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RESUMO
As histórias contadas sempre estiveram presentes em nossa cultura e é a mais antiga das artes,
sendo que o hábito de ouvi-las e de contá-las tem inúmeras vantagens, desde o desenvolvimento da
imaginação, capacidade de ouvir o outro e de se expressar, à construção de identidade e a
afetividade. Com o propósito de cativar os alunos para a prática da leitura e, assim, poder formar
leitores competentes e, consequentemente, indivíduos capazes de escrever com eficácia, é que a
escolha deste tema se justifica, pois este é um recurso valioso na formação dos educandos,
especialmente por proporcionar aos sujeitos envolvidos o contato do lúdico com a literatura, a
possibilidade de ampliar seus conhecimentos, estimular a leitura e a produção escrita, além de levá-
los a refletir sobre a prática vivenciada. Esse trabalho foi elaborado a partir de um estudo bibliográfico
por meio da internet, livros, revistas, entre outros caminhos, com o objetivo de ampliar a capacidade
leitora, a linguagem oral e escrita de alunos, a partir da contação de histórias.
Sabe-se que durante muito tempo, há muitos séculos, os seres humanos fazi-
am uso somente da fala como meio de comunicação e narração dos fatos do seu co -
tidiano, por este motivo a memória viva destes povos foi se perpetuando pela ação
de contar e ouvir histórias. A partir de sua leitura de mundo, estas civilizações remo-
tas transmitiam por intermédio da linguagem oral os acontecimentos vivenciados ou
repassados pelos seus ancestrais, constituindo-se num verdadeiro legado da cultura
popular, surgindo, assim, mitos, lendas e contos diversos.
Entretanto, após a invenção da imprensa, e mais recentemente com o avanço
tecnológico, a prática da narrativa se perdeu no tempo e praticamente desapareceu
das escolas os momentos lúdicos de consolidação da fantasia e da imaginação des-
pertadas pela oralidade e pela leitura de livros.
Desta forma, muitos alunos não tem contato sistemático com a leitura e com
adultos leitores. Assim, a escola torna-se o único veículo de interação desses alunos
com textos, cabendo a ela oferecer leituras de qualidade, apresentar diversidade de
textos, modelos de leitores e práticas de leituras eficazes e, consequentemente, for-
mar leitores competentes.
Porém, o que vemos nas escolas é que a literatura não recebe o estímulo
adequado e a contação de histórias é uma alternativa para que os alunos tenham
uma experiência agradável com a leitura, e não vê-la apenas como uma tarefa roti-
neira que transforma a leitura e a literatura em simples instrumentos para posterior
resolução de questionamentos sobre o que foi lido, afastando o aluno do prazer de
ler: “Porque para formar grandes leitores, leitores críticos, não basta ensinar a ler. É
preciso ensinar a gostar de ler. [...] com prazer, isto é possível, e mais fácil do que
parece” (VILLARDI, 1997, p. 2).
Por meio da contação de histórias é possível reproduzir conceitos, ampliar
simbologias, criar laços sociais e afetivos e proporcionar momentos de empatia com
a trajetória na escola, favorecendo o desenvolvimento criativo e inventivo do educan-
do. Por isso, é considerado um instrumento pedagógico prazeroso e de grande auxí-
lio no processo de ensino e aprendizagem e principalmente no incentivo a leitura e
escrita.
Com o propósito de cativar os alunos para a prática da leitura e, assim, poder
formar leitores competentes e, consequentemente, indivíduos capazes de escrever
com eficácia, é que a escolha deste tema se justifica, pois este é um recurso valioso
na formação dos educandos, especialmente por proporcionar aos sujeitos envolvi-
dos o contato do lúdico com a literatura, a possibilidade de ampliar seus conheci-
mentos, de estimular a leitura e a produção escrita, além de levá-los a refletir sobre
a prática vivenciada.
Um momento de contação de história bem planejado e apresentado surpreen-
de o ouvinte, tem o poder de quebrar as expectativas e trazer a fantasia à tona; esti -
mula a criatividade e a imaginação e chega a ser tão especial e marcante para o ou -
vinte que pode até mesmo influenciar na sua maneira de pensar e agir. Por isso, é
necessário saber o momento certo das pausas, do tempo certo para o imaginário de
cada criança construir o seu cenário, visualizar os personagens, suas vestimentas,
entre outros. A performance do contador é essencial na construção da ponte entre o
lúdico e a aprendizagem. “O conto oral é uma forma de narrativa que estabelece e
concretiza as interações entre dois parceiros: o contador e o seu público” (PATRINI,
2005, p. 143).
Quanto à questão do professor ler ou contar histórias, percebe-se que a maio -
ria dos docentes apenas lê histórias em sala de aula. Provavelmente, isso ocorre tal-
vez pela falta de desprendimento ou habilidade para um trabalho de contação de
histórias que, sem dúvida, exige mais preparo do profissional. Porém, atualmente,
pode-se contar com algumas tecnologias presentes nas escolas, como a TV pendri-
ve, Data show, que são excelentes aliados na reprodução de vídeos, imagens, etc.
Considerando os fatores apontados, é importante que os professores estejam
preparados para utilizar a contação de história como ferramenta de incentivo à leitu -
ra e à escrita, acreditando no potencial que o conto possui e em sua função no coti -
diano escolar enquanto estimulador e fonte de saberes.
Nos dias atuais o grande desafio que as escolas têm enfrentado é de adaptar
uma prática que atenda as necessidades do educando no processo da linguagem
oral e escrita, considerando que a escola deve oportunizar ao educando a
possibilidade de vivenciar situações de aprendizagem da leitura e escrita e levando
em consideração que vivemos em um mundo globalizado, no qual a utilização das
tecnologias cresce exacerbadamente. Os educandos passam horas em frente à
televisão, vídeo game, computador, e isso colabora ainda mais com a falta de
contato com os livros e consequentemente com a leitura.
Sabemos que a leitura é um grande aliado no desenvolvimento da escrita, co-
laborando também para com uma melhor reflexão dos acontecimentos lidos e me-
lhor compreensão e interpretação daquilo que lê. Conforme Gadotti (1988, p. 17), o
ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um não pode existir sem o outro. Ler
e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida, a história.
Dessa forma, faz-se necessário que, como educadores, tenhamos consciên-
cia da nossa responsabilidade diante da importância da leitura para a vida social e
cultural do educando. Nessa perspectiva, a escola deve indicar leituras, valorizar o li-
vro além de mantê-lo sempre visível e de criar diretrizes que incentivem a prática da
leitura.
2 DESENVOLVIMENTO
GADOTTI, Moacir. O que é ler? Leitura: teoria e prática. Porto Alegre: Mercado
Aberto, 1988.
MEREGE, Ana Lúcia. Contar Histórias: Uma arte imortal Disponível em http://www.-
botucatu.sp.gov.br/Eventos/2007/contHistórias/artigos/contarHistóriasUmaArtelmor-
tal.Pdf Acesso em 20 de setembro de 2013.
SILVA, Maria Betty Coelho. Contar histórias uma arte sem idade. 7° ed. São Pau-
lo: Ática, 1997.
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler: formando leitores para a vida intei-
ra. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.