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História da Cultura e das Artes I

Profª Marta Esteves

O MOVIMENTO TROVADORESCO NA PENÍNSULA IBÉRICA

 O reino de Portugal e o reino de Leão e Castela tiveram desde cedo ligações à corte francesa pois
D. Afonso Henriques e seu primo Afonso VI de Leão eram ambos filhos de cruzados e cavaleiros
franceses. Por essa razão, os primeiros reis portugueses cultivavam este tipo de música,
convidando trovadores conhecidos e mantendo vários jograis e segréis ao seu serviço.
 Tal facto não é de estranhar, devido à origem francesa da 1ª dinastia mas, curiosamente, acabou
por também se desenvolver uma tradição própria da canção amorosa, acompanhada de
instrumentos, devido à proximidade da Península Ibérica com a cultura mourisca (árabes).
 O fenómeno em Portugal foi semelhante ao da França, tendo-se desenvolvido uma lírica
amorosa ligada a um dialecto específico - o galaico-português - com uma poesia de caráter épico
e narrativo ligada aos castelhanos e em castelhano.
 De um modo geral, na Península Ibérica desenvolveram-se todos os géneros trovadorescos. A
única exceção foi a criação de um tipo específico de canção que foi a “cantiga de amigo”, que é
uma forma muito curiosa, pois ao contrário da canção de amor, esta coloca o discurso poético na
boca da Dama, sendo uma declaração de amor de uma mulher por um cavaleiro.

Trovadores na Península Ibérica

 Em Castela, um dos principais trovadores foi o rei D. Afonso X – o Sábio (1221-1284), avô de D.
Dinis.
 Vários monarcas foram trovadores importantes, como D. Sancho I (1154-1211) e D. Dinis (1261-
1325).
 Para além destes, destacaram-se em Portugal os trovadores, Paio Soares de Taveiró (séc.XIII),
Martin Codax (séc.XIII) e D. Pedro, conde de Barcelos (+1354), filho de D. Dinis e que é
considerado o último trovador português.
 Estiveram também na corte portuguesa trovadores estrangeiros como Marcabru (reinado de D.
Sancho I).

ESPANHA

 Afonso X de Castela – O Sábio (1221-1284), mandou compilar no seu reino um cancioneiro que
conserva mais de 400 cantigas monofónicas, de louvor à Virgem, entre 1250 e 1280 – Cantigas
de Santa Maria.
 O grande movimento das peregrinações a Santiago de Compostela e a presença de muitos
santuários faziam com que a Galiza e Portugal estivessem muito ligados à Poesia Trovadoresca.

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Afonso X na sua corte – prólogo do cancioneiro de Santa Maria

Cantigas de Santa Maria

Cantigas de Santa Maria

 As Cantigas de Santa Maria são um conjunto de 427 composições em galaico-português, que no


século XIII era a língua fundamental da lírica culta em Castela.
 As cantigas encontram-se repartidas em quatro manuscritos, um deles na Biblioteca Nacional da
Espanha (Codex To), dois na biblioteca do Escorial (Codex E e T) e o quarto em Florença (Codex F).
 É um dos mais importantes documentos de iconografia desta época contendo notação musical e
muitas iluminuras.

PORTUGAL

 Do nosso território, a única fonte de música galaico-portuguesa desta época, além das Cantigas
de Santa Maria, é um pequeno pergaminho com 7 cantigas de Martin Codax, um jogral galego.
 As suas composições são consideradas das mais importantes da lírica trovadoresca galaico-
portuguesa, embora se limite a sete cantigas de amigo que se encontram em dois dos três
cancioneiros da lírica galego-portuguesa: o Cancioneiro da Vaticana e o Cancioneiro da Biblioteca
Nacional, e ainda no pergaminho Vindel, onde figura o seu nome como autor das composições. A
descoberta desse pergaminho foi feita por acaso, em 1914, por Pedro Vindel,
um bibliógrafo, que o encontrou na sua biblioteca a servir de folha de guarda a um volume de
uma obra de Cícero.
 Os 7 poemas de Martim Codax que figuram no pergaminho não têm título, e são conhecidos pelo
seu primeiro verso:

o Ondas do mar de Vigo


o Mandad'ey comigo
o Mia yrmana fremosa treides comigo
o Ay Deus se sab'ora meu amado
o Quantas sabedes amar amigo
o 'En o sagrad' em Vigo
o Ay ondas que eu vin veer

 No pergaminho Vindel, conserva-se também a notação musical destas cantigas. Durante largo
tempo foi este o único testemunho conservado da música dos trovadores galaico-portugueses.

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O pergaminho Vindel, manuscrito das cantigas de amigo de Martín Codax.

 Em 1990, a estas músicas veio juntar-se um outro testemunho musical, o das 7 cantigas de
amor de D. Dinis conservadas no chamado Pergaminho Sharrer, encontrado pelo professor
Sharrer na Torre do Tombo, em Lisboa.

Cancioneiros Medievais Portugueses

 Cancioneiro da Ajuda – compilado e copiado na corte de D.Afonso X, no final do séc.XIII e que


tem 310 cantigas de amor em galaico-português.
 Cancioneiro da Biblioteca Vaticana – compilado em Itália no séc.XVI. É uma cópia manuscrita
com cantigas de amigo, de amor e de escárnio e mal-dizer do séc.XIII, em galaico-português.
Abrange a época de D.Dinis e de seus filhos.
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 Cancioneiro da Biblioteca Nacional – é outra cópia igual ao da Vaticana mas está mais completo
pois contém 1664 cantigas em galaico-português.
 Entre os trovadores identificados salientam-se o rei D. Dinis, Dom Sancho I, Dom Pedro conde de
Barcelos, Pay Soares de Taveiró, Joham Garcia de Guylhade, Ayras Nunes e Martin Codax.

Géneros da lírica galaico-portuguesa

 Cantiga de amor
 Cantiga de escárnio e mal-dizer (tipo sirventes)
 Cantiga de amigo
 Alvoradas (tipo alba)
 Pastorela
 Elegia
 Romance
 Cantiga de mestria
 Quanto à forma, predominam as cantigas de refrão nas temáticas amorosas e as sequências nos
restantes géneros.

OUTROS PAÍSES

 INGLATERRA – sobreviveram poucas cantigas inglesas do séc.XIII, mas revelam uma grande
variedade e sugerem que os ingleses tinham uma vida musical muito rica.
 ITÁLIA – eram mais usadas as Laude que eram cantadas em confrarias e nas procissões, com
música de carácter vivo e popular.

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