do Senhor – eles abandonaram o pecado – tiraram os atavios – os
adornos, foram esses adornos que os tinham levado à queda, foram eles atavios que levaram eles a construírem
o bezerro de ouro, e só a simples lembrança deles já era odiosa – Deus disse tire esses atavios –Eles tiraram!
Eles se despojaram!

Quando estamos verdadeiramente arrependidos, quebrantados, contristados, humilhados porque estamos sem a
comunhão de Deus, nossos corações se despojam de tudo aquilo que é obstáculo e empecilhos para sua
presença! Tudo o que prejudicial, que esfria minha comunhão, que prejudica minha devoção, todos os atavios
são despojados!
O que tem para você despojar-se? Quais os atavios que o afasta da comunhão e presença de Deus? Talvez nesta
noite cada um de nós precisa pensar nisto e despojar de algo que tem sido uma pedra de tropeço em sua
comunhão com o Senhor. O que será? O que deve ser abandonado? Despojado?

Quando temos a profunda compreensão do valor da presença e da comunhão de Deus, quando nos apercebemos
que sem sua comunhão bendita e sua presença gloriosa tudo perde o valor, tudo obscurece, tudo desvanece, que
sem ele e nossa comunhão estamos perdidos e completamente desamparados no mundo, na vida. Então estamos
dispostos a abrir mão de qualquer coisa, despojar de qualquer atavio, romper com qualquer pecado para ter sua
presença de novo!

Aprendamos com esta experiência, pois ela foi registrada para nós! Que sejamos contristados segundo Deus e
que nossa tristeza leve a mudanças e despojamentos! Que possamos acima de tudo desejar a presença e a
comunhão com Senhor. Que Deus tenha misericórdia de nós, e nos conceda mentes e corações quebrantados!

Conclusão:

Eis três poderosas respostas que podemos aprender de Israel, diante do pecado...

1. Tristeza e contrição pelos nossos pecados – Bem-aventurados os que choram...


2. Um cai em si, um senso da gravidade do mal que o pecado é
3. Uma mudança profunda e o abandono de tudo aquilo que me afasta da presença do Senhor.
AVIVAMENTO E ORAÇÃO

Ex 33:7-17

Introdução:

Vimos o profundo arrependimento que ocorreu entre os israelitas diante de sua grande pecaminosidade, o
anseio e disposição pela presença de Deus, para que Deus não se retirassem do meio deles.

Agora quero lidar com outro elemento do avivamento – oração! Os israelitas tiveram uma súbita consciência de
seu pecado e arrependeram-se, mas isto não é suficiente, um outro elemento ocorre neste avivamento – oração.

A TENDA FORA [v.7]

O que era a tenda da congregação? Não é o tabernáculo que depois iria ser construído, o precursor do Templo.
Essa tenda era uma tenda que Moisés tinha feito e levantado no meio da congregação, onde eles e outros
oravam. Uma tenda para reunião e oração posta na congregação. Ele aqui tira a tenda da congregação do meio e
coloca fora do arraial, longe do acampamento.

Essa ação foi tomada por Moisés, uma atitude de um homem, que se apercebe o momento crítico e o fardo da
necessidade. Na história dos avivamentos um homem inicia, se inclina, sente o fardo e toma uma atitude. Um
grupo de homens sentem o fardo e inicia.

Ele armou longe do acampamento – fora do arraial – Ele estabelece um lugar de oração e intercessão. Ele viu o
arrependimento, mas sabe que algo mais deve ser feito. E por que? A presença de Deus! Deus havia se retirado,
a coluna e a nuvem desaparecera, o alvo e o desejo é a volta da presença de Deus. Por isso ele ora!

Ele toma a iniciativa, sente o fardo, desloca a tenda e o povo reage. Qualquer pessoa que sentisse o fardo
deveria poderia ir também. Nem todos foram a tenda, mas alguns foram. Alguns começaram a sentir a
necessidade de buscar a presença de Deus. Moisés tomou a iniciativa e foi só...depois outros foram.

Avivamentos não são e não podem ser planejados, organizados e predeterminados. É algo silencioso e
surpreendente. Acontece discretamente, silenciosamente, por meio de alguns, que se unem com o mesmo fardo
e desejo.

É possível que a retirada da tenda tem como alvo a consagração do povo. O acampamento tinha se tornado
impuro devido a idolatria, o retirar implicava consagração. A ideia é sair da impureza, do ambiente pecaminoso.
Fora do arraial! Separação do pecado. Santidade, separação do pecado, da impureza!

O POVO OLHAVA [v.8]

Algo interessante ocorre aqui, o povo começou a ver a atitude de Moisés em se deslocar para a tenda que ele
montou fora do acampamento. Ela que sempre estava na congregação foi tirada. E o povo viu Moisés sair para
lá para orar e interceder. Uma iniciativa que começa a tomar um efeito no meio do povo. Moisés foi e com ele
alguns, o povo começou a perceber e notar. Assim começa um movimento de oração. Não com muitos, mas
com alguns e causa impacto a vida dos irmãos.

O RESULTADO [v.9-11]

Deus responde! Deus que havia se retirado desce na coluna de nuvem. Sua presença vem! Ele vem! E Deus
falava com Moisés, face a face. Moisés que sentiu o fardo, que se angustiou pelo que tinha acontecido, que
armou a tenda, que buscou a face e a comunhão com Deus, ver Deus descer e falar com ele novamente.
Deus ouviu, ele desceu, algo vai acontecer!

O povo [v.10] viu a coluna, o movimento e começaram a adorar. E Moisés que falava com Deus vinha a tenda e
falava ao povo. Ele voltou ao povo para dizer e comunicar o que Deus estava lhe falando. Deus estava voltando
sua face de novo. Deus falou com ele face a face. Moisés deixou Josué lá na tenda enquanto ia falar com o
povo. Por que? Ele queria mais da manifestação de Deus, de sua voz e de sua presença. Nada podia ser perdido.
Há uma expectativa do que Deus poderia fazer e que nada poder ser perdido.

MOISÉS CONTINUA ORANDO

Deus havia retornado, ele falava, o povo adorava...Tudo caminha bem, mas Moisés não está satisfeito. Ele
deseja mais, ele anseia por mais. Ele continuou orando e suplicando por mais e mais. Algo extraordinário,
especial, incomum e precioso. Ele pede algo mais! Essa é a marca de um avivamento poderoso! Não é apenas
dizer – tudo está bem – é uma sensação de queremos mais!

PELO QUE MOISÉS OROU – Suas preocupações

1. Ele orou por um senso de segurança pessoal – [v.12-13] – Ele deseja conhecer mais de Deus! Ele
queria mais do conhecimento do Senhor.

Deus falava com ele, ele falava com Deus, já tinha estado em sua presença, mas ele queria mais... muito
mais...Ele não estava satisfeito. Queria um conhecimento mais pessoal de Deus, queria ter toda a certeza de que
amor. Ele sabia que Deus lhe era gracioso, mas queira mais da graça dele.

Esta é uma marca para um grande avivamento – conhecer mais e mais de Deus. Mais profundo, mais íntimo.
Ter mais e mais fome de Deus, sede de Deus. Não está satisfeito, não está acomodado. Querem algo mais e
desejam algo mais.

Precisamos pedir isto! Orar por isto! Clamar por isto! Deus é a riqueza das riquezas. Seu conhecimento e sua
beleza são tudo o que nossa alma tanto precisa. Foi feito para o conhecer e nos deleitar nele. Esse deve ser o
desejo de todo o santo – para o conhecer – Deus nunca, nunca, nunca será tedioso ou esgotado. Eu tenho amado
a minha esposa e dia a dia ainda me encanto com ela, ora se eu me deleito nela e com ela, que é finita e
pecadora, quanto mais sobre o ser mais excelente, mais doce, mais belo deste universo.

Ele é infinitamente majestoso, seu ser é infinitamente tremendo e tudo nele é perfeito e belo. No céu não haverá
tédio, pois nem mesmo a eternidade bastará para que conheçamos o Senhor. Ele será nosso deleite e alegria, e
prazer, e gozo para todo o sempre e sempre.

Esta é a marca de um avivamento – anelo pela presença e pela consciência viva de Deus no meio do seu povo.
Moisés ora por isso!

2. Ele orou por direção [v.14-15]

Deus que havia dito que não iria, disse que iria agora, mas Moisés quer certeza que Deus estaria com eles, que
os abençoaria nos propósitos e planos. Tu tens que vir conosco. Quero saber teus planos e propósitos. Quero
um vislumbre de Ti, do teu plano, uma garantia que irás conosco mesmo! Uma oração ousada! Deus nos dê
uma garantia de tua presença entre nós! Faça saber que de fato estás conosco! Não podemos caminhar e
peregrinar sem o Senhor! Precisamos de ti e da tua presença! Quero que garanta que vás conosco!

3. Ele ora para que o povo de Deus seja santificado [v.16]

A presença de Deus no meio do povo faria com que o mundo, as nações, os povos vissem que eles são
diferentes, separados, do pecado! Um povo singular, um povo especial!

A singularidade da igreja, sua distinção, seu testemunho, é uma marca da verdadeira igreja. Ela é santa, distinta
e separada. Confesso que estou preocupado com esta marca distintiva da igreja, os chamados para fora. Há uma
mundanização da igreja, um processo lento e gradual de aculturação, em todos os sentidos! Há um processo de
que a igreja se nivele ao mundo. Meu temor é que estamos perdendo nossa singularidade em tudo.
A igreja é a comunidade distinta, separada, os peregrinos e forasteiros, nossa pátria está nos céus e nosso alvo,
propósito, pensamentos, linguagem, valores são distintos, somos uma comunidade distinta.

4. Ele orou preocupado com o nome de Deus, com sua glória! [v.13]

O nome e a honra de Deus estão ligados à igreja, a nós seu povo, por isso devemos suplicar para que honremos
ao Senhor através de nossas vidas e igreja. Moisés estava preocupado com a glória de Deus[Ex 32:11-12].
Israel é o povo de Deus, leva o nome de Deus, eles se dizem o povo de Deus. Moisés está preocupado com a
glória de Deus!

A igreja é a igreja de Deus! Somos o povo de Deus, propriedade dele e esta deve ser nossa preocupação, o
nome e a glória de Deus. Somos representantes de Deus, o mundo nos vê assim! [Sl 79]

5. Ele orou preocupado com do povo de Deus

Moisés ama o povo dele e por ele sofre e intercede e por ele é capaz de dá a vida [Ex 32:30-32]. Ele ama e
intercede e por ele pede que Deus os abençoe senão que o mate! Que amor e que intercessão

Que amor pelo povo de Deus! Preocupação com a igreja de Deus e amor por ela. Nada me faz mais angustiar
do que críticas ferinas e mordazes, desonestas e ferinas contra a igreja. Devemos orar pela igreja e se amamos a
igreja devemos orar por ela.

A esperança do Brasil é a igreja e o evangelho que ela prega. Precisamos orar por ela. Orar pelo pastor!
Preocupar-se com ele e orar por ele.

6. Ele orou preocupado com os pagãos – descrentes

Moisés quer que os povos saibam que Deus é gracioso com seu povo! [v.16]. Devemos pensar sobre estes.
Queremos ver pessoas sendo trazidas ao evangelho, sendo libertadas pela Palavra. [pg.198]

Este são os motivos para orarmos por um avivamento: por amor a glória de Deus, seu nome e honra, por amor
ao povo de Deus que pertence a ele e por amor os que estão fora da igreja.

COMO MOISÉS OROU – O modo como orou

Há um jargão no meio cristão que precisa ser corrido – “aprende-se orar, orando!” Ou “você aprende a orar
vendo outros irmãos orarem”. Creio que há um elemento de verdade em ambos pensamentos, embora sejam
pragmáticos. A oração é didática e instrutiva, a questão é que a fonte autorizada e inspirada para aprendermos a
orar é Palavra de Deus, e suas inúmeras orações são instrutivas no aprendizado da oração.

Então como Moisés orou?

1. Ele orou ousadamente, com confiança e intrepidez [12-13]

Não há hesitação, mas confiança tranquila. Há uma santa ousadia! Temos que orar assim amados, com
convicção e certeza, a cruz nos dá esta ousadia, não temos que nos envergonhar e nos intimidar. [Hb 4:14].
Temos semelhante acesso a Deus e por isso temos que ser ousados em nossas orações. Temos que ter esta santa
confiança, em olhar para Cristo, não para nós mesmos [Jó 42:5-6]. Temos um grande e sumo sacerdote, o Filho
de Deus, que por seu sangue nos abriu o caminho. Meus filhos não batem a porta para falarem comigo no
gabinete.

2. Ele orou com raciocínio – com argumentação [v.12]

Ele está lembrando a Deus o ele tinha dito, está disputando – como se estivesse dizendo: O Senhor disse isto,
então confirme o que disse...” Veja o v.16, ele argumenta com Deus, ele lembra das promessas. Isto não é
presunção, é confiança, não é “cobrança” “determinismo” ou irreverência.
Essa prática de orar com argumentação – lembrando e trazendo as promessas de Deus é algo comum na vida
dos santos.

"Ah, se eu soubesse onde encontrá-lo, e pudesse chegarão seu tribunal! Exporia ante ele a minha causa e
encheria a minha boca de argumentos. " [Jó 23:3,4] – Veja o Sermão de Spurgeon, Oração Eficaz.

“Requeiram dele, requeiram dele. Não o deixe em paz. Importunem-no, por assim dizer, com sua promessa.
Digam-lhe que ele fará o que disse que ele faria. Citem as Escrituras a Ele. E, sabem, Deus se deleita em
ouvir-nos fazendo isso, como um pai gosta de ver isso em seu próprio filho, que obviamente trem prestado
atenção ao que o pai tem falado. Isso o agrada. O filho pode parecer um pouco impertinente, não importa, o
pai gosta disse apesar de tudo. E Deus é nosso Pai, ele nos ama, e gosta de ouvir-nos suplicando por suas
promessas, citando as suas próprias palavras a Ele, e dizendo: “À luz disso, como podes te abster? ”. Isto
agrada ao coração de Deus, Requeiram dele! [Thomas Goodwin – Ef 1:13]

3. Ele orou ordeira e diretamente [v.15]

Ele não ora vagamente, de uma forma indefinida e geral, ele tem em vista uma necessidade. Ele tem em vista a
presença de Deus – ele pede e suplica por isso – a presença de Deus.

4. Ele ora com urgência [v.15]

Conclusão:

Todos os avivamentos foram marcados por oração, essa é uma marca de todo avivamento espiritual. Em Cr
7:14 é prometido um grande avivamento, Deus visitaria seu povo – ele promete ouvir, uma marca de
avivamentos são respostas as nossas orações. A graça de Deus é abundante. Coisas ousadas, pedidos ousados,
pedidos impossíveis. É uma visitação próxima, no avivamento Deus parece longe... Ele está em nosso meio, a
oração ganha uma nova dimensão, uma experiência diferente, diferente do período sem avivamento.

Quais as condições?

a. Humilhar-se – Devemos ser humildes, o básico sabemos que isto é verdade para ser cristão, mas o
tempo faz com que nós nos tornemos soberbos, a soberba toma conta de nós, contra Deus e contra o
próximo. Mas aqui é um profundo senso de humilhação, de quebrantamento, de contrição, é algo
extraordinário. Não haverá uma visita especial de Deus sem humilhação.

b. Orar e me buscar – Orar é dirigir a Deus e buscar é com mais intensidade, eu perco as chaves, as
carteiras. Um dia desse, minha mãe se perdeu, a segunda vez, na primeira sai atrás dela resoluto a sua
busca até achar, a segunda também. Buscar é algo intenso. Só se para quando se acha. Jacó no vau do
Jaboque, Jesus no Getsemani, quanto queremos Deus e o desejamos o acharemos. Buscar-me-eis e me
achareis...

Orar não é uma quebra de braço com Deus! Não é superar a relutância de Deus! Mas é superar a resistência do
nosso próprio coração. Quando oramos confessamos nossa absoluta necessidade dEle. Declaramos que ele é
nosso desejo! Afirmamos que realmente estamos dispostos a se submeter.

Há aqui um interesse, um investimento, uma insistência: Salva minha família! Muda minha vida, quero
conhecer! É algo intenso, profundo, orando incessantemente. Muitas orações são terminadas antes de serem
começadas, desistimos muito rápido. Deus visita nosso coração e vê se nós o desejamos o que pedimos. Quanto
de fato queremos mudança e libertação, pureza, [Is 64:1ss]

c. Se converter – Há pecados abandonar os caminhos errados, vícios....

Precisamos chorar nossa frieza, precisamos chorar nossa resistência em orar, precisamos confessar nossos
pecados, precisamos se converter dos maus caminhos. Deus espera esta ação do seu povo. Deus espera isto de
nós!
AVIVAMENTO E SERVIÇO

II Tm 1:6-8

Introdução

Paulo está preocupado com seu filho na fé, Timóteo. Ele percebe um risco de desânimo e esfriamento,
esgotamento espiritual. Daí a advertência. O apagamento espiritual ou o desânimo é um perigo que nos cerca.
Já vivenciei períodos de esfriamento, e isto na vida cristã é terrível, imagine na vida de um pastor. Não somos
super-humanos. Podemos cair em desânimo e esgotamento espiritual e isto estava ameaçando o pupilo de
Paulo. Ele precisava reavivar o dom.

1. O que este dom?

Timóteo recebeu um dom, que no momento está em “esfriamento”. Deus deu um presente para ele. Este dom
precisa de “fogo” e depende de Timóteo alimentar este dom.

O dom [carisma] foi lhe dado. Que dom é este? Não é dito claramente, podemos tão somente supor. O que está
claro é I Tm 4:14 que ele recebeu do presbítero por imposição de mãos. A ideia parece ser da “ordenação”
pastoral. Assim o dom está relacionado ao ministério pastoral ou mesmo o próprio ministério em si. Isto levanta
uma questão: Vocação pastoral é algo subjetivo ou objetivo?

Em Ef 4:11ss – “pastor-mestre” pode ser compreendido como um dom para igreja. O “carisma” pode ser
“evangelismo” [4:5]. Foi dado a ele alguma dádiva, alguma capacidade especial que Timóteo recebeu no ato da
ordenação que o capacitaria a obra que foi chamado. “A autoridade e poder para ser um ministro de Cristo”.

2. O que levou Timóteo a “esfriar”

Ele havia sido separado para o ministério, Paulo e os presbítero impuseram as mãos e oraram e foi reconhecido
ali seu ministério. Talvez ali ele chorou [v.4]. Alguns acham que foram lágrimas de despedida, mas pode estar
ligado a imposição de mãos e a consagração ministerial. Imagine as palavras dita a ele neste momento
“Timóteo, jovem, Timóteo eis que Deus o separou para o santo ministério, pregue com ousadia, com coragem e
sofra pelo ministério.”

A colocação que Paulo fala em I Tm 4:14 sobre se negligente, aponta para algum tipo de perigo ou receio que
Paulo ali tenha percebido, e esse receio tornou-se realidade agora. Timóteo esfriou.

Embora a Bíblia não diga diretamente as causas, podemos construir o que levou Timóteo a este momento.

a. Ele era jovem – Ele era relativamente jovem [I Tm 4:12, II Tm 2:22]. Não sabemos sua idade, se ele se
converteu aos 20, ele estaria agora com cerca de 30 anos. Para os gregos e romanos havia os jovens
[adultos] e os velhos. Jovem para o judeu vai até 40 anos. Esta juventude traz um peso e um desafio
frente a liderança de uma igreja.

Lembro quando assumi a igreja aos 25 anos e a natural dificuldade da aceitação por parte das pessoas por causa
da minha idade e não somente isto, mas os meus próprios receios de encarar-me como um líder [Tenente Fábio:
“Não precisa me chamar de senhor...]

Imagine as grandes responsabilidades que lhe fora confiado por Paulo: Ele fora deixado em Éfeso para
combater os heréticos, ordenar o culto, escolher e ordenar presbíteros, assistir as viúvas, ensinar a fé apostólica.
Um fardo pesado para sua idade.

Fico imaginando as pressões, comparações, críticas e cobranças da igreja para com ele em relação a Paulo e ao
ministério. Isto deve ter envergado e esgotado.

b. Ele lutava com enfermidade [II Tm 5:23] – Paulo falou das frequentes enfermidades.
É uma recomendação não supérflua ou banal. Ele aborda dentro de uma série de recomendações pastorais e
então aborda este assunto pessoal. Basta lembrar do gnosticismo e o desprezo ao corpo. O vinho era medicinal
em seu uso moderado. Há uma evidente chancela aqui também para o tratamento [cura/processo] “natural”
[medicamento] ao lado da cura espiritual. Aprendemos também que um crente adoece e que estar doente não é
falta de fé ou presença do pecado. Paulo fala da frequente enfermidade, indicando falta de força, fraqueza
natural, podemos deduzir ou mesmo inferir que isto possa tem contribuído para seu abatimento e esfriamento.

c. Ele era tímido – Introvertido [I Co 16:10-11]. Paulo exorta a não ter medo, covardia ou vergonha [II Tm 1:7-8,
2:1,3, 3:12; 4:5]. Um espírito de medo e covardia parece cercar o coração dele. “Não se envergonhe falar do
evangelho, sobre Cristo, não tenha vergonha de sofrer pelo Evangelho.

Timóteo talvez não seja da mesma constituição que Paulo. Ele não é aquele caráter indomável, essa
personalidade dinâmica poderosa que pode se levantar contra qualquer pessoa ou qualquer grupo de pessoas em
qualquer caso e manter seu terreno inabalável para a causa de Cristo. Não há muitos como esse e, certamente,
Timóteo não tinha toda a mesma força que Paulo tinha. Na verdade, provavelmente é muito provável que
Timóteo tirava força de Paulo e agora que Paulo teria ido embora, seu espirito estava enfraquecido.

3. O que deve ele fazer para “aquecer”

Paulo então exorta, ou seja, “admoesta” – reavive o dom. O verbo “reavivar” só aparece aqui, implicar em
soprar as brasas quase apagadas até que o fogo ressurja. A ideia é soprar e continuar [presente grego] atiçando o
fogo para conservá-lo vivo, inflamando. Não é só algo quente, a figura aqui é chamas, não apenas um calor
brando, suportável, mas fala de um fogaréu. [Ap 3:16, Rm 12:11]

Como pegar fogo? Como não deixar que o esfriamento domine nossa vida? Como manter acesa nossa paixão?

Certamente as disciplinas espirituais são fundamentais, descanso físico, a vida congregacional é vital, mas eu
quero apontar algo essencial para manter nossos corações aquecidos – o Evangelho, principalmente o falar
ousadamente o Evangelho.

Paulo dirá: Fortifica-te na graça... [II Tm 2:1]. Devemos nos fortificar na graça de Deus. A graça é nosso
fortificante para viver a vida Cristã [II Tm 1:2, 4:22]. Graça no início, graça no meio e graça no fim. No início
da carta graça, no fim graça. Paulo destilou verdades, cada palavra e verdades aqui são graça. A carta é uma
manifestação da graça.

A maneira de deixar nossos corações aquecidos e em “fogo” nossa alma é pelo poder de Deus mediante o
Evangelho, em especial sua proclamação sem medo, timidez ou vergonha. Falando de Cristo ousadamente,
falando do evangelho poderosamente. [At 4:31]. Pelo poder de Deus seja em casa, na universidade, no
trabalho...

Timóteo não se envergonhe de falar abertamente o evangelho e nem se envergonhe com respeito a situação de
alguns que o fazem, no caso, a minha prisão! Não se envergonhe de sofrer, antes sofra comigo! Através disto
seu coração será inflamado, seu espirito pegará fogo, reavive seu dom Timóteo! Reavive seu dom! Alimente o
fogo, aqueça a chamas, mantenha esse fogo com o Evangelho, com testemunho do evangelho. Não se
envergonhe, tenha coragem de sofrer pelo Evangelho. Não tenha medo ou covardia de falar abertamente sobre
Cristo...Só porque eu estou preso, não se intimide!

Este desafio não está apenas aqui, mas em toda a carta, por 14 vezes: 1:16, 2:3,9,10,12,15, 3:10,12; 4:5,6,7,16.
Isto é central. A chama do entusiasmo por proclamar o evangelho pode ser apagada pelos prazeres do mundo.
Na minha vida fiz poucos votos, no casamento, no compromisso de criar meus filhos, e na consagração
ministerial. Digo-lhes que destes três votos, jamais pensei em quebrar os dois, mas já fui tentando, em meio as
dificuldades e provações a quebrar o terceiro, a desistir de tudo e abandonar o ministério

“Se você quer uma vida fácil, segura, estimada, tranquila, confortável, sem dificuldades, então saia do
ministério de Cristo. E se você é solteiro, não se case com uma mulher que quer isso. [John Piper]
Conclusão

a. Podemos passar por períodos de esfriamento e estagnação espiritual. Como Timóteo podemos
“desanimar”. Nossa natureza humana é frágil. Há pressões enormes na vida que podem nos sufocar e
nos desanimar: Desemprego, rotina, aspirações frustradas, desejos não realizados, solidão. As pressões
na vida. Os sofrimentos da vida também podem nos cansar. Esta é uma realidade que devemos ter
consciência na vida cristã. [Pr. Gilson do Crateús]

b. Nossos dons e talentos precisam serem usados e desenvolvidos. As parábolas dos talentos e das minas
nos ensina a responsabilidade do serviço, a recompensa pela fidelidade e o perigo da preguiça. Dizem
que é um dos grandes pecados pastorais. Todos nós que estamos em Cristo recebemos dons, não
podemos esquecer. Não podemos ser negligentes e relapso.

c. Embora o esfriamento é uma ameaça possível, não devemos nos acomodar ou ver isto como normal. A
Palavra chama-nos a sermos fervorosos. A maneira pelo qual nosso coração é nutrido e as chamas por
Cristo são acesas é o evangelho, em especial o não se envergonhar. Portanto, tenhamos coragem de
sofrer pelo evangelho, em outras palavras, não nos intimidemos por sofrer pelo evangelho. Cada um de
nós somos testemunha de Cristo, assim sendo devemos ser desejosos e prontos a testemunhar do
Evangelho. Esteja certo é essa é uma tentação forte. [Rm 1:16].

John Huss, foi um pré-reformador, chamado de a estrela da manhã da Reforma, porque ela de certa forma
começou com ele. Foi preso e condenado a ser queimado na fogueira pela igreja, em 1415. E quando foi
amarrado à estaca, queimado em cinzas, orou do Salmo 25 e verso 2, "Em Ti, ó Senhor, ponho a minha
confiança, nunca me deixes envergonhar." E ele foi até a morte sem vergonha de sua identificação com Jesus
Cristo.

Vencemos a frieza renovando nosso ministério, renovamos nossos corações pregando o evangelho sem
vergonha. Renove o seu compromisso, reavive o dom de Deus. Deus nos chamou, me chamou e lhe chamou
para a proclamação do Evangelho, não deixe esta chamar apagar!
A RESTAURAÇÃO DO NOSSO AMOR POR CRISTO

João 21

Introdução:

Um dos grandes desafios em nossa vida é nutrir e manter nosso amor pelo próximo, seja em qualquer esfera –
conjugal, familiar, fraternal. Ele pode esfriar, ter períodos de recessão, de queda, de abandono. Neste sentido
nosso amor e devoção por Cristo pode também viver um período de sequidão, Cristo acusa a igreja de Éfeso por
isso. Nossa devoção e encanto por Cristo, por sua pessoa pode infelizmente esfriar e nós nos afastarmos de sua
doce e maravilhosa comunhão.

João está terminando seu evangelho [20:30-31]. Tudo estava escrito até ali, o suficiente para se crer em Jesus.
A lógica é que se terminasse. Mas temos um epílogo. Por que? Porque havia algumas questões ainda em aberto,
não tratadas. Perguntas sem respostas. Seria como um filme terminasse e você dissesse: “Bem mais e aquela
situação? Ou fulano como terminou? ”. Então João quer tratar estas questões. Essas pontas soltas. Que pontas
são essas?

Como ficaria o relacionamento com Cristo depois da ressurreição e ascensão. Ele está se manifestando
esporadicamente e em breve iria e só voltaria gloriosamente. Não haveria comunhão física. Como ficariam
ficaria a comunhão com Ele? Será que a ausência física de Cristo implica em abandono, não cuidado, não
proteção? Ele manifestou poder sobre o universo, manifestará ainda? Como ficariam os apóstolos? O que
acontecerá com eles? E com o autor? Quem é ele mesmo?

Mas a questão central é: E Pedro? Como termina sua história? Ele negou a Cristo? E depois que viu Cristo
ressuscitado como tudo terminou? O que aconteceu com ele e o que acontecerá com ele? Então eu creio que ele
é o protagonista do último capítulo, juntamente com Cristo. Os demais são coadjuvantes, até mesmo o autor,
João. No entanto a cena final tem como foco Cristo e Pedro ou Pedro e Cristo... E o que vamos ver nesta cena é
carregada de lições, irei abordar assim...

I. PEDRO FRACASSOU EM NÃO AMAR A CRISTO PERFEITAMENTE [1-14]

João diz que Jesus se manifestou a eles junto ao mar da Galileia, lugar bem conhecido de todos. A obra de João
trata de “manifestação” de Cristo, ou seja, sua revelação, a revelação de sua glória por meio de sua pessoa e
obra, através de sinais, atos e palavras, que alcançou o clímax na cruz/exaltação. E aqui continua a
manifestação [a revelação] pós-ressurreição.

E esta manifestação traz revelação. Jesus muitas vezes ensinou por meio de afirmações diretas, outras
parábolas, mas aqui não há um sermão, mas ação, o ensino é vívido e concreto. Aqui ele revela por meio de
atos seu amor, sua bondade, sua providência, seu cuidado.

Os discípulos deixaram a Judeia [Jerusalém] e voltam para a Galileia. Por que? Porque eles tinham recebido a
ordem dada por Maria Madalena que recebeu de um anjo que Jesus queria vê-los de novo lá na Galileia: “Ide,
dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galileia, lá o vereis. [Mc 16:6].

Jesus já sabia do estado do coração deles, especialmente de Pedro. Jesus sabia que ele estava desistindo de tudo,
decepcionado com ele. Imagine como estava o coração do pescador e imagine como foi sua caminhada [100
km] da Judeia a Galileia – Matutando, pensando consigo mesmo – temendo e tremendo – Ele está abatido,
arrasado espiritualmente e emocionalmente. “Jesus vai me confrontar depois de tudo que eu fiz”.

Aplicação: É Deus que toma a iniciativa da restauração. É ele que inicia, é ele que vai a busca. Ele é quem se
importa. É ele que se oferece e traça o plano para lidar com a distância que se revelou entre eles depois do
evento da cruz.

Pedro tinha afirmado categoricamente que amava o Senhor [Mt 26:33-35]: “Disse-lhe Pedro: Ainda que venhas
a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim. Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta
mesma noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário
morrer contigo, de nenhum modo te negarei. ” Pedro afirmara seu amor e empenhou sua vida. “Eu vou te
amar, não importa o preço”. Ele afirmou verbalmente sua fidelidade ao seu mestre. Todos nós sabemos o que
ocorreu. Ele não cumpriu sua palavra e negou Cristo três vezes. Ele foi um covarde que negou seu mestre!

Quando Pedro chega não vê Jesus e Jesus não aparece. Então vem a frase de Pedro que expressa o momento em
que se encontra sua alma: Vou pescar! Essa frase merece ser pensada. Por que ele disse isto? O que está por
traz?

Alguns pensam que Pedro disse isto porque afinal ele era um homem trabalhador, um pescador. Ele tinha uma
sociedade com os filhos de Zebedeu. E afinal, precisava ocupar o tempo e tinha necessidades especiais de
sustentar-se e de sustentar os seus. Mas eu não vejo assim. Eu vejo aqui uma confissão que expressa um
regresso apontando com ela desalento, abatimento, desanimo, decepção e fracasso pessoal e desilusão. Não se
trata de apostasia nem desespero existencial.

Talvez ele estivesse falando consigo mesmo ou com João desabafando: “Eu o neguei, e o fiz três vezes depois
de ter empenhado meu amor por ele e dito que jamais o faria acabei fazendo. Eu já tinha feito coisas tolas,
andei sobre o mar e quase me afoguei, falei sem pensar e por isso fui repreendido, cheguei no meu ímpeto
cortar uma orelha, mas negá-lo foi demais. Foi a gota d’água. Acabou! Eu não sei o que faço e sei o que o faço
- vou fazer o que sei fazer – pescar! Ele desistiu de mim! Vou pescar! Vou voltar a velha vida!

Como era um líder e liderança é também influência os demais o seguem. Ali, infelizmente ele exerce uma
liderança e influência negativa sobre os demais.

Aplicação: Quando estamos num quadro de desanimo e desalento, de desilusão e fracasso podemos
infelizmente, influenciar as pessoas que convivemos!

Veja o que acontece, embora sejam profissionais, e o horário seja o melhor [noite] e eles persistem [gosto de
pescar e é uma atividade que requer paciência], eles “nada apanharam” [v.3]. Por que? Por que a maré não
estava boa? Por que desaprenderam? Vou dar uma razão: Foi o Senhor que os levou a nada pegarem. Ele,
Senhor soberano, não deixou que nenhum peixe chegasse perto. Ele tem poder sobre isto [Pedro pegou um
peixe com moeda]. Ele tem o poder, todo o poder, Ele criou o universo, Ele controla céus e terra, todos os seres
viventes estão sob seu domínio. Jesus queria que eles entendessem, que embora nobre e necessário ser
pescador, “não foi isso que eu chamei você, ou vocês”.

Aplicação: Não adianta ir contra a vontade de Deus. Lutar contra seu chamado soberano. Seus planos e
propósitos serão inúteis e tolos se não são alinhados aos planos de Deus. Podemos ter nossos planos, podemos
planejar, mas é uma ilusão tola achar que podemos ir contra o propósito eterno de Deus para com a nossas
vidas. Podemos preparar as redes e o barco, lançar-nos no mar e tentar e voltar com redes vazias, quando
caminhamos contra a vontade e o propósito, contra o chamado de Deus! Pergunte a Jonas se isto não é verdade.
Fale com Paulo se isto não é verdade. Fale com Moisés também. Pergunte a Jeremias! Se quiser também
pergunte a mim!

II. CRISTO TRATA O FRACASSO DE PEDRO EM NÃO AMÁ-LO PERFEITAMENTE

Jesus aparece na praia, ao amanhecer e novamente não é reconhecido. Talvez o horário? Ou a revelação se dar
soberanamente? E então lhes pergunta com uma palavra terna e amável: Filhos, tendes aí alguma coisa para
comer? Eles respondem desalentados: Não. A ideia [original] é: “Rapazes, vocês não pegaram nada, não é
mesmo? ”. [Carson]

Então o Senhor manda-os lançar a rede a direita do barco e lhe garante completo sucesso [v.6]. Porque com
certeza ele havia ordenado os peixes para que ficasse naquele lugar. Pergunto por que que eles atenderam a
recomendação do estranho? Acho que o que está por trás é o espirito da pescaria mesmo. De persistir, de tentar
mais um pouco! Peguei um grande peixe assim. O fato é que eles acataram o conselho e aconteceu “a pesca
maravilhosa” – 153 peixes! E isto nos arremete a uma cena passada, vivida por eles, um vale a pena ver de
novo [Lc 5:1-11].
João com uma aguda percepção afirma a Pedro que era Cristo – É o Senhor! E Pedro ao ouvir que era o Senhor,
tão típico dele, se veste e se atira ao mar. Um ato impulsivo. Não se veste roupa para nadar, se tira! Mas ele
parece que estava “nu” ou seminu e por isso se cobriu para poder ir ao encontro com Cristo. Pedro, deixa o
problema dos peixes com seus companheiros [v.8] e ele nada cerca de 90 metros. Toda esta impulsividade de
Pedro leva-nos a imaginar, como estaria seu coração, sua alma diante de presença do Senhor! Pense em eu seu
coração!

E quando ele chega ele se depara com um braseiro. Por que João menciona o braseiro? Porque só existe dois
lugares que esta palavra é usada em João [NT], primeiramente onde Pedro negou a Cristo [18:18], o lugar do
fracasso. Foi o clímax do fracasso do amor, do auto esforço, da performance. Agora o braseiro ocorre de novo
que é o lugar onde a restauração ocorre. Que significa? Cristo que curar Pedro, quer restaurar suas memórias.
Eu quero limpar toda a sujeira de sua queda e do seu fracasso.

Aplicação: Deus cura nossos pecados, não apagando de nossas mentes, mas perdoando e purificando nossa
alma. O pecado é judicial, mas é ao que nos traz pesar, nos consome, nos abate emocionalmente [Sl 32, Pv 35].
É por isso que João diz: Se confessarmos os nossos pecados... [I Jo 1:9]

E quando eles chegam a Jesus não tem repreensão, não tem chicote, com um dedo em riste. Tem um calor e um
café da manhã: peixe e pão! Jesus pede a eles que tragam seus peixes. Eles arrastam a rede para a praia e Jesus
os convida [v.12] para comer. Jesus quer fazer uma refeição com ele. Jesus não apenas prepara a refeição, mas
serve a refeição. Ele é Senhor, mas sua honra está em servir! Que Cristo maravilhoso temos!

Uma consideração importante para que não venha se mal-entendido. Quando digo que Cristo se deparou com
Pedro ele ofereceu um braseiro e uma refeição e mostrou-se aberto para restaurá-lo não significa que Ele
estivesse relevando os pecados de Pedro e fechando os olhos “em nome do amor”. Cristo nunca procedeu assim
e nem poderia, pelo contrário sempre exortou e admoestou Pedro, como também todo e qualquer erro pessoal.

A razão porque Cristo se dispõe amorosamente para com Pedro buscando restaurá-lo é por ele sabia do coração
quebrantado e contrito de Pedro, ele viu o choro amargo do pescador quando o galo cantou. O coração de Pedro
não precisa de ser quebrantado, pois não está endurecido por causa do pecado, o coração de Pedro está bem
quebrantado e o senso de culpa, vergonha e decepção é que está o consumindo é nesta perspectiva que Jesus se
aproxima de seu apóstolo buscando restaurar do resultado do seu pecado, no caso a tristeza que o pecado gera
naquele que o comete. [II Co 2:1-8]

Aplicação: Considere o amor de Cristo pelos seus. Ele não desiste daquilo que é dEle. Ele tinha dito isto aos
seus discípulos em João 10 – Ele deu vida por eles e ele os busca. Ele tinha dito que dá mão deles ninguém
pode os arrebatar. Ele os escolheu e sua escolha soberana e amorosa o leva a restaurar a comunhão com eles.

E é assim conosco também. Com aqueles que são seus. Com aqueles que ele comprou por seu sangue e morreu
por este. Nenhum perecerá! É tão bom saber disto e crer nisto, porque como Pedro falhamos ou falharemos.
Não poderemos ser tudo aquilo que esperamos ser, tropeçaremos nesta vida. Diremos e cantaremos aqui que
amamos o Senhor, mas podemos fracassar em amar a Cristo como Pedro fracassou. Todavia Deus nos ama
imerecidamente, incansavelmente, e seu amor por nós não fracassa e na fracassará.

Ele mesmo diante de nossas quedas e fracasso, pecados e falhas manterá seu compromisso de nos amar e nos
amará eternamente. Seu amor por nós fará que ele nunca vai desistir de nós. Jeremias diz: “Com amor eterno eu
amei; por isso com benignidade eu te atraí. Quem nos separará do amor de Cristo?

Como vai Jesus lidar com Pedro a parte? Como Pedro irá lidar com seu mestre. Ele o chama a parte, caminha
com ele na beira mar, no mesmo mar em que ambos se encontraram pele primeira vez e agora ali se
reencontram depois de tudo que eles viveram. Como será o desfecho? Cenas do próximo capítulo...
III. A RESPOSTA DE PEDRO PARA O FRACASSO DE NÃO AMAR A CRISTO
PERFEITAMENTE - A expectativa de Cristo para com Pedro restaurado

Parece-me que incialmente o diálogo de Jesus com Pedro tem um caráter público, ou seja, depois de comerem
os dois não se afastam do grupo, mas permanecem com ele. Esse quadro é importante nos passos para restaurar
Pedro, pois ele havia se vangloriado publicamente e é publicamente que a restauração deve ser realizada.
Depois percebemos que ambos parecem andar sozinhos, seguidos por João não muito atrás [v.20,21]

Sinais de um amor restaurado?

1. O amor a Cristo é expressado em atos concretos de serviço para com o próximo. [13-17]

A restauração pública de Pedro se inicia com uma pergunta [v.15], que são repetidas mais duas vezes [v.16,17].
Gira em torno destas perguntas algumas questões que devem ser tratadas, duas em especial:

a. Quem são “estes outros” [v.15]

[1] Estes seriam os discípulos – “Você me ama mais do que ama estes discípulos? ” Uma pergunta se nexo com
o propósito do livro.
[2] Estes seriam “peixes” “redes” “barcos” “pecar” – Estes material estava próximo. “Você me ama mais do
que ama os peixes, redes, barcos, seu ofício? ” Mas todos os 7 discípulos foram pescar, porque o foco só em
Pedro?
[3] Estes seriam o amor de discípulos – “Você me ama mais do que estes discípulos me amam? Eles estão ali e
faz todo o sentido, no processo de restauração pública de Pedro. Pois ele sempre se apresentara como detentor
da mais fidelidade e amor. Ele disse diante de todos: “Darei [eu darei, não daremos] a minha vida por ti” ou
Pedro exclamou: “Mesmo que todos te abandonem, eu nunca te deixarei! ”. E bem sabemos como tudo
terminou! Ele precisa ser restaurado não só com o Senhor que ele negou, mas ser reintegrado entre os
discípulos que ele tripudiou em sua ostentação e orgulho. O seu futuro ministério dependia desta dupla
restauração!

b. Amor agapaô e Amor phileô.

Quando Jesus pergunta nas duas primeiras vezes “você me ama” ele usa agapaô e Pedro responde com phileô.
Na terceira vez, Jesus muda para phileô e Pedro repete. Alguns julgam que há diferença entre os verbos,
afirmando que agapaô é um amor mais forte, mas sacrificial e phileô é a forma mais fraca de amar. Pedro não
consegui amar mais Jesus como julga que amava!

Eu já cri assim, ouvi mensagens com esta ideia e mesmo preguei e ensinei, mas atualmente não penso que haja
diferença essencial nos verbos e que a alteração é mero estilismo do autor. Não vou me deter em discussões
longas e desnecessárias aqui apresento apenas um motivo para mostrar que os verbos são intercambiáveis.

[1] Em João 3:35 e 5:20 eles são usados para expressar o amor do Pai para com o Filho – O Pai ama o Filho.
Jesus amou Lázaro com ambos os verbos [11:5,36]
[2] É dito que “Demas amou [agapaô] o presente século” [II Tm 4:10]
[3] É do estilo de João variar termos [para dar beleza e leveza ao texto – chamamos isto de estilismo] – João
mesmo ai muda: alimentar [v.15] e cuidar [v.16]; cordeiro [v.15] e ovelhas [v.16,17]; “tu sabes” [dois verbos
diferentes] [v.17]

Quais são as lições deste diálogo? Para ensinar que um amor verdadeiro, maduro, santo a Cristo deve ser
expressado em atos de serviço para com o próximo!

Quando Jesus pergunta inicialmente ele visa que Pedro sonde seu coração e amor, em sua resposta ele não se
compara a ninguém. Não há: “Eu te amo mais...”. Ele só apela para o conhecimento de Deus, do Deus que sabe
tudo e nos conhece profundamente! Pedro estar consciente, mesmo diante do seu amargo fracasso, que ama a
Cristo – Ele diz: Eu te amo, tu sabes que eu te amo! Jesus aceita a declaração e o comissiona: Apascenta os
meus cordeiros. Por que? Para nos ensinar que nosso amor para com Ele deve ser expressado em serviço
para com o próximo.

Uma outra questão é por que que Cristo faz estas três perguntas? Pedro na terceira vez fica magoado [ferido – e
não há problema em ferir, Deus nos feri buscando nos curar]. Ele havia negado Cristo três vezes, Jesus abre a
oportunidade para ele confessar publicamente seu amor três vezes. Para revelar que ele estar restaurado e apto
para ser um instrumento na obra Jesus ordena: Cuide das minhas ovelhas. Tudo isto para nos ensinar que
nosso amor para com Ele deve ser expressado em serviço para com o próximo. Ministério é cuidar, nutrir,
alimentar ovelhas, ovelhas de Cristo, não de Pedro – apascenta minhas ovelhas.

Aplicações:

Amor é traduzido em serviço, serviço a Cristo é demonstrado em atos de amor para com as ovelhas... O teste do
verdadeiro amor para com o Senhor não é emoção, sentimentalismo. Nada contra emoções. Mas o teste é
serviço ao próximo, cuidado e amor! Se você me ama, apascenta minhas ovelhas! Somente o amor de Cristo é
um impulso e a motivação fundamental para servir. Sem ele, o serviço será aborrecimento e não alegria! O
amor de Cristo preserva meu coração dos males que podem vir do serviço ao pecador.

2. O Amor a Cristo é expressado em disposição de sacrificar a vida para a glória de Deus [18-19]

O texto do v.18 tem um significado profundo sobre uma outra forma de expressar nosso amor para com Cristo.
Jesus prediz o fim da vida de Pedro, afirmando que na sua juventude ele teria liberdade, mas a sua velhice
aponta para serenidade [Pedro era impulsivo], restrição e martírio.

Jesus afirma que Pedro em sua velhice: “estenderás as mãos” [v.18], uma referência a sua morte, que se dará ou
daria por crucificação. Estender as mãos é o ato de estender os braços para ser crucificado, quando o condenado
era amarrado no poste horizontal [patibulum], o ato de cingir, é o ato de carregar a cruz para o lugar da
crucificação sobre o pescoço e o ombro e então ser ali executado [o lugar onde não queres]. Tal explicação se
ajusta perfeitamente ao v.19, a explicação do evangelista.

Pedro iria imitar a Cristo, não só em seu martírio como no propósito de sua morte – morrer glorificando a Deus.
Ele Pedro dirá:

Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória
e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se
intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a
Deus com esse nome. [I Pe 4:14-16]

Impressionante é saber que Pedro viveu e serviu com essa predição durante 30 anos. Pedro foi martirizado
[segundo a história] no ano 96 d.C. provavelmente sob o poder de Nero, alguns relatam que ele pediu para ser
crucificado de cabeça para baixo por não ser indigno de ser crucificado como foi seu Senhor, mas não temos
certeza. O mais importante é que Pedro restaurado, confirma seu amor por Cristo, sendo martirizado por causa
daquele que ele ama.

Imagine o coração dele no seu último ato em vida. Imagine comigo o que possa ter vindo a sua mente, a
lembrança terrível daquela noite em que ele negara seu Senhor. O cheiro do braseiro e o canto do galo
mantinha-se como uma cicatriz em sua alma, uma voz persistia em seu coração como fantasma: “não conheço
tal homem”. Essa vergonha que ele carregava, finalmente teve a bendita, mas dolorosa oportunidade de
expurgar de vez de seu coração, agora perdoado, amadurecido e com um belo ministério, o velho pescador de
alma, o grande pastor de ovelhas, não o negará, não o negará jamais!

Aplicações:

Não sei como eu vou morrer, não sei como você irá morrer. Não temos sob nós uma profecia precisa. Mas deve
ser um sincero desejo da alma de um crente que ama a Cristo, que seu último ato, seu último momento sua vida
tenha sido vivido para a glória de Deus. Que possamos a olhar para trás aguardando a morte que nos espera a
nossa frente, olhemos certamente com um coração de quem viveu para a glória de Cristo e morrerá para a glória
de Deus e se encontrará com aquele que ele amou e serviu. Que seja assim nosso viver e nosso morrer!

3. O Amor a Cristo é expressado em seguir a Cristo em obediência a seu chamado [v.19-23]

O amor tem custo. Deus amou e isto teve um preço. Eu tenho amado minha família [esposas e filhos] e isto tem
um preço. Amar a Cristo envolve preço! Não para pagar ou compensar. O custo do amor é a própria vida. Amar
a Cristo implica em segui-lo, seguir a Cristo implica em obediência e renúncia. Jesus diz para Pedro que uma
forma dele expressa seu amor para com ele é seguindo-o.

Agora parece-me que Pedro começa a andar com Jesus na beira-mar, afastando-se dos discípulos e João começa
a segui-lo de longe, ouvindo a conversa. Pedro e João parecem ser muitos próximos, amigos. Na ceia Pedro deu
um sinal para João fazer uma pergunta e João dar destaque a Pedro em seu último capítulo. Pedro sabe qual vai
ser o custo de ser discípulo, mas quanto a João? Como João vai morrer?

Como Jesus respondeu? Primeiramente Jesus respondeu de uma forma dura e firme: “Isto não é da sua conta!
Pedro eu lhe informei sobre o que vai ocorrer sobre você, mantenha o foco em seu discipulado: Segue-me!
Pode ser que João permaneça vivo até que eu volte, mas o que isto importa a você?”

Deus tem chamados diferentes. Pedro é chamado para ministrar as ovelhas e será martirizado, João terá uma
vida longa e escreverá um maravilhoso evangelho.

Infelizmente problemas de má comunicação não são coisas da modernidade, boataria é algo antigo tanto quanto
é o homem. Temos aqui um exemplo de como surge um boato. Neste caso a má compreensão se deu com
Cristo. Ele não disse que João na morreria, mas se ele deseja que João permanece vivo até a volta dEle não era
assunto para Pedro. Nem sempre seremos compreendidos em nossas palavras e intenções.

Conclusão:

1. Como está seu amor por Cristo? Se Cristo perguntasse: Tu me amas? Como Pedro podemos perder o
nosso amor para com Cristo. A Igreja de Éfeso foi acusada por Cristo disto. Que terrível acusação!
Perder o amor por um ser humano é possível e triste, mas não amar a Cristo é trágico e revela a miséria
de nossa alma.

2. Podemos também buscar restaurar nosso amor por Ele. Devemos buscar expressar nosso amor por
Cristo que tanto nos amou. Como? Servindo ao próximo, dispondo-se a segui-lo em obediência, e segui-
lo até o último dia da vida.

3. Os v. 25 termina declarando a grandeza de Jesus, sua pessoa e obra são simplesmente extraordinárias.
Há coisas que não sabemos sobre Jesus. A revelação é inspirada, verdadeira e suficiente, mas não é
exaustiva. A revelação foi seletiva. Há muito sobre Jesus. Seria isto um exagero, uma mera hipérbole?
Eu não diria isto - Ele é muito grande para caber num livro! Ele não é só o Filho encarnado e
ressuscitado, ele é o eterno Filho de Deus, Aquele que criou o universo – se tudo o que ele é e fez fosse
escrito entendo que não há como registrar, o mundo seria uma biblioteca pequena para sua grandeza. O
Evangelho de João é minúsculo diante das honras devia ao Filho de Deus.
A CONFISSÃO DE UM PENITENTE

Sl 51

Introdução

A moldura para este salmo está no subscrito. Davi, seu autor, caiu em pecado, em grave e terrível pecado. Da
sacada de seu palácio viu uma mulher nua a tomar banho e a cobiçou e disto ocorreu sua terrível queda. Ele
adultera e ela engravida e ele tenta ocultar seu pecado, usando das mais sórdidas estratégias: Dar férias para
Urias, marido de Bate-Seba, tenta o embriagar, encomenda a morte traiçoeiramente dele e por fim casa para
ocultar a gravidez. Passam-se meses e tudo corriam bem, só por um detalhe - “… porém esta coisa que Davi
fez pareceu mal aos olhos do Senhor” (2 Sm 11:27). Deus foi testemunha, como é, de tudo. Deus envia a Davi o
profeta Natã. Ele conta uma parábola. Davi lhe diz: “Este homem deve morrer”. Natã lhe responde: “Tu és o
homem”. Davi, então, é tomado por um sentimento de culpa e horror e este momento terrível produz esta obra
prima – o Salmo 51 – O salmo de todos os salmos. O pior de Davi produziu seu melhor! Foi o teste mais
severo, a batalha mais ferrenha que Davi travou e tombou!

Os arrependidos [penitentes, quebrantados] aberta e verdadeiramente confessam pecados e confiam no Deus


misericordioso para perdoar os pecados através do sacrifício de Cristo e purificar a consciência culpada
através do Espírito Santo.

I. A CONFISSÃO DE UM PENITENTE

O verdadeiro penitente não lembra as boas obras do passado para diminuir o peso da culpa ou acusar os outros.
Aqui ele nada diz da possível cumplicidade de Bate-Seba. Essa confissão tem algumas características – Ela é
aberta, pública. É elaborada, não improvisada. Ela serve de parâmetros para avaliar nosso arrependimento e dos
demais.

1. Ele confessa sua culpa pessoal [v.3]

Davi entende que pecou, ele faz uma confissão pessoal, “eu reconheço”, “minhas transgressões” “meus
pecados”. O verdadeiro arrependimento é uma consciência do pecado viva, inquieta, dolorida [Is 59:12]

2. Ele reconhece seu pecado contra Deus [4]

Todo pecado é antes de tudo uma ofensa contra Deus. Ele pecou contra Bate-Seba, ele pecou contra a sua
família, contra a família dela, ele pecou contra Israel, mas antes de tudo seu pecado foi contra Deus. [Filho
Pródigo – Pequei contra os céus...].

O verdadeiro arrependido não faz acusações e nem acha que tem algum direito. “Deus, seja qual for tua
sentença, ela é justa. E tens razão em condenar-me”. Davi não faz exigência, não tem desculpas, não tem, mas...

3. Ele reconhece a sua natureza pecaminosa [v.5]

Porque pecamos? Pecamos porque somos pecadores. Não pecamos porque a sociedade é má simplesmente e
nos influencia. Pecamos porque temos em nós uma natureza propensa para o pecado, uma natureza pecaminosa,
que recebemos no ato de nossa concepção. Davi aponta a ultrassom do seu estado caído lá no ventre. O pecado
passou a todos os homens! Temos aqui a teologia do pecado original! [Rm 5:12, Ef 2:3]

"O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe" [Rosseau]. Este tipo de afirmação tomou de conta da
psicologia e educação moderna. Pais não disciplina o seu filho assumem este trágico erro. Lembre-se amados:
Seu filho é pecador, seu esposo, seu pai, sua mãe, seu pastor e você! Você pode até não ver, mas ele é. Dizem
que um filho de Russel Shedd afirmou: Eu só sei que ele é pecador porque a Bíblia assim diz!

Davi reconhece que a razão de ter pecado não é o mundo fora dele, não é a beleza do corpo de Bate-Seba, é o
seu coração sujo. Não é o mundo fora de mim, é algo dentro de mim que está corrompido. Não é simplesmente
uma questão do que eu faço, mas de quem eu sou. O meu maior problema sou eu. Sou corrompido. Meu
coração é uma fábrica de iniquidade. É de dentro de mim que procedem maus desígnios. Não é o mundo, é o
meu coração. Não é simplesmente a pornografia, é o meu coração lascivo. Também não use da sua corrupção
inata para diminuir sua culpa!

4. Da natureza moral [v.6] – Ele é impotente moralmente!

Davi continua a fazer a ultrassom espiritual. Ele tem a consciência de que Deus deseja a verdade no íntimo. Ele
tem a consciência da verdade e da sabedoria oriunda desde do ventre também. Ambos, o pecado de Davi e o
conhecimento da verdade/sabedoria estão sempre diante dele, este é o dilema de cada pessoa [Rm 7:13-25] –
Ele fez o que não deveria, que sabia que não devia fazer e não fez o que desejava fazer. Ele pecou contra o
conhecimento moral da consciência dado pelo próprio Deus, ele também menosprezou a vontade de Deus em
sua Palavra.

O ainda não nascido não é um mero tecido, não é um aglomerado de células, é um ser espiritual. Mesmo que
nossa corte [STF] afirme que os embriões são só embriões e não seres humanos[4-5 dias], eles são, são seres
humanos!

Aplicação: Não há esperança de perdão e restauração, enquanto você não reconhecer o seu pecado.
Não olhe para os outros. Não julgue nem culpe os outros. Seja honesto com você mesmo. Pare de argumentar e
se justificar. Faça como Davi: “Eu conheço as minhas transgressões” (v. 3).

Os arrependidos [penitentes, quebrantados] aberta e verdadeiramente confessam pecados e confiam no Deus


misericordioso para perdoar os pecados através do sacrifício de Cristo e purificar a consciência culpada
através do Espírito Santo.

II. A PETIÇÃO DE UM PENITENTE

Há três efeitos terríveis do pecado, primeiro legal, moral e emocional, ou seja, o pecado exige punição, ele nos
mancha e nos abate física e emocionalmente [Sl 32].

1. Perdão [1,9]

Primeiro ele procura pelo perdão forense ou legal para escapar da ira de Deus pois violou com o seu pecado a
sua lei – Aqui ele chama o pecado de “transgressão”. Ele é um criminoso da lei, um transgressor, um rebelde.
Ele quebrou a lei de Deus, ele violou intencionalmente o padrão. A imagem é alguém de um punho cerrado
contra Deus! Pecado neste sentido é desviar do padrão, divergir, errar o alvo, fracassar!

Ele pede, ele suplica, ele clama ele grita: Compadece de mim! Ele sente o peso do pecado - Tem misericórdia
de mim! Concede-me teu favor por teu amor! Ele tem a esperança de ser perdoado por causa da multidão das
tuas misericórdias. Deus é cheio de misericórdia! Não fuja dele, fuja para ele. A sua compaixão e misericórdia é
grande! Ele estende sua misericórdia a aqueles que cospem em sua face. Davi se lança com tudo na
misericórdia de Deus, sem misericórdia de Deus ele está morto! Ele suplica que Deus esconda o seu rosto dos
seus pecados [v.9], assim separe ele do pecado [Is 59:2]

2. Purificação [2,7]

Ele pede para ser lavado da iniquidade – perversão, algo sujo, indigno, vergonhoso. Lava-me, refere-se a
prensar, amassar ou bater para tornar a peça limpa. Sua alma, sua consciência está manchada. O pecado suja!
Ele pede ao Senhor que o limpe da sujeira do pecado. Ele sente que está com a roupa suja, fétida, incapaz para
adorar com os outros santos diante de um Deus santo. [Nega]

Ele pede para ser purificado – remova o pecado. Com hissopo alude a dois rituais litúrgicos quando o sacerdote
asperge sangue. Deve ser feita a expiação para que haja a purificação. Sem sangue não há remissão de pecados.
Só há purificação mediante a morte [Hb 9:11,12]. Davi cria no sistema sacrificial, ele crê no remidor, ele não
crê que o sangue de bodes limpa, mas ele expressa sua fé na futura expiação que será realizada pelo Filho de
Deus. Ele crer que assim sendo será mais alvo que a neve! [Is 1:18]

3. Renovação [8,10-12] – Avivamento!

Está definhando. Seus ossos estão secando. Seu vigor murchando. Seu choro é abundante. Sua alma está de
luto. A mão de Deus está pesando sobre ele. [Sl 32]

v.8 - O pecado rouba as forças, a alegria ou entusiasmo [cheio de Deus], o perdão e a purificação resulta em
alegria na alma.

v. 9 – Ele pede que um coração renovado! Renova-me. Ele pede a Deus vitalidade. O pecado o abateu, o
despersonalizou, o quebrou, ele pede que Deus o cure, renove a firmeza que ele tinha, seu amor, sua devoção
por Deus.

Observação: Ele não pede a Deus que dê um novo coração no sentido de regenerá-lo [Jr 31:34], ele foi
regenerado, ele era uma nova criatura antes e depois também, o coração arrependido evidencia isto. Ele pede
aqui é a disposição estável, firme, segura que ele tinha por Deus antes da queda [Se tu olhares Senhor...]

Ele pede que Deus não o expulse da presença dEle [v.11]. Davi sabe que ergueu seu punho contra Deus e que o
pecado ofendeu a Deus e atentou contra o relacionamento. Assim ele ora que Deus não o expulse de sua face –
Sai da minha presença era uma declaração dura de se ouvir por parte de um rei!

Ele pede que Deus não tire o Espírito capacitador da vida dele. Aqui trata-se não de perda de salvação, no AT o
Espirito Santo tem um papel qualitativo, não quantitativo, ou seja, o Espírito era concedido para capacitar reis,
profetas e sacerdotes, guerreiros para uma missão, esta capacitação era para alguns, não para todos [Nm 11:18-
30]. No Pentecoste o espirito capacitador foi dado para todos do novo pacto. Davi pede que Deus não retires o
espírito capacitador que o fez rei. Ele foi ungido por Samuel como rei, mas antes ele já era um homem segundo
o coração de Deus. [I Sm 15:28, 16:13]. O que Davi pede para Deus não fazer, ele fez com Saul e com Sansão
[Jz 16:20, I Sm 16:1,14, II Sm 23:1,2].

Os arrependidos [penitentes, quebrantados] aberta e verdadeiramente confessam pecados e confiam no Deus


misericordioso para perdoar os pecados através do sacrifício de Cristo e purificar a consciência culpada
através do Espírito Santo.

III. OS VOTOS DE UM PENITENTE

A experiência de perdão e purificação do arrependido leva ao louvor. Por meio disto ele promete:

1. Ele adora e louva a Deus. Ele está livre para louvar e testemunhar para outros [v.13] - Estou resolvido
em ensinar os teus caminhos para que eles se voltem para Deus. Davi diz se Deus perdoa um assassino,
como não perdoaria outros crimes [v.14]. Ele está resolvido em testemunhar, em louvar, em cantar do
que passou. Sua língua está solta! [v.14]

2. Ele que fazer sacrifícios de louvor. [16-17]. Havia um sistema sacrificial detalhado para tratar o pecado
do povo que consistia em matar um animal, derramando o sangue dele no lugar do ofensor. Quando
alguém pecava devia fazer sacrifício pela culpa, Davi entende muito bem a Teologia da Cruz, sabe que
não é apenas o ato de derramar sangue de um animal, o rito, que fará a limpeza.

Ele sabe que estes sacrifícios são um sinal, uma expressão de um coração contrito e abatido nada vale, sem isto
este ritual nada vale. Um espirito quebrantado, esmagado, triturado, moído é que Deus quer e o que mais
precisamos irmãos! Não precisamos de melhor música, melhor templo, melhor condição, precisamos de
humilhação oriunda de Deus. Precisamos oferecer este coração a Deus!
3. Sua restauração abençoa sua nação [teologia do pacto], se um rei é restaurado é abençoado Sião. Um
líder restaurado, um pai, um irmão sua restauração promove bondade a outros. [v.18]. Todo o Israel do
louvor e da adoração do povo. Sem arrependimento nosso culto não tem valor!

Conclusão:

Os arrependidos [penitentes, quebrantados] aberta e verdadeiramente confessam pecados e confiam no Deus


misericordioso para perdoar os pecados através do sacrifício de Cristo e purificar a consciência culpada
através do Espírito Santo.

1. Precisamos confessar nossos pecados e não ocultar, precisamos de arrependimento genuíno. Enquanto
Davi calou o seu pecado, a sua vida murchou, os seus ossos secaram, a alegria de salvação foi embora,
porque a mão de Deus pesava sobre ele de dia e de noite.
2. Há perdão para todos os pecados! Deus perdoou um assassino, adultero e mentiroso!
3. Precisamos de renovação espiritual, de um coração quebrantado e compungindo. Precisamos que Deus
quebre e esmague nossos corações irmãos!

Ajoelhados....
O DRAMA DA PREGAÇÃO E DA INCREDULIDADE

Rm 10:14-21

Introdução:

Paulo está tratando da incredulidade de seu povo, explicando o motivo deles rejeitarem o Messias.
Primeiramente ele trata do aspecto da soberania de Deus [Rm 9] e agora ele trata do outro lado, a
responsabilidade humana. Paulo ele quer mostrar que Deus é confiável e sua palavra fiel.

Em Romanos 10 ele fala de seu anseio para a salvação de seu povo e explica a natureza dessa incredulidade [1-
4]. Ele enfatizou a necessidade de crer, de quão acessível é a mensagem da salvação a todos indistintamente [5-
11], tantos a judeus como gentios, não há distinção na salvação, no gozo das riquezas da glória de Deus [Rm
10:12-13].

Em Rm 10:14-21 Paulo continua a tratar incredulidade de seu próprio povo, Ele quer, todavia, destruir toda e
qualquer desculpa que possa ser dada para essa incredulidade. Paulo quer remover qualquer acusação de que
Deus não proporcionou tudo o que é necessário para seu povo. A incredulidade é indesculpável!

I. O Drama da Pregação

Paulo havia colocado uma condição fundamental para ocorrer a salvação: O homem precisa invocar o Senhor
[v.13]. Então o apóstolo apresenta uma série de condições para que este “invocar” ocorra.

Ele descreve uma espécie de cadeia ou uma corrente de elos, cada elo mantém uma relação muito estreita com
os elos imediatamente vizinhos. Paulo falara de uma corrente dourada [Rm 8:29-30] que é progressiva indo da
causa para o efeito [1,2,3,4,5]; esta é regressiva, do efeito para causa [5,4,3,2,1]. Esses elos são uma série de
perguntas retóricas que visam demonstrar as condições necessárias para o “invocar”.

1. Mensageiros autorizados – E como pregarão se não forem enviados?

Os “enviados” [apostolleo] são representantes autorizados diretamente por Cristo. Podem ter dois sentidos: Um
estrito referindo-se aos apóstolos escolhidos diretamente por Cristo e tem a missão de ensinar, são mestres
autorizados da Bíblia e escreveram o no NT. Um outro sentido mais lato, mais abrangente, aponta para os
missionários e pregadores que são reconhecidos e enviados por Cristo através de sua igreja e que estão em
harmonia com os apóstolos!

2. Proclamação – E como ouvirão se não há quem pregue? [kerysso]

A palavra traduzida "pregação" tem sua origem na figura do "arauto". Um arauto era, em certo sentido, um
jornal vivo; eles eram um importante meio de transmitir notícias fazendo anúncios no mercado e nas ruas da
cidade, em todos os lugares e a todas as pessoas. Um arauto de um imperador falava em nome dele e fazia uma
proclamação pública da mensagem que seu senhor ordenou com formalidade, autoridade e gravidade
enfatizando que a mensagem deve ser ouvida e atendida. Então é proclamação é mais que informação.

Aqui temos dois sentidos, um geral, em que todos são chamados a proclamar a Palavra, é uma tarefa de todos
os crentes, mas há um sentido mais restrito, que são aqueles vocacionados, comissionados por Cristo e
reconhecido por sua igreja para este fim. Nesse caso a tarefa da pregação não é para todos, infelizmente tem
muita gente que não tem qualquer condição bíblica-teológica, maturidade e sabedoria para pregar. Estes têm
boa vontade, mas de fato prestam muitas vezes o desfavor ao evangelho.

3. Ouvir – Como crerão naquele quem não ouviram falar?

Cristo é apresentado como aquele que é ouvido no evangelho, quando ocorre a proclamação através dos servos
enviados, é como Cristo falando através deles. Isto aponta a honra daqueles que pregam e o peso para aqueles
que ouvem. Os que falam são digno, são porta-vozes, embaixadores do Senhor.
4. Fé – Como invocarão aquele em que não creram?

O ponto central aqui [14-15] é que a salvação, o invocar a Cristo, só pode acontecer mediante uma série de
condicionais – a fé não pode acontecer sem estas condições. A fé somente ocorre dentro de um contexto criado
para a proclamação do evangelho, pelos que são comissionados a proclamá-lo.

A fé não é gerada do nada, misticamente, intuitivamente e espontaneamente – como um processo de


autodescoberta, a fé deve ocorrer em resposta a um conteúdo. Uma apresentação clara da mensagem do
evangelho deve preceder a verdadeira fé salvadora. A verdadeira fé sempre tem conteúdo - a Palavra de Deus
revelada. A salvação vem para aqueles que ouvem e creem nos fatos do evangelho. Fé não é magia, fé envolve
entendimento a mensagem precisa sem ouvida e compreendida. Fé também implica em confiança e entrega à
Cristo.

Os pés formosos

A pregação é necessária, o papel do pregador é citado no final como o clímax na cadeia, onde tudo se inicia.
Sobre estes é dito que seus pés são formosos. Trata-se de uma citação de Is 52:7, uma passagem consoladora
sobre a restauração de Israel do cativeiro babilônico. A imagem é um mensageiro com pés velozes atravessando
os montes com as boas-novas de paz para Israel. Assim a formosura dos pés está no conteúdo da mensagem que
este os leva, o tesouro maravilhoso que é o evangelho de Cristo.

Cada uma dessas etapas é essencial em relação a outra – a menos que certas pessoas sejam comissionadas não
haverá pregadores, se o evangelho não for pregado, os pecadores não ouvirão a mensagem, sem ouvir nunca
crerão sobre Cristo e menos que creiam eles não poderão invocar o Senhor.

Li sobre a história de John Currier, que em 1949 foi considerado culpado de assassinato e condenado à prisão
perpétua. Mais tarde, ele foi transferido e liberado para trabalhar em uma fazenda perto de Nashville, no
Tennessee. Em 1968, a sentença de Currier foi encerrada, e uma carta com a boa notícia foi enviada para
ele. Mas John nunca viu a carta, nem foi falado sobre isso para ele. A vida naquela fazenda era difícil e sem
promessa para o futuro. No entanto, John continuou fazendo o que lhe disseram, cumprindo sua pena por anos.
Passaram-se dez anos. Então um oficial de liberdade condicional de estado soube sobre a situação de Currier,
encontrou-o e disse-lhe que sua sentença havia sido encerrada. Ele era um homem livre.

Seria vital para você se alguém lhe enviasse uma mensagem importante - a mais importante em sua vida - e ano
após ano a mensagem urgente nunca fosse entregue – Como ouvirão se não há quem pregue? Nós, que ouvimos
as boas novas e a liberdade em Cristo, somos responsáveis por proclamá-la a outros ainda escravizados pelo
pecado. Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que as pessoas recebam a mensagem?

Deus nos enviou com a mensagem da salvação. Evangelismo é necessário, absolutamente necessário. Que Deus
levante e envie pregadores que preguem as “boas novas”.

II. O Drama da Incredulidade [15-21]

Então como explicar a incredulidade de Israel? O versículo 16 é, portanto, o centro deste parágrafo e expressa
seu ponto principal. Até então ele usou a terceira pessoa do plural [v.14] – não identificando o sujeito –
referindo-se assim a toda manifestação de incredulidade. Agora ele aplica isto a Israel – dá nome! Ele aplica a
Israel!

Paulo acabara de explicar as condições necessárias para que a salvação se realize – as etapas sucessivas. Qual é
a questão que ele aponta para não conversão do seu povo? Qual foi o elo que faltou para seu povo ser salvo?

É dito que nem todos "obedeceram” que aqui significa não “creram”. Rejeitar a bela mensagem do evangelho é
desobedecer a Deus. Ironicamente, os judeus, ao insistir em que poderiam obter justiça ao obedecerem a Deus,
estavam desobedecendo a Deus rejeitando o evangelho da salvação pela fé. Veja que a rejeição de Israel não é
algo contemporâneo, novo, inédito. Isaías 700 anos antes de Cristo sofria desta mesa rejeição a sua mensagem!
O que faltava nos judeus era fé - fé na "palavra de Cristo" (v. 17). Faltou a humilde aceitação do Evangelho de
Cristo [v.16]. Os judeus não creram! Por que eles não creram? Para tratar disto Paulo faz uma espécie de
interrogatório investigativo que busca apontar a injustificada incredulidade de Israel e a sua terrível dureza de
coração. Talvez haja espaço para desculpas!

1. Talvez não tenham ouvido! Eles não ouviram? [v.18]

Claro que ouviram! Crer depende de ouvir e eles ouviram! Para provar ele cita Sl 19:4. Um salmo que celebra a
revelação geral. Lá é dito que os céus proclamam a glória de Deus. É o testemunho universal do criador que
torna todo o homem indesculpável.

Paulo não está falando que a revelação geral salva, que as pessoas serão salvas por crerem que Deus criou os
céus e a terra. Ele também não está dizendo que o evangelho chegou a todas as pessoas universalmente. Ele faz
uma analogia, como a palavra da revelação geral de Deus foi proclamada em toda terra, a palavra da revelação
especial foi espalhada em toda a terra, mas aqui não se refere todo o lugar do mundo, mas o Império Romano
[Ano 57 DC – Cl 2:16,6].

Ele está se referindo que a mensagem pregada alcançou os judeus já em sua época. Não todo o judeu
individualmente, mas coletivamente, corporativamente. Muitas pessoas, não só judeus, mas várias nações já
tinham ouvido o Evangelho! Os judeus ouviram do Evangelho! Onde houvesse uma comunidade judaica o
evangelho tinha sido anunciado! Conclusão: Os judeus ouviram! Eles não têm desculpas! O evangelho foi
pregado a eles! Eles tiveram a oportunidade de ouvir!

Deus deseja revelar sua glória e o fez por meio da criação. Deus também deseja que o evangelho tem este
caráter universal! Que sua graça, que Cristo, que a mensagem de salvação alcance a todos os povos!

2. Talvez eles não entenderam! Eles não entenderam? [19-21]

Paulo transita para uma segunda “desculpa” [v.19], não só ouviram, eles também entenderam. Será que Israel, o
destinatário das inúmeras e detalhadas profecias de Deus sobre seus planos e propósitos, não "entendeu"?
Israel ouviu e Israel teve conhecimento. É possível ouvir sem entender, e possível ser exposto ao evangelho e
não entender! Mas Israel ouviu e entendeu! O que Israel entendeu? O que Israel "sabia"?

Sabia que a pregação do evangelho alcançaria os gentios, as suas próprias Escrituras testemunhavam disto; sua
"ignorância", então (v. 3), consiste em sua recusa intencional em reconhecer o cumprimento desses textos na
revelação da justiça de Deus em Cristo. Tanto a lei como os profetas testemunhavam disto!

Testemunho da Lei - Paulo cita Dt. 32:21b como o primeiro passo. O verso é parte da "cântico” de Moisés para
Israel. Assim como Deus ficou com ciúmes pela traição de Israel com deuses que não são deuses; Deus
enciumará Israel com seu amor por nações que não são seu povo. Israel foi infiel por sua idolatria, Deus
provocaria Israel ao ciúme por meio de outras nações, essas desfrutariam das bênçãos da aliança de Deus, do
favor que Israel estava desprezando. Povos alienados de Deus participariam das bênçãos do pacto. Isto Israel
soube, conheceu e entendeu!

O Testemunho dos Profetas - Não só a lei antecipa o evangelho aos gentios, os profetas também testemunham a
mesma verdade. Paulo sugere que o texto profético testemunha ainda mais claramente a esse ponto [v.20, Is
65:1]. O contexto se refere ao fato de Deus se dar a conhecer aos gentios, que não estavam buscando a justiça,
eles alcançaram um relacionamento correto com Deus (9:30).

Rebelde e Contradizente - Desobediente e Obstinado! [v.21]

Portanto, por que Israel não creu? O que explica sua descrença? [v.21, Is 65:2]. Rebelde [Desobediente] – não
se permitir persuadir-se, uma recusa de forma voluntária e consciente de não crer. Contradizente – Obstinado –
Falar contra, recusar a obedecer. Os homens recusam a Cristo não por causa de fatos insuficientes, mas por
causa de corações orgulhosos.
E como o profeta revela o Senhor? Ele está de braços estendidos todos os dias! Imagine um pai que está
disposto e com braços abertos estendendo as mãos para que um filho volte para o lar! A imagem de um esposo
rejeitado! Essa figura é carregada de dramaticidade, cheia de amor paciente! Ele está com estendendo os
braços! Convidando! Chamando! Acenando! Veja a longanimidade e bondade de Deus – alguém chamou de
“braços eternos”. Um amor incansável!

Que imagem maravilhosa que ressalta a maravilhosa graça de Deus! Esta cena é angustiante e desalentadora! É
uma acusação incrível! De um lado o amor incansável de Deus e de outro lado a obstinação e dureza de Israel.

Este texto é excelente para combater a frieza e dureza de alguns corações que abraçam a soberania de Deus na
salvação. Deus dizendo: Vinde a mim!!! Devemos chamar os pecadores ao arrependimento! Clamar a eles que
se arrependam! Desafiá-los a crer!

Conclusão

1. Devemos garantir que, onde quer que Deus nos coloque, que todas as pessoas ao nosso redor possam
dizer que eles ouviram ou entenderam o Evangelho.

O irmão João era um homem que temia falar em público. Então ele ficou aterrorizado no dia em que foi sua
vez de dar uma mensagem devocional. Tremendo, enfrentou seus ouvintes e disse: "Vocês sabem o que vou
dizer esta manhã?" "Não", respondeu o público. Ele então disse: "Eu também não", e ele correu da sala.

No dia seguinte, ele foi solicitado a tentar novamente. Ele disse: "Vocês sabem o que vou dizer?" Desta vez,
eles responderam: "Sim". Então ele disse: "Então vocês não precisam que eu lhe diga". Novamente ele fugiu.

Ele tentou uma terceira manhã, dizendo: "Vocês sabem o que vou dizer?" Metade de seus ouvintes gritou:
"Sim!", e metade gritou: "Não!" "Ah", o irmão João disse, "então, deixe que aqueles que sabem digam aos que
não sabem", e novamente ele fugiu.

Irmãos que aqueles que sabem digam aos que não sabem! Cada um de nós, crentes, somos absolutamente
responsáveis por comunicar a Palavra de Cristo. Somos responsáveis por possibilitar todos os elementos dos
elos que torna possível a conversa das pessoas.

Não podemos ver isto apenas como um peso e uma responsabilidade, mas como um privilégio honroso – Quão
formosos são os pés de quem anuncia as boas novas! É uma honra ser um arauto do Rei dos reis! É um
privilegia ser enviado com a poderosa mensagem do Evangelho! É um motivo de alegria falar das boas novas!

John Harper era um ministro escocês que viajava por navio para pregar durante 3 meses na Igreja de Moody,
em Chicago. Quando o navio atravessava o Atlântico, ele atingiu um iceberg e começou a afundar. Alguns
passageiros conseguiram chegar às embarcações salva-vidas, mas muitos, inclusive Harper, foram lançados
no mar frio.

Enquanto as pessoas tentavam freneticamente manter-se salva, Harper nadou em torno delas e perguntava aos
indivíduos se eles conheciam Jesus. Em um ponto, Harper aproximou-se de um passageiro que flutuava sobre
um pedaço de escombros e rogava para ele confiar em Cristo. Pouco antes de Harper afundar nas águas
geladas pela última vez, ele disse: "Creia no Senhor Jesus Cristo, e você será salvo". Quatro anos depois, em
uma reunião de sobreviventes desse navio, o Titanic, um homem testemunhou que ele havia sido salvo duas
vezes naquela noite. Primeiro, quando ele confiou em Cristo por causa do testemunho de Harper e, segundo,
que ele havia sido tirado do mar do mar gelado.

Que nós tenhamos este mesmo desejo para oferecer esperança verdadeira para pessoa que estão sem esperança!
As pessoas ao nosso redor estão em igual estão, perdidas, devemos falar-lhe da salvação e do salvador!

2. Vemos que os mensageiros são enviados por Deus – que o Espírito Santo pregue em seu coração hoje.
Deus quer levantar mensageiros. Falar por Cristo não é um impulso meramente humano, é uma ação
divina. Mas tenha cuidado aqui! Não diga a si mesmo: "Não sou enviado, e por isso não falo". Em vez
disso, diga: "Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim”. Envie-me para pessoas não alcançadas. Envie-me
para os bairros urbanos de Fortaleza, envie-me para o outro lado da rua. Envie-me para escritório onde
trabalho. Envie-me para a internet que uso. Envie-me Senhor! Envie-me!

Sim, há um chamado divino e um envio que é mais oficial e vocacional - é o que eu tenho como pastor
vocacional nesta igreja. É isso que alguns de vocês tem ou terão. Mas há chamados e envios mais espontâneos e
ocasionais. Se você tem Cristo dentro de você, você experimentará isso. Então, ore comigo irmãos para que
entre nós mais e mais o Senhor desperte e nos desafie a anunciar sua Palavra. Que ele nos desafie a abrir minha
boca com o evangelho. Que muitos possam ouvir, crer, invocar e serem salvas!

3. Quanto a você que não é convertido verdadeiramente ao Senhor, ele lhe convida hoje! [Mt 11:25, 28; Jo
6:35,36]. Ele está de mãos estendidas! Ele o faz isto por meio da pregação e dos pregadores quando
proclama o Evangelho com graça e com zelo! Ele nos envia a dizer a todos: Reconcilie-se com Deus!
Confie e creia nele! Eu imploro creia e confie nele! Eu suplico, hoje, como embaixador e arauto do Rei
– arrependa-se, creia, volte-se ao Senhor! [II Co 5:20]

COMO PREGARÃO SE NÃO FOREM ENVIADOS

Rm 10:9-15

Introdução

Notoriamente a carta de Romanos é reconhecida como uma carta eminentemente teológica com diversos temas:
Pecado, Justificação, Santificação, Lei e Graça, Eleição, Israel, Espirito Santo são alguns. Mas alguns advogam
que é o livro mais missionário do NT, depois de Atos, porque um dos propósitos de Paulo ao escrever Romanos
era estabelecer contato e assim obter apoio da igreja visando alcançar a Espanha para o Evangelho [Rm 15:22-
25]. Ele iria para Jerusalém levar a oferta, depois de lá iria para a Espanha, mas seu plano era passar um tempo
com os irmãos de Roma. Aliás esta tese de que Paulo escreveu a Carta de Romanos com o fim missionário e
não necessariamente para ser um compêndio de Teologia, faz muito sentido, pois ao apresentar todo o
Evangelho – O Pecado Humano, A Justificação pela Fé, A Graça e Eleição estes elementos seria um
combustível para o fervor missionário dos irmãos em Roma que os apoiaria em sua missão a Espanha. Esses
são elementos centrais na mensagem do Evangelho e ao mesmo tempo são impulsos para se anunciar o
Evangelho. Se o homem é grande pecador, se Cristo é o único salvador, se a justificação é pela fé, se Deus
elegeu alguns para a salvação então precisamos tornar conhecido esta mensagem.

E este texto alinha-se com esta tese do apelo missionário de Paulo. Ele é fundamental para um teologia de
missões. Ele mostra a responsabilidade humana nesta obra, eu falo de participação humana, não no sentido de
que a salvação é por mérito [sinergia], mas no sentido de que o homem tem o dever de responder ao Evangelho
para que seu poder se efetue na sua vida. Este texto é muito útil para todos nós pois nos instrui a respeito de
elementos evangelísticos centrais pois apresenta o processo de vir a fé, de ser salvo. Ele nos ajuda a
compreender a dinâmica da salvação como nossos filhos, pais, irmãos, vizinhos, o motorista culpado, o padeiro,
médico e o advogado e os povos nãos alcançados serão salvos.

Paulo tinha acabado de dizer que não há distinção entre judeus e gentios no gozo da salvação [Rm 10:12-13,
citando Joel 2:32]. Paulo nos capítulos 9 e 10 lida com a cegueira de Israel, porque isto veio a ocorrer e porque
esta dureza não atenta contra fidelidade de Deus. Israel foi responsável pois rejeitou o Messias [v.16, citando Is
53:1, v.21 citando Is 65:2]. Os judeus não creram! Há, portanto uma responsabilidade em crer. Mas alguém
pode se opor que para se crer é preciso ter algumas condições devidamente estabelecidas. Paulo remove esta
objeção ao explicar os passos para a salvação dos judeus, e de qualquer pessoa.

Vou expor hoje estes passos. São úteis, aos irmãos para que evangelize dentro daquilo que é bíblico. Vamos ler
14-17. Paulo oferece aqui toda a dinâmica que envolve o ato da evangelização. Para melhor compreensão vou
inverter os passos, ele inicia com crer e terminar com o enviar, vou começar com o enviar para terminar com o
crer. Esta ordem inversa é a ordem de como ocorre a salvação. São cinco etapas que Paulo menciona.
Que etapas são essas? Enviar, Pregar, Ouvir, Crer e Invocar. Portanto, agora temos 1) Enviar pregadores 2)
Pregar o Evangelho de Jesus Cristo 3) As pessoas devem ouvir o evangelho de Cristo, 4) Crer em Cristo 5) e
invocar o Senhor para a salvação.

1. Um Pregador Deve Ser Enviado [15]

A primeira coisa é o envio. O texto não diz claramente que significa este envio. Ele usa a palavra de mesmo
radical de “apostolo” [enviado]. Pode-se pensar que ele tem em vista ele mesmo, já que deseja ir para a
Espanha. Lembremos que os apóstolos foram enviados por Cristo. O caso que os apóstolos foram enviados por
Cristo sem a autorização ou reconhecimento da igreja.

No caso aqui, a ideia é uma ação da igreja, que reconhece e envia pessoas comissionadas para pregar,
escolhidas para este fim. [At 13:1ss]. Obviamente todos nós temos o chamado para pregar o evangelho, mas eu
penso que aqui tem em vista alguns que se dedicaram exclusivamente para este fim, serão completamente
dedicadas para este propósito. Vocacionadas!

Que implica este ato de enviar por parte da igreja? Creio que aqui podemos incluir reconhecer o vocacionado
[isto não pode ser algo meramente subjetivo, para mim é a igreja que reconhece], orar, apoiar e sustentar
financeiramente.

Para estes é dito “Quão formosos são os pés...” [Is 52:7]. Estes enviados tem pés formosos, não porque forma
ao Dr. Schol, um pedólogo ou que foram ao pedicure e tem pés cuidados, sem unha cravada ou chulé. Antes
estes pés são sujos, empoeirados até mesmo sagrando pois anunciam com sacrifício e renuncia as boas novas.
Pés formosos para Deus são aqueles desagastado, cicatrizados, enrugados e encalecidos de caminhadas e
jornadas para lugares remotos com o fim de cumprirem o ide de Jesus levando as boas novas.

Deus em sua misericórdia estende a mãos ao enviar mensageiros com a mensagem de reconciliação, suplicando
que as pessoas em nome de Cristo se reconcilie com Deus.

2. O Enviado Deve Pregar as Boas Novas [O Evangelho]

O conteúdo deve ser pregado. Pregue aqui significa “anunciar por meio de um arauto”. Antigamente o papel do
arauto era importante para a comunicação de massa. O arauto quando recebia a mensagem deveriam ir para
lugares públicos e anunciarem a todos fielmente a mensagem que lhe foi passada. Sem arautos não havia
ouvintes.

Qual é o conteúdo da mensagem que o pregador deve anunciar, pois não adianta enviar o mensageiro se ele não
levar a mensagem que realmente salva. Temos várias expressões: “coisas boas” [v.15], “palavra de Cristo”
[v.17], “o nome do Senhor” [v.13]. Trata-se do Evangelho que Paulo vem anunciando, explicando, destilando,
defendendo, apresentando profunda e apaixonadamente na carta. Resumidamente dita em Rm 10:9.

Podemos enviar diversos tipos de pessoas, com diversas estratégias para os campos missionários [médicos,
esportistas, professores, etc], mas se ele não forem pregar as boas novas então não tem relação alguma com o
chamado aqui de Paulo. Eles devem ser capacitados e conhecedores no Evangelho. Conhecê-los e saber
apresenta-lo.

3. Os evangelizados devem ouvir [v.14]

As pessoas devem ouvir. O ouvir precede o ato de crer. Você não pode crer, nem invocar se não ouvir. Que
significa ouvir? Ouvir aqui o orador, eles não crerão até que venha a ouvir o mensageiro ou embaixador com a
mensagem.

4. Os que ouvem devem crer [v.14]

Para invocar tem que crer. Muitos invocam sem verdadeiramente crerem. Aliás muitos vivem a invocar o nome
do Senhor sem crer nele. Que Deus me ajude! Graças a Deus. De me abençoe! São palavras constantes nas
bocas de muitos incrédulo. Muitos em situações de aflição invocam o Senhor, mas não são crentes. Quando
estão com doença, desempregados ou desesperados. É como fosse uma válvula de escape! Não há verdadeira
fé. Não há amor verdadeiro, continuo. Não conhece o Senhor verdadeiramente com ele. O desejo deles não é ter
Jesus como Senhor e nem sujeitar a vida a Ele, apenas que ele venha como um socorrista de plantão numa noite
escura de um acidente, que o leve para o hospital e depois desapareça. Quantas pessoas não vieram aqui atrás
de um Jesus bombeiro, socorrista, um jesus de emergência.

O invocar aqui não é para um livramento de uma enrascada, o invocar aqui é baseado num crer. Veja Rm 10:9.
Aqui temos alguns elementos de um fé salvadora:

a. A fé salvadora vê Jesus como Senhor.

Jesus é Senhor. É um credo dos cristãos primitivos. Tem uma ideia errada de que alguns cristãos creem em
Cristo como Salvador, mas ainda não creem como Senhor. São crentes carnais. Isto não é bíblico. Eles dizem,
olha alguns vão crer em Cristo aos poucos, entregando ao poucos, confiando aos poucos, então Jesus eu seu
salvador do pecado, mas ainda demora um pouco para ser Senhor da sua vida. Não!

b. A fé salvadora está firmada em fatos.

Ela é mais que crer em fatos, mas não é menos do que crer em fatos. Você para ser salvo deve crer que Jesus
ressuscitou dentre os mortos. A ressurreição de Jesus dos mortos é um fato histórico. Ela realmente aconteceu
no espaço e no tempo histórico. A fé salvadora crê nisto. A fé está enraizada em fatos, fatos essenciais e
básicos.

c. A fé salvadora é confiança pessoal.

É mais do que crença em fatos, é confiança pessoal [Tg 2:19]. Os demônios acreditam que o Filho de Deus se
encarnou, e que ele viveu uma vida perfeita como o imaculado Cordeiro de Deus, e que ele morreu pelos
pecadores, e que ele ressuscitou dos mortos e que ele reina e um dia vai lançar todos eles no lago de fogo. Tudo
correto. Isto é maior que a crença de alguns liberais ou outros “evangelicais”. Os demônios creem assim e não
são salvos. Eles creem e estremecem. Eles são inimigos de Jesus.

A verdadeira fé descansa, confia nos fatos. Repousa! Sente-se seguro, firme! Experimenta paz, a alma tem uma
confiança firme e descansa neste fato. [Ils. Equilibrista]

5. Os que creem devem invocar ao Senhor para a salvação. [13]

Por que Paulo menciona a necessidade de invocar o Senhor como algo que precisa acontecer depois de crer no
Senhor? Não somos justificados pela fé somente? Eu não entendo aqui como algo do tipo “oração do pecador”
“levantar as mãos” “vir a frente” como resposta a um apelo para conversão.

Invocar a ele é apelar a ele para que sejamos salvos, segundo o que é e o que tem feito. Há um elemento
cristológico aqui interessante, pois este texto é uma citação de Joel 2:32, que no AT era o Senhor, tanto Paulo
aqui como Pedro em Pentecoste refere-se a Cristo.

Sabemos que crer leva-nos a justificação. Mas a salvação tem outro elemento, além deste forense, condenatório,
a salvação implica em libertação não só da culpa, da penalidade do pecado, mas do poder, das tentações, na
angustia vazia e destrutiva que o pecado promove. A justificação é pela fé somente, mas esta fé tem outras
expressões ao longo da nossa vida. E uma delas é o invocar o Senhor [Sl 18:3, 50:15, 91:15. 145:18]

Um exemplo desta manifestação de fé que leva o homem a invocar o Senhor é o cego Bartimeu, que grita, que
clama, que invoca com todo o seu ser pelo Salvador quando caminhava para Jerusalém: Jesus, Filho de Davi,
tem misericórdia de mim! O que quer que eu faça? Perguntou Jesus. Que eu veja! Vá, tua fé te salvou! [Mc
10:46-52]. O invocar, o clamor do Bartimeu é uma clara evidência de sua fé.
Quem crê em Jesus deve sempre invocar por Ele, clamar a Ele. Devemos invocar a ele continuamente. Os
cristãos são chamados por “todos os que em toda parte, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo” [I Co
1:2]. Ser cristão é invocar o Senhor. Senhor esteja comigo! Senhor me perdoe! Senhor estou desorientado guia-
me! Senhor dá-me força, sou fraco! Senhor livra-me das tentações! Isso é o que significa ser cristão.

Conclusão:

1. O falar de Cristo não é apenas um impulso ou uma ação humana. Deus levanta mensageiro, Deus dar a
mensagem, Deus tem seus eleitos.

2. Considere que Deus lhe esteja chamando. Não vou aqui fazer apelos emocionais missionários – Tipo
deixe tudo e vá pregar aos povos não alcançados, porque se eles não forem você será culpado. Não há
necessidade de apelo romantizados. Mas considere dar sua vida para o ministério sim, para missões sim,
não por amor aos perdidos, mas para a glória de Deus! Dedique sim sua vida a obra completamente!

3. Lembremos que embora aqui, eu penso em um enviar mais autorizado, não pensemos “Eu não fui
chamado, logo não sou enviado”. Antes pense assim: Envie-me Senhor. Eis me aqui! Envia-me também
para os ônibus, para os hospitais, para as universidades, para as praças, para os bairros. Envia-me
Senhor! Sim, há um chamado divino, um oficial que é o que eu tenho como um pastor profissional desta
igreja. Isso é o que alguns de vocês podem ter. Mas há chamados espontâneos e ocasionais. Pense por
exemplo em dedicar umas férias para ajudar o irmão na Venezuela! O mais importante é pregue Cristo,
anuncie, proclame! Abra a boca! Somente assim as pessoas ouvirão, crerão e invocarão ao Senhor e
serão salvas! Ó quão formosos são os pés dos que anunciam as coisas boas!

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